a busca da verdade real na audiÊncia trabalhista
TRANSCRIPT
A BUSCA DA VERDADEREAL NA AUDIÊNCIA TRABALHISTA
2
PREMISSAS
3
“Ordem jurídica justa e efetiva”
Um complexo de aplicação da justiça, que vai desde a educação de um povo até o acesso, qualidade e obediência das decisões judiciais a que se obrigam os atores sociais.
4
Processo judicial
Menos pior dos Instrumentos do Estado para a solução dos conflitos sociais.
5
Solução de qualquer conflito social
Passa por um crivo moral:
Busca da verdade que fundamenta o justo.
ESSA VERDADE SÓ PODE SER A REAL.
6
Busca da verdade real
É uma obrigação cívica afinada com o direito cidadão de uma ordem jurídica justa.
A ordem jurídica justa não se limita a proclamar direitos mas a garantir direitos.
7
A verdade formal tem grande probabilidade de levar à injustiça.
A verdade formal:
Aquela que é trazida ao processo pelas partes e posta ao exame de um juiz inerte, que se limita à aplicação das regras legais rigidamente interpretadas.
8
Injustiça tem três efeitos perversos:
1.Injustiça do processo.
(Sofrer um processo indevido)
2. Injustiça da sentença.
(Ter que cumprir novamente uma
obrigação já cumprida)
3. Injustiça com cidadania.
(Enganar o Estado e sociedade)
9
O processo, como instrumento civilizatório de pacificação social é aperfeiçoado ao aproximar a verdade formal à verdade real.
10
A verdade formal só é aceitável se a verdade real não puder, a tempo e a modos razoáveis, ser atingida com um nível de esforço decidido pela própria sociedade.
11
A sociedade espera justiça e não pode se contentar com a mera verdade formal se for possível buscar a verdade real.
12
A busca da verdade real está intimamente ligada à atividade probatória.
Ela é suporte da aplicação do direito.
13
CPC dá amplos poderes de busca da verdade real ao Juiz, retirando-o da inércia clássica.
PROBLEMA
A faculdade do juiz, que deveria ser coadjuvante, muitas vezes assume o papel de protagonista.
14
Papel da parte: limitada ao pedido e à causa de pedir.
Papel do advogado: obrigação de provocar o juiz na busca da verdade real.
Papel imprescindível ao advogado moderno que é comprometido com a efetividade da justiça.
15
Pontos para reflexão.
16
1. Depoimento das partes e audiência.
17
1. Depoimento das partes e audiência.
CLT, Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.
18
Doutrina diferencia interrogatório de depoimento da parte:
Interrogatório: visa esclarecer e colaborar na criação de convicção do Juiz sobre fatos relevantes da causa.
Faculdade do juiz.
19
Doutrina diferencia interrogatório de depoimento da parte:
Depoimento: é meio de prova para alcançar a confissão da parte contrária inserido no conceito de “devido processo legal”.
Faculdade da parte.
20
QUESTÃO:
Uma parte relevante da doutrina defende a exclusividade do juiz na realização do interrogatório.
PROPOSIÇÃO:
Uso de argumentos poderosos a favor da oitiva das partes com base na busca da verdade real.
21
Argumento ontológico:
Não há maior verdade real que aquela confessada pela parte.
Argumentos jurídicos:
A CLT é omissa: aplica-se o art.343,CPC
O Processo do trabalho prima pela imediatidade do juiz, da oralidade e concentração de atos na audiência.
-É cerceamento de prova.
22
O advogado tem o dever de provocar o depoimento pessoal da parte adversária, requerendo ao juiz, desde a petição inicial ou desde a defesa, e reiterá-las na audiência.
No caso de indeferimento, o advogado deve protestar sob argumento de cerceamento de defesa, e de dever da justiça na busca da verdade real.
23
2.Súmula 74, TST
Nova redação do item I e inserido o item III. Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
24
2.Súmula 74, TST
CONFISSÃO
I- Aplica-se a [pena de]* confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
*Expressão retirada da Súmula.
25
2.Súmula 74, TST
CONFISSÃO
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
26
2.Súmula 74, TST
CONFISSÃO
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
-Sentido de aceitação da busca da verdade real no processo.
27
PROPOSIÇÃO:
O advogado, presente à audiência, acompanhado de testemunhas, deve requerer ao juiz que determine a prova, com base na busca da verdade real.
Não há óbice ao pedido e o indeferimento deve ser fundamentado.
28
..
29
2.Súmula 122, TST
30
2.Súmula 122, TST
REVELIA. ATESTADO MÉDICO
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.
31
CASO
Reclamante pede o salário do mês “x”.
Audiência: Ré ausente injustificadamente.
Presente seu advogado portanto procuração, defesa e recibo de pagamento assinado pelo reclamante, mais comprovante de depósito bancário do salário do mês “x”.
O juiz aplica a Súmula 122, TST.
Decisão: A ré condenada.
32
PLACAR
VERDADE FORMAL: 1
VERDADE REAL : 0
33
PROPOSIÇÃO
Possível alteração da Súmula.
34
TESE:
-A confissão é “ficta”.
-Confissão não é “pena” (TST).
-TST declara que os honorários advocatícios não são devidos, mas a jurisprudência reconhece atuação do advogado e essa atuação deve ser elevada se a questão for a busca da verdade real.
35
Obrigado.