a atuaÇÃo do pedagogo como mediador no processo de ensino e · orientadores de educação do...
TRANSCRIPT
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
MARLI JULIETA DE OLIVEIRA MATTOS MARTINS
UNIDADE TEMÁTICA
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO COMO MEDIADOR NO PROCESSO
DE ENSINO E APRENDIZAGEM.
LONDRINA
2011
MARLI JULIETA DE OLIVEIRA MATTOS MARTINS
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO COMO MEDIADOR NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM.
Unidade Temática apresentada como produção Didático Pedagógica como requisito parcial do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010, sob orientação do Professor Edmilson Lenardão.
LONDRINA
2011
SUMÁRIO
Apresentação---------------------------------------------------------------------------------------4
Capítulo 1 – Histórico do Pedagogo---------------------------------------------------------5
Capítulo 2 – A Função do Pedagogo--------------------------------------------------------8
Capítulo 3 – A Atuação do Pedagogo como Mediador no Processo de Ensino
e Aprendizagem-----------------------------------------------------------------------------------12
Capítulo 4 – Orientações do Uso da Produção Didático-Pedagógica aos
Professores----------------------------------------------------------------------------------------15
Capítulo 5 – Proposta de Avaliação da Produção Didático-Pedagógica-------17
Capítulo 6 – Recomendações de Leituras e Sites--------------------------------------18
Referências-----------------------------------------------------------------------------------------19
Apresentação
A Unidade Temática Apresentada como Produção Didático Pedagógica do
Professor PDE - 2010, tem como base os estudos desenvolvidos na I e II etapa do
Programa de Desenvolvimento Educacional, sob a orientação do Professor Edmilson
Lenardão da Universidade Estadual de Londrina – UEL no ano de 2010. O tema de
estudo referencia o Trabalho do Pedagogo na Escola Pública da Rede Estadual
Paranaense.
Esta proposta pauta-se na atuação do Pedagogo como mediador no
processo de ensino e aprendizagem na escola. Assim, abordaremos o papel deste
profissional na sistematização das ações e organização do trabalho pedagógico.
Esse trabalho tem o propósito de retomar a reflexão sobre a forma como o
Pedagogo pode contextualizar as teorias pedagógicas e conhecimentos para a
efetivação de sua prática na escola, conforme requer as atribuições deste
profissional.
A partir das considerações citadas, ressaltamos as reflexões da prática
pedagógica e do papel do professor pedagogo na escola, objetivando a viabilização
e articulação no processo de ensino e aprendizagem, com a finalidade de subsidiar
o trabalho coletivo, possibilitando à escola melhor compreensão de sua função e a
eventual necessidade de mudança em suas práticas.
Capítulo 1 – Histórico do Pedagogo
Considerando as situações educacionais ocorridas em cada momento
histórico o Profissional Pedagogo destacou-se, conforme mencionado nas leis de
diretrizes e bases da educação nacional.
A Lei n.º 4.024, de 20 de dezembro de 1961 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB), destaca normas para a formação do Orientador
Educacional em seus artigos:
Art. 62. A formação do orientador de educação será feita em cursos especiais que atendam às condições do grau do tipo de ensino e do meio social a que se destinam.
Art. 63. Nas faculdades de filosofia será criado, para a formação de orientadores de educação do ensino médio, curso especial a que terão acesso os licenciados em pedagogia, filosofia, psicologia ou ciências sociais, bem como os diplomados em Educação Física pelas Escolas Superiores de Educação Física e os inspetores federais de ensino, todos com estágio mínimo de três anos no magistério.
Art. 64. Os orientadores de educação do ensino primário serão formados nos institutos de educação em curso especial a que terão acesso os diplomados em escolas normais de grau colegial e em institutos de educação, com estágio mínimo de três anos no magistério primário.
A partir de 1962 ocorreram mudanças e persistiram até 1969, o Curso de
Pedagogia foi reorganizado, instituindo-se as habilitações de acordo com a Lei
5.540/68.
A Lei n.º 5.540, de 28 de novembro de 1968, trata da reforma do Ensino
Superior, destaca no artigo 30, “o preparo de especialistas destinadas ao trabalho de
planejamento, supervisão, administração, inspeção e orientação no âmbito de
escolas e sistemas escolares, far-se-á em nível superior”.
A Lei da Reforma Universitária n.º 5.540, de 1968, facultava à graduação em Pedagogia, a oferta de habilitações: Supervisão, Orientação, Administração e Inspeção Educacional, assim como outras especialidades necessárias ao desenvolvimento nacional e às peculiaridades do mercado de trabalho (CEE, parecer 576/07).
Em 1969, o Parecer C.F.E. n.º 252, e a Resolução C.F.E. n.º 2, que dispunham sobre a organização e o funcionamento do curso de Pedagogia, indicavam como finalidade do curso preparar profissionais da educação
assegurando possibilidade de obtenção do título de especialista, mediante complementação de estudos (CEE, parecer 576/07).
A Resolução C.F.E. n.º 2/1969 determinava que a formação de professores para o ensino normal e de especialistas para as atividades de orientação, administração, supervisão e inspeção, fosse feita no curso de graduação em Pedagogia, de que resultava o grau de licenciado[...](CEE, parecer 576/07).
Lei n.º 5692/71, de 11 de agosto de 1971, “Fixa Diretrizes e Bases para o
Ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências”. Destacando em seu artigo 33, “A
formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e
demais especialistas de educação será feito em curso superior de graduação, com
duração plena ou curta ou de pós graduação”.
Em conformidade com a Lei n.º 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, e as
regulamentações pelo Ministério de Educação e pelo Conselho Nacional de
Educação ocorreram manifestações dos educadores em todos os níveis de ensino
visando rediscutir a formação dos profissionais da educação.
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional (LDB n.º 9394/96).
O Curso de Pedagogia no decorrer da sua história atravessou diversas
mudanças em todo o processo de implementação, mas não demonstra clareza
sobre as especialidades e generalidades na formação do trabalho pedagógico
quanto à atuação destes profissionais na escola.
No Estado do Paraná a Lei Complementar 103/04, dispõe sobre o Plano de
Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica, em seu capítulo III
que trata dos conceitos fundamentais, o artigo 4º inciso V, que define a
denominação Professor:
V – PROFESSOR: servidor público que exerce docência, suporte pedagógico, direção, coordenação, assessoramento, supervisão, orientação, planejamento e pesquisa exercida em Estabelecimentos de Ensino, Núcleos Regionais da Educação, Secretaria de Estado da Educação e unidades a ela vinculadas;
A referida Lei Complementar 103/04 no capítulo X das disposições gerais,
transitórias e finais, seção I – das disposições gerais, trata da transformação do
Professor Especialista de Educação para o cargo de Professor, ficando enquadrados
no Plano de Carreira conforme artigos 33 e 39:
Art. 33. Os cargos de Professor e Especialista de Educação, que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de Professor, sendo que os ocupantes dos referidos cargos ficam enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor, obedecidos os critérios estabelecidos nesta Lei.
Art. 39. Ficam considerados em extinção, permanecendo com as mesmas nomenclaturas, os cargos de Orientador Educacional, Supervisor Educacional, Administrador Escolar na medida em que vagarem, assegurando-se tratamento igual ao que é oferecido na carreira, para aqueles que se encontram em exercício (PARANÁ, 2004).
Questões para reflexão
Os desafios diante do Professor Pedagogo no contexto educacional são
muitos, a todo instante ele se defronta com questionamentos sobre o seu papel, no
coletivo da escola e em todos os espaços. Portanto, a questão norteadora deste
projeto é a seguinte:
• De acordo com a Política Educacional e o Sistema de Ensino de que
forma situar o professor pedagogo no exercício da sua prática
pedagógica?
Capítulo 2 – A Função do Pedagogo
No decorrer da história educacional brasileira, o pedagogo apresenta-se
como um profissional que desde o principio da sua profissão até os momentos
atuais, sofre uma descaracterização, visto que não conquistou sua identidade e seu
espaço.
Neste contexto, evidencia-se o que vivemos hoje diante de uma política
educacional que tem como pressuposto a valorização do papel do pedagogo, mas
que na prática se revela o fato de que não são oferecidas as reais condições para
que ela seja efetivada. Interessa da mesma forma perguntar se essa falta de
condições concretas não esta também na compreensão caótica e funcionalista do
papel do pedagogo o qual está instalado na cultura escolar (PARANÁ - SEED).
De acordo com o histórico apresentado, conclui-se que o Curso de
Pedagogia, enfrenta muitas mudanças que refletem no perfil do profissional
pedagogo para a adequação às necessidades emergenciais do meio educacional.
Segundo Libâneo:
As questões referentes ao campo de estudo da pedagogia da estrutura do conhecimento pedagógico, da identidade profissional do pedagogo, do sistema de formação de pedagogos e professores, freqüentam o debate em todo o país há quase vinte anos nas várias organizações cientificas e profissionais de educadores. (LIBÂNEO, 2007, p. 25).
Historicamente, este papel foi definido, também, pela lógica economista.
Enquanto na fábrica o trabalho fragmentado do modelo de produção taylorista exigia
um rigoroso controle de tempos e ritmos marcados pelo supervisor de fábrica, na
escola este mesmo perfil de trabalho era exigido e controlado pelo supervisor
escolar. O modelo fabril acabou refletindo na escola a figura do pedagogo
especialista, traduzindo pela lógica do supervisor e orientador escolar. Esta visão
dualizou não somente o papel do pedagogo como o próprio ensino e aprendizagem.
Neste sentido, fragmentou a relação professor e aluno, “psicologizou” as relações e
burocratizou os processos pedagógicos (PARANÁ - SEED).
Diante das Contradições Sociais, Históricas e Estruturais citamos que:
O papel do supervisor e do orientador foram fortemente valorizados pelas práticas tecnicistas, que colocavam no supervisor escolar a figura do burocrata da educação. Facilmente essa função era assumida por
professores de outras áreas que se incumbiam de uma tarefa essencialmente funcionalista, acabava secundarizando a função de acompanhamento da Organização do Trabalho Pedagógico e cada vez mais afastando-se do professor. Em contrapartida o papel do orientador escolar confundia-se com o espírito assistencialista de uma época marcada por programas compensatórios de compensação da privação cultural, da pobreza e da exclusão social. Ambos os papeis estavam essencialmente em consonância com o papel da escola como reprodutora da hegemonia dominante que dualiza, segrega e burocratiza as relações. Dualização esta que, inevitavelmente, refletia-se na própria dicotomização entre o ensinar e o aprender (PARANÁ - SEED).
Nesse sentido, o Estado do Paraná destacou-se no desenvolvimento das
políticas públicas educacionais, mas se tratando do profissional pedagogo
designado para cumprir o papel de dualização funcional no exercício de sua prática,
não elucida as especificidades e generalidades próprias da função.
Considerando que a função de especialista em educação foi unificada, a
partir destas mudanças o orientador educacional e supervisor escolar, passaram a
compor a equipe pedagógica, assumindo o cargo de Professor Pedagogo.
Segundo Libâneo:
Existem escolas em que a coordenação restringe-se à disciplina em que o coordenador é especialista; em outros, a coordenação se faz em relação a todas as disciplinas. Outra atribuição que cabe ao coordenador pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente no que se refere ao funcionamento pedagógico curricular e didático da escola e comunicação e interpretação da avaliação dos alunos (LIBÂNEO, 2004, p. 130).
De acordo com o Edital n.º 37/2004 da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná, que menciona a descrição das atividades genéricas do professor
pedagogo nos estabelecimentos de ensino de educação infantil, educação
profissional, ensino fundamental e ensino médio da rede estadual do Paraná:
Destacam-se entre as inúmeras atribuições do professor pedagogo, coordenar a
elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político-pedagógico e do
plano de ação da escola; coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta
curricular da escola, a partir das políticas educacionais da SEED/PR e das Diretrizes
Curriculares Nacionais do CNE; participar e intervir, junto à direção, da organização
do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a
especificidade da educação escolar; subsidiar o aprimoramento teórico-
metodológico do coletivo de professores da escola, e atuar, na elaboração de
projetos de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem
identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para que o
processo de socialização do conhecimento científico e de construção do saber
realmente se efetive; informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do
aproveitamento escolar, de forma a promover o processo de reflexão-ação sobre os
mesmos para garantir a aprendizagem de todos os alunos; dando encaminhamento
das ações a partir de estudos e reflexões coletivas com o compromisso pelo trabalho
pedagógico didático desenvolvido na escola dos profissionais que nela atuam
destacando a coordenação do trabalho coletivo na escola de forma a propiciar a
participação, promoção e intervenção na organização e efetivação do trabalho
pedagógico escolar; coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento
do Regimento Escolar da escola, garantindo a participação democrática de toda a
comunidade escolar. As inúmeras atribuições do pedagogo descritas no referido
edital são sustentadas fortemente pelo projeto político pedagógico da escola e
regimento escolar.
As discussões em torno da legitimação do papel do pedagogo e da escola
trazem de volta à necessidade de um pensar coletivo para que todos os profissionais
da escola, bem como pais e alunos, tenham clareza sobre as especificidades e
generalidades da função pedagógica. Embora não negligencie as relações mais
pontuais, ao pedagogo não cabe abarcar para si todas as situações diárias que
venham inviabilizar a sua função precípua da escola hoje situada no contorno social,
econômico e político. Pedagogo “faz tudo” acaba não fazendo nada, se envolve com
funções que, a priori, devem ser discutidas no interior da escola, questões do
cotidiano escolar não devem extrapolar seu tempo e espaço do fazer pedagógico,
questões estas que não seriam tão marcantes caso o papel da escola hoje fosse
entendido como compromisso social e político de todos os envolvidos na educação,
portanto devem ser discutidas num projeto coletivo (PARANÁ - SEED).
Sobre a Secundarização do Papel do Pedagogo, citemos Saviani:
Na verdade, tal desvio é hoje regra em nossas escolas: da exaltação aos movimentos de 64 à curiosidade pelo índio, da veneração às mães às festas juninas, das homenagens aos soldados ao cultivo do folclore e às loas à criança, encontra-se tempo para tudo na escola. Mas muito pouco tempo é destinado ao processo de transmissão-assimilação de conhecimentos elaborados cientificamente. Cumpre reverter essa situação. Vocês, pedagogos, têm uma responsabilidade grande nesse esforço de reversão. Enquanto especialistas em pedagogia escolar cabe-lhes a tarefa de
trabalhar os conteúdos de base científica, organizando-os nas formas e métodos mais propícios à sua efetiva assimilação por parte dos alunos. (Saviani 1985, p. 28):
Questões para Reflexão
• Por que o Professor Pedagogo não exerce sua real função, ficando
assim, cada vez mais distante do seu verdadeiro papel e perdendo sua
própria identidade?
Quem é o Pedagogo?
Qual o seu papel na prática escolar?
Capítulo 3 – A Atuação do Pedagogo como Mediador no Processo
de Ensino e Aprendizagem.
Atuação do Professor Pedagogo é de construir e desencadear ações
políticas pedagógicas afim de estabelecer entre os envolvidos a renovação e a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem, cuja finalidade é a formação do
aluno.
Partindo do pressuposto de que o fenômeno pedagógico é o centro do
trabalho do professor pedagogo e compreende todas as atividades teórico-práticas
desenvolvidas no processo educativo escolar é emergencial enfrentar os desafios e
assumir nosso verdadeiro papel.
Evidencia-se durante os cursos de formação continuada que se faça uma
reflexão mais profunda sobre a atuação do professor pedagogo como mediador no
processo de ensino e aprendizagem, cujo papel é de suma importância para a
equipe pedagógica, tendo como compromisso a orientação e apoio aos professores,
norteando seu trabalho em direção de um ambiente decisório coletivo.
Conforme o Edital n.º 37/2004 da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, entre as inúmeras atribuições do professor pedagogo, ressaltamos que o
papel do professor pedagogo é participar e intervir, junto à direção, na organização
do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a
especificidade da educação escolar; subsidiar o aprimoramento teórico-
metodológico do coletivo de professores da escola, e atuar, na elaboração de
projetos de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem
identificadas em sala de aula; dando encaminhamento das ações a partir de estudos
e reflexões coletivas com o compromisso pelo trabalho pedagógico didático
desenvolvido na escola dos profissionais que nela atuam, destacando a
coordenação do trabalho coletivo na escola de forma a propiciar a participação,
promoção e intervenção na organização e efetivação do trabalho pedagógico
escolar.
O Edital 10/2007 GS/SEED, que regulamenta “as normas relativas à
realização do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de Professor
Pedagogo”, em seu item 2 que trata “Do Cargo” e no item 2.5 menciona a “Descrição
das Atividades do Cargo”, ressalta a coordenação e a elaboração coletiva e o
acompanhamento na efetivação do Projeto Político Pedagógico e do Plano de Ação
da Escola, a organização do trabalho pedagógico e elaboração de propostas de
intervenção na realidade da escola e atividades que levem à efetivação do processo
de ensino e aprendizagem de modo a garantir o atendimento as necessidades do
educando.
Destacamos entre as inúmeras atribuições do professor pedagogo,
coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político
Pedagógico e do Plano de Ação da Escola.
O Projeto Político Pedagógico, elaborado coletivamente e sistematizado de
forma a garantir a efetivação do processo de ensino e aprendizagem, levando em
conta que a concretização desse processo se faz pela apropriação do conhecimento
historicamente produzido, à classe que freqüenta a escola pública [...] que precisa
da escola para ter acesso ao saber erudito, ao saber sistematizado e, em
conseqüência, para expressar de forma elaborada os conteúdos da cultura popular
que correspondem aos seus interesses (SAVIANI, 2005, p. 80).
A realização do Projeto Político Pedagógico possibilita o conhecimento das
ações desenvolvidas pelo coletivo da escola, sendo base de diálogo e reflexão para
toda a equipe escolar. Deve ser ressaltado que uma prática de reflexão coletiva não
é algo que se atinge de uma hora para outra, sendo a escola uma realidade
complexa. Cada escola encontra uma realidade, uma trama, um encontro de
circunstância e de pessoas que deve ser levado em consideração para a efetivação
de seu projeto (PPP).
A conquista do sentido político e pedagógico do pedagogo transcende as
funções burocratizantes, disciplinadoras e fragmentadoras do processo pedagógico.
Para tal exige a reflexão e tomada de consciência do seu legítimo papel por parte de
toda a escola (PARANÁ - SEED).
De fato não podemos abrir mão dessa luta histórica, é preciso que a
compreensão deste papel seja condição de todo o coletivo escolar e em primeiro
plano do próprio pedagogo, uma vez que sua função precípua muitas vezes fica
imiscuída pelo fazer diário (PARANÁ - SEED).
Considerando as inúmeras funções que são atribuídas ao professor
pedagogo no cotidiano da escola, demonstram a secundarização da escola e do
papel do pedagogo, porém a falta de informação e interação do coletivo reflete em
toda comunidade escolar que não tem clareza desse papel, atribuindo funções
secundárias, distanciando-se do objetivo principal como mediador no processo de
ensino e aprendizagem e a concretização dos conhecimentos elaborados
cientificamente.
Segundo SAVIANI (1985):
Pedagogo é aquele que possibilita o acesso a cultura, organizando o processo de formação cultural. É pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se conecta ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. (...) A palavra pedagogia traz sempre ressonâncias metodológicas, isto é, de caminho através do qual se chega a determinado lugar. Alias, isto já esta presente na etimologia da palavra, conduzir (por um caminho) até determinado lugar. (SAVIANI, 1985).
Questões para Reflexão
• O Professor Pedagogo está realmente comprometido com seu trabalho
pedagógico e, consequentemente, na efetivação das propostas
educacionais?
• Por que, e em que medida, estamos sempre aquém do ideal e presos nas
amarras de um real contraditório? (PARANÁ – SEED)
Capítulo 4 – Orientações do Uso da Produção Didático Pedagógica
aos Professores
Propostas de Trabalho
Reunião com os Pedagogos e Professores da escola para apresentação da
Produção Didático Pedagógica com o objetivo de promover momentos de reflexão
sobre a atuação do pedagogo na intervenção da prática pedagógica, na efetivação
do processo de ensino e aprendizagem e a concretização do conhecimento do
aluno.
Diante deste grande desafio, faz-se necessário implementar um amplo
processo de sensibilização, conscientização e formação continuada que contemple a
valorização e responsabilidade de todos os envolvidos no processo educacional,
identificando-se com a realidade escolar.
No decorrer dos trabalhos será encaminhada a elaboração de um roteiro de
estudos com o propósito de redimensionar o trabalho pedagógico em sua prática.
Serão realizados estudos em grupos com Pedagogos e Professores para
subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico desses profissionais. Sendo cada
grupo formado por um pedagogo e os demais professores, propondo à seleção de
textos, em seguida leitura e análise na perspectiva da pedagogia histórico critica, a
partir deste pretende-se com maior aprofundamento promover uma discussão e
reflexão, decorrentes da sistematização do trabalho docente na construção do
processo de produção do conhecimento elaborado cientificamente.
Oficinas pedagógicas realizadas em grupos com estudos sistemáticos de
textos, confrontando idéias e trocas de experiências, em seguida promovendo um
debate numa perspectiva mobilizadora, contrapondo conhecimentos teóricos,
metodológicos e práticos.
Durante a implementação da proposta será formado um grupo de estudos,
para acompanhar a sistemática de trabalho e dos temas propostos, tendo como
desafio o pedagogo responsável como articulador e mediador no processo de ensino
e aprendizagem e quanto aos docentes o desafio de uma prática pedagógica
direcionada à emancipação do aluno, proporcionando o acesso aos conhecimentos
teóricos relevantes para sua formação e inserção no mundo.
Capítulo 5 – Proposta de Avaliação da Produção Didático-
Pedagógica
A avaliação será por meio de registro sobre aspectos relevantes
considerados pelos participantes do grupo de estudos.
Durante a implementação da proposta serão realizados debates sobre o
tema abordado, a partir da investigação da realidade escolar com a intenção de
provocar questionamentos e mudanças que possam intervir na prática pedagógica.
No final desta etapa os participantes farão uma síntese conclusiva,
pontuando os aspectos positivos e negativos e sua contribuição na efetivação do
processo de ensino e aprendizagem do aluno.
Capítulo 6 – Recomendações de Leituras e Sites
A proposta deste material didático pedagógico tem como apoio aos
pedagogos e professores as seguintes recomendações:
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê?. 4.ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação – SEED. Edital nº. 10/2007 –
GS/SEED. Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br>
______. Gabinete da Secretária. Edital nº 37/2004. Atividades genéricas do
professor pedagogo no ensino da rede estadual do Paraná. Paraná: SEED, 2004.
SAVIANI. Escola e Democracia. 41. ed. Revista. Campinas: Autores Associados,
2009.
______. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 9. ed. Campinas:
Autores Associados, 2005.
______, Sentido da Pedagogia e Papel do Pedagogo. In: Revista da ANDE, São
Paulo, n. 9, p. 27-28, 1985
SEEDPR<http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=9
SEEDPR<http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/Texto_albertoni_lentz.pdf
YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educ. Soc. Campinas, vol., 28
n.º101. set/dez. 2007. http://www.cedes.unicamp.br
REFERÊNCIAS
BRASIL. Congresso Nacional. Lei 4.024, de 20 de dezembro 1961. Fixa as
Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial da União, 21 dez. de
1961.
______. Lei n.º 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e
funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540>.
Acesso em: 10 maio 2011.
______. Lei n.º 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o
ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/5/>. Acesso 10 maio 2011.
______. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Legislação Básica da Educação. Brasília, 1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê?. 9.ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Lei Complementar 103/04 - Plano
de Carreira dos Professores. Fevereiro de 2004.
http://www.app.com.br/portalapp/legislacao_estadual.php?id1=13
______. Secretária de Estado da Educação – SEED. Parecer 576/07 Disponível em: <http://www.cee.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/Pareceres%202007/pa_576_07.pdf>
______. Secretária de Estado da Educação. Gabinete da Secretária. Edital nº
37/2004. Atividades genéricas do professor pedagogo no ensino da rede estadual do
Paraná. Paraná: SEED, 2004.
______. Secretária de Estado da Educação. Edital nº. 10/2007 – GS/SEED.
Disponível em: http://www.seed.pr.gov.br Acesso em 17/05/2011
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Altair Mongruel – Ensino
Fundamental, Médio e Normal, Ortigueira – PR. Junho/2010
SAVIANI, Demerval. Sentido da Pedagogia e Papel do Pedagogo. In: Revista da
ANDE, São Paulo, n. 9, p. 27-28, 1985
______. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 9. ed. Campinas:
Autores Associados, 2005.
SEEDPR<http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=9> acesso em 17 de maio de 2011.
SEEDPRhttp://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/Texto_albertoni_lentz.pdf
acesso de 17 de maio de 2011.