causalidade em epidemiologia 1

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Estudo sobre Causalidade em Epidemiologia

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DESCRIO DAS TCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO TOMANDO-SE COMO REFERNCIA UMA ABORDAGEM DA ESQUISTOSSOMOSE MANSNICA NO MUNICPIO DE JACOBINA, BAHIA, BRASIL, NO PERODO DE 2002 A 2004

CAUSALIDADE EM EPIDEMIOLOGIA

EPIDEMIOLOGIA E ADMINISTRAO SANITRIAMEDICINA VETERINRIAUniversidade Estadual de Santa Cruz UESC2015.2Discentes: Benito NetoRafael CunhaGabrielle Buenavistavina DalillaSuellen Martins

1Conceito de Causa Importante para preveno e diagnstico

Julga possveis causas e seus efeitos

Primrdios da epidemiologia: influenciada por conceitos unicausais da determinao das doenas (microbiologia)

Conceito de Causa Postulados de Koch, formulados por Henle (1840) e adaptados por Robert Koch, em 1877: Cada doena infecciosa deveria corresponder um agente etiolgico especfico Sec. XX: Percepo de que vrios fatores, e no somente uma nica causa, estavam relacionados com a ocorrncia das doenas.

Conceito de Causa Causa Direta e Indireta Direta: Fator A causa diretamente a doena sem fatores adicionais Indireta: Interao de um ou mais fatores para gerar a doena B

Conceito de Causa Relao de causa e efeito: Causa Suficiente ou Necessria Causa: evento, condio caracterstica ou sua combinao. Efeito: desfecho. Causa Suficiente: produz ou inicia um desfecho inevitavelmente Causa Necessria: deve estar presente e preceder a doena, produzindo uma associao causa - efeitoCausa Ambiental x Fatores Genticos

MECANISMO CAUSAL Conceito de Causa Frao Atribuvel:Quantifica o impacto preventivo da eliminao de um agente causal Ex: se trabalhadores tabagistas nunca tivessem fumado. H reduo de 80% na mortalidade

Conceito de Causa Causa Suficiente: Na maioria das vezes compreende diversos componentes -> causalidade multifatorial Um componente interfere na funo dos demais Preveno x Identificao de todos os componentes Ex: tabagismo Toda causa suficiente precisa de uma causa necessria como componente. Ex: Ingesto de Salada Diarreia por Salmonelose

Causa Suficiente Causa Necessria

Conceito de Causa Investigao da Causa Doena e sua causa Causa em potencial e seus efeitos Relaes variadas: Baixo nvel socioeconmico Renda Escolaridade MoradiaOcupao Ex: aglomerao domiciliar, acesso a saneamento e gua tratada, alimentao insuficiente/contaminada, condio de trabalho precria, informao.

Indivduo Susceptvel

O conceito de causaCausas nicas e mltiplas:

Pasteur Henle Koch

O conceito de causaPostulados:Estar presente em todos os casos da doena;Ser capaz de ser isolado e crescer em cultura pura;Quando inoculado em um animal susceptvel, causar a doena especfica;O organismo deve, ento, ser recuperado do animal e identificado.

O conceito de causaAntraz 1 doena a atender todos os critriosSe aplicam quando a causa especfica um agente infeccioso altamente patognicoInadequado para muitas doenas

O conceito de causaQuatro fatores desempenham um papel na ocorrncia de doenas:Fatores predisponentesFatores capacitantes ou incapacitantesFatores precipitantes Fatores reforadores

* Fator de risco

O conceito de causaInteraoRisco de cncer no pulmo em fumantes expostos a poeira de asbestoEm fumantes 10 vezesExpostos 5 vezes50 vezes maiorEstabelecendo a causa de uma doenaInferncia causal busca determinar se as associaes observadas so causais ou no.

Deveria se restringir:Avaliao de um efeitoAvaliar se um efeito est presente ou noEstabelecendo a causa de uma doenaRelao temporalA causa deve preceder o efeito

Causa exposio com diferentes nveisNvel elevado suficiente ocorrncia da doena

Epidemiologia bsica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellstrm; [traduo e reviso cientfica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - So Paulo, Santos. 2010Estabelecendo a causa de uma doena

Epidemiologia bsica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellstrm; [traduo e reviso cientfica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - So Paulo, Santos. 2010Plausibilidade

Uma associao plausvel, e, portanto, mais provvel de ser causal se for consistente com o conhecimento sobre o assunto;

No pode ser exigida, uma vez que depende do conhecimento disponvel poca da investigao;

Estabelecendo a causa de uma doena21Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Plausibilidade biolgica

Conceito relativoAssociaes implausveisIdentificadas como causais

1830 miasmas ocorrncia contgio

John Snow Pasteur et al ag. causadorEstabelecendo a causa de uma doena22Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Plausibilidade

Efeitos teraputicos: homeopatia acupunturaAusncia de informaesMecanismo biolgico plausvel

Principal motivo para a concluso sobre a causalidade da variante da doena de Creutzfeldt-Jakob (CJD)Estabelecendo a causa de uma doena23Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

vCJD x EEB

vCJD DOENA DA VACA LOUCA

EEB - ENCEFALOPATIA ENPONGIFORME BOVINA

INVARIALVELMENTE FATAISALTERAES PATOLGICAS NO CREBROHUMANOS (vCJD) E GADO (EEB)BASTANTE SIMILARESPRONESTABELECENDO A CAUSA DE UMA DOENA24Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

1995 3 PRIMEIROS CASOS vCJD EM JOVENS2002 139 CASOS vCJD RELATADOS

EVIDNCIAS ROTA ORAL / TRANSMISSOEPIDEMIA HUMANA / EPIDEMIA BOVINAMESMO AGENTE INFECCIOSOMECANISMO BIOLGICO PLAUSVEL

MUDANAS NA POLTICA DE DOAO DE SANGUE E AUMENTO NA UTILIZAO DE INSTRUMENTOS CIRRGICOS DESCARTVEISESTABELECENDO A CAUSA DE UMA DOENA25Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Dificuldades na obteno de evidncias epidemiolgicas conclusivas

O estudo sobre as consequncias para a sade da exposio a baixos nveis de chumbo Estudo epidemiolgico com crianasPotenciais fatores de confusoDificuldades na mensuraoApresentaram resultados conflitantes

Mesmo em doses baixas de chumbo afetam a sade infantilEstabelecendo a causa de uma doena26Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Exposio ao chumbo em crianas (EUA)

Proibida adio de chumbo aos combustveisReduo dos nveis de chumbo no sangue250 ug/L 100ug/L

Existem riscos em nveis mais baixos

Problemtica

Pesquisa em pases desenvolvidos Relato em pases subdesenvolvidos

Estabelecendo a causa de uma doena27Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

CONSISTNCIA

QUANDO VRIOS ESTUDOS APRESENTAM O MESMO RESULTADOVARIABILIDADE DE DELINEAMENTOS UTILIZADA EM DIFERENTES LOCALIDADESPROBABILIDADE DE ERROS MINIMIZADA

FALTA DE CONSISTNCIA NO EXCLUI UMA ASSOCIAO CAUSALDIFERENTES NVEIS DE EXPOSIO OUTROS FATORES - IMPACTO DE FATOR DE RISCO

MESMO EM DOSES BAIXAS DE CHUMBO AFETAM A SADE INFANTILESTABELECENDO A CAUSA DE UMA DOENA28Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Consistncia

Metanlise:

Sntese estatstica estudos comparveisEstimativa dos resultados agrupadosIdentificao de tendnciasEstabelecendo a causa de uma doena29Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

EPIDEMIOLOGIA OBSERVACIONAL

Epidemiologia bsica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellstrm; [traduo e reviso cientfica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - So Paulo, Santos. 201030Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Fora da associao:

-Associao entre uma possvel causa e o desfecho.-Medida pelo tamanho do risco relativo:O que risco relativoRR>2,0Associao Forte x Associao Fraca.

Estabelecendo a causa de uma doena fonte: http://portalses.saude.sc.gov.br/

Os vises so erros sistemticos que afetam a validade das investigaes cientficas (Botelho et al, 2010).

Vis define-se como qualquer tendncia, distoro, preconceito ou enviesamento na colheita, registro, anlise, interpretao, publicao ou utilizao de dados, que possa levar a concluses sistematicamente diferentes da verdade(Botelho, 2010 apud Last, JM, 1995).Estabelecendo a causa de uma doenaRelao dose-respostaMudanas no nvel de um possvel fator de risco esto associadas a mudanas na prevalncia ou incidncia do efeito.

Existncia de uma relao causal entre exposio e doena.Anlise social cultural - econmicaEstabelecendo a causa de uma doena

Epidemiologia bsica / R. Bonita, 2 ed. 2010Relao causal mais clssica da histria naepidemiologia: gua contaminada e clera.

[...]Deste modo, para se consolidarem casos de clera, h necessidade da presena de uma causa necessria: o vibrio colrico, sem o qual, no h efeito em sade, o agravo (Machado, 2014).

ESTABELECENDO A CAUSA DE UMA DOENA

fonte: Machado, 2014.Quando a retirada da possvel causa resulta em reduo do risco de doena.

Maior probabilidade de que a associao observada seja causal

Exemplo: O abandono do tabagismo est associado reduo no risco de cncer de pulmo, em comparao com aqueles que continuaram a fumar.

Reversibilidade

38Teoria miasmtica - Havia neste instante uma nocao de que as condicoes climaticas e sanitariasinadequadas criavam condicoes propicias para origem das doencas infecciosas e de surtosepidemicos

Delineamento do estudo

Existem diferentes mtodos de delineamentos no fornecimento de evidncias sobre causalidade.

Observacionais X Experimentais

Observacionais O investigador observa, sem interferir ( descritivos e analticos)

Experimentais O investigador intervm (ensaio clinico , ensaio de campo , ensaio comunitrio)

Observacionais:

Descritivo: Um indivduo (Relato de caso) ou grupo pequeno de indivduos (Srie de Casos)

Importantes para doenas novas ou no corriqueiras, manifestaes raras ou associaes de doena.

Delineamento do estudo

Observacionais: Analticos: transversal: Retrato da situao.Importante para avaliar a prevalncia das doenas.

A idia central do estudo transversal que a prevalncia da doena dever ser maior entre os expostos do que entre os no-expostos, se for verdade que aquele fator de risco causa a doena.Delineamento do estudo

Observacionais: Analticos: Caso-Controle: Parte-se de indivduos com doena (casos) e sem doena (controles) e busca no passado a presena ou ausncia do fator de exposio.

So importantes para analisar doenas raras e situaes de surtos ou agravos desconhecidos.Delineamento do estudo

Caso-Controle:Delineamento do estudo

Observacionais: Analticos: Coorte: um tipo de estudo em que um grupo de pessoas com alguma coisa em comum acompanhado ao longo de um perodo de tempo para observar-se a ocorrncia de um desfecho.

A dimenso tempo a base do estudo de coorteDelineamento do estudo

Delineamento do estudo

Estudos de coorte46Observacionais: Analticos: Ecolgico: Nos estudos ecolgicos, a unidade de observao um grupo de pessoas, e no o indivduo.

O princpio do estudo o de que, nas populaes onde a exposio mais freqente, a incidncia das doenas ou a mortalidade sero maiores.

Delineamento do estudo

Experimentais: Ensaio Clnico Randomizado: Apresentam como caracterstica principal o fato de o pesquisador controlar as condies do experimento.

* Desenvolvido entre indivduos j doentes.

Procura-se verificar a incidncia de casos, nos grupos de expostos e no-expostos.

Delineamento do estudo

Experimentais:

Ensaio de campo: Busca-se avaliar um tratamento preventivo (vacinas, por exemplo). Aps a alocao aleatria os indivduos so seguidos para avaliar a incidncia da doena.

* Desenvolvido entre indivduos saudveis da comunidade.Delineamento do estudo

Experimentais:

Ensaio Comunitrio: A unidade de anlise no o indivduo, mas sim o grupo (cidade, por exemplo).

Usados para avaliar a eficcia e efetividade de intervenes que busquem a preveno primria atravs da modificao dos fatores de risco numa populaoDelineamento do estudo

Delineamento do estudo

Julgando a evidncia

Quando se toma uma deciso, deve-se dar peso adequado a diferentes estudos.

A possibilidade de que uma associao seja causal, aumenta quando diferentes tipos de evidncia levam mesma concluso.

A existncia de relao temporal essencial para avaliar os aspectos da causalidade.

Estudos bem delineados so muito importantes, especialmente se eles foram realizados em diferentes localidades.

RefernciasBotelho, F., Silva, C., Cruz, F. Epidemiologia explicada Vises. - Acta Urologica - Artigos Reviso Setembro de 2010 3: 4752.

Epidemiologia bsica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellstrm; [traduo e reviso cientfica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - So Paulo, Santos. 2010

MACHADO, P. H. B., KATAR JR., S. G. B., HARTOG, E. Clera na guin bissau a partir de uma perspectiva da epidemiologia ambiental. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade | Ed. Especial, vol. 7, n. 3, p. 717 - 737 | jul dez 2014.