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A abordagem e o tratamento do sofrimento mental A abordagem e o tratamento do portador de transtorno mental são de grande importância. Fazer uma escuta acolhedora é essencial para construir uma ligação do paciente ao seu tratamento, de acordo com a Linha Guia, Minas Gerais, (2006). Sobre isto, Ribas, (1998) resalta que toda pessoa considerada fora das normas e das regras estabelecidas é uma pessoa estigmatizada e que na realidade, é importante perceber que o estigma não será na pessoa ou, nesta deficiência que ela possa apresentar. Em sentido inverso, são valores culturais estabelecidos que permitam identificar quais pessoas são pessoas estigmatizadas. De acordo com a Linha Guia, Minas Gerais (2006), o paciente chega acompanhado, é importante escutar este, mas desde o inicio é fundamental atentarmos ao paciente em primeiro lugar e depois ouvir os acompanhantes e de preferência perto do paciente. Geralmente há uma diferença entre o que o paciente queixa com o relato da família. Cabe aos profissionais que atuam na área da Saúde Mental conduzir a entrevista e sair do primeiro contato com noção do problema, sua gravidade de qual conduta tomar. Serviço Social e Saúde Mental O papel da família perante o portador de transtorno mental é de buscar em primeiro lugar o conhecimento e informações

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A abordagem e o tratamento do sofrimento mental

A abordagem e o tratamento do portador de transtorno mental são de grande

importância. Fazer uma escuta acolhedora é essencial para construir uma

ligação do paciente ao seu tratamento, de acordo com a Linha Guia, Minas

Gerais, (2006).

Sobre isto, Ribas, (1998) resalta que toda pessoa considerada fora das normas

e das regras estabelecidas é uma pessoa estigmatizada e que na realidade, é

importante perceber que o estigma não será na pessoa ou, nesta deficiência

que ela possa apresentar. Em sentido inverso, são valores culturais

estabelecidos que permitam identificar quais pessoas são pessoas

estigmatizadas.

De acordo com a Linha Guia, Minas Gerais (2006), o paciente chega

acompanhado, é importante escutar este, mas desde o inicio é fundamental

atentarmos ao paciente em primeiro lugar e depois ouvir os acompanhantes e

de preferência perto do paciente. Geralmente há uma diferença entre o que o

paciente queixa com o relato da família.

Cabe aos profissionais que atuam na área da Saúde Mental conduzir a

entrevista e sair do primeiro contato com noção do problema, sua gravidade de

qual conduta tomar.

Serviço Social e Saúde Mental

O papel da família perante o portador de transtorno mental é de buscar em

primeiro lugar o conhecimento e informações sobre o que é o transtorno assim

fica mais fácil à conivência, o zelo e as limitações que ocorrem perante o

mesmo, diz Oliveira Letícia (2011) de acordo com a pesquisa realizada no

artigo “A família e o portador de transtorno mental: dinâmica e sua relação

familiar”.

Oliveira, Leticia (2011), afirma que é comum achar que o dever do cuidado ao

portador é extremamente da família, porem o que se deve lembrar é que essa

família também precisa de cuidados e acompanhamentos para que seja

garantido o equilíbrio e bem estar de todos. Antes de a família encarar a

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realidade é preciso bolar estratégias, trabalhar suas inquietações e ai sim

tomar para si o cuidado com o portador de transtorno mental.

Para Pereira (2000), É importante que os profissionais da área de saúde

mental, de modo especial os assistentes sociais façam intervenção junto à

família, dando suporte para que consigam superar as dificuldades vividas no

convívio com o membro portador de transtorno mental, dividindo com eles o

tempo de cuidar, através da oferta de serviços de atenção psicossocial diário,

dando apoio necessário dos serviços para lidar com o estresse do cuidado e

convidando-o a participa da elaboração dos serviços e de sua avaliação.

Ainda segundo Oliveira, Leticia a autora diz que para dar o apoio às famílias

existem as redes sociais, onde os profissionais acolhem e orientam as famílias,

promovendo a capacidade dos familiares assumirem um papel responsável

pelo cuidado, afeto e vínculos melhorando assim a qualidade de vida e

inserção social.

Moreno e Alencastre (2003) [...] os familiares tiveram sua representatividade

assegurada e uma das recomendações foi: “[…] evitar culpabilizar o usuário e

família, e promover o atendimento integrado da mesma inserida no contexto

comunitário e social”.

A família ao receber o diagnostico sobre o transtorno mental, tendem a sentir

fragilizadas, impotentes e ate culpadas. As expectativas em relação entre o

portador são de insegurança por não saber como lidar com o mesmo.

Para Melman (2001) a vivência de catástrofe desestrutura as formas habituais

de lidar com situações do cotidiano, e muitos familiares não estão preparados

para enfrentar os problemas, não sabem como agir, vivenciando dúvidas e

conflitos.

O Assistente Social deve compreender e conquistar a confiança das famílias

em que atende, levando em consideração todo o contexto vivido por elas. É

importante insistir em fatos e acontecimentos para que recorde de algo. O

profissional deve lembrar ao paciente que a entrevista não é um interrogatório,

mas sim uma forma para que ele encontre a melhor saída para ajudar a

amenizar ou solucionar o seu problema.

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IAMAMOTO (2005) diz que os assistentes sociais trabalham com a questão

social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos

as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na

assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é

também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela

resiste e se opõem. (...) Assim, apreender a questão social é também captar as

múltiplas formas de pressão social, de invenção e de reinvenção da vida

construídas no cotidiano, pois é no presente que estão sendo recriadas formas

novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado.

Ao longo das escutas durante o atendimento define providencias e recursos,

modo e ritmo de frequência ao serviço, contato co a família, busca de suportes

no espaço social, garantia de seus direitos e alta.

De acordo com Barreto Tatiana (2012), o papel do assistente social perante as

dificuldades apresentadas é de resgatar a autonomia do sujeito através de

ações interdisciplinares, atividades culturais e socioeducativas junto com a

família. A partir daí dar orientações, consultas, pareceres, inserir o portador em

programas de cidadania.

É um trabalho em parceria com outras especialidades e pessoal da equipe.

MIOTO, (2007), afirma que é através da sistematização da intervenção que se

desenvolvem tanto os processos investigativos sobre a realidade social, os

sujeitos e o processo de intervenção profissional, quanto de marcos orientador

para as ações profissionais articuladas em diferentes processos de

intervenção. Para tanto, destaca-se a importância das análises e ∕ou

diagnósticos sobre a realidade social e sobre as demandas singulares da

população atendida.

O objetivo principal do paciente em crise é levá-lo ao tratamento e apoio da

família é essencial.

Cada família se posiciona de uma forma mediante a situação. Algumas custam

a perceber a gravidade e demora a procurar ajuda, outras recorrem ao serviço

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por menor motivo. Algumas são solidárias e disponíveis enquanto algumas

intolerantes e com rejeição, podendo ser discretas deixando o paciente mais a

vontade ou as que interferem e perturbam.

E neste contexto a equipe de saúde entra como mediador nas tensões e

conflitos entre o paciente e seus familiares.

De acordo com Linha Guia, Minas Gerais (2006) É dever do assiste social

atender a família quando nos procura como também convocá-la quando

necessário para administração de medicamentos, obter um documento,

esclarecer algo relacionado a fala do paciente, ou mesmo quando estiver

ausente, alheia, a relação entre paciente e família se encontra hostil ou tensas.

GLAT, (1996) fala sobre as dificuldades enfrentadas pelos deficientes, mas que

permite uma reflexão também os problemas enfrentados pelos portadores de

Saúde Mental: a dependência intrínseca do indivíduo – suas dificuldades

intelectuais e/ou motoras – não é na maioria dos casos tão grave a ponto de

impedir sua participação na vida da comunidade, pelo menos parcialmente [...]

os pais, por seu lado, também se tornam dependentes desses filhos

deficientes, a ponto da totalidade de suas vidas passarem a girar em torno da

criança (ou do adulto, quando eles crescem) [...] Esta dependência familiar

mútua [...] prejudica o crescimento emocional do indivíduo portador de

deficiência e dos próprios pais.

Muitas famílias que aceitam tratamentos com choque ou em hospitais

psiquiátricos aceitam bem a abordagem dos profissionais quanto a novos

métodos de tratamento. COSTA, afirma que o serviço social na saúde mental

tem sua prática voltada para o resgate das relações sociais dos usuários

identificando-os em sua totalidade, podendo utilizar de sua capacidade

analítica e histórica para a promoção da ressocialização e fortalecimento dos

vínculos dos sujeitos. Cabe ao assistente social minimizar as contradições

existentes no sistema de saúde que respondem às demandas da psiquiatria

mediante a racionalidade médica que desconhece os problemas implícitos

acerca da pobreza e das questões sociais desencadeadas pelo Capitalismo e

legitimada pelo ideário neoliberal junto à globalização

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Naturalmente o assistente social deve fazer a família a agir diferente, não

conseguindo,deve-se lembrar de que existem órgãos competentes em defesa

do paciente e vamos acioná-los.

Sobre o papel do assistente social, IAMAMOTO, (2002) diz: não cabe ao

profissional de Serviço Social se utilizar no exercício de suas funções de

terapias individuais, de grupo, de família ou comunitárias, mas sim potencializar

a orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da

coletividade aos direitos sociais. É importante ressaltar essa questão, pois

alguns segmentos profissionais vêm se dedicando à terapia familiar e

individual, reivindicando o reconhecimento do campo psíquico enquanto

ampliação do espaço ocupacional do assistente social, qualificando-o de

Serviço Social Clínico, conforme já referido. Essa abordagem é anunciada

como uma resignificação do Serviço Social de Casos, apoiada numa visão

“holística do ser humano”. Ressalta-se que essas ações fogem ao âmbito da

competência do assistente social, pois não estão previstas na legislação

profissional, seja referente ao ensino da graduação, expressa nas diretrizes

curriculares aprovadas pelo MEC, seja na lei de regulamentação da profissão.

Neste capitulo tratamos sobre o papel do serviço social perante o portador de

transtorno mental e sua família, visando à garantia de direitos, construção na

inserção social do portador e tentando minimizar o preconceito perante o

mesmo. O desafio proposto é de grande dificuldade, mas o dever do

assistente social é de direcionar tanto o portador quanto a família, fazendo um

trabalho em conjunto, onde cada um faz o seu papel para que juntos consigam

os resultados desejados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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