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1 PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL DO PARANÁ CURITIBA 2012 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

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    PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL DO PARAN

    CURITIBA

    2012

    SECRETARIA DE ESTADO DA

    EDUCAO DO PARAN

    SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

  • 2

    SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO DO PARAN

    SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

    PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL DO PARAN Plano Estadual de Educao no Sistema Prisional apresentado Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso e ao Departamento Penitencirio Nacional como parte da proposio para obteno de apoio financeiro, com recursos do Plano de Aes Articuladas e/ou do Fundo Penitencirio Nacional, para ampliao e qualificao da oferta de educao nos estabelecimentos penais do Paran, nos exerccios de 2012, 2013 e 2014.

    CURITIBA 2012

  • 3

    SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO DO PARAN

    SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

    IDENTIFICAO

    GESTO:

    RGO PROPONENTE: GOVERNO DO ESTADO DO PARAN CNPJ: 76.416.940/0001-28 Endereo: Palcio do Iguau Praa Nossa Senhora de Salette, s/n Centro Cvico CEP: 80530-909 Telefone: (41) 3210-2400 Nome do Responsvel: Carlos Alberto Richa Cargo: Governador do Estado

    RGOS EXECUTORES:

    SECRETARIA DE ESTADO EDUCAO CNPJ: 76.416.890/0001-89 End: Av. gua Verde, 2140 Vila Isabel CEP: 80240-900 Telefones: (41) 3340-1500 E-mails: [email protected] Nome do Responsvel: Flvio Arns Cargo: Secretrio de Estado de Educao e Vice Governador SECRETARIA DE JUSTIA, CIDADANA E DIREITOS HUMANOS CNPJ: 76.416.940/0001-28 End: Palcio das Araucrias Rua Jacy Loureiro de Campos, s/n 2 andar CEP: 80530-915 Telefones: (41) 3221-7200 E-mails: [email protected] Nome do Responsvel: Maria Tereza Uille Gomes Cargo: Secretria da Justia, Cidadania e Direitos Humanos

  • 4

    Um preso reabilitado no algum que aprendeu a sobreviver bem na priso, mas uma pessoa que tem xito no mundo externo priso na ps-recluso. (COYLE, 2002).

    Aos educadores e a todos aqueles que, contra tudo e contra todos, procuram em um dos sistemas que mais se presta ao aviltamento do ser, que o prisional, encontrar um espao de resistncia para prticas educativas e humanizadoras.

  • 5

    APRESENTAO

    O presente Plano Estadual de Educao no Sistema Prisional do Paran foi

    elaborado de forma conjunta entre a Secretaria de Estado da Educao e a

    Secretaria de Estado da Justia e Cidadania, com a participao ampla de

    representantes dos diversos segmentos sociais. Tem por objetivo a garantia

    da escolarizao bsica, no nvel fundamental e mdio, na modalidade de

    Educao de Jovens e Adultos (EJA) e a educao profissional s pessoas em

    privao de liberdade, no Sistema Penitencirio do Estado do Paran, por meio

    dos Centros Estaduais de Educao Bsica para Jovens e Adultos CEEBJA

    e/ou Aes Pedaggicas Descentralizadas APED.

    ora apresentado pelo Secretrio de Estado da Educao e pela Secretria de

    Estado da Justia e da Cidadania, no uso de suas atribuies legais e

    administrativas, Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao,

    Diversidade e Incluso e ao Departamento Penitencirio Nacional como

    proposio para obteno de apoio financeiro, com recursos do Plano de

    Aes Articuladas e/ou Fundo Penitencirio Nacional, para ampliao e

    qualificao da oferta de educao nos estabelecimentos penais do Paran,

    nos exerccios 2012, 2013 e 2014, conforme estipula o Ofcio Circular em

    Conjunto n 01/2012 DIRPP/DEPEN/MJ e DPAEJA/SECADI/MEC.

    Curitiba, 20 de setembro de 2012.

    Flvio Arns Maria Tereza Uille Gomes

    Secretrio de Estado da Educao Secretria de Estado da Justia e da Cidadania

  • 6

    SUMRIO

    I. INTRODUO ...............................................................................................

    II. CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAO NO

    SISTEMA PRISIONAL ..................................................................................

    III. HISTRICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO.........................

    IV. DIAGNSTICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO....................

    4.1 ESPELHO GERAL DO ESTADO ..........................................................

    4.2 INFORMAO POR ESTABELECIMENTO PENAL ............................

    V. GESTO ........................................................................................................

    5.1 ATRIBUIES E COMPETNCIAS ......................................................

    5.2 REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA .......................................

    5.3 GESTO DE PESSOAS ........................................................................

    5.4 REGISTROS ESCOLARES ...................................................................

    5.5 ARTICULAO E PARCERIAS ...........................................................

    VI. FINANCIAMENTO ......................................................................................

    VII. ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO FORMAL ......................

    VIII. ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL E DA

    QUALIFICAO PROFISSIONAL ...........................................................

    IX. FORMAO INICIAL E CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS ................

  • 7

    X. PRTICAS PEDAGGICAS E ATENDIMENTO DIVERSIDADE ............

    XI. CERTIFICAO ........................................................................................

    XII. INFRAESTRUTURA .................................................................................

    XIII. MATERIAL DIDTICO E LITERRIO .....................................................

    XIV. REMIO DE PENA PELO ESTUDO ......................................................

    XV. ATENDIMENTO S CRIANAS ...............................................................

    XVI. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAO ....................

    XVII. REFERNCIAS

    XVIII. ANEXOS

  • 8

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    APAC Associao de Proteo e Assistncia aos Condenados

    APED - Aes Pedaggicas Descentralizadas

    AVEA Ambiente Virtual de Ensino e de Aprendizagem

    CCC - Casa de Custdia de Curitiba

    CCL - Casa de Custdia de Londrina

    CCSJP Casa de Custdia de So Jos dos Pinhais

    CEAD Coordenadoria Estadual Antidrogas

    CEE/PR Conselho Estadual de Educao do Paran

    CEEBJA - Centro Estadual de Educao Bsica para Jovens e Adultos

    CMP Complexo Mdico Penal do Paran

    CNE Conselho Nacional de Educao

    CNPCP Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria

    COPEN/PR Conselho Penitencirio do Estado do Paran

    COT - Centro de Observao e Triagem

    CPAI Colnia Penal Agroindustrial do Estado do Paran

    CPI - Comisso Parlamentar de Inqurito

    CPIM Colnia Penal Industrial de Maring

    CPLN Cadeia Pblica Laudemir Neves de Foz do Iguau

    CRAF- Centro de Regime Semiaberto Feminino de Curitiba

    CRAG Regime Semiaberto de Guarapuava

    CRAPG - Regime Semiaberto de Ponta Grossa

    CREF Centro de Reintegrao Social Feminino de Foz do Iguau

    CRESLON- Centro de Reintegrao Social de Londrina

    CTC Comisso Tcnica de Classificao

    DEPEN Departamento Penitencirio do Estado do Paran

    DEPEN Departamento de Execuo Penal (a partir de 2012)

    DIED - Diviso de Educao do Departamento Penitencirio do PR

    DPP Defensoria Pblica do Paran

    DUDH Declarao Universal dos Direitos Humanos

    EJA Educao de Jovens e Adultos

    ENCCEJA - Exame Nacional para Certificao de Competncias de Jovens e

    Adultos

  • 9

    ENEM - Exame Nacional do Ensino Mdio

    ESEDH Escola de Educao em Direitos Humanos

    ESPEN Escola Penitenciria do Paran

    FIEP Federao das Indstrias do Estado do Paran

    FUPEN Fundo Penitencirio do Paran

    GAAP Grupo de Apoio s Aes Penitencirias

    IEE Instituio de Ensino Superior

    INFOPEN Sistema Integrado de Informao Penitenciria

    INFOSEG Sistema Nacional de Integrao de Informaes em Justia e

    Segurana Pblica

    IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social

    LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    LEP - Lei de Execuo Penal

    MEC - Ministrio da Educao Nacional

    MJ Ministrio da Justia

    NAES - Ncleo Avanado de Estudos Supletivo

    NII Ncleo de Informtica e Informaes

    ONU - Organizao das Naes Unidas

    PCE - Penitenciria Central do Estado

    PDI-CIDADANIA Programa para o Desenvolvimento Integrado

    PEC Penitenciria Estadual de Cascavel

    PECO Penitenciria Estadual de Cruzeiro do Oeste

    PEF - Penitenciria Estadual de Foz do Iguau

    PEF II - Penitenciria Estadual de Foz do Iguau II

    PEFB Penitenciria Estadual de Francisco Beltro

    PEL - Penitenciria Estadual de Londrina

    PEL II - Penitenciria Estadual de Londrina II

    PEM - Penitenciria Estadual de Maring

    PEP Penitenciria Estadual de Piraquara

    PEP II Penitenciria Estadual de Piraquara II

    PEPG - Penitenciria Estadual de Ponta Grossa

    PFP - Penitenciria Feminina do Paran

    PIC - Penitenciria Industrial de Cascavel

    PIG - Penitenciria Industrial de Guarapuava

  • 10

    PNSSP Plano Nacional de Sade no Sistema

    PROUNI - Programa Universidade para Todos

    PSC Prestao de Servios Comunidade

    SEC Setor de Educao e Capacitao Profissional

    SEED - Secretaria de Estado de Educao

    SEJU Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos

    SENAC Servio Nacional de aprendizagem Comercial

    SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    SENASP Secretaria Nacional de Segurana Pblica

    SENAT - Servio Nacional de Aprendizagem do Transporte

    SESC Servio Social do Comrcio

    SESP Secretaria de Estado da Segurana Pblica

    SEST - Servio Social do Transporte

    SETI Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior

    SETP Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoo Social

    SMS Sistema Municipal de Sade

    SPR Sistema de Informaes Penitencirias

    TJPR Tribunal de Justia do Paran

    UFPR Universidade Federal do Paran

    UNESCO - United Nations Education Science and Culture Organization

    UNICENTRO Universidade Estadual do Centro-Oeste

    UTFPR Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    VEP Vara de Execuo Penal

  • 11

    I. INTRODUO

    Se a educao sozinha no transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

    Paulo Freire

    Os principais problemas enfrentados nas prises brasileiras como a

    superlotao, a deteriorao da infraestrutura carcerria, a corrupo de

    agentes/policiais, a absteno ou abuso sexual, o suicdio, a presena de

    txicos, a falta de apoio de autoridades governamentais, as rebelies, a m

    administrao carcerria, a falta de apoio de uma legislao digna dos direitos

    do preso-cidado, a falta de segurana e pessoal capacitado para realiz-la e o

    alto ndice de reincidncia, aponta Magnabosco (1998), demonstram que o

    Brasil est aniquilando qualquer possibilidade de que as pessoas em privao

    de liberdade venham a se recuperar e, ao mesmo tempo, desperdia dinheiro

    pblico.

    Em 2007, em visitas realizadas ao Presdio Federal de Catanduvas,

    Penitenciria Industrial de Cascavel e ao Centro de Deteno e

    Ressocializao de So Jos dos Pinhais, a Comisso Parlamentar de

    Inqurito (CPI) do sistema carcerrio, afirmou que os presdios do Paran

    estavam acima da mdia nacional, pois, no havia superpopulao, havia

    respeito disciplina e os presos eram orientados ao trabalho e, alguns, at

    educao. No entanto, um grande problema paranaense ainda est ligado ao

    fato de que mesmo havendo mais de15 mil presos em penitencirias, ainda

    existem aproximadamente 12 mil em cadeias pblicas (PAINHAS, 2007).

    De acordo com dados do INFOPEN, em abril/2012, a populao carcerria

    paranaense apresenta-se extremamente jovem: 51,33% encontram-se na faixa

    de 18 a 34 anos e com baixssimo nvel de escolaridade: 62% no possuem o

    Ensino Fundamental completo. Em relao s atividades produtivas realizadas

    antes do ingresso no sistema penal, o DEPEN/PR indicava em 2009, que

    34,7% declararam pertencer rea da construo civil; e 25,2% rea de

    servios e esse perfil permanece at os dias atuais. Esse quadro fornece

    informaes importantes para o planejamento das Polticas pblicas no

    Sistema Penal no Paran, pois, de acordo com os dados, tem-se o perfil de um

    preso jovem, com pouca escolaridade e sem qualificao profissional.

  • 12

    No entanto, este fator no restrito ao Paran. Guimares et al (2007, p.18)

    salientam que a maioria dos presos, no sistema penal brasileiro, so jovens

    oriundos das camadas sociais mais pobres, negros e j marginalizados

    socialmente, filhos de famlias desestruturadas, que no tiveram acesso

    educao nem formao profissional: So pessoas que j estavam em uma

    situao delicada e se no encontrarem as devidas condies necessrias nos

    presdios, jamais podero voltar sociedade como cidados de bem.

    Retomando as indicaes do DEPEN, em 2009, e traando um paralelo com

    dados atuais, pode-se verificar que pouco se avanou no processo de oferta da

    escolarizao nos estabelecimentos penais do Estado. Dessa forma, corre-se o

    risco de cair na roleta russa apresentada no primeiro pargrafo, onde o pior

    pode acontecer: aumento da reincidncia e da violncia rural e urbana.

    Tornou-se necessrio e urgente que o governo e a sociedade passassem a

    entender a pena e a priso em funo de objetivos e metas educacionais e no

    mais como meros instrumentos de controle social, de punio e de segregao.

    A educao um bem valioso. a mais eficiente ferramenta para alavancar o

    crescimento pessoal. to importante que assume o status de Direito Humano

    fundamental, pois deve ser vista como parte integrante da dignidade humana e

    aquilo que contribui para ampli-la como conhecimento, saber e discernimento.

    A regulamentao do atendimento educacional no Sistema Penitencirio do

    Paran decorre das Diretrizes Nacionais para a Oferta da Educao em

    Estabelecimentos Penais aprovadas pela Resoluo n 3, de 11 de maro de

    2009, do Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria (CNPCP), que

    foram homologadas pelo Ministrio da Educao por meio da Resoluo n 2,

    de 19 de maio de 2010, do Conselho Nacional de Educao (CNE). Uma

    consequncia prtica dessa normativa a obrigatoriedade de que cada Estado

    da Federao tenha o seu Plano Estadual de Educao nas Prises, do qual

    emerge, implcita ou explicitamente, o projeto poltico-pedaggico, cuja

    estrutura ser analisada a partir dos dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases

    da Educao (LDB Lei n 9.394/1996) e da Lei de Execuo Penal (LEP Lei

    n 7.210/1984).

    Partindo do ponto de vista legal, a Lei de Execuo Penal, Lei n 7.210,

    instituda em 11 de julho de 1984, garante proteo ao preso quando define, no

  • 13

    artigo 10, seo 1, captulo 2: a assistncia ao preso e ao internado dever do

    Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno convivncia em

    sociedade. Entre as modalidades de assistncia citadas na referida lei a serem

    desenvolvidas com o preso, tem-se, no artigo 11, a educacional, que referenda:

    a instruo escolar e a formao profissional do preso e do internado.

    Para dar operacionalidade ao texto da lei, o Conselho Nacional de Poltica

    Criminal e Penitenciria, por meio da Resoluo n 14, em 11 de novembro de

    1994, editou as Regras Mnimas para o Tratamento do Preso no Brasil, fruto de

    decises tomadas em Congressos internacionais sobre justia penal.

    Esse texto, no seu captulo XII, aborda as instrues e assistncia educacional,

    definindo o seguinte:

    Art. 8. A assistncia educacional compreender a instruo escolar e a formao profissional do preso.

    Art. 39. O ensino profissional ser ministrado em nvel de iniciao e de aperfeioamento tcnico.

    Art. 40. A instruo primria ser obrigatoriamente ofertada a todos os presos que no a possuam.

    Pargrafo nico Cursos de alfabetizao sero obrigatrios e compulsrios para os analfabetos.

    Art. 41. Os estabelecimentos prisionais contaro com biblioteca organizada com livros de contedo informativo, educativo e recreativo, adequado formao cultural, profissional e espiritual do preso.

    Art. 42. Dever ser permitido ao preso participar de curso por correspondncia, rdio ou televiso, sem prejuzo da disciplina e da segurana do estabelecimento.

    Outra base legal a Constituio do Estado do Paran, no seu Ttulo 7, artigo

    239, tambm determina que O Estado promover a assistncia a homens e

    mulheres internos e egressos do sistema penitencirio, inclusive aos

    albergados, visando sua reintegrao sociedade. Parece estar claro que,

    do ponto de vista dos textos legais, o indivduo preso tem preservado seus

    direitos constitucionais de acesso a programas educacionais, de escolarizao

    e profissionalizao. O que se coloca como desafio de que forma tornar

    realidade aquilo que a lei lhe assegura.

    Apesar de todas as dificuldades, no entanto, pode-se afirmar que o sistema

    penitencirio do Paran conta com um dos mais consolidados programas

    educacionais para presos no Brasil, no mbito de uma clara poltica de

    reintegrao social e que teve seu incio mesmo antes da lei que regulamenta

  • 14

    esse tipo de assistncia. Cabe, agora, atualiz-la, moderniz-la, ampli-la e

    subsidi-la. Fazer entender que o Direito Humano Educao tambm

    extensivo s pessoas que se encontram em espaos de restrio ou privao

    de liberdade.

    Recentemente, novos marcos legais relacionados oferta de educao nas

    prises foram divulgados pelos rgos oficiais. Dentre esses marcos, destaca-

    se o Decreto Presidencial n 7626/2011, que instituiu o Plano Estratgico de

    Educao no mbito do Sistema Prisional (PEESP), cujo objetivo principal

    ampliar as matrculas e qualificar a oferta de educao nas prises. Para

    efetivar as aes propostas, esse Decreto prev e incentiva, tambm, a

    elaborao de Planos Estaduais de Educao para o Sistema Prisional.

    Pensando na efetividade das aes educativas em contexto prisional e na

    perspectiva de afirmao de direitos e de reduo das vulnerabilidades das

    pessoas em privao de liberdade, no perodo de 14 a 17 de maio de 2012 foi

    realizado em Braslia o 3 Seminrio Nacional pela Educao nas Prises. O

    objetivo principal, desse evento, foi auxiliar as unidades federativas na

    elaborao dos Planos Estaduais atravs de palestras e grupos de trabalho

    que trataram de temas especficos relacionados educao nas prises.

    Nesse evento, ficou estabelecido que os Planos deveriam ser elaborados de

    forma conjunta entre a Secretaria de Estado da Educao e a Secretaria de

    Administrao Penitenciria com a participao ampla dos segmentos sociais

    envolvidos. Assim, a partir do ms de junho, a organizao do 3 Seminrio

    Nacional encaminhou para as Secretarias e demais representaes a estrutura

    do Plano Estadual de educao junto com outros documentos orientadores e

    de suporte normativo e legal, que se tornaram subsdios preciosos na

    elaborao deste plano.

    A elaborao de um Plano Estadual de Educao um momento importante de

    construo de polticas pblicas para o setor. Momento de planejar,

    coletivamente, as aes e suas formas de implementar uma educao eficiente

    e de qualidade. No Paran, a elaborao desse documento que subsidiar o

    atendimento escolar nos espaos prisionais foi coordenada pela Secretaria de

    Estado da Educao e pela Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e

    Direitos Humanos, contando com a participao efetiva e comprometida de

  • 15

    todas as pessoas interessadas e de representantes da sociedade civil

    organizada. Para que se efetivasse essa construo coletiva, vrias atividades

    foram desenvolvidas num curto espao de tempo.

    Primeiramente, foram realizadas aes locais, nos Centros Estaduais de

    Educao Bsica CEEBJA que atendem as unidades prisionais no Estado.

    Cada CEEBJA estabeleceu um cronograma para discusso interna de todas as

    temticas junto aos seus profissionais, envolvendo os funcionrios dos

    estabelecimentos penais Agentes, Pedagogos e Diretores. Organizaram

    encontros com os alunos e alunas, mas tambm, com os demais internos para

    discutir e coletar sugestes sobre as temticas contempladas neste Plano

    Estadual de Educao no Sistema Prisional do Paran, registrando em Ata

    estes momentos bem como todas as sugestes coletadas.

    O segundo passo, cuja proposio ficou restrita a alguns ncleos, envolveu as

    atividades regionais da Coordenao de Educao, Qualificao e

    Profissionalizao de Apenados/ PDICidadania/ SEJU e Ncleos Regionais de

    Educao/NRE para realizao de reunies com diretores, pedagogos,

    assistentes sociais, agentes penitencirios de estabelecimentos penais para

    informar das atividades a serem desenvolvidas na construo do PEESP. Os

    CEEBJA e os NRE articularam com Estabelecimentos Penais (Funcionrios e

    Internos), Instituies de Ensino Superior, Pastoral Carcerria, Frum

    Paranaense de EJA, APP Sindicato, Comisso de Direitos Humanos, dentre

    outros segmentos sociais, para discusso e contribuies na elaborao do

    PEESP.

    As ltimas etapas envolveram, diretamente, as Secretarias parceiras. Nas

    pginas dos portais da Secretaria de Estado da Educao e da Secretaria de

    Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos foram disponibilizados dados

    e informaes para subsidiar as propostas para o Plano Estadual de Educao

    no Sistema Prisional do Paran. Essa divulgao visava aqueles (as) que

    tivessem interesse em participar, de forma ampla, nas discusses e decises

    referentes oferta de educao nas prises do Paran. Alm disso, foi

    promovida uma reunio com diretores, chefias e coordenaes dos diversos

    departamentos da Secretaria da Educao com o objetivo de expor e solicitar a

  • 16

    participao na produo de uma minuta prvia para servir de ponto de partida

    para as discusses sobre os diversos eixos que compem este documento.

    Aps cadastrar evento e inscrever os participantes, representantes dos

    diversos segmentos sociais, foi realizado nos dias 26 e 27 de julho de 2012, na

    Diretoria de Tecnologias Educacionais DITEC, em Curitiba, o Encontro

    Estadual de Educao nas Prises. Consubstanciado na participao de

    diferentes representaes no sentido de promover a interatividade e

    dialogicidade entre as instncias afins e com o objetivo de planejar e elaborar

    coletivamente a verso final deste documento, o evento contou ainda com

    diretores, pedagogos e professores de Estabelecimentos de Ensino que

    atendem s Unidades Penais, coordenadores de Ncleos Regionais de

    Educao e convidados dos diferentes organismos de gesto pblica

    Conselho Estadual de Educao (CEE), APP Sindicato, Organizao dos

    Advogados do Brasil (OAB), Frum EJA, Agenda Territorial, Programa Brasil

    Alfabetizado/Paran Alfabetizado.

    Depois desse encontro, os Grupos de Trabalhos (ANEXO I) reuniram-se em

    dois momentos para finalizar o documento. Um encontro no dia 16 de agosto

    para definir as metas e, nos dias 23 e 29 de agosto, para reestruturao dos

    textos. As configuraes finais e levantamentos dos dados do diagnstico,

    apontamentos das rotinas e gesto foram finalizados pela Comisso de

    Sistematizao (ANEXO II), composta de indicaes das instituies parceiras

    participantes dos encontros e pela Coordenao de Educao de Jovens e

    Adultos que responde pela demanda na SEED e pelo PDI-Cidadania, que

    coordena a educao, qualificao e profissionalizao nos estabelecimentos

    penais do Estado.

    A escola no interior dos presdios deve ter como funo o desafio de

    desconstruir a concepo de que ali um ambiente de desumanidades e de

    negao de direitos. A educao no espao prisional deve ser vista como um

    precioso mecanismo de valorizao das aes que elevam a autoestima do

    educando jovem, adulto e idoso privado de liberdade. Utilizada como

    instrumento de resgate da dignidade humana, de desenvolvimento do

    pensamento reflexivo, da atividade criadora e inovadora, ela possibilitar a

    construo da autonomia pessoal, preparando-os para a vida em sociedade.

  • 17

    Enfim, diante dos dilemas e das contradies do ideal educativo e do real

    punitivo, de tantos fatores que obstaculizam a formao para a vida social em

    liberdade, longe das grades, cabe perguntar: o que pode fazer a educao

    escolar por trs das grades? (ONOFRE, 2007, p.14). necessrio, portanto,

    desenvolver uma prtica pedaggica voltada para o reconhecimento de que a

    escola na priso deve ser um espao socializador, respeitoso e desprovido de

    aes discriminatrias e violentas.

  • 18

    II. CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAO NO

    SISTEMA PRISIONAL

    Entende-se por educao, conforme Peliano (2008), como o ato de orientar,

    acompanhar, nortear e de trazer de "dentro para fora" as potencialidades do

    indivduo. De Mayer (2006) complementa que a educao d significado ao

    passado e proporciona ferramentas para se formular um projeto individual. Em

    um sentido amplo, a educao de uma pessoa reflete toda a sua existncia em

    toda a sua durao e em todos os seus aspectos. Assim, educao formao

    do homem pela sociedade, ou seja, o processo pelo qual a sociedade atua

    constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano. Trata-se de um

    processo, um fato existencial e social, um fenmeno cultural. um fato

    histrico, refere-se ao modo como o homem se faz ser homem (PINTO, 1984,

    p. 30).

    Cabe observar que os avanos da cincia e da tecnologia tm revolucionado a

    produo, o comportamento das pessoas e o prprio ambiente escolar. Atravs

    da internet, da telefonia celular e outros meios de comunicao que oferecem

    ao homem contemporneo comodidade, segurana e preciso, seria de se

    supor que isso acarretaria uma grande melhoria na vida de todos. No entanto,

    sabido que isso s ocorre com uma pequena parcela da sociedade.

    Pela sua importncia, a educao deveria ser prioritria no processo do

    tratamento penal, durante todo o perodo de cumprimento da pena. O que se

    quer salientar aqui que a comunidade escolar atendida nas unidades penais

    faz parte de uma grande maioria que no tem acesso aos avanos

    tecnolgicos, bem como a bens culturais e benefcios sociais, razes pelas

    quais acabam ficando margem do processo.

    nesse panorama pouco humanizante que, conforme o Parecer n 11/2000 -

    CNE/CEB do Conselho Nacional de Educao, a Educao de Jovens e

    Adultos se estabelece como a modalidade a ser adotada, alicerando suas

    aes nas caractersticas Reparadora, Equalizadora e Qualificadora. Com

    peculiaridades distintas e com o objetivo de garantir condies queles (as)

    que no tiveram a oportunidade ou se viram privados do acesso Educao.

    Como preconiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para Jovens e Adultos:

  • 19

    Muitos jovens ainda no empregados, desempregados, empregados em ocupaes precrias e vacilantes podem encontrar nos espaos da EJA, seja nas funes de reparaes e de equalizao, seja na funo qualificadora, um lugar de melhor capacitao para o mundo do trabalho e para a atribuio de significados s experincias scio-culturais trazidas por eles (BRASIL, 2000, p.11).

    No entanto, a Educao de Jovens e Adultos, ao longo da histria, permanece

    como ao no prioritria de investimento pblico e a escassez dos recursos

    pblicos atribudos s polticas de educao de jovens e adultos representam

    um limite, um obstculo, que se tenta atravessar, para o atendimento das

    demandas educacionais dessa parcela da populao, no apenas no Paran,

    mas em todo o Brasil.

    A Proposta Pedaggica do curso de Educao de Jovens e Adultos, ofertado

    nos Estabelecimentos Estaduais de Ensino do Paran, considera o educando

    um sujeito scio-histrico-cultural com diferentes experincias de vida, que se

    afastou da escola devido a fatores sociais, econmicos, polticos e/ou culturais,

    muitas vezes com ingresso prematuro no mundo do trabalho, evaso ou

    repetncia escolar. Tal educando traz modelos internalizados durante suas

    vivncias escolares ou por outras experincias de vida. Nesses modelos,

    predomina o de uma escola tradicional, onde o educador exerce o papel de

    detentor do conhecimento e o educando de receptor desse conhecimento.

    Busca-se, portanto, o rompimento desse modelo, propiciando ao educando a

    autonomia intelectual, ou seja, educandos ativos no processo educacional.

    importante ressaltar que a proposta da EJA no Paran no contempla a cultura

    do aligeiramento da escolarizao nem a pedagogia da reprovao, mas sim a

    pedagogia da aprendizagem, com oferta de qualidade de ensino.

    Sendo assim, a organizao da oferta nesta modalidade de ensino, indicada na

    Proposta Pedaggico-Curricular, contempla o total da carga horria

    estabelecida na legislao vigente 1600 horas para o Ensino Fundamental

    Fase II e 1200 horas para o Ensino Mdio - (Deliberao n. 05/10-CEE), cerca

    de metade da carga horria total estabelecida para o ensino regular, nos nveis

    do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio, contemplando aes pedaggicas

    especficas modalidade, que levem em considerao o perfil do educando,

    assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas

    caractersticas, interesses, condies de vida e de trabalho. Como se pode

  • 20

    perceber, a referida deliberao no abrange a oferta da EJA Fase I nos

    estabelecimentos penais, que de responsabilidade do Estado.

    Os contedos curriculares da Educao Bsica so desenvolvidos ao longo da

    carga horria total estabelecida para cada disciplina, conforme a Matriz

    Curricular, com avaliao presencial ao longo do processo ensino-

    aprendizagem, mediante aes didtico-pedaggicas, organizadas de forma

    coletiva e individual. Ambas as organizaes previstas na proposta

    pedaggico-curricular da EJA permitem aos educandos percorrerem trajetrias

    de aprendizagens no padronizadas, respeitando o ritmo de cada um no

    processo de apropriao dos saberes, alm de organizar o tempo escolar a

    partir do tempo disponvel do educando-trabalhador, tanto ao que se refere

    organizao diria das aulas, quanto no total de dias previstos na semana,

    conforme o cronograma proposto pelo estabelecimento de ensino e aprovado

    pela SEED.

    Uma tarefa bastante complexa, porm extremamente necessria e contnua,

    determinar o perfil dos educandos do sistema carcerrio a fim de buscar um

    planejamento adequado para atuar nesta demanda. Assim, depara-se com

    indivduos que, em sua maioria, sempre viveram margem da sociedade, sem

    referncia social e que geralmente trazem com eles um histrico de vida que

    reflete principalmente seus comprometimentos psicossociais e econmicos.

    Sujeitos sem perspectivas de futuro, discriminados, de famlias

    desmoralizadas, sem noo do lugar que devem ocupar na sociedade.

    Esses educandos demandam uma proposta pedaggica especfica para jovens

    e adultos privados de liberdade na busca pela garantia do processo educativo

    de qualidade para a transformao de um modelo de sociedade excludente. A

    proposta pedaggica pensada para essa demanda de educandos deve

    priorizar as necessidades fundamentais para compreenso de uma vida com

    dignidade. So jovens e adultos que, geralmente, apresentam um sentimento

    de desesperana no momento presente, de falta de perspectiva futura e

    angstia com o tempo j vivido. Desta forma, a proposta pedaggica deve ser

    pautada na busca por um conhecimento que agregue valores e aponte para

    uma prtica social de incluso, de melhoria nas condies de vida para o

    convvio em sociedade.

  • 21

    A Educao ofertada deve ser uma educao que prioritariamente procure no

    s ampliar o universo informacional deste aluno, mas que tambm busque

    desenvolver a sua capacidade crtica e criadora, tornando-o capaz de realizar

    escolhas e perceber a importncia das mesmas em sua vida e,

    consequentemente, para o seu grupo social.

    A prisionalizao dificulta os esforos em favor da ressocializao; alm disso,

    em vez de devolver liberdade indivduos educados para a vida social,

    devolve para a sociedade, delinquentes mais perigosos e com elevado ndice

    de possibilidade para a reincidncia (ONOFRE, 2007, p. 14).

    preciso acreditar que atravs de uma ao conscientizadora, capaz de

    instrumentalizar os educandos, eles/elas podero firmar um compromisso de

    mudana com a sua prpria histria. Paulo Freire afirmava que

    A conscientizao () um teste de realidade. Quanto mais conscientizao, mais desvela a realidade, mais se penetra na essncia fenomnica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analis-lo. Por esta mesma razo, a conscientizao no consiste em estar frente realidade assumindo uma posio falsamente intelectual. Conscientizao no pode existir fora da prxis, ou melhor, sem o ato ao-reflexo. Esta unidade dialtica constitui, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens. (FREIRE, 1982, p. 26).

    Neste contexto, a escola e com ela a educao de qualidade torna-se um

    poderoso instrumento de (re)integrao social para todos da comunidade

    carcerria, pois alm de preparar este educando recluso na sua retomada

    liberdade, possibilita tambm que ele possa competir em igualdade de

    condies com os cidados livres na disputa acirrada por um trabalho digno e

    justo. A escola em presdios passa a ter uma enorme responsabilidade na

    formao de indivduos autnomos,

    [...] na ampliao do acesso aos bens culturais em geral, no fortalecimento da auto-estima desses sujeitos, assim como na conscincia de seus deveres e direitos, criando oportunidades para seu reingresso na sociedade. (JULIO, 2007, p. 47).

    O espao escolar em presdios o local onde o interno pode se sentir humano,

    o local em que, como afirma Onofre (2007), a marca de criminoso pode ser

    amenizada, uma vez que ele passa a ser apenas aluno, um educando na

    incessante busca pelo aprendizado que lhe possibilitar, talvez, sair da

    condio de miservel, para uma condio mais humana.

  • 22

    Gadotti (1993), afirmava que a caracterstica fundamental da pedagogia do

    educador em presdios deveria ser a contradio, a lida com conflitos, com

    riscos. Caberia a ele questionar de que maneira a educao poderia contribuir

    para mudar a priso e o preso, para tornar a vida melhor e contribuir com o

    processo de desprisionalizao. Freire (1998) j dizia que a melhor afirmao

    para definir o alcance da prtica educativa em face dos limites a que se

    submete a seguinte: no podendo tudo, a prtica educativa pode alguma

    coisa.

    Do ponto de vista estrutural e gerencial, conta-se, no mbito do Departamento

    de Execuo Penal/DEPEN, com a Coordenao de Educao, Qualificao e

    Profissionalizao de Apenados e, em cada unidade prisional, com um Setor

    de Educao e de Capacitao Profissional (SEC), coordenados por um

    pedagogo, profissional efetivo da Secretaria de Estado da Justia e Cidadania

    ou cedido pela Secretaria de Estado da Educao. No que se refere s prticas

    propriamente ditas, a organizao de todo o processo educacional realiza-se a

    partir de dois eixos: a assistncia educacional e as atividades orgnicas. A

    assistncia educacional refere-se s atividades de formao e subdivide-se em

    educao formal, educao no formal e qualificao profissional e educao

    sociocultural.

    A modalidade de ensino adotada nas escolas do sistema penitencirio do

    Paran a Educao de Jovens e Adultos, que, segundo a Lei de Diretrizes e

    Bases da Educao Nacional LDBN n 9394/96, no artigo 37, ser destinada

    queles que no tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino

    fundamental e mdio na idade prpria.

    Essa modalidade de ensino vem ao encontro da necessidade e da diversidade

    do perfil dos educandos no Sistema Prisional, no que se refere idade, ao

    nvel de escolarizao, situao socioeconmica e cultural e, sobretudo, a

    sua insero no mercado de trabalho. Nesse sentido, a EJA Educao de

    Jovens e Adultos tem como proposta articular essa modalidade com as

    diversidades do contexto social e cultural desse pblico (populao do campo,

    pessoas com necessidades especiais, indgenas, quilombolas, sem-terra e em

    privao de liberdade).

  • 23

    No que diz respeito proposta pedaggica da EJA, atualmente no h

    nenhuma diferena substancial quela ofertada para a comunidade em geral.

    Isso porque se entende que o indivduo, mesmo na condio de preso, embora

    possa apresentar lacunas do ponto de vista da educao formal, tem uma

    histria de vida, vivenciou vrias experincias e traz consigo uma bagagem

    cultural que no poder ser desconsiderada. No entanto, percebe-se que,

    embora tenham ocorrido vrias conquistas na universalizao da Educao

    Bsica, o Paran tem negligenciado a oferta da educao s pessoas em

    regimes de privao da liberdade.

    Com a publicao de recentes marcos legais no mbito nacional e da

    elaborao conjunta deste Plano Estadual, essa modalidade adquiriu status de

    poltica pblica e isso requer o enfrentamento e a superao de algumas

    questes que so prprias e especficas do sistema penitencirio, como

    apontam Silva e Moreira (2006):

    A chamada cultura prisional, leia-se o modelo de administrao penitenciria, sustentada por um trip cujos pilares so: 1) a elevada tolerncia em relao a todas as formas de violncia que se torna o principal fator de mediao das relaes entre instituio/agentes, agentes/presos e presos/presos; 2) a elevada tolerncia em relao corrupo no s no sentido pecunirio, mas tambm em relao a valores, hbitos e costumes que caracterizam o universo prisional como uma contracultura; e 3) a compra e a venda de privilgios como tcnica de empoderamento de presos e agentes, sem nenhuma correspondncia no mundo real. (SILVA, MOREIRA, 2006, p. 95).

    Diferentemente de outros espaos nos quais a educao de jovens e adultos

    (EJA) foi implantada com sucesso, a priso precisa ser ressignificada como

    espao potencialmente pedaggico. Como transformar carcereiros em

    educadores? Como transformar presos em alunos? Como situar a educao

    como um valor dentro da priso e como fazer para que as relaes entre todos

    sejam predominantemente pedaggicas?

    Das mais de 1.800 unidades prisionais existentes no Brasil, nenhuma planta

    penitenciria foi concebida, na origem, como estabelecimento educacional

    (BRASIL. MJ, 2010). No Paran, esse panorama tem sido diferente, isto ,

    alguns projetos arquitetnicos contemplam espaos fsicos adequados s

    necessidades escolares. Porm, ainda so insuficientes. Alguns

    estabelecimentos penais, por exemplo, contam com aproximadamente 1000

    (mil) internos e foram destinadas, no projeto, apenas 05 (cinco) salas de aulas

  • 24

    com aproximadamente 34m cada. Dentro desta realidade, procura-se atender

    a demanda interessada no processo educativo. Outros j contemplam o espao

    suficiente destinado s atividades educacionais.

    Apesar das dificuldades apontadas, acredita-se que a formao escolar a

    chave principal que poder abrir s pessoas em privao de liberdade as

    portas do processo de reintegrao social. Em sala de aula, portanto, o(a)

    preso(a) aluno(a) e, nessa qualidade, poder continuar seus estudos numa

    escola da comunidade, quando do cumprimento de sua pena. Mas preciso

    reconhec-los como indivduos portadores de experincias de vida, respeitando

    as suas diferenas, como afirma Santos (2004):

    A educao de adultos exige uma incluso que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito; coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreenso e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferena nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princpios que regem a educao de adultos, h de buscar-se uma educao qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitria, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienvel de todos. (SANTOS, 2004, p.14).

    Dessa forma, tambm em razo de sua condio especial de privao de

    liberdade, o trabalho pedaggico, pautado na construo dos saberes

    escolares, auxilia o educando a refletir de forma crtica e autnoma sobre o

    mundo que o cerca e, ainda, a conhecer-se como sujeito capaz de agir nesse

    mundo e transform-lo (ONOFRE, 2007, p. 23).

    Logo, outros desafios importantes se colocam como tarefa dos professores: a

    de trabalhar transversalmente com temas que digam respeito aos valores

    ticos, de respeito ao outro, de solidariedade, que devem balizar as relaes

    sociais entre os grupos humanos e que so chamados de contedos de

    educao social. Tais temas, alm da necessidade de estarem integrados e

    contextualizados nos contedos formais das disciplinas, podero ser

    trabalhados em atividades extracurriculares. Assim como Forquim (1993),

    Ricardo Jorge Costa e Jos Paulo Serralheiro (2007) explicitam bem essa

    ideia:

    A educao tomada num sentido amplo como formao e socializao do indivduo supe sempre a comunicao, a transmisso, a aquisio de alguma coisa: conhecimentos, competncias, crenas, hbitos, e valores, que se constituem o que se chama de contedo da educao, suporte de toda experincia

  • 25

    humana, pode-se dar o nome a estes contedos de cultura. (COSTA, SERRALHEIRO, 2007, p.35).

    No se perca de vista que o cidado do nosso tempo no passa sem a

    educao escolar e a educao social. Ambas, sob a perspectiva da educao

    cientfica e tecnolgica, so indispensveis formao do cidado do sculo

    XXI. Na educao social esto includas reas de formao como a educao

    para a sade, a educao tica e social, a educao para as artes, a educao

    desportiva, ou seja, todo um conjunto de aprendizagens e atividades

    consideradas indispensveis formao integral de um cidado, mas que, pela

    sua natureza, muitas vezes, no se incluem na aprendizagem tcnica e

    cientfica do sistema escolar formal.

    Entender a apropriao do saber como um ato civilizatrio, como um

    instrumento de humanizao, esse o princpio que baliza as aes de

    educao para os privados de liberdade. Por meio do conhecimento, entendido

    aqui num sentido bastante amplo, criam-se mecanismos mentais de uma

    percepo mais aguda da realidade, de compreenso das consequncias dos

    nossos atos, de avaliao mais clara das nossas opes. Concorda-se com

    Neiva (2006), quando afirma que a educao

    (...) um caminho que reintegra [os apenados] sociedade permitindo-lhes a superao das circunstncias que deram origem ao crime e proporcionem relaes de trocas sociais que corroborem para uma adaptao no processo de equilbrio entre a convivncia social e a autonomia individual. (NEIVA, 2006, p. 23).

    Embora avanos concretos tenham sido alcanados, por outro lado, pode-se

    perceber que h muito ainda a avanar no campo normativo. necessrio

    regulamentar uma poltica para as aes no crcere que, muitas vezes, no

    passam de projetos isolados, sem fundamentao terico-metodolgica, sem

    continuidade administrativa e que prima pela improvisao de espao, gesto,

    material didtico e atendimento profissional.

    Torna-se urgente privilegiar as aes educacionais em uma proposta poltico-

    pedaggica de execuo penal como programa de reinsero social para,

    efetivamente, conseguir mudar a atual cultura da priso. Em documento de

    referncia para o 3 Seminrio Nacional de Educao nas Prises, o

    Conselheiro Adeum H. Sauer (2012) aponta que

    O Brasil j ultrapassou a etapa que discute o direito educao dentro do crcere. Est agora no estgio em que deve analisar as

  • 26

    suas prticas e experincias, procurando instituir programas, consolidar e avaliar propostas polticas. Precisamos buscar possveis e novos caminhos para o plano institucional que abriga homens e mulheres em situao de privao de liberdade em prol da implementao de polticas pblicas voltadas para uma oferta educacional de qualidade no Sistema Penitencirio. (SAUER, JULIO, 2012, p. 4).

    Ao se pensar na educao da pessoa em privao de liberdade, no se pode

    deixar de considerar que todo ser humano um ser inacabado, incompleto e se

    constitui ao longo de sua existncia. Que tem a vocao de ser mais, o poder

    de fazer e refazer, criar e recriar (FREIRE, 1983).

    Compreendendo as concepes de Julio (2007), Onofre (2007), Neiva (2006)

    autores que se debruam sobre a temtica da educao em espaos

    carcerrios, as Secretarias Parceiras do Estado do Paran que amparam o

    processo educativo nas Unidades Prisionais defendem uma proposta de

    educao com vistas a privilegiar e garantir os direitos fundamentais da pessoa

    em privao de liberdade. A educao no ambiente carcerrio deve ser

    compreendida como um processo que oportuniza o desenvolvimento pessoal, a

    transformao dos sujeitos e da sociedade.

    A educao no interior dos presdios tem a funo desafiadora de colaborar

    para a desconstruo da concepo de que esse um ambiente de

    desumanidades e de negao de direitos. Oposto a isso, necessrio

    desenvolver uma prtica pedaggica voltada para o reconhecimento de que

    esse deva ser um espao socializador, respeitoso e desprovido de aes

    discriminatrias e violentas. Confirmando em Julio

    [...] a escola em presdios passa a ter uma enorme responsabilidade na formao de indivduos autnomos, na ampliao do acesso aos bens culturais em geral, no fortalecimento da auto-estima desses sujeitos, assim como na conscincia de seus deveres e direitos, criando oportunidades para seu reingresso na sociedade. (JULIO, 2007, p. 47).

    Assim, o papel desafiador das Instituies Educacionais que atuam no interior

    dos presdios a construo de uma proposta curricular que busque o

    desenvolvimento pessoal e profissional do sujeito, que o auxilie na relao dos

    saberes adquiridos no espao escolar com a vida cotidiana. O ambiente

    prisional pode:

    [...] apresentar-se como um espao que se paute por afirmar a vocao ontolgica do homem, a de ser sujeito, que pressupe o desenvolvimento de uma srie de potencialidades humanas, tais como: a autonomia, a crtica, a criatividade, a reflexo, a

  • 27

    sensibilidade, a participao, o dilogo, o estabelecimento de vnculos afetivos, a troca de experincia, a pesquisa, o respeito e a tolerncia, absolutamente compatveis com a educao escolar, especificamente destinada aos jovens e adultos (PORTUGUS, 2001, p. 103).

    Neste sentido, a Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos

    Humanos, por meio do Programa para o Desenvolvimento Integrado PDI-

    Cidadania e a Secretaria de Estado da Educao, por meio da Coordenao de

    Educao de Jovens e Adultos, buscam a implementao de programas

    educacionais formais, no formais, presencial e/ou a distncia que provoquem

    no educando/preso o desejo de retornar ao convvio em sociedade como um

    cidado ativo, autnomo, que possa usufruir de uma vida social e econmica

    independente e lcita.

  • 28

    II. HISTRICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO

    Desde o surgimento das Cadeias Pblicas e da primeira Penitenciria, em

    1909, a Secretaria de Estado dos Negcios do Interior, Justia e Instruo

    Pblica e a Chefatura de Polcia eram os rgos responsveis pelas Cadeias e

    Penitenciria do Estado. Essa subordinao direta Chefatura de Polcia foi

    adotada at a criao do Departamento de Estabelecimentos Penais do Estado

    - DEPE, atravs da Lei n 1767, de 17 de fevereiro de 1954, sendo designado

    como Diretor-Geral o Dr. Jos Muniz de Figueiredo, que desde 1951 estava

    frente das obras de concluso da Penitenciria Central do Estado, acumulando

    a Direo da Penitenciria do Estado (Ah) e da Priso de Mulheres.

    Portugues (2001) afirma que desde os primrdios da priso, a educao

    arrolada como atividade que pode proporcionar a reabilitao dos indivduos

    punidos e essa concepo no era diferente no Paran. Desde a primeira

    metade do sculo XX, o sistema penitencirio paranaense acompanhou as

    principais deliberaes dos Congressos Penitencirios Internacionais,

    adaptando e propondo alternativas no tratamento aos presos. A implantao da

    Penitenciria do Ah, em Curitiba, constituiu-se como smbolo de aparelho de

    autoridade pedaggica, com inteno de repaginar o interno. A educao e a

    escola na penitenciria acompanharam a concepo jurdica da modernidade:

    salvao para enfrentar a vida cotidiana (SILVEIRA, 2009).

    A partir 1962, atravs do Decreto n 4615, criada a Secretaria da Segurana

    Pblica, passando o DEPE a subordinar-se mesma e a se responsabilizar

    pelas penitencirias, prises, escolas de recuperao, colnias, sanatrios e

    manicmios penais. Somente em 1971, em virtude do disposto no artigo 150 da

    Emenda Constitucional n 3, de 29/05/1971, e do Decreto n 698 de

    19/08/1971, o DEPE voltaria jurisdio da Secretaria do Interior e Justia. A

    denominao DEPE foi adotada at 1975, quando passa a chamar-se

    Coordenao do Sistema Penitencirio - COOSIPE, que seria novamente

    modificada em 1987, dentro da nova regulamentao da Secretaria de Estado

    da Justia, passando a denominar-se Departamento Penitencirio - DEPEN.

    Tal situao perdura at 2000 quando, atravs do Decreto n 2881 de

    19/10/2000, sua denominao novamente alterada para Coordenao do

  • 29

    Sistema Penitencirio do Estado COPEN - e sua vinculao hierrquica

    passa para a esfera da Secretaria de Estado da Segurana Pblica. Em 19 de

    maro de 2001, pelo Decreto n 3728, nova alterao procedida, a

    denominao volta a ser Departamento Penitencirio do Estado - DEPEN,

    ainda sob a esfera da Secretaria de Estado da Segurana Pblica. Em 2002 a

    estrutura organizacional do Estado modificada Lei n 13667 de 05/07/02,

    criada a Secretaria de Estado da Segurana, da Justia e da Cidadania

    SESJ, que incorpora em seu mbito de atuao o DEPEN. Essa situao

    vigora at 30 de dezembro de 2002 quando, atravs da Lei n. 13.986,

    recriada a Secretaria de Estado da Justia SEJU, com o DEPEN integrando

    sua estrutura.

    Atravs do Decreto n 609 de 23 de julho de 1991, foi instituda, como unidade

    subdepartamental do Departamento Penitencirio do Paran e da Secretaria de

    Estado da Justia e da Cidadania - SEJU, a Escola Penitenciria do Paran

    ESPEN. Nos primeiros anos de seu funcionamento, cabe destacar a nfase na

    capacitao de agentes penitencirios, com cursos para aperfeioamento a

    chefes de segurana, sobre tticas defensivas, gerenciamento de crises, dentre

    outros.

    Atravs da Resoluo n 65/SEJU de 12 de julho de 1993 e baseado no

    Decreto n 609/91, o Secretrio de Estado da Justia e da Cidadania, Jos

    Tavares, aprovou o Regimento Interno da Escola Penitenciria do Paran, que

    passou a ter normas especficas para as suas finalidades. Nesse perodo,

    foram realizados cursos de formao para novos agentes penitencirios

    advindos de concurso pblico para essa funo.

    O processo de escolarizao nos espaos prisionais no Paran teve incio a

    partir de um Termo de Acordo Especial de Amparo Tcnico, em 01 de fevereiro

    de 1982, celebrado entre a Secretaria de Estado Justia SEJU e a Secretaria

    de Estado da Educao. O referido acordo constituiu uma ao conjunta entre

    a SEJU e a SEED, proporcionando aos presos e aos funcionrios do sistema

    penitencirio do Paran escolarizao no mbito do 1 e 2 graus, atravs da

    modalidade de ensino supletivo. Inicialmente a escola foi implantada como um

    Centro de Orientao da Aprendizagem, rgo vinculado ao Centro de Estudos

  • 30

    Supletivos de Curitiba, conforme resoluo n 80/82 SEJU/SEED e Resoluo

    n 1707/82 SEED, ambas de 28/06/82.

    Atravs da Resoluo n 1707/82 SEED, o estabelecimento foi autorizado a

    desenvolver Cursos Supletivos de 1 e 2 graus, com avaliao fora do

    processo. Com isso, o estabelecimento mantinha uma estrutura reduzida de

    professores apenas para preparar os alunos para os exames de equivalncia

    correspondentes s quatros primeiras sries do 1 grau e aos exames

    supletivos de educao geral, realizados pelo Centro de Estudos Supletivos de

    Curitiba, por uma equipe [e sob a superviso] do Departamento de Ensino

    Supletivo/SEED. Mais tarde, esse Centro passou a ser um Ncleo Avanado

    de Estudos Supletivos NAES Dr. Mrio Faraco, a partir da Resoluo n

    2088/87/ SEED.

    Em 26/05/95, atravs da Resoluo n 2104/95, foi autorizada a realizao de

    avaliao do rendimento escolar dos alunos do curso supletivo de 1 grau

    funo suplncia de educao geral durante o processo de ensino e

    aprendizagem, transformando, assim, a estrutura e seu funcionamento ao

    ofertar estudos com avaliao no processo ensino-aprendizagem.

    Essa modalidade de funcionamento assim perdurou por 14 anos. A experincia

    pedaggica bem sucedida culminou com a transformao do NAES Dr. Mario

    Faraco em Centro de Estudos Supletivos de 1 e 2 graus, o que possibilitou

    autonomia no atendimento aos alunos com cursos e exames [de] supletivos de

    1 e 2 graus - funo suplncia educao geral e funo suplncia

    profissionalizante.

    Com a publicao da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional

    LDB n 9394/96, o CES passou a chamar-se Centro Estadual de Educao

    Bsica de Jovens e Adultos CEEBJA Dr. Mario Faraco Ensino Fundamental

    e Mdio, que, atualmente, atende a nove unidades prisionais de Curitiba e

    regio metropolitana.

    De 1995 a 2000, o Departamento Penitencirio comeou a se interiorizar, com

    a implantao de unidades em Maring, Londrina e Guarapuava, o que

    implicou na organizao de vrios cursos de formao para novos servidores.

    Foram realizadas tambm diversas parcerias, entre as quais com o IPARDES,

    Escola da Polcia Civil, Secretaria de Estado da Educao, Universidade

  • 31

    Federal do Paran - UFPR, Ministrio da Sade, que resultaram em vrios

    cursos de capacitao em diversas reas de atendimento penitencirio. Em

    2000, foi implantada a primeira penitenciria paranaense em regime de

    terceirizao, o que provocou a necessidade de formao para os novos

    funcionrios, em parceria com o Grupo Pires de So Paulo.

    De 2000 a 2002, foram realizados cursos de formao para agentes de

    disciplina das empresas que prestaram servio ao DEPEN, no mbito do

    programa de terceirizao das unidades penais que foram inauguradas. Foram

    realizados tambm o "1 Encontro de Administrao Penitenciria do

    MERCOSUL CODESUL", em convnio com o Ministrio da Justia, as

    primeiras turmas do GAAP - Grupo de Apoio s Aes Penitencirias e o

    primeiro curso de especializao em gesto penitenciria, em parceria com a

    UFPR, financiado pelo Ministrio da Justia, no qual participaram servidores do

    DEPEN/PR e de outros Estados da federao.

    Vale destacar a realizao, em 2003, do "1 Frum Pedaggico do Sistema

    Penitencirio do Paran", os cursos de formao para os funcionrios da

    Penitenciria Estadual de Ponta Grossa, recm-inaugurada, e cursos de

    formao a agentes de disciplina para as terceirizadas que estavam se

    instalando no Estado.

    Em 2004, a ESPEN instalou-se em sede prpria, que oferecia espaos mais

    adequados para a realizao de cursos e eventos, contando com duas salas de

    aula, com capacidade para 35 pessoas cada uma e laboratrio de informtica.

    Foram realizadas duas turmas para o curso de Administrao Penitenciria,

    com 180 horas cada uma delas, e diversas turmas de formao agentes de

    disciplina, pertencentes s unidades terceirizadas.

    Nesta mesma data, foi publicada a Resoluo Conjunta n 02/2004

    SEED/SEJU/SETP que regulava a seleo de servidores pblicos da SEED

    para suprimento da demanda de docentes, apoio tcnico-pedaggico e

    administrativo - inclusive de diretores e vice-diretores - nos estabelecimentos

    penais do estado, vigorando at 2011.

    Mediante publicao da Resoluo n 141/2004 da SEJU foi criado o Conselho

    Superior da Escola. Nesse perodo, foram formadas cinco turmas do Grupo de

    Apoio s Aes Penitencirias - GAAP - fruto de convnio entre a Secretaria de

  • 32

    Estado da Justia e da Cidadania e o Ministrio da Justia. Realizou-se,

    tambm, um concurso pblico de grandes dimenses, que exigiu, por parte da

    ESPEN, a organizao de cursos de formao para mais de 1.200 novos

    agentes penitencirios. Alm disso, houve vrios cursos de atualizao para

    agentes penitencirios e tcnicos do DEPEN. Outra atividade relevante desse

    perodo foi a reorganizao da Diviso de Educao que, no mbito da

    ESPEN, passou a monitorar todas as atividades do Programa de

    Escolarizao, desenvolvido nas unidades penais em parceria com a

    Secretaria de Estado da Educao.

    Em 2006, com publicao da Resoluo Conjunta n 08/2006 SEED/SEJU,

    foram estabelecidas as competncias de cada Secretaria parceira no sentido

    de garantir a escolarizao bsica, no nvel fundamental e/ou mdio, na

    Educao de Jovens e Adultos a pessoas em privao de liberdade, nas

    Unidades Penitencirias do Estado do Paran, por meio de Centros Estaduais

    de Educao Bsica para Jovens e Adultos ou atravs de Aes Pedaggicas

    Descentralizadas.

    A partir de 2007, o campo de atuao da ESPEN foi ampliado e estabeleceu

    eixos para sua poltica de formao e redefiniu algumas de suas atividades,

    centralizando seus objetivos na formao, capacitao e aperfeioamento

    profissionais que deveriam, necessariamente, estar articulados a outros

    processos, tais como na constituio de um espao privilegiado de debate, de

    crtica, de sistematizao e produo do conhecimento sobre poltica e gesto

    penitencirias; tratamento penal; segurana; programas de educao; entre

    outros. Os objetivos decorrentes desse princpio se traduziram nas seguintes

    aes:

    a) Oferta de cursos de formao, capacitao ou aperfeioamento

    profissionais, tendo como eixo uma poltica penitenciria que,

    efetivamente, apostasse na reintegrao do preso na sociedade;

    b) Sistematizao e a produo de procedimentos padro para as reas de

    gesto, de tratamento penal e de segurana, com o intuito de

    uniformizar essas prticas no interior das unidades penais;

  • 33

    c) Formatao de diretrizes para desencadear um processo de avaliao

    institucional e de pessoal em todas as esferas envolvidas com gesto no

    mbito do Departamento Penitencirio;

    d) Execuo de pesquisas cientficas, com o objetivo de se obter dados

    cientficos que, por um lado, forneam um diagnstico da realidade

    penitenciria e, por outro, apontem os caminhos a serem trilhados.

    importante salientar que os objetivos, acima citados, desdobraram-se em

    inmeras atividades que, no entanto, giravam em torno de um mesmo princpio:

    o de promover o desenvolvimento profissional dos servidores com base na

    poltica penitenciria ditada pela Lei de Execuo Penal, pelo Conselho

    Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria e pelos princpios norteadores das

    aes penitencirias preconizados pela Secretaria de Estado da Justia e da

    Cidadania e pelo Departamento Penitencirio do Paran.

    Outro trabalho relevante, desenvolvido pela ESPEN, foi a publicao dos

    quatro "Cadernos do DEPEN", material institucional que, nas reas de

    segurana, tratamento penal, gesto e sade, apresentam, detalhadamente,

    prticas e procedimentos operacionais, com o objetivo de se estabelecer uma

    padronizao nas aes e facilitar um eficiente trabalho em rede.

    Em 25 de maio de 2011, a Secretria de Estado da Justia e da Cidadania,

    Maria Tereza Uille Gomes, assinou a Resoluo n 090, que alterou a

    denominao da ento Escola Penitenciria do Paran - ESPEN para Escola

    de Educao em Direitos Humanos - ESEDH-PR. Nesse mesmo ano, foram

    assinadas trs resolues que legitimam as aes educacionais nos

    estabelecimentos de ensino que atendem s prises:

    1. Resoluo Conjunta n 01/2011 - SEED/SEJU/SECJ, que

    regulamenta o processo de seleo de servidores pblicos,

    vinculados SEED, para suprimento da demanda nos

    estabelecimentos de ensino em unidades penais, substituindo a

    Resoluo Conjunta n 02/2004 (ANEXO V);

    2. Resoluo Conjunta n 03/2011 SEED/SEJU, que estabelece as

    competncias de cada Secretaria parceira no atendimento

    escolarizao das pessoas em privao de liberdade, substituindo a

    Resoluo Conjunta n 08/2006 (ANEXO VI).

  • 34

    A construo de diversas penitencirias nos municpios do interior do estado

    exigiu a ampliao da oferta de escolarizao tambm em outras regies.

    Assim, em 2009, 2010 e principalmente em 2011, vrios editais foram

    publicados para selecionar servidores para suprir essas demandas. Novos

    CEEBJA foram criados e para garantir maior independncia administrativa a

    esses estabelecimentos foi publicada a Resoluo Conjunta n 4761/2011

    GS/SEED (ANEXO VII), que regulamenta o Processo de Consulta

    Comunidade Escolar para a seleo de Diretores e Diretores-auxiliares dos

    Estabelecimentos de Educao de Jovens e Adultos, da Rede Estadual de

    Educao Bsica do Paran, que funcionam em parceria com a Secretaria de

    Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos/Departamento Penitencirio.

    Neste mesmo ano de 2011, pela Lei n 16.840, 28 de junho de 2011 foi

    alterada a denominao da Secretaria de Estado da Justia e da Cidadania

    (SEJU) para Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos

    (SEJU) com suas atribuies voltadas a:

    Definir diretrizes para a poltica governamental focada no respeito

    dignidade humana, bem como a coordenao de sua execuo;

    Proteo s vtimas e testemunhas e de crianas e adolescente

    ameaados de morte;

    Implantao da Defensoria Pblica do Estado do PR-Defesa dos Direitos

    da Cidadania e da Pessoa com Deficincia;

    Defesa dos Direitos da Mulher, da Pessoa Idosa e das Minorias;

    Educao e qualificao profissional daqueles que se encontram sob

    custdia do Estado;

    Reinsero Social dos egressos do Sistema Penal.

    A partir de maro de 2012, com a publicao Decreto n. 4021 (ANEXO VIII),

    foi institudo o Programa para o Desenvolvimento Integrado (PDI-Cidadania),

    assumindo a responsabilidade pela Educao Formal, o enfrentamento ao

    analfabetismo absoluto e funcional, a qualificao e profissionalizao dos

    apenados, visando a sua insero social, com vista cultura da paz,

    ancorando-se tambm nos oito objetivos do milnio. Pela Portaria n 291/2012

  • 35

    e n 359/2012 DEPEN, foi criada a Coordenao de Educao, Qualificao

    e Profissionalizao de Apenados, bem como designada a equipe que a

    compe, com a misso de desenvolver todas as aes inerentes oferta

    educacional discriminadas no PDI-Cidadania e no Plano Diretor da Secretaria

    de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos. Recentemente, o Decreto

    n 5558, de 15 de agosto de 2012, instituiu uma nova nomenclatura para o

    DEPEN:

    Art. 2 O Departamento Penitencirio do Estado do Paran - DEPEN, passa a denominar-se Departamento de Execuo Penal - DEPEN.

  • 36

    IV. DIAGNSTICO DA EDUCAO NAS PRISES DO PARAN

    Atendendo ao Art. 5 da LDB, ao art. 4 da Resoluo CNE/CEB n 02/2010 e

    ao Art. 4 da Portaria DEPEN n 04/2010, apresentamos a seguir um

    diagnstico realizado nos estabelecimentos penais do Estado do Paran. Esse

    levantamento detalhado a respeito da demanda e oferta educacional

    caracteriza-se como informao indispensvel para o apoio financeiro dos

    Ministrios da Educao e da Justia.

    4.1. A ESTRUTURA DO SISTEMA PENAL PARANAENSE Conforme o Decreto n 1276/1995, de 31 de outubro de 1995 (ANEXO III),

    Estatuto Penitencirio do Estado do Paran, elaborado em consonncia com a

    LEP, o Sistema Penitencirio do Estado do Paran, coordenado pelo

    Departamento Penitencirio do Estado (DEPEN) constitudo pelos seguintes

    rgos (art. 1 e seguintes):

    1. Estabelecimentos Presidirios: destinam-se aos presos provisrios e

    aos sujeitos priso simples especial;

    2. Estabelecimentos Penitencirios: destinam-se aos condenados ao

    cumprimento da pena em regime fechado;

    3. Estabelecimentos Agrcolas, Industriais ou Mistos: destinam-se aos

    condenados ao cumprimento da pena em regime semiaberto;

    4. Estabelecimentos Mdico Penais: compreendem o Hospital

    Penitencirio, destinado ao tratamento mdico ou cirrgico de presos e

    internados; Hospital de Custdia e Tratamento Psiquitrico, destinado ao

    cumprimento das medidas de segurana e ao tratamento psiquitrico,

    separadamente; e sanatrio, destinado ao recolhimento dos presos ou

    internados portadores de molstia infecto-contagiosa; conforme a LEP:

    Art. 100. O exame psiquitrico e os demais exames necessrios ao tratamento so obrigatrios para todos os internados. Art. 101. O tratamento ambulatorial [...] ser realizado no Hospital de Custdia e Tratamento Psiquitrico ou em outro local com dependncia mdica adequada.

  • 37

    5. Centro de Observao Criminolgica e Triagem: destina-se

    realizao dos exames gerais e criminolgico determinados em decises

    judiciais (regime fechado); segurana e custdia temporria de pessoas

    de ambos os sexos internadas por mandado judicial para exame e

    triagem; realizao de audincias de advertncia de livramento

    condicional e o fornecimento de carteiras aos liberados nesse regime e

    no regime aberto;

    6. Casa do Albergado: destina-se ao cumprimento da pena privativa de

    liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direito consistente de

    limitao de fim de semana, sob a administrao do Patronato/Pr-

    Egresso;

    7. Patronato e Pr-Egresso: destinam-se assistncia aos que cumprem

    pena em regime aberto, aos liberados condicionais, aos egressos e aos

    seus familiares.

    Conforme o Estatuto Penitencirio do Estado do Paran (art. 14 e seguintes)

    so rgos auxiliares do DEPEN:

    a) Comisses Tcnicas de Classificao: que propem o

    estabelecimento penal e o tratamento adequado para cada preso ou

    internado, a partir dos resultados dos exames gerais e do exame

    criminolgico; elaboram o programa individualizador e acompanham a

    execuo das penas privadas de liberdade e restritivas de direitos;

    propem a progresso e regresso dos regimes, bem como as

    converses; reabilitam as faltas leves e mdias; estudam e sugerem

    medidas para aperfeioar a poltica penitenciria aos presos e

    internados;

    b) Conselho de Reclassificao e Tratamento: que analisa os pedidos

    de reabilitao dos presos que praticaram faltas graves no interior dos

    estabelecimentos penais; prope as transferncias que entender

    necessrias dos presos que cumprem pena nos estabelecimentos de

    idntico regime; deliberam sobre os pedidos, devidamente instrudos, de

    reviso e reabilitao encaminhados ao Conselho; prope medidas para

    o aperfeioamento da poltica penitenciria aplicada do Departamento

    Penitencirio;

  • 38

    c) Creche e Pr-escola: que prestam assistncia aos menores at 06

    (seis) anos de idade, cujas responsveis estejam presas em

    estabelecimento feminino de regime fechado ou semiaberto.

    Na figura abaixo, um fluxograma mostra a trajetria do apenado desde o seu

    ingresso no Sistema Penal do Estado do Paran at sua sada:

    Nessa outra imagem, demonstrada a situao pretendida para as unidades

    penais com a implementao dos programas e projetos que devero ser

    contemplados nos prximos anos, em especial o Programa para o

    Desenvolvimento Integrado (PDI-Cidadania) que objetiva transformar prises

    em escolas de capacitao profissional, que contribuam com a promoo da

    cultura da paz no Sistema Penal do Estado do Paran:

  • 39

    Os projetos constantes do Programa de Reestruturao da Gesto do Sistema

    Penal, bem como os do Programa de Proposies e Alteraes Legislativas

    que devem promover mudanas significativas na atual estrutura do Sistema

    Penal do Estado do Paran esto disponveis no Plano Diretor da SEJU.

    4.1.1 ESPELHO GERAL DO ESTADO

    Atualmente, existem 29 penitencirias distribudas por todas as regies do

    Estado do Paran: Curitiba, Piraquara, So Jos dos Pinhais, Guarapuava,

    Ponta Grossa, Cascavel, Cruzeiro do Oeste, Londrina, Maring, Francisco

    Beltro e Foz do Iguau. H, ainda, trs patronatos penitencirios: Cascavel,

    Curitiba e Londrina. No entanto, em prosseguimento s aes estabelecidas no

    Plano Diretor da Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos

    Humanos, o Sistema Penitencirio est em fase de reestruturao e podero

    ser criados novos estabelecimentos penais e patronatos penitencirios e ainda,

    como j vem ocorrendo absoro de algumas cadeias pblicas.

    Consequentemente, isso indica que a demanda para atender os

    estabelecimentos de ensino existentes, assim como para os novos

    estabelecimentos, vai crescer muito nos prximos anos.

    a) Estabelecimentos Penais

    QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS PENAIS QUANTIDADE COM OFERTA EDUCAO

    PENITENCIRIAS 20 16

    COLONIAS AGRCOLAS, INDUSTRIAIS 04 02

    CASAS DE ALBERGADOS

    CADEIAS PBLICAS 02 00

    HOSPITAIS DE CUSTDIA E TRATAMENTO PSIQUIATRICO

    01 01

    PATRONATO 02 00

    TOTAL 29 21

    QUANTIDADE DE PRESOS NO SISTEMA PENITENCIRIO QUANTIDADE

    PRESOS PROVISRIOS 2.264

    REGIME FECHADO 8.502

    REGIME SEMIABERTO 3.222

  • 40

    REGIME ABERTO 7.762

    MEDIDA DE SEGURANA - INTERNAO 422

    MEDIDA DE SEGURANA TRATAMENTO AMBULATORIAL

    TOTAL 22.172

    CRIANAS EM COMPANHIA DA ME NOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

    QUANTIDADE

    PENITENCIRIAS 31

    COLONIAS AGRICOLAS, INDUSTRIAIS 05

    CASAS DE ALBERGADOS

    CADEIAS PBLICAS

    HOSPITAIS DE CUSTDIA E TRATAMENTO PSIQUIATRICO

    TOTAL 36

    POPULAO CARCERRIA

    PESSOAS COM DEFICINCIA QUANTIDADE EM SALA DE

    AULA

    PRESOS PROVISRIOS 04 02

    REGIME FECHADO 07 05

    REGIME SEMIABERTO 11 08

    REGIME ABERTO 09 --

    MEDIDA DE SEGURANA - INTERNAO 29 19

    MEDIDA DE SEGURANA TRATAMENTO AMBULATORIAL

    41 20

    TOTAL 101 54

    AGENTES PENITENCIRIOS

    VNCULO TRABALHISTA QUANTIDADE

    CONCURSADOS 3127

    TERCERIZADOS 402

    CARGOS COMISSIONADOS 37

    TOTAL 3566

    ESCOLARIDADE QUANTIDADE

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 11

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 36

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 25

    ENSINO MDIO COMPLETO 1021

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 551

    ENSINO SUPERIOR COMPLETO 1259

    ENSINO ACIMA DE SUPERIOR COMPLETO 224

    TOTAL 3127*

    * O grau de escolaridade dos Agentes Penitencirios relativo aos servidores concursados.

  • 41

    EDUCADORES

    COORDENADORES PEDAGGICOS/PEDAGOGOS QUANTIDADE

    CONCURSADOS 49

    TERCERIZADOS

    CARGOS COMISSIONADOS

    TOTAL 49

    PROFESSORES QUANTIDADE

    CONCURSADOS 230

    TERCERIZADOS

    CARGOS COMISSIONADOS

    TOTAL 230

    MONITORES QUANTIDADE

    CONCURSADOS

    TERCERIZADOS

    CARGOS COMISSIONADOS

    TOTAL

    INFORMAES ADICIONAIS

    VAGAS DE ENSINO OFERTADAS QUANTIDADE

    SALAS DE AULA 111

    BIBLIOTECA 18

    LABORATRIO DE INFORMTICA 11

    SALAS EQUIPADAS PARA EAD 08

    AREA PARA PRTICA DE ESPORTES 41

    PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 2.215 09.99%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 11.356

    52.27% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 3.916

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 7.440

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 2.324 10.48%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 3.320 14.97%

    ENSINO MDIO COMPLETO 2.319 10.46%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 406 01.83%

    TOTAL 22.172 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

  • 42

    ALFABETIZAO 333 07.66%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 834

    71.02% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 2254

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 3088

    ENSINO MDIO 905 2081%

    ENSINO SUPERIOR 22 00.51%

    TOTAL 4.348 100%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 2.215 333 15.03%

    ENSINO FUNDAMENTAL 11.356 3.088 27.19%

    ENSINO MDIO 5.644 905 16.03%

    ENSINO SUPERIOR 2.725 22 00.80%

    TOTAL 22.172 4.348 19.61%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAO

    COMPLEMENTAR

    PARAN ALFABETIZADO SEED

    INCLUSO DIGITAL PREFEITURA DE SO JOS DOS

    PINHAIS

    INCLUSO DIGITAL SENAR

    CONSTRUINDO SUA CASA SENAI

    A ARTE DE FALAR EM PBLICO INSTITUTO

    MUNDO MELHOR

    ATENDIMENTO NOTA 10 INSTITUTO

    MUNDO MELHOR

    PROJETO VERDE AMARELO PREFEITURA DE

    LONDRINA

    CURSOS ANTI-DROGAS COCAMAR

    TCNICAS DE LOCUO PARA LIVRO FALADO SENAR

    CULINRIA BSICA SESI

    MUSICALIZAO SENAI

    MUSICA COMO INSTRUMENTO DE REINSERO SOCIOCULTURAL

    COHAPAR

    HORTA PREFEITURA DE

    CASCAVEL

    TEOLOGIA PREFEITURA DE

    CASCAVEL

    TOTAL

    10 PARCEIROS

  • 43

    OFERTA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ESTABELECIMENTO POSSUI /

    NO POSSUI ACERVO

    CADEIA PUBLICA LAUDEMIR NEVES FOZ DO IGUAU NO NO

    CASA DE CUSTDIA DE CURITIBA NO NO

    CASA DE CUSTDIA DE LONDRINA NO NO

    CASA DE CUSTDIA DE MARING NO NO

    CASA DE CUSTDIA DE SO JOS DOS PINHAIS NO SIM

    CENTRO DE REINTEGRAO SOCIAL FEMININO DE FOZ DO IGUAU

    NO NO

    CENTRO DE REGIME FEMININO SEMIABERTO DE CURITIBA SIM SIM

    CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE GUARAPUAVA SIM SIM

    CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE PONTA GROSSA SIM SIM

    COLONIA PENAL AGROINDSUTRIAL DO PARAN SIM SIM

    COLONIA PENAL INDUSTRIAL DE MARING NO NO

    COMPLEXO MDICO PENAL DO PARAN SIM SIM

    PATRONATO PENITENCIRIO DO PARAN NO NO

    PATRONATO PENITENCIRIO DE LONDRINA NO NO

    PENITENCIRIA CENTRAL DO ESTADO SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE CASCAVEL SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE CRUZEIRO DO OESTE NO NO

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE FOZ DO IGUAU SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE FOZ DO IGUAU II SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE FRANCISCO BELTRO SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE LONDRINA SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE LONDRINA II SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE MARING SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE PIRAQUARA SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE PIRAQUARA II SIM SIM

    PENITENCIRIA ESTADUAL DE PONTA GROSSA SIM SIM

    PENITENCIRIA FEMININA DO PARAN NO NO

    PENITENCIRIA INDUSTRIAL DE CASCAVEL SIM SIM

    PENITENCIRIA INDUSTRIAL DE GUARAPUAVA SIM SIM

  • 44

    4.1.2 INFORMAO POR ESTABELECIMENTO PENAL

    4.1.2.1 CADEIA PBLICA LAUDEMIR NEVES FOZ DO IGUAU

    (Estabelecimento penal em fase de implantao)

    PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO:

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO

    ENSINO MDIO INCOMPLETO

    ENSINO MDIO COMPLETO

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO

    TOTAL 360 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%

    ENSINO MDIO 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 0 0%

    TOTAL 0 0%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO

    ENSINO FUNDAMENTAL

    ENSINO MDIO

    ENSINO SUPERIOR

    TOTAL 360 0%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    TOTAL

  • 45

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL

    ENCCEJA

    ENEM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    4.1.2.2 CASA DE CUSTDIA DE CURITIBA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 25 04.86%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 313

    60.89% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 103

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 210

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 30 05.84%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 73 14.20%

    ENSINO MDIO COMPLETO 62 12.06%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 11 02.14%

    TOTAL 514 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 01 02.23%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 10

    82.72% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 57

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 67

    ENSINO MDIO 13 16.05%

    ENSINO SUPERIOR 00 0%

    TOTAL 81 100%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO 25 01 04%

    ENSINO FUNDAMENTAL 313 67 21.40%

    ENSINO MDIO 103 13 12.62%

  • 46

    ENSINO SUPERIOR 73 00 00%

    TOTAL 514 81 15.76%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    TOTAL

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM

    ENCCEJA NO

    ENEM SIM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.

    BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN

    4.1.2.3 CASA DE CUSTDIA DE LONDRINA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 45 13.35%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 170 50.44%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 112

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 58

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 27 08.01%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 58 17.21%

    ENSINO MDIO COMPLETO 33 09.79%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 04 01.19%

    TOTAL 337 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%

    ENSINO MDIO 0 0%

  • 47

    ENSINO SUPERIOR 0 0%

    TOTAL 0 0%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO 45 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL 170 0 0%

    ENSINO MDIO 85 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 37 0 0%

    TOTAL 337 0 0%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    PARAN ALFABETIZADO SEED

    TOTAL 1 PARCEIRO

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM

    ENCCEJA NO

    ENEM SIM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.

    BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN

    4.1.2.4 CASA DE CUSTDIA DE MARING

    PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 48 12.87%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 206

    55.23% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 108

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 98

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 34 09.12%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 52 13.94%

    ENSINO MDIO COMPLETO 27 07.24%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 06 01.61%

    TOTAL 373 100%

  • 48

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%

    ENSINO MDIO 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 0 0%

    TOTAL 0 0%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL

    DE COBERTURA

    ALFABETIZAO 48 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL 206 0 0%

    ENSINO MDIO 86 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 33 0 0%

    TOTAL 373 0 0%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    PARAN ALFABETIZADO SEED

    TOTAL 1 PARCEIRO

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM

    ENCCEJA NO

    ENEM SIM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.

    BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN

    4.1.2.5 CASA DE CUSTDIA DE SO JOS DOS PINHAIS

    PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

  • 49

    ALFABETIZAO 46 04.96%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 547

    58.94% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 238

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 309

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 62 06.68%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 150 16.16%

    ENSINO MDIO COMPLETO 106 11.42%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 17 01.83%

    TOTAL 928 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 06 13.04%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 15

    86.96% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 25

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 40

    ENSINO MDIO 00 0%

    ENSINO SUPERIOR 00 0%

    TOTAL 46 100%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO 46 06 13.04%

    ENSINO FUNDAMENTAL 547 40 07.31%

    ENSINO MDIO 212 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 123 0 0%

    TOTAL 928 46 04.96%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    PARAN ALFABETIZADO SEED

    INCLUSO DIGITAL PREFEITURA DE SO JOS DOS PINHAIS

    TOTAL 2 PARCEIROS

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM

    ENCCEJA NO

    ENEM SIM

  • 50

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.

    BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN

    4.1.2.6 CENTRO DE REINTEGRAO SOCIAL FEMININO DE FOZ DO IGUAU (Estabelecimento penal em fase de implantao)

    PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO:

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO

    ENSINO MDIO INCOMPLETO

    ENSINO MDIO COMPLETO

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO

    TOTAL 102 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%

    ENSINO MDIO 0 0%

    ENSINO SUPERIOR 0 0%

    TOTAL 0 0%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO

    ENSINO FUNDAMENTAL

    ENSINO MDIO

    ENSINO SUPERIOR

    TOTAL 102 0% 0%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

  • 51

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    TOTAL

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL

    ENCCEJA

    ENEM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    4.1.2.7 CENTRO DE REGIME SEMIABERTO FEMININO DE CURITIBA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 01 00.67%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 97

    64.67% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 33

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 64

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 05 03.33%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 23 15.33%

    ENSINO MDIO COMPLETO 22 14.67%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 02 01.33%

    TOTAL 150 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 00 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 42

    76.52% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 46

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 88

    ENSINO MDIO 27 23.48%

    ENSINO SUPERIOR 00 0%

    TOTAL 115 100%

    RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA

  • 52

    NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE

    COBERTURA

    ALFABETIZAO 1 0 0%

    ENSINO FUNDAMENTAL 97 88 90.72%

    ENSINO MDIO 28 27 96.43%

    ENSINO SUPERIOR 24 00 0%

    TOTAL 150 115 77.18%

    OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES

    INCLUSO DIGITAL SENAR

    CONSTRUINDO SUA CASA SENAI

    A ARTE DE FALAR EM PBLICO IMM

    ATENDIMENTO NOTA 10 IMM

    TOTAL 3 PARCEIROS

    EXAMES DE CERTIFICAO

    EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM

    ENCCEJA NO

    ENEM SIM

    OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA

    ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES

    COMPLEMENTARES

    ATIVIDADES ESCOLARES. REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.

    BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN

    4.1.2.8 CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE GUARAPUAVA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 57 19.58%

    ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 152

    52.23% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 34

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 118

    ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 07 02.41%

    ENSINO MDIO INCOMPLETO 52 17.87%

    ENSINO MDIO COMPLETO 21 07.22%

    ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 02 00.69%

  • 53

    TOTAL 291 100%

    OFERTA DE EDUCAO

    NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL

    ALFABETIZAO 16 06.90%

    ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 32

    64.66% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 118

    ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 150