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A COLUNA PRESTES 60 ANOS DEPOIS: DISPUTAS EM TORNO DO PASSADO E
CONSTRUÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL NA REGIÃO DAS MISSÕES DO
RIO GRANDE DO SUL.
1Amilcar Guidolim Vitor
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Júlio Ricardo Quevedo dos Santos
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
RESUMO
No ano de 1924 Luiz Carlos Prestes liderou a partir de Santo Ângelo/RS a organização de um
movimento rebelde em oposição ao presidente Artur Bernardes, que mais tarde daria origem a
Coluna Prestes. Em 1996 foi inaugurado em Santo Ângelo um Memorial em homenagem a
Coluna, o que gerou uma série de debates, questionamentos e disputas ideológicas quanto ao
reconhecimento ou não daquele espaço como lugar de memória e expressão do patrimônio
cultural da cidade. O presente trabalho discute sobre a história, a memória e o patrimônio
ligados a Coluna Prestes em Santo Ângelo, na região das Missões do Rio Grande do Sul,
evidenciando as disputas politicas em torno da memória e do patrimônio e como se produzem
representações com o intuito de legitimar ou deslegitimar o passado, a memória e o
patrimônio construído acerca de um evento histórico.
Palavras-chave: História; Memória; Patrimônio; Representação.
1. INTRODUÇÃO
A Coluna Prestes foi um movimento rebelde da década de 1920 importante no
processo de desestabilização do sistema político da Primeira República. Na região das
missões do Rio Grande do Sul, assim chamada em função do seu passado Jesuítico-Guarani
dos séculos XVII e XVIII, especialmente nos municípios de Santo Ângelo e São Luiz
Gonzaga o movimento rebelde que deu origem a Coluna Prestes foi articulado e organizado
por Luiz Carlos Prestes, então Capitão Engenheiro do Exército que havia sido transferido para
Santo Ângelo depois de revoltas tenentistas2 ocorridas em julho de 1922 no Rio de Janeiro.
Em Santo Ângelo Luiz Carlos Prestes liderou as ações rebeldes em outubro de 1924 a
partir de outros levantes tenentistas iniciados em julho do mesmo ano, principalmente em São
Paulo. Prestes sublevou o 1º Batalhão Ferroviário deslocando-se e concentrando seu efetivo
rebelde na cidade de São Luiz Gonzaga, também na região das missões do Rio Grande do Sul.
Posteriormente, grupamentos de outras guarnições que também se rebelaram no Estado
vieram a São Luiz Gonzaga onde o efetivo rebelde do Rio Grande do Sul foi organizado.
Em 1925 rebeldes do Rio Grande do Sul e de São Paulo reuniram-se no Paraná e a
partir dali formou-se um movimento de oposição ao presidente Artur Bernardes que tinha
como grande objetivo destituí-lo do poder e promover aquilo que chamavam de moralização
da política brasileira. Para tanto, o movimento passou a empreender uma marcha pelo interior
do Brasil, a qual teve a duração de dois anos e três meses. Entre outubro de 1924 e fevereiro
de 1927, os rebeldes do movimento que passou a ser denominado e conhecido como Coluna
Prestes, principalmente em alusão a um dos seus principais líderes, Luiz Carlos Prestes,
percorreram aproximadamente vinte e cinco mil quilômetros passando por todas as regiões do
Brasil até se exilar na Bolívia.
Após o fim da Coluna Prestes, Luiz Carlos Prestes permaneceu por um tempo na
Bolívia, migrando depois para a Argentina, onde passou a ter uma aproximação maior com o
Partido Comunista Brasileiro (PCB), o qual resistiu em aceitá-lo como membro. Depois de
aceito, Prestes foi uma grande liderança do PCB, não só no Brasil como na América Latina.
Foi liderança da Aliança Nacional Libertadora (ANL), comandando movimento insurgente
em oposição ao governo Getúlio Vargas. Preso, permaneceu na cadeia até 1945. Foi eleito
Senador e participou da Constituinte entre 1946 e 1948. Cassado, viveu períodos na
clandestinidade. Em 1979 com a Lei da Anistia, Prestes pôde retornar ao Brasil. No início da
década de 1980 rompeu com o PCB e passou a viajar pelo Brasil levando suas ideias sobre
democracia e direitos da classe trabalhadora em uma época de transição do regime da ditadura
2 O movimento tenentista se desenvolveu principalmente a partir de 1922 em oposição aos governos dos
presidentes Epitácio Pessoa e, posteriormente, Artur Bernardes. Levava esta denominação pelo fato de seus
participantes serem, em sua maioria Tenentes e Capitães do Exército (PRESTES, 1997, p. 69).
militar para o reestabelecimento da democracia, que só se concretizaria efetivamente, ou
simbolicamente como preferem outros, com as eleições diretas de 1989.
Passados 60 anos do início da Coluna Prestes em outubro de 1924, em 1984 foi
realizado um encontro com Luiz Carlos Prestes e alguns ex combatentes da Coluna em Santo
Ângelo. Tal encontro foi intitulado “Coluna Prestes: 60 anos depois”. A vinda de Luiz Carlos
Prestes ao município gerou grande repercussão, tanto nos meios de comunicação quanto na
sociedade civil. Na época a Câmara de Vereadores de Santo Ângelo negou o título de cidadão
honorário a Luiz Carlos Prestes. Houve representações contra e a favor de sua presença para
realização de palestras e debates acerca do passado da Coluna no município. Porém, pelo
momento que o Brasil vivia a época, obviamente seria traçado um paralelo entre os
acontecimentos de 1924 e a luta pela redemocratização em 1984.
Já nos anos 1990, a partir do governo do prefeito Adroaldo Mousquer Loureiro do
Partido Democrático Trabalhista (PDT) entre 1993 e 1996 foi idealizada e concluída a
implantação de um Memorial em homenagem a Coluna Prestes em Santo Ângelo. Para os
idealizadores do projeto, o Memorial seria uma homenagem e um marco na história pelo fato
de que a Coluna Prestes teria saído de Santo Ângelo em 1924 para percorrer o Brasil em
busca da moralização da política brasileira. Também seria um atrativo turístico para o
município aliado ao passado histórico das missões Jesuítico-Guarani de San Angel Custódio
do século XVIII.
Da mesma forma como quando da presença de Prestes em 1984, nos anos 1990
também foram produzidas representações sociais, especialmente através dos meios de
comunicação locais, acerca da legitimidade, ou não, do Memorial Coluna Prestes enquanto
espaço de história, memória e patrimônio cultural de Santo Ângelo. O presente trabalho tem
por objetivo problematizar estas questões que envolvem a disputa pela história, pela memória
e pelo patrimônio cultural a partir da produção de representações sociais baseadas em
convicções ideológicas ou por leituras singulares do passado fazendo-o projetar-se para o
presente.
2. LUIZ CARLOS PRESTES EM SANTO ÂNGELO E A MARCHA DA COLUNA
PRESTES NA DÉCADA DE 1920.
Os jovens oficiais do Exército que fizeram parte do movimento tenentista e que
passaram a contestar a autoridade do governo federal, especialmente após a vitória de Artur
Bernardes, representante da situação, sobre Nilo Peçanha, representando a oposição nas
eleições de 1° de março de 1922, queriam não apenas a extinção da chamada política dos
governadores3, mas também defendiam eleições livres e limpas que permitissem a vitória dos
candidatos da oposição, pois, de acordo com eles, os pleitos eram fraudulentos. Desejavam a
moralização da política, reivindicavam os direitos dos cidadãos consagrados na Constituição
de 1891 e pleiteavam o voto secreto. Enfim, queriam o saneamento da vida pública nacional
(PRESTES, 1995, p. 12).
Após a vitória de Artur Bernardes nas eleições de março de 1922 e sua posse
definitiva estabelecida para novembro do mesmo ano, os jovens militares do Exército,
dissidentes do governo, passaram a acelerar seus preparativos visando à tentativa de impedir a
posse do presidente eleito. Os militares programaram sua sublevação contra o governo.
O levante de várias unidades militares sediadas no Rio de Janeiro, então capital da
República, e em outros pontos do país estava marcado para o dia 5 de julho de 1922.
Mas, devido à desorganização do movimento e às vacilações de muitos dos seus
participantes, a maior parte da oficialidade comprometida com a conspiração acabou
descumprindo a combinação feita com os seus camaradas (PRESTES, 1995, p. 08).
Nesta data uma das poucas unidades militares que se sublevaram efetivamente se
sublevou foi o Forte de Copacabana no Rio de Janeiro. Os militares que lá estavam foram se
rendendo aos poucos, restando apenas aqueles que ficaram conhecidos como os “dezoito do
Forte de Copacabana”, os quais saíram pelas areias da famosa praia carioca e foram alvejados
pelas tropas governistas restando vivos apenas os tenentes Antônio Siqueira Campos e
Eduardo Gomes.
Após o levante do Forte de Copacabana a maioria dos líderes envolvidos no
movimento opositor ao governo federal foram presos ou transferidos para outras unidades
militares do país. Dentre essas lideranças estava Luiz Carlos Prestes. Identificado como um
dos articuladores do movimento contra a posse de Artur Bernardes à presidência da
República, o oficial do Exército e engenheiro Prestes foi transferido para Santo Ângelo,
interior do Rio Grande do Sul, onde permaneceria até 1924 quando eclodiu o segundo levante
3 “Durante o governo do paulista Campos Sales (1898 – 1902), foi posta em prática a famosa ‘política dos
governadores’, um pacto fundamentado na aceitação da hegemonia paulista em nível nacional em troca do
reconhecimento da autonomia das oligarquias em âmbito local. Em outras palavras: a ‘política dos governadores’
significava que, por meio da fidelidade de suas bancadas no Congresso Nacional, os governadores dos estados
davam apoio ao presidente da república e, em troca, este assumia o compromisso de ‘respeitar’ os resultados das
eleições fraudulentas que garantiam a escolha dos governadores em seus respectivos estados” (PRESTES, 1995,
p. 18).
contra o governo de Artur Bernardes e que deu origem à marcha da Coluna Prestes. De acordo
com o próprio Prestes: “Eu estava aqui em Santo Ângelo, para onde fui deslocado depois do
Levante, como punição, porque eu servia no Rio de Janeiro na época do Levante” (MEIHY;
BIAZO, 2004, p. 34).
É a partir desse momento que Santo Ângelo passa a fazer parte da história da Coluna
Prestes e foi baseando-se nestes acontecimentos que se idealizou entre os anos de 1994 e 1996
a criação do Memorial Coluna Prestes. Luiz Carlos Prestes chegou a Santo Ângelo em
outubro de 1922 para integrar a unidade do 1° Batalhão Ferroviário, recebendo a missão de
construir o trecho de ferrovia que ligaria as cidades de Santo Ângelo e Giruá, trabalhando
também na supervisão das obras de construção de quartéis para o Exército Nacional na região
de Santo Ângelo (BINDÉ, 2006, p. 291).
Entretanto, foi a partir de 1924 que as ações políticas de Prestes em relação à
contestação do regime político vigente no país tiveram maior destaque. Principalmente após a
eclosão de nova revolta tenentista em São Paulo no dia 5 de julho de 1924, quando
grupamentos da Força Pública e unidades do Exército sediados nesse Estado se rebelaram
contra o governo do presidente Artur Bernardes. Liderados pelo General reformado do
Exército Isidoro Dias Lopes e pelo Major da Força Pública de São Paulo Miguel Costa, o
objetivo do movimento era depor Bernardes.
Além de Luiz Carlos Prestes, outros oficiais do Exército que tiveram participação nos
movimentos de 1922 ou simpatizavam com as ideias rebeldes, voltaram a manter contato no
Rio Grande do Sul antes mesmo do início da revolta eclodida em São Paulo, em julho de
1924. “A conspiração acontecia desde janeiro de 1924, quando Prestes recebeu a visita do
então tenente Juarez Távora, cuja reunião foi feita em uma casa perto do acampamento do
Comandaí” (BINDÉ, 2006, p. 293). Sobre a visita de Távora e a eclosão do movimento
rebelde em São Paulo, o próprio Prestes afirma:
Recebi, aqui em Santo Ângelo, no meu acampamento, às margens ali do rio
Comandaí – onde estava construindo a ponte em cima da estrada de ferro – o
camarada Juarez Távora. Ele esteve aqui para conversar sobre a conspiração, para
saber em que pé ela estava em São Paulo, e para estabelecer as ligações entre a
guarnição do Rio Grande do Sul e a militar de São Paulo. No entanto, não fomos
avisados do Levante de 5 de julho de 1924 que, aliás, foi para nós uma surpresa.
Soubemos do Levante através dos telegramas da imprensa (MEIHY; BIAZO, 2002,
p. 34).
Com o início da revolta em São Paulo os preparativos para que os aquartelamentos do
Rio Grande do Sul se rebelassem foram acelerados. Dessa forma, Luiz Carlos Prestes pediu
demissão do Exército em setembro de 1924, pois “recorreu a este expediente para criar a
impressão de que havia abandonado definitivamente a carreira militar e, assim, afastar as
suspeitas quanto à sua participação no movimento tenentista” (PRESTES, 1995, p. 33). A
partir desse momento a atuação de Prestes passou a ter maior destaque. Ele e o tenente Mário
Portela Fagundes foram os principais responsáveis pela adesão do 1° Batalhão Ferroviário de
Santo Ângelo ao movimento rebelde. “Prestes organizava suas reuniões na casa de Inocêncio
Silva em Santo Ângelo, onde eram recebidos e lidos telegramas, avisos e demais informações
sobre a revolta” (SILVA, 1959, p. 10).
Deflagrada a revolta em Santo Ângelo, o Capitão Luiz Carlos Prestes tentou tomar as
cidades de Ijuí e Tupanciretã, entretanto não logrou sucesso e decidiu reunir a tropa rebelde
na cidade de São Luiz Gonzaga. Antes disso, destacamentos comandados por Prestes e Mário
Portela Fagundes deslocaram-se até a região de Itaqui e São Borja, onde as tropas governistas
estavam em número maior e impondo sucessivas perdas ao efetivo revoltoso. Durante essa
passagem por São Borja, Luiz Carlos Prestes foi nomeado Comandante do efetivo do Rio
Grande do Sul (PRESTES, 1995, p. 39).
Após assumir o posto de Comandante, Prestes e outras lideranças do movimento
organizaram a tropa rebelde em São Luiz Gonzaga e, sendo acossados por efetivos legais do
governo do Rio Grande do Sul, passaram a empreender marcha em direção ao Paraná, onde
estava o efetivo paulista do movimento, comandado pelo Major da Força Pública de São
Paulo, Miguel Costa. A unificação de tropas riograndenses e paulistas aconteceu a partir de
abril de 1925. Entretanto, em função de estarem constantemente sob perseguição por parte de
efetivos militares do governo, os rebeldes passaram a efetivar deslocamentos sobre o território
brasileiro.
Após dois anos e três meses de marcha e inúmeros combates entre tropas rebeldes e
governistas os líderes da Coluna resolveram buscar novos caminhos para o movimento. O
presidente do país já era Washington Luís quando em fevereiro de 1927 a Coluna entrou na
Bolívia dando fim a uma marcha que percorreu aproximadamente 25 mil quilômetros,
empreendida durante dois anos e três meses, passando de sul a norte por diversos Estados
brasileiros, chegando a adentrar territórios do Paraguai até a chegada em Santa Cruz de La
Sierra. Sobre a situação que levou o efetivo a se refugiar na Bolívia, Luiz Carlos Prestes diz o
seguinte: “Precisávamos estudar para compreender as causas de como em um país tão rico
como o nosso, o povo pode viver em tão grande miséria. Foi por isso que pensamos: estava
chegando o momento de terminarmos a luta [...]” (MEIHY; BIAZO, 2002, p. 66).
3. A COLUNA PRESTES 60 ANOS DEPOIS.
A vinda de Luiz Carlos Prestes ao município de Santo Ângelo no ano de 1984
aconteceu em um período marcado pelo processo de transição do regime militar para a
redemocratização política no Brasil. Nesse ano houve a campanha das “Diretas Já!”,
movimento civil que reivindicava as eleições presidenciais diretas. Dessa forma, as disputas
políticas entre setores progressistas e conservadores da sociedade estavam acirradas em todo
território nacional. É neste contexto em que Prestes foi convidado a vir até Santo Ângelo. “A
iniciativa de convidar Prestes para um encontro em Santo Ângelo foi idealizada, inicialmente,
pela Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Santo Ângelo (SENASA)” (MEIHY;
BIAZO, 2002, p. 13). O objetivo do encontro com Prestes era o de evidenciar as obras de
infraestrutura realizadas por ele quando de sua atuação como Capitão Engenheiro em Santo
Ângelo entre 1922 e 1924. Entretanto, tendo em vista o contexto social da época e a
importância política de Luiz Carlos Prestes, o evento acabou ganhando proporções maiores.
Com o passar do tempo, o objetivo da SENASA, de ter Luiz Carlos Prestes como
interlocutor, acabou ganhando proporções maiores que exigiram dos idealizadores
do projeto a realização de parcerias que, entre outras, contou com o apoio da
FUNDAMES (Fundação Missioneira de Ensino Superior). O articulador dessa
empreitada foi o professor Clowis Apollo Mitri, na época, Presidente da
FUNDAMES. A participação e o apoio dessa instituição universitária foi de
fundamental importância para a realização do evento tendo mobilizado, naquela
localidade, vários intelectuais e setores progressistas em geral [...]”(MEIHY;
BIAZO, 2002, p. 13).
O evento passou a ser divulgado como “Coluna Prestes – 60 anos depois”. Inicia neste
momento a iniciativa dos setores progressistas da sociedade santo-angelense em utilizar a
representatividade política de Prestes, pois era um momento em que a presença dele era
requisitada em vários lugares do Brasil, por várias instituições, meios de imprensa e
intelectuais, preocupados com os desdobramentos políticos do país (MEIHY; BIAZO, 2002,
p. 14). Assim, começaram a ser produzidas as representações em torno das ações políticas de
Luiz Carlos Prestes. Porém, “[...] era um período, pois, ainda desconfortável para a
implementação de propostas que pretendiam enfrentar os setores conservadores da sociedade
que apoiavam a permanência do regime ditatorial” (MEIHY; BIAZO, 2002, p. 14).
A visita de Prestes foi marcada para os dias 27, 28 e 29 de outubro coincidindo com a
data do início do movimento rebelde de 1924 em Santo Ângelo. Além de cumprir a
programação prevista na cidade, Prestes também se dirigiria aos municípios de São Luiz
Gonzaga e Ijuí nos dias seguintes, respectivamente. Para Santo Ângelo, a programação
contava com recepção no aeroporto municipal, entrevista a imprensa e encontro com os ex-
veteranos da Coluna, além de painel, debate e palestra. Com a data marcada da visita de
Prestes a Santo Ângelo se iniciam embates entre grupos com ideias distintas acerca de Prestes.
Sobre o contexto político da época, João Baptista Santos da Silva, Vereador municipal neste
período, afirma:
[...] Em 1980, Santo Ângelo ainda vivia muito sob a égide da Revolução de 1964.
Os cargos políticos, praticamente todos, eram frutos do movimento de 1964,
embora já com algumas melhorias evidentemente, mas era muito lenta essa
reformulação na maneira de pensar e de abertura política. E a Câmara de
Vereadores não fugia a regra, nós tínhamos uma bancada de 11 vereadores, que era
bancada de situação formada pelos então vereadores do PDS, que tinham 11
vereadores, e o PMDB tinha 6 vereadores e o PDT contava com 4 vereadores [...]4.
Neste contexto, “[...] o retorno de Prestes a Santo Ângelo foi, contudo, um evento
polêmico em nível local, pois havia sido marcado pela resistência das alas mais conservadoras
da cidade [...]” (MEIHY; BIAZO, 2002, p. 14). A negativa deste grupo ficou explícita
quando, “[...] a Câmara Municipal de Vereadores negou o título de cidadão santo-angelense a
Prestes, durante aquela sua visita a cidade” (MEIHY; BIAZO, 2002, p. 15). Sobre esta
negativa, compreende-se por parte deste grupo político, a produção de uma representação
contra Prestes, baseada em sua atuação política, principalmente frente ao PCB. De acordo
com Meihy e Biazo (2002, p. 15): “[...] a petição idealizada pela vereadora Denise Galeazzi e
encaminhada, a seu pedido, pelo vereador Adroaldo Mousquer Loureiro, não tinha
conseguido aprovação, tendo recebido dez votos favoráveis, nove contrários e uma abstenção.
[...]”.
4 Arquivo de Entrevistas do Centro de Cultura Missioneira (CCM) localizado em Santo Ângelo/RS no campus
da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). - Depoimento oral concedido por
João Baptista dos Santos Silva à Claudete Boff e Dione Mello Lenz, em 29/10/1998.
Por outro lado, o grupo político liderado pelos Vereadores Denise Galeazzi e Adroaldo
Loureiro entendiam que a recepção a Prestes em Santo Ângelo e as homenagens que deveriam
ser prestadas eram legítimas, tendo em vista o caráter revolucionário que a Coluna Prestes
teve na década de 1920 e ao fato desse processo ter sido iniciado em Santo Ângelo quando
Prestes servia no 1º Batalhão Ferroviário. Assim, era importante para este grupo se utilizar da
representatividade política de Luiz Carlos Prestes produzindo representações em relação a
suas ações em 1924, a fim de incutir no imaginário da população santo-angelense do período
um sentimento de indignação com a situação política e social vigente, fazendo com que esta
visse em Prestes o seu “porta-voz”. Tal afirmativa pode ser verificada na afirmação de Meihy
e Biazo:
[..] Trata-se de dois momentos históricos, é evidente, mas a retomada da façanha de
1924 ganha também um peso simbólico, de uma nova coluna, na medida em que
metaforiza uma pretensa nova marcha pelo país. Como se a coluna Prestes em 1984
fosse um movimento que partindo de Santo Ângelo percorresse o Brasil, a intenção
do encontro deixa de lado o valor laudatório e assume um caráter militante
(MEIHY; BIAZO, 2002, p. 92).
Neste contexto, de acordo com o contexto político e social de 1984, o período
histórico de maior interesse para o grupo político progressista da sociedade santo-angelense
capaz de contestar o regime ditatorial estava ligado ao passado da Coluna Prestes e, mais
especificamente, a atuação política de Luiz Carlos Prestes. Dessa forma, a produção de
representações progressistas esteve baseada nos acontecimentos de 1924. Enquanto isso, as
representações conservadoras basearam-se nas ações políticas de Prestes frente ao PCB.
4. A IMPLANTAÇÃO DO MEMORIAL COLUNA PRESTES E O SEU LUGAR
NO PATRIMÔNIO DA REGIÃO DAS MISSÕES.
Em dezembro de 1996 foi inaugurado em Santo Ângelo o Memorial Coluna Prestes. O
prefeito da época e um dos idealizadores do projeto era o senhor Adroaldo Mousquer
Loureiro, do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Loureiro recorda que “[...] como
prefeito, inclusive eu conversava muito com a Gládis (Diretora do Museu Municipal) sobre
isso. Resgatar essa história toda que é uma coisa importante, pra cultura, até mesmo pro
próprio turismo nosso [...]” 5 . Loureiro fora um dos vereadores que em 1984 queria a
concessão do título de cidadania honorária de Santo Ângelo a Luiz Carlos Prestes.
Apesar de na década de 1990 a democracia estar restabelecida, havia ainda a
manifestação contrária de grupos conservadores quanto aos assuntos ligados à Coluna Prestes
e a Luiz Carlos Prestes. Conforme verificado no periódico Jornal das Missões, em matéria
publicada no ano de 2002: “Apesar da relevância histórica, apenas a partir de 1993, na
administração do hoje deputado Adroaldo Loureiro, é que a rica história de Prestes começou a
ser resgatada no município que viu nascer a Coluna Prestes” (JORNAL DAS MISSÕES,
2002, p. 11).
Após dois anos de atividades voltadas para a viabilização do projeto de implantação
do Memorial Coluna Prestes ele foi inaugurado em 17 de dezembro de 1996, contando com a
presença de autoridades municipais, estaduais e federais, como o prefeito de Santo Ângelo
Adroaldo Loureiro, o governador do Rio Grande do Sul Antônio Britto e o senador da
república Roberto Freire, além da viúva de Luiz Carlos Prestes, Maria do Carmo Ribeiro e um
dos filhos do casal, Luiz Carlos Prestes Filho, o qual esteve diretamente envolvido com o
projeto. Após o evento, as notícias sobre os atos de inauguração do Memorial tiveram como
principais destaques as palavras das autoridades e de Luiz Carlos Prestes Filho. De acordo
com o noticiado por A Tribuna Regional:
[...] o filho do líder comunista, Luiz Carlos Prestes Filho, leu o manifesto que seu
pai, Capitão Luiz Carlos Prestes, assinou em 28 de outubro de 1924 e que fora o
primeiro documento político da sua vida. O Governador Britto enfatizou que o
gaúcho é um povo motivado a construir o seu futuro e cultivar o seu passado, mas o
Rio Grande do Sul somente será grande se tiver orgulho dos seus ancestrais (A
TRIBUNA REGIONAL, 1996, p. 14).
A implantação do Memorial Coluna Prestes em 1996 não foi uma unanimidade na
comunidade santoangelense. A iniciativa partiu de um grupo político representado pelo
prefeito Adroaldo Loureiro que acreditou nos benefícios culturais e econômicos que o local
poderia trazer para a cidade de Santo Ângelo. Apesar disso, houve interpretações distintas por
parte daqueles que não perceberam o projeto dessa forma, o que gerou a produção de
5 Arquivo de Entrevistas do Centro de Cultura Missioneira (CCM) localizado em Santo Ângelo/RS no campus
da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).- Depoimento oral concedido por
Adroaldo Mousquer Loureiro à Claudete Boff e Dione Mello Lenz, em 06/11/1998.
representações sociais tanto daqueles que aprovaram quanto daqueles que não foram a favor
da implantação do Memorial.
A idealização e criação do Memorial Coluna Prestes tiveram como objetivos, de
acordo com os seus idealizadores, rememorar e homenagear os acontecimentos rebeldes de
1924 em Santo Ângelo e que deram origem à marcha da Coluna Prestes, além da importância
histórica da figura política de Luiz Carlos Prestes. Como se divulgava na época: “Este espaço
histórico-cultural tem como objetivo homenagear e resgatar um dos fatos mais marcantes na
história do Brasil, servindo como referencial para o seu conhecimento e divulgação”
(TAVARES, 1996, p. 04). Também com a criação do novo espaço de memória do município
se tinham os objetivos econômicos, através do turismo que se acreditava iria projetar Santo
Ângelo nacionalmente.
Prevendo o aproveitamento cultural do Memorial Coluna Prestes a imprensa
santoangelense já fazia projeção de como o local seria útil. “Formado pelas duas obras de arte
e mais um completo museu o Memorial santo-angelense se tornará uma visitação obrigatória
para uma vasta legião de pessoas que querem conhecer cada vez mais sobre a história de
Prestes” (JORNAL DAS MISSÕES, 1996, p. 02).
Principalmente o periódico Jornal das Missões, ligado ao prefeito Adroaldo Loureiro
comemorava os benefícios que o Memorial Coluna Prestes traria para Santo Ângelo. Tais
benefícios não estavam relacionados apenas ao desenvolvimento cultural da cidade através da
valorização do passado em um novo lugar de memória, mas, fundamentalmente, tratava-se de
benefícios econômicos com o desenvolvimento do turismo na cidade, agregando novos pontos
de referência turística ao município. O jornal destacava o seguinte:
Outro aspecto a ser destacado nessa iniciativa da administração municipal de Santo
Ângelo em homenagear a Coluna Prestes é a atração turística em que se constituirá o
Memorial. O monumento colocado na Avenida Ipiranga é a única obra projetada
pelo mais importante arquiteto do país, Oscar Niemayer, situada no Rio Grande do
Sul e isso, além da importância histórica e cultural, vale como atrativo. É de se
destacar que projeto de Niemayer não teve custo nenhum para o município, foi
doado pelo arquiteto que foi companheiro de partido e admirador confesso do
“Cavaleiro da Esperança” (JORNAL DAS MISSÕES, 1996, p. 02).
Por outro lado, também houve resistências em relação ao Memorial Coluna Prestes em
Santo Ângelo. Essas resistências eram sentidas desde a década de 1980, como evidenciado
anteriormente. Em depoimento ao Jornal das Missões, o professor Valmir Muraro, que fez
parte da organização do evento que trouxe Prestes a Santo Ângelo em 1984, relata a ideia que
se tinha acerca do comunismo.
Os comunistas eram vistos como pessoas de uma periculosidade até assustadora. Eu
lembro que nas escolas depois de 64, antes do inicio das aulas a gente rezava
pedindo a Deus que nos libertasse das ameaças do comunismo. As professoras
diziam que o comunismo viria tirar os animais e as terras dos colonos. Certamente
esta visão anticomunista associada à figura de Prestes o transforma num vilão
(MEOTTI, 2009, p. 05).
Não apenas o preconceito que se tinha em relação à orientação política de Luiz Carlos
Prestes, mas também a contrariedade em relação a sua presença em Santo Ângelo ficou
comprovada com a negativa do título de Cidadão Honorário em 1984. Sobre esse evento, Luiz
Carlos Prestes Filho recorda:
[...] Quando meu pai esteve visitando Santo Ângelo, em 1984, o então vereador
Adroaldo Loureiro quis dar a ele o titulo de Cidadão Honorário de Santo Ângelo e
naquele momento a Câmara Municipal negou. Além disso, quando ele chegou a
Santo Ângelo foi dada ordem expressa de que se o ex- capitão Luiz Carlos Prestes se
aproximasse do Batalhão de Comunicações os soldados tinham que abrir fogo.
Imaginem só, o papai estava com 86 anos, e ainda emitia medo naquela época no
Exército. Então dá para perceber como nós mudamos, como o Brasil mudou. [...]
(MEOTTI, 2009, p. 05).
A iniciativa de trazer Luiz Carlos Prestes a Santo Ângelo desagradou, de maneira
geral, toda a ala conservadora da política local. Valmir Muraro recorda e destaca: “Nosso
objetivo não era, de forma alguma, fazer apologia ao comunismo ou política partidária, mas
como historiadores queríamos registrar um acontecimento histórico importante para a região
[...]” (MEOTTI, 2009, p. 05).
O principal argumento utilizado pelo grupo citado por Loureiro para representar o
Memorial Coluna Prestes como algo desnecessário para Santo Ângelo esteve vinculado à
ideia de que se estaria desperdiçando dinheiro público para homenagear um comunista, pois,
“[...] diziam que se estava investindo dinheiro público pra uma coisa que não tinha valor. O
Prestes, comunista, a Coluna, era um bando de arruaceiros, enfim, eram contra a democracia.
Depreciavam o valor da Coluna e a figura do Prestes”. 6
Apesar de todas as manifestações e representações contrárias o Memorial foi
inaugurado em dezembro de 1996, o que fez com que o grupo político e demais cidadãos
6 Depoimento oral concedido por Adroaldo Loureiro ao autor em 29/12/2011.
contrários ao projeto tivessem de aceitar o fato de que o espaço criado se tornou referência em
termos de ressignificação da memória vinculada à Coluna Prestes e a Luiz Carlos Prestes.
Entretanto, aceitar não significa reconhecer o espaço enquanto expressão do patrimônio
cultural de Santo Ângelo, algo que até hoje não é uma unanimidade entre toda a comunidade
santoangelense. Exemplo disso encontrei durante as pesquisas nos escritos de um colunista do
jornal A Tribuna Regional, onde o mesmo expressa todo o seu descontentamento em relação à
figura política de Luiz Carlos Prestes e o Memorial Coluna Prestes.
Para vergonha e repúdio da nação, o nome de Luiz Carlos Prestes, covarde assassino
e vendilhão de sua pátria, é dado a logradouros públicos, por indicação de
autoridades executivas ou de políticos levianos e oportunistas, sem o menor
sentimento de patriotismo. Certamente, desconhecem a verdadeira história ou
esposam ainda filosofias sanguinárias e ditatoriais. Em nossa querida Capital
Missioneira, usamos e veneramos o nome e a figura de Prestes, para fins turísticos,
com o argumento de que quando iniciou a marcha, hoje denominada “Coluna
Prestes”, este ainda não era militante do comunismo internacional e defendia ideais,
digamos, mais “patrióticos” (MULLER, 2009, p. 06).
Mesmo que o Memorial Coluna Prestes esteja afirmado na cidade de Santo Ângelo
enquanto um espaço de memória, de ressignificação do passado, de usos culturais,
econômicos ou políticos, ele ainda é um espaço em debate, o que gera e pode gerar
representações contra o local. Assim como houve manifestações a favor de sua criação e que
o estabeleceram como expressão do patrimônio cultural de Santo Ângelo, também, quem foi
contrário à iniciativa na década de 1990, procurou representá-lo como algo negativo para a
cidade baseados principalmente em suas ideologias políticas contrárias a que foi seguida por
Luiz Carlos Prestes em praticamente toda a sua atuação como homem público no Brasil.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Coluna Prestes se constituiu em um dos movimentos rebeldes mais significativos do
período da Primeira República no Brasil. Sua existência significou o início de uma época em
que o modo como era conduzida a política naquele período passou a ser duramente
contestado, principalmente no que se refere à centralização das decisões na região sudeste. A
marcha pelo interior do Brasil desenvolvida em dois anos e três meses, passando por todas as
regiões do país expôs o atraso e a situação de carestia que a maior parte da população sofria.
Tendo iniciado em outubro de 1924 no município de Santo Ângelo sob a liderança de
Luiz Carlos Prestes e com a organização do efetivo gaúcho em São Luiz Gonzaga, o
movimento rebelde passou efetivamente a empreender marcha a partir de março de 1925
quando da junção de tropas gaúchas e paulistas no Paraná. Depois de mais de 20 mil
quilômetros percorridos e tendo verificado que os problemas políticos e, sobretudo sociais
brasileiros eram estruturais, o comando da Coluna optou pelo Exilio na Bolívia em fevereiro
de 1927.
Com a criação do Memorial Coluna Prestes em 1996 no município de Santo Ângelo,
os idealizadores do projeto acreditavam que estavam “resgatando”, como eles mesmo diziam,
os eventos do passado relacionados à Coluna Prestes. Para quem trabalha com a pesquisa e a
escrita da história, sabe-se que isso é impossível. A história e principalmente os lugares de
memória ou expressões do patrimônio cultural que se efetivam a partir dela, jamais podem ser
entendidos como um simples resgate. São representação, seleção e (re)construção social do
passado a partir do presente. Tudo isso é feito intencionalmente. No caso do Memorial Coluna
Prestes se estava sim demarcando o passado e construindo um espaço a ser reconhecido como
parte do patrimônio cultural local, assim como também se tinha a intenção de transformá-lo
em um local de visitação, em um ponto turístico a ser agregado a outras expressões do
passado e possibilitar o desenvolvimento econômico.
Entretanto, a trajetória política de Luiz Carlos Prestes foi marcante no século XX no
Brasil. Prestes fez parte de acontecimentos decisivos tanto na fragmentação e desestruturação
da República Velha, como quando liderou a Coluna que leva seu nome, quanto nos
acontecimentos que marcaram a construção e afirmação da Nova República. Faleceu no início
da década de 1990, tendo sua história de vida diretamente entrelaçada com a história política
brasileira desde a década de 1920.
Tal biografia não passaria despercebida, e quando da efetivação da implantação do
Memorial Coluna Prestes houve significativa resistência quanto à implantação de um
Memorial em Santo Ângelo que estivesse ligado a Coluna Prestes e a trajetória política de
Luiz Carlos. A construção e o reconhecimento das expressões do patrimônio cultural também
são um choque de ideologias e de representações do passado. Muitos viram o Memorial
Coluna Prestes como uma homenagem necessária a figura do Cavaleiro da Esperança
imortalizado na biografia escrita por Jorge Amado. Outros acreditavam que era absurda a
associação de Santo Ângelo com a trajetória de um comunista.
São estes embates pelo passado, pelas memórias, pelos acontecimentos e pelas pessoas
que definem aquilo que se esquece e aquilo que se preserva. Às vezes é conveniente esquecer,
às vezes, indispensável lembrar. O patrimônio cultural é também fruto desse processo de
produção de representações sociais e busca pela legitimidade de algumas expressões.
Principalmente com o Memorial Coluna Prestes isto não seria diferente.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arquivo de Entrevistas do Centro de Cultura Missioneira (CCM), de Santo Ângelo/RS. -
Depoimento oral concedido por Adroaldo Mousquer Loureiro à Claudete Boff e Dione Mello
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A TRIBUNA REGIONAL. Memorial à Coluna Prestes será inaugurado no dia 17. Santo
Ângelo, 14-15 dez. 1996. p. 07.
_____. Santo Ângelo, 18 dez. 1996. p. 14.
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JORNAL DAS MISSÕES. Filho de Prestes visita a URI. Santo Ângelo, 25 fev. 1995. p. 10.
_____. Santo Ângelo, 28 mai. 2002. p. 11.
_____. Projeto “Memorial à Coluna Prestes” em andamento. Santo Ângelo, 28 ab. 1995.
p. 02.
_____. Editorial. Memorial a Prestes resgata a História. Santo Ângelo, 28 nov. 1996. p. 02.
_____. Cidade Alerta. Santo Ângelo, 12 dez. 1996. p. 02.
_____. Orgulho para os santo-angelenses. Santo Ângelo, 21 dez. 1996, p. 09.
LOUREIRO, A. M. Adroaldo Mousquer Loureiro: depoimento [nov. 1998].
Entrevistadores: Claudete Boff e Dione Mello Lenz. Arquivo de Entrevistas do Centro de
Cultura Missioneira (CCM).
______. Adroaldo Mousquer Loureiro: depoimentos [dez.2011]. Entrevistador: Amilcar
Guidolin Vitor.
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cabeceiras do rio Apa. São Nicolau: Tipografia O Debate, 1959.
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Regional. Santo Ângelo, 14-15 dez. 1996. p. 07.
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Ângelo, 14-15 dez. 1996. Cad. Turismo, p. 04.