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A ADOO DE UM PROGRAMA AMPLO DE PLANEJAMENTO ECONTROLE E SEU IMPACTO NO DESEMPENHO EMPRESARIAL
THE ADOPTION OF A WIDE PROGRAM OF PLANNING AND CONTROLAND ITS IMPACT ON CORPORATE PERFORMANCE
Lucio Pandolfi Jr.1; Wilson Toshiro Nakamura2; Digenes Manoel Leiva Martin3; Douglas DiasBastos4
1Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM So Paulo [email protected]
2Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM So Paulo Brasil
[email protected] Presbiteriana Mackenzie UPM So Paulo [email protected]
4Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM So Paulo [email protected]
Resumo Planejar e controlar so funes inerentes ao processo administrativo, sendo que existemdeterminados procedimentos bsicos que norteiam estas atividades. O conjunto destes
procedimentos compe o modelo tradicional de planejamento e controle. Contudo, crescente oquestionamento no meio acadmico e empresarial, sobre a efetividade do modelo tradicional de
planejamento e controle. Ao mesmo tempo vm surgindo metodologias alternativas para aexecuo de tais funes, que sugerem uma anlise crtica dos procedimentos tradicionais,questionando a validade dos mesmos quanto gerao de valor. Este estudo, conduzido junto auma amostra de empresas brasileiras com aes negociadas na Bovespa, objetivou evidenciar umarelao estatstica entre a existncia de um programa sistemtico de planejamento e controle(budgeting), e a obteno de um resultado financeiro operacional superior. Paralelamente tambm
foi pesquisada a aderncia de novas metodologias bem como o grau de satisfao das empresas emrelao aos seus procedimentos de planejamento e controle.Palavras-chave:planejamento e controle; oramento; valor.
1. Introduo
Para Porter (1989) a obteno de vantagem competitiva fator primordial para qualquer
organizao, constituindo-se na essncia de seu desempenho em mercados competitivos. Para o
autor, o sucesso ou o fracasso de qualquer empresa est diretamente relacionado obteno de
vantagem competitiva. Aaker (2001) obteve como resultado de uma ampla pesquisa efetuada junto
a administradores de 248 diferentes negcios nas indstrias de servio e alta tecnologia, uma
Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPRCampus Ponta Grossa - Paran - Brasil
ISSN 1808-0448 / v. 05, n. 01: p. 177-193, 2009 Revista Gesto Industrial
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longo prazo. Sendo assim a pesquisa foi conduzida no sentido de evidenciar uma associao entre a
adoo de um modelo sistemtico de planejamento e controle e a obteno, por parte das empresas,
de ndices de rentabilidade acima da mdia no segmento em que atuam.
A justificativa desta pesquisa est relacionada ao crescente interesse, seja no meio
acadmico, seja no meio executivo, quanto a real necessidade de um programa sistemtico de
planejamento e controle dos lucros. Deve-se ressaltar que o interesse crescente face, no apenas
aos progressivos questionamentos crticos realizados em relao ao processo oramentrio, mas
tambm em virtude do surgimento de metodologias alternativas ao modelo tradicional. Sendo
assim, este trabalho acadmico tambm se prope a avaliar a aderncia de premissas envolvendo
metodologias como o Activity Based Budgeting, oBalanced Scorecard, e oBeyond Budgeting.
2. Referencial terico
2.1 A importncia de um modelo de planejamento e controle
Planejamento e controle so funes que integram o processo administrativo para os
principais autores clssicos e neoclssicos, de acordo com Chiavenato (1983). J Welsch et al.
(1988) apontam duas vises conceituais distintas sobre o papel do gerenciamento: A Teoria do
Mercado e a Teoria do Planejamento e Controle. Na Teoria do Mercado o papel do gerenciamento
passivo, ou seja, as decises so de carter reativo, respondendo aos eventos no ambiente, na
medida em que os mesmos ocorrem. J na Teoria do Planejamento e Controle ocorre justamente o
inverso, passando o gerenciamento a assumir um papel ativo. Nesta teoria acredita-se que o fator
primrio de sucesso numa empresa a competncia com que se gerencia o planejamento e controle
das atividades empresariais.
Em que pese a ressalva feita por Welsch et al. (1988) de que no mundo real a gerncia opera
entre estes dois extremos conceituais, os autores se posicionam claramente a favor da segunda
teoria, entendendo ser o planejamento e o controle as duas funes primrias dos gerentes numa
entidade, e ressaltando o aspecto de que a efetividade com a qual uma entidade gerenciada pode
ser reconhecida como o fator mais importante no sucesso de longo prazo. Os referidos autores
argumentam ainda que a responsabilidade essencial dos gestores manipular, por meio do processo
de gerenciamento, as combinaes planejadas de entradas e sadas para que os objetivos
organizacionais de longo prazo possam ser atingidos.
Oliveira in Catelli (2001) chama a ateno para o fato de que alguns autores no distinguem
o planejamento do controle, uma vez que entendem que a gesto um grande processo de controle
sobre os rumos de uma organizao. Esta relao reforada pela afirmao de Frezatti (2000) de
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que se o planejamento inadequado, o controle incuo. Para Ackoff (1994) apud Frezatti (2000)
planejar significa decidir antecipadamente. A idia de deciso antecipada proposta por Ackoff
tambm a essncia do conceito de planejamento apontada por Welsch et al. (1988) e corroborada
por Sanvicente e Santos (2000), por meio do uso das expresses desenvolvimento de objetivos
organizacionais e a seleo de um futuro plano de aes para atend-los e estabelecimento com
antecedncia das aes a serem executadas, citadas respectivamente.
Welsch (1994 apud FREZATTI, 2000) trata de apontar uma srie de motivos pelos quais
vantajoso o processo de planejamento, com base na essncia da definio proposta por Ackoff, de
que planejar significa decidir antecipadamente: (1) coordenao de atividades (impossvel
coordenar atividades sem algum nvel de planejamento prvio); (2) decises antecipadas (tempo
para pensar e amadurecer uma deciso); (3) comprometimento apriori (metas estabelecidas
conjuntamente passam a ser buscadas); (4) possibilidade de maior transparncia (se o oramento for
participativo, diversas reas trabalham e discutem juntas); (5) definio de responsabilidades
(cobrana de resultados); (6) destaque para a eficincia (nveis de desempenho adequados devem
ser perseguidos; desempenho inadequado evitado na fase de planejamento); (7) possibilidade de
maior entendimento mtuo (transparncia entre as etapas); (8) fora a auto-anlise (auto-anlise
frente aos desafios vindouros); (9) permite a avaliao do progresso (no se basear apenas no
referencial passado).
Frezatti (2000) complementa que a capacidade de se antecipar uma deciso um fator de
distino entre as empresas. Esta importncia dada por Frezatti ao planejamento j havia sido
anteriormente destacada por Rappaport (2001) in Montgomery e Porter (1998), quando o mesmo se
referia ao sistema formal de planejamento estratgico. Para ele, num ambiente de negcios mutvel
e freqentemente desconcertante, os sistemas formais de planejamento estratgico tornaram-se uma
das principais ferramentas da alta gerncia para avaliar e enfrentar as incertezas.
Para Welsch et al. (1988), controle pode ser definido como o processo de medio e
avaliao da performance real de cada componente organizacional de uma empresa, e
implementao de aes corretivas quando necessrias para assegurar a eficincia no alcance dos
objetivos organizacionais, metas, polticas e padres. Sanvicente e Santos (2000) ratificam
plenamente esta conceituao ao definir controle como sendo o acompanhamento da execuo de
atividades que visa comparar o desempenho efetivo com o que havia sido planejado (originalmente
considerado desejvel, satisfatrio ou vivel para a empresa e suas sub-unidades), devendo gerar
informaes para a tomada de decises e correo do desempenho.
2.2 O modelo tradicional de planejamento e controle
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Um modelo tradicional de planejamento e controle dos lucros deve conter alguns elementos
mnimos que permitam a sua caracterizao. Welsch et al. (1988) afirmam que para que um mtodo
de planejamento e controle possa ser caracterizado como completo, necessrio que haja uma
abordagem sistemtica e formal de execuo das diferentes e significativas fases do planejamento
gerencial e controle. Estas fases envolvem: (1) desenvolvimento e aplicao de amplos objetivos de
longo prazo para a empresa; (2) especificao das metas da empresa; (3) desenvolvimento de um
amplo e estratgico plano de lucros de longo prazo; (4) um plano de lucros de curto prazo definido
por centro de responsabilidade; (5) um sistema para peridico reporte da performance detalhado por
centro de responsabilidade; (6) o acompanhamento dos procedimentos.
Frezatti (2000), embora entendendo que cada organizao possua seu prprio modelo de
planejamento e controle, afirma que os mecanismos de planejamento estratgico, oramento anual e
controle oramentrio devem estar presentes como instrumentos mnimos num modelo tradicional
de planejamento e controle, corroborando assim o entendimento dos autores Welsch et al. (1988).
Especificando um pouco mais cada um desses trs elementos chave (planejamento estratgico,
oramento e anual e controle oramentrio), Welsch et al. (1988) definiram os diversos
componentes de um programa tpico de planejamento e controle dos lucros. Existem dois planos
bsicos no programa: Plano Substantivo (objetivos amplos, estratgias, planos especficos e
programas executivos/premissas) e Plano Financeiro.
Tendo como base este modelo, pode-se claramente perceber que um programa de
planejamento e controle de lucros inclui mais do que a idia tradicional de um oramento, cuja
imagem est mais fortemente associada exclusivamente ao Plano Financeiro. Num modelo
tradicional e efetivo de planejamento e controle dos lucros, uma nfase muito grande dada ao
Plano Substantivo. Para os autores supracitados, a fundao de um modelo tradicional de
planejamento e controle envolve a definio de objetivos organizacionais amplos (misso, viso e
caractersticas ticas da organizao; no devem especificar objetivos quantitativos), a definio de
metas organizacionais especficas (metas narrativas e quantitativas de longo e de curto prazos,
metas operacionais), e o desenvolvimento e avaliao das estratgias organizacionais (tticas que
sero adotadas para que se atinjam os objetivos - focam em como, e por isso geram planos de ao).
Para Frezatti (2000) o oramento s pode ser preparado quando um plano estratgico tiver
sido elaborado prvia e adequadamente. Este um pressuposto bsico para que o oramento tenha
coerncia e consistncia. De acordo com Rappaport (2001) e Montgomery e Porter (1998), embora
a dinmica organizacional e a sofisticao do processo de planejamento estratgico variem muito
entre as empresas, o processo quase que invariavelmente culmina na projeo de resultados
financeiros, pois esta projeo serve geralmente como base para a anlise da atratividade da
estratgia ou do planejamento corporativo de longo prazo. Em um modelo tradicional, o
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planejamento e o controle esto fortemente ligados, e devem se estender por todas as reas numa
organizao, havendo maior foco de planejamento na alta administrao e maior foco de controle
em finanas.
2.3 As crticas ao modelo tradicional
No se pode contestar o fato de que grande parte das empresas desenvolve algum
mecanismo de planejamento e controle em suas operaes cotidianas. Entretanto cada vez mais se
questiona a validade de um planejamento oramentrio nos moldes tradicionais, principalmente nos
casos onde este possui relao ou at desencadeia algum tipo de programa de bonificao aos
funcionrios.
So vrios os motivos pelos quais o processo oramentrio vem sendo sistematicamente
questionado. Welsch et al. (1988) apontam alguns argumentos freqentemente utilizados contra um
modelo tradicional de planejamento e controle dos lucros: (1) difcil ou mesmo impossvel estimar
receitas e despesas de maneira realista; (2) um sistema informal melhor e funciona bem; (3) no
realista escrever e distribuir metas, polticas e orientaes para todos os supervisores; (4)
oramentos requerem um dispndio de tempo muito grande por parte da gerncia, especialmente
nas constantes revises; (5) tiram a flexibilidade gerencial; (6) criam todos os tipos de problemas
comportamentais; (7) colocam os gerentes em camisas de fora; (8) adicionam um nvel de
complexidade que no necessrio. Desde que Welsch et al. (1988) apontaram estes argumentos
contrrios a um modelo tradicional de planejamento e controle dos lucros, as crticas vm se
tornando cada vez mais freqentes e contundentes por parte no s de executivos como tambm no
meio acadmico.
Leahy (2002) cita uma pesquisa realizada durante o primeiro trimestre de 2001 pelo Centro
para o Desempenho dos Negcios da Cranfield University School Of Management, e pela firma de
consultoria Accenture. De acordo com o resultado das entrevistas pessoais com executivos de
quinze multinacionais, foram identificadas doze queixas mais comuns sobre as abordagens
tradicionais de planejamento e controle: (1) quase nunca do suporte s estratgias da empresa e, na
verdade, muitas vezes as contradizem; (2) exigem um processo que no agrega valor; (3)
concentram-se na reduo de custos e no no aumento de valor; (4) fortalecem comando e controle
verticais dentro de uma organizao; (5) no refletem iniciativas emergentes, como as novas
estruturas de rede que as empresas esto adotando; (6) estimulam o uso de estratgias com
interesses puramente individuais e comportamentos perversos; (7) so elaborados e atualizados com
freqncia insuficiente; (8) baseiam-se em hipteses sem fundamento e palpites; (9) reforam
barreiras entre departamentos em vez de estimularem que o conhecimento seja compartilhado; (10)
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fazem com que as pessoas se sintam desvalorizadas; (11) consomem muito tempo e (12) tiram a
flexibilidade grencial. Ainda de acordo com Leahy (2002), a maior parte das empresas continua
adotando basicamente os mesmos mtodos de sempre na preparao dos seus oramentos.
Fisher (2002) revela que uma pesquisa conduzida pela empresa de consultoria Comshare,
em fevereiro de 2000, indicou que 94% dos profissionais seniores de finanas estavam frustrados
com o processo oramentrio nas suas organizaes. A maioria disse que o tempo para preparao
era o principal problema, e outros disseram que se sentiam paralisados em virtude da tecnologia
disponvel. Para esta autora, a opinio de que o budget tradicional est desatualizado e precisa
mudar crescente. Libby e Lindsay (2003) ressaltam que diversas empresas da Europa ou
abandonaram ou esto abandonando o seu processo de oramento, nas quais pesquisas recentes
retratam crescente insatisfao entre as organizaes com o seu processo oramentrio. As autoras
abordam os estudos conduzidos pelo movimento conhecido por BBRT Beyond Budgeting
Roundtable (um programa do Consortium for Advanced Manufacturing International), que
segundo elas est ganhando cada vez mais notoriedade. Argumentam que no modelo tradicional
opera-se no top down de comando e controle. Decises, recursos e recompensas vo de cima para
baixo, enquanto a informao vem de baixo para cima.
Em que pese relevncia da discusso acerca dos questionamentos ora mencionados por
diferentes autores, talvez a mais preocupante crtica relaciona-se ao fato de que o processo
oramentrio pode vir a se tornar um importante obstculo criao e maximizao de valor aos
acionistas. Jensen (2001) afirma que um conflito de agncia se estabelece sempre que houver
associao do oramento a um plano de bonificao aos funcionrios, sendo que o referido
oramento passa a estar contaminado por interesses conflitantes entre acionistas e administradores.
Nestes casos o oramento no apenas perde a sua principal finalidade, que a de prover a base para
boas decises de negcio e possibilitar a efetiva coordenao das aes do dia a dia, como tambm
contribui para que haja eroso de valor na organizao.
2.4 As alternativas ao modelo tradicional
Oramento Baseado em Atividades ABB: Uma das alternativas mais conhecidas ao
modelo tradicional de planejamento e controle de lucros o chamado Oramento Baseado em
Atividades -ABB. Para Brimson e Antos (1999) esta metodologia foi concebida com o objetivo de
que houvesse um maior foco na criao de valor, no que se refere ao processo de planejamento e
controle. Em essncia, busca-se traduzir a estratgia do negcio em atividades necessrias para
implantao da mesma, pois no apenas ajuda os gerentes a entender onde o dinheiro est sendo
gasto, mas tambm ajuda entender qual trabalho eles esperam realizar. Neste mtodo, o foco est
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no nos recursos, mas sim nas atividades. Os referidos autores destacam os seguintes benefcios de
um oramento baseado em atividades: (1) estabelece responsabilidade para os funcionrios para
gerenciarem suas atividades de forma a atingirem as metas de performance; (2) apresenta uma viso
mais realista da carga de trabalho incluindo o impacto do nvel de servios; (3) prov habilidade
para entender como os produtos e servios criam demanda de atividades especficas que por sua vez
requerem recursos; (4) implanta uma viso de processo que ilustra mais explicitamente as
interdependncias departamentais; (5) cria a habilidade para monitorar e controlar num nvel mais
interativo; (6) prov visibilidade no excesso ou insuficincia de capacidade gerencial.
Balanced Scorecard: A metodologia introduzida com o conceito do Balanced Scorecard
objetiva preencher uma lacuna do processo tradicional de planejamento e controle, por meio do
adequado e necessrio gerenciamento da estratgia organizacional. Com o uso desta ferramenta, as
organizaes passam a relacionar a estratgia ao seu processo tradicional de planejamento e
controle dos lucros (oramento). Kaplan e Norton (2001) esclarecem que oBalanced Scorecardfoi
originalmente proposto para superar as limitaes do gerenciamento com base apenas em medidas
financeiras, j que um plano estratgico substitui o budget como o centro do processo de
gerenciamento. OBalanced Scorecardprov uma estrutura para se olhar estratgia, do ponto de
vista da criao de valor, considerando quatro diferentes perspectivas: (1) financeira - estratgia
para crescimento, lucratividade e risco, vista da perspectiva dos acionistas; (2) cliente - estratgia
para criao de valor e diferenciao, vista da perspectiva do cliente; (3) processos internos -
prioridades estratgicas dos vrios processos do negcio, que criam satisfao para acionistas e
clientes; (4) aprendizagem e crescimento: prioridades que criam um clima que suporte mudanas
organizacionais, inovao e crescimento.
Better Budgeting, Global Budgeting e Rolling Forecasts: Para Neumann (2001) a idia do
Global Budgeting envolve o menos mais. O conceito geral que os gerentes encontraro um
documento fcil de ler e fcil de usar. Qualquer oramento pode se tornar um global budgeting.
Para tal deve-se obter um formato tradicional e simplific-lo num formato mais compreensvel
(racionalizao/agrupamento das despesas e das receitas). Fisher (2002) sugere uma metodologia
alternativa chamada de Better Budgeting. Este mtodo consiste na anlise detalhada do processo
oramentrio, com vistas eliminao de inconsistncias e ineficincias. Trata-se, portanto, de uma
reengenharia do processo oramentrio, objetivando torn-lo mais gil e adequado realidade dos
dias atuais. Howell (2004) sugere a introduo de rollilng forecats para um perodo maior do que
um ano, como forma de que os gerentes tenham em vista um horizonte mais distante e mais
relacionado a decises estratgicas de investimentos. Prope ainda que o formato do budgetseja
alterado de forma a enfatizar mais o aspecto gerao de caixa em detrimento ao aspecto do lucro
contbil.
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Beyond Budgeting: Hope e Fraser (2003) acreditam que dadas s caractersticas de negcio
nos dias atuais, o modelo tradicional de planejamento e controle budgeting - no deve ser
melhorado, mas sim abandonado inteiramente. Os autores propem um modelo gerencial
alternativo que envolve um conjunto de novos processos propiciando o surgimento de metas de
natureza relativa, planejamento contnuo, recursos ligados demanda e coordenao dinmica,
entre outros aspectos. Trata-se de um modelo coerente que envolve uma srie de processos
alternativos, e que tem como resultado a transferncia da responsabilidade pela performance de um
nvel centralizado para os gerentes operacionais. O modeloBeyond Budgetingvem sendo usado em
dois diferentes nveis de extenso, dependendo de como as empresas queiram implement-lo. Em
alguns casos opta-se por uma adaptao do processo (que possibilita aos gerentes focarem na
criao contnua de valor) e em outros numa descentralizao radical (que possibilita aos lderes
criarem uma organizao de alta performance).
3. Procedimentos metodolgicos
O objetivo principal do presente estudo procurar estabelecer uma correlao entre a
existncia de um programa sistemtico de planejamento e controle, e o desempenho financeiro
superior de uma empresa, do ponto vista operacional. Paralelamente tambm se buscou verificar
outros trs aspectos: (1) se as empresas pesquisadas adotam algum programa sistemtico de
planejamento e controle dos lucros; (2) se o mtodo tradicional de planejamento e controle dos
lucros ainda vem sendo utilizado nas empresas pesquisadas, ou, se j h aderncia de mtodos
alternativos (Activity Based Budgeting, Balanced Scorecard, e Beyond Budgeting), (3) o nvel de
satisfao das empresas pesquisadas em relao ao seu processo oramentrio.
Para que tais objetivos sejam atendidos, foi conduzida uma pesquisa de campo do tipo
exploratria / descritiva, com a aplicao de questionrios, tendo sido definido como populao
alvo, companhias brasileiras de capital aberto, com fins lucrativos, e pertencentes a qualquer
segmento de atividade econmica, exceo feita ao segmento financeiro. Dada natureza do
problema de pesquisa, e devido ao fato de existirem aspectos exploratrios, a opo foi pela seleo
de uma amostragem por julgamento, no probabilstica. Conseqentemente, no houve nenhuma
estimativa de erro amostral. A populao-alvo desta pesquisa envolveu um universo de 250
companhias, sendo que destas, 45 empresas atenderam ao convite de responder ao questionrio. O
estudo envolveu a coleta de dados primrios e de dados secundrios. Os dados primrios foram
obtidos com a utilizao de um questionrio composto de 54 perguntas, sendo 5 delas direcionadas
para identificao do respondente.
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Das demais perguntas, haviam 25 perguntas fechadas e de mltipla escolha (sim, no, no
sei / no quero responder) visando avaliar a prtica dos procedimentos tradicionais de planejamento
e controle por parte das empresas; 11 perguntas fechadas e de mltipla escolha visando avaliar a
aderncia de metodologias alternativas de planejamento e controle (uma das alternativas
possibilitava ao respondente descrever uma eventual metodologia divergente das descritas nas
opes anteriores); e 13 perguntas fechadas e de mltipla escolha (sim, no, no sei / no quero
responder) visando avaliar o grau de satisfao das empresas em relao aos seus mecanismos de
planejamento e controle. Em se tratando dos dados secundrios, os mesmos foram obtidos da base
Economtica, e envolveram as seguintes informaes financeiras, relacionadas aos anos de 2001 a
2003: (a) Ebit , (b) Capital empregado, (c) Total dos Ativos. O tratamento dos dados seguiu o
modelo de estudo proposto por Farragher, Kleiman e Sahu (2001), que pesquisaram a relao
existente entre um modelo sofisticado de oramento de capital e uma performance financeira
superior. Para tal foram aplicadas tcnicas estatsticas de anlise multivariada.
No presente estudo houve apenas uma varivel dependente (Retorno sobre o Capital
Empregado), e por essa razo a tcnica utilizada para o tratamento estatstico dos dados foi a
regresso mltipla. Seguindo a estrutura proposta por Farragher, et al. (2001), neste estudo foi
estimado o seguinte modelo de regresso mltipla objetivando associar a performance financeira
das empresas, a um programa sistemtico de planejamento e controle:
jjjj ROICTESPOROCE 43210
Onde:ROCEj = Retorno sobre o Capital Empregado da empresa em relao ao segmento em que
atua;
SPO = Grau de Sofisticao do Planejamento Oramentrio;
TEj = Tamanho da empresa em relao ao segmento em que atua;
ICj = Intensidade de Capital da empresa em relao ao segmento em que atua;
ROj = Risco Operacional da empresa em relao ao segmento em que atua.
No que se refere varivel independente (Existncia de um Programa Sistemtico dePlanejamento e Controle), com base na literatura pesquisada, foram selecionados 25 procedimentos
caractersticos de um programa sistemtico de planejamento e controle. Estes procedimentos foram
submetidos avaliao de um grupo composto por trs pessoas, sendo duas delas professores
acadmicos de comprovado renome e experincia em relao ao assunto em questo. A misso
deste pequeno comit foi a de ponderar os 25 procedimentos obtidos na literatura, atribuindo notas
numa escala de 1 a 5 (sendo 5 um procedimento tido como de alta relevncia no contexto de um
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programa sistemtico de planejamento e controle, e 1 um procedimento de menor relevncia). De
acordo com a opinio do comit, os quatro principais procedimentos de um programa sistemtico de
planejamento e controle so: (1) Comprometimento da Alta Administrao; (2) Sistemtica de
Reporte Peridico de Real versus Orado; (3) Realizao de um Budgetde curto prazo; (4)Budget
derivando do Planejamento Estratgico.
Para a varivel dependente, a medida de valor adotada neste estudo foi o Retorno sobre o
Capital Empregado ROCE. O ROCE ou ROIC reconhecidamente uma medida vlida de
mensurao da rentabilidade operacional das empresas, j que avalia a relao existente entre a
capacidade de gerao do lucro operacional de uma empresa (EBIT) com a necessidade de recursos
alocados para tal (capital empregado). O ROCE tambm pode ser calculado por meio da
multiplicao da Margem Operacional pelo Giro dos Ativos. Todos os dados, aps terem sido
tratados, foram introduzidos no programa estatstico SPSS, para que se pudesse empregar a tcnica
de regresso mltipla em relao s variveis descritas.
4. Resultados
As empresas que adotam um programa sistemtico de planejamento e controle dos lucros
apresentam, no mdio e longo prazo, um resultado financeiro operacional superior no segmento em
que atuam? Esta hiptese no se confirmou, na medida em que estatisticamente no foi evidenciada
uma relao de causa e efeito entre essas duas variveis. Algumas tentativas foram feitas buscando-
se evidenciar esta correlao, por intermdio da interpretao das variveis em diferentes
tratamentos. Contudo a esperada relao de dependncia no foi caracterizada. Por outro lado,
pde-se constatar uma relao estatstica significante das variveis independentes RO Risco
Operacional e TE - Tamanho da Empresa com a varivel dependente ROCE, o que vem a
corroborar as afirmaes de Jacquemin e Saez (1976) e Klammer (1973) apud Farragher et al.
(2001), cujos estudos evidenciaram que negcios de alto risco tendem a apresentar retornos
financeiros mais altos, bem como que o tamanho de uma empresa (medido por meio do valor de
seus ativos) positivamente relacionado sua performance financeira.
A falta de evidncia de uma relao direta de dependncia entre planejamento e controle
com um resultado financeiro operacional superior, de maneira alguma descaracteriza a importncia
destas funes administrativas, j que mesmo as maiores crticas sempre so relacionadas forma
como estas atividades so conduzidas e o que se espera delas, mas nunca sugerindo o total
abandono das mesmas:
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a) O processo oramentrio falhou (inclusive por no inspirar as pessoas), porm sua
importncia reconhecida, sendo esse talvez o nico esforo para o estabelecimento de
objetivos extensivos em muitas empresas (SMITH, 2000);
b) As empresas devem adotar uma nova metodologia de planejamento estratgico, mas o
budgeting fundamental no gerenciamento ttico de uma organizao (KAPLAN;
NORTON, 2001);
c) O problema no est no programa, mas sim na forma como ele possa vir a ser utilizado
(WELSCH et al., 1988);
d) Os oramentos corporativos uma piada. Encorajam os gerentes a mentir e a enganar.
Contudo, a chave est no na destruio do sistema oramentrio, mas na mudana na
maneira como as organizaes pagam as pessoas. O processo oramentrio por si s no
a causa das aes contra-produtivas, mas sim o uso do oramento para determinar
recompensas (JENSEN, 2001);
e) O modelo tradicional de budetingdeve ser abandonado, contudo deve ser adotada uma
nova sistemtica onde tambm existam mecanismos de planejamento e controle (HOPE;
FRASER, 2003).
Sendo assim, a no confirmao da hiptese de pesquisa no questiona a validade das
atividades de planejamento e controle. Apenas no caracteriza uma relao direta de tais atividades
e um resultado financeiro superior nas empresas, o que pode vir a corroborar o pensamento de Hope
e Fraser (2003), segundo o qual uma performance superior no direcionada por planos e controles.
Tung (1994), que embora defenda veementemente o uso de um modelo de planejamento e controle,
j havia alertado que nem sempre a implantao do sistema oramentrio leva a empresa,
necessariamente, a bons resultados financeiros. Todavia, o fato de uma relao de dependncia no
ter sido evidenciada tambm pode, eventualmente, ser decorrente de limitaes do presente estudo,
como por exemplo, o tamanho da amostra (no probabilstica).
Demais resultados puderam ser abstrados do presente estudo, entre eles o fato de que a
maioria das empresas utiliza procedimentos sistemticos de planejamento e controle. Tal resultado,
no corrobora as evidncias de Libby e Lindsay (2003) para as empresas europias, em que diversas
empresas j teriam abandonado seu processo oramentrio.
Foi apurado que todas as empresas pesquisadas adotam no mnimo 12 dos 25 procedimentos
de planejamento e controle mais citado na literatura, sendo que 29% delas praticam todos os vinte e
cinco. Pelo menos 1 destes 25 procedimentos vem sendo utilizado por alguma das empresas
pesquisadas, no qual o grau e adeso de cada um deles de no mnimo 78%, conforme demonstrado
na Tabela 1:
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Tabela 1 Procedimentos de planejamento e controle praticados
Procedimentos de Planejamento e Controle Empresas PesquisadasN Breve Descrio Praticam/
PossuemNo Praticam/
PossuemNo
SabemTotal
1 Divulgao da misso organizacional 44 98% 1 2% 0 0% 452 Metas de longo prazo 37 82% 7 16% 1 2% 453 Estratgias para longo prazo 41 91% 3 7% 1 2% 45
4 Planos de ao com base estratgica 38 84% 4 9% 3 7% 455 Plano financeiro de longo prazo 3/5 anos 35 78% 9 20% 1 2% 456 Plano financeiro de curto prazo 1 ano 43 96% 2 4% 0 0% 457 Plano de curto prazo derivando do PE 40 89% 4 9% 1 2% 458 Suporte da alta administrao 42 93% 1 2% 2 4% 459 Budget desafiador mas atingvel 43 96% 2 4% 0 0% 4510 Budget com base em premissas bsicas 45 100% 0 0% 0 0% 4511 Manual para preparao do Budget 43 96% 2 4% 0 0% 4512 Estrutura contbil adequada 44 98% 1 2% 0 0% 4513 Anlise de sensibilidade durante processo 37 82% 7 16% 1 2% 4514 Comunicao adequada aos envolvidos 43 96% 2 4% 0 0% 4515 Budget utilizado para alocao de recursos 42 93% 2 4% 1 2% 4516 Budget utilizado com flexibilidade 39 87% 6 13% 0 0% 4517 Budget revisado no ano (forecasts) 35 78% 10 22% 0 0% 45
18 Revises acontecem sempre que necessrio 38 84% 6 13% 1 2% 4519 Sistemtica report performance financeira 43 96% 1 2% 1 2% 4520 Sistemtica report performance operacional 42 93% 1 2% 2 4% 4521 Relatrios atendem s expectativas 39 87% 5 11% 1 2% 4522 Variaes so analisadas e compreendidas 44 98% 0 0% 1 2% 4523 Aes corretivas so adotadas 41 91% 2 4% 2 4% 4524 Informaes oportunas e confiveis 42 93% 2 4% 1 2% 4525 Dados atualizados 35 78% 8 18% 2 4% 45
Fonte: Elaborada pelos autores (2009).
A partir deste estudo, tambm foi possvel concluir que a maior parte dos procedimentos de
planejamento e controle esto relacionados metodologia tradicional. Pode-se notar que todas as
empresas pesquisadas j utilizam, em maior ou menor grau, alguns mtodos alternativos ligados aos
modelos do Activity Based Budgeting, Balanced Scorecard, e Beyond Budgeting. A Tabela 2,
abaixo, demonstra que cerca de 30% dos procedimentos de planejamento e controle esto
vinculados a uma metodologia alternativa. Existem trs aspectos, em que o mtodo conservador no
vem mais sendo aplicado na maior parte das empresas 1) coordenao das aes; 2) foco dado ao
monitoramento estratgico e 3) planejamento na alocao dos recursos.
Tabela 2 Mtodo tradicional versus alternativo nas empresas pesquisadas
Mtodo Utilizado Qtde de EmpresasAspectos do Planejamento e ControleTradicional Alternativo Ambos
TotalEmpresas
Estabelecimento de metas 37 82% 6 13% 2 4% 45Sistema de recompensas 35 78% 10 22% 0 0% 45
Periodicidade do Planejamento das aes 36 80% 8 18% 1 2% 45Responsveis pelo Planej. das aes estratgicas 34 76% 5 11% 6 13% 45
Gerenciamento dos recursos 30 67% 12 27% 3 7% 45Coordenao das aes 17 38% 28 62% 0 0% 45
Mensurao e controle da performance 41 91% 2 4% 2 4% 45Planejamento na alocao dos recursos 18 40% 26 58% 1 2% 45
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Produto final do processo Oramentrio 22 49% 22 49% 1 2% 45Foco dado ao monitoramento estratgico 17 38% 28 62% 0 0% 45Freqncia do Planejamento estratgico 44 98% 1 2% 0 0% 45
Total de Citaes 331 67% 148 30% 16 3% 495Fonte: Elaborada pelos autores (2009).
Por fim, este estudo tambm revelou que as empresas pesquisadas no demonstraram
descontentamento em relao aos seus programas de planejamento e controle. Ao contrrio, apenas12% das respostas confirmam as principais queixas abordadas na literatura. A posio apurada,
mais uma vez no corrobora Libby e Lindsay (2003), que indicam pesquisas recentes retratando
crescente insatisfao entre as organizaes com o seu processo oramentrio.
Vale ressaltar que talvez a razo pela qual a maioria das empresas esteja satisfeita com os
seus procedimentos de planejamento e controle seja o fato de que foi constatada uma introduo
gradual de procedimentos alternativos, j tendo sido desprezados alguns aspectos relacionados ao
mtodo tradicional que eventualmente poderiam estar desagradando a estas mesmas empresas
(Tabela 3):
Tabela 3 Grau de satisfao das empresas com seu planejamento e controle
Quantidade de empresasQueixas mais freqentes apontadas naliteratura Sim No No sei Total
O processo oramentrio absorve muito tempolevando-se em considerao um benefcio incerto. 8 18% 36 80% 1 2% 45O processo oramentrio incomodo. 6 13% 37 82% 2 4% 45O processo oramentrio est ultrapassado emrelao ao ambiente competitivo. 2 4% 40 89% 3 7% 45 difcil seno impossvel estimar receitas edespesas de maneira realista. 3 7% 42 93% 0 0% 45
O oramento restringe excessivamente aflexibilidade gerencial, agindo como uma "camisade fora". 1 2% 43 96% 1 2% 45O oramento adiciona um nvel de complexidadeque no necessrio. 3 7% 41 91% 1 2% 45O oramento rapidamente fica desatualizado, perdendo desta forma sua finalidade. 2 4% 42 93% 1 2% 45O processo oramentrio muito mais umexerccio poltico do que estratgico. 2 4% 40 89% 3 7% 45O processo oramentrio concentra-se na reduode custos e no no aumento de valor. 8 18% 36 80% 1 2% 45O processo oramentrio fortalece uma estrutura decomando e controle vertical. 16 36% 24 53% 5 11% 45Pelo fato da remunerao varivel estar atrelada
capacidade de se alcanar nveis previstos nooramento, existe alta incidncia de manipulaodo mesmo. 1 2% 41 91% 3 7% 45 Na empresa utilizam-se ferramentas e tecnologiasinapropriadas, que dificultam a preparao dooramento. 9 20% 35 78% 1 2% 45O oramento no est explicitamente conectadocom a implementao das estratgias. 9 20% 33 73% 3 7% 45
Mdia 5 38 2 45
% de Representatividade 12% 84% 4% 100%Fonte: Elaborada pelos autores (2009).
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5. Consideraes finais
Um dos assuntos mais tradicionais no campo da Administrao o Planejamento e Controle.
No obstante haver algumas divergncias sobre a utilidade desta ferramenta de gesto, tal assunto
vem recebendo diversas contribuies tericas e prticas. De acordo com os resultados apresentados
neste trabalho, a maioria das empresas pesquisadas adota o Planejamento e Controle no mtodo
tradicional, embora j se observe uma importncia dos mtodos alternativos.
O Oramento, pea integrante do Planejamento e Controle, adotado em todas as empresas
pesquisadas, o que evidencia a importncia deste instrumento, ainda mais se considerar a relativa
instabilidade do ambiente de negcios no Brasil.
De forma geral, as empresas esto satisfeitas com o seu Planejamento e Controle, revelando
que a falta deste poderia prejudicar, sobremaneira, a tomada de deciso dos gestores. Os mtodos
alternativos vm dando um novo flego s prticas empresariais, aprimorando o Planejamento
Estratgico como um todo. Em um ambiente cada vez mais competitivo, o Planejamento e Controle
eficiente e eficaz podem revelar-se uma poderosa vantagem competitiva, permitindo s empresas
ocupar uma posio de destaque em suas respectivas indstrias.
Conforme j foi mencionado, este estudo apresentou algumas limitaes, principalmente
decorrentes da dificuldade na obteno de dados primrios, o que sobremaneira limita uma maior
abrangncia da pesquisa, bem como impossibilita a realizao de inferncias estatsticas. Contudo, a
existncia de tais limitaes de forma alguma invalida os resultados aqui demonstrados, j que
foram obtidos mediante a aplicao de metodologias de carter cientfico.
At como fruto das limitaes encontradas, as recomendaes para estudos futuros
repousam sobre uma maior abrangncia amostral, o que ir implicar na obteno de dados primrios
vindos de demais fontes. Tambm se pode sugerir que o mtodo quantitativo seja posteriormente
acompanhado de uma avaliao qualitativa das respostas, por meio do emprego de entrevistas em
carter amostral. Estas entrevistas serviriam para identificar e eliminar eventuais interpretaes
equivocadas em relao ao contedo da pesquisa, evitando-se desta forma algum vis na
interpretao dos dados.
AbstractTo plan and to control are inherent functions to the administrative process, and there are some basic
procedures that guide these activities. The group of these procedures composes the traditionalmodel of planning and control. However, it is growing the questioning in the circle academic and
business, on the effectiveness of the traditional model of planning and control. At the same time areappearing alternative methodologies for execution of such functions, that suggest a critical analysisof the traditional procedures, questioning the validity of the same with regard to the creation ofvalue. This study, conducted with a sample of Brazilian companies publicly-traded in Bovespa, itaimed to show a statistical relationship between the existence of systematic program of planning
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and control (budgeting), and the obtaining of a result operational financial superior. Parallel also itwas researched the adherence of new methodologies as well as the degree of satisfaction of thecompanies in relation to their procedures for planning and control.key-words:planning and control, budget, value.
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Dados dos autores:
Lucio Pandolfi Jr.Mestre em Administrao de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.Higienpolis, So Paulo/SP, Brasil, CEP. 01302-907Tel. (11) 5549-4564.e-mail: [email protected]
Wilson Toshiro NakamuraDoutor em Administrao pela Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade daUniversidade de So Paulo FEA/USP.
Professor do Programa de Ps-Graduao em Administrao de Empresas Stricto Sensu daUniversidade Presbiteriana Mackenzie.Higienpolis, So Paulo/SP, Brasil, CEP. 01302-907Tel. (11) 2275-1970.e-mail: [email protected]
Digenes Manoel Leiva MartinDoutor em Administrao de Empresas pela Escola de Administrao de Empresas de So Paulo EAESP/FGV.Professor do Programa de Ps-Graduao em Administrao de Empresas Stricto Sensu daUniversidade Presbiteriana Mackenzie.Higienpolis, So Paulo/SP, Brasil, CEP. 01302-907Tel. (11) 3865-5153.e-mail: [email protected]
Douglas Dias BastosMestre em Administrao de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade Santa Marcelina.Higienpolis, So Paulo/SP, Brasil, CEP. 01302-907Tel: (11) 2692-2432.e-mail: [email protected]