a bíblia entre os dois testamentos

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    A BBLIAENTRE OS

    DOISTESTAMENTOS

    RESUMO HISTRICO DO PERODO QUE

    COMPREENDEM OS QUATRO SCULOSENTRE OS DOIS TESTAMENTOS BBLICOS

    EZEQUIEL CAMILO DA SILVA

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    A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva

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    FICHA TCNICA

    2011 Ezequiel Camilo da Silva

    CAPA: ILUSTRAO ENCONTRADA NA INTERNET

    DIREITOS AUTORAIS: As fotos so de domnio publico

    Textos Textos histricos com respectivos crditos registradosem notas de rodap e bibliografia.

    Todos os diretos reservados ao autor

    Copyright 2011LouveiraSPBrasil

    1 edio 1 impresso

    2012 Bubok Publishing S.L.

    ISBN:

    Impresso em Portugal / Printed in Portugal

    Impresso pela Bubok

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    A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva

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    INFORMAES SOBRE O AUTOR

    Ezequ iel Cam ilo da Silva

    professor atualmente aposentado, licenciado pelaFaculdade de Belas Artes de So Paulo, com Mestrado em

    Histria Econmica e Regional. Atuou mais de quarenta anosna rea educacional nas escolas pblicas estaduais,

    municipais e particulares da grande So Paulo.Tem uma longa experincia como coordenador de

    Turismo, Viagens, Roteiros Culturais e Projetos TursticosEcolgicos; autor dos livros A Conquista da Amaznia, QuePas Esse?, Os Povos Bblicos, Arqueologia Bblica e Asgrandes Descobertas, Uma Jornada no Livro de J, O BomSamaritano, Poemas e Poesias, A Montanha, A Grande

    Mentira, Fugindo e Viajando com Jonas, Estou Aposentadoe Agora?, Ser Escritor. . . Um Sonho, As Mulheres Bblicas,

    Dicionrio Brasileiro de Nomes, Brasfrica, Viagem aManausImpresses, Sonhos & Desejos, Aventuras na

    Austrlia e Nova Zelandia e outros

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    Certamente o Senhor DEUS no far coisaalguma, sem ter revelado o seu segredo aos

    seus servos, os profetas. Ams 3:7

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    NDICE

    1 INTRODUAO UMA SNTESE HISTRICA ....... 09

    2 - A IMPORTNCIA DO RETORNO DOS JUDEUS DOCATIVEIRO BABILNICO .......................................153 - A IMPORTANCIA DO PERODO ENTRE OS DOISTESTAMENTOS .................................................. 174 - OS PERSAS DOMINADORES E PARCEIROS DOSJUDEUS ..............................................................195 - AS INFLUNCIAS DE ALEXANDRE E A CULTURAGREGA .............................................................. 226 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NA ANTIGUIDADE .. 23

    7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA ...................... 298 - A DESTRUIO DA BIBLIOT. DE ALEXANDRIA ....369 - OS MACABEUS O MUNDO GREGO SEPTUAGINTA......................................................3710 - RESUMO CRONOLGICO REVOLTA DOSMACABEUS........................................................4511 - AS INFLUNCIAS HELNICAS ENTRE JUDEUS .. 5112 OS ROMANOS ............................................. 5613 - HERODES O GRANDE...................................5914 AS SEITAS JUDAICAS ....................................6015 OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO ............... 6616 O ADVENTO DE CRISTO .................................7517 FLAVIO JOSEFO ........................................... 7718 - BIOGRAFIA DE FLAVIO JOSEFO .......................7919 AS PROFECIAS DE DANIEL PREVIRAM OSGRANDES IMPRIOS ............................................8720 - ISAAC NEWTON E AS PROFECIAS DE DANIEL. 107

    21 CONCLUSO .............................................. 11322 BIBLIOGRAFIA ........................................... 114

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    1 - INTRODUO UMA SNTESE HISTRICA

    Ao longo dos quatrocentos anos queseparam os registros deixados pelo VelhoTestamento da Bblia Sagrada edio cannica,que considerada e aceita como inspirada, at osrelatos do Novo Testamento, temos um vcuohistrico que abre em nossas mentes uma grandeinterrogao.

    Este perodo compreende os eventos quedesenrolaram entre o fim do Antigo Testamento eo incio do Novo Testamento. As datas maisprecisas ou aproximadas so de 424 a.C. at oano 5 a.C.

    Afinal, ocorreram quatro longos sculos, o

    mundo no dormiu no final do Livro de Malaquiase acordou de repente no incio do Evangelho deMateus!

    Os judeus, como sendo remanescente doPovo de Israel, foram subjugados pelas potenciasestrangeiras, primeiro os persas, depois os gregose finalmente os romanos. Passaram por uma fase

    muito difcil, porque no meio de tantasdificuldades eles no tiveram profetas para dar asorientaes precisas, as instrues necessrias e aconduo segura. Neste perodo, eles ficaramcomo ovelhas sem um pastor.

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    moldaram uma e nova e distinta etapa na histriadeste povo.

    Logo aps a chegada do cativeiro babilnico,apesar dos judeus terem a importante tutela dospersas que promoveram o seu retorno sob opatrocnio de Ciro o Grande,1 para que secumprissem as profecias. Notamos que esteretorno era parte do grande plano divino parapreparar o nascimento do Messias.

    Este povo enfrentou uma enormedificuldade em se readaptarem a sua terra que jno lhe pertenciam mais, agora a Judeia havia setransformado numa simples provncia persa, quedeixara os judeus sem liberdade politica eeconmica, apenas gozavam do direito de seinstalarem, cumprir as leis dos seus dominadores.

    Entretanto, tinham todos os direitosreligiosos preservados e assegurados pelas leis

    1 - Temos dois textos bblicos que registram as profecias queprediziam a atuao de Ciro Reis da Persa como patrocinador doretorno dos judeus e da reconstruo de Jerusalm. Que digo deCiro: meu pastor , e cumprir tudo o que me apraz, dizendo

    tambm a Jerusalm: Tu sers edi f icada; e ao templo: Tu sersfundado. Isaas 44:28. No primeiro ano de Ciro, rei da Prsia (para

    que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias),

    despertou o SENHOR o esprito de Ci ro, rei da Prsia, o qual fez

    passar prego por todo o seu reino, como tambm por escr ito,

    dizendo: Esdras 1:1

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    dos persas, coisa que em outras pocas no lheforam permitidos.

    Nestes tempos difceis logo aps o retorno,as dificuldades foram acrescidas com a oposiodos samaritanos, alm da disperso de muitos dosjudeus, como resultado do cativeiro babilnico,dos quais a grande maioria no conseguiraretornar por vrios motivos, devido a isso estavamvivendo em outras naes e partes do mundoconhecido.

    Esta disperso acarretou outras influenciasentre o povo judeu que estavam longe daPalestina, entre estas estava, a assimilao denovos costumes, outras lnguas, que trouxeramvrios problemas para a preservao da unidadedo povo para que ento, permanecessem fiis aosmesmos princpios religiosos.

    Com a reconstruo do templo houve ofortalecimento desta unidade em torno da mesmaf. Esta regra de obedincia e fidelidade em umnico Deus, somada a observncia das leis e detodas as regras estabelecidas, mais a esperanaem torno da vinda de um messias era a essncia ea viga mestra da nova ordem judaica.

    Aps a superao de muitas dificuldades, avida entrou numa rotina na sua readaptao naPalestina debaixo das mos dos dominadores,novos costumes foram incorporados; criaram-senovas ordens religiosas, entre elas estavam em

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    destaque os fariseus, os saduceus e mais tardesurgiram os zelotes.

    Entretanto, com o passar dos anos, ocorreugradualmente o enfraquecimento e a quedagradual do poderoso imprio persa, levantou seuma nova potencia com um novo domnio, eramos gregos que tomaram o poder.

    Por breve tempo, houve certa tolerncia,porm com a morte prematura de Alexandre o

    Grande, resultou na diviso do grande imprio, osjudeus sofreram tambm estas mudanas;atravessou um perodo tenebroso, primeiro com osptolomeus seus novos dominadores, depois vieramos selucidas tambm gregos, mas intolerantes eintransigentes com os dominados, impuseram aosjudeus os mais cruis tratamentos e severoscastigos.

    As guerras, as lutas, as perseguies, osofrimento, as incertezas, a morte, as deportaesforam cruis com os judeus.

    neste perodo crucial desta histria entreos dois testamentos que surgem os Macabeus,uma famlia de linhagem sacerdotal que pelas

    circunstancias adversas transformaram se emheris que auxiliaram esta nao a atravessar estafase to delicada que ps em risco at a existnciadeste povo.

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    Grandes barbaridades e terrveis crueldades,verdadeiras atrocidades foram praticadas pelosselucidas contra os judeus, que chegou ao limite

    de proibir suas prticas religiosas, os relatos nosdois livros de Macabeus2nos do uma ideia destesacontecimentos.

    2- Os Livros dos Macabeus esto na verso da Bblia Vulgata Latina,so livros apcrifos, no inspirados, mas apresenta um valor histricoe nos ajuda a entender os acontecimentos neste perodo difcil daexistncia do povo judeu.

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    2 - A IMPORTNCIA DO RETORNO DOS

    JUDEUS DO CATIVEIRO BABILNICO

    Ao reportarmos sobre esta ocorrncia degrande dimenso e significado, no poderamosdeixar de citar nesta obra esta personagem norteamericana, que se destacou pelo seu trabalhorealizado como educadora e tambm sobre assuas consideraes e referencias que abordam de

    maneira sbia e oportuna a saga dos judeus noseu retorno do cativeiro babilnico.

    Mary Ellen Chase - foi uma das maisimportantes escritoras crists americanas eeducadora do seu tempo, respeitada e admiradapelo seu trabalho, escreveu e publicou mais de 30livros. Como cientista e educadora, numa de suas

    importantes afirmaes em 1926, declarou que ahumanidade de hoje deve a estes judeus comodestemidos e intrpidos, que enfrentaram todo otipo de adversidade para retornarem do cativeirobabilnico Jerusalm.

    Sendo eles os judeus fiis guardies dasEscrituras Sagradas, portanto, a existncia e a

    divulgao deste livro, trouxe uma crena numnico e verdadeiro Deus, um cristianismo, umaesperana e a formao de uma cultura ocidental,como referenciais pautados e fundamentados natica e moral.

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    Complementando estas afirmaes sobreeste marcante acontecimento como parte doscumprimentos das profecias e tambm do grande

    plano divino para redeno da humanidade.

    Mary Ellen Chase24 de fevereiro de 1887 a julho de 1973

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    3 - A IMPORTANCIA DO PERODO ENTRE OSDOIS TESTAMENTOS

    Entre o final do Antigo Testamento e oincio do Novo Testamento h uma lacuna de 400anos sem a manifestao de um profeta de Deus.Durante esse longo perodo ocorreu eventosmarcantes, guerras e o surgimento de diversosgrupos que esto presentes nas pginas do NovoTestamento. Qual a caracterstica desses grupos?

    O que idealizavam? Nesse artigo procuramosdestacar, no formato esboo, uma coletnea deeventos ocorridos entre o Perodo Persa, PerodoGrego e o Perodo Romano, os quais envolveram anao do povo de Israel, os judeus.

    Este importante perodo histrico, entre osTestamentos, de define como uma longa etapa

    histrica recheada de eventos significativos. Osestudiosos deparam com algumas dificuldadespara encontrar as fontes de informaes extrabblicas.

    Por isso, muitos so as razes e motivoshistricos, que justificam esta busca, como umaforma de explicar os resultados de quatro sculos

    de existncia que atravessou o povo judeu: Aseguir temos uma relao destes motivos erazes:

    1 - "Razes Histricas" que explicam osacontecimentos "de fundo" do Novo Testamento.;

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    2 - "Razes Culturais" que explicam aorigem e desenvolvimento dos costumes,

    instituies e vida espiritual do povo judaico doperodo do NT;

    3 - "Razes Messinicas" que demonstramcomo Deus preparou o mundo para o SeuAdvento.

    As Divises do Perodo Inter bblico

    Entre as datas marcadas para este estudo,muitos eventos passaram que no teremosoportunidade de reconhecer.

    Estamos assinalando e dando uma atenoespecial ao fim do Antigo Testamento, esteperodo em que os judeus estiveram dominados

    pelas potencias estrangeiras, destacando emespecial, entre estes, o tempo de Alexandre, as"Guerras dos Macabeus" e Herodes. Estas so aseguir, as divises deste perodo histrico:

    1. Perodo da dominao persa (536-331);2. Perodo do domnio grego (331-167);

    a-Perodo Grego Alexandre O Grande

    (331-323);b-Perodo Egpcio - Ptolomeus (323-198);c-Perodo Srio Selceucidas (198-167);

    3. Perodo dos Macabeus (167-63);4. Perodo da dominao romana (63-5).

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    a obrigatoriedade da obedincia de suas leis, tantofoi assim que os relatos confirmam no livro deEsdras 7: 23 a 26.3

    Complementando estas afirmaes em 1905nas escavaes arqueolgicas realizadas emElefantina, uma ilha do Nilo junto primeiracatarata, nas proximidades da represa de Assu,ocorreu uma surpreendente descoberta.

    Neste local foram achados trs documentos

    em papiros, escritos em aramaico datados de 419C, um deles era uma carta pascal de Dario II, naqual havia instrues sobre a maneira de celebrar

    3 - 23-Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do cu,

    prontamente se faa para a casa do Deus dos cus; pois, para quehaveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? 24- Tambmvos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores,

    porteiros, servidores do templo e ministros desta casa de Deus, queno ser lcito impor-lhes, nem tributo, nem contribuio, nemrenda.25-E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis,nomeia magistrados e juzes, que julguem a todo o povo que estdalm do rio, a todos os que sabem as leis do teu Deus; e ao que noas sabe, lhe ensinars. 26-E todo aquele que no observar a lei do teuDeus e a lei do rei, seja julgado prontamente; quer seja morte, querdesterro, quer multa sobre os seus bens, quer priso. 27 - Bendito seja

    o SENHOR Deus de nossos pais, que tal inspirou ao corao do rei,para ornar a casa do SENHOR, que est em Jerusalm. 28 - E queestendeu para mim a sua benignidade perante o rei e os seusconselheiros e todos os prncipes poderosos do rei. Assim me animei,segundo a mo do SENHOR meu Deus sobre mim, e ajuntei dentreIsrael alguns chefes para subirem comigo. Esdras 7:23-28

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    corretamente a festa da Pscoa, assinada porHananja, encarregado dos assuntos judeus nacorte do governador persa no Egito.

    Sobre a comunidade judaica que seestabeleceu nesta ilha, formada principalmentepor soldados mercenrios judeus que haviamfugido de Jerusalm aps a invaso dos caldeus.Estes judeus chegaram a construir um templo emElefantina, chegaram at oferecer sacrifcios econcederam as mulheres um nvel maior de

    liberdade. Este templo foi destrudo pelos prpriosjudeus obedecendo s ordens do sumo sacerdoteem Jerusalm assim que chegou ao seuconhecimento.

    Esta determinao foi cumprida com o apoiodas autoridades persas, era uma espcie decorretivo, para que toda a adorao Deus

    deveria ser em um nico templo, aquele que estaem Jerusalm, entretanto foram permitidas aimplantao das sinagogas que foram construdasnas cidades que haviam um considervel grupo dejudeus.

    Os privilgios dos judeus se estenderampela grande extenso do imprio persa,

    consolidado at quase o final desta supremacia,com o casamento do rei Assuero (Xerxes) comuma linda jovem judia, a rainha Ester.

    Esta notvel monarca judia deixou umainteressante histria do seu povo no exlio,

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    registrada no livro que recebeu o nome da rainhaque de autoria judaica desconhecida, escritopossivelmente no sculo IV a.C. na cidade de

    Sus, local em que os judeus permaneceramnuma considervel tranquilidade em sua colniaat a queda de imprio persa por volta de 331 C.at a conquista de Alexandre O Grande.4

    5 - AS INFLUNCIAS DE ALEXANDRE E ACULTURA GREGA

    Com as conquistas de Alexandre, asinfluncias da cultura grega se espalharam emquase todo o mundo conhecido, do qual havia sidosubjugado, sendo assim de grande abrangncia.

    Alm do alto nvel de conhecimentofilosfico, os gregos dominavam uma avanada

    tecnologia na arte e na arquitetura. Por isso, estasinfluncias foram bem marcantes por toda aextenso territorial em que eles permaneceram.

    Nestas reas dominadas estabeleceucentros de comrcio e cultura, que se intensificouem toda a extenso do seu imprio;

    Com a imposio da cultura grega, e aassimilao pelos povos dominados, as

    4 - SILVA, Ezequiel Camilo da. ARQUEOLOGIA BBLICA AsGrandes Descobertas. Editora Bubok, Portugal. 2011.

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    supersties que faziam parte das crenasorientais, cederam liberdade do pensamentogrego, na filosofia, arquitetura, seus deuses,

    religiosidade, atletismo (primeira olmpiada em776 a.C).

    Surgiram as bibliotecas e universidades emAlexandria e Tarso como em outros lugares.Preparou-se assim o campo para que nos gregosimpusessem uma religio universal.

    Por outro lado com o incremento dessacultura, foi de grande importncia a disseminaoda lngua grega, criando a possibilidade dapregao do evangelho fazendo uso de uma lnguauniversal e a criao de uma Bblia legvel nesteidioma, abrangendo toda a extenso da bacia doMediterrneo. Este avassalador domnio gregopropiciou a realizao das grandes obras da

    antiguidade.

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    6 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NAANTIGUIDADE

    Em 332 a.C., o Egito estava sob domniopersa. Nesse mesmo ano, Alexandre, o Grandeentrou triunfalmente como vencedor do rei persaDario III e os egpcios aceitaram-no, aclamando-ocomo libertador.

    Um dos motivos que provocou esta efusivaacolhida foi com certeza a considervel colnia de

    gregos que haviam se instalados h muitos anosantes. Estas colnias gregas estavam de certaforma incorporada sociedade egpcia, portanto,os gregos no eram mais considerados comoestrangeiros.

    Apenas um ano aps a chegada de Alexandrea cidade que levaria o seu nome foi fundada num

    local privilegiado no delta do Nilo, a partir de umantigo povoado chamado Rakotis habitado porpescadores.

    A escolha deste local foi muito afortunada,pois estava ao abrigo das variaes que o rio Niloapresentava, e, por outro lado, suficientementeperto do rio para que se pudesse chegar atravs

    das suas guas s mercadorias destinadas aoporto, atravs de um canal que unia o rio com olago Mareotis e o porto.

    Este local que foi escolhido estava em frentea uma ilha chamada Faros, que com o tempo e as

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    mltiplas melhorias que se fariam ficaria unida porum longo dique cidade de Alexandre.

    O arquiteto que realizou esta obra chamava-se Dincrates de Rodes. O dique tinha umcomprimento de sete estdios (185 m a medidade um estdio), pelo que se lhe chamouHeptastadio ().

    A construo do dique formou dois portos,de ambos os lados: o Grande Porto, a leste, o

    mais importante; e o Porto do Bom Regresso(), a oeste, que o que ainda hoje seusa.

    Nos amplos cais do Grande Porto atracavambarcos que navegavam pelo mar Mediterrneo eas costas do oceano Atlntico. Traziammercadorias que se empilhavam nos cais: lingotes

    de bronze da Hispnia, alm de barras de estanhoda Bretanha, algodo das ndias, sedas da China.

    O famoso farol construdo na ilha de Farospor Sostral de Cnido, em 280 a. C., dispunha noalto do seu topo uma grande chama um fogopermanentemente alimentado que guiava osnavegantes, at o ano de 1340, quando foi

    destrudo.

    O arquiteto Dincrates preparou e planejouo traado da cidade e fez segundo um planohipodmico, sistema que vinha utilizando desde osculo V a.C., era composto de uma grande

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    praa, uma rua maior com trinta metros delargura e seis quilmetros de comprimento queatravessava a cidade, com ruas paralelas e

    perpendiculares, cruzando-se sempre em nguloreto.

    Seu planejamento urbano era constitudopor bairros com traados compostos por quadras.As ruas tinham condutores para facilitar oescoamento das guas de chuva para evitar ainundaes.

    Administrativamente a cidade era divididaem cinco distritos, cada um dos quais tinha comonome uma das cinco primeiras letras do alfabetogrego.

    Quando Alexandre saiu do Egito paracontinuar as suas lutas contra os persas deixou

    como administrador de Alexandria Clemenes deNaucratis.

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    Uma ilustrao do Farol de Alexandria disponvelna Internet

    Desde sua fundao a Cidade de Alexandriatransformou se na mais rica e opulenta cidade doseu tempo no mundo.

    Os Ptolomeus construram um palcio demrmore com um grande jardim no qual haviafontes e esttuas. Do outro lado desse jardim

    havia outro edifcio construdo em mrmore a quese chamava Museu.

    Foi uma inovao do rei Ptolomeu I Stere nele se reunia toda a cultura da poca. O museutinha uma grande biblioteca. Perto deste edifcio

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    7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA

    A Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga

    Biblioteca de Alexandria foi uma das maioresbibliotecas do mundo antigo. Ela floresceu sob opatrocnio da dinastia ptolemaica e existiu at aIdade Mdia, quando foi totalmente destruda porum incndio casual.

    Acredita-se que a biblioteca foi fundada noincio do sculo III a.C., concebida e aberta

    durante o reinado do fara Ptolemeu I Ster ou

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    durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco nassuas obras fez referencias a esta biblioteca.5

    Durante sua visita a Alexandria em 48 a.C.,Jlio Csar queimou acidentalmente a bibliotecaquando ele incendiou seus prprios navios parafrustrar a tentativa de Achillas de limitar a suacapacidade de comunicao por via martima. Deacordo com Plutarco, o incndio se espalhou paraas docas e da biblioteca.

    No entanto, esta verso dosacontecimentos no confirmada na

    5- Plutarco de Queroneia (46 a 126 d.C.), filsofo e prosador grego doperodo greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada porPlato). Ele foi um discpulo de Ammonius de Lamprae, um filsofo

    peripattico com profundo conhecimento de religio. Viajou pela siae Egito, viveu em Roma e foi sacerdote de Apolo em Delfos em 95

    d.C. O seu enorme prestgio valeu-lhe deter direitos de cidado emDelfos, Atenas e mesmo em Roma (Mestrius Plutarchus). A sua tica

    baseia-se na convico de que para alcanar a felicidade e a paz, preciso controlar os impulsos das paixes. Escreveu sobre Plato,sobre os esticos e os epicuristas, e estudou a inteligncia dos animaiscomparando-a dos humanos. dele um pequeno ensaio, onde expea habilidade no uso da astcia com tica, Como tirar proveito doinimigo. Segundo a tradio, Plutarco escreveu mais de 200 livros.

    Chegaram at ns cerca de 50 biografias de gregos (entre elas a "Vidade Licurgo") e romanos ilustres em que ambas so comparadas,conhecidas como as Vidas Paralelas e dezenas de outros escritos sobreos mais variados tpicos, designadas genericamente por Obras Morais("Moralia"), sobre Filosofia, Religio, Moral, Crtica literria ePedagogia.

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    contemporaneidade. Atualmente, tem sidoestabelecido que a biblioteca, ou pelo menossegmentos de sua coleo, foram destrudos em

    vrias ocasies, antes e aps o sculo I a.C..

    Fragmento da Septuaginta, traduzida do hebraicopara o grego koin, entre os sculos III a.C. e I

    a.C. em Alexandria.

    Considera-se que tenha sido fundada noincio do sculo III a.C., durante o reinado dePtolomeu II, aps seu pai ter construdo o Templodas Musas (Museum). atribuda a Demtrio deFaleros sua organizao inicial. Uma nova

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/2nd_century_Hebrew_decalogue.jpg
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    biblioteca foi inaugurada em 2002, prximo aostio da antiga.

    Complementando os relatos sobre asaventuras de Jlio Cesar em Alexandria. Conta-seque num destes incndios da histrica bibliotecafoi provocado por Csar. Em caada a Pompeu, oseu inimigo de Triunvirato (formado por Pompeu,Crasso e ele), Csar deparou-se com a cidade deAlexandria, governada na poca por Ptolomeu XII,irmo de Clepatra.

    Pompeu foi decapitado por um dos tutoresdo jovem Ptolomeu, e sua cabea foi entregue aCsar juntamente com o seu anel. Diz-se que aover a cabea do inimigo Csar ps-se a chorar.

    A narrativa prossegue afirmando que aoapaixonar-se perdidamente por Clepatra, Csar

    conseguiu coloc-la no poder atravs da fora. Ostutores do jovem fara foram mortos, mas umconseguiu escapar.

    Temendo que o homem pudesse fugir denavio mandou incendiar todos, inclusive os seus.Como decorrncia desta estpida iniciativa, oincndio alastrou-se e atingiu uma parte da

    famosa biblioteca.

    A instituio da antiga biblioteca deAlexandria tinha como o principal objetivopreservar e divulgar a cultura grega e do mundoconhecido. Continha livros que foram levados de

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    Atenas. Existiram tambm matemticos ligados biblioteca, como por exemplo, Euclides deAlexandria. Ela se tornou um grande centro de

    comrcio e fabricao de papiros.

    De fato, existiram duas grandes Bibliotecasde Alexandria. A Biblioteca Me e a Filha. De incioa Filha era usada apenas como complemento daprimeira, mas com o incndio acidental (por JlioCsar), no sculo I, da Biblioteca Me, a Filhaganhou uma nova importncia.

    Os sbios viam de todo o mundo paraAlexandria e debatiam os mais variados temas.Em 272 d.C., durante a guerra entre o imperadorAureliano e a rainha Zenbia,6 a Biblioteca Filha,foi provavelmente destruda, quando as legies deAureliano tomaram a cidade de assalto.

    A lista dos grandes pensadores quefrequentaram a biblioteca e o museu deAlexandria inclui nomes de grandes gnios dopassado. Importantes obras sobre geometria,trigonometria e astronomia, bem como sobreidiomas, literatura e medicina, so creditados aeruditos de Alexandria.

    6 - Zenbia (Tibur - hoje Tvoli -, 274), foi uma rainha de Palmira(Sria). Depois da morte do marido (Odenato), reinou em nome dofilho (Vabalato) e fez de Palmira uma brilhante capital no OrienteMdio. Foi vencida e reduzida ao cativeiro, pelo imperador romanoAureliano (273).

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    Segundo a tradio, foi ali que 72 eruditosjudeus traduziram as Escrituras Hebraicas para ogrego, produzindo assim a famosa Septuaginta.

    Os grandes nomes da Alexandria antiga

    Euclides: matemtico do sculo IV a.C.. Opai da geometria e o pioneiro no estudo da ptica.Sua obra Os Elementos foi usada como padro dageometria at o sculo XIX.

    Aristarco de Samos: astrnomo do sculoIII a.C.. O primeiro a presumir que os planetasgiram em torno do Sol. Usou a trigonometria natentativa de calcular a distncia do Sol e da Lua, eo tamanho deles.

    Arquimedes: matemtico e inventor do

    sculo III a.C.. Realizou diversas descobertas e fezos primeiros esforos cientficos para determinar ovalor do pi ().

    Calmaco (c. 305c. 240 a.C.): poeta ebibliotecrio grego, compilou o primeiro catlogoda Biblioteca de Alexandria, um marco na histriado controle bibliogrfico, o que possibilitou a

    criao da relao oficial (cnon) da literaturagrega clssica. Seu catlogo ocupava 120 rolos depapiro.

    Eratstenes: polmata (conhecedor demuitas cincias) e um dos primeiros bibliotecrios

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    de Alexandria, do terceiro sculo a.C.. Calculou acircunferncia da Terra com razovel exatido.

    Galeno:mdico do sculo II d.C.. Seus 15livros sobre a cincia da medicina tornaram-sepadro por mais de 12 sculos.

    Hiptia: astrnoma, matemtica e filsofado sculo III d.C.. Uma das maiores matemticas,diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pag,foi assassinada durante um motim de cristos.

    Herfilo: mdico, considerado o fundadordo mtodo cientfico, o primeiro a sugerir que ainteligncia e as emoes faziam parte do crebroe no do corao.

    Ptolomeu:astrnomo do sculo II d.C.. Osescritos geogrficos e astronmicos eram aceitos

    como padro.

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    8 - A DESTRUIO DA BIBLIOTECA DEALEXANDRIA

    A destruio da biblioteca um lamentvelevento que divide os historiadores pelo menosdesde o sculo XVIII. H uma verso que maiscomum e mais citada pelos historiadores, pelomenos entre os apreciadores da histria antiga, a de que a biblioteca foi destruda por ordem deAmr ibn al-As,7governador provincial do Egito em

    nome do califa Rashidun Omar ibn al-Khattab,pouco depois da conquista do Egito comandadapor Amr em 642, mas desde o sculo XVIII quediversos estudiosos questionam a veracidadedessa verso da histria.

    Foi um perodo difcil para a cultura ocidentalque esteve ameaada pelo surgimento do

    islamismo, que por sua vez imps aos vencidosuma nova ordem poltica e religiosa e umfanatismo que dominou e transformou umaconsidervel parte do mundo conhecido.

    7- Amr ibn al-` Como 'Amru ibn al-'As; c. 573 - 06 de janeiro, 664)foi um rabe militar comandante que foi mais conhecido por liderar a

    conquista muulmana do Egito em 640. Um contemporneo deMaom, e um dos Sahaba ("Companheiros"), que subiu rapidamentena hierarquia muulmana aps sua converso ao Islam no ano 8 AH(629). Ele fundou a egpcia capital da Fustat , e construiu a Mesquitade Amr ibn al-As no seu centro - a primeira mesquita no continente dafrica.

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    9 - OS MACABEUS O MUNDO GREGO ASEPTUAGINTA

    Por dois sculos, sob o domnio e atolerncia dos persas, os judeus puderam serefazer, fortalecendo se em torno da unidadereligiosa no templo restaurado, embora bemaqum do outrora e glorioso templo construdo porSalomo, agora, para alguns que j de idadeavanada, recordavam a glria do majestoso e

    magnfico templo construdo pelo Rei Salomo, viasomente que o novo templo, no passava deapenas uma caricatura do anterior.

    Entretanto, o templo passou a representarum grande smbolo e o emblema maior da fjudaica. Aglutinava e acolhia os judeus vindos devrias partes do mundo conhecido.

    Os servios foram novamente restaurados,anualmente judeus peregrinos de outras partesafluam para as festas e cerimnias,principalmente na poca da Pscoa.

    Havia uma determinao que deveria sercumprida ao p letra, consistia numa regra de f e

    sobrevivncia da unidade judaica, quepraticamente obrigava a todos os judeus, noimportando onde ou qual lugar estivesseestabelecido no mundo conhecido.

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    O importante era que tinham quecomparecer ao menos uma vez ao templo em cadaano, sob o risco de no serem mais reconhecidos

    como participante deste povo ou de serembanidos.

    Este perodo somado mais os anos docativeiro foram propcios para a compilao etranscrio dos seus livros sagrados escritos noantigo hebraico e traduzidos para o aramaico, queresultou posteriormente na composio das

    Escrituras Sagradas, mas para chegar at l,muita coisa aconteceu.

    O aramaico se tornou a lngua comum epopular entre os vrios povos e grupos tnicos quehabitavam as provncias da palestina subjugada.

    Ainda no sculo IV C.; iniciava a influncia

    da cultura grega e comeava a tomar corpo eocupar espaos entre os judeus, j era percebidanos principais centros comerciais e aos poucos asua lngua se tornava conhecida.

    Alm disso, as influencias dos costumessociais e nas prticas esportivas com o culto aofsico atraram muitos judeus a participarem deste

    novo estilo de vida.

    O poderoso imprio persa dava sinais dedecadncia e enfraquecimento com aindependncia de suas provncias maisimportantes, uma delas foi o Egito.

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    Os gregos de forma avassaladora a partir domar e por terra iniciaram um perodo de intensas

    guerras contra os persas, em vrias batalhas, ospersas se enfraqueceram e perderam aos poucosseus domnios, seus territrios e sua hegemonia.

    Entrou em cena, na Macednia um grandelder militar, dotada de uma inteligncia para asartes militares at ento inigualvel, jovemmacednio, temvel guerreiro e conquistador

    chamado Alexandre, que comandando umpoderoso e bem treinado exrcito com suasfalanges, em guerras relmpagos conseguiu tornaro senhor de todas as cidades gregas.

    Unificou toda a Grcia, sob o seu domnio,senhor pleno do poder, adotando novas tticasmilitares, com sua engenhosidade, equipado com

    grandes mquinas mortferas de guerra.

    Seus exrcitos construram torres de assaltode at cinquenta metros de altura, com vinteandares, quando colocadas ao lado das muralhasinimigas, permitia que o seus soldados, arqueirose lanceiros, atingissem com facilidade seus alvos epunham abaixo toda a resistncia da cidade

    atacada.

    Usando estes fantsticos aparatos blicos,expandiu suas conquistas para alm das fronteirasgregas. As grandes cidades, que eram bem

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    protegidas e guardadas por poderosas forasmilitares no resistiram.

    Depois de sete cercos, conseguem infligiruma pesada derrota aos fencios e destruir a atento a toda poderosa e inexpugnvel cidadefortaleza de Tiro.

    Alexandre comandou seus vitoriososexrcitos percorrendo longas distancias, eratemvel perante seus inimigos. Enfrentou em duras

    e sangrentas batalhas, infligindo pesadas derrotasaos grandes numerosos exrcitos persas.

    Consolidou o seu domnio, conquistandofinalmente o Egito em 332 e 331, cuja populaorecebeu e foi aclamado um heri libertador. Empoucos anos era senhor do mundo conhecido.

    No ponto mais saliente do delta do Nilojunto ao litoral do Mediterrneo, fundou em suaprpria homenagem a cidade de Alexandria,8 nohavia mais nada pra conquistar.

    Dez anos depois quando Alexandreregressava para Babilnia de uma campanhamilitar da distante ndia contraiu uma doena,

    cuja enfermidade o levou morte.

    8- Em poucos anos a cidade de Alexandria transformou na principal e

    mais importante cidade do mundo do seu tempo.

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    Nesta que foi a gloriosa cidade, agora era opalco que presenciava o fim de sua breve vida quechegou ao fim em 13 de junho de 323 C, aps

    contrair uma misteriosa febre que at os diasatuais ainda motivo de polmica, morreu aos 33anos, Alexandre o Grande.

    Seu imenso imprio abrangia todos ospovos e naes daquele mundo conhecido,estendia desde o Egito, Grcia at asproximidades do Himalaia.

    Aps sua morte seus principais generaisentraram em confronto e o grande reino foifragmentado. Ptolomeu um dos seus principaislderes militares manteve sob o seu poder o Egitoe a Palestina.9

    Naquela ocasio, nos primeiro anos de seu

    governo, a Judia estava com umasuperpovoao, ento Ptolomeu autorizou aimigrao em massa daquela provncia para oEgito, ocorreu que Alexandria recebeu uma grandequantidade de judeus e tornou o maior centrojudaico fora de Jerusalm.

    Segundo o historiador judeu Josefo, o que

    houve na realidade foi uma grande deportao emmassa de judeus, ocorrida em pleno sbado

    9 - O general Ptolomeu assume o governo do Egito como Fara e dinicio a uma longa dinastia grega no comando do Egito acerca de trssculos.

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    aproveitando o descanso do dia sagrado, estaverso parece verdadeira, pois fazia parte destadeportao at um sacerdote chamado Ezequias

    que era tesoureiro do templo.

    Os textos em manuscritos em aramaico foramtraduzidos para o grego.

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    A SEPTUAGINTA - No reinado dePhiladelpho rei do Egito, intitulado Fara PtolomeuII (285-246), por sua iniciativa pacfica, segundo a

    tradio que registra, ele fez um pedido ao sumosacerdote de Jerusalm, para que desse umaautorizao para a traduo dos livros sagradosjudaicos, escritos em aramaico para o grego.

    O Rei Ptolomeu II nesta tarefa com oobjetivo de incrementar a cultura no seu reinoempenhou se em montar uma grande biblioteca,

    que mais tarde se tornaria a lendria biblioteca deAlexandria com as obras contendo a culturaliterria de todas as naes do mundo conhecido.

    Ocorreu que o sumo sacerdote autorizoucom a condio de nomear uma grande comitivaformada por setenta e dois sbios escribas, que sedirigiram a Alexandria e passaram vrios meses

    internos num grande palcio, em quartosindividuais, realizando a traduo desses livros doaramaico para o grego.

    Ao cabo de vrios meses quando chegaramao trmino desta grande misso, eles fizeram umaconfrontao entre os resultados obtidos nestaenorme tarefa, a concluso foi que todos

    chegaram ao um mesmo resultado comum, isto todas as setenta e duas tradues estavamabsolutamente iguais!

    Milagre? Tudo indica que sim, Deus tinhaum propsito de revelar sua palavra ao mundo

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    conhecido daquela poca, e para que este objetivofosse atingido, estava pronta a traduo dasSagradas Escrituras10para o grego, exatamente o

    Velho Testamento da Bblia, da mesma Bblia queestudamos hoje, que inicia no Livro de Gnesis atao livro proftico de Malaquias.

    Naquele perodo o idioma mais popular emais falado e escrito j era o grego.

    10 - Esta era a Bblia da poca de Cristo quando ele deu a seguinteinstruo: Joo 5:39 Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas avida eterna e so elas que de mim testificam. Paulo tambm

    recomendou na Epstola de II Timteo 3:16 Toda Escritura divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, paracorrigir, para instruir em justia.

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    10 - RESUMO CRONOLGICO REVOLTADOS MACABEUS

    Um dos personagens que marcou bem a vidados judeus foi Antoco Epifnio.

    Antoco significa "Opositor" (grego). Foi esteo nome de treze reis da "Dinastia Selucida".Estabeleceram-se aps a morte de Alexandre, oGrande, em 323 a.C.

    OS REIS

    1. Antoco I Soter- (324 a 261);2. Antoco IITheos- (286 a 246);3. Antoco IIIO Grande- (242 a 187);4. Antoco IVEpifnio- (170 a 169);

    5. Antoco VEupator- (173 a 162).

    Eventos Relacionados com Alexandre e comAntoco

    1. Aps a morte de Alexandre, ocorreram as lutas,guerras e disputas militares pelo controle doimprio;

    2. Em 301 a.C, na batalha de Ipso, a diviso sedefiniu efetuando-se em quatro partes;

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    tambm helenizar12 Jerusalm. Quando assim foiapontado, tornou o povo cidados da capital daSria (Antioquia), erigiu um ginsio grego logo em

    baixo o Templo e os jovens judeus comearamtomar parte nos jogos gregos. Jasom criou umaltar, at mandou ofertas s festas de Hrcules,em Tiro. Os nacionalistas so os antecedentes dosFariseus, helenistas dos Saduceus;

    3. Antoco fez vrias expedies para o Egito.Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo

    que provocou grande regozijo entre os judeus. Aoouvir isto, Antoco massacrou 40.000 judeus nums dia. Muitos judeus foram escravizados e oTemplo roubado;

    4- Numa campanha seguinte, os romanosforaram sua desistncia no Egito. Em face destaderrota, derramou sua grande ira sobre

    Jerusalm. No Sbado matou muitos, escravizououtros e destruiu partes da cidade. Mandouerradicar a religio judaica.

    Quem possua cpia da Lei (Torah), outivesse circuncidado a criana, seria morto.Finalmente converteu o Templo em "templo deZeus". Profanou o Templo, em cujo altar, ofereceu

    uma porca em sacrifcio.

    12 - Helenizar um verbo que deriva da palavra heleno, tem omesmo significado do adjetivo ptrio grego. Portanto, helenizar omesmo que adotar os costumes ou a cultura grega.

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    Destruiu cpias das Escrituras, vendeumilhares de judias para o cativeiro e recorreu atoda espcie imaginvel de tortura para forar os

    judeus a renunciar sua religio. Estas atrocidadesprovocaram naquela ocasio "Revolta dosMacabeus", umas das mais hericas faanhas dahistria.

    A Revolta dos Macabeus (16763)

    A revolta comeou com Matatias, sacerdoteem Modim (167). Perodo de Independncia,tambm chamado de Hasmoneano. Matatias, erasacerdote patriota e de imensa coragem, furiosocom a tentativa de Antioco Epifnio de destruir osjudeus e sua religio, reuniu um grupo de leaiscompatriotas judeus e ergueu a bandeira darevolta.

    Essa revolta foi deflagrada quando Matatias,sendo obrigado por um agente de Antioco aoferecer um sacrifcio pago, este recusoumatando-o, e fugiu na companhia dos cinco filhos,refugiando num regio montanhosa.

    Seus filhos eram: Judas, Jnatas, Simo,Joo e Eleazar. Essa famlia era chamada de"Hasmoneanos", por causa de Hasmom, bisav deMatatias, e tambm de "Macabeus", devido aoapelido Macabeu (Martelo) conferido a Judas, umdos filhos de Matatias;

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    Judas Macabeus encabeou uma campanhade guerrilhas de extraordinrio sucesso, at queos judeus se viram capazes de derrotar os srios

    em campo de batalha regular.

    Na revolta dos Macabeus, havia entretantodisputas internas que enfraquecia a nao, foi narealidade uma guerra civil deflagrada entre osjudeus pr-helenistas e antihelenistas;

    Judas conseguiu entrar em Jerusalm e

    restaurar o Templo. Houve uma trgua e osjudeus recuperaram a liberdade religiosa, sendoesta a origem da Festa da Dedicao (Joo10:22),entre 165 e 164 a.C;

    Este ato teve um importante significadosobre a opresso sria e a revolta dos macabeus:Promoveu a restaurao da nao da decadncia

    poltica e religiosa, com esta iniciativa, foifortalecido o esprito nacionalista que unificou anao e com bravura.

    Renovou e motivou os ideais do judasmocom um novo impulso, revigorando o zelo s leis ea esperana na vinda de um messias.

    Entretanto, foi Intensificado ao longo desteperodo o desenvolvimento dos dois movimentosque se transformaram em grupos distintos: OsFariseus e os Saduceus.

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    Os Fariseus surgiram e de destacando comoum grupo purista e nacionalista e o saduceuscomo um grupo simptico e aliado aos

    dominadores estrangeiros.13

    Deu maior mpeto ao movimento daDisperso, com muitos judeus querendo seausentar durante as terrveis perseguies deAntoco.

    13 - Os saduceus tiveram suas origens na dominao grega epermaneceram tambm fieis dominao romana, como aliados deRoma tiraram grandes proveitos na poltica e tambm nas vantagenseconmicas, por isso se transformaram no grupo de judeus quedetiveram as riquezas e eram os grandes proprietrios. Dominavam osindrio e ordenaram a morte de Jesus.

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    11 - AS INFLUNCIAS HELNICAS ENTRE OSJUDEUS

    Por outro lado as influncias helnicasmarcaram determinantemente a vida e o cotidianode muitos judeus, temos como exemplo os relatosnos livros apcrifos dos Macabeus, aceitos poruma boa parte da comunidade cientfica comorelatos histricos.

    Nestes registros consta que alguns dosjudeus influenciados pela cultura grega, chegaramat a dissimular os sinais da circunciso paraparticipar dos jogos olmpicos nus. (I Macabeus1:15)14

    A bblia relata no livro Atos dos Apstolos,comprovando a existncia da Cidade de Alexandria

    e ainda registra um judeu com o nome de umadivindade grega, que afirma a influnciahelenstica sobre os judeus. Atos 18:24, Oraveio feso um judeu, chamado Apolo,natural de Alexandria, homem eloquente,versado nas Escrituras.15

    14 - Foi edificado em Jerusalm um ginsio como os gentios,dissimularam os sinais da circunciso, afastaram-se da aliana comDeus, para se unirem aos estrangeiros e venderam-se ao pecado.

    15- Apolo foi um dos baluartes na pregao do evangelho no perodode Paulo, apesar de ter nome grego era judeu.

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    A Judia passou por um perodo agitado,com as guerras de disputas territoriais entre oEgito dos Ptolomeus e os Selucidas, trouxeram

    grandes distrbios Judia e afligiramdiretamente os judeus.

    Os registros nos livros dos Macabeusrelatam a dramaticidade destes acontecimentos,principalmente quando os gregos profanaram otemplo, oferecendo porcos no altar de sacrifcios,um animal imundo para os judeus, alm de

    colocar no templo a esttua da principal divindadeo deus grego Zeus.

    Nestes fatos ocorridos surgem alguns heris,entre eles o sacerdote Matatias Macabeus e seusfilhos, com destaque os irmos Judas e JnatasMacabeus que tentam organizar a resistncia paraa independncia da Judia do jugo grego, embora

    tenham conseguido com muitas perdas por algunsanos.

    Todavia nesta tentativa fracassada, arealidade fora cruel aos revoltosos e comoconsequncia muitas vidas foram sacrificadas emvo nesta luta inglria.

    Neste perodo de grandes incertezas que foimarcado pelas guerras e disputas, um perigomaior rondou aquela regio e a soberania gregaestava ameaada, era o avano das poderosaslegies romanas, cuja expanso daquele imprio,com suas avassaladoras campanhas militares,

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    imps se um pesado jugo a todas as naes ereinos conquistados.

    O imprio grego entrou em declnio epreparava para seu colapso total, por este motivoa grande preocupao dos exrcitos de Antoco IVfoi concentrar todas suas foras e ltimas reservasmilitares para defender seus territrios.

    Nesta trgua no ano de 135 a.C, por estascircunstancias, ocorreu um breve perodo de paz

    para a Judia, ento Joo Hircano, no perdeu aoportunidade e se autodeclarou rei e sacerdote emJerusalm.

    Ele apesar de ser acusado de corrupto eoportunista, iniciou um curto perodo de totalindependncia ao povo judeu com uma novadinastia.

    No ano de 128 a.C o rei Antoco IV morreuem combate numa campanha militar contra osexrcitos romanos. Este fato proporcionou algoindito, agraciou aos judeus com algoextraordinrio, uma Palestina com a Judiamomentaneamente livre e sem a dominaoestrangeira.

    Eles no perderam tempo, restauraram osrituais de sacrifcios e cerimoniais do templo,prenunciava uma nova fase para o povo judeu.

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    Houve um grande esforo para reunificar asideias em torno de uma doutrina judaica, numadisperso de seis sculos de dispora havia criado

    vrias verses conflitantes pela transmisso dasleis oralmente.

    Este perodo indito na histria judaica foichamado de hasmoneu, derivado da Casa deHasmon, como foi denominada esta dinastiainiciada por Joo Hircano e mais trs filhos seussucessores, governaram a Palestina entre 135 a

    47 a.C., cunharam at moedas com a Judiaindependente.

    Elementos Gregos As influncias dafilosofia grega que se aproximava do monotesmo,com uma clara tendncia para a imortalidade daalma, dava bastante nfase sobre a conscincia e

    dignidade humana e liberalismo de pensamento,notoriamente destacada na arte de fazer a polticaque j era chamado de democracia.

    A lngua grega ganhou corpo e abrangeupraticamente o mundo conhecido, com a traduodo Antigo Testamento para o grego, foi defundamental importncia para a pregao do

    evangelho.

    A lngua grega foi tambm muito importantepara os discpulos e apstolos que escreveram oNovo Testamento, junto com os termos adotados

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    por Paulo e outros pregadores do NovoTestamento para explicar o evangelho.

    No primeiro sculo os romanos cultos jconheciam tanto o grego e tambm latim. Odialeto grego usado no quinto sculo a.C, napoca da glria de Atenas, tornou-se o dialetoKoin (comum) do primeiro sculo.

    O dialeto da literatura clssica de Atenas foimodificado e enriquecido pelas mudanas que

    sofreu nas conquistas de Alexandre Magno noperodo entre 338 e 146 a.C. O Novo Testamentofoi escrito nesse dialeto "comum".

    As influncias exercidas pela culturahelenstica em geral com seu esprito cosmopolita,superou todas as barreiras, o judeu helenizadoque serviria como ponte entre o judeu e gentio e a

    busca da salvao do mundo romano;

    Por um lado a filosofia grega trouxe umamarcante e positiva contribuio, destacando erevelando o melhor que o homem poderia fazer nabusca de Deus pelo intelecto.

    Entretanto, tambm pode contribuir

    negativamente, pois, nunca trouxe uma respostaaos reclamos dos coraes e deixou de aproximaro homem a seu Deus como seu criador e seusalvador pessoal.

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    12 - OS ROMANOS

    Aps esta etapa no ano 63 a.C. iniciou odomnio dos romanos, com a ocupao vitoriosapelo poderoso exrcito romano comandado peloimponente general Pompeu, dez anos depoisHerodes Antipas, que recebeu o ttulo de HerodesO Grande e foi constitudo rei pelos novosdominadores.

    A imposio de uma paz relativa ocorreu naPalestina, sob a gide desta nova potncia topoderosa e avassaladora.

    Este grande imprio denominado de ferro,oriundo da pennsula itlica chamado de Roma,com os seus exrcitos compostos pelas temveislegies, derrotaram os gregos e tornaram

    senhores do mundo conhecido de ento.

    Esta campanha vitoriosa romana teve seupice no ano de 63 C, quando o general romanoPompeu general Damasco em seguida invadiu aJudia e sitiou Jerusalm, derrubou seus muroscom as mquinas de guerra, profanou o templo,penetrando no lugar santssimo e o incendiou.

    Os judeus tentaram em vo uma resistncia,mas foram impotentes diante de to grandepoderio e doze mil judeus foram massacradospelos romanos, com outra multido de judeussendo sumariamente deportada para Roma como

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    escravos, ento a Judia passou as mos de maisuma potencia estrangeira e foi definitiva anexada,se transformou em provncia romana.

    Enquanto, que em Roma no seio do poder,houve uma disputa determinante que definiu paraquem iria tomar as rdeas da direo do imprioromano, na qual a participao de algunspersonagens se tornou decisiva, ocorreram atdisputas amorosas, muitas lutas que resultaramem guerras, batalhas cruciais e intrigas polticas,

    entre Jlio Csar, Cssio, Brutus, Otvio e MarcoAntonio e a formosa rainha egpcia Clepatra.

    Estes fatos culminaram com o assassinatode Julio Csar pelo seu filho adotivo Brutus, numaconspirao e cilada urdida em pleno senadoromano, a vitria de Otvio sobre Marco Antonioem batalha naval, que por sua vez atrado e se

    apaixona por Clepatra.

    Finalmente esta rainha do Egito que foisubjugado pelos exrcitos romanos, deu cabo comsua prpria vida, deixando se picar por umavbora.

    Lembrando que Otvio vitorioso nestas

    campanhas tornou se o grande ditador de Roma,em 27 C., consolidado no poder, se autodeclaroucom o ttulo de Csar Augusto, foi aclamado otodo poderoso imperador de Roma e governoueste imprio desde este perodo at o nascimentode Jesus Cristo e parte de sua vida terrestre.

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    Os Romanos e a Sua Poltica - Cristo veioao mundo na poca em que o imprio romano

    dominava o mundo conhecido. Todas as naes ereinos estavam subjugados e todas as leis eregras emanavam de um nico centro de poderque era Roma.

    Era possvel obter cidadania romana, aindaque a pessoa no fosse romana. O ImprioRomano mostrou as tendncias de unificar os

    povos de raas diferentes sob o comando de umanica organizao poltica e um nico poder, oromano.

    Havia uma relativa paz na terra quandoCristo nasceu. Os soldados romanos asseguravamesta paz nas estradas da sia, frica e Europa.

    Construram excelentes estradas ligandoRoma a todas as partes do Imprio. As estradasprincipais foram construdas com pavimentao depedras e concreto.

    As estradas romanas forneceram conforto esegurana nos transportes, tinham uma timainfraestrutura para atender estas cidades em

    pontos estratgicos que estavam localizadas noscaminhos, por isso foram indispensveis para aevangelizao do mundo no primeiro sculo.

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    13 - HERODES O GRANDE

    Neste perodo no incio do domnio romanona Palestina com o apoio das autoridades desseimprio, desde 37 a.C. Herodes denominado oGrande que era Idumeu,16 se intitulou rei dosjudeus. Contudo, para muitos dos principaislderes judeus, no entanto, o considerava umimpostor.

    Dotado de muitos recursos porque possuauma enorme fortuna, erigiu o seu suntuoso palcioem Jerusalm no local onde fora a outroracidadela de Davi.

    Para agradar os judeus reconstruiu o temploampliando suas dependncias, demonstrandorespeito pelos seus lugares sagrados, trouxe

    especialistas de Alexandria que ensinaram osprprios sacerdotes a trabalharem nestaconstruo.

    Apesar de obedecer todos os detalhes daplanta do templo de Salomo, este templo tinhaas linhas arquitetnicas helensticas, isto , suafachada era de estilo grego.

    16 - Herodes O Grande, era um homem riqussimo e seu poderestava fundamentado em sua riqueza, no era judeu, mas idumeu,tinha grande influencia entre os dominadores e era homem deconfiana dos romanos.

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    Depois de oito anos de trabalho no templo agrande obra ficou concluda no ano 10 C e prontopara o culto. O templo tornou o orgulho dos

    judeus, sua cpula revestida de ouro podia sercontemplada a longa distncia de Jerusalm.

    Os historiadores descrevem o brilho dacpula de ouro do templo, refletida pelos raiossolares como uma imensa bola de fogo que atraaa ateno de todos.

    14 - AS SEITAS JUDAICAS

    Nestes quatrocentos anos, houve umagrande concentrao de esforos em torno daobedincia as leis mosaicas e da observncia detodos os preceitos e regras estabelecidas no Tor.

    As duras lies aprendidas aps os terrveisperodos de cativeiros, motivados peladesobedincia e pela apostasia religiosa, haviasido colocados como a grande consequncia queresumia todos os males que haviam pairadossobre este povo.

    Devido a isto, como resultado deste estremo

    zelo pela guarda de todos estes preceitos, formouse os grupos de pessoas que se aglutinaram emtorno de crenas e objetivos comuns.

    J relatamos alguns conceitos e registramosalguns fatos sobre estes grupos, contudo, a seguir

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    iremos complementar mais algumas interessantesinformaes sobre este tema.

    Muito desses grupos como os fariseusatingiram o mximo do fanatismo. E passaram aexercer de forma impecvel e intransigente asordenanas legais.

    1. Os Fariseus Esta seita arraigada entreos judeus, que exercitavam com estremo zelo aobservncia dos preceitos de suas leis, teve a sua

    origem desde seus antecedentes que foram osprimeiros reformadores ainda dos tempos deEsdras e Neemias; Quando Matatias revoltou-secontra os esforos de Antoco, os Hasidim (OsPiedosos), o apoiaram e se ligaram a ele; Maistarde os Hasidim foram denominados Perushim(Os Separados)

    Fariseus - Constituram o ncleo daaristocracia religiosa e acadmica.

    Entre suas crenas, ensinavam que a almaera imortal, que havia uma ressurreio corporal ejulgamento futuro com galardo ou castigo.

    Acreditavam na existncia de anjos e

    espritos bons e maus.

    Predestinatrios, mas aceitaram que ohomem tinha livre arbtrio e responsvelmoralmente;

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    Eram radicais no cumprimento dospreceitos e normas, coordenaram a tradio e aLei escrita num conjunto de regras de f e a

    prtica, evoluindo com os tempos.

    2. Os Saduceus - O nome possivelmentevem de Zadoque, o sumo sacerdote dos temposde Davi (II Sm 8:17 e 15:24);Eles aparecem nahistria na mesma poca que os Fariseus;

    Enquanto os Fariseus eram nacionalistas, a

    tendncia dos saduceus era na direo da filosofiagrega com a cultura grega; serem politicamentecorretos com os dominadores para tiraremvantagens econmicas e preservarem seuspatrimnios, pois eram os detentores do podereconmico e das grandes propriedades.

    Sendo eles um partido poltico de tendncias

    sacerdotais e aristocrticas, tinham poucainfluncia com o povo comum.

    Os saduceus formava o ncleo daaristocracia sacerdotal, poltica e social;

    Ensinaram que no h nem galardo nemcastigo, por incrvel que parea, apesar de se

    apossarem dos servios sacerdotais do tempo,eram mais materialistas do que espirituais;

    Influenciados pela cultura e filosofia grega,negaram at a existncia de espritos e anjos;

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    Enfatizaram a liberdade da vontadehumana, rejeitando o determinismo e o azar;

    Mantinham que a Torah era nica fonteinfalvel de f e prtica.

    Os saduceus, representados pelossacerdotes que atuavam no templo, no tempo deJesus, foram determinantes na poltica, eram emmaior nmero no sindrio e decidiram pela prisoe morte de Cristo.

    4. Os Essnios

    No h registro algum sobre os essnios noNovo Testamento, mas segundo os historiadores,afirmava se que havia 4.000 ou mais essnios,que eram participantes de uma seita asctica com

    sede na beira ocidental do mar morto. Calculavase que muitos dos essnios viviam nas vilas ecidades espalhadas pela Palestina.

    Eram austeros na vida em comum,seguiram o conceito de comunidade nadistribuio e aquisio de bens, abstinncia,meditao, trabalho zeloso e o celibato.

    5. Os Herodianos

    Eram os partidrios desta dinastia, formadapelos Herodes, estas pessoas que faziam partedeste partido poltico que no estava ligado a

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    nenhuma religio; Esperaram que estes reiscumprissem a realizao da esperana da nao.

    6. Os Zelotes

    Legalistas, fiis pietistas, messianistasnacionalistas, intolerantes dos judeus impiedosose de Israel na subjugao aos romanos.

    Quem foram os Zelotes?! - Foi um grupode judeus radicais em sua oposio Roma que

    dominava a Palestina e subjugava o povo de Deus.

    Os zelotes estimulavam e agitavam o povoconduzindo os a revolta contra os romanos, o queprovocou a utpica Guerra judia (anos 66-70), queterminou com a destruio de Jerusalm e dotemplo por obra de Tito Flvio.

    Nos evangelhos eles no so nomeados,embora a um dos doze, Simo, seja dado oapelido de Zelotes (Luc 6,15 -Mateus e Tom;Tiago, filho de Alfeu, e Simo, chamadoZelote;

    Zelotes ou "fervorosos". Este movimentounia o fervor religioso com o compromisso social.

    Segundo eles, os sacerdotes e os demais lderesreligiosos estavam preocupados demais com opoder e no faziam nada para libertar a terraprometida da dominao dos romanos.

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    Os zelotes defendiam a guerra santa epretendiam alcanar a libertao da Palestinaatravs da violncia. A luta deles visava combater

    os impostos que esmagavam o povo, a idolatria doImperador romano que exigia ser adorado comoum Deus, e a m distribuio da terra.

    A terra, na opinio do movimento, erapropriedade de Jav e os romanos no tinham odireito de ocup-la e exigir imposto doscamponeses.

    Apesar de lutar pela justia, os zelotestambm tinham um forte preconceito em relaoaos pobres. Como os fariseus e os saduceus,achavam que os pobres no tinham condies deseguir a Lei e que no eram teis na luta delibertao.

    Os saduceus eram os "ritualistas", osfariseus os "legalistas" e os zelotes os"revolucionrios".

    Embora no seu ministrio terrestre, Jesusquestionasse a proposta religiosa destes trsmovimentos, ainda hoje, temos em nossascomunidades religiosas, pessoas que convivem

    com a f em Cristo, mas so semelhantes aossaduceus: frequentando as reunies, porm,desinteressando-se totalmente com a misria e osofrimento dos "pequeninos" de Deus; como osfariseus: respeitando todas as Leis da Igreja masseparados do povo e cheios de preconceitos em

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    relao aos pobres e aos fiis de outras religiesou Igrejas; como os zelotes: idealizando aviolncia e desvalorizando a cultura e a

    religiosidade popular.

    A Esperana Messinica dos Judeus

    1. No surgimento no Perodo Inter bblico

    Na poca da restaurao, e com odesaparecimento dos profetas, houve pouca

    nfase na esperana messinica. O interesse dopovo era a observao da Lei.

    Neemias 8 1 a 3 -E chegado o stimoms, e estando os filhos de Israel nas suascidades, todo o povo se ajuntou como um shomem, na praa, diante da porta das guas;e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse

    o livro da lei de Moiss, que o SENHOR tinhaordenado a Israel.

    E Esdras, o sacerdote, trouxe a leiperante a congregao, tanto de homenscomo de mulheres, e todos os que podiamouvir com entendimento, no primeiro dia dostimo ms.

    E leu no livro diante da praa, que est

    diante da porta das guas, desde a alva atao meio dia, perante homens e mulheres, eos que podiam entender; e os ouvidos detodo o povo estavam atentos ao livro da lei.Neemias 8:1-3

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    15 - OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

    Os Pergaminhos do Mar Morto, oumanuscritos do Mar Morto so uma coleo decerca de 800 documentos em pergaminho,incluindo textos da Bblia Hebraica AntigoTestamento, que foram descobertos entre 1947 e1956 em 11 cavernas prximas de Qumran, umafortaleza a noroeste do Mar Morto, em Israel, quefoi uma regio pertencente Judia.

    Eles foram escritos em Hebraico, Aramaico egrego, entre o sculo II a.C. e no primeiro sculodepois de Cristo.

    Foram encontrados mais de oitocentostextos, representando vrios pontos de vista,incluindo as crenas dos Essnios e outras seitas.

    O mapa mostra o lugar no qual se localizamas cavernas que foram encontradas os rolos doMar Morto.

    Estes textos so importantes porque elesconfirmam a veracidade da Bblia e por serempraticamente os nicos documentos bblicos

    judaicos hoje existentes relativos a este perodo eporque eles podem explicar muito sobre ocontexto poltico e religioso nos tempos donascimento do cristianismo.

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    Estes pergaminhos contm pelo menos umfragmento de todos os livros do das escriturashebraicas, exceto o livro de Ester.

    Alm de fragmentos bblicos, contm regrasda comunidade, escritos apcrifos, filatrios,calendrios e outros documentos.

    Antes da descoberta dos Rolos do MarMorto, os manuscritos mais antigos das EscriturasHebraicas datavam da poca do nono e do dcimo

    sculo de nossa era.

    Havia muitas duvidas se podamos mesmoconfiar nesses manuscritos como cpias fiis demanuscritos mais antigos, visto que a escrita dasEscrituras Hebraicas foi completada h bem maisde mil anos antes.

    Todavia, o Professor Julio Trebolle Barrera,membro da equipe internacional de editores dosRolos do Mar Morto, declarou: O Rolo de Isaas[de Qumran] fornece prova irrefutvel de que atransmisso do texto bblico, durante um perodode mais de mil anos pelas mos de copistasjudeus, foi extremamente fiel e cuidadosa.

    O ROLO mencionado por Barrera contm ointeiro livro de Isaas. Dessemelhantes do Rolo deIsaas, a maioria deles representada apenas porfragmentos, com menos de um dcimo dequalquer dos livros.

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    uma fonte adicional para os tradutores da Bbliaconsiderassem possveis emendas ao textomassortico.

    Por exemplo, em vrios casos, elesconfirmam decises feitas pela Comisso daTraduo do Novo Mundo das Escrituras Sagradas,para restaurar o Nome de Deus nos lugares ondehavia sido removido do texto massortico.

    Os rolos que descrevem as normas e as

    crenas da seita de Qumran tornam bem claro queno havia apenas uma forma de judasmo notempo de Jesus. A seita de Qumran tinha tradiesdiferentes daquelas dos fariseus e dos saduceus.

    provvel que essas diferenas tenhamlevado a seita a se retirar para o ermo. Eles seencaravam como cumprindo Isaas 40:3 a

    respeito duma voz no ermo para tornar reta aestrada de YHWH.

    Diversos fragmentos de rolos mencionam oMessias, cuja vinda era encarada como iminentepelos autores deles. Isso de interesse especialpor causa do comentrio de Lucas, de que o povoestava em expectativa da vinda do Messias.

    Lucas 3:15.Os Rolos do Mar Morto nos traz umaideia para compreender melhor o contexto da vidajudaica no tempo do ministrio terrestre de Jesus.Fornecem informaes comparativas para o estudodo hebraico antigo e do texto da Bblia. O textode muitos dos Rolos do Mar Morto ainda exige

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    uma anlise mais de perto. Portanto, possvelque haja mais revelaes. Entretanto, a maiordescoberta arqueolgica do sculo vinte e continua

    a empolgar tanto eruditos como estudantes daBblia.

    HISTRICO - Em 1947 na Palestina, nosarredores do vilarejo de Khirbet Qumran, perto dolado ocidental do Mar Morto; foram encontradospor acaso uns antigos manuscritos que revelarama extraordinria descoberta arqueolgica, cujas

    consequncias ainda no esto completamenteesclarecidas.

    Infelizmente, por mais de 30 anos, osdocumentos encontrados desta descoberta foramestritamente monopolizados e impedidos de seremexaminados ou pesquisados pela comunidadeacadmica internacional. Em 1947 quando o

    Estado de Israel ainda no tinha nascido; ao ladoleste do Mar Morto ficava em territrio jordaniano,e o lado ocidental sob o protetorado ingls.

    Naquela poca as estradas que levavam aoMar Morto eram poucas e muito ruins, e a regioao redor era a ptria dos bedunos, os quaissempre foram nmades deslocando se de um lado

    para o outro suas tendas com seu gado.

    Nesta ocasio, um jovem pastor rabe,Mohammed adh-Dhib, que estava tentando retirara sua cabra de uma caverna, descobriu por acasouma srie de acessos de grutas na encosta de

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    uma perigosa rocha escarpada, prxima da aldeiade Khibet Qumran.

    O beduno entrou e encontrou no seuinterior muitos jarros abandonados. Voltounovamente com um amigo para recuperar osjarros (podiam ser usados para a gua) quando osdois descobriram que nos jarros encontravam-sealguns rolos de pele embrulhados em tecidos emdecomposio.

    Esta histria no foi ainda bem esclarecida,h grande dificuldade em saber quantosmanuscritos foram originariamente encontradospelos bedunos, nem se h ainda com algumalguns manuscritos escondidos.

    Em 1954 alguns manuscritos acabaram nocofre do hotel Waldorf Astoria de New York, de

    onde saram quando o governo israelita oscomprou por 250.000 dlares (ajudado por umrico benfeitor). Outros manuscritos chegaram aoMuseu Rockfeller, na parte leste de Jerusalm, napoca em mo jordaniana. Nasceram assim duasdiferentes comisses independentes: uma chefiadapor Yigael Yadin, em Israel, a outra, controladapor Padre de Vaux, um sacerdote catlico, na

    Jordnia.

    Hoje, os manuscritos so conservados noMuseu de Israel, que passou a ser chamado Shrineof the book. Por causa do pssimo relacionamentoentre os dois pases, as comisses trabalharam

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    sobre os manuscritos de forma completamenteindependente, sem possibilidade nenhuma decomunicao, com todas as desvantagens da

    situao.

    O problema foi resolvido em 1967 aps aguerra dos seis dias, quando a parte leste deJerusalm passou para as mos israelitas e tudo oque a se encontrava se tornou de propriedade dogoverno de Israel como despojos de guerra,inclusive os rolos de Qumran conservados no

    Rockfeller Museum. A curiosa e significativa areao a este acontecimento do Padre de Vaux, daconta de que, at o material permaneceu em mojordaniana e que havia sido impedido que osisraelenses tivessem acesso aos manuscritos, eque, quando eles passaram sob a autoridadejudaica, de Vaux ficou literalmente enfurecido eaterrorizado pela ideia de perder o controle do

    material qumraniano.

    O padre de Vaux era um dominicano que foienviado, em 1929, cole Biblique de Jerusalmonde primeiro foi professor e depois diretor. Eraum homem dedicado aos estudos e pesquisas,carismtico, enrgico, autoritrio e carola. Ogoverno israelita, que em 1967 estava ocupado

    em assuntos muito diferentes que os manuscritosdo Mar Morto; deixou ao padre de Vaux aresponsabilidade de supervisionar o trabalho deanlise e lhe deu o encargo de formar e dirigiruma equipe internacional, com o compromisso de

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    publicar o mais rpido possvel os resultados daspesquisas.

    Claramente, a expresso "equipeinternacional" faz pensar numa precisa intenode criar um grupo amplo, caracterizado pelapresena de diferentes componentes quepudessem dar garantia de uma gesto no parcialdo trabalho. Os manuscritos encontrados a KhirbetQumran abriram a porta de uma longa srie deincmodas perguntas sobre os primeiros cristos?

    De fato, nos rolos se encontram elementosque, alm de mostrar evidentes ligaes com ocristianismo das origens, pem em seria discussoalguns fundamentos da mesma doutrina e dainterpretao histrica da pessoa de Jesus Cristo.

    Em 1992, depois de 25 anos de monoplio

    absoluto da equipe, a situao comeou a mudar.Sobretudo pela enorme quantidade de crticasinternacionais contra o absurdo de um pequenogrupo de pesquisadores, tratar e controlar comopropriedade privada estes materiais arqueolgicosdaquela extraordinria importncia, e muitosdaqueles rolos acabaram sendo publicados. Masainda assim fica a suspeita que parte dos

    documentos continua ficando ignorados edesconhecidos coletividade.

    Para no falar da profunda influnciacultural, que continua a condicionar o endereointerpretativo, causado por esses mais de 25 anos

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    de monoplio. Sero precisos muitos anos para asituao se ajeitar at o ponto de poder avaliar omaterial de maneira objetiva baseada sobre

    posies realmente desinteressadas.

    16 - O ADVENTO DE CRISTO

    Nesta longa etapa denominada de "Perodode Silncio", o mundo foi preparado para a vindade Cristo atravs de vrios povos.

    O Apstolo Paulo escreveu: Mas vindo aplenitude dos tempos, Deus enviou seu filho(Gal. 4:4).

    Marcos o evangelista afirmou o mesmo noseu livro, dizendo: O tempo est cumprido e oreino de Deus est prximo (Marc. 1:15).

    interessante observar que houve umapreparao do mundo para a primeira vinda deCristo e as contribuies dos trs grandes povosdaquela poca. Verdadeiramente, havia umanecessidade, em meio dos graves problemassociais, das injustias, das desigualdades eopresso dos mais fortes sobre os desfavorecidos.

    O povo clamava por justia, por liberdade eCristo preencheu aquele vazio que era exatamenteo que as pessoas esperavam no aspecto do amor,para aliviar a dor, o sofrimento, a opresso dosmais fortes sobre os mais fracos.

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    Neste clima de expectativa e de esperana,ento foi chegado a plenitude do tempo eJesus

    instituiu seu ministrio terrestre e preparou umgrupo de abnegados apstolos para a pregao doevangelho que transformou o mundo.

    Os Judeus estavam se preparando para avinda de Cristo. Os verdadeiros e abnegadosjudeus, fiis servos de Deus, foi parte deste povoprivilegiado e guardio das Escrituras Sagradas

    como um livro divinamente inspirado e averdadeira carta aberta de Deus para ahumanidade. Como est escrito nos textosbblicos, sendo um povo divinamente preparado;escolhido para ser testemunha entre as naes;17

    As Escrituras Sagradas relatam muitasprofecias que prediziam a vinda do Messias; A

    disperso dos judeus em todo o mundo conhecido;Sinagoga onde se estudava as Escrituras queforneceriam local para a pregao do evangelho;Proselitismo que trouxe muitos gentios para ojudasmo;

    Era o povo do Livro Sagrado, interessado naprtica da religio e na busca da salvao;

    17- Mas vs sois a gerao eleita, o sacerdcio real, a nao santa, opovo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que voschamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 1 Pedro 2:9 - e vssereis para mim reino sacerdotal e nao santa. So estas as palavrasque falars aos filhos de Israel. xodo 19:6

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    Uma esperana da vinda do Messias foioferecida pelos judeus a um mundo de religiespags.

    Tambm o judasmo ofereceu, pela partemoral da Lei Judaica, o sistema de tica maisntegra do mundo. Contudo, o mais importante que os judeus prepararam o caminho para vindade Cristo pelo fornecimento de um Livro Sagrado,o Velho Testamento.

    17 - FLVIO JOSEFO

    Busto romano considerado como sendo de FlvioJosefo - Nome completo - Yosef ben MatityahuNascimento 37 d.C. ou 37 d.C. Morte

    100 d.C.

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    Flvio Josefo, ou apenas Josefo (em latimFlavius Josephus conhecido pelo seu nomehebraico Yosef ben Matityahu "Jos, filho de

    Matias") e, aps se tornar um cidado romano,como Tito Flvio Josefo (latim: Titus FlaviusJosephus), foi um historiador e apologista judaico-romano, descendente de uma linhagem deimportantes sacerdotes e reis, que registrou inloco a destruio de Jerusalm, em 70 d.C., pelastropas do imperador romano Vespasiano,comandadas por seu filho Tito, futuro imperador.

    As obras de Josefo fornecem um importantepanorama do judasmo no sculo I.

    Suas duas obras, mais importantes soGuerra dos Judeus (c. 75) e Antiguidades Judaicas(c. 94). O primeiro fonte primria para o estudoda revolta judaica que ocorreu contra Roma (66-70), enquanto, que no segundo livro h um relato

    da histria do mundo, visto sob uma perspectivajudaica.

    Estas obras fornecem informaes valiosassobre a sociedade judaica da poca, bem como operodo que viu a separao definitiva docristianismo do judasmo e as origens da DinastiaFlaviana, que reinaria de 69 a 96.18

    18- Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

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    18 - BIOGRAFIA DE FLAVIO JOSEFO

    As informaes disponveis sobre a sua vida

    so oriundas principalmente de sua autobiografia(Vida de Flvio Josefo).

    Josefo, que se apresentou em grego comoIsepos, filho de Matias, sacerdote judaico, terianascido em Jerusalm numa famlia de cohanim(sacerdotes), onde recebera uma educao slidana Tor. Sua me era descendente da famlia real

    dos Hasmoneus.

    Em plena adolescncia, ainda aos trezeanos de idade, iniciou o seu aprendizado sobretrs das quatro seitas judaicas: saduceus, fariseuse essnios, fez uma pessoal opo aos dezenoveanos de idade ao farisasmo.

    Em sua obra, Josefo atribuiu aos zelotes, aquarta seita, a responsabilidade por ter incitado efomentado a revolta contra os romanos, queconduziu destruio de Jerusalm e do Templo.

    No ano de 64 de nossa era, aos vinte e seisanos de idade, seguiu numa embaixada a Romaonde obteve, por intermdio de Popeia Sabina,

    esposa do imperador romano Nero, a libertao dealguns sacerdotes judeus condenados pelogovernador da Judeia, Marco Antnio Flix.

    Ao regressar Judeia, Jerusalmencontrava-se na imenncia da revolta. Josefo

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    procurou dissuadir os lderes, mas os seusesforos foram inteis. Os revoltosos j haviamtomado a Fortaleza Antnia.

    Neste interim Josefo, com receio de seracusado de partidrio dos romanos, refugiou-se noTemplo. Entretanto, aps a morte de Manam edos principais lderes da revolta, uniu-se aossacerdotes do Sindrio (Sanhedrin) que, naquelemomento, aguardavam a chegada das tropas deCssio para sufocar a revolta, o que no se

    concretizou porque esta tropa foi derrotada pelosrevoltosos.

    Em seguida, foi enviado pelo Sindrio para aGalileia. sua chegada, relatou a Jerusalm queos galileus estavam prestes a marchar sobreSforis, cidade leal a Roma. Foi designado ento,pelo Sindrio, para governar militarmente a

    provncia, que fez fortificar.

    Defrontou-se com a oposio dosextremistas liderados por Joo de Giscala, que oacusavam de tender contemporizao.

    Galileia, governada brevemente por

    Josefo. Enfrentou as foras de Plcido, enviadaspor Gstio Galo para a regio. Em 67, as tropas deVespasiano tomaram Jotapata, ento FlvioJosefo, com quarenta homens, escondeu-se emuma cisterna.

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    Com a descoberta do esconderijo, foi-lhesproposto que se rendessem, em troca, de suasprprias vidas. Josefo teria sugerido ento um

    mtodo de suicdio coletivo: tirariam a sorte ematariam se uns aos outros, de trs em trspessoas; restaram apenas Josefo e mais umhomem.

    H quem veja o ocorrido como umproblema matemtico, por vezes designado comoproblema de Josefo ou Roleta Romana. Josefo

    convenceu este seu soldado a se entregar entos foras romanas que invadiram a Galileia, emjulho de 67, tornando-se prisioneiro de guerra.

    As tropas romanas do imperador romano,(Flvio) Vespasiano, eram comandadas por seufilho, Tito, ele prprio futuro imperador. Em 69,Josefo foi libertado e, de acordo com seu prprio

    relato, teria tido um papel de relevo comonegociador com as tropas de resistncia durante ocerco de Jerusalm, em 70, fazendo discursosincitando os revoltosos ao arrependimento, semque fosse ouvido.

    Viajou para Roma, aps a queda deJerusalm, foi bem aceito, assumindo o nome

    romano de seu protetor Flvio Vespasiano, erecebido a cidadania romana. Passou tambm areceber uma generosa penso.

    Alm disso, tratou de aumentar suasrendas, obtendo permisso de Vespasiano para,

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    filhos, Flvio Justo (Flavius Justus) e FlvioSimnides Agripa (Flavius Simonides Agrippa).

    A vida de Flvio Josefo recheada deambiguidades; para seus crticos, ele nuncaexplicou satisfatoriamente seus atos durante aGuerra Judaica, justificando como, por que ele noteria cometido suicdio na Galileia, com seuscompanheiros, e por que, depois de sua captura,submeteu aos romanos?

    Seus crticos, no entanto, ignoram o fato deque Simo Bar Giora e Joo de Giscala, amboszelotes extremistas e grandes oponentes de Josefopermaneceram em Jerusalm e lideraram oscombates contra os romanos em sua ltima etapa,preferiram num momento de honestidade avida ao suicdio, e humildemente se renderam aosromanos.

    Aqueles que viram Josefo como um traidor einformante tambm questionaram suacredibilidade como historiador desprezandosuas obras como propaganda romana ou umaapologtica pessoal, destinada a reabilitar suareputao histrica.

    Mais recentemente, os crticos vmreavaliando as vises pr-concebidas de Josefo.Um argumento importante a comparao entreos danos causados por seus atos e aqueles dosidealistas que reprovaram seu comportamento;enquanto Josefo teria sido responsvel pelo

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    suicdio de alguns soldados, pela humilhaotemporria de um exrcito enfraquecido e pelotranstorno de uma esposa, os bons, leais,

    idealistas e corajosos, devotos e patriticos lderesde Jerusalm tinham sacrificados dezenas demilhares de vidas causa da liberdade.

    Os generais romanos Tito e Vespasianosacrificaram dezenas de milhares de judeus, mas causa da ordem civil, e at mesmo Agria II, o reida Judia, cliente romano, que fez tudo o que

    podia para evitar a guerra, acabousupervisionando a destruio de meia dzia decidades e a venda de seus habitantes comoescravos.

    Josefo foi sem dvida alguma, umimportante apologista, no mundo romano, para acultura e o povo judaico, particularmente numa

    poca de conflito e tenso.

    Aparentemente sempre demonstrou ser, pelomenos em seus prprios olhos, um judeu leal ecumpridor das leis. Fez tudo o que podia paraindicar o judasmo aos gentis letrados, e parainsistir sobre sua compatibilidade com opensamento aculturado greco-romano.

    Constantemente se manifestou a respeito daantiguidade da cultura judaica, apresentando seupovo como civilizado, devoto e filosfico. Ohistoriador Eusbio relata que uma esttua deJosefo teria sido erguida em Roma.

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    OBRAS - Escreveu um relato da GrandeRevolta Judaica, dirigida comunidade judaica da

    Mesopotmia, em lngua aramaica. Escreveu,depois, em grego, outra obra de estilo histricoque abarcava o perodo que vai dos Macabeus at queda de Jerusalm.

    Este livro, a Guerra dos Judeus, foipublicado em 79. A maior parte do livro diretamente inspirada, relata os fatos de sua

    prpria vida e experincia militar e administrativa.

    As Antiguidades Judaicas (escritas cercado ano de 94 em grego) a histria dos Judeusdesde a criao do Gnesis at irrupo daguerra da dcada de 60. Acrescentou, no final, umapndice autobiogrfico onde defendeu a suapolmica posio de colaboracionista em relao

    aos invasores romanos.

    Seu relato, ainda que com um paralelismoevidente em relao ao Antigo Testamento, no idntico ao das escrituras sagradas. H quemdefenda que estas diferenas se devam possibilidade de Josefo ter tido acesso adocumentos antigos (que remontariam at

    poca de Neemias) que teriam sobrevivido destruio do templo.

    A maior parte