a corrente do bem

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A corrente do bem, utopia ou possibilidade? Adams Auni Quando assistimos ao filme “A corrente do Bem”, estrelado por: Kevin Spacey, Helen Hunt e o brilhante Haley J.Osment, não imaginamos a principio como um menino de 11 anos, de uma pequena escola, que em conseqüência de um trabalho escolar poder despertar tantos pontos positivos de pessoas tão diferentes e distantes entre si. Um menino como muitos, com uma estrutura familiar desorganizada e sonhos impossíveis. Pobre, pai e mãe separados, a mãe com dois empregos e um problema com o álcool, morando num bairro simples, freqüentando a escola publica do bairro e um professor interessado em fazer despertar novos horizontes para seus alunos: O projeto escolar deveria ter um resultado para o “mundo”. O menino, refletindo em si mesmo, percebe que a única proposta relevante para aquele projeto da escola teria que ser algo fora do contexto da sua própria vida. Um desejo maior: Teria que ser uma idéia para si e para os outros. De forma que as pessoas se relacionassem com algo de positivo que multiplicassem da mesma forma. Que fizessem a diferença para outras pessoas, assim como fez para a sua própria vida ter esse mesmo objetivo. Encontramos essa proposta nos trabalhos voluntários, nas OGN’s, fundações, institutos, todos com propostas filantrópicas, isto é, sem objetivos de lucro financeiro, embora todos objetivem por resultados positivos. A moeda é que diferente, um pagamento que não se vê, mas todos o desejam e percebem quando ganham. Diríamos que são “ativos intangíveis”, tão especiais que nos movem para o próximo sem qualquer expectativa ou pretensão de ter uma retribuição, pelo contrario, a satisfação é poder fazer por alguém não importa quem. No filme “A corrente do Bem”, o resultado é para o próximo e tem que ser para três próximos, de forma a promover seu crescimento.

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Historia de um menino que ao realizar um trabalho escolar com o objetivo de ajudar sua mãe e seus amigos, influência toda a nação. Grande exemplo de dever com o próximo. Veja o filme.

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Page 1: A Corrente Do Bem

A corrente do bem, utopia ou possibilidade?

Adams Auni

Quando assistimos ao filme “A corrente do Bem”, estrelado por: Kevin

Spacey, Helen Hunt e o brilhante Haley J.Osment, não imaginamos a principio como um menino de 11 anos, de uma pequena escola, que em conseqüência de um trabalho escolar poder despertar tantos pontos positivos de pessoas tão diferentes e distantes entre si.

Um menino como muitos, com uma estrutura familiar desorganizada e sonhos impossíveis. Pobre, pai e mãe separados, a mãe com dois empregos e um problema com o álcool, morando num bairro simples, freqüentando a escola publica do bairro e um professor interessado em fazer despertar novos horizontes para seus alunos: O projeto escolar deveria ter um resultado para o “mundo”.

O menino, refletindo em si mesmo, percebe que a única proposta relevante para aquele projeto da escola teria que ser algo fora do contexto da sua própria vida.

Um desejo maior: Teria que ser uma idéia para si e para os outros. De forma que as pessoas se relacionassem com algo de positivo que multiplicassem da mesma forma.

Que fizessem a diferença para outras pessoas, assim como fez para a sua própria vida ter esse mesmo objetivo.

Encontramos essa proposta nos trabalhos voluntários, nas OGN’s, fundações, institutos, todos com propostas filantrópicas, isto é, sem objetivos de lucro financeiro, embora todos objetivem por resultados positivos.

A moeda é que diferente, um pagamento que não se vê, mas todos o desejam e percebem quando ganham.

Diríamos que são “ativos intangíveis”, tão especiais que nos movem para o próximo sem qualquer expectativa ou pretensão de ter uma retribuição, pelo contrario, a satisfação é poder fazer por alguém não importa quem. No filme “A corrente do Bem”, o resultado é para o próximo e tem que ser para três próximos, de forma a promover seu crescimento.

Muhammad Yunus, indiano, ganhador de premio Nobel da Paz, traz em suas propostas um modelo de economia no formato que todos ganham e todos recuperam o investimento e o lucro é repartido para o crescimento da proposta. As formulas de Yunus são aplicadas nas comunidades extremamente pobres da Índia e obtém parcerias de instituições e grupos econômicos em seus projetos de baixo custo e baixa lucratividade. Os projetos de Yunus e seus parceiros comerciais promovem crescimento, desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade para milhares de pessoas abaixo do nível de pobreza. Suas parcerias de sucesso envolvem bancos e multinacionais comprometidos com a

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sua proposta ao ponto de defenderem, para esses projetos, a mesma visão de compartilhamento dos resultados, divisão igualitária de dividendos com a manutenção da produtividade.

No filme, “A corrente do Bem”, é um aluno do ensino fundamental que realiza um projeto escolar e a diferença que o seu projeto não esta limitado a apenas uma idéia, ele o coloca em pratica.

Nada que qualquer outro aluno do ensino fundamental do Brasil, Paraguai, Chile, México, Venezuela, Colômbia, Uruguai não pudesse fazer também.

No filme, o compromisso é consigo mesmo. Sabe e o projeto só funcionará com a mudança de comportamento, mudança de paradigmas sociais que limitam as possibilidades.

Muitas coisas boas não acontecem por que poucos não se comprometem o suficiente para dar certo. E muitas coisas boas só acontecem porque houve o comprometimento de poucos. Se não há comprometimento a proposta não germina, não dá frutos.

“A união faz a força!” e “Fazer o bem não importa a quem!”

O menino buscava incessantemente a resposta e o efeito da sua fórmula nas pessoas próximas: Em sua mãe alcoólatra, em seu professor, no amigo morador de rua, na avó... Buscamos às vezes respostas em quem está mais próximo, mas o que devemos fazer é realizar a tarefa independente da resposta ser imediata.

As vezes é para ser assim, como vimos no filme, a resposta se fez presente alem dos limites do bairro ou da cidade em que ele morava.

Buscamos respostas muitas vezes onde os olhos podem alcançar, mas e onde os olhos não alcançam? Ter a certeza que lá também há respostas.

Acreditar na resposta é quase mais importante que realizar a pergunta.

Acreditar na resposta é o ponto fundamental, independente que não esteja presente para ouvi-la, mas ao fazer a perguntar, ter a certeza que a resposta já esta lá.

O mundo empresarial muitas vezes nos coloca diante de desafios, como: O que fazer diante das impossibilidades?

O empresário deve sobretudo acreditar em si mesmo e em suas possibilidades e entender que se ainda não as encontrou é porque ainda não tentou o suficiente.

É comum gostar de receber ajuda quando se pede socorro, mas já analisou como é prazeroso ajudar?

Ajudar não está limitado a poucos, mas são poucos que possuem a dinâmica da ajuda, por isso são tantos que pedem socorro.

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Se há potencialidades guardadas, nada mais lógico que repartí-las, compartilhá-las com os demais.

Promova uma corrente do bem na sua empresa, entre os amigos, entre os fornecedores, entre os clientes, veja os resultados positivos que receberá.

Este texto não deve estar restrito apenas a ressaltar as mensagens do filme, ou comportamentos nobres, mas para fazer uma pergunta a você que o está lendo: O que tem feito você para a sua “conta corrente do bem”?

Existem referencias e exemplos nobres, verdadeiros avatares para nos espelharmos, isso é realmente bom, mas na verdade esses exemplos nos querem “iguais”, semelhantes, para que a própria proposta se multiplique, pois sabem que há inúmeras carências pelo mundo e que falta gente para atendê-las.

Nem todos podem ou conseguem fazer como uma Madre Tereza, Ghandi ou Francisco de Assis, mas muitos já podem fazer como a moradora que auxilia crianças da sua rua ou o vizinho que aos domingos de folga visita orfanatos, promove bazar de caridade, reúne grupos para festas nas instituições, recolhe roupas, mantimentos e até remédios.

Há inúmeras oportunidades de ingressar em “correntes do bem” já existentes, pode chegar lá bem pequenininho, não precisa saber muita coisa, as vezes tudo o que sabe, seus diplomas e títulos não vão servir de nada, quando o que precisam é apenas alguém que leia historia para idosos que estão no leito ou para crianças que não podem brincar.

O único risco é que se procurar vai achar.

Muitas empresas na avaliação do seu currículo considerarão um diferencial sobre os outros as suas experiências sociais, seus trabalhos voluntários, demonstra o seu comprometimento com propostas de trabalho em equipe, sinergia, resiliencia, pro atividade e liderança.

Ninguém é tão rico que não precise receber e nem tão pobre que não tenha nada para dar.

Há sempre algo que se possa fazer, mesmo quando acredita que não.

“Quando era jovem e minha imaginação não tinha limites, sonhava em mudar o mundo. Depois fui crescendo, pensei que não havia maneira de mudar o mundo, assim me propus um objetivo mais modesto e intentei mudar somente meu país.

Mas com o tempo me pareceu também impossível. Quando cheguei a velhice, me conformei com intentar mudar tão somente a minha família e aos mais achegados a mim. Mas também não consegui.

Agora, nos meus últimos dias, tenho compreendido que se tivesse começado a intentar a mudança por mim mesmo, tal vez minha família teria seguido meu exemplo e tivesse mudado e com sua inspiração e alento, quem sabe, teria sido capaz de mudar meu país, talvez inclusive o mundo. ”

ENCONTRADA NA LÁPIDE DE UM BISPO ANGLICANO NA ABADIA DE WESTMINSTER.

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