a caixa dos ritmos

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A Caixa dos Ritmos Paulo Ricardo Ulrich (UERGS;PIBID/CAPES) Rodrigo Leite (UERGS;PIBID/CAPES) Orientadora: Profª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel(UERGS;PIBID/CAPES) Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS O desenvolvimento desta prática pedagógica iniciou com a leitura do livro “Caixa Mágica de Surpresa”, de Elias José e, posteriormente, com uma pergunta: Qual a impressão musical que ele provocou? Ela foi associada ao ritmo. A ideia de construção desta atividade teve como parâmetros o conceito de Dalcroze e sua euritmia que estuda os elementos da música através do movimento. De Carl Orff que utiliza elementos da linguagem falada e o ritmo. Relacionado a isto o conceito de Paulo Freire sobre cotidianeidade e Edgar Morin de valor. O objetivo é ensinar ritmo através do movimento ou corporeidade, de uma maneira progressiva dentro de uma visão da cotidianeidade e valor, para iniciantes que toquem ou não algum instrumento. A metodologia de ensino consiste de quatro partes: A que o professor expõe idéias sobre ritmo e cotidianeidade para uma reflexão de como este assunto tem uma ligação prática, e posteriormente questionamentos. Seguindo com explicações preliminares de assimilação e a aplicação da atividade. Concluindo com pós-questionamentos para saber a impressão deste exercício por parte dos discentes. Pensando como o conceito de Morin e Freire poderiam se concretizar aqui, no sentido de não ser apenas uma oficia para empilhar conhecimento, uma recreação ou abordar o conteúdo de uma forma técnica. No entanto, de ligar estes saberes a vida,

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Page 1: A caixa dos ritmos

A Caixa dos Ritmos

Paulo Ricardo Ulrich (UERGS;PIBID/CAPES)Rodrigo Leite (UERGS;PIBID/CAPES)

Orientadora: Profª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel(UERGS;PIBID/CAPES)Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS

O desenvolvimento desta prática pedagógica iniciou com a leitura do livro

“Caixa Mágica de Surpresa”, de Elias José e, posteriormente, com uma pergunta:

Qual a impressão musical que ele provocou? Ela foi associada ao ritmo. A ideia de

construção desta atividade teve como parâmetros o conceito de Dalcroze e sua

euritmia que estuda os elementos da música através do movimento. De Carl Orff

que utiliza elementos da linguagem falada e o ritmo. Relacionado a isto o conceito

de Paulo Freire sobre cotidianeidade e Edgar Morin de valor.

O objetivo é ensinar ritmo através do movimento ou corporeidade, de uma

maneira progressiva dentro de uma visão da cotidianeidade e valor, para iniciantes

que toquem ou não algum instrumento.

A metodologia de ensino consiste de quatro partes: A que o professor expõe

idéias sobre ritmo e cotidianeidade para uma reflexão de como este assunto tem

uma ligação prática, e posteriormente questionamentos. Seguindo com explicações

preliminares de assimilação e a aplicação da atividade. Concluindo com pós-

questionamentos para saber a impressão deste exercício por parte dos discentes.

Pensando como o conceito de Morin e Freire poderiam se concretizar aqui, no

sentido de não ser apenas uma oficia para empilhar conhecimento, uma recreação

ou abordar o conteúdo de uma forma técnica. No entanto, de ligar estes saberes a

vida, despertar a curiosidade através de perguntas e estimular qualidades (valores

humanos). A oficina teve como início uma frase de Aristóteles como forma de

alimentar no estudante o hábito de pensar no que diz e lê. Esta citação faz um link

com a idéia e imagem de ritmos da vida, como aborda a cronobiologia e a

musicoterapia. Esta atividade foi sucedida de perguntas aos presentes, sobre as

manifestações do ritmo na vida, e da fala do professor, para alimentar a reflexão

deste assunto.

Dando continuidade, a utilização do material para o jogo, tanto as cartas com

o desenho das figuras como a caixa favorecem tanto a criação de uma imagem, no

inusitado e diferente, assim como a organização da turma em grupos que possuem

os mesmos ritmos. Na sua assimilação, serão apresentados aos participantes as

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figuras rítmicas de uma maneira progressiva, primeiro com a semínima, ligando a

pulsação e utilizando como assimilação O Passo de Lucas Ciavatta. E

posteriormente a colcheia. Esta prática pedagógica engloba duas possibilidades,

sua aplicação em uma única oficina de uma hora e trinta minutos ou semanal, que

tenha uma continuidade. Este relatório trata, e foi aplicado em uma oficina de uma

hora e trinta minutos. É necessário observar o contexto em que ela será ministrada.

Como exemplo: Faixa etária, quantidade de alunos e o grau de dificuldade da turma.

Pensando nisto o professor elegerá os ritmos que participaram do jogo.

O seguinte relato de experiência foi aplicado a seis turmas do ensino

fundamental de sétima e oitava série de duas escolas públicas estadual no

programa mais educação, e uma municipal numa oficina de música. A faixa etária foi

de 12 à 14 anos, sendo que cada oficina foi realizada no tempo de uma hora e trinta

minutos. Nelas as figuras rítmicas que os alunos executaram com facilidade foi da

música Samba Lelê.

METODOLOGIA

Primeiramente o professor leva a turma a refletir nas manifestações do ritmo

no dia a dia. E para alimentar a discussão afirma que existiu um filósofo chamado

Aristóteles que disse uma citação: Fazer algo bem não acontece por acaso. É aquilo

que se tornou um hábito.

A pergunta seguinte para os discentes são:

- O que foi entendido da citação?

- Qual sua relação com o estudo? (escola, música ...)

- Quais qualidades ou ações para aprender com mais facilidade?

O docente grifa que a ideia e o pensamento de estudar tem que se

concretizar na ação diária e constância. Isto como palavras chaves da reflexão

anterior. Disserta que há um educador musical chamado Kodaly que afirma que a

música é uma manifestação humana muito semelhante à linguagem falada. Assim

também todo aprendizado de uma nova habilidade como a música ou na escola,

requerem estudo e constância.

Dando continuidade, propõe a turma um questionamento:

- Concordam que o ritmo está presente o tempo todo em nossas vidas?

- Onde? (Coração, respirar, caminhar, falar...)

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- E no jeito de ser como acontece isto?

O que significa a expressão?

Cada um tem um ritmo de vida.

Esta fora de ritmo.

- Conhece alguém que demora para fazer as coisas? Qual é este ritmo?

- Conhece alguém que é muito ativo e faz as coisas rápidas, entende e capta

melhor? Qual é este ritmo?

Se pudéssemos criar uma imagem em ritmos, diríamos que uma pessoa lenta

é assim: O professor executa dois compassos de semibreves, em um andamento

lento. Ou assim: Um compasso de semicolcheias.

- Qual o valor, e o que pode ajudar na vida em fazer estas reflexões?

Em seguida passamos para a assimilação da atividade.

1) Previamente o professor determina a quantidade de figuras da caixa pelo

número de participantes. É dado à turma uma caixa onde cada aluno deverá

escolher uma carta que tem uma figura rítmica. No primeiro momento: semibreve,

semínima e colcheia.

2) Os alunos que tem a mesma figura devem agrupar-se e posteriormente

receberam um número;

3) O professor coloca no quadro as figuras, atribuindo a cada uma um valor, e

posteriormente uma palavra que será criada pelo grupo;

4) Iniciando a executar a pulsação da música (semínima): Trabalhando com

compasso de quatro tempos é explicado à turma que para cada unidade de tempo

será associado um passo: 1 - pé direito à frente; 2 - pé esquerdo à frente; 3 -

pé direito atrás; 4 - pé esquerdo atrás

5) Treinar os ritmos no grupo:

- Primeiro a turma exercita todos os ritmos da caixa;

- Seguindo, e por ordem, cada grupo executa um compasso de quatro tempos

com sua figura rítmica;

- Em um terceiro momento cada grupo executará a música sem interrupção;

6) O professor retoma a atividade com ritmos da música Samba Lelê de uma

forma que no final a turma consiga tocá-la.

7) A organização da aula se dá de forma que no final os alunos possam falar

suas impressões sobre esta atividade. O que vocês pensaram, sentiram? Acharam

fácil ou difícil?

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CONCLUSÃO

Primeiro percebi através da construção desta atividade pedagógica que entre

o pensar e o fazer existe uma distância, ou seja, quando aplicado foi observado

estratégias que funcionavam na prática e outros não. E que com diferentes turmas

precisa-se adaptar e construir o plano de ensino de acordo com a individualidade e

contexto desta.

Na escola E.E.F Pedro João Muller em uma oficina de música de uma hora e

trinta minutos, foi aplicado duas turmas de sétima e oitava série. No primeiro

momento em ritmo mais simples foi utilizado o passo e posteriormente não. Os

alunos conseguiram assimilar facilmente o ritmo da música Samba Lelê. O

comportamento foi de cooperação para que a atividade funcionasse. O grupo foi

dividido em dois, sendo que um fazia os ritmos da música e o outro uma célula

rítmica secundária.

Outra experiência em uma turma de sexta e sétima série na escola Delfina

Dias Ferraz no programa mais educação. Estavam muito ativos. Muita dificuldade e

conversa na atividade inicial. Com a aplicação do passo mostraram-se cansados e

sugeriram fazer o ritmo sentados. Conseguiram também fazer com sucesso a

música.

A terceira prática foi com três turmas de sétima e oitava série da escola A. J.

Renner no programa Mais Educação, no qual receberam bem e entusiasmados o

exercício, mostrando facilidade ao executar os ritmos da música e conseguindo

realizá-la na íntegra.