a arte de escrever histórias

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Escrito para jovens interessados em conhecer as bases da “arte de escrever histórias”, este livro aborda aspectos importantes para quem gosta de escrever, mas não sabe por onde começar ou como desenvolver a ideia que tem na cabeça. Ele é apenas o ponto de partida para quem quiser refletir sobre a prática fascinante da criação literária.

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Page 1: A Arte de Escrever Histórias
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Page 6: A Arte de Escrever Histórias

Copyright © 2010 Editora Manole Ltda., por meio de contrato com a autora.

Amarilys é um selo editorial Manole.

Este livro contempla as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

Projeto gráfico e editoração eletrônicaDepto. editorial da Editora Manole

Capa e ilustraçõesNik Neves

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Soares, Esther ProençaA arte de escrever histórias / Esther Proença Soares. – Barueri, SP: Manole, 2010.Bibliografia.ISBN 978-85-204-2963-11. Literatura infanto-juvenil I. Título.

09-08649 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:1. Literatura infanto-juvenil 028.52. Literatura juvenil 028.5

Todos os direitos reservados.Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox.

A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.

Editora Manole Ltda.Av. Ceci, 672 – Tamboré06460-120 – Barueri – SP – BrasilTel. (11) 4196-6000 – Fax (11) [email protected]

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

Page 7: A Arte de Escrever Histórias

À memória de minha mãe, que sempre nos dava montanhas de coisas mágicas

para “brincarmos de teatrinho”, e de meu pai, um grande contador de causos.

Para toda essa enorme e querida família que nasceu de mim e com quem aprendo

a não envelhecer.

A todos os meus mestres – escritores, professores, amigos – que também me

ajudaram a ser como sou.

Para minha saudosa e inesquecível “Emiliazinha” particular, Ligia Assumpção Amaral.

Page 8: A Arte de Escrever Histórias
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“Emília, de testinha franzida, não sabia como começar.

Isso de começar não é fácil. Muito mais simples é acabar.

Pinga-se um ponto final e pronto; ou então escreve-se um latinzinho:

FINIS. Mas começar é terrível.”

De Monteiro LobatoEm “Memórias da Emília”

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IX

Agradecimentos(por ordem de “entrada em cena”)

A Mirna Pinsky, incentivadora, mobilizadora, conse-lheira e, mais que tudo, amiga.

A Márcia Lígia Guidim e sua impiedosa, indispensá-vel e salvadora caneta vermelha.

A Nelly Novaes Coelho, lição de Vida, e sua leitura tão estimulante.

A Tatiana Belinky, com quem reaprendo a cada en-contro e sempre.

A Milton Hatoum, que de peito aberto trouxe sua fala porque acreditou em mim.

A Ricardo Azevedo, colega na arte de ensinar e mes-tre na arte de escrever.

A Fanny Abramovich e o encantamento de suas sur-preendentes luminescências verbais.

A Jobi Espasiani e seu necessário pente fino de lin-guista.

A Elisa Guimarães, mestra e amiga e sua leitura atenta.A Maria Tereza Perez Soares, pela cuidadosa leitura

profissional.Aos amigos que pacientemente ouviram os vaivéns

desses anos de fermentação.

Page 12: A Arte de Escrever Histórias

Para começar XII

Capítulo IComo nasce a história? Ideias e tema 1

Capítulo IIQuem vive a história? 7

Capítulo IIIPara quem você quer escrever? 21

Capítulo IVQuem conta a história? 27

Capítulo VGêneros literários 41

Capítulo VIO diálogo merece um capítulo especial 47

Capítulo VIIQuando acontece a história? O tempo 63

X

Sumário

Page 13: A Arte de Escrever Histórias

XI

Capítulo VIIIOnde acontece a história? O espaço 71

Capítulo IXAfinal, o que é uma história? 77

Capítulo XComo contar a história que você tem na cabeça 81

Capítulo XIO estilo 97

Capítulo XIIUm exercício útil 107

Para terminar nossa conversa 109

Falas de gente que escreve livros 114

Referências bibliográficas 129

Page 14: A Arte de Escrever Histórias

XII

Para começar

Caro leitor,

Você gosta de ler, gosta de ouvir e também de escrever histórias? É por isso que está abrindo este livro?

Imagino que seja porque, em primeiro lugar, você tem vontade de contar suas ideias para ou-tras pessoas, quer dividir com elas seus pensamen-tos, coisas que viu, histórias alegres, ou às vezes tristes, que vêm à sua cabeça. Mas também por-que gosta de palavras: elas fazem uma coceguinha agradável no seu ouvido, e essa verdadeira músi-ca das palavras enche você de prazer, não é?

Pois então, é com você mesmo que eu quero bater este papo, é para você que eu escrevi este li-vro, pois gostaria de lhe dar algumas sugestões.

Page 15: A Arte de Escrever Histórias

XIII

Estou falando em “sugestões” porque nem sem-pre as coisas acontecem conforme vou lhe propor. Elas são apenas o ponto de partida para quem qui-ser refletir sobre a arte de escrever histórias.

Escritores são como pássaros, soltos, livres, que podem voar em qualquer direção. A gente nun-ca sabe onde nascem as ideias deles e para onde eles vão nos conduzir nos seus voos literários. O bom é isso! A surpresa! Se nós, leitores, soubés-semos o que vai acontecer, como vai acontecer, qual é o final da história… Que coisa mais sem graça!… Logo fecharíamos o livro sem acabar de ler. Isso já aconteceu com você?

Não olhe para estas sugestões que vou lhe dar como se fossem o único mapa para guiar os seus passos até o tesouro: a história que você quer es-crever.

É comum as ideias ficarem se acotovelando na cabeça do autor, embaralhadas; ele sabe claramen-te que quer escrever, mas… como pensava a Emí-lia: “Isso de começar não é fácil”.

E não é mesmo… Histórias podem ser inventadas ou podem ser

o relato da realidade. O que vale é o jeito de con-

Page 16: A Arte de Escrever Histórias

XIV

tá-las, transformando-as em Literatura, em Arte, portanto.

Antes de começarmos, você gostaria de saber quem sou eu? Vou lhe contar apenas algumas coi-sas sobre a minha vida.

Tive a sorte de crescer alimentada por livros que meu pai trazia todas as semanas. Na minha in-fância não havia televisão nem internet e as nos-sas grandes distrações eram jogar, brincar, bater papo, tocar algum instrumento, cantar e ler, ler e ler muito. Eu também gostava de brincar de tea-tro e de “brincar de escolinha” – claro que eu era a professora! Uma professora brava e exigente, como eu via na minha sala de aula de verdade.

E é isso que tenho feito em toda a minha vida: ser professora, mais do que qualquer outra coisa. Vivi sempre no meio de crianças, filhos, sobrinhos, netos e muitos alunos que vêm à minha casa para “quebrar galho” porque andam mal na escola e pre-cisam de ajuda extra.

Estou lhe contando isso para dizer que tenho aprendido muito, mas muito mesmo, com toda essa gente. Cada dúvida me faz quebrar a cabeça para entender o porquê das suas dificuldades. A verda-

Page 17: A Arte de Escrever Histórias

XV

de é que nem sempre o problema é do aluno. Mui-tas vezes, é do professor que não sabe ensinar.

A vontade de ajudar foi criando essa minha “cabeça de relojoeiro”: quero sempre saber como é que as coisas funcionam por dentro. Por que é bom? eu me pergunto. Por que é ruim? Por que não funciona?

Por isso comecei a “desmontar” também os tex-tos das histórias para entender por que as crian-ças acham alguns tão legais e outros tão chatos. Foi então que nasceu minha vontade de escrever este livro.

Ele não conta nenhuma história. Somos ape-nas nós dois, você e eu, conversando sobre “a arte de escrever histórias”. (Uma conversa meio esqui-sita porque não posso ouvir sua fala. Posso apenas imaginar como você seja.)

É para ser lido – e relido – bem devagarzinho, para ficar pensando em cada capítulo, em como ele pode ser usado nos textos que você escreve.

Ele foi escrito em capítulos para facilitar a aná-lise sobre um dos jeitos de escrever histórias. Digo “um dos jeitos” porque são muitos os caminhos e, pouco a pouco, você irá descobrir o seu.

Page 18: A Arte de Escrever Histórias

XVI

Inventei alguns textos para servirem de exem-plos. Outros foram recortados de vários autores, fragmentos retirados de livros de histórias.

Falando então das ideias, quando elas surgem podem ficar emaranhadas na cabeça e é preciso or-ganizá-las para que a história “cresça e apareça”. É o que vamos tentar fazer aqui.

A história nem sempre sai perfeita como a gen-te gostaria já na primeira escrita. Às vezes, é preci-so deixá-la descansar, quietinha, em uma gaveta. E, tempos depois, reler para corrigir, para perceber se repetimos ideias, quais palavras ou frases devem ser mudadas para o texto ficar melhor. Nesse mo-mento, é preciso ter calma, paciência, coragem e de-terminação para conseguir chegar à forma final.

Mas… escrevi este livro também para quem gosta de ler. Espero que ele ajude a ampliar o “olhar” de leitor ao mostrar como é que a história pode ser escrita.

Nunca é tarde para começar: José Mindlin, grande colecionador de livros raros e incansável leitor, publicou um pequeno livro dedicado às crian-ças chamado Reinações de José Mindlin. Ele termina assim:

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XVII

[…] ler e juntar livros é uma das coisas mais gosto-

sas da vida! Dá vontade, como me deu, de também

escrever livros, como este que escrevi para vocês.

…e foi escrito por ele mesmo, aos noventa anos!