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Reitor

José Pio Martins

Coordenadora do Curso de

Enfermagem

Kátia Renata Antunes Kochla

Presidente da Comissão Executiva

Luciane Favero Basegio

Comissão Científica

Adriana Francielli dos Santos Nascimento

Ana Paola Geronasso

Andressa Paliano

Chayane Karla Lucena de Carvalho (Coordenadora)

Gabriela Carneiro

Gabriela Carvalho Ximendes Cardoso

José Rodrigues Cabral Jr

Luciane Favero Basegio (Professora orientadora)

Mitsuy Luana dos Santos Kuriyama

Shaieny Naiê Marcon

Thalita Nely dos Santos

Comissão de Infraestrutura

Caroline Nascimento Xavier

Julia Alves Grigoletto (Coordenadora)

Keuri Chaves Ubatuba Lima

Marly Bittencourt Gervásio Marton da Silva (Professora orientadora)

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Mirella Heymoski Wille

Rebeca Graciano

Semely Blasques

Viviane Bembem

Comissão Social

Ana Paula Vicente Pinto

Ariane Stéphanie Silva Pereira

Camila Soares de Oliveira Conforto

Denise Faucz Kletemberg (Professora orientadora)

Gabrielle Ribeiro da Silva

Kleber Teixeira Bertão

Renata de Oliveira Tavares (Coordenadora)

Thiago Fernandes

Comissão de Secretaria e Finanças

Daniela Cordeiro de Souza

Débora Noemi Bizetto Ramos

Eloisa dos Santos Vaz

Eloiza Gabriela Almeida de Souza

Gabriele Mendes Campoi

Giovanna Batista Leite Veloso (Professora Orientadora)

Luana Gomes Policarpo

Paula Hisae Damasceno Hinata (Coordenadora)

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Apoio e colaboração

ABEN-PR

Hospital Nossa Senhora das Graças

Universidade Positivo

Monitores

Sarah Zettel Lossano

Rachel de Oliveira

Mayume Sato

Valéria Pereira

Bruna Yuraki Nakagaki

Felipe Mendes Barbosa

Empresa colaboradora

MC surgical

Realização

Acadêmicos da terceira série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo

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SUMÁRIO

TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO ORAL

CARACTERIZAÇÃO DA FASCIÍTE NECROSANTE E OS RISCOS

RELACIONADOS À SUA OCORRÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA..................10

FISSURA LABIOPALATAL: OS SENTIMENTOS DAS MÃES DE CRIANÇAS EM

ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL..............................................................15

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE DEPENDENTE DE

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS.............................................................................19

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM

BRONQUITE CRONICA COM ÊNFASE NA TAXONOMIA NANDA.....................24

INCOMPREENSÃO DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL COMO FATOR

IATROGÊNICO......................................................................................................28

ESCALAS PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO........................33

CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS ÀS LESÕES

CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA NEONATAL.......................................................................36

A TERAPÊUTICA ATRAVÉS DO GRUPO DE CONVÍVIO E SEUS BENEFÍCIOS

PARA O DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA.......................................................................................................41

RUÍDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: UM OLHAR DA

ENFERMAGEM.....................................................................................................46

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO

UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA........................................................................50

OS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER........................54

ESTUDO COMPARATIVO DAS CARACTERISTICAS HEMATOLOGICAS ENTRE

ANEMIA FALCIFORME E MEGALOBLÁSTICA: UMA REVISÃO DE

LITERATURA.........................................................................................................58

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A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA SAÚDE DO ADOLESCENTE DE RISCO: SOB

A ÓTICA DE FLORENCE..............................................................................62

SÍNDROME DE NICOLAU PÓS-EVENTO IATROGÊNICO: ESTUDO DE

CASO.....................................................................................................................67

DIFICULDADE DO RELACIONAMENTO FAMILIAR COM INDIVÍDUOS QUE

SOFREM DE TRANSTORNO AUTÍSTICO...........................................................71

CHOQUE SÉPTICO SECUNDÁRIO À PERITONITE BACTERIANA

ESPONTÂNEA: RELATO DE CASO.....................................................................76

ERRO NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE

ENFERMAGEM.....................................................................................................80

VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DE BUSCA ATIVA PARA EXAMES

PREVENTIVOS DA SAÚDE DA MULHER............................................................85

TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO PÔSTER

A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS NO DESENVOLVIMENTO

DO SEU FILHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA......................................................89

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUÍCIDA..............................94

EFICIÊNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA HPV POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE

VACINAÇÃO EXTRAMUROS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA.......................................................................................................99

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM NEOPLASIA DE MAMA

SEGUNDO O MODELO ADAPTATIVO DE CALLISTA ROY..............................104

IATROFARMACOGENIA EM IDOSOS................................................................108

A INFLUÊNCIA CULTURAL NA AMAMENTAÇÃO: UM RELATO E ANÁLISE SOB

A ÓPTICA DA TEORIA TRANSCULTURAL DE MADELEINE LEININGER........113

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA

DOENÇA ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO............................................117

O CONHECIMENTO DA SINDROME DE BURNOUT PARA AUXILIAR O

CUIDADO DA ENFERMAGEM............................................................................121

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COMPLICAÇÕES EM ACESSO VENOSO PERIFÉRICO..................................125

FATORES DE NÃO ADESÃO À IMUNIZAÇÃO INFANTIL.................................130

ANÁLISE DE UM PRONTO ATENDIMENTO INFANTIL SOB A ÓTICA DA TEORIA

AMBIENTALISTA..................................................................................134

A IATROGENIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL E O PAPEL DA ENFERMAGEM NA

MUDANÇA DESTE PARADIGMA.......................................................................139

CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENE COM AVE ISQUÊMICO: ESTUDO

DE CASO.............................................................................................................143

PAPILOMA VÍRUS HUMANO NA POPULAÇÃO FEMININA: UM ESTUDO DE

CASO...................................................................................................................148

O USO DA CANNABIS E O DESENCADEAMENTO DA ESQUIZOFRENIA: SOB O

OLHAR DA TEORIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSSOAL DE HILDEGARD

PEPLAU.........................................................................................151

ELABORAÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR AO PACIENTE

DEPRESSIVO GRAVE COM IDEAÇÃO SUICÍDA..............................................156

PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL PSIQUIATRICO DE

CURITIBA............................................................................................................160

ASSISTÊNCIA AO PACIENTE VÍTIMA DE QUEIMADURAS NO TRATAMENTO

DA CICATRIZ HIPERTRÓFICA...........................................................................164

A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SOB A

ÓTICA DE FLORENCE À UM USÚARIO DE DROGAS......................................169

COMPORTAMENTOS E ATITUDES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE

CARACTERIZAM A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA.................................................173

AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA ADAPTAÇÃO E O AUTOCUIDADO DE

OSTOMIZADOS...................................................................................................177

MODOS DE ADAPTAÇÃO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA

COM SÍNDROME CONSUMPTIVA.....................................................................181

DÉFICIT DO AUTOCUIDADO: TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE

BILATERAL..........................................................................................................185

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A CRIAÇÃO DE UM GRUPO DE CONVÍVIO SOB A ÓPTICA DE PEPLAU PARA

DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA.....................................................................................................188

HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: UM AMBIENTE SOB A ÓTICA DA DAMA DA

LÂMPADA FLORENCE NIGHTINGALE..............................................................193

POTENCIAL IATROGÊNICO NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL.......................198

DIABETES MELLITUS TIPO 2: RECOMENDAÇÕES DA EQUIPE DE

ENFERMAGEM PARA O USO CORRETO DE INSULINA.................................202

SÍFILIS NA GESTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO.............................................207

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE

PROSTATECTOMIA......................................................................................211

PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE ÀS IATROGENIAS RELACIONADAS AO

REPROCESSO DOS MATERIAIS PARA A PRÁTICA DA ENDOSCOPIA

DIGESTIVA ALTA................................................................................................215

TERMINALIDADE DA VIDA NO CONTEXTO DE UMA UNIDADE DE PRONTO

ATENDIMENTO...................................................................................................219

ENSINAR O AUTOEXAME DAS MAMAS: A LUZ DA EVIDÊNCIA

CIENTÍFICA.........................................................................................................222

DOENÇA RENAL CRÔNICA E ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE......................225

O CUIDADO DE ENFERMAGEM A UM RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME DE

DOWN: UM ESTUDO DE CASO.........................................................................230

A PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À VIOLENCIA OBSTÉTRICA...235

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRANSTORNO AUTÍSTICO............................239

CONTRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO FRENTE À VIOLÊNCIA

OBSTÉTRICA......................................................................................................242

SKIN TEARS: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA....................246

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM JUNTO A PACIENTES COM TRANSTORNO

MENTAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE EM CURITIBA/PR: RELATO DE

EXPERIÊNCIA.....................................................................................................250

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FATORES DE ESTRESSE EM CUIDADORES DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS....................................................................................254

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM OSTEOGÊNESE

IMPERFEITA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.................................................258

MOTIVOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO

IDOSO..................................................................................................................263

NECESSIDADES BÀSICAS PARA O CUIDADO DA PESSOA SUBMETIDA A

COLECISTECTOMIA...........................................................................................266

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM TENDO A PARTICIPAÇÃO DO

ACADÊMICO COMO PROTAGONISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.......270

RELAÇÃO IMC E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM PACIENTES COM

DIABETES MELLITUS TIPO 2............................................................................274

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES COM TRANSTORNOS

MENTAIS E A TEORIA DE PEPLAU COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO.......287

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TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO ORAL

CARACTERIZAÇÃO DA FASCIÍTE NECROSANTE E OS RISCOS

RELACIONADOS À SUA OCORRÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA

Andressa Paliano1, Chayane Karla Lucena de Carvalho¹, Gabriela Carvalho Ximendes

Cardoso¹, Adriana do Rocio Vendrametto2

INTRODUÇÃO: A Fasciíte Necrosante (FN) foi referida por Hipócrates no séc. XV

a.C., como uma consequência da erisipela. A terminologia FN foi utilizada

primeiramente, por Wilson Ben, em 1952 e se mantém. No entanto entre leigos, a

FN é conhecida como “gangrena galopante” e/ou “bactéria comedora de carne”

(SOARES, 2013). A FN consiste em uma patologia infecciosa grave, reconhecida

pela extensa necrose dos tecidos moles, tais como, tecido subcutâneo subjacente

e fáscia muscular. Esta afecção em geral, é infrequente e de evolução rápida,

caracterizada pelo acometimento necrotizante da fáscia superficial, trombose

venosa de pequenos vasos e supuração, visto que a pele e o músculo subjacente

são inicialmente resguardados (SOARES, 2013). Inicialmente a FN manifesta-se

como uma área eritematosa, dolorosa e bem localizada, com acometimento rápido

e a presença do significativo edema tecidual. Seguidamente ocorre a cianose e

formação de flictenas com conteúdo de aspecto purulento ou sanguinolento. A área

acometida torna-se demarcada, circundada por extremidade eritematosa com

cobertura necrótica, consequentemente levando a perda da sensibilidade da pele

que recobre a lesão, devido à destruição das fibras nervosas, tecido subcutâneo

subjacente e interrupção do aporte nutricional tecidual. De início a pele é

resguardada, mas, com a extensão do processo necrótico, torna-se estruturalmente

e funcionalmente comprometida (COSTA et al., 2004). A classificação da FN se

divide em três grupos gerais, os quais são especificados de acordo com o agente

bacteriano causador (SOARES et al., 2008). A FN atinge o público infantil e adulto,

prevalecendo na população adulta. Sua ocorrência é comum em associação a

1 Acadêmicas da 3ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Curitiba-Pr. E-mails:

[email protected]; [email protected]; [email protected]. Contato Telefônico: (42) 9826-0186. 2 Enfermeira. Professora Adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected].

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fatores, como: senilidade, imunossupressão, diabetes mellitus, obesidade, trauma,

doença vascular periférica, pulmonares, cardiopatias, renais, internações de longa

permanência, entre outros fatores (COSTA et al., 2004). A FN pode acometer

qualquer área do corpo, contudo é comum na parede abdominal, membros

superiores e/ou inferiores e no períneo. Atualmente é escasso dados precisos

quanto sua tangível incidência, em especial no Brasil (FERNANDES, 2011).

JUSTIFICATIVA: Considerando a potencialidade mortal e agressiva que a FN pode

ocasionar, o trabalho se faz necessário para o esclarecimento dos profissionais da

enfermagem, com intuito de reconhecimento desta patologia, bem como, seus

fatores predisponentes, viabilizando o bom preparo desses profissionais, afim de

agilizar a assistência adequada, o desfecho satisfatório frente a sintomatologia da

FN, assim como, prepará-los para realizar ações preventivas frente ao grupo de

risco. A partir deste contexto, OBJETIVOU-SE analisar as produções científicas

nacionais e internacionais referentes as características da FN, evidenciando os

riscos relativos a sua ocorrência. METODOLOGIA: Para honrar o objetivo deste

estudo, utilizou-se como procedimento metodológico a revisão integrativa de

literatura, a qual possibilita uma busca ampliada de pesquisas, para análise e

síntese, a fim de chegar à conclusão abrangente da temática abordada. Para a

construção desse estudo foram adotadas as seguintes etapas: definição do tema;

elaboração da questão norteadora; estabelecimentos de critérios de inclusão e

exclusão de estudos; coleta de dados; categorização dos estudos; avaliação dos

dados incluídos na revisão integrativa; análise e interpretação dos resultados;

síntese do conhecimento e elaboração da revisão contemplando todas as fases da

pesquisa (GANONG, 1987). A partir da definição do tema Caracterização da FN e

os riscos relacionados à sua ocorrência, elaborou-se a questão norteadora: Quais

as características da FN e os fatores de riscos relacionados para sua ocorrência?

Seguidamente, definiu-se como critério de inclusão: artigo completo, publicados

eletronicamente, nos idiomas português e inglês, publicados entre os anos de 2010

a 2017, que retratem em suma as características relacionadas à FN e os riscos a

ela relacionados. Como critérios de exclusão foram descartados artigos que não

atendessem os critérios de inclusão, relativos ao período estabelecido e idioma de

escolha, artigos incompletos e que não atendessem o objetivo da pesquisa. Para a

busca dos artigos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Base de Dados

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de Enfermagem (BDENF), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica

(MEDLINE) e na biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO).

A busca foi realizada pelo acesso online, no período de maio a julho do ano de

2017, para tanto foram utilizados as seguintes palavras-chaves: fasciíte necrosante

and fatores de risco; fasciíte necrosante and infecções dos tecidos moles. Para a

coleta de dados foi adotado uma planilha de análise, que permitiu ordenar os textos

selecionados, identificar os autores e sua formação, ano de publicação, fonte de

localização, revista de publicação, delineamento e características do estudo,

resultados e discussão, considerações finais ou conclusões. Por tratar-se de uma

revisão integrativa, este estudo dispensa o uso de termo de consentimento livre e

esclarecido. RESULTADOS: Na busca dos dados utilizando as palavras-chaves:

fasciíte necrosante and fatores de risco juntamente com a aplicação dos filtros de

inclusão, foram encontrados cinquenta e sete (57) artigos, destes, somente

quarenta e nove (49) estavam disponíveis. Dos artigos disponíveis, trinta e quatro

(34) não atendiam a temática proposta na revisão, restando quinze (15) artigos para

serem analisados. Destes, observou-se que quatorze (14) foram publicados por

autores que vêm da formação de medicina e um (1) publicado por autores com

formação de enfermagem. Quando utilizada, na pesquisa, as palavras-chaves:

fasciíte necrosante and infecções dos tecidos moles juntamente com a aplicação

dos filtros de inclusão, foram encontrados setenta e cinco (75) artigos, sendo que

dez (10) não estavam disponíveis. Dos artigos disponíveis, cinquenta e cinco (55)

não atendiam a temática proposta na revisão, totalizando sessenta e cinco (65)

excluídos. Dos dez (10) artigos restantes, observou-se que nove (9) foram

publicados por autores que vêm da formação de medicina e um (1) publicado por

autores que vem da formação de radiologia. Das duas buscas obteve um total de

vinte e cinco (25) artigos para serem analisados, a fim de compor as discussões e

considerações da revisão. Quanto à fonte de localização dos artigos e o idioma,

observou-se que todos os vinte e cinco (25) foram encontrados na plataforma

MEDLINE no idioma inglês. Em relação ao ano de publicação, constatou-se que no

período elencado para a análise, a produção foi bem distribuída entre todos os

anos, totalizando dois (2) artigos publicados no ano de 2010, três (3) artigos

publicados no ano de 2011, quatro (4) artigos publicados no ano de 2012, três (3)

artigos publicados no ano de 2013, sete (7) artigos publicados no ano de 2014 e

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seis (6) artigos publicados no ano de 2015. Quanto à área de atuação, predominou

a medicina. No que diz respeito a metodologia usada nas publicações, constatou-

se que em onze (11) eram estudos retrospectivo de coorte, em cinco (5)

publicações foram usada a abordagem de relato de caso, em duas (2) publicações

utilizaram revisões sistemáticas da literatura, duas (2) publicações eram estudos

de caso, uma (1) publicação era um ensaio pictórico, uma (1) publicação era um

estudo com abordagem de série de casos, uma (1) publicação era um estudo

prospectivo experimental, uma (1) publicação era um estudo de prevalência e uma

(1) publicação era uma abordagem metodológica dupla, sendo estudo retrospectivo

de coorte e revisão sistemática. Totalizando assim vinte e cinco (25) publicações

analisadas. DISCUSSÕES: Os autores analisados consideram que a FN é uma

grave infecção dos tecidos moles, de instalação rápida, que causa necrose

extensiva do tecido subcutâneo e da fáscia. Relacionado ao principal fator de risco,

evidencia o Diabetes Mellitus, pois provoca cicatrização cutânea prejudicada e

imunossupressão. A FN gera impactos significativos aos pacientes, principalmente

pelo seu tratamento que requer a administração de antibioticoterapias de amplo

espectro e por vezes intervenções cirúrgicas, que acarretam um período longo de

internação, bem como, alto risco de mortalidade e o alto custo com a terapêutica

(COSTA et al., 2004). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Analisando as publicações

encontradas, observou a escassez de publicações brasileiras e nas demais áreas

da saúde, que não, a medicina. Tendo o profissional da enfermagem um papel

essencial tanto no auxílio da caracterização diagnóstica, quanto ao longo de todo

o desfecho desta patologia, percebe-se a necessidade de encorajar a produção de

conhecimento científico na área, com intuito de capacitá-los para serem atuantes

na prevenção da FN, em especial nos grupos de riscos, a fim de que estejam

preparados para proceder durante toda a terapêutica.

DESCRITORES: Fasciíte Necrosante; Enfermagem; Conhecimento.

REFERÊNCIAS

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COSTA, I. M. C. et al. Fasciíte necrosante: revisão com enforque nos aspectos dermatológicos. 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abd/v79n2/20068.pdf>. Acesso: em 11/07/2017. FERNANDES, B. M. Fasciíte necrotizante: Aspectos Clínico-Epidemiológicos. 2011. Disponível em <http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2011/02/fasciite-necrotizante.html>. Acesso: em 11/07/2017. GANONG, L. Integrative reviews of nursing research. Research in Nursing & Health. Hoboken, v. 10, n. 1, p. 1-11, Mar. 1987. SOARES, F. G.; PESSANHA, A. L. P.; LEMOS, L. V. de B. Fasciíte Necrotizante em paciente diabético. 2013. Disponível em <http://www.fmc.br/revista/V8N1P28-32.pdf>. Acesso: em 11/07/2017. SOARES, T. H. et al. Diagnóstico e tratamento da Fasciíte Necrosante (FN): relato de dois casos. 2008. Disponível em <http://www.hiperbaricasantarosa.com.br/arquivos/diagnostico_faiscete_necrosante.pdf>. Acesso: em 11/07/2017.

FISSURA LABIOPALATAL: OS SENTIMENTOS DAS MÃES DE CRIANÇAS EM

ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL

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Daiane Venancio da Silva1, Fernanda Beatriz Gazzola¹, Juliana Victoria Alves Carneiro

Mocelin¹, Nayara Ribeiro¹, Luciane Favero Basegio2

INTRODUÇÃO: As fissuras labiopalatais são anomalias congênitas caracterizadas

por espaço anormal do palato, alvéolo e/ou lábio, envolvendo estruturas da face

como nariz, boca, gengiva e dentes. Dentre as anormalidades craniofaciais mais

comuns estão as fissuras do lábio superior e do palato (MOORE; PERSAUD, 2008).

O nascimento de uma criança com essa malformação facial é algo que pode criar

diferentes sentimentos e reações nas mães. A etiologia das malformações faciais

ainda é desconhecida, todavia, existem evidências que fatores genéticos e

ambientais atuam em associação na origem das fendas labiopalatais como o

aparecimento de doenças durante a gravidez como sífilis e rubéola. A fissura labial,

labiopalatina ou palatina podem ser causadas pelo consumo materno de drogas

como: anticonvulsivantes; corticoides; antibióticos; antifúngicos e anti-inflamatórios,

além da prática de tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas. As malformações

orais estão vinculadas a diversas situações de saúde e de bem-estar das crianças

afetadas, gerando grande impacto na saúde e na integração social, pois

proporcionam alterações na sucção/deglutição, respiração, fonação, audição e

estética (BRASIL, 2014). O comportamento da mãe frente ao diagnóstico de

fissuras labiopalatal pré ou pós-parto, ao obter o recebimento da notícia da

patologia do filho está relacionada a falta de conhecimento da mesma, o que pode

acarretar culpa, a negação da condição da criança (BERBERIAN; et al, 2012). A

assistência de enfermagem da atenção à saúde deve ser oferecida desde o pré-

natal, nascimento, permanecendo durante o pré e pós tratamento cirúrgico por meio

do acolhimento as mães, identificando e reconhecendo a malformação desde o

primeiro contato. O enfermeiro tem como função exercer um papel de extrema

importância no acompanhamento da criança, orientando as mães, na promoção e

adesão ao tratamento, dando suporte e prevenindo consequências traumáticas das

hospitalizações criando uma relação de respeito, preocupação e envolvimento.

1 Acadêmicas da 4ª série de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected] (41) 998351315. 2 Professora da Universidade Positivo, Doutora em Enfermagem pela UFPR, Mestre em

Enfermagem - UFPR, Especialista em Enfermagem Neonatal - SOBEP, Especialista em Enfermagem Pediátrica - PUC-PR, [email protected].

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(SILVA, et al, 2013). JUSTIFICATIVA: A razão que nos levou a estudar esse

assunto se deu devido ao nosso primeiro contato com crianças portadoras de

fissura labiopalatal no setor de pediatria de um Hospital Escola, onde nos

interessamos e resolvemos nos aprofundar mais sobre o assunto referente aos

sentimentos das mães de crianças com esse agravo de saúde. OBJETIVOS:

identificar os sentimentos das mães de crianças com fissura labiopalatal em

atendimento ambulatorial. MÉTODO: pesquisa qualitativa descritiva-exploratória

realizada em um serviço de referência para o atendimento ao fissurado labiopalatal

no município de Curitiba-PR. Foram realizadas entrevistas com dez mães de

crianças com fissuras labiopalatais contendo três questões abertas que abordaram

em qual momento a mãe recebeu o diagnóstico ou a informação de que a criança

apresentava uma malformação oral; como foi para ela receber essa notícia, qual foi

sua reação ao ver a criança pela primeira vez e que sentimentos estavam

envolvidos nesse momento. Os dados foram analisados mediante técnica de

análise temática. Estudo aprovado junto ao Comitê de Ética e Pesquisa da

instituição sede do estudo na data de 26 de agosto de 2016 sob o parecer:

1.697.685. RESULTADOS: Todas as participantes eram do sexo feminino, mães

com idade entre 19 a 56 anos. Três delas não completaram o ensino fundamental,

duas concluíram o ensino fundamental, quatro possuíam o ensino médio completo

e uma cursou pós-graduação. Os sentimentos identificados nas entrevistas foram:

a culpa de ter feito algo errado que levou a essa malformação, a negação de não

querer lidar com a situação atual em que a criança se encontra e a aceitação ao

reconhecer que a malformação do filho possui tratamento e esse advém de um

local acessível e de referência no cuidado a crianças fissuradas. Foram

encontradas diferentes reações vivenciadas pelas mães que geraram os

sentimentos citados, sendo eles, negativos e positivos. A gestação é um

acontecimento que proporciona uma expectativa muito grande frente às

adversidades de problemas que podem levar a uma má formação e, os sentimentos

encontrados geraram diferentes reações vivenciadas por cada mãe, sendo eles,

negativos e positivos. As mães que viram a malformação da criança no primeiro

contato logo após o nascimento tiveram relatos semelhantes quanto à culpa e

negação, por não saberem da patologia, contudo, no sentimento de aceitação

houve diferenças nas falas. CONCLUSÕES: Frente ao contato primário com a

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criança com fissura labiopalatal, a mãe pode apresentar impacto emocional e

psicológico. Isso é perceptível nos relatos, visto que, as mães sentem dificuldade

em entender que não há um único motivo causador da malformação. Elas tentam

encontrar uma causa específica para o problema, afim de esconder o sentimento

de culpa ou negação. Esses sentimentos geralmente são adquiridos pré ou pós

gestação pela falta de conhecimento e informação, simultâneo ao fato de existirem

poucos serviços de referência com profissionais capacitados para o atendimento a

esses pacientes. A equipe de saúde deve ser cautelosa ao comunicar a mãe a

respeito do diagnóstico, pois elas podem não estão preparadas para receber todas

as informações, necessitando de tempo para compreender o que está

acontecendo. Destaca-se a importância da comunicação entre a mãe e

profissionais da saúde, uma vez que dúvidas surgem logo após o nascimento, e

essas estão normalmente relacionadas aos cuidados que devem ser prestados ao

bebê, principalmente acerca da alimentação por consequência da fissura de lábio

e/ou palato. A comunicação é relevante, pois é através dela que o profissional vai

identificar os sentimentos das mães, sejam eles positivos ou negativos e poder

atuar sobre eles. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: O enfermeiro deve

fornecer atendimento integral desde o acompanhamento no pré-natal até o

desenvolvimento da criança que se dá através das consultas de puericultura. Nos

casos de hospitalização o profissional também deve demonstrar conhecimento

teórico-científico e técnico para orientar e auxiliar as mães diante da condição e

necessidades especiais de cuidado que a criança necessita, além de encaminhar

ao serviço de referência ambulatorial para seguimento do tratamento.

DESCRITORES: Fenda Labial; Mães; Sentimentos. REFERÊNCIAS BERBERIAN, A.P; et al. Fissuras orofaciais: aspectos relacionados ao diagnóstico. Distúrb Comun, v. 24, n. 1, p. 11-20, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Fissura Labiopalatal, 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/898-sas-raiz/daet-raiz/media-e-alta-complexidade/l3-media-e-alta-complexidade/ 12826-duvidas-frequentes-fissura-labiopalatal. Acesso em: 06 de agosto de 2017. MOORE, K.L; PERSAUD, T.V.N. Embriologia clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 181-196, 2008.

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SILVA, C.M; et al. A escola na promoção da saúde de crianças com fissura labiopalatal. Texto Contexto-Enferm, v. 22, n. 4, p.1041-8, 2013.

A ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE DEPENDENTE DE

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

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Kwanna Fiuza de Toledo1, Thiago Miguel Vodonis¹, Luiz Claudio Sobrinho do

Nascimento2, Adriano Yoshio Shimbo3

INTRODUÇÃO: Embora a gestação seja considerada um período de bem-estar

emocional, para muitas mulheres, a gravidez e a maternidade são momentos de

maior vulnerabilidade e estão sujeitas a possíveis riscos de distúrbios, isso se deve

aos níveis hormonais (estrógeno e progesterona) aumentados, fazendo com que a

mulher seja exposta ao desenvolvimento de perturbações emocionais (ALMEIDA,

2010). Alguns transtornos durante a gestação podem estar relacionados às

complicações obstétricas, pré-natal inadequado e podem influenciar negativamente

no crescimento e desenvolvimento infantil (KASSADA, WAIDMAN, MIASSO,

MARCON, 2014). As preocupações provenientes da própria gestação como a

saúde da criança, mudança no estilo de vida, questionamento quanto a capacidade

de ser mãe e a condição financeira, são questões que por si já aumentam o nível

de ansiedade, quando falamos de gravidez indesejada ou inesperada os níveis de

estresse são mais exacerbados ainda (ALMEIDA, 2010). Segundo Esteves (2012)

a gravidez não é um fator de proteção para doença mental, pois existem diversos

fatores para o desenvolvimento dessa patologia quando associados à gestação.

Devido uma falsa crença de que a gravidez é um período de completo bem-estar,

a saúde mental da gestante por muito tempo foi negligenciada, acreditando que os

problemas psiquiátricos surgiriam somente no puerpério, entretanto, atualmente

dados epidemiológicos apontam prevalências comum tanto no período gestacional

como pós-parto sendo de 10 a 15% das mulheres suscetíveis (KASSADA,

WAIDMAN, MIASSO, MARCON, 2014). O período entre gravidez e puerpério é a

fase de maior incidência de transtornos psíquicos, porém o período gestacional não

é único motivo do aparecimento de doenças psiquiátricas, existem outros fatores

de riscos que podem estar associados ao aumento das taxas de transtornos como:

1 Acadêmicos da 2ª série de enfermagem da UP – Curitiba – Paraná – Brasil. Contato: [email protected] (041) 99272-0988 / [email protected] (041) 99692-4580. 2 Graduado em enfermagem (UFRJ – 1998), graduado em administração hospitalar pela (FESP - 2008), especialização "lato sensu" em Gestão de Serviços de Saúde (2004), professor do curso de enfermagem UP-PR e coordenador da Central de Leitos Psiquiátricos da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Curitiba 3 Graduado em enfermagem (PUC - 2004), professor do curso de enfermagem na UP-PR, Mestre em Enfermagem (UFPR – 2008), especialista em Terapia Intensiva (PUCP – 2005) e enfermeiro de serviço de atendimento móvel de urgência.

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doença psiquiátrica na família ou previamente diagnosticada, vivenciar maus tratos

na infância, ser mãe solteira ou falta de ligação entre o casal, ter mais de 3 filhos,

abortos anteriores, idade inferior a 20 anos, baixo grau de escolaridade, suporte

social insuficiente, vítima de violência doméstica ou ser sensível ao uso de

anticoncepcionais orais, quando estes fatores apresentam-se associados a

gestação as chances de desenvolvimento de distúrbios são maiores (ALMEIDA,

2010). Gestantes que fazem uso de álcool durante a gravidez proporcionam ao feto

risco de lesões orgânicas e neurológicas acarretando a síndrome alcoólica fetal

(SAF), uma das maiores causas de retardo mental no ocidente, ou até mesmo

aborto, já o tabagismo acarreta baixo peso ao nascer, além de ser o principal

responsável pelo aumento da mortalidade fetal e neonatal é também autor de

abortos espontâneos e má formação fetal, as drogas ilícitas (cocaína, maconha,

merla e crack) são altamente danosas tanto a gestante quanto ao feto, trazendo

sérios agravos à saúde física e psicossocial, podendo acarretar em aborto,

prematuridade, baixo peso ao nascer e diminuição do perímetro cefálico (ROCHA,

et al., 2016). JUSTIFICATIVA: Considerando os riscos ao qual estão expostas as

gestantes usuárias de substâncias psicoativas e a vulnerabilidade psicossocial,

além das estatísticas negativas em relação à mortalidade e complicações ao feto,

faz se necessário o estudo da relação que se estabelece entre o enfermeiro no

cuidado destas gestantes. OBJETIVO: Descrever os cuidados de enfermagem a

gestante dependente de substâncias psicoativas. METODOLOGIA: Estudo

descritivo, tipo relato de caso, realizado em um hospital psiquiátrico na cidade de

Curitiba (PR), por acadêmicos de enfermagem do 2º ano da Universidade Positivo

no mês de maio de 2017, durante estágio supervisionado da disciplina de saúde

mental. Os dados foram coletados por meio de prontuário e entrevista com a

paciente durante a internação. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética

e pesquisa, por tratar-se de metodologia pedagógica da disciplina que não será

publicado na íntegra. RESULTADO: A.P.W, 35 anos, casada, segundo grau

completo, do lar, espírita, residente no CIC – Curitiba, com o esposo e 2 filhos

(menino 17 anos e menina 12 anos), grávida do terceiro filho, 36 semanas, principal

renda da família provém do esposo (eletricista), possuem casa própria.

Internamento por medida compulsória devido ao uso de substâncias psicoativas e

duas tentativas de suicídio. Iniciou na adolescência o uso das substâncias, após

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um estupro e morte do pai, paciente relata ter parado de usar as drogas ilícitas

quando descobriu sua primeira gestação, há 18 anos, porém atualmente devido a

problemas financeiros e brigas com seu esposo, foge de casa para fazer uso de

crack e realiza autoagressão. Esteve internada por 2 vezes, ambas decorrente de

tentativa de suicídio, uma internação em março/2017 por 5 dias e outra em

abril/2017 também por 5 dias, onde foi transferida para o hospital dia de uma clínica

psiquiátrica para acompanhamento, mas não aderiu ao tratamento alegando não

ter condições financeiras para o transporte. Fez também acompanhamento no

CAPS por duas vezes mas descontinuou a terapêutica, dizendo que iria ficar com

sua mãe em Brasília. Paciente apresenta as seguintes comorbidades:

Hipotireoidismo, arritmia cardíaca, Diabetes Millitus e hipertensão gestacional.

Alérgica a dipirona e diclofenaco. Além das medicações associadas as

comorbidades, faz uso de haloperidol e levomepromazina. Exame do Estado

mental: 18/05/2017 – Consciente, orientada autopsíquica e alopsíquica,

pensamento com forma, curso e conteúdo, pensamento adequado, com insight

preservado; 19/05/2017 - D2: Chorosa, consciente e orientada autopsíquica e

alopsíquica, pensamentos com forma, curso e conteúdo, pensamento adequado,

com insight preservado, labilidade afetiva, autocuidado preservado, devido a

tristeza não quis se alimentar, relatou ansiedade pela alta, pois sua filha está

sentindo sua falta. DISCUSSÃO: O pré-natal constitui um momento oportuno para

rastrear sinais e sintomas de transtornos mentais, cabe ao enfermeiro em suas

consultas de enfermagem identifica-los, realizar orientações e quando necessário

encaminhar para a psiquiatria (KASSADA, WAIDMAN, MIASSO, MARCON, 2014).

Trazer o reconhecimento o risco de gestantes desenvolverem doenças mentais

para a realidade do dia a dia na assistência à saúde da gestante, colaborar para o

planejamento de uma assistência visando o desenvolvimento de intervenções

(ALMEIDA, 2010). Cabe a enfermagem identificar os sinais do uso de substâncias

psicoativas, principalmente quando não é relato pela mulher, sendo assim possível

que as intervenções sejam realizadas e consequentemente os riscos de

complicações neonatais e maternais sejam reduzidos, uma vez que o uso dessas

substâncias sejam elas lícitas ou ilícitas, trazem danos severos a saúde da mulher

e a vida do feto (ROCHA, et al., 2016). Quanto aos cuidados da enfermagem cabe

identificar os sintomas precocemente quanto ao uso dessas substâncias e realizar

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tratamento imediato. Registrar os potenciais de riscos para a gestante e feto,

discutindo isso com a mulher e a família; mantê-la na comunidade tanto quanto

possível e auxiliá-la no acesso ao sistema de atendimento de saúde mental; usar

de linguagem clara para que isso não sirva de barreira ou empecilho no tratamento;

prestar serviço sem discriminação quanto a raça, situação social ou doença;

promover o auto cuidado; incentivar o comprometimento com o tratamento;

aprimorar a comunicação usando a informação escrita no nível apropriado de leitura

para a cliente; focar nos resultados esperados; realizar escuta ativa; clarificar e

validar a comunicação (ORSHAN, 2010). CONCLUSÃO: A participação da

enfermagem no cuidado é de extrema importância, pois através da assistência

prestada a gestante, durante todo o pré-natal é possível identificar sinais e sintomas

de mulheres em potencial de risco, auxiliando no reconhecimento, orientação,

intervenção e adesão ao tratamento, buscando terapias alternativas seja na

Unidade de Saúde, CAPS, hospital dia ou quando necessário hospital psiquiátrico,

esse atendimento não pode ser voltado apenas a grávida, mas deve ser extensivo

aos seus familiares, a fim de que o tratamento seja eficaz, garantindo o melhor

estado de saúde para a gestante e principalmente ao recém-nascido, pois o uso de

substâncias psicoativas podem interferir no desenvolvimento do feto.

CONTRIBUIÇÕES/ IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE: A enfermagem juntamente

com a equipe multidisciplinar deve buscar o trabalho interdisciplinar, pois podem

propor um plano terapêutico e através do acompanhamento irão verificar os

resultados e quando necessário readequá-lo.

DESCRITORES: Dependência química; Saúde Mental; Cuidados de Enfermagem.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. S. Transtornos mentais em uma amostra de gestantes da rede de atenção básica de saúde no Sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p.385-393, Fev 2012. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v28n2/17.pdf>. Acesso em 24 jun. de 2017. ESTEVES, M. M. B. S. S. Doença mental na gravidez. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina) Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Portugal. Disponível em: <

https://sigarra.up.pt/reitoria/pt/pub_geral.show_file?pi_gdoc_id=594454>. Acesso em 23 de jun. de 2017.

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KASSADA, D. S.; WAIDMAN, M. A. P.; MIASSO, A. I.; MARCON, S. S. Prevalência de transtornos mentais e fatores associados em gestantes. Revista Acta Paulista Enfermagem, São Paulo, v.28, n. 6, p. 495-502, 2015. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002015000600495&lang=pt>. Acesso em 24 jun. de 2017. OSHAN, S. A. Enfermagem na saúde das mulheres, das mães e dos recém-nascidos. In: GARY, F. Editora Artmed. Rio grande do Sul. Cap. 5. 213-227. ROCHA, P. C. et al. Prevalência e fatores associados ao uso de drogas ilícitas em gestantes da coorte BRISA. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.32, n.1, p.1-13, Jan 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2016000100707>. Acesso em 20 Jul. de 2017.

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM

BRONQUITE CRÔNICA COM ÊNFASE NA TAXONOMIA NANDA

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Alisan Torres Moraes de Freitas1, André Alexandre Jacewicz da Luz1, Gabriele Mendes

Campoi¹, Kelly Vaz Torres¹, Luana Gomes Policarpo¹, Adriano Shimbo2

INTRODUÇÃO: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um termo usado

para descrever os pacientes que tem bronquite crônica ou enfisema, que são

evidenciados pela diminuição do volume expirado, através de provas de função

pulmonar. A bronquite crônica é caracterizada de forma clínica como a presença

de uma tosse produtiva, sem uma causa visível, num período de dois anos,

ocorrendo durante mais da metade do tempo. A bronquite crônica é uma doença

de tabagistas, pois 90% dos casos acontecem em fumantes. A frequência dessa

doença em não fumantes é menor que 5% e maior que 25% em fumantes de longa

data. As doenças respiratórias são as principais causas de morbidade e

mortalidade em todo o mundo. Considerando a população com 18 anos ou mais, a

prevalência de morbidade revelou-se 22% superior nas mulheres, em relação aos

homens, mesmo após ajuste por idade. Também é mais frequente em moradores

de áreas urbanas com poluição do ar e trabalhadores expostos a inalantes tóxicos

nas indústrias. Em relação à morfologia da bronquite crônica ocorre um aumento

do aparelho secretor de muco. Existem duas células responsáveis por revestir as

glândulas de muco: as células mucosas (são mais comuns) pálidas e as células

serosas. A bronquite crônica é definida pela hiperplasia e hipertrofia das células

mucosas e as células serosas e mucosas sofrem um aumento da proporção entre

as duas. Por isso ocorre um aumento no tamanho das glândulas. O índice de Reid

mede o aumento do tamanho das células mucosas, o valor normal é igual ou inferior

a 0,4; na bronquite crônica o valor é maior que 0,5. A bronquite crônica pode estar

acompanhada de enfisema ou não. Normalmente, os pacientes com bronquite, na

maioria das vezes crônica tem tosse produtiva por vários anos. JUSTIFICATIVA:

Diante disso, justifica-se a realização deste trabalho a aplicação da Sistematização

da Assistência de Enfermagem ao paciente portador de bronquite crônica, para um

atendimento de enfermagem mais individualizado. OBJETIVO: Identificar os

1Acadêmicos da 3º série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, [email protected]; (41) 9.9592-4552 [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; 2 Mestre em Enfermagem. Enfermeiro Especialista em Terapia Intensiva. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo. [email protected]

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principais cuidados de enfermagem ao paciente portador de bronquite crônica, com

ênfase nos diagnósticos da NANDA. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo

descritivo, tipo estudo de caso, realizado no mês de Março de 2017, durante as

aulas práticas da disciplina de UTI/ UE, em uma Unidade de Pronto Atendimento

na cidade de Curitiba-PR, com atendimento do Sistema Único de Saúde, que

atende pacientes clínicos, sendo composto por três setores de atendimento,

separados pelas cores verde (esta casos menos graves), amarelo e vermelho

(sendo os dois últimos para graves e mais graves, respectivamente), sendo esses

os campos de estágio do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Os dados

foram coletados com o auxílio de um instrumento próprio, elaborado pelo corpo

docente do curso (Ficha de Investigação Admissional de Enfermagem) que

contemplava histórico e descrição detalhada do exame físico. Os resultados foram

organizados em: histórico, exame físico, levantamento de problemas e discussão.

O trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Positivo, por se tratar de um trabalho acadêmico, utilizando metodologia

pedagógica própria da disciplina. RESULTADOS: Histórico: A participante

escolhida foi do sexo feminino, 69 anos, casada, três filhos, natural de Campo

Largo-PR e aposentada. Deu entrada na UPA do Campo Comprido por

exacerbação de quadro de bronquite crônica. Essa chamou a atenção das

acadêmicas do terceiro ano de Enfermagem da Universidade Positivo para

elaboração do estudo, por se tratar de uma idosa com histórico de múltiplas

internações e por estar submetida ao setor amarelo, já que está paciente não

apresentava sinais além de dispneia por esforços e tosse produtiva. APA, mora

com o marido em casa própria e possui água encanada e luz elétrica. Admitida

apresentando dispneia e tosse produtiva há mais de dez dias, foi levada pela filha

até a UPA, pois, a paciente tem histórico de bronquite crônica há mais de dez anos.

Tabagista por mais de cinco anos, relata fumar meia cartela de cigarro por dia,

(interrompeu o uso do cigarro quando apresentou dispneia), nega etilismo e alergia

a medicamentos e alimentos. Paciente responsiva e conhecedora da sua patologia,

mas não realiza corretamente tratamento em casa, principalmente pelo não ter

abandonado o fumo. Exame Físico: T: 35,6 ºC, FR: 20 rpm, FC: 75 bpm, PA:100

x70mmHg, saturação: 91%, dor: não relata dor. Glasgow 15, pupilas isocóricas e

fotoreagentes, uso de máscara de névoa 2 l/m. Ausculta cardíaca com bulhas

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normofonéticas, ritmo regular e sem sopro. Ausculta pulmonar ápice bilateral e base

bilateral com sibilos, mantendo saturação de 91%. Abdome flácido e globoso,

ruídos hidroaéreos presentes nos quadrantes. AVP em MSD. MMII sem alterações.

Diurese presente e evacuação ausente no período. Levantamento de Problemas:

tosse produtiva, tabagista, dispneia. DIAGNÓSTICOS: Risco de integridade da

pele prejudicada relacionada a extremos de idade; Ventilação espontânea

prejudicada relacionada à fadiga da musculatura respiratória evidenciada por

saturação arterial de oxigênio (SaO2) diminuída; Desobstrução ineficaz das vias

aéreas relacionada a tabagismo evidenciada por dispneia; Risco de mucosa oral

prejudicada relacionado a tabagismo; Falta de adesão relacionada motivação

insuficiente evidenciada por exacerbação de sintomas; Proteção ineficaz

relacionada a extremo de idade evidenciada por tosse. INTERVENÇÕES: Hidratar

a pele com creme tópico uma vez ao dia; Observar alterações na pele; Monitorar

frequência, ritmo, profundidade e esforços na respiração; Registrar mudanças na

SaO2; Palpar em busca de expansão torácica igual; Monitorar a ocorrência de

dispneia; Orientar sobre prejuízos a saúde causada pelo tabagismo; Fornecer

suporte para paciente se quiser abandonar abuso de tabaco; Avaliar e monitorar as

membranas mucosas quanto à hidratação, cor e textura; Instituir protocolo de

higiene oral; Informar sobre importância da adesão ao tratamento; Orientar sobre

problemas causados pela falta de adesão; Educar sobre mudanças de habito de

vida; Monitorar padrão respiratório; Monitorar saturação de O2. CONCLUSÃO:

Através da elaboração deste estudo podemos identificar quão importante é a

classificação correta de um paciente no momento de sua internação no setor, pois

através dessa seleção a equipe pode elaborar o seu papel com maior coerência. E

uma paciente com sinais leves de bronquite crônica não se encaixa

adequadamente no setor de UTI, porém os cuidados prestados há essa cliente se

torna mais integral, por se tratar de um setor que implica estar em total vigilância

ao doente. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE: As contribuições

que esse trabalho nos proporcionou, foi que a seleção correta do paciente no

momento de sua adesão ao serviço de saúde é o princípio dos cuidados. E através

dos diagnósticos elaborados com o referencial de Nanda o paciente com bronquite

crônica pode receber um cuidado mais globalizado com suas necessidades.

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DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Bronquite crônica; Doença Crônica. REFERÊNCIAS RUBIN, Emanuel. Rubin patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. NANDA, Internacional. Diagnósticos de enfermagem: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015.

INCOMPREENSÃO DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL COMO FATOR

IATROGÊNICO

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Drielly Zanatta1, Ana Lazzari¹, Diego Dias¹, Gabriela Machado¹, Mônica Teixeira¹, Marly

B. G. Marton da Silva2

INTRODUÇÃO: A comunicação é a ação de transmitir uma mensagem e

eventualmente receber outra mensagem como resposta, estabelecendo uma

relação entre os indivíduos possibilitando a interação de princípios, ideologias,

conhecimentos, diálogos e sentimentos. Cada um desses fatores somados ao

contexto biopsicossocial no meio em que está inserido resultará em um

determinado comportamento como resposta (PEREIRA; PUGINALL, 2017).

Segundo Paes (2017) o contexto da rotina hospitalar está focado na execução

rápida e eficaz dos serviços prestados, contribuindo para que o serviço se torne

mecanizado e o profissional deixe de ter uma visão holística voltada para a

semiologia dos sentidos, expressões e emoções do paciente. Freitas (2014) refere

que a repercussão de impasses causados pela comunicação não-verbal é

relativamente mais impactante que a comunicação verbal, podendo tornar frágil o

vinculo de confiança entre o enfermeiro e o paciente. Segundo Broca (2012)

estudos demonstram que 55% dos sentimentos são expressos por meio da

comunicação não-verbal; 38% pela voz e, somente 7% são representados por

palavras. Freitas (2014) corrobora que tais percentuais confirmam que há maior

possibilidade de criação de um vínculo de confiança através da comunicação não-

verbal em relação à verbal, uma vez que certas respostas fisiológicas são reflexos

naturais manifestados pelo corpo e não podem ser dissimulados, tornando uma

forma de instrumento de avaliação mais fidedigna. A compreensão dos sinais

transmitidos pelos sentidos do paciente, segundo Araújo (2007), poderá ser

interpretada como fator iatrogênico ou instrumento terapêutico dependendo do

ponto de vista do profissional. Desse modo, a verificação do emprego da

comunicação não-verbal em sua prática diária torna-se benéfica ao paciente,

diminuindo o risco de iatrogenias, além de proporcionar ao profissional a

oportunidade de aperfeiçoamento de sua percepção. O termo “cuidar” se insere no

1 Alunos do 1º ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo.

[email protected] [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] - Fone: (41) 99903-8063. 2 Enfermeira, Professora do curso de graduação e pós graduação em Enfermagem da Universidade Positivo, Mestre em Enfermagem pela UFPR, [email protected]

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núcleo da profissão enfermagem, isso faz com que a locução do relacionamento

interpessoal seja a resposta entre o cuidado efetivo ou não (FORMOZO, 2012).

Para Morais (2009), a compreensão da comunicação terapêutica relacionada à

linguagem não-verbal favorece o desempenho de cuidado mais adequado e

humanizado. Desse modo, identificar os princípios que constituem a metodologia

da comunicação e o que intervém favorável e desfavoravelmente visando sua

efetividade e atingindo o objetivo esperado por ambos os interlocutores, de modo

que se tenha uma relação concreta e firme entre os profissionais, contribuirá para

que se possa prestar uma assistência humanizada, reduzindo chances de

iatrogenias decorrentes da negligencia relacionada aos diversos tipos de

comunicação, principalmente a não-verbal. JUSTIFICATIVA: As iatrogenias

representam um efeito de consentir no sofrimento físico e emocional dos pacientes,

além disso, podem prolongar a hospitalização dificultando a recuperação do

paciente e aumentando o risco para o desenvolvimento de outras complicações,

ocasionando prejuízos nas atividades da vida diária, em vista disso, as iatrogenias

requerem completa atenção proveniente da equipe multiprofissional no quesito de

prevenir o seu aparecimento ou favorecer o seu tratamento, sendo necessária a

investigação da comunicação não-verbal como possível fator de iatrogenia.

OBJETIVO: Verificar se a incompreensão da comunicação não-verbal resulta em

iatrogenias. METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos

da literatura cientifica da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-BIREME) pelo acesso

de bases eletrônicas de dados LILACS (Literatura Latino-americana em Ciências

de Saúde), PUBMED (National Center for BiotechnologyInformation) e Scielo.

Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos publicados

em periódicos nacionais, que abordassem os assuntos iatrogenia, comunicação

não-verbal e relacionamento interpessoal, indexados, publicados no período de

2007 a 2017. Tal busca selecionou 18 artigos, que após leitura refinada dos

mesmos e seguindo os critérios de inclusão resultou em seis artigos. Este trabalho

não foi submetido ao Comitê de Ética por se tratar de um estudo realizado durante

a atividade curricular do curso de graduação em enfermagem da Universidade

Positivo, não será publicado na íntegra e manter-se-á anonimato do paciente.

RELATO DE CASO: O fato aconteceu em um hospital no município de São Paulo.

Paciente N.S., sexo masculino, 32 anos, trabalhador da construção civil, deu

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entrada no PA do Hospital com politraumatismo por agressão. Sofreu fraturas em

MIE, MSE, mandíbula e nariz. Passou por duas cirurgias e teve a face imobilizada

com gesso por 28 dias. Recebia cuidados das equipes de enfermagem, que

relatavam ser um paciente rebelde e agitado, sem perceberem que ele manifestava

suas dores e sofrimentos através de gritos e gemidos. Certo dia uma enfermeira,

nova no setor, se aproximou do paciente para lhe prestar cuidados e percebeu um

odor fétido vindo do rosto dele. Examinando-o, percebeu que o gesso pegava

abaixo da mandíbula e constatou que, provavelmente, ele era agitado e gritava

porque sentia fortes dores. A enfermeira solicitou que a equipe de ortopedia

avaliasse o quadro clínico e o gesso foi retirado do seu rosto, perceberam que o

tecido encontrava-se necrosado e com miíase, neste momento a agitação e os

gemidos do paciente foram compreendidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO:O

entendimento da comunicação não-verbal é extremamente relevante, pois sua

compreensão simplifica o trabalho do profissional e propicia uma assistência mais

humanizada, proporcionando qualidade de vida aos pacientes, além de evitar

iatrogenias.Os comportamentos de expressões não verbaissão observáveis e,

algumas vezes, audiveis, tais como toque, proximidade, contato visual, gemidos e

gritos (Freitas, 2014).A comunicação entre pacientes, profissionais e gestores

constitui fator de suma importância acerca do processo do cuidado e do

ralacionamento interpessoal. Visando uma efetiva relação entre as partes citadas,

faz-se necessário o estreitamento dos laços de variados tipos de comunicação

favorecendo a compreensão da realidade do profissional e do paciente (BROCA,

2012). Para garantir sua satisfação no atendimento de enfermagem é necessario

compreender o processo de comunicação não-verbal muito além do que somente

a linguagem do corpo.Bax (2012) refere que as expressões se dispõem sob as

formas cinésica (movimentos), tacêsica (toque), proxêmica (intimidade), paraverbal

(sons sem uso das palavras) e o silêncio caracterizado pela ausência de som

emitido pela pessoa. Além disso, Bax (2012) afirma a relevância de interpretar o

que se sucede com o paciente, fundamentando suas dúvidas, angústia, aflição e

medos reconhecidos pelos indícios não verbais, uma vez que não verbaliza,

contudo expressa nas reações corporais ao longo dos cuidados. Araújo et al.(2007)

referem que comunicação é prejudicadaà medida que os profissioanaisadotam

comportamento rotineiro e mecanizados. A comunicação interpessoal somente se

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torna terapêutica quando ajuda, promove e dá oportunidade ao paciente de ser

atendido dentro das suas necessidades. CONCLUSÃO: Dispor-se de uma atitude

compreensiva para com o paciente necessitado de ajuda é um dos primeiros

passos para a criação de um vínculo bem estabelecido entre o paciente e

enfermeiro, possibilitando melhor interação na prática do cuidado. Segundo Broca

(2015) a comunicação não verbal é indispensável na construção desse elo entre os

lados. Atentar-se às formas não verbais de expressões advindas do paciente é

excelente recurso técnico para desenvolvimento da relação interpessoal.

Constantemente procedimentos realizados acontecem de forma mecanizada e

rotineira, tornando cada vez mais comum o fato de muitos profissionais não

saberem como iniciar algum tipo de comunicação com o paciente e como mantê-la

de forma criativa e adequada, principalmente quando a comunicação ocorre de

forma não-verbal, favorecendo a negligência das formas expressivas procedente

do paciente podendo resultar em iatrogenias. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE:

O cuidado efetivo do ponto de vista técnico constitui uma esfera fundamental da

assistência ao paciente, mas não é completa do ponto de vista ideal sem a

complementação do aspecto empático, que representa o respeito e a consideração

à pessoa assistida. Os recursos de comunicação e interação necessitam investigar

alternativas terapêuticas que respaldam os pacientes e impossibilite a realização

de práticas de descuidado que possam levar a negligência de informações. A busca

pode ser conduzida no seguimento da efetivação de tecnologias referentes às

variadas formas de relacionamentos e comunicação que propiciem o elo entre os

indivíduos e a mais adequada conduta do processo terapêutico, com proteção da

dignidade humana.

DESCRITORES: Iatrogenia; comunicação não-verbal; relacionamento

interpessoal.

REFERÊNCIAS ARAÚJO, M.M.T.; SILVA, M.J.P.; PUGINA, A.C.G. A Comunicação não verbal enquanto fator iatrogênico. Rev. Esc. Enf. USP. São Paulo, v.41, n.3, 419-25. 2007. BAX, C. et al. EXPRESSÃO NÃO VERBAL DO PACIENTE NO CUIDADO: percepção do enfermeiro em unidade cardiointensiva.Esc Anna Nery (impr.) out - dez; v16, n4, p.728-33, 2012.

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BROCA, P. V.; FERREIRA, M. A. Equipe de enfermagem e comunicação: contribuições para o cuidado de enfermagem. RevBrasEnferm. v.65 n1, p. 97-103, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n1/14.pdf FORMOZO, G. A.; OLIVEIRA, D .C.; COSTA, T.; GOMES, A. M. T. As relações interpessoais no cuidado em saúde: uma aproximação ao problema. RevEnfer UERJ. V.12, n.1, p.:124-7. 2012.http://www.facenf.uerj.br/v20n1/v20n1a21.pdf FREITAS, Q.F.F.et al.Comunicação não verbal entre enfermeiros e idosos à luz da proxêmica.RevBrasEnferm. nov-dez; vol. 67. n 6, p.928-35, 2014 MORAIS, G. S.N.; COSTA, S. F. G.; FONTES, W. D.; CARNEIRO, A. D. Comunicação como instrumento básico no cuidar humanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado.Acta Paul Enf. V. 22, n 3, p.:323-7, 2013.

ESCALAS PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO

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Davi Augusto Trauer Linhares Cirino dos Santos1, Diego Costa Passos1, Jennifer

Veiga Vilela1, Mayara Silva de Oliveira1, Nathalin Eduarda Sant’Ana Dias1, Stephanie

Yara Santos da Silva1, Denise Faucz Kletemberg2

INTRODUÇÃO: Estudos demonstram que no Brasil, a incidência de lesão tecidual

por pressão (LTP) é dimensionada entre 19,1% a 39,8%, independente dos

ambientes de cuidado, sendo que as taxas internacionais indicam variações entre

10,2% a 26,7% (STUQUE et al, 2017). A lesão por pressão era anteriormente

chamada de úlcera por pressão, mas a partir de abril de 2016 o National Pressure

Ulcer Advisory Panel (NPUAP) anunciou a mudança na terminologia para Lesão

por Pressão (LP). Definida como um dano localizado na pele e/ou tecidos moles

subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, ou relacionada ao uso de

dispositivo médico ou a outro artefato. É reconhecida como um evento adverso, se

ocorrer após a admissão do indivíduo no serviço de saúde, e como uma das cinco

causas mais comuns de danos aos pacientes. (VASCONCELOS,2017). Visando a

melhoria da atenção aos pacientes em risco para o desenvolvimento da lesão por

pressão e, consequentemente reduzir a sua ocorrência, pesquisadores criaram as

escalas de risco. JUSTIFICATIVA: A ausência de conhecimento e a não utilização

das escalas de avaliação para lesão por pressão podem influenciar diretamente na

qualidade de vida e no processo de reabilitação dos pacientes. Deste modo as

escalas precisam ser implementadas na prática assistencial do enfermeiro,

melhorando assim a qualidade da assistência, possibilitando também a condução

de pesquisas cientificas. OBJETIVO: Identificar as escalas para avaliação da lesão

por pressão, descritas na literatura brasileira. METODOLOGIA: Revisão

bibliográfica realizada durante o mês de agosto de 2017, por meio de pesquisa

eletrônica, consultando-se o banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

nas bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

(LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Sistema Online de

1Acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba –Brasil. Contato: (41) 99221-0050, [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected],[email protected] 2Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES). [email protected]

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Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Foi utilizado o cruzamento

dos descritores Lesão por Pressão and Escalas. Os critérios de inclusão foram

publicações no período de 2012 a 2017, no idioma português e inglês. A exclusão

dos artigos seguiu os seguintes critérios: complicações da lesão por pressão,

custos financeiros e estudos de incidência da lesão por pressão. RESULTADOS:

Foram encontradas 3 escalas para avaliação da lesão por pressão. Historicamente

a primeira a ser criada foi a escala de Norton, que apontava o risco por meio de

escores, inicialmente avaliava cinco fatores de risco: condição física, estado mental,

atividade, mobilidade e incontinência. Foi ampliada em 1973, acrescentando

nutrição e retirando condição física (ROCHA et al, 2016). Outra escala de risco é a

de Waterlow amplamente usada no Reino Unido, abrangendo um maior número de

fatores que a escala anterior ao avaliar a propensão ao desenvolvimento da LP por

meio dos indicadores: Índice de Massa Corporal (IMC), sexo/idade, continência

urinária, tipo de pele, mobilidade, apetite, má nutrição tecidual, déficit neurológico,

cirurgias de grande porte, trauma e medicação. A escala atribui a pontuação a cada

uma das variáveis, 10-14 (risco), 15-19 (alto risco) e ≥ 20 (risco altíssimo) (MORAIS;

TOLENTINO, 2017). Adaptada e validada no Brasil, a escala de Braden (EB) se

encontra amparada na fisiopatologia da lesão por pressão e permite a avaliação de

aspectos importantes para a sua formação ao aferir o risco de desenvolvimento das

LP. Composta por seis parâmetros e pelas subescalas: percepção sensorial,

umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Cada uma das

subescalas tem uma pontuação que vai de 1 a 4, com exceção do domínio “fricção

e cisalhamento”. Que resulta numa somatória final entre 6 e 23 pontos, que

significam: risco baixo (15-18), risco moderado (13-14), risco elevado (10-12) e

risco muito elevado (≤ 9). (MORAIS; TOLENTINO, 2017). DISCUSSÃO: A

aplicação das escalas para a prevenção da lesão por pressão, auxilia o enfermeiro

a avaliar os riscos, formular diagnósticos de enfermagem e determinar o melhor e

mais eficiente plano de cuidados levando em consideração as particularidades de

cada paciente. No entanto, para que as escalas sejam adequadamente utilizadas

é indispensável o conhecimento técnico da escala por toda a equipe de

enfermagem, do contrário pode ser mal interpretada, muitas vezes não surtindo

efeito. Em estudo comparativo das escalas de Norton, Braden e Waterlow concluiu-

se que a escala de Waterlow apresenta maior sensibilidade para a definição dos

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diagnósticos e cuidados, e que adaptada para a língua portuguesa é uma

ferramenta de alta confiabilidade em predizer o risco de desenvolver lesões por

pressão. No entanto a “escala preditora mais popular no Brasil é a escala de Braden

(PAULA; BACARIN, 2017). CONCLUSÃO: A lesão por pressão é um problema

grave e recorrente enfrentado diariamente pelos profissionais da saúde, mais

especificamente a equipe de enfermagem, cabendo ao enfermeiro conhecer os

protocolos e metodologias para garantir uma boa assistência de enfermagem. Das

três escalas encontradas, a mais utilizada no Brasil é a escala de Braden, por ser

a com a melhor tradução e que melhor se adapta a realidade dos hospitais

brasileiros. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE: Neste cenário, as escalas de

prevenção de lesão por pressão podem evitar inúmeros agravos e incômodos no

tratamento dos pacientes, principalmente os mais críticos, como das UTIs,

oncológicos e de idade avançada.

DESCRITORES: Lesão por Pressão; Escalas; Enfermagem. REFERÊNCIA MORAIS, Thiago A. S.; TOLENTINO, Karine P. Análise da propensão a úlcera de pressão em indivíduos hospitalizados. Rev. Unimontes Científica, Montes Claros. v. 19, n. 1, 2017, p 25-32. PAULA, Betania Rafael de; BACARIN, Viviane Pereira. Escala de Braden versus Waterlow desafios e aplicabilidade. Rev. Olhar Científico, Ariquemes. v. 03, n. 01, 2017. p. 301-323. ROCHA, Sheila C. G.; OSELAME, Gleidson B.; MELLO, Marcia G. S.; NEVES, Eduardo B. Comparação das escalas de avaliação de risco de lesão por pressão. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 2016, v. 18, n. 4, p 143-151. STUQUE, Alyne G. et al. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Rev. Rene, São Paulo, v.18, n. 2,2017, p 272-82. VASCONCELOS, Josilene M. B.; CALIRI, Maria H. L. Ações de enfermagem antes e após um protocolo de prevenção de lesões por pressão em terapia intensiva. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, 2017, v. 21, p 1-9.

CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS ÀS LESÕES

CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADES DE

TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

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Madalena Rosenente1, Thalita Jennifer Veiga¹, Thatyane Vanessa Turatto¹, Thays

Emanuelle Saskoski¹, Vaniele de Oliveira Rodrigues¹, Luciane Favero Basegio²

INTRODUÇÃO: Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele se apresenta

como principal fator de proteção do organismo já que exerce funções contra

traumas, absorção e excreção de líquidos, regulação térmica, barreira contra a

invasão de microrganismos, detecção de estímulos sensoriais, etc. Após o

nascimento a pele do bebê representa 13% da superfície corporal (SCHAEFER;

NAIDOM; NEVES, 2016), ou seja, qualquer tipo de alteração neste órgão pode

levar a problemas secundários que podem influenciar tanto no seu

desenvolvimento, quanto no tempo de sua permanência no serviço hospitalar.

Devido à prematuridade e/ou apresentação de determinados problemas de saúde,

muitos recém-nascidos acabam aumentando sua estadia em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatais, local onde há frequente uso de diversos dispositivos e

realização de inúmeros procedimentos (ANTUNES et al., 2010) que são

imprescindíveis para a sobrevivência do bebê, mas que podem culminar com

lesões de pele. Além disso, tecnologias como monitores, sensores, tubos e

cateteres podem provocar rompimento cutâneo, fator capaz de agravar ainda mais

a condição clínica desses bebês. Essas alterações que acometem a pele dos

neonatos, quando não tratadas de forma correta podem originar lesões como

flebites, hematomas, escoriações e até mesmo úlceras. Assim, cabe principalmente

à enfermagem, profissão do cuidado, a criação de estratégias para evitar que

fatores externos interfiram de modo a prejudicar a evolução clínica e prolongamento

do processo de internação dos recém-nascidos na UTIN. Para isso, o enfermeiro

deve conhecer as características da pele, saber avaliar, prevenir e tratar as mais

diversas lesões cutâneas em seus diferentes níveis (FONTENELE; PAGLIUCA;

CARDOSO, 2012). Questão Norteadora: Quais as causas e os principais cuidados

de Enfermagem relacionados às lesões de pele em RNs internados em UTIN?

OBJETIVOS: Descrever as causas e cuidados de Enfermagem relacionados às

lesões de pele que acometem os RNs hospitalizados em UTIN descritas na

1 Bacharelandos do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail autor correspondente: [email protected] ² Doutora em Enfermagem. Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal. Profª da Universidade Positivo. E-mail [email protected]

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literatura brasileira. METODOLOGIA: Pesquisa do tipo revisão de literatura

realizada por meio da obtenção de artigos científicos publicados em periódicos da

área. Os artigos foram selecionados através de buscas nas bases de dados

nacionais da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e da Scientific Electronic Library

Online (SciELO). Para a seleção dos textos foram utilizados os cruzamentos e

buscas isoladas dos descritores: iatrogenia, lesão, pele, prevenção, terapia

intensiva, cuidado de enfermagem e recém-nascido. Os seguintes critérios de

inclusão delimitados foram: artigos na íntegra disponíveis de forma online; gratuitos;

em português (BR); datados entre o período de janeiro de 2007 até agosto de 2017;

resultantes da busca isolada ou do cruzamento dos descritores. Os critérios de

exclusão foram: artigos de acesso bloqueado; com temas divergentes da proposta;

e em outros idiomas que não o português originário do Brasil. A partir da junção

dos descritores na base de dados da SciELO obteve-se 1080 textos. Destes, 1075

foram excluídos após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, e leitura do

título e resumo para verificar coerência com a temática em estudo. Mediante

cruzamento dos descritores prevenção, lesão, pele e recém-nascido (filtro: títulos)

na BVS, surgiu um único resultado, o qual também foi utilizado, pois atendeu a

todos os critérios preestabelecidos. No final, foram utilizados seis artigos para o

estudo em questão. RESULTADOS: A partir da leitura na íntegra dos textos,

encontrou-se uma categoria central denominada “Lesões de pele no RN

hospitalizado em UTIN” e quatro subcategorias (apresentadas a seguir com

sublinhado para melhor identificação) com nove componentes/elementos que as

alimentam. O emprego de fitas/adesivos para a fixação de aparelhos de

monitorização, e de tubos e cateteres é um grande vilão para lesões cutâneas

neonatais. A utilização indiscriminada e inadequada de fitas, como o esparadrapo

por exemplo, pode culminar em ferimentos extensos e portas de entrada para

micro-organismos. A punção venosa também pode levar a lesões de pele, seja

devido ao fato de também utilizar fitas adesivas, mas, principalmente, se houver

extravasamento de soluções intravenosas. Além dessas, outra tecnologia que

possui grande representatividade para a formação de lesões cutâneas é o uso do

Continuous Positive Airway Pressure (CPAP nasal), que quando utilizado por tempo

prolongado e sem os devidos cuidados, poderá ocasionar lesão no septo nasal do

RN. Para prevenir este tipo de problema, há possibilidade do uso de curativos

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protetores como os de hidrocoloides como anteparo de outras fitas adesivas

secundárias. Além disso, a utilização de fitas menos agressivas a pele frágil do RN

e de soluções apropriadas para sua retirada, podem amenizar o surgimento ou

extensão dessas lesões. Nas UTI Neonatais, outra condição que está estreitamente

relacionada à formação de lesões epidérmicas, como as assaduras e dermatites, é

a higiene corporal. O uso contínuo e excessivo de antibióticos, os quais podem

causar aumento da frequência de eliminação intestinal e alteração do pH das fezes,

associado a troca de fraldas, principalmente se essas não forem realizadas com

frequência, poderá gerar possíveis danos teciduais. Mesmo a rotina de banho, a

qual está na maioria das vezes relacionada a resultados positivos, quando efetuada

precocemente (antes de seis horas de vida), rotineiramente (diariamente),

principalmente nos RNs prematuros e/ou agregado ao uso de substâncias comuns,

como o sabão, por exemplo, pode ser nociva a pele frágil do bebê, tornando-se

outro aspecto agravante para a integridade da epiderme. Considera-se ainda, a

importância da equipe de enfermagem em atentar-se ao fato de que a utilização de

substâncias irritantes como o álcool sobre a pele e de sabões/sabonetes de forma

contínua e/ou ininterrupta, podem produzir diversos danos ao tecido cutâneo do RN

prematuro. A utilização de soluções menos agressivas como a clorexidine

alcoólica/aquosa, ou de apenas a água para o banho, pode contribuir

significativamente para a diminuição desse tipo de lesão. O extravasamento

cutâneo de soluções endovenosas, o qual pode ser evitado por fixação adequada,

monitoramento constante e indicação específica do tipo do acesso venoso a

terapêutica medicamentosa implementada, poderá desenvolver quadros de flebite

química. Outra condição que merece atenção é a mudança de decúbito, já que esta

quando não realizada em intervalos de tempo regulares é capaz de ocasionar

lesões por pressão. Para evitar possíveis danos, a troca de posições e o uso de

colchões de água ou de pele de carneiro sintética sob o corpo do RN acabam sendo

as melhores opções. DISCUSSÃO: Compreende-se que o neonato ao longo de

sua internação pode ter sua integridade cutânea prejudicada por diversos motivos,

e compete, principalmente, a enfermagem a execução de cuidados para que estes

problemas possam ser amenizados. Diversas ações podem ser realizadas como

medidas de prevenção. Sobre a utilização de adesivos, estes devem ser mantidos

pelo menos por 24 horas, exceto quando há necessidade de refixação por motivos

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de validade ou desprendimento, e sua retirada deve ser feita com óleos minerais.

Para as punções venosas, recomenda-se cautela na hora do procedimento, além

de fazer com que o primeiro acesso vascular seja o umbilical, possibilitando coletas

de sangue por meio deste (MARTINS; VILLALOBOS, 2009). Empregar o uso de

hidrocolóide para a proteção da mucosa quando utilizado o CPAP nasal, torna-se

uma maneira efetiva para prevenir possíveis danos no septo do neonato

(ANTUNES et al., 2010). Sabe-se que em uma UTIN, manter a pele do RN seca e

higienizada é algo imprescindível, por isso tem de existir uma rotina para a troca de

fraldas e observação do profissional em relação à marca da fralda e cremes de

barreira utilizados, e suas possíveis reações (ARAÚJO et al., 2012). Ainda sobre a

higiene do neonato, o banho pode acabar sendo prejudicial à sua pele, mas isso

pode ser evitado se este não for realizado com frequência. Higienizando apenas a

região intima ou partes que apresentam sujidade com água e sabão (MARTINS;

TAPIA, 2009). Para finalizar os cuidados com a pele do RN, é importante lembrar

de que o uso de soluções irritantes, como o álcool, deve ser evitado com objetivo

de proporcionar a preservação cutânea, e a mudança de decúbito/utilização de

hidrocolóide em proeminências ósseas a fim de evitar lesões por pressão

(SCHAEFER et al 2016). CONCLUSÃO: Através do estudo foi possível identificar

as principais causas e cuidados a respeito de lesões de pele em RN hospitalizados

na UTIN, e a importância da compreensão dos conhecimentos apresentados por

parte dos profissionais da saúde, principalmente da equipe de enfermagem.

IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A equipe de Enfermagem possui papel

primordial tanto no cuidado com a pele lesada, como na prevenção do surgimento

de novas lesões cutâneas. O conhecimento científico aliado à comunicação intra e

interdisciplinar, a troca de experiência com os pares, a criatividade e a sensibilidade

devem permear o processo de cuidar do neonato hospitalizado em UTIN.

DESCRITORES: Iatrogenia; Pele; Cuidado de Enfermagem. REFERÊNCIAS ANTUNES. J., et. al. Tecnologia Coadjuvante no Tratamento do Recém-nato Prematuro. Enfermeria global. v.30, n.20, 2010. Disponível em: https://digitum.um.es/xmlui/bitstream/10201/28775/2/Tecnologia%20coadjuvante%20no%20tratamento%20do%20rec%C3%A9m-nato%20prematuro%20(cuidados%20de%20enfermagem%20no%20uso%20do%20cpap%20nasal).pdf. Acesso em: 20/09/2017.

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FONTENELE F., PAGLIUCA L., CARDOSO M. Cuidados com a pele do recém-nascido: análise de conceito. Rev. Escola de Enfermagem Anna Nery. v.16, n.3, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v16n3/08.pdf. Acesso em: 01/09/2017. MARTINS C., TAPIA C. A pele do recém-nascido prematuro sob a avaliação do enfermeiro: cuidado norteando a manutenção da integridade cutânea. Rev. Brasileira de Enfermagem, v.62, n.5, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n5/23.pdf. Acesso em: 20/09/2017. SCHAEFER T., NAIDOM A., NEVES E. Cuidados com a pele do recém-nascido internado em unidade de terapia intensiva neonatal. Rev. Pesquisa Cuidado é Fundamental. v.8, n.4, 2016. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=29737&indexSearch=ID. Acesso em:12/09/2017.

A TERAPEUTICA ATRAVÉS DO GRUPO DE CONVÍVIO E SEUS BENEFÍCIOS

PARA O DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

Fernanda de Lima1, Marina Kanning Oviedo¹, Mayume Sato¹, Wanderlei Wos2

1 Acadêmicas da 2ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente E-mail:

[email protected];[email protected]; [email protected], (41) 99809-4476. 2 Professor do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected];

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INTRODUÇÃO:A Política Pública de Saúde Mental (SM) direciona suas ações para

inclusão social do paciente tendo no Grupo de Convivência (GC) a promoção

e desenvolvimento das relações familiares, comunitárias, do sentimento de

pertencer, participar, identificar e integrar, compartilhando objetivos e interesses

através do resgate da comunicação, regras, responsabilidades, capacidade

de encontrar soluções comuns e negociar conflitos, entre outros aspectos do

vínculo social (FERRO et al, 2012). O GC visa proporcionar ampliação da rede

social de apoio por meio da criação e fortalecimento de vínculos entre seus

componentes, familiares e equipe de saúde. O portador de transtorno mental (TM)

necessita de cuidados específicos e individualizados visto que é um todo biológico,

psicológico, espiritual e sociológico (WEIDMAN et al, 2011). A enfermagem está

enleada com o convívio destes pacientes e necessita estar munido de

conhecimento para o uso das terapêuticas e reconhecimento de pequenas

melhoras não necessariamente clínicas. Com base nas informações apresentadas

surge como prerrogativa a seguinte questão norteadora: Pode um GC constituir

forma terapêutica eficiente e interferir na estabilidade clínica do diagnosticado com

TM? OBJETIVO: Avaliar o quadro clínico e evolução dos diagnosticado com TM

após inclusão no GC. METODOLOGIA: trata-se de relato de experiência, com

abordagem descritiva, onde o acadêmico é protagonista na criação de um GC e

avalia o quadro clínico dos pacientes com TM a fim de detectar a resposta da

estratégia terapêutica. O delineamento do estudo baseia-se na integração dos

seguintes Descritores em Ciências da Saúde: Saúde mental; Assistência à saúde;

Serviços de saúde. Foi realizado em uma unidade de saúde de estratégia da saúde

da família, por acadêmicos da 2ª série de uma Universidade Privada de Curitiba/PR,

durante o estágio curricular da disciplina de SM no período de 9/03 a 14/4/2017. A

equipe de saúde elencou os possíveis participantes. Foi elaborado um projeto do

GC, determinado as atividades, critérios de avaliação, tempo de atividades,

duração e os critérios de inclusão. O GC tem característica de ser pouco aberto,

tendo 20 vagas, 2 encontros semanais de 1 a 2 horas e duração de 1 ano. Em 6

meses acolheu 10 pessoas, contando a participação frequente de 7 pessoas. Os

dados foram registrados em livro ata e posteriormente analisados para constatar

melhora clínica. Por se tratar de um trabalho acadêmico realizado durante o período

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de estágio, não houve submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, porém, manteve-

se o anonimato de todos os participantes. Os sujeitos serão representados pela

letra “S” seguidos de um número. RELATO DE EXPERIENCIA: O projeto tem como

critérios de inclusão: o paciente ser entrevistado para avaliar o quadro clínico; estar

medicado; estável; interessado em participar; e ter TM. Para permanecia

determinou-se: ser capaz de obedecer a regras básicas de convivência; participar

da integração; estar seguindo o tratamento farmacológico/psicológico (informações

averiguadas no sistema e/ou com equipe multidisciplinar). Objetiva-se com as

atividades do GC avaliar: habilidade motora; capacidade de desenvolver atividades

em grupo e interagir; estado mental; percepção do ambiente; nível de consciência;

cuidado corporal e autoestima. “... eu quero estar bem... sempre quis este grupo,

agora tenho que estar bem para participar” “... eu tenho um compromisso com

vocês nas quintas feiras” (S1). O GC intenciona enfrentar o isolamento social de

indivíduos ou grupos sociais de maneira a criar “... espaço que favoreça o encontro

e o desenvolvimento global dos participantes” (OLIVEIRA et al., 2004). “... não é

tudo que tenho vontade e gosto de fazer... mas eu venho por que gosto de estar

aqui” (S4). Para o desenvolvimento das atividades respeitou-se a vontade do

paciente não impondo ou limitando a expressão. Este relato expõe uma situação

comum aos serviços de SM. “... eu gosto de vir por que aqui permitem que eu pinte

do meu jeito...” (S5). Diversas propostas terapêuticas são elaboradas e oferecidas

ao usuário de maneira vertical e sem relação de composição com seu público alvo

(BRASIL, 2011) “...não aguento ficar muito tempo fechada... e não tenho muita

paciência..., vou dar uma volta... já volto” (S3). O GC proporciona abertura para

experiências e envereda-se por atividades que não agradam a todos, mas que

compõe em concomitância com outras atividades, criar uma história própria ao

grupo, que passa paulatinamente a carregar consigo intimidades de um grupo

singular. O acadêmico registrava os dados do paciente que acompanhou naquele

dia e posteriormente lia de forma sequenciada todos os registros do mesmo

paciente com o intuito de perceber a evolução do quadro e a resposta à terapêutica.

Fica evidente que o paciente passa por uma sequência de sinais e sintomas e a

desestabilidade é fruto do abandono ou descuido com o tratamento, desta forma,

os relatos servem para direcionar a intervenção e resgate precoce diante a

manifestação dos primeiros sinais de manifestação do TM.O paciente incluso no

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GC modificou a rotina com relação: atividades diárias, comunicação e convívio

social. Percebe-se que a adaptação constitui um processo diário, propicia

mudanças e adequações e permite uma autorreflexão do real estado de SM.

Atividades (pinturas) eram fornecidas para produzirem junto à família em domicílio

desta forma expressavam a criatividade, vencendo os desafios da produção

individual sem supervisão, observação ou interferência profissional. Constatou-se

que o paciente expressa seu estado mental através de cores, escolhas e tempo

para conclusão da atividade “...esta semana eu não estava com muita paciência, ...

não me senti muito bem, mas acabei pintando.” (S7) “(tinha pintado um urso de

preto e azul, ao contrário de outros dias que apresentava coerência na escolha das

cores (diagnosticado com depressão). Com esta percepção programou-se busca

ativa, resgate farmacológico e avaliação da adesão ao tratamento; constatou-se

baixa adesão farmacológica, pois na avaliação receita/cartela de fármaco estava

apresentando sobra (avaliado a quantidade/data do fornecimento/calculado a

quantidade de medicamentos que deveriam ser tomado) para implementar ações

de readequação. Esses aspectos somados aos objetivos alcançados com os

participantes do GC contribuem para o controle do TM pois a melhora clínica está

diretamente relacionada a ajuda profissional e tratamento que resulta na interação

social e por fim socialização. O projeto terapêutico deve espelhar o que usuário,

família, comunidade demandam construir enquanto projeto de vida, em seu

processo de inclusão social (OLIVEIRA, 2007). RESULTADOS: Constata-se a

importância e eficácia do GC para ampliar a rede social de apoio aos usuários e a

melhora das relações interpessoais “... hoje passei na casa do (S5) e viemos juntos

para o grupo” (S3) “... passei na sua casa ontem para vir, mas acho que você não

estava” (S3). Enquanto problemáticas para a participação do GC constatou-se: falta

de apoio familiar; baixa adesão ao GC da equipe de saúde, que encaminhavam

pacientes sem condições de participar de atividades ou em crise; necessidade de

resgates constantes; fragilidade na conquista da autonomia do grupo e interferência

climática “...ontem eu não vim, tava muito frio” (S1). Destaca-se a necessidade de:

envolver a equipe inter/multidisciplinar com o GC e continuidade das ações para

proporcionar de maneira efetiva a inclusão social destes usuários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Evidencia-se a importância e necessidade da

continuidade do GC para a construção gradativa da prática plural da inclusão social.

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O término da atividade no grupo não pode significar o fim da interação social e deve

transformar positivamente o cotidiano e a vida dos usuários e impedir que ele

retorne ao “seu mundo”. O que amplia a responsabilidade dos profissionais de

enfermagem, indispensáveis na construção de novos espaços de reabilitação

psicossocial que visem reinserção dos pacientes ao convívio social (WEIDMAN et

al, 2011). As práticas em SM devem fomentar a ampliação da rede social de apoio

aos usuários e fortalecer de forma gradual os laços diversos com a comunidade e

outros grupos, pois resulta em motivação e melhor aderência a tratamentos

convencionais. Pacientes que participaram do GC melhoraram a interação social e

recorreram a equipe de saúde precocemente quando perceberam alterações no

estado geral. A continuidade desta ação somente acontecerá com ações conjuntas

entre diferentes equipamentos e atores sociais. Na prática GC ainda encontra

alguns obstáculos e dificuldade em ampliar vagas para todos os diferentes

pacientes e a integração com a comunidade em geral.

DESCRITORES: Saúde mental; Assistência à Saúde; Serviços de saúde. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, 2011. FERRO, L. F.; CARDOSO, M. M.; FEDATO, G.; FRACARO, C. C. Grupo de Convivência em Saúde Mental: perspectivas de usuários e a experiência do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná. São Paulo: Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 2012. 23 v. p.146-152. OLIVEIRA, G. N. O projeto terapêutico como contribuição para a mudança das práticas de saúde. Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, 2007. Dissertação de mestrado. WEIDMAN, M. A. P; MARCON, S. S; PANDINI, A; BESSA, J. B.; PAIANO, M. Assistência de enfermagem às pessoas com transtornos mentais e às famílias na Atenção Básica. Maringá: ACTA Paulista de Enfermagem, 2011. Disponível em:<http://www2.unifesp.br/acta/pdf/v25/n3/v25n3a5.pdf>. Acesso em: 16/08/2017.

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RUÍDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: UM OLHAR DA

ENFERMAGEM

Flaviane Miranda da Rosa1, Luciane Favero Basegio2

INTRODUÇÃO: Muito diferente do ambiente ao qual o bebê encontrava-se intra

útero, as Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs) são iluminadas, com

excesso de ruídos, excesso de manipulação e interrupções no ciclo de sono e de

vigília. (REICHERT; LINS; COLLET, 2009). O sistema nervoso central dos

1 Acadêmica da 4ª série do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected] 2 Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Contato e-mail: [email protected]

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prematuros, em especial, ainda não está completo e por isso, esses bebês são

mais vulneráveis aos efeitos do ambiente ao qual estão inseridos, podendo assim

deixá-los susceptíveis à severos danos. (TAMEZ; SILVA, 2013). Um dos fatores

que pode causar danos ao desenvolvimento do Recém-Nascido (RN) são os níveis

elevados de ruídos ambientais. Alguns dos danos causados pelos ruídos são:

danos a cóclea que pode levar à perda de audição, interferência no padrão de sono

e de repouso, causando fadiga, irritabilidade, agitação, choro, aumento da pressão

intracraniana que pode levar a predisposição à hemorragia craniana intraventricular

em prematuros. Além disso, também podem ser observados aumento de consumo

de oxigênio, aumento da frequência cardíaca, que tem como efeito o aumento do

consumo calórico, fator que contribui para a lentidão no ganho de peso. Também

foram observadas alterações na estabilidade fisiológica do RN quando está exposto

aos ruídos em excesso, as quais podem ser apresentadas por episódios de apneia,

bradicardia, alteração na coloração cutânea e redução da saturação de oxigênio

(TAMEZ; SILVA, 2009). De acordo com a Associação Brasileira de Normas

Técnicas, na Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10152/1987 os níveis de

ruído esperados em um ambiente hospitalar são de 30 a 55 decibéis de espectro A

(dBA) (ABNT, 1987). Há grande quantidade de pessoas que circulam o ambiente

da UTIN, além da presença de tecnologias e demais instrumentos de trabalho que

são fontes de ruídos. Ademais, outras fontes fazem parte deste cenário e

contribuem significativamente para a emissão de ruídos, como aqueles decorrentes

muitas vezes do funcionamento do serviço, como campainhas de portas, usos de

sapatos ruidosos, conversas, entre outras. Assim, conhecer quais são essas fontes

e saber o quão prejudicial podem ser aos RNs, pode ser uma forma de evitar danos

importantes na saúde desses pacientes (NAZARIO, PINHEIRO et al 2015). Diante

do apresentado, a questão norteadora desse estudo é: Quais os níveis de ruídos

dentro de uma unidade de terapia intensiva neonatal? OBJETIVO: Identificar o

nível do ruído em uma unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital de

grande porte da cidade de Curitiba – PR. METODOLOGIA: Trata de um estudo

observacional de abordagem quantitativa, realizado na unidade de terapia intensiva

de um hospital de grande porte de Curitiba-PR. Esta unidade é composta por 20

leitos de terapia intensiva neopediátrica, que tem em sua equipe de enfermagem:

dois enfermeiros e 10 técnicos de Enfermagem por turno de trabalho. A coleta de

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dados se deu nos três turnos: matutino, vespertino e noturno, utilizando um

aparelho de decibelímetro, da marca Instrutherm®, modelo DEC-490, portátil,

pesando em média 350 gramas, para medir os níveis de ruído. O aparelho foi

posicionado próximo ao box 08, que é localizado próximo ao posto de enfermagem,

de pias para lavagem das mãos, lixeiras e também da porta de entrada. A coleta se

deu em momentos específicos de troca de passagem de plantão da equipe de

enfermagem e médica, em horários de visitas familiares e tiveram um tempo de

duração em média de 15 a 30 minutos por vez, anotando todo valor que fosse

superior a 45 decibéis. A coleta de dados teve seu início após parecer favorável

junto ao Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da Universidade Positivo.

RESULTADOS: A coleta se deu entre os dias 08 de novembro de 2016 e 01 de

dezembro de 2016. Observou-se que as conversas entre a equipe de enfermagem

apareceram 193 vezes, e atingiram o valor mínimo de 54,0 dBA e valor máximo de

76,6 dBA. Estes valores se destacam durante a passagem de plantão de

enfermagem, visitas de familiares e cuidados de enfermagem. Não somente a

enfermagem teve destaque no item conversa, familiares que conversavam entre sí

e com profissionais da unidade apareceram 29 vezes e atingiram o valor mínimo

de 57,1 dBA e valor máximo de 72,5 dBA. Algumas situações como palmas e

gargalhadas de profissionais também foram observadas, apareceram sete vezes e

atingiram o valor mínimo de 65,9 dBA e máximo de 75,7 dBA. O processo de

lavagem das mãos de todos os profissionais, familiares e colaboradores da

instituição incluindo o procedimento de higienização, destaque do papel para

secagem das mãos e descarte do papel na lixeira, apareceram 138 vezes e

atingiram o valor mínimo de 57,7 dBA e valor máximo de 75,1 dBA. Alarmes e

monitores foram as fontes de ruídos mais expressivas, totalizando 287 repetições

e atingiram o valor mínimo de 54,0 dBA e o valor máximo de 77,3 dBA. Esses dados

evidenciam que os valores propostos pela NBR 10152/1987 estiveram bem abaixo

dos valores encontrados e então a UTIN torna-se claramente um ambiente propício

aos danos fisiológicos que os ruídos podem causar nos RNs (NAZARIO, PINHEIRO

et al, 2015). Após esse primeiro momento de coletas, foi realizado junto à equipe

um momento de sensibilização, momento em que os dados foram exibidos e

discutidos. Grande parte dos profissionais participantes não tinham dimensão da

quantidade de ruídos, mas destacaram a importância na mudança de determinados

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hábitos e principalmente que as informações fossem transmitidas aos profissionais

que não participaram do estudo. Algumas sugestões foram realizadas, como

regular o volume de alarmes e monitores, proteger a lixeira para que não faça tanto

barulho ao se fechar, além de reforçar a fala que evidencia o silêncio como uma

forma terapêutica e profilática para danos fisiológicos, principalmente aos RN pré-

termo (NAZARIO, PINHEIRO et al, 2015). Entre os profissionais que participaram

da sensibilização, todos evidenciaram que os ruídos causam danos no

desenvolvimento neuropsicomotor do RN (TAMEZ; SILVA, 2009) e também

influenciam na sua rotina de trabalho, aumentando o estresse e a sensação de

cansaço (NAZARIO, PINHEIRO et al 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir

dessa pesquisa, evidenciou-se que o fator comportamental tem bastante impacto

quanto à quantidade e intensidade de ruídos dentro de uma UTIN. Assim como a

intervenção na monitoração de dados afim de reduzir volume de alarmes e

monitores também se traduz como um fator comportamental. Então, como papel da

enfermagem é necessária a conscientização dos danos que o excesso de ruído

pode provocar no organismo frágil de um recém-nascido para a mudança

comportamental e, consequentemente, redução de ruídos. IMPLICAÇÕES PARA

ENFERMAGEM: É de suma importância, conscientizar enfermeiros, técnicos de

enfermagem, familiares e demais membros da equipe de saúde dos malefícios dos

ruídos, afim de evitar danos aos RNs internados em unidades de terapia intensiva.

DESCRITORES: Recém-nascido; Enfermagem; Ruídos.

REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Níveis de Ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/esportes/norma%20abnt%2010152.pdf Acesso em: 24/09/17.

NAZARIO, Ariadne Pinheiro et al. Avaliação dos ruídos em uma unidade neonatal de um hospital universitário. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 36, n. 1Supl, p. 189-198, 2015.

REICHERT, Altamira Pereira da Silva; LINS, Rilávia Nayara Paiva; COLLET, Neusa. Humanização do cuidado da UTI neonatal. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 9, n. 1, 2009.

TAMEZ, Raquel Nascimento; SILVA, Maria Jones Pantoja. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

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TAMEZ, Raquel Nascimento; SILVA, Maria Jones Pantoja. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO

UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA

Patrícia Alves de Barros1, Joziane Maria Michalski¹, Nathalia de Oliveira Queiroz¹,

Thainara dos Santos Shuenck¹, Giovanna Batista Leite Veloso2

INTRODUÇÃO: O câncer (CA) de colo de útero é atualmente considerado um

grave problema de saúde pública, por ser a segunda maior causa de câncer em

mulheres. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em todos os

anos cerca de 500 mil mulheres são diagnosticadas com a doença, das quais 270

mil morrem. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), na América

Latina são registrados 72 mil novos casos da doença e 33 mil mulheres morrem a

cada ano, sendo a primeira causa de morte em mulheres de 15 a 44 anos

1 Acadêmicas da 2ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]. 2 Enfermeira, Professorado Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected].

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(DANTAS; et al, 2012). O câncer de colo uterino é causado normalmente pela

infecção decorrente do Papiloma vírus Humana (HPV), que atinge a população

feminina em idade fértil. Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que entre 30 e

40 tipos podem afetar as áreas genitais de ambos os sexos, dos quais o tipo 16 e

18 são os mais comuns – relacionados a 70% das lesões neoplásicas

(SEMENTILLE; QUEIROZ, 2013). O HPV é detectado por meio de dois tipos de

exames: o teste genético Reação de Polimerização em Cadeia – análise do DNA e

teste de captura híbrida (raspagem de uma pequena amostra do muco vaginal no

colo do útero), que podem trazer o tipo, a carga genética e até a marcar se o vírus

é ou não oncogênico (DANTAS; et al, 2012). Sabe-se que atualmente cerca de 600

milhões de pessoas são infectadas pelo vírus e estima-se que 80% da população

vão contrair HPV durante a vida – sendo que 75-80% pode contrar mais de um tipo

da doença –, o que pode levar a doenças significativas na população sexualmente

ativa. No entanto somente 52% a 68% das mulheres adquirem anticorpos da

infecção do HPV (SEMENTILLE; QUEIROZ, 2013). Na busca de atender esta

realidade existem atualmente vários programas voltados para a saúde da mulher,

dentre eles o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), instituído

em 1983, o Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero (PNCCU)

e o Programa Viva Mulher, criado em 1997. Na atuação junto a estes programas o

enfermeiro tem importante papel na prevenção e diagnostico do CA de colo de

útero, ele deve organizar a assistência na prevenção, realizando a abordagem a

mulher e planos específicos existentes na Unidade de Saúde (DANTAS; et al,

2012). Dentre estas ações estão às voltadas ao aconselhamento e tratamento do

HPV, logo, diante do impacto social e psicológico causado pelo diagnóstico do HPV,

a enfermagem deve agir diante desse choque de recebimento, diminuindo o

estresse, baixa autoestima e ansiedade. OBJETIVO: Identificar os cuidados de

enfermagem a pacientes com o câncer de colo uterino na Atenção Primária em

saúde listados na literatura nacional. METODOLOGIA: O presente trabalho

consiste em uma revisão integrativa, na qual permite a incorporação das evidências

na prática clínica. Com base nesse contexto, buscou-se identificar a produção

teórica nacional em bases de dados online que tratassem do tema proposto.

Selecionou-se assim, a bibliografia que apresenta concepções, características e

tendências sobre o tema e também aquela que explicita a abordagem teórica e

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metodológica utilizada. O levantamento bibliográfico foi realizado pela Internet, por

meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e SciELO. Para a escolha dos artigos

foram utilizados os seguintes descritores: câncer de colo uterino, enfermagem,

prevenção, estratégia saúde da família, atenção primária e saúde da mulher. Os

critérios de inclusão da amostra foram artigos publicados nos últimos cinco anos,

completos, online e em língua portuguesa. Por meio dos descritores mencionados,

foram encontrados 2734 artigos, dos quais 735 estavam em texto completo e

disponibilizados on-line, 187 em língua portuguesa e 65 foram publicados entre os

anos de 2012 e 2016. Em seguida ocorreu a leitura dos títulos e foram excluídos

53 artigos, pois as não se adequavam ao tema. Dos 12 artigos restantes,04 eram

repetidos, e após a leitura na íntegra02 foram excluídos, por não atenderem aos

critérios de inclusão. A amostragem final para o presente trabalho foi de 06

trabalhos científicos. RESULTADOS: Dos artigos selecionados, quanto ao

delineamento, 02 adotaram a abordagem quantitativa e 04 qualitativa. Cinco dos

estudos foram desenvolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e um em

ambiente hospitalar. Em relação ao ano de publicação, verificou-se um predomínio

de estudos no ano de 2013 com três estudos, seguido por 2014 com dois para 2015

somente um estudo. Em relação ao tipo de revista nas quais foram publicados,

somente um pertencia a uma revista médica, quatro foram publicados em revistas

de enfermagem em geral e um em revista de enfermagem na área de cancerologia.

Os artigos foram analisados e agrupados em categorias que definem o contexto do

conhecimento da paciente sobre o câncer de colo uterino e o desempenho dos

enfermeiros com o câncer de colo uterino. A análise dos conteúdos enfatizou o

desconhecimento das usuárias sobre a infecção pelo HPV e sua relação direta com

o câncer do colo do útero, mesmo após a consulta de enfermagem. Também foram

encontradas dificuldades para a realização do exame citopatológico, umas das

melhores formas preventivas para a problemática. Com base nisso, os artigos

reforçam a importância da realização da busca ativa na unidade básica das

mulheres, estabelecendo estratégias de educação em saúde e intervenções em

espaços comunitários como escolas, empresas, salas de espera, atendimentos

individuais e grupos operacionais. Além do processo de comunicação, cabe ao

enfermeiro detectar quais os fatores para a não realização do preventivo pelas

mulheres, dentre os quais, podem ser pelo desconhecimento sobre o preventivo, o

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significado do câncer do colo do útero para estas ou medo do resultado. Assim

sendo, é preciso que o enfermeiro trate a cliente como sujeito, buscando encontrar

espaço para a expressão dos seus sentimentos, respeitá-la e envolver-se com ela,

colocando-se em seu lugar, buscando considerar sua história social, cultural,

familiar e religiosa. Ademais, evidencia-se também a importância da educação

continuada aos profissionais enfermeiros para a garantia da boa qualidade da

assistência. É imprescindível a implementação e desenvolvimento da política de

educação permanente visando a aprendizagem significativa e a possibilidade de

transformar as práticas profissionais e, consequentemente, a realidade

assistencial, proporcionando a segurança e bons resultados no atendimento a

mulher. Nesse sentido, os artigos mostram a importância do incentivo institucional

de saúde, por meio da implementação de ações educativas, com estratégias que

permitam ao enfermeiro a aquisição de uma postura eficiente, de modo, que

avaliem a qualidade do serviço prestado, para identificar os aspectos a serem

melhorados e nortear as ações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo trouxe a

importância da sustentação crítico-reflexiva do enfermeiro na prevenção do câncer

de colo uterino, na tentativa de alcançar uma assistência de qualidade, com

técnicas corretas. Enfatizou-se a relevância do diálogo com a proximidade do

profissional e o cliente, trazendo para consulta de enfermagem orientações com

abordagem metodológica, proporcionando o vínculo efetivo. Uma vez que a

educação em saúde e a busca ativa são cruciais para o desenvolvimento de

práticas educativas que abordem e conscientizem a população acerca dos

benefícios da prevenção do câncer do colo uterino, incentivar tais formas como a

realização da citopatologia, permite o alcance da prevenção mais abrangente.

Destaca-se também, a reflexão da importância da educação continuada do

profissional de enfermagem sobre as quais beneficiará o seu desenvolvimento e no

tratamento do câncer de colo uterino.

DESCRITORES: Câncer de colo uterino; enfermagem; prevenção; estratégia

saúde da família; atenção primária à saúde; saúde da mulher.

REFERÊNCIAS BERTOCCHI, F.M.; et al. Conduta de Profissionais Durante a Consulta de Rastreio do Câncer de Mama e Útero. n 15. Rev. Rene, 2014; p. 973-979.

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53

DANTAS, C.N.; et al. A Consulta de Enfermagem na Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino para Mulheres que a Vivenciaram. n 13. Rev. Rene, 2012; p. 591-600. DINIZ, A.S.; et al. Assistência à Saúde da Mulher na Atenção Primária: Prevenção do Câncer de Colo de Útero. n 16. Rev. APS, 2013; p. 333-337. PAIVA, L.M.; et al. Investigando Lesões Precursoras do Câncer de Colo Uterino em um Município Norte-Rio-Grandense. n 5. Rev Pesq. Cuid. Fundam. Online, 2013; p. 131-140. SEMENTILLE, E.C.; QUEIROZ, F.C. Atuação do Enfermeiro na Saúde da Mulher: Prevenção do Câncer do Colo do Útero. n 1. Rev. de Literat., 2014; p. 109-120. VIANA, M.R.P.; et al. Formação do Enfermeiro para a Prevenção do Câncer de Colo Uterino. n 21. Rio de Janeiro: Rev. Enferm. UERJ, 2013; p 624-630.

OS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Emerson Diego Jerônimo de Lima1; Kleber Teixeira Bertão1; Luan Alves de Oliveira1;

Thiago Fernandes1; Eduardo Funchal2

INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher não é um fato novo. Pelo contrário, é

tão antigo quanto a humanidade. O que é novo, e muito recente, é a preocupação

com a superação dessa violência como condição necessária para a construção de

nossa humanidade. E mais novo ainda é a judicialização do problema, entendendo

a judicialização como a criminalização da violência contra as mulheres, não só pela

letra das normas ou leis, mas também, e fundamentalmente, pela consolidação de

estruturas específicas, mediante as quais o aparelho policial e/ou jurídico pode ser

mobilizado para proteger as vítimas e/ou punir os agressores. Uma em cada cinco

brasileiras já sofreu alguma forma de violência doméstica cometida por um homem.

No brasil cerca de 80% dos casos de agressão contra mulheres foram cometidos

1 Acadêmicos da 3ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; Telefone: (41) 9922-9063 2 Professor do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected].

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por parceiros ou ex-parceiros, 56% de brasileiras e brasileiros conhecem um

homem que já agrediu uma parceira e 54% conhecem ao menos uma mulher que

sofreu algum tipo de agressão dos parceiros. Com isso surge a Lei Maria da Penha

Lei 11.340/2006 que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar

contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a

Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código

Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. OBJETIVO: Identificar

e quantificar os diferentes tipos de violência contra a mulher presentes no banco de

dados da Casa da Mulher Brasileira de Curitiba- PR. METODOLOGIA: Trata-se de

uma Estudo Descritivo Exploratório, realizado na Casa da Mulher Brasileira

localizada na cidade de Curitiba-PR. Este trabalho não foi submetido ao comitê de

ética por se tratar de um trabalho acadêmico que não será publicado na íntegra.

RESULTADOS: A Casa da Mulher Brasileira de Curitiba foi criado para acolher

mulheres em situação de violência, dando para elas todo a atenção e um

atendimento humanizado, além de oferecer diversos serviços para sua proteção. O

objetivo da casa é ajudar e garantir que a mulher receba as condições necessárias

para enfrentar a violência sofrida. Os dados coletados foram retirados do próprio

banco de dados da Casa da Mulher, que refletem do início de Janeiro até o dia 12

de Setembro de 2017, neles foram identificados os cincos principais tipos de

violências contra a mulher, nas quais são: I - A violência física, com 614 casos,

entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal, ;

II - A violência psicológica, com 1050 casos, entendida como qualquer conduta que

lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e

perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,

comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,

humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,

insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou

qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à

autodeterminação; III - A violência sexual, com 33 casos, entendida como qualquer

conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual

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não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza

a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça

de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,

ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação;

ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - A

violência patrimonial, com 119 casos, entendida como qualquer conduta que

configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,

instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou

recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V -

A violência moral, com 410 casos, entendida como qualquer conduta que configure

calúnia, difamação ou injúria. A violência é um processo complexo. As mulheres

vítimas de violência doméstica estão submetidas a um ciclo vicioso (INSTITUTO

MARIA DA PENHA, 2017), podendo ser identificadas 3 fases principais da

agressão tais como: aumento da tensão; ato de violência; arrependimento e

comportamento carinhoso. Fase 1 o aumento da tensão nesse primeiro momento

é bem evidenciado, ficando bem claro que o agressor acaba se mostrando mais

tenso que o normal além de se manter muito mais irritado que o normal e por coisas

absolutamente insignificantes, vemos que por sua vez acaba chegando a ter

grandes episódios repentinos de acessos de raiva. Levando também ao prazer de

humilhar a vítima, fazendo ameaças e destruindo alguns de seus objetos pessoais.

Por sua vez a mulher acaba tentando acalmar o seu agressor, ficando muito aflita

e chegando a evitar qualquer conduta onde possa “provocá-lo”. Algumas dessas

sensações são: a tristeza, ansiedade, angústia, desilusão e medo são apenas

algumas fases. Fase 2 é o ato de violência que corresponde à uma explosão do

agressor, ou seja, a total falta de controle que por vez vem chegando ao limite e

levando ao ato violento. Toda essa tensão acumulada pelo agressor na fase 1 se

materializa em violência verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial. Nesse

momento, ela vem a tomar decisões, como buscar ajuda, denunciar, esconder-se

na casa de amigos e parentes, pedir a separação e até mesmo suicidar-se. Fase 3

também conhecida como “lua de mel”, e essa fase se caracteriza bem pelo

arrependimento do agressor, onde se torna amável para conseguir a reconciliação.

Torna-se um misto de medo, confusão, culpa e ilusão que fazem parte dos

sentimentos da mulher. Por fim, a tensão volta e, com ela, as agressões da fase 1,

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fazendo então um círculo vicioso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O Estudo

proporcionou ao grupo uma maior aproximação com o tema. Por meio de visita

guiada e discussão com os profissionais da Casa da Mulher Brasileira, foi possível

adentrar a este complexo problema. Em relação aos dados coletados, evidenciou-

se que a categoria de violência mais praticada foi a psicológica. Destaca-se grande

importância para o enfermeiro o aprofundamento do tema e o desenvolvimento de

habilidades de percepção a fim de poder acolher as mulheres vítimas de violência,

assim como abordar o problema de forma preventiva em todos os campos de

atuação.

DESCRITORES: Violência Contra a Mulher; Assistência Integral a Saúde; Direito

da Mulher; Violência; Saúde da Mulher.

REFERÊNCIAS Ciclo da violência. Disponível em: https://www.relogiosdaviolencia.com.br/ciclo-da-violencia. Acesso em 15/09/2017. SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2012. Conheça a lei que protege as mulheres da violência doméstica e familiar. Brasília. WAISELFISZ, Júlio Jacobo. Mapa de violência 2015: homicídio de mulheres no brasil. Disponível em: http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/pesquisas-e-publicacoes/mapaviolencia_2015_mulheres.pdf. Acesso em 15/09/2017.

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ESTUDO COMPARATIVO DAS CARACTERÍSTICAS HEMATOLOGICAS

ENTREANEMIA FALCIFORME E MEGALOBLÁSTICA: UMA REVISÃO DE

LITERATURA

Agny Gomes1, Caroline de Souza Franqueto¹, Emanuelly Barreto Ferreira¹, Milena Cunha

Amorim¹, Rafaella Denzer da Silva¹, Renata Rayssa Mendes de Aguero¹, Andressa

Soldera da Silva2

INTRODUÇÃO: A anemia é uma patologia caracterizada pela quantidade de

hemoglobinas e hemácias diminuídas no sangue, que é considerado anemia pela

OMS abaixo de 13g/dL para homens, 12g/dL mulheres e 11g/dL gestantes e

crianças de seis meses a seis anos. Ashemoglobinas são responsáveis pelo

transporte de oxigênio no sangue. Quando esta proteína está em baixo teor dificulta

o transporte de oxigênio para as células. Existem vários tipos de anemia, porém,

neste trabalho serão abordadas somente anemia falciforme e anemia

megaloblástica ou perniciosa.A anemia falciforme é uma deficiência de caráter

genético. É uma doença monogênica codominante autossômica, ela é comum em

1 Discentes do 1º ano do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected], Telefone: (041)99644-4781. 2 Docente no curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Contato: [email protected].

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todo o mundo entre a população de negros (SILVA, 2015). Quando a quantidade

de oxigênio é pequena, as células se modificam, tornando-se falciforme, ou seja,

com formato de foice. Os indivíduos que possuam todas as células do corpo com

esse tipo de características tendem a morrem logo nos primeiros anos de vida.

Somente sobrevivem os indivíduos heterozigóticos que possuem células normais e

falciformes no seu sangue. O que ocorre é uma mutação do tipo substituição, onde

umaadenina é substituída por uma timina no códon do sexto gene da globina beta

localizado no cromossomo 11. Isso resulta na substituição de um ácido glutâmico

por valina na posição 6 da extremidade N-terminal na cadeia ß da globina, dando

origem à hemoglobina S. Os eritrócitos cujo teor predominante é a hemoglobina S

assumem, em condições de hipóxia, forma semelhante à de uma foice

“drepanócito”, decorrente da polimerização da hemoglobina S3.O diagnóstico

laboratorial da anemia falciforme é realizado através do teste de falcização e

eletroforese, focalização isoelétrica ou cromatografia líquida de alta performance

(HPLC). Esta doença manifesta-se em pessoas homozigóticas para a hemoglobina

S e em combinação com outras hemoglobinas anormais, o que pode resultar em

doença falciforme com diversos graus de gravidade: co-herança com um gene da

hemoglobina C (SC), um gene da ß+ talassemia (SAF), ou um gene da

ß°talassemia (SF), em ordem decrescente de frequência (NUZZO e FONSECA,

2004). Os sintomas são cansaço extremo, astenia, crises dolorosas nos ossos,

músculos e nas articulações, palpitação, taquicardia, palidez, ulceras, icterícia e

maior tendência a infecções. O tratamento não é especifico mais há várias

possibilidades, incluindo boa alimentação, diagnóstico e terapêutica precoce de

infecções, uma boa hidratação e evitar condições climáticas adversas e podendo

também fazer uma transfusão sanguínea. Devem ser realizados anualmente e

repetidos sempre que necessários exames de rotina como, urina I,

protoparasitológico, R-X de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma, creatinina

e clearance, eletrólitos, ultrassom de abdome, proteinúria, provas de função

hepática, pesquisa de retinopatia e o hemograma. A anemia perniciosa ou

megaloblástica é caracterizada por inúmeros defeitos na síntese do DNA e também

uma redução nos glóbulos vermelhos que ocorre quando os intestinos fazem uma

má absorção de ácido fólico e da vitamina B12. Esta vitamina é essencial ao

organismo, ou seja, não é sintetizada em humanos, é adquirida através de

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alimentos de origem animal. Quando um indivíduo apresenta uma carência de

vitamina B12 ou ácido fólico, as células predecessoras dos glóbulos vermelhos

ampliam de tamanho.A deficiência megaloblástica acomete em todos os grupos

étnicos, e pessoas que adotam por dieta de baixo nível proteico, ou baixa absorção

gastrintestinal.A vitamina B12 é essencial em diversas reações bioquímicas na

natureza, a maioria das quais implica redistribuição de hidrogênios e de carbonos.

No organismo humano funciona como um co-fator essencial para duas enzimas:

metionina sintase e L-metilmalonil-coAmutaseambas direta ou indiretamente

envolvidas no metabolismo da homocisteína (Hcy) (PANIZ, et al, 2005). Com a falta

da vitamina B12 ou ácido fólico, os cromossomos não se duplicam, pois não há

síntese de timina, e como consequência, não ocorre àdivisão celular. Portanto, na

medida em que as células ultrapassam o seu tempo de vida média, vão sendo

retiradas da circulação não ocorrendo à reposição das hemácias. As principais

causas ocorridas por essa anemia são: má nutrição na infância, defeito na

absorção, deficiência na dieta materna durante a gestação, doença celíaca, esse

continuada durante um longo período, pode levar a manifestações

neuropsiquiátricas irreversíveis. Os principais sintomas apresentados são fraqueza,

palidez, fadiga, parestesia, pode ocorrer também constipação ou diarreia, em casos

com maior gravidade, pode ocasionar confusões mentais.O tratamento tem como

objetivo repor níveis de vitamina B12 no organismo. O diagnóstico é realizado

através de um hemograma completo, o qual irá realizar a contagem de reticulócitos,

nível sanguíneo de ácido metilmalônico e de vitamina B12 e exame de medula

óssea, se necessário. JUSTIFICATIVA: Buscamos realizar uma comparação entre

anemia falciforme e anemia perniciosa, relacionando suas características e suas

individualidades. OBJETIVO: Caracterizar, descrever e comparar a anemia

falciforme e anemia perniciosa e também demonstrar suas ocorrências nas células

sanguíneas na sua forma bioquímica. METODOLOGIA: Este trabalho foi realizado

sob a forma de revisão bibliográfica buscando reunir e avaliar informações obtidas

de trabalhos publicados em diversos tipos de veiculação da pesquisa científica

como, artigos e monografias que fizessem referência ao tema “anemia falciforme”

e “anemia perniciosa”. Para isso, foram inicialmente identificados os trabalhos

sobre o tema disponíveis na literatura científica publicados entre os anos de 2004

a 2015, após a fase de identificação os trabalhos foram revisados, por meio de

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leitura seletiva, a qual representou etapa determinante para escolha do material.

RESULTADOS: A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, já a

anemia megaloblástica é uma doença autoimune. A primeira é caracterizada por

uma alteração da forma arredondada e elástica, que adquirem o aspecto de uma

foice e endurecem. A segunda é caracterizada pelo aumento da célula, pela

deficiência de absorção da vitamina B12 no intestino delgado, que leva a uma

redução dos glóbulos vermelhos. A anemia falciforme apresenta crises dolorosas

nas articulações, sintoma causado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo, e uma pessoa

que apresente níveis baixos de vitamina B12 como no caso da anemia

megaloblástica, pode sofrer danos do sistema nervoso e ocasionar confusões

mentais, parestesia ou formigamentos de distribuição simétrica, principalmente nas

pernas, pés e mãos. Entretanto, estas patologias compartilham entre si sintomas

como fadiga intensa, palidez e icterícia. Para diagnosticar a anemia falciforme é

realizado um exame laboratorial específico chamado eletroforese, mas a presença

da hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança

nasce. Na anemia megaloblástica será realizado um hemograma completo, para

ver principalmente o nível de vitamina B12. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É

importante tratar a anemia, pois tratando a enfermidade você mantém o

funcionamento correto do organismo, porque nosso corpo trabalha em conjunto, e

quando tem alguma falha nele, o corpo não tem seu funcionamento correto. É

tratando vai evitar ou amenizar os sintomas, dependendo da anemia, e evitar que

ao longo do tempo seja desenvolvido algo mais grave, e também é importante para

garantir uma qualidade de vida para o paciente. IMPLICAÇÕES PARA A

ENFERMAGEM: Na anemia falciforme, na atenção básica, a enfermagem exerce

papel importante no pré-natal, orientando as mulheres na compreensão das

doenças detectadas por meio do "teste do pezinho" e sobre a importância do

tratamento precoce em caso de resultado positivo para doença falciforme ou outras

detectadas pelo teste, os profissionais devem alertar os familiares acerca da

prevenção de infecções, vacinações e uso de antibióticos e encoraja-los a

reconhecer as principais complicações da enfermidade e explicar a necessidade de

manter uma nutrição e hidratação apropriadas e sinais e sintomas. Para anemia

megaloblástica realizar exame físico, inspecionando a pele, mucosas e língua do

paciente, além de avaliar a deambulação e estabilidade do mesmo para o

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diagnóstico precoce da anemia e das alterações neurológicas. Orientar os

vegetarianos quanto à importância de uma dieta rica vitamina para repor as

reversas nutricionais.

DESCRITORES: Anemia falciforme, anemia perniciosa e comparação. REFERÊNCIAS NUZZO, D. V. P. D.; FONSECA, S. F. Anemia falciforme e infecções. Jornal de pediatria. V. 80, N. 5, p. 347-354, 2004. PANIZ, C; GROTTO D.;SCHMITT G. C.;VALENTINI, J.; SCHOTT, K. L.; POMBLUM, V. J.; GARCIA, S. C. Fisiopatologia da deficiência de vitamina B12 e seu diagnóstico laboratorial. J. Bras. Patol. Med. Lab. V.4, N.5, p. 323-324, 2005. SILVA, E.Anemia falciforme: caracterização geral. Monografia entregue à Universidade Federal do Paraná como requisito parcial à obtenção do título de especialista em Genética, Foz do Iguaçu, 2015.

A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA SAÚDE DO ADOLESCENTE DE RISCO:

SOB A ÓTICA DE FLORENCE

Mariana Fatima Zattera1, Rafaela Andrade dos Santos1, Taina Fernanda Rodoi1, Kátia

Renata Antunes Kochla2, Wanderlei Wos³

INTRODUÇÃO: As condições socioeconômicas correlacionados com as

socioambientais tem grande influência sobre a saúde da população. Para (Alves,

2013), a vulnerabilidade social é conceituada como a situação em que as

habilidades e recursos a que um grupo social está submetido, considerados

inadequados e insuficientes para lidar com as oportunidades ofertadas pela

sociedade. Uma das preocupações é o local onde crianças e adolescentes se

desenvolvem, todavia, a precariedade do ambiente em que o adolescente vive

influencia diretamente a sua saúde psicológica, física e emocional (MEDEIROS;

ENDERS; LIRA, 2015). A falta de estrutura social e pública interfere

consideravelmente na vida das famílias mais carentes, afetando principalmente

crianças que ficam expostas a um ambiente muitas vezes temerário, em que faltam

1 Acadêmicas 1ª série do curso de enfermagem, Universidade Positivo, Curitiba-PR. Email: [email protected]; Telefone: (41)99502-0248 [email protected]; [email protected]. ² Mestre em Enfermagem pela UEM-PR, Doutora em Enfermagem pela UFPR, enfermeira da Prefeitura Municipal de Araucária e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, contato: [email protected] ³ Enfermeiro, Professor do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Email: [email protected].

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condições de vida básicas para o ser humano (PATIAS, SIQUEIRA, DIAS, 2012).

Episódios de violência são cada vez mais frequentes em nossa sociedade, adultos

que sofreram violência na infância tendem a praticar violência com seus filhos

(JUNIOR, CASSEPP-BORGES, SANTOS, 2015). Temos vários tipos de violência

em especial a violência sexual que traz consequências como gravidez indesejada,

muitas vezes sem assistência médica ou da própria família, sem condições

psicológicas e econômicas de manter um filho e que acabam por abandonar os

estudos. São inúmeros os problemas que afetam adolescentes que vivem em

ambientes de risco, o uso de drogas e álcool torna-se comum nesses locais, sendo

considerado um grande agravo que ocasiona prejuízos de ordem social e físico

(REIS, OLIVEIRA, 2015). A falta de infraestrutura básica que inclui condições

higiênicas, sociais, psicológicas e de bem-estar influenciam diretamente na

qualidade de vida dos adolescentes. Destarte Florence Nightingale foi a pioneira a

estudar a influência do ambiente aos enfermos e desenvolveu a Teoria

ambientalista. Florence acreditava que um ambiente adequado para uma boa

recuperação e cura de doenças deveria ter higiene adequada, ventilação onde o ar

possa circular, iluminação necessária, calor para evitar que o paciente se resfrie

prevenindo a perda de calor vital, local seguro, sem odores, alimentação correta,

condições de moradias apropriadas e preocupava-se também com as questões

psicológicas dos enfermos (MEDEIROS; ENDERS; LIRA, 2015). Após análise

desta teoria e conversas com nossa orientadora e professores do curso, emergiu a

inquietação em estudar a adolescente de risco, pois elucidaram um caso

interessante que tem influência das condições ambientais. A partir deste contexto

a questão que norteou o nosso estudo foi: Qual a influência do ambiente na saúde

do adolescente de risco? OBJETIVO: Elencar os elementos ambientais que

influenciaram na saúde do adolescente de risco, sob o olhar dos conceitos de

Florence. JUSTIFICATIVA: Estudos dessa natureza viabilizam a aproximação dos

profissionais e acadêmicos de Enfermagem a referenciais teóricos da profissão que

contribuem para a prática profissional. Sobretudo, possibilita reflexão sobre suas

ações de cuidado ao que se refere às influências ambientais aos adolescentes que

vivem em ambiente de risco, aliando o conhecimento científico às ações humanas

de cuidado. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência realizado no

entorno do domicílio da participante localizado no município de Curitiba-PR, no

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bairro Gabineto que possui aproximadamente 9.800 habitantes. A adolescente

escolhida para o estudo tem 14 anos mora com a mãe, irmão e o padrasto que tem

envolvimento com tráfico de drogas. Para a coleta de dados utilizamos um

instrumento elaborado pelas autoras com os seguintes aspectos ambientais a

serem analisados: higiene; iluminação, odores, ventilação, ruídos, calor e

alimentação: No local em que reside a adolescente todos os fatores ambientais

foram constatados, começando pelo fato do esgoto a céu aberto, que após as 12h

devido o calor passa a ter um odor insuportável, observou-se também a presença

de ratos e lixos espalhados por todo o bairro, que vem á trazer um grande risco a

integridade da saúde dos moradores. Há falta de ventilação e iluminação no local,

pois a casa passa parte do dia fechada. Devido às condições de periculosidade do

local, e o comportamento receoso da família que está sob acompanhamento do

Conselho Tutelar, não conseguimos conversar com a participante escolhida para

respeitar as questões legais, observamos apenas o entorno. Os dados foram

organizados em quadros e discutidos sob o referencial de Florence. O trabalho não

passou por apreciação do Comitê de Ética tendo em vista que é um trabalho

acadêmico realizado na disciplina de História e Ética de Enfermagem que será

apresentado em evento interno. RESULTADOS: Durante a visita ao entorno

conversamos com a enfermeira responsável pela área, que nos relatou que a

adolescente vive em condições precárias, a mãe sai às 6h da manhã para trabalhar

e retorna apenas às 22h, mantendo a adolescente em cárcere privado, para que a

mesma não tenha contato com drogas, mas a escola em que a adolescente

frequenta, tem pontos de tráfico e todos têm livre acesso ao tóxico. De acordo com

informações, a mãe da adolescente havia entregado um filho logo após o

nascimento para adoção, o qual era fruto de um relacionamento com outro

traficante que foi assassinado antes mesmo do filho nascer. Após o ocorrido a

mesma voltou a ter relação com o ex-marido e pai da menina, que faleceu pouco

tempo depois, vítima de uma suposta leptospirose. Atualmente a adolescente de

risco vive com a mãe, o irmão mais novo e o padrasto que segundo informações,

também tem envolvimento com o tráfico. As faltas recorrentes da adolescente na

escola chamaram a atenção das autoridades que agendaram consultas na Unidade

de saúde com psicólogos para avaliar o que realmente estava acontecendo e as

condições em que ela se encontrava. Depois da conversa com a enfermeira

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fizemos uma visita ao entorno e fomos até o domicílio da jovem e observou-se a

seguinte situação: Fatores ambientais: Durante a visita ao bairro analisou-se que

o ambiente como um todo influenciou significativamente nas condições de vida da

adolescente estudada. A moradia é um sobrado de alvenaria que se encontrava

fechado, mas conforme informado por agentes comunitários, com nível de higiene

satisfatório. Porém, aos arredores da atual e das antigas residências em que

morou, encontramos diversos problemas: odores provenientes do esgoto a céu

aberto, bocas de fumo, lixo, ratos mortos, que expõe a população a bactérias que

podem levar a doenças. Além disso, a segurança do local também deixa a desejar,

sendo de alto risco para a comunidade pelo fato de ser ponto de tráfico de drogas.

Problemas ambientais que influenciam na saúde da adolescente:

confinamento; domicílio sem ventilação e iluminação prejudicada; higiene do

entorno precária com risco de transmissão de doenças graves; segurança física e

psicológica prejudicada. DISCUSSÃO: Segundo Florence a taxa de mortalidade

reduzia através do ambiente físico adequado, mas não é apenas esse que interfere

na cura ou no processo de saúde-doença, mas em todo o contexto correlacionado

a ele. De acordo com Florence alguns elementos têm importância para a

manutenção de um ambiente saudável, no sentido de facilitar o processo de cura e

o viver saudável. Dentre eles a ventilação, com relação à provisão de ar fresco, a

iluminação, envolvendo a claridade e a luz solar direta; o calor, especialmente

relacionado a evitar o resfriamento; a limpeza, fazendo referência já à prevenção

de infecções; os ruídos enfatizando a necessidade de permanecer em silêncio, os

odores e a alimentação. A teoria ambientalista mostra a relação que o entorno tem

com fatores de risco aos quais o indivíduo está exposto, enfatizando a precariedade

do ambiente e as consequências que o mesmo traz sobre a saúde (MEDEIROS;

ENDERS; LIRA, 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS: As limitações deste estudo

estão no enfoque do ambiente domiciliar que deveria ter sido avaliado e a

impossibilidade de conversar com a adolescente de risco. Observou-se que o

entorno do ambiente interfere nas condições de saúde, sociais e psicológicas pois

a adolescente reside neste bairro há anos e tem a visão de que todos os fatores

englobados no estudo são normais, como a falta de estrutura, condições de higiene

e saúde, segurança e o contato da mesma com entorpecentes, atribuindo a ela

diversos problemas sociais que implicam em sua saúde física e psicológica. Com

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isso detectamos a influência que o ambiente tem na vida do paciente, sendo

necessário intervenções e melhorias. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:

Considerando os resultados do estudo, este contribui para a aproximação dos

acadêmicos e reflexão dos profissionais de enfermagem a utilização referenciais

teóricos da Enfermagem para levantamento de diagnóstico situacional, garantindo

qualidade na assistência e intervenções voltadas para que as condições ambientais

sejam de qualidade e não interfiram na vida dos adolescentes com influências

psicológicas e de saúde precárias. O estudo possibilita aos profissionais refletirem

sobre estas situações.

DESCRITORES: Adolescente; Drogas; Enfermagem. REFERÊNCIAS ALVES, Humberto Prates da Fonseca. Análise da vulnerabilidade socioambiental do Cubatão-SP por meio da integração de dados sociodemográficos e ambientais em escala intraurbana 2013. Associação Brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, vol. 30, n. 2, p. 349-366, 2013. Disponível em: < http://www.repositorio.unifesp.br/handle/11600/8009 >. Acesso em 07 de setembro 2017. JUNIOR, Antonio Augusto Pinto; BORGES, Vicente Cassepp; SANTOS, Janielly Gonçalves dos. Caracterização da violência doméstica contra crianças e adolescentes e as estratégias interventivas em um município do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Colet. Rio de Janeiro, vol. 23 (2): 124-131, 2015. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v23n2/1414-462X-cadsc-23-2-124 >. Acesso em 07 de setembro 2017. MEDEIROS, Ana Beatriz de Almeida; ENDERS, Bertha Cruz; LIRA Ana Luisa Brandão De Carvalho. Teoria Ambientalista de Florence Nightingale: Uma Análise Crítica 2015. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. Net, Rio de Janeiro, vol. 19, n. 3 Jul-Set 2015. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ean/v19n3/1414-8145-ean-19-03-0518 >. Acesso em 24 de agosto 2017. PATIAS, Naiana Dapieve; SIQUEIRA, Aline Cardoso; DIAS, Ana Cristina Garcia. Bater não educa ninguém! Práticas educativas parentais coercitivas e suas repercussões no contexto escolar. Educ. Pesquisa. São Paulo, vol.38 no.4 Oct./Dec. 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022012000400013 >. Acesso em 06 de setembro 2017. REIS, Tatiana Gonçalves dos; OLIVEIRA, Luiz Carlos Marques de. Padrão de consumo de álcool e fatores associados entre adolescentes estudantes de escolas públicas em município do interior brasileiro. Rev. bras. epidemiol. [online]. São Paulo, vol.18, n.1, pp.13-24. ISSN 1980-5497, 2015. Disponível em: <

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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2015000100013&script=sci_abstract&tlng=es >. Acesso em 06 de setembro 2017

SÍNDROME DE NICOLAU PÓS-EVENTO IATROGÊNICO: ESTUDO DE CASO

Renata de Oliveira Tavares1, Marcielen Mendes Santos Zella¹, Camila Soares de Oliveira

Conforto¹, Ariane Stephanie Silva Pereira¹, Luciane Favero Basegio2

INTRODUÇÃO: Segundo Cherasse et al. (2003) a Síndrome de Nicolau (SN) ou

Embolia Cutis medicamentosa, foi descrita primeiramente por Juliusberg,

Freudenthal e Nicolau entre 1924 e 1928. É bem descrita na literatura como uma

atípica reação adversa caracterizada por dermatite livedoíde, que ocorre após a

injeção intramuscular de substancias insolúveis, seguido de dor angustiante e seu

desenvolvimento é raro. Duque e; Chagas (2009) citam que no local da aplicação

pode surgir dor intensa, formação eritema, hipotermia, palidez, tumefação e cianose

da pele, a Síndrome ocorre quando um medicamento é injetado próximo ao vaso

ou dentro da parede ou lúmen arterial, o que leva a trombose e subsequente

necrose tecidual. Assim, o objetivo deste estudo foi descreve o caso de uma criança

acometida pela SN durante estágio curricular da disciplina de Processo de Cuidar

na saúde da criança e do adolescente. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa

descritiva do tipo estudo de caso único, realizado em hospital escola, localizado na

cidade de Curitiba (PR). A população foi composta de uma criança do sexo

1 Acadêmicas do 3º ano, Curso de Enfermagem, Universidade Positivo, Curitiba, Paraná, Brasil. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] (41) 99851-7887 2 Docente Curso de Enfermagem do Centro de Estudos Universitário Positivo Curitiba. Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Paraná UFPR, Especialista em Enfermagem Pediátrica com ênfase em UTI Pediátrica pela PUC-PR, Especialista em Enfermagem Neonatal pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (SOBEP), Mestre e Doutora em Enfermagem pela UFPR. Email: [email protected].

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masculino, com 9 anos, morador de Paranaguá (PR). Os dados foram coletados

em março de 2017, durante prática acadêmica da disciplina Processo de Cuidar em

Enfermagem na Saúde da criança e adolescente. O instrumento de coleta de dados

foi um formulário composto por anamnese e exame físico específico da referida

disciplina. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa por se

tratar de um estudo acadêmico da disciplina. RESULTADOS: Relato da mãe é que

devido a lesão em dorso de pé direito ocasionado por um tênis apertado, o levou

até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paranaguá, onde foi atendido

sendo prescrito antibioticoterapia via oral. Porém não conseguiu comprar o

medicamento e, dessa forma, não realizou o tratamento indicado, momento em que

percebeu piora na lesão, com presença de vermelhidão cutânea e saída de pus.

Retornou a UPA em Paranaguá-PR onde foi realizada dose intramuscular de

penicilina em região dorso glútea direita por volta das 18h. A criança apresentou

dificuldade de locomoção após a administração do medicamento. Já em casa mãe

percebeu que perna direita estava esbranquiçada e com diminuição de temperatura

local. Devido a isso, realizou compressas normas. Não observando melhora, levou-

o ao hospital de Paranaguá que imediatamente transferiu a criança para um

hospital em Curitiba. Ao chegar na capital por volta das 3h do dia 13/03/2017, a

mãe relatou que a perna do filho começou a ficar “inchada e roxa”. No prontuário

há prescrição de Heparina a partir das 8h e Cetoprofeno. Durante a hospitalização

a criança foi encaminhada para outro Hospital para a realização de exames de

sangue e Angiotomografia, sendo evidenciado presença de trombo em veias tibial

anterior e posterior, fasceíte/miosite necrozante. De volta no hospital de

internamento, a criança foi levada ao centro cirúrgico para a realização de

fasciotomia bilateral (medial e lateral) de coxa direita (com hiernação de

musculatura sem sinais de necrose e secreção) e de perna direita (sem hiernação

de musculatura e sem sinais de necrose e isquemia). Sendo feito amputação

membro direito inferior devido essas complicações. MID realizado amputação tibial,

coxa mantida em processo de cicatrização com presença exsudato em pequena

quantidade e necrose, realizado curativo, MIE integro e hidratado, sem presença

de edema. Períneo: integro. Higiene satisfatória, glúteo direito com presença de

curativo, devido lesão de tecido cutâneo. Pele seca com sinais de desnutrição.

Sinais vitais T: 35,4°- C, FC: 96 bpm e FR: 22 bpm. DISCUSSÃO: Segundo Rangel;

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Cassiani (2000) quando um volume maior que o determinado como limite for

injetado no músculo, poderá haver compressão de vasos e nervos resultando em

dor e aumento da temperatura local, hiperemia, além de outras reações mais

graves como necrose e alteração da sensibilidade e mobilidade o membro. Uma

das causas que pode levar a SN seria o uso incorreto da técnica, como: por

exemplo, não realizar a aspiração do êmbolo antes de injetar a medicação, pois,

uma vez introduzido o medicamento indicado para via intramuscular na via

intravascular esse poderá causar uma embolia seguida de isquemia e necrose.

Existem autores que recomendam a divisão em 2 doses quando o volume for igual

ou superior a 3 ml; outros ainda recomendam que o volume máximo seja de 1 a

2ml em indivíduos com musculatura pouco desenvolvida (CLAYTON; STOCK,

2006). De acordo com Uri (2009) considerando o fato de que não há um padrão

especifico para tratar a Síndrome de Nicolau, é importante utilizar uma técnica

correta de injeção intramuscular para reduzir os fatores de risco. A administração

no quadrante superior externo da região glútea com agulha de comprimento

adequado que alcance a musculatura evitando que ocorra subcutânea, antes de

injetar o medicamento é importante sempre aspirar, para uma administração

segura. Segundo Duque e; Chagas (2009) devido uma provável escassez na

terapêutica para esses acidentes iatropatôgenicos, sendo um dos elementos

referente a isenção do diagnostico diferencial da Síndrome para qualquer ação

irregular sucedida com injeções intramusculares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O

presente estudo leva a enfermagem a uma reflexão que tem uma solene atribuição

no cuidado com paciente, a fim de preservar sua vida e integridade física, através

do aprimoramento de técnicas e conhecimentos científicos na área, estando

sempre atualizado em seu exercício profissional. Os possíveis erros trouxeram

sequelas a essa criança irreversíveis com danos físicos e psicológicos.

Demonstrando também que o enfermeiro tem um importante papel como educador

e supervisor de sua equipe, mantendo os sempre atualizados nas técnicas corretas

de administração das injeções intramusculares e avaliando se as estão praticando

da maneira correta e segura, reduzindo assim o risco de iatrogenias.

CONTRIBUIÇÕES PARA ENFERMAGEM: Com o possível diagnóstico de

Síndrome de Nicolau para o estudo de caso, entendemos a importância de fatores

que predispõem qualquer administração medicamentosa, pois utilizando os

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métodos corretos da medicação segura por todos os profissionais que realizam

cuidados em saúde, podem reduzir a incidência de erros e consequentemente, a

ocorrência de eventos adversos que podem culminar com lesões iatrogênicas

graves, levando a danos a saúde do paciente e até o óbito.

DESCRITORES: Síndrome de Nicolau; Injeções intramusculares; enfermagem

pediátrica; cuidados de enfermagem.

REFERÊNCIAS CHERASSE, A et. al. Nicolau’s syndrome after local glucocorticoid injection. Joint Bone Spine 2003. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14563471. Acessado em 06 set. 2017. CLAYTON, B.D; STOCK, Y.N. Farmacologia na prática de enfermagem. 13. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 167. DUQUE, F.L.V.; CHAGAS, C.A.A. Acidente por injeção medicamentosa no músculodeltoide: lesões locais e a distância, revisão de 32 casos. Jornal vascular Brasileiro. São Paulo, v.8, n.3, p.238-246, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jvb/v8n3/v8n3a09.pdf.>. Acessado em: 27 agosto. 2017. RANGEL, S.M; CASSIANE, S.H.B. Administração de medicamentos injetáveis por via intramuscular: conhecimento dos ocupacionais de farmácias. RevVer. Esc. Enf. USP, v.34, n.2, p.138-44, jun.2000. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v34n2/v34n2a03.pdf >. Acessado em: 06 Set. 2017. URI, O; ARAD, E. Skin necrosis after self-administrered intramuscular diclofenac. Journal of Plastic, Jan. 2009. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1748681509001429>. Acessado em 18 Out. 2017.

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DIFICULDADE DO RELACIONAMENTO FAMILIAR COM INDIVÍDUOS QUE

SOFREM DE TRANSTORNO AUTÍSTICO

Cassiana Born Schibelbein1, Letícia Aparecida Moura1, Mayara Nunes1, Juliana Ferreira

da Costa1, Renan Gabriel Turubia1, Luiz Claudio Sobrinho do Nascimento 2

INTRODUÇÃO: O autismo se caracteriza por um distúrbio neurológico, que traz

prejuízos nas áreas da comunicação, interação social e comportamento. Crianças

com esse transtorno começam a manifestar sinais desde muito cedo, como falta de

contato emocional, dificuldade comunicativa, sendo ela ausência da fala ou forma

da fala atípica, obsessão por certos temas, comportamento ansioso e possessivo,

necessidade de criar rotinas, e isolamento. Tais comportamentos tem grande

impacto sobre o indivíduo autista, mas também é um grande fator estressante em

todo o contexto familiar. Estudos realizados mostram que a maioria dos pais saem

de seus trabalhos para cuidar integralmente de seus filhos, dada a dependência

das crianças. As características do transtorno, como movimentos estereotipados e

autoagressão por exemplo, faz com que muitas vezes os pais se isolem da

sociedade, na tentativa de afastar seus filhos de olhares discriminatórios ou da falta

de compreensão das outras pessoas. Toda essa mudança de rotina, muitas vezes

causa a desestruturação familiar e não aceitação do filho autista, devido à falta de

informações dada aos pais e a falta de conhecimento em lidar com essa situação.

(SEMENSATO et al, 2014) Normalmente os pais da criança não aguentam conviver

e acabam se separando ou se abstendo dos cuidados. Foi visto também que a

1 Acadêmicos do curso de graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]. Tel: (41) 99746-1840 2 Mestrando em educação em ciências da saúde. Especialista em gestão em serviços de saúde. Professor do curso de enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]

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maioria dos pais continuam com sua vida social ativa, deixando as

responsabilidades para as mães, alegando que ele é o provedor da família, e a

mulher como cuidadora, deve fazê-lo de tal forma. (VIEIRA et al, 2013) A qualidade

de vida dos irmãos de indivíduos com o transtorno também é afetada, deixando

clara a necessidade de atenção, cuidado e acolhimento, já que toda atenção dos

pais é voltada ao filho autista. Assim, os irmãos muitas vezes se sentem rejeitados

e não conseguem compreender de fato o seu papel na organização familiar. Um

dos fatores que prejudicam ainda mais essa desestabilização da família é o

diagnóstico predominantemente tardio e a forma como esse diagnóstico é passado

aos pais, na maioria das vezes de forma abrangente, sem explicação sobre o tema,

as vezes realizados em lugares públicos e de forma rápida, não possibilitando aos

pais o acesso de informações sobre o transtorno e forma de tratamento, tendo que

buscar tais conhecimentos sozinhos. Os pais esperam um filho saudável, e quando

eles recebem o diagnóstico, muita das vezes há frustração e grande impacto,

abalando a estabilidade da família. (ZANATTA et al, 2014) É importante também

perceber o papel do enfermeiro dentro dessa organização, que tem como função

oferecer a maior quantidade de informações possíveis aos pais e avaliar o grau de

compreensão. Para que isso ocorra de forma efetiva, o enfermeiro deve ter

embasamento teórico, para que possa promover planos e ações de cuidado para a

família que possui indivíduo com transtorno autístico. JUSTIFICATIVA:

Considerando o grande impacto a cada indivíduo dentro de sua realidade e

perspectiva familiar, o trabalho se faz necessário para a compreensão das

necessidades e dificuldades de cada um, e como possíveis atos poderiam melhorar

essa realidade. OBJETIVO: Identificar o perfil de produção cientifica online nacional

acerca do relacionamento familiar com indivíduos quem sofrem de transtorno

autístico. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, a qual possibilita

que estudos primários sejam reunidos e analisados de forma a se chegar a uma

conclusão sobre a produção científica de um determinado tema ou área. Para o

desenvolvimento deste estudo foram seguidas as seguintes etapas: definição do

tema e questão norteadora; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão;

definição das informações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos;

interpretação dos principais resultados e a elaboração do documento que

contempla todas essas fases (GANONG, 1987). A partir da definição do tema

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produção científica nacional a respeito da relação familiar com indivíduos com

autismo, a questão norteadora foi elaborada, sendo: Qual o perfil de produção

científica nacional, acerca do relacionamento familiar com indivíduos que sofrem

de transtorno autístico? Posteriormente, definiu-se como critério de inclusão: artigo

completo, publicado eletronicamente, estar no idioma português; retratar em suma

as questões relacionadas a relação familiar onde há inserido nesse meio um

indivíduo com transtorno autístico e ter sido publicado entre os anos de 2012 a

2015. Para a seleção dos artigos foram selecionadas as seguintes bases de dados:

Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), Base de

Dados de Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic Library Online (SciELO),

por estas possuírem o maior volume de artigos sobre a temática em questão e a

área profissional. A busca foi realizada pelo acesso online, no mês de setembro de

2017 e, para tanto, foram utilizados descritores: Relação familiar; Transtorno

autístico. Para a coleta de dados foi adotado uma planilha de análise, que permitirá

ordenar os textos selecionados, identificar os autores, formação dos autores, anos

de publicação, fonte de localização, revista de publicação, delineamento e

características do estudo, resultados e discussão, considerações finais ou

conclusões. Na primeira busca de dados foram encontrados 85 artigos. A

apresentação e discussão dos dados foi realizada de forma descritiva e por meio

de quadro comparativo, de forma a possibilitar o leitor a avaliação da revisão

integrativa a ser realizada, como forma de atingir o objetivo desse método. Por

tratar-se de uma revisão integrativa, este estudo dispensa o uso de termo de

consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS: Na primeira busca dos dados,

foram encontrados oitenta e cinco (85) artigos, dos quais setenta e seis (76) foram

excluídos da tabela por fugirem do tema proposto na revisão e por texto

indisponível/pago, restando assim nove (9) artigos para serem analisados. Quanto

a fonte de localização dos artigos, observou-se que todos os nove (9) foram

encontrados na plataforma LILACS. Em relação ao ano de publicação, constatou-

se que no período elencado para a análise, a produção teve bastante evidência no

ano de 2014, totalizando seis (6) artigos publicados nesse ano, dois (2) artigos

publicados no ano de 2013 e um (1) artigo publicado no ano de 2012. Quanto a

área de atuação predominou a Psicologia com cinco (5) artigos publicados, três (3)

artigos publicados por terapeutas ocupacionais e apenas um (1) artigo publicado

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pela enfermagem. No que se diz respeito a metodologia usada da publicação,

contatou-se que em três (3) publicações foi usada a abordagem qualitativa, em

duas (2) publicações eram revisões literárias, duas (2) publicações foi utilizado

estudo de caso exploratório e descritivo, em uma (1) publicação foi utilizada a

abordagem quantitativa, e em uma (1) publicação um caso clinico, totalizando

assim nove (9) publicações analisadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Analisando a

quantidade de publicações encontradas nessa revisão integrativa, pode-se notar a

escassez que acomete a produção científica nacional no que se diz respeito a

dificuldade do relacionamento familiar com indivíduos que sofrem de transtorno

autístico. Conciliando com conteúdo abordado na disciplina de Saúde Mental, sobre

comunicação terapêutica e relacionamento interpessoal, podemos afirmar que a

comunicação é essencial para o ser humano, portanto, como profissionais de

enfermagem, devemos nos aprofundar cada vez mais no assunto de transtorno

autístico, compreendendo a dinâmica familiar, para que possamos ajudar nessa

fase de descoberta e aprendizado sobre o transtorno acima descrito, afim de

manter essa família unida evitando sua desestruturação. IMPLICAÇÕES PARA A

ENFERMAGEM: Tendo o profissional de enfermagem um papel essencial na

orientação das famílias com indivíduos autistas, percebe-se uma necessidade de

maior embasamento teórico e maior produção de conhecimento científico em tal

área visto que, para que para tal transmissão de conhecimento seja efetiva o

enfermeiro deve ter confiança e dominar o assunto para ter subsídios para o

planejamento familiar.

DESCRITORES: Relação familiar; Transtorno autístico. REFERÊNCIAS GANONG, L. H Integrative reviews of nursing research. Research in Nursing & Health, Hoboken, v. 10, n. 1, p. 1-11, Mar. 1987. MINATEL, Martha Morais; MATSUKURA, Thelma Simões . Famílias de crianças e adolescentes com autismo: cotidiano e realidade de cuidados em diferentes etapas do desenvolvimento. 2014. 1-9 p. Artigo (Famílias de crianças e adolescentes com autismo)- USP, São Paulo, 2014. 1. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rto/article/view/65682/88132>. Acesso em: 29 set. 2017. SEMENSATO, Marcia Rejane; BOSA, Cleonice Alves. Apego em casais com um filho com Autismo . 2014. 379-400 p. Artigo (Revista do departamento de

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Psicologia da UFF)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014. 26. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922014000200379>. Acesso em: 01 out. 2017. VIEIRA, Camila Bolivar Martins; FERNANDES, Fernanda Dreux Miranda. Qualidade de vida em irmãos de crianças incluídas no espectro do autismo. 2013. 120-127 p. Artigo (Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia)- USP, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822013000200006>. Acesso em: 30 set. 2017. ZANATTA, Elizangela Argenta et al. Cotidiano de famílias que convivem com o autismo infantil . 2014. 271-282 p. Artigo ( Revista Baiana de Enfermagem)- Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014. 1. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/10451/8989>. Acesso em: 30 set. 2017.

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CHOQUE SÉPTICO SECUNDÁRIO À PERITONITE BACTERIANA

ESPONTÂNEA: RELATO DE CASO

Ana Paola Geronasso1, Adriana Francielli Dos Santos Nascimento¹, Gabriela Carneiro¹,

Sêmely Blasques¹, Michel Dalmedico2

INTRODUÇÃO: Durante o estágio da disciplina Processo de Cuidar em

Enfermagem do Paciente Crítico em Unidade de Terapia Intensiva e em Urgência

e Emergência realizamos cuidados de Enfermagem a um paciente com Peritonite

Bacteriana Espontânea. Segundo Almeida et al. (2007), esta patologia é

caracterizada como uma infecção bacteriana do líquido ascítico em pacientes

cirróticos graves, na ausência de qualquer foco abdominal primário de infecção. Os

principais microrganismos observados causadores da peritonite bacteriana

espontânea são provenientes da flora intestinal e entre eles estão a Escherichia

coli, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter cloacae (SANTOS et al., 2014). Ainda

conforme Santos et al. (2014) esta doença trata-se de uma comorbidade frequente

nos pacientes cirróticos, que corrobora para um alto índice de morbidade e

mortalidade, sendo a sepse secundária à peritonite bacteriana um dos principais

fatores causais. Jorge et al. (2016) evidenciam que o choque séptico é uma

condição de falência circulatória aguda associada a foco infeccioso ou predomínio

de constituinte endotóxico, ocasionando hipóxia, lesão e disfunções celulares,

devido desequilíbrio pregresso entre oferta e demanda por oxigênio dos tecidos,

sendo sua exacerbação associada com a liberação de mediadores inflamatórios e

substâncias tóxicas. A determinação da gravidade é obtida mediante utilização do

score SOFA, que avalia a extensão da disfunção orgânica por sistemas, sendo eles:

1 Acadêmicas da 3ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Contato:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] – Telefone: (41) 999848110 2 Professor da Universidade Positivo. Mestre em Enfermagem. Especialista em Terapia Intensiva.

Especializando em Enfermagem Cardiológica. Contato: [email protected]

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cardiovascular, respiratório, hepático, hematológico, neurológico e renal, devendo

ser avaliado 24h após a internação e reavaliando o paciente em sua evolução. O

SOFA trata-se de um escore para prognóstico de mortalidade em 30 dias,

entretanto, sofre influência das condutas adotadas na unidade, havendo

necessidade de reavaliação a cada 48h (KEEGAN; SOARES, 2016). É fundamental

a precisão da classificação do escore para uma adequada avaliação de

morbimortalidade dos pacientes. Muito útil para o fornecimento de subsídios para

condutas clínicas. OBJETIVO: Desvelar um caso choque séptico de foco

abdominal causado por peritonite bacteriana espontânea. METODOLOGIA: Trata-

se de um estudo descritivo, tipo relato de caso, realizado em uma unidade de

terapia intensiva que dispõe de 16 leitos para internação de adultos, localizada em

um hospital-escola em Curitiba-PR. A coleta de dados foi realizada em março de

2017 durante o período de estágio da disciplina correspondente, com auxílio de

instrumentos definidos e padronizados, tais como: ficha para entrevista/ anamnese

que contemplava entre outras informações: a identificação do paciente com nome,

idade, naturalidade, estado civil, religião, sono/repouso; controle da saúde

englobando o uso de tabaco, álcool e medicamentos; foram aplicadas as escalas

de SOFA e Child-Pugh Score for Cirrhosis Mortality e dados secundários do

prontuário clínico do paciente. RESULTADOS: Cliente F.P.I., sexo masculino, 67

anos, pardo, católico, casado, seis filhos, primário incompleto, aposentado, reside

em Almirante Tamandaré-PR. Deu entrada no hospital referindo algia em região

epigástrica associada à náusea e vômito (mais de dez vezes em 24h), com início

há um dia, evoluindo com piora progressiva, mantendo quadro de êmese com

aspecto fecaloide de odor fétido. Devido a rebaixamento de nível de consciência foi

intubado e encaminhado para a unidade de terapia intensiva. História mórbida

pregressa: Hipertensão Arterial Sistêmica, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica,

Fibrilação Atrial paroxística, ex-etilista, cirrose hepática com varizes de esôfago

(ligadura elástica prévia), ex-tabagista, oclusão arterial periférica em MID,

Hemorragia Digestiva Alta prévia, Doença Renal Crônica, plaquetopenia (RNI

alargado), doença hepática há vinte e oito anos (em acompanhamento

ambulatorial) sem causa definida, como diagnóstico de base para a cirrose

hepática. O diagnóstico do internamento foi choque séptico de foco abdominal por

provável peritonite bacteriana espontânea em parte com doença hepática

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agudizada por cirrose hepática sem etiologia definida (Child B/C – score de

gravidade do hepatopata). Após um tratamento medicamentoso incluindo o uso de

antibióticos adequados, houve melhora significativa do quadro e alta da Unidade

de terapia intensiva. Tempo de internação: 16 dias. Durante a abordagem inicial,

foi aplicado o escore SOFA para dimensionar as disfunções orgânicas, obtendo-se

um resultado inicial de 10, o qual determina uma chance de 40 a 50% de óbito em

30 dias. Neste contexto, de acordo com Instituto Latino Americano de Sespe (2017)

as medidas adotadas nas primeiras vinte e quatro horas do choque séptico são

primordiais para um bom prognóstico, sendo então de extrema importância o

estabelecimento de uma linha de cuidado. Logo, o paciente precisará de

monitorização hemodinâmica completa, com dados fidedignos de pressão arterial,

pressão arterial média, mensuração de pressão venosa central, entre outros. A

linha de cuidado envolve ainda o controle e tratamento dirigido das disfunções, o

controle do foco infeccioso e a adoção de metas perfusionais micro

hemodinâmicas. O desfecho dependerá diretamente da qualidade dos cuidados

ofertados ao paciente na fase aguda do choque. CONCLUSÃO: A ascite é uma

complicação comum encontrada nos pacientes portadores de cirrose hepática, que,

por conseguinte, se torna um meio propício para o desenvolvimento da peritonite

bacteriana espontânea, que no caso descrito, evoluiu para um choque séptico. A

ocorrência de peritonite bacteriana espontânea trata-se de um importante preditor

de mortalidade no paciente cirrótico, logo, a identificação precoce dos sinais e

sintomas de infecção, e a suspeição do líquido ascítico enquanto foco infeccioso

são preponderantes para a adoção de medidas terapêuticas de controle e

estabilização hemodinâmica.

DESCRITORES: Peritonite bacteriana espontânea; Escores de Disfunção

Orgânica; Choque Séptico.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Roberto Lerias de. et al. Peritonite bacteriana espontânea: impacto das mudanças da microbiologia. Arq. Gastroenterol. [online]. 2007, vol.44, n.1, pp.68-72. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-28032007000100015&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 19. Set. 2017.

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INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE. Implementação de Protocolo Gerenciado de Sepse - Protocolo Clínico - Atendimento ao Paciente Adulto com Sepse / Choque Séptico. Revisado em junho, 2017. Disponível em: <http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/protocolo-de-tratamento.pdf>. Acesso em: 28. Set. 2017. JORGE, R. L. N., et al. Choque Septico. Rev Med Minas Gerais. 2016; 26 (Supl 4): S9-S12. Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte, MG – Brasil. Disponível em:<file:///C:/Users/User/Downloads/v26s4a03.pdf>. Acesso em: 18. Set. 2017. KEEGAN, M. T., SOARES, M. O que todo intensivista deveria saber sobre os sistemas de escore prognóstico e mortalidade ajustada ao risco. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):264-269. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n3/0103-507X-rbti-28-03-0264.pdf>. Acesso em: 01. Set. 2017. SANTOS, A.M.J.; et al. Peritonite bacteriana espontânea: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. Vol.6, n.1, pp.54-56. Mar – Mai, 2014. Disponível em: <https://www.mastereditora.com.br/periodico/20140301_132354.pdf>. Acesso em: 15. Set. 2017.

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ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE

ENFERMAGEM

Amanda Gabrielly da Silva Kovalczykovski, Bruna Moraes1, Déborah Walter1, Lucian

Ricardo1, Natália Pasquini de Souza1, Denise Faucz Kletemberg²

INTRODUÇÃO: A equipe de enfermagem é encarregada de várias funções, sendo

uma delas a administração de medicamentos, devendo seguir princípios científicos

e cuidados para evitar o erro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

adotou do National Coordinating Council for Medication Error Reporting and

Prevention (NCCMERP) o conceito de erro de medicação definido como qualquer

acontecimento evitável que pode causar ou conduzir ao uso inapropriado da

medicação ou causar danos no doente enquanto a medicação está sob controle de

um profissional de saúde, do doente ou consumidor. Estes eventos podem estar

relacionados com as práticas profissionais, com os produtos, com os

procedimentos ou com os sistemas, incluindo as prescrições transmitidas

oralmente, os rótulos, a embalagem, 1nomenclatura, preparação, dispensação,

distribuição, administração, educação, monitorização/seguimento e utilização dos

medicamentos (BRASIL, 2009). É muito importante que o profissional de saúde

esteja sempre atento a possíveis erros na hora de preparar e administrar

medicamentos, pois vários fatores contribuem para o erro, que podem comprometer

a vida do paciente. Entretanto, ao se falar sobre erros na administração de

medicamentos não deve ser considerado somente as ações individuais, mas

também o meio em que o profissional da saúde está inserido. JUSTIFICATIVA: A

¹ Acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba – Brasil. Contato: [email protected] (41) 99712-6346; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. ² Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES). [email protected]

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equipe de enfermagem possui conhecimentos específicos que as capacitam e lhe

impõe responsabilidades na administração de medicamentos aos pacientes.

Porém, mesmo com todo preparo e conhecimento profissional, os erros na

administração de medicamentos têm causado sérias consequências aos pacientes

(CAMERINI; SILVA; MIRA, 2014) OBJETIVO: Identificar as causas de erros de

medicamentos administrados pela equipe de enfermagem. METODOLOGIA:

Revisão bibliográfica realizada durante o mês de agosto de 2017, através da

pesquisa via eletrônica, consultando-se a base de dados da Biblioteca Virtual em

Saúde (BVS), nos bancos de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF)

e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura (MEDLINE). Foi utilizado

o cruzamento dos descritores: Erros de Medicação and Enfermagem. Os critérios

de inclusão: foram publicações no período de 2012 a 2017, no idioma português e

inglês. A exclusão dos artigos seguiu os seguintes critérios: consequências dos

erros de administração de medicamentos e conhecimentos sobre os

medicamentos. RESULTADOS: A análise dos achados permitiu elencar os erros

de medicação relatados na literatura, nos últimos cinco anos. O erro apontado em

maior quantitativo foi o erro de dosagem do medicamento, que incluem, redução do

número de doses, omissão de doses e doses extras. Outro achado foram os erros

de técnica pela diluição inadequada do medicamento, erros de trituração, mistura

e diluição, erro de preparo, erro na administração, falta de medidas antissépticas

como desinfecção de ampolas, e frascos antes de abri-los. Além da aplicação

incorreta dos cinco certos e não conferência da medicação. Também foram

elencados erros de horário, erros de prescrição, medicamento deteriorado

(medicamento deteriorado e erro de dispensação), omissões, paciente não

medicado (HANNING; KLETEMBERG, 2015). As causas elencadas se referem

também às condições de trabalho e ao meio ambiente como sobrecarga de trabalho

devido a escassez de funcionários, muitos pacientes sob responsabilidade do

profissional, , rotina, profissionais exaustos em razão das longas jornadas de

trabalho, a pressa em atender os pacientes, acentuado número de erros no turno

diurno relacionado a maior quantidade de medicamentos a serem administrados e

horário de maior admissão dos pacientes e horário de visitas, que podem gerar um

ambiente desfavorável às atividades da equipe de enfermagem (HANNING;

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KLETEMBERG, 2015). Há erros de medicação que ocorrem pela falta de atenção,

lapsos, distrações, esquecimentos, falta de concentração, também pelo

conhecimento insuficiente dos profissionais, falta de informação ou conhecimento

sobre a terapêutica, desconhecimento sobre a medicação a ser administrada,

despreparo da equipe de enfermagem, o que pode levar a erros de cálculos, de

preparo e de administração de medicamentos. A falha na comunicação verbal de

enfermagem envolve a falta de integração e articulação entre a equipe

multidisciplinar, ausência de comunicação da ocorrência do erro à equipe,

prescrições verbais, nomes similares e abreviação. A falha na prescrição de

medicamentos: prescrições inadequadas, ilegibilidade das prescrições e outros

como erros na apresentação do medicamento disponível na instituição, não

utilização da prescrição médica, utilização da requisição da farmácia para o preparo

e administração dos medicamentos. Outros fatores estão relacionados ao

profissional: o cansaço, estresse, inexperiência profissional, má formação. Muitos

erros de medicamentos acontecem pelo fato dos profissionais deixarem o

medicamento com o paciente ou acompanhante administrar, excesso de confiança

na própria memória, falhas na observação do paciente devido a não avaliação

prévia do paciente; não monitoração do paciente após a medicação e interrupções

durante o preparo de medicamentos e conversas durante o procedimento.

DISCUSSÃO: Os achados permitem indicar que as principais causas de erros pela

equipe de enfermagem é o não cumprimento dos treze certos para administração

de medicamentos. Porém, os erros mais cometidos são o não cumprimento dos

cinco principais certos para administração de medicamentos: paciente certo,

medicamento certo, dose certa, via de administração certa e horário certo. Outro

erro comum é falha na técnica de preparo e administração. Erros na antissepsia,

na aspiração do medicamento do frasco. Também há lacunas na observância

correta da prescrição médica. As prescrições devem ser claras contendo todos os

itens necessários de forma a garantir a segurança dos pacientes. Sendo assim,

Gimenes et al (2010) alegam que se faz necessário maior conscientização por parte

daqueles que prescrevem, no intuito de elaborarem prescrições claras, objetivas e

completas, minimizando as dúvidas da equipe multidisciplinar e proporcionando

condições favoráveis para a segurança do paciente. No Brasil são relatadas

constantemente condições precárias no sistema de saúde, fato que leva o

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profissional de saúde a trabalhar em jornada dupla (ALVES; OLIVEIRA, 2016). No

Brasil, um estudo em UTI mostrou que de 550 eventos adversos notificados 283

(51,45%) tinham relação com erros de medicação. O período em que houve maior

notificação de ocorrência de eventos adversos foi o noturno, tendo como principal

fato colaborador o profissional atuar em mais de um emprego por dia. Na

enfermagem, a carga de trabalho elevada faz com que os enfermeiros passassem

a realizar suas atividades de forma subconsciente, condicionados a realização de

padrões técnicos, em alguns casos podendo levar o paciente a óbito (ALVES e

OLIVEIRA). CONCLUSÃO: Com base nas pesquisas feitas conclui-se que para

evitar os erros de medicamentos é preciso primeiramente ter um embasamento

teórico em relação às indicações, contraindicações, efeitos terapêuticos e

colaterais dos medicamentos. O profissional de enfermagem deve seguir os

protocolos institucionais de administração de medicamentos e os certos da

terapêutica medicamentosa. Dentro das instituições existem vários profissionais da

saúde, então é dever do profissional de enfermagem conhecer as funções de cada

um e proporcionar treinamento da equipe nas diferentes etapas do sistema de

medicação. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE: O uso das técnicas e dos

materiais corretos deve ser aplicado rigorosamente para evitar erros nocivos aos

pacientes. Junto com a técnica vem a atenção que se deve ter ao prestar o serviço,

coisas pequenas como separação do medicamento em bandeja para apenas um

paciente, preparar medicamento em ambiente tranquilo, limpo e iluminado, sempre

checar a prescrição médica, em caso de duvidas sempre esclarecer com o médico.

DESCRITORES: Erros de medicação; Enfermagem; Preparo e Administração de

Medicamentos.

REFERÊNCIAS ALVES, Daiane Leite; OLIVEIRA, Francisco Braz Milanez. Relação Entre a Sobrecarga de Trabalho e Erros de Administração de Medicação na Assistência Hospitalar. Maranhão, p. 7, 2016. Disponível em: <http://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/212>. Acesso em 01 de outubro de 2017. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Resolução RDC nº 04 de 10 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre as normas de fármaco vigilância para detentores de registro de medicamentos de uso humano. Brasília (DF): MS; 2009.

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CAMERINI, Flavia Giron; SILVA, Lolita Dopico da. Segurança do paciente: análise do preparo de medicação Intravenosa em hospital da rede sentinela. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, v.20, n. 1, p. 41-9, jan-mar, 2011. HANNIG, Gerson; KLETEMBERG, Denise Faucz. Causas de erros no preparo e administração de medicamentos. 13f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) Universidade Positivo, Curitiba, 2015.

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VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DE BUSCA ATIVA PARA

EXAMES PREVENTIVOS DA SAÚDE DA MULHER

Lara de Paula Carneiro Barbosa¹, Ana Paula Vicente Pinto1, Eduardo Funchal2.

INTRODUÇÃO: A visita domiciliar possibilita uma forma diferente de cuidado,

visando a promoção da saúde da comunidade, através de intervenções no

processo de saúde-doença. Desenvolvida pelas equipes de saúde ela se

caracteriza por utilizar uma tecnologia leve, permitindo o cuidado à saúde de forma

mais humana, acolhedora, estabelecendo laços de confiança entre os profissionais

e os usuários, ampliando o acesso da população às ações da saúde em um dos

pontos de sua rede de atenção: o domicílio e a unidade residencial de determinada

família (BVS, 2014). São diversos os objetivos pelo qual é realizado a VD, sendo

nesse caso a busca para estabelecer variados aspectos importantes na vida da

mulher, como o exame citopatológico que foi implementado na rede pública há

aproximadamente 26 anos, sendo indicado para mulheres entre 25 a 64 anos de

idade ou a partir de quando a mesma inicia a vida sexual (SANTOS, 2014). O

exame é considerado uma das estratégias cruciais para a descoberta de diversas

patologias, em destaque, o câncer de colo de útero, sendo o exame citopatológico

a principal forma de detectar precocemente e rastrear o câncer, tendo o mesmo um

alto grau de prevenção e cura se diagnosticado previamente (SANTOS, 2014).

Entretanto, algumas mulheres só procuram pela UBS para realizar o exame

preventivo, anos depois do início da atividade sexual ou pelo aparecimento de

sintomas que as preocupam. As autoridades e instituições responsáveis pela

prevenção de doenças sabem que há um grupo importante de mulheres que os

programas não conseguem alcançar para realização dos exames ginecológicos por

inúmeros motivos, sendo preocupante o número de mulheres que morrem em

função do câncer de colo de útero (FERREIRA, 2009). É função do serviço de

saúde de Atenção Primária ser corresponsável pela saúde dos usuários adscritos

1 Acadêmicas da 3ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba – Paraná – Brasil. Contato: [email protected]; [email protected]. 2 Eduardo Funchal. Enf Masc. Prof. do curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Ctba, Pr. Contato: [email protected].

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(DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BASICA, 2012). Neste sentido se faz necessário

a busca ativa de mulheres em situação de risco, e a estratégia de visita domiciliar

pode ser um excelente instrumento para tal. JUSTIFICATIVA: O serviço de saúde

de Atenção primaria possui como uma de suas funções a responsabilidade com a

saúde dos usuários que a unidade de saúde abrange, sendo necessário a

estratégia de visita domiciliar em busca por mulheres em situação de risco.

OBJETIVO: Compreender a técnica de visita domiciliar como estratégia de busca

ativa para as mulheres em situação de risco para câncer. METODOLOGIA: Trata-

se de um relato de caso, realizado através de uma visita domiciliar de rotina no lar

da idosa, localizada na cidade de Curitiba-PR, na área de abrangência da Unidade

Básica de Saúde Tancredo Neves, pelos alunos de enfermagem acompanhados

pela agente comunitária de saúde responsável. A coleta de dados foi realizada em

março de 2017, através da disciplina de O Processo de Cuidar em Enfermagem da

Saúde da Mulher. O trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da

Universidade Positivo por se tratar de um trabalho acadêmico que não será

publicado na íntegra. RESULTADOS: O.L.P, 69 anos, sexo feminino, casada,

possui 4 filhos, escolaridade até o ensino fundamental, aposentada por invalidez,

possui amaurose bilateral, HAS e DM tipo II. Relata ter entrado na menopausa há

18 anos atrás, e a aproximadamente oito anos através de um exame Papanicolau

de rotina foi identificado presença de células cancerígenas, então deu-se início ao

tratamento, até ser detectado a necessidade do procedimento cirúrgico de

histerectomia. Idosa relata que seu marido é alcoolista, seu filho mais novo

dependente químico e agressivo, e seus outros filhos possuem nojo de abraça-la,

devido a sua aparência e sua deficiência visual. Por conta de seu último exame

citopatológico com diagnóstico de câncer de útero deixou de realizar exames

preventivos, por ter medo do retorno do câncer. DISCUSSÃO: Foi identificado

diversos problemas que a idosa lida em seu dia-a-dia, como problemas de saúde,

de autoestima, ambiente familiar prejudicado e sua casa não possui adaptações

necessárias que sua deficiência visual exige, realiza todas as atividades

domesticas sem auxílio, muito entristecida relata “não possuo convívio com meus

outros filhos e netos, eles têm nojo pela minha aparência e meu problema visual”.

A idosa deixou de realizar os exames ginecológicos por ter medo de novos

resultados positivos, desde então é realizado as buscas ativas pelas ACS, com

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objetivo que ela volte a realizar os exames de rotina. A idosa descreve que ao

receber o seu diagnóstico, pensou em diversas coisas e a que mais lhe marcou foi

que lembrou de histórias de mulheres que não conseguiram sobreviver após o

diagnóstico de câncer e logo pensou que também não iria conseguir. A idosa diz

“por muito tempo me senti inferior a outras mulheres e por isso deixei de cuidar da

minha aparência”. E como muitos outros casos de mulheres que descobrem o

câncer ainda no início, o caso da idosa foi mais um que teve tratamento cirúrgico e

um bom resultado. Diante do caso da idosa é necessário dar continuidade as visitas

domiciliares, com o objetivo de convence-la a realizar consultas de rotina,

mantendo seu autocuidado, e realizando a prevenção de diversas patologias. O

caso foi repassado a unidade de saúde, com o objetivo de ser dado uma atenção

maior, para solucionar os problemas da paciente. CONCLUSÃO: Percebeu-se que

a tecnologia da visita domiciliar é um bom instrumento para realizar a busca ativa

dos casos de absenteísmo aos exames preventivos. Destacou-se a importância de

estabelecimento de vínculo com a idosa, durante à visita a mesma mostrou-se à

vontade e relatou situações de intimidade familiar e pessoal, o que nos gratificou

enquanto estudantes de enfermagem por demonstrar confiança a nossa relação de

cuidado. Neste sentido, a partir de uma visita fica evidenciado à complexidade do

caso e a necessidade de estabelecimento de um plano de cuidados de enfermagem

abrangente, sistêmico e longitudinal. É entendido que essa mulher passa por

profundo impacto psicológico na percepção da sexualidade, na imagem pessoal e

autoestima, sendo de grande importância sua adesão aos exames ginecológicos,

com profissionais capacitados para orientar de forma correta, sendo esse resultado

positivo ou negativo. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Foi identificado

que um dos aspectos prejudicados na idosa, é sua autoestima, sendo essa a

capacidade de pensar e enfrentar desafios básicos da vida, que garante ao ser

humano um bom equilibro emocional (SCHMITZ, 2004). A autoestima começa no

âmbito familiar o que também se apresentou prejudicado, talvez seu papel como

esposa e mãe seja afetado por todos seus problemas mal resolvidos consigo

mesmo, sendo nesse caso indispensável apoia-la e encorajá-la a superar conflitos

pessoais, como o medo de possíveis resultados positivos, problemas com sua

família e adaptações corretas de sua casa. Para alcançar o contingente de

mulheres que não procuram pela assistência, é necessário dar ênfase à estratégia

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de Saúde da Família, que já faz parte do conjunto de prioridades do Ministério da

Saúde (FERREIRA, 2009).

DESCRITORES: Visita Domiciliar; Saúde da Mulher; Neoplasias do Colo Uterino;

Atenção Primaria a Saúde.

REFERÊNCIAS ANDRADE, A.M et al. Visita domiciliar: validação de um instrumento para registro e acompanhamento dos indivíduos e das famílias. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v.23 n.1; Brasília mar, 2014. FERREIRA, M.L.S.M. Motivos que Influenciam a Não realização do Exame de Papanicolau Segundo a Percepção de Mulheres. Esc Anna Nery, Rev. Enfermagem. Abr/Jun, 2009. SANTOS, F.N; Fatores Para a Não Adesão das Mulheres ao Exame de Papanicolau. Universidade Federam de Minas Gerais; Formiga- MG; 22 de março de 2014. Departamento de Atenção Básica. Funções da Atenção Básica nas Redes de Atenção à Saúde. Portal da Saúde. Brasília; 2012. SCHMITZ, M.B.M. A importância da autoestima no contexto familiar, social e escolar. Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC. Criciúma, SC. 2004

.

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TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO PÔSTER

A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS NO DESENVOLVIMENTO

DO SEU FILHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Daniela Cordeiro de Souza1; Eloiza Gabriela A. de Souza¹; Wanderlei S. Wos2.

INTRODUÇÃO: Os pais têm sua própria maneira e cultura para criarem seus filhos.

Esse modo de educação já vem sendo retratado do modo em que os pais foram

criados, ou seja, eles cuidam de seus filhos do mesmo modo que seus pais

cuidavam deles. Com a convivência dos pais com seus filhos, tais práticas do dia a

dia têm uma grande ação no comportamento dos membros da família. Essa

organização, que exerce grande influência na construção e determinação da

personalidade de cada indivíduo, é a responsável pelo processo de socialização

básica das crianças (SCHENKER; MINAYO, 2003). No que se refere às relações

entre progenitores e prole, outrora era comum uma relação de autoridade.

Atualmente esse padrão se modificou, na atualidade vem sendo adotados hábitos

de valorização do relacionamento e no diálogo, os quais são de grande relevância

dentro de um contexto familiar. Piaget desenvolveu a teoria do desenvolvimento

infantil, essa teoria consiste nas diferentes fases que a criança apresenta durante

o seu desenvolvimento, na relação mãe-filho em que a mesma apresenta-se como

o indivíduo espelho da prole, algumas atitudes podem fazer com que o avanço da

criança seja prejudicado. O modo em que cada criança se desenvolve reflete do

modo de como ela é educada, do modo como a imagem da figura paterna e a figura

materna são transmitidas para ela. Seu comportamento representa as informações

obtidas ao longo de sua vida e de seu desenvolvimento, representando as práticas

parentais, como as atitudes, princípios, pensamentos e sentimentos, estimulados

pelas práticas parentais. Pesquisadores do desenvolvimento infantil afirmam que

todas as atitudes de praticadas pelos seus pais ou parentes próximos, como o seu

aprendizado ou suas emoções (como a alegria ou raiva), uma vez em que instruem

1 Acadêmicas do 3° ano do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Curitiba – PR. Contato

telefônico: (41)99651-9183. Autor correspondente E-mail: [email protected]. 2 Enfermeiro. Professor do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Especialista em saúde da criança e do adolescente. Experiência na área de Enfermagem com ênfase no cuidado da criança e do adolescente. E-mail: [email protected]

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o comportamento da criança em práticas parentais, com toda evidência e afirmação

o impacto no desenvolvimento socioemocional e cognitivo da criança. Toda e

qualquer atitude a ser tomada na criação de um filho afeta o indivíduo que ele tende

a ser e de como ele deve agir, de forma positiva ou negativa quando chegar à idade

adulta. Com o modo dos pais agirem sob seus filhos, tem uma grande probabilidade

e expectativas sobre o que a criança é capaz de realizar, ou o que se esperaria que

ela realizasse conforme a sua idade e as considerações de o porquê ela se

comporta de determinada maneira conforme o seu desenvolvimento. Toda e

qualquer atitude ou expressão de sentimentos que os pais decidem diante seus

filhos podem ocasionar consequências positivas ou negativas. Os pais podem

demonstrar uma atividade afetuosa para seus filhos quando eles se comportam de

maneira adequada, mas também podem expressar certa dificuldade para

demonstrar sentimentos quando seus filhos se comportam de maneira inadequada.

Alguns pais têm dificuldade em saber como agir corretamente com seus filhos em

certas situações que presenciam no dia a dia, e isso também pode afetar o

desenvolvimento das crianças. Com base nas informações apresentadas surge

como prerrogativa a seguinte questão norteadora: Qual a influência do

comportamento dos pais no desenvolvimento infantil? OBJETIVO: Avaliar e

analisar o comportamento e desenvolvimento infantil de um pré-escolar e a

influência dos pais sobre seu comportamento. METODOLOGIA: Trata-se de relato

de experiência, com abordagem descritiva, onde o acadêmico testemunha o

comportamento ímpar de pais sobre seu filho e testemunha as reações

comportamentais da escolar e busca na literatura argumentos para justificar o

desenvolvimento e reações comportamentais do pré-escolar. Ocorre em uma

creche municipal (CMEI) situada da no bairro Jardim Gabineto, em Curitiba/PR no

período de fevereiro a março de 2017, durante a realização de ensino clínico na

disciplina de Saúde da criança e do adolescente. O delineamento do estudo baseia-

se na integração dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde:

Desenvolvimento infantil; criança; enfermagem. Por se tratar de um trabalho

acadêmico realizado durante o período de estágio, não houve submissão ao Comitê

de Ética e Pesquisa, porém, manteve-se o anonimato de todos os participantes.

Quando citado os sujeitos serão representados pela letra “S” seguidos de um

número. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O presente relato inicia com a

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apresentação de um caso clínico aos acadêmicos trazidos por S3, com um pedido

de orientação sobre conduta a ser tomada a cerca de uma situação especifica com

um pré-escolar, S1 é a criança, sexo masculino, com 4 anos de idade, com

desenvolvimento físico adequado para idade, bem cuidado, com boa aparência e

vestimenta, reside em Curitiba e frequenta CMEI no período matutino. Ao exame

físico, S1 não apresentava nenhuma anormalidade, reside com sua mãe S2,

atualmente desempregada, mãe solteira e também relatora do caso. S1 é um pré-

escolar, aluno novo na instituição de ensino, há 2meses que ao ser observado

percebe-se um comportamento com tendência a isolamento, brinca sempre

solitário, fala pouco e demonstra carência afetiva, sempre abraçando, porém sem

fala os professores apenas gesticulando para solicitar algo de seu interesse.

Segundo o familiar S2 desde que passou a frequentar o CMEI passou a apresentar

comportamento inadequado dentro de casa, expressando-se pouco, gesticulando,

e “manuseando o genital de forma frequente”, que segundo S2 está aprendendo na

instituição de ensino. Para maior informação sobre a criança e seu comportamento,

a coleta de dados teve dois momentos distintos: um com a busca direta com S2

sobre o comportamento de S1 e outro com os funcionários do CMEI S3, S4 E S5

que resultou em relatos divergentes. Na coleta com S2, obteve-se a fala do

comportamento apresentado e relatado acima e a preocupação da mãe sobre o

comportamento de S1, relata também que S1 tem amigos mais velhos na rua,

adolescentes de 16 anos, e teme por estes estarem ensinando ou influenciando

seu filho. Ao ser questionada o que uma criança de 4 anos faz na rua brincando

com adolescentes de 16 anos desconversa e foge da pergunta. Já no relato dos

funcionários, S3 relata não observar nada de anormal no comportamento de S1 e

se apresenta surpresa com a suspeita levantada por S2 que afirma que S1 está

com comportamentos diferenciados e garante que o mesmo está aprendendo na

instituição de ensino com outras crianças. Segundo S5 que apresenta uma

amizade maior com S2 ela nunca fala sobre o seu emprego, não trabalha, esta

sempre em casa e sempre tem homens diferentes dentro de sua casa, ela mesma

já a presenciou de toalha e um “homem andando lá dentro”, porém o pai de S1

mora no nordeste e faz tempo que não vêm ver o filho. S3 relatou que teve um caso

de uma vizinha que teve o filho molestado por crianças maiores e que temia por

S1. Desta forma observa-se através de relatos, e busca ativa em vizinhos de S2

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que a mesma apresenta um comportamento “estranho” com falas despropositadas,

sempre inferiorizando S1, ou acusando de comportamentos nunca apresentados

como se estivesse com o intuito de defender caso eventualmente S1 apresentasse

um comportamento reflexo do interior de sua casa. Na avaliação com a

enfermagem na UMS S2 demonstrou-se muito confusa, com falas controversas,

defensivas, porém se nega a consulta com a psicologia. O caso foi registrado na

UMS para acompanhamento e S1 continua no CMEI sendo observado, porém a

cada dia melhora a comunicação, sem nunca ter demonstrado qualquer

comportamento inadequado, interage bem melhor com outras crianças e vem

evoluindo na comunicação gradativamente. Percebe-se com o presente relato a

importância da coleta de dados e na multinterdiciplinaridade para evitar julgamentos

precipitados e julgamentos errôneos de informações muitas vezes trazidas pelo

próprio familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O aprendizado trazido por esta

vivência faz relação com o desenvolvimento infantil apresentado em sala de aula e

justificado por Piaget que afirma que o aprendizado tem várias fases e como as

vivências podem influenciá-las. O comportamento inicialmente apresentado pelo

pré-escolar reflete a forma como ele era tratado pelo familiar, e sugere uma

violência psicológica sofrida e demonstrada pelas percepções reações e

expressões do infante. Desta forma o comportamento dos pais ou familiares

influencia sim o desenvolvimento de seus filhos. Nem sempre os familiares são os

melhores ou mais responsáveis cuidadores e em algumas das vezes são os

próprios mentores do dano, necessitando os olhos atentos dos profissionais para a

identificação, condução adequada e acione da rede de proteção e órgãos de defesa

à criança para garantir uma infância saudável.

DESCRITORES: Desenvolvimento Infantil; Criança; Cuidados de Enfermagem. REFERÊNCIAS ENCICLOPÉDIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA INFÂNCIA. Habilidades parentais. Disponível em: (http://www.enciclopedia-crianca.com/habilidades-parentais/segundo-especialistas/atitudes-e-conviccoes-dos-pais-impacto-sobre-o) Acesso em 10/08/2017. PSICÓLOGOS EM SÃO PAULO. Influência dos pais. Disponível em: http://www.marisapsicologa.com.br/os-pais-exercem-influencia-em-nossa-personalidade.html. Acesso em 10/08/2017.

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PRATTA, E. M. M.; SANTOS M. A. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em estudo. Maringá, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05. Acesso em 10/08/2017. SCHENKER, M.; MINAYO, M.C.S. A implicação da família no uso abusivo de drogas: uma revisão crítica. Ciência e Saúde coletiva, 8(1):299-306, 2003.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUICIDA

Bárbara Cristina1, Bruna Yukari¹, Thais Campos¹, Adriano Shimbo²

INTRODUÇÃO: Nos últimos 45 anos as taxas de suicídio aumentaram 60% em

todo o mundo, a cada ano cerca de um milhão de pessoas morrem por suicídio.

Este está entre as três principais causas de morte na faixa etária de 15-44 anos,

em alguns países, bem como é considerado a segunda principal causa de morte

no grupo de 10-24 anos de idade. O risco aumenta de acordo com o número de

tentativas e também está associado a intervalos de tempo menores entre essas

tentativas (GUTIERREZ, 2014). O profissional de Enfermagem necessita ter a

inteligência emocional e a capacidade de reconhecer, compreender e regular as

emoções próprias e das outras pessoas, distinguir e utilizar a informação para

orientar o pensamento e as ações, visto que, é o profissional que monitora o

paciente durante sua internação, após uma tentativa de suicídio ou episódio de

autoagressão (NAVARRO e MARTINEZ, 2012). Nesta abordagem, os serviços de

saúde devem atender o indivíduo holisticamente, abordando sua situação de vida

e trabalho, bem como compreender o que levou a adoecer e a desejar morrer, de

forma que a assistência compreenda a erradicação das causas, a diminuição dos

riscos e o tratamento dos danos. JUSTIFICATIVA: Todavia, tendo em vista um

panorama de pessoas de todas as idades e níveis socioeconômicos com a doença

de depressão, destaca-se a importância do profissional enfermeiro conhecer todos

os cuidados de enfermagem para estes pacientes em diferentes formas desta

patologia. Após a experiência vivida em campo de estágio na disciplina de Saúde

Mental, estabelecemos a questão para o estudo: Quais os cuidados de

Enfermagem do paciente internado no hospital psiquiátrico após tentativa de

suicídio? OBJETIVO: Descrever os cuidados de enfermagem do paciente

psiquiátrico com ideação suicida internada em um Hospital Público Universitário.

METODOLOGIA: Estudo do tipo estudo de caso, realizado em um Hospital

Universitário localizado em Curitiba/PR, em julho de 2017.A coleta de dados foi

1 Acadêmicas de Enfermagem da 2ª série da Universidade Positivo.

² Professor Titular do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo, Enfermeiro Graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestre em Enfermagem pela UFPR, especialista em Enfermagem Terapia Intensiva, Enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

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realizada durante o estágio de saúde mental, teve como guia o roteiro padronizado

na disciplina de Saúde Mental. Os dados foram organizados em: histórico, exame

físico, levantamento de problemas e cuidados de Enfermagem. O trabalho não foi

submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo por se tratar de

um trabalho acadêmico que não será publicado na íntegra. RESULTADOS: M.L.R,

51 anos, brasileira, natural de Curitiba-PR, viúva há 2 anos, 1 filho, católica,

costureira, renda de dois salários mínimos mensais, reside sozinha no município

de Curitiba em casa própria, sem vícios, ensino médio completo. Queixa principal:

Devido ao estado de inconsciência da paciente, o filho da mesma relata que, desde

a morte de seu pai, há dois anos, sua mãe demonstrava-se desanimada, onde

perdeu o interesse pela costura, uma atividade que sempre realizou com muita

satisfação, não cuidando de sua aparência e sem vontade de sair de casa. Afastou-

se de familiares e amigos e verbalizava não encontrar mais motivos para viver.

Motivo da internação: Foi encaminhada ao hospital, através do serviço de

ambulância, após seu filho encontra-la caída no chão e não respondendo aos

estímulos, observou ao seu lado duas caixas vazias de Diazepam. Autoagressão

(tentativa de suicídio). História de doença psiquiátrica: O quadro da doença

iniciou-se aos 49 anos, após a morte do esposo por câncer. Um ano antes da

tentativa de suicídio foi diagnosticada com depressão moderada. Filho relata

“minha mãe não estava tomando os remédios corretamente, porque sempre

comentava que eles não serviam para nada”. Medicação: Escitalopram, Haldol e

Diazepam. Histórico familiar: M.L.R, filha mais nova de uma família de 4 irmãos.

Filho relata que a avó materna, tentou suicídio sem êxito, quando sua mãe era

pequena e que a mesma havia presenciado a cena. Ausência de violência

intrafamiliar. Histórico clínico: Foi encaminhada ao hospital, através do serviço de

ambulância, após seu filho encontra-la caída no chão e não respondendo aos

estímulos, observou ao seu lado duas caixas vazias de Diazepam. Ao realizar o

exame físico, apresentou sonolência, pupilas fotorreagentes, palidez

cutaneomucosa. Apresentou bradicardia FC= 60 bpm, FR=19 rpm, hipotensão

arterial PA=100/60mmHg e T=35,5°C. Apresenta como morbidade clínica

hipertensão Arterial Sistêmica. Exame do estado Mental: Consciente, expressão

facial inexpressiva, estado de obnulação, emagrecida, vestida com roupa

hospitalar, higiene corporal satisfatória, apresentando retardo psicomotor, fala e

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pensamentos lentos, humor deprimido, pouca gesticulação, apática porém

cooperativa durante o exame, hostil. Comunicação lenta, permanecendo imóvel

durante toda a sessão afeto deprimido, Insight prejudicado (paciente sem

percepção de avaliação adequada da realidade externa e separação de

sentimentos, bem como o risco de morte). Diagnósticos de enfermagem:

Potencial para risco de Suicídio, estado de confusão, abuso de substância,

Angústia presente, ansiedade, autocuidado prejudicado, baixa Autoestima,

automutilação, cognição prejudicada, comportamento autodestrutivo, condição

psicológica prejudicada, desiquilíbrio ácido-base, risco de queda, ideação suicida,

necessidade de cuidado, pensamento anormal, processo de luto familiar.

Cuidados de enfermagem: O cuidado a família do indivíduo que tentou suicídio

pode ser construído através de uma linha de apoio emocional, mantendo-a

informada e amparada psicologicamente. Com estas práticas o enfermeiro pode ir

além de suas rotinas assistenciais estabelecendo assim uma linha de cuidado

humanizado a todos os indivíduos participantes deste momento aflitivo, além de

ajudar a minimizar o sofrimento e angústia presentes com frequência nestas

famílias. O apoio familiar é extremamente importante e deve ser manifestado à

medida que o profissional de enfermagem de dispõe a esclarecer dúvidas, prestar

apoio psicológico, oferecer um ambiente que possibilite privacidade e conforto, e

principalmente dando atenção à família que se encontra fragilizada. Devido à

diversidade de fatores e de problemas associados à tentativa de suicídio, nenhuma

medida singular é suficiente para todas as pessoas de risco. A primeira abordagem

em pacientes que tentaram suicídio consiste nos cuidados iniciais à vida, se há

emergência clínica e/ou cirúrgica. Deve ser considerado o estado físico, as

complicações médicas decorrentes do ato, se irá necessitar ser levado para a

unidade de terapia intensiva (UTI), para o centro cirúrgico ou ortopédico, setor de

endoscopia ou clínicas de queimadas. A abordagem inicial dos envenenamentos,

como em outras condições médicas, consiste em histórico e exame físico, com

especial atenção a exame dos sinais vitais, exame ocular (pupila), exame do estado

mental e tônus muscular. O papel do enfermeiro na unidade de emergência

psiquiátrica exige desta atitude imediata, e para isso requer conhecimento

específico. Consiste em obter a história do paciente, realizar o exame físico, exame

do estado mental, bem como saber abordar e identificar as necessidades de

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cuidado dos pacientes psiquiátricos, elaborando estratégias para o cuidado de

forma ordenada com efetiva comunicação, ELIAS (2012). DISCUSSÃO: Pacientes

suicidas em crise são, muitas vezes, assistidos pelos profissionais de saúde Mental,

quer após uma tentativa de suicido ou quando atormentado por ideia suicida grave.

Em ambos os casos, um exame diagnóstico rigoroso deve ser realizado, mesmo

que esta primeira avaliação ocorra no departamento de emergência de um hospital

geral, é importante que se realize a entrevista em uma área isolada e em uma

atmosfera de empatia. Para minimizar a probabilidade de futuras tentativas de

suicídio, os hospitais devem colocar em prática a capacitação profissional

relacionada ao cuidado ao paciente com risco de suicídio. A intervenção de uma

política de saúde, instituindo a utilização de um método padronizado à assistência

integral prestada à tríade paciente/familiares/equipe pode ter implicações

importantes no que diz respeito à prestação de cuidados à saúde, coordenação de

cuidados, alocação de recursos humanos e financeiros destinados aos temas:

tentativa de suicídio e suicídio (GUTIERREZ, 2014). CONCLUSÃO: O suicídio

e/ou sua tentativa pode ser prevenido utilizando-se o tratamento adequado, como

a coleta de dados de informações sobre os fatores desencadeantes a um potencial

suicídio, porém em alguns casos a prevenção é inevitável devido à adesão ineficaz

ao tratamento. Fatores irrefutáveis no alcance de um bom resultado estão ligados

às condições para favorecer a adesão ao tratamento e a criação de uma equipe

multidisciplinar com a competência de utilizar uma combinação de fatores

associados no indivíduo. A intervenção de uma política de saúde instituindo a

utilização de um método padronizado à assistência integral abrangendo paciente e

família pode ser o início de um atendimento mais organizado e adaptado a essas

condições de saúde não dificilmente encontrados.

DESCRITORES: Depressão; Saúde Mental; Suicídio. REFERÊNCIAS ALEXANDRINA, M.A.S.M. Atendimento de pacientes com comportamento suicida na prática médica. São Paulo: FMUSP, 2013, pag. 22-27. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5659>; acesso em 21 de julho de 2017.

CAVALCANTE, S.N. Nota sobre o fenômeno depressão a partir de uma perspectiva analítico-comportamental. Vol. 17. N. 2. Brasília: Psicologia Ciência

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e Profissão, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931997000200002>; acesso em 4 julho 2017. ELIAS, A. Cuidado de Enfermagem ao paciente psiquiátrico em situação de emergência geral: real e imaginário. 2012. 116 f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2012. Garcia TR. Classificação Internacional para Prática da Enfermagem - CIPE®: aplicação à realidade brasileira. Porto Alegre: Artmed; 2015. PORTO, J.A.D. Conceito e diagnóstico. Vol. 21. s. 1. São Paulo: Revista Brasileira de Psiquiatria, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500003. Acesso em 4 julho 2017.

EFICIÊNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA HPV POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE

VACINAÇÃO EXTRAMUROS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

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Julia Alves Grigoletto1, Mirella Heymowski Wille1, Wanderlei Wos2

INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero é uma doença grave e constitui um

grande problema de saúde pública nos países em desenvolvimento devido à alta

incidência e mortalidade. A partir de 2014 a vacina contra o Papiloma Vírus Humana

(HPV) foi introduzido no Brasil como mais uma forma de prevenção da doença

sendo a vacina quadrivalente a adotada pelo Ministério da saúde. Esta protege

contra os 4 tipos de HPV, 6, 11, 16, 18 sendo os tipos virais oncogênicos mais

comuns o 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% das lesões de alto grau,

enquanto o 6 e 11 estão associados a 90% das verrugas anogenitais. No Brasil o

tipo de HPV mais frequente é o 16 apresentando prevalência de 53,2%, seguido

pelo tipo 18 com 15,8% (BRASIL, 2015). Constituindo mais um método de

prevenção, foi desenvolvida a vacina contra HPV, sendo disponibilizadas duas

vacinas, a bivalente com antígenos para HPV 16 e 18 e a quadrivalente que contém

adicionalmente os antígenos para HPV 6, 11, 16 e 18. A administração foi ofertada

inicialmente em 3 doses em 2014 e 2015 e 2 doses em 2016. No Brasil adotaram-

se duas doses, com intervalo de seis meses após a primeira (INCA, 2016).

Atualmente constitui o grupo etário desta ação crianças e adolescentes com idade

de vacinação as meninas que tem entre 9 e 14 anos, 11 meses e 29 dias e os

meninos de 11 a 14 anos, 11 meses e 29 dias (anexo 2). A estratégia para a

vacinação do HPV fica a cargo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ou seja,

na Unidade Municipal de Saúde (UMS) e/ou nas instituições escolares (vacinação

extramuros). (FREGNANI et al., 2013). Não há conhecimento sobre qualquer

benefício em termos de proteção contra o câncer ou redução de mortalidade desta

forma os riscos existentes, mesmo que hajam controvérsias, tornam inadequada a

vacinação massiva de adolescentes, qualquer que seja a prevalência populacional

de câncer de colo uterino. Com base nas informações apresentadas surge como

prerrogativa a seguinte questão norteadora: Qual a adesão à vacinação contra o

HPV a partir da utilização de estratégia de vacinação em crianças e adolescentes

1 Acadêmicas da 3ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente e-mail:

[email protected]; [email protected]; 2 Professor do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo, e-mail:

[email protected];

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em uma escola Municipal de Curitiba? OBJETIVO: Avaliar a analisar os resultados

em relação à adesão da vacinação contra o HPV através da utilização de estratégia

de vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes em uma escola Municipal

de Curitiba. METODOLOGIA: trata-se de relato de experiência, com abordagem

descritiva, de aspecto quantitativo, em que o acadêmico é protagonista na

elaboração e aplicação de uma estratégia de vacinação em crianças e

adolescentes com idade de vacinação em uma escola Municipal situada da no

bairro Jardim Gabineto, em Curitiba/PR no período de 08/03 à 30/08/2017. O

delineamento do estudo baseia-se na integração dos seguintes Descritores em

Ciências da Saúde: Papiloma Vírus Humano (HPV), Vacina, Prevenção. A

estratégia foi elaborada em uma Unidade Municipal de Saúde (UMS) estratégia

saúde da família, por acadêmicos da 3ª série de uma Universidade Privada,

Curitiba/PR, em estágio curricular da disciplina de Saúde da Criança e do

adolescente no período da manhã das 07h30min às 11h30min. A elaboração e

aplicação da estratégia visam quantificar; resgatar e vacinar o maior número de

crianças e adolescentes com idade de vacinação através da utilização de estratégia

de vacinação em massa e quantificar o número de crianças cujos pais se recusam

a vacinar seus filhos contra o HVP. A estratégia consiste em elencar todas as

crianças e adolescentes do território, de todos os matriculados nesta escola

Municipal, checar via sistema de informação da unidade (eSaúde), quais estavam

com calendário de vacinação incompleto para vacina contra HPV, quantificar,

disponibilizar número de vacinas adequado para vacinação, se preciso, solicitar via

secretaria Municipal de Saúde (SMS), encaminhar um bilhete, via agenda do

escolar direcionado aos pais, comunicando da carência da vacinação, e

disponibilização de termo “recusa” e informando a disponibilidade mediante a

autorização (impresso próprio da SMS) (ANEXO 1), a data a ser realizada durante

o período de aula a vacinação do escolar. Foram consultados todos os escolares

via eSaúde, para determinar os que estavam aptos a serem vacinados mediante a

apresentação do termo de autorização na data prevista. O escolar recebia a carteira

de vacinação e o aprazamento da próxima dose e ou outras vacinas.

Posteriormente os dados/registros foram transcritos no eSaúde. Os dados obtidos

foram quantificados e descritos. Por se tratar de um trabalho acadêmico realizado

durante o período de estágio, não houve submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa,

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porém, manteve-se o anonimato dos participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Inicialmente com a identificação via UMS da quantidade de crianças e adolescentes

do território com idade de vacinação que foi 372, sendo 212 meninas e 160 meninos

e logo em seguida através de busca da lista de chamada das crianças e

adolescentes matriculadas em uma escola Municipal, inicia este relato onde foram

consultados e determinados: o número de crianças e adolescentes em idade de

vacinação contra o HPV, meninos e meninas, os nomes foram consultados

individualmente na UMS para constatar a vacinação ou ausência para a vacina

contra o HPV, foi realizado impressão da carteirinha virtual de vacinação, para

constituir um instrumento rápido de consulta e dados, e desta forma quantificar,

realizado a impressão dos termos de autorização e disponibilizados juntamente

com um bilhete explicativo do processo de vacinação a ser realizada e data da

vacinação. Disponibilizou-se uma semana para o recolhimento dos termos e a partir

dos termos assinados determinou o número de crianças a serem vacinadas neste

dia e os quais os pais recusavam a vacinar. Um dia antes da data prevista da

vacinação, todas as crianças e adolescentes previamente selecionados e com

termo foram consultadas para certificar que estavam com a vacina do HPV

pendentes, onde foi constato que 2 pais que recusaram a vacinação, levaram seus

filhos na UMS e vacinaram seus filhos, as demais estavam todas pendentes.

Separaram-se então os materiais necessários, montou-se a caixa de vacina e

procedeu-se a vacinação em massa na escola Municipal. Para a vacinação foi

solicitado que um professor da escola acompanha-se todo o processo de preparo

da sala, higienização e aplicação da vacina, entrega da carteirinha e fornecimento

das orientações sobre a 2ª dose e ou outras vacinas pendentes do adolescente já

aprazada a lápis na carteirinha. Nenhuma criança ou adolescente apresentou

qualquer reação ou intercorrência durante a aplicação. Posteriormente retornamos

a UMS e imediatamente registramos no eSaúde todas as vacinas aplicadas. A

estratégia permite que o acadêmico desenvolva autonomia, organize e realize a

assistência de forma metódica e de forma processual. Vale ressaltar que esta

mesma estratégia já foi aplicada em outros 3 anos sempre com a mesma

organização sem ter quaisquer intercorrências. O número total de crianças e

adolescentes com idade de vacinação nesta escola eram de 38; sendo que destas

11 foram vacinados com as duas doses; 16 com uma dose; 6 voltaram com o bilhete

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em branco e foi solicitado que buscassem a UMS; 2 crianças apresentaram o termo

de recusa sendo 2 meninas e 1 menino, e destes que recusaram ou voltaram com

o termo em branco 2 buscaram a UMS e foram vacinados e 3 mudaram de

território/área de abrangência (ANEXO 2), o que instigou o aprofundamento deste

relato para através de uma pesquisa quanti-qualitativa saber o porquê os pais

recusaram ou não autorizaram vacinar seus filhos e determinar o perfil destes pais,

ampliando a pesquisa para todas as crianças do território da UMS para ter um

número mais expressivo e significativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com a

aplicação desta estratégia evidencia-se a importância e a necessidade da aplicação

de estratégias de vacinação em massa (extramuros) para melhorar o índice de

vacinação de crianças e adolescentes contra o HPV e executar uma melhor

atenção primária preventiva garantindo condições de manutenção da saúde e

prevenção do câncer de colo uterino, boca, pênis e ânus nesta população alvo e

para isso se faz necessário quebrar barreiras indo até estes escolares vacinando o

maior número possível destes.

DESCRITORES: Papiloma Vírus Humano; Vacina; Prevenção. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis Coordenação-geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe Técnico da Vacina Papiloma vírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) 2015 Adaptado Pelo Programa Estadual de Imunizações- Rs. Brasília, DF, fev. 2015. Disponível em: <http://www.cosemsrs.org.br/imagens/eventos/cli_c1d7.pdf>. Acesso em 21/08/2017. FREGNANI, Jose Humberto Tavares Guerreiro et al. A School-Based Human Papillomavirus Vaccination: Program in Barretos, Brazil: Final Results of a Demonstrative Study. Plos One, Barretos, v. 1, n. 1, p.01-09, 10 nov. 2013. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Programa Nacional de Controle do Câncer do colo do Útero. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/PROGRAMA_UTERO_internet.PDF>. Acesso em 21/08/2017. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Controle do câncer de colo do útero. 2016. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_nacional_controle_cancer_colo_utero/deteccao_precoce>. Acesso em 21/08/2017.

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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM NEOPLASIA DE MAMA

SEGUNDO O MODELO ADAPTATIVO DE CALLISTA ROY

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Angela do Rocio Fedaldo1; Jassiara de Abreu Ferreira¹; Karine Silva Rodrigues¹; Waleska

Alves Martins¹; Maria Elisa Brum do Nascimento2.

INTRODUÇÃO: A neoplasia mamária configura entre os tipos de câncer mais

comuns entre as mulheres no Brasil e no mundo e resulta da multiplicação de

células anormais da mama, que forma um tumor associada a fatores como: idade,

fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e

fatores genético-hereditários. (INCA, 2016). A prevalência no gênero feminino sem

fator hereditário é de 90%, e no gênero masculino 1% dos casos. Pessoas acima

de 35 anos representam 60% dos casos com aumento anual de 3% de incidência

de casos (BRASIL, 2017). O tratamento da neoplasia mamária varia de acordo com

o estadiamento da doença, suas características biológicas, as condições da

paciente (idade, status menopausal, comorbidades entre outros) e as

características do tumor. Conforme INCA, 2016, o tratamento poderá ter potencial

curativo se a doença for diagnosticada no inicio e, em presença de metástase os

objetivos são cuidados paliativos a fim de proporcionar melhor qualidade de vida.

Na vigência de tumores não passíveis de remoção, e em condições clínicas que

impedem a realização da cirurgia curativa, a terapia paliativa poderá ser composta

por quimioterapia e radioterapia, indicadas de acordo com a forma de apresentação

da doença. Existe também o tratamento sistêmico realizado por meio da

quimioterapia; e o tratamento local, por meio de cirurgia de remoção do tumor e

radioterapia, podendo haver reconstituição da mama (INCA, 2016).

JUSTIFICATIVA: A prática clínica no cuidado de pessoas com neoplasia mamária

oportuniza a assistência de enfermagem que inclui medidas para prevenir ou

minimizar a angústia referida pela mulher em seguida ao diagnóstico de câncer de

mama. Essas medidas abrangem a mobilização de suporte social disponível após

a cirurgia, a ênfase nas questões psicossociais durante o seguimento após a alta

hospitalar, e ir ao encontro das necessidades informativas e educativas da mulher

1 Acadêmicas de Enfermagem da 2º série, Universidade Positivo, Curitiba (PR), Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem e Mestre em Educação Universidade Federal do Paraná (UFPR), professora Adjunta da Graduação de Enfermagem Universidade Positivo, Membro do Pesquisa GEMSA e Grupo de Pesquisa NECES. Curitiba- Paraná, Brasil E-mail: [email protected]

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no sentido de facilitar o enfrentamento efetivo da doença e restaurar um senso de

normalidade e independência física os quais as informantes indicaram como

importantes para manter a esperança (ROY; ANDREWS, 1999). O planejamento

da assistência de enfermagem visa promover a adaptação da pessoa com

neoplasia de mama carece de sistematização e proficiência para poder ser

implementada pelos enfermeiros na prática clinica. O emprego de teorias da

enfermagem subsidia uma leitura da realidade dessas pessoas como forma de

compreender o fenômeno. O modelo de Callista Sister Roy tem como conceito

central a adaptação que entende a pessoa como um sistema aberto que responde

a estímulos internos e externos, composta por um sistema regulador e cogniscente

(ROY; ANDREWS, 1999). O subsistema regulador inclui as respostas automáticas

comportamentais, por meio de canais neurais, químicos e de adaptação dos

sistemas, e o subsistema cogniscente responde através dos canais cognitivo

emocional que envolve o processo de pensamento perceptual, a informação,

aprendizagem, avaliação e emoção (ROY; ANDREWS,1999). A adaptação ocorre

quando esses dois sistemas são estimulados e resultam em mudança de

comportamento. Assim, parte-se da inquietação deste estudo: quais são os

diagnósticos de enfermagem à pessoa com neoplasia mamária segundo os modos

de adaptação de ROY e a taxonomia Classificação Internacional para Prática da

Enfermagem (CIPE)? E para responder esta questão OBJETIVOU-SE descrever

os diagnósticos de enfermagem para pessoa com neoplasia mamária apoiado nos

modos de adaptação de Callista Roy. MÉTODO: Estudo de caso descritivo,

realizado em hospital escola em Curitiba (PR), durante a prática clinica na disciplina

o processo de cuidar na saúde do adulto idoso. O participante foi uma mulher, 78

anos, internada com diagnóstico de neoplasia mamária em fase avançada da

doença e presença de complicações. A coleta de dados ocorreu em março de 2017,

com entrevista e utilização de formulário padrão de investigação de enfermagem

(histórico e exame físico), dados secundários do prontuário clinico e sistema de

informação TASY. A análise de dados foi obtida por meio do levantamento de

comportamento/problemas adaptativos fundamentado em Roy (modos e adaptação

fisiológico, autoconceito, mudança e papel e interdependência), identificação dos

estímulos focais e contextuais e construção dos diagnósticos de enfermagem com

base na CIPE (GARCIA, 2015). Os dados foram descritos e posteriormente

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organizados de maneira descritiva. Foram respeitados os preceitos éticos que

norteiam a pesquisa com seres humanos. RESULTADOS: Caso clinico: mulher, 78

anos diagnosticada com câncer de mama, apresenta curativo em região torácica

de ferida aberta serosanguenolenta e vegetativa, relato de dor abdominal intensa,

inapetência e apatia emocional, sedentária, alergia a camarão. Exame físico:

hipocorada, HB: 8,8 g/dl; HTC: 26,9 g/dl; Potássio, 3,2 mmol/L; hipotensa PA 90/50

mmHg, pulso fino e filiforme, edema cacifo II em MMII, pé esquerdo apresenta

feridas em estágio de maturação. Foram identificados os

problemas/comportamento e respectivos modos de adaptação e estímulos focal e

contextual que direcionaram a construção de seis diagnósticos de enfermagem por

meio do eixo foco e julgamento. Comportamento do organismo: dor intensa na

região abdominal, Modo adaptativo fisiológico: sensitivo; Estímulo focal:

nocicepção nas terminações nervosas do abdome devido a estimulação mecânica,

química transmitindo os sinais por fibras nervosas até os neurônios sensoriais da

medula, Estímulo Contextual: o movimento, a lesão no tórax, exacerbação da

doença de base, Diagnostico de Enfermagem: Dor abdominal severa;

Comportamento: diarreia, Modo de Adaptação Fisiológico: eliminação, Estímulo

Focal: motilidade e absorção intestinal modificada, Estímulo Contextual: uso

quimioterápico contínuo, Diagnóstico de Enfermagem: Potencial para risco de

desidratação;, emagrecimento, Comportamento: ferida aberta serosanguenolenta

e vegetativa, Modo Adaptativo Fisiológico: cutâneo mucosa, Estímulo Focal:

processo de cicatrização interrompido, Estímulo Contextual: medicação,

imunidade, Diagnóstico de Enfermagem: Integridade da Pele Modificada,

Comportamento: HB e HCT baixos, hipocorada, Estímulo Focal: alteração na

produção e na resposta dos precursores eritróides e eritropoietina, Estímulo

Contextual: exacerbação da doença de base, medicação, desnutrição,

Diagnósticos de Enfermagem: Potencial para sangramento, Comportamento:

hipotensão, pulso filiforme, Modo Adaptativo Fisiológico: circulação, Estímulo

Focal: instabilidade vasomotora associada a diminuição da resistência vascular

periférica, E. Contextual: desidratação, diarreia, nutrição, Diagnostico de

Enfermagem: Potencial para risco cardiovascular; Comportamento: ferida

vegetativa no tórax, apatia emocional, Modo de Adaptação Autoconceito:

autoestima, Estímulo Focal: imagem negativa sobre o próprio corpo, Estímulo

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Contextual: sinais da mastatectomia bilateral, sinal da diferença, Diagnóstico de

Enfermagem: Imagem corporal modificada. CONCLUSÃO: Observa-se que os

planos de cuidados de enfermagem se tornam complexos devido à gravidade da

doença da paciente. A utilização do modelo de Roy permitiu reconhecer que a

pessoa frente a doença pode desencadear respostas, em situação estressante,

cabendo ao enfermeiro atuar como mediador entre a objetividade técnica e a

subjetividade humana, elaborando ações de cuidado. Como contribuição para

enfermagem os dados obtidos poderão fornecer elementos para reflexão e

valorização da equipe de enfermagem das relações interpessoais, enquanto

recurso para o atendimento das necessidades da pessoa em situação de

adoecimento.

DESCRITORES: Neoplasia, Teoria de Enfermagem, Diagnósticos de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus: Informações epidemiológicas e morbidade. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em: 28 de abril 2017. GARCIA, Telma Ribeiro. Classificação Internacional para Prática da Enfermagem - CIPE®: aplicação à realidade brasileira. Porto Alegre: Artmed; 2015. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Tipos de Câncer, Mama: dados do registro de base populacional. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/fatores_de_risco_1>. Acesso em: 28 de abril 2017. ROY, Sister Callista., ANDREWS, Heather A. The Roy adaptation model. 2nd ed. Stamford: Appleton & Lange; 1999.

IATROFARMACOGENIA EM IDOSOS

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Amanda Cristina Teixeira de Souza1, Carolina de Fátima Riba de Castro¹, Sthefany dos

Santos Rodrigues¹, Adriana do Rocio Vendrametto2

INTRODUÇÃO: A iatrofarmacogenia é decorrente da polifarmácia, da interação

medicamentosa e alterações desconhecidas da farmacocinética e

farmacodinâmicas em decorrência ao envelhecimento (MORAES et al., 2010).

Observando a transição demográfica é visível o aumento da população idosa em

países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Dessa forma, necessita-se de uma

maior atenção na escolha dos medicamentos que serão usados pelos idosos pelo

fato de haver alterações funcionais e estruturais devido ao envelhecimento, a

capacidade de filtração e excreção ficam comprometidas devido a diminuição da

água corporal e do metabolismo hepático, e assim, há uma dificuldade de

eliminação e metabolização da droga o que causará o aumento da toxicidade no

organismo e surgirá efeitos colaterais intensos (ROZENFELD, 2003). A ciência da

farmacoterapia na terceira idade não é apenas prescrever medicamentos e sim,

selecionar o melhor medicamento (SILVA et al., 2012). Assim, o médico deve

considerar o efetivo uso do medicamento sendo prescritos apenas os de real

utilidade evitando aqueles com elevadas incidências de efeitos colaterais, bem

como os períodos de tempo determinados no tratamento. Ele deve também

considerar outras estratégias de intervenções no tratamento, para que a

farmacoterapia não seja a única opção utilizada. Pois é recorrente a prescrição de

medicamentos com a finalidade de corrigir efeitos colaterais provenientes de outros

agentes administrados anteriormente, este fato é muitas vezes o precursor da

cascata iatrogênica (REIS et al., 2017). Segundo Carvalho Filho et al. (1988) entre

os medicamentos causadores de iatrogenia, predominam os quimioterápicos,

digitálicos, neurolépticos e anti-inflamatórios não hormonais. Como esse grupo

geriátrico é acometido por várias doenças especialmente crônicas, como

cardiopatias, câncer, diabetes e doenças infecciosas, faz-se uso de muitos

medicamentos concomitantemente aumentando a incidência da polifarmácia,

exigindo uma revisão periódica do histórico medicamentoso desses pacientes.

1 Acadêmicas da 1ª série do curso de Enfermagem – Curitiba/PR 2 Enfermeira. Professora Adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected].

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(GORZONI et al., 2008). A polifarmácia pode levar o idoso a quadros de

incontinência urinária, confusão mental e quedas, essas reações adversas tendem

a aumentar até quatro vezes em pacientes que fazem o uso de múltiplos

medicamentos (SECOLI, 2001). Segundo Paula Junior et al. (2013), a polifarmácia

pode ser caracterizada como pequena, quando de dois a três fármacos; moderado,

quando de quatro a cinco; e grande, quando acima de cinco fármacos. O

farmacêutico é o profissional de saúde que possui o melhor conhecimento sobre os

medicamentos e pode auxiliar o médico e os enfermeiros sobre os problemas que

a polifarmácia acarreta, podendo então estar auxiliando esses profissionais a

diminuir a utilização de vários tipos diferentes de fármacos. Neste contexto, o

enfermeiro também possui uma atuação importante, pois é ele quem realiza a

prática de administração dos medicamentos, e para que não seja feita de maneira

errônea é necessário que ele tenha o conhecimento de farmacologia relacionado

ao tipo da droga, mecanismos de ação, excreção, atuação nos sistemas orgânicos,

além de conhecimentos de semiologia e semiotécnica e avaliação clínica do estado

de saúde do paciente (LOPES; CHAVES; JORGE, 2006). Portanto, para esse

profissional é primordial que conheça as etapas que envolvem a administração de

medicação, além de se inteirar acerca das medicações utilizadas dentro do serviço

(RANGEL; CASSIANI, 2000). Assim, é imprescindível a atuação efetiva da equipe

de saúde na atenção à saúde do idoso, uma vez que dados da literatura mostram

que 40% das receitas médicas não são revisadas durante longos períodos, 30%

das formulações são equivocadas e 10% desnecessárias (LOPERA, 2004).

JUSTIFICATIVA: Considerando que as maiores ocorrências de afecções

iatrogênicas ocorrem em idosos, o trabalho se faz necessário para acautelar os

profissionais da saúde, principalmente a enfermagem, acerca da terapêutica

medicamentosa e farmacológica. Percebendo a importância de se atentar para os

riscos que envolvem a administração concomitante de vários medicamentos em

idosos e, a necessidade de elucidar sobre as possíveis iatrogenias que podem

ocorrer com a falta de conhecimento, surgiu a seguinte questão norteadora “Quais

os riscos iatrogênicos no uso de polifarmácia em idosos?”. OBJETIVO: Conhecer

os fatores determinantes de riscos iatrogênicos no uso da polifarmácia em idosos.

METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica a qual é elaborada com

base em materiais já publicados, com propósito de fornecer fundamentação teórica

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109

ao trabalho e revelar o estágio atual do conhecimento referente ao tema (GIL,

2010). O mesmo autor cita etapas primordiais para realização da pesquisa, sendo

a primeira a escolha do tema a qual deve estar relacionada ao interesse do

estudante. A segunda é o levantamento bibliográfico preliminar para estudo

exploratório do tema, que leve a formulação do problema. Após o problema

formulado, foi realizado o levantamento de fontes bibliográficas para fornecer

respostas à solução do problema proposto. Nesta fase, a busca foi realizada em

bases de dados, utilizando as palavras-chave: idoso, enfermagem, farmacoterapia,

iatrogenia, polifarmácia tendo como critérios de inclusão artigos na íntegra, no

idioma português, no período de 2012 a 2017. As bases de dados pesquisadas

foram Google acadêmico e Scielo (Scientific Electronic Library Online) onde foram

encontrados trezentos e treze (313) artigos e, após a aplicação dos critérios de

inclusão, foram encontrados cento e vinte e sete (127) artigos, destes três (3)

permaneciam indisponíveis para a consulta. A seguir, foi realizada a leitura

exploratória e seletiva para verificar se a obra consultada interessa à pesquisa,

tendo em mente o objetivo do trabalho. Dessa forma, após a leitura dos títulos e

resumos foram excluídos oitenta e nove (89) artigos. Restando trinta e cinco (35)

artigos para a leitura analítica para ordenar as informações contidas nas fontes

selecionadas e leitura interpretativa, para relacionar com o objetivo da pesquisa, na

busca de soluções para o problema e, para correlacionar os conhecimentos dos

artigos lidos. RESULTADOS: Analisando as publicações encontradas no

levantamento bibliográfico, podemos considerar que as iatrogenias no uso de

polifarmácia em idosos, tem como fatores determinantes o desconhecimento e o

despreparo dos profissionais da saúde, além da falta de atenção ao paciente e

dedicação ao estudo da farmacoterapia associada as peculiaridades do grupo

geriátrico. Além dos efeitos prejudiciais aos idosos, a polifarmácia e a consequente

interação medicamentosa é um problema de saúde pública devido a sua ligação

com os níveis de mortalidade e morbidade. Como consequência da quantidade de

fármacos prescritos aos idosos, acaba por terem um elevado custo aos serviços de

saúde decorrentes das reações adversas e a recorrência de idas às consultas afim

de corrigir os efeitos colaterais. Portanto, os profissionais precisam buscar

conhecimentos sobre a fisiologia do envelhecimento e como esse processo natural

influencia na absorção, metabolização e excreção de medicamentos nos idosos e

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informarem-se sobre recursos alternativos ao uso de medicamentos como terapias

ocupacionais, práticas de atividades físicas e fisioterapia motora preventiva e

respiratória direcionada ao processo de envelhecimento. CONSIDERAÇÕES

FINAIS: O fato de a iatrogenia medicamentosa ser mais comum em idosos se deve

ao maior desenvolvimento de doenças nessa fase da vida levando a necessidade

de um maior número de medicamentos. Em consequência disso e considerando as

alterações ocorridas no funcionamento do corpo humano idoso, os efeitos

decorrentes dos medicamentos são mais intensos acarretando em sintomas

prejudicais para o dia a dia do paciente. Aliando a isso, o despreparo e

desconhecimento do profissional para realizar uma prescrição de medicamentos

adequada aos pacientes geriátricos, bem como, no preparo e administração

desses, pode acarretar risco de haver uma cascata iatrogênica, a qual é

significativamente maior do que em pacientes jovens. A inadequada prescrição

muitas vezes provém de um atendimento fragmentado, ou seja, sem considerar os

medicamentos prescritos por outros especialistas, promovendo, assim, a

polifarmácia e a interação medicamentosa que são precursoras da cascata

iatrogênica. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: Sendo o profissional de

enfermagem o profissional responsável pelo preparo e administração de

medicamentos, exige-se dele o conhecimento sobre farmacocinética e

farmacodinâmica afim de evitar interações medicamentosas incorretas. Além disso

é necessário se atentar aos sinais iatrogênicos apresentados pelo paciente com o

intuito de controlar os casos de cascata iatrogênica e reduzir suas reações

adversas.

DESCRITORES: Iatrogênia; Farmacoterapia; Idoso. REFERÊNCIAS LOPERA, V. A. Polifarmácia em anciano. Revista de laasociacíon Colombiana de Gerontología e Geriatria. 2004.Disponivel em < http://www.amrigs.org.br/revista/56-02/revis.pdf >. Acesso: em 04/09/2017 LOPES, C. H. A. F.; CHAVES, E. M. C.; JORGE, M. S. B. Administração de medicamentos: análise da produção científica de enfermagem. Rev. Bras. Enferm., vol. 59, n.5, 2006, p. 684-688. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672006000500017>. Acesso: em 04/09/2017.

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MORAES, E. N. et al. Principais síndromes geriátricas. Rev. Med. Minas Gerais. 2010, vol 20, n.1, pp. 54-66. Disponível em < http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_artigos/196.pdf >. Acesso: em 04/09/2017. ROZENFELD, S. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre os idosos: uma revisão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 19, n. 3, 2003. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2003000300004&script=sci_abstract&tlng=pt.>. Acesso: em 04/09/2017. RANGEL, S. M; CASSIANI, S. H. D. B. Administração de medicamentos injetáveis por via intramuscular: conhecimento dos ocupacionais de farmácias. Rev. Esc. Enferm., USP, vol. 34, n. 2, 2000, p. 138-144. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342000000200003>. Acesso:em 04/09/2017.

A INFLUÊNCIA CULTURAL NA AMAMENTAÇÃO: UM RELATO E ANÁLISE

SOB A ÓPTICA DA TEORIA TRANSCULTURAL DE MADELEINE LEININGER

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Débora Ramos1, Lucilia Oliveira1, Paula Hinata1, Wanderlei Wos2

INTRODUÇÃO: O aleitamento materno no desenvolvimento e crescimento do

recém-nascido tem papel de grande importância visto que é fator de proteção e

fornece substâncias imunológicas que defendem o organismo em crescimento

contra microrganismos invasores, auxilia na melhor nutrição, custo benefício além

de questões sociais e ambientais, minimizando adoecimentos e diminuindo índices

de hospitalizações (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Apesar da importância e

comprovações que o leite materno é a única necessidade dos lactentes até seis

meses de vida, é comum encontrar situações de desmame precoce e oferta de

outros líquidos ou alimentos. O processo de amamentar é influenciado pelos

hábitos sociais e manifestações culturais locais. A aplicação da teoria de Leininger

como referencial teórico na realização de práticas educativas auxilia no

estabelecimento de intermediação entre os sistemas profissional e popular de

cuidado. Ao conhecer as crenças e valores dos clientes relacionados às práticas

de saúde, a enfermeira pode, junto com eles, preservar, acomodar ou repadronizar

essas práticas (SEIMA et al., 2011). Segundo Leininger a proposta do cuidado

holístico que contempla a integralidade dos sujeitos e a multiplicidade de fatores

culturais, em oposição ao modelo hegemônico centrado nos sinais e sintomas das

doenças. A Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC)

permite maior aproximação do profissional e do ser cuidado, possibilita conhecer o

contexto em que vive e os fatores que podem interferir no comportamento.

Conhecer a cultura permite que as ações de enfermagem sejam planejadas em

conjunto com o ser cuidado e que sejam culturalmente congruentes (SEIMA et al.,

2011). JUSTIFICATIVA: Devido o questionamento de qual a influência da cultura

na amamentação, obtida durante a realização dos estágios. OBJETIVO: Descrever

e analisar a influência cultural na amamentação. METODOLOGIA: Trata-se de

relato de experiência, em que o acadêmico descreve a experiência em ensino

clínico de Saúde da Criança e do Adolescente e correlaciona a teoria à prática afim

1 Acadêmicas da 3ª e 4ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente E-

mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. Telefone:(41)98449-

8791. 2 Professor do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected].

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de responder suas inquietações. Foi realizado numa unidade de saúde, por

acadêmicos de Universidade Privada de Curitiba/PR, após busca na literatura para

aprofundamento sobre a influência da cultura na amamentação, que ocorreu no

período de março à abril, de 2017. As informações foram obtidas através de

entrevista com moradoras do território, com idades variadas, escolhidas de forma

aleatória no entorno da Unidade de Saúde, no campo de estágio da Saúde da

criança, perguntando: Você conhece o chá dos 40 dias (Chá40D); se sim; Sabe sua

finalidade? Conhece algum chá que auxilia na amamentação? Através destes

questionamentos buscava-se encontrar fatores comuns em todos os chás e saber

se a cultura influenciava na amamentação. Os dados foram gravados para manter

a veracidade e riqueza dos dados para posteriormente serem analisados e

transcritos, foram entrevistados também um médico fitoterápico e um farmacêutico

para tentar encontrar argumentos que justificassem ou contra indicassem a sua

utilização. Por se tratar de um trabalho acadêmico realizado durante o período de

estágio, não houve submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, porém, manteve-se

anonimato de todos os participantes. Os sujeitos serão representados pela letra “S”

seguido do número. RESULTADOS: Durante a realização do ensino clínico, numa

visita domiciliar, obtivemos informação sobre o relato de uma puérpera (S1), que

referia estar com dificuldades em amamentar seu filho, por falta de leite. Na coleta

de dados o histórico de enfermagem, foi obtido a informação que ela, por indicação

de sua mãe (S2), estava fazendo uso do Chá40D com o intuito de purificar/limpar

seu corpo, surgindo assim a inquietação: Quais ervas compunham o Chá40D?,

Quantos dias ela estava tomando e em que quantidade? O Chá40D estava

interferindo no sucesso da amamentação? Para tentar encontrar informações para

justificar a utilização do chá entrevistou-se S2 para saber a finalidade do chá e foi

obtido: “... este chá limpa e purifica a mãe das impurezas do parto.” “.. tenho

experiência, pois fui mãe três vezes e isso também ajudou a criar os sobrinhos.

“...toda vez que alguém da família tem filho eu venho para ajudar no resguardo da

mãe..” ; “... quando ele chora muito(bebê) eu dou um chazinho de camomila e ele

dorme já que o leite da mãe é fraco e pouco, isso acalma ele” (S2). Quanto a

composição do Chá40D e o tempo que a puérpera deveria tomar a resposta foi de

S2 foi: “... deve tomar o quanto antes, preferencialmente antes dos 7 dias de vida

do bebê...”; “ ... é composta por 7 ervas... Artemísia, Arruda, Noz moscada, Guiné,

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Alecrim, Erva Doce”. Vale ressaltar que algumas ervas não eram conhecidas ou

não foram encontradas na literatura não se sabe se por erro de pronúncia ou se por

serem conhecidas por nomes populares e não por nomes científicos. Para tentar

encontrar fatores comuns, foram entrevistadas seis moradoras do território, o

médico clínico Geral da unidade que também é fitoterápico e um farmacêutico. Nas

entrevistas os resultados foram: S1 “... eu não gosto..., tem gosto amargo, é ruim,

mas tomei.. “ “a erva doce até vai, é enjoativo, mas vai.. a canjica eu até tomo”. S2

“... quanto antes ela tomar é melhor”. S3 relata “... não conheço esse chá, e não sei

se é este, mas sei que existe um chá de arruda, pinga e açúcar que se toma quando

amamenta para limpar o corpo”. Já S4, “... o chá de arruda com cachaça e toma

para ajudar na descida do leite..”, S5 “... para preparar você utiliza arruda, guiné e

pinga, para tirar a friagem, limpar o corpo, pra tomar depois do banho”. S6 “... toma

chá de arruda após 40 dias do nascimento da criança, e também pode tomar

funcho(erva doce) com leite pra ajudar na amamentação”, S7 “... não conheço, mas

tem um chá de arruda com noz moscada que é bom para purificar o corpo e descer

o leite, bom também pra levantar recaída”, S8 “... conheço o chá, deve tomar uma

vez antes de completar os 40 dias de pós parto, tem que ferver pinga ou vinho com

sete ingredientes, artemizia, arruda, alecrim, hortelã, cravo, canela e noz moscada,

para limpar, tirar o “mal” e produzir leite”. S9 “... as ervas amargas na sua maioria

são constritivas e auxiliam na constrição uterina, porém podem seus princípios

ativos serem passados através do leite materno, deixando o leite com um gosto

amargo ou ocasionando obstipação ou recusa do leite pelo bebê”. S10... “para se

ter uma resposta precisa deveria ser quantificando o quanto elas usam destas ervas

e como estão utilizando, e correlacionar os sinais e sintomas dos bebês, afinal não

dá para descartar que estejam influenciando na amamentação”. DISCUSSÃO:

Buscando na literatura, observamos as propriedades de cada componente do

Chá40D, as quais evidenciam propriedades terapêuticas variáveis. Sobre os

achados, sob a óptica de Leininger, constatamos que devemos realizar a

negociação e manutenção do cuidado cultural, para não interferir na saúde da

criança, já que as substâncias do Chá40D citadas, podem ser transportadas pelo

leite materno, e gerar a criança, toxicidade, contribuir para o desmame precoce e

privar o lactente de uma ingestão adequada de nutrientes, água, proteínas,

gorduras e anticorpos. Por isso, negociamos com a mãe para continuar tomando

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algumas plantas/ervas contidas no chá, como hortelã, cravo, canela e noz

moscada, com água ou suco de uva, mas não com bebidas alcoólicas. E a

manutenção da alimentação da criança, o chá de camomila; respeitar a

amamentação exclusiva até seis meses de vida. Constatado que os bebês que as

mães tomaram o Chá40D estavam obstipados com intervalos para evacuação

maior que quatro dias; as puérperas apresentavam ingurgitamento mamário, pouco

leite ou fissuras mamárias além de relatar que os bebês choravam muito e ficavam

irritados ao serem colocados ao seio. Como possíveis respostas, sugerimos um

aprofundamento na pesquisa para saber se a constituição destes leites e confirmar

se o paladar estaria influenciando no comportamento destes bebês. A recusa está

ocasionando o ingurgitamento, fissuras, dor, irritabilidade materna e do bebê, perda

de peso e desmame precoce. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Evidencia-se a

importância do conhecimento das crenças e valores para permitir melhor

aproximação entre profissional e cliente, e assim, garantir a melhor formação do

enfermeiro e maior eficiência nas ações da enfermagem, e também sua influência

na amamentação. Sendo assim, conclui-se que a aplicação da teoria TDUCC no

contexto da amamentação, foi de grande valia, pois permitiu observar e auxiliar na

melhor assistência ao cliente sobre o sucesso na amamentação respeitando a

cultura local, e assim assegurando o melhor desempenho dos profissionais de

enfermagem perante o cuidado integral dos indivíduos.

DESCRITORES: Aleitamento Materno; Cultura; Desenvolvimento Infantil. REFERÊNCIAS BARNES, J.; ANDERSON L. A.; PHILLIPSON, J. D.; Fitoterápicos. Artmed,ed, 3, São Paulo, 2012. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: Nutrição Infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. Ed. MS, n. 23, Brasília, 2009. SEIMA, M. et al. A produção científica da enfermagem e a utilização da teoria de Madeleine Leininger: revisão integrativa 1985 – 2011. Rev. Anna Nery, v. 15. n. 4. Rio de Janeiro, 2011.

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO

DA DOENÇA ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO

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Paula Hiromi Omoto Anabuki1, Melania Caline da Silva Carvalho¹, Luiz Eduardo de lima

giamberardino1, Laise Chemin Iankauskas¹, Carla Fabiane Rodrigues dos Santos1, Julio

Cesar Francisco2

INTRODUÇÃO: A doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) é uma síndrome

que acometem pacientes que recebem transplante alogênico de medula óssea. É

caracterizada pela ativação das células da medula óssea derivada do doador por

antígenos do tecido do hospedeiro. Concilia aspectos de autoimunidade e

imunodeficiência do paciente resultando nas principais causas de morbimortalidade

em transplantes (Ferrara, et al, 2012). A doença do enxerto contra hospedeiro ocorre

com maior frequência em pacientes com leucemia submetidos a um transplante de

medula óssea. Há duas condições de DECH distintas: aguda e a crônica. Ambas

podem desenvolver-se nos primeiros 100 dias após o transplante de medula óssea.

A fase aguda pode surgir até a terceira semana pós transplante e clinicamente é

caracterizada por dores abdominais, diarreia e icterícia entre outros. Já a fase

crônica da doença pode se manifestar após 3 meses do transplante e apresenta

características semelhantes às das doenças autoimunes (INCA, 2017). Por ser uma

doença com múltiplos sintomas, há necessidade de observações constantes no

quadro evolutivo do paciente após intervenção. Observa-se então a importância do

cuidado multidisciplinar em pacientes nestas condições. E é neste contexto que o

profissional da enfermagem se destaca por ser o profissional mais próximo do

paciente e seus familiares, tendo a responsabilidade de ações e planos

terapêuticos para a melhora da qualidade de vida destes pacientes (RIZZO al, 2013).

Este trabalho tem como objetivo revisar a literatura da doença enxerto contra

hospedeiro e alertar quanto à importância do profissional de enfermagem no

ambiente hospitalar, uma vez que a DECH é a principal causa de mortalidade e

morbidade dos pacientes após transplante de medula óssea, sendo o seu

acompanhamento fundamental para a sobrevida do paciente. MÉTODO: O método

utilizado neste trabalho é qualitativo por meio de revisão bibliográfica narrativa. A

1 Acadêmicas da 1ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected], [email protected] 2 Professor Assistente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Especialista em Hematologia Laboratorial, Doutor em Biotecnologia. Email: [email protected]

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117

coleta de dados teve início pela seleção dos descritores: “doença enxerto-

hospedeiro”; “enfermagem”; “cuidado de enfermagem”; “graft-versus-host disease”;

“nursing”; “nursing care”. Estes descritores são indexados nos Descritores em

Ciências da Saúde – DeCS. As bases de dados investigadas correspondem:

Capes, SCIELO, PubMed. Foram discutidos, neste presente estudo, 264 artigos

encontrados, e destes, 5 foram utilizados para a discussão. DESENVOLVIMENTO

DO ESTUDO: Devido as reações imunológicas presentes no paciente, observa-se

como sinais da DECH, por meio de exames laboratoriais e imunopatológicos

(biópsia): morte das células da pele, gastro-intestino e fígado do paciente, além de

atrofia e fibrose de certos órgãos do receptor. Porém pequenos sinais e sintomas

iniciais podem ser observados no dia a dia do paciente para diagnosticar a DECH.

Estes aspectos podem ser: erupções cutâneas, manchas na pele, coceira e

icterícia; vômito, diarreia e cólicas abdominais; irritação, coceira e ressecamento

ocular. Observa-se neste contexto, a primeira responsabilidade do enfermeiro de

identificar pequenos sinais do início desta doença para alertar outros profissionais

envolvidos. A DECH é normalmente tratada com terapia imunossupressora.

Médicos prescrevem imunossupressores aos pacientes até mesmo antes de

submeter ao transplante como prevenção. Esses medicamentos reduzem a

resposta imunológica das células do doador e são geralmente esteroides

administrados pela via endovenosa ou oral. A administração destes medicamentos

é de responsabilidade do enfermeiro no âmbito hospitalar. Portanto a importância

do profissional da enfermagem no transplante de medula óssea é indiscutível, pois

ele é o profissional diferenciado dos outros profissionais no que tange a

administração de diversos tipos de medicamentos e procedimentos, além de estar

pronto para enfrentar o risco do desenvolvimento de complicações (MARINHO, et al,

2011). Muitos hospitais especializados apresentam programas orientativos pós

transplante com a presença de diferentes profissionais da saúde. Estes programas

auxiliam no monitoramento das alterações vitais e instrui a família sobre os efeitos

terapêuticos e colaterais dos medicamentos, bem como a recuperação pós

transplante e orienta na importância de informar ao médico esses efeitos (HOY, et

al, 2011). Nos programas de transplantes de medula óssea um dos papéis dos

enfermeiros como membro de equipe multidisciplinar é prover cuidado de qualidade

aos pacientes, sendo constantemente desafiado. Prestam os cuidados básicos

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diários ao paciente, como: alimentar, evacuar, higienizar, levantar, deslocar, bem

como a promoção e reabilitação da saúde de candidatos, receptores e seus

familiares longo da vida (HOY, et al, 2011). Além dos cuidados com os pacientes,

doadores e receptores cabe ao enfermeiro aplicar a sistematização da assistência

de enfermagem, em todas as fases do processo de transplante, que inclui o

acompanhamento pré e pós-transplante (ambulatorial) e transplante (intra-

hospitalar) necessitando que o profissional tenha aptidões clínicas necessárias que

vão além daquelas obtidas durante a graduação em enfermagem (HOY, et al, 2011).

E por fim, estas aptidões estão inseridas no ensino e aconselhamento de

receptores e doadores no tocante à gestão do autocuidado, identificando as

situações de risco e tomando as medidas necessárias para o conforto a família no

enfrentamento ao óbito (HOY, et al, 2011). Dessa forma, o enfermeiro desempenha

papel crucial em prestar assistência de qualidade, através do conhecimento e dos

princípios de boas práticas éticas oferecidas aos pacientes e seus familiares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Deste modo, conclui-se que o profissional de

enfermagem é essencial no tratamento do paciente com doença enxerto contra

hospedeiro, tendo como foco principal o cuidado em todas as fases da doença, ou

seja, pelo manejo e controle dos sinais e sintomas relacionados com a doença e na

manutenção da qualidade de vida do paciente.

DESCRITORES: Doença Enxerto-Hospedeiro; Enfermagem, Cuidado de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio deJaneiro: Diagraphic; 2012. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 200/97. Normatiza a atuação dos Profissionais de Enfermagem Hemoterapia e transplante de medula óssea. 2017 [acesso 2017 Out 25]: Disponível em: http://site.portalcofen.gov.br. FERRARA JL. et al. Graft-versus-host disease. Lancet. V. 373, n.9674, p.1550-6, May/2012. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. Câncer de próstata [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [acesso em 2017 outubro 17]. Disponível em: http://redome.inca.gov.br/medula-ossea/o-que-e-o-transplante-de-medula-ssea/

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MAJHAIL NS, RIZZO JD. Surviving the cure: long term followup of hematopoietic cell transplant recipients. Bone Marrow Transplant. V. 48, p.1145- 51, mar/2013. MARINHO A, et al. Efetividade, produtividade e capacidade de realização de transplantes de órgãos nos estados brasileiros. Cad Saúde Pública. V.27, n.8, p.1560-8, Ago/2011. WELLINGTON AZEVEDO. GVHD Acute graft-versus-host disease Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.32 supl.1 São Paulo May 2010 Epub June /2010

O CONHECIMENTO DA SINDROME DE BURNOUT PARA AUXILIAR O

CUIDADO DA ENFERMAGEM

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Ana Beatriz Gomes de Oliveira1, Luiz Claudio Sobrinho do Nascimento2

INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse é

considerado uma epidemia global desde 1995. Com a evolução dos estudos com

relação ao estresse, surgiram relatos sobre a Síndrome de Burnout, onde é definida

quando o trabalhador acaba perdendo o sentido da relação com seu trabalho, onde

as coisas não tem importância. Essa síndrome foi conhecida como um risco

ocupacional, para aquelas profissões que envolvem cuidados com a saúde,

educação e serviços humanos, ou seja, ela acaba afetando principalmente os

profissionais da área de saúde ou cuidadores, quando ocorre um contato direto com

os usuários, destacando se o trabalho dos profissionais de saúde (FRANÇA;

FERRARI, 2011). A síndrome é caracterizada por três dimensões: exaustão

emocional, diminuição da realização pessoal e despersonalização. A primeira

dimensão está relacionada a sentimentos de fadiga e recursos emocionais, que são

relacionadas necessárias para lidar com situações de estresse. A segunda

dimensão é relacionada a uma percepção de deterioração da auto competência e

insatisfação consigo mesmo com relação ao sucesso e realização no seu trabalho.

A terceira dimensão está relacionada às atitudes negativas, ceticismo,

insensibilidade e despreocupação com relação às outras pessoas. Os fatores são

preocupantes e capazes de causar danos, para os indivíduos acometidos e também

aqueles que recebem os cuidados. Podemos considerar o cansaço emocional

como um traço inicial, que tem manifestações física, psíquica ou uma combinação

das duas coisas. A despersonalização é caracterizada por insensibilidade

emocional do profissional, com condutas cínicas e dissimuladas, sendo uma reação

imediata após a instalação do cansaço. A realização pessoal baixa faz referência à

auto avaliação negativa que está associada a uma insatisfação e desanimo com o

trabalho, surgindo àqueles sentimentos que não vale a pena (CARVALHO;

MAGALHÃES, 2011). A área de enfermagem demanda conhecimento técnico

cientifico que se volta para o cuidado humano e holístico, onde o enfermeiro

necessita ter várias habilidades como: cognitivas, interpessoais e psicomotoras

1 Acadêmica do 4º ano, Curso de Enfermagem, Universidade Positivo, Curitiba, Paraná, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Docente Curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Especialista em gestão em serviços de saúde.

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com fundamento na teoria. Com isso hoje a enfermagem é um componente

indispensável na realização da assistência médica (FRANÇA; FERRARI, 2011).

Com isso ocorre a exigência da capacidade técnica científica dos profissionais de

enfermagem. Contudo, em contrapartida, ocorre uma baixa oferta da remuneração

e um aumento na sobrecarga de trabalho. Com isso fica possível observar um

ambiente de trabalho, com alterações psíquicas que acabam levando a um nível de

exaustão emocional, com a perda de interesse pelas pessoas, e por último um

baixo rendimento profissional e pessoal (FRANÇA; FERRARI, 2011).

JUSTIFICATIVA: Tendo em vista que a Síndrome de Burnout atinge os

profissionais de enfermagem é importante que os enfermeiros tenham o

conhecimento da doença, para conseguir identificar a mesma, e realizar estratégias

que possam vir a evitar seu desenvolvimento ao longo da jornada de trabalho.

OBJETIVO: O objetivo desse trabalho é identificar as estratégias utilizadas pela

enfermagem para a prevenção da Síndrome de Burnout. METODOLOGIA: Trata-

se de uma pesquisa bibliográfica, que implica em um conjunto ordenado de

procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso,

não pode ser aleatório (LIMA; MIOTTO, 2007). De acordo com Salvador (1986),

autor que precedeu e influenciou os estudos de Lima e Miotto (2007) a elaboração

da pesquisa bibliográfica compreende quatro fases que se complementam, sendo

a primeira a elaboração do projeto de pesquisa, na qual consiste na escolha do

tema a ser trabalhado, formulação do problema de pesquisa e elaboração do plano

com o intuito de responder as questões formuladas. A fase seguinte, denominada

investigação das soluções, o pesquisador compromete-se com a coleta da

documentação, dividida em duas etapas: levantamento da bibliografia e

levantamento das informações contidas na bibliografia, estudando os dados e

informações presentes no material. Destaca-se que os resultados da pesquisa

dependem da quantidade e da qualidade dos dados coletados. Para esta fase

delimitou-se critérios de inclusão para a escolha do material, sendo estes critérios,

artigos que trabalhassem com a temática de estudo, publicados entre 2010 até

2017, completos, disponíveis eletronicamente, escritos em língua portuguesa,

provenientes do Brasil. Os critérios de exclusão, artigos que não trabalhassem com

a temática de estudo, que estivessem fora do ano proposto, que não estivessem

completos e disponíveis eletronicamente escritos em língua portuguesa,

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proveniente do Brasil. A base de dados para a coleta Google Acadêmico, foram

encontrados 2 artigos. O período de coleta foi de agosto á outubro de 2017.

RESULTADOS: A síndrome de Burnout afeta principalmente os profissionais da

saúde, os auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros, pois

tem uma relação direta com outro indivíduo. Com o passar do tempo, os

profissionais acabam tendo uma diminuição na realização profissional, tornando–

se insatisfeito e infeliz no seu trabalho. Isso pode ocorrer por vários motivos, como:

condições de trabalho, sobrecarga, horários inadequados, baixo rendimento

salarial, baixo conhecimento profissional na instituição. O enfermeiro tem que ter o

conhecimento da doença, para conseguir ajudar seus profissionais, ou até mesmo,

evitar o desenvolvimento da síndrome na sua equipe. È importante traçar

estratégias para enfrentar os problemas existentes no ambiente de trabalho,

diminuir as dificuldades, oferecer suporte de trabalho aos trabalhadores,

proporcionar melhores condições dentro e fora do ambiente de trabalho. As

estratégias proposta devem ser elaboradas conforme as necessidades do indivíduo

no momento, e ser realizados ajustes ambientais para reduzir os eventos adversos,

e melhorar o retorno do indivíduo ao seu ambiente de trabalho. Podemos citar como

estratégias a implementação de ações que beneficiem a integração interpessoal e

melhoria das condições de trabalho. Na prevenção a doenças ocupacionais e os

agravos a saúde dos trabalhadores, podemos citar a comunicação organizacional

eficaz, melhoria da sinalização dos espaços físicos, melhores condições de

trabalho, redimensionamento do setor de recursos humanos e o reconhecimento

do mérito profissional. Especialistas descrevem a necessidade de capacitação dos

profissionais através de processos de educação permanente. Há autores que

colocam os riscos psicossociais relacionados ao trabalho como falta de preparo,

sobrecarga, horas exaustivas de trabalho, conflitos de equipe, dificuldade de

conciliar o trabalho com sua família, onde os recursos humanos e os recursos

matérias insuficientes podem desenvolver a Síndrome de Burnout. É necessário

rever a forma de trabalho, para que possamos evitar o desenvolvimento da

Síndrome de Burnout nos profissionais. Promovendo bem estar, melhorar as

condições de trabalho, realizar dinâmicas em grupo, reconhecer seu desempenho

profissional, motivar esse funcionário em sua atividade, realizar uma educação

continua, treinamentos sobre temas que tem relação ao dia a dia, realizar

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mudanças de atividades para que o funcionário não caia na sua rotina, tentando

promover sempre seu empenho e desenvolvimento dentro do ambiente de trabalho.

CONCLUSÃO: Podemos concluir que uns dos papeis do enfermeiro frente a uma

equipe e instituição é prevenir o surgimento da Síndrome de Burnout. O enfermeiro

necessita ter o conhecimento da mesma, pois só assim conseguirá realizar

estratégias, devendo ter uma visão daquilo que é possível realizar para melhorar o

ambiente de trabalho. Importante saber distinguir quando um profissional apresenta

sinais da doença, sinais que pode estar colocando em risco sua vida e a vida

daqueles que necessitam de cuidado. Importante também saber quais medidas

deverá tomar, quando algum funcionário demostre os sinais da síndrome de

burnout. Devendo sempre, manter um ambiente de trabalho favorável para todos

aqueles envolvidos.

DESCRITORES: Saúde do Trabalhador; Enfermagem do Trabalho; Esgotamento

Profissional.

REFERÊNCIAS CARVALHO, C. G; MAGALHÃES, S, R. Síndrome de burnout e suas consequências nos profissionais de enfermagem. 2011. Disponível em: <http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/viexfile/86/pdf> Acesso em 15 de setembro de 2017 FRANÇA, F. M; FERRARI, R. Síndrome de Burnout e os aspectos sócio-demográficos em profissionais de enfermagem. 2011. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/3070/307026618004.pdf> Acesso em 7 de setembro de 2017 LIMA; MIOTTO. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. 2007. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxwcm9mZXNjaG1pdHp8Z3g6N2EyNjUxNDNlMDAyNzA5> Acesso em: 15 de setembro 2017.

COMPLICAÇÕES EM ACESSO VENOSO PERIFÉRICO

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Dayane Alves dos Santos1, Erica da Silva Rodrigues¹, Maria Fernanda Pereira¹, Narjara

dos Santos¹, Natan de Assis Brandt¹, Yara de Oliveira Brandão2.

RESUMO: Complicações em acesso venoso periférico são recorrentes em

ambientes hospitalares e através da revisão de artigos, percebe-se que a

complicação mais comum é a flebite, presente em 24,7% dos casos. Esses

problemas podem estar relacionados com a técnica de inserção do cateter e/ou

com a assepsia do processo realizado pelo profissional. INTRODUÇÃO: O Cateter

Intravenoso Periférico (CIP) é um dispositivo indispensável na área hospitalar,

utilizado para manter acesso da veia periférica. É através deste acesso que

diversos procedimentos são realizados, desde a infusão de medicamentos,

hemoderivados e dieta parenteral, até a realização de hemodiálise e coleta de

amostra de sangue para exames laboratoriais. O acesso deve ser feito

preferencialmente por vias endovenosas dorsal das mãos e antebraços, podendo

ser utilizados scalp (butterfly), cateter venoso de poliuretano, teflon e vialon,

dependendo do procedimento que será realizado através do CIP. A fixação,

manutenção, administração de medicamentos e prevenção de complicações são

responsabilidades do profissional de enfermagem. São inúmeras as complicações

que podem ocorrer por cateterização venosa periférica, alguns exemplos são

infecções, flebite, trauma mecânico; trauma químico; vaso espasmo; trombose;

embolização, hemorragia; injeção inadvertida de medicações e sepse

(MAGEROTE, et al. 2011). Essas complicações podem estar relacionadas com a

técnica de inserção do CIP, com a anatomia do local, com o tamanho do dispositivo,

com o número de inserções ou com o tipo de fluidos administrados e concentração

dos mesmos (MAGEROTE, et al. 2011; PEREIRA; ZANETTI, 2000). Na área

hospitalar a flebite é a mais frequente das complicações, causando interrupção da

Terapia Intravenosa (TIV). Segundo um estudo realizado por Urbanetto et al., de

231 pacientes com acesso venoso periférico, 24.7% apresentavam flebite como

complicação pós instalação do cateter. Uma vez que mais de 50% dos pacientes

1 Acadêmicas da 1ª série de Enfermagem da Universidade Positivo, [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] - Contato: (41) 99694-4433. 2 Mestre em Microbiologia, parasitologia e patologia pela Universidade Federal do Paraná. Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista. Docente do curso de graduação de enfermagem da Universidade Positivo. [email protected].

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hospitalizados, durante a internação, precisam utilizar cateter, seja ele periférico ou

central (Urbanetto et.al, 2011). É essencial que o profissional de enfermagem

possua conhecimento técnico cientifico para realizar este procedimento e esteja

ciente das possíveis complicações e de como evita-las. JUSTIFICATIVA: Ao reunir

informações de educação em saúde sobre os cuidados aos pacientes submetidos

a Acesso Venoso Periférico, tem-se um instrumento que auxiliará na identificação

e prevenção das possíveis complicações que se apresentam no CIP. OBJETIVO:

Atentar principais complicações secundárias à utilização do Cateter Venoso

Periférico e suas consequências. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão

integrativa de literatura, onde foram reunidos e sintetizados estudos publicados

sobre os cuidados e orientações de enfermagem utilizando o tratamento com

Cateter Venoso Periférico. Para guiar a revisão integrativa, formulou-se a seguinte

questão: Quais são as complicações decorrentes da terapia intravenosa em

pacientes? Para a seleção de literatura, foram utilizados como critérios de inclusão:

Assunto principal: Acesso Venoso, complicações, medidas de prevenção e

controle, contaminação do cateter. Tipos de estudo: Relatos de casos, protocolos

relacionados. Limite: acesso periférico. Idiomas: português. Ano de publicação:

2000 a 2016. Quanto aos critérios de exclusão: todos os que não se encaixam nas

exigências anteriores. A base de dados utilizada foi: SCIELO e REDALYC. Os

descritores utilizados para a busca: Enfermagem, Acesso Venoso Periférico e

Complicações. Após a busca pelos critérios os dados dos artigos encontrados

foram categorizados, discutidos e classificados segundo os objetivos da revisão

integrativa. RESULTADOS: A partir da leitura e discussão dos artigos, os

problemas relacionados ao Acesso Venoso Periférico foram identificados. As

complicações relacionadas ao uso do cateter podem ser locais ou sistêmicas, locais

referem-se aos ferimentos que se apresentam ao redor do local de inserção do

cateter e podem ser reconhecidas precocemente percebendo que surge

hematoma, oclusão, flebite, tromboflebite, infiltração, extravasamento e infecção

local. Os principais fatores de risco para infecções relacionadas ao uso do cateter

venoso periférico incluem a trombogenicidade do material de que o cateter é feito,

a duração prolongada da cateterização, local de acesso vascular e a aplicação de

medidas profiláticas como a prévia higienização das mãos do profissional na

instalação e no manuseio do CIP. O cateter de segurança deve ser confeccionado

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de biomaterial poliuretano, apresentando agulha siliconizada com bisel biangulado

e trifacetado conectado ao mandril e com tubo extensor vinílico transparente. É

recomendada a troca do cateter de 72 a 96 horas para prevenção de flebite. A

seleção do local pode minimizar o risco de infecção, sendo as veias de preferência:

braquial (41,71%), radial (38,50%), ulnar (11,23%) e safena (0,53%) (Barbosa;

Carvalho; Moreira, 2016). De acordo com um estudo realizado por Barbosa et al.,

em 2016, as complicações se apresentam, na maioria dos casos, em cateteres

localizados nos membros superiores e ao permanecerem por muito tempo, o que

proporciona a colonização no sitio de inserção por microrganismos, aumentando os

riscos de infecção e podendo desencadear a formação de coágulos e trombos. Para

evitar a multiplicação de microrganismos são necessárias medidas profiláticas, que

se iniciam com a higienização das mãos dos profissionais e a adequada preparação

da pele com antissépticos. A não utilização das medidas profiláticas pode criar uma

complexa relação entre o cateter, o hospedeiro e os microrganismos, causando

iatrogenias que vão desde um quadro inflamatório não associado à infecção até um

quadro de septicemia, com comprometimento do estado geral do paciente,

podendo levar à morte. Além de infecções e septicemia, existem outras

complicações relacionadas ao CIP. A ruptura da parede do vaso, por exemplo, pode

levar ao extravasamento da solução infundida, situação conhecida como infiltração,

causando dor e edema local, associados à formação de um hematoma. Uma das

complicações mais frequentes é a flebite, sendo responsável por até 50% das

complicações relacionadas ao acesso venoso periférico. A flebite é uma inflamação

na veia, caracterizada por sinais flogísticos no local de inserção do dispositivo

intravascular como calor, rubor, dor, secreção purulenta, desconforto e eritema ao

redor do local de inserção ou ao longo do trajeto da veia, podendo evoluir para um

cordão venoso palpável. Esta inflamação da veia pode ser desencadeada por um

trauma mecânico provocado pelo contato do cateter com a parede do vaso, com

variação de risco dependente do material do cateter e da movimentação do mesmo

dentro do vaso, ou por trauma químico, atribuído à capacidade de agressão da

droga infundida à parede do vaso. A variação do risco neste caso está relacionada

ao pH, osmolaridade e compatibilidade entre drogas. Além dos fatores químicos e

mecânicos, a flebite pode ser atribuída a um trauma infeccioso, ou seja, à invasão

de microrganismos, como já mencionando anteriormente. Embora todas as

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complicações devam ser consideradas e prevenidas, é necessário atentar para a

prevenção da flebite, uma vez que pode ter consequências graves. CONCLUSÃO:

Através desta revisão integrativa de literatura, conclui-se que a higiene e o cuidado

do profissional de enfermagem na instalação e na manutenção do CIP são

indispensáveis para a prevenção das devidas complicações relacionadas ao

mesmo. O enfermeiro deve ser responsável e fazer a higiene das mãos, o uso de

luvas, a antissepsia da pele, a manutenção de infusão venosa de sistema fechado

e a adoção de medidas assépticas do preparo de medicamentos. IMPLICAÇÕES

PARA ENFERMAGEM: Tendo o profissional de enfermagem um papel essencial

na manobra de Inserção do Cateter, percebe-se uma necessidade por parte dos

profissionais de conscientizarem-se da importância da higiene de suas mãos, da

antissepsia do local de inserção, do uso de luvas, da manutenção do CIP e da

atenção aos sinais e sintomas das complicações mais recorrentes.

DESCRITORES: Acesso Venoso Periférico, Enfermagem, Complicações. REFERÊNCIAS Barbosa, A. K., Carvalho, K. R., & Moreira, I. C. (2016). Ocorrência de flebite em acesso venoso. Enfermagem em Foco, 37-41. Barros, C. K.-H., & Ferreira, Â. (30 de setembro de 2014). Incidência de flebite em uma Unidade de Clínica Médica. Texto contexto - enfermagem. 23, pp. 633-638. Danski, M. T., Johann, D. A., Vayego, S. A., Oliveira, G. R., & Lind, J. (2016). Complicações relacionadas ao uso do cateter venoso periférico: ensaio clínico randomizado. Acta Paulista de Enfermagem, 84-92. Magerote, N. d., Lima, M. H., Silva, J. B., Correia, M. D., & Secoli, S. R. (2011). Associação entre flebite e retirada de cateteres intravenosos periféricos. Texto Contexto Enfermagem, 486-492. Martins, K. A., Tipple, A. F., Souza, A. C., Barreto, R. A., Siqueira, K. M., & Barbosa, J. M. (2008). Adesão ás medidas de prevenção e controle de infecção de acesso vascular periférico pelos profissionais da equipe de enfermagem. Ciência, Cuidados e Saúde, 485-492. Tardivo, T. B., Neto, J. F., & Junior, J. F. (2008). Infecções Sanguíneas Relacionadas aos Cateteres Venosos. Brasil Clínica Médica, 224-227.

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FATORES DE NÃO ADESÃO À IMUNIZAÇÃO INFANTIL

Milena Cristina de Lima1, Raphaela Xavier de Oliveira ¹, Suellen Moraes da Silva ¹, Michel

1 Acadêmicas da 2ª série do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]; [email protected]; e [email protected].

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129

Marcos Dalmedico1

INTRODUÇÃO: A imunização pode ser definida como tornar um organismo imune

a um agente patogênico, tendo grande importância para a saúde populacional já

que oferecem controle, prevenção ou erradicação de inúmeras enfermidades

(ANDRADE et al., 2014). Seu principal objetivo é auxiliar na erradicação ou

diminuição da taxa de morbimortalidade causada por doenças. As crianças e os

idosos apresentam maior predisposição a enfermidades, o atraso ou o não

cumprimento do calendário vacinal pode acarretar diversos problemas de saúde

pública, como a longo prazo o reaparecimento de doenças consideradas

erradicadas (PEREIRA; IVO, 2016). O vacinar vai além da administração do

imunobiológico e para isso os profissionais da saúde devem estar capacitados e

atualizados para orientar os responsáveis pelas crianças sobre as vacinas, a

prevenção de doenças e a importância de um calendário vacinal em dia (ANDRADE

et al., 2014). JUSTIFICATIVA: Os riscos de morbimortalidade por doenças

preveníveis aumentam a cada esquema vacinal não aplicado. Esta revisão

bibliográfica foi motivada pela dificuldade de profissionais de enfermagem em

conscientizar a população sobre a importância da vacinação e evitar assim a não

adesão à imunização. QUESTÃO NORTEADORA: Manter o calendário vacinal em

dia é de extrema importância, quais os fatores que levam os pais a não aderirem a

vacinação? OBJETIVO: Descrever os fatores que levam a não adesão ao

calendário vacinal infantil e a importância de manter a vacinação em dia.

METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o tema “fatores que

levam a não adesão do calendário vacinal infantil”, sejam eles relacionados a

questões e condições familiares ou a falta de recursos para tal. O trabalho foi

realizado com consulta a três artigos e um manual de normas técnicas, produzidos

entre os anos 2013 e 2016, que abordam essa questão. Foram excluídos artigos

com temática de oposição e contraindicação a vacina. DISCUSSÃO: A vacinação

é um recurso de grande importância para a saúde coletiva, graças a ela, no Brasil,

foram erradicadas a varíola e a poliomielite, mas estes indicadores isoladamente

não são suficientes para garantir a comoção da população em manter o esquema

1 Mestre em Enfermagem pela UFPR, especialista em terapia intensiva. E-mail: [email protected].

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de imunização em dia. Apesar da variedade e disponibilidade dos imunobiológicos,

os profissionais de saúde vivenciam a existência de uma grande parcela de faltosos

à vacinação básica. A discussão sobre os fatores que levam à não adesão das

vacinas é incipiente, porém de grande importância para o manejo das

morbimortalidades causadas por doenças preveníeis através da imunização

(SILVEIRA et al., 2016). Estudos apontam que a não vacinação infantil pode ter

diferentes origens. Segundo Silveira (2016), as crianças com o menor índice de

vacinação são filhos de mães adolescentes, de pais com baixa escolaridade e

família de baixa renda. A baixa instrução dos pais afeta significativamente a

vacinação das crianças, visto que os pais podem apresentar dificuldade na

compreensão da importância de se ter o calendário vacinal em dia e na realização

de doses subsequentes. Por outro lado, segundo Andrade (2014), mesmo com o

baixo nível de instrução os pais reconhecem a importância da vacinação e que sem

ela seus filhos ficariam vulneráveis a contrair determinadas doenças, mesmo não

sabendo responder contra qual doença a criança está sendo imunizada. O

esquecimento das doses seguintes é um dos fatores que mais levam aos atrasos

vacinais, esta situação não está relacionado apenas à questões socioeconômicas

dos pais ou responsáveis, também pode ser provocado pela falta de orientação e

comunicação dos profissionais da saúde. Há pesquisas que mostram que quando

os responsáveis pelas crianças não entendem o quão importante é manter a

vacinação em dia, há baixa adesão a mesma (ANDRADE et al., 2014). Com base

nisso os profissionais de saúde devem estabelecer vínculos com os familiares para

facilitar o repasse das informações e também devem estar capacitados e

preparados tecnicamente para realizar uma educação em saúde eficiente, de modo

que pais e responsáveis consigam compreender a grande importância da

vacinação em dia. Outro fator que acarreta o atraso do calendário vacinal é a

indisponibilidade, em algumas Unidades de Básicas de Saúde (UBS), dos

imunobiológicos e matérias necessários para a aplicação, sendo assim, o governo

tem o dever de arcar com as vacinas, o Estado com materiais necessários, como

agulhas e seringas, e o município de gerenciar insumos. Além disso, é primordial

que os enfermeiros acompanhem de perto a sala de vacina, supervisionando os

estoques, controlando entradas e saídas (administração) e a validade de

imunobiológicos a serem administrados. O profissional de enfermagem, mantém

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um maior vínculo com o paciente e assim, é ele um dos principais responsáveis

pela conscientização dos pais e responsáveis sobre a importância da vacinação,

promover ações de educação em saúde, estimular a coparticipação e a

corresponsabilidade da família na situação vacinal. CONCLUSÃO: Os fatores

responsáveis pela não adesão da vacinação são variáveis. Alguns autores

defendem que a falta de informação e instrução dos pais é o responsável por haver

crianças não vacinadas, outros acreditam que o principal problema é o

esquecimento das datas programadas. Agregado a isso há o fator de falta de

insumos nas Unidades de Saúde, sejam eles os materiais para a aplicação da

vacina ou os imunobiológicos de fato. Independentemente da causa da não adesão

a imunização, a busca por faltosos em vacina é um desafio diário para os

profissionais da enfermagem e um alerta a saúde da população. Além de

intensificar e criar estratégias para busca de crianças não vacinadas é importante

trazer à memória dos usuários do sistema de saúde as doenças já erradicadas

através dos Programas Nacionais de Imunização e os benefícios que o ato de

vacinar traz a saúde da coletividade.

DESCRITORES: Atenção Primária à Saúde; Vacinas; Recusa de Vacinação.

REFERÊNCIAS ANDRADE, D. R. S; LORENZINI, E; SILVA, E. Conhecimento de mães sobre o calendário de vacinação e fatores que levam ao atraso vacinal infantil. Revista Cogitare Enfermagem, 2014. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/4836/483647660014/. Acesso em: 08/08/2017. BRASIL, Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2014. PEREIRA, A. M; IVO, O. P. Causas do atraso do calendário vacinal em menores de dois anos. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 5, n. 2, 2016. Disponível: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/1068/726. Acesso em: 08/08/2017. SILVEIRA, M. D; et al. Motivos para o atraso no calendário vacinal de crianças em uma unidade básica de saúde no Sul do Brasil. Revista de Atenção à Saúde, v. 14, n. 49, 2016. Disponível em: http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/3625/pdf. Acesso em: 08/08/2017.

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132

ANÁLISE DE UM PRONTO ATENDIMENTO INFANTIL SOB A ÓTICA DA

TEORIA AMBIENTALISTA

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Juan Guilhermo Ruas Rossi1, Cliciane Alves de Oliveira¹, Evilyn Tamiris Viana¹, Tânia

Cristiniane da Silva¹, Yckaro Martins dos Santos1, Kátia Renata Antunes Kochla2

INTRODUÇÃO: Pronto atendimento são unidades que funcionam 24 horas, sete

dias na semana e, tem como objetivo principal atender paciente com risco de morte,

mas também atendem demandas sem risco eminente. Todavia, isso sobrecarrega

esses ambientes ocasionando certa demora por isso é bem importante à avaliação

da triagem na classificação de risco (BRASIL, 2014). As estruturas desses

ambientes que prestam assistência à saúde necessitam serem bem limpas,

arejadas, com boa iluminação, livres de ruídos, pois estes interferem no

atendimento ao paciente (FERRO, 2009). As organizações estruturais desses

ambientes geralmente contemplam: recepção, sala de espera, sala de

emergências, consultórios de atendimento médico, salas de medicação, inalação,

vacinação, exames e procedimentos, leitos de observação e isolamento, sala de

descanso, local para alimentação dos funcionários, descanso médico, expurgo e o

depósito de material de limpeza (FERRO, 2009). Outros serviços como de apoio ao

diagnóstico devem estar centralizados em áreas específicas e integrados para se

ter o mais rápido atendimento ao paciente que chega ao Pronto Atendimento

(FERRO, 2009). Sua definição é aplicada em portes I, II e III e, assim classificam-

se pela população, definindo sua estrutura física e a equipe que vai abranger aquele

pronto atendimento (BRASIL, 2014). Todavia, a organização e a estrutura do

ambiente interferem na recuperação do paciente, o que nos instigou estudar sobre

a temática. Uma das pioneiras sobre as concepções ambientalistas foi Florence

Nightingale, que a partir de suas experiências vividas e de suas enfermeiras na

prática com os cuidados aos enfermos, trabalhou com conceitos fundamentais

como: meio ambiente, ser humano, saúde e enfermagem, que até hoje são

vivenciadas na humanização com o paciente (PADILHA; BORENSTEIN; SANTOS,

2015). A concepção é interpretada como todas as condições do meio externo que

influenciam na vida e no desenvolvimento do organismo, podendo contribuir ou

1 Acadêmicos da 1ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected], [email protected]; [email protected]. Contato (41) 995727042 2 Mestre em Enfermagem - UEM, Doutora em Enfermagem - UFPR, Enfermeira do Departamento de Urgência e Emergência da Prefeitura Municipal de Araucária e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, contato: [email protected].

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prevenir doenças e até a morte do mesmo no ambiente em que ele está sendo

cuidado. Sua teoria tem como foco alguns elementos que auxiliam na manutenção

de um ambiente saudável para com o paciente, ajudando na cura e no viver do

mesmo. Assim, como a ventilação no ambiente do paciente é bem importante; a

iluminação com o foco na claridade do sol; calor, ambiente frio também é propício

para piorar a saúde; a limpeza que previne o aparecimento de patologias, os ruídos

que atrapalham a recuperação, e, por fim, odores e alimentação, principalmente a

saudável que ajuda e muito na recuperação do organismo (PADILHA;

BORENSTEIN; SANTOS, 2015). A partir desse contexto a questão que norteou

nosso estudo foi: Quais os conceitos de Florence são aplicados e contribuem na

assistência as crianças atendidas no Pronto Atendimento Infantil?

JUSTIFICATIVA: Estudos dessa natureza possibilitam a reflexão dos profissionais

sobre a influência que um ambiente saudável tem na reabilitação dos pacientes e

contribui para a assistência de enfermagem, ensino e pesquisa. Sobretudo, instiga

à enfermagem pensar/refletir sobre suas ações de cuidado com o ambiente.

OBJETIVO: Analisar o ambiente de um pronto atendimento Infantil sob o olhar de

Florence. METODOLOGIA: Este estudo é do tipo relato de experiência, realizado

em um Pronto Atendimento Infantil que atende crianças até 12 anos, 11 meses e

29 dias, localizadas na região metropolitana de Curitiba-PR com uma média de

5.000 atendimentos/mês. A coleta de dados ocorreu no mês de agosto de 2017 a

partir de uma visita no local orientada pela professora da disciplina de História da

Enfermagem, guiada por um instrumento elaborado pelos autores que contemplava

os seguintes conceitos da teoria ambientalista: iluminação, higiene, calor, ruídos,

odores, alimentação e organização do serviço de enfermagem. Os ambientes

avaliados foram: recepção, consultórios, enfermarias, salas de observação, sala de

descanso, farmácia, banheiros, sala de triagem, expurgo, sala de emergência, sala

de espera. Os dados foram analisados sob a luz da teoria ambientalista e

organizados em um quadro para melhor elucidação. O trabalho não foi submetido

ao Comitê de Ética e Pesquisa por se tratar de um trabalho realizado na disciplina

de História da enfermagem e não será publicado na íntegra. RESULTADOS: Diante

da realidade vivenciada durante a visita observou-se os seguintes fatores

ambientais avaliados: Iluminação: os ambientes tinham pouca iluminação porque

realizamos a visita à noite, corredores escuros, em algumas salas de atendimentos

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e a recepção com iluminação escassa devido à falta de lâmpadas. Percebeu-se

que a escassez da iluminação prejudicava a equipe durante os procedimentos em

especial: preparo de medicamentos, punção venosa dentre outros. Calor: A maioria

dos ambientes avaliados é quentes, abafados e com pouca ventilação, as janelas

ficam fechadas e um dos ambientes que é a sala de atendimento de emergências

e curativo chamou atenção porque não tem janelas, isso prejudica a temperatura

do ambiente. Segundo relato dos funcionários os ambientes são quentes durante o

dia, pois recebe diretamente luz solar e a noite fica muito frio. Higiene: Local limpo

e organizado, alguns banheiros e salas apresentavam-se sem papel toalha,

vazamentos de água, uma das salas não tinha torneira, produtos de uso médico e

de enfermagem sem identificação e expostos de forma incorreta, saboneteiras

impróprias o que possibilita aumento no risco de contaminação. Bandeja com

materiais sem identificações, limpos e organizados e guardados em locais corretos.

Ruído: Setores como triagem, consultórios médicos e recepção mostraram-se

durante a visita como ambientes com excesso de barulho devido portas abertas

que propiciam aumento pelos ruídos externos e conversas, posto de enfermagem

com barulhos internos no período da noite, matutino e vespertino muito barulho

externo por conta do movimento de veículos que transitam próximo ao local. Odor:

Banheiro de pacientes com odor muito forte, no depósito de material de limpeza o

cheiro de mofo era marcante devido à presença de umidade, lixeiras sem tampas

o que contribui para exalação do cheiro forte. DISCUSSÃO: Observou-se, que

diante dos conceitos que a Florence relacionou ao ambiente, componentes físicos,

sociais e psicológicos precisam ser trabalhados de forma conjunta e não distintas

(GEORGE; et al., 1993). Todavia, os fatores ambientais avaliados envolvem as

condições externas que afetam a vida e o desenvolvimento da pessoa. O foco da

teoria ambientalista recai sobre a ventilação, o calor, os odores, os barulhos e a

iluminação (NIGHTINGALE, 1989). Ruído: a intensidade do ruído, principalmente

os desnecessários como sussurros ou cochichos prejudicam a mente do paciente,

o mesmo é sensível quando está enfermo, assim Florence enfatizava o silêncio no

ambiente hospitalar (NIGHTINGALE, 1989). Iluminação: é primordial para

recuperação do paciente, envolvendo a luz solar e claridade no ambiente em que

o mesmo está inserido (NIGHTINGALE, 1989). Higiene: Florence preconizava a

higiene de todo ambiente hospitalar desde os quartos até as paredes, incluindo a

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do paciente, pois o bem-estar físico ajudava na recuperação do indivíduo

(NIGHTINGALE, 1989). Calor: está associado diretamente na recuperação do

indivíduo enfermo, pois o ambiente tem que estar em harmonia, é preciso uma boa

ventilação com a entrada de ar puro, livre de contaminações principalmente o da

noite (NIGHTINGALE, 1989). Odor: reforçava para que evitassem a entrada de

odores desagradáveis, não adianta um ambiente fechado para impedir a entrada

de mau cheiro se o lugar estiver sujo, pois a sujeira acaba ocasionando mau cheiro

para o ambiente (NIGHTINGALE, 1989). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-

se que o ambiente do Pronto Atendimento Infantil apresenta problemas

relacionados ao ambiente, em especial com a iluminação, barulho e emanações.

Todavia, o ambiente com problemas interfere diretamente na recuperação das

crianças, porém muitos conceitos trabalhados por Florence como: higiene,

organização dos materiais em bandejas são observáveis e contribuem para um

local mais agradável e com assistência de qualidade. IMPLICAÇÕES PARA

ENFERMAGEM: O estudo possibilitou a aproximação com um referencial teórico

voltado para o ambiente. Convêm ressaltar que contribui com a prática profissional

de enfermagem, em especial as questões voltadas para o ambiente que são de

responsabilidade do enfermeiro.

DESCRITORES: Ambiente; Enfermagem; Cuidados de Enfermagem. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Unidade de Pronto Atendimento 24 horas – UPA 24h. Portal da saúde. Brasília, 2014. Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/959-sas-raiz/dahu-raiz/urgencia-e-emergencia/l2-urgencia-e-emergencia/13396-unidade-de-pronto-atendimento-24-horas-upa-24h>. Acesso em 29 de agosto de 2017.

FERRO, M.; Sistema Lean na reorganização de Pronto Socorro hospitalar, São Paulo: lean institute Brasil, 2009. Disponível em<http://www.lean.org.br/artigos/119/sistema-lean-na-reorganizacao-de-pronto-socorro-hospitalar.aspx>. Acesso em 29 de agosto de 2017. GEORGE, J.B.; et al. Teorias de enfermagem: os fundamentos para a prática profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

NIGHTINGALE, F.; Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. Tradução Amália correa de carvalho. São Paulo: Cortez, 1989.

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PADILHA, M. I.; BORENSTEIN, M. S.; SANTOS, I.; Enfermagem: história de uma profissão. 2. ed, São Paulo: difusão, 2015.

A IATROGENIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL E O PAPEL DA ENFERMAGEM NA

MUDANÇA DESTE PARADIGMA

Emerson Diego1, Paula Hinata¹, Renata Tavares¹, Michel Dalmedico²

1 Acadêmicos da 3ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. Telefone: (41) 98800-8922.

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INTRODUÇÃO: Em maio de 2013, foi publicado pela American Psychiatric

Association (Associação Americana de Psiquiatria) a 5ª edição, do manual de

diagnósticos e estatística de distúrbios mentais (DSM-V). A atualização do manual,

gerou muita polêmica na sociedade psiquiátrica, a qual dividiu lados entre os

adoradores e críticos aos conteúdos contidos no livro. A grande questão foi pelo

fato de que está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias doenças

existentes no manual, pois o índice de situações, antes consideradas normais, vem

sendo tratadas como doenças, tal como a tensão pré-menstrual que agora é

caracterizada por Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, e como a teimosia de uma

criança e/ou adolescente caracterizada por Transtorno Disruptivo de Desregulação

do Humor, entre muitas outras. Diante disto, pode ser observado que o fanatismo

dos profissionais de saúde mental, pela “bíblia” da psiquiatria, está crescendo.

Sabe-se que nos primórdios, as pessoas com transtornos mentais eram tratadas

de forma desumana, eram negligenciadas pela falta do saber. Porém, questiona-

se a ideia de que hoje, infelizmente, ainda há este sofrimento e má conduta diante

o contexto na saúde mental, com uma diferença, que nos dias atuais existe o

conhecimento, há uma grande variedade de estudos referentes a área, entretanto

desenvolve-se a inquietação sobre o aumento dos diagnósticos e principalmente

das medicalizações no período. Por este motivo, acredita-se que exista uma grande

parte de iatrogenia no tratamento de alguns clientes, os quais são tratados, e assim

medicalizados sem necessidade. Acerca disto, a noção de iatrogenia pôde ser

ampliada e entendida não apenas como resultado de uma assistência insuficiente

ou inadequada, como propõe o discurso da saúde mental, mas como um

subproduto de uma assistência, baseada em um discurso científico que tem

favorecido a "patologização" da clientela atendida (VECHI, 2004). Sendo assim,

busca-se correlacionar a importância do enfermeiro na atenção ao cliente, o qual

irá proporcionar abordagens e cuidados, afim de observar a realidade a qual o

cliente vivência. JUSTIFICATIVA: Devido ao aumento dos diagnósticos e

contenções químicas e mecânicas na área de saúde psiquiátrica, desenvolveu-se

o presente trabalho afim de tentar modificar a visão dos profissionais da área de

2 Professor do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]

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saúde. OBJETIVO: Realizar a análise do contexto da saúde mental, diante a

epidemia de diagnósticos de transtornos mentais, do período atual, e orientar a

importância da enfermagem no auxílio da modificação deste cenário.

METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória, com caráter descritivo.

Foi realizado por acadêmicos da 3ª série de uma Universidade Privada de

Curitiba/PR, no mês de setembro de 2017, devido a participação no II Fórum

Internacional de novas abordagens em saúde mental, em Curitiba/PR. As

informações foram obtidas por meio de revisão de artigos. Por se tratar de um

trabalho acadêmico, com coleta em fontes secundárias, o mesmo não foi submetido

ao Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS: Segundo Arrais et al. (2007) ter

acesso à assistência médica e a medicamentos não implica necessariamente em

melhores condições de saúde ou qualidade de vida, pois os maus hábitos

prescritivos, as falhas na dispensação, a automedicação inadequada pode levar a

tratamentos ineficazes e pouco seguros. Deste modo evidencia-se que, somos

contemporâneos do que provavelmente é o maior caso de iatrogenia (doenças

produzidas pelo próprio exercício da medicina) da história, graças à aliança

inescrupulosa da psiquiatria com a indústria farmacêutica (FREITAS,2016). Acerca

disto, a iatrogenização da saúde mental, pode ser exemplificada, principalmente,

com a inserção de medicamentos fúteis, para aqueles que são passiveis de

cuidados que envolvem relações interpessoais, como psicoterapia, terapia

ocupacional, escuta terapêutica, entre outros. Pensando nisto, destaca a

importância do serviço multidisciplinar ao cliente com alteração em seu

comportamento, o qual busque ajuda com profissionais da saúde. Principalmente

o serviço de enfermagem, que na unidade básica é porta de entrada, a qual oferta

a consulta de enfermagem que poderá auxiliar o usuário através da escuta

terapêutica e utilizar de outros meios para amparar o cliente, como oficinas

terapêuticas, atividades, orientações e acompanhamentos, os quais poderão ser

na unidade, ou em visitas domiciliares aos usuários e familiares. Desta maneira a

dispensação dos medicamentos deve ser entendida como integrante do processo

de atenção ao paciente, ou seja, como uma atividade realizada por um profissional

da saúde com foco na prevenção e promoção da saúde (GALATO et al., 2008). Em

vista disto, busca-se um atendimento holístico ao paciente, visando evitar a

“patologização” de seu comportamento atual. Por este motivo, é de grande

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importância a articulação nas bases estruturais de cada indivíduo, para melhor

conhecimento e eficácia no auxílio ao cliente. CONTRIBUIÇÃO PARA SAÚDE: É

indispensável a mudança de visão dos profissionais de saúde, para que os mesmos

se atentem nas situações vivenciadas no serviço, principalmente com a negligência

na atenção aos usuários. Evidencia-se a importância do enfermeiro no atendimento

integral ao indivíduo, o qual irá buscar a melhor forma de assistência para reintegrá-

lo no contexto normal de sua vida. Porém para isto acontecer, é necessário que

estes profissionais compreendam as reais definições sobre a normalidade e

anormalidade, e conheçam e estejam capacitados para lidarem com quaisquer

situações, afim de fornecer um atendimento integral que compreenda a promoção,

prevenção, recuperação e a reabilitação da saúde mental do indivíduo.

CONCLUSÃO: Conclui-se que é de grande importância mudar a perspectiva sobre

o atendimento ao paciente com alteração em sua saúde mental, sendo assim,

necessitando mudar a realidade em que vivemos, buscando maneiras de auxiliar

corretamente a assistência ao indivíduo, principalmente na área de enfermagem, a

qual é primordial nesta mudança. Acerca disto, para melhor auxiliar os profissionais

de saúde, existe a campanha Choosing Wisely International (escolhendo

sabiamente), criada pela American Board of Internal Medicine (ABIM) em 2012 nos

Estados Unidos e subsequente ampliada para o mundo, a qual busca retratar as

ações errôneas, seja pela utilização exagerada ou inapropriada, dos recursos de

saúde. Desta forma, a ABIM procura mostrar o que não deve ser realizado nos

atendimentos, por meio de que os profissionais avaliem suas condutas, e reflitam

sobre a eficácia ou não do cuidado prestado, para que deste modo gere a

autocrítica sobre o serviço, e garanta o principal propósito da campanha, que é

melhorar a qualidade da assistência, baseando-se em evidências, para instigar uma

postura reflexiva dos profissionais, no sentido de pensar e escolher sabiamente a

conduta, e assim evitando tratamentos fúteis e incertos. Por isto, destaca-se a

importância de priorizar novos estudos sobre está área, e assim, garantir melhorias.

DESCRITORES: Enfermagem Psiquiátrica; Saúde Mental; Iatrogenia. REFERÊNCIAS ARRAIAS P. S. D. et al. Aspectos dos processos de prescrição e dispensação de medicamentos na percepção do paciente: estudo de base populacional em

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Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2007. v. 2, n. 4, p. 927-937. CORREIA, L.; BARCELLOS, G. Choosing Wisely. Disponível em: <http://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com.br/2015/04/choosing-wisely.html>. Acesso em: 05/10/2017. FREITAS, F. O conluio da psiquiatria com a indústria farmacêutica: o maior caso de iatrogenia na história. Disponível em: <http://madinbrasil.org/2016/12/o-conluio-da-psiquiatria-e-a-industria-farmaceutica-o-maior-caso-de-iatrogenia-na-historia/>. Acesso em: 02/10/2017. GALATO, D.; et al. A dispensação de medicamentos: uma reflexão sobre o processo para prevenção, identificação e resolução de problemas relacionados à farmacoterapia. Rev. Brasileira de Ciências, Santa Catarina, 2008. v. 44, n. 3. p. 465 – 475. VECHI, L. G.. Iatrogenia e exclusão social: a loucura como objetivo do discurso científico no Brasil. Estud. Psicol. Natal, 2004. v. 9, n. 3, p. 489-495.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM AVE ISQUÊMICO:

ESTUDO DE CASO

Caroline Dallagrana1, Caroline Nascimento Xavier¹, Keuri Chaves Ubatuba Lima¹, Adriano

Shimbo2

1Acadêmicas da 3º série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo:[email protected], [email protected], [email protected] 2Mestre em Enfermagem. Enfermeiro Especialista em Terapia Intensiva. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo: [email protected]

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142

INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Encefálico, é causado pela obstrução ou

rompimento das artérias que transportam sangue ao encéfalo, consequentemente

ocorre lesão isquêmica no encéfalo, provocando danos cognitivos e sensório-

motor, dependendo da área cerebral afetada. Quanto aos fatores de risco para o

aparecimento da doença, os não modificáveis são a idade superior a 55 anos; a

raça negra; a genética e o sexo. Os fatores de risco modificáveis são: hipertensão

arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatias, uso de anticoncepcionais

hormonais, alcoolismo, tabagismo, sedentarismo e obesidade. As patologias

podem ser diagnósticadas e tratadas e os hábitos de vida podem ser alterados para

um modo mais saudável. Os tipos de AVE são o isquêmico e o hemorrágico. No

AVE Isquêmico, ocorre a interrupção do fluxo sanguíneo no encéfalo devido a uma

obstrução na artéria. No AVE hemorrágico, ocorre o extravasamento do fluxo

sanguíneo no encéfalo, devido ao rompimento do vaso sanguíneo. Conforme a

doença se desenvolve, o organismo sofre algumas mudanças, apresentando

sintomas característicos. Alguns sinais apresentados deverão estar em alerta,

sendo eles: Perda súbita da força muscular ou formigamento de um lado do corpo,

dificuldade na fala e compreensão, alterações visuais, perda da visão de um olho

só, desvio da boca para um dos lados, tontura e complexidade na estabilidade do

corpo e cefaleia. Na maioria das vezes, esses sinais estão presentes de forma

rápida, podendo ser isolada, ou mesmo combinada (SOCIEDADE BENEFICENTE

ISRAELITA BRASILEIRA, 2016). O tratamento efetivo de pacientes com AVE

isquêmico depende prontamente da identificação dos seus sinais e sintomas

apresentados, da rápida intervenção dos serviços de emergência e equipes clínicas

que devem estar habilitadas e competentemente preparadas para uma rápida

identificação, dando então início ao tratamento, pois um erro na leitura dos sinais e

sintomas pode impedir o diagnóstico, e consequentemente um tratamento ineficaz

(SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA, 2016). Após o

reconhecimento, e a confirmação por exames solicitados, deve-se iniciar os

procedimentos adequados, como a avaliação dos sinais vitais constantemente nas

primeiras 48 horas. Também se deve iniciar com a administração de medicamentos

trombolíticos para a desobstrução das artérias, normalizando o fluxo sanguíneo no

cérebro, o que deve ser feito dentro de 4horas e 30minutos do início dos sintomas,

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contribuindo para uma melhor recuperação, reduzindo as sequelas e a proporção

de mortalidade (FIO CRUZ, 2017). Devem-se incluir os cuidados realizados por

uma equipe multiprofissional de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas,

psicólogos, fonoaudiólogo, entre outros, para trazer melhoras significativas para os

pacientes, evitando possíveis complicações (FIO CRUZ, 2017). No AVC isquêmico,

o tempo entre o início dos sintomas até uma avaliação clínica, pode interferir no

seu prognóstico, pois independente da técnica, o fator primordial para um bom

resultado e maiores chances de recuperação, é o tempo (SOCIEDADE

BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA, 2016). Pacientes com isquemia cerebral

persistente por 6 horas produz lesão neurológica permanentemente, ou seja,

prognóstico ruim. Já pacientes que o início dos sintomas até o atendimento esteja

dentro de 4horas e 30m, sem contraindicações à trombólise, terá bom prognóstico.

Para podermos estaticamente falando, ter mais resultados positivos de

prognósticos sugere-se a indispensabilidade de uma política de educação pública,

para o reconhecimento e condução destes pacientes á locais capacitados ao

tratamento, e programas educacionais em UBS, escolas, hospitais, para alertas a

população para um rápido reconhecimento dos sinais e sintomas apresentados

(MASSARO, 2006). OBJETIVO: Descrever o papel do enfermeiro no atendimento

ao paciente com acidente vascular encefálico isquêmico e os diagnósticos de

enfermagem baseados na taxonomia da North American Nursing Diagnosis

Association (NANDA). METODOLOGIA: Estudo descritivo com abordagem

qualitativa, do tipo estudo de caso. A coleta de dados foi realizada em uma Unidade

de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Curitiba em abril de 2017. Os dados

foram coletados por meio da avaliação clínica, e informações do prontuário do

paciente, como resultado de exames complementares e intercorrências durante

sua internação. A análise dos dados foi realizada com base na taxonomia da North

American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Após análise dos dados foi

possível determinar as principais intervenções ao paciente com acidente vascular

encefálico isquêmico. RESULTADOS: Paciente D. M. T. 78 anos. Internada em

10/04 na UPA Campo Comprido por tremedeira e disartria. Acamada desde outubro

de 2016 por AVE Isquêmico. Tem HAS, faz uso contínuo de AtenoloL, Enalapril,

Omeoprazol, Warfarina, Amtripilina e Sinvastatina. EXAME FÍSICO: Glasgow 15,

pupilas isocóricas e fotorreagentes, orientada, respira em ar ambiente, hemiparesia

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em lado E. Higiene oral insatisfatória, sonda nasoenteral fechada. Ausculta

pulmonar livre bilateral e MV diminuídos em base. Ausculta cardíaca: bulhas

cardíacas rítmicas hipofonéticas. Abdome flácido, indolor a palpação. MMSS/MMII:

pele flácida com edema em braços, pele ressecada em pernas, AVP em MSD. Faz

uso de fralda. Diurese presente e evacuação ausente no período. SSVV:FC: 77

bpm; FR: 17 rpm; PA: 120 x 70 mmHg; T: 36; Saturação: 91 %; Glicemia: 107.

DIAGNÓSTICOS BASEADOS NA TAXONOMIA NANDA:*Déficit de autocuidado

caracterizado por higiene oral precária, incapacidade de engolir, lavar o corpo e

realizar higiene íntima, relacionado ao prejuízo neuromuscular, dor e fraqueza

corporal. *Risco de integridade da pele prejudicada, relacionada a pele ressecada,

pressão em proeminência óssea, extremo de idade e fatores mecânicos *Padrão

respiratório ineficaz, caracterizado por ausculta pulmonar diminuída em bases e

saturação de 91%, relacionado ao dano neurológico. *Débito cardíaco diminuído,

caracterizado por ausculta cardíaca hipofonética. *Edema de membros superiores,

relacionado a diminuição do debito cardíaco. Para o diagnóstico: Déficit de

autocuidado caracterizado por higiene oral precária, incapacidade de engolir, lavar

o corpo e realizar higiene íntima, relacionado ao prejuízo neuromuscular, dor e

fraqueza corporal; encontramos as seguintes intervenções de enfermagem:

promover conforto do paciente através de medidas de higiene; auxiliar paciente no

banho; encorajar o autocuidado; avaliar auto estima e imagem corporal do paciente;

auxiliar o paciente para realizar alimentação; avaliar a aceitação da dieta; avaliar a

necessidade de mudança de hábitos alimentares. Para o diagnóstico: Risco de

integridade da pele prejudicada, relacionada a pele ressecada, pressão em

proeminência óssea, extremo de idade e fatores mecânicos, encontramos as

seguintes intervenções de enfermagem: manter hidratação da pele; mudança de

decúbito a cada 2 horas para evitar ruptura cutânea; orientar sobre a importância

da ingesta hídrica; ajudar o paciente a ficar em posição confortável; promover

integridade da pele. Para o diagnóstico: Padrão respiratório ineficaz, caracterizado

por ausculta pulmonar diminuída em bases e saturação de 91%, relacionado ao

dano neurológico, encontramos as seguintes intervenções de enfermagem:

elevação da cabeceira em 45⁰ graus, administração de oxigenioterapia; auscultar

sons respiratórios; avaliar estado respiratório. Para o diagnóstico: Débito cardíaco

diminuído, caracterizado por ausculta cardíaca hipofonética, edema de MMSS,

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relacionado a diminuição da pré-carga, encontramos as seguintes intervenções de

enfermagem: apoiar as extremidades com travesseiro ou lençol para reduzir

edema; mudança de decúbito a cada 2 horas; avaliar monitoramento cardíaco;

avaliar presença de edema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a realização deste

estudo de caso, podemos perceber a importância do enfermeiro no paciente com

AVE, que é um paciente com diferentes graus de diferença. Conhecendo a

patologia e utilizado a taxonomia da NANDA, pudemos identificar os principais

problemas de enfermagem deste tipo de paciente para poder aplicar as

intervenções necessárias para conforto do paciente. O uso da taxonomia NANDA

pode também contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os problemas de

enfermagem.

DESCRITORES: Acidente Vascular Encefálico; Cuidados de Enfermagem;

Diagnósticos de Enfermagem.

REFERÊNCIAS FIO CRUZ: Ministério da Saúde amplia assistência a pacientes com AVC. 2017. Disponível em: http://www.canal.fiocruz.br/destaque/index.php?id=500. Acesso em: 26 de junho de 2017, às 15:30. GARCIA, Telma Ribeiro. Diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem: subsídios para a sistematização da prática profissional. Rio de Janeiro, 2012. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf> Acesso em 20 de mai de 2017. SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA: Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. 2016. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/avc/avc-isquemico. Acesso em: 25 de junho de 2017.

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PAPILOMA VÍRUS HUMANO NA POPULAÇÃO FEMININA: UM ESTUDO DE

CASO

Vitória Carolina Lopes de Oliveira1, Gabriele de Oliveira Machado¹, Natalli Cachoroski

Silveira¹, Rayana Martins Machado Dias¹, Alícia Mariana Ribeiro de Souza¹, Giovanna

Batista Leite Veloso2

1 Acadêmicas do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected] -

Telefone: (41) 99811-1399 2 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora Adjunta do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Curitiba-Pr.

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INTRODUÇÃO: O papilomavírus humano (HPV) é atualmente uma doença

infecciosa, de transmissão frequente sexual, de uma grande prevalência no público

feminino. De acordo com o Ministério da Saúde, o HPV é também conhecido como

condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo causada pelo

papilomavírus. Atualmente são conhecidos mais de setenta tipos de vírus, vinte dos

quais podem infectar o trato genital. Os tipos de alto risco oncogênico estão

relacionados com o desenvolvimento das neoplasias intraepiteliais e do câncer

invasor do colo uterino, da vulva, da vagina e da região anal (BRASIL, 2006). E o

câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente entre as mulheres e é

caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão,

comprometendo o tecido subjacente e podendo invadir estruturas e órgãos

contíguos ou a distância (KUPERMAN, 2013). Estudos demonstram que o HPV

está presente em aproximadamente 90% dos casos de CCU. 31,3% das mulheres

que evoluíram para câncer cervical tiveram HPV e não realizaram o tratamento

adequado, subindo para 50,3% entre as mulheres que persistiram sem tratamento

nos 24 meses subsequentes. Este risco cai para 0,7% nas mulheres que foram

tratadas de forma adequada (SECRETARIA DE SAÚDE DE SÃO PAULO, 2014).

Os novos casos de HPV registrados no Brasil em 2012 chegaram a 17,5 mil e

devido a esta realidade no início de 2014, foram realizadas campanhas de

vacinação nas escolas públicas, com a mesma vacina disponibilizada em unidades

básicas de saúde (UBS). O esquema da vacina é de duas doses com intervalo seis

meses entre elas e confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (COREN-

BA, 2017). Durante atividades acadêmicas do curso de graduação em enfermagem

foi possível realizar consulta de enfermagem a uma mulher portadora do vírus HPV

e surgiu a seguinte questão: Como deve ser realizado o processo de enfermagem

a uma paciente portadora de HPV? OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente

portadora de papilomavírus humano atendida em uma unidade de saúde de

Curitiba-Pr e propor cuidados de enfermagem baseados na taxonomia CIPE.

METODOLOGIA: Este é um estudo de caso, baseado em um atendimento

realizado por acadêmicos de enfermagem durante consulta para realização de

exame citopatológico em uma unidade de saúde (US) de Curitiba-Pr no mês de

agosto de 2017. A coleta de dados se deu no momento da entrevista e em

prontuário eletrônico da paciente disponível na US. O trabalho não foi submetido

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ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo por se tratar de um trabalho

acadêmico que não será publicado na íntegra. RESULTADOS: D.M.L 27 anos,

natural de Curitiba-PR, solteira, relata ter dois filhos e dois partos naturais, com

diagnóstico de HPV (condiloma acuminado) em reincidiva. No mês de julho a

paciente se direcionou a unidade de saúde, tendo uma consulta de enfermagem e

realização de coleta de exame citopatológico cervico uterino. Durante a avaliação

foi possível verificar a presença de verrugas genitais na margem entre a pele e

mucosa e ao redor da vulva, lesões em região anterior. Após a coleta de dados em

prontuário da paciente foram levantados os problemas de enfermagem e elencados

os diagnósticos e prescrições de enfermagem baseados na taxonomia CIPE

(GARCIA, 2015). Diagnósticos de enfermagem: Presença de verruga em vulva,

prurido vaginal presente, secreção amarelada presente em canal vaginal, dor

presente em canal vaginal durante relação sexual, conhecimento sobre a doença

prejudicado, medo de contágio, comportamento sexual problemático, risco de

exposição à contaminação. Prescrições de enfermagem: Monitorar alteração do

processo corporal. Criar um ambiente confortável e adequado. Adquirir um tipo de

linguagem esclarecedora. Estabelecer uma comunicação eficaz. Orientar sobre

patologia, orientar sobre os cuidados com as feridas, monitorar enfrentamento

familiar prejudicado, consultar controle para manejo da dor, explicar sobre a

importância da adesão ao regime terapêutico, avaliar a compreensão do paciente

em relação aos ensinos, monitorar resultado de exame laboratorial, monitorar

resposta ao tratamento. CONCLUSÃO: Diante da alta prevalência do HPV no

público feminino, faz-se necessário enfatizar junto à população sua incidência e a

reflexão dos cuidados para com essa doença, bem como o processo de assistência

para melhoria das condições de saúde. Sabe-se que esta situação pode afetar a

vida diária do paciente devido aos comprometimentos e impacto que ela ocasiona,

por é necessário que o profissional de saúde planeje o cuidado a ser prestado ao

paciente voltado a suas reais necessidades. O enfermeiro é parte ativa para o

cuidado com orientação sobre prevenção, cuidados e possibilidades terapêuticas,

amenizando ainda transtornos futuros do paciente e que possam interferir em seus

relacionamentos e também na esfera sexual e no seu estado de ânimo.

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DESCRITORES: Papilomavírus Humano; Câncer de Colo do Útero; Atenção

Básica à Saúde, Enfermagem.

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. HIV/Aids, hepatites e outras DST. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad18.pdf Acesso em: 14 de set. 2017. COREN-BA. Conselho Regional de Enfermagem da Bahia. SUS vai disponibilizar vacina contra o HPV, 2013. Disponível em: .http://ba.corens.portalcofen.gov.br/sus-vai-disponibilizar-vacina-contra-o-hpv_1261.html Acesso em: 10 set. 2017. GARCIA, T. R (Org.). CIPE. Classificação internacional para a prática de enfermagem. CIPE: aplicação à realidade brasileira. Porto Alegre: Artmed, 2015 KUPERMAN NS. Doença pré-invasiva e invasiva em mulheres com diagnóstico citopatológico de lesão de alto grau e de lesão de alto grau não podendo excluir microinvasão [dissertação] [Internet]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2013 Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8267 Acesso em 08 ago. 2017 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Coordenadoria de controle de doenças. Informe técnico. Vacina contra o papilomavírus humano (HPV) [Internet]. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde; 2014. Disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/imuni/HPV14_INFORME_TECNICO.pdf.

O USO DA CANNABIS E O DESENCADEAMENTO DA ESQUIZOFRENIA: SOB

O OLHAR DA TEORIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSSOAL DE

HILDEGARD PEPLAU

Franciane Aparecida Moreto1, Manoela Marina Morgado¹, Renata Forgati Carraro¹, Luiz

Claudio do Nascimento Sobrinho2

INTRODUÇÃO: A esquizofrenia está correlacionada com o designo de diversas

psicoses endógenas. Apresentam-se sintomas de primeira ordem,

1 Acadêmicas da 2ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo.

[email protected]. (041 9918-2048). 2 Enfermeiro da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. Docente do curso de Enfermagem da

Universidade Positivo.

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fundamentalmente relacionados à presença da doença: percepção delirante,

alucinações auditivas com vozes de comando, eco e sonorização do pensamento,

difusão do pensamento, roubo do pensamento, e vivências de influência corporal e

ideativa (DALGALARRONDO, 2008). Quando tais sintomas são acompanhados do

uso ilícito de psicoativos como a Cannabis Sativa, esse quadro tende a piorar, e

desenvolver sintomas ainda mais agravantes. A Cannabis Sativa é a principal droga

mais consumida de maneira abusiva nacionalmente, e segundo a Organização

Mundial da Saúde, é a droga ilícita mais consumida no mundo, com cerca de 180

milhões de usuários, entretanto, segundo estudos seus efeitos sociais e

relacionados a saúde, diferem um menor conhecimento sobre seus efeitos e

consequências psicológicas (ONUBR, 2016). O principal ingrediente canabinóide

psicoativo é a substância delta-9-tetraidrocanabinol (THC). A preparação mais

comumente utilizada da Cannabis é uma mistura composta de folhas, caules, e

flores secas da planta chamada popularmente como maconha, o seu uso em doses

moderadas pode causar efeitos semelhantes aos do álcool e outros depressores

do Sistema Nervoso Central. A maconha é classificada como um perturbador do

SNC, pois promove desorientação espacial, temporal, alterações do tato, visão e

audição, além de causar dependência e tolerância. Quando a fumaça é inalada

chega até os pulmões, na qual, é absorvida rapidamente e dez segundos depois

são levados para circulação sanguínea onde seus componentes agirão no cérebro

sobre as sinapses, como há um espaço livre entre os neurônios haverá liberação e

capitação de mediadores químicos, regulando ou intensificando estímulos nervosos

de dor, prazer, angústia e tranquilidade (TOWNSEND, 2014). A enfermagem pode

ser entendida como um processo interpessoal pelo fato de envolver interação entre

duas ou mais pessoas. “De acordo com Hildegard Peplau, a enfermagem é

terapêutica, no sentido de que se trata de uma arte curativa, auxiliando um indivíduo

doente ou necessitado de cuidados de saúde”, dessa maneira, o profissional de

enfermagem deve estar capacitado tecnicamente a agir e atuar perante situações

diversas. JUSTIFICATIVA: Considerado um dos transtornos mais incapacitantes

na saúde mental e debatidas no dia de hoje, é a esquizofrenia. Um dos fatores

iminente do agravo da doença é o uso de drogas psicoativas. Baseado na teoria de

Hildegard Peplau, buscamos aprimorar nossos conhecimentos, aplicando a teoria

científica, assim estabelecendo uma visão singular de compreensão da relação

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entre enfermeiro- paciente, visando a enfermagem terapêutica como objetivo de

recuperação do indivíduo, assim o envolvendo e incentivando a interação mutua.

Diante deste contexto a questão que norteou este estudo foi: Qual a relação entre

o uso da Cannabis Sativa e o desencadeamento da esquizofrenia? OBJETIVO:

Relatar as consequências do uso da Cannabis Sativa com relação ao

desenvolvimento da esquizofrenia sobre a teoria do relacionamento interpessoal de

Hildegard Peplau. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso clínico, com

extração de dados preliminares durante a prática clínica da disciplina do Processo

de Cuidar na Saúde Mental no primeiro semestre de 2017, em hospital psiquiátrico,

na cidade de Curitiba (PR). Estudos indicam que após o uso da droga ilícita

Cannabis Sativa por um longo período pode ter desencadeado a doença

esquizofrênica. O trabalho não foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa, por

se tratar de um estudo acadêmico que não terá sua publicação na íntegra.

RESULTADOS: Paciente R.G.B, do sexo masculino, 18 anos, brasileiro, católico,

solteiro, segundo grau incompleto, residente da cidade de Curitiba-PR, mora com

irmão, tabagista, etilista, faz uso da maconha desde os 14 anos de idade, alega

histórico de depressão familiar por parte materna. Deu entrada no hospital

psiquiátrico, por internamento involuntário, trazido de ambulância em contenção

física e química. Acompanhado da mãe e da prima, relatam que o paciente estava

usando frequentemente a droga em grande quantidade. Apresentou agressividade,

surtos psicóticos, quadro de mania, delírio persecutório, alucinações auditivas e

visuais. Possui um histórico de pedir incessantemente para se encontrar com Deus,

ou seja, presença de delírios místicos, também há relatos que por um período o

paciente ficou catatônico. Mesmo sem o uso da droga acompanhantes informaram

que o paciente tem surtos psicóticos e alucinações auditivas e visuais, descreveram

piora de sintomas sempre que realizou o uso da droga. Negou uso de medicações

continuas e acompanhamento psiquiátrico. Medicamentos: Haldol,

Carbamazepina, Diazepam, Clonazepam, Risperidona, Ácido Valpróico. Durante a

entrevista, se observou aparência e higiene satisfatória, orientado, ansioso, relatou

que irá iniciar acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), e

seguirá prescrições pós alta, pretendendo também manter-se longe dos vícios.

PROBLEMAS DE ENFERMAGEM: Interação interpessoal comprometida,

embotamento afetivo, apatia, afastamento social, euforia, agitação, ansiedade,

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delírios místicos, desconfiança, inquietação, irritabilidade, insônia e insight

prejudicado. Falta de informações familiares sobre a doença e acesso ao

tratamento. DISCUSSÃO: Hildegard Peplau estabelece quatro fases sequenciais

nas relações interpessoais no trabalho de enfermagem: fase de orientação,

identificação, exploração e solução. Cada fase difere a presença de diversos

profissionais durante cada uma delas (GEORGE, 2000). Na fase inicial de

orientação o enfermeiro deve prestar auxílio ao paciente e seus familiares na

realidade que lhe é apresentada, fornecendo informações necessárias sobre o

problema com relação ao paciente (GEORGE, 2000). A fase inicial foi realizada no

hospital, onde profissionais haviam conversado com o paciente e a família, seu

tratamento estava sendo amparado e colocado em prática. Na fase de identificação,

explora-se as percepções e expectativas mútuas, na qual será construída a relação

paciente- enfermeiro para a identificação do problema, tomada de decisão e qual

auxilio adequado será realizado (GEORGE, 2000). Participamos desta fase e

acompanhamos sua vivência no período de internação, durante esta etapa

estabelecemos uma relação de confiabilidade. Na fase de exploração, o paciente

obtém acesso a todos os recursos disponíveis, absorvendo informações e

desenvolvendo-se no ambiente, sendo assim, demostra iniciativa, autoconfiança,

autodeterminação e progressivamente estabelecendo suas próprias metas,

responsabilizando-se por si e criando maior independência, assim o enfermeiro

trabalha relembrando os comprometimentos explorados na fase de identificação

(GEORGE, 2000). A fase de exploração estava em andamento, uma vez que o

paciente internado por um longo período de tratamento estava prestes a receber

alta. Neste processo estavam presentes diversos profissionais responsáveis pelo

cuidado e recuperação do paciente. Por fim, com êxito chega-se a fase de solução

na qual as necessidades serão supridas através dos esforços de ambos. As partes

necessitam dissolver os elos criados, o paciente então rompe as ligações com o

profissional fortalecendo-se emocionalmente e mantendo o equilíbrio, seguro que

continuará o tratamento sendo responsável por sua recuperação. A insegurança e

a tristeza podem estar presentes nesta finalização tanto para o paciente quanto

para o enfermeiro, portanto, firmando uma dissolução da relação terapêutica

interpessoal (GEORGE, 2000). A última fase, estava prestes a encerrar, pois o

paciente tinha alta prescrita para o dia seguinte, pois havia cumprido o período

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disposto de internação. Realizamos uma conversa com o paciente, e viemos a

orientá-lo diante a fatores que se fariam necessários, tais como: importância do

tratamento, diagnóstico da esquizofrenia, acompanhamento no CAPS,

necessidade do apoio familiar no tratamento, correto uso das medicações em seus

respectivos horários. O mesmo se comprometeu a aceitar o atendimento fornecido

pelo CAPS, e prosseguir seu tratamento, afastando-se do vício e buscando de uma

nova perspectiva de vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O uso da droga, traz

consigo diversas complicações e problemas, tornando agravante quando inclui

doenças psicológicas, que por sua vez expõem emocionalmente a pessoa

envolvida deixando-a mais frágil. Contudo, não podemos deixar de citar o

prejulgamento social, levando à resultados insatisfatórios e favorecendo o

desenvolvimento de doenças mentais. Diante da análise literária e de pesquisa

virtual, fundamentado em evidências epidemiológicas, concluímos que vem em

crescente evolução a quantidade de indivíduos que faz uso abusivo da maconha e

associado a predisposição clínica genética e/ou hereditária, estão vulneravelmente

suscetíveis ao aparecimento de sinais de doenças psiquiátricas, consequente

oportunizando o desencadeamento da esquizofrenia. Perante tais consequências,

o profissional de saúde deve-se exigir maior capacitação e métodos de prevenção.

IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: O enfermeiro tem papel primordial pois

trabalha desde a descoberta do diagnóstico, até ser confidente, ouvinte e

conselheiro, direcionando o paciente a reabilitação psicossocial e reinserção a

sociedade. Se faz necessário a prevenção do uso das drogas, que começa dentro

das famílias, seguindo acompanhamento escolar, dando-lhes ciência das

consequências futuras de seu uso.

DESCRITORES: Enfermagem psiquiátrica; Esquizofrenia; Cannabis Sativa. REFERÊNCIAS DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2008. GEORGE, J. B. e colaboradores. Teorias de enfermagem- Os fundamentos à prática profissional. Porto Alegre. Artmed, 2000. ONUBR, OMS: Cannabis é droga ilícita mais consumida no mundo, 26 abril 2016. Disponível em: https://nacoesunidas.org/oms-cannabis-e-droga-ilicita-mais-

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consumida-no-mundo-com-180-milhoes-de-usuarios/. Acesso em: 23 de Agosto de2017. TOWNSEND, M. C. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos de cuidados na prática baseada em evidências. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. WEISER, K. S.; WEISER. M.; DAVIDSON. M. Uso de maconha na adolescência e risco de esquizofrenia. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbp/v25n3/a03v25n3.pdf>. Acesso em: 29 de julho de 2017. ELABORAÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR AO PACIENTE

DEPRESSIVO GRAVE COM IDEAÇÃO SUICÍDA

Danielle de Fátima Magalhães1, Jade Caroline Felix da Silva1, Kelly Rose de Melo Freire1;

Leonice de Matos Tavares1; Ricardo de Brito Buquera1; Adriano Yoshio Shimbo2

INTRODUÇÃO: A depressão é um dos problemas de saúde mais graves no mundo

atualmente, considerada um transtorno de humor, pode ser leve, moderado ou

grave, seus sintomas são tristeza, perda de interesse e prazer, baixa autoestima,

mudanças no sono e apetite, falta de concentração e cansaço (TOWNSEND, 2014).

A depressão grave pode apresentar sintomas psicóticos, alucinações, ideias

1Acadêmicos do 2º Ano do curso de Enfermagem, Universidade Positivo, Curitiba, Paraná, Brasil, E-Mail: [email protected]. 2 Enfermeiro. Professor do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Especialista em Terapia Intensiva (PUCPR - 2005) e mestrado em Enfermagem (UFPR - 2008); enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Experiência na área de Enfermagem com ênfase em cuidado ao paciente crítico. E-mail: [email protected].

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delirantes, lentidão psicomotora ou de estupor e pensamentos

suicidas.(STEFANELLI, FUKUDA, ARANTES, 2008).O tratamento deve ser feito

por uma equipe multiprofissional especializada em saúde mental, alguns métodos

utilizados para facilitar essa assistência é o projeto terapêutico singular (PTS) que

é uma ferramenta na prática clínica que preconizam ações integradas e

mecanismos específicos ao tratamento realizado nos serviços de Atenção

Psicossocial, estimando a singularidade do paciente. De acordo com a Cartilha

Clínica Ampliada, Equipe de Referência e Projeto Terapêutico Singular (BRASIL,

2007), “é uma reunião de toda a equipe em que todas as opiniões são importantes

para ajudar a entender o sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e,

consequentemente, para definição de propostas de ações”. O PTS é estruturado

em 4 fases: 1) O diagnóstico: será feita uma anamnese, colhendo os dados de

doença pregressa e demais informações psicológicas, orgânicas e sociais que

moldaram as ações singulares desse indivíduo; 2) Definição de metas: Após o

diagnóstico, a equipe irá traçar metas de curto, médio e longo prazo, afim de

reorganizar o equilíbrio biopsicossocial; 3) Divisão de responsabilidades:

delimitação da atuação de toda a equipe envolvida e também do cliente e sua

família; 4) Reavaliação: reunião e discussão da equipe envolvida em prol da

evolução do cliente, observada por cada integrante, para que novas conduções de

melhoria sejam providenciadas. (BRASIL, 2007). JUSTIFICATIVA: A depressão vai

muito além de um simples sentimento de tristeza ou “baixo astral”, é uma doença

que expressa desespero e pessimismo que pode levar ao comportamento suicida,

é um transtorno de humor que afeta o indivíduo como um todo, tornando – o

incapaz. Diante deste aspecto coube a criação de uma Projeto Terapêutico

Singular, uma ferramenta voltada para realizar ações e cuidado em saúde com

base na abordagem centrada no indivíduo visando seu problema, colocando-o

como protagonista de seu próprio processo de saúde, juntamente com seus

familiares e uma equipe multiprofissional que o auxiliara na realização de ações

visando mudanças em seu estado de saúde mental. OBJETIVO: Elaborar um

Projeto Terapêutico Singular (PTS) para o paciente depressivo grave, a ser

aplicado pós alta hospitalar. METODOLOGIA: Estudo descritivo, tipo estudo de

caso, realizado no mês de maio de 2017, em um hospital psiquiátrico filantrópico,

localizado na cidade de Curitiba (PR), campo de estágio supervisionado dos alunos

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do segundo ano de Enfermagem da Universidade Positivo, na disciplina de Saúde

Mental. Os dados foram coletados por meio de prontuário e entrevista com a

paciente durante a internação. O trabalho não foi encaminhado ao Comitê de Ética,

por se tratar de um trabalho acadêmico que não terá sua publicação na íntegra.

RESULTADOS: N.C.L, feminino, 44 anos, casada, natural do município de Siqueira

Campos (PR), dona de casa, atualmente reside em Curitiba, com o marido e com

o único filho, na qual vive em conflito. Tem histórico de irmã bipolar e não relata

violência intrafamiliar ou individual, abuso na infância/adolescência e uso de álcool

e drogas por familiares. Paciente internada de forma voluntária e integral devido a

episódio depressivo grave com ideação e planejamento suicida. Relata que se

sente triste a muito tempo, referindo aumento da tristeza nas últimas semanas, pois

não quer que seu filho adolescente saia de casa. Se sente muito sufocada, cansada

e sobrecarregada, pois cuida sozinha do sogro idoso e acamado e já cuidou da

sogra há alguns anos até seu falecimento. Em um curto período de tempo, já tentou

suicídio duas vezes, a primeira tentativa por intoxicação medicamentosa e a

segunda por enforcamento. Menciona que decidiu buscar auxílio médico somente

após os dois atos de suicídio, durante uma consulta regular na UBS no bairro em

que mora. Nunca fez tratamento ou foi internada em hospital psiquiátrico

anteriormente. Diagnosticada com episódio depressivo grave com sintomas

psicóticos (F 32.3). Encaminhada de uma clínica para avaliação psiquiátrica no

hospital, vindo a ficar internada para tratamento e acompanhamento psiquiátrico.

Nega uso de álcool e drogas ilícitas, é tabagista (10 maços de cigarro por semana)

e diabética. Faz uso dos medicamentos Clonazepan (0,5mg), Carbonato de lítio

(300mg), Levomepromazina (25mg) e Cloridrato de fluoxetina (25mg). Quanto ao

exame do estado mental no dia da entrevista a paciente se apresentou consciente,

calma, colaborativa, com asseio pessoal e autocuidado preservado, porém com

baixa autoestima e libido, hipovigil e hipotenaz, com orientação autopsíquica

preservada e alopsíquica alterada, depressiva, anedonia, chorosa, com lentificação

psicomotora, percepção preservada, labilidade afetiva, com insight e sem

crítica,nega alucinações ou delírios, ansiedade ou insônia. DISCUSSÃO: Diante do

caso apresentado, jugou-se necessário a elaboração de um projeto terapêutico

singular baseado em uma assistência interdisciplinar: Diagnósticos: Depressão,

ideação e planejamento suicida, tabagismo, relação conflituosa, diabetes,

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sedentarismo, esgotamento físico e mental, auto estima prejudicada. Definição das

metas: Curto prazo – Orientar sobre o que é a depressão, e reforçar sobre suas

comorbidades, orientar sobre a importância do uso correto dos medicamentos,

pontuar qualidades, observar e estimular o autocuidado, observar atitudes

comportamentais e pensamentos referentes a suicídio, orientar a importância da

aproximação da família ao tratamento, mostrar a necessidade de cumprir o

planejamento das atividades físicas, psíquicas e sociais, incentivar o

comparecimento ao grupo de apoio a tabagistas; Médio Prazo - Deverá ser

estabelecido um contrato com o paciente de caráter psicoterápico onde visa a

colaboração e detecção de ideação suicida e um segundo contrato onde é

estabelecido com os familiares o apoio, compartilhamento de responsabilidades e

tomada rápida de decisões, orientar a busca de atividades físicas, estimular

atividades de lazer; incentivar a importância da terapia familiar, monitoramento do

paciente quanto ao risco de suicídio, desenvolver atividades onde a família esteja

envolvida ao menos duas vezes na semana. Deverá ser explorado questões como

planos suicidas, preparações ou meios para executá-los, identificar fatores de

proteção para a paciente e estabelecer alianças entre paciente e fator de proteção;

Longo Prazo – manter consultas com o enfermeiro, terapia com psicólogo e

consultas com psiquiatra pelo menos uma vez ao mês para monitorar o tratamento,

continuar com as atividades físicas e de lazer. Divisão de responsabilidades:

Distribuir as tarefas para cada profissional envolvido, enfermeiro, assistente social,

educador físico, psicóloga, psiquiatra, clinico geral, terapeuta ocupacional, agente

comunitário de saúde e familiares. Contudo o enfermeiro será o profissional de

referência, realizando consultas e acompanhando toda a evolução do paciente.

Reavaliação: Identificar os resultados alcançados; avaliar estratégias utilizadas;

redefinir novos rumos do projeto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tendo em vista o

cuidado centrado na autonomia do indivíduo, cabe ao Enfermeiro na Saúde Mental,

a responsabilidade de assistir o paciente como um todo (psíquico, emocional,

social, físico, espiritual), tendo o papel de ouvinte, possuindo a capacidade de

promover ações terapêuticas visando a sua individualidade, se utilizando sempre

da humanização e de práticas atualizadas para o manejo psiquiátrico. Sendo assim,

O PTS auxiliará um tratamento diferenciado e específico, afim de superar a ótica

do diagnóstico psiquiátrico voltado somente a medicação, integrando o cliente ao

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âmbito político, a proteção de direitos, a recuperação da cidadania e a recolocação

social, como também o aspecto subjetivo e clinica no gerenciamento das práticas

voltadas ao usuário do serviço. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O

plano terapêutico singular na assistência de enfermagem ao paciente com

transtorno metal, contribui para um melhor atendimento através de um cuidado

diferenciado e especifico, facilitando o acompanhamento evolutivo e

proporcionando uma melhor qualidade de vida ao cliente.

DESCRITORES: Depressão; Ideação suicida; Processo de Enfermagem. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular– 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007. STEFANELLI, M. C; FUKUDA, I. M. K; ARANTES, E. C. Enfermagem psiquiátrica: Em suas dimensões assistenciais. Barueri (SP): Manole, 2008. TOWNSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: Conceitos de cuidados na prática baseada em evidências. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2014. PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL PSIQUIATRICO DE

CURITIBA

Joyce Oliveira1, Mylena Cruz¹, Suelen Martins¹, Rute da Silveira¹, Luiz Sobrinho do

Nascimento2

INTRODUÇÃO: O conceito de saúde mental condiz com a adaptação bem-

sucedida, uma resposta a fatores de estresse do ambiente interno e externo de

acordo com idade, normas locais e culturais, segundo a World Health Organization.

Antes considerada irrelevante, a doença mental após anos de estudos e pesquisas

adquiriu nova amplitude no quadro de patologias que acometem a população ativa

na sociedade. Os Dados do ministério da saúde, indicam a prevalência de

transtornos mentais com incidência de 20 a 50% nas cidades brasileiras, sendo que

no mundo aproximadamente 450 milhões de pessoas sofrem com tais agravos. De

1 Acadêmicas da 2ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: joyce-

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]. 2 Professor Conjunto do Curso de Graduação da Universidade Positivo, mestrando em educação

em ciências da saúde; Especialista em gestão em serviços da saúde. E-mail: [email protected].

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acordo com a ONU cerca de 75% a 85% da população que sofrem desses males

não tem acesso ao tratamento adequado.Com a reforma psiquiátrica criou-se novas

instalações e instituições no intuito de prestar um serviço de atendimento mais

eficiente de acordo com as características de cada caso, traçando assim um perfil

epidemiológico dos internos para o um tratamento apropriado, a mesma figurada e

regulamentada na lei 10.216/2001, veio para a evolução dos tratamentos dos

pacientes com transtornos mentais, conhecida como lei da reforma. Nesse contexto

foi implantada a rede de atenção psicossocial (RAPS), visando um tratamento mais

humanizado com foco em reabilitação e reinserção do paciente a sociedade,

composta basicamente por serviços estratégicos de assistência extra-hospital,

sendo eles os CAPS, residências terapêuticas e as unidades de saúde

fundamentados na portaria 3.088 de 23/12/2011. Os resultados apresentados pela

inclusão de serviços foram o índice aumento de pacientes e de locais de

atendimento adequado diminuído, como pode ser observado, de acordo com a

distribuição de leitos do SUS em hospitais psiquiátricos por UF (dados coletados

através do IBGE de 2013 a dezembro de 2014indica em todo o território nacional

167 hospitais psiquiátricos distribuídos em 116 municípios por 23 estados do pais,

com uma redução de 3.970 leitos, sendo que no internamento cabe a intervenção

no período de crise a fim de controlar e estabilizar os pacientes gravemente

doentes, garantindo sua segurança e das demais pessoas. Com base no aumento

de pacientes com transtorno mental nos últimos anos, busca-se um estudo

aprofundado delineando quais as principais causas de um internamento, será

abordado através de cortes transversais e estudo de dados coletados e

organizados em tabelas. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos

internamentos em um hospital psiquiátrico de Curitiba. METODOLOGIA: Trata-se

de uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados

junto à administração do hospital psiquiátrico localizado em Curitiba-PR e

pertenciam aos internamentos do período de Janeiro a junho de 2017. Utilizou-se

uma planilha Excel para compilação dos dados e para confecção das tabelas. O

trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo,

por se tratar de um trabalho acadêmico que não será publicado na íntegra.

RESULTADOS: O Hospital geral, juntamente com os demais pontos de atenção

para a conformação da rede de atenção psicossocial compõem a estrutura e apoio

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ao paciente de saúde mental. Contudo, Curitiba não conta com leitos destinados a

tais doenças em hospitais gerais, sendo todo o fluxo direcionado ao hospital

psiquiátrico vigente, onde são organizados em alas por sexo, idade e patologias.

Em síntese foi realizado um estudo epidemiológico de uma amostra de 415

pacientes entre janeiro a junho de 2017 no hospital psiquiátrico em Curitiba.

Analisando os dados coletados relacionados ao diagnostico em geral verifica-se

uma prevalência significativa no sexo feminino sendo 60 % e masculino 40 %. As

doenças mentais mais predominantes no geral são CID: F20 (Esquizofrenia) 25,1%,

F29 (Psicose não orgânica) 21,9%, F31 (Transtorno afetivo bipolar) 20,7%, F32

(Episodio depressivo) 12,3%, atingindo com mais frequência à faixa etária dos 20

aos 54 anos. DISCUSSÃO: Os dados coletados no hospital psiquiátrico de Curitiba,

apresentou uma prevalência significativa relacionada ao sexo feminino nas

doenças: Esquizofrenia (F20), psicose não orgânica (F29), transtorno afetivo

bipolar (F31), e episódio depressivo (F32), podendo ser justificado pelo fato do

hospital disponibilizar mais leitos as mulheres, mas deve-se considerar que a

população feminina é em cerca de 52,33% maior, recentemente aderiram uma

jornada que concilia moradia, profissão, família, formação educacional, saúde e

bem estar, são mais propensas à violências e abusos, outro fato é a busca ao

auxílio de doenças relacionadas ao emocional e psicológico evidenciam as maiores

taxas aos internamentos, conforme os autores Kaplan e Sadock (1997). Os homens

são mais suscetíveis a tais patologias apresentadas no hospital de Curitiba, porém

o número não está tão elevado devido os leitos não serem disponibilizados na

mesma quantidade que para sexo feminino, outros fatores que contribuem são que

o sexo masculino dificilmente procura por ajuda medica logo muitos acabam por

aderir drogas e álcool como válvula de escape. Quanto a idade prevaleceu a faixa

de 20 a 44 anos, o que pode ser relacionado ao término da adolescência e início

da vida adulta, fase esta que acarretam diversas decisões cruciais para o

desenvolvimento dos próximos anos de vida, outro fator a ser aderido a esta faixa

etária são os laços afetivos intensos e o livre acesso a drogas e álcool, que

colaboram para o desenvolvimento de transtornos mentais. Ao cruzarmos as

variáveis de gênero e patologia, tem-se que em ambos os sexos o F29 (psicose

não orgânica) teve prevalência sobre as demais, fato que pode ser explicado devido

a oscilação de características da patologia e diagnostico impreciso, seguido de uma

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taxa maior em homens de F20.0 (esquizofrenia paranoide) conforme relata Ana C

Chaves do departamento de Psiquiatria da Unifesp/ EPM (2000) e maior frequência

de F31.2 (transtorno afetivo bipolar) em mulheres , conforme publicações de

Morgado e Coutinho (1985), onde mulheres tendem a transtornos de ansiedade e

do humor, enquanto homens associam-se mais facilmente a transtornos ligados a

substâncias psicoativas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Doenças psiquiátricas

sempre foram presentes na humanidade, todavia existia um preconceito anexo a

isso, como consequência os portadores de doenças mentais eram considerados

loucos, sendo confinados em manicômios com um tratamento extremamente

agressivo. Após críticas as instituições, iniciou o movimento da Reforma

psiquiátrica propondo uma rede de serviços estratégicos territoriais e comunitárias

de forma inclusiva e libertárias. É notável que a luta antimanicomial proporcionou

quedas nos índices de internamentos, quando necessários, normalmente são de

curta duração, a família auxilia na recuperação, utilizam terapia ocupacional com

ações que ajudam a reabilitação e reinserção a sociedade. A estrutura hospitalar e

a estratégia do cuidado são essenciais ao amparo do enfermo, entretanto a análise

de dados é necessária também pois obtém um controle e estabelece a assistência

necessária aos casos de modo especificado explorando melhoria desde prevenção

as patologias até a melhor forma de tratamento das mesmas. CONSIDERAÇÕES

PARA A ENFERMAGEM: Ao analisar os índices e suas prevalências quanto a sexo

e idade, pode-se tratar um perfil epidemiológico de pacientes internados,

verificando fatores contribuintes e linha de incisão, de tal maneira o diagnostico

torna-se mais preciso e as políticas de prevenção e cuidados direcionada,

concedendo assim um olhar mais humanizado, uma comunicação e

relacionamento terapêutico eficaz, tendo o enfermeiro como principal instrumento

terapêutico na assistência em saúde mental e psiquiátrica.

DESCRITORES: Saúde mental, Hospital Psiquiátrico, Perfil Epidemiológico. REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Saúde Mental em Dados. – 12, Ano 10, nº 12. Informativo eletrônico. Brasília: outubro de 2015 (acesso em 11/09/2017). Disponível em: <www.saude.gov.br/bvs/saudemental>. Morgado, Anastácio. F. Coutinho, Evandro da S. F.: Dados de epidemiologia descritiva de transtornos mentais em grupos populacionais do Brasil. Escola

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Nacional de Saúde Pública - FIOCRUZ-RJ, Rio de Janeiro, jul/set, 1985. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em: 12 set. 2017. PERRUSI, A. 2010. A lógica asilar acabou? Um estudo sobre as transformações na Psiquiatria Brasileira. In: FONTES, B. A. S. M.; FONTE, E. M. M. (Orgs.). Desinstitucionalização, Redes Sociais e Saúde Mental: Análise de Experiências da Reforma Psiquiátrica em Angola, Brasil e Portugal. Recife: Editora Universitária - UFPE, pp. 71-112. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE VÍTIMA DE QUEIMADURAS NO TRATAMENTO

DA CICATRIZ HIPERTRÓFICA

Layse Gabrielle de Mendonça1, Melissa Alves de Ploêncio¹, Michel Marcos Dalmedico2

INTRODUÇÃO: Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos, ocasionadas por

agentes químicos, físicos e biológicos (ALMEIDA, 2013). Estas podem ser

classificadas quanto ao seu mecanismo de lesão, grau, profundidade, área corporal

acometida e sua extensão (MOSER; PEREIRA; PEREIMA, 2013). Quanto a

profundidade, podem ser classificadas como primeiro, segundo e terceiro grau,

sendo o primeiro lesões que atingem somente a camada epidérmica; segundo

quando há comprometimento da epiderme e a camada superficial ou profunda da

derme; e terceiro acometendo, além da pele, outros tecidos como o subcutâneo,

músculos, tendões e até mesmo os ossos (ALMEIDA, 2013). Já em relação a

gravidade das lesões, são levados em conta fatores como temperatura do agente

térmico, tempo de exposição, tipo de agente e seu calor específico que determinam

graus variados de profundidade da lesão e a área de superfície corporal queimada

(MOSER; PEREIMA; PEREIMA, 2013). Tais lesões podem resultar em sequelas

físicas e psicológicas, dentre elas, fazendo parte do grupo de afecções cicatriciais,

destaca-se a cicatriz hipertrófica. As cicatrizes hipertróficas são elevadas, de

1 Acadêmicas da 4ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Curitiba/PR. 2 Docente da Universidade Positivo, Curitiba/PR.

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coloração vermelha ou rósea intensa, pruriginosas, endurecidas, dolorosas, não

ultrapassam os limites originais da lesão. Geralmente, tendem à regressão

espontânea, vários meses após o trauma inicial (YODA, 2013). Cicatrizes

hipertróficas dividem-se em duas categorias, a primeira é a cicatriz hipertrófica

propriamente dita e a segunda na cicatriz queloideana. Esta lesão cicatricial não

possui as características histológicas e evolutivas do queloide, não regride, e se

mantém dura e hipertrofiada. O quelóide é uma lesão elevada, brilhante, pruriginosa

ou dolorosa, de localização dérmica e que ultrapassa os limites da ferida original,

ou seja, invade a pele normal adjacente. Apresenta crescimento ao longo do tempo

e não regride espontaneamente (YODA, 2013). No tratamento destas lesões pode

haver a necessidade de intervenções como curativos, enxertos e retalhos; e como

consequência as cicatrizes podem desenvolver complicações como eritemas,

discromias, hipertrofias e limitações de funcionalidade (GONÇALVES et al., 2013).

JUSTIFICATIVA: A equipe de Enfermagem deve estar habilitada para lidar com

pacientes queimados, pois estes necessitam de uma assistência multifatorial que

englobe aspectos físicos, emocionais e atenção à família. Além de outros cuidados

como a manutenção das vias aéreas, reposição de fluidos, controle da dor e

observação da atualização do calendário vacinal do paciente também são de

extrema importância. Além disso, é de atribuição da equipe de Enfermagem os

cuidados com coberturas, preservação de tecidos, prevenção e controle de

infecções, visando à cicatrização da lesão em menor tempo possível, a fim de evitar

complicações como a cicatriz hipertrófica. OBJETIVO: Identificar e descrever a

produção científica internacional a respeito do tratamento de queimaduras na

prevenção da cicatriz hipertrófica entre os anos de 2012 e 2017. METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão integrativa (GANONG, 1987). Para o desenvolvimento

deste estudo foram seguidas as seguintes etapas: definição do tema e questão

norteadora; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; definição das

informações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos; interpretação

dos principais resultados e a elaboração do documento que contempla todas essas

fases (GANONG, 1987). A partir da definição do tema tratamento de cicatriz

hipertrófica em vítima de queimaduras, a questão norteadora foi elaborada,

sendo:Qual o perfil da produção científica internacional a respeito das técnicas de

tratamento da cicatriz hipertrófica em pacientes queimados?Posteriormente,

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definiu-se como critério de inclusão: artigo completo publicado eletronicamente,

estar nos idiomas inglês e português; retratar em suma as questões relacionadas

ao tratamento da cicatriz hipertrófica em vítimas de queimaduras e ter sido

publicado entre os anos de 2012 a 2017. Para a seleção dos artigos foram utilizadas

as seguintes bases de dados: Medical Literature Analisys and Retrieval System

Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da

Saúde (LILACS). A busca foi realizada pelo acesso online, no mês de setembro de

2017 e, para tanto, foram utilizados os descritores: Cicatriz Hipertrófica;

Queimaduras. Para a coleta de dados foi adotado uma planilha de análise, que

permitiu ordenar os textos selecionados, identificar os autores, formação dos

autores, ano de publicação, fonte de localização, revista de publicação,

delineamento e características do estudo, resultados e discussão, considerações

finais ou conclusões. A apresentação e discussão dos dados foi realizada de forma

descritiva e por meio de quadro comparativo. RESULTADOS: Na primeira busca

dos dados, foram encontrados 96 artigos,e após a primeira leitura dos títulos e

resumos 56 foram excluídos por não abordarem a temática proposta, restando

assim 37. Após a leitura na íntegra, foram excluídos 13 artigos, restando 24. Quanto

a fonte de localização, observou-se que 21 estudos foram encontrados na

plataforma MEDLINE e 3 na LILACS. Observou-se que 21 artigos contaram com a

participação de autores formados em Medicina, 04 em Fisioterapia, 01 em Estética,

01 em Fonoaudiologia, 01 da Biomedicina e 02 da Enfermagem. Em relação ao ano

de publicação, constatou-se que a produção foi bem distribuída, totalizando 04

artigos publicados no ano de 2012, 07 em 2013, 11 em 2014 e 2 em 2015. Quanto

a área de atuação, predominou Medicina em relação todas as outras, com 87,5%

dos trabalhados realizados. Quanto a temática abordada, 01 artigo tratou sobre a

relação do tempo de cicatrização e a formação da C.H., 01 artigo tratou sobre os

fatores genéticos que predispõem o desenvolvimento de C.H., 06 artigos trataram

a respeito do uso de laser no tratamento. Dois (02) artigo trataram a respeito do

uso da terapia de pressão mecânica com faixas, sendo que 01 abordou sobre a sua

efetividade na diminuição da espessura da cicatriz e 01 comparou sua efetividade

à terapia com placa oclusal estática. Dois (2) trataram do manejo em pacientes

pediátricos, 01 abordou os benefícios da massagem reabilitadora, 01 diz respeito

da elaboração de um vídeo educativo a respeito de C.H., e 01 é um estudo

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comparativo entre o tratamento com pentoxilifina e triancinolona. Um (01) tratou a

respeito do tratamento com radiofrequência, 01 discorreu a respeito das sequelas

ocasionadas por queimaduras e seus tratamentos, 01 abordou a respeito do

tratamento de C.H. com placas de silicone, 01 estudo comparativo entre as técnicas

de laser cision e método pinhole. Um artigo falou sobre a administração de

plaquetas autólogas após cirurgias de grandes queimaduras em combinação com

enxerto de pele, 01 artigo tratou a respeito do uso do gel de pirfenidona para

melhora no aspecto da cicatriz, 01 artigo tratou sobre a utilização de técnica de

expansão de tecido, 01 artigo tratou quanto ao uso de colonização de fungos para

a correção de cicatrizes e 01 artigo relatou sobre o uso de folhas de gel de silicone

de eluição com halofuginona para a normalização daatividade de expressão

cicatricial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Analisando a quantidade de publicações

encontradas nesta revisão, percebe-se a variedade de métodos de tratamento da

cicatriz hipertrófica, porém a maioria sem grandes estudos conclusivos a respeito.

Nota-se também a predominância da Medicina e Fisioterapia sobre a Enfermagem

na publicação de estudos, remetendo a uma escassez preocupante na produção

científica da área, tendo em vista que o Enfermeiro é um profissional que participa

ativamente do processo de recuperação de pacientes queimados. Sugere-se que

haja um maior envolvimento da Enfermagem na temática, a fim de aprofundar o

conhecimento científico e construir uma prática baseada em evidências.

IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Sendo o enfermeiro um dos

profissionais responsáveis pela assistência ao paciente queimado desde o primeiro

atendimento até a sua recuperação física, funcional e psicossocial, percebe-se a

necessidade de capacitação e mais estudos a respeito das queimaduras neste

campo, para que este profissional seja capaz de prestar um cuidado

multidimensional, utilizando conceitos científicos e prevendo resultados, sempre

buscando a prevenção de maiores complicações como a cicatriz hipertrófica, uma

vez que este tipo de lesão ocasiona, além da diminuição da funcional, transtornos

emocionais e sociais tanto ao paciente quanto à família.

DESCRITORES: Cicatriz Hipertrófica; Queimaduras; Terapêutica. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. W. F.; SANTOS, J.A. Assistência de enfermagem em grupos de riscos a queimadura. Rev Bras Queimaduras, v.12, n.2, p. 71-76, 2013.

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GANONG, L. H. Integrative reviews of nursing research. Research in Nursing & Health, Hoboken, v. 10, n. 1, p. 1-11, 1987. GONÇALVES, A.C; GONÇALVES, N.; CATAPANI, L.B; ROSSI, L.A; GUIRRO, E.C.O.; FARINA JÚNIOR, J.A. Avaliação de diferentes áreas de cicatriz na vítima de queimadura pela utilização do Cutometer: relato de um caso. Rev Bras Queimaduras, v.12, n.4, p. 289-292, 2013. MOSER, H.; PEREIMA, R.R.; PEREIMA, M.J.L. Evolução dos curativos de prata no tratamento de queimaduras de espessura parcial. Rev Bras Queimaduras, v.12, n.2, p. 60-67, 2013. YODA, C.N.; LEONARDI, D.F.; FEIJÓ, R. Queimadura pediátrica: fatores associados a sequelas físicas em crianças queimadas atendidas no Hospital Infantil Joana de Gusmão. Rev Bras Queimaduras, v.12, n.2, p.112-117, 2013.

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A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SOB A

ÓTICA DE FLORENCE À UM USÚARIO DE DROGAS

Bruna Alessandra da Costa1, Evelin Fernanda Vieira1, Gabriella Bittencourt Chinazzo1,

Josiane Isidoro Moreira Pinheiro1, Karinne Ferreira Auersvaldt1, Luiza Moreira de

Oliveira1, Kátia Renata Antunes Kochla2

INTRODUÇÃO: Quando se fala em drogas, o termo em si leva a pensar em substâncias

ilícitas que são normalmente usadas sem controle por jovens ou adultos. Também são

chamados de drogas os remédios com propriedades terapêuticas, que se forem usados

continuamente e sem restrição levam o paciente a dependência do mesmo. As drogas

psicoativas, são substâncias naturais ou sintéticas, que entram no organismo humano,

pela ingestão, injeção, inalação ou absorção da pele, penetram na corrente sanguínea e

alcançam o cérebro, afetando o seu equilíbrio e provocando em seus usuários reações

que variam da apatia à agressividade (PROJETO VENCENDO DROGAS, 2010).

Podemos classificar as drogas em cinco critérios que são: farmacológico, clínico, social,

epidemiológico e legal. No aspecto farmacológico considera-se a estrutura química das

substâncias, e o seu mecanismo de ação, elas podem ser depressoras, estimuladoras e

perturbadoras. A Organização Mundial de Saúde (2010) define a dependência química

como o “estado psíquico e algumas vezes físico resultante da interação entre um

organismo vivo e uma substância, caracterizado por modificações de comportamento e

outras reações que sempre incluem o impulso a utilizar a substância de modo contínuo

ou periódico com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e, algumas vezes,

de evitar o desconforto da privação”. A propósito da construção social do “problema da

droga”, Escohotado (2005) argumenta que qualquer droga constitui um potencial veneno

e um potencial remédio. O potencial de ser nociva ou benéfica em cada caso

determinado irá depender da dose, da ocasião para a qual é utilizada, do grau de pureza,

das condições de acesso a esta substância e das concepções culturais relacionadas ao

seu uso. Em questão do consumo de drogas, os epidemiológicos permitem estimar a

1 Acadêmicas da 1ª série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba PR, E-mail: [email protected]; Telefone: (41) 99682- 1483; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2 Professora Titular do Curso de Graduação da Universidade Positivo. Coordenadora do Curso de Enfermagem na Universidade Positivo. Mestre em Enfermagem. Doutora em Enfermagem. Enfermeira do Departamento de Urgência e Emergência da Prefeitura Municipal de Araucária. Contato: e-mail: [email protected].

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magnitude do problema e identificar os principais fatores de risco e proteção relacionados

ao consumo (MEDINA et al. 2010). O termo “droga” refere-se às substâncias psicoativas

e, em particular, às drogas ilícitas ou àquele cujo uso é regulado por lei. A consequências

que se tem pelo uso das drogas se tem nos variados âmbitos da vida, tais como: a

desestruturação familiar, o isolamento do indivíduo, roubo, funções neuro-cerebrais

diminuídas ao longo do uso, agressivo, perda de peso, período de alucinações e também

leva a contrair doença transmissíveis pelo uso de agulhas compartilhadas entre os

indivíduos e práticas sexual sem proteção. Todavia, a partir desse contexto e da nossa

vivência como graduandas em enfermagem observamos que o ambiente tem influência

para incitar o uso de drogas. De acordo com (NIGHTINGALE, 1989), a ênfase às

condições deficitárias de enfermarias em hospitais e a necessidade de reorganizar os

serviços de atendimento aos doentes. A meta principal da teoria ambientalista é

potencializar as forças restauradoras da natureza, por meio da intervenção sobre o meio

ambiente do paciente (NIGHTINGALE, 1989) e sua teoria tem como objetivo´´ os

processos preparativos do corpo`` por manipulação do ambiente do cliente, onde o

enfermeiro manipula o ambiente do cliente para regular o nível adequado de ruídos,

nutrição, higiene, iluminação, conforto, socialização e esperança. Ela não via a

enfermagem como limitada administração de medicamentos e tratamentos, mas, em vez

disso, orientada para fornecer ar fresco (aeração), luz, aquecimento, higiene, quietude

(silêncio) e nutrição adequada. A teoria descritiva de Nightingale forneceu aos

enfermeiros uma maneira de pensar sobre o ambiente dos clientes e dos seus próprios

trazendo orientação quanto a agir em benefício do paciente. Dessa maneira se o

ambiente em que o paciente vive estiver fora dos padrões estabelecidos por Florence e

o mesmo recusar a obtenção de ajuda é visualmente claro que este interfere no

tratamento e os cuidados para com o usuário de drogas. A partir desse contexto a

questão que norteou nosso estudo foi: Como o ambiente influenciou um usuário de

drogas a se tornar dependente químico? JUSTIFICATIVA: Estudos dessa natureza são

importantes para reflexão da influência do ambiente no uso de drogas, assim como

contribuir para a prática de prevenção do seu uso. Objetivo: Relatar o estudo de caso

com usuário de drogas; elencar os problemas ambientais que influenciaram o usuário.

Metodologia: Estudo do tipo de caso, realizado em um Hospital psiquiátrico localizado

na região de Curitiba-PR, numa área de 10 mil metros quadrados, com aproximadamente

4 mil m² de área construída, com 150 leitos, sendo 90 destinado ao SUS e 60 para

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convênios e particulares, distribuídos em 6 unidades, em alas masculinas e femininas,

contando com 1 unidade masculina específica de tratamento para álcool e drogas. O

lugar possui espaço verde, iluminação natural, academia ao ar livre. Os ambientes são

voltados à facilitação da mobilidade (não há degraus), com janelas e vidros posicionados

para propiciar contínua visibilidade aos pacientes, resguardando sua privacidade. O

participante do estudo foi um jovem de 30 anos do sexo masculino internado na

Instituição. Para a coleta de dados realizada em setembro de 2017 utilizamos um roteiro

da disciplina de Semiologia e Semiotécnica e outro elaborado pelas autoras que

contemplavam os seguintes aspectos: higiene, iluminação, odores e calor. Os dados

foram descritos em: histórico e problemas ambientais, após discutidos sob o olhar da

Teoria Ambientalista. Esse trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa

por se tratar de um trabalho acadêmico realizado na disciplina de História e Ética de

Enfermagem, não será publicado na íntegra. RESULTADOS: Durante a entrevista o

paciente descreveu que sua convivência familiar era bastante conturbada, pois seu pai

era alcoólatra e seus tios ainda são usuários de drogas. Dessa maneira, um de seus tios

foi quem o influenciou ao mundo das drogas, fazendo com que o mesmo se tornasse

dependente químico. A.A.S., 30 anos solteiro, sexo masculino residente em Telêmaco

Borba, usuário de cocaína desde seus 17 anos, estado civil separado, reside com a

família em uma residência própria. Atua como auxiliar de produção, porém, está afastado

para tratamento. Procurou ajuda religiosa com seus familiares no município de Curitiba,

pois estava decidido a deixar o vício. Possui plano de saúde. Dependente químico de

cocaína por 13 anos, diagnosticado com ansiedade e hérnia de disco. Atualmente

encontra-se corado, em boa forma e com momentos de choro espontâneo. O paciente

encontra-se em um hospital psiquiátrico, na qual possui boa luminosidade artificial e solar

e boa ventilação tanto dentro do quarto como na área externa. Relata que a higiene do

hospital é excelente, e não tem o que reclamar a respeito disso. Faz sua própria higiene

pessoal diária. Exame físico: T: 35,4°C, PA: 190x80mmhg, aferida em posição sentado.

As medidas antropométricas são de 82kg e 1,71m de altura. Paciente encontrava-se

muito inquieto durante a entrevista, e com algumas manchas no corpo. Paciente relata

que sua mucosa nasal está danificada devido ao uso excessivo de cocaína, e

apresentava coriza nasal. Fatores Ambientais: A moradia em que ele reside é um

sobrado de alvenaria, bem arejado, com excelente limpeza, pois o mesmo possui

empregada doméstica. O paciente relata que o bairro é bem tranquilo. Possui

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saneamento básico. O ambiente familiar foi o principal influenciador, pois seu pai foi

alcoólatra por anos e tem tios usuários de drogas. O ambiente familiar de certa forma

influenciou muito o paciente a fazer o uso de drogas. DISCUSSÃO: Florence descreve

que alguns elementos de importância: Assim a ventilação relaciona-se a provisão de ar

fresco e puro, a iluminação envolve a claridade e a luz solar direta; o calor, associado ao

não resfriamento dos pacientes, a limpeza relacionando-se com a prevenção de

infeções, os ruídos enfatizando a necessidade do silencio, os odores e a

alimentação.(NIGHTINGALE, 1989) CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se que o

ambiente familiar interfere nas condições sociais e psicológicas pois dentro de sua

própria residência ele tinha o contato com entorpecentes, atribuindo a ela diversos

problemas sociais que implicam em sua saúde física e psicológica. Com isso detectamos

a influência que o ambiente tem na vida do paciente, sendo necessário intervenções e

melhorias. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: Este trabalho contribuirá para

agregação do conhecimento e compreensão dos conceitos ambientalistas a um

ambiente influenciador de um usuário de drogas. E de que maneira os profissionais de

saúde podem estar auxiliando para a tratamento do paciente.

DESCRITORES: Drogas; Ambiente; Influenciador. REFERÊNCIAS MEDINA, M. G. Et al. Epidemiologia do consumo de substâncias psicoativas. In: 2010 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial sobre violência e Saúde. Genebra, 2002 NIGHTINGALE, F. Notes on nursing: what it is and what it is note. New York: Dover publications, 1859 PROJETO VENCENDO AS DROGAS. Aspectos de drogas. Disponível em:< http://www.vencendoasdrogas.com/DROGAS.htm>. Acesso em 25 de setembro de 2017 ROMANI, O. La epidemiología sociocultural en el campo de las drogas: contextos, sujetos y sustancias. In Menendez et al. (orgs.). La epidemiología sociocultural. Buenos Aires, Lugar Editoral, 2010 a.

COMPORTAMENTOS E ATITUDES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE

CARACTERIZAM A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

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Emanuelle Araujo1, Ingrid Benitez Emmel1, Jõao Guilheme1, Leonardo Domingues1, Maria

Eduarda Ribeiro1, Adriana do Rocio Vendrametto2

INTRODUÇÃO: Muito tem se discutido sobre violência obstétrica durante o parto,

pelo grande número de ocorrências que acontecem nos dias atuais.). De acordo

com a Organização Mundial da saúde (OMS, 1996) violência obstétrica pode ser

definida como a determinação de um nível significativo que implique a dor e

sofrimento que pode ser evitada. Segundo Wolff e Waldow (2008) relatam que a

arte do parto é uma atividade que acompanha a humanidade desde o início dos

tempos e sempre foi desempenhada tradicionalmente por parteiras. A partir dos

séculos XVII e XVIII foi introduzida a incorporação prática dos médicos obstétricos

possuindo como polo a Europa e assim difundindo-se pelo mundo BESSA et.al

(1999). No século XX o predomínio hospitalar tomou conta do procedimento de

parto sobretudo após segunda guerra mundial, quando a utilização de fórceps e a

prática da episiotomia acabaram se tornando rotineiras e o ato de dar à luz que

antes era considerado uma experiência subjetiva se transformou em um

procedimento acadêmico de residentes e obstetrizes (OSAVA, 1997). Segundo

Silva et al (2014) a violência no parto em si, pode ser caracterizada como qualquer

dano a integridade física ou psicológica praticada durante a intervenção direcionado

a gestante ou ao bebê sem o consentimento explícito e informado a mesma. A

forma que a agressão ocorre, pode ser desde a negligência da assistência,

discriminação social, violência verbal, uso de técnicas desnecessárias durante os

procedimentos do parto, medicamentos desnecessários e até o abuso sexual.

(Wolff e Waldow, 2008). No Brasil, o parto humanizado é amparado segundo a

Portaria n° 569, de Junho de 2000 que orienta sobre a instituição do Programa de

Humanização no Pré-natal e Nascimento, e estabelece os princípios básicos a

serem adotados com a gestante, preservando a responsabilidade no âmbito

federal, estadual e municipal visando garantir os direitos as gestantes no

acompanhamento gestacional (BARBOSA et al, 2016). O Papel do enfermeiro se

1 Acadêmicos do curso de graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2 Enfermeira, docente da Universidade Positivo. Email:[email protected]. Tel.: (41)991061928.

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torna extremamente importante, tendo em vista que possui como base da

assistência a humanização, cuidado, amor e educação, devendo passar segurança

e confiança a gestante, tendo como responsabilidade, o bom preparo, a habilidade

técnica e controle emocional que são de vital importância para prestar este tipo de

assistência, pois o parto não deve ser visto como um procedimento mas sim como

um acontecimento único e humanizado (MILBRATH et al, 2010). A busca pela

transformação da atual realidade, a denúncia como compromisso, a reeducação da

equipe quando necessário, o estabelecimento de uma comunicação efetiva na hora

de prestar a assistência à parturiente e a interação da equipe de enfermagem, são

ações que deveriam nortear todas as ações do processo do cuidar pois atribuem

grande valor à essa mulher, resgatando sua dignidade (DIAS e RAMOS, 2003).

JUSTIFICATIVA: Com a evidência do assunto nos últimos anos e aumento dos

casos de violência obstétrica nas instituições de saúde, surgiu a necessidade de

conhecer as atitudes e comportamentos profissionais que caracterizam violência

obstétrica, pois a compreensão dessas ações por parte da equipe de enfermagem

que prestam assistência à essa parturiente, gera a responsabilidade e o

compromisso de abolir tais práticas, para o bem-estar da mulher, proporcionando

um cuidado de qualidade que beneficie ao ser humano em um momento tão

importante em sua vida. OBJETIVO: Identificar comportamentos e atitudes

característicos de violência obstétrica. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa

bibliográfica a qual é elaborada com base em materiais já publicados, com

propósito de fornecer fundamentação teórica ao trabalho e revelar o estágio atual

do conhecimento referente ao tema (GIL, 2010). O mesmo autor cita etapas

primordiais para realização da pesquisa, sendo a primeira a escolha do tema a qual

deve estar relacionada ao interesse do estudante. A segunda é o levantamento

bibliográfico preliminar para estudo exploratório do tema, que leve a formulação do

problema. Após o problema formulado, foi realizado o levantamento de fontes

bibliográficas para fornecer respostas à solução do problema proposto. Nesta fase,

a busca foi realizada em bases de dados, utilizando as palavras-chave: Parto

Humanizado, Violência e Enfermagem tendo como critérios de inclusão artigos na

íntegra, no idioma português, no período de 2014 a 2016. As bases de dados

pesquisadas foram LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências

da Saúde); BEDENF (Base de Dados de Enfermagem); FioCruz; Integralidade;

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Coleciona SUS; ENSP (Escola Nacional de Saúde Publica) e Tesesfio (Teses e

dissertações – Fundação Osvaldo Cruz), onde foram encontrados 21 (vinte e um)

artigos e, após a aplicação dos critérios de inclusão, foram encontrados 12 (doze)

artigos. A seguir, foi realizada a leitura exploratória e seletiva para verificar se as

obras consultadas interessavam à pesquisa, tendo em mente o objetivo do trabalho.

Dessa forma, após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos 8 (oito) artigos.

Restando quatro4 (quatro) artigos para a leitura analítica para ordenar as

informações contidas nas fontes selecionadas e leitura interpretativa, para

relacionar com o objetivo da pesquisa, na busca de soluções para o problema e,

para correlacionar os conhecimentos dos artigos lidos. DISCUSSÃO: Após o

levantamento bibliográficos resultados foram agrupados por semelhança e

divergências, onde pudemos identificar que a maioria dos autores constata que as

agressões verbais e a utilização de procedimentos desnecessários são as mais

acometidas pelos profissionais de saúde. O atendimento desumanizado e a falta

de informações ao paciente, podem levar a um possível trauma psicológico

dificultando assim o procedimento, levando muitas vezes a ações desnecessárias

como a prática da episiotomia utilizada na maioria das vezes como método de

ensino a estudantes de medicina, a cesária é outro procedimento destacado pelos

autores onde o poder de livre escolha da futura mãe é totalmente desconsiderado.

Um dos autores referenciou-se a falta de preparo da instituição, onde havia a falta

de estrutura física, equipamentos e treinamento profissional os quais trouxeram

certo desconforto a parturiente durante estadia e procedimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A violência obstétrica tem sido muito cometida por

profissionais da área da saúde, e tais fatos chegaram a este ponto pela falta de

humanização e também devido a robotização dos procedimentos. A falta de

informações por parte dos profissionais e acontecimentos desnecessários chegam

a mãe que está a conceber o seu filho como procedimentos normais e rotineiros,

fazendo a mesma muitas vezes desconsiderar todas as formas de agressões. A

falta de assistência dos profissionais e o pouco conhecimento da mãe implica na

não imposição de limites que devem ser exigidos pela mesma para a não

ocorrência dos fatos, evitando assim a violação de seus direitos. Quanto a falta de

estruturas e preparo profissional cabe as instituições e órgãos de fiscalização da

saúde serem mais rigorosos quanto as exigências e treinamentos e se fazer

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cumpriras normas e leis necessárias para a pratica do parto humanizado.

IMPLICAÇÕES NA ENFERMAGEM: Sendo o profissional de saúde

especificamente da área de enfermagem um importante contribuinte nos

procedimentos desde o período gestacional até o puerpério, é importante seu papel

de garantidor dos direitos das gestantes explanando todas as dúvidas, provendo o

melhor atendimento humanizado possível, a fim de evitar qualquer tipo de agressão

sendo ela física, psicológica e verbal por parte dos profissionais que possam lhe

causar trauma durante o parto.

DESCRITORES: Parto Humanizado, Violência, Enfermagem. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. S. Olívia; GAMA, R. Elisabete; BAHIANA, M. Patrícia. Humanização do parto a atuação dos enfermeiros. Revista Enfermagem Contemporânea. 2015 Jan./Jun.;4(1):79-90. BARBOZA, P. Luciana; MOTA, Alessivânia. Violência obstétrica vivências de sofrimento entre gestantes do brasil. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, Salvador. 2016;5(1): 119-129. SANTOS, S. Rafael Cleison; Souza F. Nádia. Violência institucional obstétrica no Brasil: revisão sistemática. Macapá, v. 5, n. 1, p. 57-68, jan./jun. 2015. SILVA, M. G. da et al.; Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras, Obstetricviolenceaccordingtoobstetric nurses Violência obstétrica enlavisión de enfermeras obstetras. Rev Rene. 2014 jul-ago; 15(4):720. WOLFF, Leila Regina; WALDOW, Vera Regina; Violência Consentida: mulheres em trabalho de parto e parto. ConsentedViolence: women in labor and delivery. Saúde Soc. São Paulo, v.17, n.3, p.138-151, 2008.

AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA ADAPTAÇÃO E O AUTOCUIDADO DE

OSTOMIZADOS

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Eriellen da Silva Strapasson1, Maria Eduarda Alves Calistro1, Michele Lopes Leite1,

Denise Faucz Kletemberg2

INTRODUÇÃO: O estoma refere-se à intervenção cirúrgica que permite criar uma

comunicação entre o órgão interno e o exterior, como a finalidade de eliminar os

dejetos do organismo. A nova abertura que se cria com o exterior chama-se

ostoma. Segundo a Associação Brasileira de Ostomizados (ABRASO) estima-se

que no Brasil há cerca de 50 mil ostomizados, 80% das pessoas ostomizadas são

colostomias, 10% são ileostomizadas e 10% urostomizadas. Muitos desses são

jovens, submetidos à cirurgia após terem sido vítimas de traumatismos por arma

de fogo, arma branca ou acidentes, representando uma população de pacientes

que merece um cuidado humanizado e sistemático de dimensão biopsicossocial,

voltado a amenizar os impactos que um ostoma pode provocar na vida do indivíduo

que o possui. A proposta desta cirurgia é o desvio do conteúdo do intestino para

uma bolsa externa, podendo ser temporário ou definitivo, devido a obstruções

transitórias ou permanentes do cólon terminal ocasionadas por imperfuração anal,

neoplasias, processos inflamatórios, corpos estranhos introduzidos reto,

amputação do reto, fístulas retovaginais, perfurações cólicas, lesões extensas ao

redor do ânus ou como paliativo nos casos de neoplasia obstrutiva inoperável.

Para o ostomizado há comprometimento da qualidade de vida devido as restrições

do bem-estar e autonomia e da realização das atividades diárias e de lazer

(PELLAZA et al, 2016). JUSTIFICATIVA: A reabilitação é a meta principal da

equipe que assiste ao ostomizado. A sua força de vontade e autonomia faz com

que ele retorne o convívio na sociedade, identificando e ultrapassando os

obstáculos que impedem sua adaptação. Reações de ansiedade, agressividade,

regressão depressão, melancolia são percebidas em diferentes graus e o indivíduo

fixa a ideia de que nunca mais terá uma vida normal mesmo sabendo que a ostomia

aliviará sua enfermidade. O apoio da família e a assistência de profissionais fazem

toda a diferença nesta nova etapa (MONTEIRO; COSTA; CAMPOS, 2016).

1Acadêmicas da 1ª série do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba

–Brasil. Contato:[email protected], [email protected], [email protected]. Contato relatora: (41) 98772-6931 2Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo.

Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES)[email protected]

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OBJETIVO: Identificar as intervenções de enfermagem ao ostomizado para sua

adaptação e o autocuidado adequado. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica

realizada durante o mês de setembro de 2017, através da pesquisa via eletrônica,

consultando-se o banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nas bases

de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

(LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Sistema Online de

Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Foi utilizado o cruzamento

dos descritores estomia and enfermagem. Os critérios de inclusão foram

publicações no período de 2012 a 2017, no idioma português. A exclusão dos

artigos seguiram os seguintes critérios: percepção do ostomizado e conhecimento

dos profissionais sobre ostomias. RESULTADOS: Desde o pré-operatório a

enfermagem deve ter o objetivo de estimular o paciente para o autocuidado. É muito

importante a anamnese e o exame físico neste período para que os diagnósticos

de enfermagem sejam levantados, implementados e avaliados. O paciente após a

cirurgia deve receber todas as orientações possíveis, pois sua recuperação e

aceitação da nova fase pode ser de difícil enfrentamento. A equipe de enfermagem

deve auxiliar o paciente em cada detalhe, como lidar com a bolsa, como fazer a

higienização, sempre procurando deixar o indivíduo muito seguro dos

procedimentos futuros. Os pacientes que são submetidos a uma ostomia

apresentam uma série de problemas associados ao procedimento sejam eles

físicos, psicológicos, sociais ou espirituais, representando assim pacientes que

necessitam de extrema atenção dos profissionais da saúde que estão lhes

prestando cuidados. A assistência de enfermagem prestada ao paciente neste

período deve estar embasada nos seguintes itens: revisão e reforço das

orientações relativas ao autocuidado; remoção do sistema coletor; reformulação

das orientações dadas quanta à ansiedade e nível de entendimento do paciente e

familiar; encaminhamento do paciente a outros profissionais da equipe; estímulo

desses pacientes para o retorno as suas atividades diárias; esclarecimento quanto

à existência de métodos alternativos para o controle das eliminações intestinais;

acompanhamento e reavaliações periódicas com vista à detecção de complicações

ocorridas nesta fase (COQUEIRO; RODRIGUES; FIGUEIREDO,2015; PELLAZA et

al, 2016). DISCUSSÃO: Os resultados encontrados no presente estudo trazem os

cuidados adequados e a orientação do paciente ostomizado. Para orientá-lo

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corretamente a promover o seu autocuidado em relação à limpeza da bolsa é

necessário verificar qual o tipo de equipamento o paciente está utilizando. As bolsas

coletoras devem ser trocadas a cada quatro dias ou quando houver necessidade,

para evitar extravasamentos e odores, devido a saturação, com possível risco de

deslocamento da placa e vazamentos do conteúdo. Para promover maior conforto

e segurança ao paciente é necessário incentiva-lo a realizar suas atividades diárias

normalmente, elevar sua autoestima para que o mesmo tenha força de vontade e

curiosidade em sempre aprender mais sobre como lidar com sua nova fase

(NUNES; SOUZA,2015). Com isso é possível mostrar que não é tão difícil lidar com

o ostoma quanto parece, pois normalmente o ostomizado fica tão vulnerável,

desacreditado e não quer nem saber sobre o assunto, ou como deve proceder.

Ostomizados que são solteiros ou dependem de cuidador demonstram maior

religiosidade para o equilíbrio pessoal. Os profissionais devem deixar o paciente

ciente da prevenção de contaminação e detecção de complicações no seu estoma.

O cuidador em especial o enfermeiro deve orientar o mesmo também com sua

alimentação, pois geralmente devem sofrer mudanças. As informações neste caso

fazem toda a diferença na vida do paciente (COQUEIRO; RODRIGUES;

FIGUEIREDO, 2015). CONCLUSÃO: Com este estudo concluímos que a ostomia

é uma doença que compromete o psicológico de quem é submetido a esta cirurgia,

causando vários obstáculos tanto psicológicos, de autoestima quanto na vida

sexual. A fase de aceitação do paciente é de muita luta e buscam a religiosidade

como uma de suas forças para superação. Os ostomizados ficam totalmente

desorientados e nesta etapa o apoio da assistência de enfermagem e de familiares

é de muita importância. Seus hábitos alimentares mudam, seu corpo sofre

alterações e se sentem envergonhados em meio a sociedade, evitam sair de casa,

ter contato com muitas pessoas com receio de mostrar sua bolsa, ou até mesmo o

odor. É muito importante que a equipe de enfermagem procure saber como está a

adaptação tanto do ostomizado quanto de sua família, para que possa talvez

estimular e auxiliarem a participar de grupos de apoio. CONTRIBUIÇÕES PARA A

SAÚDE: Nas pessoas estomizadas cabe ao enfermeiro contribuir no processo de

adaptação ao elaborar estratégias para o cuidado de enfermagem, que abrangem

ações desde o período pré-operatório até o retorno dos indivíduos às suas

atividades de vida diária e reinserção social, com orientações objetivando capacitar

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o estomizado a criar mecanismos de enfrentamento que possam diminuir as

respostas não adaptativas. Como o nível de adaptação está em constante

mudança, é necessário a percepção do enfermeiro para identificação dessas

respostas.

DESCRITORES: Estomia; Enfermagem; Cuidados de Enfermagem REFERÊNCIAS COQUEIRO, Jandesson Mendes; RODRIGUES, Paula Aparecida Soriano de Souza Jesuíno; FIGUEIREDO, Túlio Alberto Martinsde. A produção do cuidado ao usuário estomizado. Rev Enf UFPE, Recife, v.9, n.6, p. 8148-54,2015; MONTEIRO, Ana Karoline da Costa; COSTA, Cecília Passos Vaz; CAMPOS, M. O. B; Aplicabilidade da teoria de Callista Roy no cuidado de enfermagem ao estomizado. Rev de Enfermagem e Atenção à Saúde, v. 5, n. 1, p. 84-92, 2016. PELLAZA, Bruno Bordin et al. Ações curativas de enfermeiros em pessoas estomizadas: revisão bibliográfica. Rev Eletrônica Olive, v. 1, n. 1, 2016. SOUZA, Marilei de Melo Tavares; NUNES, Nayara Cristina Ferreira, Apoio emocional realizado por enfermeiro ao paciente ostomizado. Rev Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, Porto, v.4, n. esp, p. 49-56.

MODOS DE ADAPTAÇÃO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA

COM SÍNDROME CONSUMPTIVA

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Fernanda de Lima1, Marina Oviedo¹, Sarah Lossano¹, Valéria Pereira¹, Viviane Nogueira

Santos¹, Júlio Cesar Francisco2, Maria Elisa Brum do Nascimento3

INTRODUÇÃO: A Síndrome Consumptiva consiste na perda de peso elevada,

acima de 5% da massa corpórea no período de 6 a 12 meses, sendo que existem

casos com causa definida como câncer, distúrbios psiquiátricos, doenças do

aparelho digestório, endocrinopatias, afecções reumáticas, infecções e origem

indeterminada (EVANS; GUPTA, 2010). A perda de peso representa um sintoma

de desordem multifatorial que inclui alteração da ingestão calórica, da absorção e

motilidade intestinal, do uso de medicamentos e abuso de drogas, ou de produção

aumentada de substancias endógenas (PINHEIRO et al, 2011). A mudança do peso

corporal pode refletir perda e massa corporal e de fluídos e nesse aspecto requer

atenção e direcionamento do cuidado. A abordagem da pessoa com perda de peso

significativa envolve desde um exame físico minucioso a elaboração de um

planejamento de cuidados criterioso e sistematizado. JUSTIFICATIVA: Destaca-se

que esta patologia é de difícil diagnostico e a adequada investigação exige acurácia

dos profissionais de saúde, pois um único sintoma pode estar associado a inúmeros

outros problemas de saúde. A modificação do peso também envolve lidar com

diferentes questões e transformações, considerando-se o olhar da pessoa sobre si

e sobre o mundo. É fundamental que o enfermeiro que cuida/assiste a pessoa

nessa condição atente para a importância da atenção integral considerando não

apenas as transformações físicas, pois é uma condição que exige da pessoa

adaptação. A teoria de Callista Roy consiste em um Modelo de Adaptação que

descreve quatro modos adaptativos, sendo eles, fisiológico, papel da função,

interdependência, e autoconceito, que possibilitam ao enfermeiro em situações de

saúde e doença a análise das respostas adaptativas e ineficientes, que com um

pensamento crítico sobre as necessidades biológicas e psicossociais, realiza o

diagnóstico de enfermagem com base na teoria de Roy (ROY, ANDREWS, 1999).

1 Acadêmicas de Enfermagem da 2º série, Universidade Positivo, Curitiba (PR), Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. Telefone: (41) 99920-4404. 2 PhD em Engenharia de Bioprocessos. Professor assistente adjunto ao Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. Curitiba – Paraná, Brasil E-mail: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem e Mestre em Educação UFPR, professora Adjunta da Graduação de Enfermagem Universidade Positivo, Membro do Pesquisa GEMSA e Grupo de Pesquisa NECES. Curitiba- Paraná, Brasil email: [email protected]

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OBJETIVO: Descrever os diagnósticos e intervenções de enfermagem

fundamentados no modelo de adaptação de Callista Roy e taxonomia CIPE®

(GARCIA, 2015). METODOLOGIA: Estudo de caso, descritivo realizado em

hospital escola em Curitiba (PR). Participante foi uma mulher com 60 anos

internada na unidade de clínica médica com diagnóstico de Síndrome Consumptiva.

A coleta de dados foi realizada em junho de 2017 com o auxílio de instrumento

padronizado para investigação clínica que subsidiou o histórico e exame físico e

dados do prontuário clínico e sistema TASY. Os dados foram analisados a luz do

referencial de Callista Roy para identificação dos problemas, modos adaptativos e

respectivos estímulos focal e contextual e posteriormente foram construídos os

diagnósticos e intervenções de enfermagem baseados na CIPE® (GARCIA, 2015).

Para construção dos diagnósticos de enfermagem foram utilizados o eixo foco e

julgamento. A apresentação dos resultados foi realizada de forma descritiva. Foram

respeitados os aspectos éticos que envolve a pesquisa em seres humanos.

RESULTADOS: Caso Clínico: mulher, 60 anos, casada, evangélica, morena,

quatro filhos, ensino primário completo, reside em Pinhais, mora com o esposo e

filhos, profissão servente escolar, deu entrada na internação clínica há 8 dias

devido a rápido emagrecimento (12 Kg em três meses), febre, fraqueza e sudorese.

Relato de anorexia, pouca ingestão alimentar durante internação, hipotensa,

mantendo PA 100/60 mmHg, FC: 70; FR: 13, T: 35,6ºC. Grau de dependência para

atividades diárias preservadas, mas necessita de vigília. Ao exame físico: peso: 46

Kg, 1,56 altura e IMC 18,9; apresenta alopecia, pele ressecada e fina.

COONG:(cabeça, olhos, ouvidos, nariz e garganta): escleras ictéricas e ademais

sem alterações e com higiene adequada. Foto reação preservada. Ausência de

linfonodos em região cervical, anictérica, corada, mucosa oral e ocular corada e

hidratada, afebril (35,6º), higienização corporal adequada. Tórax: simétrico.

Abdome: normotenso, ausência de visceromegalias. Hábito intestinal: ausente a 3

dias. Hábito Urinário: regular. Membros: mobilidade preservada, sem edema em

MMSS e MMII, marcha preservada. Foram elencados sete modos de adaptação,

seguido dos estímulos e respectivos diagnósticos e intervenções de enfermagem:

Comportamento: anorexia, fraqueza, perda e peso, alopecia, Modo de adaptação

fisiológico: nutrição, Estímulo focal (EF): condição de estado metabólico acelerado

e hipercatabolismo, Estímulo Contextual (EC): estado emocional, ausência da fome

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e doença de base, infecções, estresse. Diagnóstico de Enfermagem (DE): baixa

absorção de nutrientes, Intervenção de Enfermagem (IE): vigiar a aceitação da

dieta, solicitar acompanhamento nutricional; Comportamento: pele ressecada e

fina, Modo de Adaptação Fisiológico: cutâneo mucosa, EF: desidratação

tegumentar, EC: longa exposição à radiação infravermelha, e o não uso de

hidratante corporal e protetor solar, DE: Integridade da pele modificada, IE: Avaliar

a pele diariamente, Proteger a pele nas proeminências ósseas; Comportamento:

febre e sudorese, Modo de Adaptação Fisiológico: regulação térmica, EF:

estimulação acentuada das glândulas sudoríparas; EC: ambiente, medicação,

exacerbação da doença de base, vestuário. DE: Hipertermia nível aumentado, IE:

Monitorar a temperatura corporal, Comportamento: eliminação intestinal ausente,

Modo de Adaptação Fisiológico: eliminação, EF: modificação da peristalse, EC:

alimentação, medicação, internação, doença de base, hidratação. DE: Habito

intestinal modificado, IE: estimular a ingesta hídrica, estimular a deambulação.

Comportamento: escleras ictéricas, Modo e adaptação fisiológico: cutâneo mucosa,

EF: disfunção da bile, EC: medicamento, doença base, DE: Integridade da pele

modificada, IE: avaliar a condição da coloração da pele diariamente.

Comportamento: emagrecimento acentuado e modificação física, Modo de

Adaptação Autoconceito: autoestima, EF: sensação negativa sobre o corpo doente,

EC: preconceito, diferença, medo de não ser aceita, DE: Enfrentamento ineficaz,

IE: Estimular a pessoa a verbalizar sentimentos, Comportamento: ansiedade

interrupção da vida profissional. Modo de Adaptação Mudança de Papel: conflito,

EF: afastamento da rotina e dependência dos outros, EC: internação prolongada,

afastamento da família, medo do desconhecido, dependência econômica. DE:

Conflito familiar presente, Intervenção: estimular a família participação no cuidado.

CONCLUSÃO: A descrição do diagnóstico e intervenções de enfermagem

direcionados pelos modos de adaptação e respostas da pessoa em situação

síndrome consumptiva sinaliza a complexidade dos cuidados de enfermagem com

destaque para o conforto, a nutrição, a preservação da integridade cutânea entre

outros e atenta para importância da valorização dos aspectos psicológicos como a

alteração da imagem. A utilização dos conceitos de adaptação de ROY influencia

e orienta a prática dos cuidados, pois permite a percepção das situações,

contribuindo para uma boa elaboração de diagnósticos e intervenções de

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enfermagem. Com o processo definido obtém-se uma visão integral cuidado a

pessoa com síndrome consumptiva. Os resultados encontrados neste estudo

podem contribuir para a enfermagem embasar o cuidado sistematizado, identificar

os fatores de risco preponderantes que levam a pessoa a desenvolver

complicações decorrentes da perda de peso significativa, de modo a poder atuar

na prevenção desta doença, que exige conhecimentos específicos.

DESCRITORES: Cuidados de enfermagem; Adaptação; Teoria de enfermagem. REFERÊNCIAS EVANS, Arthur T, GUPTA, Renuka. Approach to the patient with weight loss. [Uptodate on line] Last literature review version 18.3 – Sept. 2010. [Access to 10 Nov 2010] Available from: http://www. uptodate.com/online. GARCIA, T.R. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. CIPE®: aplicação à realidade brasileira . Porto Alegre: Artmed, 2015. PINHEIRO, Karina Moraes Kiso et al. Investigação de síndrome consumptiva. São Paulo: Arquivos médicos dos hospitais e da faculdade de ciências médicas da Santa Casa de São Paulo, v.56, n.2, p:87-95, 2011. ROY, Sister Callista., ANDREWS, Heather. A. The Roy adaptation model. 2nd ed. Stamford: Appleton & Lange; 1999.

DÉFICIT DO AUTOCUIDADO: TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE BILATERAL

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Eloisa Santos Vaz1, Rebeca Graciano¹, Thalita Nely¹, Viviane Bembem¹, Michel

Dalmedico².

INTRODUÇÃO: Durante o estágio da disciplina de O Processo de Cuidar em

Enfermagem do Paciente Crítico em Unidade de Terapia Intensiva, e em Urgência

e Emergência realizamos o atendimento e cuidado a

uma cliente diagnosticada com tromboangeíte obliterante. A tromboangeíte

obliterante, ou também chamada de Doença de Buerger, é uma doença inflamatória

que acomete as artérias, principalmente as de pequeno e médio calibre, e atinge

as extremidades dos membros superiores e inferiores. O fator causal ainda não foi

determinado, porém a doença acomete principalmente jovens fumantes. Na doença

ocorre a inflamação da parede do vaso que, consequentemente, leva à formação

de um trombo, impedindo a circulação sanguínea no local afetado. O diagnóstico

se dá pela eliminação de outras possíveis doenças, como arteriosclerose, e outras

vasculites. Existem alguns tratamentos, porém o principal é a cessação do tabaco,

evitando que o cliente passe por uma futura amputação do membro e que a doença

se espalhe para outros membros (TINOCO; SILVESTRE; TEIXEIRA,

2015). OBJETIVO: Relatar o caso de uma cliente acometida por tromboangeíte

obliterante bilateral e verificar o impacto da doença na vida e saúde da

cliente. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso, realizado em um hospital

escola localizado na cidade de Curitiba– PR. A cliente escolhida era do sexo

feminino, internada na unidade de terapia intensiva para investigação e tratamento

de uma hemorragia digestiva alta. A coleta de dados ocorreu no primeiro semestre

de 2017 e foi obtida mediante entrevista com a paciente, leitura e análise do

prontuário por meio do sistema TASY e exame físico. O trabalho não foi submetido

ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo por se tratar de um

trabalho acadêmico que não será publicado na íntegra. RESULTADOS: No

momento em que conhecemos e nos apresentamos a cliente em questão, essa se

mostrou muito receptiva a compartilhar conosco acerca de sua história e a doença

1 Acadêmicas da 3ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Contato: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. Telefone: (41)99725-4071. ² Mestre em Enfermagem. Especialista em Terapia Intensiva. Professor do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Contato: [email protected]

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a qual convive a alguns anos. Em um primeiro momento o fato que mais nos

chamou atenção na condição de acadêmicos de enfermagem foi à amputação por

completo dos dois membros inferiores. Após conversa com a cliente viemos a

saber, que tal fato se deu a recusa de abandonar o tabaco, apontado nesse estudo

como principal causa e tratamento da tromboangeíte obliterante. Após discussão

entre professor e demais colegas do campo de estágio, pesquisa sobre a doença,

exame físico e entrevista com a cliente, foi possível entender o impacto que o

tabaco e a recusa de abandona-lo tiveram sobre a saúde e a vida dessa cliente,

sendo o principal deles a perda de mobilidade já que após alta hospitalar a mesma

fará uso de cadeira de rodas pelo resto da vida. Ao final da entrevista ao ser

questionada sobre os malefícios do tabaco e as consequências de não cessar seu

uso, a cliente demostrou entendimento sobre tais fatos e sua condição, mas

apontou que mesmo tendo conhecimento e acesso a todas essas informações iria

continuar a fumar. Apesar de buscarmos sempre a cura ou a melhor qualidade de

vida de nossos clientes, cabe a nós como futuros profissionais da área de saúde

aceitar esta decisão pessoal nunca deixando de prestar as

orientações necessárias. DISCUSSÃO: A teoria do déficit do autocuidado possui

subsídio aos cuidados por estar apoiada no raciocínio de que todos possuem

potencial, em diferentes graus, para exercer o cuidado a si mesmo e aos que estão

sob sua responsabilidade. A dificuldade para realizar o autocuidado pode ocorrer

de fatores intrínsecos ou extrínsecos. Incluem-se entre eles a doença ou a morte

de algum familiar. Já fatores intrínsecos, como por exemplo, a idade, afetam tanto

a habilidade do indivíduo em realizar o autocuidado, como o tipo e a quantidade de

autocuidado requerido (FORTES; LOPES; ARAÚJO, 2010). Por isso a inclusão de

tal teoria no cuidado da cliente se faria tão relevante, ao inclui-la em seu cuidado

traríamos a ela uma nova visão sobre o seu caso, visto que a mesma já possui o

conhecimento dos efeitos que o tabaco tem sobre sua saúde, com isso se torna

possível que a mesma conheça de maneira profunda seu caso e as consequências

que sua escolha de não deixar o tabaco trarão ao seu futuro, ao prestarmos cuidado

ou auxilio na hora de fazer o curativo em seus membros amputados, por exemplo,

traríamos a ela uma novo olhar sobre os efeitos nocivos do seu vício, muitas teorias

apontam o paciente como protagonista de seu cuidado, o que as vezes é deixado

a margem, principalmente pelo fato em que a paciente se encontrava em uma

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unidade de terapia intensiva onde o cuidado de enfermagem é integral, por outro

lado a UTI possui alto grau de cuidado multiprofissional, que se demonstraram de

grande importância nos artigos consultados sobre cessação do uso do tabaco,

fazendo uso dessa equipe se tornaria possível inclui-la em seu autocuidado de

corpo e mente, buscando incentivos e demonstrações de que o uso do tabaco trará

cada vez mais consequências ao que restou de seu corpo. CONCLUSÃO: Por meio

deste estudo evidenciou-se que, a tromboangeíte obliterante consiste numa doença

potencialmente incapacitante, que influencia negativamente na qualidade de vida

do indivíduo e família. Neste cenário, o consumo de tabaco ganha papel de

destaque na gênese da doença. Logo, considera-se o tabagismo como um ato de

negligência à própria saúde, e, por conseguinte, um déficit de autocuidado,

colocando o cliente como progenitor de seu autocuidado seria dado a ele a

oportunidade de observar seu caso com outros olhos, observando os cuidados com

as lesões consequentes de seu vício esperasse um impacto maior sobre seu estilo

de vida, visando, por exemplo, a cessação do mesmo ou pelo menos a diminuição

do seu uso.

DESCRITORES: Tabagismo; Tromboangeíte obliterante; Autocuidado. REFERÊNCIAS NIEMIES, Alan. Tromboangeíte Obliterante (Doença de Buerger). Disponível

em:<http://medsimples.com/tromboangeite-obliterante-doenca-de-buerger/>.

Acesso em: 23 set. 2017

TINOCO, Pâmella Caroline Alves; SILVESTRE, Paulo Henrique; SIQUEIRA, Carla Silva. Tromboangeíte obliterante: diagnóstico, manejo e tratamento. Revista Brasileira de Análise Clínicas, Uberlândia, MG, v. 48, n.4, p. 307 – 310, outubro, 2015. Disponível em: <http://www.rbac.org.br/artigos/tromboangeite-obliterante-diagnostico-manejo-e-tratamento/>. Acesso em: 20/09/2017. VITOR, Allyne Fortes; LOPES, Marcos Venícios de Oliveira; ARAUJO, Thelma Leite. Teoria do déficit de autocuidado: análise da sua importância e aplicabilidade na prática de enfermagem. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v.14, n.3, p.611- 616, jul. 2010. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452010000300025>. Acesso em: 23 set. 2017. A CRIAÇÃO DE UM GRUPO DE CONVÍVIO SOB A ÓPTICA DE PEPLAU PARA DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Caroline M. de Toledo1, Rachel de Oliveira¹, Valéria Pereira¹, Wanderlei Wos2

INTRODUÇÃO: As práticas terapêuticas vêm evoluindo juntamente com a visão da

saúde mental (SM).Atualmente aPolítica Pública de SM direciona suas ações para

construir a inclusão social do paciente tendo no Grupo de Convívio (GC) a

promoção e desenvolvimento das relações familiares, comunitárias, do sentimento

de pertencer, participar, identificar e integrar, compartilhando objetivos e

interesses através do resgate da importância da comunicação, regras,

responsabilidades, capacidade de encontrar soluções comuns e negociar conflitos,

entre outros aspectos do vínculo social (FERRO et al, 2012). Um GC visa

proporcionar ampliação da rede social de apoio por meio da criação e

fortalecimento de vínculos entre os seus componentes, familiares e equipe de

saúde. A SM deve investir, por meio de diferentes intervenções, na inclusão social

de seus pacientes e conta com os GC para atingir este objetivo. O portador de TM

necessita de cuidados específicos e individualizados visto que é um todo biológico,

psicológico, espiritual e sociológico (WEIDMAN et al, 2011). Segundo a óptica de

HildegardPeplau (Peplau) o significado psicológico dos eventos, sentimentos e

comportamentos pode ser explorado e incluído nas intervenções de enfermagem e

concede a oportunidade de conduzir os doentes a vivenciarem os seus sentimentos

e explorar com eles o modo de lidar com os mesmos (ALMEIDA et al, 2005).

Diversas propostas terapêuticas ainda são elaborada se oferecidas ao usuário de

maneira vertical sem relação de composição com seu público alvo (BRASIL, 2011).

O ser Humano é um organismo que luta a sua própria maneira para reduzir tensões

geradas pelas necessidades, que tem vida e traduz uma direção de forma criativa,

construtiva, produtiva, pessoal e comunitária que encontra na enfermagem apoio

num processo interpessoal, focando principalmente na relação binômia

enfermeiro/paciente.Com base nas informações apresentadas surge como

prerrogativa a seguinte questão norteadora: Pode um GC ser criado a partir das

necessidades do binômio acadêmico de enfermagem e paciente constituírem uma

forma terapêutica eficiente e interferir na estabilidade clínica do diagnosticado com

1 Acadêmicas da 2ª série de Enfermagem da Universidade Positivo. Autor correspondente E-

mail:[email protected]; [email protected]; [email protected]; 2 Professor do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected];

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TM? OBJETIVO: Criar um GC de convívio sob a óptica da teoria de Peplau e avaliar

a resposta do diagnosticado com TM. METODOLOGIA: Trata-se de relato de

experiência, com abordagem descritiva, onde o acadêmico é protagonista na

criação do GC sob a luz da teoria de Peplau, correlacionando a teoria à pratica e

avaliando a sua aplicabilidade. O delineamento do estudo baseia-se na integração

dos Descritores em Ciências da Saúde: Saúde mental; Assistência à saúde;

Serviços de saúde. Foi realizado em uma unidade de saúde estratégia saúde da

família, por acadêmicos da 2ª série de uma Universidade Privada de Curitiba/PR,

durante o estágio curricular da disciplina de SM no período de 9/03 a 14/4/2017. O

GC foi criado com o intuito de: fortalecer o vínculo dos acadêmicos com os

pacientes e destes com a Unidade Municipal de Saúde (UMS), avaliar o quadro

clínico e a resposta deste paciente. O GC tem característica de ser pouco aberto,

tendo: 20 vagas, 2 encontros semanais de 1 a 2 horas e duração de 1 ano.

Selecionou inicialmente 10 pessoas tendo participação frequente de 7.Foi realizado

um projeto para determinar nome e objetivo do grupo; critérios de inclusão; seleção

dos participantes; tempo de permanência; dias das atividades e duração. Por se

tratar de um trabalho acadêmico realizado durante o período de estágio, não houve

submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, porém, manteve-se o anonimato de

todos os participantes. Quando citado os pacientes de TM, os sujeitos serão

representados pela letra “S” seguidos de um número. RELATO DE EXPERIÊNCIA:

OGC foi criado a partir de reunião dos acadêmicos, seu supervisor e os membros

da UMS após identificar as necessidades dos pacientes com intuito criar um grupo

com características singulares tendo como objetivo geral: Utilizar de estratégias em

uma equipe multi/interdisciplinar; fortalecer o vínculo entre o paciente/UMS e

específicos: melhorar a autoestima dos pacientes através de atividade em grupo;

incentivar o auto cuidado, atividade física e lazer; melhorar a eficiência do

tratamento farmacológico; minimizar o número de crises ou abandono ao

tratamento. Critérios de seleção: ser indicado por um membro da UMS; ser avaliado

pelo GC; apresentar condições de realizar atividades em grupo. Para permanecer

ao grupo: comparecer nas consultas; adesão ao tratamento

farmacológico/psicológico; interesse em permanecer; participar da integração. Para

fortalecer o vínculo entre a equipe/paciente foi aplicado a teórica Peplau para

construir uma estratégia de ensino/aprendizagem entre acadêmico, profissionais

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da UMS e paciente e através de busca/escuta ativa identificar a necessidade dos

pacientes. As atividades em grupo estavam voltadas para o desenvolvimento de

habilidades motoras, autocontrole, autocuidado, físicas e laser. O paciente

determina o tempo para execução da atividade, respeitando sua individualidade e

o seu momento. Para os primeiros encontros foi criado um convite e este era

distribuído pelos ACS até que os pacientes estivessem vinculados. Foi criado um

livro ata, para registros das atividades desenvolvidas elista de presentes. Cada

acadêmico é responsável por registrar sobre o paciente que acompanhou fazendo

o relato do comportamento durante a execução da atividade e suas percepções. O

horário programado sofreu alteração, pela chegada antecipada dos pacientes e

solicitação dos pacientes para encontros na quinta e sexta feira. Pacientes

ausentes eram resgatados através de VDe aos membros novos, era realizado a

integração, para que fosse possível criar um vinculo entre o

profissional/paciente/paciente e como estratégia de apresentação foi estipulada

uma atividade lúdica visando à descontração do grupo “dinâmicada boneca de lata”,

quebrando as tensões geradas pela chegada ao GC. RESULTADOS: O total de

selecionados foram 10, sendo que 7compareceram no 1º encontro do GC, a maioria

chegou antes do combinado o que é esperado do paciente TM, devido a ansiedade.

Notou-se que demonstraram interesse pelas atividades, “... estou gostando muito

das atividades que faço aqui” (S1), “... eu tenho vergonha, mas vou continuar vindo

aqui, ai que vergonha” (S4), “eu fico muito feliz com a maneira que me tratam aqui”

(S3), -“me sinto muito bem depois que saio daqui” (S1), “... eu não tenho muita

paciência em fazer estas atividades, mas gosto de você então eu venho” (S7), “...viu

como eu consegui realizar.. eu sou inteligente...” (S4). Observa-se que lentamente

começa a existir maior aproximação, em um primeiro momento mesmo apesar de

todos já se conhecerem do território, sentavam-se afastados e com o tempo foram

se aproximando, agora já conseguem dividir a mesma mesa e materiais. Algumas

das fases do trabalho de enfermagem sugeridas por Peplau são evidentes na

aplicação do GC sendo elas: Na fase orientação: o acadêmico assume o papel de

professor, conselheiro, líder e especialista técnico, já na identificação no início o

acadêmico e o cliente encontravam-se como estranhos e ao final já se veem mais

à vontade um com o outro; o paciente seleciona quem pode auxiliar no seu

problema e na fase exploração, o paciente começa a sentir-se parte integrada do

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ambiente provedor de cuidados e manter uma relação terapêutica por parte do

acadêmico é essencial através de uma transmissão de atitude de aceitação,

preocupação e confiança. Alguns pacientes demonstram até dependência em

relação ao acadêmico e por fim a resolução onde se espera que as necessidades

dos pacientes estejam sendo satisfeitas, através dos esforços cooperativos entre

profissional e usuário, para a partir daí, evidenciar um equilíbrio emocional mais

saudável, esperando que os pacientes se tornem indivíduos mais fortes e maduros.

Atualmente os pacientes estão bem vinculados a UMS e ao GC, a assiduidade

melhorou e o vínculo está extremamente fortalecido. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Com a criação do GC percebe-se o quanto é importante e essencial os conceitos

da teórica, que identificou a importância da relação entre o profissional da saúde e

o paciente portador de TM. Identificamos importância da elaboração do GC na vida

destes pacientes, sendo visível o quanto está contribuindo para a socialização. É

necessário quebrar as barreiras entre profissionais de saúde e paciente para

fortalecer o vínculo e a conseguir os objetivos esperados na SM. Observou-se

também que os pacientes assíduos no GC apresentaram estabilidade, melhora no

quadro clínico e maior adesão ao tratamento.

DESCRITORES: Saúde mental; Assistência à saúde; Serviços de saúde. REFERÊNCIAS ALMEIDA, V. et al. Rev. da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: Teoria das relações interpessoais de Peplau: análise fundamentada em Barnaum. São Paulo, v. 39, n. 2, p. 202-210, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v39n2/11.pdf> Acesso em: 16/08/2017. FERRO, L. F. et al. Grupo de Convivência em Saúde Mental: perspectivas de usuários e a experiência do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná. São Paulo, v. 23, n. 2, p. 146-152, maio/ago. 2012. MINISTÉRIO DA SAÚDE: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília DF, 2011. WEIDMAN, M. A. P. et al. Acta Paulista de Enfermagem: Assistência de enfermagem às pessoas com transtornos mentais e as famílias na Atenção Básica. São Paulo, v. 25, n. 3, p. 346-351, 2012. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307023885005> Acesso em: 16/08/2017.

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HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: UM AMBIENTE SOB A ÓTICA DA DAMA DA

LÂMPADA FLORENCE NIGHTINGALE 

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Gabriella Paola Ziliotti1, Isabelle Lobo Vilarinho¹, Maria

Andrea Coitiño Seguí¹, Valdemeri Meneguel¹, Kátia Renata Antunes Kochla² 

INTRODUÇÃO: O panorama da Saúde Mental, no âmbito mundial é preocupante,

tendo em vista que aproximadamente 700 milhões de pessoas sofrem de

transtornos mentais, neurobiológicos, depressão, ansiedade ou problemas

decorrentes de uso de álcool e drogas (OMS, 2014). No Brasil, a luta por uma saúde

pública de acesso universal caminha juntamente na busca da assistência

psiquiátrica mais humana, e é voltada para a melhoria da qualidade da vida.

Todavia, a PNSM (Política Nacional da Saúde Mental), busca consolidar o modelo

de atenção aberto com base comunitária que garante a livre circulação das pessoas

com transtornos mentais pelos serviços e comunidade, oferecendo cuidados com

base nos seus recursos sociais (STEFANELLI, FUCUDA, BARANTE, 2008). Dentro

desta perspectiva a rede de Serviços conta com os Centros de Atenção

Psicossocial de diferentes tipos (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos

(SRT), Centros de Convivência e Cultura, leitos em Hospitais Gerais, Atenção

Básica, dentre outros. Todavia, embora a evolução do tratamento aos doentes

mentais, ainda alguns necessitam serem internados nas fases mais agudas, onde

os locais devem proporcionar conforto, segurança, tornando o ambiente mais

agradável (CAVALCANTE et al. 2014). Tendo em vista tal necessidade, as

instituições que integram e proporcionam serviços de custodia, temporário ou

permanente, deverão assegurar ao paciente uma assistência que proporcione,

conforto e segurança, evitando riscos que possam causar danos físicos ou

emocionais. Considerando como agentes causantes de danos, temos: ruídos,

temperaturas, agentes mecânicos, e outras condições capazes de provocar lesões

a integridade física do paciente ou do prestador de serviço (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2013). O ambiente pode muitas vezes tornar-se insalubre ou inapropriado

para os usuários e interferir diretamente no tratamento. Para contribuir com as

melhorias das condições ambientais a teórica Florence Nightingale, descreveu em

1 Acadêmicas do 1º ano do curso de enfermagem, Universidade Positivo, Curitiba-PR. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] (41) 99923-8533; [email protected]. ² Mestre em enfermagem pela UEM-PR, Doutora em enfermagem pela UFPR, enfermeira da Prefeitura Municipal de Araucária e Coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Positivo. Contato: [email protected].

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193

1859, a Teoria Ambientalista que até hoje é aplicada nas bases conceituais da

Enfermagem. A adequação do ambiente surge como conceito principal,

considerando influências externas que afetam a vida dos pacientes submetidos a

uma internação e a contribuição de tal situação para a saúde ou adoecimento, bem

como para o processo de cura. A teoria Ambientalista destaca alguns elementos

que têm particular importância para a manutenção de um ambiente saudável, tendo

como elementos principais: a ventilação que proporciona ar fresco e puro; luz solar

que envolve iluminação; destino de esgotos, relacionado com a prevenção de

infecções; ruídos enfatizando a necessidade de silêncio; odores; limpeza

e alimentação correta. (PADILHA, BORESTEIN, SANTOS, 2015). Destarte, a

aplicação da teoria, permite tanto um resgate histórico, como auxilia na adequação

e estruturação ambiental seja nos centros de saúde ou hospitais. A partir deste

contexto a questão que norteou foi: O ambiente hospitalar psiquiátrico apresenta-

se em condições, sobre o olhar da teoria ambientalista? JUSTIFICATIVA: Partindo

do pressuposto que o local de internação muitas vezes pode desencadear

sofrimento e consequentemente piora do estado emocional ou físico, tanto de

pacientes, familiares ou prestadores de serviços, acredita-se que com a

identificação dos aspectos que prejudicam ou interferem tanto na estrutura como

na apresentação do ambiente, contribuímos para a melhoria assistencial de

enfermagem prestada para com o portador de transtorno mental. OBJETIVO:

Analisar o ambiente hospitalar psiquiátrico sob a ótica da teoria ambientalista da

Florence; elencar os fatores ambientais que podem contribuir para a alteração do

estado emocional ou físico; propor intervenções para a adequação do ambiente

para a melhoria de espaços como dormitórios e banheiros, áreas de laser e

atividades, refeitórios, recepção e todos os ambientes relacionados ao uso de

pacientes. METODOLOGIA: Estudo do tipo relato de experiência, realizado em um

Hospital Psiquiátrico no município de Curitiba-PR., onde a equipe de profissionais

é formada por: 160 funcionários distribuídos nas diferentes alas de atenção, com

90 internos, organizados por setores (particular/convênio e SUS), ala feminina e

masculina 55 e 35 respectivamente. Apresenta uma cozinha, anexada ao refeitório,

e que atende toda a demanda exigida, uma área de laser externa e quatro internas

para diferentes atividades de recreação. A coleta de dados foi realizada com

instrumento norteador elaborado pelas autoras, que contempla os seguintes fatores

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da teoria em questão: iluminação, ventilação, odores é emanações, ruídos,

temperatura, alimentação, higiene de roupa branca e de uso pessoal. Os dados

foram analisados sobre a perspectiva ética dos conceitos teóricos de Florence e

organizados em quadros. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética por

se tratar de um estudo realizado durante o estágio/atividade extracurricular do curso

de enfermagem da Universidade Positivo e não será publicado na íntegra. Serão

respeitados os preceitos éticos que se referem a identificação de local ou

pacientes. RESULTADOS: Iluminação: Os ambientes analisados se enquadram

nos preceitos da teoria ambientalista, apresentam uma boa iluminação e claridade,

mas podem se tornar excessivos pela luz e temperatura alta em excesso, já que o

calor, se torna aliado a claridade, aumentando a temperatura corporal, interferindo

nas horas de descanso. Emanações: em locais como cozinha e refeitório, a

presença de odores se caracteriza pela função do ambiente. Nas alas do SUS, as

emanações provêm de odores corporais, recusa de banhos por parte dos internos

ou troca não assídua das vestimentas. Higiene e Limpeza: Higiene satisfatória na

ala destinada aos pacientes vinculados a convênios e/ou particulares. Na ala

voltada ao SUS o ambiente masculino expunha locais que necessitam melhores

cuidados, como os banheiros. Possuem rotinas de limpeza, com horários

delimitados, visando proporcionar um espaço agradável e capacitado para inclusão

de todos. Cozinha e refeitório com higienização constante, assim que

utilizado pelos dependentes, é limpa. Os bebedouros e mesas, eram de estado

satisfatório para serem utilizados, banheiros assépticos e roupa branca em

constante renovação. Ruídos: Alterações normais, característica própria do

ambiente, provocadas por murmúrios, alterações psíquicas e das entonações

vocais dos pacientes. Ventilação: Favorável, procedente das amplas janelas

localizadas nos dormitórios e corredores, mantendo um ambiente arejado, em

constante circulação de ar. DISCUSSÃO: Os hospitais costumam ser ambientes

em que a obtenção de um sono de boa qualidade constitui um desafio. O sono no

hospital pode não ser repousante nem restaurador e uma das razões para tal

podem ser ambientais como no caso a iluminação excessiva (VIANA SHÍNTIA,

CEOLIM FILOMENA. 2013). Presente na teoria, há indispensabilidade da remoção

corpórea de todos os odores proveniente de doenças, destacando a necessidade

de ventilação nos quartos e banhos diários (NIGHTINGALE, 2008).  A teoria

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ambientalista de Florence refere-se à iluminação como uma necessidade e “não

apenas a claridade que desejam, mas a luz solar direta”. É fundamental um

ambiente iluminado, porém, em períodos de descanso a diminuição da incidência

pode auxiliar nas horas de repouso. (NIGHTINGALE, 2008).

Intervenções: Iluminação excessiva: propor a instituição o uso de

cortinas/persianas nos dormitórios, item indispensável para se evitar a claridade

excessiva, fator que pode atrapalhar a rotina de sono e descanso dos

internos. Odores: Recomendar a revisão da rotina de banhos, permanecendo com

a atual, um banho por dia, com o intuito de promover uma melhor higiene dos

pacientes, procurando evitar emanações características do

corpo humano. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Estudos com

referenciais teóricos possibilitam ao acadêmico a aproximação da aplicação de uma

teoria na prática e sua interface com a assistência. Estudar o ambiente contribui

para o enfermeiro no sentido de organizar, aperfeiçoar a assistência com mais

qualidade associando o conhecimento científico a sua prática

profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste estudo, pode-se que o ambiente

se encontra conforme ao que se refere os principais fatores ambientais estudado

por Florence. Concluímos que a análise hospitalar sob a ótica da dama da lâmpada,

é um princípio norteador capaz de captar e elencar problemas no ambiente,

contribuindo para uma assistência adequada. Captamos adversidades quanto a

iluminação, higiene e emanações, sendo a última mais comumente nas alas

públicas do hospital. Propomos intervenções para adequar os dormitórios devido a

excessiva luminosidade, uma nova rotina de higienização com maior número de

banhos diários, melhorando os odores emanados. Essas mediações acarretarão

em novas e melhores medidas de conforto aos enfermos.

DESCRITORES: Hospital Psiquiátrico; Enfermagem; Ambiente. REFERÊNCIAS CAVALCANTE, A.C.; ESPERIDÃO, E.; SANTOS, N. S.; SILVA, K.; SOUZA, A.C..S.; Indicativos do processo de avaliação de serviços de saúde mental. Revista eletrônica de enfermagem. Goiás, v. 16, n. 1. 2014. NIGHTINGALE, Florence. Suggestions for thought. Editora Lynn Mc Donald. 2008.

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MUNDIAL DE SAÚDE – OMS. Prevalência dos transtornos mentais na população adulta brasileira: uma revisão sistemática de 1997 a 2009. 2014. PADILHA. Maria Itayra et al. Enfermagem: História de uma profissão. 1. ed. Difusão editora, 2014. STEFANELLI, Maguida Costa et al. Enfermagem psiquiátrica: em suas dimensões assistenciais. 1. ed. Editora Manole LTDA, 2008.

POTENCIAL IATROGÊNICO NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL

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Bruna Lourenço de Lima1, Marineide Fogaça1, Rodrigo Picheth Di Napoli2

INTRODUÇÃO: A iatrogenia se define pelos danos ou doenças causadas ao

paciente decorrente de uma conduta do profissional da saúde, sendo causado por

vários motivos, entre eles como: diagnóstico equivocado, muito comum nos

pacientes psiquiátricos, que, conseqüentemente, aderem a um tratamento errôneo;

negligência médica ou mau atendimento; automedicação; má preparação dos

profissionais, como prescrição de psicofármacos por médicos de outras áreas, sem

total conhecimento de seus efeitos colaterais; interação medicamentosa;

tratamentos radicais como internação que deve sempre ser utilizada em último

caso. Além disso, outra causa que podemos citar na área da enfermagem é a

privação de cuidados, a sua imposição ou prestação insatisfatória deles de forma

que determinem algum transtorno dano ou prejuízo ao bem-estar do paciente

(MADALOSSO, 2000). Ao longo da história vimos a evolução e a mudança do

tratamento das doenças mentais e a importância de diminuir os efeitos iatrogênicos,

que antigamente era muito comum, pois, muitas vezes, eram utilizados tratamentos

associados a maus tratos, repressão física e falta de condições de higiene

(MEDEIROS, 1977). Hoje em dia utilizamos medicamentos que atuam no sistema

nervoso central alterando o comportamento, humor e cognição. Esses

medicamentos, quando utilizados em excesso, ou feita a automedicação podem

trazer diversos problemas como a tolerância, dependência e a abstinência. Outro

tratamento ainda muito discutido e muito comum no passado é a internação em

hospitais psiquiátricos, que se mostrou muitas vezes mais iatrogênico do que

reabilitadora, pois exclui a pessoa do meio familiar e da sociedade (AMARANTE,

2006). JUSTIFICATIVA: Este trabalho se justifica pelo fato de haver pouquíssima

literatura específica no tema proposto, além disso, o que há publicado apresenta-

se de forma difusa. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é mostrar o potencial

iatrogênico dos tratamentos psiquiátricos, refletir como esses problemas afetam

quem procura ajuda psiquiátrica, e como é possível diminuir o potencial iatrogênico,

promovendo a saúde mental. METODOLOGIA: Este é trabalho bibliográfico de

1 Acadêmicas do 1º ano do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Email: [email protected] , [email protected], tel: (41) 997293143 2 Biólogo, professor do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – [email protected]

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base teórica, com levantamento assistemático e em busca de periódicos e livros

sobre iatrogenia na saúde mental. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A iatrogenia se

define como doença ou enfermidade que resulta de uma ação médica.

(MADALOSSO, 2000). Apesar de a iatrogenia causar danos, ela possui uma

diferenciação e não pode ser julgada como um erro médico, é necessária uma

análise mais aprofundada para ver os requisitos onde haverá responsabilização do

profissional, como prevê a Lei 8.078/90, artigo 14: § 4º “A responsabilidade pessoal

dos profissionais liberais será apurada mediante verificação de culpa”. Na lei

10.406/02, os artigos 948 a 951 aplicam-se ainda no caso de indenização devida

por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligencia, imprudência

ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou

inabilitá-lo para o trabalho. Na saúde mental podemos atribuir a iatrogenia ao efeito

de conservar os pacientes com uma patologia psiquiátrica, muitas vezes com uma

diferente da inicial que motivou a procura do tratamento. O que geralmente produz

a iatrogenia são alterações no autoconceito (a auto-imagem, autoconfiança,

crenças pessoais) e na forma de se relacionar na sociedade, (VECHI, 2004). Na

história do tratamento da doença mental foram utilizados muitos métodos altamente

iatrogênicos, que afetavam fisicamente o paciente para que se pudesse corrigir o

comportamento, reeducar e desencorajar de condutas inconvenientes, onde o

papel da enfermagem na maior parte do tempo era conter e vigiar esses pacientes.

Essas técnicas desumanas foram perdendo força principalmente com o desejo de

se colocar em prática a reforma psiquiátrica. Além disso, as doenças mentais

começaram a ser consideradas pela ciência como doenças biológicas, surgindo

novas estratégias para tratamento, com o uso de medicamentos com substancias

que alteram a atividade psíquica (percepção e pensamento), aliviando os sintomas

dos transtornos psiquiátricos. O consumo abusivo de medicamentos se tornou um

problema de saúde pública, pois muitos recorrem a esse tratamento em busca de

fortalecimento para enfrentar frustração do cotidiano ou fuga dos problemas

sofridos pela sociedade atual com apenas a administração de uma substância

(CASTRO, 2014), o que gera seu uso indiscriminado, causando dependência,

tolerância e até abstinência. Essa forma de iatrogenia é causada principalmente

pelo diagnóstico precipitado e condições de trabalho inadequadas (se estabelece

o tempo da consulta de forma rápida, em que não consegue criar uma relação

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médico-paciente e o prontuário preenchido de maneira inadequada e/ou incompleta

sobre processo de adoecer do paciente, com inexatidão e caligrafia

incompreensível), pois se valoriza a questão da eficiência e rapidez do tratamento

sem se atentar a outros fatores relevantes para o diagnóstico, a interação

medicamentosa que podem ocorrer potencializando ou diminuindo os efeitos da

medicação, e sem poder alertar dos efeitos adversos da medicação. Em alguns

casos a consulta se resume em apenas fazer a manutenção da receita. Outro fator

importante é a prescrição por profissionais da saúde inespecíficos às doenças

mentais, pois não tem uma completa clareza sobre o medicamento e sua forma de

usar, levando, muitas vezes, a tratamentos inadequados (TAVARES, 2007;

CASTRO, 2014). A enfermagem também tem seu papel fundamental na incidência

da iatrogenia como, por exemplo, em omissão de doses; administrar de forma

errada seja em sua concentração, paciente errado, hora e via errada, medicamento

errado ou substituição indevida; dúvidas da prescrição médica, entre outros (IDE;

PADILHA; MARKIEVICZ, 1983). Essa forma de iatrogenia conserva o paciente na

doença mental, tornando-o “crônico” do serviço psiquiátrico. Outra forma é a

internação desnecessária ou precipitada do paciente em hospitais psiquiátricos

que, ao invés de ter um efeito terapêutico, acaba favorecendo o efeito iatrogênico,

uma vez que o marginaliza e exclui os doentes mentais da sociedade e os afasta

de seus familiares que poderiam ajudar no tratamento. A lei 10.216 de abril de 2001

decreta em seu art. 4º: “A internação, em qualquer de suas modalidades, só será

indicada quando os recursos extra hospitalar se mostrarem insuficientes” e no art

6º: “A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico

circunstanciado que caracterize os seus motivos”. Em um relato de experiência feito

pela Oliveira (2009), pacientes relataram aspectos que, de certa forma, atrasavam

a melhora, muitos apresentavam sentimentos como medo, magoa, revolta,

ansiedade e saudade. Além disso, muitos não tinham conhecimento sobre sua

patologia, informações da medicação e seus efeitos colaterais, o tempo que

permaneceria internado e outros fatores que contribuem para a iatrogenia.

CONCLUSÃO: O futuro profissional da área da saúde precisa ser mais bem

informado e estar em constante estudo para as atualizações em sua área, fazer

escuta ativa do paciente, realizar exame físico e fazer a anamnese cuidadosamente

atentando-se não somente aos sintomas, mas no geral, e priorizar o contato com

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outros profissionais, principalmente sua equipe para construir o diagnóstico e a

partir daí escolher o melhor tratamento a ser adotado, pois todos são responsáveis

na prevenção da iatrogenia e isso lhe fornecerá instrumentos para diminuir as

falhas e omissões, uma vez que a conservação da patologia está relacionada com

a organização do tratamento oferecido.

DESCRITORES: Saúde Mental; Iatrogênica; Psiquiatria REFERÊNCIAS MORETTO, M. L. T. Reflexões acerca do potencial iatrogênico das psicoterapias no campo da Saúde Mental. Rev. SBPH, v. 19 n 1, Rio de Janeiro, Jan/Jul, 2016 MADALOSSO, A.R.M. Iatrogenia do cuidado de enfermagem: dialogando com o perigo no quotidiano profissional. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 3, p. 11 - 17, julho 2000. OLIVEIRA, R. M. Internação Psiquiátrica: Ouvindo quem passou pela experiência. Rev. Min. Enferm. v 13, n 2, p 288 - 292, Abr/Jun, 2009 TAVARES, F. M. Reflexões acerca da Iatrogenia e Educação Médica. Rev. Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro, v 31, n. 2, p. 180 - 185, 2007 VECHI, L. G. Iatrogenia e exclusão social: a loucura como objeto do discurso cientifico no Brasil. Estudos de Psicologia, v. 9, n 3, p 489 – 495, 2004

DIABETES MELLITUS TIPO 2: RECOMENDAÇÕES DA EQUIPE DE

ENFERMAGEM PARA O USO CORRETO DE INSULINA

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Karina Gryzinski1, Maria Eugênia Sartório¹, Amanda Kohler¹, Gabrielle Meller¹, Rafaella

Ferreira¹, Luciane Favero2

INTRODUÇÃO: A Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 (DM2) é a mais comum,

correspondendo a uma grande parte dos casos de diabetes, sendo caracterizada

com deficiência na ação e secreção da insulina, podendo ocorrer em qualquer

idade, mas normalmente é diagnosticada em pessoas acima dos 40 anos (GALLO,

PIMANZONI-NETTO, 2014). O profissional da saúde deve fazer a orientação

correta, demonstrando como deve ser feita a técnica e certificar que o paciente

entendeu como deve ser realizado o procedimento. Segundo a Sociedade

Brasileira de Diabetes (SBD, 2014) foi realizado um estudo demonstrando os erros

mais comuns na autoaplicação de insulina, sendo um deles a aspiração incorreta

do medicamento. Outro erro cometido é na hora da escolha da agulha para realizar

o procedimento. Se a agulha for de tamanho não apropriado (como a de 12,7 mm,

que é a mais utilizada pelos pacientes) a insulina pode acabar sendo depositada

na derme ou no tecido muscular, com isso, o medicamento levará mais para ser

absorvido ou poderá se espalhar muito rápido, causando hipoglicemia (GALLO,

PIMANZONI-NETTO, 2014). JUSTIFICATIVA: Em dados atualizados

pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por

Inquérito Telefônico (VIGITEL, 2016) – ligado ao Ministério da Saúde -, salientou-

se o número crescente de casos de pessoas diabéticas no Brasil, saltando de 5,5%

em 2006 para 8,9% em 2016. Isso representa um aumento de 61,8% no número

de diabéticos nos últimos dez anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes

(SBD, 2017) a DM2 é responsável por 90% das pessoas que têm DM, sendo assim,

delimitou-se para o desenvolvimento do estudo esse agravo à saúde da população

destacando-se a importância da equipe de enfermagem para o pronto atendimento

nas complicações do DM. OBJETIVO: Identificar recomendações educativas da

equipe de enfermagem para com os pacientes usuários de insulina injetável

visando solucionar falhas no autocuidado. METODOLOGIA: No período de agosto

1 Graduandas em Enfermagem da Universidade Positivo. Curitiba/PR. E-mail: [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2 Doutora em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba/PR. E-mail: [email protected].

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a setembro de 2017, realizou-se a busca bibliográfica a partir de artigos científicos

pesquisados em base de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO),

utilizando os seguintes descritores: educação em saúde, diabetes mellitus e

cuidados de enfermagem, com ano de publicação de 2012 a 2017, originários do

Brasil, idioma português. Foram encontrados 44 artigos na íntegra, publicados de

forma online gratuita. Destes, após a leitura do título, permaneceram 27 artigos que

posteriormente a leitura do resumo e análise minuciosa excluíram-se outros 7

artigos por não atenderem a temática, por duplicidade e fora do período estipulado

de publicação. Dez artigos foram selecionados e lidos integralmente.

RESULTADOS: Da leitura dos artigos que compuseram este estudo surgiram

cuidados e orientações realizadas pelos profissionais de Enfermagem aos

pacientes com DM (categoria central) que incluíram quatro subcategorias

(sublinhadas no texto para melhor identificação) compostas por nove elementos

que permitiram sua adequada aplicação. Acerca dos cuidados/orientações

realizadas aos pacientes com DM encontrou-se o uso de medicação injetável como

subcategoria. Nela os textos mostraram enganos e falhas na autoadministração da

insulina e no descarte de agulhas e lancetas, além da orientação sobre o não

compartilhamento de agulhas e não reutilização das mesmas. Alguns participantes

das pesquisas selecionadas relataram que o motivo do descarte inadequado de

lancetas de avaliação da glicemia capilar foi o medo de adquirir algum tipo de

infecção ou de se contaminarem durante a punção ou quando a lanceta havia

perdido sua capacidade de perfuração. Quanto à reutilização de agulhas/ou

lancetas 72% dos participantes de outro estudo afirmaram que as reutilizavam,

causando preocupação para a equipe de enfermagem, pois não há a

recomendação do Ministério da Saúde para essa prática. Em relação ao

compartilhamento de lanceta ou agulhas, a preocupação por parte dos profissionais

seria os riscos de contaminação, como, por exemplo, hepatite B, hepatite C e HIV,

mesmos riscos quando do descarte inadequado que pode contaminar familiares,

comunidade e catadores de lixo. Outra subcategoria referiu-se sobre a necessidade

de mudança comportamental por parte dos pacientes com DM, pois falta de

cuidados com a saúde, como a nutrição desequilibrada, a falta de exercícios físicos,

o descuido com os pés e a obesidade trazem complicações à condição do paciente

com DM e podem agravar seu estado clínico levando a lesões permanentes, como

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as amputações ou comorbidades que podem levá-lo à morte. A partir de estímulos

para a mudança comportamental por meio da educação, controle glicêmico e

mudanças no estilo de vida, pacientes que possuíam dificuldades em aderir as

orientações, compreenderam a importância das indicações e sentiram-se mais

motivados, resultando numa evolução positiva, com diminuição do número de

internações e morbidades. Acerca das orientações e cuidados realizados pela

equipe de Enfermagem, a subcategoria com maior prevalência foi a que remete à

realização de atividades educativas, pois por intermédio da educação – em

pequenos grupos ou individualmente de acordo com a necessidade dos

participantes -, observou-se que a utilização de ferramentas que compõem o

método educativo favorece o autocuidado e a troca de experiências entre os

portadores de DM, tais como, slides, folhetos, cartazes e materiais como algodão,

agulhas e seringas (FARIA et al, 2012). Além disso, a assistência de Enfermagem

é essencial no cuidado ao paciente com DM. Um dado interessante apontado pelas

pesquisas foi a consideração que se deve ter pelas crenças, preferências e o

estágio de motivação do paciente com DM para o enfrentamento da doença, pois

torna-se um grande desafio para o enfermeiro não apenas a identificação de

barreiras, mas apreender o motivo pelo qual elas ocorrem, consequentemente,

dificultando o resultado positivo das medidas educativas da enfermagem que visam

o empoderamento do paciente com DM para que este supere os desafios da

doença e tome as decisões adequadas que o ajudarão a conviver com essa doença

crônica, sem perder o equilíbrio e autonomia (TESTON; SALES; MARCON, 2017).

DISCUSSÃO: Segundo o Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos

(ISMP Brasil, 2012) filiado ao Institute for Safe Medication Practices (ISMP), a

insulina é um dos cinco medicamentos que mais causam danos em pacientes

adultos e crianças, pois sendo um fármaco de margem terapêutica estreita, pode

causar sérios danos por uma dose excessiva tanto quanto por uma dose

insuficiente que, em ambos os casos, podem levar a pessoa a óbito; sendo que,

em um ambiente extra hospitalar, torna-se também preocupante, pois os mesmos

erros observados em hospitais quanto ao uso incorreto da insulina - seja na

prescrição, dispensação e administração -, podem ocorrer com um usuário mal

informado (ISMP Brasil 2012). Pesquisa relacionada aos resíduos de

insulinoterapia, produzidos no domicílio de diabéticos acompanhados na atenção

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204

primária, foi constatado que estes necessitam de orientação por parte dos

profissionais da saúde, principalmente em relação ao descarte correto dos

resíduos, diminuindo as chances de acidentes com perfurocortantes e transmissão

de patologias (CUNHA et al, 2017). Existem controvérsias sobre a reutilização de

matérias descartáveis no domicílio, somente estudos internacionais afirmam que

não é recomendado a reutilização desses materiais, pois podem ocorrer

complicações, no Brasil ainda não há estudos que comprovem isso. Antes do

paciente reutilizar a agulha o profissional precisa realizar uma avaliação do paciente

seguindo os seguintes critérios, boa higiene corporal, acuidade visual adequada,

destreza manual e ausência de tremores (TEIXEIRA et al, 2012). Estudo com 136

pacientes com DM2 foram observadas acurácia das intervenções de enfermagem

em pacientes que participaram do programa e seguiram as orientações dos

profissionais da enfermagem, como o uso correto da medicação, cuidados com os

pés e orientação à prática de exercícios físicos; para isso, a educação em saúde

se torna uma estratégia para o autocuidado, abordando práticas pedagógicas para

interessar os pacientes, enfatizando a prática da repetição. CONCLUSÃO E

IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Essa revisão evidenciou as dificuldades

e limitações à compreensão do uso correto da insulina por grande parte dos

usuários, quer seja pela baixa escolaridade ou pelo condicionante pessoal que

limita o paciente à mudança de comportamento que o beneficiará. Os estudos

mostraram como a equipe de Enfermagem é capaz de detectar as fragilidades e

influenciar positivamente sobre às práticas incorretas no cotidiano dos pacientes

por meio das ações educativas que visam evitar intercorrências que possam

desequilibrar o organismo da pessoa com DM. O reconhecimento de implicações

diversas para o tratamento correto para o autocuidado, exige da equipe de saúde

demanda de conhecimentos multidisciplinares para que possa empoderar o

paciente com DM a enfrentar a dificuldade que a autogestão do seu cuidado e

apreensão do que lhe foi proposto trazem. Portanto, o planejamento para a didática

pedagógica deve ser dinâmico respeitando o indivíduo ou o grupo ao qual se

destina, para que se alcance os pressupostos de assistência, autocuidado e

empoderamento de forma mais satisfatória possível.

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DESCRITORES: Educação em Saúde; Diabetes Mellitus; Cuidados de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS CUNHA Gilmara; Barbosa Raiza; Fontenele Marina; Lima Maria Amanda; Franco Katia; Fechine Francisco. Resíduos de insulinoterapia produzidos no domicílio de diabéticos companhados na Atenção Primária. Revista Brasileira de Enfermagem, 2017; p.618-25. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167- 2016-0406 < Acesso em :06/09/2017>. FARIA, Heloisa; VERAS, Vivian; XAVIER, Antônia; TEIXEIRA, Carla; ZANETTI, Maria; SANTOS, Manoel. Qualidade de vida de pacientes com diabetes mellitus antes e após participação em programa educativo. Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, p.348-354 Jul 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n2/11.pdf <Acesso em 06/09/2017> GALLO, Andrea; PIMAZONNI NETO, Augusto. Erros na autoaplicação de insulina podem comprometer a eficácia do tratamento. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). São Paulo, jul 2014. Disponível em:http://www.diabetes.org.br/publico/destaques/739-erros-na-autoaplicacao-de-insulina-podem-comprometer-a-eficacia-do-tratamento. <Acesso em: 29/09/2017> TEIXEIRA Carla; ZANETTI Maria Lucia; LANDIM Camila; RODRIGUES Flavia; SANTOS Ellen; BECKER Tania; PINTO Ione; ALBUQUERQUE Paula. Pratica da utilização de lancetas ou agulhas na automonitorização da glicemia capilar no domicilio. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, p.603-604, jul/ago 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n4/a08v65n4.pdf. <Acesso em 04/09/2017>. TESTON, Elen; SALES, Catarina; MARCON, Sonia. Perspectivas de indivíduos com diabetes sobre autocuidado: contribuições para a assistência. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, vol.21 n.2, abr 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452017000200214&script=sci_abstract&tlng=pt < Acesso em: 08/09/2017>.

SÍFILIS NA GESTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO

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206

Renata Nozari 1, Ana Caroline Correia¹, Elaine de Assis da Silva¹, Geovanna Ferreira

Mendes¹, Mirelle Gomes Pereira¹, Nathalia dos Reis Francisco¹, Giovanna Batista Leite

Veloso2

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma

bactéria chamada Treponema Pallidum. Sua transmissão ocorre por meio de

relações sexuais, transfusões de sangue, contato direto com o sangue contaminado

ou então, verticalmente pela gravidez, de mãe para filho. Esta patologia apresenta

três estágios, primário, secundário, latente e tardio ou terciário (BRASIL, 2015). A

sífilis gestacional é uma condição que pode levar à morte neonatal e malformações

congênitas, por isso é importante o acompanhamento no pré-natal, pois caso seja

necessário, um dos tratamentos é o antibiótico penicilina benzatina, medicamento

que atravessa a barreira placentária evitando complicações na formação do bebê.

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil de 2005 a 2016 foram

diagnosticados 169.656 casos de sífilis na gestação, sendo 23.178 somente na

região Sul(BRASIL,2016). No entanto a transmissão vertical da sífilis pode ser

evitada desde que haja um tratamento imediato e adequado à fase clínica da

gestante, também é necessário tratar o parceiro para que uma reinfecção não

perpetue a doença. Após o início do tratamento é importante realizar o exame

Venereal Disease Research Laboratory(VDRL), que identifica pacientes com sífilis,

mensalmente em todo pré-natal inclusive no momento de internação seja para o

parto ou curetagem de abortamento (SUTO et al.2016).Em geral o

acompanhamento da gestante com sífilis se estabelece no pré-natal, é neste

momento que a equipe de saúde passa a ter um papel fundamental. Primeiramente

é preciso comunicar ao Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN)

para que fique notificado o fato em todo território brasileiro, realizado o tratamento

indicado para cada caso e a realização de atividades de educação em saúde

através de estratégias voltadas as diversas realidades (FIGUEIREDO et al.2015).É

indispensável alcançar os devidos conhecimentos desta patologia, para que haja

uma prevenção maior evitando um grande número de transmissões, e

principalmente, o cuidado com o tratamento. Neste contexto e durante atividades

1 Acadêmicas do 2º ano da Universidade Positivo – Curitiba/PR. 2 Docente da Universidade Positivo – Curitiba/PR.

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práticas do curso de enfermagem foi realizado o atendimento em unidade de

estratégia saúde da família (UESF) a uma gestante em acompanhamento devido

ao diagnóstico de sífilis e então surgiu a questão que norteou este estudo, como

devem ser realizados cuidados de enfermagem a uma gestante com diagnóstico

de sífilis? OBJETIVO: Aplicar a sistematização da assistência de enfermagem, com

a utilização da taxonomia CIPE, em um caso de gestante acometida por sífilis

atendida em uma unidade de estratégia saúde da família de Curitiba-Pr.

METODOLOGIA: Este foi um estudo de caso realizado em uma Unidade de UESF

em Curitiba/PR. A paciente escolhida era do sexo feminino, 35 anos de idade,

gestante com o diagnóstico de Sífilis, o qual foi dado na Unidade de Saúde durante

o acompanhamento médico e da enfermeirapor meio de exames pré-natais. A

coleta de dados foi realizada durante uma visita na UESF em agosto de 2017 com

busca de informações sobre o caso em prontuário eletrônico disponível no sistema

de informação da unidade. Após a coleta de dados forma elencados os diagnósticos

e prescrições de enfermagem baseados na taxonomia CIPE (GARCIA, 2015).O

trabalho não foi submetido ao comitê de ética e pesquisa da universidade Positivo

por se tratar de um trabalho acadêmico que não será publicado na integra.

RESULTADOS: V.S, 35 anos, residente no bairro Cidade Industrial de Curitiba.

Gestante de 29 semanas, na quarta gestação, com histórico de um aborto, sendo

acompanhada pela equipe de saúde da família da unidade. No mês de março de

2017 recebeu o diagnóstico de sífilis, com exame de VDRL de 3.15 reagente, Teste

não Treponemico (VDRL/RPR) não reagente, e Teste Treponemico 2 reagente.

Iniciado tratamento com a equipe médica e equipe de enfermagem da Unidade de

Saúde. Recebeu no mês de março duas aplicações de penicilina benzatina

1.200.000UI via intramuscular. Durante a consulta de pré-natal do mês de agosto

apresentava-se em bom estado geral, corada, hidratada, afebril, pele integra,

sobrepeso, preocupada com o diagnóstico da doença e possibilidade de transmitir

ao bebê, batimentos cardíaco do feto 144, diurese presente, evacuação presente,

boa aceitação de dieta. Diagnósticos de enfermagem: Enfrentamento do

diagnóstico prejudicado, conhecimento sobre a doença prejudicado, enfrentamento

familiar comprometido, medo de contágio, comportamento sexual problemático,

risco de complicação durante a gestação, risco de exposição à contaminação, dor

aguda, peso aumentado. Prescrições de enfermagem: Orientar sobre doença,

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orientar sobre formas de contágio, orientar sobre comportamento sexual,

encaminhar para serviço de auto ajuda, monitorar enfrentamento familiar

prejudicado, consultar controle para manejo da dor, orientar sobre os cuidados com

a ferida, orientar como lidar com a medicação, monitorar resultado de exame

laboratorial, monitorar resposta ao tratamento, orientar sobre nutrição, orientar

sobre padrão alimentar. CONCLUSÃO: É importante que a equipe de saúde tenha

embasamento científico sobre a sífilis assim como o conhecimento ético e do

contexto social do paciente, para que dentro dos seus limites possa orientar e

educar, buscando incentivar a mudança no estilo de vida do indivíduo. O

profissional da saúde deve sempre promover estratégias de promoção à saúde,

conscientização de prevenção das doenças transmissíveis, saber interagir com o

paciente criando intimidade para uma escuta ativa, o que impacta em um

atendimento de qualidade. Com esta abordagem é possível transmitir a real

problemática da sífilis congênita em nosso país e os impactos que ela causa.

Ressalta-se ainda que por meio do planejamento dos cuidados a serem prestados

a um indivíduo é possível a orientação da conduta que a equipe irá realizar a ainda

o monitoramento dos resultados alcançados por meio da terapêutica adota,

situação que pode demonstrar a importância da atuação do profissional de

enfermagem. Esse estudo é importante para a equipe de enfermagem visto que por

meio do conhecimento e desenvolvimento de casos sobre a Sífilis na gestação, a

sistematização de assistência e organização de dados, ajuda a enfermagem a

organizar melhor seus atendimentos e suas atuações, tendo em vista garantir uma

assistência mais ampla para os casos com efeitos positivos, e adesão de

intervenções preventivas.

DESCRITORES: Sífilis Congênita; Gravidez; Educação em Saúde; Processo de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. 2015. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf>. Página 94 á105. Acesso em 20/08/2017.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Indicadores e Dados Básicos da Sífilis nos Municípios Brasileiros. 2016. Disponível em: <http://indicadoressifilis.aids.gov.br/> Acesso em 22/08/2017. FIGUEIREDO, M.S.N. et al. Percepção de enfermeiros sobre a adesão ao tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis. Rev Rene. n. 16 v. 3. P.345-54, 2015. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/1971/pdf Acesso em 04/09/17 GARCIA, T. R (Org.). CIPE. Classificação internacional para a prática de enfermagem. CIPE: aplicação à realidade brasileira. Porto Alegre : Artmed, 2015

SUTO, C.S.C;et al.Assistência pré-natal a gestantes com diagnóstico de sífilis. Rev Enferm Atenção Saúde [Online], v. 5, n. 2, p.18-33, 2016. Disponível em: http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/1544/pdf. Acesso em 02/09/2017.

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO

DE PROSTATECTOMIA

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Felipe M. Barbosa1, Millena G. Moser¹, Publia R. Tavares¹, Willian A. Padilha¹, Maria Elisa

Brum do Nascimento2

INTRODUÇÃO: A neoplasia maligna da prostática cursa entre os tumores mais

frequentes nos homens. Este é considerado um câncer da terceira idade, mais

prevalente a partir dos 65 anos (INCA, 2017). De acordo com o Instituto Nacional

do Câncer, em 2016 foram estimados 61.200 novos casos de câncer de próstata,

o que corresponde a 61,82 novos casos a 100 mil homens (INCA, 2015). A

hiperplasia prostática benigna, embora haja alternativas conservadoras para o

tratamento, o procedimento cirúrgico ainda é o mais frequente (SMELTZER et al.

2011). Esse procedimento pode trazer complicações como: incontinência urinária e

disfunção erétil, além da formação de coágulos que podem obstruir o cateter,

distender a cápsula prostática e provocar hemorragia (NAPOLEÂO; CALDETO;

PETRILLI, 2009). O paciente submetido a um procedimento cirúrgico também pode

vivenciar conflitos emocionais tais como medo, desamparo, raiva, tristeza

vergonha. Tudo isso pode ser intensificado pelas expectativas pré-operatórias e

pelas dúvidas referentes ao autocuidado. JUSTIFICATIVA: Em face do crescente

número de pacientes submetidos à prostatectomia, da necessidade do tratamento

e da assistência peculiar, torna-se relevante a produção e conhecimentos acerca

dos cuidados de enfermagem aos pacientes em pós-operatório a fim de aprimorar

condutas e qualificar o cuidado. O enfermeiro desempenha um papel importante,

no preparo dos pacientes submetidos à prostatectomia, pois muitos apresentam

dúvidas e expectativas em relação ao funcionamento do aparelho urinário e

reprodutor, além das necessidades sociais e emocionais (MATA; NAPOLEÂO,

2010). A complexidade que envolve o conhecimento das necessidades especificas

que podem apresentar os homens submetidos a prostatectomia e a relevância das

ações do cuidado de enfermagem apontam a necessidade de ampliar os

conhecimentos e obter subsídios para sistematizar o cuidado de enfermagem. A

1 Acadêmicos de Enfermagem da 2º série, Universidade Positivo, Curitiba (PR), Brasil. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem e Mestre em Educação Universidade Federal do Paraná (UFPR), professora Adjunta da Graduação de Enfermagem Universidade Positivo, Membro do Pesquisa GEMSA e Grupo de Pesquisa NECES. Curitiba- Paraná, Brasil email: [email protected]

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enfermagem atua diretamente no processo pré e pós-operatório e cuidado ao

paciente submetido è cirurgia de próstata. Além disso, cabe ao enfermeiro oferecer

apoio e orientações adequadas para amenizar incertezas e possíveis efeitos

colaterais do procedimento (SANTOS et al., 2012). Com base no exposto surgiu a

seguinte questão norteadora: quais os cuidados de enfermagem para o paciente

submetido à prostatectomia? A fim de contemplar tal questionamento OBJETIVOU-

SE descrever os diagnósticos de enfermagem fundamentados no modelo de

adaptação de Callista Roy e taxonomia NANDA. MÉTODO: Estudo de caso,

descritivo realizado em hospital escola em Curitiba (PR), durante a prática clínica

da disciplina O processo de cuidar na saúde do adulto idoso. O participante foi um

homem de 56 anos submetido a prostatectomia diagnosticado com incontinência

urinária. A coleta de dados ocorreu em março de 2017, por meio de um roteiro de

entrevista e exame físico, seguindo as etapas descritas no Modelo de Adaptação

de Roy e da taxonomia NANDA I e informações do prontuário clínico (ROY;

ANDREWS, 1999; NANDA, 2013). Após a coleta procedeu-se a identificação dos

problemas adaptativos, comportamentos, que subsidiaram a definição dos

domínios e classes para composição dos diagnósticos de enfermagem. Foram

atendidos os aspectos éticos que envolvem a pesquisa em seres humanos.

RESULTADOS: Caso clinico: homem, 56 anos, casado, dois filhos, aposentado,

natural de Curitiba(PR). Deu entrada no hospital para realização da prostatectomia

e remoção do Sling Angus e aproximação da musculatura perineal. Histórico de

Hipertensão Arterial Sistêmica não controlada, uso de medicação contínuo,

diabético e relato de uso de bebida alcoólica socialmente. Nega tabagismo e

alergias. Relato de internação anterior para uretroplastia. Padrão de sono e repouso

irregular, devido a frequência dos episódios de diurese. Sedentário, relato de

dificuldade de manter atividade física devido ao problema urinário. Exame físico:

PA 160/80 mmHg, FC: 56, demais sinais estáveis, com sonda vesical de demora e

acesso venoso em MSD. Foram identificados os modos adaptativos e oito

diagnósticos e enfermagem. Modo Adaptativo fisiológico: eliminação, incontinência

urinária e uso de sonda vesical de demora; Domínio: Eliminação e troca, Classe:

sistema urinário, Diagnostico de Enfermagem: Eliminação urinária prejudicada;

Modo Adaptativo fisiológico: oxigenação, PA 160/80mmHg não controlada, FC: 56.

Domínio: Atividade/ repouso, classe: Resposta cardiovascular, Diagnóstico de

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Enfermagem: Risco de perfusão cardíaca diminuída, Modo de Adaptação

Fisiológico: cutâneo mucosa, incisão cirúrgica e incontinência urinária, Domínio:

segurança/proteção, classe: lesão física, Diagnóstico de Enfermagem:

Recuperação cirúrgica retardada; Modo Adaptativo fisiológico: atividade/repouso,

sono insuficiente, Domínio: Atividade repouso, Classe: sono /repouso, Diagnósticos

de Enfermagem: Padrão de sono prejudicado; Modo de Adaptação Fisiológico:

proteção, acesso venoso, incisão cirúrgica, Domínio: segurança/proteção, Classe:

infecção, Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção; classe lesão física:

Diagnóstico de Enfermagem: Integridade tissular prejudicada; Modo Adaptativo

autoconceito: autoestima, dificuldade de realizar exercício, sedentarismo, Domínio:

promoção de saúde Classe: percepção de saúde, Diagnóstico de Enfermagem:

Estilo de vida sedentário; Modo adaptativo autoconceito: medo, uso da sonda

vesical, incontinência urinária, Domínio: autopercepção, Classe: autoconceito,

Diagnóstico de Enfermagem: Risco de dignidade humana comprometida.

CONCLUSÃO: O estudo mostrou os principais diagnósticos de Enfermagem,

situando os domínios eliminação e troca, atividade e repouso, segurança e

proteção, promoção de saúde, autopercepção para a pessoa em pós-operatório de

prostatectomia. O levantamento dos modos adaptativos de Roy facilitou a

identificação dos diagnósticos, padronizando o cuidado de enfermagem. Frente aos

modos adaptativos e diagnósticos destaca-se que a pessoa submetida à

prostatectomia experiência alterações físicas e psicológicas. Neste sentido, esse

estudo leva a reflexão da necessidade de conhecer e considerar os sentimentos,

os pensamentos e emoções sentidas pelo paciente, respeitando sua

individualidade, especificidade e integralidade em toda complexidade do seu ser.

Como contribuição deste estudo, a compreensão desses aspectos subsidia

condições para que a enfermagem adquira ou aperfeiçoe seu preparo e atuação no

cuidado que envolve esse problema de saúde.

DESCRITORES: Diagnóstico de enfermagem; Prostatectomia; Processo de

enfermagem.

REFERÊNCIAS INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ GOMES DE ALENCAR DA SILVA. Estimativa 2016: incidência de cancer no Brasil. Rio de Janeiro, 2015.

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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ GOMES DE ALENCAR DA SILVA. Próstata: tipos de câncer. Rio de Janeiro, 2017. MATA, Luciana Regina Ferreira; NAPOLEÃO, Anamaria Alves. Intervenções de enfermagem para alta de paciente prostatectomizado: revisão integrativa. Acta Paul Enferm, v.23,n.4,p:574-9, 2010. NANDA. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação – 2012/2014. Tradução Regina Machado Garcez; revisão técnica Alba Lucia Bottura Leite de Barros et al. Porto Alegre : Artmed Editora; 2013. NAPOLEÃO, Anamaria Alves, CALDATO, Vanessa Grazielli, PETRILLI, Filho José Fernando. Diagnósticos de enfermagem para o planejamento da alta de homens prostatectomizados: um estudo preliminar. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.11, n.2, p:286-294, 2009. ROY, Sister Callista., ANDREWS, Heather. A. The Roy adaptation model. 2nd ed. Stamford: Appleton & Lange; 1999. SANTOS, Daniele Raiane Florentino, et al. Cuidados de enfermagem ao paciente em pós-operatório de prostatectomia: revisão integrativa. Rev. Eletr. Enf, v.14, n.3, p.690-701, 2012. SMELTZER, Suzanne C et al.. Brunner & Suddarth Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.

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PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE ÀS IATROGENIAS RELACIONADAS AO

REPROCESSO DOS MATERIAIS PARA A PRÁTICA DA ENDOSCOPIA

DIGESTIVA ALTA

Gabrielle dos Santos Pinto1, Gabrielly Temoteo Oliveira1, Giovana Maria Machado

Mendes1, Laura Pereira de Oliveira1, Jean Carlos Batista1, Josy Cristine Martins2

INTRODUÇÃO: É importante ressaltar, que os Eventos Adversos (EAs), contém

definição semelhante à iatrogenia: “são danos não intencionais e, em sua maioria

evitáveis, decorrentes do cuidado prestado pelos profissionais de saúde” (NUNES,

F.D.O., et al, 2014), podendo ser tratada como tal. Advinda do grego iatros, que

significa médico, e geno, que significa o que gera algo, seria qualquer ato médico

podendo estar ligado a atitudes positivas ou não por parte do mesmo, porém

estando mais voltado para os resultados negativos (TAVARES, 2007). Contudo,

como foi lido anteriormente, a prática iatrogênica, está relacionada com qualquer

ato prejudicial ao paciente causado por profissionais da saúde, inclusive

enfermeiros (CORTEZ, E.A., et al, 2009). O processo da endoscopia digestiva alta

(EDA), é um exemplo onde o cuidado necessário para se evitar a prática

iatrogênica, é de responsabilidade da enfermagem. Idealizada em 1868, por

Kussmaul na Alemanha, a EDA, é um processo invasivo através de um instrumento

de tubo flexível denominado videoendoscópio, por onde são aspiradas secreções

ou introduzidos acessórios, que contém uma fonte de luz e apresenta diâmetro

externo de 9,8 mm e canal de 2,8 mm, podendo variar de acordo com o tipo de

canal de trabalho (SILVA, 2010). Com finalidades de diagnóstico e terapia, ele é

introduzido na cavidade bucal, passando pela parte superior do aparelho digestivo,

como esôfago, estômago e duodeno (EED), local de realização do exame que é

sistematizado em três protocolos: Protocolo do período que antecede, o durante e

após o exame de Endoscopia Digestiva Alta (SELHORST, et al, 2014). Deste último

protocolo em diante, que o processo iatrogênico começa. Após a utilização do

material de exame endoscópico, o mesmo é levado pela equipe de enfermagem

1Acadêmicos do 1º ano de Enfermagem da Universidade Positivo, e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected] (04199288-0610); [email protected]; [email protected]. 2 Psicóloga, mestre em Psicologia pela UEM, docente do curso de enfermagem da Universidade Positivo, e-mail: [email protected].

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215

para o reprocessamento, e quando feito de maneira inadequada, resulta no

aumento dos riscos de infecções iatrogênicas (SILVA, 2010). JUSTIFICATIVA: Ao

reunir e evidenciar todas as informações referentes às consequências iatrogênicas

decorrentes do método inadequado de re-esterilização dos acessórios

endoscópicos e a maneira correta da realização da técnica asséptica, é possível

auxiliar a diminuição das complicações causadas pela ausência de conhecimento

acerca desse assunto e sua importância. OBJETIVO: Descrever como ocorre essa

iatrogenia e qual a importância do papel da enfermagem nesse processo.

METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que tem como

principal objetivo ler e sintetizar estudos relacionados ao papel da enfermagem

frente às iatrogenias relacionadas ao reprocesso de materiais para a prática da

endoscopia digestiva alta. Primeiramente, através de artigos selecionados do Portal

Regional da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), formulou-se uma questão

norteadora: Quais os erros que facilitam a ocorrência dessa iatrogenia, salientando

as responsabilidades da enfermagem para a realização adequada do

procedimento? Para selecionar as literaturas, foram feitas duas etapas com critérios

de inserção: a primeira relacionada às iatrogenias em geral: Assunto principal:

doenças iatrogênicas. Limites: ausente. Idiomas: português. Ano de publicação:

2007 a 2014. Onde as bases de dados utilizadas foram: LILACS e BDENF. Dentre

quarenta e quatro artigos, apenas três obedeceram aos critérios e; a segunda,

referente a endoscopia digestiva e seu reprocessamento: Assunto principal:

endoscopia gastrointestinal, enfermagem, endoscopia. Limites: humanos. Idiomas:

português. Ano de publicação: 2012 a 2016. Onde a base de dado utilizada foi

BDENF, LILACS e MEDLINE. Apresentou-se cinco artigos, onde foi utilizado

apenas um, o qual respeitou as restrições estabelecidas. Os critérios de exclusão,

são os que não se encaixam nos decretados como os de inclusão anteriormente.

Os descritores que foram utilizados são: Iatrogenia, Enfermagem, Endoscopia.

Além dos artigos, foi utilizado o livro Enfermagem em Endoscopia Digestiva e

Respiratória, da autora Maria da Graça Silva. Este trabalho não precisou ser

submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa, pois se trata de uma revisão de literatura.

RESULTADOS: Após as análises e discussões baseadas nos artigos e livro, foi

possível estabelecer as problemáticas que permitem com que esses eventos

adversos ocorram no processo de exame endoscópico. A começar com as formas

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216

de contaminação, que permitem assim, a propagação das iatrogenias, podendo

ocorrer devido a elevada demanda de equipamentos para serem desinfetados; o

manuseio inadequado dos equipamentos durante o exame; uso de água da torneira

para a higienização; o não seguimento do processo adequado de limpeza, segundo

o guidelines; E é aqui que a enfermagem entra, visto que a mesma realiza o

reprocesso. As etapas são divididas em: limpeza, logo após a utilização do

acessório; avançando o processo, o endoscópio vai para enxágue, com a retirada

total da solução detergente resultante da limpeza; em seguida, vai para a secagem;

desinfecção; novamente para a secagem; rinsagem com álcool 70 GL, que contém

700ml pura desta solução, completando com 300ml de água, apenas; e o

armazenamento, que deve ser feito de maneira com que não haja contaminação e

perda de toda a técnica de desinfecção realizada. Segundo pesquisas, dentro todos

esses processos há alguma falha, por parte do profissional atuante, na desinfecção

dos canais de ar/água, sendo o mais comum e a com mais presença de

microorganismos potencialmente patogênicos. Isso mostra, que o profissional

enfermeiro responsável pela técnica, deve desprender uma atenção especial para

essa etapa, vislumbrando sempre a importância de um transporte adequado do

aparelho, a fim de evitar mais contaminação. Vale ainda ressaltar, que estes são

riscos os quais acontecem dependendo da suscetibilidade do paciente, tipo de

microorganismo e tipo de procedimento. CONCLUSÃO: Conclui-se que, com uma

boa profissionalização, atenção a técnica de desinfecção dos canais de ar/água e

estudos que permitam o conhecimento da causa, não só pelos profissionais

atuantes, mas também pela população, que está submetida a esses riscos, haja

um aumento no bom desempenho dos reprocessamentos dos materiais de

endoscopia digestiva alta. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE: Nos dias atuais,

com as mudanças socioeconômicas e os avanços tecnológicos, ficou mais fácil

realizar novos estudos acerca do assunto como os de revisão ou descritivos,

permitindo com que os profissionais tenham acesso a mais informações, podendo

assim, melhorar o aprimoramento da execução deste trabalho, auxiliando no

controle de infecções hospitalares e fornecendo uma assistência de qualidade ao

paciente.

DESCRITORES: Iatrogenia, Enfermagem, Endoscopia.

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REFERÊNCIAS CORTEZ, E.A.; MARÇAL, C.; CARDOSO, F.; SILVA, I.C.M.; GRANGEIRO, R.; CARMO, T.G. Iatrogenia no Cuidado da Enfermagem: Implicações Éticas e Penais. Rev. de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 2009 mai/ago; 1(1): 74-84 NUNES, F.D.O.; BARROS, L.A.A.; AZEVEDO, R.M.; PAIVA, S.S. Segurança do paciente: como a enfermagem vem contribuindo para a questão? Rev. de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 2014. abr./jun. 6(2):841-847 SELHORST, I.S.B.; BUB, M.B.C.; GIRONDI, J.B.R. Protocolo de acolhimento e atenção para usuários submetidos a endoscopia digestiva alta e seus acompanhantes. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 67, núm. 4, julio-agosto, 2014, pp. 575-580 Associação Brasileira de Enfermagem Brasília, Brasil SILVA, M.G. Enfermagem em Endoscopia Digestiva e Respiratória. São Paulo: Atheneu, 2010. TAVARES, F.M. Reflexões acerca da Iatrogenia e Educação Médica. Rev. Brasileira de Educação Médica, Faculdade de Medicina de Caratinga, Minas Gerais; UERJ, Rio de Janeiro, Brasil, abril 2007. TERMINALIDADE DA VIDA NO CONTEXTO DE UMA UNIDADE DE PRONTO

ATENDIMENTO

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Fernanda Suelen Batista1, Franciellen Veiga Da Silva1, Gisele De Melo1;

Jéssica Mayra Schonrock1, Júlio Cesar Batista de Pontes1; Michel Dalmedico2

INTRODUÇÃO: Cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma

equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e

seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção

e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento

de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais (OMS, 2002).

Com a evolução técnico-científica atingida nos últimos 50 anos, a expectativa de

vida praticamente dobrou, modificando todo o panorama; as pessoas deixaram de

morrer por doenças infectocontagiosas e passaram a ser vitimadas por doenças

crônico-degenerativas. Nesse momento começaram a surgir questões não

somente relacionadas com a cura das doenças, mas também com o controle e,

principalmente, a qualidade de vida dos pacientes com doenças crônicas (NERI,

2009). Embora seja um efeito natural do envelhecimento, isso também pode ser

bastante incomodo, especialmente quando acompanhado por uma doença crônica.

No envelhecimento diferentes doenças crônicas apresentam particularidades que

lhes são próprias, como a duração e o risco de complicações, exigindo, na sua

maioria, rigoroso controle e cuidados permanentes, tendo em vista possíveis

sequelas, provocadoras de incapacitação funcional, evidenciando o papel da

família e de uma equipe multidisciplinar, no que concerne as suas

responsabilidades quanto aos cuidados paliativos, sendo em local doméstico ou

hospitalar (MELLO FILHO; BURD, 2007). A Enfermagem desempenha um papel

vital em ajudar os pacientes e familiares a lidar com fatores que não podem ser

alterado e facilitar uma morte pacífica. Cuidar de paciente no final da vida requer

conhecimento e atenção a fim de trazer conforto, mesmo quando a esperança de

cura ou de manutenção de vida não é possível (POTTER; PERRY; STOCKERT;

HALL, 2013). JUSTIFICATIVA: Compreender como se dá os cuidados paliativos a

Idosos em terminalidade de vida, em um ambiente de atenção secundária à saúde.

OBJETIVO: elaborar os diagnósticos e intervenções de enfermagem a paciente

1 Acadêmicas de Enfermagem da 2ª série da Universidade Positivo 2 Professor Titular do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo, Enfermeiro Graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestre em Enfermagem pela UFPR, especialista em Enfermagem Terapia Intensiva, Enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

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acamada em terminalidade da vida em cuidados paliativos em um ambiente de

atenção secundária de saúde. METODOLOGIA: Estudo descritivo, tipo relato de

caso, envolvendo uma paciente idosa, com diagnóstico de Pneumonia não

especificada, internada na UPA do Boqueirão, campo de estágio do segundo ano

de Enfermagem. Os dados coletados, no período de abril 2017, com auxílio de um

instrumento elaborado pela disciplina (ficha de investigação admissional de

enfermagem), que contemplava a identificação do paciente, nome, idade,

naturalidade, estado civil, religião, controle da saúde englobando uso do tabaco,

álcool e medicamentos. RESULTADOS: Mulher, 75 anos, procedente de Curitiba

– PR, católica, aposentada, ensino fundamental completo, em seu 2º dia de

internação. A paciente não se alimentava há 2 dias, filha relata episódios de êmese

foi encaminhada a UPA. Etilista por 50 anos em abstinência há 10 anos, drogadita

por 10 anos, acamada há 5 anos em decorrência de um acidente vascular

encefálico, no qual teve sequelas em membro superiores e inferiores. Apresentava-

se não comunicativa, nível de consciência rebaixado, responsiva a estímulos,

restrita ao leito com postura patológica, desnutrida, recebendo dieta via SNG em

BI, dispneica, fazendo uso de O2 em máscara, uso de fralda, com lesão por pressão

estágio 4 em região sacra. Transferida para um leito de isolamento para receber

cuidados paliativos para proporcionar um maior conforto ao paciente.

DISCUSSÃO: O Conselho Internacional de Enfermagem (CIE) reconhece os

Cuidados Paliativos como uma questão atual da saúde e da sociedade e também

vê neles a importância do controle da dor pela enfermeira, em conjunto com a

necessidade de prover auxílio no controle dos demais sintomas e prestar apoios

psicológico, social e espiritual para os pacientes sob seus cuidados. Com isso

podem diminuir o sofrimento e melhorar, de fato, a qualidade do termino de vida

dos pacientes em Cuidados Paliativos e de seus familiares. Os cuidados paliativos

são cuidados assistenciais oferecidos para todos os clientes que tenham uma

doença fora da possibilidade de cura, visando melhorar a qualidade de vida através

da prevenção e alivio do sofrimento imposto pela doença (AZEVEDO, 2010).

Cuidados paliativos e geriatria mantêm entre si uma evidente aproximação

conceitual. Tanto a abordagem geriátrica quanto a paliativa enfocam o cuidado na

pessoa e não na doença, reconhecendo a inserção da família nesse processo. O

paciente idoso deve receber um acompanhamento processual desde o momento

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em que sua independência está preservada, seguindo-se durante as situações de

dependência e vulnerabilidade, expandindo-se até a sua morte (MALLOY-DINIZ;

FUENTES; CONSENZA, 2013). Mesmo o local não sendo apropriado para este tipo

de cuidado, o processo terapêutico, que engloba o controle de sintomas, o cuidado

humanizado, a comunicação com o paciente e familiares, deve ser visto como parte

desde processo, sendo incorporada ao plano de cuidados pelos profissionais de

saúde que atuam na unidade de pronto atendimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A despeito do ambiente em que ocorre, o cuidado paliativo deve ser assegurado

pela equipe de enfermagem, no intuito da preservação da dignidade humana e da

garantia de uma morte isenta de sofrimento. A ocorrência da terminalidade no

âmbito da atenção secundária pressupõe um novo paradigma assistencial, frente

às demandas populacionais de serviços de saúde, exigindo dos profissionais

inseridos neste cenário, sobretudo, da equipe de enfermagem, a incorporação da

atuação paliativista no escopo de suas competências, uma vez que, assegurar uma

morte digna constitui o alicerce dos cuidados de fim da vida.

DESCRITORES: Enfermagem; Idoso; Terminalidade; Cuidados Paliativos. REFERÊNCIAS AZEVEDO, M.A.S. Origens da Bioética. Editora Nascer e Crescer, v. 19, n4, p225. 2010. MELLO FILHO, J., BURD, M. Doenças da Família. Casa do Psicólogo Livraria e 2º Edição, Editora Ltda., 2007. MALLOY-DINIZ, L. F., FUENTES, D., CONSENZA, R. M., Neuropsicologia do Envelhecimento, uma abordagem multidimensional. Editora Artmed, 2013. NERI, A. L., Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. Editora Papirus p 41-72, Campinas, 2009. POTTER, P. A., PERRY, A. G., STOCKERT, P. A., HALL., A. M., Fundamentos de Enfermagem, Elsevier Editora Ltda, 2013.

ENSINAR O AUTOEXAME DAS MAMAS: A LUZ DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA

Gabrielle Ribeiro da Silva1, Thalia dos Santos¹, Eduardo Funchal².

1 Acadêmicas da 2ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba – Paraná – Brasil. Contato: Telefone: (41) 9976-8873; [email protected]; [email protected].

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INTRODUÇÃO: O câncer de mama é o tipo de câncer que mais afeta

as mulheres em todo o mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer

(INCA), em 2012, estimou-se um total de 52.680 novos casos entre as mulheres. A

recomendação até pouco tempo atrás era que as mulheres fizessem o autoexame

mensal, na busca pelo diagnóstico mais precoce. Hoje a recomendação dos

médicos é outra. (MALZYNER, 2013). O especialista afirma ainda que, quando

profissionais qualificados da área, como um médico ou enfermeira, conseguem

diagnosticar nodulações pela palpação da mama, esses tumores têm, via de regra,

1 cm ou mais. "É virtualmente impossível esperar que uma mulher seja capaz de

identificar anormalidades em sua própria mama que sejam de tamanho semelhante

a qualquer uma das práticas acima. Por essa razão, o autoexame de mama não é

mais incentivado para diagnóstico precoce do câncer de mama", conclui Dr.

Malzyner. QUESTÃO NORTEADORA: Existe evidência científica que sustente o

ensino do autoexame das mamas? OBJETIVO DA PESQUISA: Identificar a

evidência científica que sustente a prática educativa para o autoexame das mamas.

METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura científica de natureza

qualitativa, que visa ampliar o conhecimento baseado nas evidencias cientificas e

afirmar a importância da atualização do Enfermeiro às orientações prestadas sobre

a não eficácia do autoexame das mamas. Foram selecionados os principais

estudos, os quais norteiam as recomendações de consensos nacionais e

internacionais, e alguns estudos recentes. As recomendações do Instituto Nacional

de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde (MS) foram citadas. REVISÃO DE

LITERATURA: O autoexame de mama (AEM) é um exame físico, indolor, sem

custos financeiros, de fácil realização e que propicia a detecção precoce de uma

neoplasia. O autoexame sistemático das mamas desde a década de 1930 está

incorporado às políticas de saúde públicas norte-americanas desde 1950 e desde

1984 é colocado como prioridade em ações através de programas de Políticas

Públicas na área da saúde. (SILVA, SANCHES, RIBEIRO, CUNHA, RODRIGUES,

2009). O AEM foi recomendado como uma prática sanitária sistemática e difundido

mundialmente até o final dos anos 1990, mesmo não existindo fortes evidências

² Profº Eduardo Funchal, Enfermeiro MSC da Universidade Positivo. Contato: [email protected]

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quanto à sua efetividade para redução da mortalidade por câncer de mama. Como,

durante esse período, dezenas de estudos não randomizados produziram

resultados conflitantes, não foi possível afirmar se a prática do AEM trazia algum

benefício real. (AUSTOKER, 2003). O INCA não estimula o AEM como estratégia

isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame

das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde

que contemplem o conhecimento do próprio corpo. As evidências científicas

sugerem que o AEM não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a

redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o AEM traz

consequências negativas como aumento do número de biópsias de lesões

benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e

impactos psicológicos negativos nos exames falsamente positivos. Portanto, o

exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico

realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa

atividade. Estudos na literatura, com número significativo de pacientes, mostram

ausência de redução da mortalidade do câncer de mama com a prática do

autoexame. Este é, porém, prática importante em países como o Brasil, no sentido

de reduzir o estadiamento no momento do diagnóstico. Mais abrangente e

importante que o autoexame é a noção de autocuidado, a qual envolve um conceito

mais amplo de saúde, a saber: aquisição de conhecimento sobre a doença e a

redução de risco; conscientização corporal e toque manual. É componente

essencial, no processo educativo, para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Pacientes que fazem autoexame regularmente são mais aderentes aos programas

de rastreamento mamográfico. Apesar da grande difusão do ensino do método de

AEM na segunda metade do século XX, os dois grandes ensaios clínicos

apresentados não conseguiram comprovar sua eficácia e ainda demonstraram

existência de riscos à saúde associados à sua prática. (NELSON ET al., 2009b). O

Ministério da Saúde recomenda contra o ensino do AEM como método de

rastreamento do câncer de mama (recomendação contrária fraca: os possíveis

danos provavelmente superam os possíveis benefícios). Nesta revisão fica

evidente que o principal motivo dos programas de rastreamento, que é a diminuição

da mortalidade, não é alcançado com o AEM. (FEMINA, 2010. Vol. 38 nº 1 pág. 5).

Alguns autores concluem que a realização do autoexame não reduziu a mortalidade

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por câncer de mama, e mulheres que optarem por práticas de autoexame devem

ser informadas de que a eficácia não foi comprovada. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O estudo possibilitou revisitar a literatura em busca de evidências para uma prática

bastante antiga na Enfermagem, que é o ensino do Autoexame das mamas. Foi

possível identificar que os mais recentes protocolos e recomendações clínicas são

contrários a esta prática em virtude dos danos serem maiores que os benéficos da

mesma. O AEM não diminui a mortalidade e nem aumenta a detecção precoce do

CA de mama. Estudos apontam que o autoexame das mamas contempla apenas

o conhecimento do próprio corpo e, além disso, aumenta o número de biópsias de

lesões benignas, pode dar uma falsa sensação de segurança nos exames

falsamente negativos e impactos psicológicos negativos nos exames falsamente

positivos. Neste sentido, se faz importante o Enfermeiro rever a prática de

orientação sistemática para o AEM, assim como aumentar sua expertise no Exame

Clinico das mamas, que devem fazer parte de sua rotina clínica no atendimento às

mulheres.

DESCRITORES: Autoexame de mama; Câncer; Enfermeiros; Saúde Pública. REFERÊNCIAS INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro, 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Rastreamento. Brasília, DF, 2009. (Cadernos de Atenção Primária, 29). NELSON H.D. et al. Screening for Breast Cancer: Systematic Evidence Review Update for the U. S. Preventive Services Task Force. Ann. Inter. Med., 17 Nov. 2009. SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA. Recomendações da X Reunião Nacional de Consenso. Rastreamento do câncer de mama na mulher brasileira. 2008 (cited 2009 Ago 16).

DOENÇA RENAL CRÔNICA E ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

Francisco de Paula Salgario1, Eduardo Funchal²

1 Acadêmico do 4ª período do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. [email protected]

- (41) 99737-6338.

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INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda

progressiva e irreversível da função dos rins. Em sua fase mais avançada (fase

terminal), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

paciente. (ROMAO, 2004). O rim tem múltiplas funções, como a excreção de

produtos finais de diversos metabolismos, produção de hormônios, controle do

equilíbrio hidroeletrolítico, do metabolismo ácido-básico e da pressão arterial.

Existem diversas formas de aferir as funções renais, mas do ponto de vista clínico,

a função excretora é aquela que tem maior correlação com os desfechos clínicos.

Todas as funções renais costumam declinar de forma paralela com a sua função

excretora. Na prática clínica, a função excretora renal pode ser medida através da

Taxa de Filtração Glomerular (TFG) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). A detecção

precoce da doença renal e condutas terapêuticas apropriadas para o retardamento

de sua progressão pode reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros

associados à DRC. Como as duas principais causas de DRC são a hipertensão

arterial e o diabetes mellitus, são os médicos clínicos gerais que trabalham na área

de atenção básica à saúde que cuidam destes pacientes. Ao mesmo tempo, os

portadores de disfunção renal leve apresentam quase sempre evolução

progressiva, insidiosa e assintomática, dificultando o diagnóstico precoce da

disfunção renal. Assim, a capacitação, a conscientização e vigilância do médico de

cuidados primários à saúde são essenciais para o diagnóstico e encaminhamento

precoce ao nefrologista e a instituição de diretrizes apropriadas para retardar a

progressão da DRC, prevenir suas complicações, modificar comorbidades

presentes e preparo adequado a uma terapia de substituição renal. (ROMAO,

2004). Segundo Cunha (2012), a partir de os diagnósticos de enfermagem

propostos para DRC são: eliminação urinária prejudicada, padrão de sono

prejudicado, intolerância a atividades, nutrição alterada (inferior às exigências

corporais), devida a anorexia, vômitos e dieta restritiva, não aceitação do esquema

terapêutico, devida às restrições impostas pela DRC e seu tratamento.

JUSTIFICATIVA: Atualmente, a DRC tem sido considerada um problema de saúde

pública. Análise do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES)

² Mestre em Enfermagem. Especialista em saúde coletiva. Professor do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. [email protected]

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demonstrou que cerca de 13% da população adulta nos EUA apresenta algum grau

de perda de função renal. Um importante estudo realizado na cidade de Bambuí,

no estado de Minas Gerais, onde mais de dois mil indivíduos foram avaliados,

detectou-se alteração na creatinina sérica, um marcador de DRC, variando de

0,48% a 8,19%, sendo mais frequente em indivíduos idosos. Além da doença

cardiovascular (DCV), outro desfecho temido da DRC é a perda continuada da

função renal, processo patológico conhecido como progressão, que pode levar

muitos desses pacientes para a DRC terminal. Pacientes que evoluem para DRCT

necessitam de algum tipo de terapia renal substitutiva. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2014). OBJETIVO: Resumir de forma sucinta o que é essa doença que vem

aumentando muito nos últimos tempos para que a população possa ter ciência e

tentar prevenir com medidas baseadas na atenção primaria à saúde.

METODOLOGIA: A elaboração desse estudo sobre DRC foi uma ação acadêmica

elaborada em outubro de 2017 embasado em artigos e matérias que falam sobre

essa patologia e conhecimento de atenção primaria aprendidos durantes as aulas

de saúde coletiva no curso de graduação de enfermagem na Universidade Positivo.

Trata-se de um estudo para um Conclave de Acadêmicos de Enfermagem com

conhecimento de vários autores, uma ação através de pesquisas que contou

também com apoio de importantes fontes como da Sociedade Brasileira de

Nefrologia (SBN) e Jornal Brasileiro de Nefrologia e Ministério da Saúde.

RESULTADOS: A apresentação de resultados de pacientes com DRC que não

aderem à atenção primaria à saúde é evoluir para uma piora, um avanço negativo

de estagio da doença, ou seja, evolução para terapia renal de substituição (TRS) e

mortalidade. Na TRS entra a hemodiálise e a diálise, a diálise peritoneal está

indicada para pacientes que apresentam quadros de doença renal aguda ou

crônica. A indicação de iniciar esse tratamento é feita pelo nefrologista, através de

exames e consultas, para isso é necessário que seja implantado um cateter de

diálise peritoneal no abdome do paciente, próximo ao umbigo. Este cateter é

implantado através de uma cirurgia pequena, com anestesia local, podendo receber

alta no mesmo dia. (CABRAL, 2017). No caso da hemodiálise é um procedimento

através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho

que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo dos resíduos

prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a

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pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio,

potássio, uréia e creatinina, essas mesmas substancias junto com o fósforo são

importantes indicadores de exames laboratoriais tanto nas diálises como na

hemodiálise. Basicamente, na hemodiálise a máquina recebe o sangue do paciente

por um acesso vascular, que pode ser um cateter ou uma fístula arteriovenosa, e

depois é impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise (dialisador). No

dialisador o sangue é exposto à solução de diálise (dialisato) através de uma

membrana semipermeável que retira o líquido e as toxinas em excesso e devolve

o sangue limpo para o paciente pelo acesso vascular. (CABRAL, 2017). Uma fístula

arteriovenosa (FAV), que pode ser feita com as próprias veias do indivíduo ou com

materiais sintéticos. É preparada por uma pequena cirurgia no braço ou perna. É

realizada uma ligação entre uma pequena artéria e uma pequena veia, com a

intenção de tornar a veia mais grossa e resistente, para que as punções com as

agulhas de hemodiálise possam ocorrer sem complicações. A cirurgia é feita por

um cirurgião vascular e com anestesia local. O ideal é que a fístula seja feita de

preferência 2 a 3 meses antes de se começar a fazer hemodiálise. (CABRAL,

2017). DISCUSSÃO: Segundo Pena et.al. (2012), o Sistema Único de Saúde

(SUS), com seus princípios e diretrizes, vêm sendo construído baseado em um

ideário de reformas em que um novo modo de produção de saúde seja capaz de

racionalizar a organização e a gestão da atenção à saúde, universalizando seu

acesso. O modelo de organização escolhido foi o de Atenção Primária à Saúde

(APS), materializado com o nome de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Assim,

temos como ponto de partida o acesso a todos os níveis da atenção enquanto

instrumento fundamental para a garantia da integralidade, considerando que esse

atributo interfere e sofre interferência na organização da equipe multiprofissional,

na oferta ampla e na articulação de serviços em níveis crescentes de sofisticação

tecnológica, assim como na articulação com outros recursos necessários para a

resolução dos problemas de saúde da comunidade4. Entretanto, no Brasil, alguns

problemas de considerável gravidade, têm sua assistência em nível primário ainda

pouco resolutiva. Destacamos a Insuficiência Renal Crônica (IRC). No presente

estudo, detectou-se que os médicos da atenção primária, apesar de determinarem

pouco a TFG (exame mais sensível e preconizado para a detecção da IRC), sentem

necessidade de um encaminhamento precoce desse grupo de usuários. Mais

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227

ainda, até um quarto dos médicos entrevistados não encaminhariam pacientes com

IRC avançada à atenção secundária. Essas detecções levam a pensar em um

modelo de organização dos serviços de saúde onde exista uma aproximação dos

níveis primário e especializado, tornando possível o apoio à APS no cuidado aos

pacientes com disfunção leve/moderada e no encaminhamento adequado dos

casos com disfunção avançada. Na detecção da IRC em pacientes de risco,

verificou-se baixo nível de solicitação dos exames capazes de detectar

precocemente esse distúrbio, especialmente a medida da TFG. A baixa taxa de

solicitação desse exame não é explicada pelo custo, pois são exames baratos e

amplamente disponíveis nos serviços de atenção primária para o acompanhamento

dos portadores de diabetes e hipertensão. (PENA et.al, 2012). CONCLUSÃO:

Dados desde estudo nos relatam que a IRC é uma doença que gera um grande

desconforto na vida diária de um paciente, alguns autores relatam que deveria ter

um investimento maior do SUS em exames relacionado à atenção primaria para um

diagnostico precoce. Concluo que além de exames cabe a nós profissionais da

saúde orientar nossos pacientes quanto à importância de bons hábitos de vida a

pacientes diabéticos, hipertensos e aos que não apresentam essas patologias

também, a fim de evitar um agravo em sua saúde que evolua para uma IRC e

devemos passar essas orientações também a toda equipe multi para que todos nós

profissionais possamos falar a mesma língua em termo de prevenção.

DESCRITORES: Atenção Primária a Saúde; Insuficiência Renal Crônica. REFERÊNCIAS BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica. Sistema Único de Saúde. Brasília, 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf>. Acesso em 16 de Outubro de 2017. CABRAL, Alexandre Silvestre. Diálise Peritoneal. Sociedade Brasileira de Nefrologia. São Paulo, 2017. Disponível em: <https://sbn.org.br/publico/tratatamentos/dialise-peritoneal/> <https://sbn.org.br/publico/tratatamentos/hemodialise/> Acesso em 16 de Outubro de 2017.

CUNHA, Amarildo de Souza. Assistência de Enfermagem ao Paciente com Insuficiência Renal Crônica. 2012. Disponível em:

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<https://enfermagemsistematizada.blogspot.com.br/2012/04/assistencia-de-enfermagem-ao-paciente_26.html>. Acesso em 16 de Outubro de 2017.

PENA, Paulo. et. al. Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica no nível primário: pensando a integralidade e o matriciamento. Ciência & Saúde Coletiva. 2012. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v17n11/v17n11a28.pdf>. Acesso em 16 de Outubro de 2017. ROMAO JUNIOR, João Egídio. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Jornal Brasileiro de Nefrologia. São Paulo, v. 26, 2004. Disponível em: <http://www.jbn.org.br/details/1183/pt-BR/doenca-renal-cronica--definição--epidemiologia-e-classificação>. Acesso em 16 de Outubro de 2017.

O CUIDADO DE ENFERMAGEM A UM RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME DE

DOWN: UM ESTUDO DE CASO

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Keila Maria da Luz Pereira1, Giovanna Valverde Cordeiro¹, Tatiane Buss¹, Giovanna Leite

Batista Veloso2

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Down (SD) é uma alteração genética dada pelo

desenvolvimento de um cromossomo a mais na composição do DNA humano,

conhecida como trissomia 21. Em algumas situações a síndrome pode ocorrer

devido a translocação, mosaicismo ou duplicação gênica, fato raro com índice de

cerca de 0,5% dos acometidos (ANTONIO, REIS, AGUIAR, 2017). No Brasil a

prevalência da SD varia de 01 caso para cada 600 a 800 nascidos vivos, com uma

incidência de 8 mil novos casos no ano. Alguns grupos de risco apresentam fatores

que podem favorecer o desenvolvimento da síndrome, como gestação tardia,

histórico de vários abortos, progenitor com idade superior a 55 anos e herança

genética (NAKADORI et. al., 2006). A síndrome apresenta sinais físicos e essas

características variam de acordo com a gravidade do caso, como por exemplo:

olhos puxados e mais afastados, nariz pequeno e achatado, palato mais encurvado

com menor número de dentes, orelhas pequenas e localizadas abaixo da linha dos

olhos. Esses sintomas debilitam os portadores que podem desenvolver

consequências como a cardiopatia congênita, hipotonia, problemas de audição e

visão, alterações na coluna cervical, distúrbios da tireoide, problemas neurológicos,

obesidade e envelhecimento precoce (BRASIL, 2012). Na maioria dos casos os

pais só descobrem que seu filho tem a síndrome após o seu nascimento e esta

notícia é realizada pelo médico que pode estar acompanhado do psicólogo e dos

assistentes sociais. Entende-se que este é um momento muito delicado que deve

ser respeitado e acompanhado por psicólogos mesmo após a alta do recém-

nascido, pois pode ocorrer o preconceito dos pais e familiares, sendo comum os

pais evitarem contato com mundo externo com medo de sofrerem descriminação

(ANTONIO, REIS, AGUIAR, 2017). Outro desafio para a equipe multiprofissional é

o estimulo ao aleitamento materno, os mais comuns são quando há rejeição da

mãe para com o bebê, a curvatura do palato, hipotonia muscular e protrusão da

1 Acadêmicas da 1ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Curitiba-Pr. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. Telefone: (41) 987245690. 2 Mestre em Enfermagem. Professora Adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Rua Jacarezinho, 1000 – Unidade Mercês, Curitiba-Pr. E-mail: [email protected]

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língua provocando a abertura da boca do bebê quase todo o tempo dificultando a

sucção suficiente, outro fator é que nos primeiros dias de vida o bebê tem

sonolência excessiva (MOVIMENTO DOWN, 2014). Por isso destaca-se a

importância do pré-natal realizado de forma adequada e por equipe comprometida

com a saúde da população, pois todas estas situações podem ser discutidas

durante a gestação com a mulher e parceiro. Contudo de acordo com o Protocolo

de saúde à pessoa com síndrome de Down, 2014 o SUS disponibiliza para as

usuárias o somente a ecografia obstétrica simples que é ineficaz para diagnosticar

anomalias no feto. Para detecção do SD, ainda na gestação, é necessária uma

ultrassonografia morfológica para avaliação da translucência nucal, que deve

ocorrer entre 11 a 14 semanas de gestação, e tem como objetivo a medição da

espessura de um fluido entre a pele e a gordura da nuca do feto, onde irá apontar

chances de anomalias. Por isso a necessidade de uma equipe preparada para lidar

com todas as dificuldades enfrentadas pela mãe e familiares na condução dos

cuidados a criança com SD. Durante as atividades acadêmicas foi possível a

realização de uma visita domiciliar a criança portadora de SD, por isso surgiu a

questão que norteou este estudo, quais os cuidados de enfermagem que devem

ser direcionados para o atendimento de uma criança com SD e sua família?

OBJETIVO: Relatar o caso de um recém-nascido portador de síndrome de Down e

aplicar a sistematização da assistência da enfermagem com utilização da

taxonomia CIPE. METODOLOGIA: Este é um estudo de caso realizado por meio

de uma visita domiciliar em área de abrangência de uma Unidade da Estratégia de

Saúde da Família (USF) em Curitiba/PR. O paciente escolhido para o estudo foi do

sexo masculino, 02 meses de idade com diagnostico de SD. A coleta de dados foi

realizada durante visita domiciliar no mês de setembro de 2017 e em prontuário

eletrônico da paciente disponível na USF. O trabalho não foi submetido ao Comitê

de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo por se tratar de um trabalho

acadêmico que não será publicado na íntegra. RESULTADOS: CRIANÇA, M.V.L.,

02 meses com diagnostico de SD. Nascido na maternidade pública do município de

Curitiba-PR, com peso de 2890g, estatura de 49 cm, perímetro cefálico de 34 cm.

Mãe moradora em área de abrangência de unidade básica de saúde (UBS) sede

de estágios do curso de graduação em enfermagem. No dia 15 de setembro de

2017 foi realizado visita domiciliar para avaliação do estado geral e cuidados com

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a criança. No ato da visita encontrava-se em bom estado geral, ativa, corada,

chorosa, em aleitamento materno exclusivo e não faz uso de mamadeira ou bicos.

Mãe oferece a mama a cada 2 ou 3 horas e cada mamada em uma mama, relata

ainda saber esgotar. Na avaliação neurológica apresentou reflexo de moro com

resposta demorada e demais reflexos dentro da normalidade. Ausculta cardíaca e

pulmonar normais. Abdome globoso e flácido, cicatriz umbilical sem alterações.

Genitália com presença de fimose, sem assaduras ou dermatites. No dia 06 de

setembro de 2017, o peso da criança era de 4350g, estatura de 53 cm e perímetro

cefálico de 36 cm. Mãe ainda cita que o pediatra da maternidade disse que a criança

tem SD leve, porém não havia tido nenhuma informação sobre esta possibilidade

durante a gestação. Relata ainda que vem realizando os cuidados de forma normal

e leva o filho para as consultas de puericultura na UBS. Orientada sobre os

cuidados com a amamentação, higiene do bebe e consultas da unidade, com

questionamento sobre necessidade de encaminhamento. Diagnóstico de

enfermagem: Amamentação prejudicada. Risco de ingestão nutricional

prejudicada. Conhecimento sobre a doença prejudicado. Risco de infecção,

Desenvolvimento de bebê prejudicado. Crescimento retardado Nível de

conhecimento da mãe prejudicado. Peso diminuído. Prescrições de enfermagem:

Avaliar mamas da mãe. Incentivar a amamentação em livre demanda. Reforçar a

importância de não oferecer bicos ou mamadeiras. Orientar sobre a amamentação

exclusiva até os 6 meses de vida. Orientar sobre higienização correta do pênis da

criança. Encaminhar para avaliação com pediatra da UBS. Monitorar

desenvolvimento neuropsicomotor e antropométrico da criança mensalmente na

UBS. Explicar para a mãe sobre a SD e os cuidados necessários para o

desenvolvimento da criança. CONCLUSÃO: O estudo possibilitou verificar que

ainda existem lacunas no conhecimento sobre a SD entre usuários do sistema

único de saúde, no entanto é de grande importância a disseminação de

informações sobre esta síndrome com vistas na diminuição do impacto gerado após

o recebimento deste tipo de diagnóstico. Desta forma entende-se como de grande

relevância o acompanhamento de pré-natal eficaz, voltado para as reais

necessidades de cada gestante. Após o nascimento as orientações para a mãe de

um bebê com SD são de grande valia, pois, o bebê precisa de cuidados mais

específicos e é comum os pais sentirem-se inseguros frente a este novo contexto

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e a equipe pode prestar informações e até mesmo encaminhar para atendimentos

especializados. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Estudos que avaliam

casos e aplicam a SAE mostram a importância do enfermeiro conhecer as diversas

problemáticas de saúde que acometem um determinado público e o impacto que

este gera no indivíduo e na família, assim como possibilita a reflexão sobre a

necessidade uma ação organizada e pautada em bases teóricas e científicas, que

permitem um cuidado eficaz prestado de acordo com as necessidades de cada

situação.

DESCRITORES: Síndrome de Down; Saúde da Criança; Atenção Primária à

Saúde; Processo de Enfermagem.

REFERÊNCIAS ANTÔNIO, C. R.; REIS, C. C.; AGUIAR, J. H. Dificuldades enfrentadas pela enfermagem em relação à pessoa com síndrome de down. Revista Eletrônica Interdisciplinar, Barra do Garças, v.01, n.17, p.397-403, fevereiro 2017. Revista Eletrônica Interdisciplinar. Disponível em: http://www.univar.edu.br/revista/index.php/interdisciplinar/article/view/614 Acesso em: 02 set. 2017 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 1. ed., 1. reimp. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0W7B5f7k2lQJ:bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_sindrome_down.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br Acesso em: 26 set. 2017

MEDEIROS, J.; MELO, L.; MELO, L.; BEZERRA, M.. A consulta de puericultura como base para construção de um plano de cuidados. Veredas. Alagoas, v.7, n. 2, p.1-94, 2014. Revista eletrônica de ciências. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:5DwQOhLQzncJ:veredas.favip.edu.br/ojs/index.php/veredas1/article/download/187/290+&cd=1&hl=pt- BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 10 set. 2017

MOVIMENTO DOWN. Observatório de Favelas do Rio de Janeiro. Observatório de favelas do rio de janeiro movimento de ação e inovação social – mais. Guia de estimulação para bebês com síndrome de down. Cadernos Movimento Down, versão ampliada. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://www.movimentodown.org.br/rededeativadores/wp-content/uploads/2014/10/Guia-de-estimula%C3%A7%C3%A3o-2014.pdf. Acesso em: 02 set. 2017.

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TEMPSKI, P.; MIYAHARA, K.; ALMEIDA, M.; OLIVEIRA, R.; OYAKAWA, A.; BATTIDTELLA, L. Protocolo de cuidado à saúde da pessoa com síndrome de down. Down Syndrome health care protocol - IMREA/HCFMUSP, São Paulo, p. 175-186, dezembro 2011. Instituto de Medicina Física e Reabilitação HCFMUSP. Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:KzCFKg9NN3cJ:https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/viewFile/103661/102114+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br Acesso em: 02 set. 2017.

A PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À VIOLENCIA OBSTÉTRICA

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Adriana do Rocio Vendrametto Marçal 1, Shaieny Naiê Marcon 2, Mitsuy Luana dos Santos

Kuriyama2

INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher constitui um grave problema de saúde

pública e de violação sistemática de seus direitos humanos, que mostra de forma

dramática os efeitos da discriminação e subordinação da mulher por razões de

gênero na sociedade. (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012). Embora as práticas

violentas da assistência ao parto já estivessem em discussão no Brasil desde as

décadas de 1980 e 1990, especialmente promovidas pelo movimento em prol da

humanização do parto no Brasil, foi apenas entre 2007 e 2010 que o termo

“violência obstétrica” passou a ser utilizado no país, com seus conteúdos e

circunstâncias associadas ainda permanecendo em grande invisibilidade e/ou

sendo naturalizadas por grande parte das gestantes, profissionais da saúde,

gestores e população em geral. Tal invisibilidade dificultava a discussão e o

planejamento de ações de enfrentamento, uma vez que a coletividade não

compreendia exatamente no que consistia esta forma de violência. (SENA;

TESSER, 2016). Na compreensão desse processo, o termo violência institucional

é caracterizado como a atuação do profissional de saúde dentro da instituição de

atendimento, atrelando, de certa maneira, sua atuação às condições físicas,

organizacionais e de recursos da mesma (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012).

Ações são necessárias para apoiar as mudanças na conduta dos profissionais de

saúde, dos ambientes clínicos e sistemas de saúde, para garantir que todas as

mulheres tenham acesso à assistência respeitosa, competente e atenciosa. (OMS,

2014). JUSTIFICATIVA: Esta pesquisa justifica-se devido a relevância do tema

para a enfermagem, já que este profissional atua nos centros obstétricos e

unidades de saúde de forma efetiva e direta à gestante e tem a obrigação de prestar

assistência de qualidade e lhe assegurar que seus direitos sejam respeitados.

Diante dessa responsabilidade que cabe ao enfermeiro surgiu a seguinte pergunta

norteadora: Quais comportamentos e/ou atitudes profissionais caracterizam a

violência obstétrica? OBJETIVO: Analisar as publicações dos últimos 7 anos, que

1 Enfermeira, docente da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]. 2 Acadêmicas do curso de Enfermagem da Universidade Positivo (UP). Contato e-mail: [email protected]; [email protected];

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identifiquem comportamentos dos profissionais da saúde que caracterizam

violência obstétrica. METODOLOGIA: Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se

como metodologia de pesquisa a revisão integrativa. Esta consiste em reunir e

sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de

maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do

conhecimento do tema investigado (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,2008). Para a

realização deste estudo e seleção dos artigos foi realizado levantamento

bibliográfico por meio de consulta na Biblioteca Virtual em Saúde de Enfermagem

(BVS), nas bases de dados indexadas Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System

Online (MEDLINE), Banco de dados em Enfermagem (BDENF), e, INDEX

PSICOLOGIA, na qual foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão:

pesquisas na íntegra, publicados entre 2010 a 2017, no idioma inglês e português,

e, disponíveis online. Para a busca foi utilizada a associação entre os descritores

violência obstétrica, saúde da mulher, e assistência de enfermagem, aonde foram

encontrados 41 artigos, destes, 34 estavam disponíveis em textos completos. Após

leitura dos títulos e resumos, foram excluídos 23 estudos, pois não correspondiam

ao tema e objetivo da pesquisa, restando 11 artigos que compõem a amostra para

leitura interpretativa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ciclo gestacional até o

momento do parto é um dos períodos que a mulher apresenta maior vulnerabilidade

e insegurança, portanto cabe a equipe de saúde prestar assistência de qualidade

e humanizada. A 1ª categoria “Fundamentação da violência obstétrica”, foi

evidenciada em 7 artigos. É possível considerar como violência obstétrica a

peregrinação da mulher por estar diretamente relacionada ao seu processo

reprodutivo e à anulação dos seus direitos, a falta de cuidado, o desrespeito e a

recusa de atendimento (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012). Entende-se por

violência obstétrica a apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das

mulheres por profissional de saúde que se expresse por meio de relações

desumanizadoras, de abuso de medicalização e de patologização dos processos

naturais, resultando em perda de autonomia e capacidade de decidir livremente

sobre seu corpo e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida

das mulheres (TESSER et al., 2015). Já na 2ª categoria “Atuação do profissional

diante da violência obstétrica” constatou-se em 5 artigos, repercutindo na falta de

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sensibilização, atenção e qualidade na assistência. Segundo Aguiar et al., (2013),

essas questões nem sempre se apresentam nos serviços de forma clara e visível.

Muitas vezes nem os profissionais conseguem identificar uma dada conduta como

violenta (ou não querem reconhecer como tal). A utilização de condutas violentas

por parte dos profissionais de saúde muitas vezes é apresentada e defendida como

um cuidado necessário para lidar com as mulheres consideradas queixosas,

demandantes ou pouco colaborativas. Nesse contexto, a violência se traveste de

boa prática, já que pretensamente teria como interesse maior o bem estar da

paciente. Para obter um alto nível de respeito na assistência ao parto, os sistemas

de saúde devem ser organizados e administrados de forma a garantir o respeito à

saúde sexual e reprodutiva e os direitos humanos das mulheres. Enquanto muitos

governos, grupos da sociedade civil e comunidades no mundo inteiro já destacaram

a necessidade de abordar esse problema, em muitos casos, políticas para

promover a assistência obstétrica respeitosa não foram adotadas, não são

específicas ou não foram convertidas em ações significativas (OMS, 2014). Para

Martins e Barros (2016), há questão de gênero que envolve a violência obstétrica,

pois além de ser a mulher quem a sofre, muitas vezes a violência é praticada

também por profissionais do sexo feminino, pois representam a maioria dos

profissionais que trabalham em unidades de saúde que prestam assistência à

mulher no ciclo gravídico e puerperal. Daí a importância de se discutir as ações de

poder que permeiam a relação entre profissionais e usuários do SUS, bem como

seus modelos de atenção. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados obtidos

nessa pesquisa permitiram perceber que a violência obstétrica ainda persiste em

várias instituições, vem sendo um paradigma para a sociedade e para a equipe de

saúde, pode ser manifestada de diversas formas e definida como qualquer ato do

profissional destinado à gestante, sendo eles psicológicos ou físicos, que

ocasionem humilhação, frustração, indignação, negação de informações,

repreensão, procedimentos e medicamentos desnecessários, entre outros. Com

este estudo, ficou compreensível as dificuldades enfrentadas pela gestante e que,

a participação dos profissionais da saúde é essencial para assegurar os direitos da

mulher. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: A Enfermagem como parte

integrante da equipe de saúde, deve assegurar a autonomia à mulher, embasada

nas diretrizes que orientam e promovam a assistência ao parto, garantindo que ela

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decida sobre seu próprio corpo antes e durante o desenvolvimento do período

gestacional. Já que é o profissional que estabelece uma relação mais estreita com

a parturiente com compromisso de manter a ética e a humanização e dessa forma

garantir à essa mulher uma experiência prazerosa do ato de “dar à luz”.

DESCRITORES: Violência Obstétrica; Saúde da Mulher; Assistência de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS AGUIAR, J.M.; D'OLIVEIRA, A.F.; SCHRAIBER, L.B. Institutional violence, medical authority, and power relations in maternity hospitals from the perspective of healthy workers. Cad Saude Publica, Vol. 29, n.11, pág. 2287-96. 2013. MARTINS, A.C.; BARROS, G.M.; Will you give birth in pain? Integrative review of obstetric violence in Brazilian public units. Rev Dor, Vol.17, n. 3, pág 215. 2016. Organização Mundial da Saúde – OMS. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde. Genebra. 2014. Disponível em <http://apps.who.int/iris/ bitstream/10665/134588/3/WHO_RHR_14.23_por.pdf>. Acesso em 07 de julho, 2017 REDE PARTO DO PRINCÍPO. Violência obstétrica “Parirás com dor”: dossiê elaborado para CPMI da violência contra as mulheres. Brasília: Senado Federal, 2012. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/comissoes/documentos/SSCEPI/DOC%20VCM%20367.pdf>. Acesso em:15 set. 2017. TESSER, C.D.; KNOBEL, R.; ANDREZZO H.F. DE A, DINIZ, S.G.; Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Rev Bras Med Família Comunidade, Vol. 10, n 35, pág. 1 – 12. 2015. Acesso em 05 de setembro, 2017, em http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1013.

PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRANSTORNO AUTÍSTICO

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Amanda de Paula1, Ingrid Mayara Teixeira1, Pamela Eduarda Bergmann1, Tainara

Marques Paezinho1, Taynara Luany1, Denise Faucz Kletemberg2

INTRODUÇÃO: O autismo é um transtorno de desenvolvimento caracterizado pela

deficiência de interação social, comunicação e comportamento. Os sintomas

podem ser apresentados nos primeiros meses de vida, como por exemplo:

dificuldade para manter contato visual, não choram e não gostam de contato físico,

entre outros, normalmente observado pelos familiares. Através de dados

epidemiológicos no Brasil foi estimado que cerca de um a cada 88 nascidos vivos

apresentam Transtorno do Espectro Autista (TEA), acometendo mais o sexo

masculino e existência de 500 mil casos de pessoas com autismo. (BARBOSA;

FERNANDES, 2009). A enfermagem tem o papel de socializar e educar juntamente

com a família, as crianças com autismo. O enfermeiro deve saber diferenciar o

autismo de outros transtornos mentais, participando da integração, ajudando na

comunicação e estimulo do cliente usando a verbalização adequada para o quadro,

desta forma sabendo valorizar a importância do cuidado e afeto a esses pacientes.

A participação da família é de extrema importância para a evolução da criança com

autismo, visando à integração do mesmo. (CARNIEL; SALDANHA;

FENSTEREIFER, 2010). JUSTIFICATIVA: É de extrema importância que o

enfermeiro direcione toda a equipe de enfermagem para o atendimento adequado

à pacientes com Transtorno do Espectro Autista, devendo compor o processo de

enfermagem para a avaliação, diagnósticos e prescrição de enfermagem.

OBJETIVO: Descrever as intervenções no atendimento da enfermagem a pessoas

com Transtorno do Espectro Autista. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica

realizada durante o mês de setembro de 2017, através da pesquisa via eletrônica,

consultando o banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases:

Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature

Anal ysisand Retrieval System Online (MEDLINE) e Banco de Dados de

Enfermagem (BDENF). Foi utilizado o cruzamento dos descritores autismo, cuidado

1 Acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba/PR. Contato; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2 Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES). Contato: [email protected]

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e enfermagem. Os critérios de inclusão: publicações no período de 2012 a 2017,

na língua portuguesa. Como critérios de exclusão: vivências da mãe, relação do

terapeuta com o autista, processo de educação, artigos que não visavam à área de

enfermagem, tratamentos psiquiátricos. Foram encontrados sete (7) artigos no qual

dois (2) eram repetidos, restando após a leitura cinco (5) artigos dentro dos critérios

de escolha. RESULTADOS: Na análise de artigos encontrados verificou-se que

para um atendimento adequado ao paciente autista é necessário um embasamento

teórico, observar sempre os sintomas e comportamentos, o que pode contribuir até

mesmo para um diagnóstico precoce (CARNIEL; SALDANHA; FENSTERSEIFER,

2010). A importância do enfermeiro se colocar no lugar do outro é relevante, pois

traz a essência de saber conviver com diferenças um do outro. Em um dos artigos

encontrados a música é citada como método terapêutico para crianças com

transtorno artístico, a qual proporciona relaxamento, alívio de ansiedade e estresse,

ajudando no tratamento e desenvolvimento do paciente autista (NOBREGA;

SOUZA, 2013). É importante que o profissional desenvolva métodos que estimulem

o tratamento do paciente sabendo os limites de cada um respeitando suas

limitações. A orientação aos familiares pode ser feita pelo enfermeiro, fazendo com

que os métodos terapêuticos encontrados sejam aplicados em casa juntamente

com a família, ajudando na interação da criança, dessa forma facilitando o

atendimento da enfermagem com o cliente. DISCUSSÃO: A enfermagem necessita

de embasamento teórico sobre o Transtorno do Espectro Autista, pois desta forma

saberá colocar em prática o método mais eficaz para auxiliar no tratamento,

minimizando os riscos e promovendo uma melhor qualidade de vida para os

pacientes e familiares. Porém quando há falta de conhecimento por parte do

profissional na hora da prática, pode ocorrer um agravo na síndrome. Um dos

fatores mais importantes para o atendimento ao paciente que possui necessidades

especiais é a paciência, competência, ética e muita atenção. É importante ter em

mente que as formas de nos expressarmos com os autistas são bem diferentes.

Através dos artigos lidos podemos dizer que a comunicação juntamente com o

conhecimento do enfermeiro e sua equipe é o mais importante, ao explicar um

procedimento que será realizado deve-se estar atento as necessidades individuais

de cada um, conhecendo seus limites e interpretando suas formas de expressão,

pois possuem vocabulários limitados. A atenção deve estar redobrada na hora da

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realização das práticas de enfermagem, estar preparado para casos de surtos do

paciente e tentar identificar o motivo para não ocorrer novamente. A estratégia de

mais eficácia é o amor conjugado com o cuidado, deixando de lado a visão somente

dos limites do paciente, assim enxergando o quanto ele é capaz de interagir e

colaborar no tratamento (NOBREGA; SOUZA, 2013). CONCLUSÃO: Analisando

as publicações encontradas observamos que há escassez do relato do papel do

enfermeiro com o cuidado do atendimento aos pacientes e familiares. O papel da

enfermagem é muito importante, pois saberá guiar os seus profissionais e colegas

de trabalho para melhor atender os mesmos. É de extrema importância o

conhecimento nessa área, pois poderá identificar os sintomas precocemente,

dando auxilio e conforto aos portadores da síndrome. CONSIDERAÇÕES PARA

SAÚDE: Considerando o estudo na leitura sobre o autismo, o trabalho se fez

necessário para o esclarecimento do papel do enfermeiro e suas responsabilidades

perante o transtorno artístico, viabilizando um bom preparo desses profissionais, a

fim de realizar uma assistência adequada para tais pacientes e seus familiares,

visando o conforto, inclusão e orientações a eles, desta forma aumentando a

qualificação do enfermeiro em áreas um pouco esquecidas, assim evitando um

despreparo profissional com pacientes portadores do Transtorno do Espectro

Autista (TEA).

DESCRITORES: Autismo; Enfermagem; Cuidados de Enfermagem REFERÊNCIAS BARBOSA, Milene Rossi Pereira; FERNANDES, Fernanda Dreaux Miranda. Qualidade de vida dos cuidadores de crianças com autismo. Rev Soc. Bras. Fonoaudiol. v.14, n.3, p.482-486, 2009; CARNIEL, Elenice Lorenzi; SALDANHA, Letícia Beck; FENSTERSEIFER, Lisia Maria. A atuação do enfermeiro frente à criança autista. Rev. Pediatria. São Paulo, v.32, n.4, p.255-260, out-dez, 2010. NÓBREGA, Elida Dantas; SOUSA, Milena Nunes Alves; Música na Assistência de Enfermagem: resultados baseados em evidências. InterScientia, João Pessoa, v.1, n.3, p.103-114, set. /dez. 2013.

CONTRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO FRENTE À VIOLENCIA OBSTÉTRICA

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Anelise Rocha1, Dayane P. Giavara¹, Sabrina Kopietz¹, Marly B. G. Marton²

INTRODUÇÃO: A gestação é considerada um novo ciclo de vida para a mulher e

seu entorno, um momento especial e único de constantes modificações físicas,

psíquicas e sociais, gerando um misto de sensações e expectativas. Com isso,

existem, ainda, inúmeras alterações que provocam desconfortos afetando o bem-

estar da mulher. As principais modificações da fisiologia materna ocorrem no

sistema cardiovascular, respiratório e gastrointestinal (QUEROZ, 2012). Alterações

físicas também se fazem presentes, como seios edemaciados, náuseas, desejos,

mal-estar e alterações estruturais do corpo, por exemplo. Além dessas

modificações que acontecem durante a gestação, ocorrem, ainda, fenômenos

mecânicos somados aos fisiológicos durante o trabalho de parto. Assim, essas

variações precisam ser identificadas na história particular de cada mulher, esse

conhecimento é relevante para os profissionais de enfermagem que atuam nos

cuidados prestados às gestantes (SILVA et al, 2014) refere que alguns profissionais

fazem com que o cenário e o momento do parto se alterem, tornando-os

traumatizantes em decorrência de sua conduta totalmente intervencionista e

desumana. Ao agir dessa maneira, levam as parturientes a se sentirem

desrespeitadas e violentadas num momento tão particular e sensível de suas vidas.

A Fundação Perseu Abramo (FPA), com sede em São Paulo, realizou uma

pesquisa em 2010 sobre mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e

privado e concluiu que uma em cada quatro mulheres brasileiras sofre violência no

parto. Venture et al.(2010) corroboram que essa violência define qualquer ato ou

intervenção direcionada à parturiente ou ao seu bebê, praticado sem o

consentimento explícito e informado da mulher e/ou em desrespeito à sua

autonomia, integridade física e mental, aos seus sentimentos, opções e

preferências. A violência obstétrica encontrada nos hospitais e maternidades

brasileiras acontecem de diferentes formas, como verbalizações ofensivas e

agressivas dos profissionais às pacientes, procedimentos desnecessários e/ou

iatrogênicos, despreparo institucional, práticas consideradas prejudiciais ao parto

1 Acadêmicas do 4º ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. E-mails: [email protected] (41) 99161-2376, [email protected], [email protected]. ² Enfermeira, professora adjunta do Curso de Graduação Enfermagem da Universidade Positivo. Mestre em Enfermagem pela UFPR. E-mail: [email protected]

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como a episiotomia rotineira sem indicação clínica, posição de litotomia, tricotomia

e utilização de ocitocina, entre outros. Esses tipos de violência citados são

apontados como precariedade do sistema de saúde e da qualidade na formação

profissional (SILVA et al, 2014). Partindo dessas informações e reflexões, como

futuras enfermeiras, deparamo-nos com o seguinte questionamento: Quais são as

condutas do profissional enfermeiro frente a violência obstétrica nos períodos do

pré, trans e pós-parto? JUSTIFICATIVA: como afirma Silva et al, (2014) em seu

estudo, a violência obstétrica é um grave problema dentro das instituições

hospitalares, onde na maioria das vezes os profissionais que estão envolvidos nos

cuidados veem as mulheres como um instrumento de parto, não compreendendo

as dificuldades que a gestante está passando, detendo assim todo o domínio sobre

ela, impedindo na maioria das vezes o agir natural e negligenciando o cuidado

humanizado. OBJETIVO: Descrever as condutas do enfermeiro frente à violência

obstétrica e os principais cuidados no pré, trans e pós-parto. METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, objetivando reunir e sintetizar

estudos publicados sobre violência obstétrica e os cuidados de enfermagem. Para

seleção dos artigos foram utilizados como critério de inclusão: assunto principal

sendo violência obstétrica, contribuições da enfermagem; publicados na língua

portuguesa em revistas indexadas; compreendidos no período de 2012 a 2016.

Quanto aos critérios de exclusão são todos os que não se encaixam nas exigências

anteriores. As bases de dados utilizadas foram MEDLINE, LILACS, BDENF. Os

descritores utilizados para a busca foram: Brasil, Violência Obstétrica e

Enfermagem Obstétrica. Após a busca pelos critérios, foram encontrados 22

artigos, dos quais apenas cinco obedeceram aos critérios estabelecidos. Os dados

foram categorizados, discutidos e classificados segundo os objetivos da revisão

integrativa. Foi utilizada, além dos artigos selecionados, a Portaria nº 569 de 1º de

junho de 2000 do Ministério da Saúde/Gabinete do Ministro, que instituiu o

Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, no âmbito do Sistema Único

de Saúde. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa por se

tratar de metodologia pedagógica do curso de Enfermagem da Universidade

Positivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da leitura e discussão dos artigos

trazemos os principais problemas e condutas profissionais no pré, trans e pós-

parto. Segundo Trindade et al. (2016), as violências de maior incidência são:

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verbalizações violentas dos profissionais as pacientes: empatia e compreensão dos

profissionais envolvidos na assistência durante o trabalho de parto e a dor pela

parturiente. Procedimentos desnecessários e/ou iatrogênicos: apresentar os

procedimentos que podem ser realizados durante o parto (plano de parto),

respeitando o poder de decisão da parturiente (salvo exceções). Despreparo

institucional: tornar o ambiente acolhedor proporcionando a parturiente vivenciar o

momento do parto, treinar a equipe de saúde envolvida na assistência quanto aos

métodos não farmacológicos de alivio a dor, apresentando e executando esses

recursos a gestante. Práticas consideradas prejudiciais ao parto: permitir a

parturiente a liberdade de movimento e escolha de posicionamento mais

confortável e procedimentos no período expulsivo, respeito a autonomia da

paciente. CONCLUSÃO: Por meio desta revisão integrativa da literatura, conclui-

se que existe um grande despreparo das equipes que assistem ao parto, o que

resulta na deficiência de um cuidado individualizado, com a participação da

parturiente somada a experiência do profissional. Diante disso, os profissionais que

trabalham na assistência ao parto e a parturiente devem ser capacitados,

qualificados e ter um perfil humanizado que deve ser construído desde o período

acadêmico e consolidada na prática profissional, já que lidam com situações

delicadas e individualizadas a cada parto, aplicando os conceitos éticos e bioéticos

que são à base do profissionalismo. CONTRIBUIÇÃO PARA A SAÚDE: O

enfermeiro deve adotar uma prática holística, que supra as necessidades da

parturiente durante este processo da sua vida, tornando o momento calmo, seguro

e acolhedor. O enfermeiro tem o poder e deve tornar como uma rotina profissional

a empatia, que faz a diferença e será marcado por tornar o ciclo de vida dessa

mulher um momento único. A humanização deve acontecer desde a primeira

consulta de pré-natal, com informações e esclarecimentos de dúvidas, sendo

estendida durante todo o período de gestação. Deve-se, também, oferecer apoio

psicológico, emocional, e demonstrar métodos não farmacológicos durante o

trabalho de parto, evitando que o parto evolua sem outras intervenções

desnecessárias. Esse cuidado deve se estender no pós-parto, de imediato conduzir

o contato pele a pele do bebê com a mãe, orientar nas primeiras mamadas e apoiar

os próximos cuidados com do recém-nascido.

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DESCRITORES: Brasil; Violência obstétrica; Enfermagem Obstétrica. REFERÊNCIAS BRASIL Ministério da Saúde/Gabinete do Ministro. Portaria nº 569, de 1 de junho de 2000. Institui o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União 2000. SILVA, M. G.; MARCELINO, M. C.; RODRIGUES, L. S. P.; TORO, R. C.; SHIMO, A. K. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Rev. Rene. 2014 jul-ago; v. 15, p. 720-8. Disponível em: file:///C:/Users/1412168/Downloads/1514-12495-2-PB.pdf TRINDADE, D. A. R.; DALMEDICO, M. M. Violência Institucional Obstétrica no Brasil: a contramão do protagonismo da mulher. Revista da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras. V. 17, Curitiba, junho, 2016. VENTURI, W.; BOKANY, V.; DIAS, G.; ALBA, D.; ROSAS, W.; FIGUEIREDO. N. Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado. Fundação Perseu Abramo. v.1, p 223. 2010, disponível em: http://novo.fpabramo.org.br/ sites/default/files/pesquisaintegra_0.pdf

SKIN TEARS: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

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Eloisa Vicco1, Gabriela Moreira1, Juliana Miranda1, Patrícia Rodrigues1,

Renato Siqueira1; Michel Marcos Dalmedico2

INTRODUÇÃO: Skin Tears ou Lesão por Fricção refere-se a uma ferida traumática

ocasionada pela fricção, cisalhamento ou contusão da pele do paciente associado

ao atrito com superfícies ou objetos (PULIDO, 2010). É uma ferida rasa, limitada a

derme podendo ser caracterizada como ferida de espessura parcial, ocorre quando

há a separação entre a epiderme e a derme ou ferida de espessura total, que

acontece quando a derme e a epiderme se mantem unidas e o trauma as separa

das estruturas subjacentes. Sua principal característica é a presença do retalho da

pele (segmento livre da pele não aderido as camadas subjacentes), que pode estar

parcialmente ou totalmente separado do leito da ferida, com aspecto pálido, opaco,

escurecido ou até necrosado (PULIDO, 2010). A incidência aumenta conforme o

avanço da idade devido à redução da umidade, elasticidade, resistência e a

redução da espessura das camadas da pele (AMARAL; PULIDO; SANTOS, 2012).

As lesões por fricção ocorrem comumente no dorso das mãos, braços, cotovelos e

pernas. A produção de exsudato seroso, especialmente nas primeiras 24 horas,

torna as Skin tears feridas com excesso de umidade, o que interfere no processo

cicatricial (LEBLANC et al. 2008). JUSTIFICATIVA: Ainda é limitado dados de

incidência e prevalência da Skin tear, mas trata-se de uma lesão por fricção com

ocorrência estatisticamente significativa, no entanto, pouco divulgada na prática

clínica. Este estudo permite despertar mudanças no cuidado de idosos e contribui

para projetos de prevenção da ferida. OBJETIVO: Relatar um caso de lesão por

fricção em paciente idosa acamada internada em unidade de atendimento

secundário e realizar uma revisão de literatura sobre a temática. METODOLOGIA:

Estudo descritivo, tipo estudo de caso, realizado durante as aulas teóricas-práticas

da disciplina “O Processo de Cuidar em Enfermagem na Saúde Coletiva e Saúde

da Família” do segundo ano do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo,

em abril de 2017 na Unidade de Pronto Atendimento no Boqueirão na cidade de

1 Acadêmicos da 2ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. [email protected]; [email protected]; [email protected] [email protected] (41) 99836736; [email protected] 2 Mestre em Enfermagem. Especialista em Terapia Intensiva. Docente do curso de em Enfermagem, Coordenador da pós-graduação de urgência e emergência e Tutor da Residência em Enfermagem em Terapia Intensiva – Hospital Vita/ Universidade Positivo. [email protected]

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Curitiba/PR. Os Dados foram coletados em entrevista não estruturada com a filha,

e observação das lesões de pele na paciente A.S. durante a higiene intima e troca

de fraldas. Com base nas informações coletadas e embasamento teórico pode ser

proposto medidas preventivas para Skin tear na pratica da enfermagem. O

presente trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Positivo, por se tratar de um trabalho acadêmico que não será publicado na íntegra.

RESULTADO: Paciente A. S., 86 anos, do sexo feminino, com quadro de alteração

do estado geral, inapetência e fraqueza. Com histórico de comprometimento motor

causado por Acidente Vascular Encefálico, cadeirante, apresenta-se prostrada,

respondendo a estímulos verbais, com força muscular diminuída à esquerda,

apresentando sinais globais de desidratação. Durante realização de troca de

curativos evidenciou-se lesões de pele tipo Skin tears em MSE e MID, ambas

classificadas como tipo 2b (com perda parcial do retalho, expondo menos que 25%

da derme subjacente), com média de 4 cm de diâmetro, bordas irregulares, na qual

o retalho de pele não pode ser realinhado a sua posição anatômica normal, e

coloração escurecida. DISCUSSÃO: Segundo AMARAL, PULIDO, SANTOS

(2012), a lesão afeta, sobretudo, idosos, porém é possível identificá-la em pacientes

debilitados com mobilidade e nutrição comprometidas, doentes terminais e

neonatos. O principal agente causador da Skin tear além da fragilidade da pele é o

trauma mecânico devido o atrito entre superfície agressora e a pele, e como dito

por (PULIDO, 2010), entre os fatores de riscos destacam-se: a idade (paciente

idosos), pele branca, pele seca e descamativa, equimose ou hematomas nas

extremidades, edema, neuropatias, agitação psicomotora, transferências e

posicionamentos, contenções, remoção de fitas adesivas, uso de corticoides por

longo período, sabonetes que reduzem a lubrificação natural da pele, entre outros

fatores. O diagnóstico baseia-se na avaliação do tamanho, a perda tissular, e a

viabilidade do retalho, o exame completo permite determinar a extensão,

profundidade dos danos, presença de hematoma e possível necrose do retalho

(PULIDO, 2010). Sua classificação é baseada na avaliação da ferida e no

planejamento do cuidado. É necessária a intervenção do profissional com

orientações de prevenção visando o cuidado com a pele, de forma que o tratamento

seja delicado e afetuoso. Para seguir com o tratamento é preciso realizar a limpeza

com soro fisiológico que seja suficiente para remover toda sujidade, atentando para

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não agravar mais. Na existência de retalho realinha-lo ao leito da ferida, e se este

se apresentar pálido, opaco ou escurecido faz- se necessário sua avaliação a cada

troca de curativo (SILVA, et al. 2016). Para prevenir Skin tear é preciso mudanças

nos ambientes em que pessoas com fatores de riscos vivem, como: melhorar a

iluminação, retirar tapetes, priorizar o uso de calçados antiderrapantes, quando

debilitados ou acamados é importante: proteger as grades da cama, utilizar coxins

e suporte para o corpo nas transferências e mudanças de decúbito, evitar

movimenta-los pelos MMII e SS para reduzir a incidência de cisalhamento, no

banho é recomendável a utilização de sabonetes com PH balanceado e água

morna. A aplicação de hidratantes hipoalérgicos a base de ureia ou ácido lático que

favorece a oleosidade natural da pele. CONCLUSÃO: A partir do presente trabalho

evidenciou-se que o caso relatado vai ao encontro dos achados científicos que

apontam a população de idosos enquanto grupo de risco para a ocorrência de Skin

tear. Neste contexto, o estudo aponta a ocorrência de Skin tear no âmbito

assistencial, e traz à tona a necessidade de instrumental teórico que suporte o

cuidado de enfermagem no que tange à prevenção e tratamento da lesão por

fricção, uma vez que, a mesma consiste numa ferida de difícil resolução, que

impõem dor e sofrimento ao seu portador.

DESCRITORES: Ferida; Incidência; Idoso. REFERÊNCIAS AMARAL, A. F. D. S.; PULIDO, K. C. S; SANTOS, V. L. C. de G. Prevalência de lesões por fricção em pacientes hospitalizados com câncer. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, n. spe, p. 44-50, 2012. LEBLANC, K.; et al. Best Practice Recommendations for the Prevention and Treatment of Skin Tears. Wound Care Canada. V. 6, P. 14-30, 2008. PULIDO, K. C. S. Adaptação cultural e validação do instrumento “STAR Skin Tear Classification System” UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2010. SILVA, F. L. et al. Skin Tears: Conhecimentos e Implicações para a Enfermagem. Congresso Nacional de Envelhecimento Humano da UFCG, p. 8-9, 2016. TORRES, F. S.; et al. Manual de Prevenção e Tratamento de Lesões por Fricção. v. 1, p. 6-7, 2016.

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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM JUNTO A PACIENTES COM TRANSTORNO

MENTAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE EM CURITIBA/PR: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

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Viviane Nogueira Santos1; Pamela Rodrigues de Almeida¹; Michelle Mendes da Silva¹;

Laura Caroline de Barros de Lara¹; Giovanna Batista Leite Veloso²; Wanderlei Wos³.

INTRODUÇÃO: Antigamente o serviço de saúde mental era realizado em sua

maioria em manicômios, onde muitas vezes o tratamento acontecia de forma

desumana, excluindo o paciente do convívio social e mantendo-os em locais com

superlotação, a chamada “comercialização da loucura”. Com a chegada da reforma

psiquiátrica no Brasil na década de 70, esses clientes passaram a ter um tratamento

adequado e a serem tratados como cidadãos, tendo assim direitos e deveres

(MAIA; SILVA, 2017). Junto com a reforma psiquiátrica e com a ajuda de teóricos

da época como Hildegard E. Peplau, ocorreram mudanças importantes na

condução do tratamento do indivíduo com transtorno mental, assim como no papel

do enfermeiro psiquiátrico, que tornou-se mais terapêutico, pois passaram a cuidar

de cada paciente individualmente, avaliando-os de forma única e estabelecendo

junto com a equipe de enfermagem e de saúde regente do local, uma estratégia de

tratamento e de recuperação deste cliente (STEFANELLI; FUKUDA; ARANTES;

2008). Com isto, a partir da década de 80, quando ocorreu a criação de serviços

extra – hospitalares como os centros de atenção psicossocial (CAPS), o enfermeiro

teve que se ajustar às novas propostas que a reforma trazia, como ajudar o paciente

na manutenção da saúde mental, reinseri-los no convívio social, trabalhar no

resgate de pontos positivos que os pacientes apresentavam e estimular para que

os mesmos melhorassem, além de utilizarem a psicoterapia (VILLELA; SCATENA,

2004). Tendo em vista a atuação dos enfermeiros no âmbito de saúde mental já

citado, uma das ações propostas às acadêmicas de enfermagem da Universidade

Positivo durante a prática clínica da disciplina O processo de cuidar em

enfermagem na saúde mental, foi uma atividade psicoterapêutica junto ao Grupo

Renovando Vidas em uma comunidade do município de Curitiba-PR. OBJETIVO:

Relatar a experiência de acadêmicas de Enfermagem em atividade

1 Acadêmicas de Enfermagem. Universidade Positivo. Autor Correspondente. Telefone: (41) 99570-

4223 E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. ² Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora adjunta ao curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected]; ³ Enfermeiro Especialista. Professor Adjunto ao curso de Enfermagem da Universidade Positiva. E-mail: [email protected].

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psicoterapêutica junto a pacientes com transtorno mental. METODOLOGIA: Trata-

se de um relato de experiência, vivenciado pelas acadêmicas do curso de

Enfermagem em campo de prática clínica da disciplina O processo de cuidar em

enfermagem na saúde mental no Grupo Renovando Vidas, que é uma organização

criada em um bairro de Curitiba/PR, que visa ajudar os pacientes com transtornos

psiquiátricos cadastrados na unidade de saúde do local a continuar e ou serem

reinseridos ao convívio social, e ainda em auxiliam no tratamento medicamentoso

por meio de educação em saúde. O grupo atualmente dá assistência a oito

pacientes e desenvolvem oficinas de terapia ocupacional através de atividades

realizadas nas quintas e sextas-feiras, no período da manhã. Para a organização

das atividades aplicadas pelas alunas, foram realizadas reuniões às quintas-feiras

de manhã no mês de julho de 2017, nas quais estavam presentes as acadêmicas

e o professor supervisor de estágio, nestas reuniões eram discutidas estratégias

que pudessem ajudar a atingir os objetivos do grupo. Já as ações junto aos

pacientes aconteceram as sextas-feiras do referido mês. RESULTADOS: As

reuniões do Grupo Renovando Vidas foram realizadas nas sextas-feiras de cada

semana, contando com oito pacientes em média, os quais eram submetidos a

propostas de atividades escolhidas pelas acadêmicas de enfermagem. Na primeira

semana em que as alunas estavam presentes, foi realizada a busca ativa dos

pacientes inclusos no programa. Todos os clientes que não estavam frequentando

o grupo regularmente foram visitados, e neste momento acontecia uma conversa

tentando entender o motivo pelo qual os mesmos não estavam comparecendo, e

ainda foi realizado o convite de reintegração desse paciente ao grupo. Também na

primeira semana as alunas confeccionaram convites em papéis para enviarem aos

pacientes através das agentes comunitárias, para lembrá-los dos dias e horários

das reuniões, atitude que gerou resultado na semana seguinte, com a presença

quase completa dos clientes. Na segunda semana, os pacientes que

compareceram puderam dar continuidade as atividades que já haviam começado

em semanas anteriores, como aos artesanatos que estavam sendo confeccionados

como terapia ocupacional, além de atividades de interação como cantar e dançar,

além da atividade em saúde junto com as alunas de enfermagem. Nas semanas

seguintes as alunas e o professor supervisor de estágio, estabeleceram um plano

de atividades para que os pacientes realizassem o que resultou na possibilidade de

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uma Festa Junina, um evento que os pacientes poderiam ajudar na organização, o

que promoveu o entendimento de suas capacidades na realização de atividades

diárias e a interação entre os mesmos. Durante o decorrer das semanas, as alunas

ajudaram os pacientes nas atividades voltadas à organização e montagem da Festa

Junina, e ainda foram atribuídas ações que eles pudessem realizar sem ajuda.

Neste processo as alunas tiveram a oportunidade de realizar a atividades de saúde

e educativas com os clientes, pois tiveram várias conversas com eles tentando

entender o histórico da patologia de cada um, quais os desafios que enfrentavam,

quando foi que tudo começou, se tinham alguma intenção suicida, qual era o

vínculo familiar de cada um, dentre outras informações que eram dadas

voluntariamente pelos pacientes do grupo. A cada dia de estágio, após o término

todas as atividades com os pacientes, as alunas transcreviam as informações

obtidas dos clientes, o comportamento que 99 apresentaram e seus resultados no

desenvolver das atividades propostas a eles. Essas informações eram anexadas

ao livro do Grupo Renovando Vidas e usada por toda a equipe multidisciplinar da

unidade de saúde. O último dia de estágio foi também o dia da Festa Junina do

Grupo Renovando Vidas, na qual alguns pacientes compareceram e puderam

participar de todas as brincadeiras e gincanas, interagiram entre eles e

conseguiram se divertir, sair da rotina do dia a dia e confraternizar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados obtidos a partir da interação entre

acadêmicas de enfermagem e pessoas com transtorno mental foram bastante

positivos, pois além de facilitar as consultas psiquiátricas futuras por meio dos

dados do estado mental dos pacientes que eram anotados toda semana em seu

prontuário na unidade de saúde, também houve entre eles maior interação e

convivência respeitosa, que os ajuda na reinserção e convívio social. Para as

alunas de Enfermagem envolvidas neste projeto da prática clínica do estágio de

saúde mental, a experiência obtida foi importante visto que foi possível a vivência

junto a pessoas com transtorno mental fora do ambiente hospitalar psiquiátrico,

além da compreensão das dificuldades que enfrentam. Vale ressaltar a experiência

vivida junto às dificuldades que o profissional de enfermagem enfrenta em uma

unidade de saúde para atender de forma adequada estes pacientes tendo como

base a reforma psiquiátrica. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Estudos que

trabalham com pessoas portadoras de transtorno mental possibilitam para a

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enfermagem uma reflexão sobre a sua atuação junto a estes indivíduos, visto que

este estudo delineou as características de uma população específica, e ainda a

busca por formas de assistência adequadas, inovadoras e voltadas as reais

necessidades de cada região.

DESCRITORES: Enfermagem psiquiátrica; Saúde Mental; Atenção Primária à

Saúde.

REFERÊNCIAS

MAIA, A.B.B. et al., Aplicação de psicoterapia de grupo em um CAPS III e hospital psiquiátrico: relato de experiência. Rev. enferm UFPE. Recife, n. 11, v. 2 p. 1315-9, fev., 2017. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index. php/revista/article/view/9683/pdf_2657 Acesso em 23 ago., 2017. STEFANELLI, M., FUKUDA, I., ARANTES, E. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais: Manole, Barueri – SP, 2008. VILLELA, C.S., SCATENA, M.C., A enfermagem e o cuidar na área de saúde mental. Rev. Brasileira de Enfermagem. Brasília-DF. v. 57, n. 6, nov-dez, 2004, pp. 738-741. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo. oa?id=267019631022. Acesso em 23 ago.2017.

FATORES DE ESTRESSE EM CUIDADORES DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

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Kalyane Lorena Machado1, Micheli Aparecida Nielsen1, Michelli Borges1, Denise Faucz

Kletemberg2

INTRODUÇÃO: As conquistas das ciências da saúde e desenvolvimento de novos

medicamentos vêm favorecendo relevante aumento na expectativa de vida das

pessoas. O ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e

consistente, acarretando maior demanda de serviços específicos, tendo em vista

as limitações e vulnerabilidades do indivíduo nessa fase da vida humana. O

crescimento desse contingente nas últimas décadas traz desafios para os gestores,

para a família e para a sociedade. Nesse cenário, as instituições de longa

permanência para idosos (ILPI) surgem como uma opção de auxílio e amparo ao

idoso e sua família, com a prestação de assistência integral ou parcial nas

atividades de vida diária e no autocuidado. No ambiente dessas ILPIs se encontra

o profissional responsável pelo cuidado direto ao idoso, o cuidador formal de idosos

(AREOSA et al, 2014). Segundo o Guia Prático do Cuidador, do Ministério da

Saúde (2008), o papel do cuidador é acompanhar e ajudar a pessoa cuidada,

realizando as atividades que ela não é capaz de fazer sozinha. E ainda, deve

compreender as reações e atitudes que podem dificultar o cuidado realizado.

Cuidar de pessoas idosas em situação de dependência exige integralidade para

prestação de um cuidado humanizado. Entretanto, os sentimentos experimentados

pelos cuidadores formais como cansaço, estresse e depressão influenciam nesse

atendimento, ocasionando sentimentos de angústia, insegurança e desânimo,

tornando o cuidado que deveria ser humanizado e singular, em apenas um cuidado

tecnicista e sistemático. (FUENTES et al, 2014). JUSTIFICATIVA: Diante de tal

contexto, se fez necessária uma pesquisa visando correlacionar o trabalho do

cuidador formal e seu impacto no cuidado à idosos moradores de ILPIs.

OBJETIVO: Conhecer os fatores desencadeantes de estresse e os sentimentos

vivenciados pelos cuidadores formais em instituições de longa permanência para

idosos. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica realizada no período de Junho e

1 Acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba –Brasil. Contato: [email protected], [email protected], [email protected] (41) 99823635 2 Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES)[email protected]

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Julho de 2017. Os dados foram obtidos a partir do levantamento online, na

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dado Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem

(BDENF) e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica MEDLINE).

Para tanto foi utilizado os descritores: Cuidador formal, Cuidadores, estresse,

instituição de longa permanência. Os critérios para a inclusão foram publicações no

período de 2012 a 2017, na língua portuguesa. Os critérios de exclusão dos artigos

foram: sentimento dos idosos institucionalizados e cuidadores informais/familiares.

RESULTADOS: Os fatores desencadeantes de estresse dos cuidadores formais

em instituição de longa permanência para idosos (ILPI) são: o salário, carga horária,

sobrecarga de trabalho, falta de tempo para os familiares e falecimento. Ao que se

refere às dificuldades encontradas nas tarefas do cuidar são apontadas situações

de falhas na comunicação, afeto pelo idoso e empatia pelo sofrimento; o olhar que

eles têm para si, já que estão cuidando do outro; as possibilidades de cuidar de si

próprio; as doenças desenvolvidas pelos cuidadores após iniciarem as atividades

com idosos - como depressão, estresse e síndrome de burnout e qual o

conhecimento e preparo que os cuidadores têm para prestar assistência a esse

público específico (FUENTES et al, 2014). A má organização da estrutura física da

instituição é citada como agravante, pois interfere no estímulo da independência do

idoso e consequentemente no cuidado, onde obstáculos impossibilitam o paciente

de exercer suas atividades básicas de vida diárias de forma autônoma, levando a

uma dependência maior e consequente sobrecarga do cuidador. Muitas vezes, o

impacto oriundo do cuidado sobre o cuidador demanda até a necessidade de

intervenção farmacológica para amenizar os prejuízos ocupacionais (AREOSA et

al, 2014 e GRATÃO et al, 2015). A falta de conhecimento por parte do cuidador dos

aspectos físicos, psicológicos, emocionais e sociais característicos do

envelhecimento têm como consequência a incompreensão do idoso e leva a uma

inadequação do seu cuidado. Este déficit interfere de forma negativa no potencial

para o autocuidado, fazendo com que a preservação da autonomia do idoso não

seja considerada. A sobrecarga de trabalho também é apontada como outro fator

estressante para o cuidador (MONTEIRO et al, 2014). DISCUSSÃO: O acúmulo de

funções dentro da instituição resulta em desgaste a nível físico e psicológico. Frente

a isso, se deve considerar uma reorganização institucional, no que inclui

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contratação de novos funcionários e/ou redistribuição das tarefas. Fica evidente a

necessidade de amparar e capacitar esse profissional para proteção de sua saúde,

garantindo assim seu bem-estar e a excelência na prestação de serviço de cuidar

de idosos em situação de dependência e vulnerabilidade física, cognitiva e social

ou de doença crônica ou terminal, sendo uma tarefa árdua e complexa. A

vulnerabilidade pessoal do profissional pode desencadear situações de estresse.

Com base na pesquisa foi possível elencar os principais problemas dos cuidadores

formais frente o exercício de sua função e fica claro que para cuidar de pessoas

com tantas especificidades, há demanda de integralidade do profissional, para

prestação de um cuidado humanizado e que muitos agravantes influenciam de

forma negativa esse processo, podendo assim deixar os cuidadores desmotivados

e alterando o jeito de cuidar (MONTEIRO et al, 2014; FUERTESET et al, 2014).

CONCLUSÃO: Ao longo da pesquisa foram levantados os fatores que ocasionam

maior sobrecarga nos cuidadores formais em Instituição de Longa Permanência

para Idosos (ILPI). Diante das evidências, verifica-se que a capacitação destes

profissionais ainda é deficiente, possivelmente porque a velhice é uma

circunstância relativamente nova na sociedade. Cabe ao profissional de saúde que

assiste o idoso dependente ter uma visão mais ampla do processo de envelhecer.

É de grande importância e necessidade a ampliação de ações que tenham o

cuidador como sujeito principal, para que essa atividade seja reconhecida e

investida em práticas adequadas, trazendo benefícios para quem cuida e quem é

cuidado. Se não houver profissionais capacitados para atender a demanda das

necessidades dos indivíduos idosos, não existirá uma atenção integrada, digna e

eficiente. Destaca-se então que, a qualificação é requisito essencial para promover

o cuidado humanizado. CONSIDERAÇÕES PARA A SAÚDE: Este trabalho

demonstra a necessidade de melhor capacitação e estrutura física adequada para

minimizar os fatores estressantes no trabalhador de Instituições de Longa

Permanência.

DESCRITORES: Instituição de Longa Permanência; Cuidadores; Idoso. REFERÊNCIAS AREOSA, S. V. C.; HENZ, L. F.; LAWISCH, D.; AEROSA, R. C. Cuidar de si e do outro: estudo sobre os cuidadores de idosos. Psicologia, Saúde & Doenças, v.15, n. 2 (2014): 482-494; BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Prático do Cuidador. Série

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A. Normas e Manuais técnicos. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf. Acesso em julho de 2017. FUENTES, S. A. M. P. S.; FIGUEIREDO, D.; MERCADANTE, E. F.; LODOVICI, F. M. M.; CERVENI, C. M. O. A importância de capacitar, e formar pessoas que trabalham com idosos em Centros-Dia. Revista Kairós, v. 17, n. 3, p. 233-251, 2014. GRATÃO, A. C. M.; MELO, B. R. S.; COSTA, A. C.; DINIZ, NERI, K. H.; FIGUEIREDO, L. C. Condições de saúde de idosos e cuidadores em uma instituição de longa permanência para idosos. Revista de enfermagem UFPE, v. 9, n. 3, p. 7562-7571, mar. 2015. MONTEIRO, B.; QUEIRÓS, C.; MARQUES, A. Empatia e engajamento como preditores do burnout em cuidadores formais de idosos. Psicologia, Saúde & Doenças. Lisboa, v. 15, n. 1, p. 2-11, mar. 2014.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM OSTEOGÊNESE

IMPERFEITA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Kamila Ferreira Navroski1, Juliana Ollé Mendes da Silva2, Suelen Marinho Roque3

INTRODUÇÃO: A osteogênese imperfeita (OI) foi descrita pela primeira na década

de 80 por Ekman como um grupo heterogêneo de distúrbios herdados do

metabolismo do colágeno tipo I caracterizado por fragilidade óssea, conhecida

como “doença dos ossos de vidro” (MOREIRA, 2012). Estima-se que 1 a cada

10000/20000 nascidos vivos seja afetado pela doença, pois sua herança é

autossômica dominante, variando desde formas mais graves com múltiplas fraturas

no útero materno e morte perinatal até formas ligeiras com crescimento normal,

sem fraturas, próximo do assintomático (VANZ, 2016). A gravidade da doença

relaciona-se à densidade óssea, número, local e consolidação das fraturas e

incapacidade funcional, a sua classificação revelou-se um instrumento útil na

escolha das intervenções terapêuticas. (PALHA et al., 2014). O diagnóstico da OI

baseia-se em critérios clínicos, moleculares e radiográficos e também através de

ultrassonografia ou análise genética do DNA. (GIL, 2016,). Classifica-se em quatro

tipos: a) tipo I, forma leve com poucas fraturas ao longo da vida, poucas

deformidades dos ossos longos, escleras azuladas, estatura normal e

dentinogênese imperfeita; b) tipo II, letal no período perinatal. Os bebês são

pequenos e hipotônicos; observam-se múltiplas fraturas antes e depois do parto,

deformidades graves e escleras escuras; c) tipo III forma mais grave compatível

com a vida; crianças acometidas têm face triangular, baixa estatura, inúmeras

fraturas, deformidades dos ossos longos, escleras acinzentadas e dentinogênese

imperfeita; d) tipo IV, grupo altamente heterogêneo, tanto em relação à gravidade,

quanto às características clínicas. (MARTINS et al., 2014). Não existe cura para a

OI, o tratamento demanda envolvimento multidisciplinar, com vistas à melhoria da

qualidade de vida dos pacientes, prevenindo e tratando possíveis agravos

decorrentes da patologia. (PALHA et al., 2014). JUSTIFICATIVA: Considera-se

1 Residente de enfermagem em saúde da criança e do adolescente pelas Faculdades Pequeno Príncipe previsão de conclusão em março de 2019. E-mail: [email protected] Tel.: 41 99254-6742 2 Mestre no ensino nas ciências da saúde pela FPP, docente dos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em enfermagem pediátrica e cuidados intensivos neonatais da FPP, e da residência em área profissional enfermagem em saúde da criança e do adolescente. E-mail: [email protected] 3 Residente de enfermagem em saúde da criança e do adolescente pelas Faculdades Pequeno Príncipe previsão de conclusão em março de 2019. E-mail: [email protected]

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relevante aprofundar o conhecimento a respeito desta enfermidade, com vistas a

melhoria do cuidado prestado à criança com OI e sua família/cuidador, entendendo

o enfermeiro como peça fundamental deste cuidado, elo entre família-paciente e

equipe interdisciplinar, além de responsável pela sistematização da assistência a

ser prestada. OBJETIVO: Relatar a experiência de residentes de enfermagem na

saúde da criança e do adolescente do cuidado prestado às crianças com

osteogênese imperfeita. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência

que descreve a vivência de duas enfermeiras residentes em pediatria durante a

internação de crianças com diagnóstico de Osteogênese Imperfeita no período de

março a junho de 2017 em uma unidade de Ortopedia de uma instituição hospitalar

de grande porte localizada na cidade de Curitiba (PR), que atende crianças e

adolescentes de várias especialidades. O relato de experiência se constitui em um

método de observação sistemática da realidade, sem a necessidade do teste de

hipóteses, estabelecendo relação entre os achados dessa realidade e bases

teóricas pertinentes (DYNIEWICZ, 2014). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A maior

parte das crianças atendidas neste setor de ortopedia com diagnóstico de

osteogênese imperfeita enquadra-se no tipo I ou no tipo IV. O primeiro tipo, mais

frequente, caracteriza-se por ser a forma mais leve da doença e de causa genética

mais identificável na herança autossômica e apresenta mais de um familiar com o

diagnóstico, apresenta múltiplas fraturas leves e esclera azulada, a segunda

caracteriza-se por ser moderado, apresentando número elevado de fraturas,

dentinogênese imperfeita, com um grau maior de osteoporose que as demais

classificações. Estudo realizado no Rio de Janeiro, no período de agosto de 2009

a junho de 2010, vai ao encontro desse cenário, relatando a qualidade de vida

desses jovens e demonstrando que os adolescentes atendidos neste período

realizavam o tratamento conservador e a prevalência nessa população eram os

diagnósticos dos tipos I, III e IV (MARTINS et al. 2014). No estudo realizado por

Zambrano (2015), a prevalência da sua população também eram as crianças com

os tipos I e IV. De 52 dois indivíduos avaliados, 24 (46,1%) possuíam diagnóstico

de OI do tipo I e 23 (44,2) do tipo IV (ZAMPRANO, 2015). Notou-se que a população

alvo neste setor é separada em duas categorias: as que realizam o

acompanhamento de seis em seis meses, ou seja, realizam o tratamento

conservador, ou as crianças que estão internadas devido a uma nova fratura,

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necessitando retomar o tratamento conservador dois meses após o tratamento da

fratura. A faixa etária das duas populações está entre 2 e 16 anos. No estudo

realizado por Escobar e cols. (2013), apresenta-se uma realidade semelhante à

observada, as crianças que participaram do estudo tinham idade entre 11 meses a

15 anos. Observou-se ainda que destas crianças, após o início do tratamento

conservador com o uso de bifosfonatos, sendo que a maior parte fazia uso do

pamidronato endovenoso ambulatorial de 6 em 6 meses, junto ao tratamento

semanal com fisioterapia, houve uma diminuição na incidência de fraturas por

mínimo trauma. Verificou-se também que o tratamento cirúrgico conservador, ou

seja, colocação de cavilhas endomedulares, levou a melhora significativa na

qualidade de vida dessas crianças. (ESCOBAR, et al. 2013). No entanto, nota-se

que as crianças até os quatro anos apresentam maior números de fraturas, pois o

cuidado ainda está centrado nos familiares e cuidadores. Percebe-se que tais

fraturas muitas vezes são provenientes de queda de nível ou de mesmo nível, ou

seja, a criança brincando cai a um nível de 4 cm ou mais, sofrendo uma fratura.

Apreende-se através do relato dos pais que crianças com múltiplas fraturas há um

medo de brincar, de acompanhar qualquer atividade, pois acreditam que o mínimo

de esforço poderá ocasionar fraturas. Neste período de março a junho de 2017 foi

oportunizado às residentes acompanhar duas crianças das quais, uma teve fratura

de fêmur ao pular em um colchão no chão e a outra quebrou o braço, nestas duas

crianças observou-se o fator emocional relacionado ao medo de ser uma criança

normal, o receio e o estresse decorrente de vários internamentos. Segundo Gil

(2016), o impacto do diagnóstico da doença é um momento difícil, o qual gera

sentimentos de culpa nos pais. A família vivencia o medo frente ao desenvolvimento

da doença, procurando formas de enfrentar a nova situação. Todavia necessitam

de uma rede de apoio e atenção especial, que envolva os profissionais de saúde,

permitindo aos pais e as crianças revelar suas emoções e encorajá-los a encontrar

soluções para melhorar o ambiente familiar. Bem como a dificuldade expressada

pelas crianças na primeira infância e adolescência em levar uma vida comum como

as outras crianças da mesma idade. CONCLUSÃO: Apesar de incurável, faz-se

necessário o diagnóstico precoce da OI, como forma de ampliar as formas de

tratamento, prevenir novas fraturas e suas complicações e possibilitar o manejo

adequado e com melhor prognóstico e qualidade de vida. Frente ao diagnóstico o

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enfermeiro tem papel fundamental junto a equipe interdisciplinar na investigação de

crianças com histórico de sucessivas fraturas causadas por traumas simples, ou

muitas vezes de difícil identificação. Com relação às formas de tratamento a

enfermagem carrega um papel muito importante, trabalhando com pais e familiares

as formas de prevenção de novos agravos, no ambiente doméstico, bem como no

ambiente escolar. Visando sempre a inclusão da criança com medidas de

prevenção nos esportes, brincadeiras, utilização de veículos automotores e quanto

ao risco de quedas. CONTRIBUIÇÃO PARA À SAÚDE: No presente estudo

observou-se que a associação entre a terapêutica médica e a assistência de

enfermagem, além da articulação aos demais profissionais de saúde, traz

benefícios diretos (e indiretos) ao paciente e sua família, como a redução do

número de fraturas, reforçando a noção de que a abordagem interdisciplinar destas

crianças é primordial. Sendo assim todos os esforços devem ser concentrados

neste objetivo, permitindo uma melhor qualidade de vida para estes doentes.

DESCRITORES: Osteogênese Imperfeita; Pediatria; Assistência Integral A Saúde.

REFERÊNCIAS DYNIEWICZ, Ana Maria. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 3. ed. São Paulo: Difusão, 2014. GIL, Rita Isabel Loureço. OSTEOGENESE IMPERFEITA O DESAFIO DE GERAR E GERIR FACILITADORES ESTUDO DE CASO Orientadora: 2016. 216 f. Tese (Doutorado) - Curso de Literaturas Modernas Variante Português / Francês, Faculdade de Ciências Socais, Educação e Administração Instituto de Educação, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2016. Disponível em: <http://seer.mouralacerda.edu.br/index.php/plures/article/view/311>. Acesso em: 15 set. 2017. MARTINS, Antilia Januária et al. Adolescentes com osteogênese imperfeita - qualidade de vida. Adolescência & Saúde, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p.7-17, mar. 2014. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8261>. Acesso em: 15 set. 2017. MOREIRA, Carmem Lia Martins. A Fisioterapia integrada a uma política pública em saúde: o estudo da funcionalidade de pacientes do Centro de Referência em Osteogênese Imperfeita do Rio de Janeiro – RJ, Brasil. 2012. 182 f. Tese (Doutorado) - Curso de Fisioterapia, Departamento de Ensino Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher, Fiocruz, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6479?locale=pt_BR>. Acesso em: 15 set. 2017.

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PALHA, Andreia Vanessa Ribeiro. Osteogénese imperfeita: da etiopatogenia à terapêutica atual. 2014. 75 f. Tese (Mestrado) de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2014. Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/28981>. Acesso em: 15 set. 2017.

MOTIVOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO

IDOSO

Marina Santos Slomp1, Sarah Zettel Lossano1, Tayná Dias de Moura1, Denise Faucz

Kletemberg2

1Acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba –Brasil. Contato:[email protected], [email protected] e [email protected] e 041-99856-6748 2Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES)[email protected]

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INTRODUÇÃO: Apesar do aumento da demanda por instituições de longa

permanência para idosos (ILPI), a imagem negativa destes estabelecimentos ainda

permanece bastante arraigada no imaginário das pessoas. Ao longo dos anos, a

palavra asilo adquiriu uma significância negativa perante as comunidades, pois

frequentemente é referida como uma instituição para idosos carentes,

abandonados pelos familiares. O idoso institucionalizado, ou que reside em uma

ILPI, evoca uma relação de “pobreza” e “abandono”. Essa ideia de abandono

adotada pela população em geral, baseada nas palavras asilo, abrigo ou casa de

repouso, está bem longe de acabar e nossa realidade demonstra que com o passar

dos anos mais idosos estarão residindo nestas instituições (ZAGONEL, 2016).

Parte deste preconceito talvez possa ser atribuída ao seu processo histórico, uma

vez que tais instituições surgiram para abrigar pessoas em situação de pobreza,

sem suporte da família e com problemas de saúde. Deve-se considerar, entretanto,

que o estereótipo de que os asilamentos ocorrem em virtude de filhos quererem “se

livrar” dos pais idosos dependentes ou não, ou que não se adaptam aos “tempos

modernos” é uma realidade que prevalece na concepção de muitas pessoas. Uma

ILPI deve fornecer um ambiente de segurança que promova o acolhimento do idoso

fornecendo os cuidados especiais dos quais ele necessita, contribuindo para sua

qualidade de vida e satisfação de ambos (ZAGONEL et al, 2016). JUSTIFICATIVA:

Há necessidade de compreender a visão que levou o idoso à institucionalização,

oferecendo embasamento para o atendimento dos profissionais na perspectiva da

autonomia, na realização das atividades de vida diária do idoso e principalmente

nas expectativas quanto ao processo de viver em uma instituição de longa

permanência. OBJETIVO: Compreender os motivos do idoso que buscam a

institucionalização. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica realizada durante os

meses de julho e agosto de 2017, através da pesquisa via eletrônica, consultando-

se o banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nas bases de dados

Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),

Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Sistema Online de Busca e

Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Foi utilizado o cruzamento dos

descritores institucionalização and idoso and família. Os critérios de inclusão foram

publicações no período de 2012 a 2017, no idioma português e inglês. As

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exclusões dos artigos seguiram os seguintes critérios: sentimento do cuidador e

motivos dos familiares. RESULTADOS: Com base nos artigos elencados, as

questões mais recorrentes que levam os idosos a procurarem residir em uma ILPI

se resumem em: vontade própria, pois os idosos sentem vontade de serem

independentes e realizar suas atividades de vida diária sozinhos; percepção da

vontade dos familiares, por não conseguirem cuidar do idoso que pode estar

dependente; solidão devido à morte de cônjuge, na maioria das vezes a morte é

acompanhada com a depressão e solidão pela perda do ente querido; ausência de

filhos, por escolha do idoso a não ter filhos com o cônjuge se limitando a ficarem

sozinhos na velhice; relação familiar conflituosa, às vezes por alguma discussão ou

desentendimento de pai/mãe e filhos acabam se afastando; falta de estrutura

domiciliar, dependendo da localidade aonde o idoso reside; incapacidade cognitiva,

como usar corretamente a sua polifarmácia; limitações físicas, alguns acidentes

acometidos por quedas, falta de equilíbrio, sarcopenia, viso-espacial; dependência

para realizar atividades de vida diárias (AVDs), por uma morbidade como a

obesidade, insegurança, fratura em membros superiores ou sequelas de acidente

vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico (AVEI/AVEH); percepção de ser um

problema para os filhos, na hora de cuidar ou dividir entre os irmãos para comprar

remédios ou pagar um cuidador de idosos (CARMO et al, 2012; DEL DUCA et al

2012; LINI et al, 2016; RISSARDO, 2012). DISCUSSÃO: O idoso é

institucionalizado por vontade própria ou por vontade de seus familiares. A primeira

se evidencia na perda da independência, solidão. Muitas vezes o idoso deseja ir a

ILPI pelo fato de não querer incomodar a família ou por querer ter autonomia de ir

e vir, por não se sentirem mais produtivos na sociedade ou incapazes de realizarem

certas atividades que requerem esforço e rapidez, ausência de cuidador no

domicilio e presença de enfermidades. Nas ILPIs encontram cuidados

especializados na sua necessidade, estrutura física adequada aos seus déficits de

saúde ou motores e evitar iatrogenias. Na instituição de longa permanência os

idosos encontram um lugar mais acolhedor e especializado no cuidado, visando

uma melhor condição de amparo para o familiar que será residente. O trabalho

prestado pelas ILPI segue como uma alternativa não familiar para sanar as

necessidades básicas de moradia e bem-estar dessa população que necessita de

cuidados alternativos e individualizadas (ZAGONEL, 2016). CONCLUSÃO: A

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pesquisa bibliográfica permitiu o aprendizado das autoras referente aos principais

motivos que desencadeiam o idoso a ser institucionalizado, desmistificando

conceitos anteriormente citados, pois as instituições são muitas vezes essenciais

para um cuidado adequado ao idoso residente. CONTRIBUIÇÃO PARA À SAÚDE:

Devemos compreender e mostrar a importância diante a institucionalização do

idoso que deseja uma qualidade de vida melhor, buscando melhorar os cuidados

com a pessoa idosa para a oferta da sua saúde e de seus próprios familiares ou

cuidador domiciliar.

DESCRITORES: Instituição de Longa Permanência para Idosos; Idoso; Saúde do

Idoso Institucionalizado.

REFERÊNCIAS CARMO, Hercules de Oliveira et al. Institucionalização: por que me trouxeram pra cá? Revista PUC SP, p. 191-201, jun. 2012. DEL DUCA, Giovani Firpo et al. Indicadores da institucionalização de idosos: estudo de casos e controles. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 46, feb. 2012. LINI, Ezequiel Vitório et al. Factors associated with the institutionalization of the elderly: a case-control study. Rev Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 19, nov/dez 2016; RISSARDO, Leidyani Karina et al. Sentimentos de residir em uma instituição de longa permanência: percepção de idosos asilados. Rev de Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, p. 380-385, jul/set, 2012. ZAGONEL, Aline Dorneles et al. As percepções sociais frente à implantação de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos em um município do Vale do Taquari/RS. Scientia Plena, v.13, n. 2, Rio Grande do Sul, set/dez 2016.

NECESSIDADES BÀSICAS PARA O CUIDADO DA PESSOA SUBMETIDA A

COLECISTECTOMIA

Aysla Caroline Campos1, Katia Lorencini¹, Larissa Melo dos Reis¹, Maria Eduarda

Polidoro Chauchuty¹, Michelli Caroline Chefer¹, Vera Lúcia Márcia da Silva¹, Maria Elisa

Brum do Nascimento²

1 Acadêmicas do curso de Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba/PR. ² Enfermeira. Profa. Adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba/PR.

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INTRODUÇÃO: Este estudo aborda o cuidado da pessoa submetida a

procedimento cirúrgico para remoção da vesícula biliar. A vesícula biliar é um órgão

localizado na superfície inferior do fígado, possui como função o armazenamento

da bile, substância secretada pelo fígado, importante para digestão e absorção de

substâncias no intestino. Na vigência de distúrbios dos componentes químicos

presentes na bile, poderão ocorrer o acúmulo de cálculos nas vias biliares,

chamado colelitíase, a qual pode apresentar-se assintomática, sintomática e

complicada devido a diversos fatores (GOI et al., 2016). A colecistectomia ou

remoção da vesícula consiste em um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados

no mundo e, é um tratamento de escolha para a pessoa com colelitíase (KREIMER

et al., 2016). Esse procedimento pode ser realizado por técnica aberta ou

videolaparoscopica. Na cirurgia aberta à vesícula biliar é removida mediante uma

incisão abdominal obliqua subcostal direita, já por videolaparoscopia ocorre uma

pequena punção na parece abdominal (BARRETO et al., 2010). Por ser um

momento complexo na vida da pessoa ressalta-se a importância do cuidado voltado

para as necessidades básicas. O envolvimento das necessidades da pessoa

submetida ao procedimento cirúrgico é fundamental para proporcionar cuidados de

enfermagem adequados. A enfermagem é parte deste processo e necessita apoiar

seu fazer em princípios teóricos que lhes permita refletir a pratica que a cerca.

JUSTIFICATIVA: A Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta destaca

a compreensão do humano como essência do seu conhecimento e interesse. O

foco da enfermagem neste caso é priorizar o cuidado do ser envolto em

necessidades, compreendidas em uma extensão ampla, sendo a pessoa a

integração de corpo, alma e espírito (HORTA, 2011). A assistência de enfermagem

visa atender situações ou desequilíbrios decorrentes destas necessidades, uma

vez que estão intimamente inter-relacionadas e fazem parte do todo, o ser humano.

Ele é todo indivisível e, não, a soma das partes. Como principais características, os

problemas de enfermagem são latentes, universais, vitais, flexíveis, constantes,

infinitos, cíclicos, inter-relacionados, dinâmicos, resultantes entre a interação dos

meios internos como os meios externos. Assim, as necessidades básicas se

manifestam em grau variável por meio de sinais e sintomas, mas quando ocorre a

presença as outras necessidades presentes podem estar em desequilíbrio, pois

existe inter-relação entre elas (HORTA, 2011). O cuidado na pessoa submetida ao

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procedimento cirúrgico visto a partir destes conceitos contribui para ampliar o saber

da enfermagem na sua dimensão prática e permite o planejamento individual e

sistematizado da assistência de enfermagem. Frente ao exposto o estudo teve

como OBJETIVO: Identificar necessidades e cuidados de enfermagem ao paciente

submetido a colicistectomia, apoiado nos conceitos de Wanda Aguiar Horta.

MÉTODO: Estudo de caso descritivo realizado em hospital escola em Curitiba (PR)

por acadêmicos da primeira série durante a prática da disciplina de semiologia e

semiotécnica. A participante foi uma mulher de 66 anos internada na clínica médica

cirúrgica pós-procedimento de colecistecmia. Os dados foram coletados em agosto

de 2017, mediante aplicação de entrevista com apoio de um roteiro padronizado

para prática clínica de enfermagem e dados secundários do prontuário clinico, do

sistema de informação TASY. Foram realizados o histórico de enfermagem e

exame físico. A análise de dados foi obtida a partir conceitos da Teoria das

Necessidades Básicas de Wanda Aguiar Horta, classificada como necessidades

psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. Nessa classificação são

apresentadas trinta e seis necessidades que se manifestam no ser humano por

meio dos sinais e sintomas, denominados como problemas de enfermagem. As

necessidades psicobiológicas são classificadas como oxigenação, hidratação,

eliminação, sono e repouso, hidratação, nutrição, exercício físico e atividade física,

sexualidade, abrigo, mecânica corporal, motilidade, cuidado corporal, integridade

cutâneo mucosa, integridade física, regulação térmica, hormonal, neurológica,

hidrosalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular, locomoção,

percepção, ambiente e terapêutica (HORTA, 2011). As necessidades psicossociais

são segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem,

gregária, recreação, lazer, espaço, aceitação, autorealização, autoestima,

participação, autoimagem e atenção. Neste trabalho não abordamos as

necessidades psicoespirituais. Os dados foram cruzados com a literatura da área.

Foram respeitados os aspectos éticos que envolve a pesquisa com seres humanos.

RESULTADOS: Estudo de caso: mulher, 66 anos, internada devido a dor

abdominal aguda e procedimento de colecistectomia por vídeolaparoscopia sem

colangiografia. Apresenta acesso venoso periférico e incisão abdominal em flanco

direito, mesogástrica, epigástrica e hipocôndrio D, com dreno penrose em bolsa de

colostomia. Apresenta sensibilidade no joelho D. Viúva, desempregada, reside

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sozinha. Relato de uso de prótese e variação e peso últimos seis meses. Hábito

urinário e intestinal preservado. Nega tabagismo, alergia e etilismo. Apresenta risco

de queda e higiene satisfatória. Grau de dependência: auxílio para o banho e

locomoção. Exame Físico: PA 100/60 mmmHg, FC 71 bpm, R 15 rpm, 36.3ºC, IMC

27, 2, cintura abdominal 106 cm. Cabelos quebradiços. Abdome globoso simétrico

e flácido. Demais sistemas sem alteração. Foram identificados os seguintes

problemas e necessidades afetadas: Problema: dor abdominal; Necessidade

Humana Básica (NHB: psicobiológica (percepção dolorosa); Cuidados aplicar a

escala da dor, administrar medicação para dor, manter o ambiente calmo e

confortável. Problema: dreno penrose em bolsa de colostomia, NHB: psicobiologica

(eliminação), Cuidados: registar aspecto do conteúdo do dreno, Monitorar

permeabilidade e volume esperado, Manter cuidados ministrados pela equipe.

Problema: Incisão Cirúrgica, NHB: psicobiológica (integridade cutâneo mucosa),

Cuidados: Manutenção de assepsia como fator a promoção da cicatrização, realizar

curativo abdominal diariamente e registrar as características do mesmo. Problema:

acesso venoso em MSD, NHB: psicobiológica (integridade cutâneo mucosa),

Cuidados: Mudar cateter periférico cada 72 conforme rotina, monitorar sinais

flogísticos no acesso diariamente, manter técnica asséptica na manipulação do

acesso. Problema: variação e peso, NHB: psicobiológica: nutrição, Cuidados:

Observar a aceitação da dieta; fazer acompanhamento nutricional. Problema: PA

100/60mmHg, NHB: psicobiológica: oxigenação, Cuidados: monitorar Pressão

arterial de 4/4 horas, vigiar sinais de hipotensão (sudorese, mal-estar,

indisposição). Problema: cabelo quebradiço, NHB: psicobiológica: nutrição.

Cuidados: Estimular alimentação balanceada. Problema: curativo abdominal, NHB:

psicossocial: autoimagem, Cuidados: estimular o paciente a falar de sobre sua

condição. NHB: psicobiologica: locomoção, Cuidados: Auxiliar na deambulação,

orientar medidas imobilização da lesão com a mão em caso de tosse ou

deambulação. Problema: sensibilidade o joelho D. NHB: locomoção, cuidados:

Promover locomoção de maneira sincronizada para evitar quedas. Problema: viúva,

mora sozinha, NHB: psicossocial (amor), cuidados: avaliar manifestações de

alterações emocionais. Promover o cuidado e atenção a paciente/família.

CONCLUSÂO: A identificação das necessidades humanas básicas mostra a

relevância dos aspectos psicobiológicos associados a integridade da pele, nutrição

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e locomoção sem deixar de elencar os aspectos psicossocias como amor e

autoimagem. A compreensão das necessidades psicobiológicas e psicossociais

permitiu direcionar o cuidado na pessoa em pós-operatório de colecistectomia e

destaca-se como importante ferramenta para a sistematização do cuidado de

enfermagem.

DESCRITORES: Cuidados de enfermagem; Necessidades de saúde; Assistência

perioperatória.

REFERÊNCIAS BARRETO, Regiane Aparecida dos Santos Soares et al. a necessidade de informação o do cliente em pré-operatório de colecistectomia. REME – Rev. Min. Enferm, v.14; n.3, p: 369-375, 2010. GOI, Cintia Beatriz et al. Sistematização da assistência de enfermagem à paciente submetido a cirurgia de vídeo colecistectomia. Salão do Conhecimento, V.2, n.2, 2016. HORTA, Wanda Aguiar. Processo de enfermagem. Editora Guanabara Koogan; Edição: 1, 2011.

KREIMER, Flávio. et al. Análise comparada dos laudos ultrassonográficos pré-operatórios com achados cirúrgicos transoperatórios na colelitíase. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v.29, n. 1, p. 26-9, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abcd/v29n1/pt_0102-6720-abcd-29-01- 00026.pdf. Acesso em: 22 setembro 2017.

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM TENDO A PARTICIPAÇÃO DO

ACADÊMICO COMO PROTAGONISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Fabian Lucas Caro1, Felipe Eduardo Misael Dadam¹, Fernando Augusto Bonzato

Kovalski¹, Mateus Carlet¹, Wilerdy Matheus da Silva¹, Wanderlei Silvano Wos²

INTRODUÇÃO: O processo onde se há a formação de um enfermeiro, é composto

por vários aspectos e metodologias, onde se viabiliza a melhor utilização delas,

1 Acadêmicos do 1º ano do curso de graduação de Enfermagem da Universidade Positivo; e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] – Telefone: (41) 998602115. ² Enfermeiro especialista em Saúde da Família, docente da Universidade Positivo. E-mail [email protected].

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269

dentre as quais, podemos mencionar metodologias de ensino-aprendizagem como

as formas avaliativas, a prática pedagógica pelos docentes, inserção em projetos

de ensino, pesquisa e extensão (QUADROS; COLOMÉ, 2016). O ensino-

aprendizagem na enfermagem, onde a relação humana e intersubjetiva possibilita

novas maneiras de ensino e aprendizagem, vemos que o docente de enfermagem

ainda se dedica com o conceito pedagógico tradicional, onde muitos estudiosos

apontam que há um interesse em mudar esta realidade, com o desejo de novas

formas de epistemologia (CHICARO et al, 2016). Ainda assim, podemos identificar

muitos casos onde o ensino acaba se focando apenas no docente em sua

totalidade, gerando então um fluxo unilateral de comunicação, dificultando o

pensamento crítico dos alunos (QUADROS; COLOMÉ, 2016). Nos dias atuais, a

educação se compromete com inúmeros desafios, onde a diversificação das teorias

de aprendizagem assume um papel fundamental para com o professor, apontando

uma grande mudança no relacionamento professor-aluno, provocando mudança

entre os mesmos e tornando a aprendizagem mais interessante. Com o uso de

métodos como workshops, aulas dialogadas, monitoria de alguns alunos para com

outros alunos, torna o aluno cada vez mais protagonista deste processo de

aprendizagem, contudo, esta tarefa acaba sendo difícil, necessitando de uma

persistência maior, pois o ensino não se baseia apenas na transmissão de

conhecimento, mas sim na troca de experiências baseadas em conhecimentos

teóricos e práticos (CHICARO et al, 2016). JUSTIFICATIVA: Com base nas

informações apresentadas surge como prerrogativa a seguinte questão norteadora:

Qual a percepção e contribuição do acadêmico no processo ensino-aprendizagem

de práticas clínicas no primeiro ano da graduação em enfermagem? OBJETIVO:

Identificar a percepção do acadêmico sobre o processo ensino-aprendizagem no

primeiro ano da graduação em enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um

relato de experiência, com abordagem quantitativa, realizado em uma Universidade

Privada em Curitiba-PR no ano de 2017, com alunos do primeiro ano de

enfermagem do período da manhã, a amostra total de acadêmicos é composta por

85 alunos sendo que 57 participaram da pesquisa (67%), aceitando

voluntariamente participar e a responder o questionário estruturado (Anexo 2). Os

dados foram quantificados e inter-relacionados para a obtenção dos resultados. Os

dados foram analisados à luz da teoria de Vygotsky, que determina que o

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desenvolvimento cognitivo do aluno ocorre por meio de sua interação para com

outros indivíduos e com o meio, onde duas ou mais pessoas devem estar

envolvidas trocando experiências e ideias, onde também relata que, para que se

ocorra a aprendizagem, sua interação deve ocorrer dentro da zona de

desenvolvimento proximal (ZDP), onde neste conceito, o processo de

aprendizagem se dá em seu intervalo, ou seja, onde o conhecimento real do sujeito

é aquele que ele desenvolve sozinho, e o potencial é aquele que necessita da ajuda

dos demais sujeitos. Este trabalho não foi submetido ao comitê de ética por se tratar

de um trabalho acadêmico realizado durante as aulas teórico-prática do curso de

enfermagem da UP e não será publicado na íntegra, serão respeitados todos os

preceitos éticos que se referem à identificação dos alunos. RESULTADOS: A

análise dos dados obtidos com o questionário (Anexo 1), revela-nos que 69%

pessoas que participaram do questionário apresentam menos de 20 anos, 26% de

20 a 30 e 5% mais de 30 anos; 88% dos participantes são do sexo feminino e 12%

do sexo masculino; apenas 14% dos participantes apresentam algum tipo de

formação técnica e/ou graduação, e 86% não possuem nenhuma formação

anterior; 100% dos participantes acreditam que o acadêmico de enfermagem

durante o processo de aprendizagem acadêmica possa além de aprender,

contribuir para o aprendizado de seus colegas nas práticas de laboratório; 100%

acredita ser importante a participação do acadêmico nas práticas clínicas

ensinadas em laboratório; 98% dos acadêmicos avaliam como importante as

práticas clínicas já no primeiro ano de graduação, 2% não acreditam ser

necessárias/importantes as práticas no primeiro ano de ensino de enfermagem;

98% acha importante a ajuda dos colegas para auxílio da aprendizagem e 2% acha

pouco importante pois pode vir a atrapalhar o aprendizado de acordo com o

professor; 49% dos participantes avaliam como muito importante a ajudada dada à

eles por seus colegas de turma, 47% importante e 4% como pouco importante a

ajuda de seus colegas; 100% acredita que a metodologia empregada pelo professor

nas aulas práticas influencia o aprendizado; 96% acredita que a forma de ensino

empregada pelo aluno enquanto auxilia o professor influencia no aprendizado e

apenas 4% acredita que a forma de auxilio empregada pelo colega não influencia

no aprendizado dos demais. Evidenciou-se que duas participantes com menos de

20 anos avaliaram pouco importante a ajuda de seus colegas durante as aulas

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técnicas de laboratório; de acordo com a análise, notou-se que uma participante de

mais de 30 anos não acha importante o aprendizado de práticas clínicas no primeiro

ano de graduação, reforçando a eficiência do método empregado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir da análise dos resultados da pesquisa

realizada, identificamos que o acadêmico de enfermagem desempenha um papel

importante no processo ensino-aprendizagem nas práticas clínicas em laboratório.

Observa-se que o acadêmico reconhece e se motiva ao ser protagonista do

processo de ensino, desenvolvendo além da habilidade prática, outros aspectos

importantes para sua formação, como segurança, liderança e a comunicação,

promovendo uma significativa aprendizagem através deste método.

CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Observamos então, a eficácia do

método empregado, onde o aluno auxiliando o docente nos métodos práticos,

sente-se mais confortável na realização dos procedimentos e técnicas ensinadas,

trazendo a seriedade e segurança necessária para as práticas no dia-a-dia do

enfermeiro.

DESCRITORES: Aprendizagem; Enfermagem; Ensino de enfermagem. REFERÊNCIAS CHICARO, S. C. R.; et al. Fatores facilitadores do ensino-aprendizagem na formação do enfermeiro: uma revisão integrativa. Revista Online de Pesquisa. Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, abr./jun. 2016 Disponível em: <http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3408/pdf_1842>. Acesso em: 01/07/2017. INFOESCOLA. Teoria de Aprendizagem de Vygotsky. Disponível em: <http://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/>. Acesso em: 08/07/2017. QUADROS, J. S.; COLOMÉ, J. S.; Metodologias de ensino-aprendizagem na formação do enfermeiro. Revista Baiana de Enfermagem. Salvador, v. 30, n. 2, p. 1-10, abr./jun. 2016. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/15662/pdf_43>. Acesso em: 01/07/2017.

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RELAÇÃO IMC E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM PACIENTES COM

DIABETES MELLITUS TIPO 2

Bruna Lourenço de Lima1, Marly B. G. Marton²

INTRODUÇÃO: A obesidade está relacionada como um dos principais fatores para

desenvolvimento da Diabetes Mellitus tipo 2. É caracterizada pela alta taxa de

glicose no sangue, que ocorre devido ao pâncreas não produzir insulina suficiente,

ou a insulina não consegue transportar adequadamente a glicose para as células

utilizarem como fonte de energia. Acredita-se que 80% a 90% dos indivíduos estão

com essa condição devido ao aumento do índice de massa corporal (ESCOBAR,

1 Acadêmica do 2º ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: [email protected] Telefone (41) 99729-3143. ² Enfermeira, professora adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Mestre em Enfermagem pela UFPR. E-mail: [email protected]

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2009). A gordura visceral (gordura abdominal) piora o quadro de Diabetes por se

estocar próximo ao pâncreas, fígado, intestino e rins, e para a glicose se

transformar em energia é necessário que a insulina que é secretada pelas células

beta das ilhotas pancreáticas se ligue aos receptores na membrana das células

para aumentar a captação de glicose, e reduzir a produção da mesma pelo fígado,

o que ocorre com dificuldade, pois a gordura libera ácidos graxos saturados que

inibe essa ação, gerando uma resistência a insulina e acúmulo de glicose na

corrente sanguínea (FIALHO, 2010). O IMC é uma medida de referência que serve

para avaliar o peso do indivíduo em relação a sua altura, calculando o valor da

gordura corporal em geral, porém não leva em conta a forma de como essa gordura

está distribuída no corpo. Importa lembrar de que é importante olhar o aumento da

cintura abdominal quando se fala em obesidade, e não apenas o peso; e o que é

importante no caso da diabetes é saber se a gordura está localizada em sua maior

parte no abdômen, nisso é necessário medir a circunferência abdominal. Foi

observado em estudos que o IMC acima de 25 já pode apresentar um aumento da

resistência à insulina, e a circunferência acima de 100 cm pode aumentar o risco

de diabetes em 3,5 vezes, e que a cada aumento de 10% no peso corporal, tem um

aumento de 2 mg/dl na glicemia em jejum (ESCOBAR, 2009). OBJETIVO:

Determinar a associação entre o índice de massa corpórea (IMC) e circunferência

abdominal como fatores de risco para diabetes, e o papel do enfermeiro na

orientação e detecção dos sinais de diabetes. METODOLOGIA: Trata-se de estudo

descritivo. Por se tratar de uma atividade acadêmica não houve submissão ao

Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram coletados em uma feira da saúde

realizada na Rua da Cidadania de Santa Felicidade nos dias 30 e 31 de março do

ano de 2017, por meio de uma ficha preenchida pelas alunas do segundo ano do

curso, com informações como idade, peso, altura, circunferência abdominal e

glicemia. Em cima desses dados foi calculado o IMC como referência para

classificação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: É possível ver na prática como o

IMC e a circunferência abdominal estão correlacionados ao aumento da glicemia.

Segundo a Associação Americana de Diabetes - ADA (2003) os valores de

referência para glicemia em jejum são: normal de 70 a 100 mg/dL; alterada entre

101mg/dL e 125 mg/dL; e diabetes acima de 126 mg/dL (duas vezes). Pós-prandial

(2 horas após refeição) é considerado normal até 140mg/dL, se paciente diabético,

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o valor geralmente é acima de 200mg/dL. Os valores de referência para

circunferência abdominal em mulheres é de 88 cm e para homens 102 cm. Para

medir utiliza-se uma fita métrica que dá a volta pelo abdômen na altura do umbigo

(ABESO, 2010). Nos dados coletados na feira da saúde foram encontrados as

alterações de pessoas em jejum no momento da coleta: uma pessoa com IMC

abaixo do peso (abaixo de 18,5) apresentava a circunferência de 63cm e glicemia

323 mg/dL, três pessoas com IMC ideal (de 18,6 a 24,9) apresentaram

circunferência abdominal na média de 84cm e glicemia na média de 162mg/dL) e

duas pessoas sobrepeso (acima de 25) com a circunferência abdominal media

85,5cm e glicemia media 130,5 mg/dL. Nos que informaram ter se alimentado até

duas horas antes do momento da coleta: não teve pessoas com alterações com

IMC abaixo do peso, três pessoas com IMC ideal com circunferência abdominal

média de 83,5cm e glicemia média de 162mg/dL, e oito pessoas sobrepeso com

circunferência abdominal média de 102cm e glicemia média de 170mg/dL. Aos que

não informaram estar em jejum ou não: não teve pessoas com alterações com IMC

abaixo do peso, uma pessoa com IMC ideal apresentou circunferência abdominal

de 93,5cm e glicemia 236mg/dL, e seis pessoas com IMC de sobrepeso com a

circunferência abdominal na média de 105cm e glicemia na média de 244mg/dL.

Percebe-se que algumas das pessoas com obesidade (IMC > 30), apresentaram a

glicemia alterada, porém teve diabéticos que não apresentavam características de

acúmulo de gordura abdominal. Nisso vemos que o aumento da circunferência

abdominal e IMC não são fatores fundamentais, mas sim fatores que colaboram no

desenvolvimento da DM. Junto com a coleta de dados foi feita educação em saúde,

passando informações de como uma boa alimentação ajuda no controle da

glicemia, e como é necessário o acompanhamento médico e seguir corretamente o

tratamento para evitar piora para os que já são diagnosticados ou apresentam risco

para desenvolver a DM. CONCLUSÃO: Podemos concluir nesse estudo que há

uma correlação entre o alto IMC e a circunferência abdominal no desenvolvimento

da Diabetes, pois a medida que o indivíduo aumenta a sua massa gorda

concentrada em sua maior parte na região abdominal, há um aumento da glicemia

na corrente sanguínea o que indica o desenvolvimento da Diabetes Mellitus tipo 2.

Para o controle é necessário ter uma alimentação regrada e acompanhamento

médico.

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DESCRITORES: Diabetes Mellitus; Índice de Massa Corpórea; Circunferência

abdominal.

REFERÊNCIAS ABESO - Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 3ª Ed. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009/2010. ADA – Associação Americana de Diabetes. Diretrizes sobre Diabetes Mellitus. Recomendações das práticas clinicas. 2014. www.precepta.com.br ESCOBAR, F. A. Relação entre Obesidade e Diabete Mellitus Tipo II em Adultos. Cadernos UniFOA. Volta Redonda, ano IV, n. 11, dezembro, 2009. Disponível em: <http://web.unifoa.edu.br/cadernos/edicao/11/69.pdf> Acesso em 05/07/2017 SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes SBD. Métodos para avaliação do controle glicêmico. 2014/2015.

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES COM TRANSTORNOS

MENTAIS E A TEORIA DE PEPLAU COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO

Francyelle Nascimento1, Bruna Lédios¹, Luiz Claudio Sobrinho do Nascimento²

INTRODUÇÃO: A violência doméstica pode ser definida como um padrão de

comportamento usado para se obter poder e controle sobre outra pessoa que

compartilha ou que já tenha compartilhado um relacionamento íntimo por meio de

medo e intimidação, que em sua maioria pode-se incluir ameaça ou uso de violência

física e/ou verbal. A violência doméstica acontece quando uma pessoa acredita que

1 Acadêmicas da 2ª série do curso de Enfermagem Noite da Universidade Positivo – Curitiba – Paraná – Brasil. Contato: [email protected] (41) 99503-5046, [email protected]; [email protected]. ² Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998), Graduado em Administração Hospitalar pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (2008) especialização “lato sensu” em Gestão de Serviços de Saúde (2004), Coordenador da Central de Leitos Psiquiátricos da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Curitiba. Professor de nível superior das disciplinas de Saúde Mental e Gestão dos serviços de saúde.

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possa ter o direito de controlar outra (TOWNSEND, 2014). A agressão do parceiro

íntimo – também conhecida como violência doméstica, maus-tratos e

espancamento da esposa – é, quase sempre, acompanhada de agressão

psicológica e, de um quarto a metade das vezes, também de violência sexual. Na

violência doméstica contra a mulher, o abuso pelo parceiro íntimo é mais comum,

e é parte de um padrão repetitivo, de controle e dominação, do que um ato único

de agressão física (DAY, et al.,2003). Relacionado ao caso de violência doméstica,

os profissionais da saúde mantêm uma posição de desinformação, indiferença,

negação, preconceito e temor com respeito ao problema e a suas consequências,

assim como na detecção e prevenção de situações potencialmente perigosas,

muitas vezes rotulando como caso de IPF (Instituto Psiquiátrico Forese), na

esperança de eximir-se de tomar atitudes. O medo de obrigações legais impede o

profissional de saúde de tomar atitudes que pudessem auxiliar as vítimas (DAY, et

al., 2003). Para prestar o atendimento a este paciente e compreender o impacto

causado na vida dele, o profissional enfermeiro necessita de um referencial teórico

que direcione o raciocínio clínico de modo em que todas as necessidades do

paciente sejam analisadas e entendidas. O Referencial escolhido para a análise é

a Teoria de Relações interpessoais em Enfermagem de Hildegard Elizabeth

Peplau. JUSTIFICATIVA: Deste modo, é necessário elencar os cuidados de

enfermagem e o modo de agir com pacientes que tenham sofrido este tipo de

violência, de maneira que consiga voltar a ter um bem-estar em sua vida.

OBJETIVO: Analisar o impacto da violência doméstica relacionado aos transtornos

mentais embasados nos preceitos da Teoria de Relações Interpessoais em

Enfermagem, de Hildegard Elizabeth Peplau. METODOLOGIA: Trata-se de um

estudo descritivo do tipo estudo de caso, realizado em um hospital psiquiátrico do

município de Curitiba, e conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados

recolhidos foram de uma paciente adulta, sexo feminino, 45 anos, diagnosticada

com episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos (CID F32.2). A coleta dos

dados foi realizada em junho de 2017 durante a prática acadêmica da disciplina de

Saúde Mental, através do prontuário e de documento composto de anamnese e

exame físico. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética por tratar-se de

metodologia pedagógica da disciplina, sendo um trabalho acadêmico que não será

publicado na íntegra. RESULTADO: Paciente G.O.T. internada de forma voluntária

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e diagnosticada com depressão; com acompanhamento psiquiátrico há três anos

para tratar depressão e não faz uso de drogas.Fazia uso de Topiramato. No período

de internação está fazendo tratamento medicamentoso com Carbonato de Lítio

300mg, Cloridrato de Fluoxetina 20mg e Clonazepan 2mg. Não estava em

acompanhamento pelo CAPS.Paciente relata que sofria violência verbal, física e

emocional e seu prontuário afirma que a mesma sofria abuso sexual pelo seu

parceiro, que a ameaçava e obrigava a ter relações sexuais com outros casais. A

crise que a levou ao internamento ocorreu em 18 de maio de 2017 e se deu após

uma briga com seu marido que a agrediu. Logo após esse episódio a paciente fez

uma tentativa de suicídio por meio de intoxicação exógena, sendo internada em 24

de maio de 2017. Esta foi à única tentativa de suicídio da paciente. A queixa

principal da paciente é tristeza, ansiedade e estresse. Além dos quadros de

ansiedade a mesma apresenta quadros de insônia. Ao exame do estado mental:

Pensamento – conceitos, juízo, raciocínio, curso, forma e conteúdo adequados –

Afetividade adequada; Humor adequado; Memória – Remota, do passado recente

e memória recente preservada – Concentração satisfatória; Sensopercepção

adequada; Consciência e atenção adequada; Insight e juízo preservados; sem

ideação suicida e automutilação. O fator de proteção da paciente são as filhas.

DISCUSSÕES: Para entender um pouco mais do caso da paciente, é necessária

uma dinâmica de aproximação de uma forma delicada e sábia ao mesmo tempo,

por isso faz-se necessário entrar com uma estratégia, criando um vínculo com a

paciente em destaque em seu contexto familiar e dentro da sociedade. Essa

dinâmica torna-se possível, baseada na Teoria das relações interpessoais de

Peplau. Peplau traz em sua teoria a noção de "crescimento pessoal" que é

compartilhado pela enfermeira e pelo paciente a partir do relacionamento

interpessoal desenvolvido no processo de cuidar. A autora usou o termo

"enfermagem psicodinâmica" para descrever o relacionamento dinâmico entre

enfermeira e paciente. Em seu entendimento, a enfermagem psicodinâmica

envolve reconhecer, esclarecer e construir uma compreensão acerca do que

acontece quando a enfermeira se relaciona de forma útil com o paciente (ALMEIDA;

LOPES; DAMASCENO 2005). Peplau considera que na medida em que cada

enfermeira compreenda sua própria função tanto mais ela compreenderá a situação

do paciente e a forma como esse a concebe (ALMEIDA; LOPES; DAMASCENO

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2005). Cada paciente possui uma individualidade, e para que a enfermeira tenha

sucesso no processo de inserção do indivíduo novamente na sociedade, ele deve

se atentar com a forma de se relacionar com a história, especialmente no caso

estudado, cujo qual a paciente em evidência, por consequência do abuso, cria

barreiras, e expresso indiretamente o que de fato está sentindo. Antes de tudo o

profissional deve conhecer o âmbito em que está trabalhando, nesse caso, a

violência doméstica, especificamente contra a mulher.No que diz respeito ao caso

estudado, nota-se a violência doméstica vinda diretamente do parceiro da vítima,

viabilizando que em média, são os mais frequentes casos desse tipo de violência.

As consequências negativas da agressão atingem a saúde física e emocional das

mulheres, o bem-estar de seus filhos e até a conjuntura econômica e social. A

experiência do abuso destrói a autoestima da mulher, expondo-a a um risco mais

elevado de sofrer de problemas mentais, como depressão, fobia, estresse pós-

traumático, tendência ao suicídio e consumo abusivo de álcool e drogas (DAY, et

al., 2003).O caso descrito levanta essa questão. O efeito da violência sobre a

psique da mulher, por meio desta agressão física e mental, acaba desenvolvendo

patologias, que devem ser acompanhadas juntamente a família, que é seu fator

principal de proteção. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Podemos concluir que o

conceito da Teoria de Peplau contribui para o estreitamento do vínculo junto à

paciente, pois se atentarmos aos cuidados, e ao relacionamento que o enfermeiro

deve ter com este paciente, fará com que o mesmo crie uma autoconfiança para

voltar a sua vida social, superar o trauma e seguir com sua vida. Um ambiente em

que a paciente, vítima de abuso sexual doméstico, se sinta segura e a vontade para

conversar e expor seus pensamentos causa uma notável melhora no quadro do

paciente tanto psicológico, como emocional e físico. CONTRIBUÍÇÃO PARA A

ENFERMAGEM: Para a prática clínica em enfermagem o caso contribui tanto na

questão de novos parâmetros de conhecimento, como para melhor atender os

casos decorrentes em hospitais e unidades de pronto atendimento. Para a

enfermagem é válido salientar o valor de um bom relacionamento interpessoal com

os pacientes, pois cada caso possui uma especificidade, e estando sempre

atualizado sobre o assunto, o enfermeiro desenvolve melhor sua capacidade de

observação e pode intervir da maneira mais correta em novos casos.

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DESCRITORES: Enfermagem; Saúde mental; Violência doméstica. REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. C. V.; LOPES, O. V. M.; DAMASCENO, C. M. N., Teoria das Relações interpessoais de Peplau: Análise fundamentada em Barnaum.Revista da Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 39, n. 2, p. 202-210, Jun 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342005000200011> Acesso em: 28 de Agosto de 2017.

DAY, P. V.,et al. Violência Doméstica e suas diferentes manifestações.Revista de Psiquiatria, Rio Grande do Sul, v. 25, n. 1, p. 9-21, Abr 2003.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082003000400003> Acesso em: 27 de Agosto de 2017.

TOWNSEND, M. Enfermagem Psiquiátrica: Conceitos de Cuidados na Prática Baseada em Evidências. 7° Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.