6. trigonometria 6.1. conceitos iniciais 6.1.1 Ângulos e arcos · a partir da definição dos...

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2 6. Trigonometria 6.1. Conceitos Iniciais A palavra “trigonometria” vem do grego [trigōnon = "triângulo", metron "medida"], ou seja, está relacionada com as medidas de um triângulo, sendo estas medidas de ângulo e comprimento. A partir da definição dos conceitos básicos de trigonometria, arcos e ângulos, podemos utilizar as propriedades do triângulo retângulo e diversas relações úteis para a resolução de problemas matemáticos poderão ser encontradas. Além disso, a partir dos conceitos compreendidos no triângulo retângulos, a trigonometria pode abordar conhecimentos para outras figuras e áreas da matemática, como no estudo da circunferência, da elipse e das funções periódicas. 6.1.1 Ângulos e Arcos Em trigonometria, é de fundamental importância a definição de ângulos e arcos. Um ângulo é a abertura entre duas retas R1 e R2 que possuem um ponto P em comum (vértice do ângulo). Pode ser entendido também como a inclinação entre duas retas. Esta ideia está ilustrada na Fig. 6.1. Fig.6.1: Representação de um ângulo α. Adicionalmente, pode-se observar a magnitude de um ângulo como sendo a quantidade de rotação que separa R1 da R2. Para se descrever a magnitude de um ângulo, deve-se primeiramente estabelecer uma unidade de medida, sendo as mais comuns o grau e o radiano. Mais adiante serão explicadas as diferenças entre estes 2 modelos de medição. Um ângulo determina um arco (L) de uma circunferência, como se observa na Fig.6.2. Esse comprimento de arco está relacionado, juntamente com o ângulo (), ao Raio (R); o que é explicitado na Eq.6.1: ∝= Eq. (6.1)

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Page 1: 6. Trigonometria 6.1. Conceitos Iniciais 6.1.1 Ângulos e Arcos · A partir da definição dos conceitos básicos de trigonometria, arcos e ângulos, podemos ... determinar o seno,

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6. Trigonometria

6.1. Conceitos Iniciais

A palavra “trigonometria” vem do grego [trigōnon = "triângulo", metron "medida"], ou seja, está relacionada com as medidas de um triângulo, sendo estas medidas de ângulo e comprimento. A partir da definição dos conceitos básicos de trigonometria, arcos e ângulos, podemos utilizar as propriedades do triângulo retângulo e diversas relações úteis para a resolução de problemas matemáticos poderão ser encontradas.

Além disso, a partir dos conceitos compreendidos no triângulo retângulos, a trigonometria pode abordar conhecimentos para outras figuras e áreas da matemática, como no estudo da circunferência, da elipse e das funções periódicas.

6.1.1 Ângulos e Arcos

Em trigonometria, é de fundamental importância a definição de ângulos e arcos.

Um ângulo 𝛼 é a abertura entre duas retas R1 e R2 que possuem um ponto P em comum

(vértice do ângulo). Pode ser entendido também como a inclinação entre duas retas.

Esta ideia está ilustrada na Fig. 6.1.

Fig.6.1: Representação de um ângulo α.

Adicionalmente, pode-se observar a magnitude de um ângulo 𝛼 como sendo a

quantidade de rotação que separa R1 da R2.

Para se descrever a magnitude de um ângulo, deve-se primeiramente

estabelecer uma unidade de medida, sendo as mais comuns o grau e o radiano. Mais

adiante serão explicadas as diferenças entre estes 2 modelos de medição.

Um ângulo 𝛼 determina um arco (L) de uma circunferência, como se observa na

Fig.6.2. Esse comprimento de arco está relacionado, juntamente com o ângulo (𝛼), ao

Raio (R); o que é explicitado na Eq.6.1:

∝=𝐿

𝑅 Eq. (6.1)

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Fig.6.2: Circunferência de raio R e comprimento de arco L.

6.1.2. Unidades de Ângulos

Grau

Ao dividir uma circunferência em 360 arcos iguais – o que é representado na

Fig.6.3 –; sendo C o comprimento da circunferência, e L comprimento do arco

formado, o ângulo que determina um destes arcos corresponde a 1°.

Fig.6.3: Representação do ângulo que mede 1°.

Onde, 𝐿 =𝐶

360

Existe ainda uma unidade de medida de ângulos chamada de grado (ou

gradiano) onde a circunferência é dividida em 400 arcos iguais, ao invés de 360. No

entanto esta unidade não é comumente usada no Brasil.

Radiano

O radiano é o ângulo que determina um arco com comprimento igual ao raio da

circunferência, tal qual é explicitado na Fig.6.4.

Fig.6.4: Representação do ângulo que mede 1 rad.

Onde 𝐿 = 𝑅

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6.1.3. Tipos de Ângulos

Alguns tipos de ângulos são muito usados, entre eles, o ângulo reto (90°),

ângulo raso ou de meia-volta (180°), ângulo agudo (maior que 0° e menor que 90°),

ângulo obtuso (maior que 90° e menor que 180°) e ângulo de uma volta (360°). Os

quais estão representados na Fig.6.5:

Fig.6.5: Ângulos de comum uso: (a) ângulo reto, (b) ângulo raso, (c) ângulo agudo, (d) ângulo

obtuso e (e) ângulo de uma volta.

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Duas retas que formam um ângulo reto entre si são chamadas de

perpendiculares ou ortogonais. Por exemplo, o plano cartesiano é formado por duas

retas perpendiculares, como mostra a fig.6.6.

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Fig.6.6: Representação de um Plano Cartesiano.

6.1.4. Triângulo Retângulo

Um triângulo que possui um ângulo reto (90°) chama-se triângulo retângulo. O

maior lado a de um triângulo retângulo é chamado de hipotenusa (lado oposto ao

ângulo reto); e os outros dois lados b e c são chamados de catetos

(Ver Fig.6.7).

Fig.6.7: Triângulo Retângulo.

Teorema de Pitágoras

Para todo triângulo retângulo tem-se que “o quadrado da hipotenusa é igual à

soma dos quadrados dos catetos”, o que pode ser explicitado pela Eq.6.2:

𝑎2 = 𝑏2 + 𝑐2 (Eq. 6.2)

Observe no exemplo o triângulo

pitagórico, onde a soma da quantidade

de quadrados formados pelos catetos é

igual ao número de quadrados

formados pela hipotenusa.

Relações Trigonométricas

Pode-se obter relações trigonométricas (da Eq.6.3 à Eq.6.8) em um triângulo

retângulo ABC:

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sen𝜃 =𝐶𝑂̅̅ ̅̅

𝐻𝐼̅̅̅̅=

𝑎

ℎ (6.1)

cos 𝜃 =𝐶𝐴̅̅ ̅̅

𝐻𝐼̅̅̅̅=

𝑏

ℎ (6.2)

tan 𝜃 =𝐶𝑂̅̅ ̅̅

𝐶𝐴̅̅ ̅̅=

𝑎

𝑏 (6.3)

cotg𝜃 =1

𝑡𝑔𝜃=

𝑏

𝑎 (6.4)

cossec𝜃 =1

𝑠𝑒𝑛𝜃=

𝑎 (6.5)

sec𝜃 =1

𝑐𝑜𝑠𝜃=

𝑎

𝑏

Onde, em relação ao ângulo 𝜃: 𝐶𝑂̅̅ ̅̅ = Cateto oposto; 𝐶𝐴̅̅ ̅̅ =

Cateto adjacente; 𝐻𝐼̅̅̅̅ = Hipotenusa

(6.6)

Lei dos Cossenos

Para um triângulo qualquer podemos escrever a Lei dos Cossenos como na

Eq.6.9.

𝑎2 = 𝑏2 + 𝑐2 − 2. 𝑏. 𝑐. cos(𝛼) (6.7)

Fig.6.8: Exemplos de Triângulos onde pode ser aplicada a Lei dos Cossenos.

Lei dos Senos

Considerando o triângulo ABC, CH será a altura relativa ao lado AB, como

mostrado na Fig.5.9:

Fig.6.9: Distância entre CH em um Triângulo ABC.

Relações obtidas no triângulo ABC:

sen𝐴 =ℎ

𝑏 → h = b ∙ sen𝐴

(6.8)

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sen𝐵 =ℎ

𝑎 → h = a ∙ sen𝐵

(6.9)

b ∙ sen𝐴= a ∙ sen𝐵 (6.10)

𝑎

sen𝐴=

𝑏

cos𝐵

(6.11)

Assim, pode-se concluir que:

𝑎

sen𝐴=

𝑏

sen𝐵=

𝑐

sen𝐶

(6.12)

A Eq.6.14 é conhecida como Lei dos Senos ou Teorema dos Senos.

6.2. Círculo Trigonométrico

6.2.1 – Definição

O círculo trigonométrico (ou ciclo trigonométrico) é a circunferência que possui

raio unitário e cujo centro coincide com a origem do plano cartesiano. Ele é dividido em

quatro quadrantes, os quais são limitados por um intervalo de ângulos de 90º, ou 𝜋 2⁄

rad. Além disso, ele também pode ser representado em graus ou radiano, assim como

mostra a Fig.6.10.

I Quadrante [0,𝜋

2] ;

II Quadrante [𝜋

2, 𝜋];

III Quadrante [𝜋,3 𝜋

2 ] ;

IV Quadrante [3𝜋

2, 𝜋].

Fig.6.10: Círculo trigonométrico: (a) em radianos e (b) em graus.

(a)

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(b)

Nota-se que o Sentido Positivo do Círculo Trigonométrico, ou seja, o sentido em

que o ângulo aumenta a partir de 0°, é dado a partir do Sentido Anti-horário, enquanto

que o Sentido Negativo é dado a partir do Sentido Horário.

Além disso, é possível calcular o Comprimento da Circunferência 𝐶 a partir da

seguinte equação Eq.6.16.

𝐶 = 2. 𝜋. 𝑅 (6.13)

6.2.2 Relações Trigonométricas no Círculo Trigonométrico

Conhecidas as razões trigonométricas básicas no triângulo retângulo, será

possível expandir esse conhecimento para o círculo trigonométrico, a fim de se

determinar o seno, o cosseno e a tangente de outros arcos importantes.

Para todo ângulo 𝛼 contido no primeiro quadrante, tem-se um ângulo

correspondente nos demais quadrantes, de forma que os valores de seno, cosseno e

tangente de 𝛼 são iguais em módulo nos seus correspondentes, podendo alterar o sinal,

positivo ou negativo, dependendo do quadrante.

No II Quadrante: 180º − 𝛼;

No III Quadrante: 180º + 𝛼;

No IV Quadrante: 360º − 𝛼.

Fig.6.11: Ângulos correspondentes de α em outros quadrantes: (a) em graus e (b) em radianos.

(a)

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(b)

6.2.3 Seno e Cosseno

Para a determinação dos valores de seno e cosseno de um ângulo 𝛼, usam-se os

mesmos princípios citados no triângulo retângulo. Como é possível observar na

Fig.6.12, raio do círculo trigonométrico é unitário (Hipotenusa). Portanto, o seno de 𝛼

será igual ao próprio “cateto oposto” (C.O.) à 𝛼; e o cosseno de 𝛼 será igual ao próprio

“cateto adjacente” (C.A.) à 𝛼. As Eq.6.17, Eq.6.18 e Eq.6.19 exemplificam tais relações.

sen𝛼 = 𝑦𝐴 (6.14)

cos𝛼 = 𝑥𝐴 (6.15)

tan𝛼 =sen𝛼

cos𝛼

Fig.6.12: Determinando o Seno e o Cosseno de 𝛼

(6.16)

Com isso, obtém-se a relação fundamental da trigonometria:

sin²(𝛼) + cos²(𝛼) = 1 (6.17)

Como o raio do círculo trigonométrico é unitário, o maior valor de seno e

cosseno é igual a 1; e o menor valor será −1. Ou seja, as funções seno e cosseno estão

limitadas ao intervalo [−1; 1].

A partir da Fig.6.13 é possível notar que: o seno do ângulo correspondente de 𝛼

no II quadrante é igual ao seno de 𝛼; o seno dos ângulos correspondentes de 𝛼 no III e

no IV quadrantes são iguais ao oposto do seno de 𝛼; o cosseno dos ângulos

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correspondentes de 𝛼 no II e no III quadrantes são iguais ao oposto do cosseno de 𝛼; e

o cosseno do ângulo correspondente de 𝛼 no IV quadrante é igual ao cosseno de 𝛼.

Fig.6.13 - Representação gráfica das funções seno e cosseno dos ângulos correspondentes de nos

demais quadrantes: (a) 𝑠𝑒𝑛 (𝛼) e – 𝑠𝑒𝑛 (𝛼); (b) 𝑐𝑜𝑠 (𝛼) e – 𝑐𝑜𝑠 (𝛼).

(a)

(b)

Observa-se que a função 𝑠𝑒𝑛(𝛼) é uma função ímpar, pois tem-se que sen(𝛼) =

−sen(−𝛼). E a função 𝑐𝑜𝑠 (𝛼) é uma função par, pois cos(𝛼) = cos(−𝛼), tal como é

ilustrado na Fig.6. 14.

Fig.6.14: Classificação das funções (𝑎) sin(𝛼) e (b) cos(𝛼) como ímpar e par, respectivamente.

(a)

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(b)

Tab.6.1: Tabela dos valores de seno e cosseno dos ângulos notáveis.

Ângulo sen(α) cos (𝛼)

𝛼 =0° 0 1

𝛼 = 30°

1

2

√3

2

𝛼 = 45° √2

2

√2

2

𝛼 = 60° √3

2

1

2

𝛼 = 90° 1 0

𝛼 = 180° 0 -1

𝛼 = 270° -1 0

𝛼 = 360° 0 1

Exemplos:

1) Determine sen (−𝜋

3)

Solução:

O ângulo −𝜋

3 rad está no IV quadrante e está relacionado ao ângulo

𝜋

3 rad, portanto:

sen (−𝜋

3) = sen (

𝜋

3) , logo: sen (

−𝜋

3) = −

√3

2

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2) Determine cos (−𝜋

3)

Solução:

cos (–𝜋

3) = cos (

𝜋

3) , logo: cos (

–𝜋

3) =

1

2

3) Determine sen (5𝜋

4)

Solução:

O ângulo 5𝜋

4 rad está no III quadrante e está relacionado ao ângulo

𝜋

4 rad, portanto:

sen (5𝜋

4) = −sen (

𝜋

4) , logo: sen (

5𝜋

4) =

−√2

2

4) Determine cos (5𝜋

4)

Solução:

cos (5𝜋

4) = −cos (

𝜋

4) , logo: cos (

5𝜋

4) =

−√2

2 .

5) sen (5𝜋

6)

Solução:

E o ângulo 5𝜋

6 rad está no II quadrante e, portanto, está relacionado ao ângulo

𝜋

6 rad,

portanto:

sen (5. 𝜋

6) = sen(

𝜋

6) , logo: sen (

5. 𝜋

6) =

1

2

6) Determine cos (5𝜋

6)

Solução:

cos (5𝜋

6) = −cos (

𝜋

6) , logo: cos (

5𝜋

6) =

−√3

2 .

6.2.4 Tangente

Para a representação do valor da tangente de um ângulo α no círculo

trigonométrico, acrescenta-se uma reta tangente t ao círculo trigonométrico, assim

como é indicado na figura Fig.6.15. A tangente de α será dada pelo comprimento do

segmento AB.

Observe que não existe tan(α) se α é igual a 𝜋/2 ou 3𝜋/2, pois as reta 𝑟3 e t não

se interceptam para os ângulos 𝛼 = 𝜋/2 e 𝛼 = 3𝜋/2.

Fig.6.15: Definição gráfica da função tan(α).

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Ao analisar a Fig.6.16, conclui-se que a tangente do ângulo correspondente de α

no III Quadrante é igual à tangente de α; e a tangente dos ângulos correspondentes de

α no II e no IV quadrantes são iguais ao oposto da tangente de α.

Fig.6.16:Representação gráfica da função tangente dos ângulos correspondentes de α nos

demais quadrantes.

Exemplos:

1) Determine tan (7𝜋

6)

Solução:

O ângulo 7𝜋

6 rad está no III quadrante e está relacionado ao ângulo

𝜋

6 rad, portanto:

tan (7𝜋

6) = tan (

𝜋

6) , logo: tan (

7𝜋

6) =

√3

3

2) Determine tan (3𝜋

4)

Solução:

O ângulo 3𝜋

4 rad está no II quadrante e está relacionado ao ângulo

𝜋

4 rad, portanto:

tan (3𝜋

4) = − tan (

𝜋

4) , logo: tan (

3𝜋

4) = −1.

Eixo dos senos

Eixo dos cossenos

α

3π/2

π/2

t

A

BO

tgα

r3

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3) Determine tan (5𝜋

3)

Solução:

O ângulo 5𝜋

3 rad está no IV quadrante e está relacionado ao ângulo

𝜋

3 rad, portanto:

tan (5𝜋

3) = − tan (

5𝜋

3) , logo: tan (

5𝜋

3) = −√3.

4) Determine tan (5.𝜋

2)

Solução:

O ângulo 5𝜋

2 rad é côngruo de

𝜋

2 rad (o ângulo

5𝜋

2 rad está na mesma posição de

𝜋

2 rad

após uma volta completa no círculo trigonométrico). Portanto, a função tan (5𝜋

2) não

existe tal qual função tan (𝜋

2).

6.3. Relações Trigonométricas Inversas

Definem-se as seguintes razões inversas: “a secante de um ângulo α (sec(𝛼)) é dada

pelo inverso do cosseno deste ângulo”; “a cossecante de um ângulo α (cossec(𝛼)) é dada

pelo inverso do seno de α”; e “a cotangente de um ângulo α (cotg(𝛼)) é dada pelo

inverso da tangente deste ângulo”. Assim, têm-se as Eq.6.21, Eq.6.22 e Eq.6.23:

sec(𝛼) = 1

cos(𝛼)

(6.18)

cossec (𝛼) = 1

sen (𝛼)

(6.19)

cotg (𝛼) = cos (𝛼)

sen (𝛼)=

1

𝑡𝑔(𝛼)

(6.20)

Exemplos:

1) Se sen(𝛼) =1

2 , com 0 < 𝛼 <

𝜋

2 . Determine o valor de sec(𝛼).

Solução:

sen2(𝛼) + cos2(𝛼) = 1, portanto:

(1

2)2

+ cos2(𝛼) = 1 →1

4+ cos2(𝛼) = 1 → cos2(𝛼) = 1 −

1

4, então:

cos2(𝛼) =3

4

cos (𝛼) = ±√(3

4) → cos (𝛼) = ±

√3

2 ,

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e como 0 < 𝛼 <𝜋

2 ,

tem − se que α está no I quadrante, logo:

cos (𝛼) =√3

2 .

Portanto:

sec(𝛼) = 1

cos(𝛼)→ sec(𝛼) =

2

√3→ sec(𝛼) =

2

√3.√3

√3 , logo:

sec(𝛼) = 2. √3

3 .

2) Se sen(𝛼) =−2

3 , com

3.𝜋

2< 𝛼 < 2𝜋. Determine o valor de cotg(𝛼).

Solução:

sen2(𝛼) + cos²(𝛼) = 1, portanto:

(−2

3)2

+ cos2(𝛼) = 1 →4

9+ cos2(𝛼) = 1 → cos2(𝛼) = 1 −

4

9, então:

cos2(𝛼) =5

9→ cos (𝛼) = ±√(

5

9) →

cos (𝛼) = ±√5

3 ,

e como 3𝜋2< 𝛼 < 2. 𝜋 ,

tem − se que α está no IV quadrante, logo:

cos (𝛼) =√5

3 .

Portanto:

cotg (𝛼) = cos (𝛼)

sen (𝛼)→ cotg (𝛼) =

(√53 )

(−23 )

, logo:

cotg (𝛼) =

(√53 )

(−23 )

= (√5

3) . (

3

−2) =

√5

−2∴ cotg (𝛼) =

−√5

2 .

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6.4. Identidades Trigonométricas

Algumas identidades trigonométricas facilitam a resolução de alguns

problemas., tal como as Eq.6.24, Eq.6.25 e Eq.6.26.

sen2(𝛼) + cos2(𝛼) = 1 (6.21)

1 + tg2(𝑥) = sec2(𝑥) (6.22)

1 + cotg2(𝑥) = cossec2(𝑥) (6.23)

Dados dois ângulos a e b; os valores de seno, cosseno e tangente dos arcos

obtidos pela soma ou pela subtração de a e b serão as equações de Eq.6.27 à Eq.6.34:

sen(𝑎 + 𝑏) = sen(𝑎). cos(𝑏) + sen(𝑏) . cos(𝑎) (6.24)

sen(𝑎 − 𝑏) = sen(𝑎). cos(𝑏) − sen(𝑏) . cos(𝑎) (6.25)

cos(𝑎 + 𝑏) = cos(𝑎). cos(𝑏) − sen(𝑎). sen(𝑏) (6.26)

cos(𝑎 − 𝑏) = cos(𝑎). cos(𝑏) + sen(𝑎). sen(𝑏) (6.27)

sen(2𝑥) = 2. sen(𝑥). cos(𝑥) (6.28)

cos(2𝑥) = cos²(𝑥) − sen²(𝑥) (6.29)

sen (𝑥

2) = √

1−cos (x)

2

(6.30)

cos (𝑥

2) = √

1+cos (x)

2

(6.31)

Dados dois ângulos p e q, os valores da soma e da subtração dos senos e dos

cossenos destes ângulos serão obtidos a partir das seguintes relações de Eq.6.35 à

Eq.6.38:

sen(p) + sen(q) = 2. sen(p+q

2) . cos(

p−q

2) (6.32)

sen(p) − sen(q) = 2. sen (p−q

2) . cos (

p+q

2) (6.33)

cos(p) + cos(q) = 2. cos (p+q

2) . cos(

p−q

2) (6.34)

cos(p) − cos(q) = −2. sen (p+q

2). sen (

p−q

2) (6.35)

Exemplos:

1) Determine o valor de sen(105°) e cos(15°).

Solução:

Como 105º é igual a 60º + 45º, tem-se que:

sen(105°) = sen(60° + 45°)

sen(105°) = sen(60°). cos(45°) + sen(45°). cos(60°)

sen(105°) =√3

2.√2

2+√2

2.1

2=

√6

4+√2

4

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sen(105°) =√6 + √2

4 .

E como 15º é igual a 60º − 45º, tem-se que:

cos(15°) = cos(60° − 45°)

cos(15°) = cos(60°). cos(45°) + sen(60°). sen(45°)

cos (15°) =1

2.√2

2+√3

2.√2

2=√2

4+√6

4,

cos (15º) =√2+√6

4

6.5. Funções Trigonométricas

6.5.1 Função Seno:

Admitindo y como uma variável independente, é possível representar a função

seno da Eq.6.39:

𝑦 = 𝑓(𝑥) = sin(𝑥) (6.36)

A partir dessa representação, devem-se constatar as seguintes definições:

O domínio da função (D(f)) está compreendido sob todo o conjunto dos

números reais, ou seja, a variável x pode assumir qualquer valor real.

Para cada valor de x existe um valor correspondente de y que varia de -1 a 1, isto

é, a imagem da função (Im(f)) compreende o intervalo[−1, 1].

A cada volta que se completa no círculo trigonométrico, os valores de y repetem-

se oscilando, o que significa dizer que a função apresenta caráter oscilatório e

periódico, de período igual a 2𝜋.

Fig.6.17: Gráfico da senoide.

Se a função se apresentar na forma da Eq.6.40:

𝑓(𝑥) = sen(𝑘. 𝑥) (6.37)

O período T da função será igual a Eq.6.41.

𝑇 =2𝜋

𝑘

(6.38)

Se 𝑘 > 1, ocorre uma compressão horizontal no gráfico de ordem a (Ver Fig.6.18).

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18

Fig.6.18: Gráfico da Função 𝑓(𝑥) = sen(2𝑥).

Podem haver casos nos quais a função é apresentada sob a forma 𝑦 = 𝐴. 𝑠𝑒𝑛 𝑥,

o que provocará um alongamento (𝐴 > 1) ou um encurtamento vertical (𝐴 < 1).

Fig.6.19: Gráfico da Função 𝑓(𝑥) = 0.5 sen(𝑥).

Percebe-se também a existência de deslocamentos verticais ou horizontais sob

as respectivas formas: 𝑦 = 𝐵 + sen(𝑥) para os deslocamentos verticais e 𝑦 =

sen(𝑥 + 𝐶) para os deslocamentos horizontais.

Sendo assim, é possível chegar a uma nova fórmula genérica (Eq.6.42) para a

função seno levando-se em consideração os deslocamentos supracitados.

𝑓(𝑥) = 𝐴 + 𝐵. sen(𝑘𝑥 + 𝐶) (6.39)

Em que A, B, C e k são constantes reais.

Fig.6.20:Gráfico da Função f(x) = −0.5 + 0.5sen(2𝑥 + 𝜋)

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19

6.5.2 Função Cosseno:

Assumindo y como uma variável independente, é possível também representar a

função cosseno na Eq.6.43:

𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 (6.40)

A partir dessa representação, deve-se atentar às seguintes definições:

O Domínio da função (D(f)) está compreendido sob todo o conjunto dos

números reais, ou seja, a variável x pode assumir qualquer valor real.

Para cada valor de x existe um valor correspondente de y que varia de -1 a 1, isto

é, a imagem da função (Im(f)) compreende o intervalo [−1, 1].

A cada volta que se completa no Círculo Trigonométrico, os valores de y se

repetem oscilando, o que significa dizer que a função apresenta caráter oscilatório e

periódico, de período igual a 2𝜋.

O gráfico contido na Fig.6.21 representa a curva conhecida como cossenóide.

Caso a função seja apresentada sob a forma 𝑓(𝑥) = cos(𝑘𝑥),analogamente à

função seno, o período T da função será igual a Eq.6.44

𝑇 =2𝜋

𝑘

(6.41)

Neste caso também ocorre uma compressão horizontal no gráfico de ordem a.

A função cosseno também pode ser 𝑦 = 𝐴 cos(𝑥),o que provocará um

alongamento (𝐴 > 1) ou encurtamento (𝐴 < 1) vertical (variação da amplitude).

Percebe-se igualmente a existência de deslocamentos verticais ou horizontais

sob as respectivas formas: 𝑦 = 𝐴 + cos(𝑥) para os deslocamentos verticais e 𝑦 =

cos(𝑥 + 𝐶) para os deslocamentos horizontais.

Sendo assim, é possível obter a uma formulação genérica (Eq.6.45) para a

função cosseno levando em consideração os deslocamentos mencionados:

f(x) = A + B cos(𝑘𝑥 + 𝐶) (6.42)

Em que A, B, C e k são constantes reais.

6.5.3 Função Tangente:

Tal qual as funções seno e cosseno, a função Tangente também pode ser

presentada, de acordo com a Eq.6.46; tendo, igualmente, y como uma variável

independente:

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𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑎𝑛 𝑥 (6.43)

Com isso, constatam-se as seguintes definições:

A variável x, ao contrário do que ocorre nas funções seno e cosseno, não pode

assumir os valores 𝜋

2 e

3𝜋

2 (e seus respectivos correspondentes em “N” voltas no

círculo trigonométrico). Desta forma, o domínio (D(f)) corresponde ao intervalo

[0; 𝜋

2 [ U ]

𝜋

2; 3𝜋

2 [ U ]

3𝜋

2; 2𝜋] + N. 2𝜋.

Para cada valor de x pertencente ao domínio, existe um valor de y que, ao se

aproximar dos valores de indefinição da função, apresentarão assíntotas, as quais

podem ser visto no gráfico da Fig.6.22 na forma de linhas verticais tracejadas.

Assim como nas funções seno e cosseno, a função tangente também apresenta

caráter periódico, porém a descontinuidade dos valores, devido às assíntotas, torna a

função não oscilatória.

Fig.6.21: Gráfico da Função f(x) = tan(𝑥).

Assim como nas funções anteriormente comentadas, na função tangente

também podem ocorrer deslocamentos no gráfico. Sendo estes generalizados pela

Eq.5.47:

𝑓(𝑥) = 𝐴 + 𝐵 tan(𝑘𝑥 + 𝐶) (6.44)

Sendo que o novo período T será dado ela Eq.6.48:

𝑇 =𝜋

𝑘 (6.45)

6.5.4 Função Arco-Seno

O arco-seno (arcsen(𝑥))é um ângulo definido pela variável 𝑎 dependente de um

valor x tal que para arcsen(𝑥) = 𝛼 isto é, sen(𝛼) = 𝑥.

Exemplo 6: Para um triângulo retângulo de hipotenusa 2 cm e cujo ângulo 𝛼 é oposto a

um cateto de 1cm, determine o valor de 𝑎:

Solução:

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sen(𝛼) =1

2 , logo:

𝛼 = arcsen (1

2). Ou seja, sen(α) =

1

2; Como

sen (𝜋

6) =

1

2, então:

𝛼 =𝝅

𝟔𝑟𝑎𝑑 = 30°

6.5.5 Função Arco-Cosseno

O arco-cosseno (arccos(𝑥)) é um ângulo 𝑎 cujo valor de seu cosseno vale x, isto

é, 𝑎 depende de x tal que arccos(𝑥) = 𝛼 ∴ cos(𝛼) = 𝑥. Pode-se dizer, portanto, que a

função arco-cosseno é a função inversa da função cosseno.

Exemplos:

1) Sabe-se que um triângulo retângulo possui um ângulo 𝑎 tal que o cateto adjacente a

este ângulo vale 2 cm e a hipotenusa do respectivo triângulo possui valor de 4 cm.

Determine o ângulo 𝑎.

Solução:

cos(𝛼) =2

4=

1

2, logo:

𝛼 = arccos(1

2), ou seja, cos(𝛼) =

1

2

Como:

cos (𝜋

3) =

1

2:

𝛼 =𝜋

3𝑟𝑎𝑑 = 60°

6.5.6 Função Arco-Tangente

O arco-tangente (arctan(𝑥)) de um valor x, é o ângulo 𝛼 cuja a tangente é igual

ao valor x. Ou seja, se tan(𝛼) = 𝑥, tem-se que α = arctan(𝑥) .

Exemplos:

1) Um triângulo retângulo possui um ângulo 𝑎 o qual tem como cateto oposto b = 2.√2,

e o cateto adjacente c =2.√2. Determine o ângulo 𝑎

Solução:

tan(𝛼) =2√2

2√2= 1, logo:

α = arctan(1), ou seja, 𝑡𝑔(𝛼) = 1

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Como:

tan (𝜋

4) = 1, então:

𝛼 =𝜋

4𝑟𝑎𝑑 = 45°

6.6. Sistema de Coordenadas Polares

O sistema de coordenadas polares no plano tem como referenciais um ponto

fixo 𝑂 denominado polo e uma semirreta orientada fixa com origem em 𝑂 denominada

eixo polar; e um raio 𝑟, como é representado na Fig.6.23.

Fig.6.23: Representação de um eixo polar

Considere 𝑃 um ponto genérico no plano e seja o raio r a distância entre o polo

𝑂 e o ponto 𝑃, assim 𝑟 = |𝑂𝑃̅̅ ̅̅ |. Se 𝑃 ≠ 𝑂, então 𝑃 pertence a uma única semirreta

determinada com a origem em 𝑂. Tais descrições são representadas na Fig.6.23

Fig.6.24: Semirreta formando um ângulo 𝜃 com o Eixo Polar.

Seja 𝜃 o ângulo formado entre o eixo polar e esta semirreta, medido a partir do

eixo polar. Como o ângulo 𝜃 tem vértice no pólo 𝑂 e o seu lado inicial é o eixo polar, ele

é dito estar na posição padrão ou fundamental. Assim, a semirreta constitui o lado

terminal do ângulo 𝜃 na posição fundamental. Os ângulos são geralmente medidos em

radiano e são considerados positivos quando medidos no sentido anti-horário.

A cada ponto 𝑃 do plano, pode-se associar um par de números reais 𝑟 e 𝜃

denominados coordenadas polares de 𝑃. Denota-se 𝑃(𝑟 , 𝜃), onde 𝑟 é a coordenada

radial (raio) de 𝑃, que é a distância de 𝑃 em relação ao pólo, e 𝜃 é a coordenada angular

ou ângulo polar de 𝑃.

As coordenadas polares (𝑟, 𝜃) estabelecem a posição do ponto 𝑃 em relação a

uma “grade” formada por círculos concêntricos com centro em 𝑂 e semirretas partindo

de 𝑂. O valor de 𝑟 localiza P num círculo de raio 𝑟, o valor de 𝜃 localiza 𝑃 numa

semirreta que é o lado terminal do ângulo na posição fundamental, e 𝑃 é determinado

pela interseção do círculo com a semirreta, como é mostrado na Fig.6.25.

O Eixo polar

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𝑃 (3,𝜋

6) ; 𝑄 (2,

2𝜋

3) ; 𝑅 (1,

7𝜋

6)

Fig.6.25: “Grade” formada por círculos concêntricos e semirretas partindo de 0.

6.6.1 Conversão de Coordenadas

Para converter coordenadas polares (𝑟, 𝜃) em cartesianas (𝑥, 𝑦), ou vice-versa, é

usual considerar que o polo do sistema polar coincidente com a origem do sistema

cartesiano e o eixo polar do sistema polar coincidente com o eixo x, tais como as

Eq.6.49 e Eq.6.50. Assim, o eixo positivo 𝑦 é a semirreta 𝜃 = 𝜋/2.

{𝑥 = 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑦 = 𝑟 sen𝜃

(6.46)

ou

{𝑟 = ± √𝑥2 + 𝑦2

tan 𝜃 = 𝑦 𝑥⁄ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≠ 0

(6.47)

Se 𝜃 está na posição fundamental então 𝑟 = +√𝑥2 + 𝑦2

Se 𝜃 = arctan(𝑦 𝑥⁄ )então tan(𝜃 + 𝑛 𝜋) = 𝑦 𝑥⁄ para 𝑥 ≠ 0 𝑒 𝑛 ∈ 𝐼

Fig.6.25. Representação Gráfica do Eixo Polar P coincidindo com o eixo x do Sistema

Cartesiano.

Exemplos:

𝑃 {

(𝑟 , 𝜃 ) 𝑝𝑜𝑙𝑎𝑟

(𝑥, 𝑦) 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠𝑖𝑎𝑛𝑜

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Converta as coordenadas polares dadas para coordenadas cartesianas:

(𝑟, 𝜃) → (𝑥, 𝑦) = (𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃 , 𝑟 sen 𝜃)

1) (𝑟, 𝜃) = (2 ,3𝜋

2 )

Solução:

𝑥 = 2 𝑐𝑜𝑠 (3𝜋

2) = 2 .0 = 0

𝑦 = 2 sen (3𝜋

2) = 2. (−1)

(𝑥, 𝑦) = (0 , −2)

2) (𝑟, 𝜃) = (−4 ,−𝜋

3)

Solução:

𝑥 = (−4 ). 𝑐𝑜𝑠 (−𝜋

3) = (−4). (

1

2) = −2

𝑦 = (−4). sen (−𝜋

3) = (−4). (

−√3

2) = 2√3

(𝑥, 𝑦) = (−2 , 2√3)

3) (𝑟, 𝜃) = (1 ,2𝜋

3)

Solução:

𝑥 = (1). 𝑐𝑜𝑠 (2𝜋

3) = (1). (−

1

2) = −

1

2

𝑦 = (1). sen (2𝜋

3) . (

√3

2) = √3 2⁄

(𝑥, 𝑦) = (−1

2,√3

2)

Converta as coordenadas cartesianas dadas para coordenadas polares.

(𝑥, 𝑦) → (𝑟, 𝜃){𝑟 = ± √𝑥2 + 𝑦2

tan 𝜃 =𝑦

𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≠ 0

4) (𝑥, 𝑦) = (4 , 4)

Solução:

𝑟 = + √42 + 42 = √25 = 4√2

tan 𝜃 =4

4= 1 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 tan(1){

𝜋

45𝜋

4

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Como o ponto está no primeiro quadrante 0 ≤ 𝜃 ≤𝜋

2, logo 𝜃 =

𝜋

4

(𝑟 , 𝜃) = (4√2 ,𝜋

4)

5) (𝑥, 𝑦) = (−1 , −√3)

Solução:

𝑟 = + √(−1)2 + (√3)2 = √4 = 2

tan 𝜃 =−√3

−1= √3 →

→ 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 tan(√3) =

{

𝜋

3

4𝜋

3

Como o ponto está no terceiro quadrante 𝜋 ≤ 𝜃 ≤3𝜋

2, logo 𝜃 =

4𝜋

3

(𝑟 , 𝜃) = (2 ,4𝜋

3)

6) (𝑥, 𝑦) = (3√3,−3)

Solução:

𝑟 = + √(3√3)2+ (−3)2 = √36 = 6

tan 𝜃 =−3

3√3= −

1

√3 →

𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 tan (−1

√3) =

{

𝜋

6=11𝜋

6

5𝜋

6

Como o ponto está no quarto quadrante –𝜋

2≤ 𝜃 ≤ 0, logo 𝜃 =

−𝜋

6

(𝑟 , 𝜃) = (6 ,−𝜋

6)

7) (𝑥, 𝑦) = (0,−4)

Solução:

𝑟 = + √(0)2 + (−4)2 = 4

tan 𝜃 =−4

0= ∄ → 𝜃 =

{

𝜋

2

3𝜋

2

Como 𝑦 < 0 o ponto pertence ao eixo negativo 𝑦 logo 𝜃 =3𝜋

2= −

𝜋

2

(𝑟 , 𝜃) = (4 , −𝜋

2)

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Na figura, 𝐴𝐵 = 5𝑑𝑚, 𝐴𝐷 = 5√7 𝑑𝑚, 𝐷𝐵𝐶 = 60º e 𝐷𝐶𝐴 = 90º. Determine a

medida de CD em decímetros.

2) Calcule o comprimento L do arco BA

definido numa circunferência de raio r=10

cm, por um ângulo central de 60°.

3) Calcule m de modo a obter sen(𝑥) = 2m+ 1 e cos(𝑥) = 4m + 1

4) Dado quesin(𝑥). cos(𝑥) = 𝑚, calcule o valor de 𝑦 = sen4(𝑥) + cos4(𝑥) e 𝑧 =

sen6(𝑥) + cos6(𝑥)

5) Dois lados de um triângulo que medem 8m e 12m e formam entre si um ângulo de

120°.Calcule o terceiro lado.

6) Um triângulo tem lados a = 10m, b = 13m e c= 15m.Calcule o ângulo o menor, A

,

do triângulo.

7) Determine o período e a imagem e faça o gráfico de um período completo das

funções abaixo:

a) :f dada por 𝑓(𝑥) = − sen 𝑥.

b) :f dada por |𝑓(𝑥) = | sen𝑥|

c) :f dada por 𝑓(𝑥) = sen(𝑥 +𝜋

3)

d) :f dada por 𝑓(𝑥) = −3. cos 𝑥

e) :f dada por 𝑓(𝑥) = cos(𝑥 −𝜋

4)

8) Simplifique:

x

x

x cos1

cos1.

sec1

1

9) Calcule o valor da expressão sen105° - cos 75°

10) Sabendo que sen 𝑎 =3

5 e cos 𝑎 =

4

5, calcule sen(2𝑎) + cos(2𝑎)

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11) Calcule o valor numérico da expressão: 𝑦 = sen (13𝜋

12) . cos(

11𝜋

12)

12)Transforme em produto:

a) 𝑦 = 1 + sen(2𝑥)

b) 𝑦 = 1 + cos(𝑥)

c) 𝑦 = sen(5𝑥) + sen(3𝑥)

d) 𝑦 = cos(3𝑥) + cos(𝑥)

13) Ache os valores de 2 cos2(𝑥) + 5 sen(𝑥) − 4 ≥ 0

14) Demarcar os seguintes pontos no sistema de coordenadas polares e encontrar suas

coordenadas cartesianas:

a) P1= (3,𝜋

3) c) P4= (−3,−

𝜋

3)

b) P2= (3,−𝜋

3) d) P3= (−3,

𝜋

3)

15) Encontrar as coordenadas cartesianas dos seguintes pontos dados em coordenadas

polares.

a) (−2,2𝜋

3) d) (−10,

𝜋

2)

c) (4, 5𝜋

8) e) (−10,

3𝜋

2)

d) (3,13𝜋

4)

16) Encontrar um par de coordenadas polares dos seguintes pontos:

a) (1, 1)

b) (-1, 1)

c) (-1, -1)

d) (1, -1)

17) Identificar e transformar as seguintes equações para coordenadas polares.

a) 𝑥2 + 𝑦2 = 4

b) 𝑥 = 4

c) 𝑦 = 2

d) 𝑥2 + 𝑦2 + 2𝑥 = 0

e) 𝑥2 + 𝑦2 − 6𝑦 = 0

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RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) 𝐷𝐶 = 5√3

2) 𝐿 = 10𝜋/3𝑐𝑚

3) 𝑚1 = −1/10𝑜𝑢 𝑚2 = −1/2

4) 𝑦 = 1 − 2𝑚2𝑒 𝑧 = 1 − 3𝑚²

5) 𝑙𝑎𝑑𝑜 3 → 𝑥 = 4√19

6) 𝐴 = arccos49

65

7)

a) 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ| − 1 ≤ 𝑦 ≤ 1}; 𝑃 = 2𝜋

b) 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ| 0 ≤ 𝑦 ≤ 1}; 𝑃 = 𝜋

c) 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ| − 1 ≤ 𝑦 ≤ 1}; 𝑃 = 2𝜋

d) 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ| − 3 ≤ 𝑦 ≤ 3}; 𝑃 = 2𝜋

e) 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ| − 1 ≤ 𝑦 ≤ 1}; 𝑃 = 2𝜋

8) 𝑐𝑜𝑡𝑔𝑥

9)√2/2

10)31/25

11)𝑌 = 1/4

12)

a) 𝑦 = 2𝑠𝑒𝑛 (𝑥 +𝜋

4) cos (

𝜋

4− 𝑥)

b) 𝑦 = 2𝑐𝑜𝑠2 (𝑥

2)

c) 𝑦 = 2𝑠𝑒𝑛4𝑥. 𝑐𝑜𝑠𝑥 d) 𝑦 = 2𝑐𝑜𝑠2𝑥𝑐𝑜𝑠𝑥

13)1

2≤ 𝑠𝑒𝑛𝑥 ≤ 1

14)

a) (3

2,3√3

2)

b)(−3

2,−3√3

2)

c)(3

2,−3√3

2)

d) (−3

2,3√3

2)

15)

a) (1, -√3) b) (-1.507, 3.6955)

c) (−3√2

2,−3√2

2)

d) (0, -10) e) (0, 10) 16

a) (√2, 𝜋/4)

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b) (√2, 3𝜋/4)

c) (√2, 5𝜋/4)

d) (√2, 7𝜋/4) 17) a) 𝑟 = ±2 b) 𝑟 cos𝜃 = 4 c) 𝑟 sin𝜃 = 2 d) 𝑟 = 2 cos 𝜃 e) 𝑟 = 6 sin𝜃