a coesÃo e a sociedade da informaÇÃo -...

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COM(97) 7 Bruxelas, A COESÃO E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ DAS REGIÕES E AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL

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COM(97) 7Bruxelas,

A COESÃO E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AOPARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ DAS

REGIÕES E AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL

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ÍNDICE

- PREFÁCIO

- QUESTÃO

- CONTEXTO

• QUADRO LEGISLATIVO

• FUNÇÃO DOS FUNDOS ESTRUTURAIS

- PERSPECTIVAS

• INCREMENTAR A COESÃO MEDIANTE UM PROCESSO REGULAMENTAR, ...

• ... COMPLETAR A REDE DE INFRA-ESTRUTURAS ...

• ... E INCENTIVAR A PROCURA

- CONCLUSÕES

- ANEXO ESTATÍSTICO

- NOTAS EXPLICATIVAS

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PREFÁCIO

A Comissão aprovou recentemente o seu primeiro relatório sobre a coesão económica esocial, por força do artigo 130º-B do Tratado. A presente comunicação constitui parte dasequência a dar às recomendações e análises do relatório no âmbito da sociedade dainformação. Constitui um complemento do Livro Verde "Viver e trabalhar na sociedadeda informação: prioridade para as pessoas" (em que se procedeu ao estudo dos temasrelacionados com a coesão social), pondo especialmente em destaque os aspectos

No contexto do processo de mundialização e da necessidade de se ser cada vez maiscompetitivo a nível mundial, as oportunidades que a nascente sociedade da informaçãofaculta são muitíssimo vastas, tanto no que diz respeito às vantagens concorrenciais queas empresas e as regiões aproveitarão, como a formas de organização mais eficazes, anovas condições comerciais ou a novas possibilidades em matéria de educação ou deemprego. Fazer com que as referidas oportunidades estejam disponíveis em toda a Europaconstitui um dos objectivos fundamentais da liberalização gradual dos mercados detelecomunicações. No entanto, nem todas as regiões da Europa, nem todos os seuscidadãos, nem todas as suas empresas estão igualmente preparados para disfrutaremdessas vantagens, por razões de ordem geográfica, social e económica. Todavia, numcontexto de mundialização, é óbvio que terão de competir não apenas a nível da UniãoEuropeia mas também a nível planetário.

Ainda que a abertura do mercado das telecomunicações e as medidas de harmonizaçãodevessem chegar, em princípio, a todo o território da União, o principal perigo consisteem os investimentos se retraírem em algumas regiões.

Por conseguinte, o desenvolvimento da sociedade da informação precisa de sercomplementado, se necessário, pela acção política, de modo a sanar as lacunas existentese a garantir que a sociedade da informação evolui ao ritmo desejado em toda a União. Talfacto exige a participação e a coordenação das regiões, dos Governos nacionais e dasinstituições europeias, a fim de evitar que se produza uma polarização entre "filhos eenteados da informação", à medida que se vão expandindo as novas tecnologias.

O presente documento, uma vez estabelecida a necessidade de acção, põe em destaque asquestões, o contexto e as perspectivas no âmbito das políticas legislativa, de investimentose de políticas de apoio. É importante que se registe um progresso coerente nestes trêsâmbitos para se atingir um desenvolvimento regional harmonioso.

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QUESTÃO

1) A sociedade da informação vem tornando viável uma profunda transformaçãoeconómica, social e institucional que afecta todas as esferas da actividade humana1.Esta sociedade conta também com um potencial considerável de reforço da coesãoeconómica e social na acepção do artigo 130º-A, mediante o incremento dacompetitividade das regiões, a qual está cada vez mais condicionada pela capacidadedas regiões de integrarem as novas tecnologias que a sociedade da informação coloca

As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) podem desdobrar um leque depossibilidades de localização eficaz das empresas, de forma a que estas possambeneficiar dos custos diferenciais das operações e/ou das oportunidades do mercado.Podem também contribuir para que as regiões não só conservem uma parte maior dovalor acrescido global como também atraiam e permitam o desenvolvimento de novasactividades de alto valor acrescentado. A sociedade da informação poderá igualmentecontribuir para desmantelar as barreiras que se elevam contra a instalação dasempresas fora dos centros urbanos, atraindo um maior investimento nas zonas ruraisem que os custos relativos à instalação de empresas costumam ser inferiores e quepodem proporcionar uma melhor qualidade de vida.

2) A sociedade da informação também constitui um grande potencial para odesenvolvimento de novas formas de emprego e de postos de trabalho de altaqualificação, proporcionando às PME, como principal fonte dinâmica de criação deemprego, crescimento e competitividade, os instrumentos necessários para ainovação e adaptação ao contexto económico que se vem transformandorapidamente.

A investigação levada a cabo pela Comissão2 sugere que a liberalização dosmercados de telecomunicações, juntamente com a rápida adopção de TIC, teráconsequências positivas no emprego, compensando largamente quaisquer perdas depostos de trabalho que tenham podido ocorrer no sector das telecomunicações.Contudo, o problema reside na gestão do intervalo de tempo que transcorra entreestes processos: é provável que os primeiros que consigam adaptar-se e antecipar osprodutos e serviços que forem aparecendo obtenham, como resultado do seu papelinovador, vantagens competitivas dinâmicas, enquanto a incapacidade de adoptarrapidamente essas tecnologias terá, sem dúvida alguma, repercussões negativas noemprego3.

De uma perspectiva socioeconómica, a sociedade da informação abre caminhos paranovos sistemas de trabalho, como o teletrabalho, e facilita, em potência, um maioracesso aos postos de trabalho e um horário de trabalho mais flexível; constitui aindauma base para superar os problemas de mobilidade e acesso provocados, porexemplo, pelo afastamento e/ou pelas deficientes infra-estruturas de transportes,especialmente nas zonas rurais; faculta novas oportunidades nos domínios daeducação, da saúde e das actividades de existência social, e estabelece uma maiortransparência da administração pública, isto apenas para mencionar alguns exemplos4.

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3) Todos estes processos têm também profundas implicações territoriais e sociais. Aindaque as TIC, por si sós, não provoquem nem determinem consequências territoriaisespecíficas, a sua incorporação agrava a incapacidade das regiões para explorarem edesenvolverem os seus recursos humanos, infra-estruturas, etc, determinando, destemodo, o potencial de desenvolvimento de uma região. Este aspecto é importante, emespecial no que diz respeito às PME, que representam o pilar das estruturaseconómicas regionais, principalmente nas regiões menos favorecidas.Simultaneamente, se não se proporcionarem a todos os habitantes as mesmaspossibilidades de acesso à sociedade da informação, corre-se o risco de criar novas

A qualidade da infra-estrutura de informação e telecomunicações constitui umadeterminante da capacidade efectiva de participação na sociedade da informação.Outros factores a ter em conta são o nível de qualificação e o nível de formação paraapoiar uma vasta utilização dos serviços da sociedade da informação; o papel activoque os sectores privado e público representam na promoção da sociedade dainformação; as capacidades de organização e investimento no sentido de desenvolveruma estratégia eficaz relativamente à sociedade da informação; a disponibilidade daassistência técnica de modo a facilitar a difusão de actividades da sociedade dainformação e a sensibilização da opinião pública relativamente a esta sociedade.

4) Para que as pessoas, instituições e empresas possam aproveitar, independentementeda respectiva localização, as oportunidades facultadas pela sociedade da informação,é necessário que estes factores sejam colocados no seu devido lugar, em toda a UniãoEuropeia. A análise dos dados disponíveis que constam do Anexo Estatístico aopresente documento, sugere que existe, no entanto, uma importante distância entre asregiões mais ricas e as menos favorecidas da União no que diz respeito à dotação eminfra-estruturas básicas, ao custo e à fiabilidade dos serviços, bem como àdisponibilidade dos serviços avançados.

Por exemplo, relativamente à proporção de agregados familiares conectados com arede de distribuição por cabo (que indica o potencial futuro para o rápidodesenvolvimento da competição nas linhas de assinantes e nos serviços de bandalarga), cerca de 97% da população belga e de 84% da população neerlandesa tinhamacesso, em 1993, às redes de televisão por cabo, enquanto em Itália e na Grécia seregistava 0%, 2% em Portugal e 8% em Espanha. Eis outro exemplo que se refere aocusto da utilização dos serviços da sociedade da informação: em princípios de 1996,a instalação de uma linha telefónica residencial custava, em média, cerca de 32,5%mais nas regiões da coesão do que nas regiões centrais; 65% mais na Irlanda e 76%

Frequentemente, as médias ocultam a existência de importantes diferenças no interiorde cada país. Em Portugal, por exemplo, contavam-se 62 linhas telefónicas principaispor cada 100 habitantes em Lisboa, enquanto no resto do país apenas se contavam 29e 18 nos Açores; Madrid tinha 45,2 linhas enquanto no resto do país se registavam 36e apenas 22 na Estremadura; na Grécia, as linhas disponíveis na região de Atenaseram 52 e apenas 27 na Macedónia Oriental.

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Os dados sugerem ainda que alguns grupos ou indivíduos específicos podemdefrontar-se com problemas de adaptação à sociedade da informação, e que as suasdificuldades terão de ser tidas em consideração.

Por conseguinte, a questão fundamental consiste no modo como combinar a evoluçãoda sociedade da informação e as políticas de telecomunicações com a função que asintervenções estruturais devem desempenhar, com o objectivo de reduzir rapidamentedeterminadas disparidades e de fomentar a coesão no seio da sociedade da

CONTEXTO

Quadro legislativo

5) Consciente da necessidade de acelerar a difusão de redes de telecomunicações, defacilitar a inovação em serviços e redes e de reduzir os custos de utilização, quepermitirão outras inovações e desenvolvimento de novas aplicações, a ComissãoEuropeia fomentou e apoiou a liberalização dos mercados de telecomunicações.Simultaneamente, a política da Comissão baseia-se no reconhecimento de que

-competitivo, que se verifica no âmbito dastelecomunicações, é fundamental garantir a prestação de um serviço universal e, senecessário, o financiamento mediante a criação de mecanismos específicosfinanciados pelos agentes do mercado. Pretende-se, com esta perspectiva normativa,evitar, em parte, que os novos participantes a quem se não exige que prestem oserviço universal e que, provavelmente, centrarão as suas actividades tanto nosassinantes profissionais como privados nas principais cidades e seus arredores, levempor diante uma acção devastadora; no entanto, também se pretende garantir quetodos os cidadãos da União Europeia possam aceder a determinados serviços de altaqualidade a preços abordáveis. Enquanto tal, o conceito de serviço universal constituiuma parte fundamental do modelo europeu de sociedade que contribui para asolidariedade e a igualdade de tratamento e que constitui um elemento essencial dacoesão económica e social. A importância do serviço universal para a coesão foiigualmente posta em relevo no primeiro relatório sobre a coesão económica e social.

6) É frequente afirmar-se que as forças da liberalização e da concorrência chegarão atodo o território da União Europeia6. No entanto, e tendo em conta o rápido avançodas transferências tecnológicas, é igualmente natural que se venham a produzir novasséries de investimentos, inovação de serviços e entrada de entidades concorrenciaisnas regiões centrais que, se não encontrarem correspondência, afectarão aspossibilidades de desenvolvimento e criação de emprego e perpetuarão odesequilíbrio relativo entre os diversos tipos de zonas. Por conseguinte, do ponto devista da coesão, é necessário manter o quadro normativo e, mais concretamente, ocampo de aplicação do serviço universal, de modo a garantir que todos os territóriospossam participar na gama completa de vantagens decorrentes da liberalização, noque diz respeito ao preço acessível, ao nível do serviço e à inovação. Se necessário, oquadro normativo deverá ser complementado com uma ajuda destinada aos gastosem investimentos destinados a divulgar as repercussões positivas nas zonas menosdesenvolvidas, periféricas e/ou rurais da União, de acordo com as normas da

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7) Uma análise recente7 das intervenções do Fundo Europeu de DesenvolvimentoRegional (FEDER) e do Fundo Social Europeu (FSE) revela que, em primeiro lugar,apenas uma parte surpreendentemente reduzida (cerca de 2,0%) dos custos se destinaa investimentos no sector das telecomunicações. Além disso, a parte mais importantedos referidos investimentos (cerca de 1,5%) é utilizada para melhorar a qualidade ecompletar a infra-estrutura de informação e comunicação, especialmente a redebásica de telefonia. Uma parte muito pequena (aproximadamente 0,3% dos custostotais) dos quadros comunitários de apoio (QCA) é posteriormente dedicada amedidas relativas à procura. A análise objectivo a objectivo não revela diferençassubstanciais. Assim, é de afirmar que, com pequenas excepções8 e apesar de terrecebido uma maior atenção no decorrer do actual período de programação, osesforços para apoiar a criação da sociedade da informação e para preparar as regiõespara que aproveitem as vantagens associadas a esta continuam a ser escassos einsuficientes.

QUADRO 1 - CUSTOS TOTAIS DO QCA PARA OS OBJECTIVOS Nº 2, Nº 3, Nº 4 E Nº 5B,NO SECTOR DAS TELECOMUNICAÇÕES (1994-99)

Erreur! Signet nondéfini.Milhões de ecus

Estados-membros União Europeia Total

Sectorprivado

Sectorpúblico

QCA %(i) Montante %(ii)

Telecomunicações(iii) 33 2 005 1 332 39,5 3 370 1,2

- de base- com base avançada

027

1 417524

877369

38,240,1

2 295920

0,80,3

Telemática(iv) 46 382 437 50,5 865 0,3

TOTAL(v) 81 504 85 087 117 280 100 0 283 871 100,0 (i) Percentagem dos QCA globais sobre o montante total da linha.(ii) Percentagem do orçamento total para o sector relativamente ao orçamento total atribuído aos QCA (equivalente a 283 871 milhões de

ecus)(iii) Total dos fundos atribuídos aos eixos, medidas ou simples acções relativas às telecomunicações (infra-estruturas e serviços) que constam

dos QCA. É ainda de distinguir entre as infra-estruturas de base (fornecimento e modernização da telefonia de base, incluída adigitalização e a introdução da fibra óptica nas redes nacionais ou regionais) e as infraserviços avançados como a fibra óptica em local acessível, as conexões via satélite, a RDSI e as redes de banda larga).

(iv) Financiamentos atribuídos às aplicações telemáticas em diversos sectores, como a saúde, a educação e os transportes. Esta linha inclui acçõestais como os sistemas de teletrabalho, o ensino à distância e as aplicações multimédia.

(v) Indica o total dos QCA e não a adição dos elementos anteriores.

8) A natureza das iniciativas da Comissão destinadas a apoiar e a fomentar uma maiordivulgação das infra-estruturas e aplicações de informação nas regiões menosfavorecidas tem vindo a transformar-se com o tempo, a partir do programa STAR9, oqual se baseia sobretudo em infra-estruturas, sobre o programa TELEMATIQUE10,que põe em destaque o incentivo da procura de serviços de telecomunicações e o

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emprego eficaz das infra-estruturas de telecomunicações nos sectores público eprivado.

QUADRO 2 - CUSTOS TOTAIS DAS INICIATIVAS COMUNITÁRIAS NO SECTOR DAS(I)

Erreur! Signet nondéfini.Milhões de ecus

Estados-membros União Europeia Total

Sectorprivado

Sectorpúblico

QCA % Montante %

Telecomunicações 6 41 41 46,6 87 0,7

- de base- com base avançada

04

0,724

0,724

50,046,0

1,452

0,80,4

Telemática 66 112 166 48,3 344 2,7

TOTAL 3 337 3 280 5 910 100 0 12 527 100,0(i) Para as notas, consulte-se o Quadro 1.

O Fundo Social Europeu (FSE)11, através das suas intervenções nos termos dosdiversos objectivos e das iniciativas comunitárias EMPREGO e ADAPT, temprestado uma especial atenção ao desenvolvimento das estruturas de formação eajuda para postos de trabalho e concorrências relativos a uma sociedade dainformação. Em 1996, a iniciativa ADAPT viu-se reforçada por uma nova série de

Building the Information Society), destinada a fomentarpolíticas sociais activas que facilitem a transição para a sociedade da informação.

Os fundos estruturais constituem também um instrumento importante para tentarevitar o risco de que as zonas rurais fiquem para trás, mediante o financiamento deinfra-estruturas de TIC a zonas rurais afastadas (em especial às regiões do objectivo

1) e mediante ajuda às zonas rurais a fim de que estas possam explorar novaspossibilidades de emprego12.

Em 1994, a Comissão lançou a iniciativa IRISI (Interregional Information SocietyIniciative) cuja finalidade consiste em divulgar uma metodologia baseada nasubsidiariedade e na perspectiva de sentido ascendente (bottom-up) para asensibilização da opinião pública e dos responsáveis pela tomada de decisões,incluindo o sector privado. Nesse caso, o objectivo consiste em definir as acções dasociedade da informação que são relevantes para o tecido económico da região e emdesenvolver sinergias entre recursos regionais, capital privado e fundos estruturais,assim como em proporcionar orientação e conhecimentos a nível inter-regional13. Apartir do êxito obtido pela referida iniciativa, foi lançada uma nova geração demedidas inovadoras para a sociedade da informação (IRISI) nos termos do artigo 10º

14.

PERSPECTIVAS

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9) O debate e outras iniciativas políticas relativas à sociedade da informação, que, noinício, se tinham centrado nos aspectos tecnológicos e de fornecimento, vêm-seigualmente dirigindo agora para o aspecto social e o relativo à procura. O carácterexpansivo e sistémico das trocas provocadas pela sociedade da informação tornounecessárias a integração de todos os âmbitos de acção pertinentes e a participação detodos os agentes interessados a nível local, regional, nacional e comunitário.

Incrementar a coesão mediante um processo regulamentar

10) Tendo em conta o carácter dinâmico e evolutivo do serviço universal, que deve estarsujeito a uma constante revisão, a Comissão deve elaborar15, em primeiro lugar, umrelatório sobre o alcance, a qualidade, o nível e a exequibilidade do serviço universal,antes de 1 de Janeiro de 1998. Deve igualmente analisar e apresentar um relatório aoParlamento Europeu e ao Conselho sobre o funcionamento da directiva relativa àaplicação da oferta de rede aberta (ORA) à telefonia vocal e sobre o serviço universalantes de 31 de Dezembro de 199916.

A ideia de que o serviço universal deve dar resposta à evolução tecnológica e àsalterações das necessidades e expectativas dos cidadãos da Europa é geralmenteaceite. De futuro, e no âmbito do desenvolvimento do conceito de serviço universalou do desenvolvimento das obrigações do serviço público, poderão ser concebidosdiversos níveis de serviços mínimos adaptados aos diversos grupos de utentes, como,por exemplo, as PME, os centros de saúde ou as instituições que se dedicam aoensino. O acesso a serviços mais avançados e a conexão dos assinantes acomutadores digitais poderá constituir o caminho para atingir a prestação de RDSI.

O acesso público e "comunitário", que está implícito na conexão de escolas, centrosde ensino médio, hospitais, serviços públicos, bibliotecas e outros pontos de acessoao público pode revestir-se de uma especial importância para as regiões menosfavorecidas em que pode verificar-se o risco de atrasos no acesso aos serviços detelecomunicações avançados, caso este serviço seja confiado unicamente às forças domercado17. Nesse contexto, a valorização periódica da necessidade de reestruturaçãodo conceito de serviço universal e/ou de serviço universal a nível europeu constituirá

Com efeito, se se pretender que toda a população compartilhe das vantagens dasociedade da informação, será necessário atingir um consenso acerca da forma queesse serviço universal deverá adoptar, bem como acerca dos meios para o respectivofinanciamento.

Assim sendo, e tendo como objectivo contribuir para o processo de revisão, aComissão insta e apoia os Estados-membros e as regiões no sentido de que estescontinuem a levar por diante, no decorrer de 1997, e também posteriormente, umaconsulta ampla e estruturada sobre o serviço universal e sobre o acesso público, aqual inclua o público em geral, as PME, as organizações comunitárias, os centros deensino e as comunidades locais. O resultado dessa consulta constituirá um inputfundamental para o futuro perfil do serviço universal e para o mandato das

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autoridades legislativas nacionais de cada Estado-membro. Deste modo, será possívelgarantir a plena transparência do processo de revisão18.

Complementarmente a qualquer avaliação do alcance do serviço universal, odesenvolvimento do acesso do público como parte de uma estratégia de incentivo daprocura constitui um aspecto importante que será abordado mais em profundidade na

11) Os Estados-membros têm a responsabilidade crucial da rápida adaptação do quadrolegislativo ao novo contexto concorrencial. A Comissão recomenda que completem oprocesso de liberalização o mais cedo possível. Uma reforma legislativa realizada aritmo lento em alguns países seria, muito provavelmente, contraproducente no quediz respeito à coesão, visto que a incerteza do contexto legislativo pode actuar demodo dissuasivo perante novos investimentos. As autorizações concedidas aosoperadores de telecomunicações constituem um poderoso instrumento decomunicação que, ao ter em conta o princípio de proporcionalidade e a necessidadede mercados abertos e competitivos na União Europeia, poderia ser explorado comvista a integrar objectivos de cobertura que incluíssem as regiões menos favorecidas.A política da concorrência desempenha um importante papel e a Comissão continuaráa assegurar que os mercados recentemente liberalizados e/ou apenas emergentes não

... completar a rede de infra-estruturas ...

12) A responsabilidade principal do desenvolvimento e do desenrolar da sociedade dainformação continua entregue às empresas privadas, aos operadores detelecomunicações e aos prestadores de serviços. Incluindo o caso das regiões menosfavorecidas, o investimento em infra-estruturas de telecomunicações épotencialmente rentável em muitas sub-regiões. A digitalização das linhas principais edas centrais locais, bem como a extensão dos GSM, para dar alguns exemplos, serãolucrativos provavelmente desde o início, nas áreas urbanas de maior densidadepopulacional.

Contudo, a divergência de investimentos nas regiões da coesão continua a ser muitoimportante perante a do resto da União Europeia. Além disso, nas regiões doobjectivo nº 1 (e, mais em geral, nas zonas pobres/rurais/periféricas), os custos deinstalação e funcionamento de novas linhas são frequentemente mais elevados do queem outras zonas, enquanto os níveis de PIB per capita tendem a ser inferiores. Porexemplo, os custos da digitalização dos últimos 10% da rede na Grécia, na Irlanda,em Itália, em Portugal e em Espanha foram calculados entre cerca de 4 000 e 5 000milhões de ecus19. Assim, uma rede digital verdadeiramente universal exigiria uminvestimento adicional considerável. Além disso, pode ainda registar-se umapreocupação com a "distância no tempo" que justifique os investimentos públicos,mediante os quais se pressupõe que a ajuda se antecipa à divulgação de uma dadainfra-estrutura ou de um dado serviço (como ficou amplamente demonstrado peloprograma STAR). Tal como se diz no primeiro relatório sobre a coesão económica esocial, os países da coesão podem necessitar de medidas de acompanhamento que

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contribuam para acelerar o desenvolvimento das redes no âmbito de um regime de

s-membros e às regiões interessadas que avaliemcuidadosamente as decisões relativas a investimentos (inclusive no quadro do períodode programação actual do FEDER), salientando o vínculo existente entre oinvestimento e a actuação regional, que dirijam esse investimento para projectos queutilizem da melhor forma possível a contribuição para a coesão e em zonas a que oinvestimento não chegaria nas condições do mercado. No contexto das políticasestruturais da União Europeia, a Comissão avaliará, em concertação com os Estados-membros e de forma rigorosa, os casos em que surjam argumentos convincentes paraque a ajuda pública ao investimento em telecomunicações lhes seja atribuída.

... e incentivar a procura

13) O papel da acção política para incentivar a procura como meio de acelerar o processoe aplanar o caminho para a sociedade da informação foi posto em relevo, porexemplo, pelo grupo consultivo em matéria de concorrência20 e amplamentereconhecido21.

A valorização das reais necessidades e procuras como parte do exercício de revisãodo alcance do denominado serviço universal é especialmente complicada nasociedade da informação, uma vez que os serviços podem exigir antecipadamentemais recursos, o que constitui um obstáculo para muitos utentes potenciais que nãopodem experimentar os novos serviços para determinar a respectiva utilidade22.Apoiar o acesso directo do público aos novos serviços de informação, em instituiçõescomo escolas, bibliotecas públicas e centros de desenvolvimento local, pode conduzir

23. Nessas circunstâncias, o público em geral contaria com umacesso que, de outra forma, lhe teria sido negado, mas por uma minúscula fracção docusto de fornecimento do serviço aos agregados familiares. Deste modo, serápossível proporcionar formação e ajuda de forma rendível, enquanto a utilidade e apopularidade dos diversos serviços pode ser submetida a provas. Além disso,estudar-se-á a viabilidade da utilização dos fundos estruturais na prestação de

14) Na actualidade, os programas de TIC regionais carecem, frequentemente, de medidascomplementares adequadas para o desenvolvimento de novas infra-estruturas eaplicações avançadas. É necessário tomar iniciativas que permitam integrar osprogramas TIC e os planos de formação e sensibilização igualmente TIC, a ajudaeconómica estrutural regional, o capital de partida do projecto e o capital de riscopara os utentes24.

Do mesmo modo, as regiões menos favorecidas caracterizam-se, com frestruturas organizativas tradicionais e por uma ausência de instituições intermédias, oque, em muitos casos, conduz à incapacidade dos responsáveis pela tomada dedecisões de formular objectivos relevantes do ponto de vista da sociedade dainformação e de pôr em prática planos eficazes. Deveriam ser apresentadas iniciativaspara cursos de formação para o desenvolvimento de capacidades organizativas e de

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gestão, e para apoiar a divulgação dessas capacidades nessa região25. Além disso, ofomento da cooperação entre empresas e entre companhias e centros de recursoseducacionais parece ser uma forma eficaz de activar a procura de novos serviços e de

Por último, a falta de experiência na utilização das TIC constitui um obstáculo àparticipação de algumas regiões menos favorecidas na sociedade da informação. Autilização eficaz de aplicações avançadas de TIC exige um conhecimento informático,uma disponibilidade de serviços de apoio e de manutenção adequados e umacapacidade linguística, para mencionarmos apenas alguns aspectos. Por conseguinte,são necessárias iniciativas que reforcem os programas educativos no domínio dasTIC, de modo a apoiar a capacidade de desenvolver relações de trabalho à distância,de promover campanhas de esclarecimento e de formação, bem como esquemas dereciclagem em comunicação e em procura da informação26.

15) A sociedade da informação é um conceito dinâmico. Tal como o demonstraram asiniciativas IRISI, é provável que esta sociedade adopte formas diferentes emcontextos diversos, conforme as estruturas dos sistemas produtivos locais, asinstituições locais e a procura formulada pela população. Por esta razão, a Comissãonão preparou quaisquer soluções pré-fabricadas: no entanto, estabeleceu umametodologia que propõe e instrumentos que visam complementá-la. O ponto departida consiste no reconhecimento de que o nível regional é o mais adequado paradeterminar as oportunidades que a sociedade da informação proporciona. Apenasuma perspectiva baseada no consenso, na cooperação e no diálogo entre os utentes eos fornecedores de TIC, no âmbito do contexto regional, pode levar a que asociedade da informação seja uma realidade adaptada às necessidades das pessoas edas empresas, e não uma mera celebração da tecnologia. Esta perspectiva de sentidoascendente reflecte a abordagem dos pactos de emprego espaciais, tal como foramlançados pelo Pacto Europeu de Confiança para o Emprego, e (até aqui ...) apoia afunção das pequenas e médias empresas enquanto força motriz para odesenvolvimento regional. Este deveria contribuir para tornar realidade o papelpotencialmente poderoso da sociedade da informação na sensibilização europeia dopotencial regional autóctono, definindo e fomentando potencialidades comerciais eoportunidades económicas ampliadas além fronteiras.

As regiões incluídas nas IRISI e RISI exemplificam esta perspectiva. Canalizandoesses tipos de acções mediante a utilização dos fundos estruturais em estreitacoordenação com outros mecanismos financeiros disponíveis a nível comunitário, emespecial projectos no âmbito do quadro do plano de acção da sociedade dainformação, constituiria, sem dúvida, uma das prioridades27.

A Comissão levará a cabo uma valorização em profundidade do conteúdo no que dizrespeito à sociedade da informação dos novos programas relativos ao objectivo nº 2 edos programas relativos ao objectivo nº 1, tanto antes como após a revisão previstapara meados de 1997. Esta análise ajudará a Comissão, os Estados-membros e asregiões a definirem as possibilidades de apoio a actividades da sociedade dainformação no âmbito dos programas existentes e a definir as prioridades dessasociedade para o futuro.

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A Comissão publicou recentemente directrizes para programas nas regiões do 2, para o período de programação 1996-1999, nas quais se afirma que se

deve insistir nas aplicações práticas de TIC e nos serviços cuja eficácia tenha sidocomprovada relativamente ao emprego para a criação e manutenção de empresas,sendo dada especial atenção às acções de sensibilização e formação. Com o mesmoespírito, a Comissão vem preparando as novas directrizes para as regiões abrangidaspelo objectivo nº 1 cujos programas se prevê que venham a ser revistos em meadosde 1997. Dentro das margens disponíveis, pede-se às regiões abrangidas pelos

1, nº 5b e noº 6, bem como aos Estados-membros, que estudem a formade incrementar o número de acções relacionadas com a sociedade da informação.

Além das operações dos objectivos nº 1 e nº 2, a Comissão tenciona aproveitar aspossibilidades proporcionadas pelas operações registadas nos objectivos nº 3 e nº 4para apoiar a organização de formações em qualificações da sociedade dainformação, em benefício dos desempregados e daqueles que correm o risco deperderem o emprego. Em especial, o desenvolvimento de perspectivas preventivasnas empresas e a simplificação da introdução e adaptação a novas formas deorganização do trabalho, em combinação com a formação e a reciclagem dostrabalhadores, é considerada fundamental no processo de transição para a sociedade

16) A participação de agentes económicos oriundos de regiões menos favorecidas noQuarto Programa-Quadro já constitui por si uma base para a integração e a difusãode resultados, aplicações e práticas correctas. A preparação do QuintoPrograma-Quadro para IDT constitui uma nova oportunidade para integrar melhor adimensão da coesão na política de IDT e dar resposta às necessidades dos utentes,em especial no âmbito da sociedade da informação. As directrizes que a Comissão

28 assinalam a criação de uma "sociedade da informação de manejo simples"como sendo uma das três prioridades desse Quinto Programa-Quadro. Com oobjectivo de melhorar a complementaridade com as políticas estruturais, aparticipação activa das regiões na fase de aplicação terá de ser fomentada.

17) Cada vez mais a informação é considerada como um recurso chave de que depende aeconomia mundial. O progresso registado no domínio da TIC possui a capacidade dereduzir a importância económica da distância, permitindo ainda proporcionar àsempresas e aos agregados familiares o acesso à informação vital, independentementeda sua situação. Ao unir sectores tradicionalmente separados (isto é,telecomunicações, computadores e meios de comunicação) deu origem a amplaspossibilidades de aparecimento de novas actividades, serviços e trabalhos. Mesmoassim, a capacidade para aceder e utilizar de forma eficaz a sociedade da informaçãoestá ainda distribuída de modo irregular pelas regiões europeias.

18) Com o objectivo de reduzir essas disparidades e de melhorar a coesão económica esocial, a presente comunicação pretende estabelecer alguns princípios-chave de

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trabalho no âmbito da regulamentação, do investimento em infra-estruturas e doincentivo da procura.

• Os Estados-membros devem garantir um desenvolvimento adequado do seuquadro legislativo. Em especial, deverão:

⇒ dar início a um amplo debate sobre o domínio de aplicação universal e sobre o conceito de acesso público na sociedade da informação,com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento futuro do quadrolegislativo que inclua os indivíduos, as PME, organizações comunitárias,instituições de ensino, regiões e comunidades locais;

⇒ facilitar a conclusão a tempo do processo de liberalização;

⇒ explorar os sistemas de licenças com vista a integrar objectivos de coberturaque incluam as regiões menos favorecidas.

• Recomenda-se que os Estados-membros:

⇒ dêem prioridade à realização e aperfeiçoamento das redes detelecomunicações, salientando o vínculo entre o investimento e a acçãoregional. Devido às restrições orçamentais existentes, a ajuda deverá dirigir-se a investimentos em infra-estruturas de telecomunicações que utilizem, damelhor forma possível, a contribuição para a coesão regional e social, e quenão impliquem distorções da concorrência no novo contexto;

⇒ adoptem uma perspectiva estratégica integrada para a sociedade dainformação, em cooperação com as autoridades regionais e locais, osinterlocutores sociais, os fornecedores de infra-estruturas e serviços eoutros agentes relevantes;

⇒ estabeleçam uma colaboração pública ou privada que abranja o sectorprivado de forma a garantir a selecção de projectos adequados, a suaaplicação efectiva e uma situação económica sustentável a longo prazo;

⇒ lancem uma série de iniciativas (incluindo as que se enquadram nos fundosestruturais), nos domínios da educação, da formação e da organização dotrabalho conforme proposto no plano de acção da Comissão intitulado"Aprender na sociedade da informação" e no Livro Verde "Viver e trabalharna Sociedade da Informação: prioridade à dimensão humana". Os esforçosdevem concentrar-se cada vez mais nos domínios da educação e da

• A Comissão pretende:

⇒ ter em conta os resultados da consulta levada a cabo a nível dosEstados-membros (veja-se acima) quando estes desenvolverem mais

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amplamente a sua política relativa ao serviço universal, no contexto da suainiciativa legislativa e, em especial, tendo em vista o relatório sobre adirectiva relativa à aplicação da ORA à telefonia vocal e ao serviçouniversal, que deverá realizar-se antes de 31 de Dezembro de 1999;

⇒ incrementar a coerência das suas acções no âmbito da sociedade dainformação, em especial na relação entre o Quarto Programa-Quadro paraIDT e os fundos estruturais. Ainda assim será necessário intensificar osesforços no sentido da mobilização e da sensibilização, e garantir que asnecessidades dos utentes são verdadeiramente tidas em conta no QuintoPrograma-Quadro para IDT;

⇒ preparar, para a Primavera de 1997, uma comunicação em que sedescreverá uma série de acções que serão levadas a cabo enquantocontinuação do processo de consulta e debate sobre o Livro Verde "Viver etrabalhar na sociedade da informação". Esta desenvolverá uma perspectivacentrada na "prioridade para os indivíduos" e na política social na sociedadeda informação, numa política que dê resposta à procura de actividades com

⇒ garantir assistência técnica aos Estados-membros e às regiões de modo afomentar novas TIC que incluam o comércio electrónico e a incrementar,no âmbito da sua política empresarial, o acesso das PME às oportunidadesque a sociedade da informação proporciona, considerando as suasnecessidades específicas e aumentando os esforços em matéria deinformação relativamente às referidas oportunidades;

⇒ acompanhar e continuar a apoiar as acções dos Estados-membros no âmbitodos fundos estruturais. A Comissão continuará a apoiar os esforços nosentido de se desenvolverem estratégias regionais para a sociedade dainformação, incluindo a conexão por rede entre as regiões, o que lhepermitirá contribuir para a criação de capacidade regional através dasociedade da informação, e assinalará e divulgará as práticas correctas.Organizará uma conferência em finais de Janeiro de 1997, para debaterformas de orientar a sociedade da informação, especialmente em relaçãoaos fundos estruturais; levará a cabo uma avaliação global do conteúdo noque diz respeito à sociedade da informação dos programas dos fundosestruturais; porá em relevo a importância da sociedade da informação noreforço da posição competitiva das regiões menos favorecidas mediantenovas directrizes para as regiões do objectivo nº 1 e aproveitará aspossibilidades proporcionadas pelos objectivos nº 3 e nº 4, bem como pelainiciativa ADAPT-BIS, para apoiar o desenvolvimento de qualificações emmatéria de sociedade da informação.

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ANEXO ESTATÍSTICOINDICADORES GERAIS RELATIVOS À SOCIEDADE DAS TELECOMUNICAÇÕES E DA

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1.1. Indicadores de acesso

A primeira condição sine qua non para a participação activa na sociedade da informação, tanto noque diz respeito às empresas como aos agregados familiares, consiste em poder contar com umacesso directo às redes e instrumentos fundamentais. Ainda que convirjam em muitos aspectos,continuam a registar-se, na União Europeia, importantes variações geográficas relativamente aoperíodo de espera de um assinante para a instalação de uma linha, a qualidade do serviço dareferida linha e a gama de serviços a que a mesma pode servir de suporte.

Erreur! Signet non défini.REDEOU SERVIÇO

MÉDIAVERIFICADANAS REGIÕESCENTRAIS(i)

MÉDIAVERIFICADA

DISPARIDADERELATIVA ÀSREGIÕES DACOESÃO (%)

PSTN

- Avarias por cada 100 linhasprincipais registadas em 1994

11,3 32,6 + 188,0

- Linhas digitais (%) em 1994 71,2 60,6 - 15,0

RNIS (taxa primária)

- Cobertura geográfica em 1994 85,0 32,3(ii) - 62,0

- Cobertura projectada em 1996 100,0 80,0 - 20,0

Serviços públicosproporcionadospelas linhas

- Nós CompuServe por 1 milhão dehabitantes em 1995

0,54 0,05 - 91,0

- Número de chamadas por 1milhão de habitantes em 1995

1,94 0,36 - 81,0

(i) O nó central europeu definido no estudo NEXUS inclui todos os Estados-membros à excepção dos países da coesão (Espanha, Grécia, Irlandae Portugal) e das regiões da coesão em Itália.

(ii) Em finais de 1995, a companhia dos telefones espanhola indicou possuir uma cobertura geográfica total, quer directamente, a partir decentrais de RNIS, ou mediante conexões à distância. Do mesmo modo, a Portugal Telecom declarou ter realizado virtualmente umacobertura de 100% (incluídas as ilhas do Atlântico, como a Madeira). O prazo de instalação habitual é de 4 semanas, sendo bastanteinferior em muitas zonas, enquanto, nas regiões afastadas, as operações chegam a demorar 8 semanas.

Por exemplo, em 1995, o tempo real para obter a ligação à rede elevava-se a 20 dias úteis nosEstados Federais Ocidentais da Alemanha, a 8 dias úteis no Reino Unido e em França, mas a 80

Do mesmo modo, a qualidade e a fiabilidade das linhas das redes telefónicas de conexão pública(PSTN) variam consideravelmente tanto entre os Estados-membros como entre as diversas regiões

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de um mesmo Estado-membro. Em 1994, por exemplo, a Grécia registava uma média de 53,0avarias por cada 100 linhas telefónicas principais, em comparação com a média registada nasregiões do centro da Europa que era de 11,3 avarias, isto é, cerca de um quarto das avarias

Outro indicador de acessibilidade é o relativo à instalação de Redes Digitais de ServiçosIntegrados (RDSI)30: quase 85% do território do centro da Europa estava coberto por RDSI em1994, perante apenas 32,3% nas regiões da coesão.

Outro indicador dos diversos níveis de acesso nacionais e regionais relativos à sociedade dainformação pode decorrer do predomínio de serviços comerciais em linha. Em 1995, registavam-se180 números de chamada para serviços em linha (1 por cada 320 000 habitantes) no Reino Unido,63 na Alemanha (um por cada 1 150 000 habitantes), 3 em Portugal (1 por cada 3 200 000habitantes) e 6 em Espanha (um por cada 6 600 000 habitantes).

1.2. Indicadores de exequibilidade

O acesso físico das redes e dos serviços constitui uma condição necessária mas não suficiente: asempresas e os agregados familiares deverão ser economicamente capazes de custear a suautilização. Uma vez mais, mal chega a hora de comparar as estruturas tarifárias31, logo surgemimportantes diferenças entre os países.

Por exemplo, no início de 1996, a instalação de uma linha de telefone privada custava, em média,cerca de 32,5% mais nas regiões da coesão que nas regiões centrais; 65,0 % mais na Irlanda e76,0% mais na Grécia. Em 1994, o custo de uma assinatura residencial de telefone (empercentagem de PIB) era duas vezes mais cara nas regiões da coesão (respectivamente, 3 e 2,5vezes mais cara em Portugal e na Irlanda).

Erreur! Signet non défini.CUSTOS DOSERVIÇO

MÉDIAVERIFICADANAS REGIÕESCENTRAIS

MÉDIAVERIFICADANAS REGIÕESDA COESÃO

DIVERGÊNCIAVERIFICADA

RELATIVAMENTEÀS REGIÕES

DA COESÃO (%)

PSTN (ecus)

- Instalação residencial 107,5. 142,4 + 32,46

- Assinatura residencial (bimensal) 21,7 18,4 - 15,44

- Chamada local (5 min./hora de ponta) 0,22 0,16 - 26,45

Custo de uma instalação móvel 1994US$)

- Conexão 64,6 83,8 + 29,7

- Assinatura mensal 42,7 29,6 - 30,7

- Chamada local (3 minutos) 1,4 1,73 + 23,6

Tarifas por linhas alugadas

- Conexão (ecus) 502,2 396,6 - 21,0

- Aluguer mensal 50 km (ecus) 353,0 429,0 + 21,4

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- Aluguer mensal 250 km (ecus) 844,0 829,0 - 1,8

Além disso, o actual processo de reequilíbrio tarifário32 tende a alterar as estruturastarifárias no sentido de um incremento cada vez mais rápido da componente residencialdas cargas fixas, de um incremento absoluto das cargas de chamadas locais e de umaredução do preço das chamadas de longa distância e internacionais. De acordo com oestudo da OCDE33, entre 1990 e 1994, a assinatura média mensal para os utentescomerciais aumentou cerca de 5,5% em termos reais, enquanto a assinatura mensalresidencial subiu, em média, de 15,5% em termos reais. O mesmo estudo indica que, entre1990 e 1994, as cargas locais aumentaram em 37,3%, enquanto as chamadas de longadistância e as internacionais baixavam, respectivamente, em 24 e em 25,5,%.

1.3. Indicadores do número de assinantes

Um acesso exequível não basta, no entanto, para que a população utilize os serviços, constituindoos indicadores de assinatura também um dado fundamental em qualquer projecto de calibragem dadiferença na coesão e das respectivas implicações. Um indicador corrente utilizado para calcular apenetração da telefonia de base é o número de linhas principais por cada 100 habitantes. Em 1995,havia, em média, 54,3 linhas principais por cada 100 habitantes nas regiões centrais, enquanto, nasregiões da coesão, esse número não excedia 40,2%.

Erreur! Signet nondéfini.INDICADOR DEPENETRAÇÃO

MÉDIARELATIVAÀS REGIÕES

AVANÇADAS

MÉDIARELATIVA ÀSREGIÕES DA

COESÃO

VERIFICADARELATIVAMENTE

ÀS REGIÕESDA COESÃO (%)

Densidade telefónica em 1995

- Linhas principais por cada 100 hab. 54,3 40,2 - 26,0

Telefonia móvel em 1995

- Terminais celulares por cada100 hab.

9,1 3,7 - 59,4

Televisão por cabo

- % de agregados familiaresconectados por cabo em 1995

51,4 8,0 - 84,4

- % de agregados familiares quedispunham de televisão por satélite em1995

13,8 4,4 - 68,1

Comunicação de dados

Assinatura das conexões em "pacotes"por cada 1000

1,5 1,3 - 13,3

- Assinatura de videotexto por cada1000 hab.

32,5 6,3 - 80,6

- Assinatura RDSI por cada 1000 hab. 2,4 0,2 - 91,7

Internet

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Utentes de Internet por cada 1000hab., em 1995

5,3 0,6 - 88,7

Ainda que a telefonia vocal represente a principal forma de comunicação para a maioria dasempresas e dos agregados familiares, o advento de uma sociedade da informação pressupõe umautilização crescente de outras formas de comunicação electrónica como os textos, imagens e outrasformas de dados. Um indicador da capacidade das regiões e países para participarem na sociedadeda informação é, por exemplo, o número de assinantes da Internet. Em 1995, registava-se, emmédia, 1 assinante Internet por cada 200 pessoas nas regiões do centro, contra 1 assinante porcada 1 300 pessoas nas regiões da coesão.

A importância do investimento no domínio das telecomunicações por habitante constitui outroindicador: em média, as regiões da coesão investiram cerca de 40% menos que as regiões centraisnesse sector. São especialmente surpreendentes os valores relativos à penetração dos PC, uminstrumento indispensável para penetrar na sociedade da informação: em 1995, registavam-se 15,2PC por cada 100 habitantes nas regiões centrais, enquanto se registavam apenas 3,1 na Grécia, 8,6

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NOTAS EXPLICATIVAS

1 "É inegável que a sociedade da informação proporciona grande quantidade de ocasiões novas no plano docrescimento e da criação de postos de trabalho, de uma melhor exploração de recursos ...., de umamelhoria dos rendimentos e de uma melhor difusão do bemdescentralizadas ...., de possibilidades de elaboração de esquemas de desenvolvimento urbano eregional mais coerentes, de enriquecimento cultural e de tomada de decisões mais democrática. Todasestas possibilidades de relançamento do crescimento dependem, de modo decisivo, daquilo a quepodemos chamar a congruência das dimensões tecnológica, económica e social." CCE "Construir asociedade europeia da informação para todos. Primeiras reflexões do grupo de peritos de alto

", p. iii. Relatório intercalar, Janeiro de 1996.

2 O estudo "Efeitos no emprego da liberalização do sector das telecomunicações", levado a efeito,por ordem da Comissão, pelo BIPE Conseil, IFO e LENTIC, em 1996, analisou o impacto daliberalização das telecomunicações em diversos contextos de liberalização e divulgação de tecnologias. Todosos contextos analisados no referido estudo sugerem que a liberalização das telecomunicações deveráconduzir a uma difusão acelerada das telecomunicações e a reduções das tarifas. Estes aspectos poderão terefeitos positivos indirectos na economia considerada como um todo, suplantando largamente osefeitos negativos da liberalização das telecomunicações no emprego dos operadores públicos. Numcontexto de liberalização rápida e de rápida difusão tecnológica, poderá registarmanutenção de 1,3 milhões de postos de trabalho, em toda a Europa, lá para 2005, postos de trabalhoesses dos quais 93 000 se situarão no próprio sector das telecomunicações. Este último valor decorre dofacto de a criação de emprego induzida pela liberalização no sector dos fornecedores e nos novos serviçosde telecomunicações, fabricantes de equipamento, distribuidores de equipamento de telecomunicações efornecedores directos de operadores ultrapassar largamente as perdas entre os operadores tradicionaisde telecomunicações.

3 "É essencial e urgente que as empresas e sociedades de todas as dimensões adaptem a sua organização eas suas estruturas. Daqui até que este processo esteja bem cimentado, a sociedade da informação vai,provavelmente, destruir mais empregos do que criá-los". "Redes para os cidadãos e respectivascomunidades - Tirar o melhor partido da sociedade da informação na União Europeiasobre a sociedade da informação, Primeiro Relatório Anual, documento de síntese, 1996.

4 Para uma análise pormenorizada destes aspectos, consultar o Livro Verde "Viver e trabalhar nasociedade da informação: prioridade à dimensão humana", CCE, Julho de 1996. Os aspectos dacoesão social da sociedade da informação serão mais desenvolvidos no próximo plano de acção que aComissão prepara na sequência do referido Livro Verde.

5 "Devido à estrutura social e industrial das regiões, a efectiva utilização social desses meios varia muitolargamente conforme os diversos tipos de regiões em causa .... A inclinação geográfica da procuradiminui de modo mais ou menos progressivo a partir dos centros empresariais das cidades ditas deenvergadura mundial, elevando-se , aqui e ali, em função da concentração do mundo dos negócios ebaixando mais rapidamente nas regiões pouco povoadas ou particularmente pobres ... . Ao mesmotempo, e de modo não menos importante, regista-se também uma geografia característica do custo dosfornecimentos dos serviços de telecomunicações que, em geral, invertem o esquema da procura real. Porum lado da equação, os custos são, geralmente, mais fracos nas regiões mais fortemente povoadas .... ."NEXUS et al. "Uma avaliação dos aspectos do desenvolvimento da sociedade da informação na Europa,no plano da coesão social e económica", Janeiro de 1996, volume IV, p. 9. A Comissão tem plenaconsciência do problema, tendo elaborado um série de documentos políticos e regulamentares quedefinem o lugar do serviço universal na sua política de telecomunicações. Ver, por exemplo, a Directiva90/338/CCE, sobre a "Realização da plena concorrência no mercado das telecomunicações" (JO de22.3.1996), que define os princípios do serviço universal e explica de que modo o custo líquido doserviço universal deve ser repartido e, mais recentemente, o documento COM(96) 608, de 27 deNovembro de 1996, relativo aos "critérios de avaliação dos sistemas nacionais de cálculo do custo e dofinanciamento do serviço universal, e directrizes relativas aos Estados-membros no que diz respeito aofuncionamento de tais sistemas". Além disso, o documento COM(96) 73, de 13 de Março de 1996,

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sobre o "serviço universal de telecomunicações na perspectiva de um ambiente plenamente liberalizado"fornece a definição, a extensão e os mecanismos de revisão do serviço universal, pondo em evidência o seu

6 A experiência britânica impõe, no entanto, uma certa reserva. "No Reino Unido, que dispõe de um dosregimes de telecomunicações mais liberais da União Europeia, o contexto de fornecimento dastelecomunicações é muito variável. Na cidade de Londres, as empresas vêem-se confrontadas com oproblema da escolha entre uma multidão de fornecedores concorrenciais e de serviços cada vez maismodernos. Nos centros empresariais das outras grandes cidades e nos parques de empresas eindústrias, bem como em outras concentrações de actividades económicas, as empresas dispõem de todauma gama de fornecedores potenciais e acesso aos serviços mais modernos. Nas outras zonas urbanas,as empresas dispõem de uma escolha mais restrita de fornecedores, estando as conexões directas aíasseguradas apenas pelos antigos serviços de PTT e, quando as infra-estruturas foram previstas, peloexplorador local dos serviços por cabo. Em numerosas cidades de pequena dimensão e de zonas rurais,os utentes são confrontados com o antigo serviço dos PTT, que detém, de facto, o monopólio do serviço.Com efeito, em numerosas zonas, principalmente rurais, os utentes não têm um acesso directo aosintercâmbios numéricos capazes de fornecer serviços sob forma de um RNIS de base." Cf."Desenvolvimento Regional na Sociedade da Informação: revisão e análise", p. 23 CURDS1996, documento preparado pelo grupo de peritos europeus de alto nível sobre os aspectos sociais esocietais da sociedade da informação. Quanto a este aspecto, a Comissão vem considerando anecessidade de estudar as experiências efectuadas no domínio da liberalização (por exemplo, no ReinoUnido, nos EUA, na Finlândia, na Suécia e na Nova Zelândia).

7 Documento de trabalho interno da CCE, "Características dos planos de intervenção estruturais de1994-1999 relativos às telecomunicações, aos correios e à IDT", Bruxelas, 1996. O carácteromnipresente e penetrante da sociedade da informação, por um lado, e a natureza do procedimento deprogramação relativa aos fundos estruturais, as diversas abordagens assumidas pelos Estados-membroscom o objectivo de estruturarem os respectivos planos e os seus diversos calendários, por outro lado,convidam a que se aja com prudência na interpretação e utilização dos valores obtidos através da presenteanálise. As despesas associadas à sociedade da informação são frequentemente extrapoladas a partir devalores aprovados, associados a outros domínios tais como a indústria e a investigação e odesenvolvimento. No entanto, esses valores dão uma boa ideia da importância adquirida pela sociedade

-membros.

8 Por exemplo, a Suécia e a Finlândia têm uma abordagem global da sociedade da informação. Estes doispaíses não só consagram uma parte mais importante dos fundos disponíveis às medidas associadas àsociedade da informação, como também concentram os seus esforços na melhoria das condições da procura,ou seja, mediante aperfeiçoamento dos conhecimentos técnicos do pessoal, associados à sociedade dainformação, fornecendo às escolas as conexões necessárias e desenvolvendo os serviços e aplicaçõesadequados. Desde o princípio, a estratégia do documento único de programação (DOCUP) sueco, para oobjectivo nº 6, fez "a melhor utilização possível da tecnologia da informação em todos os domínios daactividade socioeconómica", um dos critérios horizontais de avaliação da qualidade das acções específicas.Por conseguinte, uma característica fundamental da sociedade da informação - a sua naturezaomnipresente e penetrante - é imediatamente reconhecida. Em seguida, "a maior utilização das aplicaçõesda tecnologia da informação e da aquisição dos conhecimentos técnicos de peritagem no domínio datecnologia da informação" representa um dos objectivos gerais do DOCUP, que permitem a criação denovos postos de trabalho, objectivo central do plano sueco. Além disso, a sociedade da informaçãoparece ser o elemento motor do desenvolvimento do conjunto das cinco prioridades fixadas noDOCUP, sendo reconhecida como um instrumento essencial de quase todos os temas secundários.

9 A acção especial relativa às telecomunicações para o desenvolvimento regional (STAR) desbloqueou, entre1987 e 1991, o montante de 780 milhões de ecus sob forma de ajuda do Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional (FEDER) destinada a "romper o ciclo que faz com que a procura deserviços de telecomunicações avançados (STA) seja demasiado fraca para justificar o seu fornecimentonuma base comercial, caso em que um conhecimento insuficiente das vantagens de que os STA serevestem deprime ainda mais a procura" nas regiões desfavorecidas de certos Estados-membros.Ainda que o programa STAR contenha medidas destinadas a estimular a procura (por exemplo, a

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elaboração e a promoção de base de dados e de serviços videotex para as PME), 80% do orçamento foi-estruturas, tendo o essencial e os esforços sido dirigidos para a

digitalização das redes, as redes públicas de dados e de instalações móveis. O programa permitiu fazeravançar os planos de investimentos dos utentes públicos das telecomunicações, antecipar de dois anos oritmo de digitalização da rede na Grécia e ganhar também dois anos no que diz respeito ao programa delançamento da rede de rádio móvel em Portugal. Ver Ewbank Preece Ltd, "STAR - Community levelevaluation", Relatório sumário, CCE, 1993.

10 O programa TELEMATIQUE, que veio substituir o programa STAR em 1991, com um orçamento decerca de 233 milhões de ecus, procurou apoiar a introdução e a utilização de serviços de telecomunicações deponta, especialmente de serviços de dados, no seio das PME e das administrações nacionais. Esteprocedimento revelou-se, de imediato, distinto do de STAR, sem deixar de ser complementar deste,implicando o estímulo da procura de aplicações práticas em diversos sectores de actividade a fim depromover o desenvolvimento de uma ou de mais regiões. Um objectivo paralelo consistia em pôr essasregiões em condições de beneficiar dos serviços abertos à concorrência pela legislação comunitária. É por essarazão que o programa TELEMATIQUE correspondia a uma nova prioridade das acções comunitárias embenefício das aplicações e dos serviços telemáticos aptos a apoiá-las.

11 As intervenções do FSE para os diversos objectivos destinados a apoiar o desenvolvimento dos recursoshumanos directamente associados à sociedade da informação foram calculadas em 4 milhões de ecus para

12 Existem, efectivamente, muitas outras acções comunitárias ligadas à sociedade da informação. Por exemplo,o incentivo à utilização de sistemas de comercialização electrónicos entre as PME das regiões desfavorecidasfoi alvo dos projectos-piloto WOLF. Sete regiões cooperam com a Comissão na identificação dos factoressociais, económicos e técnicos que se opõem ao desenvolvimento dos serviços de telecomunicações nasregiões desfavorecidas. O programa WOLF, dotado de um orçamento de 530 000 ecus, é financiado emaplicação do artigo 10º do regulamento FEDER. Eis outros exemplos: a iniciativa IMPLACE, destinadaa incentivar a utilização de TIC avançadas para as pequenas e médias empresas fabris, nas regiõesdesfavorecidas, e a iniciativa MARSOURCE que incentiva a utilização dos sistemas de comercializaçãoelectrónicos para os produtos da pesca, contribuindo, deste modo, para remediar as desvantagens das

13 O aspecto inovador da iniciativa IRISI fundamenta-se em mecanismos institucionais que estiveramna origem da elaboração da estratégia, ou seja, uma parceria entre as institituições regionais e locais, bemcomo as associações empresariais e os representantes do mundo da formação, do ensino, dos sindicatos,das câmaras de comércio, do movimento cooperativo e do sector benévolo. As seis regiões participantes -Saxónia (D), Noroeste de Inglaterra (RU), Norte-Pas de Calais (F), Piemonte (I), Valência (E) eMacedónia Central (EL) - tiveram de definir uma estratégia relativa à sociedade da informação medianteanálise da situação de partida e das possibilidades de construção de uma sociedade da informação graças a umesforço concertado que reunisse todos os agentes regionais importantes.

14 Com um orçamento de 6 milhões de ecus, os projectos IRISI atingem 23 regiões da Europa. Tal significaque, em geral, cerca de 25% de todas as regiões elegíveis para os fundos estruturais estão actualmenteenvolvidas no processo de criação de uma estratégia e da sua transposição para um plano de acção. Alémdisso, a Comissão considera a hipótese de lançar 10 aplicações-piloto pluri-regionais, nos termos do artigo10º do Regulamento FEDER e do artigo 6º do Regulamento FSE, para um orçamento de 15 milhões deecus, destinados a demonstrar a melhor prática a aplicar no desenvolvimento regional da sociedade da

15 Ver COM(96) 73, de 13 de Março de 1996, relativa ao Serviço Universal de Telecomunicações naPerspectiva de um Ambiente Plenamente Liberalizado.

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16 Ver COM(96) 419, de 11 de Novembro de 1996: Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTOEUROPEU E DO CONSELHO relativa à aplicação da oferta da rede aberta (ORA) à telefonia vocal eao serviço universal de telecomunicações numa ambiente concorrencial (substituir as Directivas95/62/CE do Parlamento Europeu e do Conselho).

17 Ver a secção Acesso público aos serviços da sociedade da informação do documento COM(96) 73, de 13de Março de 1996, sobre o "serviço universal das telecomunicações na perspectiva de um ambienteplenamente liberalizado", secção IV, pág. 21.

18 "O modo como desenvolvemos a sociedade da informação, que constitui a alteração mais fundamentalda nossa época, deve reflectir as ideias e os valores sobre os quais se baseia a União Europeia. Essasideias e esses valores devem ser transparentes de modo a se obter e a se merecer um amplo apoiodos cidadãos europeus" in "Viver e trabalhar na sociedade da informação : prioridade à

", Livro Verde, relatório sumário, Julho de 1996. Além disso, toda a evolução doserviço universal deve ser igualmente compatível com o quadro global dos serviços de interesse geralna Europa. Ver, em especial, o documento COM(96) 433 final, de 11 de Setembro de 1996, sobre"Os serviços de interesse geral na Europa".

19 Ver NEXUS et al. volume II, páginas 20 e 21.

20 Ver o "Primeiro Relatório do Grupo Consultivo Superior sobre a Concorrência".

21 Ver, entre outros, o recentemente publicado "Primeiro relatório sobre a Coesão Económico eSocial" (CCE, Novembro de 1996) cap. 4, pp. 78-81.

22 Com efeito, níveis insuficientes de consumo e de rendimentos podem constituir obstáculos importantes.O estudo levado a efeito em 1995 pelo US Departement of Commerce, intitulado "Falling throughthe net: a survey of the have nots of rural and urban America" (passar através das malhas: estudosobre as populações deserdadas das zonas rurais e urbanas dos Estados Unidos) estabelece uma correlaçãonitidamente positiva entre o nível de rendimentos dos agregados familiares e a posse de umcomputador doméstico: entre 4,5 e 8,1 % dos agregados familiares do intervalo de rendimentos maisfraco (menos de 10 000 USD) dispõem de um computador doméstico, enquanto que, entre 59 e 54,4%dos agregados familiares do intervalo superior (75 000 USD ou mais) possuem um. Não existem

23 Conferir o documento COM(96)73 de 13 de Março de 1996. Este ponto de vista é apoiado,nomeadamente, pelo Fórum sobre a sociedade da informação que especifica que "a criação de acessoslocais às bibliotecas públicas, às escolas e a outros locais de reunião comuns" constitui uma forma deminimizar o risco de criação de uma sociedade dualista. Além disso, é possível mencionar aqui o grupo deperitos de alto nível que, no seu relatório intercalar, salienta a necessidade de analisar a noção de"serviços universais a favor da Comunidade", o que alarga a noção de serviço universal de modo a nelaincorporar um nível fundamental de acesso ao novo serviço de informação, mas que é limitado pela suaextensão às instituições que trabalham no sector do ensino, da cultura, da medicina, das acções sociais oueconómicas nas comunidades locais. Do mesmo modo, o primeiro relatório sobre a coesão económica esocial, recentemente publicado (CCE, Novembro de 1996), indica que os responsáveis pela tomada dedecisões políticas analisam a possibilidade de prever um "acesso mais amplo, por exemplo, das escolas,dos hospitais e das bibliotecas à sociedade da informação".

24 É igualmente necessário incentivar a implantação das TIC junto da administração pública (isto é, o programaIDA a nível comunitário), o que pode ter um efeito catalizador para a região e desencadear numerosasiniciativas no sector privado.

25 Ver o Livro Verde "Viver e trabalhar na sociedade da informação: prioridade à dimensão humana", emCCE, Julho de 1996.

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26 Para obter uma perspectiva de conjunto da questão do ensino e da formação na sociedade da informação, (COM(96)

471 de 2 de Outubro de 1996).

27 Co-financia já, por exemplo, acções de formação nas aplicações telemáticas, tendo em vista criar 1, nº 5b e nº 6, dos projectos de telemática locais no âmbito

28 Ver COM(96) 332 final, de 10 de Julho de 1996, intitulada "INVENTAR O AMANHÃ" Ainvestigação europeia ao serviço dos cidadãos e COM(96) 595 final, de 20 de Novembro de 1996:"Rumo ao quinto programa-quadro: elementos adicionais para o debate de orientação".

29 Alguns dados podem ser obtidos através do estudo "An assessement of social and economic cohesionaspects of the development of the information Society in Europe" (avaliação dos aspectos ligados à coesãoeconómica e social do desenvolvimento da sociedade da informação na Europa) preparado por NEXUSet al. para a Comissão e concluído em Dezembro de 1995. Ainda que, neste anexo, os autores setenham esforçado por fornecer dados mais claros, impõe-se uma certa prudência devido ao facto de osector das telecomunicações registar uma evolução muito rápida. O leitor deve saber que a evolução dasociedade da informação nas regiões desfavorecidas está longe de ser um fenómeno linear, estatisticamenteprevisível. Por exemplo, o número de assinantes de telefonia móvel em Espanha passou de 230 000 paramais de 1 milhão no decorrer de 1996; a cobertura pela RNIS nos países da coesão passou depraticamente 0 para uma cobertura completa no decurso dos três últimos anos, e mais de 500 000utentes da Internet puderam ser repertoriados, no final de 1996, em Espanha, enquanto, há alguns

30 A RNIS constitui um acrónimo que descreve o fornecimento de uma vasta gama de serviços detelecomunicações existentes e novas na rede digital. O RNIS suprime as barreiras entre os serviçoslocais, os serviços de dados, de texto e os serviços vídeo integrando-os numa única rede numérica detelecomunicações. O RNIS permite vantagens significativas aos clientes do ponto de vista dadisponibilidade dos serviços e da flexibilidade de utilização.

31 A noção de "estrutura tarifária" define o equilíbrio entre os encargos fixos (instalação e assinatura) e osencargos de utilização (chamadas) na factura total do cliente.

32 A acção conhecida sob a expressão "reequilibragem tarifária" tem por objectivo estabelecer um equilíbrioentre os custos do fornecimento de cada serviço tarifado e os preços facturados.

33 Y. Kato e S. Paltridge, "Telecom tariffs and the move to markets", The OECD Observer, nº 191,Dezembro de 1994/Janeiro de 1995.