responsabilidade civil e nexo de causalidade

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Aula 04 Professor Guido Cavalcanti *

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Responsabilidade Civil e o Nexo de Causalidade: Teorias da equivalência das condições, causalidade adequada e teoria do dano direto.

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Page 1: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Aula 04

Professor Guido Cavalcanti

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Page 2: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Inúmeros são os danos sofridos pelas pessoas no seu dia-a-dia, especialmente no mundo moderno de massas em que vivemos atualmente.

Entretanto, o dano só pode gerar a obrigação de indenizar quando for possível estabelecer com certeza absoluta que certa ação ou omissão, cometida por alguém, provocou o referido dano.

Page 3: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

um dano só produz responsabilidade, quando ele tem por causa uma falta cometida ou um risco legalmente sancionado.

A doutrina define nexo causal como um elemento referencial entre a conduta e o resultado .

É o liame que une a conduta do agente ao dano.

Page 4: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto

e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual”. 

Page 5: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

*  Diversas são as teorias para explicar o nexo

Teoria da Equivalência

das condições;

Teoria da Causalidade Adequada e

Teoria Do Dano Direto e Imediato.

Page 6: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Teoria da Equivalência das Condições

a crítica a essa teoria é que poderia se imputar responsabilidade a um sem número de pessoas. É o exemplo clássico de se responsabilizar o fabricante

da arma pelo crime, ou cair na dificuldade do eterno retorno. (culpar os pais pela existência do criminoso)

A primeira delas, formulada em 1860 por Von Buri, considera como causa do dano qualquer evento que

contribui para determinado dano, por si só, capaz de gerá-lo.

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Teoria da Causalidade Adequada

Faz-se um juízo de valor abstrato para verificar qual das causas é mais apta a

produzir aquele resultado.

Essa teoria, concebida pelo filósofo Von Kries, procurou identificar, na presença de uma

possível causa, aquela potencialmente apta a produzir o dano.

Page 8: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Indaga-se se a relação de causa e efeito existe sempre, em casos da mesma natureza, ou se existiu em determinado caso, por força de

circunstâncias especiais e extraordinárias.

examina a adequação da causa em função da probabilidade de determinado resultado vir a ocorrer, tendo em vista a experiência

comum.

Deve-se escolher entre os antecedentes históricos do dano, aquele que, segundo o curso normal das coisas, se pode considerar apto para

o produzir

é imprescindível ainda que, em abstrato, o fato seja causa adequada do dano.

Page 9: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

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Concepção subjetivista:

• leva em conta o ponto de vista do autor do ato (o que este conhecia concretamente ou podia conhecer) para avaliar a previsibilidade de seu atuar.

Concepção objetivista:

•  leva em conta o que era conhecido não pelo agente, mas pelo homem médio comum.

Page 10: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

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Formulação positiva:

• uma condição é adequada para produzir o evento danoso sempre que constitua uma consequência normal ou típica daquele.

Formulação negativa:

• uma condição não é adequada para produzir o evento danoso sempre que se mostrar indiferente para a verificação do dano.

Page 11: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Exemplo: A agride B, o qual, ao levar um soco, vem a falecer

por ser portador de grave enfermidade no coração.

Formulação positiva: a agressão não é causa adequada do dano, porque o resultado

morte não é consequência normal

de um soco.

Formulação negativa: a agressão é causa

adequada do dano, porque não é

indiferente para a produção do resultado

morte.

Page 12: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

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O método de trabalho adotado é muito complexo: examina-se o que já aconteceu, como se ainda não tivesse ocorrido.

Pode acontecer de o comportamento do agente ser adequado em abstrato a provocar o dano, mas este se produza por um processo diferente no caso concreto. Esta teoria é pouco explicativa.

Nossos tribunais têm se manifestado algumas vezes pela adoção da teoria da causalidade adequada, todavia, também com contornos da teoria do dano direto.

Page 13: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

* 

Criador: Pothier.

Idéia central: somente o dano derivado de causa direta e imediata é que poderá ser ressarcido.

Ocorre interrupção do nexo causal toda vez em que,

devendo impor-se um determinado resultado como conseqüência do desenrolar

normal de certos acontecimentos,  tal resultado

não se verifica.

Isto porque sobrevém uma circunstância outra

anterior ao resultado esperado (causa estranha) que é influente e decisiva

para a produção do resultado danoso.

Page 14: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

“Suposto certo dano, considera-se causa dele a que lhe é próxima ou remota, mas, com relação a esta última, é mister que ela se ligue ao dano, diretamente. Ela é

causa necessária desse dano, porque a ela ele se filia necessariamente”

É o aparecimento de outra causa que

rompe o nexo causal, e não a distância

entre a inexecução e o dano.

A escola da necessariedade

(Agostinho Alvim).

Page 15: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

Concorrência de Causas

Na produção de um dano podem participar várias causas. Essa participação pode se dar de diversas formas. Elas podem ser subseqüentes, complementares, cumulativas ou alternativas.

É o fenômeno denominado concorrência de causas.

O problema da causalidade se torna ainda mais difícil quando várias causas concorrem para a ocorrência de um dano.

Page 16: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

* 

o fato praticado por uma pessoa é a causa do fato

praticado por outra:

Ex. o depositário deixa, por negligência, a coisa

abandonada em local que propicia o furto cometido

por outra pessoa.

Page 17: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

* 

duas ou mais causas concorrem para a produção de um resultado que não seria alcançado de forma

isolada por nenhuma delas.

Ex. A colide com um veículo pesado em certa casa deixando-a bastante

abalada, logo a seguir, B, condutor de outro veículo do mesmo tipo bate na mesma

casa e deita-a abaixo.

Page 18: Responsabilidade Civil e Nexo de Causalidade

* 

É a situação em que não se pode definir exatamente qual

dos vários participantes causou o dano. Isto é, o

agente de um grupo causou um dano, mas não é possível

determinar qual agente.

A regra do art. 942 estabelece que todos os que

contribuíram para o dano respondem solidariamente perante a vítima. È possível

cogitar-se de uma espécie de ‘causalidade parcial