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A Comunicação nos processos de certificação de comunidades quilombolas do Sertão
do São Francisco: o caso do Alagadiço1
Márcia SANTOS2
Ceres SANTOS3
Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, Bahia
Resumo
Este artigo tem por objetivo realizar um estudo de caso sobre as práticas educomunicativas
adotadas na comunidade quilombola do Alagadiço, localizada a 18 quilômetros do centro de
Juazeiro, Bahia, que contribuíram, junto com ações de outras áreas, para a certificação dessa
população junto a Fundação Palmares, órgão ligado ao Ministério da Cultura, em maio de
2016. Algumas dessas práticas foram idealizadas no campo da Educom, sugerindo a
participação do grupo na concepção e execução das intervenções. Elencamos as metodologias
utilizadas dentro de um projeto de Pesquisa Ação que recorreu a diferentes áreas e atores
sociais para responder a uma demanda oriunda da comunidade. A proposta também recorre
aos conceitos de Educom, proposta por Ismar de Oliveira Soares, de identidade de Stuart Hall
e Nestor Canclini e trabalha com a formulação de Fotoetngorafia de Luiz Eduardo Achutti.
Palavras-chave:
1.Introdução
As intervenções comunicativas propostas para a comunidade do Alagadiço
aconteceram dentro das ações da pesquisa “Perfil Fotoetnográfico das populações
quilombolas do submédio São Francisco: identidades em movimento”, desenvolvida no curso
de Jornalismo em Multimeios, do Departamento de Ciências Humanas (DCH- III), da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no campus de Juazeiro/Ba, desde 2012, com
atividades diversas, como relataremos ao longo deste artigo. Parte desse material está
1 Trabalho apresentado no DT 7 – Comunicação, Espaço e Cidadania, GP Comunicação para a Cidadania, evento
componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2 Márcia Guena dos Santos, Doutora em História Social, jornalista e professora do curso de Jornalismo da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus de Juazeiro (Ba). E-mail: [email protected]
3 Céres Santos, discente do Curso de Doutorado Interinstitucional (Dinter) entre o Programa de Pós-graduação em
Comunicação da Universidade de São Paulo (PPGCOM – USP) e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). E-mail:
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divulgado no blog da pesquisa: quilombosesertões.blogspot.com e toda a proposta de trabalho
foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNEB, após submissão à Plataforma Brasil.
A pesquisa vem delineando o perfil das comunidades quilombolas da região em
questão, utilizando várias metodologias da comunicação em interface com a antropologia: a
principal delas é a fotoetnografia, que já foi utilizada para traçar o perfil de nove comunidades
em Juazeiro; entrevistas semi-abertas gravadas em áudio e vídeo; a postagem e divulgação
do material levantado em plataformas virtuais (blog, facebook e flicker da pesquisa)4, com
veiculação autorizada pelas comunidades. Além desses métodos e metodologias teóricas,
associamos a práxis educomunicativa para a realização de cursos e oficinas.
Nesta fase temos nos debruçado sobre as identidades em questão na região, utilizando
conceitos desenvolvidos por autores Hall (2001) e Canclini, de identidades híbridas e em
movimento. Porém, as aproximações aos sujeitos têm nos conduzido à pesquisa-ação,
trabalhando, assim na mediação entre as comunidades e os direitos quilombolas estabelecidos
pelo Estado.
A área desta pesquisa corresponde ao submédio São Francisco, que engloba
cidades nos estados da Bahia e Pernambuco, “estendendo-se de Remanso
até a cidade de Paulo Afonso (BA), e incluindo as sub-bacias dos rios Pajeú,
Tourão e Vargem, além da sub-bacia do rio Moxotó, último afluente da
margem esquerda” (CODEVASF, 2009). Nesse perímetro estão as cidade
de Remanso, Sobradinho, Juazeiro, Curaça (1); Paulo Afonso, na Bahia;
Petrolina (2), Santa Maria da Boa Vista (3), Ouricuri, Belém do São
Francisco, Floresta (2), Petrolândia (1) e Serra Talhada, em Pernambuco.
Os números entre parênteses representam a quantidade de comunidades
quilombolas certificadas. (SANTOS, 2014).
Nos textos apresentados por esta pesquisa temos chamado atenção para o fato de que
a cidade de Juazeiro possui 73% de população negra – entre pretos e pardos, de acordo com
o último censo do Instituto Brasileiro e Geográfico (IBGE, 2010). O que pode ser explicado
pela forte presença de comunidades de origem negra. No entorno da cidade, existem 14
comunidades quilombolas identificadas pelo Ministério do Desenvolvimento, de acordo com
dados do projeto Geografar (2005) e mais de 40, de acordo com os movimentos sociais
organizados da região. Apesar desses números, não havia até maio de 2016 nenhuma
comunidade quilombola certificada pela Fundação Palmares, tampouco um movimento pela
busca desse direito. O desconhecimento do marco legal estabelecido a partir da constituição
4 Blog: quilombosesertoes.blogspot.com; Flickr: https://www.flickr.com/people/quilombosesertoes;
Facebook: https://www.facebook.com/QuilomboseSertoes?fref=ts
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de 1988 - principalmente o Artigo 68 das Disposições Transitórias que garante a posse da
terra para as populações tradicionais - por parte das comunidades era e ainda é muito grande.
A comunidade do Alagadiço foi a primeira a conquistar a certificação, em maio de 2016.
Hoje no Brasil existem 2.401 comunidades certificadas pela Fundação Cultural
Palmares (2016), estando a Bahia em primeiro lugar, com 597 certificações; em Pernambuco
são 129. Até maio desse ano não existia nenhuma comunidade certificada em Juazeiro e
apenas duas em Petrolina, cidades de alta concentração negra. Em Senhor do Bonfim,
município localizado a 120 quilômetros de Juazeiro, há 16 comunidades quilombolas
certificadas. Acreditamos que esse número seja decorrente de um consistente trabalho de
articulação já existente na região em torno do quilombo de Tijuassu - uma das primeiras
comunidades certificadas naquela cidade, em 20055. Ou seja, a ausência de políticas públicas
direcionadas a esse grupo populacional os tem afastados dos marcos regulatórios quilombola.
Porém, apenas 207 comunidades foram tituladas pelo Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA, 2016). Observa-se que essa questão, posse de terra - envolve
seculares lutas no país. Afora isso e, possivelmente, por conta dessa trajetória as comunidades
enfrentam difíceis e morosos trâmites exigidos pelo Estado para titulação da terra. Assim,
existem 1.533 processos abertos para titulação (INCRA, 2016).
Apesar disso, percebemos, nas entrevistas realizadas com os moradores mais velhos,
que a ocupação dessas áreas, em Juazeiro, data mais de 200 anos. Pessoas com mais de 80
anos relatam histórias de seus avós ou bisavós e suas formas de relação com a terra, que
passava necessariamente pela ocupação de uma área muito maior do que a que vivem hoje e
com acesso à água, diga-se, ao rio. Ou seja, há uma memória afrodescendente, ou negra,
como passaremos a chamar a partir de agora, com relatos intensos da ocupação de origem
africana e indígena na região, que devem ser considerados no estabelecimento de qualquer
política pública.
Uma das ações do grupo de pesquisa foi a criação do Grupo de Articulação
Quilombola envolvendo todas as comunidades interessadas em conhecer os marcos legais
estabelecidos pelo Estado, outras instituições superiores que trabalham com a questão,
entidades civis e a prefeitura do município. O objetivo do grupo é trocar informações sobre
o marco quilombola instituído no país e impulsionar os processos de certificação para as
comunidades interessadas em fazê-lo.
5 Ibidem.
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Definições de quilombos6
Para a nossa pesquisa é importante discutir, de forma permanente o que são
comunidades quilombolas e como esse conceito foi mudando ao longo da história no Brasil
e, mais recentemente, com o fim da ditadura militar e a conquista de direitos sociais. Mesmo
que parece familiar para a esfera política e para os movimentos negros, uma parte importante
das comunidades negras rurais não conhece as sutilezas da história muito menos o marco
legar instaurado a partir de 1988 com a nova constituição.
As mudanças no conceito, ocorridas nos dois últimos séculos
decorrem de inflexões políticas e ideológicas. A definição que utilizamos
de quilombos nessa pesquisa é recente, foi emprestada da Antropologia e é
consequência de uma ampla discussão promovida pela Associação
Brasileira de Antropologia (ABA), com representantes de comunidades
quilombolas e outros setores interessados na questão, como aponta Arruti
(2008, p.316). Assim, em 1994, a Fundação Palmares promoveu em
Brasília, entre os dias 25 e 27 de outubro, um seminário que culminou na
elaboração de um significado para comunidades quilombolas, o qual foi
absorvido pelo Artigo 68 da Constituição Federal (O´DWYER, 2008 apud
SANTOS, 2014).
A expressão adotada incorpora “comunidades negras rurais quilombolas”, territórios
onde vivem as populações quilombolas de origem africana, conceito que incorpora as “terras
de santo”, “terras de preto”, “mucambos” e quilombos (O´DWYER, 2002).
Nesse sentido, é a passagem da condição de escravo para a de camponês
livre que caracteriza esses agrupamentos, independentemente da estratégia
utilizada pelo movimento de resistência. Assim, além da fuga com
ocupação de terras livres – estratégia já amplamente difundida por materiais
didáticos – o recebimento de terras como pagamento por serviços prestados
ao Estado, como heranças, doações, compras ou mesmo permanência em
terras privadas cujos proprietários não deixaram sucessores, também
constituíram meios recorrentes de formação dessas comunidades
(ANDRADE E TRECANNNI, 2000, p. 602, apud CHASIN).
As pesquisas já realizadas apontam que esta definição é ampla o suficiente para
comportar as áreas investigadas. Nelas, a despeito do desconhecimento do marco legal
instituído, as populações de origem negra-indígena estão organizadas por laços de
6 Esta discussão foi realizada mais detalhadamente no artigo, de Márcia Guena dos Santos, “Quilombos de
Juazeiro: enfrentamentos e perspectivas a partir de uma abordagem fotoetnográfica, publicado na Revista
ComSertões. Revista de Comunicação e Cultura do Semiárido, Volume 1, n. 2, 2014.
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solidariedade e consanguinidade. Grandes famílias se formaram nesses territórios, que não
são exclusivamente negros, mas receberam populações indígenas e com o tempo oriundas de
outros estados e territórios. Essa composição torna a discussão sobre a organização
quilombola e os processos de autodeterminação complexos. A ocupação desses territórios
também foi mudando ao longo do tempo. Inicialmente as populações se organizaram nas
margens do Rio São Francisco, o que facilitava a pequena produção. A chegada de grandes
empreendimentos agrícolas e de grandes projetos estatais, como as hidrelétricas, provocou a
expulsão dessas populações para áreas mais internas. Um processo que se repetiu em quase
todas as oito comunidades investigadas, mais particularmente no Alagadiço. É o que temos
visto nas visitas às comunidades quilombolas. Em relação à ocupação do espaço, O´Dwyer
define muito bem:
No que diz respeito à territorialidade desses grupos, a ocupação da terra não
é feita em termos de lotes individuais, predominando seu uso comum. A
utilização dessas áreas obedece a sazonalização das atividades, sejam
agrícolas, extrativistas ou outras, caracterizando diferentes formas de uso e
ocupação dos elementos essenciais ao ecossistema, que tomam por base
laços de parentesco e vizinhança, assentados em relações de solidariedade
e reciprocidade (O´DWYER, 2008 apud SANTOS, 2014).
O marco legal instituído passou a chamar esses grupos de Comunidades
remanescentes de quilombo”, as quais definem como grupos étnico-raciais segundo critérios
de auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica sofrida, de acordo com o estabelecido pelo Decreto 4.887/2003 (SEPIR, 2012). Sem
negar a definição acima, a Fundação Palmares enfatiza que “Quilombolas são descendentes
de africanos escravizados que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao
longo dos séculos” (FUNDAÇÃO PALMARES, 2016).
O Alagadiço
A comunidade quilombola do Alagadiço pode ser pensada a partir dessa definição de
quilombo: um território de confluência de populações negras e indígena, que se uniram por
laços de solidariedade, mantendo práticas culturais herdadas de seus ancestrais. As margens
do Rio São Francisco que contornam a cidade de Juazeiro/BA, localizada a 500 quilômetros
da capital do Estado da Bahia (Salvador), abrigam cerca de 14 comunidades negro-indígenas,
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remanescentes de quilombos e de outras nações indígenas, que vivem nessas terras há mais
de 200 anos. A maioria delas foi deslocada de suas áreas originais por projetos públicos ou
privados, vinculados, principalmente, ao agronegócio e à construção de hidroelétricas.
Sofrem com problemas estruturais básicos, como falta de saneamento básico, de transporte
público e de assistência médica. E na região, banhada por um dos maiores rios do país,
conhecida pelos grandes projetos de fruticultura irrigada, estas populações sofrem de um mal
maior: falta de acesso a água para trabalhar e produzir. Uma delas é a comunidade quilombola
do Alagadiço.
A ocupação da comunidade do Alagadiço data mais de 200 anos, por famílias negras
recém saídas do sistema escravocrata, que ali foram se agrupando e estabelecendo laços de
solidariedade. Pessoas com mais de 80 anos, como Dona Alvina dos Santos, relatam histórias
de seus avós ou bisavós e suas formas de relação com a terra, que passava, necessariamente
pela ocupação de uma área muito maior do que a que vivem hoje e com acesso à água. Diga-
se, ao rio. Ou seja, há uma memória negra com relatos intensos da ocupação de origem
africana na região.
Recentemente a comunidade alterou o seu estatuto para Comunidade quilombola e
transformou a antiga Associação de Trabalhadores agrícolas em “Associação da Comunidade
dos Remanescentes Quilombolas de Alagadiço”, e vem discutindo a sua história e origem
quilombolas.
As ações do projeto
As ações realizadas na comunidade do Alagadiço começaram em 2012 com a primeira
aproximação à comunidade seguindo a metodologia inicial do projeto, que pretendia apenas
traçar um perfil fotoetnográfico. O método adotado concerne na realização de conversas e
entrevistas preliminares com o objetivo de apresentar a pesquisa e detectar se a comunidade
tem interesse em realiza-la. Em um segundo momento realizamos entrevistas e imagens com
os moradores mais velhos e as lideranças com o objetivo de conhecer a história da
comunidade; intercalamos com a construção do perfil fotoetnográfico das pessoas e do
território. Foi no âmbito da pesquisa a essa comunidade que fomos inquiridos, pela moradora
mais velha, Dona Alvina dos Santos, se só faríamos aquilo, se não levaríamos algum
benefício para a comunidade. Essa pergunta conduziu o projeto a incorporação de outras
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metodologias: a pesquisa ação e a educomunicação. Passamos a realizar conversas periódicas
com o grupo para saber seus desejos e necessidades, e entre eles estava a busca para a
certificação. Assim, a pesquisa passou a contribuir com o processo de certificação através de
várias ações no campo da comunicação e também multidisciplinares, com a colaboração de
outros pesquisadores e instituições.
Desse modo, há um pouco mais de três anos, vem acontecendo na comunidade um
trabalho constante e formativo, já que se trata de um grupo com baixa formação e precário
acesso aos bens e equipamentos públicos. Todas as questões que envolvem certificação e
titulação da terra, por exemplo, são debatidas, por solicitação da comunidade, até que tenha
um grau de amadurecimento suficiente para realizar suas opções. Além dos integrantes do
projeto de pesquisa, contamos com colaboradores ligados a diferentes instituições: a
Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade ligada a Igreja Católica; a Associação de
Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR); os professores Gabriela Barreto de Sá, da área
de Direito, da UNEB; Ícaro Maia, geógrafo da Universidade do Vale do São Francisco
(Univasf); Ceres Santos, da área de Comunicação Social, UNEB; a Associação de Mulheres
Rendeiras; e mais recentemente o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada
(IRPAA) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Igualdade Social (Sedis), de
Juazeiro, Bahia.
Elencamos na sequencia as principais intervenções realizadas na comunidade e com
interfaces com a área de Comunicação: 1. Visita preliminar; 2. Consulta e entrevista a
moradores mais velhos e lideranças locais; 3. Realização do perfil fotoetnográfico da
comunidade; 4. Palestras sobre direito quilombola; 5. Oficina de fotografia com a
comunidade seguida de almoço coletivo, realizada por um bolsista da pesquisa em associação
a disciplina Comunicação Comunitária ministrada no curso de Jornalismo da Uneb pela
professora Gislene Moreira; 6. Reunião com a comunidade para discussão do processo de
certificação com a presença da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Associação de
Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR); 7. Encontro para revisão do estatuto da antiga
associação de moradores; 8. Visita para organização das próximas atividades; 8. Oficina de
Web, realizada na UNEB, com duração de 30 horas; 9. Registro (fotos e textos) da assembleia
para aprovação do novo estatuto da associação enquanto comunidade quilombola; 10.
Reunião para discussão de atividades de geração de renda; 11. Palestra com a liderança da
Associação de Mulheres Rendeiras de Petrolina; 12. Visita à Associação de Mulheres
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Rendeiras; 13. Participação das ações do 20 de novembro na Associação de Mulheres
Rendeiras; 14. Exposição fotográfica realizada pelos pesquisadores e lançada na comunidade,
a partir das imagens do projeto; 15. Abertura da mesma exposição no principal teatro da
cidade: Teatro João Gilberto, com debate com a comunidade; 16. Participação da comunidade
na mesa do dia da Consciência Negra (2015); 17. Discussão do significado da Certificação,
após a publicação em 20 de maio; 18. Rearticulação da comunidade com agentes públicos da
municipalidade e outras universidades que pesquisam o tema.
A partir desse elenco de ações dedicaremos uma maior discussão a três intervenções
realizadas no campo da comunicação: a oficina de fotografia; a oficina de Web; e a exposição
fotográfica.
A Oficina de Fotografia
Antes de descrever a metodologia adotada para a construção da oficina de fotografia
é importante destacar que discutimos, no grupo de pesquisa alguns aspectos teóricos: o
primeiro deles foi a dimensão da fotografia na contemporaneidade, que não nos alongaremos
aqui, mas é importante frisar que discutimos autores como Susan Sontag (2006) e Phillip
Dubois, destacando o aspecto indiciário da imagem, sem, contudo elevá-lo a exclusiva fonte
de sentido da imagem, mas destacando ainda como fundamentais a autoria e as relações com
o sujeito fotografado e com aquele que a observa.
Além desses aspectos que antecedem as práticas propostas, trabalhamos com um
conceito chave da pesquisa: a fotoetnografia. Temos como referências autores como Paulo
César Boni (2011) e Luiz Eduardo Achutti (2004), um dos principais pesquisadores do tema.
Para ele, a utilização dessa metodologia transforma a fotografia em principal linguagem narrativa
nas pesquisas etnográficas. Ele propõe que se trabalhe com sequencias organizadas de imagens,
partindo de um planejamento prévio, que consiga explorar o tema em seus aspectos mais íntimos e
mais genéricos. É “a fotografia como escritura por inteiro, quando se para de recorrer às palavras para
se deixar levar em uma viagem visual reveladora, abrigando o inefável que igualmente encerra
conhecimento e sentido” (ACHUTTI, 2004, p. 87).
A oficina foi realizada em junho de 2013, por um grupo de estudantes da disciplina
Comunicação e Educação II, Adailma Gomes, Amanda Lima, Cátia Regina e um bolsista do
projeto de pesquisa que ora abordamos nesse projeto, Juliano Ferreira, que propôs a oficina
e a vinculou ao projeto de pesquisa, e a autora deste artigo, Márcia Guena realizou a palestra
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de abertura. Na oficina, os estudantes reuniram um grupo de 20 10 pessoas da comunidade,
na antiga sede da escola do Alagadiço, hoje em desuso, e ministrou uma oficina de 8 horas,
realizada, dividida em duas partes: a primeira consistiu em passar informações sobre a
fotografia enquanto linguagem e algumas técnicas; na segunda a pretensão era realizar
registros sobre temas de interesse da comunidade, tendo como cenário de fundo o fato de
serem quilombolas. Na primeira parte encontro foram apresentadas noções muito
preliminares e rápidas de fotografia abordando os seguintes tópicos: história e fotógrafos;
aspectos visuais como composição, enquadramento e cores; e noções sobre o equipamento,
tendo o cuidado de aproveitar o que a comunidade dispunha, mas foi apresentado o
equipamento utilizado no curso de Jornalismo, a câmara Canon EOS 60D. Ao longo da
oficina muitas imagens e fotógrafos foram apresentados.
Na segunda parte a comunidade foi convidada a discutir que aspectos gostaria de fotografar.
Para isso foi realizada uma dinâmica de grupo, na qual os moradores foram instigados a
levantar questões de interesse. As perguntas feitas foram as seguintes: o que gostariam de
fotografar? Quais os temas de interesse? “Moradia, Acesso à água, estradas, animais,
famílias, seca, plantações, entre outros temas demonstravam que a comunidade conseguiu
enxergar na atividade uma forma de mapear seu espaço e aspectos culturais para catalogação
e possível reconhecimento como comunidade quilombola” (MÍDIA E ESCOLA, 2013).
Todos saíram a campo, realizaram suas imagens, em um mesmo dia, as quais foram
armazenadas para avaliação e discussão no encontro seguinte. Este foi o ponto alto da oficina.
As imagens realizadas pelo grupo de moradores mais velhos retratou os espaços da
comunidade e a família. Foi um momento de lembrar histórias e de muito riso. Contaram
sobre as mudanças ocorridas no espaço, o que havia e o tamanho do território; lembraram de
suas famílias, quem era filho de quem e como chegaram ali. Conseguiram também tecer
alguns comentários sobre aspectos técnicos como planos e enquadramento.
Dona Vinô, liderança política da comunidade, também fez questão de fotografia,
mesmo diante de sua deficiência visual. “A vegetação local quase despercebida no cotidiano
ganhou destaque e beleza nas fotografias daquela desconfiada e simpática senhora” (MÍDA E
ECOLA, 2013).
Os mais jovens fizeram retratos nos locais mais bonitos da comunidade: nas árvores
frondosas; na beira do rio, ainda que distante; e em suas casas. Se interessaram muito pelos
equipamentos e buscaram, de forma mais pronunciada, dar respostas técnicas, principalmente
com a variação de planos. Revelaram uma importante dimensão para a comunicação nos
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nossos dias, que é a relação com as redes sociais. O fato de estarem em uma comunidade
quilombola, desprovida de equipamentos públicos e de acesso à bens de consumo, isso não
diminui o desejo de estar inserido nesse contexto, apontando assim para o aspecto mais
contemporâneo do conceito de quilombo: estas comunidades estão no mundo e convivem
com o mundo contemporâneo, apesar de não acessá-lo plenamente. Ou seja, não estão
isoladas do mundo, estacionadas no tempo.
Oficina de Web
A segunda experiência no campo da comunicação foi a oficina de Web realizada com
um grupo de 19 jovens, com duração de 30 horas, de 14 a 19 de agosto de 2014. A
comunidade havia esta formação para os jovens. A oficina foi dividida em cinco encontros e
teve a participação de dezenove jovens. Os encontros tinham como objetivo proporcionar
uma formação inicial no uso de tecnologias virtuais, principalmente o uso das redes sociais e
blogs, dentro de uma proposta de ciberativismo, no caso particular as plataformas
relacionadas a comunidades quilombolas. Selecionamos um grupo de jovens que tinham
como escolaridade mínima o sexto ano do ensino fundamental.
A oficina foi ministrada pelo bolsista de iniciação científica Danilo Borges, sob a
supervisão de Márcia Guena. Foram abordados os seguintes temas: uma breve história da
internet e da computação; noções técnicas sobre o computador. Logo foi solicitado ao grupo
que acessasse a internet e entrasse nos blogs de maior interesse. Esses interesses foram
discutidos para saber se conheciam outros sites que não fosse apenas de entretenimento.
Constatou-se que grupo não transitava por blogs de caráter informativo ou político ou que
abordassem a temática quilombola. Apresentamos então alguns sites e blogs com essa
temática e o próprio blog da pesquisa (quilombosesertoes.blogspot.com). Assim, a discussão
quilombola foi tratada através das experiências no ciberespaço.
Depois dessas noções, solicitamos ao grupo que escrevesse um texto sobre sua
comunidade, semelhante a uma notícia jornalística, com foto, cuja finalidade de postá-la em
sua página do facebook. Essa foi a atividade mais demorada, pois demandou introdução de
noções ao programa word; uma breve discussão sobre o texto jornalístico e seu formato, a
partir de leituras de notícias sugeridas ao grupo; a escolha de temas (pauta); o retorno a
comunidade para o levantamento de informações; a redação dos textos; a correção dos textos;
e finalmente a postagem em suas redes sociais. Poucos jovens chegaram ao final do processo
com um texto pronto. Percebemos que a grande dificuldade estava mesmo na escrita. Muitos
deles, apesar de terem concluído o quinto ano do ensino fundamental, não sabiam escrever
ou escreviam com muita dificuldade. Uma constatação bastante difícil. Todos tinham muito
interesse em circular pelo ambiente virtual, porém não dominavam a escrita.
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Nesta oficina conseguimos aplicar alguns métodos de Educom, principalmente na
construção coletiva de um processo comunicativo, porém nos deparamos com um problema
novo para nós: um letramento digital crescente e com bastante interesse do grupo e uma baixa
capacidade de leitura e escrita de textos na língua padrão. Esta constatação nos remeteu a
continuar o trabalho na comunidade e pensar em novas saídas no campo da comunicação.
Práticas Educomunicativas
Antes do grupo desta pesquisa iniciar suas atividades de campo, todas as ações são
discutidas no coletivo, seguindo uma lógica educomunicativa, aqui entendida, como destaca
Soares (s/a, p.8) como um conjunto das ações inerentes a processos, programas e produtos,
destinados a criar e a fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços formais e informais,
em relação a ensino aprendizagem.
Na verdade, o projeto funciona com um caráter de mediador social, é através dele é que
a relação com a comunidade do Alagadiço é estabelecida e essa interação, segundo Soares
(2011p. 13) “é essencialmente práxis social, originando um paradigma orientador da gestão
de ações em sociedade. Não pode ser reduzida a um capítulo de didática, confundida com a
mera aplicação das TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação) no ensino”. Nesse
sentido, o projeto é alicerçado por intenções e práticas voltadas para a cidadania, no caso,
contribuir para a firmação da identidade quilombola entre os moradores do local.
Cabe ressaltar que Soares (2001) assim conceitua Educom:
... designa um campo de ação emergente na interface de entre os dois
tradicionais campos da educação e da comunicação, apresenta-se hoje, como
um excelente caminho de renovação das práticas sociais que objetivam
ampliar as condições de expressão de todos os seguimentos humanos,
especialmente da infância e da juventude. (IBDEM, p.15)
Observa-se que o projeto promove discussões com a comunidade do Alagadiço
recorrendo a Educom não só para a realização de oficinas técnicas de fotografia, mas para
associar a essas práticas um reforço e reflexão das identidades que envolvem ‘ser
quilombola’. Nesse caso, precisamos atentar ao que nos diz Hall (2001, p.48) quando afirma
que as identidades nacionais “não são coisas com as quais nós nascemos, mas são formadas
e transformadas no interior da representação”.
Segundo o autor essas identidades produzem sentidos sobre a ‘nação’, com os quais
podemos nos identificar e assim, construir identidades. Por isso, o projeto compreende que
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‘ser quilombola’ tem um sentido, uma intenção de promover o pertencimento dos moradores
do Alagadiço a uma concepção ampla que ora retorna ao passado, ora localiza-se na
atualidade, nas lutas, por exemplo, pelo reconhecimento e concessão da titulação das terras
remanescentes de quilombos.
Sendo assim, ‘ser quilombola’ articula e amalgama várias categorias discursivas,
como a de raça, pertencimento ao meio rural, assim como reúne questões macro e
relacionadas a política que o Estado implanta para a promoção e desenvolvimento das
comunidades quilombolas. Sem dúvida e apesar dos limites da execução e dos objetivos desse
projeto, suas ações contribuíram para o fortalecimento desse ‘ser quilombola’ e, com isso,
estimulou a comunidade a reivindicar pelos seus direitos. Nesse caso, é importante entender,
como fala a União Brasileira de Educação e Ensino (UBEE, 2014) no seu Manual de
Educação, Um caminho para o protagonista de crianças, adolescentes e jovens, destaca que
“quando educomunicamos diminuímos as distâncias e ajudamos as pessoas a tomarem
conhecimento dos fatos que acontecem no mundo e auxiliamos os indivíduos a exercerem
plenamente a sua cidadania” (p.4).
As entrevistas com as pessoas mais idosas da comunidade, feitas pela equipe do
projeto também contribuíram na reconstrução identitária, do passado, da história do
Alagadiço, que, segundo o Ceafro (2008, p.14):
são narrativas que contam um pouco da vida do município e/ou de uma
comunidade específica, resgatando suas origens, como surgiu, se existe há
muito tempo, quem foram seus pioneiros, se já foi maior, se já pertenceu a
outro município etc. além de explanações sobre como o município se
encontra atualmente e também a histórias dos seus bairros, comunidades e
distritos.
Considerações finais
Ao longo de três anos de pesquisa junto à comunidade do Alagadiço conseguimos
inicialmente, como pretendia o projeto inicial, realizar um perfil das pessoas e do território.
Porém, nos foi cobrado ir além, o que culminou na certificação da comunidade junto à
Fundação Palmares. Para isso recorremos a metodologias de trabalho científico que nos
dessem suporte, dentro de nossa área: a pesquisa ação e a Educom, centrais nesse processo
de mediação que estabelecemos com a comunidade. Com cuidado e sem pressa, conseguimos
construir um canal de diálogo que permitiu que o grupo expressasse seus desejos, em uma
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negociação constante com nosso projeto. Criamos ações articuladas com outras instituições,
adquirindo um caráter multidisciplinar, sem perder a comunicação como nosso foco
principal.
Assim, as duas oficinas descritas e analisadas acima resultam de um processo de
discussão sobre o papel da Educom na construção de cidadania e uma forma de aprendizado
da realizada para populações politica e socialmente marginalizadas. É importante destacar o
pela da fotoetnografia enquanto metodologia capaz de responder a novas narrativas desses
territórios, realizadas pelos sujeitos desses espaços.
Então, o projeto “Perfil Fotoetnográfico das populações quilombolas do submédio
São Francisco: identidades em movimento”, ao recorrer a Educom possibilita ao sujeito se
tornar participante da realidade social em que vive. A equipe do projeto, na verdade, atua
como um educomunicador cuja função, de intermediar as reflexões, contribui para apresentar
à sociedade uma forma de conexão com o mundo. Essa pretensão se solidifica por meio da
apresentação da reflexão sobre ‘ser quilombola’ e, também, por propiciar o acesso e um certo
grau de apropriação das novas tecnologias, como meio de reforço às discussões sobre a mídia
e seus efeitos, inclusive, na formação ou desconstrução do “ser quilombola’.
Esse é um projeto de pesquisa contínuo que dialoga com questões trazidas por um
grupo que tenta recuperar o tempo perdido em relação à caminhada pela garantia de direitos
e de inserção cidadã.
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