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A BUSCA DA VERDADE REAL NA AUDIÊNCIA TRABALHISTA

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A BUSCA DA VERDADEREAL NA AUDIÊNCIA TRABALHISTA

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PREMISSAS

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“Ordem jurídica justa e efetiva”

Um complexo de aplicação da justiça, que vai desde a educação de um povo até o acesso, qualidade e obediência das decisões judiciais a que se obrigam os atores sociais.

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Processo judicial

Menos pior dos Instrumentos do Estado para a solução dos conflitos sociais.

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Solução de qualquer conflito social

Passa por um crivo moral:

Busca da verdade que fundamenta o justo.

ESSA VERDADE SÓ PODE SER A REAL.

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Busca da verdade real

É uma obrigação cívica afinada com o direito cidadão de uma ordem jurídica justa.

A ordem jurídica justa não se limita a proclamar direitos mas a garantir direitos.

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A verdade formal tem grande probabilidade de levar à injustiça.

A verdade formal:

Aquela que é trazida ao processo pelas partes e posta ao exame de um juiz inerte, que se limita à aplicação das regras legais rigidamente interpretadas.

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Injustiça tem três efeitos perversos:

1.Injustiça do processo.

(Sofrer um processo indevido)

2. Injustiça da sentença.

(Ter que cumprir novamente uma

obrigação já cumprida)

3. Injustiça com cidadania.

(Enganar o Estado e sociedade)

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O processo, como instrumento civilizatório de pacificação social é aperfeiçoado ao aproximar a verdade formal à verdade real.

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A verdade formal só é aceitável se a verdade real não puder, a tempo e a modos razoáveis, ser atingida com um nível de esforço decidido pela própria sociedade.

 

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A sociedade espera justiça e não pode se contentar com a mera verdade formal se for possível buscar a verdade real.

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A busca da verdade real está intimamente ligada à atividade probatória.

Ela é suporte da aplicação do direito.

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CPC dá amplos poderes de busca da verdade real ao Juiz, retirando-o da inércia clássica.

 

PROBLEMA

A faculdade do juiz, que deveria ser coadjuvante, muitas vezes assume o papel de protagonista.

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Papel da parte: limitada ao pedido e à causa de pedir.

Papel do advogado: obrigação de provocar o juiz na busca da verdade real.

Papel imprescindível ao advogado moderno que é comprometido com a efetividade da justiça.

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Pontos para reflexão.

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1. Depoimento das partes e audiência.

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1. Depoimento das partes e audiência.

CLT, Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)

§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.

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Doutrina diferencia interrogatório de depoimento da parte:

 

Interrogatório: visa esclarecer e colaborar na criação de convicção do Juiz sobre fatos relevantes da causa.

Faculdade do juiz.

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Doutrina diferencia interrogatório de depoimento da parte:

 

Depoimento: é meio de prova para alcançar a confissão da parte contrária inserido no conceito de “devido processo legal”.

Faculdade da parte.

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QUESTÃO:

Uma parte relevante da doutrina defende a exclusividade do juiz na realização do interrogatório.

PROPOSIÇÃO:

Uso de argumentos poderosos a favor da oitiva das partes com base na busca da verdade real.

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Argumento ontológico:

Não há maior verdade real que aquela confessada pela parte.

Argumentos jurídicos:

A CLT é omissa: aplica-se o art.343,CPC

O Processo do trabalho prima pela imediatidade do juiz, da oralidade e concentração de atos na audiência.

-É cerceamento de prova.

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O advogado tem o dever de provocar o depoimento pessoal da parte adversária, requerendo ao juiz, desde a petição inicial ou desde a defesa, e reiterá-las na audiência. 

No caso de indeferimento, o advogado deve protestar sob argumento de cerceamento de defesa, e de dever da justiça na busca da verdade real.

 

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2.Súmula 74, TST

Nova redação do item I e inserido o item III. Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

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2.Súmula 74, TST

CONFISSÃO

I- Aplica-se a [pena de]* confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.

*Expressão retirada da Súmula.

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2.Súmula 74, TST

CONFISSÃO

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.

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2.Súmula 74, TST

CONFISSÃO

III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

-Sentido de aceitação da busca da verdade real no processo.

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PROPOSIÇÃO:

O advogado, presente à audiência, acompanhado de testemunhas, deve requerer ao juiz que determine a prova, com base na busca da verdade real.

Não há óbice ao pedido e o indeferimento deve ser fundamentado.

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2.Súmula 122, TST

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2.Súmula 122, TST

REVELIA. ATESTADO MÉDICO

A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.

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CASO

Reclamante pede o salário do mês “x”.

Audiência: Ré ausente injustificadamente.

Presente seu advogado portanto procuração, defesa e recibo de pagamento assinado pelo reclamante, mais comprovante de depósito bancário do salário do mês “x”.

O juiz aplica a Súmula 122, TST.

Decisão: A ré condenada.

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PLACAR

VERDADE FORMAL: 1

VERDADE REAL : 0

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PROPOSIÇÃO

Possível alteração da Súmula.

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TESE:

-A confissão é “ficta”.

-Confissão não é “pena” (TST).

-TST declara que os honorários advocatícios não são devidos, mas a jurisprudência reconhece atuação do advogado e essa atuação deve ser elevada se a questão for a busca da verdade real.

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Obrigado.