plano estadual de habitação de interesse social do parana pehis-pr

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Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr ´

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Plano EstadualdE HabitaçãodE intErEssE social

do ParanaPEHis-Pr

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Plano EstadualdE HabitaçãodE intErEssE social

do ParanaPEHis-Pr

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dirEtoria

Diretor PresidenteMounir Chaowiche

Diretor de Programas e ObrasLuciano Valério Bello Machado

Diretora de ProjetosJocely Thomazzoni Loyola

Diretor Administrativo FinanceiroAgostinho Creplive Filho

Diretor de Regularização Fundiária e Relações ComunitáriasNelson Cordeiro Justus

GruPo dE coordEnaçãoPEHis-Pr

Coordenadora

Bernadeth Dickow

Antonio Carlos Schmall MoreiraJocely Maria Thomazoni Loyola

Jurandir Guatassara Boeira

Apoio Administrativo

Claudete de Souza Silva

coHaParCompanhia de Habitação do Paraná

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Curitiba l Junho l 2012

coHaParCompanhia de Habitação do Paraná

Plano EstadualdE HabitaçãodE intErEssE social

do ParanaPEHis-Pr

´

concluído e aprovado pelo coEHis em dezembro/2011

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Introdução

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Aelaboração do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná

– PEHIS-PR1 teve sua motivação a partir da criação do SEHIS – Sistema Estadual

de Habitação de Interesse Social, do COEHIS – Conselho Estadual de Habitação

de Interesse Social do Paraná e do FEHRIS – Fundo Estadual de Habitação e Re-

gularização Fundiária de Interesse Social, estabelecidos através da lei complementar

estadual n.º 119/07, modificada pela lei complementar estadual n.º 124/082, que

também atribuiu à COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná a respon-

sabilidade de elaborar o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social.

Essa estruturação se deu em função da criação do SNHIS – Sistema Nacional de

Habitação de Interesse Social, do CONCIDADES – Conselho Nacional de

Habitação de Interesse Social e do FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de In-

teresse Social (Lei n.º 11.124/2005), que estabeleceu aos estados e municípios a ne-

cessidade de elaborar seus PEHIS – Plano Estadual de Habitação de Interesse Social

e PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social, como condição para repasse

de recursos da União. Este fato levou a uma nova estruturação do Sistema de

Habitação em todos os níveis, e mais, motivou o início de um planejamento do setor

habitacional.

O esforço para que os Planos desencadeiem um planejamento permanente do setor

marca uma nova fase da história da Habitação Popular no estado e no país. O

PLANHAB – Plano Nacional de Habitação, desencadeia esta nova fase, apesar de

ter sofrido um “corte” com o lançamento do programa MCMV – Minha Casa

Minha Vida.

O PEHIS-PR pretendeu ir além do que o Ministério das Cidades exigiu ou seja a

Habitação de Interesse Social, dentro de uma visão estratégica do setor habitacional,

sob a ótica de uma política de estado e não de um governo priorizou os investimentos

públicos na habitação de interesse social tentando vislumbrar toda a sociedade e o

setor como um todo, e tratou de todas as faixas de renda, para que os investimentos

públicos principalmente os subsídios, não privilegiassem outras faixas de renda que

não a mais pobre.

A questão da habitação rural também foi tratada como um componente importante

e específico, fundamental para o desenvolvimento regional.

O Plano define os instrumentos programáticos e financeiros para o enfrentamento

da questão habitacional no Estado do Paraná.

O PEHIS-PR foi elaborado com a parceria de toda a sociedade para que tivesse le-

gitimidade social, construída através da participação popular. Apesar do período

eleitoral pelo qual passou, foi possível construir o Plano com base na metodologia

participativa, refletindo desta forma, a conformação dos diferentes setores e o estágio

de desenvolvimento da sociedade paranaense neste momento.

1. Contrato de repasse n.º 270.912-29/2008 -MC/CAIXA -PAC/PEHIS

2. Anexo 3 – Lei Estadual119/07 e 124/08

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Sumário

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concEitos E siGlas 8PrincÍPios, FinalidadE E abranGÊncia 20obJEtiVos E HoriZontE tEMPoral do PEHis-Pr 24

objetivos 25Horizonte temporal 25

EtaPa i – MEtodoloGia 26Procedimentos Metodológicos 27

Estrutura –––– 27Atribuições e Responsabilidades –––– 31Capacitação das Equipes –––– 32Canais e Estratégias de Participação em cada etapa do PEHIS-PR –––– 32

orçamento para elaboração do PEHis-Pr 41Publicidade 43

EtaPa ii - diaGnÓstico 44contexto 45

Histórico da Habitação no Paraná –––– 45Inserção do Paraná na Economia Nacional –––– 94Alterações Demográficas Recentes –––– 98Características Regionais do Paraná –––– 105Condições Institucionais e Administrativas –––– 128Marcos Legais e Regulatórios –––– 154Atores Sociais e suas contribuições –––– 179

necessidades Habitacionais do Paraná 181Precariedade Habitacional –––– 182 Déficit Quantitativo e Qualitativo –––– 186Identificação dos Assentamentos Precários e Alternativas de Intervenção –––– 204Projeção da População –––– 215 Quadro Geral das Necessidades Habitacionais –––– 217Demanda Demográfica futura –––– 226

cenários 228

EtaPa iii - Plano E EstratÉGias dE ação 232diretrizes e objetivos 233Provisão, adequação e urbanização: linhas programáticas, programas e ações 236linhas programáticas normativas e institucionais 256Prioridade de atendimento 261Metas, recursos e fontes de financiamento 262Monitoramento, avaliação e revisão 263

rEFErÊncias biblioGrÁFicas 265anEXos 268

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Conceitose Siglas

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conceitos

Os conceitos aqui relacionados foram estabelecidos para esse trabalho como base dereferencia considerando a utilização e aplicação nos mais diversos estudos e textos quetratam das questões urbanas e rurais das cidades brasileiras.

A complexidade e compreensão do tema, abordado de diferentes formas, fontes e con-teúdos, implicou na necessidade de um alinhamento desses conceitos, possibilitando oestabelecimento de referenciais de análise e conclusões.

Procurou-se, sempre que possível, trabalhar com os conceitos que se assemelham entre sinos documentos e textos/livros onde tal discussão se insere.

n aglomerados subnormais: Um conjunto de habitações (casas, barracos, etc.)ocupando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia(pública ou particular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa, em suamaioria carentes de serviços públicos essenciais. (IBGE).

n Áreas de risco: Áreas de terras localizadas em encostas sujeitas a desmoronamento,inundações e/ou contaminação.

n Áreas degradadas: Áreas de terras que sofreram alguma forma de agressão: física,química, por erosão, desmatamento, etc., impossibilitando a moradia de famílias,ou o desenvolvimento de atividades salubres.

n Áreas sujeitas a enchentes: Áreas de terra normalmente localizadas próximas arios, lagos, banhados, baixadas, principalmente fundo de vales .

n assentamento rural: Áreas de terras destinadas às famílias beneficiadas pelo pro-grama de Reforma Agrária do Governo Federal, para construção de suas moradiase para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, normalmente viabilizadascom recursos do PRONAF.

n assentamentos precários: Compreendem: os cortiços, as favelas, os loteamentosirregulares de moradores de baixa renda e os conjuntos habitacionais degradados.

Para a ONU “trata-se de um assentamento contíguo, caracterizado pelas condiçõesinadequadas de habitação e/ou serviços básicos. Um assentamento precário é fre-qüentemente não reconhecido/considerado pelo poder público como parte integralda cidade. São cinco componentes que refletem as condições que caracterizam osassentamentos precários: status residencial inseguro; acesso inadequado à águapotável; acesso inadequado a saneamento e infra-estrutura em geral; baixa qualidadeestrutural dos domicílios; e adensamento excessivo. Em um assentamento precárioos domicílios devem atender pelo menos uma das cinco condições acima”. (Cursoa Distancia: PLHIS - MCidades, 2009, 216 pg.)

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n assentamentos precários consolidados: São assentamentos já integrados urban-isticamente e dotados de infra-estrutura básica. Não são necessárias intervençõesfísicas que alterem sua morfologia (reparcelamento de lotes, redefinição de sistemaviário), ou mesmo a execução de obras de infra-estrutura básica. Os assentamentospodem, porém, não estar regularizados e sua população pode apresentar demandasespecíficas por programas de pós ocupação, sociais e equipamentos e serviços públi-cos ( MC).

n assentamentos precários consolidáveis: São aqueles que apresentam condiçõesfavoráveis de recuperação urbanística e ambiental e de reordenamento urbano (aber-tura ou readequação de sistema viário, implantação de infra-estrutura básica, regu-larização urbanística do parcelamento do solo), com ou sem necessidade de remoção(reassentamento) de parte das famílias moradoras. A remoção pode ser necessáriapara eliminar situações de risco, promover o desadensamento, executar intervençõesurbanas ou, ainda, em função de restrições legais à ocupação (MC).

n assentamentos precários não-consolidáveis: São assentamentos que não apre-sentam condições de recuperação urbanística e ambiental e de reordenamento ur-bano. Trata-se de núcleos comprometidos por situações de risco e insalubridade nãosolucionáveis, como, por exemplo, os que se localizam sobre aterro sanitário, oleo-duto, sistema viário estrutural da cidade, áreas de risco, de preservação ambiental e“non edificandi”. Os núcleos não consolidáveis são objeto de intervenção do tipo“remoção” e reassentamento em novas áreas (MC).

n cenários: Estudos e análises sócio econômicas, financeiras, conjunturais etc., e suaprojeção, as quais subsidiarão as Estratégias e o Plano de Ação do PEHIS-PR, pararealização do plano no horizonte temporal previsto - 2.023.

n cenário Provável: Elaborado considerando índices, taxas e investimentos exis-tentes.

n cenário desejável: Elaborado considerando um crescimento econômico e de in-vestimentos adequados para atingir as metas estabelecidas até 2.023.

n coeficiente de Equivalência salarial – cEs: Utilizado exclusivamente nos con-tratos regidos pelo PES, na função de multiplicador do encargo inicial, visandominimizar as diferenças decorrentes da defasagem no reajustamento das prestações,em relação aos percentuais e periodicidade praticados ao saldo devedor do financia-mento.

n coabitação familiar: Compreende a convivência de mais de uma família nomesmo domicílio (denominadas de famílias conviventes), diferenciado-se as princi-pais e secundárias ou o aluguel de quartos ou cômodos para a moradia de outrasfamílias. As famílias conviventes secundárias são constituídas por, no mínimo, duaspessoas ligadas por grau de parentesco, dependência doméstica ou normas de con-vivência e que residem no mesmo domicílio com outra família, denominada princi-pal. O responsável pela família principal é também o responsável pelo domicílio(FJP, 2006).

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n conjunto habitacional degradado: Conjuntos habitacionais total ou parcialmentevazios, com falta de infra-estrutura básica ou com risco construtivo, que não se con-fundem com problemas de falta de manutenção.

n cortiços: São imóveis adaptados destinados inicialmente a uma única família, ativi-dades comerciais, industriais ou a qualquer outra função distinta do encortiçamento,mas que em função da degradação do bairro e/ou do imóvel, foram subdivididosinternamente em cômodos de aluguel. Podem também ser concebidos como con-struções destinadas ao aluguel coletivo, com vários cômodos em um mesmo lote,podendo ter ou não, habitações unifamiliares. Em ambos os casos os equipamentossanitários, tanques e áreas comuns são predominantemente, de uso coletivo. Ascondições de habitabilidade são precárias e a moradia tem sempre como contra-partida o pagamento de aluguel.3

n déficit habitacional: Corresponde à quantidade de moradias novas que necessitamser produzidas para atender às demandas acumuladas. Pode ser entendido como dé-ficit por reposição de estoque, quando engloba as moradias sem condições dehabitalidade, devido à precariedade das construções ou em virtude de desgaste daestrutura física; e como déficit por incremento de estoque, no caso de famílias queconvivem em uma mesma habitação junto a outra família e aquelas que vivem emcômodos (MC).

n demanda habitacional: Os manuais de economia definem demanda (ou procura)por um bem ou serviço que o indivíduo está disposto e capacitado a comprar, porunidade de tempo. O conceito de demanda habitacional expressa o desejo por mora-dias, o qual as pessoas realizam ou pretendem realizar. Ou seja, existem famílias quepodem representar uma demanda efetiva por novas moradias e que podem não con-stituir uma necessidade do ponto de vista social.4

n demanda demográfica futura: Dimensionamento das moradias a serem acresci-das ao estoque habitacional a fim de acomodar o crescimento populacional projetadoem determinado período. Essa estimativa das necessidades de incremento do estoquede moradias, não considera o déficit habitacional acumulado nem a inadequação deparcela do estoque existente. O cálculo dessa demanda vai depender da taxa de cresci-mento da população e da média de moradores por domicílio, refletindo o tamanhoda família e os arranjos familiares ( MC).

n déficit qualitativo ou por inadequação: Entendido como déficit qualitativo, porinadequação ou por reposição de estoque, quando engloba as moradias semcondições de habitalidade, devido à precariedade das construções ou em virtude dedesgaste da estrutura física, as quais apresentam desconforto para seus ocupantes,riscos de desmoronamento e contaminação por doenças em decorrência de suasprecárias condições de salubridade (Curso Kasuo CTB).

n desmembramento: “Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba emlotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desdeque não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no pro-longamento, modificação ou ampliação dos já existentes” – Art. 2º, § 2º da Lei Fed-eral 6766/79.

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3. Schor, Silvia M. e Borin,Marisa do E.S. “ Cortiçosadaptados e concebidosna cidade de São Paulo”,São Paulo em Perspec-tiva, 11(1), 1997 p.152.

4. Demanda futura pormoradias no Brasil. 2003– 2023. Uma abordagem demográfica. Brasília, DF.2009.

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n domicílio: É o local estruturalmente separado e independente que se destina a servirde habitação a uma ou mais pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal na datade referência do Censo.5

n domicílios improvisados: Construídos para fins não residenciais, mas que estãoservindo de moradias na ocasião do Censo (PLHIS MC).

n domicílios rústicos: Domicílios permanentes cuja construção é feita por materialimprovisado, como madeira aproveitada e vasilhames, e que corresponde à parcelada necessidade de reposição, que pode ser definida como os domicílios a seremrestaurados, substituídos ou repostos (MC).

n domicílio carente: Domicílios carentes de infra-estrutura, àqueles que não dis-põem de ao menos um dos seguintes serviços básicos: iluminação elétrico, rede geralde abastecimento de água com canalização interna, rede geral de esgotamento san-itário ou fossa séptica e coleta de lixo (PLHIS MC).

n domicílios com adensamento interno excessivo: Domicílios com mais de 03(três) pessoas por dormitório definido como o cômodo utilizado, com exceção dobanheiro, para essa finalidade em caráter permanente por morador do domicílio nadata de referência da pesquisa (Curso Kasuo CTB).

n Equipamento público urbano: “consideram-se urbanos os equipamentos públicosde abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais,rede telefônica e gás canalizado.” – art. 5º, parágrafo único da Lei Federal 6766/79.

n Favela: Área de Favela é entendida como um conjunto de habitações (casas, barracos) ocu-pando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ouparticular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa, em sua maioria carentes deserviços públicos essenciais. É o mesmo conceito de aglomerados sub normais do IBGE.

n Faixas de domínio: de rodovias/ferrovias não edificáveis

n Financiamento: Operação de Crédito entre o Agente Financeiro(COHAPAR/CAIXA, etc.) e o Beneficiário Final, destinada a comercialização deunidades habitacionais.

n Fundo de vale: Parte mais baixa ou inferior de um lugar ou região, onde estão oscaminhos naturais das águas.

n Habitação indígena: Unidades habitacionais diferenciadas e projetadas obedecendoa cultura e com a participação das comunidades indígenas.

n Habitação rural: Unidades habitacionais projetadas para moradia das famílias depequenos produtores rurais residentes na área rural.

n Hipoteca: Empréstimo feito dando o imóvel como garantia. A propriedade só étransferida ao tomador do empréstimo após sua quitação.

n inadequação de moradias: Corresponde a problemas na qualidade da habitação,não implicando, contudo, na necessidade de novas construções. Seu dimensiona-mento visa à elaboração de políticas voltadas à melhoria dos domicílios existentes,complementares à produção de novas unidades habitacionais (MC).

5. Definição do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(2002).

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n infra-estrutura (urbana): Conjunto de obras que constituem os suportes do fun-cionamento das cidades e que possibilitam o uso urbano do solo, isto é, o conjuntode redes básicas de condução e distribuição, rede viária, água potável, redes de es-gotamento, energia elétrica, gás, telefone, entre outras.

n infra-estrutura básica: “A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituídapelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública,esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública edomiciliar e vias de circulação” Art. 2º, § 5º da Lei Federal 6766/79, incluído pelaLei Federal n.º 9.785/99, (Lei Federal n.º 11.445/ 2007).

n lote: Porção de terra autônoma que resulta de loteamento ou desmembramento,destinada a construções ou pequena agricultura, em certas regiões também é con-hecido como “data” (DVAU-COHAPAR).

“Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões aten-dam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para azona em que se situe.” – Art. 2º, § 4º da Lei Federal 6766/79, texto incluído pelaLei Federal n.º 9.785/99.

n lote urbanizado: Porção de terra autônoma, localizada geralmente em área urbana,dotada de toda a infra estrutura urbana (arruamento, água, luz, esgotamento san-itário etc.).

n loteamento: “Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinadosa edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ouprolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes” - Art. 2º, § 1º da LeiFederal 6766/79.

n loteamento clandestino e/ou irregular: Áreas de terras que foram subdivididase vendidas, estão ocupadas por população de baixa renda e, embora possam apre-sentar características físicas de regularização (arruamento, lotes definidos etc.) nãotêm aprovação do poder público.

n Módulo rural: Unidade de medida, expressa em hectare, que busca refletir a inter-dependência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel rural, a forma e ascondições do seu aproveitamento econômico. Deriva do conceito de propriedadefamiliar, que nos termos do inciso II, do artigo 4º da Lei nº 5.504/64 (Estatuto daTerra), entende-se como: “o imóvel rural que, direta e pessoalmente, explorado peloagricultor e sua família, lhes absorva toda força de trabalho, garantindo-lhes a sub-sistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada regiãoe tipo de exploração, e eventualmente trabalhado com ajuda de terceiros" (INCRA).

n Moradia digna: É aquela provida de redes de infra estrutura (transporte coletivo,água, esgoto, luz, coleta de lixo, pavimentação, telefone); com acesso a equipamentosde educação, saúde, segurança, cultura e lazer; instalações sanitárias adequadas;condições mínimas de conforto e habitabilidade; habitada por uma única família (amenos de outra opção voluntária); e dispondo de, pelo menos, uma dormitório per-manente para cada dois moradores adultos. Tal conceito serve de diretriz tanto para aprodução de novas unidades habitacionais de interesse social, como também para a

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urbanização, regularização e melhorias do estoque de moradias precárias em favelas,loteamentos irregulares de moradores de baixa renda e áreas centrais degradadas (MC).

n necessidades habitacionais: Inclui o déficit – necessidade de reposição total deunidades habitacionais precárias e o atendimento à demanda reprimida; a demandademográfica – necessidade de construção de novas unidades para atender ao cresci-mento demográfico; e a inadequação – compreendendo a necessidade de melhoriade unidades habitacionais que apresentem certo tipo de carência (MC).

n ocupação irregular: São os assentamentos realizados à margem da legislação ur-banística, ambiental, civil, penal e registrária, em que se abrem ruas e demarcamlotes sem qualquer controle do Poder Público. Os assentamentos assim constituídosnão obedecem a qualquer planejamento urbanístico e são carentes de infra-estru-tura.

n Parcelamento: Resultado de subdivisão e/ou loteamento de uma área dividindo-aem unidades autônomas (lotes) e áreas de domínio público (ruas, praças etc.), noscasos de loteamento ou quando ocorre atingimento (DVAU-COHAPAR).

n Pequeno produtor rural: Proprietário, meeiro ou arrendatário de pequena pro-priedade rural, explorada por ele e sua família, garantindo-lhes a subsistência e oprogresso social e econômico, e eventualmente trabalhado com ajuda de terceiros .

n Pescadores: Trabalhadores que se dedicam à atividade da pesca, em rios, lagos,oceanos etc..

n Plano de Governo: Documento por meio do qual o Governo, seja Federal, Estad-ual ou Municipal, define o enunciado Político - Programático de sua atuação, ex-pressando por meio de estratégias, diretrizes, programas e objetivos setoriais e/ouregionais, as suas preocupações centrais e ênfase que pretende dar à sua ação noperíodo de um mandato.

n Planos de reajustamento: É a forma de atualização dos valores relativos aos en-cargos mensais dos financiamentos habitacionais, sendo criados vários durante avigência do SFH.

n Políticas públicas: Conjunto de estratégias e diretrizes que respaldam as ações doEstado: federal, estadual ou municipal, em seus 03 Poderes – executivo, legislativoe judiciário.

n Programa: Um conjunto organizado de iniciativas específicas (diversas), interrela-cionadas entre si, que, em conjunto, objetivam a realização de propósito ou objetivode um setor de governo ou atividade.

n Projeto: Se constitui num conjunto de elementos que expressam o propósito deatuar sobre determinada realidade, caracterizada a partir de um diagnóstico, pormeio de decisões normativas, de obras ou de serviços, com vistas ao equacionamentode um problema ou ao atendimento de uma necessidade de grupo ou entidade. Podeser entendido, também, como um instrumento de programação para alcançar os ob-jetivos de um Programa, envolvendo um conjunto de operações, das ações de Gov-erno, limitadas no tempo.

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n Quilombo/ quilombola: As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais,segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados derelações territoriais específicas e com ancestralidade negra relacionada com a re-sistência à opressão histórica sofrida, conforme Decreto nº 4887/03. Essas comu-nidades possuem direito de propriedade de suas terras consagrado desde aConstituição Federal de 1988. (MDS)

n reassentamento (relocação): Compreende a remoção para outro terreno, fora doperímetro da área de intervenção. Trata-se da produção de novas moradias de diferentestipos (casas, apartamentos, habitações evolutivas, lotes urbanizados) destinados aosmoradores removidos de assentamentos precários consolidáveis ou não consolidáveis(MC).

n remanejamento (relocação): Trata-se da construção de nova unidade habita-cional, ou a reconstrução da unidade habitacional no mesmo perímetro da favelaou assentamento precário que está sendo urbanizado. A população é mantida nolocal após a substituição das moradias e tecido urbano. É o caso, por exemplo, deáreas que necessitam de troca de solo ou aterro. Na maioria das vezes, a solução é aremoção temporária das famílias para execução de obras de infra estrutura e con-strução de novas moradias. A intervenção, nesse caso, também, envolve a aberturade sistema viário, implantação de infra estrutura completa, parcelamento do solo,construção de equipamentos (quando necessária) e regularização fundiária (MC).

n recuperação ambiental: Recuperação de um ecossistema ou de uma populaçãosilvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de suacondição original.

n recuperação sócio ambiental: Recuperação de um ecossistema ou de uma pop-ulação silvestre e uma população humana em condições degradadas a uma condiçãonão degradada, que pode ser diferente de sua condição original.

n revitalização urbana: Significa a preservação, identificação, proteção, conservação,restauração, renovação, manutenção e revitalização, ou seja, todas as açõesnecessárias para salvaguardar os bens culturais e ambientais (Carta de Nairobi).

n setores censitários: O IBGE dividiu o Brasil, em 2000, em 215.811 setores cen-sitários, classificados como: comum ou não-especial e especial (aglomerado Sub-normal), localizados em áreas urbanas, rurais e rurais de extensão urbana.

n sFH – sistema Financeiro da Habitação: É o conjunto de normas e legislaçõesfederais que disciplina, facilita e promove o financiamento da construção e daaquisição da casa própria.

n sistemas de amortização:

Sistema Francês de Amortização – TP: Sistema conhecido genericamente comoTabela Price, tendo como características prestações constantes em uma série uni-forme de pagamentos, e variáveis conforme o plano de reajustamento escolhido.

Sistema de Amortizações Constantes – SAC: Sistema que apresenta característicadeterminante a cota de amortização constante, durante o período. As prestações são

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decrescentes em progressão aritmética de razão negativa (razão de recorrência). Odecréscimo é periódico incidindo sobre cada uma das parcelas, exceto a primeira ea última.

n Sistema de Amortização Misto – SAM: Sistema com bastante semelhante ao SAC,tendo como diferença básica entre eles, a apuração da primeira prestação e da razãode decréscimo. A primeira prestação no SAM é obtida através da média aritméticadas respectivas prestações do Sistema TP e do Sistema SAC. A partir daí, todo odesenvolvimento é exatamente idêntico ao SAC.

n Sistema de Amortização com Prestações Reais Crescentes – SIMC: Criado emcaracter transitório e excepcional, objetivando priorizar as comercializações deunidades habitacionais produzidas com recursos do SFH, em função da recessãoeconômica existente à época, tendo como vigência de 12.01.84 a 28.02.86, paraadoção. Prestação inicial 15% inferior a aquela obtida pela TP; as primeiras 24prestações permanecem constantes; e a partir da 25ª através de uma progressão arit-mética de razão positiva, existe o crescimento mensal até o final do prazo contratual.

n subabitação: Moradia precária, construída com reaproveitamento de materiais, taiscomo: lonas, cascas de árvores, papelão, alumínio, lata etc. Popularmente conhecidacomo “barraco” e preponderantemente encontrada nas favelas.

n subsídio: É um benefício concedido, um complemento, ou desconto sobre o valordo imóvel a ser financiado, ou na prestação mensal do financiamento, ou na taxa dejuros, feita através do da ajuda do estado (recurso público).

n sustentabilidade/ desenvolvimento sustentável: É um modelo econômico,político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades dasgerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazersuas próprias necessidades.

n urbanização: Consolidação do assentamento com a manutenção total ou parcialda população no local. Compreende abertura, readequação ou consolidação de sis-tema viário, implantação de infra-estrutura, reparcelamento do solo (quando cou-ber), regularização fundiária e, quando necessário, a execução de obras deconsolidação geotécnica, a construção de equipamentos sociais e a promoção demelhorias habitacionais (MC).

n urbanização complexa: Compreende a intervenção em assentamentos com altograu de densidade, em geral do tipo aglomerado, com alto índice de remoções, quenão apresentam traçado regular e/ou a necessidade de realização de complexas obrasgeotécnicas ou drenagem urbana, como canalização de córregos, contenção de en-costas e “criação de solo” (MC).

n urbanização simples: Compreende a intervenção em assentamentos que possuembaixa ou média densidade, traçado regular, não apresentam necessidade de realizaçãode obras complexas de infra-estrutura urbana, consolidação geotécnica e drenageme apresenta um baixo índice de remoções (até 5%) (MC).

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n unidade habitacional: Espaço físico projetado e construído para moradia de umafamília, com condições mínimas de conforto e habitabilidade, podendo ser nasopções: casa térrea, sobrado, casas geminadas e apartamento.

n Vazios urbanos: Terrenos (Lotes ou áreas maiores) desocupados ou ocupados pre-cariamente, localizados no perímetro urbano do municípios, dotados de infra-es-trutura básica, tais como: energia elétrica, água, solução de esgoto, arruamento etc.e próximo dos serviços e equipamentos públicos existentes.

n Zonas Especiais de interesse social (ZEis): Definidas como "parcela do ter-ritório de área urbana instituída pelo Plano Diretor ou definida por Lei Municipal,destinada predominantemente à moradia de população de baixa renda e sujeita a re-gras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo" - Lei Federal n.o11.977/09, art. 47, inciso V.

As ZEIS tanto podem regularizar áreas já ocupadas pela população como áreasvazias que se destinarão a futura ocupação.

Conce i tos e S i g l a s 17

Page 19: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR18

siglas

n anEEl Agência Nacional de Energia Elétrica

n aPa Área de Preservação Ambiental

n aPP Área de Preservação Permanente

n bb Banco do Brasil

n caiXa Caixa Econômica Federal

n cEM/cEbraP Centro de Estudo da Metrópole/ Centro Brasileiro de Análisee Planejamento

n cMH Conselho Municipal de Habitação

n coEHis Conselho Estadual de Habitação de Interesse Social

n cMP Central dos Movimentos Populares

n coMEc Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba

n coMEl Coordenação da Região Metropolitana de Londrina

n concidadEs Conselho das Cidades

n crEa Conselho Regional dos Engenheiros e Arquitetos

n cut Central Única dos Trabalhadores

n Far Fundo de Arrendamento Residencial.

n FcVs Fundo de Compensação de Variações Salariais

n Fdu Fundo de Desenvolvimento Urbano

n FEbraban Federação Brasileira dos Bancos

n FEtraconsPar Federação dos Trabalhadores da Construção Civil do PR

n FMH Fundo Municipal de Habitação

n FnHis Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

n FEHris Fundo Estadual de Habitação e Regularização Fundiária de Interesse Social PR.

n His Habitação de Interesse Social

n iaP Instituto Ambiental do Paraná

n ibGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Page 20: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

n iPardEs Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Socialdo PR

n Mc Ministério das Cidades

n MnlM Movimento Nacional de Luta pela Moradia

n Mst Movimento dos Sem Terra

n nuc Núcleo Urbano Central

n otn Obrigações do Tesouro Nacional

n ortn Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional

n Pac Programa de Aceleração do Crescimento

n PEdu Política Estadual de Desenvolvimento Urbano

n PlanHab Plano Nacional de Habitação

n PEHis Plano Estadual de Habitação de Interesse Social

n PEs Plano de Equivalência Salarial

n PlHis Plano Local de Habitação de Interesse Social

n sac Sistema de Amortização Constante

n saM Sistema de Amortização Misto.

n sbPE Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

n sEab Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

n sEdu Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano

n sEFa Secretaria de Estado da Fazenda

n sEHis Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social

n sEMa Secretaria de Estado do Meio Ambiente

n sEPl Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral

n sFH Sistema Financeiro da Habitação

n siG Sistema de Informações Geográficas

n snHis Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

n tP Tabela Price

n uPc Unidade Padrão de Capital

n VaF Valor Adicional Fiscal

n VFi Valor de Transformação Industrial

n ZEis Zona Especial de Interesse Social

Conce i tos e S i g l a s 19

Page 21: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Princípios,Finalidades eAbrangência

Page 22: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Os princípios que norteiam o PEHIS – PR se coadunam com os princípios contidosna Constituição Brasileira (1988) e da nova Política Nacional de Habitação, nos seguin-tes pontos:

Moradia digna - como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão de qualidade,infra-estrutura básica, transporte coletivo e serviços sociais. Uma concepção de moradiapopular baseada na utilização dos vazios urbanos, na diversificação das tipologias habi-tacionais, na construção de moradias inseridas na malha urbana.

Implementação dos instrumentos jurídico-urbanísticos, no sentido de garantir o acessoa terra urbanizada à população de baixa renda, buscando fazer cumprir a função socialda propriedade, conforme prevê a Constituição e o Estatuto das Cidades6.

Habitação como uma política de estado, onde o Poder Público Estadual é um agenteimportante na regulação urbana e no mercado imobiliário paranaense, na provisão damoradia e na regularização de assentamentos precários, tanto no meio urbano comorural, cuja atividade econômica deve respeitar e se subordinar ao uso racional dos recursosambientais no sentido de garantir os direitos atuais e das futuras gerações sobre o meioambiente7.

Gestão democrática com participação popular e transparência nas decisões e procedi-mentos, na concepção e implantação dos projetos e Programas. Utilização e aprimora-mento da estrutura do SEHIS - Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social.

Integração da Política Habitacional à Política Urbana e Rural do estado.

Articulação com as instâncias Nacional e Municipal.

Além desses principais, o PEHIS-PR procurou considerar as diferenças regionais, cul-turais e individuais na concepção de seus programas e ações, assim como a participaçãoda iniciativa privada, da população e de toda sociedade.

O PEHIS-PR tem como finalidade traduzir as soluções das necessidades e demandashabitacionais do estado do Paraná em ações concretas, com prazos, programas, recursose responsabilidades definidas; fazendo a interface a nível nacional e municipal, com umavisão estratégica e global do problema habitacional.

O PEHIS-PR tem uma abrangência estabelecida em várias dimensões: Territorial, Social,Econômica, Financeira e Ambiental, sendo:

n territorial – Foi considerado todo o território - urbano e rural do Estado do Pa-raná, constituído pelos 399 municípios, considerando-se a divisão administrativados Escritórios Regionais da COHAPAR e as Mesorregiões Geográficas utilizadaspelo IBGE8, para efeito de agregação/desagregação de dados, análise regional, mo-bilização da sociedade e estruturação de seus programas, tendo como base o muni-cípio.

Pr inc íp ios , F ina l i dades e Abrangênc i a 21

6 Estatuto das Cidades,criado pela Lei Federal n.º 10.257/2001.

7 Constituição Federal de1988.

8 Anexo 2 – MesorregiõesGeográficas do Paraná -IBGE.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR22

n social – A população foi identificada e estratificada em faixas de renda, em relaçãoàs necessidades, as diferenças regionais e estabelecimento de prioridades de ação einvestimento. A habitação foi considerada como fator de inclusão e mobilidade so-cial, sendo concebidos mecanismos de real participação das famílias no processoprodutivo da habitação e da regularização fundiária sustentável.

n Econômica – a produção da moradia e a regularização/urbanização fundiária, comovetor de crescimento econômico, produz riqueza e cria condições da população gerarriqueza, portanto, é de suma importância, pois interfere na economia do estado. OPlano previu mecanismos de incentivo à produção de lotes urbanizados e moradias,especialmente no que se refere a incentivos ao setor da construção civil – reduçãode ICMS para material de construção, um dos setores da economia que mais absorvemão de obra.

n Financeira – O Plano prevê recursos financeiros não só do FNHIS e do Orça-mento do Estado, mas de diferentes fontes, como o FEHRIS - Fundo Estadualde Habitação e Regularização Fundiária de Interesse Social, que poderá lançar mãode fontes perenes de recursos e está sendo regulamentado junto com o PEHIS-PR.Por outro lado, a previsão de mecanismos, sistemas e programas de financiamento,

Mapa do Paranáintegrando asMesoregiões e os Escritórios regionais da coHaPar

MEsorEGiõEs GEoGrÁFicas

Page 24: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

colocam a dimensão financeira do Plano num dos patamares mais importantes parasua execução.

n ambiental – é uma dimensão estruturante da política habitacional tanto urbanacomo rural, cuja execução deverá não só preservar áreas e implantar projetos am-bientalmente equilibrados, como devolver à sociedade áreas degradadas, revitaliza-das/recuperadas. Neste sentido, todas as ações para implantação dos programashabitacionais seja de produção, regularização, urbanização ou reassentamento, de-verão respeitar, além da Legislação estadual e federal contida no Marco Regulatório(6.4.1), legislação municipal, metropolitana e os seguintes Planos e Diretrizes:

MINEROPAR: A Vulnerabilidade Geoambiental do Estado do Paraná

COMEC: PDI – Plano de Desenvolvimento Integrado

Instituto da Águas: Plano Diretor de Drenagem da RMC e demais Diretrizes

Diretrizes Saneamento ambiental SANEPAR

Diretrizes COPEL - Energia

Pr inc íp ios , F ina l i dades e Abrangênc i a 23

Page 25: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Objetivos eHorizonteTemporal doPEHIS-PR

Page 26: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Obje t i vos e Hor i zonte Tempora l do PEHIS -PR 25

objetivos

Equacionar as necessidades habitacionais urbana e rural do estado do Paraná, tra-çando as estratégias de ação no sentido de enfrentar e solucionar a questão, de forma ar-ticulada com a política e Planos de Desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Ou seja,cumprir com a prerrogativa constitucional no sentido de garantir moradia digna à todapopulação paranaense.

Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação, como base para a implantaçãode um planejamento permanente do setor.

Horizonte temporal

O PEHIS-PR tem um horizonte temporal de 12 anos: 2012 – 2023, com 02 revi-sões: 2015 e 2019.

Page 27: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa IMetodologia

a metodologia do PEHis-Pr foi concebida naEtapa i, denominada Proposta Metodológica9,que se transformou em Metodologia após a suadiscussão, aprovação e implantação.

Page 28: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 27

A base metodológica do PEHIS-PR está calcada no processo participativo e passoupor diferentes níveis de discussão e decisão: desde o grupo técnico da COHAPAR queelaborou a Proposta Metodológica, demais técnicos e dirigentes da COHAPAR eCAIXA, COEHIS – Conselho Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná,CONCIDADES/PR, Secretarias de Estado afins, até o debate com amplos setores dasociedade, para que a construção desse Plano refletisse o estágio e as necessidades atuaisdesta mesma sociedade.

Na Proposta Metodológica, definiu-se como se daria este processo nas 03 (três) Etapasque compõem o PEHIS-PR:

n Etapa I – Metodologia

n Etapa II – diagnóstico

n Etapa III – Plano de ação

ProcedimentosMetodológicos

Os Procedimentos metodológicos definiram o processo de elaboração do PEHIS-PR, suas etapas, responsabilidades, dinâmica de participação, produtos, prazos e recursosfinanceiros.

Definiu a forma de organização para a elaboração do Plano e os diferentes níveis de par-ticipação.

O processo participativo adotado teve várias instâncias de participação e responsabilida-des, descrito na estrutura abaixo.

Estrutura

A responsabilidade institucional pela elaboração do PEHIS-PR é da COHAPAR, con-forme lei complementar estadual n.º 119/07, modificada pela lei complementar estadualn.º 124/08, em seu artigo 4º, item I10.

Para a boa qualidade dos serviços técnicos, foi necessária a constituição de um grupo decoordenação técnica da COHAPAR.

9 No “Caderno de Orienta-ções para Elaboração deMetodologia de PlanoLocal de Habitação de Interesse Social–PLHIS”,CAIXA/GIDUR-CT,agosto/2008, esta Etapa édenominada “Preparaçãopara o Processo”.

10 Anexo 3 – Lei Estadual119/07 e 14/08

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR28

Grupo de coordenação

O Grupo de Coordenação do PEHIS-PR instituído pelo Ato n.º 98/PRES-COHAPAR,de 11 de agosto de 2009, teve a seguinte composição:

n Liete da Rocha Blume (coordenadora) – Jornalista, formada em Letras Portuguesae Pedagogia

n Aldo Antonio Mandalozzo – Administrador, Especialista em Análise e Elaboraçãode Projetos para o Setor Público

n Bernadeth Dickow – Socióloga, Especialista em Análise e Elaboração de Projetospara o Setor Público, Mestre em Arquitetura e Urbanismo

n Jocely Maria Thomazoni Loyola - Engenheira Civil, Especialista em Gestão Técnicae Engenharia do Meio Urbano e Mestre em Ciência do Solo

n Vera Lúcia Rocha de Oliveira – Arquiteta, Especialista em Cidades, Meio Ambientee Políticas Públicas

Em 2010 houve alteração na composição do Grupo através Ato nº 45/PRES-COHA-PAR (22/06/2010):

n Aldo Antonio Mandalozzo11 – Administrador, Especialista em Análise e Elaboraçãode Projetos para o Setor Público.

n Antônio Carlos Schmal Moreira - Graduado em Sistemas de Informação.

n Bernadeth Dickow – Socióloga, Especialista em Análise e Elaboração de Projetos,Mestre em Arquitetura e Urbanismo – Coordenadora.

n Jocely Maria Thomazoni Loyola - Engenheira Civil, Especialista em Gestão Técnicado Meio Urbano, Engenharia e Meio Ambiente, Mestre em Ciência do Solo.

n Vera Lúcia Rocha de Oliveira – Arquiteta, Especialista em Cidades, Meio Ambientee Políticas Públicas.

Em 2011 houve mais uma alteração na composição do Grupo através do Ato n.º54/2011:

n Antônio Carlos Schmal Moreira - Graduado em Sistemas de Informação.

n Bernadeth Dickow – Socióloga, Especialista em Análise e Elaboração de Projetos,Mestre em Arquitetura e Urbanismo – Coordenadora.

n Jocely Maria Thomazoni Loyola - Engenheira Civil, Especialista em Gestão Técnicado Meio Urbano, Engenharia e Meio Ambiente, Mestre em Ciência do Solo.

n Jurandir Guatassara Boeira - Arquiteto e Urbanista, Mestre e Doutor em “EstruturasAmbientais Urbanas”11 Em novembro de 2010

pediu desligamento dogrupo e não houve substituição.

Page 30: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 29

Equipes de apoio:

Equipe Técnica da COHAPAR: 13 Escritórios Regionais - agentes replicadores da me-todologia e de coleta de dados e informações.

n dEPr – Departamento de Projetos, com informações dos Programas e Projetos de-senvolvidos e em desenvolvimento.

n dEFi – Departamento Financeiro , com informações das fontes de recursos, valores,taxas, sistemas de amortização aplicados em habitação.

n suJu/corF – Superintendência Jurídica / Coordenadoria de Regularização Fun-diária – com informações sobre os marcos regulatórios existentes na área de habi-tação e urbanismo.

n dEds – Departamento de Desenvolvimento Social, com informações do déficit eda demanda habitacional do Estado e avaliação histórica dos programas.

n suPc – Superintendência de Planejamento e Controle, com informações sobre osProjetos do PAC/FNHIS da COHAPAR.

n dEiM – Departamento Imobiliário, com informações sobre as formas de comercia-lização das unidades habitacionais.

n cEriMonial – Organização dos eventos.

n suii – Suporte de Informática e manutenção do Banco de Dados da Pesquisa.

n dEad/dVas – apoio administrativo, DVLI – Licitações

Equipe técnica constituída por secretarias e Órgãos governamentais:

orGão oFÍcio dE indicação tÉcnico indicado

SEPL 1013/GS/SEPL – 14/07/09 Heitor Angelo Scremin França

SEDU 2377/09-GAB/SEDU 20/07/09 Rajindra Kauer Singh

IPARDES 031-DP-27/02/09 Cleide Maria Perito de Bem

COMEC 031/2009/DT 02/10/2009 Raul Clemente Peccioli Filho

SEMA/IAP 660/09-SEMA/GS 06/10/2009 José Luiz Scroccaro

SEFA 097/09-DG Rosemeri Bueno Muniz

SEAB GS/CG 115-09 Marcio da Silva

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR30

Com a mudança de Governo, em maio de 2010, este grupo sofreu uma modificaçãocom a indicação de outros técnicos por instituição, ficando com a seguinte composição:

ÓrGão noMEoFÍcio oFÍciocoHaPar indicatiVo

COMEC Raul Clemente Peccioli Filho 4091/PRES-16/09/09 031/2009/DT

COPEL Fernando Antonio Grupelli Junior 3000/PRES-13/07/10

IPARDES Cleide Maria Perito de Bem 0433/APRE-06/02/09 031/DP

SANEPAR Marlene Alves de Campos Sache 3000/pres-13/07/10

SEAB Marcio da Silva 4094/PRES-16/09/09 GS/CG 115-09

SEDU Rosa Moura 3000/PRES-13/07/10

SEFA Rosemeri Bueno Muniz 4093/pres-16/09/09 097/09-DG

SEMA José Luiz Scroccaro 4092/PRES-16/09/09 660/09-SEMA/GS

SEPL Heitor Angelo Scremin França 0435/APRE-06/02/09 1013/GS/SEPL

Em janeiro de 2011, mudou novamente o Governo do Estado, e o Grupo sofreu altera-ções, se constituindo da seguinte forma:

ÓrGão noME

COMEC Raul Clemente Peccioli Filho

COPEL Fernando Antonio Grupelli Junior

DEFESA CIVIL Antonio Geraldo Hiller

IPARDES Anael Pinheiro Ulhoa Cintra

SANEPAR Rosa Maria Saunitti

SEAB Eduardo Felipe Guidi

EMATER Rodolfo Moser

SEDU Adriane Nunes Ferreira

SEDU Fernando Anísio de Oliveira Simas

SEFA Rosemeri Bueno Muniz

SEMA Eduardo Felga Gobbi e Carmem Leal

SEPL Elton Augusto dos Anjos

SEAE Clecy Amadori

MINEROPAR Diclécio Falcade

Instituto das Águas –

ITCF Carlos Roberto Fernandes Pinto

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Grupo de acompanhamento

O COEHIS /PR - Conselho Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná e oCONCIDADES/PR12 – Conselho das Cidades do Paraná formam o Grupo de Acompa-nhamento e aprovaram todas as etapas/produtos do PEHIS-PR.

consultorias

A Contratação de Consultorias visou atender os seguintes aspectos do PEHIS-PR:

n Capacitação da equipe técnica – Rosana Denaldi e equipe – Empresa Klink

n Diagnóstico parcial do PEHIS-PR – IPARDES

n Mobilização/Eventos: Espaço de Vida

n Cenários – Datamétrica

atribuições e responsabilidades

Grupo de coordenação:

n Coordenação geral dos trabalhos de elaboração do PEHIS-PR.

n Gestão do Contrato de Repasse n.º 270.912-29/08 - CAIXA /Ministério das Cidades.

n Elaboração: 1. Introdução; 2. Conceitos e Siglas; 3. Princípios, Finalidade e Abran-gência; 4. Objetivos e horizonte temporal do PEHIS-PR; 5. Etapa I – Procedimen-tos Metodológicos; 6. Etapa II – Diagnóstico: Histórico e NecessidadesHabitacionais: Pesquisa de Campo; 7. Estratégias/Plano de Ação.

n Elaboração de TRs – Termos de Referência para contratação de Consultorias, As-sessorias e Serviços necessários à elaboração do Plano.

n Coordenação de toda a equipe técnica da COHAPAR e das Secretarias de Estado eórgãos estaduais.

n Articulação institucional e com a sociedade.

n Dar publicidade a todo processo.

Etapa I - Metodo log i a 31

12 O CONCIDADES possuivárias Câmaras Técnicas,entre elas a de Habitação.Ver anexo 4.

Page 33: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR32

n Equipe de apoio técnico-administrativo da coHaPar contribuiu na constru-ção do PEHIS-PR, integrada à Coordenação, assumindo a execução institucionaldo Plano. 

n Equipe técnica secretarias e Órgãos governamentais teve como função contri-buir com o seu conhecimento específico na construção do PEHIS-PR, para que o Planorefletisse a realidade do estado e as perspectivas de desenvolvimento. 

n Grupo de acompanhamento tem como atribuição contribuir na construção doPlano sob a ótica da sociedade civil e suas necessidades, de forma organizada, inte-grada, produtiva e responsável.

n consultorias contratadas - cumprir com o estabelecido nos TR – Termos de Re-ferência e Contratos.

capacitação das Equipes

n Equipe de coordenação – Curso “Metodologia e Informações básicas para ela-boração de Planos Locais e Regionais de Habitação de Interesse Social”, São Paulo,20 – 22 de julho de 2009, Casa da Cidade, com Dr. Nabil Bonduki, Arq. KazuoNakano, Arq. Cláudia Magalhães, Dra. Rosana Denaldi, Prof. Paulo Romeiro, Dra.Raquel Rolnik, Dra. Rossella Rossetto. Carga Horária: 24 horas.

n Equipes técnica de apoio – Curso sobre elaboração PEHIS, realizado nos dias 9a 11 de novembro de 2009 em Curitiba13, com a Prof Dra. Rosana Denaldi, Prof.Mestre Kazuo Nakano entre outros. Participaram do Curso 60 técnicos: COHA-PAR(Sede e Ers) e demais Secretarias. Carga horária: 24 horas.

n técnicos dos Municípios – Foram realizadas 13 Oficinas de capacitação para co-leta de dados onde os técnicos do ER, do Grupo de Coordenação da COHAPAR edo IPARDES capacitaram os técnicos das prefeituras para coleta/consistência dedados da Pesquisa junto aos municípios.

canais e Estratégias de Participação em cada etapa do PEHis-Pr

lançamento da Proposta Metodológica do PEHis-Pr, apresentação da PropostaMetodológica com todos os setores: Ministério das Cidades/CAIXA, Conselhos, Muni-cípios, Movimentos, Empresariado, Secretarias, Bancos, Judiciário, Legislativo, Sindi-catos, enfim representantes de toda sociedade organizada.13 Anexo 5 - Resumo do

Curso e Professores.

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O objetivo do evento de lançamento foi mobilizar e informar a sociedade sobre a elabo-ração do PEHIS-PR. Após ter sido discutida com a Caixa Econômica Federal, o Con-selho Estadual de Habitação de Interesse Social e o Conselho Estadual das Cidades, aProposta Metodológica foi apresentada num evento realizado em Curitiba com a pre-sença do Governador do Estado por ocasião da Escola de Governo, no Auditório doMON – Museu Oscar Niemeyer, no dia 27 de julho de 2010.

oficinas regionais para fornecimento de dados secundários dos Municípios e capaci-tação dos técnicos municipais para coleta de dados primários necessários à elaboraçãodos PLHIS e do PEHIS-PR.

As Oficinas capacitaram e envolveram os Municípios na elaboração do PEHIS-PR,naPesquisa sobre as Necessidades/Assentamentos Precários, assim como na elaboração dosPLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social.

Desta forma foram cumpridas três tarefas/atribuições:

Coleta de informações e dados para o Diagnostico do PEHIS-PR (Pesquisa)

Orientação e capacitação dos Municípios para a elaboração dos seus PLHIS, fornecendoinformações tais como: dados populacionais, metodologias, etc.

Início da articulação entre o PEHIS e os PLHIS em todo o Estado do Paraná.

As informações coletadas, com base municipal e abrangem os seguintes aspectos:

n Estrutura institucional voltada a habitação

n Conselho, Fundo, PLHIS, Plano Diretor

n Ocupações irregulares – favelas, mocambos, palafitas, loteamento irregular e asse-melhados – n.º e caracterização através de formulário próprio

n Programas habitacionais municipais – produção, regularização, reformas, lote urba-nizado, urbano e rural atuais

n Cadastro habitacional para identificação de Demanda

n Levantamento de áreas(terra) disponíveis para programas habitacionais

n Vazios Urbanos

n Produção habitacional municipal histórica

n ZEIS

Foram realizadas 13 Oficinas Regionais (07 e 08 de 2010), organizadas a partir da di-visão administrativa dos ERs – Escritórios Regionais da COHAPAR (ver anexo 06):

n ERCT – Escritório Regional de Curitiba: 36 Municípios - 29/07/2010

n ERAP – Escritório Regional de Apucarana: 28 Municípios – 18/08/2010

n ERCA – Escritório Regional de Cascavel: 50 Municípios – 11/08/2010

n ERCM – Escritório Regional de Campo Mourão: 26 Municípios – 13/08/2010

Etapa I - Metodo log i a 33

Page 35: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR34

n ERCP – Escritório Regional de Cornélio Procópio: 41Municípios –16/08/2010

n ERFB – Escritório Regional de Francisco Beltrão: 40 Municípios – 10/08/2010

n ERGP – Escritório Regional de Guarapuava: 31 Municípios – 10/08/2010

n ERLD – Escritório Regional de Londrina: 22 Municípios – 17/08/2010

n ERMA – Escritório Regional de Maringá: 33 Municípios – 18/08/2010

n ERPG – Escritório Regional de Ponta Grossa: 24 Municípios – 09/08/2010

n ERPV – Escritório Regional de Paranavaí: 24 Municípios – 20/08/2010

n ERUM – Escritório Regional de Umuarama: 31Municípios – 12/08;2010

n ERUV – Escritório Regional de União da Vitória: 13 Municípios- 11/08/2010

As Oficinas se realizaram no Município sede do ER da COHAPAR, conforme relaçãoacima, com representantes dos Municípios de sua abrangência, Equipe de Coordenaçãoe equipe do IPARDES.

divisão dos municípios do Estadodo Paraná por Escritórios regionaisda coHaPar - Er.

Page 36: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 35

ProGraMação

Hora atividade descrição

9:00-10:00 Proposta Metodológica do PEHIS-PR Apresentação da Proposta Metodológica do PEHIS-PR

10:00-10:15 Intervalo Coffee break.

10:15-11:00 Necessidades Habitacionais dos Municípios Apresentação pelo IPARDES do Levantamento das

Necessidades Habitacionais dos Municípios a partir

dos dados secundários.

11:00-12:00 Coleta de Dados Municipais para subsidiar Explicação sobre o preenchimento do Formulário

o PEHIS de coleta de Dados Municipais e tabulação

dos resultados.

12:00-14:00 Intervalo Almoço - livre.

14:00-15:30 Grupos de Trabalho Dinâmica de discussão em grupos: Necessidades

Habitacionais/formulário coleta dados

15:30-15:45 Intervalo Coffee break.

15:45-16:30 Grupos de Trabalho Apresentação dos resultados dos grupos.

16:30-17:30 Orientações Finais Definição/orientações das estratégias de ação para o

trabalho de campo.

17:30 Encerramento Encerramento dos trabalhos.

Page 37: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR36

n oficinas setoriais, específicas com setores da sociedade:

Objetivo: Informar, coletar informações e expectativas que pudessem contribuircom a construção do PEHIS-PR.

Construção Civil - SINDUSCON, SECOVI, IAB em 20/09/2010.

Movimentos Populares - MNLM, Terra de Direitos, MST, CMP, UNMP, CONAM,etc. em 21/09/2010.

Legislativo – Assembléia Legislativa do Estado em 22/09/2010.

Bancos – FEBRABAN/ PR , CAIXA, BB em 23/09/2010.

Judiciário – Promotorias: Meio Ambiente, Direitos Constitucionais, Consumidor,Patrimônio Público, etc. em 24/09/2010.

Sindicatos – Engenheiros, Arquitetos, CREA, CUT, FETRACONSPAR, etc. em27/09/2010.

Órgãos Federais – FUNAI/ INCRA/ IBAMA/ PATRIMÔNIO DA UNIÃO, UNI-VERSIDADES em 28/09/2010 (não compareceu nenhuma Instituição).

Sociedade Civil e Empresarial - FIEP, SENAI, SEBRAE, CBIC, TERRA NOVARegularizações Fundiárias e BNDES em 26/10/2010.

As 08 Oficinas Setoriais se realizaram no edifício sede da COHAPAR em Curitiba- PR, e tiveram em média 15 participantes por oficina, compostas por representantesde cada entidade, membros da equipe de coordenação e equipe técnica para elabo-ração do PEHIS-PR, com duração máxima de 04 horas. As contribuições foraminseridas no Diagnóstico.

sociedade civil e Empresarial –26/10/2010

Movimentos Populares -21/09/2010

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n seminários regionais – estavam previstos 05 seminários na Etapa II –Diagnósticoe mais 05 Seminários na Etapa III – Estratégias de Ação, com duração de um diacada. No transcorrer do trabalho, os Seminários Regionais, passaram a abranger adiscussão das Etapas II – Diagnóstico e III – Estratégias de Ação, em vez de 10 pas-saram a ser 05. Para o cálculo estimado do n.º de participantes foi considerado on.º de municípios por Região mais as entidades regionais representativas da socie-dade, agrupou-se da forma abaixo, sendo que cada Seminário foi realizado em umMunicípio sede do ER, a seguir discriminado:

1. londrina – Londrina , Apucarana e Cornélio Procópio – 91 municípios

2. MarinGÁ – Maringá, Campo Mourão e Paranavaí – 83 municípios

3. cascaVEl – Cascavel, Umuarama e Francisco Beltrão – 121 municípios

4. Ponta Grossa – Ponta Grossa, Guarapuava e União da Vitória – 68 mu-nicípios

5. curitiba – RM Curitiba e Litoral – 36 municípios

Etapa I - Metodo log i a 37

Município sede n.º Municípios n.º Participantes data

LONDRINA 91 300 28/07/11

MARINGÁ 83 300 29/07/11

CASCAVEL 121 400 05/08/11

PONTA GROSSA 68 255 11/08/11

CURITIBA 36 200 02/08/11

total 399 1.455

ProGraMação

Hora atividade descrição

8:00 – 9:00 Credenciamento

9:00 - 9:30 Mesa de abertura Solenidade de abertura – formação de mesa com as

autoridades presentes.

9:30 -10:15 Palestra Magna Apresentação do PEHIS-PR pelo Presidente da Cohapar

10:15 –10:30 Intervalo Coffee break

10:30 –12:00 Metodologia dos Trabalhos Apresentação do Resumo do Diagnóstico e da Proposta

das Diretrizes para o Plano de Ação

12:00 –12:30 Grupos de Trabalho Apresentação da Dinâmica dos trabalhos de discussão

dos grupos.

12:30 –14:00 Intervalo Almoço - livre

14:00 –16:00 Grupos de Trabalho Discussão dos Grupos

16:00 –16:15 Intervalo Coffee break

16:30 –17:30 Grupos de Trabalho Continuação Trabalho dos Grupos

17:30 –18:30 Apresentação dos Grupos de Trabalho Apresentação do resultado dos grupos

18:30 Encerramento Encerramento dos trabalhos

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR38

dinâMica dos GruPos dE trabalHo

atividade descrição

Início Apresentação do coordenador do Grupo e escolha do secretário, que ficará responsável pelo

relato do Grupo. O coordenador deve apresentar o método de trabalho, a forma de intervenção

dos participantes e fazer uma breve introdução sobre o tema da sala.

Dinâmica de Grupo O objetivo da dinâmica é identificar a situação que se queira modificar, interferir ou priorizar.

O coordenador deve instigar os participantes a elaborar uma matriz lógica de conhecimento,

onde os participantes apontarão a situação atual dos seus municípios/setor com relação à questão

habitacional, identificadas no Diagnostico apresentado pela COHAPAR e IPARDES, podendo

complementar dados e informações, desde que de forma consistente.

O coordenador deve promover o questionamento dos participantes, se os mesmos concordam

com os pontos levantados.

É importante que as situações relatadas sejam priorizadas, para facilitar a elaboração das diretrizes.

Discussão/Proposições O objetivo da discussão é dar encaminhamentos para as questões levantadas no diagnostico

e identificar as diretrizes para o PEHIS-PR.

O coordenador deve garantir que a discussão flua de forma a não polarizar o debate entre uma ou

duas pessoas e evitar o desvio do tema.

A discussão deve iniciar com a apresentação do resultado da dinâmica de grupo e como os pontos

levantados podem se transformar em diretrizes para o PEHIS-PR.

O grupo deve priorizar as diretrizes levantadas. Devem também identificar as possibilidades

de articulação com outras políticas, como: social, de geração de renda, infra-estrutura,

desenvolvimento urbano e regional, etc.

Relatoria Deve ser garantido tempo suficiente para que seja elaborado relato para ser apresentado aos

outros participantes.

O coordenador não deve liberar o Grupo sem antes ter a definição da pessoa que fará a

apresentação do relato.

O relato deve ser dividido em duas partes: questões levantadas e diretrizes gerais para o PEHIS-PR

definidos na discussão.

londrina - 28/07/11 MarinGÁ - 29/07/11

Page 40: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 39

curitiba - 02/08/11 cascaVEl - 05/08/11

Evento realizado em curitiba, no dia 15/12/2011

Ponta Grossa - 11/08/2011

sEMinÁrio Estadual dE Habitação Para

aPrEsEntação do PEHis-Pr

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR40

rEuniõEs coM o coEHis

Foram realizadas várias reuniões com o COEHIS – Conselho Estadual de Habitação de In-teresse Social do PR, para acompanhamento e aprovação de todas as etapas do PEHIS-PR.

O Projeto de Lei para aprovação pela Assembléia Legislativa, será elaborado e encami-nhado no 1º semestre de 2012.

HoMoloGação do PEHis-Pr PElo coEHis

Conselho Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná, aconteceu em reuniãodo dia 14 de dezembro de 2011, conforme ata em anexo.

Page 42: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 41

orçamento paraelaboração do PEHis-PrdiscriMinação das dEsPEsas PEHis-PrProPonEntE: coHaParcontrato dE rEPassE nº 270.912-29/2008/McidadEs/caiXa/GoV ParanÁ

discriMinação das dEsPEsas caiXacoHaPar

subtotal coHaPar totalcontrato

curso capacitação em são Paulo 0,00 4.494,02 4.494,0202 funcionários - 3 dias 0,003 diárias x 2 = 6 diárias 0,002 passagem área - ida e volta 0,00Valor do Curso 0,00

curso de capacitação de equipe de técnica em curitiba 15.100,00 17.179,20 32.279,20Valor contrato Com a KLINK 15.100,00 15.100,00 15.100,00 26 funcionários ( 2 por regional) - 3 dias 0,0026 diárias x 3 = 78 diárias (diária de Curitiba) 0,00 13.940,40 13.940,40Locomoção (passagem ou veículo) 0,00Local com refeição para o evento - Hotel Nikko 0,00 3.238,80 3.238,80

seminário de lançamento da Proposta Metodologica PEHis-Pr na Escola de Governo 9.321,60 18.120,00 27.441,6026 funcionários (2 por regional) - 1 dia 0,0026 diárias x 1 = 26 diárias (diária de Curitiba de R$ 160,00) 0,00 4.160,00 4.160,00 Locomoção (passagem ou veículo) 0,00 4.160,00 4.160,00 Hotel e diária para movimentos populares (14 pessoas com diária de R$ 350,00 por 02 dias) 0,00 9.800,00 9.800,00 Contratação de Consultoria para Divulgação, Mobilização e Apoio à Partic. da Sociedade Civil 9.321,60 9.321,60 9.321,60

diagnóstico 54.300,00 0,00 54.300,00Contratação consultoria para a elaboração do Diagnóstico 54.300,00 54.300,00

cenários 40.000,00 0,00 40.000,00Contratação consultoria para a elaboração dos cenários. 40.000,00 40.000,00

oficinas regionais para elaboração do diagóstico (13) 28.878,95 12.853,00 41.731,95(3 técnicos da sede + motorista)/3 veic por 5 dias 0,0020 diária x 4 = 80 diárias de R$ 86,00 0,00 6.880,00 6.880,00 Locação de espaço(1 de R$ 2000+4 de R$500,00) 0,00 4.500,00 4.500,00 Contratação de Consultoria para Divulgação, Mobilização e Apoio à Partic. da Sociedade Civil 17.496,95 17.496,95 17.496,95 Locomoção 500 km de ida e 500 km volta+ 3*200km entre ER+pedágio 0,00 1.473,00 1.473,00 Coffee Break para 399*2 + 15 pessoas a R$ 7,00 por pessoa 11.382,00 11.382,00 11.382,00

oficina setores da sociedade civil 980,00 0,00 980,00Coffee Break (7 oficinas com 20 pessoas cada a R$ 7,00 por pessoa) 980,00 980,00 980,00

seminários regionais p/ levantamento diagnóstico (05) 30.482,00 21.708,00 52.190,365 técnicos da sede + motorista por 10 dias 0,006 diárias x 10 = 60 diárias de R$ 86,00 0,00 5.160,00 5.160,00 Locomoção (transporte) 0,00 1.548,00 1.548,00 Coffee Break (1680 pessoas a R$ 7,00 por pessoa 2 vezes ao dia) 23.520,00 23.520,00 23.520,00 Contratação de Consultoria para Divulgação, Mobilização e Apoio à Partic. da Sociedade Civil 6.962,00 6.962,00 6.962,36 Locação de espaço 5 de R$ 3000,00 cada 0,00 15.000,00 15.000,00

FEHris 15.000,00 - 15.000,00 Contratação de capacitação do FEHRIS 15.000,00 15.000,00 15.000,00

Ü

Page 43: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR42

discriMinação das dEsPEsas caiXacoHaPar

subtotal coHaPar totalcontrato

seminários regionais para discussão estratégias de ação (05) 56.659,88 21.708,00 77.547,365 técnicos da sede + motorista por 10 dias 0,006 diárias x 10 = 60 diárias de R$ 86,00 0,00 5.160,00 5.160,00 Locomoção (transporte) 0,00 1.548,00 1.548,00 Coffee Break (1680 pessoas a R$ 7,00 por pessoa 2 vezes ao dia) 23.520,00 23.520,00 23.520,00 Contratação de Consultoria para Divulgação, Mobilização e Apoio à Partic. da Sociedade Civil 32.319,88 820,00 33.139,88 32.319,36 Locação de espaço 5 de R$ 3000,00 0,00 15.000,00 15.000,00

seminário Estadual de Habitação apresentação do PEHis-Pr 56.590,07 28.238,67 84.829,2052 funcionários (4 por regional) por 1 dia 0,0052 diárias x 1 = 52 diárias (diária de Curitiba R$ 160,00) 0,00 8.320,00 8.320,00 Locomoção (passagem ou veículo) 52 pessoas com passagens de ida e volta no valor de R$ 80,00 0,00 8.320,00 8.320,00 Coffee Break (600 pessoas a R$ 7,00 por pessoa 2 vezes ao dia) 8.400,00 8.400,00 8.400,00 Contratação de Consultoria para Divulgação, Mobilização e Apoio à Partic. da Sociedade Civil 15.346,12 32.843,95 48.190,07 1.598,67 49.789,20 Locação espaço 0,00 10.000,00 10.000,00

Material de divulgação do PEHis-Pr final. 0,00 55.041,00 55.041,002500 Folders a R$ 0,2 cada 0,00 500,00 500,005.000 Jornais a R$ 0,15 cada 0,00 750,00 750,00100 edições do PEHIS-PR - 100 pág. (1.000 unid - R$ 10.813,00) 0,00 7.768,00 7.768,00500 livros Resumo PEHIS-PR - 150 pág (1.000 unid- R$ 16.100,00) 0,00 11.655,00 11.655,00100 livros plano PEHIS-PR - 500 pag. (1.000 unid - R$ 48.344,00) 0,00 34.368,00 34.368,00

total do presente orçamento 245.850,00 61.462,50 307.312,50 179.341,89 486.654,39conVÊnio "caiXa" "McidadEs" 245.850,00diferença - contrapartida coHaPar 61.462,50total do investimento previsto no termo de compromisso 307.312,50Diferença a mais na contrapartida da COHAPAR 179.341,89total da contrapartida da coHaPar 240.804,39

Foi feito um Orçamento com a previsão de despesas para elaboração do PEHIS-PR comrecursos além do Contrato, conforme demonstrativo acima.

As despesas com recursos próprios supriram alguns itens do QCI- Quadro de Compo-sição do Investimento do Contrato, por conta do descompasso tempo de elaboração doPlano e das Licitações, alguns recursos do Ministério das Cidades/CAIXA não foramutilizados, conforme último QCI abaixo.

Ü

Page 44: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I - Metodo log i a 43

Publicidade

A logomarca do PEHIS-PR foi criada pela equipe da COHAPAR e utilizada emtodos os documentos e publicidade do PEHIS-PR.

Internet – Foi elaborado um ícone do PEHIS-PR no site da COHAPAR, onde estãodisponibilizadas todas as informações para a população em geral.

Oficinas e Seminários – As oficinas e os Seminários foram canais importantes não só departicipação como uma forma de informar a população sobre o andamento dos traba-lhos.

Seminário Estadual – O referendo popular maior do PEHIS-PR.

Publicações – A publicação do PEHIS-PR está disponível na Internet e seu resumo foidivulgado nos principais meios de comunicação e impresso.

contrato de repasse n.º 270.912-29/2008

PEHis-Pr - Quadro dE coMPosição do inVEstiMEnto (08/05/2012)

Qci - dEscrição rEPassEcontraPartida

total inc %Física Financeira

1 EtaPa 1 - ProPosta MEtodolÓGica1.1-Curso de Capacitação da Equipe de Apoio e Tecnica (P 1.1) 15.100,00 15.100,00 4,911.2- Elaboração da Proposta Metodológica (P 1.2) 0,001.3 - Lançamento do PEHIS-PR (P 1.3) 0,00sub-total 15.100,00 15.100,00

2 EtaPa 2 - diaGnÓsticoElaboração DIAGNÓSTICO (P 2.6) 0,00 0,00Elaboração Cenários/ FEHRIS(P 2.4 e 2.5) 34.270,50 3.671,16 37.941,66 12,3513 Oficinas Regionais (P 2.1) 0,00 0,0007 Oficinas Setoriais (P 2.2) 0,00 0,0005 Seminários Regionais (P 2.3) 34.070,00 27.376,19 61.446,19 19,99sub-total 68.340,50 31.047,35 99.387,85

3 EtaPa 3 - Plano dE açãoRegulamentação FEHRIS (P 3.2) 0,00Elaboração do Plano de Ação (P 3.3) 0,00 0,00Seminário Estadual (P 3.4) 453,33 3.374,80 3.828,13 1,25Versão Final do PEHIS-PR (P 3.5) 57.656,82 57.656,82 18,76sub-total 58.110,15 3.374,80 61.484,95

4 saldo não utiliZado 104.299,35 27.040,35 131.339,70 42,74

total 245.850,00 0,00 61.462,50 307.312,50 100,00

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Etapa IIDiagnóstico

Page 46: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I I - D i agnós t i co 45

ODiagnóstico é a base do PEHIS-PR. Foi elaborado em conjunto com o IPARDES– Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, a partir de levantamen-tos de dados:

a) secundários – IBGE, Fundação João Pinheiro, CEM/CEBRAP, Ministério das Ci-dades, Banco Central, sobre o setor habitacional e os demais setores que o influen-ciam – econômico, social, ambiental, político, etc.

b) Primários: Pesquisa das Necessidades Habitacionais, que abrangeu os 399 muni-cípios do Paraná, sendo que 376 municípios forneceram as informações e compõemo Banco de Dados, cujos resultados estão descritos e analisados no item Necessida-des Habitacionais.

Metodologicamente está divido em 03 grandes itens, que estão interrelacionados:

n contexto

n necessidades Habitacionais

n cenários

contexto

Para que se tenha uma visão ampla e um entendimento realista do setor habitacionaldo Paraná, foi necessário fazer uma análise histórica, abrangendo vários aspectos: eco-nômico, financeiro, político, social, urbanístico/habitacional e ambiental.

Histórico da Habitação no Paraná 14.

As experiências e práticas ocorridas em Habitação popular no Brasil e no Paraná merecemuma avaliação mais profunda no sentido de técnicos e dirigentes perceberem os erroscometidos, as possibilidades reais perdidas ou aproveitadas, seja por vontade política(ouausência de) ou por (in) capacidade técnica, assim como as conseqüências dessas inter-venções nos tecidos urbano e social, para que se possa ter um planejamento com maioreschances de acerto e se construir cidades mais humanas e sustentáveis.

A ação do Estado Brasileiro na habitação popular, esteve sempre ligada a interesses po-líticos, econômicos e ideológicos da classe dominante. Desde a FCP (Fundação da CasaPopular) em 1.946, fruto do populismo da época, teve um direcionamento tipicamente

14 Grande parte destetexto foi feito combase na Dissertação deMestrado “ HABITA-ÇÃO POPULAR NOPARANÁ – Uma ava-liação histórica.”, deBernadeth Dickow,FAU/USP, 1996.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR46

clientelista, financiado pelo estado.15 Porém, a precariedade da FCP não lhe permitiuuma atuação mais arrojada para atender as demandas que o processo de urbanização pro-vocado pela industrialização exigia.

A Ditadura Militar em 1964, criou o SFH e o BNH – o primeiro grande Plano Nacionalda ditadura, que significava uma resposta às camadas média e pobres, ao mesmo tempoque a casa própria é um mecanismo que ameniza tensões sociais. A habitação como eixoda política urbana incentivou a indústria da construção civil e retomou o crescimentoeconômico, exigindo o estímulo à poupança, a remuneração do capital investido, a cor-reção monetária e a parceria com o setor privado, garantindo o êxito do Plano.

A partir de 1966 o BNH se torna sustentável com a administração e aplicação do FGTS.

O Sistema Nacional de Habitação foi subdividido em:

Sistema Financeiro da Habitação – S.F.H: Cuja fonte de recursos é o Fundo de Garantiapor Tempo de Serviços – FGTS, pertencente aos trabalhadores, objetivando a construçãode habitação para famílias de baixa renda.

Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – S.B.P.E: A captação de recursos da Pou-pança para a produção de habitações para famílias de classe média/alta.

Para operar o S.F.H, o BNH credenciou órgãos de Estados e municípios, os quais tinhamo objetivo de atuar como Agente Promotor e Financeiro do Sistema Financeiro da Ha-bitação - as Companhias de Habitação – COHAB´s que captavam recursos do FGTS,junto ao BNH, mediante instrumentos de empréstimos.

Com relação à política urbana como um todo, de 1964 a 1972 temos a habitação comoeixo central da política urbana, como forma de conter os movimentos populares e legi-timar a Ditadura Militar.

A partir de 1973 o Governo Federal delineia uma complexa política urbana, nacional eregional, criando regiões metropolitanas e outros mecanismos que visavam amenizar osdesequilíbrios regionais.

Se por um lado o Estado interviu na questão habitacional como tutor, controlador e di-fusor da ideologia dominante, como forma de pacificação social e amenização de con-tradições, por outro, ele se utilizou da construção civil como um meio de impulsionar ocrescimento econômico, dentro do qual teve um papel de viabilizador do setor privado,de sustentáculo do processo de acumulação do capital.16

A ideologia da “casa própria” se estabelece de tal forma que passa a ser uma bandeira deluta das classes trabalhadoras urbanas.

A despeito de todas as críticas ao SFH, a luta maior era pelo acesso ao Sistema. Os mo-vimentos sociais urbanos exigem do estado o direito à casa própria e não à moradia e aquestão passa a ser legitimada como de responsabilidade exclusiva do Estado.

A ação do Estado (enquanto poder público), interferiu na paisagem das cidades. Se aarquitetura de uma cidade traduz a história de seu povo, seus traços culturais e seu de-senvolvimento, a história das cidades brasileiras ficou marcada por um traço extrema-mente massificante e imediatista – o “projeto de baixo custo”, ou seja, grandes conjuntos,

15 Antes da FCP, os Institu-tos e Caixas de aposenta-doria e Pensões jáatuaram nesta linha,porém de forma fragmentada.

16 “O desenvolvimento re-gular de uma política ur-bana concebida comouma política habitacionalrumo à concepção maiscomplexa de “política es-pacial que se baseia nasáreas metropolitanas” im-plicou mudanças funda-mentais na natureza doregime político e do Es-tado no Brasil, incluindo aintervenção econômicamais volumosa, a centrali-zação mais aguda de partedo Estado “dos limites àacumulação do capital.”Farret, Ricardo, Schimidt,Benício. “A Questão Ur-bana”. Zahar, Rio, 1986.

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com unidades padronizadas, extremamente adensados, distantes da malha urbana, semestrutura suficiente, com paisagens áridas, implantados sem considerar o planejamentourbano, o passado e o presente cultural da cidade/região, formando guetos – os conhe-cidos conjuntos do BNH.17

No Paraná os conjuntos são chamados pela população de “COHAB” ou “COHAPAR”.

Com a Nova República em lugar dos avanços esperados, houve um retrocesso nas polí-ticas sociais como um todo, inclusive a habitação.

Atitudes indiscriminadas e autoritárias no sentido de acabar com tudo o que foi feito naDitadura consolidou o “vácuo” que vinha se formando desde 1964, pois não se substituiuum projeto de sociedade.

O caso do BNH é um exemplo disso – no momento em que se discutia a Reforma Ur-bana e se delineava um avanço real nesta área, ele é extinto18.

A Reforma Urbana, como era chamada, previa uma política urbana e territorial global,vinculada ao quadro geral do país, com instrumentos institucionais para sua execução –CNDU/MDU/BNH com novas funções e uma estrutura mais descentralizada, com es-tados e municípios com maior poder de decisão, administração e gerenciamento de re-cursos.

O entendimento da habitação como apenas construção de unidades novas em conjuntoshabitacionais, foi redefinido, e passou a ser entendido de forma mais ampla e completa,como acesso à moradia abrangendo a infra estrutura, os serviços básicos, concebida demúltiplas formas – autoconstrução, mutirão, reforma, aluguel, lote urbanizado, urbani-zação de favelas, além da melhora de qualidade e tecnologia construtiva dos convencio-nais. Ou seja, delineava-se uma nova concepção de moradia popular, e a habitaçãopassava a ser vista e tratada pelo seu valor de uso e não como mera mercadoria.

A preocupação com o crescimento desordenado das cidades, maior planejamento e con-trole dos problemas urbanos, a criação de instrumentos para execução de uma política

Etapa I I - D i agnós t i co 47

17 Dickow, Bernadeth. “Habi-tação Popular no Paraná –uma avaliação histórica”.Dissertação de Mestrado.FAU/USP, 1996.

18 No início de 1986 foi di-vulgado e discutido am-plamente um relatóriointitulado REFORMULA-ÇÃO, onde se delineavajustamente os principaispontos de uma reformaurbana e habitacional, querepresentaria um avançosocial real. Em maio domesmo ano o BNH é ex-tinto.

conjunto osvaldocruz – curitiba.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR48

fundiária e de tributação mais eficiente do ponto de vista social, previa uma política quepriorizava a população de baixa renda nos investimentos e distribuição dos recursos, comsubsídios, abertura e institucionalização de programas que permitiriam a participaçãoda população, desde a concepção do projeto, a remuneração da mão de obra, até o ge-renciamento dos recursos.

Discutia-se a necessidade de uma reforma urbana associada à reforma tributária, agráriae institucional, e, a uma política de emprego e renda, assim como à mecanismos de con-trole de custo em relação à qualidade das construções, com maior responsabilidade dasempresas construtoras, não só na produção como na infra estrutura e na comercializaçãodas unidades habitacionais.

Foram feitas discussões do documento “Reformulação”, coordenadas pelo IAB, em todoo país. No Paraná as discussões envolveram todos os setores da sociedade civil, sem gran-des conflitos, pois, ao longo dos anos já tinham diagnosticado, discutido veementemente,e formulado propostas que o citado documento tentava organizar, compatibilizar e enca-minhar à Presidência da República no sentido de solucionar os problemas do SFH.

A opção pela extinção do BNH, de certa forma comprovou que não havia interesse po-lítico necessário para o Governo assumir este avanço. Retrocedemos.

A medida em que a crise foi se aprofundando, a renda foi se concentrando, o tamanhoe a qualidade das habitações diminuindo, a localização dos conjuntos se distanciando damalha urbana e o preço das moradias foi subindo.

No período entre 1.977 a 1.991, a conjuntura econômica foi marcada por desequilíbriostais como: Inflação explosiva; desemprego crescente; salários em queda real e em des-compasso com a correção monetária incidente no SFH.

O Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), criado antes da implantaçãodo PES - Plano de Equivalência Salarial, se tornava responsável pelo saldo devedor (Re-síduo). O CES (Coeficiente de Equiparação Salarial), tenta reduzir os efeitos da correçãomonetária agregada ao saldo devedor, entre os períodos de reajustes das prestações definanciamento.

O Governo, procurando beneficiar os mutuários com inadimplência relevante, permitiuque as prestações vencidas fossem incorporadas aos respectivos saldos devedores, trans-ferindo para o futuro a responsabilidade do FCVS. Outras medidas governamentaisforam adotadas, as quais contribuíram para a formação do rombo no FCVS, ou seja:CES sub-dimensionado em 1.977; reajuste das prestações com base no salário MínimoHabitacional, inferior ao Salário Mínimo normal, cujo procedimento foi praticado até1.982; as prestações foram reajustadas com a utilização de um percentual de 112%,quando a correção do saldo devedor atingiu, em 1985, 246%; o Plano Color(março/1.990) não aplicou o IPC de 84% às prestações imobiliárias.

Para se ter uma idéia da relevância do problema, o rombo do FCVS atingiu a cifra de107 bilhões de reais, em maio de 1.995.

Os recursos existentes, grande parte do FGTS e da Caderneta de Poupança da classebaixa, passaram a ser destinados às classes média e alta.

Page 50: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

A CAIXA – um banco comercial, “assume” as atribuições do BNH que era um Bancode segunda linha, e passamos a viver um longo período sem política habitacional defi-nida, sem um Plano Nacional para o setor.

O estatuto das cidades criado em 2.001 (Lei Federal n.º 10.257/2001), que regulamentaos arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbanae dá outras providências, consegue contemplar grande parte das reformas urbanas que asociedade vinha discutindo e clamando.

Com a criação do Ministério das Cidades e de um novo SNH, em 2003 (Lei Federal n.º10.683/2003), CONCIDADES, SNHIS (Lei Federal n.º 11.124/2005), FNHIS, PLA-NHAB e outros instrumentos, há uma restruturação em curso cujas ações e programasvamos analisar no item que trata de Fontes de Recursos e Programas no capítulo CE-NÁRIOS.

o Paraná

A história da habitação popular paranaense assemelha-se a do resto do país, porém, emalguns períodos históricos desenvolveu programas de melhor qualidade construtiva e ur-banística, com concepções inovadoras da moradia popular.

As primeiras intervenções do poder público se deram através da CAIXA DE HABITA-ÇÃO POPULAR DO ESTADO DO PARANÁ, criada em 1950, com recursos do Es-tado visando o atendimento principal dos funcionários públicos. Em 15 anos deexistência construiu 994 casas em 16 conjuntos.

Produção dE unidadEs Habitacionais PoPularEs 1950 - 1990

Etapa I I - D i agnós t i co 49

Período instituição número de unidades

1950 - 1965 Caixa de habitação popular do estado do Paraná 994

COHAPAR 4.483

1966 - 1970 COHAB-CT 4.383

COHAB-LD 248

total do período 9.114

COHAPAR 18.436

1971 - 1980 COHAB-CT 13.181

COHAB-LD 11.952

total do período 43.569

COHAPAR 49.009

1981 - 1990 COHAB-CT 34.699

COHAB-LD 15.789

total do período 99.497

total Geral 152.180

FONTE: COHAB’s

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR50

Com a criação do SFH/BNH em 1965, são criadas as COHAB’s do Paraná: COHAPAR,COHAB-CT, COHAB-PG (incorporada pela COHAPAR em 1969) e a COHAB-LD,começando assim um período importante para a produção habitacional no estado.

De 1950 a 1990 as COHAB’s produziram juntas 152.180 unidades habitacionais.

Os primeiros conjuntos construídos pelo estado, apesar da melhor qualidade em relaçãoa outras regiões do país, tanto em relação à qualidade construtiva, tamanho da unidade,do terreno e do acabamento, aparecia o traço da uniformidade/massificação que marcouprofundamente o período SFH/BNH.

Em 1979 Curitiba tinha 6.213 barracos, em torno de 31.000 habitantes em 51 favelas– ocupações de áreas públicas e privadas, em geral localizadas ao longo de ferrovias, faixade transmissão de energia e fundos de vale19.

A experiência da COHAB-CT de 1979 a 1983 (Gestão Rafael Dely) rompe com a visãomassificadora e dos grandes conjuntos do BNH e implanta conjuntos habitacionais po-pulares com uma visão inovadora, proporcionando um novo desenho para a cidade.

Como as ações na área da produção habitacional estavam integradas ao planejamentourbano da cidade, a COHAB-CT pode adquirir áreas a preços menores dentro da malhaurbana, antes que as benfeitorias fossem implantadas, fugindo da especulação e viabili-zando a construção de moradias populares. Esse foi o ponto de partida, em 1980 haviaadquirido 8.000.000 m² dentro ou próximos à malha urbana existente na época. Istopermitiu que a implantação dos Conjuntos Habitacionais estivessem integrados à cidade,

Produção Habitacional das coHabs do ParanÁ

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

1950-1965 1950-1965

9949.114

43.569

99.497

153.174

1971-1980 1981-1990 total

19 Dados do IPPUC – Ins-tituto de PlanejamentoUrbano de Curitiba.

Page 52: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

próximos à transporte, vizinhança, comércio. O arruamento do conjunto traçado numacontinuidade ao do bairro, sem formar os famosos “guetos” que o BNH disseminou portodo o país.

A concepção da moradia assemelhava-se ao tratamento dado à cidade como um todoem termos de preservação da cultura, dos valores, da história, de forma que o moradorpudesse ter maior liberdade possível na construção de sua moradia, buscando uma indi-vidualidade para as populações de baixa renda, perdida pelos grandes conjuntos.

Pretendeu-se uma integração física que permitisse gradualmente uma integração social.

Nos locais onde havia deficiência de equipamentos, os mesmos foram colocados tangen-tes à vizinhança, ampliando as possibilidades de acesso e uso pela população. Os própriosequipamentos comerciais foram tratados de maneira que traduzissem a tradição culturalda construção da cidade através dos grandes telhados, o alpendre rendilhado.

Assim a população imigrante teria um referencial do que foi construído ao longo dotempo.

Como em outras áreas da cidade, um mesmo espaço – o conjunto habitacional – é ocu-pado por casas (convencional e autoconstrução), sobrados, embriões, apartamentos elojas comerciais.

Houve uma reavaliação nos investimentos também, ou seja, nos conjuntos tradicionaisnormalmente se investia 60% na moradia pronta, 20% em infra, restando pouco para oterreno.

Nesta nova visão destinou-se: 8% - infra-estrutura, 40% - unidade habitacional e 52%terreno, viabilizando o vazio urbano.

Ainda, havia o cuidado em respeitar a topografia do terreno e preservar ao máximo a vege-tação existente, procurando reproduzir no Conjunto Habitacional, o que ocorre nos bairrosda cidade – uma diversificação de construções, de renda e da cultura de seus moradores.

As faixas de renda atendidas eram: até 03 SM, através do Autoconstrução e até 05 SMcom casas convencionais e apartamentos. Faixas de renda objeto de atuação dasCOHAB’s até então. No período subsequente esta faixa subiu para 08 a 10 SM.

Etapa I I - D i agnós t i co 51

Moradias augusta – curitiba Moradias atenas - curitiba

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR52

Em 30/04/1981 o Cadastro de Inscrição Permanente da COHAB-CT tinha 28.550 fa-mílias cadastradas, sendo 72% com renda de até 03 SM. O perfil destes cadastrados re-velava um certo grau de urbanização (não mais origem do meio rural), um indicativode que parcela desta população teve uma perda do poder aquisitivo e deixou de ser clien-tela do INOCOOP que atendia a faixa de 05 – 10 SM, enquanto as populações que ori-ginalmente procuravam a COHAB, passaram a morar em favelas. Nessa época já erapossível perceber a mudança de perfil da população cadastrada, que dá sinais que é aclasse média empobrecida que engrossa as filas da COHAB-CT.

De 1979 a 1982 a COHAB-CT produziu 29.665 moradias dentro desta nova concepção,porém o intenso processo de urbanização fez com que a demanda crescesse em maiorvelocidade. Em termos qualitativos houve um salto pois, também, procurou quebrarcom o clientelismo histórico que marcou a atuação das COHAB’s e tornou transparenteo funcionamento do cadastro e dos critérios de seleção das famílias.

O Programa Autoconstrução financiava o lote urbanizado, o material de construção e aMO e o próprio mutuário administrava a construção de sua casa, com orientação técnicada COHAB-CT. Cada projeto era proposto pelo mutuário e definido em conjunto como arquiteto, dentro da m² que o financiamento concedido permitia. Havia a liberdadede construir uma moradia maior que o contatado, assim como a utilização da madeira(a exigência era alvenaria no BWC e cozinha).

A família tinha o poder real de interferência no projeto, no material e na forma cons-trutiva.

As orientações eram dadas desde a oferta do programa até o final da construção. Os re-cursos repassados em 03 etapas que correspondiam às etapas da obra, orientadas e fisca-lizadas por engenheiros e mestres de obra.

Resultado: populações com até 03 SM desenhando sua história através da moradia.

Foi possível baixar o custo e aumentar o tamanho em relação `a mesma unidade con-vencional similar, em torno de 40%.

Loteamento Rio Bonito – Autoconstrução, Curitiba Arquiteto Rafael Dely

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As soluções que a população encontrou foram muito criativas, que aliadas ao conheci-mento técnico garantiram a solidez da obra, que a autoconstrução espontânea não ga-rante.

Além disso essa é uma maneira de diminuir a tutela populista do estado e compartilharresponsabilidades.

Foi institucionalizado e passou a ser o programa preferido dos cadastrados.

O empresariado da construção civil foi um opositor explícito não só do projeto de di-versificação como o de Autoconstrução. Não queria abrir mão do convencional, mesmosem conseguir viabilizar moradia para a parcela dos mais pobres.

Em 1983 a FRENTE (PP+PMDB) assume o Governo do Estado, eleita com o com-promisso de criar mecanismos de participação democrática do povo na solução de seusproblemas.

Apesar do discurso político, os grupos de esquerda que atuavam na oposição e vêm acompor o PMDB, não tinham uma proposta estruturada de governo e sua visão baseava-se em desqualificar tudo o que havia sido feito. A postura da negação.

Assim a experiência da COHAB-CT foi negada e esquecida pelos dirigentes, mesmosem compreendê-la.

A conjuntura da época se caracterizava por uma profunda crise do modelo econômicomundial e servia de argumento para as deformações da política econômica brasileira,que concentrou a propriedade e a renda por meio de atos arbitrários e de violência.

Nesse contexto o novo Governo do Paraná20 se propunha a retomar o caminho demo-crático, mas levantava uma série de dificuldades:

Limitação dos Governos Estaduais e Municipais – centralização de poder a nível Fe-deral.

Dificuldade de traduzir na prática os pressupostos da democracia participativa;

Uma sociedade com um nível insipiente de mobilização, consciência e organização.

A SEIN – Secretaria de Estado do Interior do Paraná, fez um resgate de todas as açõesem Habitação Popular, principalmente a experiência da COHAB-CT (1980 a 1983) eda Prefeitura de Lages (SC), promoveu discussões que resultou num documento “Ha-bitação Popular – Uma Solução Alternativa”.21 Este documento priorizava o atendimentoas populações com renda de até 03 SM, a autoconstrução e abria a atuação da COHA-PAR à diferentes programas e alternativas construtivas visando o barateamento da cons-trução e a diversificação da moradia.

Privilegiava também a discussão e organização da população não só em torno da mora-dia, mas da utilização desta motivação para um trabalho de conscientização política e deorganização da classe trabalhadora, do operariado.

Não deixava de lado os empreendimentos normais feitos através da Construtoras, masabandonava os Empreendimentos Prontos.22 Propunha a moralização e maior fiscalizaçãodessas empresas.

Etapa I I - D i agnós t i co 53

20 Governador José Richa.21 Foi referendada no I En-

contro de COHAB’S doParaná em 1.983, queteve a participação detodos os setores da so-ciedade civil organizada.

22 Era uma modalidadeamplamente utilizadapara a construção dosgrandes conjuntos porconstrutoras.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR54

Previa o Mutirão, desde que fosse proposto por iniciativa popular e com a remuneraçãoda MO.

A concepção de Habitação Popular adotada pressupunha:

n Integração dos Conjuntos à malha urbana, com o prolongamento natural do sistemaviário existente, evitando a formação de guetos.

n Utilização dos vazios urbanos, otimizando os equipamentos e a infra estrutura urbana.n Construção de pequenos núcleos com moradias diferenciadas.n Utilização de técnicas construtivas adequadas à vocação natural e cultural da região.n Preservação e implantação de áreas verdes.n Respeito à topografia e características do solo.

A experiência da COHAB-CT já tinha comprovado que era possível a participação dapopulação no processo de planejamento e produção de sua casa. Mas houve resistênciado empresariado e da COHAPAR na época.

O Paraná no início de 1983 tinha uma estimativa de 200 mil desempregados urbanos euma perspectiva de inflação para o país de 75%. O Brasil chegou a 211% de inflação eo Paraná a 320 mil desempregados, fora os 450.000 trabalhadores volantes.

Neste quadro e enfrentando dificuldades reais como a inexistência de recursos federaispara programas para a baixa renda, a indisposição de técnicos e dirigentes da COHAPARem assumir uma nova alternativa e a falta de decisão política do Governador em assumiras propostas como política de governo, foram elaborados “Projetos-Piloto” baseados naconcepção acima descrita, com recursos do tesouro do estado. Por fim os recursos foramrepassados para a COHAPAR que executou o Projeto Mutirão, e duas experiências dis-torcidas de autoconstrução.

Mesmo assim o Mutirão representou um avanço aos Empreendimentos Prontos que his-toricamente vinham produzindo os grandes conjuntos.

O Projeto Mutirão, implantado em 1984 foi inspirado na experiência da Prefeitura deLages – SC, gestão Dirceu Carneiro e destinado às populações de baixa renda (até03SM), viabilizou um projeto de moradias em alvenaria, dotadas de infra-estrutura comparticipação dos futuros moradores como MO na construção das casas, de 44m² semdivisórias internas e telhas de fibrocimento. Seguindo ainda os mesmos moldes da pa-dronização, ou seja, moradias todas iguais.

O Mutirão representou setorialmente, o limite da “Democracia Participativa” que a “es-querda do PMDB no Governo do Estado conseguiu entender e viabilizar, sob pressãodo grupo empresarial ou à ele ligado. Produziu 15.500 unidades em todo o Paraná noperíodo de 1984 a 1987.

Uma produção significativa e inegavelmente atendeu a população de mais baixa renda,foi fortemente institucionalizado e trouxe grandes dividendos político-eleitoreiros.

Em 1987/88 a COHAPAR iniciou o Programa Autoconstrução que mais tarde mudousua denominação para Autogestão, em duas modalidades: Conjunto e Lotes Isolados.

Em 1992 o cadastro da COHAB-CT contava com 61.609 inscritos contra os 28.000 de1981, e a concentração da renda aumentou – 82% até 03 SM.

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O Autogestão foi desenvolvido e ampliado na COHAPAR a partir de 1995 até 2002 eproduziu mais de 50.000 moradias23 que se integraram à paisagem das cidades para-naenses e mudaram a concepção dos conjuntos habitacionais tradicionais. Neste período,a mesma equipe que implantou uma nova visão de moradia popular na COHAB-CT(1979 –1983) descrito anteriormente, o fez na COHAPAR, através dos programas CasaFeliz , Vila Rural e Paraná Solidariedade.

O Programa Vila Rural, foi destinado aos trabalhadores rurais volantes (Bóia-frias), cujoinvestimento foi da ordem de US$12.000.000,00 do Banco Mundial – Programa Paraná12 meses sub-componente combate a pobreza, mais US$ 80.555.000,00 para o sub-projeto COHAPAR – construção de moradias24. Construiu 405 Vilas Rurais com15.587 unidades. Marcou a paisagem dos Municípios do Paraná.

Em 1997 foi realizada a Pesquisa de Favelas25 que subsidiou Programas de Desfavela-mento destinado às populações de Favelas, principalmente situadas em áreas de preser-vação ambiental das pequenas e médias cidades do Paraná. Foram pesquisados todos osmunicípios do Paraná e constatou-se a existência de favelas concentradas em 189 muni-cípios, sendo 177 da área de atuação da COHAPAR que fez o levantamento “in loco” econstatou 30.177 famílias faveladas, 124.028 habitantes em 679 áreas.26 Na época oIPPUC tinha o registro de 152 áreas com 20.048 domicílios em Curitiba, que somadosperfaziam um total de 50.054 famílias/barracos. Sem contar com os municípios da RMC,que não havia dados disponíveis.

A partir da realização da Pesquisa, a COHAPAR atuou em Favelas através de 02 Pro-gramas:

Pró-Moradia 96 e 97 – 2.757 moradias em 55 empreendimentos (FGTS/CAIXA).

Paraná Solidariedade - desenvolvido com recursos próprios da COHAPAR, produziu2.601 moradias em 90 empreendimentos.

De 2003 a 2007 foi criado e implantado o Programa Direito de Morar visando a atuaçãoda COHAPAR nas favelas e ocupações irregulares.

Número de Domicílios Irregulares no Paraná em 2000

n RMC – 136.000 - Região Metropolitana de Curitiba (estimativa PDI/COMEC)

n PARANÁ – 30.000 - (pesquisa COHAPAR/97) estimativa 40.000 p/ 2003

n LONDRINA – 3.000 - (estimativa COHAB-LD)

n TOTAL – 169.000 moradias/domicílios

Neste período trabalhou-se com duas modalidades:

Desapropriação

O modelo desta modalidade seguia as vias tradicionais da regularização via desapropriação,a manutenção das famílias na própria área, a implantação da infra e a preservação ambiental.

Etapa I I - D i agnós t i co 55

23 Ver Quadro da Produ-ção Habitacional CO-HAPAR por ano, pág. 35

24 Relatório: PARANÁ 12MESES - Síntese das Ativi-

dades Ano 2.002.

Fev/2003.25 Identificou 30.000 bar-

racos em todo o Pr.26 Foram considerados

aglomerados de 10 emais barracos.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR56

A Vila Zumbi com 1789 famílias foi o único Projeto desenvolvido neste período comum custo inicial de R$22.636.438,22.

Foram desapropriadas as áreas do perímetro da Vila Zumbi, sendo que as principais in-tervenções foram:

n Relocação das famílias em área de preservação permanente – 70 metros do leito dorio Palmital

n Revitalização da APPn Construção de 283 sobrados de 40m² dentro da própria Vila Zumbin Construção de dique e lagoa de contenção de cheiasn Saneamento básicon Micro e macro drenagem n Pavimentaçãon Regularização fundiária

Fase Atividade Instituição Responsável Orçamento (R$)

PROJ Elaboração de projetos 101.000,00

OBRA 1 Legalização e desapropriação COHAPAR 3.104.644,25

2 Drenagem SUDERHSA 5.484.043,25

3 Esgotamento sanitário SANEPAR 1.418.868,70

4 Habitação/Construção COHAPAR 3.524.438,49

5 Melhorias (400 famílias) COHAPAR 2.728.160,00

6 Equipamento comunitário COHAPAR 1.233.597,13

7 Pavimentação COHAPAR 4.094.620,18

8 Relocação das famílias COHAPAR 95.000,00

9 Recomposição da vegetação COHAPAR 283.566,22

10 Educação ambiental COHAPAR 300.000,00

11 Intervenção social COHAPAR 268.500,00

Total 22.636.438,22

O projeto de urbanização e implantação da Vila Zumbi dos Palmares foi definido atravésda identificação da área ocupada e dos terrenos livres existentes próximos à área da ocu-pação; incorporando-os à área para desapropriação pelo Estado, buscando atender atodas as famílias moradoras da ocupação, alem da legislação urbana e ambiental que li-mitam a ocupação de parte da área.

O projeto apresenta uma área total de 501.125,01 m2, onde 61,42% da área está ocu-pada por lotes residenciais, 26,39% por área de ruas, 3,39% por áreas públicas destinadasao município, 1,81% por áreas comerciais e 6,99% por área de preservação permanente.

O projeto previu a implantação de 1.273 unidades de lotes residenciais unifamiliares, 28unidades de lotes residenciais em condomínios, 26 unidades de lotes comerciais e 19unidades de lotes destinados ao município, sendo que grande parte destes lotes ocupadospor templos religiosos.

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O projeto de regularização fundiária para a Vila Zumbi dos Palmares teve a construçãode 283 unidades habitacionais (sobrados de 40m²), número suficiente ao atendimentodas famílias relocadas das áreas impróprias para moradia e daquelas que ocupavam mo-radias muito precárias, em parcelamento conflitante com a legislação.

Para viabilizar a construção destas unidades foram estudadas algumas alternativas quepudessem proporcionar um maior número de unidades nas poucas áreas livres disponí-veis. Entre as alternativas está a implantação de unidades habitacionais em terrenos cria-dos dentro da área da ocupação, através de pequenos condomínios formados a partir daunificação de lotes ocupados por moradias precárias e com dimensões que não atendema legislação federal e municipal, viabilizando a ocupação através da remoção das moradiasprecárias e da organização em novo parcelamento.

Para definição da área de implantação do projeto de regularização foi também conside-rada a importância de se manter as relações de vizinhança das famílias, além da organi-zação social que já existia antes mesmo da ocupação, o que, como já foi mencionado,permitiu uma ocupação ordenada e orientada.

As unidades de lotes unifamiliares para regularização foram definidas a partir do arrua-mento e parcelamento existente, considerando a caixa de rolamento das ruas, e promo-vendo os alargamentos das vias, exigidos pela legislação municipal, a partir do eixo das

Etapa I I - D i agnós t i co 57

Vila ZumbiColombo

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR58

mesmas, evitando comprometimento excessivo de áreas construídas. Foram também res-peitadas as divisas existentes no levantamento cadastral realizado em outubro de 2003 e ascondições das construções, conforme identificação através de fotos aéreas e visitas no local.

Para definição do padrão habitacional a ser adotado no projeto de regularização fundiáriada Vila Zumbi dos Palmares foi considerada, principalmente, a necessidade de gerar uni-dades em número suficiente ao atendimento das famílias a serem relocadas e ao atendi-mento da solicitação feita pela Secretaria de Urbanismo da Prefeitura Municipal deColombo, onde as áreas individuais de lotes devem atender ao mínimo exigido pela LeiFederal n.º 6.766/79, ou seja, 125,00 m2 com 5,00 m de testada.

Parceria com o Regularizador Social.

Historicamente o Poder Público não tem conseguido resolver sozinho a questão das ocu-pações irregulares urbanas27 na proporção que ele exige, sobretudo em áreas privadas.Principalmente em função da escassez de recursos financeiros para desapropriação.

No Paraná, em 2.002 surge uma empresa especializada em regularização fundiária,atuando em áreas particulares consolidadas com ações de reintegração de posse. Em 2.003a COHAPAR toma conhecimento desta empresa28, que busca apoio institucional (semcusto financeiro para a COHAPAR) e passa a ser denominada Regularizador Social.

A partir daí, foi construída uma parceria entre: Poder Público – Estadual, Municipal eFederal, Ministério Público, Judiciário, Setor Privado/Regularizador Social29, Proprie-tários e Comunidade Organizada.

Sob a ótica de manter as famílias na área, respeitando o desenho da ocupação instalada,apenas adequando as situações necessárias à urbanização, prevendo a implantação pro-gressiva de água, energia elétrica e saneamento básico.

A dissolução do conflito se dava através do ACORDO JUDICIAL entre Proprietáriose Moradores, onde o Juiz autoriza o Regularizador Social como Instituição Regulariza-dora, a conduzir o processo de regularização em todas as instâncias, até o registro finalde cada lote.

Os ocupantes pagavam a indenização ao proprietário em parcelas mensais (em médiaR$ 60,00) compatíveis com a renda familiar, num prazo de 05 a 10 anos, viabilizandoa regularização da área. Parcelas pagas diretamente ao proprietário. O RegularizadorSocial fazia todo o processo de regularização e administrava a carteira de cobrança.

Os municípios passavam, então, a receber impostos de áreas que estavam excluídas dacidade formal.

O processo se iniciava com uma solicitação `a Terra Nova, oriunda de diferentes partes- Prefeitura, ocupantes, proprietários.

Resumidamente as atribuições do Regularizador Social eram:

n Estudo de viabilidade: análise documental da área e das condições para regulariza-ção, visita de campo, sondagem quanto ao interesse dos proprietários legais e ocu-pantes na regularização, e necessidade de urbanização.

27 OCUPAÇÕES IRRE-GULARES NA RMC :800 ocupações -136.000 famílias.

28 Terra Nova Regulariza-ções Fundiárias Ltda.

29 Terra Nova Regulariza-ções Fundiárias Ltda.

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n Levantamento físico, territorial, sócio-econômico e ambiental.

n Elaboração do Projeto, mantendo o desenho da ocupação, apenas acomodando assituações necessárias ao reordenamento;

n Celebração o ACORDO JUDICIAL entre proprietários e ocupantes. Neste instru-mento são estabelecidos valores, prazos, formas de pagamento e as obrigações entreas partes, homologado pelo Juiz.

n Realização de todos os procedimentos para aprovação e registro do parcelamentoda área. O projeto de parcelamento é aprovado nos órgãos competentes e registradocomo um loteamento regular. É registrada a transferência da propriedade do loteindividualizado, no Cartório de Registro de Imóveis, após o término do pagamentoda indenização ao Proprietário.

n Contratação com Proprietários e Ocupantes;

n Administração a indenização ao proprietário (carteira de cobrança);

n Participa da organização da Associação dos Moradores;

n Participação nos Termos de Cooperação/TACs (envolvendo vários órgãos), que ex-plicita as funções e compromissos entre as partes em determinado projeto/área;

n Membro da Câmara Técnica em cada área - uma instância colegiada formada por01 representante de cada uma das instituições: Governo do Estado/COHAPAR,Município, Regularizador Social, Associação de Moradores e representante dos mo-radores (e outras instituições quando necessário), que decide todas as questões docotidiano da área em regularização;

n Realização do Trabalho Sócio-ambiental junto com a COHAPAR, PM e demais órgãos.

A COHAPAR cabia:

n Convênios com as Prefeituras e Associações de Moradores; Termos de Cooperaçãoe TAC’s – Termos de Ajustamento de Conduta (MP).

n Composição da Câmara Técnica;

n Trabalho Social: a população participa durante todo o processo e a organização sedá em função das suas necessidades e interesses.

n Articulação junto a COPEL, SANEPAR etc. implantação da infra-estrutura.

n Participação da revitalização da área de preservação permanente, educação ambientale reciclagem do lixo, junto com a Terra Nova e demais órgãos envolvidos.

n Acompanhamento de todo o processo – reuniões com a comunidade, visitas domi-ciliares, reuniões com juizes, promotores e demais órgãos envolvidos;

n Produção de moradias e/ou lotes urbanizados para reassentamento das famílias queocupam áreas não edificáveis – etapa que a COHAPAR não cumpriu em nenhumadas áreas. Com o PAC de Pinhais, em 2010 está relocando as famílias em áreas depreservação contíguas às 02 áreas regularizadas nesta modalidade.

Etapa I I - D i agnós t i co 59

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR60

Esta modalidade mostrava os seguintes pontos positivos para o poder público:

Ampliação da atuação da COHAPAR/poder público;

Inexistência de custos para a COHAPAR - não gastou nada para ter 6.800 uds contadasna sua produção pelo Programa Direito de Morar; ainda fez uma economia de R$30.000.000,00 em desapropriações;

Baixa inadimplência; A negociação sem a interferência do poder público acabou viabili-zando valores de indenização mais baixos e compatíveis com a realidade das famílias;

Maior organização e consciência da população, que se sente diretamente responsávelpelas bases do Acordo e demais etapas – os moradores passam a ser um elemento ativoe decisivo no processo;

Transformação de “ativos-mortos” em capital, sem o financiamento público, gerandodesenvolvimento sustentável no seu mais amplo sentido e recolocando o papel do estadona economia local;

Esta modalidade pode alavancar um grande Programa de Regularização Fundiária, ondeos recursos economizados além de ampliar a atuação podem gerar melhorias habitacionais;

Foi também elaborada uma minuta de Lei visando a criação da figura do RegularizadorSocial30, inspirada na Lei do “Urbanizador Social” criada no RGS, que não chegou a serencaminhada ao Legislativao.

Esta parceria fez com que a COHAPAR e a Terra Nova (Regularizador Social) recebes-sem um Prêmio Internacional “ FIABCI René Frank Habitat Award 2005”, promovidopela ONU, The Wall Street Journal, MIPIN, em Cannes, França, com o registro da ex-periência em um trabalho intitulado “A Parceria Pública-Privada na Urbanização e Re-gularização de Assentamentos Precários”.

Esta modalidade deixou de existir a partir de 2007 com a mudança da Diretoria da CO-HAPAR, que não conseguiu compreender a sua importância e alcance, atribuindo o cré-dito à gestão anterior. Novamente é a postura da negação à tudo o que foi feito naadministração anterior prevalece na administração pública.

Histórico dos empreendimentos habitacionais produzidos pela COHAPAR, sob a ótica do projeto urbano e arquitetônico31

A analise da produção habitacional da COHAPAR no Estado do Paraná, do ponto devista do desenho arquitetônico e urbano, pode ser feita a partir dos períodos definidospara cada gestão de governo, uma vez que é tradição na política brasileira e paranaense,a adoção de programas e projetos que venham a caracterizar tais períodos, como formade agregar a produção à imagem de quem a promoveu.

Nesse contexto, a definição dos projetos arquitetônicos e urbano utilizados nos diversosprogramas habitacionais dependem do programa político de um governo, do compro-misso assumido com a população e da capacidade de dar respostas a essa demanda, sem-pre crescente nos grandes centros urbanos.

30 Ver Marco Regulatório31 Texto: Divisão de Arquite-

tura/DVAUSetembro/2011Relação dos Empreendi-mentos Analisados:Cascavel – Parque Verde -468 uds - ano:1978 – Conven-cional / CR 083;Ponta Grossa – Santa Paula- 1467 uds – ano:1979 – Con-vencional / CR 105Cascavel – Conj. São Fran-cisco – 421 uds – ano:1987 –Convencional / CR 591;Arapongas – Conj. Palma-res – 248 uds – ano: 1989 –Mutirão / CR 1009;Maringá – Conj. Hab. Re-quião I /II/III/IV– 1166 uds –ano: 1994/95 – Casa da Família/ CR 1394 / CR1418/CR1481/ CR1503;Londrina – Moradias CaboFrio - 235 uds – ano: 1997 –PROCRED / CR 1630;Maringá – Moradias Mara-canã - 150 uds – ano: 1997 –Desfavelamento / CR 1960Engenheiro Beltrão –VRFrancisca F. Borges – 53 uds -ano: 1996 - Vila Rural / CR1636 Maringá – Jardim Universo –19 uds – ano: 2005 – CreditoAssociativo Arapongas – ResidencialArapongas II - 500 uds – ano:2008 – HipotecaRolandia – Residencial Itália– 201 uds – ano: 2003/2004 –Caução+PSH/ CR 2797 e ou-trosIbiporã – Moradias Parquedas Azaleias – 137 uds –ano:2004 – PSH /CR 2762Colombo–Vila Zumbi –1596uds – ano: 2005 - Regulariza-ção Fundiária / CR 2856Piraquara–Guarituba–8781uds-Construção e Regulariza-ção Fundiária– PAC / em exe-cuçãoSIGPE / COHAPAR , con-sulta efetuada emmaio/2011.

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Pode-se dizer que a ocupação dos espaços urbanos, embora constitua um processo na-tural de crescimento das cidades, segue a lógica definida pelo Poder Público local e pelosinteresses de grupos econômicos que vão constituir as forças dominantes deste espaço,refletindo na ordem pública e política das cidades.

Assim a ocupação dos espaços urbanos e o crescimento das cidades são processos desen-cadeados por ações públicas e econômicas que em determinado momento dominam asociedade e vão dar à cidade seu caráter específico.

Porem há que se considerar que o sonho da casa própria, tão presente no imaginário po-pular, independe dessas definições. Para a população de menor poder aquisitivo a “casaprópria” ainda é aquela casa em alvenaria, pintada de branco, com janelas de ferro e umafaixa colorida na frente; muitas vezes pequena, mas que aos poucos poderá ser ampliadapara melhor atender suas necessidades, a medida que a família prospera e cresce; é estaa “casa da cidade”, a conquista mais importante na vida destas famílias.

A “casa da cidade” se contrapõe a casa pintada de cor forte, em madeira ou alvenaria,com varandas, quintais e recortes nos telhados, elementos que remetem à vida simples,na área rural ou em pequenas cidades do interior, reforçando imagens já superadas eabandonadas por aqueles que buscam nos grandes centros solução para sua moradia.

Por sua vez, a casa construída nas áreas de ocupação irregular dos grandes centros urba-nos, na maior parte das vezes inacabadas, denunciam a condição social que a família seencontra. Na medida em que a família vai participando da cidade e fazendo uso da es-trutura urbana que esta oferece, a situação da ocupação e da moradia se diferencia, con-figura-se assim a apropriação do espaço e sua transformação.

A evolução dos meios de comunicação alterou relações e definiu novos padrões de com-portamento e de necessidades, hoje qualquer informação atinge de forma rápida a po-pulação inteira de uma cidade, a qualquer tempo e em qualquer lugar, essa condição demodernidade e de globalização impõe novos paradigmas e novas condutas no processode planejamento e gerenciamento das cidades.

As pessoas mudaram rotinas e comportamentos, refletindo na maneira de morar. Hojea moradia, por mais simples e pequena que seja, traz conceitos presentes nos imóveis dealto padrão construtivo, como o hall de distribuição de quartos e banheiro, evitando oacesso direto da área de descanso à área social da casa, situação presente nas plantas deunidades habitacionais dos empreendimentos produzidos pelo BNH em todo o país atésua extinção em 1986.

As cidades brasileiras não escapam da atual ordem mundial onde o consumo está acimade qualquer outra prioridade. A terra urbana nesse contexto, cumpre seu papel de pro-duto e seus proprietários fazem valer o seu valor de mercado. A terra urbana, indepen-dentemente de sua localização, seja em área regular ou não, é sempre “produto” de vendaou troca, de maior ou de menor valor.

Em uma analise bastante abrangente podemos dizer que a produção dos empreendimen-tos habitacionais realizados pela COHAPAR evoluiu com as cidades e sua população.Com o passar dos anos o projeto foi alterado, possibilitando reconhecer nos desenhosurbanos produzidos os conceitos aqui mencionados.

Etapa I I - D i agnós t i co 61

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR62

A diversificação na implantação de unidades habitacionais, embora promovida de formasdiferenciadas, buscou corresponder as necessidades da população urbana em nosso es-tado, proporcionando empreendimentos que se integram a paisagem das cidades, pro-duzindo um espaço urbano de qualidade.

A unidade habitacional produzida no período de 1965 a 1983 priorizava o número dequartos e área de refeição, com áreas reduzidas para banheiros e salas. A forma utilizadaera o tradicional retângulo com telhados de duas águas e oitão (empena) voltada para arua, com áreas que variavam de 32 a 49 m2, e 02 a 04 quartos por unidade. Alguns mo-delos apresentavam recortes no reboco da fachada, que recebiam acabamento diferen-ciado, normalmente em reboco grosso, com pintura em cores fortes.

Os projetos dessas unidades habitacionais eram os mesmos utilizados pelo BNH emtodo o Brasil, assim, a casa construída nos empreendimentos do interior de São Paulo,da Bahia ou Minas Gerais era a mesma construída no interior do Paraná e em outros es-tados brasileiros, desconsiderando costumes e cultura da população local.

Alguns empreendimentos construídos no final da década de 70 e inicio da década de 80,utilizaram uma unidade conhecida por “módulo habitacional”, por se tratar de uma cons-trução mínima com 23 m2, constituída por sala, cozinha, banheiro, varanda e um tanqueno lado externo. Esses módulos não eram moradias completas, não possuíam área paradescanso (quartos), sobrepondo as funções dos espaços internos da moradia e obrigandoo morador a resolver o problema de forma alternativa, e muitas vezes inadequadas, ge-rando uma estética desordenada e semelhante ao meio urbano das áreas de ocupação ir-regular, de onde essas mesmas famílias haviam saído.

O projeto urbanístico desse período apresenta lotes e ruas dispostos de forma ortogonalem uma malha de ruas com larguras variadas, muitas vezes organizados em setores ondeas quadras de lotes residenciais estão dispostas ao redor de uma quadra livre, denominadaárea verde. Os acessos às casas era feito por vias de circulação interna com largura mínimapróxima a 6,00 m, muitas delas sem continuidade, o que dificultava a integração entreos setores e o bairro como um todo.

Os empreendimentos desse período, executados por construtoras, apresentavam infraestrutura completa com redes de distribuição de água, esgoto e energia, pavimentaçãodas ruas, iluminação pública e a construção de escolas e postos de saúde para atendimentoda população. Nesses empreendimentos eram utilizados padrões habitacionais diferen-ciados, porem as fachadas e telhados eram todas iguais, resultando em uma paisagemmonótona e diferenciada da cidade, gerando os chamados guetos e a estética popularque até hoje encontramos nos grandes conjuntos. Os lotes apresentavam testadas me-nores, entre 8,00 m e 10,00 m, porem com profundidade maior, próximo a 25,00 m, oque permitiu ampliações significativas.

No período de 1983 a 1990, com o Projeto Mutirão, a COHAPAR apresentou inovaçãoao propor uma unidade habitacional sem divisão interna, apenas o banheiro possuía pa-redes em alvenaria e pintura a óleo com h = 1,50m. Essa parede permitia a instalaçãoda pia de cozinha, mantendo a proposta de parede hidráulica sempre presente nos pro-jetos das unidade habitacionais de interesse social. A casa com 44 m2 e forma tradicionalconstituída pelo retângulo e telhados de duas águas em fibro cimento, trazia a proposta

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR64

de adaptar a unidade à necessidade de cada família. A ausência de paredes internas emalvenaria possibilitavam a divisão em sala, cozinha e até 03 quartos, o que podia ser feitocom tábuas de madeira, mobiliário e até mesmo por cortinas de tecido.

O método construtivo adotado foi o “mutirão” onde a mão de obra da construção era dospróprios moradores, que receberam orientação dos mestres de obras e profissionais das Pre-feituras Municipais e engenheiros da COHAPAR. Apesar das inovações internas da moradiae também na forma de construção e organização do canteiro de obra, as casas eram todasiguais, repetindo a paisagem dos conjuntos convencionais, construídos pelo BNH.

O projeto urbano apresentava lotes e ruas com as mesmas dimensões, todos iguais e or-ganizados de forma ortogonal, porem sem hierarquia de ruas, muitas vezes afastados damalha urbana existente. Os empreendimentos atendiam famílias com renda de 0 a 3 sa-lários mínimos, eram menores que os empreendimentos convencionais, possuíam menosunidades, construídos em áreas doadas pelos município e financiados pelo Governo doEstado; com pouca infra estrutura, na maioria das vezes recebiam apenas a abertura deruas, pavimentação primaria e instalação de redes de distribuição de água e energia. Aárea média dos lotes era de 250,00 m2, com testadas mínimas de 10,00 m, privilegiandoáreas para ampliações futuras.

A monótona paisagem urbana produzida associada a ausência de infra estrutura e muitasvezes distantes do centro das cidades, em muito se assemelhava aos bairros mais pobres,remetendo às famílias a mesma condição anterior de carência por serviços públicos ur-banos. Porem após alguns anos, pode-se observar que a organização social alcançadanesses empreendimentos e a apropriação da moradia pelas famílias, devido a forma deconstrução adotada – o mutirão, possibilitou conquistas aos moradores por melhoriasque, ao longo do tempo, foram transformando a paisagem local, inserindo definitiva-mente as famílias ao meio urbano.

No período de 1991 a 1995 a COHAPAR passou a produzir uma habitação maior, ini-cialmente com 48m2 e depois ampliada para 52m2, divisões internas em alvenaria para03 quartos, sala, cozinha e banheiro, alem de uma pequena varanda na frente, marcandoa porta de entrada. A cobertura passou a ser executada em telha de barro, em duas águas,

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porem com a empena (oitão) voltada para a lateral do terreno, o que promoveu umasignificativa modificação em relação ao que se produziu até aquele momento na historiada habitação no Paraná.

A casa já não era mais só o tradicional retângulo, a forma tradicional foi acrescida daárea da varanda, o que proporcionou alem do diferencial estético o atendimento aos cos-tumes da população, em uma referencia ao convívio familiar e de vizinhança que esse es-paço proporciona.

O método construtivo era o mutirão, posteriormente foram introduzidos nos canteirosuma mão de obra especializada vinculadas as Prefeituras Municipais, no chamado pro-grama de municipalização, alterando as relações no canteiro de obra, acelerando a cons-trução e alterando a forma de apropriação da habitação.

O projeto urbano não apresentou modificações significativas, o conceito era definidopela utilização de toda a área para lotes habitacionais, ficando com o município o aten-dimento aos serviços públicos urbanos em áreas próximas. Os lotes apresentavam áreamedia de 220,00 m2 e testadas de 10,00 m. Essas dimensões dificultaram a ampliaçãodas unidades já que a alteração na posição dos telhados possibilitava ampliações para alateral do terreno.

Etapa I I - D i agnós t i co 65

Nos empreendimentos construídos entre 1995 e 2002 houve uma grande transformaçãono projeto, priorizando a melhoria na paisagem urbana através da reprodução do dese-nho encontrado nos outros bairros da cidade, utilizando em um mesmo empreendimentopadrões habitacionais de diversas escalas. Foram construídas unidades habitacionais iso-ladas térreas de vários tamanhos, sobrados e edifícios de apartamentos com 2, 3 e 4 pa-vimentos; através de diversas linhas de financiamento, promovendo o convívio defamílias com rendas diferenciadas, assim como acontece nos outros bairros da cidade,

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR66

construídos de forma expontânea. Os empreendimentos foram denominados “moradiasdiversificadas”, definindo a proposta para a habitação de interesse social daquele mo-mento.

O projeto arquitetônico trouxe ainda um novo conceito, a planta em forma de “L”, oque favorece aos moradores promover a ampliação da moradia sem grandes investimen-tos financeiros e ou construtivos, modificando formas e acabamentos a critério de cadafamília.

Os novos projetos mantiveram a varanda em todas as propostas, por se tratar de elementojá incorporado a moradia popular do Paraná. A planta em “L” com varanda foi adotadaem todos os padrões habitacionais utilizados nesse período, independente de programa,modalidade ou linha de financiamento.

A nova maneira de projetar esses bairros introduziu a possibilidade do morador escolhero projeto de sua casa. Foram desenvolvidos várias opções de projetos com a mesma área,de maneira que o morador pudesse escolher o projeto que mais lhe agradasse, respeitandoa metragem financiada, permitindo melhorias construtivas e de acabamentos, providen-ciadas pelo morador durante a obra.

As construções das unidades isoladas foram administradas pelas próprias famílias comorientação e fiscalização da equipe técnica da COHAPAR. As famílias eram responsáveispela compra do material e contratação da mão de obra, o que possibilitou a aquisição dejanelas e portas, tipos de telhas, acabamentos e pinturas diferenciadas, contribuindo coma diversificação das fachadas das casas.

O resultado são bairros integrados a malha urbana existente e a paisagem local, promo-vendo a integração física e social de seus moradores com a cidade.

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Os projetos arquitetônicos utilizados no período de 2003 a 2010, voltaram a forma re-tangular com varanda, abandonando a planta em “L” e o processo construtivo de auto-construção. Foram utilizados 05 opções de projetos para cada tamanho de casa, como jáadotado no período anterior, porem sem a possibilidade de alterações. As unidades eramdivididas internamente com paredes de alvenaria e os telhados passaram a ser mais re-cortados, com varias águas, como forma de diferenciar as unidades. As plantas de maiorárea ganharam área de serviço fechada e garagem.

A diversificação das moradias foi imposta por uma implantação definida no escritório enão pelos moradores ou por linhas de financiamentos diferentes, como ocorreu no pe-ríodo de 1995 a 2002; associado a um novo processo de construção, onde a obra é con-tratada e administrada pela Associação de Moradores com orientação e fiscalizaçãotécnica da COHAPAR, o gestão comunitária, a grande variedade de padrões habitacionaisdificultou o andamento das obras e até mesmo a qualidade, principalmente dos telhados,pois esses exigiam uma mão de obra mais qualificada, encarecendo o custo final da uni-dade. Os projetos foram simplificados e a quantidade de padrões utilizados em ummesmo empreendimento foi reduzida.

Neste período os projetos urbanísticos foram definidos a partir do aproveitamento má-ximo da área para implantação de unidades habitacionais, dessa forma reduziram-se otamanho dos lotes e por conseqüência os recuos e afastamentos entre as unidades, essasproduzidas por uma única linha de financiamento onde a faixa de renda das famílias é amesma.

A paisagem urbana produzida nesse período, embora diversificada pelo uso dos diversospadrões habitacionais adotados, esses se repetiam ao longo das ruas em lotes com asmesmas dimensões e uso, ocupados por famílias de uma mesma faixa de renda; criandouma característica que, ao invés de inserir, acabou por diferenciar o empreendimentodos demais bairros da cidade, assim como ocorria nos conjuntos mais antigos onde eramutilizados apenas um padrão habitacional.

Etapa I I - D i agnós t i co 69

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR70

Ainda nesse período de governo começou o atendimento da população moradora de

áreas de ocupação irregular, priorizando áreas localizadas na Região Metropolitana de

Curitiba através de programas do governo do estado e do governo federal. Pela primeira

vez foram implantados empreendimentos integrando os serviços de infra estrutura ur-

bana como redes de água, esgoto, energia, contenção de enchentes, equipamentos sociais,

parques e habitação.

Os projetos foram desenvolvidos para atender o maior numero possível de famílias no

próprio local, o que implicou em uma solução bastante reduzida para os padrões habi-

tacionais e de parcelamento até aqui trabalhados. Foram definidos lotes com testadas

mínimas de até 5,00m e áreas de 75,00 m2, onde foram implantadas unidades de sobra-

dos e casas geminadas; mantidas a hierarquia de ruas existentes e relocando famílias mo-

radoras das áreas de preservação permanente e de risco.

Do ponto de vista do desenho urbano, o tratamento diferenciado para as áreas de habi-

tação social, com a adoção de parâmetros urbanos específicos para áreas de lotes, ruas,

calçadas, aliados ao desenho repetitivo das moradias e a ausência de áreas livres e áreas

de uso público, são fatores determinantes que comprometem a paisagem urbana.

A situação se agrava quando as construções, buscando o melhor aproveitamento dos

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR72

lotes, já pequenos, são executadas com afastamentos mínimos; muitas vezes agrupam-

se lado a lado, impossibilitando a identificação da unidade, o espaço de cada família, sem

falar nas questões de insolação e ventilação da unidade habitacional, alem de impedir as

necessárias ampliações.

O sonho da “casa da cidade” acaba se inviabilizando pela ausência das áreas livres nos

lotes, áreas essas que formam os jardins e quintais presentes nas construções dos bairros

regulares, e também pela ausência das calçadas, hierarquização de ruas e áreas públicas,

que na maior parte dos casos não é ocupada pelo poder publico.

No entanto, mesmo após tantos anos, podemos verificar que o desenho repetido das

casas populares, resultado de políticas habitacionais promovidas pelo Poder Público desde

os tempos do BNH, fortemente vinculada à imagem dos grandes conjuntos habitacio-

nais, continuam presente nos atuais empreendimentos habitacionais produzidos pelo

Governo Federal através do Programa Minha Casa Minha Vida.

O dimensionamento das ruas, quadras e lotes são em muitos casos iguais aos adotados

nos projetos dos empreendimentos populares produzidos nas décadas de 70 e 80, com

traçados ortogonais e parcelamento de quadras e lotes em áreas mínimas, próximos a

125,00m2, conforme previsto pela Lei Federal n.º 6.766/79.

Por outro lado, os processos de regularizações fundiárias que possibilitaram apenas o

acesso à propriedade da terra não promoveram o acesso da população a uma melhor

condição de vida nas cidades, e por conseqüência na paisagem urbana. A questão que se

apresenta é a de que a regularização fundiária deve proporcionar a inserção da área ocu-

pada na malha urbana existente, e o acesso da população aos serviços públicos da cidade

regular, como previa o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC/Habitação, em

sua primeira fase.

A diversificação no tamanho das áreas de lotes e ruas, com lotes abertos para todas as

faces das quadras, evitando a formação de ruas “cegas”, proporcionam movimentação

nas fachadas, e por conseqüência no desenho e na paisagem destes locais. Aliados a estes

elementos, a execução de infra-estrutura urbana mínima, como redes de abastecimento

de água, de energia, e pavimentação primária das ruas, alem de equipamentos urbanos

como escolas e postos de saúde, e da implantação de linhas de transporte coletivo, fazem

a diferença no desenho urbano, integrando efetivamente à cidade as áreas destinadas a

habitação de interesse social, bem como seus moradores.

A Evolução Histórica dos Principais Programas Habitacionais32

A seguir apresentamos os programas habitacionais implementados no Estado do Paraná atra-

vés da Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR, COHAB-CT e COHAB-LD.

No que se refere a COHAPAR, em alguns programas estão inclusos diversos projetos,

separados por origem de recursos e carteiras, conforme cadastro no sistema de controle

de créditos imobiliários.

32 DEIM – DepartamentoImobiliário da COHAPAR, 2011.

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Antes de entrar na descrição dos programas é necessário destacar a criação das COHAB´s

e Entidades de Crédito Imobiliário com a principal característica de Agentes Financei-

ros do SFH – Sistema Financeiro da Habitação, responsáveis pela viabilização e admi-

nistração da implantação da política habitacional em seus estados ou municípios bem

como das carteiras de créditos imobiliários geradas.

O papel das COHAB´s Estaduais e Municipais, tiveram e ainda têm, grande importância

como agentes financeiros e técnicos no desenvolvimento dos programas, dado que a

maioria dos municípios não dispunham de recursos tais como equipe técnica qualificada

e estrutura adequada para o gerenciamento das carteiras e viabilização da construção das

unidades habitacionais e do desenvolvimento da própria política habitacional.

CONVENCIONAL

O Programa conhecido como Convencional foi o que predominou desde a criação das

COHAB’s até 1979/80, quando a COHAB-CT começou a desenvolver o Programa de

Autoconstrução e Moradias Diversificadas, já citados no histórico.

O Programa era viabilizado através de Contratos de Empreitada Global com recursos

oriundos do FGTS, através do Banco Nacional da Habitação e Caixa Econômica Federal.

Atendia as populações com renda de até 5 salários mínimos da época.

Foi através deste Programa que se construiu grandes Conjuntos Habitacionais já anali-

sados no Histórico. O Padrão e metragem das unidades edificadas variavam de 27 m² a

47 m².

A localização dos conjuntos habitacionais, davam-se em locais distantes dos centros dos

municípios e fora da malha urbana.

Etapa I I - D i agnós t i co 73

AG18 Potencial Arrecadado

dez/1999 2.667.498,17 2.461.881,54

dez/2000 2.373.934,10 2.365.800,56

dez/2001 2.446.537,42 2.349.340,23

dez/2002 2.355.989,89 2.305.927,83

dez/2003 2.355.157,62 2.445.265,03

dez/2004 2.372.576,64 2.330.214,54

dez/2005 2.306.009,53 2.086.720,48

dez/2006 2.284.747,36 2.058.794,48

dez/2007 2.408.276,86 2.239.234,80

dez/2008 2.183.997,95 2.124.797,29

dez/2009 2.046.844,63 2.139.495,23

dez/2010 1.976.651,14 2.181.800,75

Potencial: Potencial Total do CR

(Prestações Emitidas + Não Emitidas)

Potencial de Arrecadação X Arrecadado

1999

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Potencial de Arrecadação XArrecadado do

Programa Convencional

Demonstra aqueda do poten-cial de arrecada-

ção devido àliquidação dos

contratos ao pas-sar dos anos,

porém nos últi-mos anos, deixa

claro recuperaçãoque vem sendorealizada juntoaos mutuáriosinadimplentes.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR74

O entendimento do “Programa Convencional”, não pode perder de vista a sua relação

intrínseca com o Sistema Financeiro da Habitação – S.F.H, o qual norteia e estabelece

parâmetros de atuação dos agentes financeiros através das regulamentações da implan-

tação dos conjuntos habitacionais, evolução dos financiamentos e as demais particulari-

dades da grande carteira de créditos geradas pelo Sistema.

Do ponto de vista da administração de créditos imobiliários a qual possibilita efetuar o

acompanhamento desse programa habitacional, observa-se alguns desequilíbrios ao

longo do mesmo, quais sejam: o processo inflacionário experimentado pelo país; a con-

cessão de benefícios pelo governo federal aos mutuários, sem a devida compensação no

respectivo contrato de empréstimo, gerou desequilíbrios financeiros; a localização dos

conjuntos habitacionais, em locais distantes dos centros dos municípios e fora da malha

urbana. Utilização dos financiamentos como produto de barganha política, não apenas

na questão da não retomada de imóveis como também em descumprimento às premissas

estipuladas em contrato e na própria legislação do S.F.H. Vivenciou-se também a não

observação de alguns critérios técnicos de demanda e de cobrança por parte de algumas

administrações e na maioria dos agentes financeiros e da própria entidade liberadora dos

recursos. Tomando por exemplo situações em que foram implantados empreendimentos

nos quais os pareceres técnicos apontavam que determinado município não apresentava

demanda suficiente e mesmo assim eram liberados projetos, recursos e construídas as

unidades habitacionais, por vezes em número muito maior que o necessário; bem como

de que sempre foram apresentados pelos técnicos da área da administração de créditos,

planos de recuperação da inadimplência, porém, os mesmos não vieram a ser cumpridos

por algumas administrações Estaduais e Municipais. Constata-se que ao longo do tempo

a criação de hábitos pelas administrações municipais, estaduais e de correntes políticos

partidárias, junto à população da não necessidade do pagamento das prestações aos mu-

tuários finais, mostraram-se danosas às administrações das carteiras de créditos imobi-

Evolução da Situação de Cobrança do Programa Convencional

Mesmo com o aumentoda faixa de mutuáriosinadimplentes verifica-se um alto índice demutuários rigorosa-mente em dia com assuas prestações.

AG18 Ativos % Em Dia% Atraso % Inadimplentes

(01 a 03) (+ de 3)

dez/1999 72.298 39,36 38,57 22,07

dez/2000 63.559 46,42 26,52 27,06

dez/2001 60.440 46,03 25,71 28,26

dez/2002 58.108 50,23 24,20 25,57

dez/2003 54.362 48,98 22,82 28,20

dez/2004 50.590 49,22 21,36 29,42

dez/2005 45.522 48,85 20,67 30,47

dez/2006 41.925 48,93 19,51 31,56

dez/2007 39.735 50,02 18,88 31,10

dez/2008 34.098 49,86 18,16 31,98

dez/2009 31.846 50,13 17,04 32,83

dez/2010 29.808 50,04 17,13 32,83

Evolução da situação de cobrança

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20100

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

39,3

6

46,4

2

46,0

3

50,2

3

48,9

8

49,2

2

48,8

5

48,9

3

50,0

2

49,8

6

50,1

3

50,0

4

38,5

7

26,5

2

25,7

1

24,2

0

22,8

2

21,3

6

20,6

7

19,5

1

18,8

8

18,1

6

17,0

4

17,1

3

22,0

7

27,0

6

28,2

6

25,5

7

28,2

0

29,4

2

30,4

7

31,5

6

31,1

0

31,9

8

32,8

3

32,8

3

Page 76: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

liários. Após análise de alguns relatórios de arrecadação dos empreendimentos neste pe-

ríodo, observamos que a inadimplência se manteve entre 20 e 25% até a publicação da

Lei 10.150/2000, que permitiu a liquidação antecipada de mutuários que estavam em

dia com suas prestações, e que após esse evento, tal índice apresentou um crescimento

considerável, atingindo uma média de 32,83% atualmente, esclarecendo que aqueles

mutuários que se encontravam em dia com seus financiamentos, optaram pela novação,

restando aos agentes financeiros administrarem suas carteiras daqueles mutuários ina-

dimplentes e conhecidamente como maus pagadores.

AUTOCONSTRUÇÃO

Programa inédito que rompeu com o estigma dos grandes conjuntos padronizados, em

1980, na COHAB-CT e depois foi implantado na COHAPAR em 1995/6 a 2002 e pas-

sou a ser denominado Autogestão. O histórico anteriormente colocado descreve bem o

funcionamento deste programa e sua concepção.

MORADIAS DIVERSIFICADAS

Este programa também foi implantado na COHAB-CT gestão Rafael Dely (79-82), na

mesma época do autoconstrução e fazia parte de uma concepção inovadora de se fazer

habitação popular e de se construir cidades. Foi implantado na COHAPAR de 1995 a

2002, conforme já analisado no histórico.

MUTIRÃO

Esse programa foi desenvolvido pela COHAPAR principalmente no período 1984 –

1990, possibilitou o acesso a moradias de qualidade à população de baixa renda (até 03

SM); a participação popular na construção de suas moradias; barateamento das cons-

truções. Também analisado no histórico.

CASA DA FAMÍLIA

O Programa Casa da Família foi implementado a partir do ano de 1992 tendo como fina-

lidade a produção e comercialização de unidades habitacionais a custos reduzidos, visando

proporcionar ao adquirente final moradias de boa qualidade construtiva e capacidade de

pagamento respeitando os seguintes parâmetros: a) Atendimento de famílias com rendi-

mento de até 3 salários mínimos; b) Prestação máxima para um imóvel com padrão 1-44

de até 18% do salário mínimo; c) Prestação máxima para um imóvel com padrão 3-48 de

até 20% do salário mínimo; d) Prazo máximo de financiamento de 25 anos.

A principal fonte de recursos para a implementação desse programa é oriunda do Tesouro

do Estado o qual repassava mensalmente recursos para seu órgão executor, sendo que

no período de 4 (quatro) anos, foi possível viabilizar a construção e contratação de

38.000 (trinta e oito) mil unidades habitacionais, e ao final desse período, observou-se

ainda a existência de recursos a serem aplicados, que serviram de base a implantação de

outros programas habitacionais.

Etapa I I - D i agnós t i co 75

Page 77: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR76

Uma das principais características desse programa era de ser um sistema próprio de fi-nanciamento, onde se efetuava a contratação direta com o mutuário, e não existia a ne-cessidade de retorno dos recursos, visto sua característica de não oneroso.

Características Gerais do Sistema de Financiamento:

n O sistema de financiamento adotado foi denominado como próprio;

n Sistema de Amortização: Sistema Francês de Amortização - Tabela Price;

n Taxa de Juros - 1% a.a;

n Prazo Máximo de Financiamento: 25 anos ou 300 meses.

Participantes:

n Governo do Estado do Paraná;

n Prefeituras Municipais;

n Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR;

n Beneficiários Finais.

Valor para a comercialização das Unidades:

n No valor de venda das unidades não incidiram os custos de infra-estrutura e terreno.

Composição do Valor do Financiamento:

n Custos das Obras: valor correspondente as obras executadas apurados mensalmenteem Unidade Padrão de Financiamento – U.P.F;

n Custos operacionais não incidentes sobre o valor de financiamento, sendo incorpo-rados no valor total das prestação total;

Potencial de Arrecadação X Arrecadado doPrograma Casa da Família

Por tratar-se de umprograma em que nãohouve incentivo paragrande massa de liqui-dações antecipadas,nota-se que o poten-cial de arrecadaçãodo Casa da Famíliaevolui de acordo comos reajustes baseadosnos índices do SalárioMínimo. Observamosainda que os valoresarrecadados estãosempre em equilíbrioou acima do potencialde arrecadação, o queindica índices maisbaixos de inadimplên-cia.

AG18 Potencial Arrecadado

dez/1999 931.210,42 898.371,10

dez/2000 880.058,83 881.195,51

dez/2001 876.191,12 958.801,85

dez/2002 900.560,79 953.242,65

dez/2003 940.770,98 1.071.883,41

dez/2004 968.194,59 1.052.508,11

dez/2005 975.162,20 960.508,11

dez/2006 947.243,02 919.071,11

dez/2007 994.063,70 1.011.061,77

dez/2008 983.493,96 1.031.796,09

dez/2009 951.742,29 1.058.580,73

dez/2010 922.854,10 1.098.209,31

Potencial: Potencial Total do CR

(Prestações Emitidas + Não Emitidas)

Potencial de Arrecadação X Arrecadado

1999

500.000

600.000

700.000

800.000

900.000

1.000.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

1.100.000

Page 78: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Composição do Valor da Prestação ao Beneficiário Final:

n O valor do financiamento unitário obtido através da divisão do valor apurado dofinanciamento pelo número de unidades construídas em UPF ou outra unidade mo-netária que viesse a substituí-la;

n O valor da Prestação Básica é obtida tomando-se como base de cálculo o valor dofinanciamento unitário, em conformidade com a Tabela Price aos juros de 1% (umpor cento) ao ano, dentro do prazo de financiamento estipulado para o Programa;

n Como acessórios à prestação básica, temos o Seguro de Danos Físicos no Imóvel –D.F.I, Taxa de 10% (dez por cento) sobre a prestação básica com o objetivo de co-brir os custos operacionais;

n Prestação Mensal Total é a composição da prestação, mais os acessórios sobre a qualincidirão os reajustes posteriores;

Os reajustes das prestações tiveram como indexador o índice de remuneração básica dosDepósitos de Poupança apurados sempre no 1º dia de cada mês do reajuste. Tal reajustenunca poderá ser superior ao fixado inicialmente em contrato (nesse documento videitens b e c do primeiro parágrafo).

A correção do saldo devedor dos mutuários era através da Unidade Padrão de Financia-mento, ou outra unidade monetária que vier a substituí-la. Contará o mutuário com agarantia de que ao final do prazo de financiamento o mesmo terá o seu imóvel liberadode quaisquer ônus inerentes ao financiamento, desde que quitadas todas as prestaçõescontratadas e respeitadas as cláusulas contratuais.

O bônus aplicado sobre a prestação possibilita manter os limites propostos, quando dofechamento do plano de comercialização a prestação mensal total ultrapassasse os per-centuais de comprometimento, quando no decorrer do prazo de financiamento a pres-tação mensal total viesse a ultrapassar os limites já mencionados.

Era a qualquer tempo desconsiderado o valor apurado para as prestações, inferior aosíndices fixados; ou quando o prazo de financiamento fosse reduzido em função da idadecujo reajuste das prestações extrapolarem o percentual apurado de comprometimentoinicial da prestação em relação ao salário mínimo.

O prazo máximo de financiamento: 25 (vinte e cinco) anos, em que a soma da idade dobeneficiário mais o prazo da operação não ultrapasse 80 (oitenta) anos.

Excedido o limite a que se refere o item acima, havia a redução do prazo adaptando-seao limite máximo permissível

Morte e Invalidez Permanente:

n Uma vez que o Programa Casa da Família foi desenvolvido através de recursos pró-prios, a cobertura desses riscos é de responsabilidade da COHAPAR através da li-beração do Certificado de Quitação, mediante a apresentação da documentaçãopertinente aos casos e após análise da Divisão de Seguros.

Obs.: Dados extraídos da Ata da Reunião de Diretoria n.º 039/92 da COHAPAR.

Etapa I I - D i agnós t i co 77

Page 79: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR78

CASA DA FAMÍLIA (CAUÇÃO): Construção de moradias, realizada em parceriacom a Caixa Econômica Federal (Caixa), Prefeituras e comunidade envolvida, com re-cursos do Tesouro Estadual e subsídio do FGTS para atendimento de famílias com rendabruta mensal de 01 salário mínimo, que não possuam imóvel residencial, com prazo definanciamento de 72 meses e prestação em torno de 20% da renda.

CASA DA FAMÍLIA (ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA): Construção de moradias,realizada em parceria com a CAIXA, Prefeituras e comunidade envolvida, com recursosdo Tesouro Estadual e do FGTS para atendimento de famílias com renda bruta mensalde 03 a 4,5 salários mínimos, que não possuam imóvel residencial, com prazo de finan-ciamento de até 20 anos e prestação em torno de 20% da renda, decorrente de subsídioproporcional à renda.

CASA DA FAMÍLIA INDÍGENA: Construção de moradias nas aldeias paranaensescom projetos diferenciados para as etnias Kaingang e Guarani realizada com recursosdo Tesouro Estadual e em parceria com a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), FU-NASA (Fundação Nacional de Saúde), as Organizações indígenas e as Prefeituras Mu-nicipais.

CASA DA FAMÍLIA RURAL: Construção de moradias realizada em parceria com asPrefeituras e comunidade envolvida com recursos do Tesouro Estadual, para atendimentode famílias de agricultores com renda bruta mensal em torno de 01 salário mínimo, quenão possuam imóvel residencial, com prazo de financiamento de 10 anos e prestação emtorno de 20% da renda podendo o pagamento ser realizado em equivalência milho.

VILAS RURAIS

Trata-se de programa habitacional com Recursos do Tesouro do Estado e do Banco Mun-dial, com contratos firmados a partir de 1995. As principais particularidades deste pro-grama são:

Evolução da Situação de Cobrança do Programa Casa da Família

Comparativamenteaos demais progra-mas desenvolvidospela COHAPAR oCasa da Família é oque apresenta omenor índice de ina-dimplência ao longodo tempo. Mostraque um programafeito com recursosdo estado em quepodemos estabelecercondições que permi-tam aos mutuáriosmanterem suas pres-tações em dia (Cercade 60% dos mutuá-rios em dia).

AG18 Ativos % Em Dia% Atraso % Inadimplentes

(01 a 03) (+ de 3)

dez/1999 36.486 12,22 59,50 28,29

dez/2000 36.212 44,49 28,50 27,01

dez/2001 35.781 47,60 26,40 26,00

dez/2002 35.491 52,80 23,14 24,06

dez/2003 35.265 53,82 22,59 23,59

dez/2004 34.955 55,03 21,33 23,64

dez/2005 34.241 54,75 20,89 24,36

dez/2006 32.052 55,88 19,29 24,83

dez/2007 31.550 58,39 18,53 23,08

dez/2008 30.768 59,00 18,78 22,22

dez/2009 30.181 59,77 17,42 22,81

dez/2010 28.780 59,58 18,39 22,02

Evolução da situação de cobrança

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

12,2

2

44,4

9

47,6

0

52,6

0

53,8

2

55,0

3

54,7

5

55,8

8

58,3

9

59,0

0

59,7

7

59,5

8

59,5

0

28,5

0

26,4

0

23,1

4

22,5

9

21,3

3

20,8

9

19,2

9

18,5

3

18,7

8

17,4

2

18,3

9

28,2

9

27,0

1

26,0

0

24,0

6

23,5

9

23,6

4

24,3

6

24,8

3

23,0

8

22,2

2

22,8

1

22,0

2

Page 80: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

n Instrumentos de financiamento de forma associativa (contrato de mútuo), válidosdurante o período de obra;

n Após entrega da obra era firmado um Termo de Permissão de Uso;

n Os 30 primeiros meses de financiamento foram denominados período de permissãode uso, que eventualmente poderia ser prorrogado nos casos de atraso no registrodefinitivo do empreendimento. O prazo neste período é definido pelo Termo acimamencionado e o valor da taxa de permissão de uso é definida pela COHAPAR. Osistema de controle de créditos calcula o valor da amortização utilizando-se da dife-rença entre o valor total da taxa de permissão de uso definida menos o valor do prê-mio de seguro para os riscos de morte ou invalidez permanente e danos físicos noimóvel calculados para o contrato. Neste período de Permissão de Uso somente sãocobrados no contrato os prêmios de seguros e a amortização, ou seja, neste períodonão se cobra nenhum outro acessório e nem juros;

n Contratos são regidos por critérios estabelecidos pela COHAPAR; conforme con-dições constantes no Quadro Demonstrativo e Contrato;

O reajuste das prestações e do saldo devedor são corrigidos pela remuneração básica depoupança nunca superior aos índices fixados ao salário mínimo no mesmo período.

n Periodicidade do reajuste da prestação e do saldo devedor é a mesma do salário mí-nimo;

n Após o período de permissão de uso, as prestações são reajustadas pelo valor fixadona data do contrato, conforme plano de venda do empreendimento;

n A prestação contratual é calculada pela Tabela Price em função do saldo devedor daúltima parcela da Permissão de Uso;

Etapa I I - D i agnós t i co 79

Potencial de Arrecadação X Arrecadado do Programa Vila Rural

Através dos anosnota-se o aumentodo potencial de arre-cadação devido à im-plantação definitivados financiamentosdevido à regulariza-ção dos empreendi-mentos, inicialmentefoi cobrada apenasuma taxa de ocupa-ção do imóvel. Aindaexistem conjuntospendentes dessa regularização o quesignifica um futuro au-mento de potencial.

AG18 Potencial Arrecadado

dez/1999 152.483,89 104.037,94

dez/2000 272.187,01 166.999,89

dez/2001 304.041,34 243.154,83

dez/2002 346.427,21 291.676,87

dez/2003 383.950,90 343.575,76

dez/2004 402.057,28 358.662,85

dez/2005 378.272,34 293.828,72

dez/2006 338.798,93 293.035,71

dez/2007 371.632,90 339.224,14

dez/2008 388.790,43 367.887,43

dez/2009 395.960,79 374.750,37

dez/2010 414.930,74 446.978,46

Potencial: Potencial Total do CR

(Prestações Emitidas + Não Emitidas)

Potencial de Arrecadação X Arrecadado

1999

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

300.000

350.000

400.000

450.000

Page 81: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR80

Programa com bom índice de mutuários em dia e ainda com potencial futuro de arreca-dação para a COHAPAR. A inadimplência encontra-se estabilizada na média da compa-nhia, o que significa que existe capacidade para recuperação.

Trata-se de um programa com características inovadoras, que visa manter o homem nocampo e produzindo seu próprio sustento. Apesar das dificuldades encontradas quantoao registro dos empreendimentos, devido à legislação específica, apresenta um bom re-torno financeiro principalmente por tratar-se de um programa viabilizado através prin-cipalmente de recursos próprios.

CASA FELIZ

Desenvolvido pela COHAPAR entre 1995 a 2002, o Programa CASA FELIZ englobavaa concepção de Autoconstrução/autogestão e Moradias Diversificadas, abrangendo váriasfaixas de renda e tipologias conforme já foi descrito e analisado no histórico.

PARANÁ SOLIDARIEDADE (DESFAVELAMENTO)

A partir da Pesquisa de Favelas realizada pela COHAPAR em 1997, foi implantado oPrograma Paraná Solidariedade, em 1998, que priorizou a relocação de famílias em áreasde preservação e risco de pequenas cidades, para moradias construídas pelo sistema deautogestão, com recursos próprios da COHAPAR.

CASA DO PESCADOR

Construção de moradias, realizada em parceria com as Prefeituras e comunidade envol-vida, com recursos do Tesouro Estadual para atendimento de famílias com renda brutamensal de 01 salário mínimo, que não possuam imóvel residencial, com prazo de finan-ciamento de 72 meses e prestação em torno de 15% da renda. Está inserido em diferentesperíodos e programas da COHAPAR.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Construção de moradias realizada em parceria com as Prefeituras e comunidade envol-vida, com recursos do Tesouro Estadual, para atendimento de famílias integrantes de co-munidades quilombolas com renda bruta mensal em torno de 01 salário mínimo.

Com início em 2007, ainda em vigência na COHAPAR.

DIREITO DE MORAR

Implantado de 2003 – 2007, promovia a Regularização Fundiária de AssentamentosPrecários Irregulares, o programa foi desenvolvido em duas modalidades:

Desapropriação - parceria com as Prefeituras, com recursos do Tesouro Estadual,

Page 82: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I I - D i agnós t i co 81

Em parceria com o Regularizador Social, através da negociação entre proprietários eocupantes, via Acordo Judicial.

Descrito e analisado no histórico.

CASA DO ZELADOR

Construção de moradias com recursos do Tesouro Estadual, em parceria com a FUN-DEPAR, destinadas aos zeladores das escolas estaduais de ensino médio em todo o Pa-raná. Desenvolvido de 2003 – 2007.

PAC/PPI E PAC/FNHIS

Em 2007 houve a contratação do PAC-PPI e PAC/FNHIS, que concentrou a atuaçãoda COHAPAR principalmente na RMC.

Foram contratados projetos para os municípios de Piraquara – Guarituba, Pinhais, Co-lombo, Campo Magro, (municípios do FNHIS)

Programa executado com recursos do Orçamento da União e Contrapartida do Governodo Estado, com regras extremamente burocráticas e morosas.

Destinado à urbanização e regularização de favelas e assentamentos precários, o PAC/PPIé um programa criado pelo Governo Federal, cuja estrutura foi muito bem concebida,pois contempla ações integradas e complementares de urbanização, regularização fun-diária, produção de moradias, recuperação ambiental e trabalho social. Ações que vinhamsendo discutidas e reivindicadas desde o BNH, por vários setores da sociedade. Porém,a morosidade dos processos licitatórios e trâmites para desembolso, tanto federal comoestadual, fez com que se tornasse um programa pouco ágil. No Paraná e na COHAPARestá sendo implantado desde 2007, nos seguintes municípios:

n PIRAQUARA

Investimento de R$ 93.815.368,36 proveniente do PAC – Programa de Aceleração doCrescimento para Urbanização de Favelas e Habitação nas micro bacias dos Rios Itaqui,Irai e Piraquara, no Município de Piraquara. A Intervenção consiste nas seguintes ações:

1. Regularização Fundiária de 8.087 famílias, no bairro Guarituba, garantindo o direitoà propriedade de cada família.

2. Recuperação Ambiental das áreas ocupadas irregularmente, com a retirada das fa-mílias das áreas de risco e criação de quatro parques, o Parque do Acará com68.329,00 m², Parque Mandi com 225.435,34 m², Lambari 53.289,44 m² e ParqueLinear com 82.000,00 m² totalizando uma área de 429.053,78 m² com infra-estru-tura de lazer e preservação ambiental evitando a reocupação das mesmas. Demoliçãodas construções que estão nas áreas de preservação permanente com área aproximadade 35.506,96 m².

Page 83: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR82

3. Novas Unidades Habitacionais, totalizando 803 unidades com padrão arquitetônicodiferenciado.

4. Infraestrutura Urbana, como Rede de Abastecimento de Água e Esgoto, EnergiaElétrica, Galerias de Drenagem, Pavimentação, Sinalização e Paisagismo, TransporteColetivo e Equipamentos Urbanos.

5. Trabalho Social: Levantamento, Cadastro e Orientação para 8.890 famílias que estãoenvolvidas diretamente na transformação Urbana nas áreas de intervenção do PAC.

COLOMBO

Investimento de R$ 19.815.553,88 proveniente do PAC – Programa de Aceleração doCrescimento para Urbanização de Favelas e Habitação nas micro bacias dos Rios Palmi-tal, Atuba e Arruda, no Município de Colombo. A Intervenção consiste nas seguintesações:

1. Regularização Fundiária de 371 famílias, no bairro Jardim Liberdade, garantindo odireito à propriedade de cada família.

2. Recuperação Ambiental das áreas ocupadas irregularmente, com a retirada das fa-mílias das áreas de risco e criação de três parques, o Pq Contorno com 8.668,00m², o Parque Marambaia com 19.736,46 m² e o Pq Liberdade com 116.352,69 m²totalizando uma área de 144.757,15m² com infra-estrutura de lazer e preservaçãoambiental evitando a reocupação das mesmas.

3. Novas Unidades Habitacionais, totalizando 508 casas com padrão arquitetônico di-ferenciado, sendo assim distribuídos: 70 unidade no Jardim Contorno, 250 unidadesno Jardim Liberdade e 188 unidades no Jardim Marambaia.

4. Infraestrutura Urbana, como Rede de Abastecimento de Água e Esgoto, EnergiaElétrica, Galerias de Drenagem, Pavimentação, Sinalização e Paisagismo, TransporteColetivo e Equipamentos Urbanos, Beneficiado direta e indiretamente por 162 fa-mílias, sendo27 famílias beneficiadas com esgoto sanitário no Jardim contorno, 47famílias beneficiadas pelo Parque no Jardim Marambaia e 88 famílias beneficiadascom esgoto e pavimentação no Jardim Liberdade.

5. Trabalho Social: Levantamento, Cadastro e Orientação para 1041 famílias que estãoenvolvidas diretamente na transformação Urbana nas áreas de intervenção do PAC.

CAMPO MAGRO

Investimento de R$ 13.243.779,95 proveniente do PAC – Programa de Aceleração doCrescimento para Urbanização de Favelas e Habitação nas micro bacias dos Rios Pas-saúna e Ribeirão Bambeca, no Município de Campo Magro. A Intervenção consiste nasseguintes ações:

1. Regularização Fundiária de 42 famílias, nos Jd Boa Vista e Jd Cecília, garantindo odireito à propriedade de cada família.

Page 84: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

2. Recuperação Ambiental das áreas ocupadas irregularmente, com a retirada das fa-mílias das áreas de risco e criação de cinco parques, o Parque Sabiá na área de inter-venção 1 com 16.102,41m² (rua Minas Gerais), Parque na área de intervenção 2com 8.313,97 m² (rua Mato Grosso), Parque na área de intervenção 3 com11.663,98 m² (rua Violetas), Parque na área de intervenção 4 com 10.644,04 m²(rua Topázio) e área de intervenção 5 com 4.744,03 m² (rua Ágata) num total562.379 m²

3. Novas Unidades Habitacionais, totalizando 388 casas com padrão arquitetônico di-ferenciado, sendo assim distribuídos: Jardim Boa Vista, sendo 89 na área de reloca-ção 1 (rua Narcisos), 175 área de relocação 2 (rua Boca de Leão), 38 área derelocação 3 (rua Boca de leão 2) e 54 área de relocação 4 (rua Safiras).

4. Infraestrutura Urbana, como Rede de Abastecimento de Água e Esgoto, EnergiaElétrica, Galerias de Drenagem, Pavimentação, Sinalização e Paisagismo, TransporteColetivo e Equipamentos Urbanos.

5. Trabalho Social: Levantamento, Cadastro e Orientação para 430 famílias que estãoenvolvidas diretamente na transformação Urbana nas áreas de intervenção do PACmais 62 indiretamente beneficiadas com obras de infra estrutura.

PINHAIS

Investimento de R$ 40.368.330,41 proveniente do PAC – Programa de Aceleração doCrescimento para Urbanização de Favelas e Habitação nas micro bacias dos Rios Palmitale Atuba, no Município de Pinhais. A Intervenção consiste nas seguintes ações:

1. Regularização Fundiária de 906 famílias, nos bairros Vila União, Bonilauri, Tira-dentes e Palmital, garantindo o direito à propriedade de cada família.

2. Recuperação Ambiental das áreas ocupadas irregularmente, com a retirada das fa-mílias das áreas de risco e criação de dois parques, o Parque do Palmital com457.179,00 m², e o Parque do Atuba com 105.200,00 m², totalizando uma área de562.379,00 m² com infra-estrutura de lazer e preservação ambiental evitando a reo-cupação das mesmas.

3. Novas Unidades Habitacionais, totalizando 747 casas com padrão arquitetônico di-ferenciado, sendo assim distribuídos: 113 nos Loteamentos Joaquina e Palmital e634 no Loteamento Jeriva.

4. Infraestrutura Urbana, como Rede de Abastecimento de Água e Esgoto, EnergiaElétrica, Galerias de Drenagem, Pavimentação, Sinalização e Paisagismo, TransporteColetivo e Equipamentos Urbanos.

5. Trabalho Social: Levantamento, Cadastro e Orientação para 1653 famílias que estãoenvolvidas diretamente na transformação Urbana nas áreas de intervenção do PAC.

Etapa I I - D i agnós t i co 83

Page 85: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR84

MORAR BEM PARANÁ – URBANO

O Programa foi criado no inicio de 2011, gestão COHAPAR 2011 - 2014, destinado àpopulação de baixa renda – até 05 Salários Mínimos, através da construção de moradiasde diferentes padrões: 35m², 40m² e 44m², em parceria com o Governo Federal/Minis-tério das Cidades/CAIXA e Municípios.

Está sendo implantado através do Programa MCMV – Minha Casa Minha Vida do Go-verno Federal. A COHAPAR doa os Terrenos para construção de Conjuntos Habita-cionais, através de Empresas Construtoras, sendo os beneficiários finais mutuários daCAIXA. Desenvolve todos os Projetos e os Licita.

MORAR BEM PARANÁ – RURAL

O Programa foi criado no inicio de 2011, gestão Beto Richa/COHAPAR, visa a cons-trução de moradias para famílias de agricultores paranaenses através de parcerias entre aSEAB, EMATER, prefeituras, Cooperativas e Sindicatos Rurais.

A viabilização do Programa Morar Bem Paraná Rural esta sendo possível, graças aos es-forços conjuntos entre o Governo do Estado e do Governo Federal, através do Ministério

FNHIS

FNHIS 2007 Repasse Contrapartida Contrapartida Total de Habitações

União Financeira Fisica Investimento

Campo Largo 1.800.000,00 272.450,26 238.169,63 2.310.619,89 96

Cambé 1.400.000,00 - 367.707,76 1.767.707,76 62

União da Vitoria 600.000,00 235.193,21 70.993,78 906.186,99 43

Total 3.800.000,00 507.643,47 676.871,17 4.984.514,64 201

FNHIS 2008 Repasse Contrapartida Contrapartida Total de Habitações

União Financeira Fisica Investimento

Almirante Tamandaré - 1ª 493.100,00 1.283.606,12 130.028,99 1.906.735,11 46

Apucarana 362.552,00 31.716,99 98.529,00 492.797,99 18

Cambará 479.254,00 124.537,38 144.957,67 748.749,05 28

Castro 493.100,00 54.717,33 59.171,25 606.988,58 27

Cândido de Abreu 336.838,00 76.464,78 61.869,36 475.172,14 19

Fazenda Rio Grande 1 Fase 2.500.000,00 564.358,40 66.197,30 3.130.555,70

17

Fazenda Rio Grande 2 Fase 53

Guarapuava 493.100,00 42.025,37 56.594,63 591.720,00 22

Mangueirinha 479.254,00 93.817,68 124.082,07 697.153,75 28

Porto Amazonas 493.100,00 90.153,76 250.196,65 833.450,41 27

Pitanga 493.100,00 123.569,39 381.967,07 998.636,46 29

Quedas do Iguaçu 479.254,00 93.617,98 42.920,04 615.792,02 27

Santa Maria do Oeste 336.838,00 52.563,75 80.865,51 470.267,26 19

Total 7.439.490,00 2.309.825,18 1.408.738,58 11.568.018,47 360

TOTAL GERAL 11.239.490,00 2.817.468,65 2.085.609,75 16.552.533,11 561

Page 86: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

das Cidades e da Caixa Econômica Federal - CAIXA, gestora dos recursos do ProgramaNacional de Habitação Rural.

Enquadram-se como beneficiários do programa os agricultores familiares, pescadoresartesanais, extrativistas, silvícolas, aquicultores, maricultores, piscicultores, comunidadesquilombolas e povos indígenas.

Para ser beneficiário do programa a família deverá comprovar atividade agrícola, possuirdocumentos pessoais, capacidade civil, CPF e RG, ser brasileiro nato ou naturalizado,comprovar a posse ou domínio da terra e possuir a Declaração de Aptidão ao PRO-NAF-DAP comprovando rendimentos anuais da família de no máximo R$ 55.800,00.

PROGRAMA MCMV - MINHA CASA MINHA VIDA

Em 2009 foi criado o Programa MCMV - Minha Casa Minha Vida, em todo o Brasil emcontraposição ao PAC que não estava dando a resposta que o Governo Federal esperava ecomo uma medida para gerar um rápido crescimento econômica face à crise internacional.

Do ponto de vista Urbanístico e Habitacional, representou um retrocesso, pois, recrioua política dos grandes conjuntos implantada na Ditadura Militar e se contrapôs à PNH– Política Nacional de Habitação e ao PLANHAB – Plano Nacional de Habitação, namedida que passou um enorme subsídio para as empresas construtoras para a construçãode grandes conjuntos habitacionais padronizados, fora da malha urbana, com critériosde atendimento duvidosos, objetivando a construção rápida e em massa, que realmenteativou a economia e a construção civil em todo o Brasil.

Etapa I I - D i agnós t i co 85

Programa MinhaCasa Minha Vida –PMCMV – Município de Londrina, PR

A PRODUÇÃO HABITACIONAL NO PARANÁ

A COHAPAR é uma sociedade de economia mista, criada em 14/05/1965, através daLei n.º 5113, vinculada ao Sistema Financeiro da Habitação, com finalidade de pro-mover a Política Habitacional do Estado, começou a operar no SFH , a partir de 1967,com captação de recursos junto ao BNH através de contratos de empréstimos, o quepermitiu, inicialmente, a construção e comercialização de 1.250 unidades habitacionais,distribuídas em nove municípios do Estado.

Page 87: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR86

Em maio de 1.969, incorporou a COHAB de Ponta Grossa.

Em 1972 houve a implantação de 13 escritórios regionais, em uma regionalização estra-

tégica, objetivando a agilização no andamento de processos e tornando mais eficaz o

sistema de cobrança de prestações imobiliárias, bem como aumentando o número de

municípios atendidos.

Dentre os planos habitacionais existentes, o mais utilizado foi o PLANO DE EQUIVA-

LENCIA SALARIAL que prometia melhores condições de financiamento aos mutuários

adquirentes, de baixa renda, em decorrência dos mecanismos que tentavam a viabilização

do valor das prestações à renda familiar do adquirente.

De 1967 a 2010, COHAB-CT produziu 124.868 moradias em diferentes programas

conforme o período histórico, alguns anteriormente descritos. A COHAB-LD, produziu

42.710 moradias desde sua fundação. A COHAPAR produziu 190.533 moradias neste

período.

O Quadro abaixo resume a Produção Habitacional Histórica do Paraná pelas COHAB’S

– 1967 - 2010.

cohab proDUÇÃo N.º UNIDaDES

COHAPAR 190.533

COHAB-CT 124.868

COHAB-LD 42.710

total 358.111

cohapar

190.533

124.868

42.710

358.111

cohab - ct cohab - lD total

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

Page 88: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

A Tabela abaixo nos traz de forma sintética todas as unidades comercializadas, constantes

no cadastro do sistema de controle de créditos imobiliários da COHAPAR tomando por

referência o mês de setembro de 2010.

Excluem-se daí os demais equipamentos comunitários, escolas e outras edificações que

não aquelas foram financiadas aos beneficiários finais.

QUaDro Da proDUÇÃo hIStórIca Da cohapar

por aNo E prograMa

aNo prograMa Nº EMprEENDIMENtoS UNIDaDES

1951 CONVENCIO 1 48

1952 CONVENCIO 1 50

1954 CONVENCIO 1 80

1956 CONVENCIO 1 92

1958 CONVENCIO 3 249

1959 CONVENCIO 3 160

1960 CONVENCIO 1 59

1962 CONVENCIO 2 113

1963 CONVENCIO 2 51

1965 CONVENCIO 1 92

1967 CONVENCIO 17 1636

Etapa I I - D i agnós t i co 87

QUaDro Da DEMaNDa caDaStraDa DaS cohab’s

cohab N.º caDaStraDoS aNo

COHAPAR 267.130 2000*

COHAB-CT 76.395 2010

COHAB-LD 35.927 2010

total 379.452

* Há várias atualizações de alguns municípios de 2000 até 2010.

cohapar* 2000

267.130

76.395

35.927

379.452

cohab - ct2010

cohab - lD2010

total

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

Page 89: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR88

aNo prograMa Nº EMprEENDIMENtoS UNIDaDES

1968 CONVENCIO 10 1053

1969 CONVENCIO 8 889

1970 CONVENCIO 5 108

1971 CONVENCIO 5 292

1972 CONVENCIO 4 186

1973 CONVENCIO 3 188

1976 CONVENCIO 7 646

1977 CONVENCIO 14 1060

1978 CONVENCIO 25 4495

1979 CONVENCIO 20 4118

1979 PRONTO 11 4152

1980 CONVENCIO 33 2862

1980 FICAM 9 59

1980 MUTIRAO 2 35

1980 PRONTO 1 102

1981 CONVENCIO 46 4684

1981 FICAM 55 1017

1981 MUTIRAO 1 90

1981 PROHEMP 1 222

1981 PRONTO 16 5929

1982 CONVENCIO 71 5975

1982 ECONOMICA 31 134

1982 PROHEMP 1 73

1982 PRONTO 21 3187

1983 CONVENCIO 17 1473

1983 ECONOMICA 44 444

1983 PRONTO 9 1184

1984 CONVENCIO 4 566

1984 MUTIRAO 17 354

1984 PRONTO 2 546

1985 AUTOCONST 6 87

1985 CONVENCIO 7 704

1985 MUTIRAO 57 2061

1985 PROHEMP 1 54

1985 PRONTO 4 835

1986 AUTOCONST 3 16

1986 CONVENCIO 7 729

1986 FICAM 3 14

1986 MUTIRAO 57 1735

1986 PROHEMP 2 180

1986 PRONTO 4 706

1987 AUTOCONST 1 3

1987 CONVENCIO 6 226

1987 FICAM 11 105

Page 90: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I I - D i agnós t i co 89

aNo prograMa Nº EMprEENDIMENtoS UNIDaDES

1987 MUTIRAO 118 4011

1987 PRONTO 1 421

1987 RES_INDIG 6 166

1988 AUTOCONST 81 292

1988 CONVENCIO 47 4233

1988 FICAM 49 453

1988 LOTES 4 579

1988 MUTIRAO 111 4501

1988 PRONTO 3 350

1988 RES_INDIG 2 59

1989 AUTOCONST 25 59

1989 CONVENCIO 13 2771

1989 FICAM 1 5

1989 LOTES 3 831

1989 MUTIRAO 94 4486

1990 CONVENCIO 9 914

1990 MUTIRAO 3 195

1991 CAFA 13 437

1992 CAFA 162 8454

1993 CAFA 139 7478

1994 CAFA 126 10382

1994 MUTIRAO 5 191

1995 CAFA 90 6728

1995 FELIZ 1 30

1995 VR 7 205

1996 CAFA 78 6070

1996 FELIZ 67 2890

1996 VR 13 527

1997 CAFA 45 3893

1997 CONCLUSAO 1 390

1997 FELIZ 73 3375

1997 VR 71 2717

1998 CAFA 18 1375

1998 FELIZ 59 2588

1998 VR 76 2887

1999 CAFA 7 854

1999 FELIZ 124 4043

1999 VR 59 2097

2000 CAFA 5 636

2000 FELIZ 53 1740

2000 VR 103 4044

2001 FELIZ 61 1106

2001 VR 57 2440

2002 CAFA 4 141

Page 91: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR90

aNo prograMa Nº EMprEENDIMENtoS UNIDaDES

2002 CONCLUSAO 2 460

2002 FELIZ 194 4254

2002 VR 16 590

2003 FELIZ 92 2013

2003 VR 3 80

2004 CAFA 139 1418

2004 FELIZ 5 90

2005 CAFA 351 2387

2005 DM 1 75

2005 FELIZ 3 125

2006 CAFA 179 4627

2006 DM 1 355

2006 PARCERIA 86 1363

2006 PROVOPAR 1 1

2007 CAFA 129 5792

2007 DM 2 324

2007 FELIZ 1 84

2007 PARCERIA 1 981

2008 CAFA 93 4209

2008 PARCERIA 17 220

2009 CAFA 36 1342

2009 PARCERIA 11 82

2009 PROVOPAR 2 10

2010 CAFA 20 928

2010 PARCERIA 73 633

total 4.240 190.695

Fonte: SIGPE/COHAPAR – 2010.

proDUÇÃo hIStórIca Da cohapar por DécaDa

1951

48

0

50

1952 1954 1954 1956 1958 1959

50

80

178

92

249

160

100

150

200

250

Page 92: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I I - D i agnós t i co 91

1960

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1962 1963 1965 1967 1968 1969

59 11351 92

1636

1053

889

1970

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

1971 1972 1973 1976 1977 1978 1979

108 292 186 188646

1060

4495

8270

1980

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989

3085

29845

9369

31011466

3741 33804932

104678152

Page 93: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR92

Atualmente, a economia está mais estável, a partir da implantação do Plano de Estabi-

lização Econômica que mitigou efeitos de desequilíbrios econômicos, como ocorria an-

teriormente à sua existência.

Entretanto, tendo em vista que o objetivo da COHAPAR é atender, prioritariamente

famílias de baixa renda, há necessidade de estudos que permitam a definição de novos

planos habitacionais com sistemas de cálculo que contemplem, tanto a atualização do

valor das prestações, quanto a correção monetária dos saldos devedores, visando a dimi-

nuição de resíduo, para quitação do saldo remanescente, sem comprometer a renda fa-

miliar do mutuário.

1990

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1996 1997 1998 1999

1109437

8454

7478

10573

6963

527

948710375

6850 1994

2000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

6420

3546

5445

4186

1508

2587

6346

7181

4429

1434 1561

Page 94: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

oS plaNoS E aS polítIcaS Do paraNá.

O plano de Metas do Governo Beto Richa – 2011 – 2014, tem como pressuposto de

suas Diretrizes uma análise do Paraná resumida nos seguintes pontos:

1. O desenvolvimento do Paraná é heterogêneo e concentrado;

2. A população economicamente ativa deixa os pequenos municípios, que são os

menos desenvolvidos, porque neles não encontra oportunidades, principalmente

educação e emprego;

3. Ao migrar, a população torna o desenvolvimento local ainda mais difícil por privar

os pequenos municípios de sua principal riqueza potencial, o capital humano, o que

gera desperdício de suas potencialidades produtivas;

4. Além disso, estes municípios sofrem com a persistência de um perfil institucional-

deficitário e com serviços inexistentes ou de baixa qualidade, como, por exemplo,

os de saúde;

5. Por outro lado, as populações que migram aumentam a pressão por infra-estrutura

e serviços nas regiões mais concentradas e desenvolvidas;

6. Deslocando o foco de investimentos previstos – das regiões de origem para as de

destino – os movimentos migratórios confundem o planejamento estratégico e per-

petuam os problemas nos pequenos municípios;

7. Ao incharem desordenadamente, as regiões mais desenvolvidas não conseguem aten-

der a nova demanda que se instala, criando uma situação insolúvel, na qual os pe-

quenos municípios ficam sem a população e sem estrutura e os maiores centros com

excesso de gente e igualmente sem infra-estrutura;

8. Estas regiões, já demandadas em grande escala, entre outros fatores, pelas alterações

do perfil demográfico da população, não conseguem produzir oportunidades e ser-

viços em escala necessária;

9. O que prevalece neste processo é um quadro de desigualdades graves entre diferentes

regiões do Paraná, com carências sociais mesmo nos territórios mais desenvolvidos;

10. A conseqüência mais visível é a de uma sociedade mergulhada numa situação de in-

segurança e violência, que atinge sobretudo aos mais jovens.33

O Plano estabelece estratégias de desenvolvimento para o estado, das quais destacamos

as seguintes:

n Qualidade de vida e desenvolvimento em todo Paraná.

n Integração estadual e regional, desconcentração do desenvolvimento

n Desenvolvimento sustentável: inovação e tecnologia, criação da Agência Paraná de

Desenvolvimento, posicionamento estratégico e competitivo em relação ao Brasil e

Exterior

n Planejamento estratégico da agricultura para os próximos 10 anos

Etapa I I - D i agnós t i co 93

33 METAS DE GOVERNO.2011 – 2014, pag. 23.

Page 95: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR94

n Atenção integral à saúde (12% dos recursos orçamento estadual)

n Regiões e desenvolvimento: abrangência semelhante a das Associações de Municí-pios.

n Administração do Estado por Contrato de Gestão

Reduzir o déficit Habitacional , minimizar a questão da titularidade da terra e melhorara habitabilidade urbana e rural. Estabelece as seguintes metas:

n Produção:

• 100.000 unidades habitacionais urbanas em 399 municípios• 10.000 unidades habitacionais rurais em 300 municípios

n Melhorias:

• 10.000 famílias em moradias urbanas regulares• 4.000 famílias em moradias rurais regulares

n Urbanização e Reassentamento:

• Regularização e reassentamento de 16.000 famílias

n Titulação:

• Titulação com escritura pública 8.000 famílias em 300 municípios

n COHAPAR:

• Plano de recuperação da inadimplência• Finalizar o acerto do FCVS junto à CAIXA• Buscar novas fontes de financiamento (BID/BIRD ...)

Inserção do Paraná na Economia Nacional34

O Paraná ocupa a 5.ª posição entre as unidades da Federação na contribuição para for-mação do Produto Interno Bruto do país (PIB). A primeira posição é ocupada por SãoPaulo (33,87% do total), seguida pelo Rio de Janeiro (11,62%) e por Minas Gerais(9,06%). Na 4.ª posição encontra-se o Rio Grande do Sul (6,62%) e logo a seguir o Pa-raná (com 5,77% do total nacional). Embora essas informações refiram-se a 2007, estaposição pouco se alterou desde os anos 80 do século passado.

A reduzida oscilação da importância relativa do Paraná no PIB nacionalacompanha uma tendência abrangente de moderadas alterações na dis-tribuição regional da renda brasileira, embora seja possível constatar, emum exame mais apurado, o avanço das regiões Norte e Centro-Oeste,que se contrapõe ao declínio da representatividade econômica do Su-

34 Item elaborado peloIPARDES – Instituto deDesenvolvimento Econô-mico Social do Paraná,por encomenda da CO-HAPAR, PEHIS-PR.

Page 96: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

deste, principalmente do Estado de São Paulo. Tais movimentos podemser explicados pelo significativo potencial de crescimento de algumaseconomias regionais ainda pouco maduras, especialmente diante da pu-jança econômica do agronegócio nacional, e pelo difícil alcance de ex-traordinárias taxas de elevação do PIB pelas regiões que já apresentamalta produtividade, em virtude do considerável adensamento econômico,como o Sudeste e o Sul do país. (SUZUKI JÚNIOR, 2009)

Essa posição atingida pelo Estado no PIB nacional equivale à posição assumida no quetange ao Valor da Transformação Industrial (VTI), que corresponde ao indicador da agre-gação de valor pelo setor secundário, onde o Paraná passou de 5,23%, do total nacionalem 1996, para 5,93% em 2001. Já em 2007 o Estado atinge 6,98% do VTI nacional epassa a ocupar a 4.ª posição (depois de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) entreas economias industriais das unidades federadas, ultrapassando o Rio Grande do Sul.

Com relação ao número de empresas do setor terciário, observa-se processo semelhante,pois, entre 1996 e 2006, o Paraná amplia sua participação no total nacional, passandode 7,55% para 7,80%, atingindo a 4.ª posição (depois de São Paulo, Minas Gerais, eRio Grande do Sul), suplantando o Rio de Janeiro (SUZUKI JÚNIOR, 2009, p.4).

No que se refere à agricultura, tomando por base o valor da produção das lavouras tem-porárias e permanentes, verifica-se que a posição do Paraná é ainda mais destacada: em1997, o Estado respondia por 13,22% do total da produção nacional, vindo logo a seguirde São Paulo (18,84%) e Rio Grande do Sul (13,48%); em 2002 o Paraná já respondiapela 2.ª posição, situação que perdurava em 2007, onde São Paulo respondia por 19,14%e o Paraná representava 13,47% do total do valor nacional da produção das lavourastemporárias e permanentes (CINTRA; SUZUKI JÚNIOR; PEREIRA, 2009, p.5).

Ainda com relação ao setor agropecuário, de acordo com informações do Censo Agro-pecuário 2006, cabe destacar que dos 371mil estabelecimentos identificados, 81,63%,ou seja, 302.9 mil desses estabelecimentos, enquadraram-se na categoria agricultura fa-miliar e ocupam 27,8% da área total dos estabelecimentos. Esses estabelecimentos cor-respondem a 6,93% dos estabelecimentos da agricultura familiar do país.

Com base ainda nas informações do Censo Agropecuário 2006, verifica-se que do totalde estabelecimentos agropecuários 80,29% são ocupados por proprietários, 3,39% sãoocupados por assentados sem titulação definitiva e 6,92% por arrendatários, sendo queoutras categorias representam 9,40%.

No Estado do Paraná, o VBP (Valor Bruto da Produção) da agricultura não familiar érelativamente maior quando comparado com o da agricultura familiar, 57,0% e 43,0%respectivamente. Na comparação com o total do Brasil e o agregado da Região Sul, oParaná apresenta, para a agricultura familiar, melhor resultado comparativamente com odo País (CINTRA; SUZUKI JÚNIOR; PEREIRA, 2009, p.11).

Correspondendo a esse desempenho dos setores produtivos o Paraná ampliou sua represen-tatividade na geração de empregos, passando de 6,06% do total de postos de trabalho formalno país em 1996 para 6,35% desse mesmo total em 2008. Entre o ano 2000 e o ano de2008 o mercado de trabalho formal paranaense foi responsável pela criação incessante devagas de trabalho, mais de 700 mil vagas formais (SUZUKI JÚNIOR, 2009, tabela 7, p.6).

Etapa I I - D i agnós t i co 95

Page 97: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR96

Por outro lado, quando se considera as pessoas residentes em domicílios particulares per-manentes, segundo sua distribuição percentual por classes de rendimento mensal familiarper capita, tem-se a situação apresentada na tabela 1.

TABELA 1 - PESSOAS RESIDENTES EM DOMICÍLIOS PARTICULARES, TOTAL E RESPECTIVA

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL, POR CLASSES DE RENDIMENTO MENSAL FAMILIAR PER CAPITA

- PARANÁ, RMC, REGIÃO SUL E BRASIL - 2006

Unidade geográfica

Total Classes de rendimento mensal familiar per capita(1.000 Pessoas)

(Salário Até 1/4 Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de

Mínimo) 1/4 a 1/2 1/2 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 5 de 5

Paraná 10.379 6,6 16,1 28,8 27,0 8,8 6,3 4,7

RMC 3.215 3,9 13,4 26,9 28,7 10,5 7,8 6,6

Região Sul 27.265 5,5 14,1 27,5 28,5 10,3 6,9 5,1

Brasil 186.628 11,9 19,6 27,2 21,0 7,1 5,0 4,3

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006

De uma população total de cerca de 10 milhões, verifica-se que 51,5% vive em domicílioscom renda familiar per capita de até 1 salário mínimo. Como a média de moradores pordomicílio no Paraná, no mesmo ano, era de 3,28, pode-se entender que os domicílios comaté 1 salário mínimo per capita correspondem àqueles com renda familiar de até 3 saláriosmínimos, faixa da população a ser priorizada pelo PEHIS-PR. Complementando essa in-formação, a tabela 2 apresenta o rendimento médio mensal familiar per capita, das famíliascom rendimento, dos mais pobres e dos mais ricos no ano de 2006. Fica clara, por essa in-formação, a desigualdade de renda entre as maiores e menores rendas e entre diferentes re-giões. Embora os mais pobres do Paraná sejam mais pobres que os da Região Sul, o mesmonão acontece em relação à média do país. Já, na RMC, os rendimentos médios tanto dosmais pobres como dos mais ricos superam os das demais unidades consideradas.

TABELA 2 - RENDIMENTO MÉDIO FAMILIAR PER CAPITA DAS FAMÍLIAS COM RENDIMENTO,

EM REAIS E EM SALÁRIOS MÍNIMOS DOS 10% E 40% MAIS POBRES E DOS 10% MAIS RICOS - PA-

RANÁ, RMC, REGIÃO SUL E BRASIL - 2006

UnidadeRendimentos

geográfica

R$ Salários Mínimos

10% mais 40% mais mais ricos mais pobres mais pobres mais ricos

pobres pobres 10% 10% 40% 10%

Paraná 84,84 187,12 2.733,44 0,24 0,53 7,81

RMC 107,22 219,32 3.352,22 0,31 0,63 9,58

Sul 93,04 208,85 2.803,26 0,27 0,60 8,01

Brasil 58,76 146,87 2.678,42 0,17 0,42 7,65

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006

Page 98: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

É possível ainda analisar a representatividade do Estado em termos populacionais. Desdeos anos 70, o Paraná vem perdendo participação no contexto nacional, mercê da com-binação de um processo emigratório com uma urbanização acelerada e forte redução dafecundidade, que tem levado a um envelhecimento da população do Estado. Em 1970,a população paranaense representava 7,4% do total nacional, reduzindo-se desde então:6,4% em 1980, 5,8% em 1991, 5,6% em 2000 e 5,4% em 2010.

De acordo com os dados populacionais do IBGE em 2007, quando o Brasil atingiu acifra de 188.029 milhões de pessoas, o Paraná abrigava um contingente de 10.506 mi-lhões de habitantes (tabela 3), respondendo pela 6ª posição entre as unidades da Fede-ração, com 5,59% da população do Brasil, vindo depois de São Paulo (21,65%), MinasGerais (10,48%), Rio de Janeiro (8,38%), Bahia (7,65%) e Rio Grande do Sul (5,75%).Em 2010, o Paraná apesar da queda na taxa de crescimento da população, continua na6.ª posição entre os demais estados.

TABELA 3 - POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL, TAXAS DE URBANIZAÇÃO E DÉFICIT HA-

BITACIONAL - BRASIL, REGIÃO SUL, PARANÁ E REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - 2007

Etapa I I - D i agnós t i co 97

UnidadeTaxa de

geográfica

População 2007 (Em mil)urbanização

Déficit habitacional 2007 (Em mil)

2007 (%)Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Brasil 188.029 156.763 31.266 83,37 6.273 5.180 1.093

Região Sul 27.327 22.637 4.690 82,84 703 617 86

Paraná 10.506 8.888 1.618 84,60 272 241 32

RMC 3.176 2.870 306 90,37 91 85 6

Fonte: IBGE/PNAD 2007 e Ministério da Cidades/Secretaria Nacional de Habitação - Déficit Habitacional no Brasil 2007

Não obstante a pujança e importância alcançadas pela agropecuária e pelo agronegócioparanaenses, desde os anos 80 a maior parte da população do Estado vive em áreas ur-banas. Em 2006, 85,3% dos domicílios particulares permanentes do Paraná situavam-seem área urbana.

As taxas de urbanização vêm evoluindo rapidamente: em 1980, 58,6% da população eraurbana, passando para 73,4% em 1991, 77,9% em 1996, 81,4% em 2000, até atingir84,1% em 2007. Isto porque a atividade agropecuária paranaense apresenta elevada in-corporação de tecnologia, estabelecendo forte integração com o agronegócio, queabrange atividades de transformação industrial, comércio e serviços de caráter eminen-temente urbano.

Os centros urbanos do Paraná formam uma densa teia de relações e estabelecem suas re-giões de influência com base nas redes de interação que conectam as cidades. Estudo re-cente feito pelo IBGE e utilizado pelo Ipardes, indicou que a metrópole Curitiba polariza9 capitais regionais e 28 centros sub-regionais, abrangendo uma área de influência queextrapola as fronteiras do Estado35 (IPARDES, 2009).

35 As nove capitais regio-nais são: Florianópolis,Cascavel, Londrina, Ma-ringá, Blumenau, Cha-pecó, Joinville, PontaGrossa e Criciúma. Os28 centros sub-regio-nais são: Foz do Iguaçu,Francisco Beltrão, To-ledo, Apucarana, CampoMourão, Paranavaí, Gua-rapuava, Paranaguá, PatoBranco, Umuarama, Riodo Sul, Caçador, Itajaí,Joaçaba, Lages, Tubarão,Ivaiporã, Santo Antonioda Platina, Cianorte,União da Vitória, Con-córdia, São Miguel doOeste, Xanxerê, Ara-ranguá, Videira, Balneá-rio Camboriú, Brusquee Mafra.

Page 99: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR98

Entre as questões enfrentadas pelos centros urbanos estaduais encontram-se as deficiên-cias da infraestrutura urbana, com destaque para a área de habitação. Estudo feito pelaFundação João Pinheiro (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2006a), atendendo solici-tação do Ministério das Cidades, estimam o déficit habitacional do Paraná, para o anode 2007, em 272,5 mil unidades, sendo 240,8 mil unidades, ou 88%, nas áreas urbanase 31,7 mil unidades na zona rural (BRASIL, 2009a, p.25). A Região Metropolitana deCuritiba (RMC) tem um déficit total de 91,4 mil unidades (85 mil no urbano e 6,4 milno rural). Em relação ao total do Brasil, o déficit estadual representa 4,34%, e o da RMCé de 4,92% do déficit total das regiões metropolitanas (ver tabela 3).

O mesmo estudo revela que 86,8% deste déficit refere-se a famílias com renda médiamensal familiar de até 3 salários mínimos. Na RMC, essas famílias abarcam 80,3% dodéficit total. As famílias com renda média mensal de mais de 3 a 5 salários mínimos res-pondem por 8,9% do déficit do Estado e por 12,0% do da RMC (tabela 4).

TABELA 4 - DÉFICIT HABITACIONAL SEGUNDO FAIXAS DE RENDA MÉDIA MENSAL - BRASIL

, REGIÃO SUL, PARANÁ E REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - 2007

UnidadeFaixas de renda média familiar mensal

geográfica

(Salários Mínimos)

Até 2Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de

Total2 a 3 3 a 6 6 a 8 8 a 10 de 10

Brasil 73,4 16,0 8,1 1,1 0,4 1,0 100,0

Região Sul 65,5 19,3 11,7 2,0 0,4 1,1 100,0

Paraná 69,2 17,6 10,3 1,1 0,4 1,4 100,0

RMC 61,2 19,0 13,8 3,2 1,0 1,7 100,0

Fonte: Ministério da Cidades/Secretaria Nacional de Habitação - Déficit Habitacional no Brasil 2007

Considerando o déficit habitacional urbano para a parcela que corresponde às famílias10% mais pobres, o citado trabalho estima que no Paraná essas famílias respondem por37,7% do déficit habitacional urbano, e que na RMC respondem por 39,0% deste dé-ficit. Considerando ainda os aglomerados subnormais, ou seja, setores censitários clas-sificados pelo IBGE como favelas, foram encontrados no Paraná 17,2 mil domicíliosnesta condição e, na RMC, 12,8 mil domicílios, equivalendo em ambos os casos a menosde 1% do total nacional, bem como do total das regiões metropolitanas. Nesses domi-cílios, o déficit habitacional corresponde a 7,7% no Paraná e 10,1% na RMC do totalde domicílios em aglomerados subnormais (BRASIL 2009a, p.29).

Alterações Demográficas Recentes36

Nesse tópico da análise, pretende-se descrever a trajetória recente dos movimentos popu-lacionais no Paraná, considerando as informações por mesorregião geográfica e o período

36 Capítulo elaborado peloIPARDES – Instituto deDesenvolvimento Econô-mico Social do Paraná,por encomenda da COHAPAR, PEHIS-PR.

Page 100: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

transcorrido entre o Censo Demográfico de 2000 e a contagem populacional feita peloIBGE em 2007. A sequência do capítulo apresenta a caracterização do Paraná segundosuas mesorregiões, com uma visão evolutiva de suas características mais marcantes.

A distribuição da população do Estado em 2007, nas mesorregiões geográficas, revelaque a urbanização no Estado continua ocorrendo em todas as regiões, mantendo as ten-dências de concentração observadas nas décadas anteriores ao ano 2000.

Esse processo de concentração urbana é especialmente significativo para as mesorregiõesMetropolitana de Curitiba e Norte Central, embora as regiões Oeste, Centro-Oriental eNoroeste caminhem também nessa direção, ao concentrar grandes contingentes de po-pulação urbana. Além disso, a Metropolitana e a Oeste são as regiões com as maiorestaxas de crescimento anual da população urbana (2,12 e 1,93% ao ano, respectivamente)embora seguidas de perto pela Centro-Oriental (1,62%) e pela Sudoeste (1,43% a.a).

A Metropolitana de Curitiba concentra o maior contingente populacional do Estado,tanto em termos de população total como de população urbana e rural. Em termos deconcentração da população total, vem a seguir a Região Norte Central e a Oeste. Omaior contingente de população rural, depois da Metropolitana, está na Região Centro-Sul, seguido de perto pela Região Oeste e pela Norte Central. Estas últimas abrigam osprincipais centros regionais de produção agropecuária.

Observa-se ainda que todas as regiões apresentam taxas negativas de crescimento parapopulação rural, à exceção da Metropolitana de Curitiba, onde o processo de ocupaçãourbana tem se dado sobre áreas rurais próximas às sedes urbanas de alguns municípios.Como essas áreas ainda estão categorizadas como rurais, as pesquisas acabam registrandoessas ocupações como aglomerado rural de extensão urbana, interferindo nas taxas decrescimento da população rural (tabela 5).

TABELA 5 - DÉFICIT HABITACIONAL SEGUNDO FAIXAS DE RENDA MÉDIA MENSAL - BRASIL,

REGIÃO SUL, PARANÁ E REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - 2007

Etapa I I - D i agnós t i co 99

Mesorregião Nº de População - 2007 Taxas de crescimento Grau de

Geográfica municípiosanual 2000/2007 Urb. (%)

Total Urbano Rural Total Urbana Rural 2000 2007

Noroeste 61 652.605 527.158 125.447 0,27 0,94 (2,22) 77,3 80,8

Centro-Ocidental 25 331.220 257.508 73.712 (0,68) 0,35 (3,75) 72,6 77,7

Norte Central 79 1.954.862 1.770.356 184.506 1,00 1,36 (2,03) 88,4 90,4

Norte Pioneiro 46 540.296 421.316 118.980 (0,22) 0,35 (2,04) 75,1 78,0

Centro-Oriental 14 674.124 563.551 110.573 1,18 1,62 (0,86) 81,2 83,4

Oeste 50 1.245.391 1.055.301 190.090 1,35 1,93 (1,45) 81,6 84,5

Sudoeste 37 476.540 311.134 165.406 0,12 1,43 (2,03) 59,9 65,3

Centro-Sul 29 543.564 350.019 193.545 0,29 1,14 (1,13) 60,9 64,4

Sudeste 21 396.081 221.232 174.849 0,73 1,37 (0,03) 53,6 55,9

RMC* 37 3.469.820 3.180.235 289.585 1,94 2,12 0,06 90,6 91,5

Paraná 399 10.284.503 8.657.809 1.626.694 1,10 1,60 (1,32) 81,4 84,1

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 e Contagem Populacional 2007 * Região Metropolitana de Curitiba

Page 101: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR100

Cabe observar que três mesorregiões disputam entre si o espaço no ranking das regiões

menos urbanizadas do Estado: Sudeste, Centro-Sul e Sudoeste, correspondendo às áreas

de agrossilvicultura mais intensa.

Outras duas mesorregiões, ainda que apresentem taxas positivas de crescimento da po-

pulação urbana, persistem no processo de redução em seu crescimento total, já observado

na década anterior, com taxas negativas entre 2000 e 2007. São elas a Centro-Ocidental

e a Norte Pioneiro.

As mesorregiões mais dinâmicas do ponto de vista populacional são também as que apre-

sentam bases econômicas mais consolidadas e cujos centros urbanos principais confor-

mam áreas metropolitanas que sediam polos regionais em torno das quais gravitam os

demais centros urbanos.

O mapa 1 mostra a distribuição dos municípios segundo classes de população de acordo

com os dados da Pesquisa do IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros, tendo como re-

ferência o ano de 2008 e sua agregação em mesorregiões geográficas.

Em resumo, pode-se verificar que entre 2000 e 2007 o número de municípios com até

20 mil habitantes reduz-se de 318 para 317. Já, o grupo de municípios com população

superior a 20 mil até 100 mil habitantes vê seu número reduzir de 69 para 67, ao mesmo

tempo que aumenta o número de municípios componentes dos grupos extremos, ou

seja, com mais de 100 mil habitantes (tabela 6).

Page 102: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

TABELA 6 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR CLASSES DE TAMANHO, SEGUNDO MESORRE-

GIÕES GEOGRÁFICAS - PARANÁ - 2000/2007

Etapa I I - D i agnós t i co 101

MesorregiãoClasse de população

geográficasAté 20.001 50.001 Mais de

20.000 a 50.000 a 100.000 100.001

2000 2007 2000 2007 2000 2007 2000 2007

Noroeste 57 57 1 1 3 3 0 0

Centro-Ocidental 22 22 2 2 1 1 0 0

Norte Central 64 64 9 8 3 4 3 3

Norte Pioneiro 39 39 7 7 0 0 0 0

Centro-Oriental 5 5 6 6 2 2 1 1

Oeste 40 40 7 7 1 0 2 3

Sudoeste 32 33 3 2 2 2 0 0

Centro-Sul 23 23 5 5 0 0 1 1

Sudeste 16 16 4 3 1 2 0 0

RMC 20 18 7 9 5 3 5 7

Total 318 317 51 50 18 17 12 15

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 e Contagem Populacional 2007

Em 2000, nenhum dos municípios do Norte Pioneiro apresentava população igual ou

superior a 50 mil habitantes, permanecendo essa situação em 2007. Já, as mesorregiões

Noroeste, Centro-Ocidental, Sudoeste e Sudeste não tinham, e continuam não tendo,

nenhum município com mais de 100 mil habitantes. A Região Oeste, por sua vez, que

tinha um município na classe de 50 a 100 mil, deixa de tê-lo em 2007 e passa a ter, em

vez de dois, três municípios na classe de 100 a 500 mil habitantes. Apesar dessas altera-

ções, dentro das classes de população permanece a concentração da população do Estado

nos municípios com mais de 50 mil habitantes.

Outro aspecto relevante, em se tratando de alterações de aspectos demográficos, é o en-

velhecimento acelerado da população estadual. Em 2000, o grupo etário mais represen-

tativo entre a população idosa era o de 60 a 64 anos (2,8% da população total).

Entretanto, os que apresentaram a maior taxa de crescimento no período 1991-2000

foram os grupos entre 70 a 74 e de mais de 80 anos (que representam 5,6% do total),

indicando um padrão de crescimento da população idosa. A contagem populacional de

2007 indica que essas tendências se mantêm e que os idosos representam 9,7% da po-

pulação residente no Paraná.

Interessante observar que o Censo de 2000 revelou que, em 61% dos domicílios para-

naenses onde residem idosos, estes eram os responsáveis pelos domicílios. Observou-se

também um aumento de percentual de domicílios unipessoais sob responsabilidade de

idosos, passando de 15% em 1991 para 19% em 2000 (IPARDES, 2008).

Em resumo, é possível observar que o Estado do Paraná em conformidade com o Brasil

está sendo afetado pelo processo de transição demográfica, em que a participação dos

Page 103: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR102

idosos é cada vez mais relevante. Esse efeito aparece tanto na área urbana quanto na

rural, porém nesta última observou-se uma intensidade maior.

A recente divulgação dos resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010 per-

mite uma primeira aproximação ao comportamento mais recente da população para-

naense. Observa-se de imediato a redução na intensidade do crescimento da população

do Estado: de 1,4% ao ano entre 1991 e 2000 para a metade (0,7% a.a.) no período

recente.

Duas mesorregiões perdem população em termos absolutos entre 2000 e 2010 – Cen-

tro-Ocidental e Norte Pioneiro – mas desaceleram a taxa de perda populacional em re-

lação à década anterior.

A Metropolitana de Curitiba, embora reduzindo sua taxa de crescimento à metade da

década anterior, continua apresentando a maior taxa entre todas as mesorregiões. Segue-

se a Norte Central, que também reduziu a intensidade em seu crescimento mas tem a

segunda maior taxa de crescimento anual, graças à presença dos aglomerados metropo-

litanos de Londrina e Maringá. A Centro-Oriental vem a seguir, em termos de taxa de

crescimento, graças à presença do polo regional de Ponta Grossa.

De modo geral, há uma desaceleração nas taxas de crescimento populacional em relação

à década anterior, com apenas duas exceções: as mesorregiões Noroeste e Sudoeste, que

deixam de ter uma taxa negativa de crescimento e passam a crescer cerca 0,5% ao ano.

Em síntese, essas informações preliminares já indicam que o Paraná cresce em ritmo

menos intenso mas mantém o processo de concentração populacional em algumas re-

giões mais urbanizadas (tabela 7).

TABELA 7 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR CLASSES DE TAMANHO, SEGUNDO MESORRE-

GIÕES GEOGRÁFICAS - PARANÁ - 2000/2007

Mesorregiões Censo 2000Censo 2010

Taxa geométrica de

(04/11/10)crescimento anual (%)

1991/2000 2000/2010

Noroeste 641.084 674.901 -0,25 0,52

Centro-Ocidental 346.648 332.686 -1,24 -0,41

Norte Central 1.829.068 2.006.870 1,24 0,93

Norte Pioneiro 548.190 543.595 -0,15 -0,08

Centro-Oriental 623.356 680.200 1,46 0,88

Oeste 1.138.582 1.208.051 1,28 0,59

Sudoeste 472.626 495.758 -0,13 0,48

Centro-Sul 533.317 540.636 0,69 0,14

Sudeste 377.274 403.011 0,89 0,66

RMC 3.053.313 3.381.029 3,13 1,02

Paraná 9.563.458 10.266.737 1,40 0,71

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 2000/2010 elaboração IPARDES

Page 104: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

O mapa 2 apresenta um comparativo entre 2000 e 2010 do crescimento da população

dos municípios do Paraná, onde se verifica os municípios que ganham população por

terem taxas anuais de crescimento positivas, os que perdem população por apresentarem

taxas negativas e os que permanecem estáveis, com taxas de crescimento iguais a zero.

As especificidades do processo de urbanização paranaense está profundamente correla-

cionada com o tamanho e funções assumidas pelos centros urbanos e traz elementos de

interpretação que auxiliam a compreensão do déficit, seja de habitação seja de infraes-

trutura.

O estudo Tipologia das Cidades Brasileiras, elaborado pelo Observatório das Metrópoles

para o Ministério das Cidades em 2005 (BITOUN; MIRANDA, 2009), sugere uma ti-

pologia de cidades que foi utilizada pelo Plano Nacional de Habitação (PLANHAB)

para definir os programas habitacionais mais adequados a cada tipo de município em

relação às suas condições de produção. Essa tipologia classifica os municípios brasileiros

a partir de sua população, polarização regional, variáveis socioeconômicas, níveis de po-

breza, etc., e define 11 tipos de municípios, a partir da junção de alguns dos 19 grupos

do estudo original. Desses 11 grupos, o Paraná apresenta 8, conforme se verifica no qua-

dro 1, na página a seguir, e na tabela 29 deste texto.

Etapa I I - D i agnós t i co 103

Page 105: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

QUADRO 2 - NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO DOS MUNICÍPIOS À DINÂMICA METROPOLITANA - RMC

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR104

O mapa 3 apresenta a visualização dos municípios classificados em cada um desses grupos

considerados pelos resultados da tipologia. De modo geral, a tipologia adotada reflete

as condições dos municípios paranaenses. Um cuidado, porém, deve ser tomado com

relação aos municípios componentes do grupo B. Isto porque ao se considerar em um

Níveis de integração Municípios

Polo Curitiba;

Muito alto Almirante Tamandaré, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais e São José dos Pinhais;

Alto Araucária e Piraquara;

Médio Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Itaperuçu, Mandirituba e Quatro

Barras;

Baixo Balsa Nova e Rio Branco do Sul;

Muito baixo Adrianópolis, Agudos do Sul, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Contenda, Doutor Ulysses,

Lapa, Quitandinha, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

Fonte : MOURA (2009)

QUADRO 1 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS SEGUNDO TAMANHO DA POPULAÇÃO E TIPOLOGIA

Tipologia de municípios segundo tamanho da população Número

de municípios

Municípios integrantes de regiões metropolitanas e/ou com mais de 100 mil habitantes

B Regiões Metropolitanas e principais aglomerações e capitais do Centro-Sul. Metrópoles, aglomerações

urbanas e capitais situadas em regiões de alto estoque de riqueza e grande importância funcional

na rede de cidades. São consideradas cidades-polo em suas respectivas regiões. 26

D Aglomerados e centros regionais do Centro-Sul. Municípios situados em regiões com alto estoque

de riquezas, com importância como centros polarizados em sua microrregião. 26

Municípios com população entre 20 e 100 mil habitantes

F Centros urbanos em espaços rurais prósperos. Municípios que estão crescendo moderadamente,

situados nas microrregiões mais ricas do país. Têm mais condições de enfrentar o déficit com

recursos próprios. 16

G Centros urbanos em espaços rurais consolidados, com algum grau de dinamismo. Municípios situados

em microrregiões historicamente de maior pobreza e relativa estagnação, mas apresentam situação

mais positiva em comparação aos tipos subsequentes. 34

H Centros urbanos em espaços rurais com elevada desigualdade e pobreza. Municípios que se destacam

pelos níveis mais elevados de pobreza, maior número de domicílios sem banheiro e alto déficit

habitacional relativo. 4

Municípios com população com menos de 20 mil habitantes

I Pequenas cidades em espaços rurais prósperos. 60

J Pequenas cidades em espaços rurais consolidados, mas de frágil dinamismo recente. 149

K Pequenas cidades em espaços rurais de pouca densidade econômica. 84

Fonte: Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Habitação – Plano Nacional de Habitação – PLANHAB, 2009

Page 106: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Etapa I I - D i agnós t i co 105

único agregado todos os municípios componentes das regiões metropolitanas, este grupo

acaba englobando municípios com grandes disparidades, situados num amplo espaço

classificado como metropolitano por critérios legais. Assim, recomenda-se considerar,

para efeitos de política habitacional e financiamento de infraestrutura, a enorme diver-

sidade interna a esse grupo e os diferentes níveis de integração dos municípios ao polo

metropolitano, tal como foi feito no estudo do Observatório das Metrópoles (MOURA

et al., 2009). Neste, os municípios da Região Metropolitana de Curitiba foram classifi-

cados segundo suas especificidades socioeconômicas e sua integração à dinâmica da aglo-

meração metropolitana, nos níveis descritos no quadro 2.

Características Regionais do Paraná37

Neste tópico da análise, apresenta-se uma visão abrangente das principais caracterís-ticas

que particularizam e diferenciam as mesorregiões do Paraná (IPARDES, 2004b).

Apresentadas a partir do histórico de sua ocupação, as principais características econô-

micas, os ativos tecnológicos e infraestruturais, as condições ambientais e a evolução das

variáveis demográficas, bem como do processo de urbanização e condições sociais que

apresentam, essas características explicam a dimensão e abrangência das neces sidades ha-

bitacionais.

37 Capítulo elaborado peloIPARDES – Instituto deDesenvolvimento Econômico Social do Paraná por encomenda da COHAPAR para o PEHIS-PR.

Page 107: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR106

É importante destacar que o período abrangido pela análise, em boa parte desses temas,encerra-se no ano 2000, haja vista que as informações disponíveis por município são ob-tidas diretamente do Censo Demográfico, o qual está sendo atualizado nesse ano de2010. Essa defasagem de dados, no entanto, não compromete a visão regional aqui ex-pressa visto que mudanças estruturais levam décadas para se consolidar.

Mesorregião Noroeste Paranaense38

A ocupação da mesorregião Noroeste Paranaense foi desencadeada a partir dos anos 40,em função da expansão da fronteira agrícola no Estado, assentada no avanço da cafeicul-tura. Entre as mesorregiões que integraram essa fronteira, na Noroeste observou-se amaior dificuldade para passar, da crise cafeeira dos anos 60/70, para o novo padrão demodernização da atividade agrícola, dificuldade relacionada fundamentalmente às limi-tações ao uso dos solos. A alta suscetibilidade à erosão, determinada pela ocorrência doarenito caiuá, inviabilizou a expansão mais acentuada de culturas anuais, fazendo comque a pecuária extensiva fosse a opção ao declínio do café. Consequentemente, mesmocom os avanços recentes nas técnicas de manejo e conservação dos solos e a expansão dealgumas culturas agrícolas, a Noroeste se particulariza pela elevada participação da pe-cuária no conjunto das atividades desenvolvidas na região.

Embora seu relevo seja predominantemente plano, a região possui apenas 45% dos solosconsiderados aptos ao desenvolvimento de atividades agrosilvopastoris, permitindo a me-canização da produção, mas requerendo práticas adequadas de conservação. Em razão dohistórico uso inadequado das terras e do intenso desmatamento, a Noroeste aparece comouma das mesorregiões ambientalmente mais degradadas do Estado, com apenas 4,1% dacobertura florestal original preservada. Esses remanescentes se encontram, em sua maiorparte, em áreas de proteção ambiental, com destaque para o Parque Nacional de Ilha Grande.

Os dois períodos do processo de ocupação da região – expansão do café e transição para apecuária – deixaram sua marca na dinâmica demográfica regional. No início dos anos 70, oNoroeste era a segunda mesorregião mais populosa do interior do Paraná e, a partir de então,passou por intenso processo de decréscimo populacional, ligado principalmente ao compo-nente migratório, que, inicialmente no meio rural e, mais recentemente, nas áreas urbanas,apresenta contínuos saldos negativos, consolidando o caráter expulsor de população do No-roeste. Em decorrência dessas dinâmicas de redistribuição espacial da população, a regiãomantém como centros mais populosos os municípios de Paranavaí, Umuarama e Cianorte.

Os indicadores populacionais apontam para um estágio relativamente avançado de tran-sição demográfica, com nível de fecundidade inferior ao observado para o Estado e ín-dices de expectativa de vida ao nascer, no início dos anos 90, similares aos do Paraná.Algumas características dessa transição são afetadas pela seletividade (sexo e idade) doprocesso migratório: a Noroeste apresenta o maior índice de idosos entre as dez mesor-regiões paranaenses, com a quase totalidade dos seus municípios registrando índice su-perior à média estadual (19,7%); e, diferentemente de outras mesorregiões, hápredomínio de homens entre a população idosa.

38 A mesorregião NoroesteParanaense é compostapor 61 municípios: AltoParaná, Alto Piquiri, Altô-nia, Amaporã, Brasilândiado Sul, Cafezal do Sul,Cianorte, Cidade Gaúcha,Cruzeiro do Oeste, Cru-zeiro do Sul, Diamante doNorte, Douradina, Espe-rança Nova, FranciscoAlves, Guiraçá, Guapo-rema, Icaraíma, Inajá, India-nópolis, Iporã, Itaúna doSul, Ivaté, Japurá, JardimOlinda, Jussara, Loanda,Maria Helena, Marilena,Mariluz, Mirador, NovaAliança do Ivaí, Nova Lon-drina, Nova Olimpia, Pa-raíso do Norte,Paranacity, Paranapoema,Paranavaí, Perobal, Pérola,Planaltina do Paraná,Porto Rico, Querência doNorte, Rondon, SantaCruz do Monte Castelo,Santa Izabel do Ivaí, SantaMônica, Santo Antônio doCaiuá, São Carlos do Ivaí,São João do Caiuá, SãoJorge do Patrocínio, SãoManoel do Paraná, SãoPedro do Paraná, SãoTomé, Tamboara, Tapejara,Tapira, Terra Rica, Tuneirasdo Oeste, Umuarama,Alto Paraíso, Xambrê.

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A qualidade da urbanização, que se expressa em grande medida na cobertura do sanea-mento básico, reproduz o padrão estadual de acentuada defasagem entre os serviços deabastecimento de água e de esgotamento sanitário, assim como a maior precariedade decobertura nas áreas rurais. Em relação ao abastecimento de água, a mesorregião apresentauma situação mais favorável do que outras regiões do Estado, devido ao desenvolvimentode ações de abastecimento comunitário.

Em 2010, os resultados preliminares do Censo Demográfico constataram um cresci-mento populacional de apenas 0,52% ao ano em relação a 2000. As projeções para 2020e 2023 indicam um crescimento negativo para a população da região.

Em 2008, segundo a publicação Perfil dos Municípios Brasileiros do IBGE, dos 61 mu-nicípios da mesorregião, 17 possuíam Plano Diretor e 38 estavam elaborando-o; ou seja,90% dos municípios experimentavam a idéia de planejamento do seu território. Por outrolado, no mesmo período, 12% dos municípios da região não possuíam nenhum instru-mento de política habitacional pois alguns ainda estavam elaborando seu Plano Diretor,concentrando a maior proporção relativa (18,5%) dos municípios do Paraná nessa con-dição. A grande maioria (88%) dos municípios da região possuía cadastro de interessadosem habitação, instrumento mais simples para uma política de intervenção na questão ha-bitacional. Porém, quando se trata de associar a existência de cadastro a um órgão gestorda política habitacional, a relação cai para apenas 1,6% dos municípios.

Outro instrumento de política habitacional que começa a aparecer com destaque entre osmunicípios da região (em 41% deles) são os Conselhos Municipais de Habitação (CMH),acompanhados ou não da presença de Fundos Municipais de Habitação (FMH). A expres -sividade dessa participação é ainda maior ao considerar-se que se trata de um recursocriado recentemente. Não se pode desconsiderar, no entanto, que conselhos, fundos e pla-nos locais representam uma condição para a obtenção de recursos do governo federal.39

Relativamente a outros indicadores sociais, a mesorregião Noroeste fica aquém do padrãomédio estadual, embora se possa perceber desempenhos favoráveis em algumas dimen-sões. Assim, apenas Cianorte e Umuarama apresentam valores do IDH-M acima damédia estadual, enquanto 13 municípios encontram-se entre os 100 menores índices doEstado. O componente do IDH-M que se apresenta mais favorável é o nível de expec-tativa de vida ao nascer, reiterado pelo índice de mortalidade infantil, que se situa abaixoda média estadual na maior parte dos municípios. A maioria dos municípios tambémapresenta desempenho acima da média estadual quanto à frequência escolar nos níveispré-escolar e fundamental. O desafio central relaciona-se à superação da pobreza, queenvolve um quarto dos habitantes da mesorregião.

Constatou-se que a mesorregião apresentou, no período 1996-2001, um dos maioresincrementos relativos no nível de emprego formal no Estado, cabendo destacar o forteaumento do emprego na indústria têxtil (vestuário), muito em função do dinamismodeste setor em Cianorte.

As atividades agropecuárias mantêm participação expressiva na ocupação da mão de obraregional. Essas atividades apresentam, comparativamente a outras mesorregiões, indica-dores de produtividade mais baixos, e estão estruturadas principalmente em torno dapecuária bovina. A cultura do algodão, que tinha peso no setor, sofreu forte redução nos

Etapa I I - D i agnós t i co 107

39 Essas informações eanálises estão mais de-talhadas no capítulo 2deste trabalho.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR108

anos 90. Nessa mesma década, porém, a Noroeste se constituiu em fronteira para a ex-pansão da soja e do milho, em um sistema que se vale da reforma de pastagens e dosavanços tecnológicos observados na área de manejo e conservação de solos. Além da ex-pansão de commodities, observou-se crescimento de produtos direcionados à indústria,como a cana, mandioca e aves, além da produção estadual destacada de casulos do bicho-da-seda, café e fruticultura (abacaxi, laranja e manga).

Em termos industriais, a Noroeste concentra as atividades de beneficiamento da man-dioca e se constitui no maior polo sucroalcooleiro do Estado. Em sua dinâmica, nas duasúltimas décadas, destaca-se o forte avanço na área de confecção, na qual a região se inserecomo referência nacional.

A infraestrutura viária da mesorregião depende fundamentalmente do sistema rodoviário,que interliga as principais cidades, consideradas boas, de um modo geral, em condiçõesde tráfego. É exceção a BR-487, que se encontra em situação crítica, comprometendosua função de ligação entre Umuarama e Campo Mourão e, também, o potencial de es-coamento da produção do Mato Grosso do Sul, pela subutilização do complexo de pon-tes de Porto Camargo.

A região não dispõe de infraestrutura específica para apoiar e estimular as experiênciasde Ciência, Tecnologia e Inovação, como incubadoras, agências de desenvolvimento oucentros tecnológicos. Porém, algumas iniciativas estão em andamento, reunindo diversasentidades empresariais e públicas, relacionadas a alguns segmentos produtivos da região,principalmente mandioca, couro e moda.

Mesorregião Centro-Ocidental Paranaense

Duas áreas fisiográficas configuram o território da mesorregião Centro-Ocidental Para-naense40, a maior delas incluindo compartimentos com a presença do arenito Caiuá,mesmo assim com aptidão que varia de boa a regular, e a menor, na porção leste da re-gião, com solos apresentando maior restrição. No conjunto, cerca de 77% dos solos sãoconsiderados aptos ao desenvolvimento de práticas agrícolas mecanizáveis.

O intenso uso das terras resultou em forte redução da cobertura florestal, restando atual-mente em torno de 5% da cobertura original – a menor área de remanescentes florestaisno Estado. Apesar de existirem várias Unidades de Conservação, a área total legalmenteprotegida é muito pequena.

A partir dos anos 40, a mesorregião intensificou seu processo de ocupação como resul-tado do encontro de dois fluxos populacionais, um deles oriundo do norte do Estado,relacionado à expansão do café, e o outro decorrente do movimento de gaúchos e cata-rinenses nas porções oeste e sudoeste do Paraná, com a policultura alimentar. Esses sis-temas, organizados por produtores familiares, mantiveram-se até o início dos anos 70,período em que a região se integrou ao movimento mais amplo de expansão da agricul-tura moderna no Paraná, com profundas mudanças na organização da produção, con-centrando a terra e liberando mão de obra rural.

40 A mesorregião Centro-Ocidental Paranaense écomposta por 25 municí-pios: Altamira do Paraná,Araruna, Barbosa Ferraz,Boa Esperança, Campinada Lagoa, Campo Mourão,Corumbataí do Sul, Enge-nheiro Beltrão, Farol,Fênix, Goioerê, Iretama,Janiópolis, Juranda, Lui-ziana, Mamborê, MoreiraSales, Nova Cantu, Pea-biru, Quarto Centenário,Quinta do Sol, RanchoAlegre d’Oeste, Ronca-dor, Terra Boa, Ubiratã.

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Os impactos desse processo sobre a dinâmica demográfica foram intensos e imprimiramna mesorregião características que a situam como área de esvaziamento populacional –em 21 municípios houve, nos anos 90, redução da população total. Mesmo Campo Mou-rão, o principal centro da mesorregião, apresentou taxa de crescimento inferior a 0,5%ao ano, indicando dificuldades de reter o aumento populacional que decorreria do cres-cimento vegetativo de sua população. Esse comportamento se estendeu inclusive às áreasurbanas da região, notando-se forte desaceleração das taxas de crescimento, bem comoperdas populacionais absolutas.

Essa mesorregião apresentou crescimento anual negativo da população (-0,41%) entre2000 e 2010. A região perdeu mais de 13 mil pessoas, e a projeção para 2023 é de quea região continuará perdendo população em termos absolutos, não recuperando o con-tingente populacional do ano 2000.

Similarmente ao Estado, observa-se na mesorregião mudanças relativas à queda nos níveisde fecundidade e redução no nível de mortalidade, com a consequente alteração do perfiletário da população. A intensidade do processo migratório e sua seletividade acentuaramo ritmo de envelhecimento, com a Centro-Ocidental apresentando um dos mais elevadosíndices de idosos entre as mesorregiões paranaenses.

Em 2000, nenhum de seus municípios apresentou valores do IDH-M acima do verifi-cado para o Estado (0,787), sendo que, em relação ao ano de 1991, vários deles perde-ram posição no ranking estadual. Entre os componentes do IDH-M, os melhoresresultados são observados em relação à educação, em decorrência do atendimento escolarnos níveis básicos, da creche até o Ensino Fundamental. O pior desempenho ocorre emrelação à renda, dimensão na qual todos os municípios encontram-se abaixo da médiaestadual, fato que se reflete no alto percentual (32%) de famílias em situação de pobreza.

O perfil de mortalidade da população acompanha o padrão estadual, com maior peso dosóbitos decorrentes de causas do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho respiratório,destacando-se também a participação das causas externas, que expressam mortes violentas.No que se refere à mortalidade infantil, a quase totalidade dos municípios, inclusive opolo regional, apresentava em 2000 níveis de mortalidade superiores à média estadual.

Nas áreas urbanas da mesorregião, a disponibilidade dos serviços de abastecimento deágua e coleta de lixo, em condição adequada, está próxima da universalização, o que nãose verifica no caso do esgotamento sanitário. De modo geral, no meio rural as condiçõesde saneamento são bastante precárias.

Em termos de política urbana, a região apresentava em 2008 uma situação bastante con-fortável, com 24 dos seus 26 municípios tendo planos diretores concluídos ou em pro-cesso de elaboração. O mesmo pode ser dito em relação aos instrumentos de intervençãona questão habitacional. A totalidade dos municípios da mesorregião possui cadastrosde famílias interessadas, não existindo nenhum município que não apresente pelo menosum instrumento de intervenção no setor.

Enquanto os municípios da região representam 6,3% do total do Estado, sua participaçãono total dos que possuem Conselho Municipal de Habitação (CMH) se eleva para 55%,e para 35% quando se trata de Fundo Municipal de Habitação (FMH). A região apre-

Etapa I I - D i agnós t i co 109

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR110

sentava em 2000 o menor déficit habitacional relativo entre as mesorregiões, à exceçãoda Metropolitana de Curitiba.

A economia regional baseia-se na agricultura e agroindústria, que se consolidaram como processo de modernização ocorrido a partir dos anos 70, porém sem elevar a partici-pação na renda gerada no Estado. Ao contrário, a mesorregião teve sua participação noVAF estadual reduzida, a ponto de apresentar, em 2000, o menor valor entre as dez me-sorregiões paranaenses. Apesar da diminuta intensidade do crescimento regional, a ati-vidade agrícola manteve seu dinamismo, com as transformações da base técnicasuperando os problemas de baixa fertilidade natural dos solos e alterando a pauta de pro-dutos na direção das commodities (soja, trigo e, mais recentemente, milho) e de maté-rias-primas industriais (algodão e cana). Nos anos 90, a Centro-Ocidental consolidou-secomo uma das principais mesorregiões produtoras de grãos no Estado, participando comcerca de 12% do total estadual. Por outro lado, a cultura do algodão sofreu profundorevés, com grande impacto regional, dada sua importância pela demanda de trabalhoagrícola.

A mesorregião Centro-Ocidental apresentou a terceira maior taxa de desemprego e omenor crescimento relativo e absoluto do emprego formal, no período 1996-2001, re-gistrando, inclusive, redução em Campo Mourão. Além disso, é a única mesorregiãoque, nesse período, não teve nenhum segmento industrial com aumento expressivo deemprego.

Na matriz industrial da região destacam-se os segmentos açúcar e álcool, óleo/ gordurasvegetais, algodão e mandioca. O segmento têxtil, ligado ao algodão, ainda mantém re-levância, apesar da crise dos anos 90. No complexo agroindustrial, a Cooperativa Agro-pecuária Mourãoense (Coamo) tem uma atuação que extrapola os limitesmesorregionais, constituindo-se no maior grupo exportador de produtos agrícolas eagroindustriais do Paraná.

Em relação às experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação, destacam-se, em Campo Mourão, atividades de incubadora, apoiando empreendimentos de basetecnológica na área de equipamentos de saúde, e um hotel tecnológico, com projetos naárea de alimentos e meio ambiente.

A mesorregião apresenta um sistema viário bastante articulado, revelando bom estado deconservação nas ligações com as mesorregiões Norte Central (PR-317) e Oeste (BR-369),e alguns trechos bem precários em direção ao Centro-Sul. A situação mais crítica é a daBR-487, que liga Campo Mourão a Porto Camargo, na divisa de Mato Grosso do Sul.

Mesorregião Norte Central

A mesorregião Norte Central41 se distingue pelo pioneirismo em termos da ocupaçãopopulacional, na etapa de forte expansão fronteiriça, e pelo estabelecimento de atividadesprodutivas dinâmicas nas áreas de fronteira estadual, fatos que, até meados dos anos 70,conferiam-lhe a liderança do crescimento da economia paranaense. A base desse processo

41 A mesorregião NorteCentral é composta por79 municípios: Alvoradado Sul, Ângulo, Apuca-rana, Arapongas, Arapuã,Ariranha do Ivaí, As-torga, Atalaia, Bela Vistado Paraíso, Bom Su-cesso, Borrazópolis, Ca-feara, Califórnia, Cambé,Cambira, Cândido deAbreu, Centenário doSul, Colorado, Cruzmal-tina, Dr. Camargo, Faxi-nal, Floraí, Floresta,Florestópolis, Flórida,Godoy Moreira, Gran-des Rios, Guaraci, Ibi-porã, Iguaraçu, Itaguajé,Itambé, Ivaiporã, Ivatuba,Jaguapitã, Jandaia do Sul,Jardim Alegre, Kaloré, Li-dianópolis, Lobato, Lon-drina, Lunardelli,Lupionópolis, Manda-guaçu, Mandaguari, Ma-rialva, Manoel Ribas,Marilândia do Sul, Ma-ringá, Marumbi, Mauá daSerra, Miraselva, Munhozde Melo, Nossa S. dasGraças, Nova Esperança,Nova Tebas, Novo Itaco-lomi, Ourizona, Pai-çandu, Pitangueiras,Porecatu, Prado Fer-reira, Pres. CasteloBranco, Primeiro deMaio, Rio Bom, RioBranco do Ivaí, Rolândia,Rosário do Ivaí, Sabáu-dia, Santa Fé, Santa Inês,Santo Inácio, São Joãodo Ivaí, São Jorge do Ivaí,São Pedro do Ivaí, Sa-randi, Sertanópolis, Ta-marana, Uniflor.

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foi a cultura do café, que se difundiu e assumiu, desde o início, um caráter dinâmico, as-sentada na pequena propriedade, estreitamente vinculada ao mercado.

Assim, no início da década de 70 a mesorregião era a mais populosa do Paraná, parti -cularmente em termos rurais, concentrando quase um quarto da população estadual. A significativa contribuição da economia regional se expressava na elevada participaçãode 25,2% do VAF do Estado, em 1975. Posteriormente, a mesorregião registrou umaqueda expressiva em sua participação, passando a representar, em 2000, 14,3% do total,situando-se na segunda posição em termos de geração de riqueza no Paraná. Essa reduçãorelativa não resultou da perda de dinamismo da economia regional, mas principalmentedo processo de concentração da atividade industrial na Região Metropolitana de Curitiba,que se tornou o lócus preferencial da instalação de segmentos modernos da indústria.

Um novo cenário configurou-se na Norte Central, assentado na modernização agrope-cuária e no aprofundamento do processo de agroindustrialização. Sua base agropecuáriamanteve-se como uma das mais competitivas do Estado, tendo apresentado, nas últimasdécadas, importante expansão da produção e dos níveis de produtividade, reforçandosua articulação com a agroindústria e/ou o mercado internacional. Embora esse desem-penho se deva em muito às culturas de soja e milho, há que se destacar o avanço recentede atividades que constituem alternativas para a produção familiar, particularmente afruticultura. Outra característica importante da base produtiva é a sua organização emcooperativas, com estrutura gerencial e de mercado comparada à de grandes empresas,alicerçando parcela expressiva da produção agroindustrial da região e do Estado.

É importante ressaltar, no entanto, que grande parte desse dinamismo gerou efeitos per-versos sobre o meio ambiente regional. As altas taxas de desmatamento (95% da áreatotal da mesorregião), associadas às práticas de atividades agrícolas intensas, revelam ograu de comprometimento ambiental das florestas da região Norte Central. A esse qua-dro crítico de conservação da biodiversidade acrescenta-se a ausência de Unidades deConservação.

A mesorregião apresenta o segundo maior parque industrial do Paraná, que se particu-lariza pela diversificação, com importante participação dos gêneros alimentação, têxtil,mobiliário, açúcar e álcool, além dos novos segmentos, especialmente os de agroquímicose embalagens plásticas e equipamentos para instalações industriais e comerciais. Des-taca-se a forte presença do setor serviços na região, com atividades fortemente concen-tradas em Londrina e Maringá, particularmente de segmentos que denotam importantesencadeamentos produtivos, como os serviços de transporte e de apoio à atividade em-presarial, bem como de serviços sociais, como saúde e educação.

A rearticulação das atividades no espaço regional, decorrente, principalmente, do pro-cesso de modernização das atividades agropecuárias, imprimiu um baixo ritmo de cres-cimento populacional, ao longo das últimas décadas. Sem dúvida, o componentemigratório, no cenário demográfico, teve um peso substantivo. Ainda que os ganhos po-pulacionais das áreas urbanas tenham sido significativos, no cômputo geral a mesorregiãoapresentou perdas populacionais.

A mesorregião teve um crescimento populacional inexpressivo, ainda que positivo(0,93% ao ano), no período 2000-2010. A região ampliou-se em mais de 171 mil pes-

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soas e estima-se que em 2023 terá em torno de 82 mil pessoas a mais do que 2010. Par-cela significativa dos municípios (87%) possui ou está produzindo o seu plano diretor,enquanto somente 26% dos municípios apresentavam ou estavam realizando plano ha-bitacional em 2008. Em 2000, a região detinha 20,2% do déficit habitacional total doEstado, perdendo apenas para a Região Metropolitana de Curitiba, que, embora apre-sentasse a menor participação relativa do déficit em relação ao total dos domicílios per-manentes, detinha 28,6% do déficit total do Estado.

Internamente, houve um deslocamento populacional em direção aos municípios maisdinâmicos, resultando na conformação de duas importantes aglomerações urbanas, quese articulam através de um eixo intensamente urbanizado. Os polos Londrina e Maringáapresentam, na hierarquia da rede urbana brasileira, níveis de centralidade caracterizadoscomo muito fortes, articulando uma grande área que abrange parte do interior para-naense e adentra os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A Norte Central tem o segundo maior contingente de população ocupada entre as me-sorregiões do Estado, com o maior número de pessoas ocupadas em atividades agrícolas,embora essas atividades tenham um peso relativamente pequeno, comparativamente aoutras mesorregiões, em sua estrutura ocupacional. Em relação a essa estrutura, a me-sorregião destaca-se por apresentar a maior participação da indústria de transformaçãono total da ocupação, e o crescimento do emprego formal superior à média do Estado,tendo absorvido 23% do incremento estadual verificado no período 1996-2001.

A mesorregião possui um ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação consolidado, par-ticularmente na área de agropecuária e agronegócio. Além disso, observa-se uma expres-siva estrutura de ensino superior, que se traduz na diversidade de instituições envol vidas,com destaque para as universidades estaduais, e de cursos ofertados, chamando a atençãoo crescimento de cursos em nível de pós-graduação.

O sistema rodoviário da mesorregião é formado por dois grandes eixos, o da BR-376 e o queresulta da junção das rodovias BR-369, PR-317 e BR-158. De modo geral, constatam-se con-dições satisfatórias de tráfego, particularmente nas áreas que concentram maior volume deprodução. Na porção sul da mesorregião, onde predominam produtores tradicionais e menoroferta de produção, é nítida a carência de rodovias. A mesorregião situa-se numa área de con-vergência de ramais ferroviários e possui, ainda, uma significativa estrutura aeroportuária.

Os indicadores relativos à dimensão social apontam para a forte heterogeneidade entreos municípios. De modo geral, o conjunto de municípios que compõem o eixo Londrina-Maringá apresenta as situações mais favoráveis em termos de IDH-M, com algumas ex-ceções em municípios periféricos aos polos. A porção sul, com proporção aindaimportante de residentes rurais, reúne a maior parcela de municípios em posições maisdesfavoráveis quanto aos diversos indicadores sociais. Ao norte/noroeste da mesorregiãoobserva-se um comportamento intermediário em termos da situação social da população.

Entre os componentes do IDH-M, a diferenciação está bastante relacionada à variávelrenda per capita com apenas três municípios situando-se em patamar superior ao verifi-cado para o Estado, e, em alguns municípios da porção sul, inferior ao salário mínimo.Esse componente expressa as dificuldades de crescimento das economias locais, afetandoas condições de vida da população.

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Verifica-se, ainda, déficit relacionado ao esgotamento sanitário, bastante distante dos ní-veis de atendimento observados em relação ao abastecimento de água. No caso da edu-cação, apesar do avanço no sentido da universalização do Ensino Fundamental, verifica-sea necessidade de ampliar a oferta dos demais níveis de ensino, principalmente educaçãoinfantil e de nível médio, assim como criar condições de incorporar parte expressiva dapopulação adulta que continua na condição de analfabetismo.

Mesorregião Norte Pioneiro Paranaense

A mesorregião Norte Pioneiro42 foi ocupada a partir de meados do século XIX como re-sultado da política imperial, que visava integrar a então província de Mato Grosso ao li-toral brasileiro, e da frente pioneira. O adensamento populacional da região só ocorreua partir do início do século seguinte. A urbanização foi pouco concentradora, guardandomarcas de uma ocupação caracterizada pela proliferação de núcleos urbanos na região.Em 2000, nenhum de seus municípios apresentava população igual ou superior a 50 milhabitantes, nem exercia centralidade expressiva no âmbito da rede urbana do Estado.Ainda assim, no âmbito intrarregional, sobressaem os municípios de Cornélio Procópio,Jacarezinho e Santo Antonio da Platina.

O intenso desmatamento ocorrido a partir da expansão cafeeira fez com que restasse,atualmente, apenas 5,3% da cobertura florestal original. Apesar de existirem várias Uni-dades de Conservação, a área total legalmente protegida é muito pequena, com riscopara a manutenção do estoque da diversidade ainda existente.

Se durante a expansão cafeeira a região absorveu importante contingente populacional,fato que a colocava, em 1970, como uma das mesorregiões mais populosas do Estado, acrise dessa cultura, iniciada ainda nos anos 60, teve profundo impacto sobre a dinâmicademográfica regional. Com cerca de 70% dos solos considerados aptos ao desenvolvimentode práticas agrícolas mecanizáveis, a transição do café para novas culturas e formas de pro-dução voltou-se à produção de commodities (soja/trigo) e cana, com alto nível de incor-poração tecnológica; à pecuária extensiva em áreas com restrições físicas ao novo padrãode agricultura; e, em menor proporção, ao reflorestamento. Essas atividades necessitaramgrandes extensões de terra e reduzida mão de obra, tendo por consequência o êxodo rural.Entre 1970 e 2000, a mesorregião apresentou saldos migratórios negativos e elevados nomeio rural, e o crescimento urbano não compensou essa perda populacional.

Entre 2000 e 2010, a mesorregião praticamente manteve seu contingente popula cional,apresentando crescimento anual negativo (-0,08%). A região perdeu em torno de 4,6 milpessoas, e a projeção para 2023 é de que a região perca mais ou menos 33 mil moradores.A região em 2008 gozava de uma situação bastante confortável, apresentando planos di-retores executados ou em processo de elaboração em 89% dos seus 46 municípios. Comrelação aos instrumentos de intervenção na questão habitacional, percebe-se que 32,6%possuíam ou estavam elaborando seus planos habitacionais. A maioria dos municípiosnão possuía significativo aparato institucional para tratar a questão habitacional, sendoque 17% deles não apresentavam plano habitacional; menos de 1% dispunha simulta-

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42 A mesorregião NortePioneiro é compostapor 46 municípios:Abatiá, Andirá, Assaí,Bandeirantes, Barra doJacaré, Cambará, Car-lópolis, Congonhinhas,Conselheiro Mairinck,Cornélio Procópio,Curiúva, Figueira, Gua-pirama, Ibaiti, Itamba-racá, Jaboti,Jacarezinho, Japira, Ja-taizinho, Joaquim Tá-vora, Jundiaí do Sul,Leópolis, Nova Amé-rica da Colina, NovaFátima, Nova SantaBárbara, Pinhalão, Qua-tiguá, Rancho Alegre,Ribeirão Claro, Ribei-rão do Pinhal, Salto doItararé, Santa Amélia,Santa Cecília do Pavão,Santa Mariana, Santanado Itararé, Santo Anto-nio da Platina, SantoAntonio do Paraíso,São Jerônimo da Serra,São José da Boa Vista,São Sebastião da Amo-reira, Sapopema, Serta-neja, Siqueira Campos,Tomazina, Uraí, Wen-ceslau Braz.

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neamente de órgão gestor, conselho e fundo de habitação, e em torno de 1% possuía ape-nas órgão gestor, segundo estudo feito pelo Ipardes (IPARDES, 2004a). Em 2000, a re-gião apresentava o segundo maior déficit relativo (7,02%) entre as mesorregiões doEstado e tinha em torno de 88% dos domicílios com renda familiar de até 3 salários mí-nimos. Essas informações e análises estão mais detalhadas no capítulo 2 deste trabalho.

Observam-se queda nos níveis de fecundidade e redução no nível de mortalidade, coma consequente alteração do perfil etário da população: decréscimo na participação dosgrupos etários mais jovens e elevação da participação da população adulta e idosa. En-tretanto, a intensidade do processo migratório e sua seletividade acentuaram o ritmo deenvelhecimento regional.

A evolução do IDH-M, na última década, foi positiva na maioria dos municípios. Mesmoassim, mostrou-se insuficiente para alterar o quadro social ainda crítico: apenas CornélioProcópio e Barra do Jacaré posicionam-se acima do IDH-M médio estadual; e na áreaeducacional, que mais contribuiu para a melhoria do IDH-M nos anos 90, a maioriados municípios apresenta taxas de frequência escolar e de alfabetização também abaixoda média do Paraná.

O perfil de mortalidade geral da população da mesorregião Norte Pioneiro acompanhao padrão estadual, com maior peso dos óbitos decorrentes de causas do aparelho circu-latório, neoplasias e aparelho respiratório, destacando-se também o peso elevado dascausas externas. No que se refere à mortalidade infantil, a metade dos municípios, prin-cipalmente na porção sul da mesorregião, apresenta níveis de mortalidade superiores àmédia estadual.

Relativamente ao saneamento básico, a região reproduz o distanciamento entre a cober-tura dos serviços de esgotamento sanitário e a cobertura dos serviços de água e coleta delixo, estes próximos do atendimento universal no meio urbano. Reproduz também amaior precariedade dos serviços no meio rural.

A Norte Pioneiro é uma das mesorregiões com menor peso da indústria na absorção daforça de trabalho, a qual não apresenta participação expressiva no total da ocupação emnenhum de seus municípios. O mercado regional de trabalho ainda é fortemente depen-dente das atividades agrícolas, com mais de um terço do total de ocupados. A regiãoapresenta, também, baixo dinamismo na geração de postos de trabalho, observando-se,inclusive, desempenho negativo em alguns dos maiores municípios, quanto à evoluçãorecente do emprego formal.

Esse baixo dinamismo reflete um longo processo de crescimento aquém da média estadual,fato que se expressa na acentuada queda da participação da mesorregião no VAF do Estado.Apesar da expansão dos estabelecimentos industriais, registrada no período 1995-2002, aindústria regional se caracteriza pela presença de segmentos com baixa capacidade de agre-gação de valor. Alguns segmentos, contudo, merecem destaque por sua importância noEstado, como é o caso da indústria sucroalcooleira, ou por revelar maior dinamismo noperíodo recente, a exemplo das indústrias de café, derivados de milho e vestuário.

Na agropecuária, destaca-se o desempenho de algumas commodities e matérias-primasindustriais, como a cana, soja e milho, bem como o incremento na produção de algunshortifrutigranjeiros, como alternativa para segmentos da produção familiar. A região

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mantém-se como a principal produtora de café no Estado, apesar da forte redução veri-ficada na última década.

As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação são incipientes e fun-damentalmente concentradas em Cornélio Procópio, em grande parte voltadas a apoiarprojetos de base tecnológica com potencial de desenvolvimento.

Em termos de infraestrutura viária, a malha rodoviária da mesorregião articula-se a partirdos eixos de ligação com o Norte Central paranaense e São Paulo (BR-369), apresen-tando melhor condição de trafegabilidade e de conexão com o sul do Estado, dandoacesso à capital e ao porto de Paranaguá. Este segundo eixo apresenta vários trechos emcondições precárias de tráfego. A malha ferroviária, atualmente, não realiza operaçõesde transporte de carga ou passageiros.

Mesorregião Centro-Oriental Paranaense

A mesorregião Centro-Oriental43 integra uma vasta área do chamado Paraná Tradicional.Sua economia e sociedade se organizaram fundamentalmente a partir de grandes fazendasque sustentaram os ciclos econômicos do tropeirismo, da erva-mate e da madeira, com-plementados por um setor de produção de subsistência, em pequenas áreas. As atividadesde caráter extrativo e a pecuária, que caracterizaram até recentemente a economia regio-nal, gradativamente incorporaram inovações, consolidando uma produção agropecuáriacom alto grau de articulação com as agroindústrias instaladas na região e/ou com o mer-cado nacional e internacional. A grande marca que permanece desse processo de ocupa-ção é o elevado nível de concentração da posse da terra.

As restrições naturais de fertilidade, profundidade do solo e relevo ondulado, que difi-cultam a expansão de lavouras, favorecem a utilização das terras com matas e florestas,nos grandes estabelecimentos, sendo que a região se destaca pela presença de extensasáreas de reflorestamento de pinus. Ao lado desse uso predominante, parte dessas terrasestá sendo direcionada para a produção intensiva de commodities e matérias-primas quetendem a garantir mercado e rentabilidade aos proprietários.

A situação de entroncamento rodoferroviário, a proximidade com o porto de Paranaguáe a qualidade da malha viária estiveram na base da conformação do parque agroindustrialregional, assentado na indústria de papel e papelão – conformando um dos mais impor-tantes polos do país –, na produção de leite e derivados, e no grupo agroquímico-moa-geiro, ancorado pelos segmentos de moagem de soja e produção de fertilizantes. Nasegunda metade dos anos 90, a localização estratégica em relação a Curitiba, aliada àconsolidação da infraestrutura urbano-industrial, constituíram fatores de particular im-portância para incorporar novos segmentos, resultado dos efeitos irradiados pelo cresci-mento metropolitano recente.

Na década de 70, o processo de modernização da agricultura possibilitou aos produtoresda região, particularmente os pertencentes às colônias e organizados em cooperativas,assim como os grandes proprietários, alavancar uma produção intensiva em capital, su-

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43 A mesorregião Centro-Oriental é composta de14 municípios: Arapoti,Carambeí, Castro, Imbaú,Jaguariaíva, Ortigueira,Palmeira, Piraí do Sul,Ponta Grossa, Reserva,Sengés, Telêmaco Borba,Tibagi, Ventania.

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perando os entraves naturais de baixa fertilidade e solos pouco profundos. As atividades se transformaram, qualificaram e atingiram patamares elevados da produ-ção agropecuária, consolidando um importante segmento agroindustrial do Estado. Apauta agrícola regional incorporou, ainda, a produção de soja combinada com o trigo, etambém do milho, importante componente da alimentação dos rebanhos leiteiros.

Essa dinâmica econômica da região não tem se refletido sobre o mercado de trabalho deforma positiva. Entre as mesorregiões, esta apresenta a menor taxa de atividade da po-pulação economicamente ativa e a segunda maior taxa de desemprego. Um dos fatoresrelacionados a esse quadro é a proporção relativamente baixa de ocupados em atividadesagropecuárias. Outro aspecto que merece destaque diz respeito ao ritmo de crescimentodo emprego formal. Diferenciada por um mercado de trabalho com elevada taxa de for-malização e significativo contingente desses trabalhadores, a mesorregião apresentouuma variação do nível de emprego, no período 1996-2001, inferior à média estadual.

Desde os anos 70, verifica-se na mesorregião um incremento populacional significativo,fortemente concentrado em Ponta Grossa. No período recente, ocorreram perdas de po-pulação rural, mas as áreas urbanas permaneceram crescendo de forma expressiva, ele-vando o peso populacional do Centro-Oriental no total do Estado. As migrações vêmcontribuindo nesse cenário: os fluxos de saída de população são em grande medida com-pensados pelos fluxos de entrada, com predominância daqueles vindos de outras regiõesdo Paraná. Esse processo de crescimento da população reforça o caráter urbano do Cen-tro-Oriental, que, nos anos 70, era a única região do interior do Estado a ultrapassar os50% de grau de urbanização. Atualmente, apenas os municípios de Reserva e Ortigueirapermanecem de tipo rural, condição reforçada pela presença de áreas destinadas a reservasindígenas e assentamentos rurais.

Os resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010 constataram um crescimentopopulacional anual de apenas 0,88% em relação a 2000. As projeções para 2023 indicamuma taxa de crescimento praticamente estável para a região. Em 2008, todos os 14 mu-nicípios da mesorregião possuíam Plano Diretor ou estavam elaborando-o, assim comotodos possuíam pelo menos um instrumento de política habitacional, estando o cadastrode habitação presente em todas as prefeituras.

Em 60% dos municípios existiam PMH. Na região, em 2000, o déficit habitacional re-lativo, isto é, o déficit em relação ao total de domicílios da região, estava acima da médiado Estado.

Outro instrumento de política habitacional que apresentava destaque entre os municípios(57%) da região eram os CMH, acompanhados ou não da presença de FMH.

O IDH-M confirma as dificuldades de se alcançar um padrão de desempenho no patamarmédio paranaense. À exceção de Ponta Grossa, que faz parte do pequeno conjunto de23 municípios paranaenses considerados de alto desenvolvimento, os demais apresentamesse indicador inferior ao do Estado. O grau de instrução da população de 15 anos oumais de idade alcança a média de sete anos em Ponta Grossa, enquanto em outros mu-nicípios chega apenas a quatro. O indicador de mortalidade infantil, bastante expressivodas condições de saúde, educação e saneamento, apresenta-se elevado em grande númerode municípios. São também deficitários os serviços adequados de esgoto, bastante defa-

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sados dos níveis de atendimento relativos à rede de abastecimento de água.

Evidenciando o grau de desigualdade social e regional, poucos municípios apresentamtaxas de pobreza inferiores à média do Paraná e alguns registram o dobro dessa média.No caso desses municípios, em particular, o atendimento às demandas sociais encontramaiores limites, considerando que a composição das finanças municipais guarda extremadependência de transferências do governo federal.

Há que se ressaltar que a mesorregião possui fatores com forte potencial de desenvolvi-mento socialmente mais harmonioso. A diversificação da matriz produtiva possibilita amaximização das vocações locais, bem como a abertura para a entrada de novos segmen-tos que possam ampliar ou complementar as cadeias existentes. Destaca-se o elevado po-tencial para o turismo, dado o importante patrimônio histórico-cultural, atrativosnaturais peculiares em função do relevo contrastante e de biomas diversificados, com ên-fase ao canyon Guartelá e ao Parque Estadual de Vila Velha, como sítios naturais degrande valor turístico.

As contribuições das entidades organizadas em torno de experiências de Ciência, Tecno-logia e Inovação, assim como das instituições de ensino e pesquisa, representam pers-pectivas de crescente intercâmbio com a base produtiva regional.

Mesorregião Oeste Paranaense

A mesorregião Oeste44 destaca-se por uma expressiva dinâmica, que tem se mostradocapaz de contrabalançar as fortes tendências de concentração econômica e populacionaldo Estado rumo à Região Metropolitana de Curitiba. Embora convivendo com intensosfluxos migratórios marcados por trocas intra e inter-regionais, bem como interestaduais,refletindo em especial o movimento de saídas rurais, sustenta um ritmo de crescimentoque contribui para um maior equilíbrio regional do Estado.

Tais condições são visíveis sobretudo na capacidade de crescimento econômico e popu-lacional, que, embora concentrado em Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, conta com osuporte de uma expressiva rede de cidades, fortalecida pela tendência de conformaçãode dois eixos mais dinâmicos e de importante aglomeração urbana em área de fronteirainternacional. Essa característica, que vem formatando os espaços concentradores nacio-nais e regionais, impõe uma atenção particular dos gestores para administrar os inúmerose complexos processos decorrentes de relações intermunicipais, realizadas cotidianamentepela população para atender às suas necessidades de trabalho, estudo e outras demandas,dissociadas do município de moradia.

Os resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010 constataram um crescimentopopulacional anual de apenas 0,59% em relação a 2000. As projeções para 2023 indicamum crescimento praticamente estável para a região visto que, dos 50 municípios quecompõem a mesorregião, 22 perderam população. Segundo o IBGE, em 2008 (IBGE,2008b), 98% dos municípios possuíam plano diretor ou estavam elaborando-o. Tambémera significativa a participação dos municípios que possuíam plano municipal de habita-

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44 A mesorregião Oeste Pa-ranaense é composta por50 municípios: Anahy, AssisChateaubriand, Boa Vistada Aparecida, Braganey,Cafelândia, Campo Bo-nito, Capitão LeônidasMarques, Cascavel, Catan-duvas, Céu Azul, Corbélia,Diamante do Sul, Dia-mante d’Oeste, EntreRios do Oeste, Formosado Oeste, Foz do Iguaçu,Guaíra, Guaraniaçú,Ibema, Iguatu, Iracema doOeste, Itaipulândia, Jesui-tas, Lindoeste, Mal. Cân-dido Rondon, Maripá,Matelândia, Medianeira,Mercedes, Missal, NovaAurora, Nova Santa Rosa,Ouro Verde do Oeste, Pa-lotina, Pato Bragado, Qua-tro Pontes, Ramilândia,Santa Helena, Santa Lúcia,Santa Tereza do Oeste,Santa Terezinha do Itaipu,São José das Palmeiras,São Miguel do Iguaçu, SãoPedro do Iguaçu, Serranó-polis do Iguaçu, TerraRoxa, Toledo, Três Barrasdo Paraná, Tupãssi, VeraCruz do Oeste.

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ção ou estavam elaborando-o (58%). Os CMH estavam presentes em 34% dos municí-pios da região, acompanhados ou não da presença de FMH.

Na região o déficit habitacional relativo, isto é, o déficit em relação ao total de domicíliosda região, estava pouco acima da média do Estado.

O sistema viário da mesorregião Oeste vem gradativamente se ampliando e conta comuma significativa malha de rodovias – dando suporte a importante rota de turismo na-cional e internacional –, as quais, juntamente com um ramal ferroviário, cumprem fun-ções de integração regional, com expressiva circulação de mercadorias. De modo geral,observa-se que a qualidade das rodovias vem permitindo condições satisfatórias de trá-fego. A presença de um aeroporto de porte internacional no município de Foz do Iguaçuprivilegia a mesorregião. Ao lado de vantagens de ampla e moderna conexão, é fator queviabiliza um expressivo e crescente fluxo turístico, traduzindo-se, sem dúvida, em umsuporte diferenciado para a economia regional.

Do ponto de vista social, a mesorregião oferece referências bastante significativas quantoà possibilidade de avanços, mas também expõe o grau de desafio ainda presente para ele-var o patamar da qualidade de vida da maioria de seus municípios. Desponta concen-trando 11 dos 23 municípios nas melhores posições do Estado em termos de IDH-M,localizados, principalmente, na porção oeste da mesorregião. Corroborando esse perfil,situa-se entre as mesorregiões paranaenses com menor taxa de pobreza. Em sentidooposto, encontram-se na mesorregião muitos municípios com esses índices entre os pio-res do Estado. A persistência dessas disparidades é de certo modo incompatível com ofato de que, em grande medida, as possibilidades de sua correção com consequentes ga-nhos no IDH-M estão fortemente associadas a investimentos do poder público em áreastradicionais de saúde e educação, ambas dispondo de recursos e estruturas que tendempara o atendimento universalizado.

Como fator que exerce maior influência na qualidade de vida, o mercado de trabalho re-gional vem apresentando significativa expansão do emprego formal, com ocorrência ge-nera lizada em todos os municípios. Contribuem, ainda, nesse sentido, as condiçõesedafocli máticas excepcionais e os efeitos indiretos proporcionados por uma modernabase produtiva agropecuária, que tem sido capaz de compatibilizar uma agricultura pau-tada em mão de obra familiar a um alto desempenho produtivo. Comandada pelo de-senvolvimento sobretudo do agronegócio cooperativado, a região vem sustentandoganhos crescentes em relação à economia estadual em atividades do setor primário. Valelembrar que, em 2000, no interior do Estado, apenas as mesorregiões Oeste e NorteCentral contribuíram com proporções superiores a 10% no VAF estadual.

A par de uma estrutura produtiva que já atingiu patamares de elevada complexidade e,portanto, em condições de reunir importantes forças internas na articulação de interessesprivados, há fatores de ordem ímpar a serem apropriados na perspectiva inovadora dedesenvolvimento regional. Inicialmente, o Parque Nacional do Iguaçu, as Cataratas doIguaçu e o reservatório da Usina de Itaipu podem ser entendidos como importantes atri-butos no âmbito da política nacional e internacional de meio ambiente e turismo, tendosua atratividade viabilizada pela existência do aeroporto internacional e de um extraor-dinário parque hoteleiro. O aparato de Ciência, Tecnologia e Inovação disponível, bem

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como uma estrutura universitária atuante e em expansão, podem ser facilmente articu-lados em apoio às intervenções governamentais comprometidas com a inclusão social.Adicionalmente, um expressivo conjunto de prefeituras se diferencia pela disponibilidadede uma fonte de receita extraordinária constituída pelos recursos de royalties, principal-mente os provenientes da geração de energia de Itaipu, e que abrem oportunidades ini-gualáveis para a exploração de uma ampla gama de experiências inovadoras na gestãolocal, que podem representar, para outros municípios desta e de outras regiões, modelosa serem replicados.

Mesorregião Sudoeste Paranaense

A Sudoeste Paranaense45 representa um espaço socioeconômico e cultural singular, nocomparativo entre as mesorregiões do Estado. Detendo pequena base de população,4,9% do total estadual, é a segunda mesorregião menos urbanizada do Paraná. Revela,porém, um perfil social relativamente menos heterogêneo, evidenciando um bom de-sempenho no tocante à maioria dos indicadores que apresenta.

Constituindo uma das últimas áreas de ocupação do Estado, a Sudoeste é, talvez, a mesor-região que melhor se caracteriza como reduto da agricultura familiar, mesmo tendo passadopor intensa transformação na sua base produtiva, com a introdução de novas práticas decultivo a partir da expansão da soja. Este fato é explicado, em grande medida, pela dispo-nibilidade de terras férteis conjugada ao relevo acidentado, que, ao dificultar a mecanizaçãoda agricultura em grande escala, representou uma proteção natural à agricultura familiar.Adicione-se a isso a importância cultural do modo de produzir trazido pelos colonos gaú-chos e catarinenses, que priorizou a pequena produção diversificada. Esse modo de pro-duzir perpassa todas as relações sociais e econômicas e acaba por constituir uma referênciana elaboração de propostas e projetos de reordenamento territorial. Soma-se a esses aspec-tos uma trajetória, sempre renovada, de organização dos produtores, visando ao acesso àterra e sua permanência enquanto importante categoria no quadro social da região.

É importante ressaltar que, do ponto de vista estritamente ambiental, a produção inten-siva em pequenas propriedades representou uma pressão acentuada sobre as áreas dis-poníveis, o que contribuiu para um avanço das atividades sobre áreas de florestas,revelando um alto grau de comprometimento ambiental da região e escassas áreas deflorestas protegidas por Unidades de Conservação de Proteção Integral. A presença degrandes usinas hidroelétricas na região, se por um lado potencializa recursos cruciais àeconomia, por outro agudiza a situação de fragilidade ambiental do rio Iguaçu, destaca-damente no trecho que recorta a região.

Apesar das características marcadamente rurais da mesorregião, os indicadores popula-cionais apontam para um estágio relativamente avançado de transição demográfica, nor-malmente verificado em áreas mais urbanizadas. Sua estruturação urbana, também maisequilibrada, favoreceu a consolidação de dois centros com funções diversificadas e demaior expressão, Pato Branco e Francisco Beltrão, e outros mais especializados em fun-ções voltadas às atividades da agroindústria.

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45 A mesorregião SudoesteParanaense é compostapor 37 municípios: Am-pére, Barracão, Bela Vistada Caroba, Boa Esperançado Iguaçu, Bom Jesus doSul, Bom Sucesso do Sul,Capanema, Chopinzinho,Coronel Vivida, Cruzeirodo Iguaçu, Dois Vizinhos,Enéas Marques, Flor daSerra do Sul, FranciscoBeltrão, Itapejara d’Oeste,Manfrinópolis, Mariópolis,Marmeleiro, Nova Espe-rança do Sudoeste, NovaPrata do Iguaçu, PatoBranco, Pérola d’Oeste,Pinhal de São Bento, Pla-nalto, Pranchita, Realeza,Renascença, Salgado Filho,Salto do Lontra, Santa Iza-bel do Oeste, Santo Anto-nio do Sudoeste, SãoJoão, São Jorge d’Oeste,Saudade do Iguaçu, Sulina,Verê, Vitorino.

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Em 2010, foi constatada uma taxa de crescimento anual da população de apenas 0,48%em relação a 2000. As projeções para 2023 indicam que em relação a 2010 a região vaicrescer a taxas anuais negativas. Em 2008, 35 dos 37 municípios que compõem a regiãopossuíam plano diretor ou estavam elaborando-o. Na mesorregião, 89% dos municípiospossuíam cadastros de famílias interessadas em habitação. Já, o número relativo de mu-nicípios com planos de habitação caía para 22% e, quando se tratava de município semqualquer instrumento de política habitacional, a participação caía para 11%. Na região,o déficit habitacional relativo, isto é, o déficit em relação ao total de domicílios da região,estava levemente abaixo do constatado para a média do Estado.

Outro instrumento de política habitacional que apresentava destaque entre os municípios(21%) da região eram os CMH, acompanhados ou não da presença de FMH.

Em relação ao desempenho social, verifica-se que a maioria dos municípios ocupa posi-ções intermediárias no ranking estadual do IDH-M, ressaltando-se que, dos 23 municí-pios do Paraná com IDH-M acima da média estadual, 6 encontram-se no Sudoeste, comdestaque para Pato Branco, que ocupa a terceira posição paranaense. O bom desempenhomunicipal quanto ao IDH-M é reflexo, principalmente, do componente educação. Emgrande parte dos municípios, a taxa de escolarização, nos níveis fundamental e pré-esco-lar, encontra-se acima da média estadual. A região também se destaca pelos avanços ob-servados em relação à política de saúde, sendo uma das poucas mesorregiões a registrarmudanças positivas na renda per capita. No entanto, um quarto das famílias ainda se en-contra em condições de pobreza.

Nos anos 90, o Sudoeste registrou a maior taxa de atividade e a menor taxa de desem-prego entre todas as mesorregiões paranaenses, bem como um crescimento do empregoformal acima da média estadual, fatores que, certamente, condicionam parcela significa-tiva do seu bom desempenho geral. No entanto, devido ao fato de a região possuir perfileconômico especializado numa produção agropecuária de pequenos e médios produto-res, em atividades de baixa agregação de valor, ela se mantém estável, ocupando a 7.ªposição quanto à participação no VAF do Estado, apesar de ter ganho duas posições du-rante a década de 90.

O setor industrial apontou incremento significativo na oferta de postos de trabalho du-rante a década de 90, muito provavelmente como reflexo da política peculiar de desen-volvimento adotada, que se caracteriza pela busca de alternativas de produção. Nessesentido, as prefeituras vêm desempenhando papel importante quanto a incentivos fiscaise implementação de novos distritos industriais. Como tendências, há sinais de diversifi-cação na matriz produtiva da mesorregião, especialmente com a expansão dos setoresmetalúrgico e eletroeletrônico.

A infraestrutura viária da mesorregião expressa intensa fragmentação em municípios depequenas dimensões geográficas e a consequente proximidade entre as respectivas sedes.O mais importante acesso se dá por meio da BR-373, que promove o escoamento deboa parte da produção regional, e que se complementa com uma densa malha de estradas,predominantemente municipais, numa configuração radial das rodovias.

Na mesorregião, importantes instituições no âmbito da Ciência, Tecnologia e Inovaçãose distinguem pela histórica contribuição em termos de ações de desenvolvimento, difu-

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são tecnológica e assessoramento às organizações dos produtores, buscando, assim, via-bilizar a produção familiar na agropecuária. Tais instituições representam, de fato, possi -bilidades de um crescente intercâmbio com a base produtiva, potencializandoperspectivas de desenvolvimento regional.

Mesorregião Centro-Sul Paranaense

A mesorregião Centro-Sul46 teve sua história de ocupação e organização do espaço as-sentada em grandes propriedades rurais, que desenvolveram, fundamentalmente, ativi-dades de cunho extensivo e extrativo. Nas últimas décadas, devido à existência de áreaseconomicamente subutilizadas, uma frente de ocupação se estabeleceu na região, compopulações oriundas predominantemente do norte e oeste do Paraná. A modernizaçãoagropecuária somente se intensificou a partir dos anos 80, quando também se fortaleceusua integração com outras áreas mais dinâmicas do Estado.

A região possui 15% da cobertura florestal remanescente do Paraná, contendo ainda im-portante área de reflorestamento. Esse remanescente serve de hábitat a 45% das espéciesde mamíferos e 46% das aves presentes no Estado, muitas delas sob risco de extinção. OVale do Iguaçu, com suas florestas, serve de dispersor da biodiversidade regional. Porém,a presença de inúmeros represamentos e usinas hidroelétricas vem provocando o com-prometimento de várias espécies endêmicas de peixes.

Recortada por poucos municípios, entre os quais se destacam Guarapuava e Palmas, amesorregião apresenta baixa densidade de ocupação, pequena base populacional e man-tém-se como uma das regiões menos urbanizadas, contribuindo com um dos maioresvolumes na composição da população rural do Estado. Essa característica é reforçadatambém pelo elevado número de assentamentos rurais (34% das famílias assentadas noParaná) e áreas indígenas (62%).

Comparada às demais, a mesorregião encontra-se em estágio menos avançado de tran-sição demográfica, apresentando, no início dos anos 90, o mais elevado nível de fecun-didade e os menores índices de expectativa de vida ao nascer. Em 2000, a maioria dosseus municípios registrou taxa de mortalidade infantil superior ao coeficiente estimadopara o Estado. Do mesmo modo, em termos relativos, a presença de idosos na compo-sição etária da mesorregião é ainda incipiente, elemento indicativo de uma populaçãopreponderantemente jovem.

A mesorregião apresentou um crescimento populacional inexpressivo, ainda que po-sitivo (0,14% ao ano), no período 2000-2010, totalizando mais ou menos 7 mil pes-soas, e estima-se que até 2023 a região ganhará mais ou menos 8,8 mil moradores.Parcela significativa dos municípios (93%) possuía ou estava produzindo o seu planodiretor, enquanto 40% dos municípios possuíam ou estavam realizando plano habi-tacional em 2008. Em 2000, a região detinha 6,6% do déficit habitacional total doEstado, embora apresentasse o maior déficit relativo (8,4%) entre as mesorregiõesdo Estado. A existência de CMH com ou sem FMH já aparecia em quase 20% dosmunicípios.

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46 A mesorregião Centro-Sul Paranaense é com-posta por 29 municípios:Boa Ventura de SãoRoque, Campina doSimão, Candói, Cantagalo,Clevelândia, Coronel Do-mingos Soares, EspigãoAlto do Iguaçu, Foz doJordão, Goioxim, Guara-puava, Honório Serpa, Iná-cio Martins, Laranjal,Laranjeiras do Sul, Man-gueirinha, Marquinho,Mato Rico, Nova Laranjei-ras, Palmas, Palmital, Pi-nhão, Pitanga, PortoBarreiro, Quedas doIguaçu, Reserva do Iguaçu,Rio Bonito do Iguaçu,Santa Maria do Oeste,Turvo, Virmond.

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O Centro-Sul apresenta os indicadores sociais em condições comparativamente desfa-voráveis. Todos os municípios registram IDH-M abaixo da média paranaense, desem-penho que se repete quanto aos componentes do índice, sendo o da renda per capita omais crítico. O ritmo de implementação das políticas públicas, na região, não foi sufi-ciente para propiciar ampla cobertura dos serviços básicos de educação e saúde. Ademais,a grande dificuldade na geração de emprego e renda faz com que nenhum municípiotenha renda média superior à do Estado: sete dos dez municípios mais pobres do Paranáestão localizados nessa mesorregião, na qual um terço das famílias é pobre.

A estrutura ocupacional da mesorregião é marcada pelo elevado peso da ocupaçãoem atividades rurais (39% dos ocupados). As ocupações industrial e terciária encon-tram-se fortemente concentradas em Guarapuava, que detém também a maior partedas pessoas desocupadas na região. O crescimento recente do emprego formal foimarcado pelo incremento verificado nos menores municípios, ligado a atividades dosetor público, possivelmente como reflexo da instalação de 17 novas municipalidadesna última década.

Em termos gerais, a economia da região vem mostrando ganhos de participação no VAFdo Estado, passando da 8.a posição entre as mesorregiões, em 1975, para a 5.a, em 2000.Todavia, esses ganhos não foram igualitariamente distribuídos, encontrando-se forte-mente concentrados em poucos municípios; tampouco se expressaram socialmente, jáque baixos indicadores confirmam a desigualdade social na região.

Esse fato guarda associação a características de sua base produtiva, em que a estruturafundiária é das mais concentradas do Estado e polarizada entre grandes e pequenas pro-priedades. Embora conte com a presença de produtores de commodities, que vêm apre-sentando expressivo aumento de produtividade, é significativa a produção familiar,caracterizada, porém, por baixos rendimentos, inclusive quando comparados com omesmo segmento em outras regiões do Paraná. Também sua organização em cooperati-vas, salvo exceções, vem sofrendo sucessivas crises, sem conseguir o mesmo peso econô-mico verificado em outras mesorregiões.

Quanto às atividades industriais, além da baixa diversificação setorial, seu dinamismotem sido insuficiente para a absorção da população. Porém, como tendência, verifica-seque a indústria madeireira vem se modernizando, com a chegada de novos segmentos,como a produção de lâminas e chapas, e que outros segmentos vão ganhando importân-cia, como o mobiliário, o de químicos diversos (particularmente na produção de resinaspara a indústria madeireira), vestuário e embalagens plásticas.

As finanças municipais reproduzem o padrão estadual de composição da receita, com osmunicípios menores fortemente dependentes das transferências federais, e, em menorescala, das estaduais, não dispondo de potencial para a arrecadação de tributos próprios.Mesmo Guarapuava, com maior disponibilidade de recursos próprios, ainda mantémum percentual inferior ao observado em municípios de mesmo porte no Estado.

Em termos de infraestrutura viária, a mesorregião conta com um importante eixo, a ro-dovia BR-277, que vem se consolidando como fator de adensamento populacional.Chama atenção a baixa densidade da malha rodoviária, com as ligações intermunicipaisfeitas através de precárias rodovias secundárias. Quanto à presença da Ferroeste, há a ne-

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cessidade de melhorias em sua trafegabilidade, de modo a ampliar seu papel na redeviária regional e estadual.

As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação são recentes e, a exemplodas demais mesorregiões, encontram-se concentradas no polo regional, Guarapuava.

Mesorregião Sudeste Paranaense

Localizada em sua maior parte no Segundo Planalto Paranaense, a mesorregião Sudeste47

é uma das áreas de ocupação mais antigas do Paraná. No período de forte imigração es-trangeira para o Brasil, recebeu importantes fluxos de colonos, principalmente de origemeslava, que, assentados em pequenas propriedades, dedicaram-se a atividades extrativase à pequena agricultura alimentar.

A Sudeste possui uma das menores bases populacionais entre as mesorregiões paranaen-ses, e seu processo de transição demográfica tem sido mais lento, apresentando um nívelde fecundidade superior à média do Estado, índices de expectativa de vida ao nascer li-geiramente mais baixos e um grau de envelhecimento menos acentuado. É também amesorregião menos urbanizada do Paraná, com 46% de sua população vivendo aindaem áreas rurais.

Sua estruturação urbana obedece a um padrão de fraca concentração: somente Irati pos-suía, em 2000, população acima de 50 mil habitantes. União da Vitória reforça a abran-gência de sua polarização ao configurar uma aglomeração de fronteira com Porto União,município catarinense.

O crescimento populacional registrado no conjunto dos municípios da mesorregião em2010 foi de apenas 0,66% ao ano em relação a 2000. As projeções para 2023 indicamuma taxa de crescimento populacional anual ainda menor. Em 2008, a quase totalidade,19 dos 21 municípios da mesorregião, possuía plano diretor ou estava elaborando-o. Acondição administrativa da região no que diz respeito à política habitacional apresen-tava-se relativamente precária naquele ano, quando mais de 20% dos municípios não ti-nham nenhum instrumento de política habitacional. Nem mesmo foi expressiva apresença de CMH e FMH, precondição no esforço para a obtenção de recursos federaispara o setor. De todo modo, os números vislumbravam alguma mudança pois, 20% dosmunicípios apresentavam já seus planos de habitação, e 76%, cadastros de famílias inte-ressadas em uma moradia. O déficit habitacional relativo, isto é, o déficit em relação aototal de domicílios na região, estava abaixo da média do Estado.

Do ponto de vista ambiental, a Sudeste é a terceira mesorregião quanto à contribuição parao estoque florestal do Estado e, mais importante, ela concentra a maior reserva de florestade Araucária, com grandes extensões localizadas em propriedades particulares. Destaca-se,também, por dispor da terceira maior área de reflorestamento do Paraná. A despeito disso,a região não apresenta um percentual significativo de Unidades de Conservação de ProteçãoIntegral, mas concentra Áreas Especiais de Uso Regu lamentado para o Sistema Faxinal,que, no caso da região, dedicam-se à exploração combinada de erva-mate e pastagens.

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47 A mesorregião SudesteParanaense é compostapor 21 municípios: Anto-nio Olinto, Bituruna,Cruz Machado, Fernan-des Pinheiro, GeneralCarneiro, Guamiranga,Imbituva, Ipiranga, Irati,Ivaí, Mallet, Paula Freitas,Paulo Frontin, Porto Vi-tória, Prudentópolis, Re-bouças, Rio Azul, SãoJoão do Triunfo, São Ma-teus do Sul, Teixeira Soa-res, União da Vitória.

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A Sudeste compõe o grupo das mesorregiões com menor contribuição para a rendada economia do Estado, porém se distingue pela maior estabilidade de sua participação,o que indica capacidade de acompanhar a dinâmica estadual, fortemente determinadapelo ritmo de crescimento da mesorregião Metropolitana de Curitiba. Na base do de-sempenho econômico regional, ressalta-se a peculiaridade que combinou o crescimentodas atividades já existentes com a absorção de novos segmentos. O perfil industrial daregião conserva a forte predominância do complexo madeira, consolidando, mais re-centemente, a indústria de cerâmica, beneficiada pela possibilidade de exploração dogás derivado do xisto e pelas reservas de argila. Em relação à indústria de alimentos, oprocessamento da erva-mate continua a ocupar posição de destaque, e, com as coope-rativas, ampliam-se as atividades de agroindustrialização (arroz, mandioca, trigo, milhoe, sobretudo, leite). Ao lado destes, o fumo persiste como atividade de forte concen-tração regional.

A evolução recente da agropecuária denota intensificação da produção via aumento deprodutividade dos principais produtos regionais. Esse desempenho contribuiu para umaalteração na pauta dos produtos, ascendendo culturas como soja, milho, erva-mate efumo, sem, contudo, as demais, como a batata e o feijão, apresentarem redução. Veri-fica-se certa estabilidade na estrutura fundiária regional, conservando elevada participaçãode produtores familiares.

A dinâmica da economia regional também se expressa no mercado de trabalho. A região registrou, no período 1996-2001, a maior variação relativa do emprego formal.Ainda, no ano 2000, apresentou uma das menores taxas de desemprego do Estado.

Os vários indicadores que expressam a qualidade de vida da população realçam, porém,certos traços de precariedade, que se traduzem em desafios sociais a serem superados. Amesorregião apresenta a mais baixa cobertura dos serviços de abastecimento de água ede coleta de lixo do Estado, ainda que entre as melhores posicionadas, diante das demaismesorregiões, em relação ao serviço de esgotamento sanitário rural.

À exceção de União da Vitória, todos os municípios apresentam IDH-M inferior ao ín-dice médio do Paraná. Na maioria dos municípios, a taxa de escolarização indica, com-parativamente a outras mesorregiões, baixa frequência à escola por parte das crianças ejovens. A mortalidade infantil apresenta-se, na maioria dos municípios, com coeficientessuperiores aos do Estado. A renda per capita dos municípios fica abaixo da média do Pa-raná, exceto em União da Vitória. Em um terço deles, a taxa de pobreza encontra-se emníveis superiores a 40% – mais que o dobro da média estadual.

Maiores aportes na atenção a demandas sociais encontram limites na composição das fi-nanças municipais que, em todos os municípios, qualquer que seja o tamanho de suapopulação, guardam dependência dos recursos advindos das transferências, tanto do go-verno federal como estadual.

A infraestrutura viária da mesorregião está consolidada a partir da Rodovia do Xisto,considerada um importante eixo de ligação com Curitiba e o porto de Paranaguá. A rodovia BR-277 alcança apenas a sede municipal de Irati. No sentido norte-sul, a BR-153, que interliga diversos municípios da região, apresenta estado de conservação pre-domi nantemente ruim, prejudicando sua função de via de ligação intrarregional.

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Mesorregião Metropolitana de Curitiba

A mesorregião Metropolitana de Curitiba48 peculiariza-se por uma nítida compar -timentação de seu território, não só associada às suas características naturais, como aoprocesso de apropriação e reprodução do espaço, materializado em uma urbanização for-temente concentrada em alguns pontos do seu território.

As características geomorfológicas, florísticas e faunísticas permitem identificar as sub-regiões fisiográficas dos planaltos, das serras e a Planície Litorânea. Sua diversidade am-biental compõe-se de uma gama de biomas cuja influência transcende os limitesmesorregionais e estaduais. A mesorregião é habitat de 68% da biodiversidade de ma-míferos do Paraná – sendo a maioria das espécies dependente das florestas e formaçõespioneiras – e, também, de 48% da avifauna do Estado. As baías costeiras são ecossistemasestuarinos de grande importância, com extensões expressivas de manguezais. Essas áreas,porém, estão sob forte pressão de atividades pesqueiras, portuárias e turísticas.

A ocupação urbana, a atividade agropecuária e a expansão da indústria provocaram re-dução nos recursos florestais, restando, em 2000, 37% da cobertura original – mesmoassim, em proporção mais elevada que em outras mesorregiões do Estado. A manutençãodessa cobertura deveu-se às dificuldades de uso e ocupação em áreas de serra e à presençade grandes extensões de solos inaptos ao uso agropecuário (74%), recomendando-se,para certas áreas, apenas o reflorestamento (que ocupa 5,7% da área total da mesorre-gião). A par disso, nas últimas décadas foi estabelecido um conjunto de restrições legaisao uso dos recursos naturais, visando à preservação e conservação da cobertura florestal,tanto por sua importância para manter a biodiversidade como para garantir a qualidadedas águas dos mananciais de abastecimento. Resulta que, atualmente, 44,3% do territórioda mesorregião está sob proteção de Unidades de Conservação, sendo 41 Unidades deProteção Integral, 18 Unidades de Uso Sustentável, além de uma área federal de TerraIndígena, em Paranaguá.

Nas aglomerações urbanas, em especial no aglomerado metropolitano (constituído pelosmunicípios de Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo Magro,Campina Grande do Sul, Colombo, Fazenda Rio Grande, Quatro Barras, Pinhais, Pira-quara e São José dos Pinhais), o principal conflito se dá entre a expansão urbana e a pre-servação dos recursos hídricos, registrando-se, nos mananciais de abastecimento, apresença de rios com águas bastante comprometidas. O aquífero Karst, situado ao norteda região, também sofre pressões, além de apresentar dificuldades naturais para explora-ção, restringindo as formas e a quantidade de captação.

A preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade da região depende de formasadequadas e controladas de manejo. Sua complexidade impõe desafios à gestão metro-politana, uma vez que tais problemas vão além das competências político-administrativaspeculiares dos municípios e propiciam conflitos econômico-socioambientais quanto aouso dos recursos.

O processo de concentração de população e atividades, que particulariza essa região, in-tensifica-se a partir da década de 70, quando esta suplantou a participação da mesorregião

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48 A mesorregião Metro-politana de Curitiba écomposta por 37 muni-cípios: Adrianópolis, Agu-dos do Sul, AlmiranteTamandaré, Antonina,Araucária, Balsa Nova,Bocaiúva do Sul, Cam-pina Grande do Sul,Campo do Tenente,Campo Largo, CampoMagro, Céu Azul, Co-lombo, Contenda, Curi-tiba, Doutor Ulysses,Fazenda Rio Grande,Guaraqueçaba, Guara-tuba, Itaperuçu, Lapa,Mandirituba, Matinhos,Morretes, Paranaguá,Piên, Pinhais, Piraquara,Pontal do Paraná, PortoAmazonas, Quatro Bar-ras, Quitandinha, RioBranco do Sul, RioNegro, São José dos Pi-nhais, Tijucas do Sul,Tunas do Paraná.

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Norte Central no total da população e na composição do VAF do Estado. Parte subs-tantiva dos fluxos populacionais, decorrentes da intensa evasão ocorrida no meio ruraldo Paraná, convergiu para Curitiba e adjacências, em grande medida sob estímulos deum elenco de políticas nacionais de fomento ao desenvolvimento regional e urbano, entreelas a institucionalização da Região Metropolitana de Curitiba, a implantação da refinariaGetúlio Vargas, que está na origem do Centro Industrial de Araucária, e a criação da Ci-dade Industrial de Curitiba, onde se instalaram importantes plantas industriais, particu-larmente dos segmentos modernos da metal-mecânica.

Nos decênios seguintes, o ímpeto de crescimento urbano da mesorregião continuou ele-vado, particularmente na espacialidade que conforma o aglomerado metropolitano, oqual se destaca pela dinâmica de crescimento populacional, não apenas no Estado, mastambém no conjunto das regiões metropolitanas brasileiras. Curitiba também se distin-gue como um polo que não demonstra sinais efetivos de arrefecer seu crescimento, sendoainda considerado um dos que mais crescem entre os polos desse conjunto de regiões.Em 2000, esse aglomerado configura uma mancha única de ocupação, que concentramais de um terço da população urbana paranaense.

De acordo com os resultados preliminares do Censo Demográfico para 2010, a Mesor-região Metropolitana de Curitiba apresentou o maior crescimento populacional anualentre as regiões do Estado mas assim mesmo é pouco expressiva: 1,02% ao ano. Prevê-se para 2023 uma ampliação em sua população em torno de 25 mil habitantes, repre-sentando a maior concentração populacional do Paraná. Esta mesorregião apresentavaem 2000 o maior déficit habitacional absoluto (48 mil novas moradias) embora seu dé-ficit em relação ao total de domicílios fosse o menor (5,6%) entre as mesorregiões.

Este baixo índice relativo está associado à maior capacidade administrativa e finan ceirade alguns municípios, particularmente o município polo e alguns outros do seu entorno.

Dos 37 municípios que compõem a região, 36 possuíam ou estavam elaborando em2008 seus planos diretores. Entre eles, 13 municípios possuíam ou estavam elaborandoseus PMH. Embora esses valores pareçam relativamente pequenos, é importante lembrarque são alguns municípios lindeiros ao polo que apresentam grandes problemas habita-cionais, por serem receptores de populações de baixa renda que acorrem à capital do Es-tado em busca de trabalho e serviços públicos.

Todas essas informações e análises estão mais detalhadas no capítulo seguinte dotrabalho.

Essa aglomeração metropolitana, juntamente com a ocupação contínua litorânea (Para-naguá, Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná) e a extensão de seus efeitos na direçãode Ponta Grossa, aponta para a conformação de um importante complexo urbano, rea-firmando a dimensão concentradora na porção oriental do Estado.

Em contraposição às áreas de concentração, e marcando a heterogeneidade da mesorre-gião, municípios das porções correspondentes ao litoral norte, Vale do Ribeira e sul daaglomeração metropolitana caracterizam-se pela presença maior de população rural,baixo crescimento populacional, precariedade dos serviços sociais e nível incipiente deatividade econômica.

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Nos anos 90, a economia regional passou por forte ajuste em sua estrutura produtiva,caracterizado pela reorganização de processos produtivos, aumento nos níveis de eficiên-cia e de qualidade das empresas, além do redimensionamento da capacidade instaladaem diversos ramos industriais. Além disso, a consolidação de infraestrutura conferiu umacondição logística diferenciada, permitindo que a região se posicionasse como uma al-ternativa para novos investimentos, fortemente centrados em Curitiba e seu entornoimediato. Essas mudanças, em particular com a implementação do polo automotivo,ampliaram a participação da mesorregião na produção estadual, representando, em 2000,45,9% do VAF do Paraná.

Associada a essa mudança no setor industrial, ocorreu a ampliação da demanda por ser-viços e produtos de maior especialização, muitos dos quais viabilizados por capital in-ternacional e voltados ao mercado global. O setor comercial também passou poracentuadas mudanças, marcadamente no comércio varejista, com a instalação de váriosshopping centers e hipermercados, ampliando a oferta, alterando o perfil do fornecedore do consumidor, e implementando padrões internacionais de lojas e produtos.

Reforçando a centralidade da mesorregião, verifica-se a concentração de instituições deCiência, Tecnologia e Inovação do Estado, que formam um conjunto bastante diversifi-cado, envolvendo universidades, instituições de pesquisa, incubadoras e parques tecnoló-gicos. Mais recentemente, destacam-se as iniciativas particulares ou não-governamentaisdirigidas, principalmente, à apreensão e difusão de modernas áreas de serviços de infor-matização, gestão do conhecimento, softwares e qualidade da produção.

O rebatimento dos processos mencionados – forte incremento populacional, reestrutu-ração produtiva, privatização – sobre o mercado de trabalho regional, em contexto na-cional marcado por um ritmo de crescimento econômico irregular, reflete-se em umconjunto de indicadores que apontam elementos de forte pressão sobre a capacidade deabsorção de mão de obra. A mesorregião Metropolitana de Curitiba apresentou a maiortaxa de desemprego no Estado e uma das menores evoluções do emprego formal no pe-ríodo 1996-2001, tendo sido a única mesorregião onde a taxa de crescimento anual doemprego formal, nesse período, situou-se abaixo do incremento verificado na populaçãoem idade ativa e, também, aquela na qual essa população apresentou o maior cresci-mento. Nesse sentido, o incremento ocupacional, em boa parte dos anos 90, foi forte-mente marcado pela precarização do trabalho, com aumento do setor informal. Outroaspecto que particulariza a região foi, nesse período, a perda expressiva de postos formaisde trabalho em alguns segmentos econômicos, particularmente nos setores financeiro eda construção civil.

Em que pesem essas dificuldades conjunturais, o mercado de trabalho da mesorregiãoMetropolitana de Curitiba apresenta, relativamente às demais mesorregiões do Estado,um nível maior de formalização do emprego, maior concentração de ocupações nos seg-mentos mais modernos da economia e, por consequência, maiores oportunidades derendimento para a parcela de trabalhadores ligada a esses segmentos, principalmente noaglomerado metropolitano.

As atividades agropecuárias envolvem um número de ocupados ainda significativo (71mil pessoas). O mercado potencial do aglomerado metropolitano tem estimulado que

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as áreas agricultáveis sejam destinadas à produção de olerículas – convencionais e orgâ-nicas –, frutas e flores; o litoral abriga atividades pesqueiras e outras atividades tradicio-nais que induzem ao turismo; e o Vale do Ribeira tem voltado a produção principalmenteao cultivo de tangerina. Novas atividades vêm se apresentando como alternativa para aexploração do espaço rural, como o turismo ecológico e gastronômico.

Mesmo contando com essas alternativas, a área rural da mesorregião Metropolitana deCuritiba polariza o limite mais precário na ordem das desigualdades sociais. Não bastas-sem as condições naturais adversas ao aproveitamento econômico, alguns municípios so-frem isolamento no que concerne às comunicações viárias, dada a precariedade de acessos.

A enorme disparidade entre os municípios pode ser enquadrada em diversas escalas. Emcontraposição àqueles com condição socioeconômica mais favorável, alguns municípiosde pequeno porte, com fortes restrições ao desenvolvimento agrícola, mas com impor-tante participação de população rural, e distantes do polo metropolitano, apresentam assituações mais precárias nas dimensões sociais de educação, saúde, habitação, infraestru-tura urbana e pobreza, e valores do IDH-M entre os mais baixos do Estado.

O aglomerado metropolitano, mesmo reunindo municípios com situação social relati-vamente mais favorável, concentra os maiores contingentes de população em situaçãode carência, observada nas várias dimensões sociais. Em relação ao déficit habitacional,aos óbitos por causas evitáveis (causas externas e por doenças infecciosas e parasitárias)e ao desemprego urbano, Curitiba concentra praticamente a metade dessas ocorrênciasda mesorregião, indicando enorme distância social entre os bairros da cidade.

O enfrentamento desses problemas esbarra na capacidade diferenciada dos municípios,principalmente no que se refere à disponibilidade de recursos financeiros. Os municípiosmenores, particularmente aqueles em pior situação social, apresentam baixos níveis dereceita, com forte dependência de transferências da União. Porém, a diferenciação se co-loca também para os municípios maiores, fundamentalmente entre aqueles que compõemo núcleo metropolitano, alguns se destacando pela forte concentração de arrecadação eoutros por uma fraca performance. No caso destes últimos, o intenso crescimento po-pulacional gera uma situação de menor receita per capita.

Os extremos de concentração de riquezas e carências, as desigualdades socioespaciais, aspressões de ocupação e usos sobre o ambiente natural, e a inserção de conjuntos de mu-nicípios em dinâmicas comuns enfatizam o desafio que se coloca à gestão desse espaço,para a conquista do desenvolvimento regional.

Condições Institucionais e Administrativas

Em que pesem os avanços no campo institucional, o déficit habitacional brasileiro sótem aumentado, somando hoje mais de 7 milhões de unidades habitacionais, segundoestudo da Fundação João Pinheiro (BRASIL, 2009a). Esses números têm origem em

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vários fatores, mas destaca-se aqui dois em particular. O primeiro diz respeito ao forteprocesso migratório da população rural para as áreas urbanas, particularmente para asáreas metropolitanas onde o déficit é mais significativo. O outro refere-se ao modeloeconômico altamente concentrador da renda no Brasil, produzindo uma carência habi-tacional localizada numa determinada faixa de renda, a qual não tem sido alvo das polí-ticas públicas na área habitacional.

Estima-se que, de 1960 a 1996, um total de 46 milhões de pessoas migraram de áreasrurais para cidades de porte médio ou grande. Em 2007, cerca de 83,3% da população dopaís vivia em áreas urbanas, sendo que os residentes em domicílios com renda média mensalde até 3 salários mínimos representavam 89,4% do déficit por novas moradias, e os 10%mais pobres desse grupo representavam 36,2% do déficit habitacional e cerca de 30% dademanda por serviços de infraestrutura (BRASIL, 2009a). As cidades não estavam prepa-radas para essa rápida expansão, devido à falta de oferta de serviços urbanos, como tambémaos problemas de renda para obtê-los, promovendo assim o crescimento de assentamentosinformais e uma pressão cada vez maior na demanda por infraestrutura básica, as quaistambém o setor público não estava preparado para atender na mesma intensidade.

No período de 2003-2004, foi criado o Ministério das Cidades (que inclui as SecretariasNacional de Habitação, de Saneamento Ambiental, de Programas Urbanos e de Mobi-lidade Urbana) e houve a primeira Conferência Nacional das Cidades (outubro de 2003).Em abril de 2004, foi implantado o Conselho Nacional das Cidades49, para, entre outrasatribuições50, acompanhar e avaliar a execução da política urbana e habitacional.

A Segunda Conferência Nacional das Cidades, em 2005, teve como resultado a concep-ção de um sistema nacional das cidades que já vinha se estabelecendo como necessidadepara integrar as políticas urbanas nacionais, estaduais e municipais, e concluiu pela im-plantação dos Conselhos Estaduais da Cidade. A partir daí, cabe aos municípios construire instituir seus sistemas de gestão democrática da cidade e os seus planos diretores, quedeveriam estar instituídos até 2006 nos termos do Estatuto da Cidade.

Apesar dos inúmeros programas criados para atender a população de menor renda, per-manecia um problema quanto à garantia de acesso ao crédito adequado à habitação paraessa faixa de rendimentos. Havia o entendimento de que os recursos para resolver o pro-blema do déficit habitacional eram suficientes, o que faltava era destiná-los à baixa renda.

Em 2005, foi criado o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social que dispõesobre a criação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS)51 , bemcomo propõe a divisão do sistema em dois subsistemas de habitação: de mercado e deinteresse social. O pressuposto é que o enfrentamento das necessidades habitacionais re-quer a combinação de ações que incorporem, de um lado, a oferta do mercado privadopara a classe média baixa e, de outro, as iniciativas de promoção pública que atendam àsdemandas por habitação dos segmentos populacionais da faixa inferior a três salários mí-nimos. Com isso, pretendia-se evitar que a classe média baixa – com condições de seratendida pelo mercado – se utilizasse de recursos subsidiados, como ocorreu nos anosque antecederam a nova Política Nacional de Habitação (PNH), quando uma parcelapequena dos recursos públicos foi destinada à população com menos de cinco saláriosmínimos, na qual se concentra 92% do déficit habitacional.

Etapa I I - D i agnós t i co 129

49 Dos 71 membros quecompõem o ConselhoNacional das Cidades, 19são representantes demovimentos populares, 14do poder público federal,6 do poder público esta-dual, 10 do poder públicomunicipal, 7 dos empresá-rios, 7 dos trabalhadores,5 das entidades profissio-nais acadêmicas e de pes-quisa, e 3 de organizaçõesnão-governamentais.

50 Para o estabelecimentode câmaras municipais emestados e áreas metropo-litanas, com a efetiva par-ticipação de diversossegmentos da sociedade,é preciso garantir que asquestões relacionadas aosexo, raça e etnicidadesejam tratadas e incorpo-radas às políticas urbanase de habitação. A imple-mentação do Sistema Na-cional das Cidadestrataria da fragmentaçãoentre os níveis federais,estaduais e municipais dogoverno.

51 A Resolução do ConselhoMonetário Nacional(CMN), em 2005, obrigouos bancos a cumprir a LeiFederal n.o 10.391, apro-vada em 2004, que previao compromisso dos ban-cos de investir 65% dosrecursos captados pelapoupança em financia-mento habitacional.

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR130

Instrumentos de Política e Planejamento Urbano e de Política Habitacional

ESfErA EStAdUAl

A estrutura administrativa do Governo do Estado do Paraná conta com diversas insti-tuições com atuação em áreas afetas à elaboração do PEHIS-PR. No centro dessas ins-tituições, encontra-se a COHAPAR, sociedade de economia mista, responsável peloplanejamento e operacionalização das ações do Governo do Paraná nessa área e que temresponsabilidade institucional prevista pela Lei Complementar Estadual 119/07 e com-plemen tada pela Lei Estadual 124/08. Em apoio a esta ação, formou-se um grupo multi-institucional com as secretarias e órgãos governamentais cujas ações impactam essa área.Estas são: Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL), respon-sável pelo planejamento e orçamento do Estado; Secretaria de Estado do Desenvolvi-mento Urbano (SEDU), que planeja e gerencia as ações vinculadas ao espaço urbanoestadual; Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e sua entidade vinculada, oInstituto Ambiental do Paraná (IAP), que orientam, coordenam e fiscalizam as ações deimpacto ambiental; Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB)que cuida não apenas da produção, fiscalização, comercialização e pesquisa agropecuária,como também dos demais recursos envolvidos nessa produção; Secretaria de Estado daFazenda (SEFA), que gerencia a arrecadação e liberação dos recursos públicos. Alémdestas, fazem parte do grupo duas entidades vinculadas: uma à SEDU, a Coordenaçãoda Região Metropolitana de Curitiba (COMEC), responsável pelo planejamento e arti-culação das ações realizadas no espaço metropolitano de Curitiba, tanto pelo Estadocomo pelos municípios; e outra vinculada à SEPL, o Instituto Paranaense de Desenvol-vimento Econômico e Social (IPARDES), órgão de pesquisa e assessoramento do pla-nejamento estadual.

Esse conjunto de instituições, associado a outras que venham a ser chamadas a intervir,assegura a capacidade de planejamento, gestão e investimento no setor habitacional edetermina os parâmetros sob os quais se dará qualquer intervenção.

Cabe destacar que a SEDU vem atuando fortemente junto aos municípios do Paraná nosentido de orientá-los e estimulá-los a adotar os instrumentos de política e planejamentourbano preconizados pelo Estatuto das Cidades. Esse Estatuto institui diretrizes e ins-trumentos de indução ao desenvolvimento urbano, regularização fundiária e gestão de-mocrática da cidade.

É de fundamental importância que a elaboração das ações propostas pelo PEHIS consi-dere outros instrumentos de planejamento ou mecanismos de intervenção criados pelasinstituições públicas nas áreas direta ou indiretamente ligadas ao setor de habitação, comosaneamento, uso do solo, entre outros. As ações dos diferentes órgãos de governo devemser observadas para que as tomadas de decisão sejam convergentes, em vez de divergiremcom medidas já estabelecidas.

A Política Estadual de Desenvolvimento Urbano e Regional (PDU), elaborada pelo Go-verno do Paraná em 2003, é um dos instrumentos a ser considerado. Concebida como

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uma estratégia de planejamento urbano e regional e como uma ferramenta para orientara ação do Estado, levou em conta as iniciativas da sociedade civil por meio de fóruns,eventos regionais, e incorporou também aspirações dos governos locais expressa em geralpela iniciativa das associações de municípios (PARANÁ, 2010).

Os níveis de abrangência das ações contemplam as escalas municipal, regional e estaduale tem como meta a inclusão social e a prioridade às regiões críticas, denominadas “CentroExpandido”, no atendimento às demandas do Estado (mapa 4). Para concretizar as açõespropostas, a PDU estrutura-se em três linhas estratégicas: o desenvolvimento regional,o desenvolvimento urbano e o desenvolvimento institucional.

No que se refere à dimensão voltada ao desenvolvimento urbano, a PDU privilegiou aarticulação e estruturação do território por meio de uma rede de cidades formada tantopelas grandes aglomerações urbanas, com destaque para as áreas metropolitanas, em par-ticular a Região Metropolitana de Curitiba, como pelas cidades médias e pequenas, exi-gindo intervenções compatíveis com as suas características, sempre dentro de umaperspectiva integrada.

Para as médias e pequenas cidades, as necessidades contempladas foram formuladas emprojetos urbanos que consideraram os seguintes tópicos: Planos Diretores Municipais,Zoneamento Municipal e Planos de Ação Imediata.

A Constituição Federal, o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e a Constituição doEstado do Paraná são claros ao estabelecer que o Plano Diretor é o principal instrumentoda política urbana. É obrigatório para as cidades com mais de 20 mil habitantes e tam-

Etapa I I - D i agnós t i co 131

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR132

bém para aquelas que se inserem em aglomerações urbanas. A PDU norteou o governoa aprovar a Lei Estadual 15.229/2006, que amplia a obrigatoriedade de elaboração dePlano Diretor a todos os municípios paranaenses, como condição para receber financia-mentos do Estado. (PARANÁ, 2010, p.19)

As diretrizes e os instrumentos do Estatuto das Cidades deveriam ter sua aplicabi lidadeassegurada nos municípios através dos Planos Diretores, aprovados pelas Câmaras Mu-nicipais. Os dados levantados pelo IBGE (2008b) indicam que, do total de 399 muni-cípios, o Paraná contava em 2008 com 299 municípios com planos realizados; 89 complanos em elaboração e um município com o plano em processo de licitação. Somente10 municípios ainda não deram início à elaboração dos PDMs.

Os planos evidenciam uma heterogeneidade entre si, seja nas condições de capacidadetécnica para a sua elaboração como nos níveis de participação popular. Alguns municípiosadotam a participação como ferramenta fundamental de desenvolvimento, enquanto ou-tros os elaboraram somente com o propósito de cumprir uma formalidade. De todomodo, essa realidade impõe a necessidade de o PEHIS se reportar a esses instru mentosde planejamento local no momento de formular suas propostas.

Os Planos Diretores Municipais eram, a princípio, a principal ação prevista no eixo de-senvolvimento urbano, que incorporou posteriormente outras duas ações estratégicas:as Conferências das Cidades e o Conselho Estadual das Cidades, como vinha sendo feitona esfera federal.

O quadro 3 apresenta uma síntese das conclusões das Conferências das Cidades realizadasno Paraná.

QUADRO 3 - SÍNTESE DAS CONFERÊNCIAS DAS CIDADES - 1.a, 2.a, 3.a e 4.a E SEUSRESULTADOS

• Teve como missão garan-tir o direito à cidade atodos os seus habitantes,por meio da gestão par-ticipativa, com promoçãoda universalização doacesso à terra urbanizada,à moradia digna, à águapotável, ao saneamentobásico, ao ambientesaudável com segurança.

• Aprovou a criação deconselhos municipais, re-gionais e do Conselho Es-tadual das Cidades e aimplementação de políti-cas públicas de capaci-tação de conselheiros, deequipes técnicas munici-pais e estaduais e da so-ciedade civil em geral,além de outros instru-mentos de participação econtrole social.

• Reiterou a criação por leide Conselhos dasCidades – municipais, porbairros, intermunicipais,metropolitanos, regionaise estadual – sustentáveise integrados nos mais di-versos âmbitos, comcaráter deliberativo,propositivo, normativo efiscalizatório.

• Aprovou a obrigato-riedade a todos os mu-nicípios da criação,implementação oureestruturação de Con-selhos Municipais dasCidades, instituídos porlei, com caráter delibera-tivo, formados por 40%de representantes dopoder público e 60% dasociedade civil, com apoioadministrativo e capaci-tação contínua, tendoatribuições predefinidas ea finalidade de propor di-retrizes relacionadas àspolíticas públicas. Dev-erão compor-se de câ-maras técnicas, gerir os

• Reduzida e lenta imple-mentação dos Conselhosdas Cidades em Estados eMunicípios. Quando im-plementados, muitosainda sem o respaldo deuma lei.

• Fragilidade na implemen-tação de instrumentos departicipação democráticae controle social.

• Limitada discussão e im-plementação da PolíticaNacional e Estadual deDesenvolvimento Urbano.

Gestão Democrática

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

Ü

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Etapa I I - D i agnós t i co 133

• Elegeu para o ConselhoNacional das Cidades trêsconselheiros titulares eum suplente, no segmentodos movimentos popu-lares, e dois conselheirosdo poder público (umprefeito e um vereador).

• Sobre a questão federa-tiva, aprovou a recon-strução e fortalecimentodo Estado brasileiro, o in-centivo à implementaçãoda política de consórciosintermunicipais públicosou outras formas de inte-gração entre municípios,assim como a reformapolítico-eleitoral para par-ticipação paritária entregêneros e setores.

• Propôs democratizar aação pública, com o usode instrumentos e mecan-ismos previstos constitu-cionalmente, assim comoimplementar o orça-mento participativo,garantindo o controle so-cial, apoiado em sistemasde informações, progra-mas de qualificação e ca-pacitação da sociedadecivil e encontros e de-bates entre gestorespúblicos e sociedade.

respectivos fundos e di-vulgar suas ações em di-versos meios decomunicação, para que vi-abilize a participação e ocontrole social, bemcomo promova o inter-câmbio entre municípiose a integração do Con-selho Municipal dasCidades com os demaisconselhos.

• Aprovou a ação do Es-tado na capacitação detécnicos, conselheiros eatores sociais, de formacontinuada, em nível na-cional, estadual e munici-pal, por meio de cursos,eventos e campanhasrelacionados à política dedesenvolvimento urbano,particularizando estudossobre o Estatuto daCidade e o Plano DiretorMunicipal, e estimulando aparticipação popular nosConselhos Gestores e oacompanhamento pelosconselheiros das políticas(incluindo as setoriais) dedesenvolvimento urbano,assim como a fiscalizaçãoda aplicação dos recursos.

• Falta de integração entreas diversas instâncias degestão e entre conselhosvoltados às políticas ur-banas, de habitação, trans-porte e mobilidade,saneamento e planeja-mento urbano.

• Caráter não-delibera-tivo dos Conselhos dasCidades.

Gestão Democrática

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

• Ressaltou os princípiosdo direito à cidade e àmoradia digna, o cumpri-mento da função social dacidade e da propriedade, ainclusão social e a re-dução das desigualdades, agarantia da sustentabili-dade financeira da políticaurbana, o combate à dis-criminação de grupos so-ciais e à segregaçãourbana, e o respeito à di-versidade socioespacial.

• Enfatizou tratamento pri-oritário a programas deprovisão de moradia, priv-ilegiando moradores comrenda abaixo de 3 saláriosmínimos.

• Aprovou a criação de fun-dos de Habitação de In-teresse Social (Estadual eMunicipais), geridos porConselhos de Habitaçãode Interesse Social, assimcomo de companhias, co-operativas ou associaçõeshabitacionais como formade descentralizar a apli-cação dos recursos.

• Aprovou a criação e im-plementação dos PlanosDiretores Municipais e deHabitação, com consultapopular e apreciação doConselho das Cidades,percentual de área e de-terminação de locais des-tinados para ZEIS,regularização fundiária,criação de banco de ter-ras para Habitação de In-teresse Social, orientaçãoespecífica a municípioscom menos de 20 milhabitantes, desburocrati-zação dos órgãos oficiais,facilitando a regularizaçãoda documentação deimóveis para a população

• Alto grau de exigênciaslegais e burocráticas queretardam a liberação dosrecursos para a popu-lação com renda de até 5salários mínimos.

• Falta de apoio dosPoderes Executivos, nosníveis estadual e munici-pal, na implementação daspolíticas.

Habitação

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

Ü

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR134

• Reforçou a urgência daimplementação de políticafundiária para acesso àterra por famílias de baixarenda, com instrumentostais como as Zonas Espe-ciais de Interesse Social(ZEIS), a prevenção daocupação de áreas derisco de deslizamento,enchentes, erosão, lixõese preservação perma-nente, e o controle documprimento da funçãosocial da propriedade,garantindo a ocupação deimóveis vazios.

• Propôs mecanismos deassistência técnica gra-tuita no âmbito de engen-haria pública parapopulações de baixarenda.

• Orientou o amplo debatesobre a Política de Pre-venção e Mediação dosConflitos Fundiários Ur-banos, efetivada em semi-nário para a Região Sul,organizado pelo Min-istério das Cidades eSEDU, em Curitiba.

de baixa renda, inclusivecom isenção de taxas deregistro de imóveis de in-teresse social, e criaçãode programas de locaçãosocial.

• Aprovou que sejam cria-dos programas de locaçãode imóveis públicos, in-centivada a permanênciadas pessoas nas casasconstruídas em progra-mas de habitação, e evi-tadas divisões de terrenoscom áreas muito peque-nas. Deve-se também pro-mover a reestruturaçãodos espaços públicos domunicípio, implantar in-fraestrutura referente aequipamentos públicos ecomunitários, criar linhade recursos a fundo per-dido, com fontes estaduale federal, e aumentar ovalor do repasse do FPMaos municípios.

• Reiterou os princípios damoradia digna (que incluihabitação, saneamentobásico, mobilidade e aces-sibilidade, ambientesaudável e uso sustentávelde recursos, previstos naConstituição de 1988 elegislação infraconstitu-cional), com aplicação efe-tiva do Plano Nacional deHabitação (PLANHAB).

• Baixa capacidade institu-cional dos municípios eestados para o cumpri-mento da Política Na-cional de Habitação deInteresse Social (PNHIS).

• Falta de conclusão e im-plementação do PlanoNacional de Habitação(PLANHAB).

• Falta de integração dasações das políticas dehabitação, transporte emobilidade, saneamento eplanejamento urbano.

Habitação

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

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• Propôs que a política desaneamento preveja a im-plantação e ampliação dossistemas de abasteci-mento de água, coleta etratamento de esgotossanitários, buscando uni-versalizar o serviço nasáreas urbanas e rurais,assim como realize estu-dos para uma política es-tadual de resíduos sólidose efluentes líquidos ur-banos, com capacitação e

• Foi proposto o financia-mento do desenvolvi-mento urbano, comdestaque à implantaçãode infraestrutura parasaneamento ambiental.

• Formulou planos partici-pativos para assuntos deinteresse comum, entreos quais, recursos hídri-cos, desenvolvimento sus-tentável do turismo eeducação socioambiental.

• Aprovou a urgência naelaboração e aprovaçãodo plano municipal desaneamento vinculado aoplano regional/estadual eao Plano Diretor Munici-pal, reafirmando o “pactopelo saneamento básico:mais saúde, qualidade devida e cidadania”, queconsiste na adesão detoda a sociedade emtorno dos eixos e es-tratégias e do processode elaboração do plano.

• Reduzido apoio do PoderExecutivo na implemen-tação dos Planos deSaneamento Básico.

• Transferência daprestação dos serviços deSaneamento Básico aosetor privado, dificultandoa universalização dosserviços.

Saneamento Básico

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

Ü

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Etapa I I - D i agnós t i co 135

• Recomendou a elabo-ração de projetos decorredores estruturais in-termunicipais e metropol-itanos de transportecoletivo e a revitalizaçãode áreas lindeiras decorredores metro-fer-roviários, respeitando asexigências de estudos deimpacto de vizinhança.

• Foram recomendadasainda ações no sentido dofinanciamento à ampliaçãoda mobilidade urbana,com melhoria da quali-dade do transporte depassageiros, incluindotransportes não-motor-izados, com barateamentode tarifas e implantaçãode projetos de acessibili-dade para pessoas comrestrições.

• Foi proposto o financia-mento do desenvolvi-mento urbano, comdestaque à implantaçãode infraestrutura para,mobilidade, particular-izando transporte alterna-tivo e de massa.

• Propôs maior aporte derecursos não-reembol-sáveis e novas fontes definanciamento para políti-cas públicas voltadas à in-fraestrutura paramobilidade e acessibili-dade.

• Aprovou que seja pro-movida a melhoria da mo-bilidade e acessibilidadeurbana e rural, por meiode políticas de trans-porte, trânsito e sistemaviário, integradas ao PlanoDiretor Municipal, quepriorizem o sistema detransportes urbanos cole-tivos ao individualizado eampliem a noção de mo-bilidade urbana com segu-rança, facilitando acirculação de pessoascom mobilidade reduzida,no intuito de democrati-zar os espaços públicos egarantir o acesso àcidade, independente-mente do seu porte

• Escassez de recursos paraimplementação da Políticade Transporte e Mobili-dade/Acessibilidade.

• Resultados insuficientesquanto à implementaçãoda política de transporteno que se refere à quali-dade e adequação tarifáriasocial.

• Dificuldades para garantira plena implementação daLei de Acessibilidade emtodos os municípios (Lein.º 10.098/00).

• Baixa fiscalização e cont-role social da adequaçãoàs medidas referentes aostransportes públicos (De-creto n.º 5.296/2004).Morosidade na tramitaçãopara aprovação do Pro-jeto de Lei n.º 1.687/07,que institui as diretrizesda Política de MobilidadeUrbana.

• Falta de integração dasações das políticas dehabitação, transporte emobilidade, saneamento eplanejamento urbano.

Transporte e Mobilidade

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

apoio técnico para a orga-nização de cooperativasde trabalho no setor.

• Aprovou também quesejam acionados osmecanismos públicos depreservação e educaçãoambiental, de forma con-tinuada, com recursosfederais, estaduais e mu-nicipais, assim como a cri-ação de fundo decompensação financeira,gerido pelos ConselhosMunicipais das Cidades,para áreas destinadas àpreservação e para efeti-vação dos projetos de educação ambiental.

• Falta de integração dasações das políticas dehabitação, transporte emobilidade, saneamento eplanejamento urbano.

Saneamento Básico

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

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4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR136

• Entre as diretrizes geraisde ação, deu destaque àarticulação das políticassociais e de desenvolvi-mento, como forma depromover o direito àcidade e à moradia, a in-clusão social, o combate àviolência e a redução dasdesigualdades sociais e re-gionais.

• Propôs o apoio à estrutu-ração de uma rede decidades mais equilibrada edesconcentrada, com adescentralização daspolíticas de desenvolvi-mento urbano.

• Enfatizou a necessidadede que as políticas ur-bana, regional e metropol-itana sejam integradasentre as três esferas degoverno, com a elabo-ração e implementaçãode planos de desenvolvi-mento regional, e o incen-tivo governamental paradesenvolvimento de pro-gramas voltados à ger-ação de emprego e renda.

• Foi proposto o acessodos governos municipaisaos recursos do Min-istério das Cidades e daSEDU/Paranacidade, a in-tegração das políticas ur-bana e rural, e aampliação de prazos e re-dução de juros para finan-ciamentos municipais.

• Reiterou a integração dasintervenções urbanas,políticas setoriais e mar-cos regulatórios, assimcomo das esferas de gov-erno e da sociedade, naconstrução de uma efe-tiva Política de Desen-volvimento Urbano.

• Propôs o fortalecimentoe incentivo à cooperaçãoe integração intermunici-pal, com controle social,buscando maiortransparência na gestão erespeito à diversidadelocal/regional, descentral-ização das políticas de in-vestimentos, no Estado, eprioridade às pequenascidades, de modo a evitara evasão rural/urbano.

• Definiu critérios para pri-orizar repasses destina-dos ao financiamento daspolíticas de desenvolvi-mento urbano e rural nosmunicípios, facilitandoacesso aos de menorporte e baixo IDH-M, quepossuam Planos DiretoresMunicipais ou regionaisdevidamente aprovados eem implementação, Con-selhos das Cidades e par-ticipação comprova-danas Conferências dasCidades.

• Orientou discussão doProjeto de Lei 3.057-2000, em Seminário sobrea Lei de ResponsabilidadeTerritorial Urbana.

• Aprovou que sejam im-plementados os instru-mentos previstos noEstatuto da Cidade, pormeio de política de estí-mulo à utilização e ocumprimento da funçãosocial da propriedade ur-bana.

• Os Planos Diretores Mu-nicipais deverão ser obri-gatórios e participativosem todos os municípios;devem ser elaborados apartir de diagnósticos;devem ser concluídos,aprovados, regulamenta-dos, implementados, revis-tos, atualizados edivulgados, com prazos emetas estipuladas; devemgarantir a participaçãopopular nas políticas dedesenvolvimento urbanoe implementação das leg-islações complementares;devem ser complementa-dos com Planos Setoriais,que deverão estar com-patíveis com políticaspúblicas, projetos de in-fraestrutura e planeja-mento da expansãourbana; devem tambémimplantar sistemas de di-vulgação periódica doPlano Diretor, da legis-lação concernente, dasetapas do processo, assimcomo das ações governa-mentais e do conteúdodo Estatuto da Cidade atoda comunidade, inclu-sive às escolas, utilizandometodologia simples e lin-guagem popular.

• Aprovou ainda que sejamarticuladas as ações dosentes da Federação, Con-selhos das Cidades e out-ros Conselhos, para aformulação e implemen-tação de políticas urbanase rurais, para a obtençãoe gestão de recursos parao desenvolvimento ur-bano, e destinar estes re-cursos à regulamentaçãode imóveis urbanos emusucapião

• Limitação dos recursosorçamentários disponíveispara implementação daspolíticas de apoio à elabo-ração de Planos DiretoresParticipativos, Regulariza-ção Fundiária, Prevençãode Riscos e Reabilitaçãode Áreas Centrais.

• Limitação dos recursosorçamentáriosnecessários para realiza-ção de uma ampla cam-panha de capacitação detécnicos municipais e lid-eranças comunitáriasvoltadas para a implan-tação nos municípios dosinstrumentos do Estatutoda Cidade.

• Dificuldades para imple-mentação efetiva, porparte dos municípios, dosinstrumentos do Estatutodas Cidades associadas àfalta de capacitação e ar-ticulação dos agentes lo-cais interessados nareforma urbana.

• Dificuldade para elabo-ração de uma propostade gestão metropolitanaou regional que considereos desafios da partici-pação democrática e daintegração das políticassetoriais.

Planejamento Urbano

1ª Conferência

(2003)

2ª Conferência

(2005)

3ª Conferência

(2007)

4ª Conferência

(2010)

Dificuldades paraimplementações das

resoluções das conferências

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Com relação às moradias, a PDU preconiza a necessidade em todas as regiões do Estadode se construírem moradias de melhor qualidade em maior volume. Detecta tambémque devem ser eliminados os assentamentos precários (loteamentos e ocupações irregu-lares, em áreas vulneráveis e de risco do ponto de vista ambiental). O planejamento eimplementação de grandes equipamentos e serviços urbanos, adequando o ambiente damoradia, é outra necessidade preconizada pela PDU, bem como a articulação de outraspolíticas urbanas de cunho setorial, que garantam o cumprimento do direito à moradiaadequada a todos, concebida não como um elemento isolado no espaço urbano, mas in-tegrado aos outros elementos urbanos que asseguram a qualidade de vida.

No entanto, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), captados poralguns municípios, foram realizadas apenas algumas ações de financiamento para aqui-sição de terrenos para construção habitacional e para a melhoria de assentamentos pre-cários, e, no conjunto, as ações tiveram pouca expressividade. No Paraná, foramcontemplados com essas ações os municípios de Pinhais, Pitanga e Colombo (VilaZumbi).

Foram criadas coordenações regionais visando à gestão descentralizada do planejamentoregional, porém guardando relação com as unidades regionais instituciona lizadas no Pa-raná: as Regiões Metropolitanas de Curitiba (COMEC), Londrina (COMEL) e Maringá(COMEM).

Em 2006, a COMEC atualizou e aprimorou o Plano de Desenvolvimento Integrado daRegião Metropolitana de Curitiba (PDI), mesmo tendo definido como unidade de aná-lise o Núcleo Urbano Central (NUC),52 recorte espacial que concentra de fato a popu-lação e as dinâmicas metropolitanas. Avançou na proposição de diretrizes e estratégiaspara o uso e ocupação do solo, inclusive com a proposta de ampliação dos níveis de aces-sibilidade entre os municípios metropolitanos, que acenam com a possibilidade de am-pliação das relações entre outras centralidades que não a partir do polo, identificandosubcentralidades. O PDI avançou ainda na formatação institucional e de mecanismosvoltados à gestão das funções públicas de interesse comum na RMC, o que possibilitariauma articulação maior entre essas subcentralidades.

Na área de estruturação urbana, a COMEC organizou o sistema de informações geográ-ficas (SIG) para apoio às análises sobre uso do solo, planejamento e monitoramento naRMC, notadamente nas áreas de mananciais. Vem realizando o controle do parcelamento,uso e ocupação do solo na região, desde 1977, e promovendo assessoria técnica aos mu-nicípios, no tocante ao parcelamento, regularização de loteamentos, legislação de uso eocupação do solo, planos diretores, sistema viário, habitação e outros temas correlatos.

Participa de planos setoriais e projetos, como o PAC da Habitação, o Plano Multimodalda RMC (contornos ferroviários), a complementação do Contorno Norte, o Programade Gestão Ambiental Integrada em Microbacias, assim como a Câmara Técnica de Car-tografia e Geoprocessamento.

Quanto à Coordenadoria da Região Metropolitana de Londrina (COMEL), sua princi-pal atuação foi enfrentar o desafio de quebrar paradigmas, propondo aos gestores dosmunicípios que fazem parte da RM a experiência de atuarem em rede, buscando soluçõescompartilhadas para problemas comuns. Inicialmente, a COMEL voltou-se à conscien-

Etapa I I - D i agnós t i co 137

52 Ou seja, diferentementeda composição legal-mente instituída da Re-gião Metropolitana deCuritiba, atualmente for-mada por 26 municípios,o NUC envolve apenas 14municípios, diretamenteintegrados ao polo me-tropolitano.

Page 139: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR138

tização dos diversos órgãos vinculados ao poder público e segmentos da sociedade civilorganizada sobre a importância de um ente de gestão metropolitana que pudesse otimizarprojetos e recursos beneficiando todos os municípios integrantes da Região Metropoli-tana de Londrina (RML).

Já, com relação à Coordenadoria da Região Metropolitana de Maringá (COMEM), suasatividades iniciais relacionaram-se a propostas para o sistema viário integrado, sistemade transportes e outras ações voltadas à integração regional. Da mesma forma que aCOMEL, a COMEM não tem estrutura específica que conte com um corpo funcional,ainda que tenha promovido inúmeras iniciativas de trabalho integrado entre os municí-pios. Participou da criação da Câmara Técnica da Região Metropolitana de Maringá noConselho de Desenvolvimento de Maringá (CODEM), para discutir os projetos de in-tegração da Região Metropolitana, entre eles a elaboração de um plano diretor regional.

Embora apenas Curitiba tenha uma ação metropolitana consolidada, a discussão e algu-mas iniciativas de atuação coordenada entre municípios estão se difundindo nas áreasmetropolitanas oficiais e, até mesmo, em outras aglomerações urbanas.

Os programas desenvolvidos a partir da PDU, englobando ações nas áreas de educação,saúde, assistência social, habitação, infraestrutura urbana, qualificação institucional dasprefeituras e capacitação de servidores, entre outros, foram financiados com recursos doFDU que, no período 2003-2010, teve um desembolso de R$ 1,75 bilhão. Importa des-tacar que, em habitação, essas ações foram pontuais. Esses valores foram desembolsadosnuma combinação de recursos 100% a fundo perdido, 70% a fundo perdido e 30% re-tornável, 30% a fundo perdido e 70% retornável, e 100% retornável, combinando re-cursos do Tesouro, do Fundo para Infância e Adolescência (FIA), do próprio FDU eainda da Agência de Fomento, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) edo Banco Regional do Extremo Sul (BRDE).

Cabe mencionar ainda o Plano Estadual de Recursos Hídricos, elaborado pela SecretariaEstadual de Meio Ambiente (SEMA) e pela Superintendência de Desenvolvimento deRecursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA), hoje Instituto das Águas.O plano foi elaborado com o objetivo de preservação e gestão do uso dos recursos hídri-cos, a partir de um tratamento sistêmico representado pela efetivação da aplicação dosinstrumentos de gestão preconizados nas legislações existentes, lado a lado com a cuida-dosa observância das características locais das diferentes regiões do Estado, com o intuitode promover o planejamento e monitoramento integrado dos recursos futuros das águas.

O plano cotejou as demandas com as disponibilidades hídricas, considerando a vocaçãode cada bacia hidrográfica do Estado e estabelecendo diretrizes para o aproveitamentofuturo dos recursos hídricos em função do desenvolvimento esperado para cada umadelas. Para tanto, foram considerados os principais usos e usuários da água e a quantifi-cação dos recursos hídricos (vazão típica, pluviometria e qualidade da água).

Quanto aos usos dos recursos hídricos, o diagnóstico das demandas foi feito conside-rando os usos consuntivos e os não-consuntivos. A abordagem dos usos consuntivosconsidera os usos caracterizados por utilizar as águas sem devolver a totalidade ou partedos volumes captados. Inserem-se aí o setor de saneamento básico ambiental, englo-bando o abastecimento de água e o saneamento básico, o setor industrial, o setor agro-

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pecuário e a mineração. Na abordagem dos usos não-consuntivos, foram consideradosos usos de recursos que não geram alterações quantitativas, tais como a geração de ener-gia hidrelétrica, o turismo, o lazer e a navegação. Em síntese, o Plano Estadual de Re-cursos Hídricos não apresenta orientações passíveis de serem incorporadas de imediatopelo PEHIS-PR. Estas deverão ser incorporadas aos projetos derivados desse Plano.

ESfERA MUNiCiPAl

Neste tópico, serão apresentadas as informações sobre os municípios do Estado, desta-cando a existência de planos e mecanismos de planejamento urbano, instrumentos depolítica urbana e de política habitacional, com base na Pesquisa “Perfil dos MunicípiosBrasileiros” disponível para o ano de 2008 (IBGE, 2008b).

Essa pesquisa feita pelo IBGE com base em informações coletadas junto aos municípiossão trabalhadas de duas formas: a) numa visão geral de quantos municípios apresentamdeterminadas características; b) numa visão específica de quais são esses municípios, atra-vés de diversos mapas.

A análise foi conduzida para o conjunto dos municípios estratificados segundo o tama-nho de sua população, estimada pelo IBGE para 2008. Com base na tabela 8 e no mapa1, anteriormente apresentado, observa-se que 78,2% dos municípios do Estado têm umapopulação de até 20 mil habitantes, enquanto os demais 87 municípios têm uma popu-lação superior a esse montante, com dois deles – Londrina e Curitiba – atingindo maisde 500 mil habitantes. A maior parte da população do Estado (75,4%), no entanto, estáconcentrada nos municípios com mais de 20 mil habitantes.

TABElA 8 - MUNICÍPIOS E POPULAÇÃO TOTAL SEGUNDO CLASSES DE TAMANHO DA POPULA-

ÇÃO - PARANÁ - 2008

Etapa I I - D i agnós t i co 139

Classe de populaçãoNúmero de

Distribuição % População Distribuição %municípios

Até 5.000 hab. 96 24,1 344.592 3,3

5.001 até 10.000 113 28,3 796.965 7,5

10.001 até 20.000 103 25,8 1.458.836 13,8

20.001 até 50.000 54 13,5 1.625.694 15,4

50.001 até 100.000 17 4,3 1.272.974 12,0

100.001 até 500.000 14 3,5 2.757.832 26,0

Mais de 500.001 hab. 2 0,5 2.333.276 22,0

Total Paraná 399 100 10.590.169 100,0

Fonxte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

A tabela 9 apresenta a distribuição dos municípios que possuem instrumentos de plane-jamento (Lei de Parcelamento do Solo, Lei de Zoneamento e Código de Obras) e depolítica urbana (Lei de Solo Criado, Lei de Contribuição de Melhoria, Lei de OperaçãoUrbana Consorciada e Lei de Estudo de Impacto de Vizinhança).

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR140

TABElA 9 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO EXISTÊNCIA

DE INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL E DE POLÍTICA URBANA - 2008

Classe de

Planejamento municipal Política urbana

população

lei de lei de lei de leilei de

Parcelamentolei de Código

Solo Contribuição UrbanaEstudo de

do SoloZoneamento de Obras

Criado de Melhoria Consorciadaimpacto de

Vizinhaça

Até 5.000 hab. 50 41 53 29 71 12 14

5.001 até 10.000 79 78 82 46 83 18 19

10.001 até 20.000 80 74 80 51 88 29 26

20.001 até 50.000 51 50 50 40 51 17 26

50.001 até 100.000 17 16 15 10 17 6 10

100.001 até 500.000 14 14 14 9 13 6 5

Mais de 500.001 hab. 2 2 2 2 2 1 1

Total 293 275 296 187 325 89 101

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Observa-se que os instrumentos mais utilizados pelos municípios paranaenses são a Con-tribuição de Melhoria, o Código de Obras e o Parcelamento do Solo; mesmo assim, suapresença é mais significativa nos municípios com mais de 20 mil habitantes, sendo quepraticamente todos os municípios com mais de 50 mil habitantes – que abrigam 60%da população do Estado – possuem esses instrumentos, indicando que o manuseio desses

Page 142: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

recursos legais exige dos governos locais um corpo técnico e gerencial mais qualificado,o que ainda não está generalizado na realidade administrativa municipal paranaense.

O mapa 5 apresenta a distribuição dos municípios por classes de tamanho e os instru-mentos de planejamento municipal que possuem, enquanto os instrumentos de políticaurbana estão indicados no mapa 6.

Etapa I I - D i agnós t i co 141

Outro instrumento de planejamento urbano crucial na formulação da política habitacio-nal é o plano diretor que, ao ordenar o espaço urbano dos municípios, pode prever aocupação racional do solo com utilização dos vazios urbanos, a definição de Zonas Es-peciais de Interesse Social (ZEIS), tanto em áreas ocupadas como em áreas vazias, edessa forma dar sustentação à implementação de ações de política habitacional.

Embora o Ministério das Cidades exija que apenas os municípios com mais de 20 milhabitantes formulem seu Plano Diretor, no Estado do Paraná há uma exigência legal deque todos os municípios que se habilitam a utilizar os recursos do Fundo de Desenvol -vimento Urbano (FDU), o façam. Esse fato leva a um aumento da frequência desse ins-trumento de política junto aos municípios, visto que sua elaboração de modo geral temsido contratada junto a empresas de consultoria e financiada com recursos do próprioFDU. O mapa 7 apresenta os municípios por classes de tamanho, segundo o estágio emque se encontravam em 2008, com relação à elaboração do Plano Diretor.

Observa-se na tabela 10 que, em 2008, 172 municípios já tinham seu Plano Diretor, en-quanto outros 197 municípios estavam elaborando-o. Um número razoável de municí-

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pios estavam revendo seu Plano, ou o mesmo havia sido feito em data posterior a 2005,cumprindo exigência estabelecida pelo Estatuto das Cidades, que impôs esse ano comodata limite para cumprimento de exigência constitucional.

TABELA 10 - MUNICÍPIOS POR TAMANHO DE POPULAÇÃO QUE POSSUEM OU ESTÃO ELABO-

RANDO PLANO DIRETOR - PARANÁ -2008

Classe de população Municípios com Revendo Plano diretor ElaborandoPlano Diretor Sim Criado após 205 Plano Diretor

Até 5.000 21 1 17 64

5.001 a 10.000 36 5 27 62

10.001 a 20.000 45 6 33 54

20.001 a 50.000 39 11 21 15

50.001 a 100.000 15 8 6 2

100.001 a 500.000 14 2 6 0

Maiores 500.000 2 2 0 0

Total 172 35 110 197

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

A existência de Conselhos Municipais é pouco frequente nas administrações municipais.Tanto o Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU), ou suas outras denominações,

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como o Conselho Municipal de Habitação (CMH) existem em menos de um quartodos municípios. Dos que possuem CMPU, 51% estão no grupo de municípios com até20 mil habitantes. Agregando-se aqueles com mais de 20 até 50 mil habitantes, essa par-ticipação sobe para 77%. O mesmo comportamento é observado no caso dos CMH,onde 58% e 77% correspondem à participação dos municípios naqueles respectivos gru-pos de tamanho. Praticamente todos os municípios com mais de 100 mil habitantes pos-suem o CMPU. Embora o número de municípios que possuem os dois tipos de conselhoseja o mesmo, não significa que os mesmos municípios tenham ambos os conselhos.Conforme se observa na tabela 11, os CMH existentes são predominantemente de caráterdeliberativo, não obstante assumirem mais de uma característica, sendo que nenhumadelas é condição para as demais. Verifica-se também que apenas 21 municípios possuemsimultaneamente os dois tipos de conselho. O mapa 8 mostra a distribuição dos muni-cípios segundo classes de tamanho da população e a existência de Conselhos Municipais.

TABELA 11 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS POR TAMANHO DA POPULAÇÃO SEGUNDO EXIS-

TÊNCIA E CARÁTER DOS CONSELHOS MUNICIPAIS - PARANÁ - 2008

Etapa I I - D i agnós t i co 143

Classe deConselho Conselho

Caráter do Conselho - CMHExistência

populaçãoMunicipal Municipal simultânea

Política de CMPU e CMHUrbana(1) Habitação Consultivo Deliberativo Normativo Fiscalizador CMPU CMH

Até 5.000 hab. 17 14 6 10 6 6 3 3

5.001 até 10.000 13 12 5 9 4 5 1 1

10.001 até 20.000 18 28 10 22 10 11 6 6

20.001 até 50.000 24 18 11 12 6 8 5 5

50.001 até 100.000 9 10 4 8 1 2 2 2

100.001 até 500.000 11 10 6 7 3 6 4 4

Mais de 500.001 hab. 2 1 1 0 1 0 0 0

Total 94 93 43 68 31 38 21 21

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008(1) Conselho Municipal de Política Urbana, Desenvolvimento Urbano, da Cidade ou similar.

Também no caso da existência do Fundo Municipal de Habitação (FMH), menos deum quarto dos municípios paranaenses possui esse instrumento de política e, nova-mente, os municípios com mais de 50 mil habitantes são os que, em sua totalidade,apresentam esse recurso. A principal característica dos fundos existentes é ter ConselhoGestor, e, em menor proporção, o Conselho Gestor do Fundo é o Conselho Municipalde Habitação. Chama a atenção, por ser muito pequeno, o número de municípios cujosfundos financiaram ações e projetos nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa feitaem 2008, bem como os que reúnem todos os recursos orçamentários e de outras fontesdestinados aos programas habitacionais. Isso revela que é ainda incipiente não só a exis-tência como a utilização desse tipo de mecanismo de gestão nas municipalidades para-naenses. Na verdade, a tabela 12 também mostra que um grande número de municípiosvem realizando seus programas habitacionais sem utilizar-se do FMH. É importanteobservar que 75 municípios possuem simultaneamente o CMH e o FMH, com maior

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR144

presença junto aos municípios de maior porte. O mapa 9 indica a distribuição dos mu-nicípios por classes de tamanho da população e a existência de Conselho e Fundo Mu-nicipal de Habitação.

TABELA 12 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS POR TAMANHO DA POPULAÇÃO SEGUNDO EXIS-

TÊNCIA E CARATERÍSTICAS DOS FUNDOS MUNICIPAIS DE HABITAÇÃO- PARANÁ - 2008

Classe deTem Fundo FMH O FMH O FMH Utilizou Existência

populaçãoMunicipal financiou tem Conselhor reúne recurso que simultânea

de ações e Conselho Gestor todos os não faz parte CMH e FMHHabitação projetos Gestor é o CMH recursos do FMH CMPU CMH

Até 5.000 hab. 18 5 14 6 9 67 11 11

5.001 até 10.000 10 2 6 2 3 83 8 8

10.001 até 20.000 25 7 14 11 16 77 20 20

20.001 até 50.000 18 8 15 14 13 33 16 16

50.001 até 100.000 13 3 11 7 6 9 9 9

100.001 até 500.000 11 5 10 9 5 9 10 10

Mais de 500.001 hab. 2 1 1 0 0 2 1 1

Total 97 31 71 49 52 280 75 75

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Com relação à elaboração do Plano Municipal de Habitação, verifica-se pela tabela 13que apenas 36 municípios em todo o Paraná informaram, em 2008, a existência de PlanoMunicipal de Habitação, enquanto outros 104 municípios informaram estar elaborando-o. Naquela data, nem mesmo os maiores municípios atendiam a esse quesito, situaçãoque certamente está modificada hoje em dia, dado o interesse e motivação de boa partedos municípios pelos Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLHIS).

TABELA 13 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DE POPULAÇÃO, QUE POSSUEM

PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO - PARANÁ - 2008

Classe de população Plano Municipal de Município está elaborandoHabitação Plano Municipal de Habitação

Até 5.000 9 135.001 a 10.000 6 3010.001 a 20.000 11 2620.001 a 50.000 6 1950.001 a 100.000 2 10100.001 a 500.000 2 6Maiores 500.000 0 0Total 36 104

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

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Etapa I I - D i agnós t i co 145

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR146

A análise dos resultados da pesquisa de campo atualiza e complementa essas informações.

Outra característica da atuação dos municípios na área da habitação refere-se à existênciade cadastro ou levantamento de famílias interessadas em programas habitacionais. Ob-serva-se na tabela 14 que a grande maioria dos municípios (82%) respondeu em 2008possuir cadastro de interessados em programas habitacionais, e em 52% dos municípioso cadastro inclui a natureza do benefício pretendido. Em um menor número de municí-pios o cadastro é informatizado. Mesmo em se tratando de um recurso de planejamentobastante simples (o cadastro) a inclusão do benefício pretendido e a sua informatizaçãonão são utilizados pela totalidade dos municípios e também são mais frequentes nos mu-nicípios maiores.

TABELA 14 - MUNICÍPIOS POR TAMANHO DE POPULAÇÃO QUE POSSUEM CADASTRO HA-

BITACIONAL - PARANÁ - 2008

Municípios Cadastro de famíliasCadastro

Cadastro incluiClassificação pela famílias interessadas em

informatizadonatureza do

População Programas Habitacionais benefício pretendidoAté 5.000 77 28 455.001 a 10.000 86 33 5610.001 a 20.000 87 31 5920.001 a 50.000 46 25 3050.001 a 100.000 17 10 11100.001 a 500.000 13 3 11Maiores 500.000 2 2 2Total 328 132 214

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

A análise dos resultados da pesquisa de campo apresentados posteriormente atualiza ecomplementa essas informações.

Estrutura Administrativa e Oferta Habitacional nos Municípios

Neste tópico da análise, é verificado de início o tipo de órgão gestor existente nos mu-nicípios para atuar na área de habitação. Na sequência, são abordados os principais pro-gramas ou ações dos municípios nessa área. Apresentam-se também as inadequaçõeshabitacionais identificadas pela pesquisa (IBGE, 2008b), tais como a existência de lo-teamentos irregulares, áreas de invasão e cortiços, e os critérios utilizados pelas adminis-trações para identificar e classificar os assentamentos precários existentes, entendendo-secomo assentamento precário as favelas, os cortiços e os loteamentos irregulares e/ouclandestinos.

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A tabela 15 apresenta o tipo de órgão gestor existente nos municípios, por onde se ve-rifica que 38% dos municípios não possuem uma estrutura específica para tratar dessatemática. Em 49% dos municípios, o órgão gestor de habitação atua em uma secretariaconjunta com outras políticas ou está subordinado a uma outra secretaria, indicando queesta não é uma área prioritária de intervenção administrativa. Em 20% dos municípios,a habitação está subordinada diretamente à chefia do Executivo e, em apenas 11 casos,existe uma secretaria municipal exclusiva para tratar do assunto, que, curiosamente, nãoestá relacionada aos maiores municípios. Em outras 11 situações o órgão gestor da ha-bitação pertence à administração indireta, o que em geral ocorre em municípios maiores,como é o caso de Curitiba (COHAB-CT), Londrina (COHAB-LD), Araucária (CO-HABITAR) e Ponta Grossa (PROLAR - Companhia habitacional). O mapa 10 apre-senta a distribuição de municípios segundo o tamanho de sua população e a existênciade órgão gestor da administração direta.

TABELA 15 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS POR TAMANHO, SEGUNDO CARACTERIZAÇÃO DO

ÓRGÃO GESTOR DE HABITAÇÃO NO MUNICÍPIO - PARANÁ - 2008

Etapa I I - D i agnós t i co 147

Tipo de órgão GestorTamanho do Secretaria Secretaria Setor Setor Não possui Possui

município Municipal Municipal em Subordinado Subordinado estrutura Total Órgão da

Exclusive Conjunto à chefia a outra específica Adm.

com outras executivo secretaria Indireta

Até 5.000 1 4 26 18 47 96 0

5.001 a 10.000 0 8 27 28 50 113 0

10.001 a 20.000 4 12 20 29 38 103 0

20.001 a 50.000 1 9 8 28 8 54 2

50.001 a 100.000 2 1 0 10 4 17 1

100.001 a 500.000 2 4 2 1 5 14 6

Maiores 500.000 1 0 0 0 1 2 2

Total 11 38 83 114 153 399 11

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

No que se refere à produção habitacional, através de programas ou ações executadaspelos municípios com esse objetivo, observa-se por meio da tabela 16 que predomina aconstrução de unidades habitacionais, atividade essa encontrada em 64% dos municípios;a seguir, a melhoria de unidades habitacionais, presente em 33% dos municípios; os de-mais programas e ações – oferta de material de construção, oferta de lotes, regularizaçãofundiária, aquisição de unidades e urbanização de assentamentos – não atingem sequer25% dos municípios. O mapa 11 apresenta os municípios segundo classes de tamanhoda população, bem como os tipos de programas ou ações na área de habitação.

Podem ser detalhadas as ações de regularização fundiária, tal como observado na tabela17. Verifica-se que a maioria absoluta das ações de regularização ocorre na área urbanados municípios e está voltada principalmente à regularização de loteamentos irregulares.

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Observa-se também que esse número de ações de regularização ocorre apenas em 20%dos municípios, com maior representatividade nos municípios de maior porte.

O mapa 12 indica os tipos de ação, legislação ou plano de regularização fundiária ado-tados pelos municípios, segundo sua distribuição por classes de tamanho da população.

TABELA 16 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO PRO-

GRAMAS OU AÇÕES NA ÁREA DE HABITAÇÃO - PARANÁ - 2008

Classe de Construção Aquisição Melhoria Oferta Oferta Regularização Urbanizaçãopopulação unidades unidades unidades material lotes fundiária assentamentos

construção

Até 5.000 hab. 55 11 34 20 16 13 4

5.001 até 10.000 61 17 21 21 19 12 6

10.001 até 20.000 73 23 43 30 28 17 12

20.001 até 50.000 39 12 23 13 10 14 7

50.001 até 100.000 13 7 6 7 4 12 6

100.001 até 500.000 11 4 3 2 8 8 5

Mais de 500.001 hab. 2 0 0 0 1 2 2

Total 254 74 130 93 86 78 42

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

TABELA 17 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO LOCAL

E TIPOS DE AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA - PARANÁ - 2008

Classe Reg.

Área Tipo de ações

população fundiária Urbana RuralLoteamentos

Favelas,Conjuntos Bairros Cortiços

Outrosirregularesmocambos, habitacionais consolidados casas depalafitas ou construídos cômodos

assentamentos

Até 5.000 hab. 13 11 5 7 0 0 3 0 6

5.001 até 10.000 12 10 3 6 0 0 3 0 4

10.001 até 20.000 17 16 2 10 2 2 3 0 5

20.001 até 50.000 14 13 2 9 3 2 5 2 1

50.001 até 100.000 12 12 0 8 6 3 1 0 1

100.001 até 500.000 8 8 0 8 1 3 3 0 0

Mais de 500.001 hab. 2 2 0 1 2 0 0 0 0

Total 78 72 12 49 14 10 18 2 17

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Outros aspectos trazidos pela pesquisa de informações municipais do IBGE referem-seaos critérios utilizados pelos municípios para classificar os assentamentos precários en-contrados em seu território. Verifica-se, através da tabela 18, que predominam os assen-tamentos categorizados como favelas, assim conceituadas por corresponderem a

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Etapa I I - D i agnós t i co 149

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construções não-regularizadas por órgãos públicos, seguidas pelas que ocupam terrenosde propriedade alheia, pelas que apresentam a maioria das unidades habitacionais semtitulação de propriedade e por apresentarem lotes de tamanho irregular. Os demais cri-térios são menos utilizados pelos municípios para a caracterização das favelas existentes.

TABELA 18 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO CRITÉ-

RIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO COMO FAVELAS - PARANÁ - 2008

Maioria das Vias de ConstruçõesOcupação unidades circulação Lote de Ocupação não Precariedade

Classe de terreno de habitacionais estreitas tamanho densa de regularização de Outrospopulação propriedade não possui e de e forma unidades por órgão serviços

alheia título de alinhamento desiguias habitacionais públicos essenciaispropriedade irreguar

Até 5.000 hab. 29 25 21 27 14 30 17 6

5.001 até 10.000 33 27 24 26 19 35 18 7

10.001 até 20.000 35 34 31 34 20 43 25 2

20.001 até 50.000 21 15 12 16 6 24 7 2

50.001 até 100.000 3 5 4 5 2 6 4 1

100.001 até 500.000 4 2 3 0 0 3 2 0

Mais de 500.001 hab. 0 1 1 1 0 1 1 0

Total 125 109 96 109 61 142 74 18

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Page 152: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

A tabela 19, por sua vez, traz os critérios usualmente utilizados para classificar a existênciade cortiços nos municípios. Esse tipo de assentamento precário é menos comum que osdemais no Paraná, sendo observado em cerca de não mais que 90 municípios, e sua ca-racterização predominante relaciona-se à subdivisão de habitações em uma mesma edi-ficação. Caracteriza-se também pelo fato de que um mesmo cômodo tem várias funções,pelo uso comum de instalações hidráulicas e pelas unidades habitacionais serem geral-mente subalugadas ou cedidas sem contrato formal.

TABELA 19 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO CRITÉ-

RIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO COMO CORTIÇOS - PARANÁ - 2008

Etapa I I - D i agnós t i co 151

Unidade Uso comum Nas unidades Construção Subdivisão Unidades

Classe de moradias de habitacionais em de habitações habitacionais

população de instalações o mesmo lotes em uma geralmente Outrosvárias hidráulicas cômodo tem urbanos mesma subalugadas cedidas

famílias e sanitárias várias funções edificação sem contato formal

Até 5.000 hab. 0 7 9 4 7 6 0

5.001 até 10.000 0 7 7 4 10 8 0

10.001 até 20.000 0 11 13 6 12 12 1

20.001 até 50.000 0 11 10 4 12 11 0

50.001 até 100.000 0 3 3 2 4 2 0

100.001 até 500.000 0 1 1 0 1 1 0

Mais de 500.001 hab. 0 40 43 20 46 40 1

Total 0 80 86 40 92 80 2

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Com relação aos critérios usualmente utilizados para a classificação dos assen tamentos pre-cários como loteamentos irregulares e/ou clandestinos, a tabela 20 indica que a ocorrênciamais frequente é a inexistência de aprovação prévia pelo poder público, seguida pela faltade titulação correta da terra e pelo descumprimento de normas legais urbanísticas e/ouambientais. Esses critérios foram apresentados por cerca de 40% dos municípios.

TABELA 20 - NÚMERO DE MUNICÍPIOS, POR TAMANHO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO CRITÉ-

RIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO COMO LOTEAMENTOS IRREGULARES E/OU CLAN-

DESTINOS - PARANÁ - 2008

Sem aprovação Descumprimento Falta de Falta de

OutrosClasse de prévia do de normas legais titulações correspondência entrepopulação poder público urbanísticas e/ou correta da projeto apresntado

municipal ambientais terra e o executado

Até 5.000 hab. 33 30 32 9 2

5.001 até 10.000 45 33 40 17 4

10.001 até 20.000 54 35 37 13 5

20.001 até 50.000 22 18 24 4 0

50.001 até 100.000 5 6 7 0 0

Ü

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR152

Capacidade institucional e administrativa municipal voltada à habitação.

A análise feita a seguir para os municípios do Paraná tomou como modelo um estudorealizado por solicitação do Ministério das Cidades. Em trabalho conjunto dos órgãosCentro de Estudos da Metrópole (CEBRAP), Habitar Brasil (BID), Secretaria Nacionalda Habitação e Ministério das Cidades, foi feita uma avaliação da capacidade institucionaldos municípios brasileiros no que diz respeito à questão habitacional, utilizando paratanto os dados da Pesquisa do IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros (ARRETCHE;VAZQUEZ; FUSARO, 2007).

A equipe concluiu pela confiabilidade dos dados e atesta que os mesmos permitem efi-cácia à aplicabilidade de uma tipologia que, utilizando instrumentos estatísticos, identi-ficou 9 grupos homogêneos, com relação às seguintes variáveis:

1. existência (ou não) de órgão específico para a implementação de política de habita-ção;

2. existência (ou não) de cadastro ou levantamento de famílias interessadas em pro-gramas habitacionais;

3. existência (ou não) de consórcio intermunicipal que atue na área de habitação;

4. existência (ou não) de conselho de habitação e fundo de habitação.

Na pesquisa de informações municipais feita pelo IBGE no Paraná, em 2008, não foiidentificado nenhum consórcio intermunicipal atuando na área de habitação. Esse fatocertamente se deve à presença da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR),que atua em parceria com todos os municípios do Estado.

Assim, considerando as informações apresentadas, disponíveis para os municípios paranaen-ses, verifica-se que, no que diz respeito à existência de órgão específico, 38% dos municípiosnão possuem nenhum tipo de estrutura, e outros 38% possuem uma estrutura subordinadaa outra secretaria ou em conjunto com outras políticas, indicando pouca relevância dessaatividade na gestão municipal. Nos demais municípios existe uma secretaria municipal ex-clusiva, ou o setor está subordinado diretamente à chefia do Executivo municipal.

O cadastro de interessados em programas habitacionais é o mais frequente dos instrumentos

Sem aprovação Descumprimento Falta de Falta de

OutrosClasse de prévia do de normas legais titulações correspondência entrepopulação poder público urbanísticas e/ou correta da projeto apresntado

municipal ambientais terra e o executado

100.001 até 500.000 8 5 7 0 0

Mais de 500.001 hab. 2 2 0 0 0

Total 169 129 147 43 11

Fonte: IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008

Ü

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disponíveis nos municípios para planejamento habitacional. A grande maioria dos municí-pios (82%) havia cadastrado os interessados em programas habitacionais e, em 52% dosmunicípios, o cadastro inclui a natureza do benefício pretendido. Mesmo em se tratandode um recurso de planejamento bastante simples, o cadastro não é utilizado pela totalidadedos municípios e, mesmo aqueles que o possuem, podem estar referindo-se ao cadastro rea-lizado pela COHAPAR ou, até mesmo, ao cadastro do Bolsa Família.

O quarto critério considerado como relevante na avaliação da capacidade admi nistrativados municípios para atuar na área de habitação é a existência de Conselho Municipal deHabitação e Fundo Municipal de Habitação. Esses dois instrumentos estavam presentesem 93 e 72 municípios, respectivamente, quando da realização da pesquisa em 2008.

O mapa 13 sintetiza a combinação dessas quatro variáveis em 9 grupos de municípiosdentro de uma escala de capacidades institucionais dos municípios na área habitacional.

O grupo 1 apresentou como característica principal a ausência de todos os instrumentos depolítica habitacional; ou seja, ainda não deram nenhum passo em relação à capacidade de atuarna área habitacional. No grupo 2, estão os municípios que apenas possuem cadastro ou levan-tamento de famílias interessadas em habitação. É o grupo com maior quantidade de municípiosmas, como mencionado acima, podem estar referindo-se à existência do cadastro elaboradopela COHAPAR ou, até mesmo, ao cadastro do Bolsa Família. No grupo 3, estão os municípiosque apenas possuem órgão gestor para tratar de habitação. O grupo 4 reúne os municípios quepossuem órgão gestor e cadastro. No grupo 5, estão incluídos os municípios que apenas pos-suem Conselho. Já, o grupo 6 engloba aqueles municípios que possuem simultaneamente Con-selhos e Fundo Municipal de Habitação. No grupo 7, estão municípios que apresentam ao

Etapa I I - D i agnós t i co 153

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR154

mesmo tempo Cadastro, Conselho e Fundo. O grupo 8 refere-se ao conjunto de municípiosque apresentam apenas Conselho, sem Fundo Municipal de Habitação. O grupo 9, por suavez, reúne os municípios que possuem simultaneamente Órgão Gestor, Conselho e Fundo.

Dessas observações, infere-se que a questão habitacional não é uma preocupação para atotalidade dos municípios paranaenses, visto que constantes ações de intervenção e oprocesso migratório da população em direção aos centros maiores têm mantido esse pro-blema sob controle nos menores municípios, que são a maioria. No entanto, para osmunicípios de maior porte, a preocupação é permanente, e o processo recente tem reve-lado uma busca pela utilização de instrumentos que levem ao planejamento e intervençãomais efetiva nessa área.

Marcos Legais e Regulatórios.53

O PEHIS –PR considerou a legislação Federal e estadual, assim como toda a regula-mentação, normas e procedimentos urbanísticos, ambientais e todos que interferem naimplantação de programas habitacionais, seja para a produção como a regularização/ur-banização de áreas irregulares. Respeitando as competências entre Município, Estado eUnião, foi feito um levantamento de toda legislação Federal e Estadual pertinente.

Este levantamento é um demonstrativo da existência de um arcabouço que dá conta dagrande parte das questões habitacionais na instância estadual que trata este Plano. En-tretanto, a sua aplicabilidade, as estruturas institucionais necessárias, assim como a von-tade política para tal devem ser consideradas.

Há que se considerar também, a criação e regulamentação do “Regularizador Social”para que a regularização fundiária possa ter mais um instrumento capaz de potencializara ação do poder público e buscar parcerias na sociedade para a solução do problema ins-talado, assim como criar um instrumento capaz de incentivar a produção de loteamentospopulares no sentido de aumentar a oferta e evitar a ocupação irregular (Lei do Urbani-zador Social de Porto Alegre).

A Constituição Federal institui (artigo 5º) a garantia da propriedade e a necessidade deque ela cumpra sua função social.

Desta forma, a Constituição estabelece, no artigo 182, a política de desenvolvimentourbano e institui o Plano Diretor como o instrumento básico para a definição da funçãosocial da propriedade.

A Lei Federal n.º 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, estabelece os instrumentos de ges-tão democrática das cidades e de regularização fundiária que permitem efetivar o direitoà cidade e à moradia urbana.

Os instrumentos apresentados pela Lei Federal n.º 10.257/2001 são importantes e per-tinentes no plano de habitação, dentre os quais se destacam os institutos jurídicos e po-líticos do artigo 4º, inciso V e respectivas alíneas.

53 Este capítulo foi elabo-rado com base nas se-guintes fontes: Coletâneade Leis e Normativos daCOHAPAR, PLHIS-Pi-nhais, PLANHAB, Minis-tério das Cidades, Leis,Decretos e NormativosFederais e Estaduais.

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O Código Civil Brasileiro igualmente figura dentre os instrumentos normativos de fun-damental importância no aspecto habitacional, que adotou a partir de 2002, o principioda função socioambiental da propriedade, disciplinando o instituto da usucapião e dadesapropriação para fins de regularização fundiária no Capítulo do

Direito de Propriedade e Art. 1.228 §§ 4º e 5º : Registro Originário; Simplificaçãoda formalização da propriedade pelos moradores; Garantia de que a função social dapropriedade vai prevalecer sobre questões burocráticas que possam envolver a áreaocupada.

Legislação Federal

No âmbito federal, observa-se em primeiro lugar a Constituição Federal, que é a Lei Maiora qual estabelece os direitos e deveres dos cidadãos, o regime de governo e a forma de exer-cício do Poder. Define ainda a organização dos poderes no país, e as atribuições e os recur-sos do governo nas suas diferentes instâncias (BRASIL, Ministério das Cidades. s/ dt).

Como exemplo, cita-se o artigo 18 que trata da organização político-administrativa dopaís, assegurando a autonomia dos entes federados nos seguintes termos: “A organizaçãopolítico-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos desta Constituição.”

No Brasil, a Constituição Federal é a “Lei Maior” das leis brasileiras. Os Estados tambémtêm sua Constituição e os Municípios contam com as Leis Orgânicas que funcionam àsemelhança de uma constituição, constituindo hierarquia similar à da Constituição Fe-deral, porém em jurisdição própria. Toda a hierarquia enunciada para o nível Federalserve igualmente para o nível Estadual e Municipal.

A Constituição Federal estabelece dentre os direitos e garantias fundamentais, a digni-dade da pessoa humana, que se reflete nos direitos sociais, aflorando o Direito à moradia(art. 6º). À luz desses direitos e garantias fundamentais o Estado Brasileiro desenvolvepolíticas nacionais no sentido de amparar as questões habitacionais, saneamento básicoe ambiental do país, dentre outras. Os estados e municípios por seu turno devem desen-volver políticas regionais e locais no cumprimento do dever constitucional em prol dacoletividade e da função social da cidade. Esta última encontra respaldo na política urbanaestabelecida na própria Carta, nos artigos 182 e 183.

São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, aprevidência social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados,na forma desta Constituição.

Para a elaboração do PEHIS-PR, foi buscado junto ao arcabouço legal instrumentos quepossam interferir ou viabilizar as ações e diretrizes propostas na Etapa III – Plano deAção, ou explicar historicamente a estruturação dos Sistemas de Habitação, a habitaçãopopular dentro disso e a trajetória das COHAB’s nesse processo. Embora algumas Leisnão estejam mais em vigor, é necessário lembrá-las para explicar o estado atual dos fatos,repetir os acertos e corrigir os erros.

Etapa I I - D i agnós t i co 155

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR156

A seguir, a coletânea das legislações pertinentes:

n Código Civil Brasileiro:

No que se refere à Regularização Fundiária via Acordo Judicial, destacamos a utili-zação do Artigo 1.228, §§ 4º e 5º :

... “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito dereavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

§ 4º. O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicadoconsistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos,de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjuntoou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e eco-nômico relevantes.

§ 5º. No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida aoproprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvelem nome dos possuidores”.

n Decreto-Lei 58, de 10 de dezembro de 1937

Dispõe sobre o loteamento e a venda de terrenos para pagamento em prestações,buscando amparar os compradores de lotes, de forma que obriga os proprietáriosou co-proprietários de terras rurais ou terrenos urbanos a depositar no cartório doregistro de imóveis da circunscrição respectiva:

a) Um memorial contendo as especificações do imóvel, uma relação cronológicados títulos de domínio trintenária; o plano de loteamento de que conste o pro-grama de desenvolvimento urbano, aproveitamento industrial ou agrícola (ar-tigo 1º, I, letras a,b, c);

b) Planta do imóvel: assinada pelo engenheiro responsável pela medição e o lo-teamento com todos os requisitos técnicos e legais; indicação da situação, di-mensões e numeração dos lotes, das vias e sua nomenclatura, espaços livres,construções e benfeitorias (art. 1º, II);

c) Exemplar do contrato de compromisso de venda dos lotes;d) Certidão negativa de impostos e ônus reais.

Veja-se que já havia um regramento para loteamentos, buscando a segurança docomprador. E para resguardar a ordem urbanística, em se tratando de propriedadeurbana o plano e a planta de loteamento deveriam ser aprovados pela Prefeitura Mu-nicipal, mas que infelizmente não foi observado no desenvolvimento das cidadesbrasileiras, resultando nas inúmeras irregularidades enfrentadas nos dias de hojepelos administradores municipais e a sociedade.

No ano de 1967 mais um Decreto-Lei - DL 271/67 vem dispor sobre loteamentourbano, responsabilidade do loteador, instituindo a concessão de uso de terrenospúblicos ou particulares, remunerada ou gratuita.

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Interessante destacar o contido no artigo 5º do DL onde se determina que as ben-feitorias ou construções realizadas em lotes ou loteamentos irregulares não serãoobjeto de indenização. Tampouco serão considerados terrenos loteados ou loteáveis,para fins de indenização, as glebas não inscritas ou irregularmente inscritas comoloteamentos urbanos ou para fins urbanos.

n Decreto Lei n.º 3.365, de 21 de junho de 1941

A desapropriação por utilidade pública é um instrumento que regulamenta o Esta-tuto da Terra e vincula as questões habitacionais nos municípios. A lei estabeleceráo procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou porinteresse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casosprevistos nesta Constituição;

Nos termos do decreto-lei, o poder público poderá desapropriar todos os bens, me-diante declaração de utilidade pública (art. 1º) por ato do poder executivo, que nocaso de municípios será declarada por decreto do prefeito (art. 6º), podendo ocorrertambém por iniciativa do poder legislativo, conforme dispõe o artigo 8º. Definem-se no decreto-lei os casos de utilidade pública, conferidos no artigo 5º. Colam-senesta oportunidade os seguintes casos previstos que podem amparar possíveis açõese diretrizes do Plano de Habitação:

[...]e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular

de meios de subsistência;[...]i) A abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a

execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edi-ficação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a constru-ção ou ampliação de distritos industriais;

j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;[...]Refere-se ainda o parágrafo terceiro do artigo 5º, à desapropriação para implantaçãode parcelamento popular, destinado à classe de menor renda. Neste caso, a destinaçãodo imóvel desapropriado não poderá ter outro destino, a não ser atender a habitaçãode interesse social.

n Lei 4.380 de 07/64

Institui o SFH - Sistema Financeiro da Habitação, cria o Banco Nacional da Habi-tação - BNH. O Sistema Financeiro de Habitação foi criado pelo governo federal,para facilitar a aquisição da casa própria. O objetivo, em tese, era favorecer as classesde baixa renda. Segundo as regras, a casa obtida pelo mutuário seria de uso próprio,não podendo ser revendida, alugada, ou usada com fim comercial e por outra pessoaque não o financiado. A lei prevê a rescisão do contrato de financiamento em casode locação ou inadimplência do mutuário. As duas fontes tradicionais de recursos

Etapa I I - D i agnós t i co 157

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR158

são a Caderneta de Poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).A Caderneta é a principal. Por lei, 70% da captação deve ser utilizada para a con-cessão dos financiamentos habitacionais, sendo que, deste total, 80% devem ser apli-cados em operações do SFH, e o restante, em operações a taxas de mercado,conhecidas como Carteiras Hipotecárias

n RC - Resolução do Conselho de Administração do BNH - n.º 63/66 - 04/65

Regulamenta o artigo o artigo 8º da Lei 4.380/64, ou seja, as condições pararegistro e concessão de financiamento das Companhias de Habitação - COHAB’s( as COHAB’s são Entidades criadas com o intuito de instrumentalizar Estados eMunicípios para viabilizar a produção de alternativas de moradias para famílias debaixa renda)

n Lei n.º 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal Brasileiro)

(alteração da lei em discussão na Câmara Federal)

Alterada pela Lei 7.803/89, prescreve que áreas de preservação permanente sãoaquelas protegidas nos termos dos arts. 2º e 3º, coberta ou não por vegetação nativa,com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidadegeológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e asse-gurar o bem-estar das populações humanas (art. 1º, II).

O art. 3º do Código Florestal foi regulamentado pela Resolução CONAMA303/2002 o qual passa ter a seguinte redação:

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:

I. em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal,com largura mínima, de:

a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura;b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta metros de lar-

gura;c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos metros de lar-

gura;d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros

de largura;e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de

largura;

II. ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimode cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográficacontribuinte;

III. ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:

a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas;b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água

Page 160: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüentametros;

IV. em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínimade cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

V. no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nívelcorrespondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a base;

VI. nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível correspon-dente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais baixo da cumeada,fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha de cumeada equivalentea mil metros;

VII. em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou qua-renta e cinco graus na linha de maior declive;

VIII. nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de rupturaem faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do re-verso da escarpa;

IX. nas restingas:

a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamarmáxima;

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação comfunção fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;

X. em manguezal, em toda a sua extensão;

XI. em duna;

XII. em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que não tenhamtais elevações, à critério do órgão ambiental competente;

XIII. nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;

XIV. nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de ex-tinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ouMunicipal;

XV. nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.Prevalece o teor do Parágrafo Único do art. 2º da Lei Federal 4.771/65, ondese estabelece que para as áreas urbanas devam ser observados o disposto nosplanos diretores e de leis de uso do solo, respeitados os limites impostos pelalei federal.Na sequência o artigo 3º da Lei Federal 4.771/65 define que o Poder Públicopoderá declarar como de preservação permanente as florestas e demais formasde vegetação natural destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras;b) a fixar as dunas;c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

Etapa I I - D i agnós t i co 159

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR160

d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades milita-res;

e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;

f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;

g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;

h) a assegurar condições de bem-estar público.

Como se observa, a regra legal para proteção das Áreas de Preservação Permanentesestá definida no Código Florestal – Lei Federal 4.771/65 e alterações vigentes, nomínimo os trinta metros para o curso d`água com menos de dez metros de largura.Esse parâmetro visa a preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geo-lógica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e asseguraro bem-estar das populações humanas. Neste sentido, a urbanização dessas áreascompromete todo esse objetivo, em especial a segurança e o bem-estar da popula-ção, que se estabelecem nas áreas sujeitas à inundação, desmoronamento, entre ou-tros riscos.

Ocorre que a realidade urbana mostra ocupações desordenadas nessas áreas por di-versos fatores, conflitando com o que dispõe a lei federal, constituindo-se em umgrande problema para a Administração Municipal.

n Leis que regulamentam, complementam ou alteram dispositivos do Código

Florestal Brasileiro: Lei Federal 4.771/65: Lei Federal 11.284/06; Lei Federal11.428/06; MP 2.166-67/2001; Lei Federal 7.803;89; Lei Federal 7.754/89; LeiFederal 9.985/00; Lei Federal 9.605/98; Lei Federal 5.870/73; DL3.688/41; Dec.5.975/06; Res. CONAMA:378/06; 303/02; 302/02.

n Ato normativo Circular CFG n.º 06/648/68, que introduziu roteiro para o re-colhimento do FCVS, as COHAB’s , os assemelhados e as Cooperativas foramcompulsoriamente integrados no citado Fundo, embora tivessem de firmar um “Termo de Compromisso “ e também, a ele não devessem, originalmente, contribuirfinanceiramente.

n Lei 6.766/79

Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências.

n Lei Complementar Federal n.º 14/1973

Estabelece as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre,Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza; Lei Estadual nº. 6.517/1974 - cria aCOMEC, formada por um Conselho Deliberativo, Conselho Consultivo e SecretariaAdministrativa; Lei Estadual nº. 11.027 de dezembro de 1994 - reformulou oÓrgão Metropolitano, alterando sua personalidade jurídica.

Page 162: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

n Lei N.º 9.514, de 20 de novembro de 1997. SFI

Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciáriade coisa imóvel e dá outras providências.

n Projeto de Lei n.º 3.057 de 2000

Este projeto apresenta alterações importantes na Lei 6.766/79; na Lei de registrospúblicos (6.015/73); no Código de Processo Civil - Lei 5.869/73; DL 3.365/41(desapropriação de interesse público); Lei 6.938/81(Política Nacional do Meio Am-biente); lei 4.771/65 (Código Florestal); Lei 4.380/64(criação do Sistema financeiropara aquisição de casa própria e contratos imobiliários de interesse social); Lei8.036/90 (FGTS); Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).

Algumas matérias relevantes para a Política Nacional de Habitação de Interesse Social,contida no PL já foram assumidas na recente lei 11.977/2009 e na Resolução CONAMA369/2006: tais como a regularização fundiária de interesse social; a regularização fundiáriade interesse específico; a demarcação urbanística e a legitimação de posse; a intervençãoou supressão de vegetação em APP e possibilidade de medidas compensatórias.

n Lei n.º 10.257/2001 - Estatuto da Cidade

Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes geraisda política urbana e dá outras providências.

Destacam-se os seguintes instrumentos afetos à questão da Habitação e Regulari-zação Fundiária e Urbanística:

I. planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desen-volvimento econômico e social;

II. planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrre-giões;

III. planejamento municipal, em especial:

a) plano diretor;b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;c) zoneamento ambiental;d) plano plurianual;e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;f) gestão orçamentária participativa;g) planos, programas e projetos setoriais;h) planos de desenvolvimento econômico e social;

IV. institutos tributários e financeiros:

a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;b) contribuição de melhoria;c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;

Etapa I I - D i agnós t i co 161

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V. institutos jurídicos e políticos:

a) desapropriação;b) servidão administrativa;c) limitações administrativas;d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;e) instituição de unidades de conservação;f) instituição de zonas especiais de interesse social;g) concessão de direito real de uso;h) concessão de uso especial para fins de moradia;i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;j) usucapião especial de imóvel urbano;l) direito de superfície;m) direito de preempção;n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;o) transferência do direito de construir;p) operações urbanas consorciadas;q) regularização fundiária;r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais

menos favorecidos;s) referendo popular e plebiscito;t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária; (Incluído pela

Lei n.º 11.977, de 2009)u) legitimação de posse. (Incluído pela Lei n.º 11.977, de 2009)

VI. estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizi-nhança (EIV).

n Medida Provisória n.º 2.220/2001, que disciplina a Concessão de Uso especialpara fins de moradia – CUEM, a qual consiste em instrumento para regularizaçãode ocupações em terras públicas.

n Lei n.º 11.124, de 15 de junho de 2005

Institui o SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e o FNHIS– Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. Condiciona a elaboração dosPlanos Estaduais de Habitação de Interesse Social (PEHIS) e Planos Locais de Ha-bitação de Interesse Social (PLHIS) – como requisitos para adesão ao Sistema Na-cional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) - Resolução n.º. 02/2006 doConselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).

Centraliza todos os programas e projetos destinados à habitação de interesse social,com os seguintes objetivos (art. 2º):

I. viabilizar para a população de menor renda o acesso à terra urbanizada e à ha-bitação digna e sustentável;

II. implementar políticas e programas de investimentos e subsídios, promovendo

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e viabilizando o acesso à habitação voltada à população de menor renda; e

III. articular, compatibilizar, acompanhar e apoiar a atuação das instituições e órgãosque desempenham funções no setor da habitação.

As diretrizes do SNHIS deverão ser consideradas no PMHIS do município, e se ba-seiam no seguinte:

a) prioridade para planos, programas e projetos habitacionais para a população demenor renda, articulados no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e mu-nicipal;

b) utilização prioritária de incentivo ao aproveitamento de áreas dotadas de infra-estrutura não utilizadas ou subutilizadas, inseridas na malha urbana;

c) utilização prioritária de terrenos de propriedade do Poder Público para a im-plantação de projetos habitacionais de interesse social;

d) sustentabilidade econômica, financeira e social dos programas e projetos im-plementados;

e) incentivo à implementação dos diversos institutos jurídicos que regulamentamo acesso à moradia;

f) incentivo à pesquisa, incorporação de desenvolvimento tecnológico e de formasalternativas de produção habitacional;

g) adoção de mecanismos de acompanhamento e avaliação e de indicadores de im-pacto social das políticas, planos e programas; e

h) estabelecer mecanismos de quotas para idosos, deficientes e famílias chefiadaspor mulheres dentre o grupo identificado como o de menor renda da alínea “a”deste inciso.

n A lei 11.124/2005 é regulamentada pelo Decreto 5.796 de 06 de junho de 2006,quanto à constituição do FNHIS, sua natureza contábil, sua composição, conselhogestor, e demais matérias pertinentes.

n Lei n.º 11.578 de 26 de novembro de 2007

Dispõe sobre a transferência obrigatória de recursos financeiros pelos órgãos e enti-dades da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípiospara a execução de ações do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC (art. 1º);dispõe ainda sobre a forma de operacionalização do Programa de Subsídio à Habitaçãode Interesse Social – PSH nos exercícios de 2007 e 2008. Ou seja, o governo federalatravés desse programa disponibiliza recursos para recuperação ambiental (Dec.6.876/09); adequação, recuperação e construção de rodovias (Dec. 6.807/09); sanea-mento básico (Dec. 6.714/09); metrôs e abastecimento de água (Dec. 6.694/08); ur-banização de assentamentos precários, produção habitacional (Dec. 6.450/08).

Etapa I I - D i agnós t i co 163

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n Lei n.º 11.888 de 24 de dezembro de 2008

Trata da assistência técnica gratuita para projeto e construção de habitação de inte-resse social.

As famílias contempladas devem estar enquadradas na faixa salarial de até 3 (três) sa-lários mínimos, residentes em área urbana ou rural. Essa assistência deverá ser prestadapelo poder público, com a devida anotação de responsabilidade técnica, por meio deprofissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia, através de seus servi-dores, ou por meio de convênios e parcerias com integrantes de equipes de organiza-ções não governamentais sem fins lucrativos; profissionais inscritos em programas deresidência acadêmica ou extensão universitária; profissionais autônomos ou integrantesde pessoas jurídicas credenciadas, selecionadas e contratadas na forma da lei (art. 4º).

n Lei n.º 11.977 de 7 de julho de 2009

Além de instituir o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), trata a regula-rização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. Esta lei dá defini-ções mais atualizadas e contextualizadas da regularização fundiária, voltada paraassentamentos urbanos (art. 46), um conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas,ambientais e sociais. O objetivo é buscar tanto a regularização de assentamentos ir-regulares como também a titulação de seus ocupantes, numa tentativa de abrangeras funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologica-mente equilibrado.

Conforme KLOSTER (2009), regularização fundiária para a Lei 11.977/09 é “con-junto de planejamento, medidas e atitudes, de um grupo de parceiros com a finali-dade de trazer a regularidade no aspecto social, registral, urbanístico e ambiental,promovendo uma melhor qualidade de vida, e a disponibilização de imóvel con-forme seu fim social aos assentamentos irregulares”.

Para se colocar em prática os instrumentos trazidos pela lei, há que se identificar otipo de assentamento/ocupação irregular que ocorre na área. Deve-se identificar setrata de uma Zona Especial de Interesse Social, Regularização Fundiária de InteresseSocial, Regularização Fundiária de Interesse Específico, Área Urbana Consolidada,ou uma gleba parcelada para fins urbanos de forma irregular anterior a Lei 6.766/79.

Para cada uma dessas situações, cabem ações específicas.

Para a regularização de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é necessário queessa área urbana tenha sido instituída pelo plano diretor ou definida por outra leimunicipal, destinada predominantemente à moradia de população de baixa renda esujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo.

Na Regularização Fundiária de Interesse Social (RFIS) os trabalhos devem se iniciarpela demarcação urbanística, levantamento da extensão da área ocupada e a identi-ficação de seus ocupantes (art. 47, VIII). Neste caso, conta-se com a gratuidade doregistro do auto de demarcação urbanística; do título de legitimação; de sua con-versão em propriedade e parcelamentos de RFIS.

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Outro marco importante que vem somar aos esforços para a viabilização da univer-salidade do direito à moradia, atendendo à população de baixa renda, está confor-mado na Resolução CONAMA 412/2009 que estabelece critérios e diretrizes parao licenciamento ambiental de novos empreendimentos destinados à construção dehabitação de interesse social. Parte dessa normatização já tinha sido desenhada naresolução CONAMA 237/1997, quanto à adoção de procedimentos simplificadosde licenciamento ambiental.

n Resolução CONAMA n.º 412 de 13 de maio de 2009

Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de novos empreen-dimentos destinados à construção de habitações de Interesse Social.

Os novos empreendimentos destinados à construção de habitações de interesse socialcom pequeno potencial de impacto ambiental em área urbana ou de expansão urbanaterão procedimentos simplificados, ou seja, uma única licença, compreendendo a li-cença de localização, instalação e operação. O prazo igualmente reduzido para até 30dias para análise conclusiva sobre o pedido de licença ambiental. Esses procedimentosestão condicionados a parcelamento de área de até 100 (cem) ha. No entanto, a reso-lução impõe a obrigatoriedade de elaboração do RAS – Relatório Ambiental Simpli-ficado, que nada mais é do que “estudos relativos aos aspectos ambientais relacionadosà localização, instalação e operação de novos empreendimentos habitacionais, in-cluindo as atividades de infraestrutura de saneamento básico, viária e energia, apre-sentados como subsídio para a concessão da licença requerida, que conterá, dentreoutras, as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do em-preendimento, sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das me-didas de controle, de mitigação e de compensação” (RES CONAMA 412, art. 4º).

A documentação exigida para esse licenciamento está arrolada no artigo 6º e são osseguintes:

I. requerimento de licença ambiental;

II. manifestação favorável do órgão responsável pela emissão de autorizações paraa supressão de vegetação;

III. outorga de recursos hídricos, quando couber;

IV. declaração municipal de conformidade do empreendimento com a legislaçãomunicipal aplicável ao uso e ocupação do solo;

V. relatório técnico contendo a localização, descrição, o projeto básico e o crono-grama físico de implantação das obras com a respectiva anotação de responsa-bilidade técnica;

VI. Relatório Ambiental Simplificado - RAS; e

VII. Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais, quando couber, a cri-tério do órgão ambiental licenciador.

Etapa I I - D i agnós t i co 165

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR166

Exige-se ainda para o licenciamento referido que se atendam aos seguintes critériose diretrizes (art. 7º), sem prejuízo de exigências complementares, se os empreendi-mentos estiverem localizados em áreas restritas à ocupação, por determinação legal(parágrafo Único):

I. implantação, de sistemas de abastecimento de água potável, coleta e tratamentode esgoto sanitário, nos locais não dotados de sistema público de esgotamentosanitário e destinação adequada;

II. a coleta e disposição adequada de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais quecontemple a retenção, captação, infiltração e lançamento adequados dessas águas; e

III. destinação de áreas para circulação, implantação de equipamentos urbanos ecomunitários, áreas verdes e espaços livres de uso público, que garantam a qua-lidade e segurança ambiental do empreendimento, compatível com plano dire-tor e lei municipal de uso e ocupação do solo para a zona em que se situem.

Outro ponto interessante de se ressaltar diz respeito ao impedimento de se aplicareste licenciamento nos casos de empreendimentos que implique em intervenção emAPP; ou esteja localizado em:

a) áreas de risco, como as suscetíveis a erosões;

b) áreas alagadiças ou sujeitas a inundações;

c) aterros com material nocivo à saúde e áreas com suspeita de contaminação; e

d) áreas com declividade igual ou superior a 30%, salvo se atendidas exigênciasespecíficas das autoridades competentes.

Entretanto, a aplicação desta Resolução 412/2009 depende de regulamentação doscritérios técnicos objetivos de enquadramento no procedimento simplificado, peloórgão Ambiental Competente. No Estado do Paraná, o órgão responsável pelo li-cenciamento ambiental é o IAP – Instituto Ambiental do Paraná que regulamentao licenciamento por meio da Resolução SEMA n.º 031 de 24 de agosto de 1998.

n Resolução n.º 24 de 18 de fevereiro de 2009

Regulamenta a adesão dos municípios ao SNHIS, o Conselho Gestor do FundoNacional de Habitação de Interesse Social – CGFNHIS, onde dispõe de novos pra-zos e condições para referida adesão. Uma das exigências é que estados e municípiosconstituam seus fundos e Conselhos.

n Decreto Federal 7.029, de 10 de dezembro de 2009

Institui o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais,denominado “Programa Mais Ambiente”, e dá outras providências.

n Resolução Normativa N.º 384, de 8 de Dezembro de 2009 - AGÊNCIA NA-

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CIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL , ratificadas na Resolução N.º414/2010.

Estabelece as condições para atendimento com redes de energia elétrica nos parce-lamentos de solo para fins urbanos e na regularização fundiária de assentamentoslocalizados em áreas urbanas, bem como para incorporação dos respectivos bens einstalações ao ativo da concessionária ou permissionária de serviço público de dis-tribuição.

Para o processo de regularização fundiária, preocupa-nos os arts. abaixo:

“Art. 5º. Faculta-se à distribuidora o fornecimento de energia elétrica a unidadesconsumidoras de caráter não permanente localizadas em assentamentos irregularesocupados por população de baixa renda, condicionado à solicitação e/ou anuênciaexpressa do poder público local e à disponibilidade de energia e potência.

§ 1º O atendimento de que trata o caput deve ser realizado como forma de reduziro risco de danos e acidentes a pessoas, bens ou instalações do sistema elétrico e decombater o uso irregular da energia elétrica.”

n Portarias Ministério das Cidades

2009

Portaria n.º 239/2009

Autoriza a redução de até 40% do valor da contrapartida pactuada nos Termos deCompromisso firmados no âmbito das ações de Saneamento Ambiental e de Habi-tação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

2010

Portaria N.º 93, de 24 de fevereiro de 2010

Dispõe sobre a aquisição e alienação de imóveis sem prévio arrendamento no âmbitodo Programa de Arrendamento Residencial - PAR e do Programa Minha CasaMinha Vida - PMCMV.

Portaria n.º 123, de 17 de março de 2010

Altera o Manual de Instruções para Contratação e Execução dos Programas e Açõesdo Ministério das Cidades não inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento– PAC

Portaria N.º 153, de 15 de abril de 2010

Altera a Portaria nº 493, de 04 de outubro de 2007, que estabelece as diretrizes ge-rais para aplicação dos recursos e implementação do Programa de ArrendamentoResidencial – PAR, e dá outras providências.

Etapa I I - D i agnós t i co 167

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR168

Portaria N.º 226, de 11 de maio de 2010

Aprova o Manual de Projetos Prioritários de Investimento – PPI, da área Urbani-zação de Assentamentos Precários.

Portaria Nº 228, de 11 de maio de 2010

Aprova o Manual de Instruções para Aprovação e Execução dos Programas e Açõesdo Ministério das Cidades inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento –PAC, para o biênio 2010-2011.

Portaria nº 229, de 11 de maio de 2010

Institui processo de seleção de propostas para Ações/Modalidades a serem apoiadascom recursos do Orçamento Geral da União – OGU na segunda etapa do Programade Aceleração do Crescimento – PAC 2

Portaria Nº 231, de 11 de maio de 2010

Aprova o Manual para Apresentação de Propostas do Programa Urbanização, Re-gularização Fundiária e Integração de Assentamentos Precários, ação Apoio à Pre-venção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários

Portaria nº 237, de 13 de maio de 2010

Estabelece diretrizes gerais para as obras de Pavimentação e Qualificação de ViasUrbanas, apoiadas pela Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbanado Ministério das Cidades

Portaria nº 277, de 17 de junho de 2010

Institui processo de seleção de propostas para Ações/Modalidades a serem apoiadascom recursos do Orçamento Geral da União – OGU na segunda etapa do Programade Aceleração do Crescimento – PAC 2

Portaria nº 368, de 16 de julho de 2010

Dispõe sobre aquisição e alienação de imóveis, sem prévio arrendamento, no âmbitodo Programa de Arrendamento Residencial – PAR e do Programa Minha CasaMinha Vida – PMCMV, para os fins que especifica.

Portaria nº 463, de 14 de setembro de 2010

O Anexo 4 da Portaria Nº 277, de 17 de junho de 2010, publicada no Diário Oficialda União de 18 de junho de 2010, Seção 1, páginas 87 e 88, que institui processode seleção de propostas para Ações/Modalidades a serem apoiadas com recursos doOrçamento Geral da União - OGU na segunda etapa do Programa de Aceleraçãodo Crescimento - PAC 2

Portaria nº 497, de 14 de outubro de 2010

O Anexo 4 da Portaria nº 229, de 11 de maio de 2010, publicada no Diário Oficialda União de 12 de maio de 2010, Seção 1, páginas 66 e 67, alterado pela Portarianº 462, de 14 de setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União de 15

Page 170: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

de setembro de 2010, Seção 1, página 111, que institui processo de seleção depropostas para Ações/Modalidades a serem apoiadas com recursos do OrçamentoGeral da União - OGU na segunda etapa do Programa de Aceleração do Cresci-mento - PAC 2

Portaria nº 498, de 14 de outubro de 2010

O Anexo 4 da Portaria nº 277, de 17 de junho de 2010, publicada no Diário Oficialda União de 18 de junho de 2010, Seção 1, páginas 87 e 88, alterado pela Portaria nº463, de 14 de setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União de 15 de se-tembro de 2010, Seção 1, página 111, que institui processo de seleção de propostaspara Ações/Modalidades a serem apoiadas com recursos do Orçamento Geral daUnião - OGU na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 2

Portaria nº 649, de 29 de dezembro de 2010

Instituir formulário eletrônico intitulado Relatório de Monitoramento de Operações– REMO para preenchimento obrigatório por estados, Distrito Federal e municí-pios, com informações relacionadas à execução das operações firmadas no âmbitodo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC destinadas à urbanização de as-sentamentos precários com valor de investimento superior à R$ 9.000.000,00 (novemilhões de reais)

Portaria nº 656, de 30 de dezembro de 2010

Estender a todos os Termos de Compromisso beneficiados pela Portaria nº 239,de 15 de julho de 2009, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento- PAC, a integralização do benefício de redução adicional de 20% (vinte porcento) do valor da contrapartida a que se refere o inciso II, do art. 1º, da referidaPortaria.

2011

Portaria n.º 40, de 31 de janeiro de 2011

Aprova o Manual de Instruções para Contratação e Execução dos Programas e Açõesdo Ministério das Cidades inseridos na segunda fase do Programa de Aceleração doCrescimento – PAC 2.

n Instruções Normativas Ministério das Cidades

2010

Instrução Normativa Nº 2, de 8 de janeiro de 2010

Dá nova redação ao Anexo V da Instrução Normativa nº 31, de 3 de julho de 2009,do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o calendário para enquadramento, hie-

Etapa I I - D i agnós t i co 169

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rarquização, seleção e contratação de propostas de operação de crédito, apresentadasno âmbito do Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público -PRÓ-MORADIA, referente ao exercício orçamentário de 2009.

Instrução Normativa Nº 4, de 15 de janeiro de 2010

Dispõe sobre novos prazos e condições para adesão ao Sistema Nacional de Habi-tação de Interesse Social – SNHIS.

Instrução Normativa nº 08, de 27 de janeiro de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 59, de 12 de novembro de 2009, doMinistério das Cidades, que dispõe sobre o Orçamento Operacional e Financeirodo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, para o exercício de 2009, eoutras providências.

Instrução Normativa nº 09, de 08 de fevereiro de 2010

Dá nova redação ao subitem 6.9, do Anexo, da Instrução Normativa nº 58, de 4 de de-zembro de 2007, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o Programa Especial deCrédito Habitacional ao Cotista do FGTS – PRÓ-COTISTA, e outras providências.

Instrução Normativa nº 11, de 24 de fevereiro de 2010

Dá nova redação ao Anexo da Instrução Normativa nº 67, de 21 de dezembro de2009, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o calendário para habilitação deentidades privadas sem fins lucrativos e apresentação, seleção e contratação de pro-postas formuladas no âmbito das ações orçamentárias de Prestação de Serviços deAssistência Técnica para Habitação de Interesse Social e de Apoio à Produção Socialda Moradia, executadas com recursos do Fundo Nacional de Habitação de InteresseSocial – FNHIS, referente ao exercício orçamentário de 2009.

Instrução Normativa nº 15, de 18 de março de 2010

Dá nova redação ao Anexo V da Instrução Normativa nº 31, de 3 de julho de 2009,do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o calendário para enquadramento, hie-rarquização, seleção e contratação de propostas de operação de crédito, apresentadasno âmbito do Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público -PRÓ-MORADIA, referente ao exercício orçamentário de 2009

Instrução Normativa nº 16, de 09 de abril de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 68, de 21 de dezembro de 2009, do Mi-nistério das Cidades, que dispõe sobre os Orçamentos Financeiro e Operacional doFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, referentes à área de HabitaçãoPopular, para o exercício de 2010

Instrução Normativa nº 17, de 15 de abril de 2010

Dá nova redação ao Anexo da Instrução Normativa nº 34, de 30 de junho de 2008,que regulamenta as diretrizes para a aplicação dos recursos do Fundo de Garantiado Tempo de Serviço – FGTS

Page 172: Plano Estadual dE Habitação dE intErEssE social do Parana PEHis-Pr

Instrução Normativa nº 18, de 16 de abril de 2010

Dá nova redação ao Anexo da Instrução Normativa nº 46, de 29 de setembro de2009, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o calendário para habilitação deentidades privadas sem fins lucrativos e apresentação, seleção e contratação de pro-postas formuladas no âmbito das ações orçamentárias de Prestação de Serviços deAssistência Técnica para Habitação de Interesse Social e de Apoio à Produção Socialda Moradia, executadas com recursos do Fundo Nacional de Habitação de InteresseSocial – FNHIS, referente ao exercício orçamentário de 2009

Instrução Normativa Nº 19, de 07 de maio de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 4, de 15 de janeiro de 2010, do Minis-tério das Cidades, que dispõe sobre novos prazos e condições para adesão ao SistemaNacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS.

Instrução Normativa n.º 25, de 11 de maio de 2010

Regulamenta o Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público -PRÓ-MORADIA

Instrução Normativa n° 28, de 20 de maio de 2010

Altera a Instrução Normativa N° 36, de 15 de julho de 2009, que regulamenta oPrograma Habitacional Popular Entidades - Minha Casa Minha Vida, do Fundo deDesenvolvimento Social - FDS.

Instrução Normativa Nº 31, de 27 de maio de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 68, de 21 de dezembro de 2009, do Mi-nistério das Cidades, que dispõe sobre os Orçamentos Financeiro e Operacional doFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, referentes à área de HabitaçãoPopular, para o exercício de 2010

Instrução Normativa nº 35, de 17 de junho de 2010

Regulamenta a ação orçamentária de Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidadede Assentamentos Precários, do Programa Urbanização Regularização e Integração deAssentamentos Precários; e as ações orçamentárias de Apoio à Provisão Habitacionalde Interesse Social, de Elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social e de Pres-tação de Serviços de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social, todas doPrograma de Habitação de Interesse Social, executadas com recursos do Fundo Nacionalde Habitação de Interesse Social - FNHIS, válidas para o período 2010/2011

Instrução Normativa n° 36, de 17 de junho de 2010

Dispõe sobre o calendário para enquadramento, seleção e contratação de propostasde operação de crédito, apresentadas no âmbito do Programa de Atendimento Ha-bitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA, referente ao exercício or-çamentário de 2010, para atendimento ao grupo de municípios que especifica

Instrução Normativa n° 45, de 14 de julho de 2010

Acresce o subitem 5.11, ao Anexo I da Instrução Normativa nº 25, de 11 de maio

Etapa I I - D i agnós t i co 171

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de 2010, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre enquadramento, seleção econtratação de propostas de financiamento apresentadas no âmbito do Programade Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA.

Instrução Normativa n° 46, de 29 de julho de 2010

Dá nova redação ao subitem 5.8, do Anexo I, da Instrução Normativa nº 25, de 11de maio de 2010, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre enquadramento, se-leção e contratação de propostas de financiamento apresentadas no âmbito do Pro-grama de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓ-MORADIA.

Instrução Normativa n° 47, de 05 de agosto de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 68, de 21 de dezembro de 2009, do Mi-nistério das Cidades, que dispõe sobre os Orçamentos Financeiro e Operacional doFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, referentes à área de HabitaçãoPopular, para o exercício de 2010.

Instrução Normativa Nº 55, de 14 de setembro de 2010

Altera a Instrução Normativa nº 36, de 15 de julho de 2009, que regulamenta oPrograma Habitacional Popular – Entidades – Minha Casa, Minha Vida.

Instrução Normativa nº 58, de 29 de setembro de 2010

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 68, de 21 de dezembro de 2009, do Mi-nistério das Cidades, que dispõe sobre os Orçamentos Financeiro e Operacional doFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, referentes à área de HabitaçãoPopular, para o exercício de 2010

Instrução Normativa Nº 84, de 20 de dezembro de 2010

Dá nova redação ao Anexo da Instrução Normativa nº 59, de 29 de setembro de2010, do Ministério das Cidades, que dispõe sobre o calendário para apresentação,seleção e contratação de propostas formuladas no âmbito da ação de Apoio à Ela-boração de Planos Habitacionais de Interesse Social, exercício orçamentário de2010.

Instrução Normativa Nº 85, de 28 de dezembro de 2010

Dispõe sobre prazos e condições para adesão ao Sistema Nacional de Habitação deInteresse Social – SNHIS

Instrução Normativa Nº 86, de 30 de dezembro de 2010

Altera a Instrução Normativa nº 78, de 23 de novembro de 2010, que estabeleceprocedimento para operacionalização das operações de crédito referentes à segundaetapa do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.

2011

Instrução Normativa nº 01, de 20 de janeiro de 2011

Dá nova redação à Instrução Normativa nº 68, de 21 de dezembro de 2009, do Mi-

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nistério das Cidades, que dispõe sobre os Orçamentos Financeiro e Operacional doFundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, referentes à área de HabitaçãoPopular, para o exercício de 2010.

Instrução Normativa nº 03, de 28 de janeiro de 2011

Altera o Anexo I da Instrução Normativa nº 67, de 26 de outubro de 2010, do Mi-nistério das Cidades, que dispõe sobre o Orçamento Operacional e Financeiro doFundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, para o exercício de 2010.

Instrução Normativa nº 05, de 31 de janeiro de 2011

Regulamenta o Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundode Garantia do Tempo de Serviço – PRÓ-COTISTA, e dá outras providências.

Instrução Normativa Nº 07, de 10 de fevereiro de 2011

Dá nova redação ao Anexo I da Instrução Normativa nº 69, de 9 de novembro de2010, que dispõe sobre o calendário para apresentação, seleção e contratação depropostas formuladas, por entidades privadas sem fins lucrativos, no âmbito da açãode Prestação de Serviços de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social,executada com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social -FNHIS, referente ao exercício orçamentário de 2010.

n Legislação Estadual

A Constituição do Estado do Paraná institui o ordenamento básico do Estado,em consonância com os fundamentos, objetivos e princípios expressos na Consti-tuição Federativa do Brasil. Promulgada a 10 de dezembro de 2001, assegura o Es-tado Democrático, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais,do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.

A previsão constitucional compreende ainda a competência do Estado em comum coma União e os Municípios na promoção dos programas sociais e de habitação (art. 12).

A Constituição do Estado reconhece o Plano Diretor como instrumento básico dapolítica de desenvolvimento econômico e social e de expansão urbana (Art. 152).

A Emenda nº 18, que complementa o artigo 207 da Constituição do Estado do Pa-raná, parágrafo 5º:

“É vedado o fornecimento de “habite-se” por parte dos Municípios:

I. sem a comprovação de existência de fossa séptica para os imóveis não assistidospor rede coletora de esgoto;

II. sem certificação da responsável pela rede de coleta e afastamento de esgotos sa-nitários domésticos, da ligação direta na rede coletora, quando esta existir.”

n Decreto Estadual 1.752/1996, institui a APA Bacia rio Pequeno.

Etapa I I - D i agnós t i co 173

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COHAPAR l P l ano Es tadua l de Hab i t ação de In teres se Soc i a l do Paraná – PEHIS -PR174

n Decreto Estadual 1.753, de 06 de maio de 1996

Institui a Área de Proteção Ambiental na área de manancial da bacia hidrográfica do rioIraí. A APA Estadual do Iraí visa regulamentar o uso e a ocupação das diversas ati-vidades humanas de modo a assegurar a proteção, melhoria e recuperação da quali-dade ambiental da bacia hidrográfica do rio Iraí, bem como garantir a potabilidadeda água coletada para consumo da população da Região Metropolitana de Curitiba.Esta APA Estadual situa-se na porção leste da Região Metropolitana de Curitiba,abrangendo parte dos municípios de Pinhais, Colombo, Piraquara e Quatro Barras.

Este decreto fixa e define as zonas que deverão constar do Zoneamento Ecológico-Econômico do Plano de Manejo da APA Estadual do Iraí, instituído pelo Decreto2.200/2000.

Determina o Decreto que dependerão de autorização prévia do órgão ambiental es-tadual: a implantação de projetos de urbanização sempre que importarem na reali-zação de obras de terraplanagem; a abertura de vias e de canais; a realização deescavações; atividades minerárias e outras obras que possam causar alterações am-bientais, cuja concessão dependerá (art.7º):

I. Da avaliação do projeto e exame das alternativas possíveis;

II. Da análise das consequências ambientais, em especial da ocorrência de desliza-mento do solo e outros processos erosivos provocados pelas obras;

III. Da indicação das restrições e medidas consideradas necessárias a salvaguardados ecossistemas atingidos;

n Decreto Estadual 1.754/1996, institui a APA Bacia rio Piraquara, APA Passaúna.

n Lei Estadual nº 12.248, de 31 de julho de 1998

Cria o Sistema Integrado de Gestão e Proteção dos Mananciais da RMC e trata-sedo processo de regulamentação do uso do solo nas áreas de mananciais, tendo comofoco principal o ordenamento territorial, dando lugar a novas leis de zoneamento.Estas devem ser aplicadas em áreas com pressão por ocupação urbana em territóriosde proteção dos mananciais, onde são verificadas situações de população urbana ha-bitando com condições de qualidade de vida subnormais.

Esta lei permite flexibilização de uso e ocupação do solo, sem, contudo extrapolara capacidade de suporte do território, com vistas à sustentabilidade ambiental.

n Resolução SEMA n.º 031 de 24 de agosto de 1998

Estabelece critérios para a concessão de Licenciamento Ambiental, e dentre as ati-vidades constam os Empreendimentos Imobiliários (art.150 e seguintes) e Cortede Vegetação Nativa para Implantação de Projetos de Utilidade Pública ou InteresseSocial (Art. 279 e ss).Observa-se que esta resolução data de 1998 e não contempla

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o licenciamento ambiental de construções de interesse social nos moldes previstosna recente Resolução CONAMA 412/2009. A última alteração registrada disponívelno sítio oficial do Instituto consta da Resolução CEMA 065/2008 que dispõe sobreo Licenciamento Ambiental. Revogando os artigos 1º a 56 e 76 a 87 da ResoluçãoSEMA n.º 031, de 24/08/1998 estabelece requisitos, conceitos, critérios, diretrizese procedimentos administrativos referentes ao licenciamento ambiental, para as ati-vidades poluidoras, degradadoras e/ou modificadoras do Meio Ambiente a seremcumpridos no território do Estado do Paraná.

n Decreto Estadual nº 808 de 31 de maio de 1999

Regulamenta a Lei Especial de Proteção dos Mananciais da Região Metropolitanade Curitiba (Lei 12.248/98, art. 2º, II), declara como Unidade Territorial de Pla-nejamento (UTP) a área do Município de Pinhais. Estabelece:

I. Áreas de Restrição à Ocupação;

II. Áreas de Ocupação Orientada;

III. Áreas de Urbanização Consolidada.

n Decreto Estadual n.º 2.200, de 12 de junho de 2000

Aprova o Zoneamento Ecológico - Econômico da Área de Proteção Ambiental doIraí - APA DO IRAÍ. Desta forma, o parcelamento do solo para fins urbanos, in-cluindo-se as chácaras de recreio, fica condicionado ao parecer prévio da Coordena-ção da Região Metropolitana de Curitiba – COMEC (Art.6º). Da mesma forma asedificações residenciais e instalações industriais estão sujeitas ao ZEE, definido nesteDecreto.

O Zoneamento Ecológico-Econômico da APA Estadual do Iraí define quatro áreasprincipais com a seguinte denominação e classificação (art.3º):

1) Áreas de Urbanização Consolidada;

2) Áreas de Ocupação Orientada;

3) Áreas de Restrição à Ocupação; e

4) Áreas Rurais

n Decreto Estadual nº 6.390, de 05 de abril de 2006

Declara as Áreas de Interesse de Mananciais de Abastecimento Público da RegiãoMetropolitana de Curitiba, que vem a ser revogado pelo Decreto 3.411, de 20 desetembro de 2008, o qual delimita as Áreas de Interesse de Mananciais de Abaste-cimento Público para a RMC e dispõe sobre as diretrizes gerais para sua gestão. Afinalidade é o controle do uso e ocupação do solo de forma a garantir condições de

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qualidade da água compatíveis com o abastecimento público, cujos parâmetros obe-decem às disposições da Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004, da ResoluçãoCONAMA 357/2005 ou outras normas pertinentes. As áreas de proteção compreen-dem diversas bacias hidrográficas elencadas no artigo 4º do Decreto 3.411/2008.

Este decreto substitui os Decretos 2.964/1980 e 1.751/1996.

n Lei Estadual Complementar 119 - 31 de Maio de 2007 (alterada pela Lei Com-plementar 124 de 29/12/2008 ).

Institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social – SEHIS e cria o FundoEstadual de Habitação e Regularização Fundiária de Interesse Social – FEHRIS,do Paraná.

n Decreto nº 2475/08 - trata da constituição e nomeação dos membros do ConselhoEstadual de Habitação de Interesse Social –COEHIS.

n Código Sanitário do Paraná – Legislação SEMA

Decreto Estadual 3.641, de 14 de julho de 1977 - Aprova o Regulamento daLei Complementar nº4, de 07 de janeiro de 1975, que dispõe sobre o Código Sa-nitário do Estado.

Lei complementar 90, de 23 de novembro de 2001 - Revoga a Lei Complemen-tar n.º 04, de 07 de janeiro de 1975.

n Licenciamento Ambiental

Resolução CONAMA 6, de 24 de janeiro de 1986 - Dispõe sobre a aprovaçãode modelos para publicação de pedidos de licenciamento.

Resolução CONAMA 412, de 13 de maio de 2009 - Estabelece critérios e dire-trizes para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos destinados à cons-trução de habitações de Interesse Social.

Resolução SEMA 31, de 24 de agosto de 1998 - dispõe sobre o licenciamentoambiental, autorização ambiental, autorização florestal e anuência prévia para des-membramento e parcelamento de gleba rural...

Resolução CEMA 65, de 01 de julho de 2008 - dispõe sobre o licenciamento am-biental, estabelece critérios e procedimentos a serem adotados para as atividades polui-doras, degradadoras e/ou modificadoras do meio ambiente e adota outras providências.

Resolução SEMA 51, de 23 de outubro de 2009 - estabelece a Dispensa do Li-cenciamento Ambiental Estadual para empreendimentos de pequeno porte e baixoimpacto ambiental

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n Reserva Legal - SISLEG – Legislação SEMA

Decreto Estadual 387, de 03 de março de 1999 - institui o Sistema de Manutenção,Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente,integrado ao Programa de Conservação da Biodiversidade (Rede da Biodiversidade),Sistema Estadual de Reposição Florestal Obrigatória (SERFLOR), Programa Estadualde Desenvolvimento Florestal (PRODEFLOR) e Programa Florestas Municipais.

Decreto Estadual 3.320, de 12 de julho de 2004 - aprova os critérios, normas,procedimentos e conceitos aplicáveis ao Sistema de manutenção, recuperação e pro-teção da reserva legal e áreas de preservação permanente – SISLEG, instituído peloDecreto nº 387/99, visando aperfeiçoar a sua gestão para o Estado do Paraná.

Portaria IAP 233, de 26 de novembro de 2004 - Aprova os mecanismos de ope-racionalização aplicáveis ao Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Re-serva Legal e Áreas de Preservação Permanente – SISLEG, no âmbito do IAP, parao Estado do Paraná.

n Lei nº 13.331, de 23 de novembro de 2001

Decreto nº 5.711, de 05 de maio de 2002

Art. 194. Todas as edificações, de quaisquer espécie, ficam obrigadas a efetuar a li-gação à rede coletora de esgotos, quando forem por elas servidos.

§1º. Toda ligação clandestina de esgoto sanitário

Decreto Nº 2845 - 28/09/2011

Publicado no Diário Oficial Nº 8558 de 28/09/2011. Institui o Programa MorarBem Paraná no âmbito do Estado do Paraná e dá outras providências.

n Legislação Complementar

Lei Nº 9.162, de 08 de julho de 2003. Município de Porto alegre

Regulamenta os §§ 3º e 4º do art. 76 da Lei Complementar nº 434, de 1º de de-zembro de 1999, dispondo sobre a parceria da Administração Municipal com osempreendedores considerados urbanizadores sociais.

Ata º 01, publicada no DOE n.º 7776, do dia 01/08/2008, que aprovou o RegimentoInterno do COEHIS – Conselho Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná.

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n Legislação Complementar proposta

1. PL do regularizador SocialProjeto de Lei Estadual

LEI Nº , de de 20 .

Esta Lei define medidas visando fomentar a regularização

fundiária de imóveis urbanos no Estado do Paraná e dá ou-

tras providências.

Art. 1º - Esta Lei define medidas visando fomentar a regularização fundiária deimóveis urbanos no Estado do Paraná.Art. 2º - As ações de regularização fundiária das ocupações urbanas irregulares exis-tentes no Estado do Paraná, poderão ser executadas pelo Poder Público em parceriacom o Regularizador Social, nos termos desta Lei.Parágrafo único. Entende-se por Regularizador Social a pessoa jurídica de direitoprivado devidamente constituída para fins de regularização fundiária, registrada naJunta Comercial do Estado do Paraná.Art. 3º - A parceria entre o Agente Público e o Regularizador Social se submeteaos termos desta Lei e será formalizada por meio de Termos de Compromisso aserem firmados entre as partes, específicos para cada área objeto de intervenção.Parágrafo Primeiro: O Termo de Compromisso é o ato administrativo decorrentedo acordo entre a Administração Pública Estadual e o Regularizador Social.Parágrafo Segundo: Poderá o Município participar da parceria definindo direitos eobrigações que serão descritas no Termo de Compromisso.Art. 4º - Os projetos de parcelamento do solo objeto desta Lei, deverão ser proto-colados com a categoria “Regularização Fundiária de Interesse Social”, para que aadministração pública Estadual possa priorizar, agilizar e admitir a urbanização pro-gressiva do empreendimento.Art. 5º - Os projetos protocolados com a categoria de “Regularização Fundiária deInteresse Social” deverão ter prioridade de atendimento e investimentos públicos eserem submetidos a um procedimento específico no que tange a ocupação do solourbano e o licenciamento ambiental, considerando a legislação vigente e o estadode consolidação da ocupação da área, e para efeito de aprovação as prerrogativas doArt. 53A da Lei 6.766/79.Art. 6º - Os projetos protocolados sob a categoria “Regularização Fundiária de In-teresse Social”, terão os benefícios fiscais na forma da lei e Isenção de taxas juntoaos órgãos governamentais estaduais.Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.

2. Regulamentação do FEHRIS

Fundo Estadual de Habitação e Regularização de Interesse Social do Paraná.

3. PL do PEHIS-PR

Plano de Habitação de Interesse Social do Paraná.