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C.D.U. 572:378.4(8 12.1) A ANTROPOLOGIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO: ENSINO, PESQUISA B BXl'BMSAO* Elizabeth Maria Beserra Coelho(l) RESUMO Levantamento da situação do ensino, pesquisa e extensão em antropologia na Universidade Federal do Maranhão, e análise dos principais obstáculos ao desen volvimento dessas atividades acadêmicas. Breve histórico sôbre o surgimento atividade antropológica na UFMA e informações sôbre o número de professores e/ou pesquisadores e as atividades que desenvolvem na área. 1 - INTRODUçl.O O conteúdo deste traba lho está voltado para um levanta mento das atividades de ensino e ~iáa de Antropologia no Ma ranhlo, especialmente no que se refere ao imbito da Universidade Federal do Maranhão. As informações aqui con tidas foram obtidas junto a docu mentos existentes na Universida de, tais como listas de ofertas, grades curriculares e atas de Assembléias Departamentais. Al guns dados foram colhidos atra vés da memória oral de alguns professores que participaram da fundação da Universidade, sendo os iniciadores do ensino da An tropologia no Maranhão. balho A primeira parte do consta da exposicão onde se tenta refazer a tra histó rica, trajetória do ensino da Antrop~ logia no Maranhão. Em seguida tratam-se das questões mais atuais, relativas a essas ativi dades, inclusive no que se refe rea distribuição dos recursos (*) Trabalho apresentado à Reunião Nacional sôbre "Antropologia no Brasil: Ens ino, Pesquisa e Mercado de Trabalho", promovida pela ABA com patrocínio do CNPq., de 5 a 7de dezembro de 1988, em Recife. Apresentado comotítulo "O Ensino e a Pesquisa de Antropologia no Maranhão". (J.:) ProIa.Assistente do Depto. de Sociologia e Antropologia da UFMA - Coordenado ra do Curso de Ciências Sociais da UFMA. Cad. Pesq. são Luís, 5 (2): 87 - 100, jul./dez. 1989 87

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C.D.U. 572:378.4(8 12.1)A ANTROPOLOGIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO: ENSINO, PESQUISAB BXl'BMSAO*

Elizabeth Maria Beserra Coelho(l)

RESUMO

Levantamento da situação do ensino, pesquisa e extensão em antropologiana Universidade Federal do Maranhão, e análise dos principais obstáculos ao desenvolvimento dessas atividades acadêmicas. Breve histórico sôbre o surgimento dãatividade antropológica na UFMA e informações sôbre o número de professores e/oupesquisadores e as atividades que desenvolvem na área.

1 - INTRODUçl.O

O conteúdo deste trabalho está voltado para um levantamento das atividades de ensinoe ~iáa de Antropologia no Maranhlo, especialmente no que serefere ao imbito da UniversidadeFederal do Maranhão.

As informações aqui contidas foram obtidas junto a documentos existentes na Universidade, tais como listas de ofertas,grades curriculares e atas deAssembléias Departamentais. Alguns dados foram colhidos atra

vés da memória oral de algunsprofessores que participaram dafundação da Universidade, sendoos iniciadores do ensino da Antropologia no Maranhão.

balhoA primeira parte do

consta da exposicãoonde se tenta refazer a

trahistó

rica,trajetória do ensino da Antrop~logia no Maranhão. Em seguidatratam-se das questões maisatuais, relativas a essas atividades, inclusive no que se referea distribuição dos recursos

(*) Trabalho apresentado à Reunião Nacional sôbre "Antropologia no Brasil: Ens ino,Pesquisa e Mercado de Trabalho", promovida pela ABA com patrocínio do CNPq., de5 a 7de dezembro de 1988, em Recife.Apresentado comotítulo "O Ensino e a Pesquisa de Antropologia no Maranhão".

(J.:) ProIa.Assistente do Depto. de Sociologia e Antropologia da UFMA - Coordenadora do Curso de Ciências Sociais da UFMA.

Cad. Pesq. são Luís, 5 (2): 87 - 100, jul./dez. 1989 87

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humanos e suas respectivas cargas de trabalho. Finalmente,apóso diagnóstico de algumas dificu~dades, são propostos alguns enc~minhamentos para a superação dasmesmas.

l-Os primórdios do ensino daAntropologia no Maranhão

A Universidade Federaldo Maranhão foi instituída naforma de Fundação,nos termos dalei nO J.152 de 21 de outubro de19&i. Atualmente sua Reitoriafunciona fora do Campus Universitário, no Palácio Cristo Rei, situado no Largo dos Amores, nO351, ~ centro da cidade.

o ensino de Antropol~gia é anterior a fundação da Un!versidade, tendo sido iniciado.por volta de 1951 com a criaçãoda Faculdade de Filosofia pelaArquidiocese.

Logo que foi fundada aUniversidade, a Antropo.logia eraensinada apenas nos cursos de Filosofia, História e Geografia.

Os primeiros professoresCieAntropologia eram médicos. Seudecano, o Dr. João Braulino deCarvalho, interessava-se por estudos sobre índios. Conta-seque o referido professor possuíauma coleção pessoal de objetosartesanais e arqueológicos de

LndLoe maranhenses. Segundo oprofessor Olavo Correia Lima,seu assistente, o professorBraulino deu aulas, no períodoem que o ensino era feito degraça e com extr~ma dificuldade. Acrescenta, ainda, que a~sar de sua idade, nensinara toda a ciência", isto e, a Antropologia Física e a Cultural •••"servia-se de sua boa experiê~cia de campo vivida na mata amazônica e em sambaquis maranhenses, quando colheu amostras arqueológicas, que trazia às auIas práticas ••.n. Parte do material arqueológico encontradodoou ao Instituto Histórico eGeográfico. Doou também ao Museu Nacional, uma coleção 4elepdópteros, oriundos da regi~odo Juruá e do Ucaile, assim como batráquios, ofídios, a~acnideos, coletados no paranacá, Javari e Serra do Cantarnian.

Escreveu alguns trabalho médicos e antropológicos.Emantropologia escreveu:- !ndios caxtnauas e seu vocabu

lário;- Breves notícias sobre os tn

dios Pianaus e seu vocabulârio;!ndios curinas e seu vocabulário;

- !ndios intxinaus e seu vocabulário;

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- !ndios marahushy e seuvocabulário;

- Nota sobre a arqueolQgia da Ilha de são

, 9 1Lu1.s,1 57.o professor Olavo, assis

tente do professor Braulino, t~bém é médico e até hoje ministraaulas de Antropologia na UFMA.

A partir do ano de 1970,com a implantação do ciclo básico, o ensino de Antropologia tornou-se obrigatório para oscursos da área Humanistica. Inicialmente, as disciplinas po~suiam uma carga horária de 75 horaso Posteriormente, essa cargahorária foi reduzida para 60 horas, mais ou menos por volta de1973. A redução do número de horas ocorreu como conseq6ênciada reformulação curricular dosvários cursos nos quais era ofertada a disciplina, tendo ocorrido, também em função da mesma r~formulação, a criação de novasdisciplinas de Antropologia. Foientão que surgiu a disciplinaAntropologia Nacional e RegiQnal. Nos cursos de História eGeografia ela era ofertadaem dois momentos,cada qual con

tendo 60 horas: AntropologiaNacional e Regional I e lI. Nocurso de Filosofia, essa disciplina era ofertada,como o e atéhoje, com apenas 60 horas.

Há cerca de dois ou trêsanos, com nova reformulação ocorrida no curriculo do curso deHistória, a disciplina AntropQlogia Nacional e Regional passoutambém a ser ofertada com apenas60 horas.2 - O ENSINO E A PESQUISA ANTRO

POLÓGlCA NA ATUALIDADE

Nos últimos tempos,a Universidade Federal do Maranhãotem crescido e ampliado seu número de cursos, que já somam 32,i~

cluidas as licenciaturas curtas.O Departamento de Sociologia eAntropologia oferece disciplinasde Antropologia para quase todos os cursos, excluindo-sedois.2 são em sua maioria disciplinas introdutórias,tais como,Antropologia Geral, Introdução àAntropologia, Fundamentos de Antropologia, etc. Poucos são oscursos que possuem em sua gradecurricular outras disciplinasantropológicas, além do própriocurso de Ciências Sociais. A dis

1 Todas as informações sobre o prof. Brau1ino foram colhidas no"Panteào Antropoli. gico Maranhense': de Olavo Correia Lima. publicado em 1986 - mimeo•

.2 Artes Prãt1c~8 e Ciêhcias Imobiliárias.

Cad. Pesq. são Luís, 5 (2): 87 - 100, jul./dez. 1989 89

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tribuição atual das disciplinasestá feita como o exposto no Qu~dro 1.

Todas as disciplinas referidas no Quadro 1 são ministradas por um quadro de 10 profess~res de Antropologia. Aliás, esseé um dado que varia com muita fr~qdência já que professores afastam-se para pós-graduAção, outrospara cargos administrativos, ouainda, funções públicas. O quadroteórico é portanto de 10 professQres de Antropologia, sendo 09 10tados no Departamento de Sociologia e Antropologia e um no Depa~tamento de Psicologia. Atualmente04 desses professores estão afastados em tempo integral, sendo 02para cursar dQutorado na USP, umpara exercer mandato parlamentare outro à disposição da UNE. Alémdesses, mais três estão parcialmente afastados para exercer funções administrativas na UFMA. Emfunção desse deficit, o Depart~mento foi obrigado a contratardois professores no regimePró-Labore e um professor Colaborador Substituto, na vaga doafastamento para mandato parlame~tar. Dos professores contratadosprovisóriamente, apenas um naopossui graduação em Ciências Sociais, sendo entretanto, mestre

em Serviço Social com tese naárea de Cultura Popular.

Os professores perte~centes à carreira do magist~rio, encontram-se com suas cargas horárias dis~ribuídas, conforme o disposto no Quadro 2,emanexo.

O Departamento de Soci~logia e Antropologia criado em1970, não conseguiu até hoje estruturar-se como um Departame~to acadêmico de fato. Reúne pr~fessores que ministram aulas introdutórias de Sociologia e Antropologia para os mais difere~tes cursos da Universidade, emsua maioria professores que naopossuem formação na área em queatuam, o que dificulta a instauração de um clima de discussãoacadêmica. Por essas e outrasrazões não é possível detectar,a nível do Departamento, linhasteóricas definidas. Percebe-seapenas, a nível da elaboraçãode programas, uma tendênciafuncionalista.

No conjunto específicodos professores de Antropol~gia, a situação e um pouco dif~renciada. Quase todos os profe~sores são pós-graduados em Antropologia e desenvolvem de forma incipiante algumas linhas

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de pesquisa questões agrárias,questões urbanas, religiõesafro-brasileiras, política indigenista e resistência negra. Anível desses trabalhos, e possivel captar um viés que remetemais para uma teoria do conflito.

A recente criação do curso de Ciências Sociais e, a po~

sibilidade da contrata cão de novos professores, certamente contribuirão para um clima de maiorefervecência acadêmica a níveldo Departamento.

O nível de formação dosprofessores de Antropologia comsuas respectivas publicaçõesnos últimos 5 anos consta doitem a seguir.

3 - FORMACAo DOS PROFESSORES DE ANTROPOLOGIA DA UrMA3.1. ARNO KREUTZ - Mestre em Educação pela Fundação Getúlio Vargas(Mestrado)

a) Trabalhos Publicados

KREUTZ, A. O Projeto João de Barro e o Poder Politico no Maranhão. são LuIs,UFMA/PPPG, 1983. l24p.

-----o Avaliação do material didático da segunda etapa do PEB. são Luis. mimeo.(Relatõrio de Pesquisa financiada pela Fundação Educar).

-----o Avaliação de Entidades e Programas de Treinamento de Mão-de-Obra. sãoLuIs. Mimeo.(Relatõrio de Pesquisa financiada pela SUDAM).

KREUTZ, A. et alI. Os grandes projetos industriais e seus impactos sobre aCiência e a Tecnologia do Maranhão. Cadernos de Pesquisa. são LuIs UFMA/PPPG, ~ (1):5-56, jan./jun. 1986.

b) E~tidades às quais é filiado

AMPED -

SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

3.2. CARLOS BENEDITO RODRIGUES SILVAMestrando em Antropologia Social pela UNICAMP (Tese em fase de"Reggae e Identidade ~tnica").

elaboração:

a) Trabalhos Publicados

SILVA, C.B.R. A comunidade negra de Bom Jesus: um estudo. Cadernos de Pe8q~sa. são Luis,UFMA/PPPG,~(1):5-20.jan./jun. 1988.

& BALTHAZAR, Paula R. O Negro no Maranhão: sob as regras da Democracia

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Racial. Cadernos de Pesquisa. são LuIs. UFMA/PPPG, 4 (1):110-119, jan./jun. 1988.

____ o Black Soul: aglutinação espontânea ou identidade étnica. Caderno deCiências Sociais, ANPOCS (2) 1982.

b) Pesquisas Realizadas

- Impactos Sócio-Culturais dos Grandes Projetos Desenvolvimentistas juntoàs populações negras rurais do Maranhão. são Luís, Núcleo de EstudosAfro-Brasileiros/CNPq.

- Perfil Sócio-Econômico de Populações Negras no Maranhão. NEAB/CNPq.

c) Entidades às quais é filiado

ABA - Associação Brasileira de AntropologiaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

3.3. ELIZABETH MARIA BESERRA COELHOMestranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande doNorte(UFRN).

a) Trabalhos Publicados

COELHO, E.M.B. Cultura e Sobrevivência dos índios no Maranhão. são Luís.UFMA/PPPG. 1987. (Coleção Ciências Sociais. Série Antropologia. 2).

----o índios no Maranhão: da selva aos trilhos de Carajás. Cadernos de Pelquisa. são Luís, UFMA/PPPG. 2(1):62-71, jan./jun. 1986.

-----o & LUNA,Regina C.M.R. Cem anos de abolição ou sem anos de abolição ?

Cadernos de Pesquisa. são Lu{s,UFMA/PPPG, ~(l): 2l-28,jan./jun. 1988.

et alli. Os grandes projetos industriais e seus impactos sôbre aciência e a tecnoiogia no Maranhão. Cadernos de Pesquisa. são Luis, UFHAIPPPG, ~(l):5-56, jan./jun. 1986.

b) Pesquisas Realizadas

- política Indigenista no Maranhão Provincial.

e) Entidades às quais é filiado

ABA - Associação Brasileira de AntropologiaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progreaso da Ciência

3.4. JOS~ DERVIL MANTOVANIDoutorando em Antropologia - uSP

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a) Trabalhos Publicados

MANTOVANI,J.D. O Homem das Ciências e a Ciência do Homem. Rev.Digesto Econômi~. são Paulo. 1982.

3.5. REGINA CELI MlRANDA REIS LUNAMestre em Antropologia Social pela UFRN.

a) Trabalhos Publicados

LUNA, Regina C.M.R. A terra era liberta. são LuIs. UFMA/PPPG, 1986. (ColeçãoCiências Sociais. Série Questão Agrária, 1).

-----o Impactos dos Grandes Projetos para as Populações Camponesas no Maranhão. Cadernos de Pesquisa. são LuIs, UFMA/PPPG, l(1):57-6l,jan.!jun.1986.

----- et alli. Os Grandes Projetos Industriais e seus Impactos sôbre a Ciência e a Tecnologia no Maranhão. Cadernos de Pesquisa. são LuIs, UFMA/ PPPG,l(1):5-56, jan./jun. 1986.

----- & COELHO,E.M.B. Cem anos de abolição ou sem anos de abolição? Cadernosde Pesquisa. são LuIs, UFMA/PPPG, ~(1):2l-28, jan./jun. 1988.

----- et alii. Organização, Ciência e Práticas dos Terreiros: terapias alternativas num bairro de Natal. Cadernos de Pesquisa. Natal, UFRN, 1985.

___ o - -Poaee í roa no Maranhão:resistencia a expropriação. Cadernos do CEAS(9l) ,lIla~Q/jun. 3,984.

b) Entidade. as quaf8 é fil1adoABA - Associação Brasileira de AntropologiaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da CiênciaANS

3.6. OLAVO ALEXANDRINO CORREIA LIMALivre docente em Medicina

a) Trabalhos Publicados

LIMA, O.A.C. Espectro etnológico do negro maranhense. Cadernos de Pesquisa.são Luls,UFMA/PPPG, ~(l):jan./jun. 1988.

-----o Isolados Negros Maranhenses. Cadernos de Pesquisa. são Lu{s,UFHA/PPPG,~(l): 59-64, jan./jun. 1988.

b) Pesquisas Realizadas

- Etnografia da habitação colonial de são Luís.

c) Entidades às quaia é filiadoInstituto Histórico e Geográfico do Maranhão(sócio-honorário)

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3.7. S~RGIO FIGUEIREDO FERRETTI

Doutorando e1llAntropologia Socia1-USP

a) Trabalhos Publicados

FERRETTI, S.F. Querebentan de Zomadonu; etnografia da Casa das Minas. sãoLuís. UFMA/PPPG, 1985. (Coleção Ciências Sociais. Série Al1tropo1ogia, 1)._-o Revoltas de escravos na Bahia em início do século XIX. Cadernos de PeAlquisa. são Luís. UFMA/PPPG, ~(1):6S-86,jan./jun. 1988.

___ • Religião popular e mudança. Comunicações do ISER. Ano 3. n. 11. dez.1984.

A Casa das Minas Gegê do Maranhão. Comunicações do ISER. Ano 4.n. 17,dez. 1985.

o Negro e a Igreja(Resenha). Comunicações do ISER. Ano 5. n. 23. dez.1986.

A serpente e o arco-íris(Resenha). Comunicações do ISER. Ano 6.n. 26,íul. 1987.

Bruxaria, oráculos e magia: feitiçaria no tambor de mina do Maranhão.Comunicações do ISER. Ano 7, n. 30, 1988.

---o Religiosidade popular, tradição e mudança; pesquisa sôbre o tambor demina. Cadernos da PUC, n. 33, 1988.

b) Entidades às qua í s é fiUado

ABA - Associação Brasileira de AntropologiaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da CiênciaABMCERU -ISER -ICOM-UNESCO

3.8. MUNDICARMO ROCHA FERRETTIDoutoranda em Antropologia-USP

a) Trabalhos Publicados

FERRETTI, M.R. Religião afro-brasileira como resposta as aflições •Cadernos dePesquisa. são Luís, UFMA/PPPG, ~(1):87-97,jan./jun. 1988.

---. Baião dos dois: zé Dantas e Luiz Gonzaga. Recife,Ed. Massangana. 1988.

94 Cad. Pesq. são Luís, 5 (2): 87 - 100, jul./dez. 1989

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---.-. CUltuía ,_lar. estudos e debates. são Luís. SIOGE. 1988.

-. De segunda a dOlldngo: etnografia dê um. mercado aberto. são Lu:ls,SIOGE,

1985.

-. < La integración deL caboclo en el tambor de mina e el impacto de L

candomblé sobre Ia Unea de Ia selva. Reyista Montalbon. Caracas, Universidade André Belo,n. 19, 1987.

Cor e identidade social. Cadernos de Pesquisa. são Luís,UFMA/~(2):156-160, jul./dez. 1986.

PPPG,

----o Música popular brasileira e manifestação política. Revista Cambiassú •são Luís, UFMA/Curso de Comunicação, n. 4, 1986.

-----o Rádio e Cultura Nacional. Revista Cambiassú. são Luís,UFMA/Curso de Comunicação, n. 2, 1984.

b) Entidades às quais é filiado

ABA - Associação Brasileira de AntropologiaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da CiênciaABRPSE -INTERCOM -ISER -

3.9. JOS~ CARLOS SABÚIA MAGALHÃES NETODoutorando em Antropologia-USP

a) Entidades às quais é filiado

ABA - Associação Brasileira de Antropologia

3.10. LOCIA HELENA FERNANDES SABÚIA

Doutoranda em Antropologia-USPa) Entidades às quais é filiado

ABA - Associação Brasileira de Antropologia

o Departamento possui,atualmente, apenas um núcleo depesquisas, o Núcleo de EstudosAfro-Brasileiros - NEÀB. Esse núcleo congrega três professoresde graduação: Sérgio FigueiredoFerretti, Mundicarmo Rocha Fer

retti e Carlos Benedito Rodrigues Silva. Atualmente o núcleodesenvolve dois projetos de Pesquisas, com o auxilio de bolsistas do CNPq:"Impactos Sócio-Culturais dos Grandes Projetos Desenv:">lvimentistasjunto às pOPB.

Cad. Pesq. são Luis, 5 {-2-)-; 87 - 100! jul./dez. 1989 95

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lações negras rur;.$1jfdo Ma~~nhão*, e, ~éi:fil SÕdip - econômicode popula~f,J negras no Maranhão~

o Departamento de Sociologia e Antropologia desenvolvealgumas atividades interdiscipl!nares, porém sem regularidadeExemplo disso, foi o Projeto dePesquisa sobre os Impactos dosGrandes Projetos sobre a Ciênciae a Tecnologia no Maranhão, em1984, congregando professores deAntropologia, Pedagogia, Economia, Direito, Química, Biologia,Serviço Social, Medicina e outros.

As atividades do Depart~mento de Sociologia e Antropologia são basicamente voltadaspara a Universidade, pois suasatividades fundamentais estão ligadas ao ensino. As atividadesde pesquisa e extensão sao maisreduzidas em função do pouco e~tímulo que a UFMA dá a essasquestões. Mesmo assim, há algumacoisa sendo feita a nível de extensão,principalmente cursos ouseminários, em convênio com outras instituições. A pesquisa reduz-se a poucos projetos individuais e dois executados peloNEAB.

o Departamento, basicamente, através da representacão

de seus membros nos éoleg~de cursos da UFMA, tem particip~do de mudanças curriculares apósa reforma Universitária. Essascontribuições foram dadas, basicamente, nos cursos de História,Filosofia e Serviço Social.

A nível de experiênciasdidáticas nada tem sido feitode significativo. Há apenas umprojeto, em discussão no colegi~do do Curso de Ciências Sociais,no sentido de fazer uma maior ligação entre os conteúdos teóricos dasdisciplinas e a realidadesocial na qual o curso está inserido. Tem havido constantes reclamações dos alunos com relaçãoà desvinculação entre teoria eprática e isso gerou discussão anível do colegiado.4 - AS PRINCIPAIS DIFICULDADES E

ALGUMAS SUGESTOES

As dificuldades e obstáculos com os quais o Departame~to se defronta para desenvolvero ensino e a pesquisa são diversas. A nível do ensino vem, emprimeiro lugar, a carência deprofessores e, fundamentalmente,professores especializados. Poroutro lado, não se dispôe de ne

nhuma infra-estrutura didática.O mínimo indispensável não existe, que são o giz e o apagador.

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Não há font.esde pesquisa. A biblioteca é insuficiente e o Departamento não viabiliza a reprodução dos textos. Tudo e função do professor. Não há comoutilizar recursos audio-visuais.O Departamento não dispõe de umasala para projeção de vídeosslides, etc. O único ambienteexistente é o laboratório de línguas do Departamento de Letras,que nunca está disponível. Nãohá condições dos professores pa~ticiparem de encontros e reciclagens, pois a UFMA nunca dispõe de recursos para tal, assimcomo desestimula a saída do pr~fessor para não "prejudicar asala de aula".

Outro inconveniente anível do ensino é a grande qua~tidade de horas/aula que competea cada professor, dificultandoseu engajamento em qualquer outro tipo de atividade.

A nível da pesquisa asdificuldades são ainda maiores,já que essa nao e uma atividadeprioritária para a UFMA. Na áreade Antropologia, que a pesquisaquase sempre requer um afastamento geográfico, isso e quaseimpossível. O professor deve fazer pesquisa e ao mesmo tempo estar em sala de aula. Fazer pe~guisa na UFMAé ato de heroís

mo.l A buroc~~ia para a aprqy~';.

ção de um projeto e demoradíssima e o profeesor nao conta sequer com auxílio datilográf~co

~'.

na confecção do mesmo.Ciente das dificuldades

que as Universidades brasilei~4sestão atravessando, encontramosalgumas soluções paliativas paraas dificuldades citadas.a) A nível de ensino, poderia ha

ver um maior entrosamento entre as coordenações de cursose os depar~amentos,para umaracionalização na distribuição das disciplinas e dos recursos humanos, com o objetivo de evitar situações ondeum professor é deslocado paraministrar aulas para menosde 10 alunos.

b) Por outro lado,poderia serfeita uma~eavaliação da exigência da disciplina Antrop~logia, como obrigatória,'êmpraticamente todos os cursosda Universidade.

c) Para estimular e motivar oprofessor,~poderia haver asimplificação das ex~genciaspara a participação em congressos e reuniões científicas, mediante o apoio adrninistrativo nà datilografia e ~~rocópias de trabalhos, apoio

Cad. Pesq. São Luis, 5 (2): 87 - 100, jul.Jdez. 1989

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financeiro e diminuição deexigências burocráticas, taiscomo, de convite e apresentação de trabalho prévio, mesmoquando o afastamento for semônus para a UFMA.

d) Finalmente,insistir na autonomia Departamental,para quandofor o caso,não ofertar disciplinas a certos cursos,em fu~cão da disponibilidade docente ê das prioridades do Depa~tamento.

e) A nível da pesquisa,é urgenteque se institua um sistema de rodízio , de modo que, pelo menos· a cadatrês semestres 02 professorespesquisadores disponham de umsemestre livre de aulas, parase dedicar exclusivamenteatividade de pesquisa.

Por outro lado,o pesqu~sador precisa ter a garantia deque seus resultados serao divulgados, através de um melhor sistema de publicação de artigos etrabalhos científicos.f) Outro fato importante é a re

dução da carga horária de aula,para que o professor possaelaborar projetos de pesqu~sa, para que possa refletirsobre a realidade que o cerca e deixar de ser uma máquina de repetir aulas.

A ABA podet'ia eontt'ibuir positivamente no sentidoda melhoria do ensino e da pe~quisa. Uma forma poderia serum contato da ABA com a adrninistração superior ~ intermediária da Universidade com o intuito de discutir essas questôese chamar a atenção para sua importãncia.

Outra forma seria exatamente organizar encontros do tipo que ora está ocorrendo e encaminhar seus resultados aos orgaos competentes.

Estimular a realização,e intermediar,encontrosnais a nível de semináriopesquisa,para a troca deriências e estímulo aos

regi~de

exp~pesqu~

a sadores,na forma de um encontroregional da ABA com o fim defavorecer os professores que,por morarem no Norte, Nordestenem sempre podem participar deencontros que ocorrem no Centro-Sul.

ENDEREÇO DO AUTOR

ELIZABETH MARIA BESERRA COELHODepartamento de SociologiaAntropologiaCentro de Estudos BásicosUniversidade Federal do MaranhâoCampus Universitário do BagangaTel.(098) 221-543365.000 - SÃO LuIS-MA.

98 Cad. Pesq. são Luis, 5 (2):.87 - 100., jul./dez. 1989

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QUADRO 1DISCIPLINAS DE ANTROPOLOGIA MINISTRADAS NOS VARIOS CURSOS DA UFMA

DISCIPLINAS C.HORÁRIA NQCRtDITOS CURSOS PERrODOSAntropologia Geral 30 02 F!5ICA 31!

30 02 Q.lndust. 5230 02 Q.Licenc. 7230 02 Medicina 6Q·30 02 Farmácia 2230 02 C.Biológ. 2Q30 02 Matemática 2245 03 Eng.Elét. 2245 03 Turismo 2Q45 03 C.Ccmput. 2245 03 Es t s Soc , 2260 04 Ed.ArtIst. 2Q60 04 Filosofia 2260 04 Direito 2Q60 04 s.seere i 2260 04 C.50ciais 2260 04 Pedagogia 2260 04 CvEccnomí.c , 2260 04 História 2260 04 C.Contãb. 3260 04 Geografia 1260 04 Bibliotec 2260 04 D.lndust. 't!!

Folclore I 60 04 E.Artist. 32

Folclore II 60 04 E.Artist. 42

AntroPologia Nacional e 60 04 Historia 42Reg'oÍl#lJ 60 04 Fi ]Q§QUa 60

- Antropologia Nacional e 60 04 Geografia 42.. Regional "IAntropologia Nacional e 60 04 Geografia 52ReSigne1' 11

Cultura Brasileira 60 04 C.Sõciais 3260 04 s.sccrai )Ç

Antropologia Cultural 45 03 Letras 4230 02 Enfermagem 22

Antropologia 60 04 C.Sociais lQ

~tropologia II 60 04 C.Sociais 22.

Teoria Antropológica 60 04 C.Sociais 42

Teoria Antropológica II 60 04 C.Sociais 52

Antropologia das Religiões 60 04 Cc Socfa í s 62

Folclore e Cultura Popular 60 04 . C.Sociais 62

Etnologia Brasileira 60 04 C.Sociais 62

Antropologia Urbana 60 04 C.Sociais 79

~estão lnd!gena * + 60 04 C.Sociais 7Q

Antropologia e Língufst Lca * + 60 04 Cc Soct aí.s 7Q

Leitura e Análise em T.ATItrop. * + 60 04 Cc Socf.a í.s 72

Análise do Sistema de Parentesco * + 60 04 Cv Soc í af s 8Q

Arqueologia * + 60 04 C.Sociais 8'2

Etnologia Brasileira II 60 04 C.Sociais 72

Fund.de Sociologia e Antrop. 45 03 Odontolog .• 22

.Cultura Pop.Maranhense 60 04 Hotelaria 22

..* Disciplinas que ainda não foram ofertadas .• O curso possui até o 4Q perIodo.so... Disciplinas eletivas •

Cad. Pesq. são Luís, 5 (2) 87 100, ju1./dez. 1989 99

Page 14: A ANTROPOLOGIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO … 2(1).pdf · Breve histórico sôbre o surgimento dã ... l-Os primórdios do ensino da Antropologia no Maranhão A Universidade Federal

....&oo

QUADRO 2PROFESSORES DE ANTROPOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO E SEUS RESPECTIVOS REGIMES DE TRABALHO

ARNO CARLOS ELIZABETH JOSe CARLOS LWr SERGIO OLAVO HUNDICARMO REGINA Jos1! DERVILRREUTZ BENEDITO COELHO sAJ!(lIA S IA FERREITI C.LIMA FERREITI LUNA MANTOVANI

REGIME DE T-40 DE DE T-40 DE T-40 DE T-40 T-40 DETRABALHO

HORAS AULA 04 12 11 08 04 12

PREPARAÇÃO 04 12 11 08 04 12DE AULAS

oPl ORIENTAÇÃO - 02o..

IIlNITORES

'ti PESQUISA - 10 - 20(!)Ul REUNIOES - 02 02 I.o COLEGIADO

cn lEUIIiOES ~ ~ ~PlI D~AR.TAMENTO 02 02 02

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02 02o •...

AlIlIMISTRAÇÃO I..• 8.,

I:"' SUPEIlIOR 30 - - 2~

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30~ •••.... AIlKIlIIstUÇÃO..•'"til ACAIlIMIc.\ - - 14 ~ I ~

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IUl oorus~ 5 ~~ ATIVIDADU - - - 02 . 14

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