a causalidade da lei mistica

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 Editora Brasil Seikyo Terceira Civilização - Edição 511 - 19/03/2011 - Pág.52 - Os Encantos da Filosofia Budista - Para iniciantes Impresso por Luiza do Carmo Louzada (182879-7) página 1 Terceira Civilização - Os Encantos da Filosofia Budista - Para iniciantes A causalidade da Lei Mística O Buda Nitiren Daishonin, ao revelar o Nam-myoho-re ngue-kyo, demonstrou de forma prática e eficiente uma nova visão sobre a lei de causa e efeito. Mas por que "nova visão"? Porque existem outras visões sobre causa e efeito, baseadas na ciência, nas religiões, nos ensinos budistas e não budistas. Duas visões básicas O “rengue”, conforme apresentado por Nitiren Daishonin, é caracterizado pela simultaneid ade de causa e efeito [causalidade da Lei Mística]. A “lei geral de causa e efeito” — que não é a lei do Budismo Nitiren — é caracterizada por um intervalo que separa a causa do efeito. Por isso, não é capaz de conduzir à iluminação ou muito menos realizar a transformação cármica. A flor de Lótus O “rengue” é representado pela flor de lótus cujas pétalas e cujo receptáculo (que contém o fruto) se abrem ao mesmo tempo. O fruto é produzido no mesmo instante (simultaneamente) em que a flor desabrocha. Isso representa a causa e o efeito, que ocorre ao mesmo tempo. E o mais importante: acontece no presente. O passado não muda o futuro Pode parecer óbvio, mas uma pessoa falha em transformar seu carma quando suas ações estão baseadas na ideia de que o passado muda o futuro. O passado não existe mais, e o futuro não aconteceu. Logo, ela fica "no ar", à mercê das mudanças da realidade, alheia a tudo. Agindo assim, a pessoa a vive de maneira descrente, sendo jogada de um lado para o outro, dominada por um sentimento de impotência diante da vida. Entre causa e efeito não há intervalo Uma pessoa que fica se remoendo pelo passado e ansiosa pelo futuro é alguém que acredita que o passado muda o futuro. É alguém que acredita que entre a causa e o efeito há um intervalo. Outro exemplo é o de uma pessoa que busca salvação fora de si mesma (orar e esperar o resultado aparecer) e também tem como característica não acreditar no presente. Não fique prisioneiro do passado “Ao elevarmos nosso estado de vida no presente, as causas negativas que fizemos no passado são transformadas em positivas. Não há necessidade de ficarmos prisioneiros do passado; de fato, podemos até mesmo mudar o passado.” (BS, edição nº 2.011, 14 de novembro de 2009, p. A4.) Oração com fé no presente muda o passado e o futuro “Ele [Jossei Toda] disse: ‘[...] Por meio da oração, conseguimos passar uma borracha nas causas e nos

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Editora Brasil Seikyo Terceira Civilização - Edição 511 - 19/03/2011 - Pág.52 - Os Encantos da Filosofia Budista - Para

iniciantes

Impresso por Luiza do Carmo Louzada (182879-7) página 1

Terceira Civilização - Os Encantos da Filosofia Budista - Para iniciantes

A causalidade da Lei Mística

O Buda Nitiren Daishonin, ao revelar o Nam-myoho-rengue-kyo, demonstrou de forma prática e

eficiente uma nova visão sobre a lei de causa e efeito.

Mas por que "nova visão"?

Porque existem outras visões sobre causa e efeito, baseadas na ciência, nas religiões, nos ensinos

budistas e não budistas.

Duas visões básicas

O “rengue”, conforme apresentado por Nitiren Daishonin, é caracterizado pela simultaneidade de causa

e efeito [causalidade da Lei Mística]. A “lei geral de causa e efeito” — que não é a lei do Budismo

Nitiren — é caracterizada por um intervalo que separa a causa do efeito. Por isso, não é capaz deconduzir à iluminação ou muito menos realizar a transformação cármica.

A flor de Lótus

O “rengue” é representado pela flor de lótus cujas pétalas e cujo receptáculo (que contém o fruto) se

abrem ao mesmo tempo. O fruto é produzido no mesmo instante (simultaneamente) em que a flor

desabrocha. Isso representa a causa e o efeito, que ocorre ao mesmo tempo. E o mais importante:

acontece no presente.

O passado não muda o futuroPode parecer óbvio, mas uma pessoa falha em transformar seu carma quando suas ações estão

baseadas na ideia de que o passado muda o futuro. O passado não existe mais, e o futuro não

aconteceu. Logo, ela fica "no ar", à mercê das mudanças da realidade, alheia a tudo. Agindo assim, a

pessoa a vive de maneira descrente, sendo jogada de um lado para o outro, dominada por um

sentimento de impotência diante da vida.

Entre causa e efeito não há intervalo

Uma pessoa que fica se remoendo pelo passado e ansiosa pelo futuro é alguém que acredita que o

passado muda o futuro. É alguém que acredita que entre a causa e o efeito há um intervalo. Outro

exemplo é o de uma pessoa que busca salvação fora de si mesma (orar e esperar o resultado

aparecer) e também tem como característica não acreditar no presente.

Não fique prisioneiro do passado

“Ao elevarmos nosso estado de vida no presente, as causas negativas que fizemos no passado são

transformadas em positivas. Não há necessidade de ficarmos prisioneiros do passado; de fato,

podemos até mesmo mudar o passado.”

(BS, edição nº 2.011, 14 de novembro de 2009, p. A4.)

Oração com fé no presente muda o passado e o futuro “Ele [Jossei Toda] disse: ‘[...] Por meio da oração, conseguimos passar uma borracha nas causas e nos

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efeitos do passado e revelar nossa verdadeira identidade como pessoas comuns iluminadas desde o

tempo sem começo’. Não importa o que tenha acontecido no passado nem o que está acontecendo

agora, nós podemos fazer uma nova causa no presente — uma verdadeira causa embasada na Lei

Mística, que é a causa mais forte de todas — e redirecionar o curso atual de nossa vida.” (Ibidem.)

Causas passadas não governam o futuro

“As causas passadas não governam o futuro. Quem manda no futuro é o presente. Nitiren Daishonin

ressalta que, sejam quais forem as causas cármicas passadas, podemos construir um futuro brilhante

por meio das causas que fazemos agora. É nesse aspecto que encontramos o verdadeiro valor do

Budismo Nitiren. O propósito de Nitiren Daishonin ao explicar o carma é mostrar que podemos

transformá-lo definitivamente.” (Explanação - Abertura dos Olhos, p. 210.)

O Budismo Nitiren não é fatalista

A intenção de Nitiren Daishonin, ao explicar sobre a lei de causa e efeito e o carma, é apresentar um

meio prático de transformação da nossa realidade por meio da manifestação do estado de Buda. Todostêm o estado de Buda; a questão é como manifestá-lo na vida real, e o mais importante: agora!

Vamos raciocinar

O objetivo é transformar. Se a “lei geral de causa e efeito” for a base da nossa vida, a transformação

será impossível. Exatamente por isso ela não corresponde à visão de Nitiren Daishonin, porque só

conduz a um pensamento pessimista e não transforma. Então, o que fazer?!

A causalidade da Lei Mística

A resposta de Nitiren Daishonin é a causalidade da Lei Mística. O presidente Ikeda explica: “A‘causalidade para atingir o estado de Buda’ implica eliminar o mal fundamental e manifestar com vigor o

estado de Buda — a nona consciência — que existe na essência da vida. Esta é a ‘causalidade da Lei

Mística’, implícita no Sutra de Lótus; ou seja, no Nam-myoho-rengue-kyo” (TC, edição nº 502, junho de

2010, p. 44).

Como funciona a causa e efeito da Lei Mística?

O presidente Ikeda disse: “Mesmo que neste momento estejamos sofrendo devido a alguma retribuição

cármica, se nos basearmos na causalidade da Lei Mística, manifestamos imediatamente o vasto estadode vida de Buda. Isso quer dizer que só podemos transformar realmente nosso carma por meio da Lei

Mística da simultaneidade de causa e efeito.” (TC, edição nº 502, junho de 2010, p. 44).

Como viver essa lei na prática

O presidente Ikeda continua: “Nitiren Daishonin esclarece o tipo de prática budista que nos possibilita

realizar causas positivas fundamentais. Essa prática não é outra senão o Chakubuku (...) um ato que

incorpora a causalidade da Lei Mística e que nos permite transformar o carma.” (Ibidem)

Mesma postura do Buda 

Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren

Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso

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interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.

Chakubuku

“‘Se Nitiren está fazendo a mesma causa que o Bodhisattva Jamais Desprezar, como seria possível ele

não se tornar um buda igual a Sakyamuni?’, pergunta-se Nitiren Daishonin pelo bem dos discípulos. A

frase indica o princípio da inseparabilidade de mestre e discípulo. Em outras palavras, nós também

podemos, infalivelmente, atingir o estado de Buda se seguirmos o exemplo do Buda Nitiren e

triunfarmos sobre nossas adversidades, e mantivermos firmemente a prática do Chakubuku: refutar o

errôneo e revelar o verdadeiro.” (Ibidem)

Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren

Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso

interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.

Causalidade de mestre e discípulo

O presidente Ikeda avança no tema e apresenta a “causalidade de mestre e discípulo” — ter a mesmaconduta que o Mestre — como a chave para a transformação do carma. “É natural que nossa vida

pareça bem diferente da vida de um grande predecessor como Nitiren Daishonin. Isso é perfeitamente

lógico já que somos indivíduos diferentes, cada um com as próprias circunstâncias, personalidade,

capacidades e subjetividade. No entanto, se fizermos o mesmo tipo de causa que os corajosos devotos

do Sutra de Lótus do passado realizaram, ou seja, se mantivermos o mesmo curso de ação e a mesma

prática que eles, poderemos obter os mesmos efeitos ou resultados. Esta é uma forma de ver a

causalidade baseada no caminho do mestre e do discípulo” (Ibidem).

O caminho para se atingir a iluminação

O presidente Ikeda ensina: “Embora os discípulos se sintam totalmente diferentes do mestre em

termos de sabedoria e de benevolência, enquanto mantiverem o mesmo compromisso, os mesmos

ideais e esforços abnegados que o mestre, poderão, sem falta, desfrutar um estado de vida tão sublime

e vasto quanto o do mestre. Este é o caminho para atingir a iluminação com base na unicidade de

mestre e discípulo que pulsa no Sutra de Lótus” (Ibidem).

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