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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação São Paulo - SP 05 a 09/09/2016 1 A produção documentária na internet: um estudo sobre o audiovisual jornalístico 1 José Jullian Gomes de SOUZA 2 Paulo Eduardo CAJAZEIRA 3 Universidade Federal do Cariri, CE Resumo: Este artigo parte da proposição que na contemporaneidade da produção audiovisual jornalística, com ênfase na mídia digital e na internet, novos formatos e linguagens são desenvolvidos. Para tal efeito, volta-se até a produção cinematográfica como exemplo de linguagem menos padronizada e esquemática, como se observa no telejornalismo. Neste sentido, procuramos analisar o estado da arte desses novos produtos audiovisuais para a internet. Nossos objetos de estudo se concentram nas produções do El País e seus documentários em ambiente nativo. Assim, será possível compreender as mudanças na produção audiovisual webjornalística na internet e como os jornalistas se situam nessa nova mídia, por meio de estudo exploratório das produções audiovisuais. Palavras-chave: documentário; audiovisual; cinema; webjornalismo; internet; Introdução Na contemporaneidade da produção documentária jornalística, atenta-se aos os estudos que cercam o cenário digital advindo com a presença mediada pelo computador, das ferramentas tecnológicas e a expansão da internet na vida cotidiana com expansão da internet, na vida cotidiana. A diversificação que o novo meio de comunicação propõe, para a produção audiovisual, perpassa as fronteiras do que até então vinha sendo produzido e observado no cinema e na televisão. Diante as novas tecnologias digitais, o documentário digital e o webdocumentário assim, como a produção jornalística audiovisual online se encontram, hoje, numa relação de experimentações e descobertas por linguagens e formatos diante a nova mídia. O cenário audiovisual contemporâneo é múltiplo, vasto e dialoga com os demais meios, através de um processo de hibridação e convergência tecnológica. Assim, como das características que são agregadas e visualizadas na narrativa do documentário 1 Trabalho apresentado na Divisão Temática Jornalismo, da Intercom Júnior XII Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação 2 Graduado em Jornalismo na Universidade Federal do Cariri (UFCA/Brasil). Membro do Centro de Estudos e Pesquisa em Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil), email: [email protected] 3 Orientador do trabalho. Professor de Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Cariri e do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (UFCA/Brasil), Membro do Centro de Estudos em Pesquisa em Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil). Jornalista e Ceará (UFCA/Brasil) Pós-doutor em Ciências da Comunicação (UBI/Portugal). Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP/Brasil), email: [email protected]

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

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A produção documentária na internet: um estudo sobre o audiovisual jornalístico1

José Jullian Gomes de SOUZA

2

Paulo Eduardo CAJAZEIRA3

Universidade Federal do Cariri, CE

Resumo:

Este artigo parte da proposição que na contemporaneidade da produção audiovisual

jornalística, com ênfase na mídia digital e na internet, novos formatos e linguagens são

desenvolvidos. Para tal efeito, volta-se até a produção cinematográfica como exemplo de

linguagem menos padronizada e esquemática, como se observa no telejornalismo. Neste

sentido, procuramos analisar o estado da arte desses novos produtos audiovisuais para a

internet. Nossos objetos de estudo se concentram nas produções do El País e seus

documentários em ambiente nativo. Assim, será possível compreender as mudanças na

produção audiovisual webjornalística na internet e como os jornalistas se situam nessa nova

mídia, por meio de estudo exploratório das produções audiovisuais.

Palavras-chave: documentário; audiovisual; cinema; webjornalismo; internet;

Introdução

Na contemporaneidade da produção documentária jornalística, atenta-se aos os

estudos que cercam o cenário digital advindo com a presença mediada pelo computador,

das ferramentas tecnológicas e a expansão da internet na vida cotidiana com expansão da

internet, na vida cotidiana. A diversificação que o novo meio de comunicação propõe, para

a produção audiovisual, perpassa as fronteiras do que até então vinha sendo produzido e

observado no cinema e na televisão. Diante as novas tecnologias digitais, o documentário

digital e o webdocumentário – assim, como a produção jornalística audiovisual online – se

encontram, hoje, numa relação de experimentações e descobertas por linguagens e formatos

diante a nova mídia.

O cenário audiovisual contemporâneo é múltiplo, vasto e dialoga com os demais

meios, através de um processo de hibridação e convergência tecnológica. Assim, como das

características que são agregadas e visualizadas na narrativa do documentário

1 Trabalho apresentado na Divisão Temática Jornalismo, da Intercom Júnior – XII Jornada de Iniciação Científica em

Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação

2 Graduado em Jornalismo na Universidade Federal do Cariri (UFCA/Brasil). Membro do Centro de Estudos e Pesquisa

em Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil), email: [email protected]

3 Orientador do trabalho. Professor de Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Cariri e do

Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (UFCA/Brasil), Membro do Centro de Estudos em Pesquisa em

Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil). Jornalista e Ceará (UFCA/Brasil) Pós-doutor em Ciências da Comunicação

(UBI/Portugal). Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP/Brasil), email: [email protected]

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(interatividade, multimídia e banco de dados entre outros), aproximando produto e

espectador-usuário para a vivência de uma construção audiovisual jornalística menos

fechada, como vista no telejornalismo e, mais aberta, como a produção documentária

cinematográfica.

A partir dessa aproximação com a linguagem cinematográfica, para a construção de

sua identidade (ainda em andamento), este artigo procura refletir sobre a produção

documentária digital na internet, seu formato, linguagem e transformações relacionadas ao

seu fazer e relacionamento com o campo midiático digital. Discutindo como essas

produções estão sendo produzidas e difundidas, nesses últimos anos do século XXI.

Neste sentido, nosso estudo se dará com base na produção audiovisual jornalística

do El País. Representando um modelo de inovação para os estudos do campo audiovisual,

que se encontra em torno de novas experimentações, na relação com as novas tecnologias,

na produção de vídeos jornalísticos para a internet. Assim, faremos um estudo exploratório,

através de um estudo de caso, das transmutações e configurações do campo audiovisual na

contemporaneidade.

Documentário e cinema

Algumas breves leituras sobre o cinema (BAZIN, 2014; MASCARELLO, 2006;

PESSOA, 2011) - uma vez que atentamos o foco inicialmente em seu surgimento – e, já é

possível observar a aproximação entre o campo cinematográfico e a produção

documentária. As origens do cinema corroboram para visualizar o início de uma produção,

que visa retratar, registrar, documentar uma época, o cotidiano e uma determinada

sociedade. Pois, aqui, ainda se trata do cinema não enquanto uma nova linguagem, mas

como uma descoberta, ciência da produção da imagem em movimento, como reflexo do

processo de transformação e avançar tecnológicos.

Entrelaçados, o cinema e o documentário caminharam rumo a uma construção das

primeiras visualidades no século XIX, bem como da sua identidade. Mas, foi em meados

dos anos 1920 e 1930, que o uso do termo documentário adquiriu força e, passou a ser

utilizado para designar um domínio específico no campo das ciências humanas

(MASCARELLO, 2006). E, que se torna alvo de constantes conflitos e debates para a sua

conceituação – o que não é nosso objetivo neste trabalho.

Considerado por alguns pesquisadores e estudiosos – apesar das discussões e,

determinar um tempo preciso - como o primeiro documentário, o projeto fílmico que

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encabeça tal produção é Nanook of the North (1920) – Nanook, o Esquimó -, do

documentarista Robert Flaherty. A produção de Flaherty tornou-se referência e um marco

para a produção audiovisual de documentário. Pois, o emprego de uma montagem e olhar

diferenciados como, por exemplo, a não presença de um condutor diretamente a frente das

câmeras, a observação da realidade e a apresentação de um cotidiano que retratasse as ações

costumeiras, se diferenciavam das produções que a cinematografia vinha produzindo até

então (DA-RIN, 2004).

O documentário produzido por Flaherty é um projeto idealizado após dez anos de

pesquisa e contato do explorador com os Inuk, povo que habitava a região norte-americana

da Baia de Hudson, no norte do Canadá. Conforma explica Da-Rin (2004), pela primeira

vez, o objeto de filmagem era submetido a uma interpretação, a um processo de

desmontagem que o diferenciava dos demais filmes documentários, que eram produzidos e

exibidos com o desenvolver da própria técnica de filmagem.

A relação entre cinema e linguagem documentária funciona como um start, ou seja,

um começa para diversas vias de exploração possibilidades criativas. Um início que busca

retratar uma realidade sob o olhar ou olhares que constroem e dão sentidos e, fazem com o

que o espectador possa estabelecer, em parte, seu próprio conceito, explicação e significado

sobre o produto audiovisual exibido.

É o cinema também que proporciona as primeiras discussões sobre admitir o

documentário como um campo conceitual ou não, estético e analítico. Teóricos se dividem

para explicar o que vem a ser o documentário e, a sua representatividade no universo

cinematográfico e da produção audiovisual. Porém, tal atração pode explicar quão diverso e

vasto é a sua origem, criação e desenvolvimento nesse cenário envolto de possibilidades.

Afinal, “se o documentário coubesse dentro de fronteiras fáceis de estabelecer, certamente

não seria tão rico e fascinante em suas múltiplas manifestações” (DA-RIN, 2004, p. 15).

A produção documentária na internet: novos formatos e linguagens

Se o cinema introduziu uma linguagem audiovisual, seja ficcional ou não, é certo

que várias áreas se apropriaram dessa nova forma de narrar e produzir conteúdos. O

jornalismo com larga experiência de produção impressa passou pela produção sonora, com

o rádio. Mas, com o despontamento da televisão na década de 1950 uma nova linguagem

informativa começava a ser elaborada: o telejornalismo.

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Nosso objetivo não está centrado em discuti-lo, pois buscamos o caminhar

tecnológico e as novas possibilidades de produção documentária. Porém, é importante

compreender que o campo documentário passa pela televisão, diferente do cinema e, produz

efeitos que colaboram para que o audiovisual elaborado para o ambiente digital seja

remodelado sobre outras miríades. Dessa forma, o território digital busca afastar-se da TV,

buscando uma linguagem que dialogue com as suas ferramentas e com o seu público.

O ambiente tecnológico tem fortemente buscado desenvolver sua linguagem. Para

isso parte-se da busca em compreender as potencialidades das suas ferramentas, do seu

veículo e do seu público. Este, aliás, que é de fundamental interesse nesse processo de

remodelação do conteúdo audiovisual para a plataforma digital. Assim, temos como um

novo produto o webdocumentário ou documentário digital, que se apresenta como um

produto inovador, em parte, e derivado das funcionalidades da internet.

O webdocumentário ou documentário digital é uma derivação do documentário

visualizado no cinema e na televisão. Carente de uma bibliografia que o possa conceituar

encontra-se em alguns autores como Penafria (2013), Manovich (2001), Johnson (2001) e

Laurel (1991) pistas e indícios do que seria esse novo formato audiovisual e, o modo como

ele foi sendo elaborado. O que possibilita uma maior compreensão dessa nova linguagem

na contemporaneidade da comunicação audiovisual.

Manovich (2001, p. 20) explica que a origem das novas mídias está na integração

entre os demais meios de comunicação, formando, assim, um sistema integrado e

multimidiático no computador. Assim, “o resultado é a nova mídia: gráficos, imagens em

movimento, sons, formas, espaços e textos, os quais se tornam computáveis”. Esse sistema

integrado, funcionando em um modelo interativo representa a interface dos dados e do

canal de comunicação com o usuário. E, que define o webdocumentário “como uma obra

disponibilizada na Internet que opera e representa um recorte poético do mundo da vida,

sendo composta por uma interface que integra e relaciona elementos multimédia

interativos” (PENAFRIA, 2013, 152).

O webdocumentário é um formato que se apresenta diante as novas tecnologias

computadorizadas. E que parte de características visualizadas no cenário webjornalismo,

principalmente quando tratamos da interatividade. Um conceito difuso, ainda com grandes

questionamentos e que divide a opinião de estudiosos e teóricos. Porém, pode-se pensar no

webdocumentário como um audiovisual imersivo como propõe Janet Murray (2003), ao

falar sobre as narrativas digitais. .

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Essa imersão é possível através do maior grau de proximidade entre o produto e o

usuário-espectador, através de determinas e específicas características da web. Uma vez que

o próprio meio disponibiliza ferramentas e meios para esse contato. Assim, a produção de

webdocumentário apresenta uma relação de interação humano-computador (LAUREL,

1991) mediada pela tecnologia e, produzindo a implementação de uma nova estética

audiovisual na internet que exercita as suas potencialidades.

O documentário produzido na internet procura menos definir-se e, mais

experimentar. Assim, “os webdocumentários que surgem numa moldura de tecnologia

exacerbada, onde os meios são cada vez mais interativos, não-lineares e, acima de tudo,

personalizáveis” (PENAFRIA, 2013, p. 151), provocam alterações na concepção de um

novo audiovisual jornalístico para a internet. E procuram uma reestruturação da produção

de conteúdo a partir do sistema multimídia, construindo novos formatos e novas linguagens.

Geração tecnológica do século XXI: a Web 2.0

Com a introdução da Web 2.0 na sociedade situada no ambiente digital é possível

perceber mudanças significativas no ecossistema apresentado em torno da mídia eletrônica.

Ela reelabora as relações, traz novos paradigmas e proporciona aos diferentes atores um

modelo multidirecional de convívio. E muitos desses efeitos estão no que podemos chamar

de Revolução Digital, em que as novas ferramentas e possibilidades tecnológicas produzem

efeitos mais rápidos e transformadores na sociedade do atual século.

O que significa a Web 2.0? O que ela representa e quais são as suas características?

De acordo com Ford, Green e Jenkins (2014),

as empresas de Web 2.0 contam com a internet como plataforma para

promover, distribuir e aperfeiçoar seus produtos (...) a Web 2.0 tornou-se a

lógica cultural para o comércio eletrônico, como uma série de práticas

empresariais que buscam captar e explorar a cultura participativa (FORD;

GREEN; JENKINS, 2014, p. 79)

Neste sentido, Nieborg e Van Dijk (2009) explicam que a Web 2.0 é a representação

de uma reorganização das relações entre produtores e seus públicos em um mercado de

internet em fase de maturação. Ela surge em um contexto de globalização e

refuncionalização dos demais setores culturais, econômicos, sociais, históricos e

tecnológicos. É um tipo de cultura que, aparentemente, coloca os usuários em um novo

patamar no sistema comunicacional. E por que aparentemente? Porque ainda quem está no

controle das operações e limitações são as organizações e conglomerados de comunicação.

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E esse controle pode ser verificado até mesmo ao tratar da interatividade existente no

webdocumentário, que veremos mais adiante.

A figura do computador, e mais precisamente a chegada da internet – como uma

nova mídia -, assume na cultura digital, um papel central para a produção e circulação de

novos produtos nesse ambiente midiático digital, e nos processos interativos da Web 1.0

para a Web 2.0. Nessa transição, são identificados alguns fatores que são próprios dessa

nova fase em que:

suas principais ferramentas (da Web 2.0) nos introduziram na era da

comunicação colaborativa, que estimula o trabalho participativo, a interação

em tempo real e em que a informação disponível não é mais fornecida “de

cima para baixo”, mas produzida em uma estrutura horizontal

(SANTAELLA, 2010, p. 278)

A partir da cultura digital, novos dilemas e modelos começam a ser implantados na

sociedade. Acostumada com uma comunicação menos participativa e reguladora, a

população que observou o nascimento da televisão e os que nasceram em sua crescente E

centralização, encontram-se, agora, diante de um novo espetáculo midiático.

A tecnocultura implantada nos tempos modernos recombina não apenas a economia,

mas os novos processos de formação da sociedade digital e imagética, bem como a rotina

dos profissionais. Pois, aqui, a imagem possui um forte poder centralizador em torno da

sociedade informatizada, e com a criação de novos espaços e formas de interação com a

imagem na Web 2.0, os espectadores se encontram diante de um novo fenômeno

comunicacional na internet.

É neste espaço de transição e mudanças não apenas tecnológicas, mas, sobretudo,

culturais e sociais que a metamorfose das mídias e a introdução da Web 2.0, caracterizam a

construção de novas formas de sentido. Principalmente, o cenário audiovisual que é

remodelado por essas novas construções de modelos audiovisuais interativos. Assim, como

os novos modelos de serviços e características advindos com a Web 2.0, que “por

potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações”

(PRIMO, 2007, p. 1) estão reorganizando o cenário midiático digital da mediação com os

produtos e conteúdos virtuais e digitais.

Não transformando, apenas, os modos de perceber os fluxos de informação,

participação e interação, a passagem da cultura das mídias para a cultura digital, com suas

tecnologias, modificou os modos de construção do olhar narrativo e audiovisual. Os novos

aspectos advindos com a introdução de uma cultura digital e tecnológica, avançada, não

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apenas está remodelando as grandes incorporações comunicacionais, mas também o

cotidiano das pessoas nos mais simples hábitos operacionais.

Nessa perspectiva, o campo de atuação profissional do jornalismo audiovisual

também passa por processos de mudanças e renovações. O surgimento de uma nova mídia,

a eletrônica, dispõe de uma série de elementos que possibilita o desenvolvimento de novas

narrativas, produtos e conteúdos diferenciados. Mas, coloca o profissional diante um

universo ainda desconhecido e, sob caracteres que perpassam a sua fronteira acadêmica e de

atuação na área de profissional.

O webjornalismo

Está à vista de todos que as transformações estão ocorrendo bem rente aos nossos

olhos, ao tratar do campo comunicacional no século XXI. As mudanças estão ocasionando

na sociedade processos de configuração e readaptação. E as mais diversas áreas estão em

processo de migração para um ambiente ainda muito desconhecido e, que a cada dia se

apresenta com novas possibilidades. Não sendo diferente a realidade do cenário profissional

do jornalismo perpassa essa fronteira frente à digitalização que “é o fundamento técnico da

virtualidade” (LÉVY, 1999, p. 46) e processo na produção da informação digital.

Possibilitando uma série de caminhos ainda não explorados.

Este novo cenário comunicacional, o da internet, tem alterado o relacionamento das

organizações, dos profissionais e do público, e tudo isso, diante uma forma complexa e

entrelaçada entre esses atores tecnológicos. O que corrobora para uma movimentação

multidirecional, descentralizada e onde as interações ocorrem numa troca constante. Pois, o

próprio meio representa as ferramentas e um código para tal propósito.

O fazer jornalístico vem se transformando e se adaptando com o tempo e com a

sociedade. Desde o surgimento do impresso, do rádio e da televisão, o campo do jornalismo

estabelece uma ligação com o presente. Ele se utiliza das novas tecnologias, amparadas nas

anteriores, para que se possa compreender não apenas as novas potencialidades, mas

reajustar, reorganizar e criar novos processos de produção de informação. É uma relação

entre passado e presente, que se une na orientação e busca de novos significados. Além, de

fazer com que o jornalismo possa se reinventar e continuar seu trabalho na

contemporaneidade do mundo tecnologicamente ilimitado.

O webjornalismo é a definição para o fazer jornalístico na era da internet. Sendo um

pouco mais exato, ele surge com a plataforma da web (a WWW). Estando presente nesse

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novo campo midiático, o webjornalismo é redimensionado devido ao uso de uma das suas

principais e potenciais características como, por exemplo, o hipertexto. Deste modo, “como

forma de jornalismo mais recente, o Webjornalismo é a modalidade na qual as novas

tecnologias jaó não são consideradas como ferramentas, mas, sim, como constitutivas dessa

prática jornalística” (BARBOSA, 2005, p. 2).

Assim como o uso do termo webjornalismo, outras denominações são encontradas

nos estudos que envolvem o jornalismo e a internet: Jornalismo na Internet, Jornalismo

Eletrônico, Jornalismo Online, Jornalismo Digital, Ciberjornalismo e, por fim, o

Webjornalismo. São nomenclaturas que abarcam um construto de identidade e, que

possibilita identificar certas características e aspectos tecnológicos específicos. Porém,

como não se torna alvo deste trabalho – a explanação sobre suas proximidades e diferenças

- não adentraremos diante tais especificações. Assim, centrando nossa discussão sobre o

webjornalismo, para que mais a frente a compreensão sobre a produção audiovisual possa

ser estabelecida no seu diálogo com esse formato jornalístico.

O uso das novas tecnologias se torna a base para o webjornalismo. E essa base é

estendida tanto para os produtores (emissor), quanto para os usuários (receptor), porém,

pensando na lógica da cultura digital – introduzida na contemporaneidade da produção

informativa e nos demais seguimentos da sociedade - que vem se estabelecendo na atual

sociedade, verificamos que essa relação emissor/receptor está sendo reconstruída sob uma

direção de cima para baixo e vice-versa (JENKINS, 2009).

A questão da interatividade

Uma das principais características que se atribui aos diversos conteúdos

disponibilizados e produzidos na rede é que ele se demonstra ser interativo. Dentre o

webjornalismo é um dos itens que mais podemos considerar intrigante e, permeado de

discussões sobre a sua existência e funcionalidade prática para os usuários-espectadores.

Mas, antes de apresentar as opiniões que se dividem e se enfrentam, se torna necessário a

sua definição.

Ao se referir ao uso das tecnologias no papel de informar, Wolton (2011) acredita

que o frequenta uso e aumento de suas potencialidades leva a sociedade a uma „solidão

interativa‟. Uma solidão que nos leva ao movimento de menos liberdade do que

dependência. Assim, podemos introduzir o que o autor entende por interatividade como “a

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sensação de liberdade, em perceber a dependência resultante...” (WOLTON, 2011, p. 23).

Um conceito que funciona como uma palavra mágica e onde tudo se torna individualizado.

Alex Primo (2007) traz à tona a discussão sobre o que é considerado como

interatividade. O termo, segundo a sua visão, é utilizado como um caráter de simbolismo

para a venda de certos produtos e conteúdos. O autor, ainda discorre sobre o termo

“interatividade” não dizer nada sobre a mediação da comunicação com as novas

tecnologias. Porém, em contrapartida Pereira (2011) explica que o computador torna-se

definitivamente uma ferramenta de interação quando podemos ver as várias mídias, como

imagens, sons, vídeos e filmes interagindo dinamicamente.

Enquanto isso, para outros autores como Becker e Montez (2004), a interatividade é

compreendida como um processo mútuo e simultâneo entre dois participantes, que visam

um mesmo objetivo. Para Maria Prazeres (2011) o simples ato de um telespectador sentar-

se para ver TV e receber o conteúdo é um ato de interação. Essa relação entre interação e

interatividade se estreita e se confunde, mas na atual Era Digital em que estamos vivendo, é

um conceito fundamental e indispensável para entendermos como se dá a relação entre os

meios de comunicação e as novas tecnologias.

Rost (2014) trata o conceito da interatividade como uma das características do

webjornalismo atual, e explica que ele é utilizado na internet como um dos principais

pilares de sustentação da produção de informação. Sendo assim, o que se percebe, ainda, é

uma generalidade de compreensões por parte dos pesquisadores. O que torna complexo

chegar-se a uma ideia ou argumento mais claro do que estamos tratando ao se referir a

interatividade.

A interatividade no jornalismo contemporâneo, praticado na internet, nos abre

muitas portas para a discutirmos o que afinal é a interatividade apropriada pelo

webjornalismo? Como dá-se a relação entre o produtor do conteúdo noticioso e a vontade

do leitor/usuário interferir e participar mais desse processo? A partir dessa relação entre

produtores e consumidores é que poderemos compreender tal conceito, explorado aqui

como uma das características desse novo jornalismo.

A interatividade é o espaço de relação entre ambas as partes e analisa as diferentes

instâncias de seleção, intervenção e participação nos conteúdos do meio online. Rost traz

uma definição que aproxima de nosso pensamento:

A interatividade é a capacidade gradual que um meio de comunicação tem

para dar maior poder aos seus utilizadores tanto na seleção de conteúdos

(interatividade seletiva) como em possibilidades de expressão e

comunicação (interatividade comunicativa) (ROST, 2014, p. 55)

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A referência que o autor faz a uma capacidade gradual está relacionada com a ideia

de que ainda existe um controle por parte dos meios de comunicação (os produtores) e no

acesso a essa interatividade. Porém, a busca por uma maior interação e participação do

receptor está crescendo, para que ele possa escolher, participar e selecionar o conteúdo.

Talvez, esse seja o principal fator que vem alterando a mente dos usuários: a possibilidade

de contribuir diretamente na construção do conteúdo.

Mas, como fica a interatividade com o usuário-espectador? Em determinados

contextos o que se pode analisar é uma parcela de conteúdos que no máximo exploram

certas percepções de exploração como, um clique, uma navegação não-linear, uma narrativa

podendo ser construída a partir da descontinuação. Porém, já previamente estabelecidas

pelos produtores de conteúdo, fazendo com que o “poder” dos usuários-espectadores se

mantenha em um segundo plano.

A multimídia como característica da contemporaneidade

A última característica a ser observado na construção desse novo audiovisual

jornalístico para a Web é o conceito de multimídia na perspectiva da narrativa

webjornalística. Dentre as três características, talvez, essa seja uma das que mais

modificaram a produção dos conteúdos audiovisuais na internet – e principalmente no

campo jornalístico.

A multimidialidade possui um grau maior de complexidade em sua estruturação,

ainda que ela já pudesse ser observada antes com a hibridação entre os meios. Agregando-

se a uma série de fatores que a tornam como uma espécie de trama e prendem o espectador

pelas mais variadas formas, sejam com os vídeos, fotos, áudios e etc.

Se referir ao conceito de multimídia, apenas como a uma combinação de sons, textos

e imagens é não compreender a complexidade do que significa a multimidialidade. “O

conceito de multimédia pressupõe – como começamos a constatar – mais significados do

que aqueles contidos numa definição simplista” (SALAVERRÌA, 2014, p. 26). As palavras

do pesquisador Ramón Salaverría nos colocam numa posição de questionamento sobre o

que é o conceito de multimídia, uma vez que essa complexidade carrega consigo uma

parcela das transformações com o desenvolver da sociedade.

Partindo de um conceito etimológico o termo multimídia vem da junção de duas

palavras: “multi” que significa vários, diversos, muitos, e da palavra “mídia”, que vem do

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latim “media”, e significa meios, formas, maneiras, o que nos leva a várias formas, diversos

meios ou ainda múltiplos meios. São esses múltiplos meios possibilidades e tramas que

podemos caracterizar como um sistema multimídia, e que visualizamos no conteúdo

audiovisual jornalístico contemporâneo.

Marcos José Pereira (2011) entende o conceito de multimídia pela possibilidade de

manipulação dessas mídias no ambiente digital, propiciado pelo computador. Para o autor

não só a justaposição de vídeos, sons e fotos representam o sistema multimídia, mas o seu

uso “nos meios de comunicação corresponde a algo com o uso de múltiplos meios de

expressão, desde obras de teatro, vídeo, música, dança, e, etc., que se mesclam a fim de

criar um espetáculo ou apenas para comunicar algo” (PEREIRA, 2011, p 59).

Os questionamentos sobre a forma como esses três elementos (hipertextualidade,

interatividade e multimídia) são visualizados e elaborados na construção da narrativa.

Representam um avanço para a interação entre obra e espectador a partir da análise das

webséries documentais que este trabalho visa analisar e que são elaborados para a

plataforma digital e para diferentes suportes.

La hoja sagrada: um estudo de caso sobre o webdocumentário do El País

Este estudo compõe a realização de uma pesquisa explorada, a partir de um estudo

de caso específico. De natureza qualitativa, este tipo de pesquisa possibilita ao pesquisador

identificar os elementos por ele previamente descritos, sobre o objeto de estudo, uma vez

que ainda possui uma baixa bibliografia e poucos estudos na área científica. A observação

foi realizada no período de duas semanas, entre os dias 1 a 15 de maio. Atentamo-nos para

as características webjornalísticas que se encontram presente nesse audiovisual documental,

que se expande para a tela do computador e do território da internet.

De acordo com Gil (1999), o estudo exploratório consiste no modelo de pesquisa

que tem por objetivo a familiarização com o tema, buscando o aprimoramento de ideias ou

novas descobertas. Mattar (1999), explica que a pesquisa exploratória fornece ao

pesquisador um maior conhecimento sobre a temática ou problema de pesquisa, o que

concerne ao estado da arte dos webdocs.

Para tal efeito tem-se como estudo a produção webdocumentário La hoja sagrada,

do jornal online espanhol El País (2011). Este webdoc conta a história sobre a coca (uma

erva da região) e como ela é cultivada por uma determinada população. A produção

audiovisual buscou retratar as potencialidades boas e os usos que essa planta tem e, que é

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desconhecida pela maior parte da população. Assim, propondo a discussão sobre outros

olhares ante o desconhecido.

Figura 1: documentário La hoja sagrada do jornal online El País

Tal produção audiovisual é considerada multimídia. Ela se destaca devido ao uso

dos mais variados modos de construção informativa para compor a narrativa (texto, fotos,

áudios, infográficos e vídeos). O que possibilita ao usuário-espectador perspectivas

diferentes de uma mesma informação. Ainda que não tenhamos tratado da característica da

hipertextualidade, podemos considerá-la como o fio condutor da narrativa dessas produções

audiovisuais multimidiáticas. Os conteúdos são organizados e disponibilizados de forma a

propor ao usuário-espectador não apenas uma narrativa não linear, mas uma navegação

individualizada, personalizada, interativa e dinâmica. Onde cada pessoa poderá “criar e

estabelecer” seu próprio conteúdo.

Essa dinamicidade da produção audiovisual multimídia contemporânea demonstra

como a narrativa ainda possui muitas possibilidades. Com a integração, através da

plataforma digital, dos elementos antes vistos separadamente propõe uma complexidade,

que desafia o jornalista e os demais profissionais envolvidos neste processo, a repensar a

disponibilização e a produção de novos conteúdos.

Nota-se uma valorização da narrativa. O produtor de conteúdo e os conglomerados

buscam participar desse cenário audiovisual contemporâneo, em que a convergência entre

as mídias se perpetua. Ao invés de explorar uma ou outra potencialidade, a narrativa do

documentário na internet costura e intercala-as. Desenvolve, assim, uma história que se

transforma em várias outras, pois com a possibilidade de interatividade, ainda que

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questionada, cada usuário-espectador navega a partir de pontos diferenciados. E, isso,

independe se essa interatividade é plena ou não.

As características do webjornalismo são utilizadas de forma a compor o surgimento

de um novo produto jornalístico em meio digital. São agregados de forma a tornar o

conteúdo mais interessante e participativo. Pois, o meio digital requer que o usuário tenha a

possibilidade de participar de forma mais precisa e direta, através de canais específicos

como, por exemplo, nos chats, nos comentários, em fóruns e demais modos de participação.

Participação, aliás, não apenas entre ele e o conteúdo, mas entre os próprios espectadores.

O uso dos infográficos é um dos novos elementos que mais se tem percebido. É uma

forma de demonstrar, de forma mais direta, dados, informações úteis e complementares ao

usuário-espectador. É um recurso visual que agregado a narrativa audiovisual auxilia na

composição da produção jornalística, mais elaborada, tratada e refinada da

contemporaneidade da informação na web.

Considerações finais

Não apenas pelas tecnologias estarem em expansão e, por variados modelos de

produtividade estarem em processos de convergência, reconfiguração e adaptação, tornou-

se necessidade explorar as novas esferas comunicacionais na internet. Mas, sobretudo, de

compreender, num primeiro momento e, posteriormente, explicar as razões de tal interesse

e, de certo modo, uma nova teorização. Pois, explicar o que se estuda nem sempre é uma

tarefa fácil, ainda mais quando se dialoga com novas questões, objetos e metodologias

pouco exploradas.

A visualização de novos produtos e conteúdos jornalísticos na internet demonstra

que esse campo de atuação está em ascendência. E, que ainda possui terrenos a explorar e

permear suas características. A difusão da internet, enquanto uma nova mídia é um motor

propulsor de grande importância na contemporaneidade do audiovisual. Ela constrói o seu

campo próprio, sob o uso da referência nas outras mídias e, coloca o usuário-espectador,

visto como passivo pela comunicação massiva, como um ator indispensável nesse processo

de comunicação.

O webjornalismo, neste sentido, cria condições e possibilidade de desenvolvimento

mais complexo e dinâmico ao audiovisual. Suas características se transformam em pontos

estratégicos na composição audiovisual da narrativa documentária na internet. Além, de

provocar discussões sobre a sua funcionalidade e utilização na relação interativa,

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possivelmente um tópico difícil de obter uma conclusão, ainda que parcialmente. Pois,

todas as conclusões são temporárias e de acordo com os acontecimentos de uma

determinada época, olhar e vivência.

Assim, a produção documentária contemporânea na internet nos permite

compreender, parcialmente, as movimentações e torno do trabalho jornalístico atual. Para

relacionar, a partir das velhas práticas e das demais mídias, como o campo audiovisual se

revela e se demonstra sob o uso das tecnologias e dos novos horizontes.

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