69871441 1 mills c w a imaginacao sociologica a promessa

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    HJE em dia, os homens sentem, frequentemente, suasvidas privadas como uma srie de armadilhas. Peree-bem que dentro dos mundos cotidianos, no podem supe-rar suas preocupaes, e quase sempre tm razo nesse sen-timento: tudo aquilo de que os homens comuns tm cons-cincia direta e tudo o que tentam fazer est limitado pelasrbitas privadas em que vivem. Sua viso, sua capacidade,esto limitadas pelo cenrio prximo: o ernprgo, a famlia,os vizinhos; em outros ambientes, movimentam-se como es-tranhos, e permanecem espectadores. E quanto mais cons-cincia tm, mesmo vagamente, das ambies e ameaas quetranscendem seus cenrios mediatos, mais encurralados pa-recem sentir-se. .Subjacentes a essa sensao de estar encurralados estomudanas aparentemente impessoais na estrutura mesma desociedades e que se estendem por contnentes inteiros. Asrealidades da histria contempornea constituem tambmrealidades para o xito e o fracasso de homens e mulheres,individualmente. Quando uma sociedade se industrializa, ocampons se transforma em trabalhador; o senhor feudaldesaparece, ou passa a ser homem de negcios. Quando asclasses ascendem ou caem, o homem tem emprego ou ficadesempregado; quando a taxa de investimento se eleva oudesce, o homem se entusiasma, ou se desanima. Quando hguerras, o corretor de seguros se transforma no lanador defoguetes; o caxero de loja, em homem do radar; a mulhervive s, a criana cresce sem pai. A vida do indivduo e a

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    .. nossa frente- concentrando cada supernao, em seu respeo-histria da sociedade no p od em se r c om p re en did as s em com- ..lYo plo, -_qLhQmens__no.__efin:m,-~a~i~ualmente; '.- ---AjrQPri;~evoluod histria-~f~~~~~~a, hoje, a. capa-suas' ansIedades em termos de transformao histrica e con- cidade que tm os' homens de se orientarem de acrdo comtradio nsttuconal. O bem-estar que desfrutam, no o vlres que ami:'-'-E--quaiS so' ssesvalresf Mesmo quan-atribuem habitualmente aos grandes altos e baixos das SOCie-i ( o o 'n a - s ' tomados de pnico, les vem, com freqncia,dad~s e~ que vivem. ~~ramente t.m consci~ci,a. da com~le-./ que as velhas maneiras de pensar ~ sentir, entraraI? em co-'xa ligao entre suas VIdas ~ o curso da histona mundial;' lapso, e que as forma~ ncpentes sao ambguas ate o pontopor ISSO,OShomens comuns nao sabem, quase sempre, o que da estase moral. Sera de espantar. que os homens comunsessa ligao Significa para os tipos de ser em que se esto sintam sua incapacidade de enfrentar os horizontes mais ex-transformando .e para o tipo de evoluo histrica de que tensos frente dos quais foram -to subitamente colocados?p~d.em particip~r. ~o dispem da qualidade intelectual Que no possam compreender o sentido de su~ poca. e de~~~_~_para sen~ o )o.go que ~e y~ocessa entre os homens_ e suas prprias. vidas,? .Que _ em_defesa do eu -,-- se~ornema SOCIedade, a biografia-e a histona, o eu e o mundo. Nao mor-almente. msensrveis, tentando permanecer como sres to-podem enfrentar suas preoc~paes pess?ais de m~do a con- talmente particulares? Ser de espantar que se tomem pos-trolar sempre as transformaoes estruturais que habitualmente sudos de uma sensao de encurralamento?esto atrs dles .

    Isto no Causa surprsa, Em que perodo da histriatantos homens estiveram to expostos, e de forma to total,a transformaes to rpidas e completas? O fato de noterem os americanos' conhecido modificaes. to catastrficasquanto homens e mulheres de' outras sociedades se deve ' a .fatos histricos que se esto tomando, rpidarnente, apenashistria . A histria que atinge todo homem, hoje, a hist-ria mundial. Dentro dste cenrio e dste perodo, no cursode -uma nica gerao, um sexto da humanidade 'passou detudo o que era feudal e atrasado para tudo o que e moderno,avanado, terrvel. As colnias polticas esto libertadas; ns-. talaram-se novas formas de imperial ismos, menos evidentes.Ocorrem revolues; os homens sentem de perto a presso de. novos tipos de autoridade. Surgem sociedades totalitrias,, . e so esmagadas desfazendo-se em pedaos - ou obtmxito fabuloso. Depois de dois sculos de ascendncia, o ca-I ptalsmo visto apenas ~omo ~m process.o de tr~sf?rmar

    I a SOCIedade num .aparato industral. ~POIS de do}s .se~ulos. de esperanas, ate mesmo a democracia formal esta limitadaa uma pequena parcela da humandade. Em todo o mundosubdesenvolvido, os velhos modos de vida se rompem e es-perana~ antes vagas se transformam. em exigncias pre-mentes;} Em todo o mundo superdesenvolvdo, os meios deautoridade e violncia tomam-se totais no alcance e burocr-ticos na forma A prpria humanidade se desdobra hoje

    .~ No apenas de informao que precisam =: nesta Idadedo Fato, a informao lhes domina com freqncia a atenoe esmaga a capacidade de assiml-la. No apenas da habi-lidade da razo que precisam - embora sua luta para con-quist-Ia com freqncia lhes esgote a l imitada energia moral.O que precisam, e o que sentem precisar, uma quali-dade de esprito que lhes ajude a usar a Informao e a de-senvolver a razo, a fim de perceber, com lucidez, o que estocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentrodles mesmos. E essa qualidade, afirmo, que jornalistas eprofessres, artistas e pblicos, cientistas e edtres esto co-meando a espe-rar daquilo que poderemos chamar de ima-

    ginao sociolgica. --

    1.A imaginao sociolgica capacita seu possuidor a com-preender o cenrio hstrco jnas amplo, em trmos de seusignificado para a vida ntima e para a carreira exterior denumerosos indivduos. Permite-lhe levar em conta como osindivduos, na agitao de sua experincia- diria, adquirem'freqentemente uma conscincia falsa de suas posies sociais;Dentro dessa agitao, busca-se a estrutura da sociedade mo-

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    gema, e dentro dessa estrutura so fo rmu lada s as psicologias~enmtes horn m~ e mulhl;lr~s.,t\tnwnlis o, ansiedad._pesso~.@s_-mdWidl.Jos-fc~adlL sbre.fatoa.explfottos. .e ndferena do pblico 8 t ranl i forma em participao nasc : . ' i@ ~ t e l'bli~s,O primeiro fruto dessa ima.g: infl ~. @ . a p ri m ei ra lio a j nq j social qu e a incorpora ~ a d a de qu e o ndvd1Jo6 pode compreender S1Jprpria experincia e avaliarseu prprio destino localizando-se dentro d e s eu perodo; spode conhecer suas possibilidades n a vida t eme n d o - s e cnsciodas possibilidades de tdasas pessoas, nas mesmas circuns-tncias em que le. Sob muitos aspectos, ~ uma lio terr-vel; I Qb IJlyitps outros, magnfca. No conhecemos os limi-te s d a capacidade que t~mo homem de realizar esforossupremos ou degradar-se voluntramente, de agonia ou exul-tao, de brutalidade que traz prazer ou de deleite da razo.Mas em nossa poca chegamos a saber que os limites danatureza humana so assustadoramente amplos. Chegamosa saber que todo indivduo vive, de uma gerao at a seguin-te, numa determinada sociedade; que vive uma biografia, eqUl vive dentro de uma seqncia histrica. E pelo fato deviver, contribui, por menos que seja, para o condicionamentodessa sociedade e para o curso de sua histria, ao mesmotempo em que . condicionado pela sociedade e pelo seup roce s s o histrico.

    A imaginao sociolgica nos permite compreender ahistria e a biografia e as relaes entre ambas, dentro dasociedade. Essa a sua tarefa e a sua promessa. A marca doanalista social clssico o reconhecimento delas: a carac-terstica de Herbert Spencer - grandloqente, polissilbco,geral, de E. A. Ross ~ gracioso, estrito, reto; de AugusteComte e Emile Durkheim: do complicado e sutil KarlMannhem. 1 1 : a qualidade de tudo o que intelectualmenteexcelente em Karl Marx; a chave da brilhante e irnicaperfeio de Thorsten Veblen, das formulaes multilateraisque [oseph Schumpeter d realidade; a base da penetra-o psicolgica de W. E. H. Lecky, tal como da profundidadee clareza de Max Weber. ~ a marca do que h de melhor :nos estudos contemporneos do homem e da sociedade.\..,-Nenhum estudo social que no volte ao problema dabografa.vda histria e de suas interlgaes dentro de uma

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    ,Jsociedade comphHoli a SUa .otna~i~~~lec.~~~al Q_uaisquer-----.--------..--.----------. quesefiim os p ro e rn a s especfctjil dos anals t s socs cls -.skos,.-p-r--m:i-s-irrilt-ad--S-u-amplas-as-caractensticas da ra-l dade social que examnaram, 08 que tveratn .Cfisiniaimaginativa das pos s ib i l i dade s de se u trabalho fo rmu la ramrepetida coerentemente trs sries de perguntas:1) Qual a estrutura dessa sociedade como um todo?Quais seus componentes essenciais, e como Se crrelaconamfComo difere de outras variedades de ordem s oc i a l? . Den t rodela, qual o sentido de qualquer oaracterst c particularpara a sua continuao e para a s u a t ra n s fo rm a o ?2) Qual a posio dessa sociedade h histria humana?Qual a mecnica que a faz modificar-se? Qual s eu Iuga rno desenvolvimento da humanidade como um todo, e quesentido tem para sse desenvolvimento? Gomo qualquer ca-racterstica particular que examinemos afeta o perodo his-trico em que existe, e corno por l e afetada? E ssepe-rodo - quas as suas caractersticas essencas? Como dife-re de outros perodos? Quais seus processos caractersticos

    de fazer a histria?3) Que variedades de homens predominam nessa so-ciedade e nesse perodo? E que variedades iro predominar?De que formas so seleconadas, formadas, l iberadas e repri-midas, tornadas sensveis ou impermeveis? Que tipos denatureza humana se revelam na conduta e carter queobservamos nessa sociedade, nesse perodo? E qual osentido que para a natureza humana .tem cada uma dascaracterst icas da sociedade que examinamos?. _, Seja o objeto do exame uma grande potncia, ou umapassageira moda literria, uma famlia, uma priso, um credo- so essas as perguntas que os melhores analistas sociaisformularam. So os centros intelectuais dos estudos clssicosdo homem na sociedade - e so perguntas formuladas ne-vitvelmente por qualquer esprito que possua uma mag-I lao sociolgica. Pois, essa imaginao a capacidade depassar de uma perspectiva a outra ~: da poltica para a psi-colgica; do exame de uma nica famlia para a anlise- com-parativa dos oramentos nacionais do mundo; da escola teo.-lgica para a estrutura militar; de consideraes de uma in-dstria petrolfera para estudos da poesia contempornea. a capacidade de ir das mais impessoais e remotas transfor-

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    mqes plILa.L.r.arac..tersticas mais nUmas do ser humano __.___'_.. ._' g e biogrfica e dentro. do a lc a n c e . . d e . ..seu.....meo..Imedato '-- -o e ver as relaes entre as duas. Sua utilizao se funda- o ambiente social que-est aberto diretamente sua e x p e ---iifenf 7 sempfifniCffecessidedt:conllcero-sefltio-sCil--e .'.'. n:nciapessoa-l-e;-enrce~ ptopotOes,-a-sii~-tlvidade cons-_h.:istrico do indivduo na sociedade e no perodo no qual ciente. Uma perturbao e um assunto privado: a pessoasua. qualidade e seu ser se manifestam. - sente qu e os va l r e s por ela estimados esto am e a a d o s,

    ~. por isso, em suma, que por meio da imaginao soco- As questes relacionam-se com assuntos que transcen-lgica os homens esperam, hoje, perceber o que est aconte- dem sses ambientes locais do indivduo e o alcance. 'de suacendo no mundo, e compreender o que est acontecendo com vida ntima. He l a c o n am - s e com a organizao de muitos. les,. como minsculos pontos d e cruzamento da biogr a f ia e .d s s e s ambientes sob a forma de instituies de uma sacie- .da histria, dentro da sociedade. Em grande parte, a viso dade histrica como um. todo, com as maneiras pelas quaisautoconscente que o homem contemporneo tem de si, con- os 'vrios ambientes de pequena escala se confundem e sesiderando-se pelo menos um forasteiro, quando no um es- nterpenetram,' para formar a estrutura mais ampla ..da vidatrangero permanente, baseia-se na compreenso da relatv- social e histrica. Uma questo um assunto pblico i-um'dade social e da capacidade' transformadora da histria. valor estimado pelo pblico que est ameaado. Corri r eA imaginao sociolgica a forma mais frutfera dessa q nc i a .c h um debate sbre o que s s e valor realmente re-conscincia. Usando-a, homens cujas mentalidades descre- presenta e sbre o que realmente o ameaa.' O debate fre-viam apenas uma srie de rbitas limitadas passam a sentir- qentemente impreciso, quando menos no seja porque -se como se subitamente acordassem 'numa casa que apenas da prpria natureza de uma questo que, ao contrrio doaparentemente conheciam. Certo ou no, com freqncia que ocorre at mesmo com osproblemas generalizados, nopassam a sentir que no podem proporcionar-se smulas ade-' pode ser bem definida em trmos dos ambientes imediatosquadas, anlises coesas, orentaes gerais. As decises ante- e cotidianos do homem comum. A questo, na verdade, en-rores, que pareciam slidas, passam a ser, ento, como pro- volve quase sempre uma _c-rise nas disposies institucionais,dutos de uma mente inexplicvelmente fechada. Sua capa- e com freqncia tambm aquilo que os marxistas chamamcidade de surprsa volta a existir. Adquirem uma nova for- de contradies ou. anta-gonismos .ma de pensar, experimentam uma transavalao de valres:numa palavra, pela sua reflexo e pela sua sensibilidade, com-preendem o sentido cultural das Cincias Sociais.

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    . 2.\ Talvez a distino mais proveitosa usada pela Imagina-o sociolgica seja a entre as perturbaes pessoais origina-das no meio mais prximo e as questes pblicas da estru-tura social . Essa distino um instrumento essencial daimaginao sociolgica e uma caracterstica de todo trabalhoclssico na cincia. social. /As perturbaes ocorrem dentro do carter do ~divduoe dentro do mbito de suas relaes imediatas com os outros;esto relacionadas com o seu eu e com as reas limitadas davida social, de que le tem conscincia direta e pessoal. As-sim, a formulao e a resoluo das perturbaes se enqua-dram, adequadamente, no mbito do indivduo como enrda-

    Nessas condies; consideremos o desemprgo. Quando,numa cidade de cem mil habitantes, somente um homem estdesempregado, isso seu problema pessoal,e para sua solu-o examinamos adequadamente o carter do homem, suashabilidades e suas oportunidades imediatas. Mas quandonuma nao de 50 milhes de empregados, t15 milhes dehomens no encontram trabalho, isso uma questo pblica,e no podemos esperar sua soluo dentro da escala de opor-idades abertas s pessoas individualmente. A estruturamesma das, oportunidades entrou em colapso. _Tanto a for-mulao exata do problema como a gama de solues pos-sfves exigem que consideremos as inst ituies ecenmeas epolticas da sociedade e no apenas a situl1~op~ssQal_ e ocarter de um punhado de ndvfduos,Consdremos a guerra. O problema pessoal da guerra,quando ela ocorre, pode ser sobreviver ou .morrer com hon-t

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    1 1ra; ganhar dinheiro com ela; elevar-se alta segurana do ~, em seu ambiente l imitado Impotente-c- com ou sem ajudaapara to mhtar; ou contrtbuirpa1'a-o-seu-rerminp-;--E-nrsunra,---------.-------Il--.-- __. --~psiqu:bjcapanrTeso+ver os probferrras+que sse sistema,_.~Lundo.__L~alQr~Ld_e.c.d_a__1JID, ._ _~J1.-IlJmr_u.lI.l.. -m.bi~.p.Je.e -.._j .__ ..__ L J a : t . ?_ ~ _ . .~ 1 e . m _ , J h ?_ _-tl. ,_ .N a__1l8 _d. io. _gIJl qJle a famlia,dentro dle sobreviver guerra, ou dotar de sentido a morte I como instituio, transforma as mulheres em adorveis es-por ela provocada. Mas as questes estruturais da guerra re- cravas e os homens em seus principais mantenedores e aolacionam-se com suas causas; com que tipos .de homens . mesmo tempo dependentes, o problema de um casamentoela eleva ao comando; com seus efeitossbre as instituies I. satisfatrio continua a fugir a uma soluo exclusivamenteeconmicas, polticas, familiares e religiosas; com a rres- pessoal. Na medida em. que a superdesenvolvda rnegalpoleponsabilidade desorganizada de um mundo de Estados- e o superdesenvolvido automvel so caractersticas intrn--naes. secas da sociedade superdesenvolvda, as questes' pblicasConsideremos o casamento. No casamento, o homem e :- da vida urba~a no ser? resolvidas pela engenhosidade pes-a mulher podem ter perturbaes pessoais; mas quando a ' . soal e pela nqueza particular.taxa de divrcios durante os primeiros quatro anos de ca-samento de 25 0 para cada 1 .000 , isso mostra que existe umaquesto estrutural relacionada com as instituies do casa-mento e famlia, e outras, correlatas.

    Ou consideremos a' metrpole _- a horrvel, bela, feia,magnfica cidade grande. Para muita gente da classe supe-rior, a. soluo pessoal para o problema da cidade ter um. apartamento com garagem, no centro da cidade, e a 60 qui-lmetros uma casa projetada por Henry Hill, com jardimde Garrett Eckbo, em cem acres de terras particulares. N es-ses dois ambientes perfeitamente controlados ~ com umapequena criadagem em cada e um helicptero particular parafazer a ligao - a maioria das pessoas poder resolver mui-tos dos problemas dos contextos pessoais, causados pelas'.condes da cidade. Mas tudo isso, por mais esplndido,no resolve as questes pblicas que a realidade estruturalda cidade cria. Que fazer com essa maravilhosa monstruo-sidade? Dividi-Ia em unidades esparsas, combinando resi-dncia e trabalho? Renov-Ia tal como se encontra? Ou,depois de evacuada, dinamit-Ia e construir novas cidadesde acrdo com novos planos, em novos lugares? Quais de-veriam ser sses planos? E quem decide e. quem pe em .prtica as decises tomadas? So questes estruturais; para f ~enfrent-Ias e solucion-Ias necessrio considerar as ques- ites polticas e econmicas que afetam numerosos ambientes .. I

    Quando a estrutura econmica tal que provoca de-presses, o problema do desernprgo foge soluo pessoal.Na medida em que a guerra inerente ao sistema do Estado--nao e industrializao irregular do mundo, o ndvduo

    : . Aquilo que experimentamos em vrios e especfcos-am-bientes de pequena escala, j o observei, com freqnciacausado pelas modificaes estruturais. Assim, para com-preender as modificaes de muitos ambientes pessoais, te-mos necessidade de olhar alm dles. E o nmero e varie-dade dessas modificaes estruturais aumentam medida queas instituies dentro das quais vivemos se tornam mais geraise mais complicadamente ligadas entre si. Ter conscincia -Ia-idia da estrutura social e utiliz-Ia com sensibilidade sercapaz de identificar as ligaes entre uma grande variedade'de ambientes de pequena escala. Ser capaz de usar isso possuir a imaginao sociolgica.r

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    3. KQuais as principais questes pblicas para a coletividadee as preocupaes-chaves dos indivduos. em nossa poca?Para formular as questes e as preocupaes, devemos in-

    dagar quais os valres aceitos e que esto ameaados, e quaisos valres aceitos e mantidos pelas tendncias caractersticasde nosso perodo. Tanto no .caso da ameaa corno do apio,devemos indagar que contradies de estrutura mais desta-cadas podem existir na situao.Quando as pessoas estimam certos valres e no sentemque sbre les pesa qualquer ameaa, experimentam o bem

    estar Quando os estimam mas sentem que esto ameaados,experimentam uma crise. - seja como problema pessoal ou6 17