a civilização egípcia - resumo_história_7º ano.pdf

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  • 8/11/2019 A Civilizao Egpcia - resumo_histria_7 ano.pdf

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    OEGITO,territrio atravessado pelo Rio Nilo, localiza-se no Nordeste do continente

    africano.

    A CIVILIZAO EGPCIAdesenvolveu-se entre cerca de 3500 a.C. e 525 a.C.

    ONILO,FONTE DE VIDA E DE RIQUEZA

    O "Egito um dom do Nilo"; de facto, a civilizao egpcia deve a sua existncia ao

    rio em cujo vale se desenvolve um osis, ladeado por dois desertos e que desagua

    no Mediterrneo, em forma de delta.

    O Nilo tinha cheias de Julho a Outubro, devido s chuvas que caam em Maio nas

    regies tropicais dos grandes lagos africanos, onde este nasce. As guas das

    cheias irrigavam as margens depositando detritos aluviais que fertilizavam o solo.

    Quando o rio voltava ao seu leito normal, as terras eram lavradas e semeadas.

    Para melhor aproveitamento das guas, os egpcios construram um sistema decanais e diques. No rio e seus canais, circulavam embarcaes transportando

    pessoas e mercadorias.

    A economia egpcia era, essencialmente, uma economia agrria, pois a agricultura

    constitua a actividade principal dos egpcios: cultivavam cereais (trigo, centeio,

    cevada), linho, vinha, legumes e frutos e colhiam o papiro, com que fabricavam

    uma espcie de papel.

    Praticavam, igualmente, a pecuria, a caa e a pesca e dedicavam-se ainda ao

    artesanato (olaria, cestaria, ourivesaria, vidro, tecelagem, metalurgia, construo

    naval) e ao comrcio, por exemplo, com a Fencia, exportando produtos agrcolas

    e artesanais (trigo, papiro) e importando madeira e metais.

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    GOVERNO DE FARAS -UM PODER SACRALIZADO

    O Egito foi governado por faras sob a forma de uma monarquia teocrtica. O

    fara era o herdeiro dos deuses e ele prprio considerado um deus vivo, filho

    de R, deus do Sol.

    A sua autoridade era sagrada e absoluta, era simultaneamente rei e deus. Era

    sumo-sacerdote, juiz supremo, chefe dos exrcitos e tinha o poder de vida ou de

    morte sobre os seus sbditos. Era ainda o proprietrio da maior parte das terras.

    AHIERARQUIA SOCIAL

    A sociedade egpcia era uma sociedade estratificada e hierarquizada, formada

    por vrios escales/estratos sociais, de acordo com as funes, privilgios, poder

    e riqueza de cada um, organizando-se em dois grandes grupos: os privilegiados e

    os no privilegiados. A sociedade egpcia pode representar-se como uma pirmide

    social:

    - No cume da pirmide estava o fara, o deus vivo dos egpcios.

    - Seguia-se o grupo mais privilegiado da sociedade egpcia, composto pelos

    sacerdotes, nobres, altos funcionrios e familiares do fara. Era uma minoria rica

    e poderosa, que recebia ddivas do fara, nomeadamente terras e outras

    recompensas. Os sacerdotes ocupavam um lugar especial neste grupo, pois a

    funo religiosa dava-lhes um grande prestgio. Os escribas contabilizavam as

    colheitas, cobravam os impostos, asseguravam a conservao dos canais,

    caminhos e locais de comrcio e tinham tambm um grande prestgio social,pelos cargos que ocupavam e porque dominavam a escrita, o clculo e as leis.

    - Os soldados eram um grupo intermdio na sociedade: recebiam, por vezes,

    ddivas do fara (terras, por exemplo) e tinham ainda direito ao saque durante as

    conquistas.

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    - Dos grupos no privilegiados faziam parte os comerciantes, os artfices e os

    camponeses.

    - Os camponeses, que eram a maioria da populao (cerca de 90%), tinham uma

    vida difcil: pagavam pesados impostos ao fara, aos sacerdotes e aos senhores,

    tinham de entregar aos donos das terras quase tudo o que produziam e ainda

    trabalhavam para o Estado nas obras pblicas.

    - Os comerciantes viviam melhor mas eram controlados pelo Estado.

    - Os artesos estavam dependentes das encomendas dos nobres, do palcio ou do

    templo.

    - Na base da pirmide social estavam os escravos, em geral, prisioneiros de

    guerra, que no tinham quaisquer direitos e eram forados ao trabalho.

    Trabalhavam na explorao mineira, nos campos e por vezes faziam servios

    domsticos. Participaram tambm no trabalho das grandes construes egpcias.

    UMA RELIGIO POLITESTA

    Os Egpcios eram politestas, acreditando na existncia de diversos deuses, aos

    quais prestavam culto. Alguns dos seus deuses encarnavam animais sagrados

    (crocodilo, gato, serpente e falco); outros identificavam-se com elementos

    naturais, como por exemplo mon-R (deus-Sol) ou o prprio rio Nilo (Hapi). Aos

    deuses associavam-se mitos; o mais conhecido o mito de Osris, consagrado

    como deus dos mortos.

    O Tribunal de Osris, destinado ao julgamento dos mortos, evidencia a crena na

    imortalidade da alma e na reencarnao, numa existncia extraterrena, isto ,

    numa vida para alm da morte: o defunto fazia a sua confisso perante Osris;

    Anbis e Hrus pesavam-lhe o corao, pondo-o num dos pratos da balana e no

    outro uma pena de avestruz. Se o morto em vida tivesse sido mau e impuro, o

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    corao pesaria mais do que a pena e seria condenado. S os bons viveriam para

    sempre, no reino dos mortos, e a sua alma encarnaria no corpo. A alma para

    encarnar deveria ter um corpo, por isso, os egpcios embalsamavam os seus

    defuntos e colocavam as mmias em sarcfagos.

    O culto aos deuses na religio egpcia era secreto, nele s podiam participar os

    sacerdotes e o fara; apenas estes tinham acesso sala onde se encontrava a

    esttua da divindade. O povo fazia as oferendas na zona pblica do templo, no

    ptio da entrada.

    AARTE EGPCIAUMA ARTE AO SERVIO DA RELIGIO

    A arte egpcia manifestou-se, fundamentalmente, na construo de palcios,

    templos e tmulos de grande dimenso e est muito ligada ao poder absoluto e

    divino do fara. uma arte monumental e de inspirao religiosa, revelando

    gosto pelo grandioso, pelo duradouro e pelo eterno, sendo as pirmides o maior

    exemplo.

    Na pintura, usavam-se cores vivas e as figuras humanas aparecem representadassegundo determinadas regras (lei da frontalidade): a cabea e os ps de perfil e o

    tronco de frente, ombros em posio simtrica e o olho visvel representado de

    frente. As paredes interiores das construes egpcias, eram decoradas com

    pinturas alusivas aos deuses, a lendas, vida dos faras e dos grandes senhores.

    O imobilismo outra das particularidades da pintura egpcia, cuja escala (o

    tamanho das figuras) correspondia respectiva importncia social, por isso, o

    fara era sempre destacado.

    Na esculturaegpcia destaca-se o contraste entre as esttuas colossais, rgidas e

    sem expresso dos faras e as estatuetas de particulares, tais como nobres e

    funcionrios, as quais apresentavam expressividade e naturalismo de

    movimentos.

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    Ao nvel da arquitetura, os egpcios construram, sobretudo, palcios, templos e

    tmulos, ou seja, a residncia dos governantes, a morada dos deuses e o sepulcro

    dos faras. Esttuas colossais (como as de Ramss II no templo de Abu Simbel) e

    baixos-relevos, so tambm importantes vestgios da arquitetura egpcia.

    Os palcioseram o local onde viviam os faras e suas famlias e eram os maiores

    e mais ricos monumentos no funerrios do antigo Egito. Neles foram

    encontrados numerosos tesouros, objectos de cermica, vidro, etc., que ilustram

    a vida faustosa da realeza egpcia.

    Nos templos, construdos para celebrar o culto aos deuses, os tectos eram

    suportados por colunas de pedra inspiradas na Natureza, lembrando palmeiras,

    papiros e flores de ltus. As paredes eram decoradas com baixos-relevos,

    representando cenas religiosas e picas.

    Os tmulos, monumentos funerrios construdos para guardar os corpos

    mumificados, em conjunto com objetos pessoais, mobilirio, etc., tiveram, ao

    longo dos sculos, diferentes formas:

    - as mastabas, tmulo com a forma de um tronco de pirmide, tinham nointerior divises decoradas com relevos e esttuas do morto e, no centro,

    um poo que comunicava com a cmara funerria, situada no subsolo;

    - as pirmides de degraus;

    - no 3 milnio a.C., no Imprio Novo, surgem as pirmides de faces lisas-

    destacam-se as de Keps, Kfren e Miquerinos, localizadas no vale de Giz,

    onde se encontra tambm a colossal esfingea guardi dos tmulos;

    - no 2 milnio a.C., surgem os hipogeus, tmulos escavados na rocha, de

    forma a tentar evitar os assaltos que se verificavam aos tmulos dos faras.

    As pirmides afunilavam-se em direco ao cu, como que a indicar o caminho

    que permitia o encontro com os deuses, e o seu tamanho colossal traduzia os

    sentimentos de orgulho e de fora dos faras egpcios.

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    Os egpcios desenvolveram, igualmente, as artes decorativas como a joalharia, a

    olaria e o mobilirio com o uso de diferentes materiais como o marfim, o vidro, o

    ouro e pedras preciosas, entre outros.

    CINCIA E ESCRITA

    As cincias tambm mereceram a ateno dos egpcios. Destacaram-se na

    astronomia, tendo criado um calendrio, dividindo o ano em 365 dias, o dia em 24

    horas e a hora em 60 minutos.

    A mumificao e embalsamamento permitiram um melhor conhecimento do

    corpo humano e, com isso, os avanos na medicina.

    A construo dos diques e canais levou os Egpcios a aprofundarem a matemtica,

    a geometria e a agrimensura (medio dos campos).

    Os egpcios desenvolveram, tambm, um sistema de escrita que comeou pela

    representao dos objetos (pictogrfica), passando, mais tarde, representao

    de ideias (ideogrfica). Baseava-se em inmeros smbolos designados por

    hierglifos, da chamar-se escrita hieroglfica. Havia ainda dois outros tipos deescrita: a hiertica, utilizada nos documentos oficiais e religiosos, e a demtica,

    uma forma mais simples baseada em abreviaturas.

    A escrita no Egito era uma funo de um grupo especializado - os escribas -, sendo

    a sua aprendizagem muito morosa. O domnio da arte da escrita conferia aos seus

    detentores (os escribas) um importante estatuto social.

    Com a inveno da escrita desenvolveu-se tambm a literatura: narrativas deproezas de guerra, contos populares, poemas, e obras de carcter religioso, como

    o Livro dos Mortos.