a compaixão de cristo

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Tocando a alma para curar o corpo Estudo nº 89 Texto: Mc 1.40-42 Textos Complementares: Lc 19.10; Mt 9.36; Mt 14.14; Lc 10.33; Lc 15.20. Versículo Para Memorizar: “Jesus ficou com muita pena dele, pôs a mão sobre ele e disse: Sim, eu quero. Você está curado”. (Mc 1.41). Introdução: A lepra era uma doença terrível nos tempos bíblicos. Não somente por causa do sofrimento físico, mas pela agonia emocional que seu portador experimentava, tendo que se afastar da sociedade para viver isoladamente. A alma do leproso, geralmente, era mais enferma do que o seu corpo. Sua solidão o deixava em estado de permanente tristeza. Jesus sabia, portanto, que a cura daquele homem devia se processar, primeiro, em sua alma, para depois se manifestar em seu corpo. Vejamos como Ele lidou com este problema. 1 – Jesus Desejou Curá-lo – É óbvio que Jesus desejou curar aquele homem, como curou a muitas outras pessoas. Veja que o doente se aproximou d´Ele implorando que algo se fizesse a seu favor, mas como uma certa dose de desconfiança. Talvez ele pensasse na possibilidade de estar diante de mais um que não desejasse fazer-lhe qualquer coisa, como a grande maioria que o via todos os dias. A coisa mais comum na vida de um leproso era se deparar com pessoas que queriam mais estar longe dele, do que prontas a ajudá-lo. Muitos, quando viam se aproximar alguém com uma doença assim gritavam em voz alta, dizendo: “um leproso!!!”, “um leproso!!!” e, em seguida, atiravam pedras para mantê-las à distância. Por essa razão, ele disse: Se quiseres...” Mas Jesus queria curá-lo. Glória a Deus!!! Isso demonstra que não há barreiras criadas pelo homem, que o amor divino não esteja disposto a derrubar. Ele veio realmente buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). 2 – Jesus se Compadeceu Dele – O que a alma daquele homem mais precisava naquele momento, não era de pessoas que gritassem desesperadamente: “leproso!!! ... leproso!!! ... leproso!!!”. Muito menos de pedras que o colocassem mais adiante ainda dos outros. Ele precisava de alguém que simplesmente o amasse. Não queria mais ser conhecido como “o leproso”, mas como alguém “limpo”. Jesus se compadeceu dele, vendo sua agonia e o intenso desejo de ser diferente do que era. Muitos hoje, também não querem mais ser conhecidos com o título de “drogados”, “viciados”, “bêbados”, “prostitutas”. Eles querem apenas conhecer alguém que se compadeça do triste estado em que se encontram, e que faça algo para mudar a sua realidade de vida. A compaixão de Jesus sempre moveu a mão de Deus para coisas tremendas (Mt 9.36; Mt 14.14; Lc 10.33; Lc 15.20). e no caso do leproso, não foi diferente. 3 – Jesus o Tocou – Um toque de cura. O leproso recebeu um toque cheio de graça, de unção, de compaixão e de misericórdia. Jesus o tocou como há muito tempo ele não era tocado. Desta vez não foi o toque das pedras ou pedaços de pau. Foi um toque de amor no físico, profundo o suficiente para alcançar sua alma ferida, e seu espírito morto.

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Esboço sobre a compaixão de Cristo sendo evidenciada em seus milagres.

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Tocando a alma para curar o corpoEstudo n 89

Texto: Mc 1.40-42

Textos Complementares: Lc 19.10; Mt 9.36; Mt 14.14; Lc 10.33; Lc 15.20.

Versculo Para Memorizar: Jesus ficou com muita pena dele, ps a mo sobre ele e disse: Sim, eu quero. Voc est curado. (Mc 1.41).

Introduo: A lepra era uma doena terrvel nos tempos bblicos. No somente por causa do sofrimento fsico, mas pela agonia emocional que seu portador experimentava, tendo que se afastar da sociedade para viver isoladamente. A alma do leproso, geralmente, era mais enferma do que o seu corpo. Sua solido o deixava em estado de permanente tristeza. Jesus sabia, portanto, que a cura daquele homem devia se processar, primeiro, em sua alma, para depois se manifestar em seu corpo. Vejamos como Ele lidou com este problema.

1 Jesus Desejou Cur-lo bvio que Jesus desejou curar aquele homem, como curou a muitas outras pessoas. Veja que o doente se aproximou dEle implorando que algo se fizesse a seu favor, mas como uma certa dose de desconfiana. Talvez ele pensasse na possibilidade de estar diante de mais um que no desejasse fazer-lhe qualquer coisa, como a grande maioria que o via todos os dias.

A coisa mais comum na vida de um leproso era se deparar com pessoas que queriam mais estar longe dele, do que prontas a ajud-lo. Muitos, quando viam se aproximar algum com uma doena assim gritavam em voz alta, dizendo: um leproso!!!, um leproso!!! e, em seguida, atiravam pedras para mant-las distncia. Por essa razo, ele disse: Se quiseres...

Mas Jesus queria cur-lo. Glria a Deus!!!

Isso demonstra que no h barreiras criadas pelo homem, que o amor divino no esteja disposto a derrubar. Ele veio realmente buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).

2 Jesus se Compadeceu Dele O que a alma daquele homem mais precisava naquele momento, no era de pessoas que gritassem desesperadamente: leproso!!! ... leproso!!! ... leproso!!!. Muito menos de pedras que o colocassem mais adiante ainda dos outros. Ele precisava de algum que simplesmente o amasse. No queria mais ser conhecido como o leproso, mas como algum limpo.

Jesus se compadeceu dele, vendo sua agonia e o intenso desejo de ser diferente do que era.

Muitos hoje, tambm no querem mais ser conhecidos com o ttulo de drogados, viciados, bbados, prostitutas. Eles querem apenas conhecer algum que se compadea do triste estado em que se encontram, e que faa algo para mudar a sua realidade de vida.

A compaixo de Jesus sempre moveu a mo de Deus para coisas tremendas (Mt 9.36; Mt 14.14; Lc 10.33; Lc 15.20). e no caso do leproso, no foi diferente.

3 Jesus o Tocou Um toque de cura. O leproso recebeu um toque cheio de graa, de uno, de compaixo e de misericrdia. Jesus o tocou como h muito tempo ele no era tocado. Desta vez no foi o toque das pedras ou pedaos de pau. Foi um toque de amor no fsico, profundo o suficiente para alcanar sua alma ferida, e seu esprito morto.

O toque fsico curou-o da sua horrvel lepra. O da alma libertou-o da rejeio sofrida durante todos os anos da sua vida. O toque do esprito fez dele um novo homem de corao limpo. To limpo se tornou, a ponto de desejar ardentemente anunciar por toda parte o que Jesus havia feito por ele.

Quando o Senhor o tocou, todos os anos em que estivera confinado ao seu mundo solitrio, chegaram ao fim. Ele estava livre da doena fsica, bem como da enfermidade da alma. Por isso desejava estar na companhia das outras pessoas, anunciando as verdades do Evangelho, sem impedimento algum.

Concluso Jesus precisou demonstrar quele leproso que o maior desejo do Seu corao era o de cur-lo e libert-lo daquele mal. Tocando em seu corpo, sem preconceito e sem medo de contaminao, pde mostrar-lhe o quanto o amava e estava interessado nele. Depois de abrir o corao para o grande amor divino, o homem saiu daquela experincia totalmente curado, em todos os nveis de sua vida.

Aplicao No importa o tipo de doena que voc tenha ou pecado que haja cometido. Jesus deseja perdo-lo e cur-lo agora mesmo. Creia que neste exato momento Ele est se dirigindo a voc para tocar sua alma e seu corpo, trazendo toda cura que voc necessita.

http://www.montesiao.pro.br/estudos/celulas/celula089.htmlCURA DA FILHA DE UMA MULHER CANANIA(Mt 15, 21-28)

"21 Jesus, partindo dali, retirou-se para a regio de Tiro e de Sidnia. 22 E eis que uma mulher Canania, daquela regio, veio gritando: 'Senhor, filho de Davi, tem compaixo de mim: a minha filha est horrivelmente endemoninhada'. 23 Ele, porm, nada lhe respondeu. Ento os seus discpulos se chegaram a ele e pediram-lhe: 'Despede-a, porque vem gritando atrs de ns'. 24 Jesus respondeu: 'Eu no fui enviado seno s ovelhas perdidas da casa de Israel'. 25 Mas ela, aproximando-se, prostrou-se diante dele e ps-se a rogar: 'Senhor, socorre-me!' 26 Ele tornou a responder: 'No fica bem tirar o po dos filhos e atir-lo aos cachorrinhos'. 27 Ela insistiu: 'Isso verdade, Senhor, mas tambm os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos!' 28 Diante disso, Jesus lhe disse: 'Mulher, grande a tua f! Seja feito como queres!' E a partir daquele momento sua filha ficou curada".Em Mt 15, 21 diz: "Jesus, partindo dali, retirou-se para a regio de Tiro e de Sidnia".So Jernimo escreve: "O Salvador, depois de abandonar os fariseus e os caluniadores, passou para o territrio de Tiro e Sidnia para curar os seus habitantes, e por isso diz: 'E saindo Jesus dali, foi para Tiro e Sidnia", e: "Tiro e Sidnia eram cidades habitadas pelos gentios. Porque Tiro era a metrpole dos cananeus e Sidnia, o limite" (Remgio), e tambm: " digna de ateno a conduta do Senhor, o qual afastou os judeus da observncia sobre os alimentos e abriu a porta aos gentios. Assim tambm Pedro recebeu, numa viso, a ordem de abolir essa lei, e imediatamente foi enviado a Cornlio (At 10, 5). Porm, se algum pergunta: como que depois de haver dito o Senhor a seus discpulos que no fossem pelos caminhos dos gentios, agora Ele mesmo vai por esse caminho? Responderemos em primeiro lugar, que o Senhor no estava sujeito ao preceito que deu aos discpulos, e, alm disso, porque no foi ali para pregar e por isso disse So Marcos (Mc 7, 24) que se ocultou a si mesmo" (So Joo Crisstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 51, 1), e ainda: "Foi ali para curar os habitantes de Tiro e de Sidnia, ou seja, para livrar do demnio a filha dessa mulher e condenar, por sua f, a perversidade dos escribas e dos fariseus. Dessa mulher disse o evangelista: 'Est aqui uma mulher Canania, que havia sado daqueles limites" (Remgio).Nosso Senhor dirigiu-se com os apstolos em direo noroeste, atravessando a parte superior da Galilia. Assim chegou ao Lbano, regio de Tiro e Sidnia, fora da autoridade de Herodes; pertencia Fencia, convertida em provncia romana e unida Sria nos dias de Pompeu (64 a. C). Era uma regio pag e, segundo o historiador Flvio Josefo (Contra Apin, 1, 13), hostil aos judeus.Edies Theologica comenta: "Tiro e Sidnia so duas cidades fencias, na costa do Mediterrneo, atualmente pertencentes ao Lbano. Nunca fizeram parte da Galilia, mas encontram-se perto da fronteira noroeste desta regio. Portanto, no tempo de Jesus estavam fora dos domnios de Herodes Antipas. Para ali se retira o Senhor para evitar a perseguio deste e dos judeus, e atender de modo mais intenso formao dos Seus Apstolos. Na regio de Tiro e Sidnia a maioria dos habitantes eram pagos. So Mateus chama a esta mulher 'canania'. Segundo o Gnesis 10, 18-19, esta regio foi uma das principais colnias dos Cananeus; So Marcos 7, 26, chama srio-fencia a esta mulher. Ambos os Evangelhos pem em realce a sua condio de pag, com o que adquire maior relevo a sua f no Senhor, como aconteceu tambm no caso do centurio, Mt 8, 5-13".Nosso Senhor se retira para a regio de Tiro e Sidnia, para evitar a perseguio de Herodes e dos judeus.Cabe a ns imitarmos o exemplo de Cristo Jesus. No devemos perder tempo dando ateno aos nossos perseguidores; pelo contrrio, desprezemos os seus ataques e continuemos a fazer o bem.s vezes necessrio at partirmos para regies distantes, como aconteceu com Nosso Senhor; mas o importante perseverarmos no bem.

Em Mt 15, 22 diz: "E eis que uma mulher Canania, daquela regio, veio gritando: 'Senhor, filho de Davi, tem compaixo de mim: a minha filha est horrivelmente endemoninhada".

So Joo Crisstomo escreve: "O evangelista a chama Canania, a fim de fazer notar a influncia que nela exercia a presena de Cristo. Os cananeus que haviam sido expulsos para que no corrompessem os judeus, se mostraram nesta ocasio mais sbios que os judeus, saindo fora de suas fronteiras e aproximando-se de Cristo. Mas esta mulher, logo que se aproximou de Cristo, no Lhe pediu mais que misericrdia. Por isso segue: 'E chamava dizendo-Lhe: Senhor, filho de Davi, tende piedade de mim" (Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 1), e: "Grande f se nota nestas palavras da Canania: acreditava na divindade de Cristo quando O chama Senhor, e em sua humanidade quando Lhe diz filho de Davi. Ela no pede nada em nome de seus merecimentos, invoca s a misericrdia de Deus, dizendo: 'Tende piedade'. E no disse, tende piedade de minha filha, mas de mim, porque a dor da filha a dor da me; e a fim de mov-Lo compaixo, Lhe conta toda a sua dor. Por isso segue: 'Minha filha est horrivelmente atormentada pelo demnio'. Nestas palavras, ela descobre suas feridas ao mdico e a grandeza e caractersticas de sua enfermidade. A grandeza, quando disse: ' atormentada horrivelmente', e as caractersticas pelas palavras: 'pelo demnio" (Glosa).A inteno do Senhor era de permanecer oculto naquela regio, mas no foi possvel: "Saindo dali, foi para o territrio de Tiro. Entrou numa casa e no queria que ningum soubesse, mas no conseguiu permanecer oculto" (Mc 7, 24).Uma mulher canania, pag, "ouviu falar dele" (Mc 7, 25), e entrou na casa onde estava Cristo Jesus.Aquela mulher no se intimidou diante das pessoas ali presentes, no deixou para depois nem pediu em voz baixa; mas prostrando-se aos ps de Nosso Senhor gritava: "Senhor, filho de Davi, tem compaixo de mim: a minha filha est horrivelmente endemoninhada".A orao dessa mulher perfeita. Ela reconhece Jesus como Messias (Filho de Davi): "Perante a incredulidade dos judeus, expe a sua necessidade com palavras claras e simples, insiste sem desanimar diante dos obstculos e exprime humildemente a sua petio: Tem compaixo de mim" (Edies Theologica).Aprendamos da canania a rezar com f, confiana, perseverana e humildade: "O Senhor atendeu a orao dos humildes" (Sl 101, 18), e: "Deus resiste aos soberbos e d a graa aos humildes" (Tg 4, 6), e tambm: "Deus no houve as oraes dos soberbos, que confiam na prpria fora e por isso abandona-os s suas misrias" (Santo Afonso Maria de Ligrio), e ainda: "S nos vasos da confiana o Senhor coloca o azeite de sua misericrdia" (So Bernardo de Claraval) , e: "Aproximemo-nos com confiana do trono da graa a fim de alcanarmos misericrdia e de acharmos graa, para sermos socorridos oportunamente" (Hb 4, 16), e tambm: ", pois, necessrio que rezemos com humildade e confiana. Entretanto, isto s no basta para alcanarmos a perseverana final e, com ela, a salvao eterna. As graas particulares que pedimos a Deus, podemos obt-las por meio de oraes particulares. Mas, se no perseverarmos na orao, no conseguiremos a perseverana final, a qual compreende uma cadeia de graas e, por isso, supe oraes repetidas e continuadas at morte" (Santo Afonso Maria de Ligrio).

Em Mt 15, 23 diz: "Ele, porm, nada lhe respondeu. Ento os seus discpulos se chegaram a ele e pediram-lhe: 'Despede-a, porque vem gritando atrs de ns".

So Jernimo escreve: "E no lhe responde, no por um ato de soberba semelhante dos judeus, nem pelo orgulho prprio dos escribas, mas por no parecer que estavam em contradio sua conduta e essas palavras: 'No andeis pelos caminhos dos gentios' (Mt 10, 5). No queria dar motivo para que O caluniassem e reservava para o tempo de sua paixo e ressurreio a completa salvao dos gentios", e: "Com essa demora e falta de resposta, o Senhor nos manifesta a pacincia e a perseverana da mulher. Tambm foi uma das causas para no responder: Ele quis que os discpulos suplicassem por ela, a fim de fazer-nos ver a necessidade da splica para conseguir algo dos santos. Por isso segue: 'E chegando os discpulos, lhe suplicavam" (Glosa), e tambm: "Os discpulos, que ainda no sabiam nesse tempo os mistrios de Deus, suplicavam pela mulher Canania, ou movidos compaixo ou porque desejavam livrar-se de sua insistncia" (So Jernimo), e ainda: "Parece existir uma espcie de contradio entre o que foi dito anteriormente e a narrao de So Marcos, que disse que quando veio a mulher a suplicar por sua filha, se encontrava o Senhor numa casa. Pode crer-se que So Mateus no falou da casa e contudo, contou o mesmo trecho. Porm, como ele refere que os discpulos disseram ao Senhor: 'Despede-a, porque vem gritando atrs de ns', parece indicar que a mulher dirigiu suas splicas ao Senhor, quando Ele andava. Deve, pois, entender-se esta passagem neste sentido: A mulher entrou na casa onde estava o Senhor, posto que So Marcos disse que o Senhor estava em uma casa; porm, depois das palavras que refere So Mateus: 'E no a respondeu'. Durante esse tempo de silncio (posto que nenhum evangelista disse se continuou o Senhor na casa) de acreditar que o Senhor saiu daquela casa. Assim se enlaa tudo perfeitamente e desaparece toda diferena entre ambos evangelistas" (Santo Agostinho, De Consensu Evangelistarum, 2, 29), e: "Eu presumo que se entristeceram os discpulos diante da desgraa da mulher, porm no se atreveram a dizer: D-lhe essa graa, coisa que nos sucede com frequncia. Quando queremos persuadir a algum, lhe dizemos muitas vezes o contrrio do que queremos. Mas, Jesus respondeu: 'No fui enviado seno s ovelhas de Israel" (So Joo Crisstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 1), e tambm: "Veja a sabedoria dessa mulher. No foi aos homens sedutores, nem buscou frmulas vs, mas, deixando todas as supersties diablicas aproximou-se do Senhor. No pediu a Tiago, nem suplicou a Joo, nem se aproximou de Pedro; mas, amparada na proteo da penitncia, correu sozinha ao Senhor... Pede e manifesta com gritos sua dor ao Senhor que tanto ama aos homens; o Senhor no lhe responde e por isso segue: 'E Ele no lhe respondeu" (Orgenes, Hom. 7 inter collectas ex diversis locis). A canania gritava pedindo ajuda a Nosso Senhor; mas Ele que atendia e dialogava com todos, nesta ocasio nada respondeu: "Olhou para ela e no disse nada... D a impresso de no fazer o menor caso dela. Mas ela no desanimou. Pelo contrrio, continuou a clamar e a pedir, inclusive quando saram da casa onde se encontravam. Ela seguiu-os com os seus gritos e as suas vozes" (Pe. Francisco Fernndez Carvajal).O Senhor ia frente e logo atrs caminhava a mulher, aos gritos, pedindo a sua ajuda.Cristo Jesus ficara calado, mas ela no. Ela precisava que Ele a ajudasse, e no queria que o Senhor fosse sem dar-lhe a ajuda.Sabemos que Cristo atende aos que Lhe pedem com f, confiana, humildade e perseverana; por isso, no desistamos nunca, mas a exemplo da canania, peamos a Nosso Senhor tudo aquilo de que necessitamos: "Somos pobres, mas, se pedirmos, j no somos mais pobres. Se ns somos pobres, Deus rico. E Deus imensamente liberal" (Santo Afonso Maria de Ligrio), e: "Peamos-lhe no coisas pequenas e vis, mas, sim, coisas grandes" (Santo Agostinho), e tambm: "O Senhor sente-se honrado com isso e fica to consolado com as nossas oraes, que at, de certo modo, nos agradece. Porque assim abrimos-lhe o caminho de seus benefcios; pois o seu desejo fazer o bem a todos. E podemos estar certos de que, quando pedimos alguma graa, recebemos sempre mais do que pedimos" (Santa Maria Madalena de Pazzi).A canania no parava de gritar e de insistir com o Senhor. Os discpulos, ouvindo tal gritaria, disse a Cristo Jesus: "Despede-a, porque vem gritando atrs de ns".Dom Duarte Leopoldo escreve: " de estranhar, primeira vista, que Jesus, habitualmente to bom, to compassivo, tenha assim repelido, com tanta dureza, a esta pobre me. Quem, porm, conhece o Corao do Divino Mestre, adivinha logo que se trata de um grande mistrio a realizar-se, de uma lio proveitosa a receber. Os discpulos intercedem por esta mulher condodos da sua aflio. No prova isto que legtima a intercesso dos Santos? Se o Divino Mestre no atendeu splica dos discpulos, no foi porque a condenasse, seno por outros motivos".Milhes so os catlicos que sofrem precisando da ajuda de Nosso Senhor. Cabe aos sacerdotes, ministros de Deus, pedir a Cristo Jesus que socorra essas pessoas necessitadas.Se o sacerdote estiver envolvido com poltica e com outras coisas terrenas, com certeza o povo viver na amargura.

Em Mt 15, 24 diz: "Jesus respondeu: 'Eu no fui enviado seno s ovelhas perdidas da casa de Israel".

Estas palavras de Jesus no contradizem a universalidade da sua doutrina e da salvao. Ele veio trazer o seu Evangelho a todo o mundo, mas diretamente s pregaria principalmente aos judeus. Logo, os seus discpulos de todos os tempos, por mandato de Cristo, encarregar-se-o de evangelizar o mundo inteiro. O prprio So Paulo, nas suas viagens missionrias, pregou primeiro aos judeus (At 13, 46). Alm disso, isto no quer dizer que Jesus no atendesse os gentios. Nos prprios Evangelhos vemos que curou alguns deles, que fez grandes elogios do centurio de Cafarnaum, e que doutrinou os samaritanos, tidos pelos judeus como gentios.Dom Duarte Leopoldo escreve: "Jesus no disse que o Messias s vinha salvar o povo judeu, mas que fora enviado, principalmente, casa de Israel. Aos seus discpulos caberia, mais tarde, a misso de evangelizar os pagos", e: "No disse isto porque no fora enviado s demais naes, mas para indicar que foi a Israel, aonde primeiramente havia sido enviado, e depois que este povo rejeitasse o Evangelho, o Evangelho passaria com justia aos gentios" (So Jernimo), e tambm: "Foi enviado particularmente ao povo de Israel, para que este recebesse sua doutrina at com sua presena visvel" (Remgio), e ainda: "E disse com determinao: 's ovelhas perdidas de Israel', para que com estas palavras compreendamos o significado da ovelha perdida de que se fala em outra parbola (Lc 15)" (So Jernimo).

Em Mt 15, 25-27 diz: "Mas ela, aproximando-se, prostrou-se diante dele e ps-se a rogar: 'Senhor, socorre-me!' Ele tornou a responder: 'No fica bem tirar o po dos filhos e atir-lo aos cachorrinhos'. Ela insistiu: 'Isso verdade, Senhor, mas tambm os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos!"

Diante do silncio de Nosso Senhor, a canania continuou a gritar. Agora diante das palavras de Cristo: "Eu no fui enviado seno s ovelhas perdidas da casa de Israel", continua a insistir; no desanima nem se afasta, mas "... aproximando-se, prostrou-se diante dele e ps-se a rogar: 'Senhor, socorre-me!"So Joo Crisstomo escreve: "Porm, vendo a mulher que nada podiam os apstolos, perdeu a vergonha, feliz vergonha! Antes, no se atrevia a apresentar-se diante do Senhor. Por isso segue: '... vem gritando atrs de ns'. Mas quando parecia que se retiraria cheia de angstia, ento se aproxima mais do Senhor. Por isso segue: 'Mas ela veio e O adorou" (Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 2), e: "Note como esta mulher Canania O chama com perseverana filho de Davi, em seguida Senhor e por ltimo O adora" (So Jernimo), e tambm: "E por isto no disse: Roga ou suplica a Deus, mas, Senhor, ajuda-me. E quanto mais aumentava a mulher suas splicas, menos Ele as atendia. E no chama ovelhas aos judeus, mas filhos. Mas chama-a de co. 'E Ele respondendo disse: no fica bem..." (So Joo Crisstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 2), e ainda: "Filhos, so os judeus gerados e alimentados no culto de um s Deus pela lei. Seu po so o Evangelho, os milagres e tudo quanto pertence a nossa salvao. No , pois, conveniente que se tirem todas estas coisas aos filhos e se dem aos gentios (que so os cachorros), enquanto so repudiados pelos judeus" (Glosa), e: "Os gentios so chamados cachorros por causa de sua idolatria, e os cachorros bebendo sangue e devorando os cadveres se voltam raivosos" (Rbano), e tambm: "Olhe a sabedoria da mulher! No se atreveu a contradizer, nem se entristeceu pelos louvores dos outros, nem se abateu pelas coisas sensveis que a lanaram no rosto. Por isso segue: 'Mas ela disse: verdade, Senhor; porm tambm os cachorros comem das migalhas que caem das mesas de seus senhores'. Cristo havia dito: 'No fica bem...' e esta disse: 'Assim , Senhor'. Cristo chama os judeus de filhos e ela os chama de senhores. Ele chama a mulher de cachorro e ela acrescentou a qualidade dos cachorros, como se dissera: se sou cachorro, no sou estranha; me chama de cachorro, alimenta-me o Senhor como a um cachorro. Eu no posso abandonar a mesa do meu Senhor" (So Joo Crisstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 2), e ainda: "So louvadas a f, a humildade e a pacincia admirveis desta mulher. A f, porque acreditava que o Senhor podia curar sua filha. A pacincia, porque fora desprezada muitas vezes e outras tantas persevera em suas splicas. A humildade, porque no s se compara aos cachorros, mas aos cachorrinhos. Disse que eu no mereo o po dos filhos, nem posso tomar seus alimentos, nem sentar-me mesa com o pai; porm, me contento com o que dado aos cachorrinhos, a fim de chegar, mediante minha humildade, at a mesa onde se serve o po inteiro" (So Jernimo).O Pe. Francisco Fernndez Carvajal comenta: "O Senhor no parece facilmente disposto a realizar milagres fora de Israel. Provavelmente encontrava-se de novo na casa, mesa. A mulher seguiu-os todo o tempo. Diz ento a esta pag que no fica bem tomar o po dos filhos e d-lo aos cachorrinhos. Evidentemente, os filhos so os judeus e os cachorrinhos so os pagos. E esta mulher, que foi proposta como exemplo para as almas que no se cansam de pedir, introduz-se com suma humildade e habilidade na semelhana que acaba de ouvir dos lbios do Mestre, e conquista o seu corao: Senhor, mas tambm os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Ela considera-se um cachorrinho que se alimenta das migalhas que caem da mesa do seu senhor. Reconhece a superioridade do povo escolhido e a sua falta de mritos, mas confia na misericrdia de Cristo, para quem conceder esta graa como permitir que um cachorrinho coma as migalhas da sua mesa. Com esta argumentao, no pode j Jesus continuar com a sua fingida dureza".

Em Mt 15, 28 diz: "Diante disso, Jesus lhe disse: 'Mulher, grande a tua f! Seja feito como queres!' E a partir daquele momento sua filha ficou curada".

So Joo Crisstomo escreve: "Por esta razo, se prolongava o Senhor. Ele sabia que ela lhe falava dessa maneira e no queria que ficasse oculta to grande virtude. Por isso segue: 'Ento respondeu Jesus e lhe disse: ' mulher, grande sua f: seja feito como queres!' Como se dissera: tua f pode compreender coisas maiores que estas, porm, seja feito como queres. Observe que esta mulher influiu no pouco na cura de sua filha, por isso no disse Cristo: Seja curada tua filha, mas: 'Tua f grande: seja feito como queres'. Desta maneira nos d a entender a simplicidade de corao com que falava essa mulher, no para adular ao Senhor, mas para manifestar-lhe sua grande f. Esta palavra de Cristo parecida quela outra: 'Faa o firmamento e ele foi feito' (Gn 1, 6). Por isso segue: 'E desde aquela hora foi curada sua filha'. Olha como alcana a mulher o que no obtiveram os apstolos. To grande poder tem a insistncia na orao! Deus prefere que lhe dirijamos a Ele nossas splicas por nossos pecados, do que valermos das splicas dos outros" (Homiliae in Matthaeum, hom. 52, 2-3), e: "Estas palavras nos d um exemplo da necessidade que h de catequizar e batizar as crianas. Porque no disse a mulher: salva a minha filha, ou ajuda-a, mas sim, tem compaixo de mim e ajuda-me. Daqui vem o costume da Igreja de prometer aos fiis a f em Deus no lugar de seus filhos pequenos, por no ter estes a razo e a idade suficientes para fazer a Deus essa promessa; e assim, como pela f dessa mulher foi curada sua filha, assim tambm, pela f dos fiis, se perdoam os pecados das crianas. Esta mulher significa, em sentido alegrico, a Igreja Santa, formada por todas as naes. A vinda do Senhor, depois de abandonar os escribas e os fariseus, ao territrio de Tiro e Sidnia, nos figura o abandono em que depois deixaria aos judeus e que se passaria aos gentios. E saiu esta mulher dos confins de sua terra, porque a Igreja Santa saiu dos erros e vcios antigos" (Remgio), e tambm: "Penso que a filha da Canania representa as almas dos fiis, que eram cruelmente maltratadas pelo demnio, quando no conheciam o seu Criador e adoravam as pedras" (So Jernimo), e ainda: "O Senhor indica com a palavra 'filhos' aos patriarcas e profetas daquele tempo; com a palavra 'mesa', a Sagrada Escritura, e com 'migalhas', os preceitos leves ou os mistrios ntimos que do o alimento Igreja, e com 'casca', os preceitos carnais que observavam os judeus. Diz-se que comida as migalhas que esto debaixo da mesa, porque a Igreja se submete com humildade ao cumprimento dos preceitos divinos" (Remgio), e: "Os cachorros pequenos no comem as cascas, mas as migalhas do po das crianas, porque os que eram desprezados entre as naes, convertendo f, buscam, no a superfcie literal da Escritura, mas o sentido espiritual, com o que pode adiantar em suas boas obras" (Rbano), e tambm: "Com razo se chama grande a essa f, porque as naes, sem haver sido imbudas na lei, nem haver sido instrudas pelos profetas, obedeceram prontamente s primeiras palavras que lhes dirigiam os apstolos, por cuja obedincia mereceram a salvao, e sem o Senhor, adia a salvao de suas almas e no atende s primeiras splicas da Igreja; nunca essas almas devem desesperar-se ou deixar de suplicar, mas ao contrrio, devem insistir em suas preces" (Idem.), e ainda: "O no vir o Senhor s casas do filho do centurio e da Canania, significa que as naes onde Ele no fora, alcanaram a salvao por meio de sua palavra. A cura do filho do centurio e da filha da mulher Canania, mediante as splicas de seus pais, figura da Igreja que me de todos os membros que so seus filhos. Porque a chama me de todos os homens que a compem e estes levam o nome de filhos" (Santo Agostinho, Quaestiones Evangeliorum, 1, 18), e: "Ou tambm, esta mulher, que saiu dos limites de seu territrio, a primeira dos proslitos. dizer, saiu dentre as naes para ir ao meio do povo que lhe era estranho; suplica por sua filha (isto , pela gente humilde das naes, submetidas dominao do esprito imundo) e chama ao Senhor filho de Davi, porque o conhecia pela lei" (Santo Hilrio, In Matthaeum, 15), e tambm: "Afinal, se algum manchou a conscincia pela imundcie de algum vcio, esse tem, indubitavelmente, a sua filha horrivelmente atormentada pelo demnio, e se algum tem corrompido suas boas obras com o veneno do pecado, esse tambm tem sua filha agitada pelas frias do esprito impuro e necessita, por conseguinte, de recorrer com splicas e lgrimas e pedir a intercesso e o auxlio dos santos" (Rbano).A filha ficou s naquele instante. A sua perseverana e a sua humildade tinham vencido. A me encontrou pouco depois a filha em casa, deitada na cama, "sem a tenso que tinha sofrido at este momento. Esta teria uma vida pela frente para agradecer a sua me uma segunda existncia, finalmente livre. E devemos supor que procuraria mais tarde Jesus e que se converteria depressa f crist. Tinha os seus bons motivos" (Pe. Francisco Fernndez Carvajal).Segundo uma tradio que remonta ao sculo III, ambas eram conhecidas na comunidade crist: a mulher chamar-se-ia Justa, e a sua filha, Berenice (testemunhos nas obras duvidosas de Clemente Romano, MG 2, 87 e 158).Edies Theologica comenta: "O dilogo de uma beleza incomparvel. Com aparente dureza Jesus consegue assegurar a f da Canania, que chega a merecer um dos maiores elogios que saram da boca de Jesus: ' Grande a tua f!", e: "Que perseverana na orao e na humildade a desta mulher pag! Enquanto Jesus parece repeli-la, a sua f aumenta cada vez mais. Advertida de que se acha na mesma relao em que esto os ces para os filhos da casa, ela replica que no pede o po dos filhos, mas somente as migalhas que se do aos animais. Quando a dor nos oprime, quando a nossa alma est desolada e aflita, em completa escurido, sob os golpes do infortnio; quando j nos parece que Deus nos abandonou, surdo s nossas splicas, ento que preciso rezar, rezar ainda, e no deixar de rezar. Porque as oraes que fazemos nesse estado de alma, so de eficcia soberana, desprendem um perfume de f e de confiana que alegra o Corao de Jesus. Se perseverarmos na f, na confiana e na orao, no sairemos da prova, sem ouvir estas doces palavras - Faa-se como queres" (Dom Duarte Leopoldo).A filha dessa mulher estava endemoninhada, e a mesma se preocupou em pedir ao Senhor que libertasse a sua filha das garras de Satans.Hoje, so milhares de jovens que so escravas das drogas, bebidas e prostituio. Ser que as mes catlicas se preocupam em pedir a Nosso Senhor que liberte suas filhas de tamanha desgraa?Muitas mes, infelizmente, alm de no ajudarem as filhas, aconselham-nas a afundarem mais e mais nas trevas do pecado.O que essas mes diro a Deus na hora do julgamento? Onde essas vboras passaro a eternidade?

Pe. Divino Antnio Lopes FP.Anpolis, 28 de junho de 2007http://www.filhosdapaixao.org.br/escritos/comentarios/escrituras/escritura_0039.htmQuando Jesus saiu do barco e viu to grande multido, teve compaixo deles e curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discpulos aproximaram-se dele e disseram: Este um lugar deserto, e j est ficando tarde. Manda embora a multido para que possam ir aos povoados comprar comida. Respondeu Jesus: Eles no precisam ir. Dem-lhes vocs algo para comer. Mateus 14:14-16Os discpulos tinham toda razo. Eles no tinham como alimentar

uma multido. E era justamente isso que Jesus queria que elesenxergassem. S assim que poderiam ver e sentir pessoalmente oquanto precisavam do Senhor. s vezes ns somos to prticos emnossas solues e Jesus to inconveniente. Amar e orar por uminimigo no faz sentido. No a soluo que eu procuraria. Voltara face para quem lhe ferir no uma reao lgica. Seria suasoluo? E quando Jesus nos ordena a fazer isso pensamos como que eu vou cumprir essa palavra? Se voc pudesse, voc noprecisaria de Jesus! Tente pensar agora em algo difcil ou atimpossvel para o qual Deus est lhe chamando. Quando vocidentificar seu desafio pea para Jesus lhe mostrar como deix-lons mos dEle. Isso no significa esquecer ou ignorar o desafio.Significa apenas confiar no Senhor. A resposta de Jesus pode ser decurar a enfermidade, ou deix-la continuar. Pode ser de tirar dasua vida aquela pessoa que lhe perturba, ou deix-la ficar. Podeser de remover aquele espinho na sua carne, ou de deix-lo lheincomodar. Seja qual for a resposta de Jesus, se seu desafio lhelevar a continuar olhando para ele, um dia voc ver que o que vocmais precisava no era o milagre que voc pediu. O milagre voc jtinha. Era Jesus. E voc tinha ele porque nenhum outro seriasuficiente. S assim que alguns de ns finalmente descobrimos oquanto precisamos de Jesus. Isso sim, um milagre.

ORAO:Meu Rei e meu Senhor, dou-lhe graas porque o Senhor que mandaaqui e no eu. O Senhor sabe em cada momento da minha vidaexatamente o que eu preciso experimentar ou enfrentar. Sei que comcada experincia estou chegando cada vez mais prximo de Jesus. s para l que quero ir. Conceda-me a confiana que preciso de queEle est fazendo o que melhor para mim. Em nome do Cristo eu oroe agradeo. Amm.

Comentrio Exegtico VI Domingo do Tempo Comum Ano B

EPSTOLA (1 Cor 10, 31- 11,1)

(Pe. Igncio, dos padres escolpios)

PARA GLRIA DE DEUS: Porque quer comais, quer bebais,ou faais alguma coisa, tudo para glria no de Deus fazei (31). Sive ergo manducatis sive bibitis vel aliud quid facitis omnia in gloriam Dei facite. Este versculo parte da concluso do problema dos idolotitos; ou seja, de carnes de consumo nos aougues que procedia dos santurios pagos. Tudo que no se utilizava no templo com fins cultuais era vendido no mercado. Por isso, a questo de: se ao comer essa carne, o cristo no participaria da idolatria. S. Paulo, na sua resposta, distingue cuidadosamente o plano doutrinal do plano da praxis. Em teoria evidente que um cristo no pode se comprometer com deuses falsos. Por isso, seguindo o critrio de Jesus que afirmou no se contaminar o homem pelo que entra pela boca, Paulo afirma que o cristo livre: Tudo permitido, porm nem tudo convm. E ainda: Tudo permitido, mas nem tudo edifica (v 23). Um exemplo clssico era quando se come em casa de outro como invitado: tem um cristo direito a comer carnes que antes foram oferecidas aos dolos pagos [idolotitos]? A resposta do apstolo consta de dois princpios fundamentais: 1) liberdade total no que diz respeito a essas carnes. 2) respeito conscincia dos outros. O primeiro princpio logicamente defendido por um razoamento simples, que corresponde a tudo permitido. Porque o dolo nada , e a carne a ele oferecida nada recebe, nem de mal nem de bem. simplesmente carne de um animal. O fato de ser oferecido a uma esttua de bronze ou pedra e ter recebido incenso nada pode acrescentar a um pedao de carne. O mundo pago profano e nada tem de sagrado, que deve estar limitado ao verdadeiro Deus e seu culto. O segundo princpio devido a que nem todos tm essa liberdade de conscincia e pensam que a carne chamada idolotito est contaminada. Sua conscincia fraca, e quando algum acredita que comete pecado, embora no exista matria para o mesmo, realmente peca. Por consequncia, se um alimento pode causar escndalo e incitar ao pecado a um cristo, devo me abster da carne que o incita ao pecado. A caridade deve ser o ltimo critrio nesta questo, e assim se cumpre o segundo princpio: nem tudo edifica. Esta posio de Paulo ele a descreve dizendo: fiz-me fraco com os fracos (1 Cor 9, 22). Dos trs casos possveis: compra no mercado, comida em casa de um amigo e comida num santurio pago, os dois primeiros no devem preocupar um cristo. Mas dificilmente a ltima prtica poderia estar livre de pecado, pois estaria unida a um culto explicitamente proibido, no por comer uma carne, mas por participar de um culto pago. No foi a toa que inumerveis mrtires morreram por esta causa na histria do cristianismo contra o culto ao Imperador como deus do Imprio. Da a concluso do versculo anterior a este: Se eu agradeo a Deus pela comida que como, por que que hei de ser criticado por aquilo que eu agradeo a Deus? (30). Ou seja, a verdadeira inteno da comida no est na carne, mas na ao de graas que precede intencionalmente a comida da mesma. E assim Paulo recomenda a ao de graas antes da comida e da bebida, que estende a toda obra realizada: Portanto, quer comam, quer bebam, quer faam quaisquer outras coisas devem fazer tudo para dar glria a Deus (31). Da questo dos idolotitos, Paulo passa agora a uma mais ampla viso, como a inteno que deve predominar em toda conduta crist: a glria de Deus, como dir sculos mais tarde S. Igncio de Loyola: Ad maiorem Dei Gloriam. Este o motivo principal e causa final de todas as nossas aes, sem o qual se converteriam em promover nossa prpria vontade e exaltar o nosso natural egosmo. Perfeita e totalmente, unicamente alcanaremos esta finalidade na feliz bemaventurana em que o Reino ter sua completa realizao como diz Jesus na orao que nos ensinou: seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Cu (Mt 6, 10).NO ESCANDALIZAR: Sem ofensa sede, tanto para judeus como helenos assim como para a Igreja de(o) Deus (32). Sine offensione estote Iudaeis et gentilibus et ecclesiae Dei. OFENSA [aproskopoi=sine offensione] como em At 24, 16 significa ter uma conduta limpa, irrepreensvel de modo a no ter escandalizado nem a judeus nem a gregos. Como diz em Fp 1,10 de modo a estar sem escndalo algum at ao dia de Cristo. A conduta de Paulo neste ponto dirigida pelo bem do irmo: Por isso, se a comida escandalizar a meu irmo, nunca mais comerei carne, para que meu irmo no se escandalize (1 Cor 8, 13). E da comida passamos a uma regra mais geral no mbito da caridade: Assim que no nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propsito no pr tropeo ou escndalo ao irmo (Rm 14, 13); de modo a no dando ns escndalo em coisa alguma, para que o nosso ministrio no seja censurado (2 Cor 6,3). E ser com essa regra de conduta que Paulo se dirige aos ministros de Cristo como chefes do rebanho: Olhai, pois, por vs, e por todo o rebanho sobre que o Esprito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele resgatou com seu prprio sangue (At 20, 28). Tudo o que constitui seu testamento aos presbteros de feso na sua despedida em viagem a Jerusalm.

AGRADANDO A TODOS: Como tambm eu me esforo em agradar em tudo a todos, no buscando o que vantajoso para mim, mas aos muitos para que sejam salvos (33). Sicut et ego per omnia omnibus placeo non quaerens quod mihi utile est sed quod multis ut salvi fiant. ESFORO-ME [aresk=placeo] com o significado de esforar-se por comprazer ou simplesmente COMPRAZER [symferon=utile] como em Mc 6, 22: a filha da mesma Herodades, danou, e agradou a Herodes e aos que estavam com ele mesa. Com o mesmo significado do versculo atual: Portanto cada um de ns agrade ao seu prximo no que bom para edificao (Rm 15, 2). E com este propsito que Paulo nos confia sua impecvel conduta: Agora satisfao aos homens ou a Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, no seria servo de Cristo (Gl 1, 10). Assim, ele procura cumprir a regra de ouro do ministrio apostlico: sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais (1 Cor 9, 19). Que em termos de um verdadeiro cristo ele designa nesta frase lapidria: Que ningum procure o seu prprio bem, mas sim o dos outros (1 Cor 10, 24).O SEU EXEMPLO: Sede meus imitadores como tambm eu de Cristo (11, 1). Imitatores mei estote sicut et ego Christi. Com toda razo pode, pois, Paulo, terminar seu escrito com uma frase que tem sido declarada como smbolo da vida de um apstolo: Sede meus IMITADORES [mimtai=imitatores]. Na realidade, este versculo tem o limite da conduta sobre os idolotitos; mas Paulo exorta os corintianos a uma mais ampla imitao, copiando em suas vidas o seu exemplo, que era de sofrimento e trabalho pelo anncio do evangelho, como escreve na mesma carta em 4, 16: Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores. Esta imitao est na linha do que a conduta divina, como declara Paulo aos de Tessalannica: E vs fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulao, com gozo do Esprito Santo.Tudo o que remata com esta considerao: Porque vs, irmos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judeia esto em Jesus Cristo; porquanto tambm padecestes de vossos prprios concidados o mesmo que os judeus lhes fizeram a ele (Fp 2,14). Porque mais do que com a palavra, a pregao paulina foi um exemplo de servio e dedicao: No porque no tivssemos autoridade, mas para vos dar em ns mesmos exemplo, para nos imitardes (Ts 3, 9). O exemplo de Paulo s vale, enquanto ele uma cpia da conduta de Cristo, que no veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20, 28). Este o ideal de todo ministro do evangelho, e que, segundo Paulo, deve ser tambm de toda alma crist.

EVANGELHO (Mc 1, 40-45)CURA DE UM LEPROSO(lugares paralelos Mt 8, 1-4 e Lc 5, 12-16)(Padre Igncio, dos padres escolpios)INTRODUO: A LEPRA. Sobre este nome, seguramente que esto includas vrias doenas, que antigamente eram desconhecidas em origem e que tinham sintomas parecidos. Como se nos tempos modernos declarssemos gripe a toda doena que tem sintomas como febre, dores musculares, ou dificuldades respiratrias. H muitas doenas de pele que poderiam ser confundidas, a simples vista, com a verdadeira doena de Hansen, a vulgarmente chamada lepra. Como enfermidades da pele, podemos ver 35 diferentes, desde acne at urticria fsica. No AT a lepra tem dois captulos 13 e 14, a ela dedicados no livro do Levtico. Como viam os vestidos cobertos de mofo branco assim como as paredes, tambm o Levtico trata desta lepra. Dos primeiros, trata em 13, 47-52 e das segundas, em 14, 34-53. Tanto os vestidos como as paredes devero ser examinados pelos sacerdotes e declarados impuros durante sete dias. Como vemos, no podemos confiar na descrio da enfermidade nos textos bblicos, pois declara como tal o mildew, mofo ou bolor. Modernamente no temos dvidas sobre a verdadeira doena, dividida entre lepra tuberculoide e lepra lepromatosa. Esta ltima a mais severa e a que produz grandes ndulos desfigurantes. Todas as formas desta enfermidade causam finalmente dano neurolgico perifrico ou das extremidades nervosas, manifestado em perda sensorial cutnea e debilidade muscular. SINTOMAS: Leses cutneas hipopigmentadas [mais claras do normal] com diminuio nelas da sensibilidade ao tato, ao calor e dor. Leses cutneas, que no so aliviadas em semanas ou messes. Ausncia de sensibilidade nas mos, braos e ps. Debilidade muscular que ocasiona a presena de sinais como o p cado [a ponta do p se arrasta ao levant-la para dar um passo]. CONTGIO: sempre direto, de pessoa enferma a pessoa s. Por via respiratria, digestiva ou cutnea, por secrees bacterianas. Como os bacilos no atravessam a placenta, de pais leprosos nascem filhos sos. A lepra tuberculosa de prognstico benigno, aparecendo manchas vermelhas que no emitem bacilos e, portanto, no contagiosa. EXPANSO: encontrada, com maior frequncia, nos pases tropicais. A OMS calcula o nmero de infectados em 286.000 pessoas. No incio de 2005, os casos declarados na Amrica so 38.877 sendo o Brasil o pas com maior nmero de enfermos. CASTIGO: Era considerada como um castigo divino, especialmente aps a lepra de Maria, a irm de Moiss, que, por falar mal de seu irmo, apareceu coberta de lepra branca como a neve (Nm 12, 10). E como tal, os que a padeciam eram considerados impuros. JULGAMENTO: A observao da enfermidade, a declarao da mesma e de sua cura, pertenciam aos sacerdotes (Lv cap 13), que recebiam os curados e faziam o sacrifcio de purificao, uma vez declarado curado o enfermo, como narrado no livro do Levtico, no captulo 14. Realmente, o leproso tinha que se afastar da vida social. Deviam morar fora das aldeias e cidades, e se dar a conhecer de longe, pois tinham que vestir vestidos desgarrados, como de mendigos, a cabea nua, sem turbante, a barba coberta com um vu e advertir de sua proximidade aos viajantes gritando Tam, tam [impuro, impuro]. Deviam falar a 4 cvados de distncia no mnimo [pouco mais de dois metros]. Reduzidos ao estado de mendigos, acostumavam morar nas covas e sepulcros, em pequenos grupos para repartir a comida e as penalidades. No eram propriamente excomungados, pois podiam assistir aos ofcios da sinagoga desde que fossem os primeiros a entrar e os ltimos a sair e nelas estivessem em lugar separado. A conduta dos rabinos era bem diferente da de Jesus como narrada nos evangelhos. Alguns fugiam deles s ao v-los, outros at chegavam a jogar pedras para afast-los do caminho e no se contaminar. O nosso leproso era dos considerados como tais pela lei, e como diz Lucas, estava cheio de lepra, o qual indica uma lepramatose profunda. Lucas diz que estando numa cidade foi quando o leproso se prostrou por terra.

O PEDIDO: Ento, vem a ele um leproso, implorando de joelhos e dizendo-lhe que se queres podes me limpar (40). Et venit ad eum leprosus deprecans eum et genu flexo dixit si vis potes me mundare. Esta traduo literal que indica a pobreza sinttica de Marcos, recebe nos outros sinticos umas pequenas diferenas de redao. Mateus (8, 2) dir que o adorava [prosekynei, adorabat latino], termo que no oriente significava admitir o senhorio de uma personagem como suprema na vida do sdito. A traduo em vernculo prostrou-se. Lucas (5, 12) traduzir em seu verdadeiro valor material o proskyne, ao escrever caindo com o rosto por terra. A frase inicial escrita com as mesmas palavras por Mateus e Lucas com a nica diferena de que estes dois ltimos tm no incio a palavra Kyrie [Senhor]. Logicamente esta palavra no significa que ele admitisse em Jesus a divindade, mas um poder do qual ele desejava se aproveitar para a cura de sua doena. O leproso tinha uma f absoluta no poder de Jesus. Faltava ganhar a sua vontade, a de Jesus, para que a cura fosse imediata.

A RESPOSTA: Jesus, pois, movido de compaixo, havendo estendido sua mo, o tocou e lhe diz: Quero, s limpo (41). Iesus autem misertus eius extendit manum suam et tangens eum ait illi volo mundare. Uma traduo literal que, uma vez mais, indica a falta de sintaxe de Marcos, como para dizer: a inspirao no destroi as virtudes ou defeitos do escritor. Mateus e Marcos coincidem nas palavras de Jesus e corrigem a rude sintaxe de Marcos, escrevendo: Havendo estendido a mo o tocou dizendo. Com essa resposta, Jesus indica que a cura depende unicamente de sua vontade e que esta est em fazer o bem a quem to confiadamente o pede. Marcos, muito mais expressivo que seus sucessores, fala de um verbo que acostuma empregar-se para indicar o amor de Deus para com seu povo. o verbo compadecer-se [splagchnizomai] que tem como raiz a palavra grega splagchnon, que significa entranhas, vsceras, e que traduzido por mover-se a compaixo. Aparece unicamente nos sinticos: 4 vezes em Marcos, 5 em Mateus e 3 em Lucas. Um exemplo o do samaritano que viu o ferido e se moveu a compaixo (Lc 10, 33) e outro o pai do filho prdigo em 15, 20. o que no AT se descreve com a palavra cheed [ch pronunciado como j em espanhol] que unido a emeth [fidelidade] define os atributos divinos com respeito a sua conduta com os seres humanos. O significado de ambas as palavras juntas, cheed we emeth, acostuma variar no texto grego dos Setenta. Em Gn 24, 27 as duas palavras so traduzidas como dikaiousyn ka altheia [justia e verdade], embora a traduo inglesa diga Kindness and Faithfulness [bondade e fidelidade]. Em 24, 49 a traduo eleos kai dykaiousyne [misericrdia e justia]. Em 32,10 ser dykaiousyne kai altheia [justia e verdade]. Em 47, 29 elemosyn kai altheia [compaixo, (beneficncia) e verdade]. Em x 34, 6 lemos polyleos kai althins [supermisericordioso e fiel]. Estes exemplos bastam para ver que a palavra cheed traduzida de diversas maneiras. Nos salmos aparecem tambm ambas as palavras unidas, e traduzidas j, como graa e verdade (25, 10) na verso portuguesa AV, que na vulgata traduzida por misericrdia et veritas. No salmo 86, 15 podemos ler que o Senhor polileos kai alethins [multae misericodiae et verus, cheio de amor e fidelidde, abounding in love et faithfulness]. Finalmente no salmo 88, 14-15 temos: te precedem leos kai altheia [misericrdia et veritas, graa e verdade, love and faithfulness]. Vemos como a vulgata e a New Intenational Version so bastante mais confiveis que a verso revisada portuguesa, que traduz cheed por graa. J no NT, Joo no prlogo usa os dois termos em grego, dizendo do Logos como estando cheio de charitos kai altheias [gratiae et veritatis, de graa e verdade]. Os modernos preferem amor e fidelidade, como comenta em nota a Bblia de Jerusalm, para corresponder definio de Deus no x 34, 6 +. Evidentemente que essa graa a grande misericrdia da qual Deus rico como declara Joo Paulo II na sua encclica Dives in misericrdia citando Ef 2,4. E a verdade se transforma em fidelidade ou lealdade s suas promessas. Um outro vocbulo usado pela Escritura para definir a compaixo divina rehem [misericrdia ou piedade] como vemos em Dn 2, 18 para que pedissem misericrdia [timria, auxlio] ao Deus do cu ou rachmany [oiktirmn, compassivo] em Lm 4,10: As mos das mulheres, outrora compassivas. So os nicos casos em que ambas as palavras aparecem no AT e qualificam condutas humanas. Como concluso, podemos afirmar que a conduta divina de cheed, ou amor benvolo por parte de Deus, quando olha o homem que Ele escolheu como seu amado. ESTENDENDO A MO: Jesus o tocou. Jesus rompe com o esquema usual que, com base na legalidade vigente, tornava impuro quem tocasse ou se aproximasse, menos de dois metros do leproso. Em Lc 17 12-13, vemos como os leprosos, entrada da cidade, clamam distncia. A ao de Jesus indica uma compaixo profunda com o doente, que, nesse momento, o identifica como amigo, pois seu mdico. E Jesus declarou: quero, s limpo. A reposta de Jesus ao pedido do leproso foi exatamente a esperada pelo doente. Jesus une a cura com a sua vontade, que movida simplesmente pela compaixo. assim que Deus foi movido e movido, no conjunto da Histria humana, e especialmente na particular histria de seu povo. Se o leproso desobedece lei ao se aproximar de Jesus, este ltimo ainda a despreza mais, pois toca com sua mo um homem impuro, o que seria o mesmo que se tornar ele tambm impuro, segundo Lv 5, 3 e Nm 5, 2. Jesus se tornava impuro consciente e voluntariamente, indicando que a lei da impureza no servia quando da cura de um homem ou quando o fato de fazer o bem era posto na balana. Exatamente como quando viola, aparentemente, o sbado para fazer o bem a uma mulher encurvada (Lc 13, 10+). Mais do que evitarmos o mal, estamos obrigados a fazer o bem que a razo do verdadeiro amor ao prximo. o mesmo Jesus que se tornou pecado para salvar o pecador como diz Paulo (2 Cor 5, 21). Tambm podemos deduzir da conduta de Jesus, que uma lei, que no cumpre a finalidade de contribuir para o bem do homem, no tem sentido e no um mandato que deve ser necessariamente obedecido. por isso que Jesus pronunciou as palavras que limparam a lepra: Quero, s limpo. A CURA: E, tendo falado, imediatamente retirou-se dele a lepra e foi limpo (42). Et cum dixisset statim discessit ab eo lepra et mundatus est. No mesmo instante em que Jesus pronunciou as palavras, a lepra se afastou e ficou limpo. As palavras de Marcos indicam uma cura instantnea: afastou-se imediatamente [eythys], como se fosse uma pessoa que abandona a sua casa por ordem superior. E ficou limpo. A instantaneidade da cura tambm nota caracterstica de Mateus e Lucas. O leproso estava limpo. Que devia agora fazer?

OS MANDATOS: E tendo-o seriamente advertido, imediatamente o despediu (43). E diz-lhe: V, no digas nada a ningum, mas vai pessoalmente, mostra-te ao sacerdote e oferece, por tua purificao, as coisas que mandou Moiss para testemunho deles (44). Et comminatus ei statim eiecit illum. Et dicit ei vide nemini dixeris sed vade ostende te principi sacerdotum et offer pro emundatione tua quae praecepit Moses in testimonium illis. So duas as advertncias srias espcie de mandatos- de Jesus, uma vez obtida a cura: a 1a a de guardar silncio sobre o acontecido. Tendo-lhe seriamente advertido, dir Marcos. Lucas rebaixa at um simples aviso de no espalhar a notcia e Mateus refere como: cuidado! No o digas a ningum (8,4). Podemos nos perguntar a razo desta advertncia. Jesus realmente foge da fama de curandeiro e no mostra desejo algum de que suas obras extraordinrias sejam conhecidas. Em Mateus, vemos a mesma conduta perante a cura dos dois cegos: vede, que ningum conhea (9, 30). Se no caso do demnio, como vimos no domingo anterior, a causa do silncio exigido era pela deformao do messiado, agora existe o perigo de falsificar a figura de Jesus tornando-a mdico prioritariamente, antes que Salvador. Seria o homem das curas que tomaria o lugar do verdadeiro Salvador, o Servo de Jahv, a tirar o pecado do mundo (Jo 1, 29), esse Messias que corretamente anuncia o anjo a Jos, que salvar o seu povo de seus pecados (Mt 1, 21). Por isso, como no caso do surdo-mudo, quanto mais proibia, tanto mais proclamavam seus fatos extraordinrios (Mc 7, 36). A prtica de Jesus totalmente diferente dos muitos curandeiros modernos que convidam os seus seguidores para verem milagres como produtos de orao. Desta forma a religio se transforma em curandeirismo, ou em egolatria do pregador. A 2a a recomendao de se apresentar aos sacerdotes. Parece uma bagatela insignificante. Porm, na realidade, no era assim. No exigir essa apresentao era como desprezar a Lei, que no deixava nas mos do mdico [e para o caso, Jesus era o tal] a cura da lepra, mas dava a ltima palavra ao sacerdote. Alm disso, existia uma outra razo: a cura foi feita por um enviado de Jahv-Deus e como tal se exigia a ao de graas pela mesma, com o sacrifcio correspondente. Jesus tinha, pois, motivos reais suficientes para exigir, tanto neste caso como no dos dez leprosos, a presena ltima do sacerdote para a declarao final da ausncia da impureza. Quando cura os dez leprosos, a lei cumprida de forma terminante. de longe que eles pedem a cura e Jesus manda que vo para serem declarados limpos pelo sacerdote, sem se aproximar deles ou tocar nos seus corpos feridos. E na ida, eles encontram a sua cura (Lc 17, 14). A OFERENDA: A cura da lepra no era uma cura normal. Era um verdadeiro dom de Deus, poder se tornar limpo e participar da vida social, como um membro do povo escolhido. Por isso, o retorno vida da comunidade devia ser feito com um sacrifcio de ao de graas. O Levtico, aps narrar os sintomas da verdadeira lepra no captulo 13, regula, no 14, a insero do leproso na comunidade. Para a tal oferenda sero necessrias duas aves, madeira de cedro, l escarlate e hissopo. No vamos entrar nos detalhes, que se seguiro com os dois cordeiros um deles imolado pelos pecados e o outro como holocausto. Interessa a frase final de Jesus: coisas mandadas por Moiss como prova para eles. A que se refere prova para eles? Hoje traduzem prova contra eles. Em Dt 31, 26, aps Moiss escrever o livro da lei, manda que este seja colocado ao lado da Arca da Aliana como um testemunho contra ti [o povo], porque conheo a tua rebeldia e a tua dura cerviz. possvel que este texto do AT esteja na mente de Jesus para indicar que ele, tem um poder que diretamente vindo de Deus e por isso quer que seja reconhecido como tal pelo sacerdote, o nico que podia dar testemunho da cura da lepra. A cura do leproso uma prova de que Jesus era profeta de Deus, pois agia como tal em seu nome. E a apresentao diante do sacerdote indicava que Jesus exigia a testemunha oficial para ver no curado o poder divino do mdico. Comentaristas catlicos usam este texto para demonstrar que a cura do pecado s verificada testemunhalmente pelo sacerdote que absolve o pecador. No Sacramento da Reconciliao, o penitente recebe um cheque em branco para a anulao de suas dvidas. Os pecados eram opheilemata [dvidas] como afirma Mateus no Pai-Nosso (6, 12) porque deviam ser pagos para serem perdoados. As disposies do penitente preenchero a cifra correspondente por meio de sua humilde confisso, seu arrependimento e seu propsito sincero. E o sacerdote, um juiz num ato de reconciliao, que no age somente com Deus, mas tambm com a Igreja, avaliar e testemunhar com o eu te absolvo, a certeza do perdo e a segurana da reconciliao.

DIFUSO DO MILAGRE: Ele [o leproso], porm, tendo sado, comeou a pregar muitas coisas e a espalhar a palavra de modo ele [Jesus] no poder, de maneira alguma, abertamente entrar numa cidade, mas estava fora em lugares inabitados e de toda parte vinham a ele (45). At ille egressus coepit praedicare et diffamare sermonem ita ut iam non posset manifeste in civitatem introire sed foris in desertis locis esse et conveniebant ad eum undique. Ele [o leproso], porm, saindo [dali] comeou a pregar muitas coisas e a espalhar a palavra. Evidentemente, o leproso, agora curado, no cumpriu a sria advertncia de Jesus e falava abertamente do sucedido e a difundir a palavra sobre Jesus e o reino. O antigo excludo socialmente, se transforma agora em verdadeiro apstolo da palavra, ou seja, dessa realidade que chamamos evangelho. Praticamente o que aconteceu com Paulo que de perseguidor se transformou em firme defensor de Jesus. Em Paulo foi curado o esprito, no leproso o corpo, para conhecer a verdade em suas vidas e manifest-la claramente a todos os homens. O leproso canta a glria do Senhor com o esprito de Maria que declarava no seu canto de louvor: porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1. 49). Se Maria teve como ouvinte Isabel, o nosso leproso teve como auditrio as aldeias e vilas da Galileia. RESULTADO: De modo que ele [Jesus] no podia entrar em cidade alguma e devia habitar em lugares desabitados. Mesmo assim vinham a ele de todas as partes. Parece um pequeno inciso, mas na realidade mostra a verdadeira vida de Jesus que, indiretamente, os evangelhos narram, pois sua palavra ser dirigida e escutada no monte, no lugar descampado em que teve que multiplicar os pes, beira mar e at dever enviar os doze para pregar, em seu nome, nas aldeias e cidades da regio. Talvez estes pequenos comentrios nos obriguem a ver Jesus de modo um tanto diferente como temos acostumado a observ-lo nos filmes de produo para espetculo. No incio, e durante a vida de Jesus, a semente era mesmo de mostarda.

PISTAS: 1) Os rabinos consideravam o leproso como se estivesse morto e pensavam que sua cura era uma verdadeira ressurreio. Por isso, a lepra tornou-se o smbolo do homem em pecado mortal e a sua cura, avaliada pelo sacerdote, foi a imagem do sacramento da penitncia e reconciliao.

2) Jesus toca o leproso, contra toda a prtica jurdica e em oposio aos costumes da poca. Jesus demonstra com sua atitude, que o homem est por cima de toda lei social que o discrimina e condena a um ostracismo absurdo que como consider-lo morto em vida. At o homem mais repugnante tem o direito de ser tratado como um ser humano e de ser considerado entre os quais devemos amar e ajudar.

3) Devido a deformao da lepra chamada lepromatosa, que forma ndulos, foi considerada como um castigo divino para as pessoas pecaminosas, afastadas dos princpios religiosos. Hoje sabemos que uma bactria e que a doena nada tem a ver com a religio. Devemos ter em conta que a interpretao das escrituras deve ser feita com o critrio da cultura antiga, contempornea do tempo de Jesus, sem pretender, como alguns fazem, uma leitura cientfica e literal. A cura foi feita. A doena no tempo era lepra e como no temos nenhuma descrio da mesma, poderia ser qualquer doena que na poca recebia esse nome. O que indica o poder de Jesus a sua instantaneidade na cura, impossvel, mesmo com os remdios modernos.

4) Pelo que toca a ns, a lepra verdadeira o pecado. Ele nos afasta de Deus e ao mesmo tempo implica com nosso descomprometimento social, de modo a modificar a verdadeira relao que, devendo ser de justia [no sentido de santidade] se transforma em inimizade e animadverso.

http://www.presbiteros.com.br/site/comentario-exegetico-%E2%80%93-vi-domingo-do-tempo-comum-%E2%80%93-ano-b/A autoridade de JesusDepois de trinta anos Jesus, vai, ento, para o rio Jordo, e ali ele tem uma tremenda experincia: os ceus se abrem. E, na Bblia, toda vez que voc ouve essa expresso, Os ceus se abrem, como se Deus estivesse vindo para o seu povo de uma maneira especial, e como se o povo tambm estivesse indo para Deus de uma forma especial. E ouve-se a voz do Pai dizendo: Esse o meu filho bem amado, meu filho em quem eu coloco toda minha complacncia. Ouam-no.Jesus recebeu a autoridade do Pai para proclamar a palavra de Deus. Ento as pessoas viram o Esprito Santo pulsando sobre Jesus e Jesus recebeu o poder do Esprito Santo para curar e libertar. Portanto, quando, depois, Jesus foi a sinagoga, na cidade natal de Nazar, isto o que ele anunciou: Eu fui mandado pelo Senhor com autoridade para proclamar a boa nova a aqueles que esto com os coraes quebrados. O Senhor me mandou com o poder para curar os doentes, para perdoar os pecadores, para libertar os cativos, e isso porque o Senhor me ungiu com o poder do Esprito Santo, o Senhor comigo.Anos mais tarde Pedro vai comentar sobre isso com a famlia de Cornelius, uma famlia de pagos romanos, que estava querendo saber quem era esse Jesus. E Pedro vai dizer: Jesus a pessoa que Deus ungiu com o seu Esprito Santo, que Deus ungiu com poder. Esta a razo porque Jesus ia para todo o lugar fazendo o bem.O bem que Jesus faziaE o que era esse bem? Qual era o bem que Jesus fazia em toda parte? Curando os doentes que estavam sob o poder de Satans. isto que Jesus estava fazendo: curando os doentes que estavam sob o poder de Satans. Ele Pedro vai acrescentar: Porque Deus estava com ele. Porque Jesus Deus conosco.E, durante esses trs anos, o que o que sempre que Jesus fez? Em cada cidade ou vilarejo da Galileia, nos templos e nas sinagogas, nas casas e a ceu aberto, dia aps dia, proclamou as boas novas do amor de Deus, dizendo s pessoas o quanto Deus as amava, e assegurando que Deus as amava, orando para cada um que viesse at para ele, curando todos os doentes e libertando todos os oprimidos. Foi o que Jesus fez por toda a sua vida, e a nica coisa que Jesus exigia das pessoas era acreditar que Deus as amava, e faz-las acreditar que Jesus tinha sido enviado pelo Pai por amor.A compaixo de JesusE porque Jesus curou todas as pessoas? Por somente uma razo, por causa do amor, por causa da compaixo.Quando ele viu o filho nico da viva de Naim morto no caixo, ele se encheu de compaixo, ele voltou aquele jovem dos mortos e o devolveu para sua me. E quando Jesus viu que Lzaro estava morto e fazia quatro dias, o que Jesus faz? O Evangelho de So Joo nos conta em apenas duas palavras: Ele chorou. Ele chorou... Este o versculo mais curto de toda a Bblia. Mas essas duas palavras dizem que tudo o que estava no corao de Jesus: o mesmo amor que Deus pai tem por ns. No Evangelho de So Joo, captulo 5, quando Jesus curou aquele homem paraltico no dia de sbado os fariseus vo contra ele e eles diziam para Jesus que Jesus no poderia curar no sbado. O que Jesus disse? Eu fao o trabalho que o meu Pai que est fazendo. O Pai est trabalhando no s por seis dias, mas por sete dias, mesmo no sbado.Ento eu estou fazendo o que meu Pai est fazendo, porque o sbado um dia santo para o Deus pai e para os homens tambm, pensado para trazer vida aos homens. - Ento Jesus diz: Meu pai est trabalhando para dar vida, e eu vou trabalhar tambm para dar vida.Ento o qu que Jesus mais fez nesses trs ltimos anos? A alegria do ceuA primeira coisa que Jesus fez foi trazer perdo aos pecadores. Foi o primeiro servio de cura. E Jesus diria: Eu fui mandado pelo meu pai para perdoar e no para condenar. Jesus dir: H mais alegria no ceu por um pecador que se arrepende, do que por 99 boas pessoas.Quando aquela mulher entrou na casa daquele fariseu, onde Jesus estava tendo sua refeio, e ela se jogou os ps de Jesus e os fariseus diziam entre si: Como que Jesus poderia permitir que essa mulher tocasse nele?, o que Jesus disse: Ela foi perdoada mais pelo meu Pai do ceu porque ela experimentou o amor de Deus, meu Pai, no seu corao.Quando aquela mulher, pega em adultrio, foi trazida para ele, o religioso mais importante na poca naquele dia disse que ela foi pega em adultrio. E o que Jesus disse? Jesus olhou para eles: O primeiro de vocs que no tenha pecado, que atire a primeira pedra e todos foram embora. E o qu que Jesus disse para essa mulher? Ele disse uma das palavras mais bonitas da Bblia: Se ningum te condenou, nem eu vou te condenar. V. E no peques mais.Quando Jesus estava na cruz, o qu que esse disse ao ladro que estava ao seu lado direito que era um criminoso? Ele disse: Hoje voc vai estar comigo no paraso.Jesus ama tanto os pecadores...Jesus ama tanto os pecadores que ele prprio traz para si os nossos pecados, que ele foi chamado de pecador, por isso que Jesus disse a palavra do filho prdigo. Quando ns lemos essa parbola, ns nos esquecemos de ler o primeiro o versculo do captulo 15 do Evangelho de Lucas, quando ns lemos que os lderes religiosos estavam acusando Jesus, de andar com pessoas erradas, com pessoas de m reputao, com pecadores. E ento Jesus contou essa parbola. Por qu? Para mostrar a eles que ele estava fazendo exatamente o que seu Pai faria. Seu Pai preferiria a companhia das pessoas erradas, das pessoas ms, do que da companhia de pessoas boas. Mas existe algo a mais que Jesus fez, ele curou as pessoas com doenas fsicas, ele libertou as pessoas do poder de Satans, mas uma cura importante que Jesus fez e foi curar aqueles que tm o seu corao quebrado.Corao quebradoPortanto nesta tarde eu vou falar um pouco desse importante ministrio de Jesus, e do ministrio da Igreja de hoje. Jesus disse: Eu vim para abrir os olhos dos cegos, e Jesus veio para nos dar curas fsicas.Jesus disse: Eu vim para perdoar os pecadores, e Jesus veio para nos dar curas espirituais. Jesus disse: Eu vim para destruir os trabalhos de satans, e Jesus veio para nos dar libertao.Mas ns sabemos que Jesus veio tambm para curar os coraes quebrantados. E qual r uma das promessas mais bonitas de Jesus? um dos mais bonitos convites de Jesus, quando ele diz: Venham a mim todos vocs que esto com o fardo muito pesado, com ferimentos no corao. E eu vou cur-los, eu vou dar-lhes descanso.E o Senhor Jesus, especialmente hoje, est aqui no s para perdoar nossos pecados, est aqui no s para curar os nossos corpos doentes, est aqui no s para libertar aqueles que esto precisando, mas ele est aqui tambm para nos trazer uma profunda cura interior.Cura interior da rejeioPor que que ns precisamos dessa profunda cura interior? Por causa de todos os grandes ferimentos emocionais que ns temos em nosso corao.Provavelmente o maior ferimento que todos ns j experimentamos o ferimento da rejeio. Este ano dedicado ao Deus pai, eu quero falar de uma maneira muito especial, que o Senhor veio nos libertar desse tremendo sentimento de rejeio que est no fundo de nosso corao. E o Senhor nos diz como sermos curados desses sentimentos de rejeio, para comear, tomando as pessoas de quem nos sentimos rejeitados.A maior carga emocional: rejeioPortanto talvez a carga emocional, o fardo emocional o mais importante que tenhamos, seja o sentimento de rejeio. Como que a rejeio entra na minha vida? Vem quando eu sinto que eu no sou amado, que eu no sou aceito por aqueles de quem eu esperava esse amor e essa aceitao, principalmente da minha mame e do meu papai.Meus irmos e minhas irms, quanto mais prximo a pessoa de mim, maior o sentimento de rejeio. Isso no quer dizer que aquela pessoa no me ame, mas eu me sinto nessa maneira. Talvez seu pai no tenha sido chamado pelo pai dele, e talvez ele no consiga comunicar o amor dele para mim e, como resultado disso, e, com esse sentimento de rejeio entram no meu corao: sentimentos de ressentimento, raiva, amargura, dio e at mesmo a vingana, e at mesmo sentimentos de suspeita no matrimnio e de cimes em amizades.Ns nos apresentamos a Jesus como nossa dor. A dor de Jesus na cruz no foi somente dor fsica. Nas palavras de So Paulo, o maior sofrimento de Jesus foi o sofrimento da humilhao que ele passou na cruz, a vergonha na crucificao. E ns lemos no Evangelho que Jesus sofreu rejeio em toda sua vida.Evangelho de So Joo, captulo um, ns lemos l: Ele, Jesus, veio aos seus, mas os seus no o receberam. uma das passagens mais cheias de dor na Bblia. E, novamente, ns lemos que toda a famlia queria mandar Jesus embora, porque eles tinham vergonha dele, eles estavam pensando que ele estava fora do seu raciocnio, da sua lgica. Os seus prprios apstolos suspeitaram dele, suspeitaram dele quando viram Jesus conversando com uma mulher publicamente. Aqueles religiosos tambm tinham inveja dele, e Jesus foi levado morte por causa da inveja, na cruz.E quais foram as ltimas palavras de Jesus? No Evangelho de So Matheus, no evangelho de So Marcos, Jesus disse somente uma coisa: ele sabia que as suas ltimas palavras seriam as mais importantes, e o qu que ele diz? Ele clamou ao Pai, era uma orao a Deus, seu pai, e o que ele disse? Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?E o evangelista colocou essa frase, essas palavras de Jesus na lngua de Jesus, porque quando voc diz algo muito do seu corao, que voc faa isso automaticamente na sua lngua materna. Ento Jesus estava expressando na sua cruz o mais importante ferimento emocional de qualquer pessoa, o ferimento emocional mais forte de qualquer ser humano. Jesus estava expressando na cruz o maior sentimento de solido, e o ferimento de ser rejeitado pelas pessoas que voc ama, o sentimento de ter sido trado. Voc sabe que, na histria da paixo de Cristo, o que mais machucou Jesus no foi a flagelao, no foi a coroa de espinhos, foi a traio de Judas. Jesus disse a Judas: Meu amigo, voc me trai com um beijo?. O que machucou Jesus foi a negao de Pedro - Pedro, que Jesus tinha escolhido para ser o cabea da Igreja - que disse: Eu no conheo esse homem, e Pedro negou Jesus.Eu no conheo esse homem..., imaginem o sofrimento que Jesus experimentou.E o que mais machucou Jesus, mais do que tudo que ele passou, foi que todos os discpulos fugiram e ele ficou sozinho para ser preso.Da mesma maneira, at hoje, o que mais nos fere quando a gente ferido, trado por algum em quem ns confiamos, quando a gente negado e ignorado at mesmo pelos nossos mais prximos ou at mesmo por nossos pais, quando as pessoas que antes estavam buscando por ele.E esta a razo que o evangelista ps, com muita propriedade, na histria dos sofrimentos de Jesus, o sinal do pecado, o sinal de ter sido trado, o pecado de ter sido abandonado. Mas o maior machucado de Jesus foi de ter se sentido abandonada at mesmo por Deus.Eu tenho certeza que muitos de ns, em algum momento de nossa vida, tivemos esse sentimento de que at mesmo Deus nos abandonou.Como Deus cura a rejeioE ento, como que Deus nos cura desse sentimento de abandono e de rejeio? Somente quando ns louvamos a Deus por esse ferimento, sabendo que Deus sempre tem o que bom para aqueles que o amam. E, em segundo lugar, por ns perdoamos a pessoa que nos rejeitou.Eu estava dando um retiro para vivas. E elas vivas esto montando grupos de partilha entre elas. Num grupo de cinco vivas, quando eu estava comentando sobre o que elas tinham partilhado e orado no seu grupo, olhe o que elas disseram: Todas ns temos os mesmos problemas: os nossos cinco maridos eram alcolatras e violentos, e todos os nossos maridos no amavam as nossas crianas. Agora ns temos crianas e que todos os nossos filhos so semelhantes aos seus pais, o filho mais velho de cada uma delas j so alcolatras, todos j esto violentos, e todos eles no amam seus filhos. E eu disse a mim mesmo: At quando isto vai ser passando de uma gerao para a outra?.E esta a razo que quando a gente ora pela cura da nossa rejeio, ns precisamos orar tambm pela cura dos nossos pais e dos nossos avs.A cura de nossos pais e ancestraisNs precisamos orar pela a cura da nossa rvore genealgica. Ns temos que orar pela cura dos nossos ancestrais, e o que tambm faremos na Eucaristia hoje tarde. Vamos devotar e oferecer toda essa Eucaristia por esta inteno, a cura de nossos ancestrais, para ento a gente no ter mais esse terrvel ferimento da rejeio sendo passado de gerao para gerao.Ento agora eu vou falar nas ltimas duas coisas, em dois pontos: por que que nos precisamos da cura de nossa rvore genealgica? Porque ns estamos sofrendo, mas eles no sofrem mais. E, em segundo lugar, como temos certeza de que ns estamos to curados, de modo que o nosso problema no afete os nossos filhos e os filhos de nossos filhos? Voc pode imaginar a importncia disso? Ento ns vamos falar um pouco da cura da rvore genealgica. A doutrina do pecado originalNa f catlica ns acreditamos naquilo que ns sabemos sobre a doutrina do pecado original. O qu que significa isso? Que, em razo do pecado de nossos primeiros pais, no o pecado deles, mas o efeito do pecado deles transmitido de gerao para gerao.Ns vemos isso acontecendo tambm no meio mdico. Se um dos pais tem AIDS, o filho vai ter AIDS. Que terrvel doena...Eu estava pregando em um pas da frica, e uma de cada duas pessoas que vinham se consultar comigo tinham AIDS. Uma senhora me deu uma carta com uma foto de todos os membros da sua famlia, irmos e irms da famlia, e ela me disse: Padre, reze pela nossa famlia, porque esto todos com AIDS. Naquele pas eu vi tantas e tantas crianas sem pais, os pais provavelmente tendo morrido por causa da AIDS. Esta uma realidade.Ento, portanto, uma doena fsica pode ser transmitida, portanto olhe s da responsabilidade que as pessoas tm antes do casamento, porque eles podem ser os transmissores do bem para a criana, e tambm podem ser os transmissores do mal para aquela criana. Vocs querem os seus filhos abenoados por toda a sua vida, pelo bem que voc faz a eles? Ou vocs querem o seus filhos amaldioando voc, por causa do mal que voc fez a eles?Os pais do Pe. RufusOs meus pais tinham problemas, tinham defeitos, eu acredito que pelo que eles eram, que, acredito, eu estou fazendo o trabalho de Deus. O que minha me fazia? Eu me lembro de duas coisas: ela me ensinou a minha f, ns nunca deixamos passar um dia sem rezarmos o rosrio em famlia.Muitas coisas que eu estou dizendo a vocs sobre a doutrina catlica no aprendi no seminrio, aprendi da minha simples mame. Ento isto o que os meus pais deram, o presente da f. Eles tiveram a certeza de que eu comecei bem, tomavam minha lio todos os dias, eles sabiam que tudo dependia de uma boa educao. Ns ramos uma famlia pobre, mas eles no se preocupavam com as riquezas deste mundo, eles sabiam que tudo dependia de uma boa educao religiosa. E, terceiro, acima de tudo, eles deram a sua presena. E estiveram conosco sempre, para que a gente no fosse pegar o caminho errado. E isto que pode acontecer se, por um outro lado, ns damos aos nossos filhos as experincias erradas. Quanto mais, portanto, podem as coisas ruins e serem emocionalmente e espiritualmente serem comunicadas de gerao para gerao?A forma da morte de nossos ancestrais: como rezar por elesSe, dentre os meus ancestrais, tiver algum que morreu subitamente ou violentamente, eu preciso repetir, que morreu de repente, antes de ter encontrado com Deus, e violentamente, no como Deus queria, aquilo pode afetar a gerao presente e a prxima gerao. Especialmente se houver um suicdio, o suicdio pode trazer uma grande carga para a descendncia. Quando voc vem, por exemplo, para a orao, no suficiente que rezemos por uma dor de cabea. melhor receber orao para ser liberto dos efeitos daquele suicdio em voc. Se houve o aborto nos seus ancestrais, um aborto pode trazer o prejuzos enormes para as geraes seguintes. Se tivermos algum que morreu durante a guerra, ou foi torturado, ou morreram doentes mentais, ou morreram em possesso, ou morreram com a propriedade defraudada, morreram com a maldio nos seus lbios, isso pode afetar a gerao presente.Portanto os nossos ancestrais que mexeram com trabalhos satnicos, que pertenceram a falsas religies e fizeram prticas ocultas, ou qualquer tipo de bruxaria, como macumba e outras coisas aqui no Brasil, isto pode afetar a gerao presente. Se voc no acreditar, traga qualquer caso como este que eu vou mostrar como que acontece.Pedindo perdo pelos nossos ancestrais, perdoando pelos nossos ancestraisSe qualquer um desses meus ancestrais amaldioou as geraes seguintes, o posto uma de bruxaria essas geraes, e isso era um tremendo efeito nas geraes seguintes. Se um ancestral amaldioou uma mulher dizendo: Voc nunca vai ter uma criana, ou dizendo: Todos os seus filhos jamais vo casar, isso pode acontecer. E a nica maneira que ns podemos quebrar o poder dessa maldio orar pelos nossos ancestrais durante a Eucaristia, pedindo perdo a Deus em nome deles, perdoando pelos nossos ancestrais, perdoando em nome deles, e pedindo ao Senhor que quebre qualquer ligao, qualquer amarrao ligado entre eles, e pedindo ao Senhor que lhes d descanso eterno. Pedindo perdo por ns e perdoandoE, da nossa parte, o que ns precisamos fazer para aqueles que esto conosco e que nos feriram? Precisamos perdo-los. O maior bloqueio para qualquer tipo de cura interior a falta de perdo. Uma vez que o perdo toma lugar a cura vem quase que automaticamente. O mandamento mais importante que Jesus deu, de maneira mais prtica, o mandamento: Perdoe os seus inimigos, e no somente os perdoe mas orar por eles, am-los e abeno-los; de fato, Jesus disse: Se voc quer se reconciliar com eles, mas eles no quiserem se reconciliar com vocs, eles esto se afastando de vocs, esto amaldioando o seu bom nome, esto perseguindo voc, alegrem-se.E por que Jesus disse isso?Porque esse mandamento parece um mandamento, mas na realidade uma cura, uma bno, pela qual ns libertamos pessoa que nos feriu, a alertamos de nosso dio, e ns, tambm, de nosso lado, nos libertaremos de nosso prprio dio.Ento, na missa, ao mesmo tempo, ns precisamos trazer cada pessoa que nos machucou em nossa vida de alguma maneira e perdo-las em nome de Jesus.Caso: o jovem professor doente por 9 mesesFonte: Jesus cura nossos coraes feridos (1999)Vamos terminar com uma histria. Eu espero que vocs gostem de histrias. (a plateia se manifesta: Sim.)H alguns anos atrs eu fui orar por um jovem acompanhado de duas pessoas que estavam orando por ele. Ento eu me lembrei de que eu conhecia bem esse jovem, ele tinha sido um professor na minha escola quando eu tinha sido diretor. E, para a minha grande surpresa, contaram para mim que ele estava doente, de cama, por mais de nove meses, e eu falei: - Mas por que no falaram antes para mim?- Ns tentamos contatar o senhor na nossa parquia, mas o senhor nunca estava l. Ns perguntvamos: Cad o Padre Rufus? e nos diziam: Acho que nem mesmo o Esprito Santo sabe onde ele est. (risos)Ento ele esteve doente por nove meses. E durante esse perodo ele tinha febre alta, no conseguia dormir, todas as noites sofria de terrveis dores, e nem mesmo os remdios para dormir, injees, faziam efeito. Por um ms ele esteve no hospital do cncer para observao, mas os mdicos disseram para ele: Voc no tem cncer, mas a ns fizemos tantos raios-X que voc pode ser que fique com cncer.Por dois meses ele ficou num sanatrio para tuberculosos e tomou mais de 120 injees, mais do que o mximo permitido, e ento os mdicos que j tinham perdido as esperanas. E ele estava magro, s pele e osso, esperando pela morte.Ento eu fui falar com ele e ele comeou a culpar outro professor na escola e ele dizia: - Aquele professor colocou uma maldio sobre mim, e por isso que eu estou doente.Frequentemente as pessoas dizem isso para mim: Algum fez alguma coisa para mim. Pode ser verdade, mas frequentemente ns que nos abrimos para aquela maldio. Eu conhecia outro professor, ele era incapaz de proferir maldies, ento eu sabia que essa no poderia ser a nica razo dessa doena. Quando eu comecei a falar um pouco mais com ele eu compreendi que ele tinha um grande dio para com o seu sogro.Seu sogro era um dos homens mais ricos de Bombaim e tinha dado sua nica filha para se casar com esse professor. E aquele casamento foi celebrado em grande estilo, mas apesar disso, seu sogro no passou dinheiro, o dote para o genro. Isso porque na ndia o dote muito importante. E, mais do que isso, quando esse mestre voltou para o trabalho, em vez de ajud-lo, seu sogro comeou a falar mal de seu nome e dizendo s pessoas que tinha cometido um erro ao dar a mo de sua filha para esse mestre. Ento a reputao desse mestre comeou a cair e ele passou a ter um dio mortal de seu sogro. Todos os dias o pessoal do grupo de orao vinha rezar por ele, e diziam para ele: - Perdoe o seu sogro...- Eu no sou capaz de perdoar.- Perdoe o meu pai - dizia sua esposa.- Eu no quero perdoar, eu no sou capaz de perdoar.Ento ele disse para mim: - Padre, voc tambm: no me diga para perdoar o meu sogro.- Mas e eu estou dizendo para voc perdoar?- Padre, voc a primeira pessoa que est me dizendo que eu preciso perdoar. - Ento ele ficou feliz, mas a sua esposa ficou zangada comigo. - Eu no disse para voc perdoar o seu sogro porque eu conheo a sua famlia muito bem, mas os outros no conhecem to bem quanto eu. Ento, se eu estivesse no seu lugar, filho, eu tambm encontraria dificuldades em perdo-lo. Mas o que eu quero que voc faa? Eu quero que voc reze comigo, pedindo a Jesus para cur-lo das maldies do seu corao, eu quero que voc entregue o seu corao para Jesus, e isso tudo.- Isso eu posso fazer - ele disse.- Tudo bem. E como voc carismtico, voc pode fazer a sua orao espontaneamente. E ele comeou a orar: - Senhor Jesus, voc sabe o quanto o meu sogro me feriu. Todo mundo est me dizendo para perdoar o meu sogro, mas eu no me sinto capaz de perdo-lo. Minha mulher est me dizendo para perdo-lo, mas eu no quero perdo-lo. E, Jesus, voc tambm no venha a me dizer para perdoar. Mas eu no quero esse dio no meu corao: tire esse dio do meu corao, cure-me das causas desse dio. - E ento ele se voltou para mim. - Padre, eu estou rezando direito?- Voc est rezando perfeitamente, do jeito que os salmistas rezam na Bblia.Voc sabe como os salmistas rezam? Metade do tempo eles esto com raiva de Deus, mas metade do tempo eles esto amando Deus. (acha graa) Ento ele fez essa orao, ento eu disse: - Agora eu vou rezar por voc. Vou rezar primeiro para que voc tenha um bom sono - porque ele estava h nove meses sem dormir. E eu rezei por ele e imediatamente ele dormiu. Ento eu sa de Bombaim e depois de dois meses eu voltei a Bombaim. E ento ele me disse o que aconteceu: ele dormiu por uma meia hora, ento ele se levantou, pediu comida, que ele no conseguia comer por muito tempo, e voltou a dormir at a noite seguinte. Acordou, tomou um banho e saiu para caminhar, estava completamente curado, no havia nada fisicamente de errado com ele segundo o relatrio mdico. Mas ele estava cheio de dio, era o seu dio que estava, como um cncer, comendo o seu esprito, comendo a sua mente e comendo seu corao e comendo at mesmo o seu corpo. Era como se fosse um cncer.Depois disso, ele foi para a Arbia Saudita para um trabalho de quatro anos, e, desde o dia de sua cura, ele jamais ficou doente. E depois disso ele se tornou um tcnico de time de futebol num grande clube de Bombaim. E, quando eu lembro daquele dia, quando eu vi aquele homem na cama como um esqueleto, sem nenhuma esperana, e agora, um homem forte, treinando os rapazes, jogando futebol com eles, ento eu compreendi o tremendo poder da falta de perdo e do dio para fazer uma pessoa doente, para fazer com que uma pessoa esteja vulnervel ao trabalho de Satans.E, quando ns oferecemos o mandamento de Jesus e comeamos a perdoar os nossos inimigos, e a am-los, e a comear a rezar por eles, a cura acontece com frequncia instantaneamente, e de forma completa.Louvado seja o Senhor!http://www.padrerufus.net.br/2013/09/jesus-cura-os-nossos-coracoes-feridos.html