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No nosso primeiro contato com a redação, podemos achar que é muito fácil mas, na realidade, surge algo que torna importante o nosso ato de escrever que se mantém na forma de passar a mensagem ao nosso leitor e a estética do trabalho redacional, que mostra o quanto estamos interessados em que nosso pensamento seja bem compreensível com lógica e clareza. Surge então a busca por um trabalho mais limpo e com estética para a estrutura. Observando os exemplos de redações da dica passada, podemos notar que a estética não é tão ordenada, por isso a sequência lógica se perde no meio do caminho e fica sem sentido no que diz respeito ao desenvolvimento de seus argumentos centrais e finais para uma conclusão mais segura e estruturada. Lembre-se sempre que, ao formar um Plano de Trabalho para escrever sua redação, você deve visualizar também a sua ESTÉTICA: • Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão; • Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação; • Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo na língua portuguesa); • Nunca use gírias na redação pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa; • Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale; • Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação !); • Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silabica das palavras; • Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel; • Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus argumentos; • Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar! • Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço; • A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê; • Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

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No nosso primeiro contato com a redação, podemos achar que é muito fácil mas, na realidade, surge algo que torna importante o nosso ato de escrever que se mantém na forma de passar a mensagem ao nosso leitor e a estética do trabalho redacional, que mostra o quanto estamos interessados em que nosso pensamento seja bem compreensível com lógica e clareza.

Surge então a busca por um trabalho mais limpo e com estética para a estrutura. Observando os exemplos de redações da dica passada, podemos notar que a estética não é tão ordenada, por isso a sequência lógica se perde no meio do caminho e fica sem sentido no que diz respeito ao desenvolvimento de seus argumentos centrais e finais para uma conclusão mais segura e estruturada.

Lembre-se sempre que, ao formar um Plano de Trabalho para escrever sua redação, você deve visualizar também a sua ESTÉTICA:

• Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;

• Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação;

• Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo na língua portuguesa);

• Nunca use gírias na redação pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;

• Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale;

• Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação !);

• Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silabica das palavras;

• Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel;

• Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus argumentos;

• Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar!

• Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;

• A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê;

• Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

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• Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;

• Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente.". E de "neologismos incultos" do tipo: "... imexível... inconstitucionalizável...".

Se você prestou atenção nas redações da dica anterior, percebeu que elas estavam seguindo a estrutura redacional intrínseca (interior) quanto a INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO, mas não obedeciam a parte extrínseca (exterior) que é a apresentação da Redação, ou melhor, a aparência da escrita mostrando um conteúdo limpo e claro.

O que notamos é que nas redações faltaram parágrafos e respeito às margens (estética do trabalho) e a DISSERTAÇÃO do estudante que colocou várias idéias na introdução sem definir uma geral e tornou odesenvolvimento confuso, pois faltou dissertar sobre as tais conveniências comerciais do ovo de páscoa da introdução e centrou muito na História da Figura do Cordeiro sem explicar o que a ver a malhação de Judas e o Domingo de Páscoa. A conclusão começa a ficar em apuros e o fechamento das idéias da introdução e do desenvolvimento terminam prejudicadas. Nosso desafio é escrever esta dissertação usando todas as dicas para uma redação boa.

Como disse meu colega, o Professor Rogério: "A melhor dica para Redação: é Pensar. Penso logo escrevo" O segredo é simples: EU ESCRITOR TAMBÉM SOU LEITOR . (Tudo que estou escrevendo vem do que penso e preciso montar um bom plano para entender o que escrevo e deixar minha leitura mais compreensível para os demais leitores)

A LÓGICA ESTRUTURAL: FRASE-NÚCLEO

Observe o texto dissertativo e analise a sua parte lógica na introdução, desenvolvimento e conclusão: A PÁSCOA CRISTÃ

A Páscoa é uma festa cristã. Nela celebramos a Libertação dos Hebreus por Móises e Javé (Jeová -verbo hebraico para Ser) como também a Ressurreição de Cristo.

A Bíblia relata no Velho Testamento a saída do povo hebreu perseguido pelo Faraó e libertos pelo Senhor na passagem do Mar Vermelho, mas no Novo Testamento a Ressurreição abre uma idéia de salvação, de vida nova, de libertação do corpo pela vida eterna após a morte e eleva o sonho de um mundo novo: A Nova Jerusalem. Por estes eventos comemoramos a Páscoa.

Em todo mundo cristão comemora-se a Páscoa como a festividade mais significativa de libertação e ressurreição por dois momentos bíblicos que marcam a mesma esperança de encontrar a Nova Jerusalém.

Nota-se claramente que além da estética exterior e da simples idéia de seguir a estrutura

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interna, o escritor prezou pela lógica de sua redação e não só pelo segmento da introdução, desenvolvimento e conclusão mas nota-se uma definição muito clara de uma idéia geral (central) na introdução que fortaleceu o encadeamento das idéias e protegeu o sentido argumentativo do contexto e fechou a conclusão trazendo ao leitor a visão do que o tema pediu a Páscoa Cristã e que foi mencionada no núcleo frasal: "... A Páscoa é uma festa cristã...".

Veja o esquema lógico montado em cima da estrutura redacional:

TEMA

A Páscoa Cristã; Núcleo ou Tópico-frasal: A Páscoa é uma festa cristã (idéia geral) Desenvolvimento (idéias encadeadas ou periféricas que sustentam a idéia central)

Saída do povo hebreu (EXODUS)

Ressurreição de Cristo (PROMESSA DE DEUS)

Promessa de Vida Eterna (NOVA JERUSALEM) Conclusão (Conversão das idéias proclamadas na redação)

"... todo mundo cristão..." "... festividade significativa..."(puxa a idéia central da introdução)

"...dois momentos bíblicos..." "... Nova Jerusalem..." (puxa o argumento do desenvolvimento)

O que ocorreu na dissertação anterior a esta foi a confusão de idéias e isto complicou a estrutura então podemos dizer que dentro da introdução surge a primeira idéia a ser construída na redação e a conclusão termina a montagem de nosso pensamento escrito. E como fica o desenvolvimento ? Isto vamos mostrar em suas formas de ordenações que é o mais simples de se fazer dentro de um tópico frasal bem estruturado e vamos mostrar todas as formas de ordenações do desenvolvimento. Não percam!

Montamos em nossa tela mental o que vamos fazer no papel:

TEMA

Os brasis do Brasil Frase-núcleo: O Brasil por suas variadas diversidades possui vários brasis que se moldam no território nacional e determinam algo que vai além de suas fronteiras regionais.

Desenvolvimento:

A divisão territorial; A formação regional; Os diferentes brasis.

Conclusão

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Cada região territorial é um Brasil diferente não só por sua divisão fronteiriça mas por sua diversidade cultural, geográfica e muito mais política fortalecendo o Brasil como Nação e Governo. Temos um Brasil que se forma de diversas maneiras em cada região e possui uma forma diferente de observar o País como meio de sobrevivência de um povo ou de fortalecimento político das massas emergentes em suas áreas de atuações territoriais, regionais, culturais e políticas. Quase preparamos a redação só na esquematização da lógica inicial da introdução.

Uma das qualidades do bom texto é justamente o capricho na linguagem. A variabilidade lingüística, ou seja, o repertório do falante revela-se como componente na construção textual. Há uma série de recomendações, então comecemos por uma simples.

Existem verbos extremamente empregados dada a sua funcionalidade. Eles são saudáveis, logo não há nenhum impedimento na sua utilização. O problema reside justamente na exaustiva repetição, revelando um repertório pequeno do escritor. Vejamos alguns desses verbos e sugestões para aumentar a variabilidade lingüística.

VERBOS GENÉRICOS

DAR

O turismo naquela cidade deu bons frutos. (produziu)

Era necessário dar uma solução. (apresentar)

Eles deram atenção ao menor abandonado. (dedicaram)

Os jornais deram a notícia. (publicaram)

Os investimentos em educação nunca deram bons resultados. (produziram, causaram)

O inquérito policial deu quase 500 páginas. (chegou a, rendeu, perfez)

O Governo deu uma nova visão à economia. (criou, estabeleceu, imprimiu)

A imprensa deu a culpa ao incidente aos sem-terra. (atribuiu, imputou)

A mulher, hoje em dia, dá as razões à sociedade das qualidades intrínsecas desse trabalho. (expõe, mostra)

FAZER

O sistema capitalista faz suas vítimas. (produz, cria)

Um sistema educacional forte faz uma nação. (constrói, forma)

A pobreza faz o desemprego. (ocasiona, produz, origina)

Enquanto não fizermos nossa parte, a violência continuará existindo. (realizarmos)

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SER

Tirar o menor da rua é imprescindível. (torna-se)

O governo é incompetente. (mostra-se)

O problema fundiário é a distribuição das propriedades. (consistem na)

A reforma agrária não é apenas um problema do governo. (pertence)

TER

O governo não tem alternativas. (possui)

Todo cidadão tem direito a ter suas horas de lazer. (possui); (merece); (obter, gozar)

Qualquer cidade tem seus ídolos. (consagra, tributa)

Tinha de encontrar uma solução. (deveria, necessitaria, precisaria)

A violência tem estreita relação com o desemprego. (mostra, traz)

Tinha dito que a natalidade deveria baixar. (disse, afirmou)

Apesar disso, tinha um problema. (existia, havia)

Coesão

A sua redação, seja ela dissertativa, descritiva ou narrativa, deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer referência ao outro. De o sentido de um depender da relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras se comunicam, como dependem uma das outras.

São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de avião

Das Agências

Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o avião cair morreram

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

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Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília.

Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza da matéria fosse comprometida.

E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos:

a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.

b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de

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celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade.

c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos de substituição:

- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves.

Veja outros exemplos de substituição pronominal:

a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a idéia, expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à corrida).

b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada recebem o 13° salário, o que aquece a economia do país (o pronome demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira assinada);

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c) (...)Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu ao reagir a um assalto...);

d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa, ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa); etc.

- epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

Exemplos:

a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc.

Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-exemplo)

Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem atribuir a eles).

Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que comumente funcionam como

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elementos referenciais, isto é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

Observação: É mais freqüente a referência a elementos já citados no texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região do país), que só é citada na linha seguinte.

Conexão

Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa Moderna).

Prioridade, relevância:

em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade):

então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Semelhança, comparação, conformidade:

igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Condição, hipótese:

se, caso, eventualmente.

Adição, continuação:

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além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).

Dúvida:

talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.

Certeza, ênfase:

decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Surpresa, imprevisto:

inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.

Ilustração, esclarecimento:

por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

Propósito, intenção, finalidade:

com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.

Lugar, proximidade, distância:

perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Resumo, recapitulação, conclusão:

em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo

Causa e conseqüência. Explicação:

por conseqüência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

Contraste, oposição, restrição, ressalva:

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pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.

Idéias alternativas

Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

Como fazer uma boa redação

Dominar a arte da escrita é um trabalho que exige prática e dedicação. No entanto, conhecer seu lado teórico é muito importante. Aqui você encontra um resumo desta teoria. Aplique-a em seu trabalho mas não se esqueça: você precisará fazer a sua parte, isto é, escrever.

SIMPLICIDADE

Use palavras conhecidas e adequadas. Escreva com simplicidade. Para que se tenha bom domínio, prefira frases curtas. Amarre as frases, organizando as idéias. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira leve pela linha de argumentação.

CLAREZA

O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o que você quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da sua escrita. Lembre-se: você está comunicando a sua opinião, falando de suas idéias, narrando um fato. O mais importante é fazer-se entender.

OBJETIVIDADE

Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras possíveis. Por isso não repita idéias, não use palavras demais ou outras coisas que só para aumentem as linhas. Concentre-se no que é realmente necessário para o texto. A pesquisa prévia ajuda a selecionar melhor o que se deve usar.

UNIDADE

Não esqueça, o texto deve ter unidade, por mais longo que seja. Você deve traçar uma linha coerente do começo ao final do texto. Não pode perder de vista essa trajetória. Por isso, muita atenção no que escreve para não se perder e fugir do assunto. Eliminar o desnecessário é um dos caminhos para não se perder. Para não errar, use a seguinte ordem: introdução, argumentação e conclusão da idéia.

COERÊNCIA

A coerência (coesão) entre todas as partes de seu texto, é fator primordial para se escrever bem. É necessário que elas formem um todo. Para isso, é necessário estabelecer uma ordem para as idéias se completem e formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as conseqüências.

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Exemplos: Obedecer uma ordem cronológica é um maneira de se acertar sempre, apesar de não ser criativa. Nesta linha, parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto para o abstrato. Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante. As metáforas também enriquecem a redação.

ÊNFASE

Procure chamar a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado, principalmente no início da narrativa. Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes. Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Remeter o leitor à idéia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

LEIA E RELEIA

Lembre-se, é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com todos os cuidados, pode ser que você não consiga se expressar de forma clara e concisa. A pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros. Veja se você não repetiu palavras e idéias. Àmedida que você relê o texto, essas falhas aparecem, inclusive, erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça se for preciso. Não tenha preguiça, passe tudo a limpo quantas vezes forem necessárias. No computador, esta tarefa se torna mais fácil. Faça sempre uma cópia do texto original. Assim você se sentirá à vontade para corrigir quanto quiser, pois sabe que sempre poderá voltar atrás.

Como concluir uma redação

A conclusão deve ser sucinta, conter apenas 01 parágrafo e deve retomar a idéia principal, desenvolvida no texto, de forma convincente.

A conclusão deve conter a síntese de tudo o que foi apresentado no texto, e não somente em relação às idéias apresentadas no último parágrafo do desenvolvimento.

Não se devem acrescentar informações novas na conclusão, pois, se ainda há informações a serem inclusas, o desenvolvimento ainda não terminou.

Maneiras de se fazer o parágrafo da conclusão:

01) Retomada da tese:

A conclusão é a apresentação da visão geral do assunto tratado, portanto pode-se retomar o que foi apresentado na introdução e/ou no desenvolvimento, relembrando a redação como um todo. É uma espécie de fechamento em que se parece dizer de acordo com os exemplos/argumentos/tópicos que foram apresentados no desenvolvimento, pode-se concluir que realmente a introdução é verdadeira.

02) Perspectiva:

Pode-se também apresentar possíveis soluções para os problemas expostos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados (É preciso. É imprescindível. É

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necessário.), trabalhando com a conscientização geral. Por exemplo: É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se conscientizem de que ...

03) Oração Coordenada Conclusiva

Pode-se ainda iniciar a conclusão com uma conjunção coordenativa conclusiva - logo, portanto, por isso, por conseguinte, então - apresentando, posteriormente, soluções para os problemas expostos no desenvolvimento.

Frases-modelo, para o início da conclusão:

Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a conclusão. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

Em virtude dos fatos mencionados ...

Por isso tudo ...

Levando-se em consideração esses aspectos ...

Dessa forma ...

Em vista dos argumentos apresentados ...

Dado o exposto ...

Tendo em vista os aspectos observados ...

Levando-se em conta o que foi observado ...

Em virtude do que foi mencionado ...

Por todos esses aspectos ...

Pela observação dos aspectos analisados ...

Portanto ... / logo ... / então ...

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:

... somos levados a acreditar que ...

... é-se levado a acreditar que ...

... entendemos que ...

... entende-se que ...

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... concluímos que ...

... conclui-se que ...

... percebemos que ...

... percebe-se que ...

... resta aos homens ...

... é imprescindível que todos se conscientizem de que ...

... só nos resta esperar que ...

... é preciso que ...

... é necessário que ...

... faz-se necessário que ...

Pronomes Demonstrativos na Dissertação:

Usos de este, esta, isto, esse, essa, isso na redação.

01) Este, esta, isto:

Usa-se este, esta, isto, para referir-se a frase ou oração posterior, ou seja, frase que ainda será escrita, e para referir-se ao elemento imediatamente anterior, ou seja, elemento que acabou de ser escrito. Ex. Atenção a estas palavras: O fumo é prejudicial à saúde.O fumo é prejudicial à saúde. Esta deve ser preservada sempre, portanto não fume.

02) Esse, essa, isso:

Usa-se esse, essa, isso, para referir-se a frase ou oração anterior, ou seja, frase que já foi escrita. Ex.: O fumo é prejudicial à saúde. Isso já foi comprovado cientificamente.

A primeira frase que o aluno deve ter em mente é a seguinte: Em uma dissertação, nada é proibido, nada é obrigatório; tudo depende de bom-senso. Portanto use sua inteligência, no momento de escrever uma redação.

Evite repetições de sons, de palavras e de idéias.

Palavras terminadas em ção, são, ssão, dade, mente provocam eco na sua redação.

A repetição de palavras denota vocabulário escasso.

A repetição de idéias demonstra falta de cultura, de conhecimento geral.

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Em vez de substituir as repetições por sinônimos, reestruture o período, pois a idéia continuará sendo repetida.

Reestruturar o período significa reescrevê-lo, dando outra formação sintática. Por exemplo, em vez de escrever O homem está destruindo a Natureza, sem pensar no seu próprio futuro reestruture para Destrói-se a Natureza, sem se importar com o futuro

Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos).Por dois motivos: para evitar a repetição e para não elaborar períodos muito longos.

Não generalize; seja específico.Utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação cheia de generalizações demonstra a falta de cultura de seu autor, a falta de conhecimentos gerais, a falta de contato com a realidade atual. Para evitar esse problema, leia bastante; leia jornais, revistas, livros; assista a programas de reportagens, a filmes; interesse-se pela cultura; alimente sua inteligência.

Não faça afirmações incoerentes.Como Os jovens estão totalmente sem informações hoje...; Ninguém gosta de ler...; Não há escritores bons hoje em dia.... A incoerência também demonstra falta de conhecimento.

Não faça afirmações levianas.Como Todo político é corrupto...

Não afirme o que não pode ser provado.

Não escreva períodos muito curtos nem muito longos.

Evite mais de dois períodos por linha, ou seja, não coloque mais do que dois pontos finais em uma mesma linha.

Evite escrever mais de duas linhas sem um ponto final sequer.

Não faça parágrafos muito curtos nem muito longos.O ideal seria que os parágrafos contivessem, no mínimo, 4 linhas e, no máximo, 7 linhas.

Estruture adequadamente os períodos.Períodos mal-estruturados demonstram falta de conhecimento da língua.

Observe a pontuação.Nunca coloque vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e o seu complemento.

Não use expressões populares e cristalizadas pela população.A dissertação é um trabalho técnico, portanto não se admitem expressões populares.Expressões cristalizadas são frases comuns a qualquer cidadão, de qualquer nível cultural.

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Não use expressões vulgares.Por ser um trabalho técnico, não há espaço para vulgaridades.

Não use linguagem figurada.Todas as palavras da dissertação devem ser usadas em seu sentido exato.

Se for usar título, faça-o por meio de expressão curta.Alguns concursos vestibulares exigem título na dissertação. Se for o caso, use poucas palavras e só coloque ponto final, se usar verbo.

Cuidado com usos de conjunções: mas, porém, contudo são adversativas, indicam fatores contrários; portanto, logo são conclusivas; pois é explicativa, e não causal.

Não deixe os parágrafos soltos.Há de haver ligação entre eles. A ausência de elementos coesivos entre orações, períodos e parágrafos é erro grave.

Não use a palavra eu nem a palavra você e evite a palavra nós.A dissertação deve ser impessoal. Não se dirija ao examinador, como se estivesse conversando com ele.

Não use palavras estrangeiras nem gírias.Por ser trabalho técnico, use apenas palavras da Língua Portuguesa.

Atente para não elaborar frases ambíguas.Se houver duplo sentido em uma frase, como o examinador saberá por qual optar?

Atente para não entrar em contradição.Preste atenção a tudo o que for exposto na redação, para não dizer o contrário mais à frente.

Lembre-se de que há quatro palavras muito importantes:

Originalidade e Criatividade - Não trabalhe com exemplos muito simples ou comuns; seja criativo. Use sua inteligência.

Homem e Sociedade - Tudo o que for colocado em sua redação deve ser importante para a sociedade de um modo geral, e não apenas a você ou a um pequeno grupo de pessoas.

Vivemos em dois mundos: o dos acontecimentos que nos chega através dos sentidos (mundo real) e o das informações que nos chegam indiretamente através dos meios de comunicação (mundo verbal). A relação entre esses mundos é a mesma relação que existe entre o território e o mapa que o representa. O mesmo acontece com a linguagem. Por meio de relatos imaginários, podemos inventar realidades que nada têm a ver com o mundo concreto, isto é, a linguagem representa a realidade, mas não é a própria realidade.

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Vamos comparar agora dois exemplos de representação da realidade:

1 -

2- ... era um animal felino, de pelo preto, expressivos olhos verdes, grandes bigodes, um bichinho de estimação.

No primeiro caso, o ser representado foi reconhecido de maneira imediata. No segundo, foi-se identificando o ser aos poucos, não foi uma identificação imediata.

Descrever é representar, por meio de palavras, as características de seres e objetos percebidos através dos sentidos. O objetivo da descrição é transmitir ao leitor uma imagem daquilo que observamos. É como compor um retrato por meio de palavras, fazendo com que o leitor perceba as características marcantes do ser que estamos descrevendo e de modo a não confundi-lo com nenhum outro.

Ao observarmos um objeto e a descrição do mesmo, percebemos que a imagem transmitida pelo desenho é imediata e global, enquanto que na descrição, somente após a leitura total do texto é que se tem a idéia global do objeto.

Se tivermos em nossa frente duas cadeiras diferentes, poderemos identificá-las através de um só substantivo: cadeira. Essa palavra apenas identifica o objeto, mas não o descreve, pois a descrição consiste na enumeração de caracteres próprios dos seres animados ou inanimados, coisas, cenários, ambientes, costumes sociais, ruídos, odores, sabores ou impressões táteis.

A descrição não se confunde com a definição. A definição é uma forma verbal através da qual se exprime a essência de uma coisa. As coisas, individualmente não admitem definição. Quando definimos, estando tratando de classes, espécies. Quando descrevemos, detalhamos indivíduos de uma mesma espécie. Portanto, a definição é generalizante e a descrição, particularizante.

DEFINIÇÃO DESCRIÇÃOCadeira - peça de mobiliário que consiste num

assento com costas, e, às vezes, com braços,

dobrável ou não, para uma pessoa.

Cadeira - De imbuia, com assento estofado, quatro

pernas, duas travessas nas costas e envernizada.

Navio - embarcação de grande porte. Navio - tinha o casco preto, era baixo, um ar de navio

fantasma, muito vagaroso.Mulher - pessoas do sexo feminino, após a

puberdade.

Mulher - Não era bonita, loira, nariz arrebitado, não

muito alta, gorda.

Todos os seres existentes no universo físico, psicológico ou imaginário podem ser descritos.

- mundo físico - Kika era uma simpática dash-hound, de olhos castanhos e pelo brilhante.

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- mundo psicológico - A bondade era morna e leve, cheirava a carne crua guardada há muito tempo. (Clarice Lispector)

- mundo imaginário - Eu sou a Moça Fantasma que espera na rua do Chumbo o carro da madrugada.

Eu sou branca e longa e fria, a minha carne é um suspiro na madrugada da serra.(C D de Andrade)

Desse modo também é possível descrever pessoas e personagens, física e psicologicamente:

- Física - fornece características exteriores, ligadas aos traços físicos do personagem: altura, cor dos olhos, cabelo, forma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes. Exemplo: Sua pele era muito branca, os olhos azuis, bochechas rosadas. Estatura mediana, magra. Parecia um anjo. (pessoa)

Nina era uma cachorra beagle, com as três cores básicas da raça: preto, amarelo e branco. Orelhas compridas, pelo curto, rabo com a ponta branca, patas brancas e grandes olhos castanhos. (animal)

Aquele era o carro dos seus sonhos: conversível, prateado, rodas de magnésio, vidros ray-ban, rádio, direção esportiva, bancos de couro. (ser inanimado)

- Psicológica - Apresenta o modo de ser do personagem, seus hábitos, atitudes e personalidade, características interiores. Exemplo: Era sonhadora. Desejava sempre o impossível e recusava-se a ver a realidade. (pessoa)

Nina era meio invocada. Não gostava nada de estranhos, latia feita louca para os pardais e não gostava nada que lhe ficassem apertando. Era meio fleugmática, não negando sua raça inglesa. (animal)

O carro era como seu dono: arrojado, destemido, bonito, não tinha medo das curvas, muito menos das retas. (ser inanimado)

Conforme o grau de profundidade, os personagens podem ser agrupados em duas classes:

1 - personagens esféricas - são aqueles cujo comportamento e atitudes vão evoluindo no decorrer da narrativa. São mais comuns em romances.

2 - personagens planas - apresentam comportamento linear, isto é, sem alterações do início ao fim da narrativa. Possuem uma única qualidade ou um único defeito. São encontradas em contos e novelas. O tipo origina-se a partir da personagem plana; possui uma ou mais características marcantes que levam o leitor a identificá-la imediatamente. Um exagero em suas características torna o tipo uma caricatura.

O autor de uma descrição é um indivíduo que observa qualquer segmento da realidade e tenta reproduzi-lo através de suas palavras. O ponto de vista pode ser filtrado de acordo

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com o autor e o enfoque pode ser objetivo (denotativo) ou subjetivo (conotativo).

- enfoque objetivo - Na descrição objetiva, o autor reproduz a realidade como a vê. Detém-se na forma, no volume, na dimensão, no tamanho, na cor, no cheiro. Exemplo: Ele tem uma estrutura de madeira, recoberta de espuma. Sobre a espuma há um tecido grosso. Têm assento para quatro pessoas, encosto e dois braços. É o sofá da minha sala.

- enfoque subjetivo - A realidade descrita não é apenas observada pelo autor, é também sentida. O objeto descrito apresenta-se transfigurado de acordo com a sensibilidade de quem o descreve. O autor procura transmitir a impressão, a emoção que a realidade lhe causa. São suas características:

a- visão parcial, subjetiva e qualitativa da realidade;

b- perspectiva artística, literária;

c- linguagem figurada (conotativa);

d- substantivos abstratos e adjetivos antepostos.

Exemplo: O sujeitão, que parecia um carro de boi cruzando com trem de ferro, já entrou soltando fogo pela folga do dente de ouro.(José Cândido de Carvalho)

Stela era espigada, dum moreno fechado, muito fina de corpo. Tinha as pernas e os braços muito longos e uma voz ligeiramente rouca. (Marques Rebelo)

Existe um tipo especial de descrição objetiva: a descrição técnica, que recria um objeto utilizando uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é utilizado para descrever aparelhos, peças que compõem aparelhos, funcionamento de experiências, mecanismos. Destaca não só os elementos essenciais do objeto de modo a não confundi-lo com outro, como também suas funções mais importantes. Devem ser usadas palavras que não apresentem dúvidas de interpretação e frases que transmitam de modo inequívoco, as informações desejadas. Exemplo:

Descrição técnica de óculos: instrumento com lentes que ampliam os objetos distantes ou perto do observador e que lhes permitem uma visão nítida dos mesmos. (Douglas Tufano)

Há também a descrição técnica de processo, a exposição narrativa, cujo objetivo é mostrar os passos de um procedimento ou o funcionamento de um aparelho e apresenta as seguintes características principais:

1- exposição em ordem cronológica

2- objetividade

3- detalhamento das ações

4- indicação clara das diferentes fases do processo

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5- ausência de suspense ou expectativa

6- predominância de orações coordenadas

7- impessoalidade na exposição

Esse tipo de descrição, que envolve também pontos de narração, exige do seu autor um conhecimento aprofundado do assunto e observação apurada. Às vezes é acompanhada de desenhos, mapas, fotos, diagramas, para evitar faltas ou excessos. Descrição de experiências e receitas encaixam-se nesse tipo de produção de texto.

1- Exemplo: Torta Corrupta

Ingredientes

3 xícaras de chá de caixa dois

1 copo americanos de desvio de verbas

3 colheres de sopa de por fora

1 colher de sobremesa de suborno

1 bom punhado de tráfico de influência

Modo de fazer

Misturar muito bem todos os ingredientes, sovando bem, de modo a obter uma massa lisa e homogênea. Abrir a massa com o rolo da irregularidade dividi-la em duas partes. Coloque uma delas num pirex bem untado com ganância. Rechear com uma boa camada de safadeza, regada com muito cinismo. Cobrir com a outra metade da massa e decorar com os dizeres da Lei de Gérson. Servir com pizzas de todos os tamanhos.

2- Exemplo - Como ir para a praia El Agua em Islã Margarita : tome o carro e vá diretamente à Avenida Bolivar. Ao adentrar nela, siga as placas com a indicação de “Isla Bonita”. Você vai passar pelo Hotel Hilton, que deverá ser o seu ponto de referência para a volta. Ande alguns quilômetros e vai chegar até a cidadezinha de Pampatar. Passe por ela ainda seguindo as indicações de “Isla Bonita”. Ande mais alguns quilômetros e vai chegar à capital da Ilha, na cidadezinha de Assuncion. Atravesse-a e continue pela estrada por mais alguns quilômetros. Logo você vai encontrar uma placa informando: Praia El Água. Não entre nesse primeiro contorno. Ande mais uns dois quilômetros e vai encontrar um outro contorno, com a mesma indicação. Entre aí. Esse é o melhor trecho da praia.

Cada autor, ao descrever, tem um objetivo próprio: representar de maneira científica, com maior exatidão possível ou provocar a emoção no leitor. Por exemplo: uma pessoa quer vender a sua casa. Diz que a casa fica num lugar sossegado, rodeada por altas árvores, muita grama, o preço é baixíssimo. Na cabeça do vendedor (emissor) está a sua casa real, que não é a mesma que está na cabeça do comprador (receptor). O emissor até modifica o ser, com a finalidade de valorizá-lo.

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Há também que se levar em conta na descrição, o tipo de receptor a quem se dirige: criança, adulto e por isso, a linguagem dos textos difere bastante. Veja estes dois exemplos:

1- Cacareco tem uma cara de velho muito feia. Até parece um monstro pré-histórico, tem dois chifres, feitos de pêlos colados bem juntinhos, com os quais defende seu território. Suas orelhonas percebem todos os sons, seu narigão sente todos os cheiros. Mas os olhos, pequenininhos, enxergam muito mal. (Frans Hopp).

2 - Grande mamífero selvagem, da ordem dos ungulados, com um chifre ou dois no focinho. (Aurélio B.Holanda).

Os objetos impressionam nossos sentidos com maior intensidade, provocando sensações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas, conforme a situação.

- sensações visuais - Domingo festivo. Céu azul, temperatura alta, calor tropical. Grande movimentação, agitação. Crachás. TVs, jornais, revistas, fotógrafos, repórteres, comentaristas, cinegrafistas, cabo-men, correspondentes estrangeiros. Corre-corre, passa-passa.

- sensações auditivas - Barulho infernal. Motores roncando. A torcida vibrando, pneus cantando, câmbio engatando, carro voando, o tempo se esgotando. A torcida delirando, a equipe comemorando. Podium. Hino.

- sensações táteis - Ao passar a mão pelo cabelo, sentiu uma coisa viscosa, mole. Tinha sido premiada!

- sensações olfativas - Cheiros variados: perfumes importados, combustível, cachorro-quente, hambúrguer, batata frita e pipoca.

- sensações gustativas - O ron-ponche tem um sabor adocicado. Percebe-se um gostinho de laranja, abacaxi e no fundo, um toque de rum.

Certas descrições obedecem a um plano pré-determinado:

- do geral para o particular - A casa ficava situada perto de uma praia. Era cercada de muros altos, um grande jardim, piscina, vários quartos, salas. Tudo para dar conforto à família.

- de cima para baixo - O coqueiro possuía folhas em forma de leque, cocos ainda verdes em cachos, tronco alto oco e raízes profundas.

- de baixo para cima - Seus pés eram pequenos, proporcionais ao corpo. Braços delgados, rosto oval, cabelos grisalhos.

- de dentro para fora - O armário possuía várias prateleiras, nas quais havia copos e xícaras antigos. As portas eram guarnecidas por vidros trabalhados e o seu corpo era da mais pura cerejeira.

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- de fora para dentro - Era uma caminhonete prata, rodas largas, faróis de milha, traseira rebaixada, bancos reclináveis, som estéreo, direção esportiva.

Estes planos não esgotam todas as possibilidades.

Na descrição de ambientes, o autor volta-se para as características do lugar, aonde, os acontecimentos vão se desenrolar. Descrever um lugar é detalhar as características e isso pode ser feito focalizando-se vários aspectos:

- quadro parado: “Caminhões e caminhões enfileirados na madrugada, as luzes das ruas ainda acesas, um frio que não era mais de inverno mas de fim de noite, um frio orvalhado misturava-se no ar.”(Lucília Junqueira de Almeida Prado).

- quadro em movimento: “Da mata vinham trinados de pássaros nas madrugadas de sol. Voavam sobre as árvores as andorinhas de verão. E os bandos de macacos corriam numa doida corrida de “galho em galho”.

- ambiente externo - “Nos dias de enchente, quando a maré crescia, nas luas novas, a água verde subia até a figueira gigante“.

- ambiente interno - “Uma sala repleta de móveis sobre o piso de linóleo, móveis pesados, de feitio antigo: o enorme console, a mesa negra, a cristaleira, o relógio de pêndulo, alto como um armário, as poltronas fundas

DESCRIÇÃO NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO

Conteúdo

específico

Retrato verbal: imagem:

aspectos que caracterizam,

singularizam o ser ou objeto

descrito.

Fatos - pessoas e ações que

geram o fato e as circunstâncias

em que este ocorre: tempo,

lugar, causa, conseqüência, etc.

Idéias - exposição, debate, interpretação, avaliação - explicar, discutir, interpretar, avaliar idéias.

Faculdade

humana

Observação-percepção-

relativismo desta percepção

Imaginação (fatos fictícios)

-pesquisa-observação(fatos

reais)

Predomínio da razão - reflexão - raciocínio-argumentação.

Trabalho de

Composi-ção

.Coleta de dados -. .Seleção de

imagens, aspectos - os mais

singularizantes.

.Classificação - enumeração das

imagens e/ou aspectos

selecionados

.Levantamento (criação ou

pesquisa) dos fatos

. Organização dos elementos

narrativos (fatos, personagens,

ambiente, tempo e outras

circunstâncias).

.Classificação-sucessão

. Levantamento das idéias

.Definição do ponto de vista dissertativo: exposição, discussão, interpretação.

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Formas Descrição subjetiva: criação,

estrutura mais livre.

Descrição objetiva: precisão,

descrição e modo científico.

Narração artística:

subjetividade, criação, fatos

fictícios.

Narração objetiva: fatos reais,

fidelidade.

Dissertação científica –

objetividade, coerência, solidez

na argumentação, ausência de

intervenções pessoais,

emocionais, análise de idéias.

Dissertação literária -

criatividade e argumentação.

O desenvolvimento é a redação propriamente dita. No desenvolvimento, o aluno deverá discutir os argumentos apresentados na Introdução. Em cada parágrafo, escreve-se sobre um, e somente um, argumento.

Os parágrafos argumentativos da redação, além do que estudamos juntamente com a introdução, podem ser feitos de diversas maneiras diferentes:

01) Hipótese:

Apresentar hipótese no desenvolvimento é a tentativa de buscar soluções, apontando prováveis resultados. Na hipótese, o aluno mostra estar interessado pelo assunto e disposto a encontrar soluções, para melhorar a situação. Com a hipótese, praticamente, não se corre o risco de apenas expor o assunto.

02) Paralelismo:

Trabalhar com o paralelismo, no desenvolvimento, é apresentar um mesmo assunto com diferentes enfoques, é apresentar correspondência entre idéias ou opiniões diferentes em relação ao mesmo argumento. Por exemplo, em se tratando de informática, discutir sobre o mercado de trabalho, não apenas argumentando que a máquina tomou o lugar do homem, mas também apresentando o aumento de emprego na área, os recursos técnicos disponíveis, a comodidade, etc...

03) Bilateralidade:

Trabalhar com a bilateralidade é apresentar aspectos positivos e aspectos negativos, pontos favoráveis e pontos desfavoráveis do argumento. É trabalhar com os "prós e contras", sem dar ênfase a apenas um deles.

Procure trabalhar com apenas dois parágrafos no desenvolvimento: um com os aspectos favoráveis; outro com os desfavoráveis.

04) Oposição de idéias:

Trabalhar com oposição de idéias é explorar com o mesmo interesse crítico dois pólos que sustentam a discussão. Por exemplo, em se tratando de educação infantil, explorar a educação masculina e a educação feminina com o mesmo interesse, mostrando as diferenças existentes.

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05) Causas e conseqüências:

Trabalhar com causas e conseqüências é apresentar, em um parágrafo, os aspectos que levaram ao problema discutido e, em outro parágrafo, as suas decorrências.

06) Exemplificação:

Seja qual for a introdução, a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a dissertação.Devem-se apresentar exemplos concretos, que sejam importantes para a sociedade. Argumente sobre personagens históricas, artísticas, políticas, sobre fatos históricos, culturais, sociais importantes.

Frases-modelo, para o desenvolvimento:

Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar o desenvolvimento. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

Frases para parágrafos causas e conseqüências:

Ao se examinarem alguns ..., verifica-se que ... . Pode-se mencionar, por exemplo, ...

Em conseqüência disso, vê-se, a todo instante, ...

Frases para parágrafos prós e contras:

Alguns argumentam que .... . Além disso ... . Isso sem contar que ....

Outros, porém, ..... . Há registros históricos de ....... que .......

Frases para parágrafos trajetória histórica:

Antigamente, quando ... , percebia-se que ...

Atualmente, observa-se que ...

Em conseqüência disso, nota-se ...

Outras frases:

Dentre os inúmeros motivos que levaram o ...... é incontestável que .....

A observação crítica de fatos históricos revela o porquê de ......

Fazendo um estudo de ....... , percebe-se, por meio de ...... , ....

Ligação entre os parágrafos do desenvolvimento:

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É muito importante que os parágrafos do desenvolvimento tenham ligação, a fim de que não transformem a dissertação em uma seqüência de parágrafos desconexos. Segue, a seguir, uma série de frases para a ligação entre os parágrafos.

Além disso ...

Outro fator existente ...

Outra preocupação constante ...

Ainda convém lembrar ...

Por outro lado ...

Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto ...

Dez passos para fazer uma boa redação:

1º) Planeje bem o texto, cada parágrafo deverá conter um enfoque do tema;

2º) Evite idéias prontas, clichês, frases feitas: a cada dia que passa, de sol a sol, na sociedade em que vivemos, atualmente, nos dias de hoje, o governo deve tomar uma providência;

3º) não esqueça o título, afinal um trabalho sem título é muito estranho. Entretanto, atente como de faz o título;

4º) obedeça sempre ao número de linhas solicitado. Cuidado com o tamanho da letra, não faça roda de carreta;

5º) faça a sua melhor letra, qualquer tipo serve, no entanto procure não misturar tipos;

6º) evite rasuras, mas, se elas ocorrerem, coloque o erro entre parênteses;

7º) use linguagem formal, você não está no boteco da esquina para empregar coloquialidades como parar para pensar, tem tudo a ver...

8º) não interrompa o processo da frase enfiando um ponto no lugar errado. A frase tem um ritmo, logo não use ponto antes de pois, o qual, sendo que;

9º) procure não utilizar interrogações. Geralmente, elas têm respostas óbvias;

10º) não converse com o corretor. Redação em vestibular não é carta para a mãe.

No mais, é fazer o sinal da cruz e partir para o abraço.

Cacófatos, Cacos e Cacoetes

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Os textos, muitas vezes, aprontam armadilhas. Cacófato é palavra de origem grega que significa mau som. Ele se forma pela aproximação de sílabas de duas ou mais palavras, criando uma nova palavra que, em boa parte, é desagradável. Vejamos alguns exemplos:

A mais tradicional é ela tinha. A famosa latinha. Há muitas latinhas, para todos os lados. E que tal a frase: É aquele guri lá. Uma denúncia, por evidente, mas há um gorila no meio, o que pode piorar a situação. De qualquer maneira não pense nunca nisso. Pensar em caniços pode ser bom, mas devemos esperar a hora de pescar. Pescaria lembra comida, e que tal na vez passada. Uma vespa assada deve ser bom negócio.

No plano esportivo, o centroavante não marca gol. O que realmente que o centroavante fez? Realmente, há atacantes que só fazem isso! O jogador Zinho, ex-seleção, atual Grêmio, cria tantos problemas que já ninguém mais dá bola pra ele. Chuta Zinho, passa Zinho, Ataca Zinho, Sofre Zinho... E o Cafu, lateral também da Canarinho, é problemático. Fulano não deu a bola, mas Cafu deu. Sim, senhor, seu Cafu, isto lá são horas...

Tem também o “boom” da bolsa de Nova Iorque.

Se você não tiver nada pra fazer agora, aproveite. Nada melhor do que o Vale a Pena Ver de Novo e uma chuvinha por cima.

Nossa!?

Como se escrevem os nomes próprios?

Vamos começar pelas autoridades. Celso Luft, em seu Novo Guia Ortográfico, cita Artur de Almeira Torres e Zélio dos Santos Jota, que escreveram o Vocabulário Ortográfico de Nomes Próprios. Vamos examinar com atenção:

“Nomes e sobrenomes estão sujeitos às mesmas regras ortográficas vigentes para os nomes comuns e dentro dessas normas devem ser registrados os nascidos na vigência do acordo ortográfico.

É preciso que se diga, no entanto, que somente em assinatura a pessoa pode 9não se obriga, portanto) manter a grafia constante da certidão. Assim, um cidadão registrado Raphael Assumpção de Souza terá seu nome representado por Rafael Assunção de Sousa em qualquer circunstância. Em assinatura, porém, se desejar, continuará a assinar daqueloutro modo.

Não redundará confusão ou perda de direitos assinar-se, o citado cidadão, Rafael Assunção de Sousa? Absolutamente. Pode acarretar aborrecimento tão-somente por falta de compreensão alheia. Afinal de contas, o que de fato individualiza o cidadão não há de ser apenas seu nome, mas uma série de características, constantes em documentos oficiais, como filiação data de nascimento, (...)

Então, com o perdão da Jeniffer, ou Jennifer, ou seja lá como for, mas vocês, meninas, são equívocos ortográficos. Erro que será levado, literalmente, ao túmulo.

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Bebetinho, na Copa de 94, comemorou um gol homenageando seu filho recém-nascido: Mattheus era o nome da vítima. Em primeiro lugar, o pobre garoto terá de passar o resto da vida explicando como se escreve o nome.

O que há de errado com Mateus? É muito simples, não é mesmo? O brasileiro tem mania de criar o seu sistema lingüístico. Onde há lei, nós fugimos dela. Afinal, pô, eu sou dono do meu nome. É verdade, mas o nome deve ser grafado em alguma língua, e, cá no Brasil, fala-se o Português. Pois, pois...

A famosa Diana sempre foi simplesmente Diana para os espanhóis e para os portugueses. No Brasil, pronunciamos “Daiana”.

Vivemos para importar, de carros a cigarros, de palavras à música. Faz parte da nossa natureza.

Taleban, Talibã, Taliban?

Santo Deus, ou por Maomé?! Que confusão danada a imprensa está fazendo. Devemos sempre preferir as formas aportuguesadas. Ao menos deveríamos agir assim. Logo, prefira Talibã.

Em primeiro lugar, não existe uma forma rígida para a preferência desse I, trata-se de uma tendência das línguas latinas, no momento de converter o E original, transforma-se em I.

Em segundo lugar, a nasalização final em Português é com TIL. Vejamos os exemplos de Maracanã, satã, maçã e sutiã. Não escreveríamos Maracanan, satan, maçan.

Assim, aquele grupo da moças saúvas, o Tchan, ao menos deveria ser Tchã. Trata-se de equívoco ortográfico. Não estético, é claro.

Dissertação

A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de uma determinada idéia. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão.

No discurso dissertativo propriamente dito, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço.

Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:

a- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;

b- em conseqüência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;

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c- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;

d- impõem-se sempre o raciocínio lógico;

e- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambigüidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).

O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a idéia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idéia.

Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (idéia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (idéia secundária)”.

Exemplo: idéia central - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente.

Desenvolvimento - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios:

a - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício.

b- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem.

c- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas pela polícia.

d- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente.

e- O problema dos sem-terra preocupada cada vez mais a sociedade brasileira.

O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

1- Enumeração - Caracteriza-se pela exposição de uma série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características, funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemente necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.

Exemplo: O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de tv.

Exemplo: Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas.

Enumeração:

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a- A Santa Missa em seu lar

b- Terço Bizantino

c- Despertar da Fé

d- Palavra de Vida

e- Igreja da Graça no Lar

1- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios sociológicos e poluição.

2- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime.

3- A gravidez na adolescência é um problema seriíssimo, porque pode trazer muitas conseqüências indesejáveis.

4- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.

5- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias.

2 - Comparação - A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta idéias, fatos, fenômenos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.

Exemplo: “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real“. (Arthur Schopenhauer)

3 - Causa e conseqüência - A frase nuclear, muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador) e, em outras situações, um segmento indicando conseqüências (fatos decorrentes).

Exemplo: O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.

O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade fria e inamistosa.

4 - Tempo e Espaço - Muitos parágrafos dissertativos marcam temporal e espacialmente a evolução de idéias, processos.

Exemplo: Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa.

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Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda. (Melhem Adas).

5 - Explicitação - Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as idéias para torná-las mais compreensíveis.

Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.

Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes idéias:

a- A violência contra os povos indígenas é uma constante na história do Brasil.

b- O surgimento de várias entidades de defesa das populações indígenas.

c- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro.

d- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.

Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

1- Introdução - deve conter a idéia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.

2- Desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a idéia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da conseqüência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da idéia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.

3- Conclusão - é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.

Observe o texto abaixo:

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Vida ou Morte

INTRODUÇÃO

A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.

DESENVOLVIMENTO

A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.

CONCLUSÃO

Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo “Paz e corrida armamentista” in Douglas Tufano, p. 47).

Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apóiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial, com base nos argumentos.

Na dissertação, pode-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido falar ao telefone celular. (sentido geral) É proibido falar ao telefone celular dirigindo. (sentido específico)

Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas idéias a respeito do tema abordado, fica claro que seu objetivo é fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso, tem-se a dissertação argumentativa Para que a argumentação seja eficiente, o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente.

O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as possíveis reações do leitor e por isso, deve-se considerar todas as possíveis contra-argumentações, a fim de que possa “cercar” o leitor no sentido de evitar possíveis desmentidos da tese que se está defendendo. As evidências são o melhor argumento.

As referências bibliográficas estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

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A bibliografia final deve seguir o seguinte padrão:

a- Autor - último sobrenome com letra maiúscula, separado da vírgula dos outros prenomes; (ponto e dois espaços ou travessão).

b- Título - sublinhar ou colocar em itálico; (ponto).

c- Anotador ou tradutor -(ponto)

d- Número da edição - se for a primeira , não se indica. Algarismo arábico, ponto, ed. (vírgula).

e- Casa publicadora - nome da casa (vírgula)

f- Ano da Publicação - em algarismo arábico (ponto)

g- Número de páginas ou volumes - em algarismos arábicos (ponto) Abrevia-se p. e não pág ou pg.

h- Ilustrações - se necessário (ponto)

i- Série ou coleções - em algarismos arábicos, entre parênteses (ponto)

Estrutura

Veja abaixo quadros resumos da estrutura de uma redação (introdução, desenvolvimento e conclusão) das três modalidades de uma redação: descrição, narração e dissertação.

Estrutura de uma Descrição

CARACTERÍSTICAS Situa seres e objetos no espaço (fotografia)

INTRODUÇÃOA perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto, distingue seus aspectos gerais e os interpreta.

DESENVOLVIMENTO

Capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente na redação.

CONCLUSÃONão há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando se completa a caracterização.

RECURSOS

Uso dos cinco sentidos: audição, gustação, olfato, tato e visão, que, combinados, produzem a sinestesia. Adjetivação farta, verbos de estado, linguagem metafórica, comparações e prosopopéias.

O QUE SE PEDE

Sensibilidade para combinar e transmitir sensações físicas (cores, formas, sons, gostos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos). Pode ser redigida num único parágrafo.

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Estrutura de uma Narração

CARACTERÍSTICAS Situa seres e objetos no tempo (história)

INTRODUÇÃOApresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço.

DESENVOLVIMENTOAtravés das ações das personagens, constroem-se a trama e o suspense, que culminam no clímax da redação.

CONCLUSÃOExistem várias maneiras de concluir-se uma narração. Esclarecer a trama é apenas uma delas.

RECURSOSVerbos de ação, geralmente no tempo passado; narrador personagem, observador ou onisciente; discursos direto, indireto e indireto livre.

O QUE SE PEDEImaginação para compor uma história que entretenha o leitor, provocando expectativa e tensão. Pode ser romântica, dramática ou humorística.

Estrutura de uma Dissertação

CARACTERÍSTICASDiscute um assunto apresentando pontos de vista e juízos de valor.

INTRODUÇÃO Apresenta a síntese do ponto de vista a ser discutido (tese).

DESENVOLVIMENTOAmplia e explica o parágrafo introdutório. Expõe argumentos que evidenciam posição crítica, analítica, reflexiva, interpretativa, opinativa sobre o assunto.

CONCLUSÃORetoma sinteticamente as reflexões críticas ou aponta as perspectivas de solução para o que foi discutido.

RECURSOSLinguagem referencial, objetiva; evidências, exemplos, justificativas e dados.

O QUE SE PEDECapacidade de organizar idéias (coesão), conteúdo para discussão (cultura geral), linguagem clara, objetiva, vocabulário adequado e diversificado.

A Crônica na estrutura de uma redação

Da descrição, a crônica tem a sensibilidade impressionista; da narração, imaginação (para o humor ou a tensão); e da dissertação, o teor crítico. A crônica pode ser narrativa, narrativo-descritiva, humorística, lírica, reflexiva, ou combinar essas variantes com as singularidades do assunto. Desenvoltura e intimidade na linguagem aproximam o texto do leitor. E um gênero breve (curta extensão), que não tem estrutura definida. Toda possibilidade de criação é permitida nesse tipo de redação, que corresponde a um flagrante do cotidiano, em seus aspectos pitorescos e inusitados, a uma abordagem

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humorística, a uma reflexão existencial, a uma passagem lírica ou a um comentário de interesse social.

Narrativa

Contar (ato de narrar) ou como contar (o estilo pessoal) implicam uma determinada posição do narrador com relação ao acontecimento. Assim, o narrador pode assumir três pontos de vista na narrativa.

Narrador participante ou personagem

O narrador participante é uma das personagens, principal ou secundária, da sua história; ele está “dentro” da história e “vê” os acontecimentos de dentro para fora. Nesse caso, a narrativa, elaborada em 1ª pessoa (eu — nós), tende a ser autobiográfica, memorialista ou confessional.

Lembre-se: não se confunde autor com narrador. O autor tem existência real, é uma pessoa que existe fisicamente. O narrador é uma personagem criada pelo autor para contar a história.

Coloquei-me acima de minha classe, creio que me elevei bastante. Como lhes disse, fui guia de cego, vendedor de doces e trabalhador de aluguel. Estou convencido de que nenhum desses ofícios me daria os recursos intelectuais necessários para engendrar esta narrativa. (Graciliano Ramos)

Narrador observador

O narrador observador simplesmente relata os fatos, registrando as ações e as falas das personagens; ele conta, como mero espectador, uma história vivida por terceiros. É a narrativa escrita em 3ª pessoa.

O Campos, segundo o costume, acabava de descer do almoço e, a pena atrás da orelha, o lenço por dentro do colarinho, dispunha-se a prosseguir o trabalho interrompido pouco antes. Entrou no escritório e foi sentar-se à secretária. (Aluísio Azevedo)

Narrador onisciente

O narrador onisciente ou onipresente é uma espécie de testemunha invisível de tudo quanto ocorre, em todos os lugares e em todos os momentos; ele não só se preocupa em dizer o que as personagens fazem ou falam, mas também traduz o que pensam e sentem. Portanto, ele tenta passar para o leitor as emoções, os pensamentos e os sentimentos das personagens.

Um segundo depois, muito suave ainda, o pensamento ficou levemente mais intenso, quase tentador: não dê, elas são suas. Laura espantou-se um pouco: por que as coisas nunca eram dela? (Clarice Lispector)

Funções da linguagem

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Quando um poeta descreve a Lua, suas impressões se dispõem de maneira especial, conforme a subjetividade de suas sensações. Quando um cientista descreve o mesmo objeto, submete-o à interpretação informativa, impessoal e científica. Assim, a Lua, que para o poeta seria “uma inspiração romântica”, para o cientista é “o satélite natural da Terra”.

Dessa forma, temos as funções da linguagem que apontam o direcionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da comunicação.

Qualquer produção discursiva, lingüística (oral ou escrita) ou extralingüística (pintura, música, fotografia, propaganda, cinema, teatro etc.) apresenta funções da linguagem.

Elementos da comunicação

Ao elaborarmos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Enquanto a redação literária destina-se à publicação em jornal, livro ou revista, e seu público é geralmente heterogêneo, a redação para vestibular tem em vista selecionar os candidatos cuja habilidade discursiva toma-os aptos a ingressar na vida acadêmica.

Seja um texto literário ou escolar, a redação sempre apresenta alguém que o escreve, o emissor, e alguém que o lê, o receptor. O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso para o receptor é o canal (no nosso caso, o canal é o papel). Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza (no nosso caso, obrigatoriamente, a língua portuguesa) constitui o código.

Assim, através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente.

Nesse mecanismo, temos:

Num CONTEXTO, o EMISSOR (codificador) elabora uma MENSAGEM,

através de um CÓDIGO, veiculada por um CANAL

para um RECEPTOR (decodificador).

Funções da linguagem

A ênfase num elemento do circuito de comunicação determina a função de linguagem que lhe corresponde:

ELEMENTO FUNÇÃOcontexto → referencial emissor → emotiva receptor → conativa

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canal → fática mensagem → poética código → metalingüística

Cada um desses seis elementos determina uma função de linguagem. Raramente se encontram mensagens em que haja apenas uma; na maioria das vezes o que ocorre é uma hierarquia de funções em que predomina ora uma, ora outra. Observe este trecho:

Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. (Carlos Drummond de Andrade)

No exemplo acima, predomina a função metalingüística (volta-se para a própria produção discursiva) e a poética (produz efeito estético através da linguagem metafórica); porém, menos evidentes, aparecem as funções referencial (evidencia o assunto) e emotiva (revela emoções do emissor).

A classificação das funções da linguagem depende das relações estabelecidas entre elas e os elementos do circuito da comunicação. Esquematicamente, temos:

Função referencial ou denotativa

Certamente a mais comum e mais usada no dia-adia, a função referencial ou informativa, também chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar. E a linguagem das redações escolares, principalmente das .dissertações, das narrações não- fictícias e das descrições objetivas. Caracteriza também o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial. Exemplo:

Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de funcionários públicos, aposentados por regimes especiais, consomem mais recursos do que os quinze milhões de trabalhadores aposentados pelo INSS.

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Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do INSS é de 2,1 salários mínimos, nos regimes especiais tem gente que ganha mais de 100 salários mínimos. (Programa Nacional de Desestatização)

Função emotiva ou expressiva

Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva, também chamada expressiva ou de exteriorização psíquica. Ela é lingüisticamente representada por interjeições, adjetivos, signos de pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala. Exemplo:

Oh? como és linda, mulher que passas Que me sacias e suplicias Dentro das noites, dentro dos dias? (Vinícius de Moraes)

Observe que em “Luís, você é mesmo um burro!”, a frase perde seu caráter informativo (já que Luís não é uma pessoa transformada em animal) e enfatiza o emotivo, pois revela o estado emocional do emissor.. As canções populares amorosas, as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado emocional do emissor também pertencem à função emotiva. Exemplos:

E aí me dá uma inveja dessa gente... (Chico Buarque)

Não adianta nem tentar Me esquecer Durante muito tempo em sua vida Eu vou viver (Roberto Carlos & Erasmo Carlos)

Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fl1mando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na primavera é que vou morrer De amor pungente e coração enfraquecido. (Clarice Lispector)

Função conativa ou de apelo

A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão gramatical mais autêntica. Exemplos:

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Antônio, venha cá! Compre um e leve três. Beba Coca-Cola. Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente: Mercedes-Benz.

Função fática

Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes, temos a função fática. Nas fórmulas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns. Exemplos:

Bom-dia! Oi, tudo bem? Ah, é! Huin... hum... Alô, quem fala? Hã, o quê?

Observe os recursos fáticos que, embora característicos da linguagem oral, ganham expressividade na música:

Alô, alô marciano Aqui quem fala é da Terra. (Rita Lee & Roberto de Carvalho)

Blá, Blá, Blá, Blá, Blá Blá, Blá, Blá, Blá Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, Ti Tá tudo muito bom, bom! Tá tudo muito bem, bem! (Evandro Mesquita)

Atente para o fato de que o uso excessivo dos recursos fáticos denota carência vocabular, já que des titui a mensagem de carga semântica, mantendo apenas a comunicação, sem traduzir informação. Exemplo:

— Você gostou dos contos de Machado? — Só, meu. Valeu.

Função metalingüística

A função metalingüística visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele lingüístico (a escrita ou a oralidade), seja extralingüístico (música, cinema, pintura, gestualidade etc. — chamados códigos complexos). Assim, é a mensagem que

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fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente metalingüísticos. O dicionário é metalingüístico por excelência. Exemplos:

— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. (Graciliano Ramos)

Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. (Carlos Drummond de Andrade)

A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos, o único testemunho de nossa realidade. (Octávio Paz)

“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.” Nesse exemplo, temos a função metalingüística (a propaganda fala do ato de anunciar), a conativa (a expressão aliciante do verbo anunciar no imperativo) e a poética (na renovação de um clichê, conferindo-lhe um efeito especial).

Função poética

Quando a mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético, através de desvios da norma ou de combinatórias inovadoras da linguagem, temos a função poética, que pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra. Exemplos:

Que não há forma de pensar ou crer De imaginar sonhar ou de sentir Nem rasgo de loucura Que ouse pôr a alma humana frente a frente Com isso que uma vez visto e sentido Me mudou, qual ao universo o sol Falhasse súbito, sem duração No acabar.. (Fernando Pessoa)

Observe, entretanto, que o discurso desviatório necessita de um contexto para produzir sensação estética, como no poema abaixo, cujo nonsense é altamente poético no contexto de Alice no País das Maravilhas:

Pois então tu mataste o Jaguadarte! Vem aos meus braços, homenino meu!

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Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte! Ele se ria jubileu.

Era briluz. As lesmolisas touvas Roldavam e relvian nos gramilvos. Estavam mimsicais as pintalouvas E os momirratos davam grilvos. (Lewis Carrol, traduzido por Augusto de Campos.)

Introdução

Antes de começarmos a estudar a introdução, teremos que nos ater a dois aspectos muito importantes: o tema e o título:

Tema: É o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a idéia que será defendida ao longo da dissertação. Deve-se ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a ele como parte da dissertação

Título: É uma expressão, geralmente curta e sem verbo, colocada antes da dissertação. Se não houver verbo no título, não se usa ponto final. Não se deve pular linha depois do título. A colocação de letras maiúsculas em todas as palavras, menos artigos, preposições e conjunções, é facultativa.

Apesar de o título ser importante para uma dissertação, julgo ser também perigoso, pois, como o estudante não está acostumado a dissertar, pode equivocar-se e dar um título que não corresponda ao âmago da redação. Portanto acredito que o ideal seria colocar título apenas quando o vestibular o exigir.

Introdução: A Introdução é a informação do assunto sobre o qual a dissertação tratará. O parágrafo introdutório é fundamental. precisa ser bem claro e chamar a atenção para os tópicos mais importantes do desenvolvimento.

Como fazer introdução

O primeiro parágrafo da redação pode ser feito de diversas maneiras diferentes:

01) Trajetória histórica:

Traçar a trajetória histórica é apresentar uma analogia entre elementos do passado e do presente.Já que uma analogia será apresentada, então os elementos devem ser similares; há de haver semelhança entre os argumentos apresentados, ou seja, só usaremos a trajetória histórica, quando houver um fato no passado que seja comparável, de alguma maneira, a outro no presente.

Quando apresentar a trajetória histórica na introdução, deve-se discutir, no desenvolvimento, cada elemento em um só parágrafo. Não misture elementos de épocas diferentes em um mesmo parágrafo. A trajetória histórica torna convincente a exemplificação; só se deve usar esse argumento, se houver conhecimento que legitime a fonte histórica.

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02) Comparando social, geográfica ou historicamente.

Também é apresentar uma analogia entre elementos, porém sem buscar no passado a argumentação. É comparar dois países, dois fatos, duas personagens, enfim, comparar dois elementos, para comprovar o tema.

Lembre-se de que se trata da introdução, portanto a comparação apenas será apresentada para, no desenvolvimento, ser discutido cada elemento da comparação em um parágrafo.

03) Conceituando ou definindo uma idéia ou situação.

Em alguns temas de dissertação surgem palavras-chave de extrema importância para a argumentação. Nesses casos, pode-se iniciar a redação com a definição dessa palavra, com o significado dela, para, posteriormente, no desenvolvimento, trabalhar com exemplos de comprovação.

04) Contestando uma idéia ou citação, contradizendo, em partes.

Quando o tema apresenta uma idéia com a qual não se concorda inteiramente, pode-se trabalhar com este método: concordar com o tema, em partes, ou seja, argumentar que a idéia do tema é verdadeira, mas que existem controvérsias; discutir que o assunto do tema é polêmico, que há elementos que o comprovem, e elementos que discordem dele, igualmente.

Não se esqueça de que o desenvolvimento tem que ser condizente com a introdução, estar em harmonia com ela, ou seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento deve conter as duas comprovações, cada uma em um parágrafo.

05) Refutando o tema, contradizendo totalmente.

Refutar significa rebater os argumentos; contestar as asserções; não concordar com algo; reprovar; ser contrário a algo; contrariar com provas; desmentir; negar. Portanto refutar o tema é escrever, na introdução, o contrário do que foi apresentado pelo tema. Deve-se tomar muito cuidado, pois não é só escrever o contrário, mas mostrar que se é contra o que está escrito. O ideal, nesse caso, é iniciar a introdução com Ao contrário do que se acredita...

Não se esqueça, novamente, de que o desenvolvimento tem que ser condizente com a introdução, estar em harmonia com ela, ou seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento deve conter apenas elementos contrários ao tema. Cuidado para não cair em contradição. Se for, na introdução, favorável ao tema, apresente, no desenvolvimento, apenas elementos favoráveis a ele; se for contrário, apresente apenas elementos contrários.

06) Elaborando uma série de interrogações.

Pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas. Porém, cuidado! Devem ser perguntas que levem a questionamentos e reflexões, e não perguntas vazias que levem a nada ou apenas a respostas genéricas.

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As perguntas devem ser respondidas, no desenvolvimento, com argumentações coerentes e importantes, cada uma em um parágrafo. Portanto use esse método apenas quando já possuir as respostas, ou seja, escolha primeiramente os argumentos que serão utilizados no desenvolvimento e elabore perguntas sobre eles, para funcionar como introdução da dissertação.

07) Transformando a introdução em uma pergunta.

O mesmo que a anterior, mas com apenas uma pergunta.

08) Elaborando uma enumeração de informações.

Quando se tem certeza de que as informações são verídicas, podem-se usá-las na introdução e, depois, discuti-las, uma a uma, no desenvolvimento.

09) Caracterizando espaços ou aspectos.

Pode-se iniciar a introdução com uma descrição de lugares ou de épocas, ou ainda com uma narração de fatos. Deve ser uma curta descrição ou narração, somente para iniciar a redação de maneira interessante, curiosa. Não se empolgue!! Não transforme a dissertação em descrição, muito menos em narração.

10) Resumo do que será apresentado no desenvolvimento.

Uma das maneiras mais fáceis de se elaborar a introdução é apresentar o resumo do que se vai discutir no desenvolvimento. Nesse caso, é necessário planejar cuidadosamente a redação toda, antes de começá-la, pois, na introdução, serão apresentados os tópicos a serem discutidos no desenvolvimento. Deve-se tomar o cuidado para não se apresentarem muitos tópicos, senão a dissertação será somente expositiva e não argumentativa. Cada tópico apresentado na introdução deve ser discutido no desenvolvimento em um parágrafo inteiro. Não se devem misturá-los em um parágrafo só, nem utilizar dois ou mais parágrafos, para se discutir um mesmo assunto. O ideal é que sejam apresentados somente dois ou três temas para discussão.

11) Paráfrase.

A maneira mais fácil de se elaborar a introdução é valendo-se da paráfrase, que consiste em reescrever o tema, utilizando suas próprias palavras. Deve- se tomar o cuidado, para não apenas se substituírem as palavras do tema por sinônimos, pois isso será demonstração de falta de criatividade; o melhor é reestruturar totalmente o tema, realmente utilizando "SUAS" palavras.Observe o que traz o Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, quanto à definição da palavra paráfrase: Explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por meio de palavras diferentes das nele empregadas. Portanto sua frase deve ser mais desenvolvida que a frase apresentada como tema, e as palavras devem ser diferentes, e não sinônimas.

Frases-modelo, para o início da introdução:

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Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a introdução. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

É de conhecimento geral que ...

Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa- se ...

Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) e de tempo (há tempos). Isso é só para mostrar que é possível acrescentar circunstância divesas na introdução, não necessariamente estas que aqui estão. Outro elemento com o qual se deve tomar muito cuidado é o pronome se. Nesse caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá concordar com o elemento que vier à frente (sing. ou pl.)

Cogita-se, com muita freqüência, de ...O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância de modo (com muita freqüência).Muito se tem discutido, recentemente, acerca de ...Muito se debate, hoje em dia, ...Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a concordância.O (A) ..... é de fundamental importância em ....É de fundamental importância o (a) ....É indiscutível que ... / É inegável que ...Muito se discute a importância de ...Comenta-se, com freqüência, a respeito de ...Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., deApesar de muitos acreditarem que .... (refutação)Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)Pode-se afirmar que, em razão de ...( devido a, pelo ) ...Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de ....Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual ...Ao analisar o (a, os, as) ... , é possível conhecer o (a, os, as) .... , pois ...