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1 FACULDADE CEARENSE – FAC BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA PARA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR. UM ESTUDO DE CASO NA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (AACD) Michele Cordeiro Neto Orientação Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas Artigo apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação da Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas Fortaleza - Ce Novembro/2013

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FACULDADE CEARENSE – FAC BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA P ARA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR. UM ESTUDO DE CASO NA A SSOCIAÇÃO

DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (AACD)

Michele Cordeiro Neto

Orientação Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Artigo apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação da Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Fortaleza - Ce Novembro/2013

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A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA P ARA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR. UM ESTUDO DE CASO NA A SSOCIAÇÃO

DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (AACD)

Michele Cordeiro Neto1

Marcia Maria Machado Freitas2

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo: classificar as organizações do terceiro setor; identificar quais são os princípios contábeis que devem ser obedecidos por tais entidades; identificar quais são os métodos de evidenciação contábil que são fundamentais para as entidades sem fins lucrativos; demonstrar a importância do uso dos demonstrativos contábeis para as mesmas; evidenciar a importância do uso da ciência contábil para as entidades do terceiro setor. Para realizar esse estudo foi feita uma pesquisa de revisão bibliográfica em livros, artigos e monografias e também um estudo de caso em uma Associação de Assistência à Criança Deficiente, a partir dos demonstrativos financeiros. Este estudo teve como problemática identificar quais são os demonstrativos contábeis que são obrigatórios, segundo as normas brasileiras de contabilidade, para as organizações do terceiro setor, onde foi realizado um estudo de caso na AACD e as contribuições que tais demonstrativos proporcionam para as mesmas. Após análise dos demonstrativos contábeis da AACD, pode-se concluir que a mesma apresenta todos os demonstrativos contábeis que são essenciais para as entidades do terceiro setor e que os mesmos estão de acordos com as normas brasileiras de contabilidade, mostrando que a AACD é transparente na prestação de contas e possui potencial para continuar desenvolvendo as atividades a que se propõe com eficiência.

Palavras chaves: Terceiro Setor. Transparência. Contabilidade.

ABSTRACT

This research aims to classify nonprofit organizations , identify which are the accounting principles that must be obeyed by such entities , to identify which are the methods of accounting disclosure that are critical for nonprofits , demonstrating the importance of using financial statements for the same evidence and the importance of using science book for the third sector entities . To perform this study we made a literature review of research in books , articles and monographs and also a case study in an Association for Assistance to Disabled Children , from their financial statements published on its page on the internet . This study was to identify which 1 Aluna do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC. [email protected]

2Doutora em Educação pela Universidade Del Mar – Chile, professora da Faculdade Cearense – FAC.

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issues are the financial statements that are required , according to Brazilian accounting standards , for third sector organizations where we conducted a case study in the AACD and the contributions that such statements provide for them. After analyzing the financial statements of the AACD , it can be concluded that it has all the financial statements that are essential to the entities of the third sector and that they are agreements with Brazilian accounting standards , showing that AACD is transparent their accountability and has the potential to continue developing its activities efficiently .

Key Words: Third Sector. Transparency. Accounting.

SUMÁRIO: 1.Introdução. 2.Terceiro Setor. 3.Metodologia. 4.Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). 5.Conclusão.6.Referências.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira organiza-se em três setores de atuação: o primeiro

setor compreende o Estado, ou seja, as organizações governamentais, que é

responsável pelos quesitos sociais, tais como educação, saúde e segurança, já o

segundo setor é constituído pelas entidades de caráter privado que tem como

objetivo principal o lucro. São organizações que produzem bens e serviços e

comercializam no mercado.

O terceiro setor, por sua vez, não é classificado como entidade pública,

tampouco como uma entidade privada, são conhecidas também como organizações

não governamentais e trata-se da iniciativa privada, que tem como finalidade suprir

as falhas do estado no quesito sócio-econômico, tais entidades não possuem fins

lucrativos e seus princípios são baseados na caridade, filantropia e solidariedade.

O terceiro setor tem se destacado nos últimos anos, exercendo funções

cada vez mais relevantes para a sociedade, tem ganhado mais investidores de

entidades privadas e mais recursos, contribuições e benefícios, do governo, como

por exemplo, a isenção de impostos, como forma de incentivá-las para que as

mesmas desempenhem o seu papel, cumpram a sua missão de forma mais

eficiente.

Para que os recursos financeiros sejam utilizados de forma mais racional

é necessário que exista um controle interno eficiente para que não haja

desperdícios, nem desvios de recursos, obtendo assim o melhor resultado possível

na aplicação dos mesmos.

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É de suma importância que as entidades do terceiro setor divulguem,

demonstrem com clareza e precisão os resultados obtidos pela mesma, fazendo o

uso da contabilidade, através dos demonstrativos contábeis, buscando assim a

transparência de sua gestão.

É nesse contexto que a contabilidade é utilizada como instrumento de

gestão para mensurar seus recursos e suas destinações proporcionando uma maior

confiabilidade, para que a mesma possa conseguir aumentar o número de

investidores e assim dar continuidade as suas atividades.

Com base no que foi exposto, esta pesquisa procurou analisar, como a

contabilidade pode auxiliar no processo de transparência para as entidades do

terceiro setor, identificar quais são as formas de evidenciação contábil que são

utilizadas pelas entidades do terceiro setor no processo de transparência da

aplicação dos recursos que foram captados pelas mesmas bem como sua

destinação na busca de prestar os serviços a que a mesma se propõe, de acordo

com sua missão, obedecendo sempre aos princípios contábeis e as normas

brasileiras de contabilidade.

Foi realizado também um estudo de caso em uma entidade do terceiro

setor, conhecida como Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).

Foi o crescimento das entidades do terceiro setor nos últimos anos e a

sua importância no contexto sócio-econômico, que estimulou a elaboração deste

artigo e a necessidade de utilizar a contabilidade como instrumento de gestão e

transparência para as mesmas.

A problemática desse estudo tem como objetivo identificar quais são os

demonstrativos contábeis que são obrigatórios, segundo as normas brasileiras de

contabilidade, para as organizações do terceiro setor e as contribuições que tais

demonstrativos proporcionam para as mesmas.

Diante do exposto tem-se o seguinte questionamento: A AACD utiliza a

contabilidade como instrumento de transparência, como método de evidenciação

contábil para aumentar a captação de recursos, apresenta de forma adequada, de

acordo com os princípios contábeis e as normas brasileiras de contabilidade, os

demonstrativos contábeis que são obrigatórios?

O objetivo geral é analisar a contabilidade no processo de transparência

para as entidades do terceiro setor. Como objetivos específicos: Classificar as

organizações do terceiro setor; Identificar quais são os princípios contábeis que

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devem ser obedecidos pelas entidades do terceiro setor; Identificar quais são os

métodos de evidenciação contábil que são fundamentais para as entidades do

terceiro setor; Demonstrar a importância do uso dos demonstrativos contábeis para

o terceiro setor; Evidenciar a importância do uso da ciência contábil para as

entidades do terceiro setor.

A contabilidade possibilita, através de seus demonstrativos contábeis, o

fornecimento de informações financeiras e econômicas para todos os seus usuários,

sejam internos ou externos, sobre o patrimônio de uma entidade e suas variações

em um determinado tempo, de forma clara e concisa, desde que obedeça a

legislação vigente, as normas e os princípios contábeis.

Independente de qual seja o setor, a contabilidade tem se tornado

obrigatório e indispensável como um instrumento de gestão e transparência para

todas as entidades sejam elas com fins lucrativos, ou sem fins lucrativos, pois a

mesma serve como uma ferramenta, que auxilia na tomada de decisões dos

gestores que administram uma sociedade.

A contabilidade aplicada ao terceiro setor não deve ser vista apenas como

uma obrigação de tais entidades para com o governo, algo que foi imposto pelo

Estado, deve ser considerada como uma ferramenta benéfica, que possibilita uma

maior transparência de seus atos, da sua gestão, para que não ocorram dúvidas,

questionamentos por parte dos seus investidores, possibilitando desta forma

maiores investimentos e parcerias e conseqüentemente o crescimento

socioeconômico das mesmas dentro da sociedade.

Nos últimos anos houve um aumento significativo das entidades do

terceiro setor e o envolvimento de algumas delas em escândalos fraudulentos, o que

tem dificultado o processo de arrecadação de recursos das mesmas, pois os

doadores, investidores questionam sobre a destinação dos recursos que foram

doados e a eficiência do trabalho desenvolvido por tais instituições.

É neste contexto, que pode-se justificar a relevância do estudo do tema

em questão, pois o terceiro setor tem seu papel de destaque dentro da economia e

tem desempenhado um papel relevante na área social, necessitando fazer uso de

uma ferramenta de gestão, que proporcione clareza e transparência em relação as

suas receitas (doações) e a destinação destes recursos (despesas) em suas

atividades sociais.

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É através do uso da contabilidade que se é possível realizar a prestação

de contas, tornando sua gestão mais clara, transparente, mais eficiente e confiável.

Portanto este artigo tem como objetivo demonstrar, o modo pelo qual as entidades

do terceiro setor tem buscado evidenciar os seus resultados econômicos, fazendo o

uso da contabilidade para aumentar a transparência da sua gestão, estimulando

desta forma à entrada de mais recursos, mantendo assim a sustentabilidade destas

entidades ao longo do tempo.

A pesquisa se dedica à investigação de problemas por meio da utilização

de processos científicos. Esses processos buscam responder à questão formulada,

tornando imprescindíveis os elementos: dúvida, resposta e solução (CERVO;

BERVIAN; SILVA, 2010).

De acordo com Joaquim (2007 p. 122), uma pesquisa bibliográfica é:

Aquela que se realizam a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das construções dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.

A metodologia adotada para a elaboração deste artigo foi uma pesquisa

de revisão bibliográfica de materiais já existentes na literatura, tais como livros,

artigos na internet, revistas e outras publicações de obras relativas ao tema

enfatizado. Foi realizado também, um estudo de caso na Associação de Assistência

à Criança Deficiente, permitindo um conhecimento mais amplo e detalhado do objeto

de estudo.

2 TERCEIRO SETOR

Alguns estudos foram realizados para que se chegasse a uma definição

mais clara e objetiva sobre o que são as organizações do terceiro setor, pois existe

uma multiplicidade de organizações que fazem parte deste segmento da economia.

De acordo com Landin e Beres (1999, p. 8 apud Araújo,2005, p.2):

Essa noção de ‘terceiro setor’ evoca não apenas um conjunto diversificado de organizações como também, metaforicamente, um espaço de afirmação de valores e práticas sociais que não pertencem ao terreno do mercado, como altruísmo, compromisso social, solidariedade, laços comunitários, ambientalismo, etc.

Pode-se definir terceiro setor como entidades não governamentais, que não visam o

lucro, são sociedades civis, privadas e que tem como objetivo principal promover o

bem estar social, desenvolvendo serviços de interesse público, de caráter

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filantrópico, baseados nas práticas de caridade e solidariedade ao próximo, todos

voltados para garantir o direito de cidadania, de uma vida melhor e mais digna.

De acordo com Falconer (1999, p. 22 apud OLAK, 2010, p.2)

A expressão organização não governamental – “ONG”, foi incorporada definitivamente ao nosso vocabulário, no Brasil, por ocasião da Conferencia Rio – 92, em função dos temas ali discutidos, relacionados ao meio ambiente, à defesa de direitos humanos, à preocupação em organizar a participação social etc., áreas em que as organizações não governamentais atuam com muita veemência. Aliás, nesse evento, fóruns e trabalhos “paralelos” foram realizados por ONGs.

Recentemente foram criadas as Organizações Sociais (OSs) pela Lei nº

9.637, de 15 de maio de 1998 e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público (OSCIPs) pela Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Ambas são sem fins

lucrativos, são de direito privado e podem se beneficiar de recursos públicos, porém

são distintas, pois as organizações sociais não podem ser qualificadas como

OSCIPs.

A lei das OSCIPs, diz que podem ser classificadas como organizações

sociais as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades

sejam na área do ensino, desenvolvimento tecnológico, pesquisa científica, cultura,

saúde e preservação do meio ambiente.

Segundo Olak (2010 p. 16),

Pela lei da OSCIPs podem ser qualificadas como tais aquelas cujos objetivos sociais tenham, pelo menos, uma das seguintes finalidades: • Promoção da assistência social; • Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; • Promoção gratuita da educação e da saúde; • Promoção da segurança alimentar e nutricional; • Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável • Promoção do voluntariado, do desenvolvimento econômico e social e do combate a pobreza; • Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e credito; • Promoção de direitos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita e de outros valores universais; • Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos referentes as atividades acima.

Desde o seu surgimento até os dias atuais, as organizações do terceiro

setor têm assumido um papel relevante na economia mundial, desenvolvendo um

papel socioeconômico de fundamental importância para a sociedade.

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Prestando cada vez mais diversos tipos de serviços. Maiores têm sido

também os investimentos que as entidades do terceiro setor têm conseguido ao

longo do tempo. Necessitando assim que sua gestão, seus resultados econômicos e

financeiros sejam melhores demonstrados aos seus usuários e investidores. Para

não existirem dúvidas no que se diz respeito à destinação dos recursos que lhes

foram doados, podendo ocorrer continuidade do recebimento de tais recursos e

conseqüentemente dos serviços prestados pelas mesmas.

Com o crescimento das Organizações do terceiro setor, surge uma

enorme necessidade de controlar o patrimônio e evidenciar os seus resultados

econômicos, e é a contabilidade quem possibilita essa transparência de sua gestão.

Segundo Pereira (2005, p.4)

A maneira de medir o aumento ou a diminuição de riqueza de cada indivíduo passa necessariamente pela contabilidade. É ela que fornece os princípios e as técnicas de mensuração da grandeza do patrimônio das pessoas físicas e, principalmente, das jurídicas.

A contabilidade é uma forma de mensurar o patrimônio de uma entidade e

suas mutações ao longo do tempo, através de seus demonstrativos, relatórios

contábeis e notas explicativas, auxiliando na tomada de decisões. Desde que sejam

conhecidos os seus conceitos e respeitados os seus princípios, técnicas e métodos.

As entidades do terceiro setor, embora não tenham como objetivo

principal o lucro, utilizam a mesma contabilidade que é utilizada pelas demais

organizações, as entidades governamentais e as entidades que visam o lucro.

Ocorre apenas a modificação de algumas contas no plano de contas contábil.

O terceiro setor possui características que o diferencia dos outros dois

setores. Os seus objetivos são sociais e não econômicos, a maior parte dos seus

serviços são realizados por mão de obra voluntariada e destinados a população

mais carente, os objetivos da administração são decididos por seus membros e não

há distribuição de lucro para os seus proprietários.

De acordo com Olak (2010, p. 6)

Identificam-se como principais as seguintes características fundamentais e específicas das entidades sem fins lucrativos: • O lucro não é a sua razão de ser, mas um meio necessário para garantir a continuidade é o cumprimento de seus propósitos institucionais; • Seus propósitos institucionais, quaisquer que sejam suas preocupações especificas, objetivam provocar mudanças sociais; • O patrimônio pertence à sociedade como um todo ou segmento dela, não cabendo aos seus membros ou mantedores quaisquer parcelas de participação econômica no mesmo;

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• As contribuições, doações e subvenções constituem-se, normalmente, nas principais fontes de recursos financeiros, econômicos e materiais dessas entidades.

Diante do que foi exposto é de suma importância analisar quais são os

demonstrativos contábeis que estas organizações estão utilizando para o uso da

prestação de contas das mesmas e como instrumento na tomada de decisões por

parte de seus gestores e como tais demonstrativos podem contribuir de forma

relevante no crescimento das mesmas dentro do contexto sócio econômico.

Segundo Olak (2010, p.9) o terceiro setor classifica-se de acordo com as

atividades que desempenham, quanto à origem dos recursos financeiros e materiais,

e quanto à extensão dos benefícios sociais.

O terceiro setor pode ser classificado sob vários aspectos e é de suma

importância que haja uma classificação para as mesmas, visto a multiplicidade

dessas organizações na sociedade, desempenhando atividades que vão da saúde a

educação.

Salamon e Anheier (1993, apud OLAK, 2010, p.11), buscando abranger e

organizar as entidades sem fins lucrativos propõe um sistema classificatório

internacional, apresentado no Quadro 1.

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Grupo 1 – Cultura e Recreação • Esportes, arte, museus, zoológicos, recreação, clubes sociais Grupo 2 – Educação e Pesquisa • Escolas e educação superior, treinamento vocacional • Pesquisa médica, ciência e tecnologia, estudos de política empresarial Grupo 3 – Saúde • Hospitais, reabilitação, asilos, saúde mental • Saúde pública, educação sanitária Grupo 4 – Serviços Sociais • Bem-estar da criança, serviços para jovens, famílias, idosos e deficientes • Ajuda de emergência, complementação de rendimentos, assistência material Grupo 5 - Meio Ambiente • Conservação de recursos naturais, controle da poluição • Proteção e bem-estar dos animais, vida selvagem e preservação de ambientes rurais Grupo 6 – Desenvolvimento e Habitação • Desenvolvimento econômico, social e comunitário • Habitação • Emprego e treinamento Grupo 7 – Lei, Direito e Política • Organizações de direito, minorias étnicas, associações civis • Serviços legais, prevenção do crime, reabilitação de delinqüentes, apoio as vitimas • Partidos políticos Grupo 8 – Intermediários Filantrópicos e Promoção do voluntar io • Grupos econômicos de concessão de recursos, organizações de captação de recursos • Organizações de intermediários Grupo 9 – Atividades Internacionais • Programas de intercambio, assistência de desenvolvimento, amparo em desastres • Direitos humanos e organizações pacifistas Grupo 10 – Religião • Organizações religiosas Grupo 11 – Associações Profissionais e Sindicatos • Organizações de empregados, sindicatos, associações profissionais Grupo 12 – Não Classificados em Outros Grupos • Não classificados em outros grupos

Quadro 1: Classificação das entidades sem fins lucrativos Fonte: Hudson (1999, p.237)

Em termos oficiais não existe nenhuma classificação para as entidades do

Terceiro setor, pois as mesmas podem ser classificadas sob vários aspectos, porém

Hudson (1999, p.237) propôs uma classificação para as entidades sem fins

lucrativos, qualificando-as em doze grupos distintos, de acordo com as atividades,

que as mesmas desempenham, o que é muito importante, visto a multiplicidade

dessas organizações, exercendo atividades em várias áreas sociais.

2.1 A CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR

A base da contabilidade para as entidades do terceiro setor é a lei

6.404/76, lei das sociedades anônimas ou sociedades por ações e suas alterações

trazidas pelas leis 11.638/2007 e 11.941/2009.

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Segundo Olak (2010, p.62)

No caso específico das ESFL, considerando as características que lhes são pertinentes, é oportuno questionar se os mesmos critérios praticados nas empresas, tanto em termos de escrituração como de divulgação das Demonstrações Contábeis, são também aplicáveis a essas entidades.

Para Araújo (2005, p.53)

... as organizações do terceiro setor estão autorizadas a fazer uso de partes da lei das SA’s, no que se refere, principalmente, às demonstrações contábeis e à escrituração de suas operações. Pode-se inferir que a base legal para a preparação e divulgação das demonstrações contábeis encontra-se na lei nº 6.404/76

A escrituração contábil e os demonstrativos das entidades do terceiro

setor podem fazer uso da lei das Sociedades Anônimas, lei n 6.404/76, para a

elaboração dos seus demonstrativos financeiros, embora alguns autores questionem

se essa lei é suficiente para a elaboração dos mesmos, visto que o terceiro setor

possui características distintas dos demais setores, sendo a principal delas a não

obtenção de lucros e sim de superávits.

Para que haja uma maior transparência na prestação de contas de uma

entidade do terceiro setor, deve-se sempre elaborar os demonstrativos contábeis de

acordo com as normas e os princípios fundamentais da contabilidade.

Normas e práticas contábeis que são aplicadas às entidades do terceiro

setor:

• NBC T 10.4 – Fundações (Resolução CFC nº 837/99);

• NBC 10.8 – Cooperativas;

• NBC 10.16 – Entidades que recebem subsídios, subvenções e

doações. (Revogada pela Resolução do CFC nº 1.143 de 21de novembro de

2008);

• NBC 10.18 – Entidades sindicais e associações de classe (Resolução

do CFC nº 838/99 de 22 de fevereiro de 1999);

• NBC T 10.19 – Entidades sem finalidades de lucros (Resolução do

CFC nº 926/2001 e nº 966/20003) foi revogada pela resolução do CFC nº

1.409/2012 que aprovou a NBC-ITG-2002.

Conforme Iudicibus (2004, p. 89) os princípios contábeis são os conceitos

básicos que constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na

consecução dos objetivos da contabilidade.

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Os princípios contábeis consistem em normas que são capazes de nos

fornecer, demonstrativos financeiros mais fidedignos com a real situação de uma

entidade, facilita também a interpretação da informação contábil aos diversos

usuários.

As entidades do terceiro setor obedecem aos seguintes princípios

contábeis:

• Princípio da Entidade

• Princípio da continuidade

• Princípio da oportunidade

• Princípio do registro pelo valor original

• Princípio da atualização monetária, revogado pela resolução do CFC nº

1.282/10

• Princípio da competência

• Princípio da prudência

O principio da entidade diz que o patrimônio de uma pessoa jurídica, ou

seja, o patrimônio de uma entidade não deve confundir-se com o patrimônio dos

seus proprietários, pessoa física.

O principio da continuidade diz que uma entidade não deve operar por um

período determinado, e sim de forma contínua, até que surjam motivos, sejam

financeiros, econômicos ou jurídicos para que a mesma deixe de exercer suas

atividades.

O princípio da oportunidade fala que as variações patrimoniais, devem ser

escrituradas no momento de sua ocorrência, de forma oportuna, contemplando

sempre os aspectos físicos e monetários.

O principio do registro pelo valor original diz que os registros da

contabilidade devem ser realizados por seus valores originais e expressos em

moeda corrente do país.

O principio da atualização monetária diz que os valores contábeis devem

ser atualizados, se a inflação superar 100% em três anos, este principio foi revogado

pela Resolução do CFC nº 1.282/10.

O principio da competencia diz que as receitas e despesas devem ser

consideradas a partir do seu fato gerador, ou seja, no momento em que as mesmas

ocorreram, independemente se foram recebidas ou pagas respectivamente.

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O principio da prudencia fala que no caso de termos duas opções válidas,

para a quantificação da variação patrimonial, devemos sempre considerar o menor

valor para os bens e direitos, ativos, e o maior valor para as obrigações, passivo,

pois é melhor prever prejuízos do que antecipar lucros, o contador deve ser prudente

ao apresentar os seus resultados, não criando falsas expectativas.

A evidenciação contábil consiste em demonstrar de forma clara e que não

gere dúvidas aos diversos usuários que vão utilizar os demonstrativos contábeis,

informação contábil confiável, elaborada obedecendo aos princípios contábeis e de

as Normas Brasileiras de Contabilidade.

A evidenciação contábil consiste, nos diversos métodos, que estão

disponíveis para que as informações contábeis estejam disponíveis aos usuários da

contabilidade.

De acordo com Iudícibus (2000, p. 118 apud ARAÚJO, 2005, p.45), esses

métodos abrangem:

• Forma e apresentação das demonstrações contábeis; • Informação entre parênteses; • Notas de rodapé (explicativas); • Quadros e demonstrativos suplementares; • Comentários do auditor; e • Relatório da diretoria.

As informações entre parênteses consistem em uma forma de explicar

sobre o título de algum grupo, ou mesmo um critério de avaliação. As notas de

Rodapé, ou notas explicativas, servem como um complemento para as

demonstrações contábeis, acrescentando informações, que não foram evidenciadas

nos demonstrativos contábeis.

Os quadros e demonstrativos suplementares estão contidos nas próprias

notas explicativas e servem para apresentar os demonstrativos contábeis, sob outra

perspectiva de comparação. Os comentários do Auditor consistem no parecer do

auditor a cerca dos demonstrativos contábeis analisados, conferindo uma maior

segurança ao usuário Os relatórios da diretoria apresentam as expectativas dos

gestores com relação ao futuro da entidade, espelhadas nas demonstrações

contábeis.

A base da contabilidade para o terceiro setor é definida pela Lei das

Sociedades Anônimas (Lei 6404/1976), no entanto devem ser feitas algumas

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alterações na nomenclatura das contas que compõem o plano de contas das

mesmas.

De acordo com Araújo (2005, p.54) as demonstrações contábeis para o

terceiro setor são, de acordo com as normas emanadas do CFC:

• O Balanço Patrimonial;

• A Demonstração do Déficit ou Superávit do Exercício;

• A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Social;

• Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos,

que conforme a lei 11.638/07 foi substituída pela

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), passando a ser

obrigatória a divulgação desse demonstrativo.

Obrigatoriamente devem ser divulgadas também as Notas Explicativas,

que não consistem em demonstrativos contábeis, mas é um método de evidenciação

que serve como complemento das demonstrações contábeis.

O Decreto nº 2.356, de 6 de abril de 1998, exige que todos esses

demonstrativos financeiros e contábeis sejam apresentados, para que as entidades

do terceiro setor recebam o certificado de Entidade de Fins Filantrópicos.

Para melhor compreensão do que foi exposto acima, apresentam-se a

seguir alguns aspectos dos demonstrativos contábeis que são essenciais para as

entidades do terceiro setor, possibilitando a evidenciação contábil das mesmas.

2.2 DEMONSTRATIVOS CONTABEIS E SUA IMPORTÂNCIA

Os demonstrativos contábeis fornecem informações financeiras e

econômicas a cerca da situação patrimonial das entidades, em um determinado

período, seja com ou sem fins lucrativos. É importante para as entidades elaborar

tais demonstrativos, pois os mesmos servem como instrumento de gestão

administrativa, auxiliando os gestores das entidades na tomada de decisões.

O terceiro setor tem ocupado um papel relevante no mundo social e

conseqüentemente na economia, os investimentos financeiros são cada vez maiores

em tal setor, há uma necessidade de uma gestão mais transparente e eficaz, o que

é possível quando se faz uso da ciência contábil, através da escrituração e da

elaboração dos demonstrativos contábeis.

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2.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL

De acordo com Iudicibus (2004, p.185)

O Balanço Patrimonial é a peça contábil que retrata a posição das contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os provisionamentos (depreciação, devedores duvidosos etc.) e ajustes, bem como após o encerramento das contas de Receita e Despesa também terem sido executadas.

O balanço patrimonial consiste em demonstrar de forma tempestiva e

qualitativamente a situação patrimonial de uma entidade, seja ela com ou sem

finalidade lucrativa.

O balanço patrimonial é um demonstrativo estático, pois evidencia de

forma sucinta a situação financeira, econômica e patrimonial de uma organização

em um período de tempo, o mesmo apresenta as suas contas, em valores

monetários, tais contas são devidamente denominadas e classificadas.

A nomenclatura das contas, que compõem o plano de contas das

organizações do terceiro setor, não apresentam muitas diferenças se comparadas

ao plano de contas das entidades dos outros setores, deve-se levar em conta as

particularidades que ocorrem de uma entidade para outra quando da elaboração dos

seus planos de contas.

2.2.2 DEMONSTRAÇÃO DO DÉFICIT OU SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO

Conforme Iudicibus (2004, p.197)

A Demonstração do Resultado do Exercício é a expressão máxima, juntamente com o Balanço Patrimonial, da evidenciação contábil emanada da aplicação criteriosa dos procedimentos de escrituração e ajuste, tudo obedecendo aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, prioritariamente à competência.

A Demonstração do déficit ou superávit do exercício é um demonstrativo

que evidencia qual foi o resultado do exercício, neste demonstrativo as receitas

(entradas de recursos), é subtraída dos custos e das despesas (saídas de recursos),

o resultado desta subtração denominamos de superávit (sobra), caso seja um valor

positivo, e se o resultado for negativo, diz-se que teve um déficit (falta), pois seus

custos e suas despesas superaram as suas receitas.

Este demonstrativo é muito importante para as entidades do terceiro

setor, pois evidencia as ações dos gestores, considerando os recursos que foram

obtidos e suas destinações nos custos e despesas para a realização das atividades

desenvolvidas pelo terceiro setor

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2.2.3 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUI DO SOCIAL

Conforme Iudicibus (20004, p.205)

[...] a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia a movimentação, no período de todas as contas do PL. Assim, todo acréscimo e/ou diminuição do PL são evidenciadas através dessa demonstração, conta por conta principal, bem como a formação e utilização de reservas, inclusive as de lucro.

As Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Social

demonstram como e porque as diversas contas do patrimônio líquido sofreram

modificações durante um determinado período.

Este demonstrativo é importante, pois é capaz de gerar informações

sobre a movimentação ocorrida durante um determinado período nas contas que

compõem o grupo do patrimônio líquido social.

O patrimônio social das entidades do terceiro setor é composto por

contribuições, doações e subvenções, em que o contribuinte, o doador ousubventor

não tem como finalidade obter lucros econômicos, mas obter outro tipo de lucro, que

denominamos de lucro social, este lucro é destinado para os outros e não para si.

2.2.4 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECU RSOS (DOAR)

De acordo com Iudicibus (2004, p.212) A Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos (DOAR) trata-se, portanto, de evidenciar com clareza as

Fontes de Capital de Giro Líquido e suas Aplicações.

Este demonstrativo demonstra quais são as fontes, as origens do capital

de giro e suas aplicações nos ativos da empresa.

A DOAR possibilita que as Entidades do terceiro setor representem a

forma da origem e aplicação dos seus recursos e a mesma pode determinar também

a aplicação de políticas eficazes para melhor fazer uso dos seus recursos

disponíveis.

Atualmente este demonstrativo vem sido substituído por um outro

demonstrativo contábil, a demonstração do fluxo de caixa (DFC)

2.2.5.DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)

Conforme Iudicibus (2004, pg. 220) a DFC, por sua vez, demonstra a

origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado

período e o resultado desse fluxo.

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A Demonstração do Fluxo de Caixa consiste em evidenciar os fluxos

financeiros, pois este demonstrativo reflete as movimentações de dinheiro dentro de

uma entidade, demonstra qual foi a origem e aplicação do dinheiro que movimentou

o caixa em um determinado período e qual foi o resultado desse fluxo.

Para as entidades do terceiro setor, a DFC é muito útil, pois a elaboração

da mesma permite um melhor planejamento financeiro e conseqüentemente uma

melhor gestão, determinando qual é o melhor momento de buscar recursos de

terceiros para a manutenção e continuidade da organização.

2.2.6 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com Iudicibus (2004, pg. 74) as notas explicativas devem

complementar, juntamente com outros quadros analíticos ou demonstrações

contábeis, as demonstrações financeiras, servindo para esclarecimento da situação

patrimonial e dos resultados do exercício.

As notas explicativas servem para explicar quais foram os critérios que

foram utilizados pela contabilidade para elaborar os demonstrativos contábeis e para

explicar de uma forma mais clara o saldo de algumas contas que estão presentes

nos mesmos. As notas explicativas auxiliam de forma positiva na análise da situação

econômica e financeira de uma entidade do terceiro setor.

Segundo Garcia (2005, apud GIMENES, 2010, p. 1330): O termo terceiro

setor surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 para designar as entidades que

estavam se proliferando naquele país com finalidades voltadas à filantropia e sem

relação com o Estado nem com empresas privadas

As Entidades do terceiro setor têm aumentado consideravelmente nos

últimos anos, e com isso, surge à necessidade de uma melhor prestação de contas

por parte das mesmas para com os seus doadores, investidores, e é a contabilidade

que proporciona uma maior transparência dos atos da gestão das mesmas, pois a

contabilidade é capaz de evidenciar de forma clara os resultados econômicos e

financeiros de toda e qualquer entidade, seja ela com finalidades lucrativas ou não.

3. METODOLOGIA

Para a elaboração de uma pesquisa científica exige-se a escolha de uma

metodologia. Essa metodologia consiste na melhor forma de expor as suas ideias,

de forma lógica e com coerência.

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A escolha da metodologia é de suma importância para a elaboração de

um trabalho científico. Para Almeida (2011, p.30) trata-se da adoção de

procedimentos padronizados e muito bem descritos, a fim de que outras pessoas

possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos.

O primeiro desafio na elaboração de um trabalho científico consiste na

escolha do tema. Bertucci (2008, p.8) sugere que ao definir um tema, o pesquisador

deve submeter sua escolha a alguns testes. Salomon (1991) sugere pelo menos os

seguintes:

1. O tema deve ser adaptado às possibilidades de quem vai realizá-lo (aptidão, disponibilidade, atual status do pesquisador); 2. O tempo que será disponibilizado para realização da pesquisa; 3. A existência e a disponibilidade da bibliografia disponível (até porque um tema para o qual não se identifica bibliografia disponível, provavelmente, não está adequadamente formulado); 4. A possibilidade de ser operacionalizado, isto é, o pesquisador tem acesso aos dados indispensáveis para realização do trabalho (acesso à empresa, existência de dados, possibilidade de realizar entrevistas e aplicar questionários)

Para a escolha do tema deste trabalho científico, foi feita pesquisa

bibliográfica, analisando o desenvolvimento do terceiro setor no Brasil, onde se

evidenciou um elevado crescimento do mesmo no cenário econômico e social,

despertando o interesse em desenvolver um trabalho que estudasse a maneira

como as mesmas evidenciam os seus resultados econômicos.

Diante das pesquisas realizadas e da relevância do terceiro setor na

economia mundial, surgiu então o seguinte tema: A contabilidade como instrumento

de transparência para as entidades do terceiro setor: Um estudo de caso na

Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD).

Após a definição do tema o próximo passo foi a definição de como serão

os métodos de pesquisa, que irão criar meios de como expor as idéias, sem, no

entanto fugir do tema central do artigo.

Para que este artigo científico alcance os objetivos a que se propõe foram

utilizados na elaboração do mesmo os métodos que serão descritos a seguir.

A pesquisa se dedica à investigação de problemas por meio da utilização

de processos científicos. Esses processos buscam responder à questão formulada,

tornando imprescindíveis os elementos: dúvida, resposta e solução (CERVO;

BERVIAN;SILVA, 2010).

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Considerando os objetivos e a abordagem do problema, podemos

classificar este trabalho científico como uma pesquisa bibliográfica, pois a mesma foi

realizada a partir de materiais já existentes na literatura, tais como, livros, artigos na

internet, revistas e outras publicações de obras relativas ao tema enfatizado.

De acordo com Joaquim (2007 p. 122), uma pesquisa bibliográfica é:

Aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das construções dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.

Por meio da pesquisa bibliográfica, foram demonstrados quais são as

principais características do terceiro setor, como se classificam, as normas que se

aplicam a tal setor, os princípios contábeis, os métodos de evidenciação contábil e

os demonstrativos contábeis que são utilizados pelas entidades do terceiro setor.

Quanto à técnica temos um estudo de caso, onde foram examinados

documentos, demonstrativos contábeis apresentados pela entidade AACD,

disponíveis na internet em seu endereço eletrônico.

Têm-se como universo de pesquisa as Entidades do terceiro setor e um

estudo de caso realizado na AACD

A amostra utilizada consiste nos relatórios contábeis, são eles:

• Balanço Patrimonial

• Demonstração do Déficit ou Superávit do Exercício

• Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido Social

• Demonstração do Fluxo de Caixa

• Notas Explicativas

Foram coletados documentos que são imprescindíveis para a realização

do estudo de caso, tais documentos foram posteriormente analisados para que se

chegasse a uma conclusão sobre a adequação dos mesmos, aos princípios

contábeis, normas brasileiras de contabilidade e métodos de evidenciação contábil.

4 ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (A ACD)

Com o objetivo de demonstrar a importância da contabilidade, como

instrumento de transparência e mensuração do patrimônio das Entidades do terceiro

setor, realizou-se uma pesquisa na Associação de Assistência à Criança Deficiente

(AACD) que tem sede no município de Ibirapuera em São Paulo, onde buscou-se

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identificar qual a formada evidenciação contábil utilizada pela mesma, através de

demonstrativos publicados no site oficial da entidade.

4.1 APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE

A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foi fundada em

1950, e surgiu do sonho de um médico em criar no Brasil um centro de reabilitação

com a mesma qualidade dos centros que já existiam no exterior para tratar de

crianças e adolescente com deficiência, com o intuito de reinseri-los na sociedade.

Inicialmente a entidade funcionava em dois sobrados alugados, mas foi

com a contribuição dos primeiros colaboradores, que a mesma pode fundar seu

primeiro centro de reabilitação, em um terreno doado pela prefeitura.

Atualmente conta com 14 unidades, localizadas em vários estados do

Brasil, foi declarada de Utilidade Pública conforme a lei estadual nº 2.091, de 27 de

dezembro de 1952,o Decreto Federal nº 1.325, de 30 de agosto de 1962, e o

Decreto Municipal nº 19.625, de 25 de novembro de 1983. Também está registrada

no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) sob o nº

10/73/CMDCA/2004 e no Conselho Municipal de Assistência Social.

4.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES DA AACD

A AACD tem como missão promover a prevenção, habilitação e

reabilitação de pessoas com deficiência física, especialmente de crianças,

adolescentes e jovens, favorecendo a integração social. Tem como visão ser a

preferencial em reabilitação e ortopedia para pacientes, médicos e profissionais da

área, trabalhando sempre com responsabilidade social, ética, transparência e

competência.

Os valores da AACD são a ética, a responsabilidade social, sempre

respeitando o ser humano e suas diferenças, prestando serviços de qualidade e com

eficácia, sempre prezando a transparência dos seus atos.

Atualmente a AACD tem parceria com muitas empresas, entre elas o

Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), onde é realizado o TELETON, no qual reúne

artistas e apresentadores com o intuito de buscar mais doações para a AACD.

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4.3 OS MECANISMOS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS DA AACD

A AACD possui vários mecanismos para captação de recursos tais como:

contribuições de associados e mantenedores: AACD marcas, empresas parceiras,

telemarketing, campanhas, produtos financeiros, fundo pró-infância, projetos

incentivados, projeto corrente do bem, prestação de serviços e venda de próteses,

órteses e aparelhos ortopédicos, bazar, eventos, arrecadação através do Teleton,

doações esporádicas, entre outros serviços e produtos próprios para obtenção de

receitas para a AACD.

Com tantos meios de captação de recursos, é imprescindível que se faça

o uso da contabilidade como meio de controle dos recursos recebidos, para uma

maior transparência quanto a gestão e o patrimônio da entidade, para que não

hajam dúvidas quanto a destinação dos mesmos.

4.4 A CONTABILIDADE DA AACD

Dentro de uma entidade, é o departamento de contabilidade quem estuda

e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro dos fatos contábeis

ocorridos, a interpretação dos demonstrativos contábeis, fornece informações sobre

a composição e as variações do patrimônio de uma entidade, auxiliando na tomada

de decisões.

As informações sobre o resultado do exercício, decorrente da gestão de

uma entidade, também auxilia os gestores na tomada de decisões, dando uma total

transparência à aplicação dos recursos.

Com o objetivo de melhorar seus controles internos, a partir de 2011 a

AACD conta com uma equipe de auditoria interna, que tem como objetivo verificar a

eficácia dos controles internos e auxiliar outros setores a apurar a veracidade ou não

de fatos administrativos, cujo conjunto de procedimentos técnicos e metodologia

pudessem detectar evitar ou minimizar fraudes ou erros involuntários, ou seja,

examinar a integridade das informações físicas, contábeis, financeiras e

operacionais da entidade.

A AACD para atingir os seus objetivos, conta também com uma equipe de

controladoria, que tem a responsabilidade de aplicar boa práticas, desta forma são

realizados monitoramentos e controles em ciclos mensais, com o intuito de

acompanhar os resultados obtidos e se os mesmos estão de acordo com as metas

que foram estabelecidas para cada área.

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4.5 ANÁLISE DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE TRANSPA RÊNCIA PARA

AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR.

A palavra evidenciar significa tornar vidente e evidente significa aquilo que

não oferece dúvidas, sendo assim, pode-se dizer que a contabilidade está associada

a palavra divulgar, ou seja, publicar, tornar público os demonstrativos contábeis.

Segundo Iudicibus (2002, p.42) a contabilidade é o grande instrumento de

auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados

econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em

forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a

tomada de decisões.

A contabilidade possui diversos usuários, com propósitos diferentes e o

objetivo da evidenciação vai depender da utilidade da informação para cada usuário,

por isso, o mais indicado é a apresentação de relatórios diferentes com finalidades

específicas.

A informação contábil é recebida pelos usuários, que necessitam da

mesma para a tomada de decisão através da comunicação. A evidenciação contábil

é quem permite essa comunicação entre a instituição e os usuários da contabilidade

e a comunicação total ocorre quando a contabilidade dá a sua opinião, um retorno

aos usuários.

Dentro de um contexto administrativo financeiro e de gestão, pode-se

dizer que a informação contábil tem grande importância na manutenção

organizacional das entidades do terceiro setor. Pois é mediante os demonstrativos

contábeis que uma entidade demonstra o seu desempenho, determinando o

sucesso ou fracasso da mesma.

Pode-se dizer que a ciência contábil e seus relatórios constituem uma

ferramenta gerencial bastante útil para qualquer tipo de entidade, auxiliando os

gestores na tomada de decisões, e fornecendo transparência na gestão, para que

não haja dúvidas quanto ao uso dos recursos.

Os métodos de evidenciação contábil são utilizados por qualquer tipo de

organização, para a obtenção de seus objetivos, onde é evidenciada a situação

patrimonial, econômica e financeira que auxilia os gestores no processo decisório

tanto nas entidades com ou sem fins lucrativos.

A vantagem de uma entidade do terceiro setor fazer uso da ciência

contábil e de seus demonstrativos é que a mesma possui um melhor controle do seu

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patrimônio, das suas receitas e despesas, conhecendo ao final de cada exercício o

seu resultado econômico, seja um déficit ou um superávit.

A idéia de que a contabilidade só é importante para as entidades com fins

lucrativos é bastante ultrapassada. A contabilidade deixou de ser algo obrigatório,

não apenas uma imposição do governo, mas uma ferramenta de gestão, que auxilia

os gestores na tomada de decisão.

5 CONCLUSÃO

A contabilidade é uma ciência que permite a mensuração e o controle do

patrimônio de uma entidade, pode ser utilizada como uma ferramenta de gestão,

auxiliando os gestores na tomada de decisões.

As organizações do terceiro setor estão cada vez mais destacando o seu

papel social e econômico na sociedade, no entanto para que a mesma consiga

desempenhar o seu papel com eficácia, faz-se necessário que os gestores

mantenham uma gestão com transparência, para que não existam dúvidas quanto a

destinação dos recursos que foram doados para tais entidades, para que os

recursos captados sejam cada vez maiores, é então que se faz necessário o uso da

contabilidade, de acordo com os princípios e as normas brasileiras de contabilidade,

para poder mensurar o patrimônio e o resultado social ao final de cada exercício.

O objetivo deste trabalho foi analisar a importância da contabilidade para

as entidades do terceiro setor e se a entidade AACD possui uma contabilidade de

acordo com as normas e princípios contábeis.

Em resposta à problemática, pode-se dizer que A AACD com o intuito de

manter seus usuários internos e externos informados dos seus atos, faz uso da

contabilidade como um instrumento de transparência, para manter e conseguir

novos investidores e para que não existam dúvidas quanto à gestão de seus

recursos e o trabalho desenvolvido pela mesma.

As formas de evidenciação contábil da AACD são os demonstrativos

contábeis que são obrigatórios para as entidades do terceiro setor, são eles: o

Balanço Patrimonial, a Demonstração do Déficit ou Superávit do Exercício, a

Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido Social e a Demonstração dos

Fluxos de Caixa. Os demonstrativos analisados são do exercício de 2012 e estão

publicados na página oficial da AACD na internet.

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Além dos demonstrativos contábeis, a AACD apresenta também as notas

explicativas, relatórios de atividade e os relatórios da auditoria externa, visando

sempre manter a transparência dos atos administrativos, bem como o bom uso dos

recursos disponíveis, de forma eficaz, prestando serviços de qualidade para as

crianças com deficiência.

Esses demonstrativos foram auditados por uma empresa de auditoria

externa, a PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, obtendo um parecer

sem ressalva, pois na opinião dos auditores, as demonstrações financeiras, bem

como os fluxos de caixa e o desempenho de suas operações do exercício de 2012

apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição

patrimonial e financeira da AACD, de acordo com as práticas contábeis adotadas no

Brasil.

Os demonstrativos financeiros foram elaborados de acordo com as

disposições da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 1.409/12, que

aprovou a interpretação técnica ITG 2002 – Entidades sem finalidade de lucros e a

NBC T 10.19 – Entidades sem finalidade de lucros.

Analisando os demonstrativos contábeis pode-se concluir que a AACD

possui potencial para continuar desenvolvendo as suas atividades com eficiência, de

acordo com a sua missão e os objetivos a que se propõe. O papel da AACD na

sociedade é de extrema importância, pois muitas são as crianças e os adolescentes

beneficiados com os projetos sociais e os atendimentos médicos que ocorrem em

várias cidades do Brasil.

6 REFERÊNCIAS AACD: Demonstrações Financeiras em 31 de dezembro de 201 2 e Relatório dos Auditores Independentes. Disponível em: <http://aacd.org.br/relatorio/relatorio2012/RelatoriodeAtividades-financas.pdf> Acesso em: 05 de julho de 2013. AACD: Relatório de atividades do exercício de 2012 . Disponível em: <http://aacd.org.br/relatorio/relatorio2012/RelatoriodeAtividades.pdf> Acesso em: 05 de julho de 2013. ALMEIDA, Mário de Souza. Elaboração de Projeto, TCC, Dissertação e Tese: uma abordagem simples, prática e objetiva. São Paulo: Atlas, 2011. ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para as organizações do terceiro setor . São Paulo: Atlas, 2006.

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FACULDADE CEARENSE – FAC

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Artigo apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação do Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas.

A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA P ARA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR. UM ESTUDO DE CASO NA A SSOCIAÇÃO

DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE (AACD)

Michele Cordeiro Neto

________________________________________ Profa. Dra. Marcia Maria Machado Freitas

Orientadora

________________________________________ Profa. Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb

Membro I

________________________________________ Profa. Ms. Liana Marcia Costa Vieira Marinho

Membro II

Fortaleza - Ce