sofrimento criativo e sofrimento patogÊnico:...

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Universidade de Brasília Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Social e do Trabalho - PST IV Turma do Curso de Especialização em Psicodinâmica do Trabalho TRABALHO FINAL DE CURSO Coordenadora: Profa. Dra. Ana Magnólia Bezerra Mendes SOFRIMENTO CRIATIVO E SOFRIMENTO PATOGÊNICO: Uma pesquisa com a equipe de saúde Apresentado por: Maria do Socorro dos Santos dos Reis Orientado por: Emilio Pres Facas Brasília - DF Dezembro 2013

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Universidade de Brasília

Instituto de Psicologia

Departamento de Psicologia Social e do Trabalho - PST

IV Turma do Curso de Especialização em Psicodinâmica do Trabalho

TRABALHO FINAL DE CURSO

Coordenadora: Profa. Dra. Ana Magnólia Bezerra Mendes

SOFRIMENTO CRIATIVO E SOFRIMENTO PATOGÊNICO: Uma

pesquisa com a equipe de saúde

Apresentado por: Maria do Socorro dos Santos dos Reis

Orientado por: Emilio Pres Facas

Brasília - DF

Dezembro 2013

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Universidade de Brasília

Instituto de Psicologia

Departamento de Psicologia Social e do Trabalho - PST

IV Turma do Curso de Especialização em Psicodinâmica do Trabalho

SOFRIMENTO CRIATIVO E SOFRIMENTO PATOGÊNICO: Uma

pesquisa com a equipe de saúde

Apresentado por: Maria do Socorro dos Santos dos Reis

Orientado por: Emilio Pres Facas

Brasília - DF

Dezembro 2013

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SOFRIMENTO CRIATIVO E SOFRIMENTO PATOGÊNICO:

Uma pesquisa com a equipe de saúde

CREATIVE SUFFERING AND SUFFERING PATHOGENIC:

A survey of the health team

2013

Orientadores: Ana Maria Magnólia Bezerra Mendes e Emílio Peres Facas

Universidade de Brasília – Instituto de Psicologia

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SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................................... 6

ABSTRACT ..................................................................................................................... 6

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

2. PSICODINÂMICA DO TRABALHO ......................................................................... 8

3. MÉTODO ................................................................................................................... 10

4. RESULTADOS .......................................................................................................... 12

4.1 Caracterização sociodemográfica dos participantes da pesquisa ......................... 12

4.2 Avaliação do risco de sofrimento psíquico no trabalho ....................................... 12

4.3 Comparação da opinião de grupos conforme os dados demográficos e funcionais

dos participantes .................................................................................................... 14

5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 15

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 18

7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ....................................................................................................................... 20

Figura 2 ....................................................................................................................... 20

Figura 3 ....................................................................................................................... 21

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos participantes da pesquisa .............. 22

Tabela 2 - Análise Descritiva para os fatores de IRIS ................................................ 22

Tabela 3 - Teste T – Lotação ...................................................................................... 23

Tabela 4 - Teste T – Tempo na Instituição ................................................................. 23

Tabela 5 - Teste T – Tempo no Cargo ........................................................................ 23

Tabela 6 - Anova One Way - Faixa Etária ................................................................. 24

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Reis, Maria do Socorro dos Santos dos. SOFRIMENTO CRIATIVO E

SOFRIMENTO PATOGÊNICO: Uma pesquisa com a equipe de saúde.

RESUMO

Este estudo, fundamentado na Psicodinâmica do Trabalho, objetivou realizar um

mapeamento dos indicadores de risco de sofrimento patogênico no trabalho da equipe

de profissionais de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem

quantitativa, realizada no departamento médico de uma instituição pública federal

localizada em Brasília, Distrito Federal. O instrumento utilizado foi o Inventário de

Riscos e Sofrimento Patogênico no Trabalho (IRIS), composto pelos fatores Utilidade,

Indignidade e Reconhecimento. A análise dos dados foi realizada por meio do método

estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os dados indicaram que o

trabalho realizado na instituição em questão foi considerado favorável e que os

colaboradores se sentem úteis, reconhecidos e dignos nas atividades que realizam. E

apesar de alguns itens apresentarem risco médio, não há risco de sofrimento patogênico

nos servidores da enfermagem. O fato de o resultado geral ter sido indicado satisfatório

do ponto de vista do risco de sofrimento patogênico no trabalho, não significa que a

equipe não vivencie sofrimento psíquico.

Palavras-chave: Profissionais de enfermagem, Sofrimento criativo, Sofrimento

patogênico.

ABSTRACT

This study, based on psychodynamics of work, aimed to perform a mapping

of risk indicators of pathogenic suffering in the work of lhe team of nursing

professionals. It is a descriptive research with quantitative approach taken in the

department medical from a public institution located in Brasília, Distrito Federal. The

instrument used was the Inventário de Riscos e Sofrimento Patogênico no Trabalho

(IRIS), composed of the factors Utility, and Indignity Recognition. Data analysis was

performed using the statistical method Statistical Package for Social Sciences (SPSS).

The data indicated that the work done in the institution in question was considered

favorable and that employees feel useful, and recognized worthy in the activities they

perform. And though some items present medium risk have no risk of pathogenic

suffering in nursing servers. The fact the overall result being indicated satisfactory from

the point of view of the risk of suffering pathogen at work, does not mean that the team

not to experience psychological distress.

Keywords: Nurse practitioners, Creative Suffering, Pathogenic Suffering.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

7

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, tem crescido o interesse por pesquisas em psicodinâmica

do trabalho que abordam o prazer e o sofrimento no trabalho dos profissionais de

enfermagem. É crescente o reconhecimento de que os trabalhadores da área da saúde,

especialmente os da equipe de enfermagem, vivenciam situações desgastantes no

trabalho, que levam ao sofrimento.

Esta categoria profissional é caracterizada como uma profissão composta,

em sua maioria, pelo sexo femenino e marcada pela sigularidade e especificidade de

suas ações desenvolvidas diariamente (Shimizu, Couto & Merchan-Hamann, 2011). O

trabalho da equipe de enfermagem também é caracterizado como um processo

organizado de forma fragmentada e baseada nos princípios tayloristas e tem como

objeto de trabalho o indivíduo acometido por alguma patologia (Martins, Robazzi &

Bobroff, 2010).

Situações desgastantes são vivenciadas por estes profissionais, pois é desta

categoria profissional a atribuição de cuidar tanto do indivíduo como de seus familiares

(Shimizu et al., 2011; Martins et al., 2010). A morte e o sofrimento estão presentes

constantemente na atuação desses profissionais, levando-os ao adoecimento psíquico,

pois a rotina diária desencadeia sentimentos de angústia, esgotamento emocional, físico

e social (Martins et al., 2010).

O sofrimento é gerado pela insatisfação dos profissionais de enfermagem

em geral e pode ser causado pela deficiência dos recursos humanos e materiais, o que

traz o sentimento de frustração e impotência, e afeta diretamente a qualidade da

assistência prestada à população (Spindola & Santos, 2005).

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

8

Entendendo que essa categoria profissional tem o oficio de cuidar, é

importante que a organização do trabalho seja um ambiente favorável a situações de

prazer, contribuindo para a saúde psíquica no trabalho da equipe de enfermagem. “É

incoerente preocupar-se com a satisfação dos usuários e não se preocupar com o

determinante maior da qualidade da assistência, o trabalhador.” (Garcia, Dellaroza,

Haddad & Pachemshy, 2012; Martins et al., 2010).

Diante dessa realidade, é importante avaliar se há risco ou não de sofrimento

patogênico no trabalho da equipe de saúde, para que estratégias sejam elaboradas com o

objetivo de minimizar a ocorrência desse fenômeno. Portanto, o propósito de evidenciar

os indicadores de sofrimento criativo e/ou patogênico em servidores da enfermagem da

instituição e identificar até que ponto a organização do trabalho contribui ou não para a

saúde dos seus servidores justifica a realização deste estudo.

Partindo dessas considerações, a pesquisa teve como objetivo realizar um

mapeamento dos indicadores de riscos de sofrimento patogênico na equipe de saúde de

uma instituição pública.

2. PSICODINÂMICA DO TRABALHO

A psicodinâmica do trabalho, que nasceu nos anos 80 na França e tem como

principal representante o psiquiatra e psicanalista Cristophe Dejours, surgiu como uma

ampliação teórica da psicopatologia. A princípio, seu objeto de estudos era o

adoecimento psíquico. Após se dedicar a pesquisas com situações práticas de trabalho

em empresas e instituições, observou-se um alto nível de sofrimento psíquico gerado

pela organização de trabalho e, apesar disso, as pessoas não adoeciam. A partir daí,

Dejours (1992) mudou seu foco de estudos, passando a preocupar-se com o campo da

normalidade psíquica e as relações de prazer e sofrimento no trabalho.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

9

Essa abordagem estuda as relações dinâmicas entre a organização do

trabalho e o processo de subjetivação, diz respeito à natureza e à divisão da tarefa, ao

trabalho prescrito e real, às inter-relações humanas de trabalho entre chefias e colegas e

como o sujeito pensa, sente e age no trabalho, respectivamente (Mendes, 2007).

O trabalho prescrito diz respeito à tarefa em si. É a maneira como as

normas, regimes internos e rotinas de trabalho devem ser cumpridos e realizados. E o

trabalho real é a atividade, o que se faz de fato frente ao prescrito. Ele pode ser

condizente em alguns momentos e situações com o prescrito ou não. Em geral, o

confronto com a discrepância entre o trabalho prescrito e o real é vivenciado no

sofrimento (Mendes, 2007).

O sofrimento assume um papel de mediador entre o patológico e o saudável

na medida em que mobiliza o sujeito à mudança da situação desencadeadora de

desconforto e conflito. O sofrimento torna-se criativo quando é transformado e o

trabalho é ressignificado por meio da criatividade, e patológico quando não existe

possibilidade de negociação (liberdade) entre o sujeito e a organização do trabalho

(Dejours, Abdouchelli & Jayet, 1994).

Dessa forma, a organização do trabalho deve ser flexível e dar liberdade

para o trabalhador exercer sua atividade de forma prazerosa. As vivências de prazer

estão relacionadas ao sentido que o indivíduo atribui ao seu trabalho, às condições

disponibilizadas pela organização e à liberdade de utilização de estratégias operatórias

pelo trabalhador (Mendes & Linhares, 1996).

Essas vivências de prazer ocorrem quando a organização do trabalho

permite que o trabalhador utilize estratégias de trabalho para ajustar e adequar o

prescrito à realidade de trabalho. O sujeito vivencia o prazer, representado pela sensação

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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de bem-estar, motivação e satisfação no trabalho, quando também é permitida a

expressão da sua individualidade e da criatividade (Ferreira & Mendes, 2001).

Tendo em vista as vivências de prazer e sofrimento psíquico no trabalho na

área de saúde, a pesquisa objetivou analisar os indicadores de riscos de sofrimento

patogênico na equipe de enfermagem de uma instituição pública federal.

3. MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, realizada

no mês de agosto de 2013, no departamento médico de uma instituição pública federal

localizada em Brasília, Distrito Federal.

A instituição conta com um Departamento Médico (Demed), que é

destinado ao atendimento médico ambulatorial, multidisciplinar e de emergência aos

seus usuários servidores e dependentes. Os serviços prestados no Demed contam com a

supervisão e responsabilidade técnica do diretor do departamento, auxiliado pelas

diversas coordenações, dentre elas destacam-se as Coordenações de Emergência Médica

(Coeme) e a Coordenação de Enfermagem (Coenf).

A Coenf é responsável pelos serviços ambulatoriais, além da supervisão das

atividades e procedimentos de enfermagem, assim como pela escala de distribuição dos

serviços e dos técnicos por setores. Para realização da pesquisa, inicialmente, foi

estabelecido contato com a coordenação de enfermagem que, com autorização da

direção do departamento, apresentou receptividade à proposta da pesquisa.

O quadro de profissionais da equipe de enfermagem da instituição na qual o

estudo foi realizado é composto por 11 enfermeiros e 45 técnicos de enfermagem,

atuantes nos turnos matutino e vespertino. Todos foram convidados a participar da

pesquisa.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

11

Inicialmente, foi encaminhado o convite via e-mail aos profissionais da

equipe de enfermagem, subordinados as Coenf e Coeme, para participarem da pesquisa.

Em seguida, foi feito contato com os participantes durante o período de trabalho. Após a

explicação dos objetivos e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), iniciou-se a coleta dos dados.

Para a coleta de dados, utilizou-se o Inventário de Riscos de Sofrimento

Patogênico no Trabalho (IRIS) composto por 45 questões fechadas e algumas abertas,

distribuídas por três fatores: Utilidade, Reconhecimento e Indignidade. Esse inventário

tem por finalidade diagnosticar os riscos para a saúde do trabalhador por meio da

análise dos indicadores de sofrimento patogênico no trabalho (Mendes & Araujo, 2012).

A amostra do estudo foi constituída por 38 profissionais, sendo 8

enfermeiros e 30 técnicos de enfermagem. A escolha dessas categorias profissionais

justifica-se pelo envolvimento direto na assistência ao cliente, assim como por

possuírem contato com todos os outros elementos da equipe de saúde, vivenciando,

portanto, todas as consequências do processo de trabalho nos serviços de saúde.

Os dados obtidos neste estudo foram processados no SPSS, versão 18.0.

Verificou-se, por meio do Teste T, que as diferenças de risco de sofrimento psíquico

variam em função da lotação, tempo de instituição e tempo no cargo. O teste de Anova

One Way foi utilizado para analisar a faixa etária.

A pesquisa foi realizada após aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê

de Ética em Pesquisa, sob o Parecer nº 333.191 e Certificado de Apresentação para

Apreciação Ética (CAAE) nº 16719313.6.0000.5540.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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4. RESULTADOS

4.1 Caracterização Sociodemográfica dos Participantes da Pesquisa

Conforme mostra a Tabela 1, participaram da pesquisa 38 profissionais de

enfermagem, destes 8 (21,1%) são enfermeiros e 30 (78,9%) são técnicos de

enfermagem. Quanto ao perfil dos participantes da pesquisa, verificou-se predominância

da participação feminina (78,9%), a maioria de casados (71,1%) e técnicos em

enfermagem (78,9%), pós-graduados (50,0%), com idade média de 42,7 anos (DP =

6,63) de idade, 10,9 anos (DP = 7,4) de serviço na instituição e 13,0 anos (DP = 9,3) de

serviço no cargo.

4.2 Avaliação do Risco de Sofrimento Psíquico no Trabalho

Avaliação global dos três fatores. A Tabela 2 apresenta as médias dos

participantes nos fatores do IRIS e as Descritivas para esses fatores. A maior média

observada se refere ao fator Utilidade (4,38). Esta dimensão apresentou também o

menor índice de desvio-padrão (DP = 0,45), o que sugere que há concordância nas

respostas dos participantes.

Quanto ao resultado do fator Reconhecimento, a média se aproxima um

pouco mais da zona de risco moderado (3,73), quando comparado ao fator Utilidade,

contudo, ainda revela que não há risco de sofrimento entre os participantes da amostra

pesquisada. O desvio-padrão deste fator é o maior da escala (DP = 0,57), sugerindo que

há um maior grau de discordância entre os participantes a esse respeito.

Na análise do fator Indignidade, revela-se ausência de sentimentos de

injustiça, desânimo, insatisfação e desgaste com o trabalho entre os participantes da

pesquisa. Dos três fatores do inventário, o fator Indignidade é o que se aproxima mais

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

13

da zona de risco moderado (2,37), contudo, ainda indica ausência de risco de

sofrimento.

Avaliação detalhada de cada fator. A seguir, os resultados dos itens de

cada fator - Utilidade, Reconhecimento e Indignidade - serão apresentados com o

objetivo de compreender em detalhe cada uma das dimensões de risco de sofrimento

psíquico pesquisadas.

A Figura 1 apresenta a média dos resultados observados para os itens do

fator Utilidade. Os dados mostram que os participantes da pesquisa percebem a

finalidade do seu trabalho, usam conhecimentos específicos na atuação profissional e

sentem-se úteis no trabalho que desenvolvem na instituição. Os itens que merecem

atenção da instituição dizem respeito ao uso de criatividade no trabalho (3,95), relação

entre o trabalho e o desenvolvimento da sociedade (3,92) e adequação do trabalho às

expectativas dos participantes (3,76). Esses itens obtiveram resultado médio abaixo de

4,00, contudo, ainda se encontram acima da média (3,5) para classificação de ausência

de risco de sofrimento patogênico.

A Figura 2 contém as médias dos itens do fator Reconhecimento. É possível

observar que os resultados apresentam maior dispersão do que observado no fator

Utilidade. Os dados revelam que os trabalhadores gostam do convívio com os colegas,

sentem que podem ser autênticos e reconhecem a possibilidade de diálogo com a chefia

e a solidariedade dos colegas. Porém, o fator Reconhecimento apresenta alguns riscos

moderados de sofrimento psíquico, quais sejam: admiração do trabalho realizado pelos

outros profissionais (3,47), liberdade para dizer o que pensa sobre o trabalho (3,39),

organização do próprio trabalho (3,30) e, próximo à faixa crítica, participação no

planejamento das atividades (2,58).

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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O fator Indignidade está representado pela Figura 3 e apresenta uma

interpretação distinta em função do sentido invertido dos itens. O gráfico revela índices

favoráveis na maioria dos itens. Destaca-se a afirmação dos participantes de que a

permanência no emprego não se deve à falta de oportunidade no mercado de trabalho.

Além disso, os resultados indicam que os trabalhadores mostram não sentir insatisfação

no trabalho e que o mesmo não causa sofrimento. Contudo, riscos moderados de

sofrimento se apresentam em alguns itens, como frustrações (2,61), sobrecarga (2,76),

revolta ao submeter o trabalho às influências políticas (2,79), desgaste (3,05), cansaço

(3,16) e quantitativo de pessoas para execução do trabalho (3,11).

4.3 Comparação da Opinião de Grupos Conforme os Dados Demográficos e

Funcionais dos Participantes

A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos no Teste T para lotação. Os

resultados mostram que não há diferença entre os grupos (p>0,05). Isso indica que a

exposição ao risco psíquico independe da lotação do trabalhador.

A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos no Teste T para a variável tempo

na instituição, que foi recodificada nas faixas de tempo “até 10 anos” e “mais de 10

anos”. Os resultados mostram que há diferença entre os grupos apenas no que tange ao

fator Utilidade (p<0,05). Isso indica que os trabalhadores com mais de 10 anos na

instituição sentem-se mais úteis e realizam um trabalho importante e significativo para a

instituição, clientes e sociedade.

A Tabela 5 apresenta os resultados obtidos no Teste T para a variável tempo

no cargo, que foi recodificada nas faixas de tempo “até 10 anos” e “mais de 10 anos”.

Os resultados mostram que não há diferença entre os grupos (p>0,05). Isso indica que a

exposição ao risco psíquico independe do tempo do trabalhador no cargo.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos na Anova One Way para a

variável faixa etária. Os resultados mostram que há diferença entre os grupos (p<0,05)

apenas para o fator Utilidade. Os testes post hoc indicam que os trabalhadores com até

33 anos de idade sentem-se significativamente menos úteis do que os demais.

5. DISCUSSÃO

O inventário utilizado neste estudo - IRIS - está estruturado em três fatores,

Utilidade, Indignidade e Reconhecimento, que permitem classificar o risco em críticos,

moderados e ausentes.

Segundo Mendes e Araújo (2012), o fator Utilidade é se sentir valorizado,

fazer um trabalho que tenha valor significatio para si mesmo e que seja importante para

a organização, clientes e/ou sociedade.

Os resultados mostraram que o risco de sofrimento patogênico foi ausente

para esse item. A avaliação detalhada aponta que, conforme critérios de análise da

escala, não existem indícios de sofrimento patogênico entre os trabalhadores

pesquisados. No fator Utilidade foi verificado o menor desvio-padrão, revelando que

não houve divergências nas respostas dos avaliados.

Pode-se inferir que a percepção dos servidores a respeito de como se sentem

no trabalho é consistente e favorável e que os profissionais da instituição consideram

que realizam um trabalho importante e significativo, se sentem úteis na tarefa que

desenvolvem e acreditam na finalidade de sua atividade profissional.

Segundo Shimizu et al. (2011), isso ocorre porque o “ato de cuidar

possibilita aos trabalhadores de enfermagem experiência de sentimentos muito

agradáveis, sobretudo o de estar sendo útil, o que, consequentemente, lhes confere a

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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sensação de desenvolvimento de tarefa socialmente nobre”. Além de fazer parte de uma

instituição de status, que “gera sentimento de orgulho, satisfação, bem-estar e prazer”.

O fator Indignidade, segundo Mendes & Araujo (2012), é sentir-se

injustiçado, desanimado, insatisfeito e desgastado com seu trabalho e os dados

referentes a esse fator mereceram maior destaque. Foi evidenciado que os servidores

gostam do que fazem. Eles se sentem úteis e reconhecidos, mas também relatam

sobrecarga, cansaço, desgaste razoável, itens que apresentam risco médio de sofrimento

patogênico. Porém, os itens, analisados conjuntamente ratificam a ausência de

sofrimento psíquico e evidenciam um compromisso afetivo com o trabalho.

Os resultados do fator Reconhecimento indicam que o participante se sente

“qualificado, aceito e admirado pelos colegas e chefia e livre para expressar o que pensa

e sente em relação ao seu trabalho” (Mendes & Araujo, 2012, p. 139). Os índices

apontam que os trabalhadores sentem-se autênticos, gostam de conviver com os colegas

de trabalho e atestam a possibilidade de diálogo com a chefia. Porém, esse fator

apresenta risco moderado de sofrimento patogênico no que diz respeito à admiração do

trabalho pelos outros, liberdade para dizer o que pensa, organizar o próprio trabalho e

participação no planejamento das tarefas.

Os resultados globais deste estudo evidenciaram que os profissionais

pesquisados não possuem risco de sofrimento patogênico no trabalho que realizam, pois

a análise dos resultados apresenta risco ausente para os três fatores. É considerado risco

ausente quando os três fatores forem ausentes de risco ou um moderado e dois ausentes

(Mendes & Araujo, 2012).

A ausência de risco de sofrimento patogênico nos profissionais pesquisados

caracteriza, segundo Mendes e Araujo (2012), “[...] que não havendo o risco de

sofrimento patogênico, o grupo de trabalhadores está vivenciando sofrimento criativo,

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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prazer e/ou utilizando de forma bem sucedidas as estratégias de defesa coletivas” (p

137). Nesse sentido, pode-se inferir que a equipe está vivenciando o sofrimento criativo,

proporcionando prazer no trabalho.

Riscos moderados de sofrimento se apresentaram em alguns itens dos

fatores Reconhecimento e Indignidade, o que pode ser usado pela instituição como

aspectos a serem trabalhados, tendo em vista ações para favorecer ainda mais as

condições de trabalho. Mais atenção deve ser dada a questões como frustrações,

sobrecarga, influências políticas, desgaste, cansaço e quantitativo de pessoas para

execução do trabalho, apresentados no fator Indignidade, e em relação a liberdade para

dizer o que pensa, organizar o próprio trabalho e participação no planejamento das

tarefas, apontados no fator Reconhecimento.

Não houve diferença de grupos em função da lotação e do tempo no cargo.

Em relação à lotação Coeme e Coenf, se o trabalho é o mesmo e as condições são as

mesmas nos dois lugares, não haveria porque ter mais risco em um deles. O tempo no

cargo também se apresentou coerente, visto que esses cargos são de ocupação

permanente. O tempo que o servidor está no cargo de técnico ou enfermeiro está mais

relacionado com o tempo dele na instituição ou sua idade do que com o risco de

sofrimento propriamente dito.

Por outro lado, há diferenças no fator Utilidade em função do tempo na

instituição e da faixa etária. Quem está há mais tempo sente seu trabalho mais útil à

sociedade. Em relação à idade, os testes indicam que os trabalhadores com até 33 anos

de idade sentem-se significativamente menos úteis do que os demais.

O presente estudo possibilitou o mapeamento dos indicadores de risco de

sofrimento patogênico no trabalho da enfermagem e melhor compreensão da realidade

da saúde psíquica dos colaboradores da instituição na qual a pesquisa foi realizada.

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados indicaram que o trabalho realizado na instituição em questão foi

considerado favorável e que os colaboradores se sentem úteis, reconhecidos e dignos

nas atividades que realizam. E, apesar de alguns itens apresentarem risco médio, os

servidores da enfermagem do Demed não possuem risco de sofrimento patogênico.

O fato de o resultado geral ter indicado satisfatório do ponto de vista do

risco de sofrimento patogênico no trabalho, não quer dizer que a equipe não vivencia

sofrimento no trabalho. Apesar das respostas de cada participante terem sido

congruentes entre si no fator Utilidade, alguns itens dos demais fatores mostraram risco

moderado de sofrimento patogênico no trabalho realizado pela equipe pesquisada.

Porém, é importante pontuar que houve algumas limitações para a

realização deste estudo. O instrumento de coleta dos dados meramente quantitativo, não

sendo privilegiada a subjetividade dos sujeitos. Além da análise da demanda ter partido

da pesquisadora.

Contudo, o estudo vem contribuir, dentre outros aspectos, para despertar nos

gestores a importância de estudos que abordem não só a equipe enfermagem, mas os

demais servidores do departamento médico em questão. Além de servir de diagnóstico

complementar para futuras pesquisas, bem como a implantação de ações que visem à

saúde psíquica dos servidores, não só do Demed, mas da instituição como um todo.

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7. REFERÊNCIAS

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centro de saúde de Brasília. Psicologia IESB, 3(1). Recuperado de

php.iesb.br/o s/index.php/psicologiaiesb/article/do nload/ /

Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho (5ª ed.

Ampliada). São Paulo: Cortez-Oboré.

Dejours, C., Abdoucheli, E., Jayet, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho:

Contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e

trabalho. São Paulo: Atlas.

Ferreira, M C., Mendes, A M. (2001). “Só de pensar em vir trabalhar, á fico de mau

humor”: Atividade de atendimento ao público e prazer-sofrimento no trabalho. Revista

Estudos de Psicologia, Natal, 6(1), 97-108.

Garcia, A B., Dellaroza, M S G., Haddad, M C L, Pachemshy, L R. (2012). Prazer no

trabalho de técnicos de enfermagem do pronto-socorro de um hospital universitário

público. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS), 33(2), 153-159.

Martins, J T., Robazzi, M L C C., Bobroff, M C C. (2010). Prazer e sofrimento no

trabalho da equipe de enfermagem: reflexão à luz da psicodinâmica Dejouriana. Rev.

esc. enferm, São Paulo: USP, 44(4).

Mendes, A M. (org). (2007). Psicodinâmica do trabalho - Teoria, métodos e pesquisas.

São Paulo: Casa do Psicólogo.

Mendes, A M., Araujo, L K R. (2012). Clínica psicodinâmica do trabalho – O sujeito

em ação. Curitiba: Juruá.

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sofrimento no trabalho: Um estudo com enfermeiros de UTI. Revista Brasileira de

Enfermagem, 2(49), 267-280.

Shimizu, H E.; Couto, D T.; Merchan-Hamann, E. (2011). Prazer e sofrimento em

trabalhadores de enfermagem de unidade de terapia intensiva. Rev. Latino-Am.

Enfermagem. 19(3):[09 telas]. Disponível em: <www.eerp.usp.br/rlae>

Spindola, T., Santos, R. S. (2005). O trabalho na enfermagem e seu significado para as

profissionais. Revista Brasileira de Enfermagem, 58(2), 156-160.

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FIGURAS

Figura 1

Figura 1. Médias dos itens do fator Utilidade.

Figura 2

Figura 2. Médias dos itens do fator Reconhecimento.

3,76

3,92

3,95

4,16

4,27

4,32

4,42

4,49

4,50

4,58

4,61

4,61

4,63

4,68

4,79

1 2 3 4 5

Consigo adaptar meu trabalho as minhas…

Meu trabalho contribui para o…

Utilizo minha criatividade no desempenho das…

Quando executo minhas tarefas realizo-me…

Minhas tarefas são significativas para as…

Identifico-me com minhas tarefas

Sinto-me produtivo no meu trabalho

Minhas tarefas são significativas para mim

Tenho disposição para realizar minhas tarefas

Meu trabalho é importante para a organização

Sinto orgulho do trabalho que realizo

Minhas tarefas são banais (invertido)

Sinto-me útil no meu trabalho

Minhas tarefas exigem conhecimentos…

Meu trabalho tem finalidade

2,58

3,30

3,39

3,47

3,57

3,61

3,61

3,78

3,92

4,03

4,05

4,34

4,74

1 2 3 4 5

...participo do plane amento até a execução das…

Tenho liberdade para organizar o meu trabalho…

Tenho liberdade para dizer o que penso sobre…

O tipo de trabalho que faço é admirado pelos outros

Sinto o reconhecimento da minha chefia...

Sinto o reconhecimento dos meus colegas...

Tenho autonomia no desempenho das minhas…

No trabalho, uso o meu estilo pessoal

Existe confiança na relação entre chefia e…

Sinto meus colegas solidários comigo

Há possibilidade de diálogo com a chefia da…

No meu trabalho posso ser eu mesmo

Gosto de conviver com meus colegas de trabalho

Ausente Moderado Crítico

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Figura 3

Figura 3. Médias dos itens do fator Indignidade.

1,27

1,82

1,87

2,08

2,16

2,18

2,21

2,28

2,28

2,32

2,37

2,61

2,76

2,79

3,05

3,11

3,16

1 2 3 4 5

Permaneço neste emprego por falta de…

Sinto insatisfação no meu trabalho

Meu trabalho me causa sofrimento

A repetitividade das minhas tarefas me incomoda

Tenho receio de ser punido ao cometer erros

Sinto desânimo no meu trabalho

As condições de trabalho oferecidas são…

Revolta-me a submissão do meu chefe às ordens…

É in usta a distribuição da carga de trabalho na…

Minhas tarefas são desagradáveis

Sinto-me in ustiçado pelo sistema de promoção…

Tenho frustrações com o meu trabalho

Sinto-me sobrecarregado no meu trabalho

Fico revoltado quando tenho que submeter o…

Meu trabalho é desgastante

O número de pessoas é insuficiente para…

Meu trabalho é cansativo

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TABELAS

Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos participantes da pesquisa

Tabela 2 – Análise Descritiva para os fatores de IRIS

Amostra estudada

Gênero Homens = 21,1%

Mulheres = 78,9%

Estado civil Solteiro = 23,7%

Casado = 71,1%

Divorciado = 5,3%

Escolaridade Nível médio = 18,4%

Nível superior = 28,9%

Pós-graduação = 50,0%

Cargo Técnico em enfermagem = 78,9%

Enfermeiro = 21,1%

Idade (em anos) Média = 42,7

DP = 6,63

Tempo na instituição (em anos) Média = 10,9

DP = 7,43

Tempo no cargo (em anos) Média = 13

DP = 9,30

Total de participantes 38

Média Desvio-padrão

Skewness Curtose

Estatística Erro padrão Estatística Erro padrão

Utilidade 4,38 0,45 -0,968 0,383 0,436 0,75

Reconhecimento 3,73 0,57 -0,372 0,383 -0,752 0,75

Indignidade 2,37 0,54 0,496 0,383 0,534 0,75

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Sofrimento Criativo e Sofrimento Patogênico.

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Tabela 3 - Teste T – Lotação

Tabela 4 - Teste T – Tempo na Instituição

t Graus de

liberdade Sig. (bicaudal) Média Até 10 anos Média + 10 anos

Utilidade -2,57 34 0,02 4,16 4,52

Reconhecimento -1,74 34 0,09 3,52 3,84

Indignidade 0,38 34 0,97 2,36 2,36

Tabela 5 - Teste T – Tempo no Cargo

T Graus de liberdade Sig. (bicaudal) Média Coeme Média Coenf

Utilidade -0,08 35 0,94 4,40 4,41

Reconhecimento 0,003 35 1,00 3,76 3,76

Indignidade -1,31 35 0,20 2,22 2,44

t Graus de

liberdade Sig. (bicaudal) Média Até 10 anos Média + 10 anos

Utilidade -1,54 34 0,13 4,24 4,57

Reconhecimento -1,31 34 0,20 3,56 3,81

Indignidade 0,43 34 0,67 2,41 2,33

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Tabela 6 - Anova One Way - Faixa Etária

F Graus de

liberdade

Sig.

(bicaudal)

Média

‘até 33

anos’

Média ‘até

34 a 43

anos’

Média ‘até

44 a 50

anos’

Média

‘mais de

50 anos’

Utilidade 4,44 37 0,10 3,97* 4,49 4,43 4,61

Reconhecimento 2,04 37 0,13 3,33 3,83 3,88 3,83

Indignidade 0,10 37 0,96 2,45 2,38 2,30 2,37