a comunicação humana (diana luz pessoa de barros). in: fiorin, josé luiz. (org.) introdução à...
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A comunicação humana (Diana Luz Pessoa de Barros). In: FIORIN, José Luiz. (org.) Introdução à linguística: objetos teóricos. V. 1. São Paulo: Contexto, 2003.
A língua apresenta, indubitavelmente, um ASPECTO SOCIAL na medida em que o sistema linguístico é utilizado como instrumento de interação entre os membros de uma determinada sociedade.
Os estudos mais recentes, aqueles situados no ramo da Linguística de Texto, mais precisamente, repousam no fato de que os falantes não se comunicam por meio de frases ou palavras isoladas, mas sim a partir de uma unidade concreta de comunicação denominada TEXTO.
Considerando o aspecto dinâmico do fenômeno comunicativo, todos esses estudos tendem a considerar o TEXTO não como um produto, algo acabado, mas sim como PROCESSO, algo que se constrói a partir da troca contínua entre os participantes do discurso.
TEXTOQualquer unidade linguística que
estabeleça comunicação a partir de um determinado contexto.
COMUNICAÇÃO“Tornar comum” aquilo que temos em
mente; transmissão de uma mensagem através de um emissor e de um receptor.
ENTROPIAOcorre quando a comunicação não se
estabelece entre os interlocutores, mesmo dentro do mesmo código.
EMISSORÉ aquele quem codifica e formula a
mensagem. RECEPTORÉ aquele quem decodifica e interpreta a
mensagem. CANALCanal físico através do qual a mensagem é
transmitida. (canal oral-auditivo e canal escrito).
MENSAGEMÉ o conteúdo (conjunto de palavras) a ser
transmitido do emissor para o receptor. CÓDIGOConjunto de sinais preestabelecidos
utilizados pelo emissor na codificação de sua mensagem; deve ser comum ou parcialmente comum ao codificador e ao decodificador.
CONTEXTOÉ o referencial extralinguístico que deve
ser apreendido pelo receptor da mensagem para que a comunicação de fato aconteça
Karl Bühler, com base na análise dos principais elementos envolvidos na comunicação, identificou as seguintes funções da linguagem.FUNÇÃO EMOTIVATambém chamada de expressiva, refere-se ao emissor da mensagem, visa a uma expressão direta da atitude de quem fala em relação àquilo que está falando. (ex. interjeições)
FUNÇÃO CONATIVATambém chamada de apelativa, diz
respeito ao decodificador da mensagem; tentativa de induzir o receptor – a linguagem da propaganda, por exemplo. (essa função encontra-se representada nas formas imperativas e vocativas da língua).
FUNÇÃO REFERENCIALTambém chamada de denotativa,
essa função diz respeito ao contexto, a tudo aquilo que é exterior à linguagem (REFERENTE); transmissão da mensagem de modo objetivo, sem coloração (ex. texto científico).
Roman Jakobson identificou mais três funções da linguagem:FUNÇÃO POÉTICATambém conhecida como função estética: jogar, trabalhar os elementos linguísticos de forma acentuada; refere-se à questão estética, à “mensagem pela mensagem”.
FUNÇÃO FÁTICATem apenas o papel de estabelecer o
contato entre os interlocutores; estabelecer prolongar ou interromper a comunicação para verificar se a interação funciona.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICAÉ a função a partir da qual se tenta
explicar “o código pelo código”; aqui, a linguagem não corresponde à fala sobre um determinado objeto, mas sim sobre a própria linguagem.
OBSERVAÇÃO Jakobson destaca que, embora sejam
identificados seis aspectos básicos da linguagem, dificilmente são encontradas mensagens nas quais eles ocorrem isoladamente; o que existe é a predominância de uma determinada função da linguagem. Naturalmente, a estrutura verbal de uma mensagem dependerá da função predominante.