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O Bardo Thodol Livro Tibetano dos Mortos Bardo Thodol e Reflexões sobre a morte Será este livro a Arte de Morrer ou a Arte de Viver ? Será que este livro responde às eternas perguntas : Quem sou ou o que sou ? Porque nasci ? Qual o meu destino? Porque existe nascer e morrer? ‘O Bardo Thodol é um processo de iniciação cujo próposito é o de restaurar na alma a divindade que ela perdeu ao nascer’. Carl G. Jung Contra a sua vontade ele morreu, porque não aprendeu a morrer. Aprende a morrer e aprenderás a viver, pois ninguém aprenderá a viver se não tiver aprendido a morrer.’ Livro da Arte de Morrer ‘Tudo o que existe aqui, existe lá. Aquele que estranha o aqui, encontra morte após morte. Quem compreende o aqui deixa de estranhar e vive.’ Upanishads ‘Ensaia a morte se queres ser livre. A pessoa que aprendeu a morrer desaprendeu de ser escravo’. Séneca, Cartas de un Estóico

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O Bardo Thodol

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  • O Bardo Thodol Livro Tibetano dos Mortos

    Bardo Thodol e Reflexes sobre a morte

    Ser este livro a Arte de Morrer ou a Arte de Viver ? Ser que este livro responde s eternas perguntas : Quem sou ou o que sou ? Porque nasci ? Qual o meu destino? Porque existe nascer e morrer? O Bardo Thodol um processo de iniciao cujo prposito o de restaurar na alma a divindade que ela perdeu ao nascer. Carl G. Jung Contra a sua vontade ele morreu, porque no aprendeu a morrer. Aprende a morrer e aprenders a viver, pois ningum aprender a viver se no tiver aprendido a morrer. Livro da Arte de Morrer Tudo o que existe aqui, existe l. Aquele que estranha o aqui, encontra morte aps morte. Quem compreende o aqui deixa de estranhar e vive. Upanishads Ensaia a morte se queres ser livre. A pessoa que aprendeu a morrer desaprendeu de ser escravo. Sneca, Cartas de un Estico

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  • Quer saber o que morrer ? Pense na coisa que considera mais valiosa e largue-a! Isso a morte. Krishnamurti A morte est sempre a observar-te, quando pensas que tudo vai mal, a morte diz-te que ests errado, que nada interessa fora do seu alcance, que ela ainda no te tocou. Carlos Castaneda Esta vida de um dia, uma vida para celebrar. Mesmo que se viva um s dia, se se estiver acordado para a verdade, esse nico dia muito superior a uma vida eterna ...se este dia numa vida de cem anos se perde, conseguir-se- alcan-lo de novo? Dogen Morremos do modo como vivemos. Olhei a morte a direito nos olhos e os seus olhos eram bondosos. O modo como lidamos com as nossas mortes dirias associadas s perdas e s mudanas diz-nos muito da situao que iremos enfrentar na nossa morte fisica. Existe alguma Revelao escondida que seja espectacular-bombstica na vida ou apenas pequenos milagres-iluminaes dirias que ocorrem inesperadamente no escuro das mortes dirias ? A morte no acaba com a Vida, pois esta mais importante que a morte. Morrer sereno ter confiana e ter-se abandonado. Na morte h um segredo simples que se revela pelo modo como se vive a morte. Ditos populares Deviamos estar felizes por virmos a morrer. O verdadeiro problema era se vivssemos eternamente. Koan Zen Ests no mundo mas no pertenas a ele, e s como morto nele. Jesus A boa morte chegar onde comemos e conhecer o sitio pela primeira vez. T.S. Elliot Um amigo de Plato, quando este estava perto da morte, pediu-lhe para resumir o livro da sua vida, os Dilogos. Plato saiu do estado de coma e respondeu : Pratica a morte. O guru tibetano Milarepa disse : Combina num todo nico a meta da aspirao, a meditao e a prtica e atinge a Compreenso pela Experimentao. Considera como nica esta vida, a prxima e a que se interpe entre elas e acostuma-te a elas como se fossem uma s.

  • Morrer com ideias preconcebidas ou no?? Ser que se deve morrer com ideias preconcebidas e no vividas sobre esse momento, por exemplo crenas religiosas, que aps a morte fisica se vo ver Anjos, Deuses, Demnios, Santos, Al,etc...? A pessoa deve saber morrer sem ideias ou arqutipos preconcebidos, sem nada que a prenda e interfira com a fora desse momento para o poder viver com toda a sua humanidade. a sua humanidade que a liga a Deus no as suas crenas. Quem acredita na morte como uma experincia espiritual e nela espera ver-alcanar algo distinto do que vivenciou em vida, consoante suas crenas, ser que morre de modo real ou ilusrio ? As suas definies (crenas) espirituais no iro impedir que viva esse momento como uma experincia real ? Esperar algo que pode no se concretizar no ser esse o 1 passo para tornar esse momento decisivo sem a paz que merece mas apenas intranquilo e angustiante ? No ser melhor politica seguir os conselhos de um doente terminal que dizia: Eu no sei o que me espera, mas vou estar de olhos bem abertos. Desengane-se quem pensa poder enganar a morte, ela nunca se deixa enganar. Por isso se aconselha a encarar a morte tal como entrmos no mundo, de mente pura, vazia, inocente como uma criana desapegada do mundo, sem expectativas boas ou ms, sem lutar contra nada, nem criar iluses ou expectativas mas apenas estarmos sintonizados com as coisas tal como so, como acontecem. Sintonizados e atentos tal como estivemos em vida. O significado que damos nossa morte e ao morrer uma indicao da nossa postura-atitude em vida.

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  • Quem morre em paz e sereno no luta por significado nenhum nesse momento, porque simplesmente viveu esse significado em cada dia da sua vida e agora apenas uma nova fase mas com o mesmo significado de sempre! No momento da morte no h como recuar, no se pode voltar para trs, dar o passo em frente, o passo final para atravessar uma porta que nunca se passou antes, sem garantias, sem certezas, sem seguranas. Caminhamos passo a passo, no a partir do medo, mas a partir do nosso corao, porque o grande Mistrio est em abenoar cada passo. Os coraes abertos compreendem esse Mistrio e sentem alegria. esse o Mistrio de finalmente, aps uma vida plena de crescimento-sabedoria espirituais, regressar a si prprio, regressar a Casa do Pai como Seu filho querido, no para ser igual ao Pai como quis Lcifer mas para com ele cooperar. Assim a nossa morte ser a continuao da nossa vida, ser o passo seguinte do nosso crescimento espiritual, pois se em vida conseguimos abrir os olhos e adquirir uma nova atitude e um novo significado para a vida, aproveitando o nosso potencial como ser humano para lidar com os desafios da vida e para crescermos em espirito, no momento da morte essa atitude/significado mantida e serve de ponte para entrarmos em paz e serenidade, sem ideias fixas nem expectativas arqutipo-filosficas, numa nova fase do nosso crescimento espiritual.

    O Bardo Thodol ensina que aquilo que o homem deseja se torna o seu destino.

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  • Quem morre com desejos, agarrado a eles, depois de morto esses desejos o seguem e o destino do morto ser conduzido por eles em ciclos de renascimentos sucessivos at deixar de haver desejos ilusrios. Por isso, d instrues para, em vida, o homem deixar de ter desejos e no se agarrar a eles pois so meras iluses que o vo seguir na morte. Na hora da morte, o homem esclarecido deve enfrent-la com lucidez, calma, e hericamente com uma mente/intelecto correctamente treinado e dirigido (por mestres, gurus, escolas iniciticas ou mesmo auto conhecimento) em vida para esse momento. O derradeiro pensamento que ocorre na hora da morte determina o que se vai seguir, logo esse pensamento deve ser orientado em vida, de preferncia pela prpria pessoa. Ou seja, o que se pensou, desejou e fez em vida, culmina na hora da morte com um agarrar a tudo isso, contudo possivel (mas no normal) algum nesse momento critico, se arrepender do que fez e finalmente compreender que o material apenas iluso e no merece tal agarrar. Alija-te das paixes da vida, das vaidades, da ignorncia; rompe as amarras, liberta-te do desejo, nesta vida na terra, e irs em teu caminho calmo e sereno. Ai de mim! Como me perdi neste mau caminho, curta a vida que me resta, em breve este corpo perecer, hei-de ser ligeiro pois no tenho tempo a perder. A morte deixa de ser um momento dramtico (por medo e incompreenso do que se segue) mas torna-se num momento de alegre transio ( por conhecimento adquirido em vida), perde o sentido negativo e ganha o de vitria alcanada.

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  • A verdadeira Meta no Bardo Thodol est para alm das reencarnaes, dos infernos, paraisos, mundos e mesmo alm da Natureza, a Meta O Sem Desejo, a No Dualidade, o Correcto Conhecimento, a Luz da Verdade, no a nivel pessoal (no budismo no existe alma individual considerada uma iluso de Maya, a Ignorncia) mas a nivel csmico da Verdadeira ou ltima Realidade. Quando se morre com as iluses da vida, comeam para o morto as chamadas iluses karmicas, ou seja, o morto levou consigo na bagagem aquilo a que se prendeu em vida, e assim essas iluses o arrastam no ps morte para novos sofrimentos e possiveis renascimentos para ver se se livra delas, se se purifica das iluses numa vida futura. Essas iluses variam conforme as tradies e crenas culturais e religiosas de cada pessoa, um cristo morrer a pensar em Cristo e nos anjos, um hindu numa corte de deuses, um muulmano em Al e no paraiso,etc.

    Quem em vida aprendeu a controlar essas iluses, mais fcilmente ps morte o consegue e precisamente essa a funo das instrues do Bardo Thodol, ensinar ao vivo como ver as iluses do mundo para ele ir preparado para a morte e a nesse momento as conseguir entender e actuar de acordo para prosseguir a sua evoluo espiritual e no queimar esta vida tendo que renascer de novo. O Bardo Thodol ensina que as coisas no mundo no so propriedade nossa, mas nos so emprestadas enquanto c estamos para bom uso delas (e no para a elas nos agarrarmos com sentido de posse) , e isso implica que preciso uma mudana de atitude perante o mundo, uma inverso de intenes (uma redeno do pecado cristo) da mente de modo a vermos as coisas como emprestadas e no como nossas.

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  • O Bardo Thodol pretende restaurar na pessoa a divindade que ela perdeu ao nascer e assim tambm conferir morte a dignidade perdida. O morto bem guiado no cede aos seus desejos de seguir as luzes opacas das iluses krmicas (geradas pelo ego, pela razo do mundo) que lhe surgem algum tempo depois de morrer e prossegue seu caminho pela Luz verdadeira m ter de sefazer reset de novo. Durante a vida procura-se precisamente esta dolorosa ruptura com este ego (at agora estvel) que quis ser livre mas acabou prisioneiro das suas prprias iluses. Quem consegue, aps muito trabalho e esforos, trazer este ego ao controle, tem assim mais facilidade em lidar com a morte quando esta chega.

    No Bardo Thodol existem as 3 fases seguintes : No momento da morte existe um Conhecimento da Verdade em todos os casos. Depois o morto consoante o seu percurso em vida, segue as iluses karmicas ou as rejeita. Caso as siga, inicia o processo de descida para estados, Reinos intermdios, ou para uma nova encarnao. Se as rejeitar, inicia o processo de Unio com a Clara Luz da Verdadeira Realidade.

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  • O Bardo nas suas 3 fases demora cerca de 49 dias aps a morte at a uma eventual encarnao-renascimento. A viso suprema no vem no fim do Bardo (que trata do renascimento) mas no comeo, no momento da morte.

    Afinal o climax espiritual no momento da morte e se entende assim que a vida humana o veiculo da maxima perfeio que possivel alcanar. Pela vida se gera o karma (fruto dos esforos e desejos em vida), seja de Conhecimento ou de Ignorncia, que leva o morto para a descida ou para a Luz, pois ela contm tudo. O Bardo Thodol foi concebido como um guia para os vivos e s tem valor para aqueles que praticam e compreendem seus ensinamentos em vida. Tem a ver com a prpria vida e no como missa para o morto. Uma das suas funes sobretudo ajudar os vivos que assistem ao morto, os que foram deixados para trs a adoptar uma nova atitude perante a vida para serem capazes de morrer com dignidade e verticalidade e no para orientar o morto que segundo a tradio budista j traou o seu caminho karmico (do qual no se desviar) pela vida que agora terminou. Nascer como ser humano um Privilgio, pois oferece uma oportunidade preciosa de libertao atravs do esforo decisivo de cada um, mas muitos no se do conta disso a tempo. A vida, a encarnao como ser humano permite multiplas possibilidades de corrigir um mau karma anterior, de nos elevarmos espiritualmente, que seres no humanos no dispem.

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  • No se pense que mesmo para um adepto iniciado em vida este processo fcil. Como bem diz D.H. Lawrence : duro morrer, dificil passar a porta, mesmo quando ela se abre. Quem pensa que sabe tudo sobre este processo e que o controla, desengane-se pois a morte tem sempre novidades a mostrar, tem o seu prprio processo, haver medo, desorientao, as nossas capacidades testadas ao limite, zonas escuras reveladas, pois precisa muita coragem e sobretudo aceitao e verdadeira humildade. A ideia de morrer muito diferente do facto de morrer. Dito popular. A morte no se deixa organizar como um evento mundano, nem a questo saber control-la e manipul-la, a questo em mergulhar na nossa humanidade e aceitar morrer em quaisquer circunstncias que surjam, e assim aprender com a morte como deveriamos aprender em vida com os desgostos, frustaes e perdas, em suma, com as pequenas mas importantes mortes dirias na nossa vida. Quem em vida sabe aprender (adquirindo novas atitudes=transformando-se numa nova pessoa) com estas mortes dirias melhor saber aprender-enfrentar o processo sempre imprevisto (sem controle possivel) da morte.

    Quem em vida se esfora por evoluir espiritualmente e se esquece da sua morte, vai pelo caminho errado enganando-se a si mesmo, segue apenas o orgulho espiritual que a nada conduz.

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  • As prticas espirituais (via meditaes elaboradas, ordens religiosas ou iniciticas) se no incluem o tema da sua morte iminente so meras distraces mundanas e egoistas que s satisfazem o ego, o orgulho e s desviam do verdadeiro caminho. Os Sbios dizem ser a morte uma escola de um s golpe. A morte diz : Esfora-te, aprende e conhece, mas conserva um olho em mim, pois s eu tenho a palavra final. Crescer espiritualmente travar um relacionamento com a morte, aceit-la, descobri-la e integr-la na nossa vida, pois estudando a morte se aprende a viver.

    O Yogue Milarepa, foi instruido pelo seu mestre a fazer casas de pedra num dia e a desfaz-las no dia seguinte. Construir e destruir so 2 faces da mesma moeda. Neste momento somos outra pessoa daquela que ramos h 1 segundo atrs. Saibamos aceitar e integrar este facto, que podermos morrer a qualquer instante. O Bardo Thodol procura alertar para isso e dar ao homem as ferramentas para o conseguir. O Bardo da Vida despontou em mim, abandonei a indolncia, no h tempo a desperdiar com distraces inteis.

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  • O discipulo iniciado pelo Bardo comea a escutar o seu corao (nasce a F) , de seguida transforma essa atitude intuitiva em conhecimento pela razo, e finalmente quer o sentimento intuitivo quer o entendimento intelectual so transformados em realidade viva atravs da experincia prtica directa. Ao perceber a natureza ilusria da morte, deixa de a temer. Ao identificar-se em vida com a Luz Eterna, ao morrer continua nessa identificao sem sobressaltos e no segue as luzes ilusrias opacas que o levariam para outros caminhos mas se une Luz clara e informe da Realidade. O iniciado em vida, quando morre, no tem a quebra de conscincia normal na pessoa no-desperta, faz apenas uma transio para outro nivel de conscincia e no precisa que lhe seja lido o Bardo, j o praticou em vida. Antes do momento da morte, o moribundo visualiza diante de si, tipo filme, as imagens, desejos, sentimentos de toda a sua vida, isto para se recordar do que fez e poder julgar-se a si mesmo mais frente. No momento da morte para o homem no-desperto a conscincia empirica a que esteve ligado em vida se perde, ocorre um desfalecimento(desorientao, o chamado estertor do morto) e surge uma Luz que representa a Conscincia Pura. Quem j a conheceu em vida de imediato se liga a ela pois sabe que esse o caminho a seguir. Esta Luz est sempre pronta a ser descoberta em vida por aqueles que tm vontade de a procurar e o poder para encontr-la. No est escondida em lugar secreto.

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  • S precisa que o buscador remova o vu que a cobre da luz opaca do mundo. uma questo de mudana de atitude, afinal de ver o que sempre esteve nossa frente e que s no vemos porque no lhe prestamos ateno. O homem est, de facto, libertado, s que ele no sabe disso, e no sabendo no se preocupa a retirar o vu que o impede de ver a Realidade e continua ligado falsa realidade material dos desejos. Quem no a conhece (a Luz Pura), estranha, fica surpreso e confuso (pois a Luz informe e incolor) e o morto no est habituado (no conhece) a essa Presena, a essa Conscincia Pura e fica espera do que acontece a seguir. Na 1 fase da morte, tal como na 1 fase da via, predomina o corao, a pureza de sentimentos da criana (por isso consegue ver a Luz Pura) e a seguir vem a racionalidade, a maturidade adulta (para quem no compreendeu ainda essa Luz Pura e no se une a ela). Na 1 fase mostrada a todos os mortos essa Luz Pura e os seus atributos (principios divinos), isso um teste ao morto para, ele prprio, perceber se em vida desenvolveu alguns desses atributos divinos (humildade, pureza, etc..) ou no, seja na totalidade (e se unir eternamente Luz Pura) ou apenas parcialmente (e seguir para os niveis de existncia respectivos para continuar a sua evoluo). A seguir surgem ao morto, via razo/intelecto, as inmeras iluses (na forma de luzes opacas), sentimentos a que se agarrou em vida que o puxam para as seguir e a o morto comea a sentir o desejo de as viver de novo e como s o pode fazer em vida, ter tendncia a procurar um novo corpo para renascer de novo na 3 e ltima fase do Bardo. No entretanto vive como que num sonho real (assim como em vida os seus sonhos reflectiam os seus desejos e pensamentos, pois os sonhos so os filhos dos pensamentos do sonhador) uma existncia tipo prolongamento da sua vida passada (ou seja, como no se libertou na 1 fase, continua preso aos seus desejos passados e s anseia novo corpo para os materializar). Em suas vises ou sonhos aparecem simbolos (Deuses) bons-pacificos ou maus-agressivos, que apenas refletem de novo os seus prprios desejos bons (corao) ou maus (razo/mente), tudo o que lhe aparece em simbolos s e apenas o que ele semeou dentro de si em vida. O morto ento como uma criana, que olha maravilhada as figuras simblicas que lhe surgem frente, no ciente da no-realidade disso tudo, se no for iniciado em vida e se agarra a elas e as quer viver(em nova encarnao) de novo.

  • Existem, pois, dois caminhos : Conhecimento ou Ignorncia. O Bardo Thodol exorta o morto (e os vivos) a reconhecer nessas iluses, as criaes da sua prpria mente que lhe tapam a Clara Luz, se ele o fizer (na 1 fase) , liberta-se dos ciclos de renascimento e une-se a Ela para sempre. O Bardo Thodol ensina que aquilo tudo que o sujeito v, devido inteiramente ao seu prprio conteudo mental, no h vises de infernos, paraisos, ces, deuses ou demnios que no sejam originrios das suas formas-pensamentos karmicas alucinatrias que constituem a sua personalidade, produto da sua sede de existncia e da sua vontade de viver e de crer. Da o seu papel quase que psicolgico-cientifico. O objectivo do Bardo Thodol fundamentalmente provocar o despertar do Sonhador para a Realidade (da Clara Luz, que alguns chamam Deus), livre de iluses karmicas e de presenas futuras em quaisquer paraisos, infernos, purgatrios ou mundos de encarnao.

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  • O Juizo Final Neste acto de julgamento o morto analisa o que fez enquanto viveu, se viveu praticando o bem e se lembrando da morte ou pelo contrrio, praticou maus actos e se esqueceu que um dia ia morrer, e ele mesmo decide (pela sua prpria conscincia) o proximo passo a seguir, se libertado da cadeia de renascimentos e passa a ser o Espectador (o Conhecedor) que no encarna nem reencarna (e veste um novo corpo formado de particulas elementares-etreas puras) ou se necessita de mais purificaes por meio dessa roda de encarnaes e de um corpo de novo mais grosseiro e mais sensvel s dores.

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  • A 1 Fase do Bardo - O Chikhai Bardo 1 parte do Chikhai Bardo Os sintomas da morte e a Clara Luz primria Os sintomas da morte Os 3 sintomas principais da morte que devem ser vivenciados em vida para na hora da morte eles serem reconhecidos, enfrentados e aceites so: 1) A terra a desaparecer na gua. Fisicamente uma sensao de presso. 2) A gua a desaparecer no fogo. Sensao fisica de frio hmido como se estivessemos imersos em gua, que gradualmente entra num calor fervente. 3) O fogo desaparecendo no ar. Como se o corpo explodisse em pedaos, em tomos pelo universo. Completa disperso da individualidade e quebra da unidade corporal. Estes sintomas so acompanhados por perda de controle no corpo, dos msculos, da audio, da viso, com a respirao a tornar-se convulsiva momentos antes da quebra de conscincia. Na morte ocorre uma transferncia de conscincia assim como no nascimento, de um plano para outro. Assim como o recm nascido tem de aprender como funciona o mundo onde acabou de nascer assim o morto tem de se adaptar a esse novo plano para onde acabou de passar. Se foi em vida um adepto iniciado nestes mistrios (que de misterioso nada tm para quem os procura e os acaba por compreender) e os viveu em vida (aquele que em vida soube morrer), pode nele ocorrer uma transferncia instantnea de conscincia, ou melhor dito, uma continuidade, por assim dizer, da conscincia e passar de vivo a morto com

  • uma naturalidade e suavidade divinase isto pelo simples relembrar do que em vida praticou.

    Quem assim morre conscientemente, no momento de deixar o corpo fisico, reconhece a Clara Luz Primria que lhe surge e une-se a ela de imediato, quebrando quaisquer laos com as iluses da vida, o Sonhador encontra a Realidade e nela repousa, num estado exttico de conscincia que no Ocidente esotrico se chama Iluminao ou em forma de parbola crist, chegou a casa do Pai e prepara-se para trabalhar com Ele na Sua vinha. Quem no aproveitou a vida para se educar espiritualmente, chega a este novo plano com espanto, surpresa e completamente confuso e desorientado e esta quebra de conscincia (a que o povo chama o desmaio ou estertor do morto) vai influenciar o seu percurso seguinte. Esta quebra de consciencia pode durar 3-4 dias ou menos (a tradio diz que quem viveu uma vida s de vicios esse tempo o de um estalar de dedos) consoante a fora vital de cada pessoa. Nessa fase do 1 Bardo crucial o morto ser confrontado e aceitar a Clara Luz Primria se no se quiser desviar para outros caminhos. Aqui o morto deve recordar agora, chegou a altura, de te conheceres, e permanecer neste estado aceitando a Clara Luz Primria que te confronta pois assim obters o melhor proveito da situao nica onde agora te encontras. Assim como esta a nica Realidade, o Vazio informe, reconhece-o como contendo o teu verdadeiro intelecto, a mente do Todo Bondoso e a tua verdadeira conscincia que a Clara Luz imutvel e eterna .

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  • Nesta fase o morto pode usar as praticas-rituais espirituais que fez em vida para se manter neste estado de plena aceitao da Clara Luz Primria.

    O que a Clara Luz Primria ? O que em todas as tradies se chama Deus ou equivalente, surge no momento da morte como um Esplendor abstracto (informe, sem forma alguma do mundo material) e segundo essas mesmas tradies pode surgir como uma representao-desenho geomtrico, um mandala simblico, rodas engrenadas umas nas outras, tudo sempre no abstracto sem hiptese de racionalizao terica.

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  • Para quem no vai preparado isto tudo tudo uma confuso a que quer escapar (pois no a compreende e no se consegue agarrar a nada para se fixar), deixa fugir a oportunidade de evoluir e segue para caminhos mais fceis, no percebendo que teve sua frente a galinha dos ovos de ouro.

    Porque to dificil se manter na presena da Clara Luz Primria ? Existe uma histria que explica isto de uma maneira muito adequada. dificil colocar uma agulha em equilibrio a girar numa linha mas quando se consegue ele fica l equilibrada mas no por muito tempo devido aco da gravidade que a fora a cair ao fim de algum tempo. A agulha esteve, temporariamente, numa situao anormal para a normalidade da natureza.

    Ao ser confrontado pela presena da Clara Luz Primria, o morto desfruta inicialmente dessa Estabilidade, desse equilibrio Perfeito, dessa Unidade, de um estado intenso de lucidez, mas ao fim de algum tempo, devido a esta situao (estado extatico de no-ego, de consciencia subliminar) no lhe ser familiar e no lhe permitir funcionar como est habituado e ele inevitvelmente tem de comear a funcionar (seja aderindo ou rejeitando a Clara Luz Primria), surgem-lhe de imediato as suas inclinaes/ncoras karmicas (pensamentos de ego, de personalidade, de dualismo, de ser individualizado) que fazem o seu principio de conscincia perder o equilibrio anterior e abandonar a Clara Luz Primria (obscurecida, tapada por essas inclinaes).

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  • a vitria do ego, sobre a realizao da Realidade (que o contrrio, o apagar dos desejos egoistas) e assim a Roda da vida continua a girar. A Roda s pra para aqueles que, em vida, pela sua evoluo espiritual, j viram e sentiram essa Clara Luz Primria, em breves instantes cada vez mais longos, e a sabem reconhecer e aceitar plenamente (sabem ser dignos e humildes na Sua presena e nela aceitam serem integrados, pois sabem pela prtica vivida que nada perdem mas tudo ganham).

    A 2 Parte do Chikhai Bardo A Clara Luz secundria Ao morto que no se fixou na Clara Luz Primria (e ainda no alcanou a Libertao) surge a Clara Luz secundria num espao de tempo que um pouco maior que uma refeio aps ter cessado a expirao mas depende muito da pessoa e sobretudo se fez ou no prtica-exercicios em vida sobre esta confrontao. O principio da conscincia agora ter saido do morto (sem ter havido a tal continuidade para a Libertao) e o morto agora v os seus familiares volta do seu corpo fisico, ouve seus lamentos mas j no pode comunicar com eles. Ainda no lhe surgiram as iluses krmicas nem as horriveis vises dos Senhores da Morte. Tem um corpo de natureza ilusria brilhante (corpo astral, contraparte terea do corpo fisico).

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  • Inicia-se aqui um processo de descida do principio da conscincia, como uma bola que atinge o mximo de altura de seu impulso depois de bater pela 1 vez no solo, a cada nova batida no solo a sua altura menor at se imobilizar, assim para o morto o seu primeiro pulo espiritual o mais alto imediatamente aps abandonar o corpo fisico e o prximo ser mais baixo e assim sucessivamente at se esgotar a fora krmica ps-morte e ocorrer um eventual renascimento.

    Nesta fase crucial para o morto se lembrar do que aprendeu e exercitou em vida sobre este momento de confrontao e se concentrar-meditar na sua entidade tutelar (seja Anjo da Guarda, Buda da Compaixo, etc, etc..). Quem em vida foi ensinado sobre esta confrontao ( via mestre-guru, escola incitica , escola religiosa) mas no a praticou, no est familiarizado com ela e no ser capaz de por si s, reconhecer claramente esta fase do Bardo. como algum que foi ensinado a nadar mas nunca praticou, quando lanado agua fica confuso-desorientado e sente-se incapaz de nadar. Assim acontece ao morto que num meio a que no est habituado perde o controle da situao e comea a esbracejar, e no consegue evoluir e beneficiar desta oportunidade oferecida pela morte. Para ajudar o morto a concentrar-se existiam em algumas civilizaes os auxiliares da passagem que recitavam ao ouvido do morto as instrues para ele se orientar neste novo meio e assim conseguir manter a continuidade da sua conscincia e se fixar Clara Luz secundria , agarrando esta oportunidade que lhe oferecida.

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  • Para quem consegue se fixar nesta fase (ou as instrues forem aplicadas com xito), o karma deixa de controlar o morto e este une a Realidade Me com a Realidade filha. Tal como os raios de sol dissipam a escurido, a Clara Luz, no Caminho, dissipa o poder do karma. Nota : A Realidade ou Verdade filha alcana-se em vida por prticas espirituais continuadas (meditao exercicios iniciticos), a Realidade ou Verdade Me s aps a morte fisica pode ser vivenciada quando o Conhecedor estiver em controle da situao ao se ter fixado na Clara Luz secundria (ou antes na Primria). Estas duas Realidades esto uma para a outra como um objecto fotografado est para a fotografia.

    A 2 Fase do Bardo

    O Chonyid Bardo O morto que no se fixou nem na Clara Luz Primria nem na secundria e no alcanou assim a Libertao, passa agora para uma nova fase onde surgem as iluses krmicas. Surgem flashes de imagens, sons, luzes, raios que atemorizam, e causam fadiga e descontrole ao morto. Nota: A morto vivencia a nova Realidade como incerta (da a fadiga e descontrole) pois a vislumbra atravs da contraparte Bardo (que um estado intermdio, incerto) das faculdades ilusrias-limitadas do corpo terrestre e no da conscincia suprahumana desobscurecida do estado da Clara Luz).

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  • Aqui de novo so preciosas as prticas espirituais-religiosas que tiver feito em vida para se manter em controle da situao assim como as palavras dos assistentesque lhe dizem: nobre filho, no te apegues, por gosto ou fraqueza, a esta vida, pois no tens o poder de aqui permaneceres, nada ganhars com isso a no ser errar neste labirinto( Samsara), no sejas fraco, lembra-te da Preciosa Trindade. nobre filho, quando teu corpo e mente estiverem separados, devers ter vislumbrado a Clara Luz da Verdade Pura, viva, subtil, intensa, deslumbrante, radiosamente medonha, no te assustes com ela, nem temas, trata-se do esplendor da tua prpria e verdadeira natureza. Reconhece-a, aceita-a, no te deixes ofuscar por ela. Do meio desse esplendor vir o som natural da Realidade, como milhares de troves, no te assustes, nem temas, trata-se smente do som natural do teu prprio eu verdadeiro. O corpo que agora tens chama-se corpo-pensamento de inclinaes, j no tens o corpo de carne e osso, e tudo o que venha, sons, luzes, raios, no te podem fazer mal, s incapaz de morrer neste teu novo estado. suficiente para ti saber que tais aparies so tuas prprias formas-pensamentos. Reconhece isso como sendo o Bardo e est tranquilo. Se no o fizeres e por muita prtica que tenhas tido em vida (meditao exercicios iniciticos), as luzes te assustaro, os sons te aterrorizaro e errars no labirinto (Samsara).

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  • Os 7 dias das Divindades Pacificas O defunto nesta 3 fase ir de seguida ver surgir durante 7 dias, vrios simbolos, divindades, formas que tem de enfrentar e reconhecer de modo a se fixar num Reino intermdio (existem pois 7 destes Reinos) sem necessidade de renascer. O 1 destes 7 dias comea, a partir do momento, que ele desperta para o facto de estar morto e no caminho do renascimento (sem se ter fixado antes nas Claras Luzes), mais ou menos 3 a 4 dias aps a morte. Os assistentes dir-lhe-o que agora tudo est em revoluo e as aparncias dos fenmenos que vo surgir sero esplendores e divindades e que necessrio o defunto se acostumar a essa confuso tal como um beb se acostuma quando nasce ao novo ambiente. Ou seja, agora vo surgir as formas mentais ilusrias que o morto adquiriu em vida consoante as suas prticas (religiosas-misticas-iniciticas-ateias) como simbolos, deuses, sons, abstraces. Se o morto se conseguir fixar nalgum destes 7 dias como deve, ento estabiliza o karma e permanece num estado-Reino intermdio de existncia, cada dia com seu Reino.

    No 1 dia o defunto enfrentar dois tipos de Luzes, uma azul transparente, gloriosa, ofuscante que de to brilhante mal capaz de olhar e que atemoriza (tal como olhar de frente para o Sol) e outra branca, mas opaca e mais acolhedora.

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  • Aqui a mensagem para o morto : No te deixes afeioar pela luz branca e opaca seno errars perdido mas liga-te luz azul e transparente com profunda f, se assim procederes acedes ao Reino dos Budas. Se o defunto no se fixou (porque se deixou dominar pelas iluses) na luz azul do 1 dia, passa ao 2 dia onde confrontado com suas ms aces-pecados em vida e de novo com dois tipos de Luz , uma branca pura e transparente da Sabedoria e outra opaca escura do inferno. A mensagem neste dia : No te assustes com a luz branca transparente, no fujas dela, ela Sabedoria, coloca nela a tua humilde e fervorosa f, refugia-te nela e nela medita. Ela o gancho a que te podes agarrar para a tua salvao. Se assim procederes acedes ao Reino da Felicidade Suprema. Se, pelo contrrio, te afeioas pela luz opaca do inferno vais seguir o caminho do teu mau karma e da tua clera acumulada e cairs no reino do inferno, por isso no olhes para ela e evita o rancor. Nota : Comea aqui a referncia chave ao gancho da salvao da alma que surgir igulamente nas prximas oportunidades de salvao nos dias que se seguem. Este gancho o equivalente mo que o Deus egipcio Ra faz descer do Cu em forma de raio para ajudar o defunto ou aco salvadora da Graa crist.

    Quem no foi agarrado pelo gancho no 2dia devido ao mau karma e ao orgulho confrontado no 3dia com duas luzes amarelas, uma transparente ( que amedronta de to intensa) e outra opaca (que atraie de to suave), aqui de novo se pede ao defunto para se unir luz transparente e se afastar da opaca.

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  • A mensagem neste dia : No te assustes com a luz amarela transparente, no fujas dela, coloca nela a tua humilde e fervorosa f, refugia-te nela e nela medita. Ela o gancho a que te podes agarrar para a tua salvao. Se assim procederes acedes ao Reino da Glria. Se, pelo contrrio, te afeioas pela luz opaca do mundo humano vais seguir o caminho do teu egoismo e ms inclinaes e nascers no mundo humano e no seu lodo e lamaal mundano , por isso no olhes para ela e evita o egoismo. Quem no foi agarrado pelo gancho no 3dia devido ao mau karma pela cobia e avareza confrontado no 4dia por duas foras, da Luz e da avareza-cobia-afectividade, duas luzes vermelhas fogo, uma transparente (que amedronta de to intensa) e outra opaca (que atraie de to suave), aqui de novo se pede ao defunto para se unir luz transparente e se afastar da opaca. A mensagem neste dia : No te assustes devido tua afectividade pela luz vermelha transparente, no fujas dela, confia na sua deslumbrante e brilhante luz vermelha limpida, coloca nela a tua humilde e fervorosa f, refugia-te nela e nela medita. Ela o gancho a que te podes agarrar para a tua salvao. Se assim procederes acedes ao Reino Oeste. Se, pelo contrrio, te afeioas devido a tua afectividade e fraqueza pela luz vermelha opaca cairs no mundo dos Espiritos infelizes e no conseguirs ganhar a Libertao, por isso no olhes para ela e evita essa emboscada da afectividade sem sentido.

    Quem no foi agarrado pelo gancho no 4dia (pois devido a uma longa associao com seus erros so incapazes de os abandonar) e possuia karma muito negativo e muita inveja confrontado no 5dia por duas foras, da Luz e paixo da inveja, duas luzes verdes Ar , uma transparente (que amedronta de to intensa) e outra opaca (que atraie de to suave), aqui de novo se pede ao defunto para se unir luz transparente e se afastar da opaca.

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  • A mensagem neste dia : No te assustes pela luz verde transparente, resigna-te a ela, no fujas dela, refugia-te na sua imparcialidade e nela medita. Ela o gancho a que te podes agarrar para a tua salvao. Se assim procederes acedes ao Reino Norte. Se, pelo contrrio, te afeioas devido a tua fraca capacidade mental e tua forte inveja pela luz verde opaca cairs no mundo do sofrimento das guerras interminveis, por isso no olhes para ela e evita essa tua inclinao invejosa. Quem no foi agarrado pelo gancho no 5dia devido a fortes ms inclinaes e carente de familiarizao com a Sabedoria e errou caminho abaixo por ter-se deixado dominar pelo sentimento de temor e terror das luzes e raios dos ganchos confrontado no 6dia por duas foras, uma que vai representar as 4 entidades e as 4 cores do arco iris de Luz transparente que o incentivam a ligar-se a elas, outra que representa as 6 entidades negativas e as 6 luzes opacas de obstruo. Apenas a luz verde no se mostra ao defunto neste momento pois a faculdade de Sabedoria do seu intelecto ainda no est preparadadesenvolvida para apreender essa cor e esse brilho. A mensagem neste dia : No te assustes pela luzes opacas que te surgem, liga-te simplesmente ao brilho e esplendor das luzes do arco iris transparentes, no fujas delas, fica apenas em estado de no-formao de pensamento, elas so as tuas divindades tutelares, elas so um reflexo da tua prrpia luz interior, conhece-as e aceita-as como um filho compreende sua me. Elas so o gancho a que te podes agarrar para a tua salvao. Se assim procederes acedes ao Reino sem Retorno e fechas as portas dos 6 reinos negativos. Se, pelo contrrio, te afeioas s 6 luzes ilusrias e opacas, devido tua prpria impureza cairs nos mundos impuros onde sers arrastado e de onde jamais te emancipars, por isso no olhes para elas.

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  • Quem, por grave mau karma e por desrespeito completo de qualquer f religiosa no se consegue fixar no 6 dia vai arrastar-se para o 7 dia e vir surgirem divindades (smbolos do caminho) do Conhecimento vindas do paraiso e entidades que representam a estupidez, o vicio bruto, a paixo obscura (representam o simbolismo do caminho para o mundo dos brutos e carniceiros) que o poro em confronto. A mensagem neste dia : nobre filho, dos coraes das Divindades do Conhecimento sairo esplendores das 5 cores ( unidade em arco iris do centro, branco do leste, amarelo do sul, vermelho do oeste e verde do norte) to brilhantes e puras que teus olhos no suportaro mirar essa viso esplendorosa. Ao mesmo tempo surgir uma luz azul opaca do mundo bruto e devido s influncias das tuas ms propenses, sentirs medo das luzes transparentes e puras e atraco pela luz azul opaca. No te atemorizes pelo esplendor das 5 luzes, elas so o teu gancho e a tua prpria Sabedoria e vo conduzir-te ao Reino do Paraiso. No te deixes atrair pela luz azul seno cairs no mundo da brutalidade, da escravido e das bestas.

    Os 7 dias das Divindades Iradas Muita gente foi libertada nos 7 dias anteriores pela confrontao feita com as luzes transparentes e opacas das divindades Pacificas oriundas do centro psiquico do corao. Mas grande ainda o nmero daqueles que no conseguiram a libertao face ao seu bruto karma e agora segue-se a fase onde surgem do 8 ao 14 dias as divindades Iradas oriundas do centro psiquico do cerebro que mais no so que as formas reflexas, excitadas e iradas das divindades Pacificas, a outra face da moeda.

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  • Para o defunto confuso, dominado por temores e medos, torna-se dificil a tarefa de reconhecimento e confrontao a partir de agora, mas como ele tambm fica muito concentrado e focado (devido a mudanas sbitas, tipo flashes, de esplendores de origens diversas), isso pode ajudar uma eventual libertao. Nesta fase a arte do defunto reconhecer as divindades iradas como contrafaces das pacificas, no as temendo, por mais horriveis e sanguinrias que sejam e as encarando com a naturalidade de um encontro familiar com formas-pensamento-imagens do seu prprio interior, como suas divindades tutelares e fazendo assim uma diluio nelas em harmonia sem se atemorizar. Esta arte equivalente a temer uma pele de leo quando no se sabe o que uma pele de leo, quando algum nos informa o que e ficamos esclarecidos, a pele deixa de nos meter medo. S temos medo do que desconhecemos e nunca enfrentmos. Nestes 7 dias as divindades iradas que surgem representam igualmente smbolos da existncia mundana e da sua impermanncia e da necessidade do defunto a ela renunciar por ilusria e bestial.

    Essas divindades emanam apenas do contedo mental que o falecido experimentou em vida e da poderem ser reconhecidas, enfrentadas e integradas. Nota : Mais uma vez se reafirma que quem em vida teve evoluo espiritual prtica (no apenas terica) se pode servir dessas experincias, visualizaes, mantras, meditaes para reconhecer ps morte todas as formas pensamento que a possam surgir e as enfrentando-integrando passar ao nivel correspondente da sua evoluo espiritual.

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  • Mais prticas em vida , mais cedo ocorre a Libertao no Bardo e melhor se controlam as inevitveis iluses e desorientao ps morte.

    Aquilo por que o homem tanto deseja, morrer bem, seguro, merecidamente, sem perigo, para isso ele deve ter ateno,estudar e aprender esta Arte e as suas lioes enquanto ainda estiver vivo e com sade ( sem sade, tambm no aproveitar ) e no esperar que a morte o possua. A Arte de morrer

    A 3 Fase do Bardo

    O Sidpa Bardo Esta 3 parte, que dura perto de 22 dias (dos 49 dias no total das 3 partes) dependendo do karma de cada um, a derradeira oportunidade para o defunto (que aqui chegou devido ao seu mau karma e vicios em vida e que por isso se atemorizou at agora e no foi capaz de confrontar as suas prprias iluses) de evitar novo renascimento em ventre humano e de continuar sua evoluo noutro plano.

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  • O defunto neste Bardo possui um corpo etreo-astral, corpo criado pelo seu prprio desejo em forma-pensamento. Houve como que um nascimento ( desse corpo de desejo) sobrenatural ( pois defunto agora). Vai ver surgir sua frente vrias vises que o solicitam e atraem para a elas aderir e assim seguir vrias opes de renascimento.

    A mensagem aqui : No sigas as vises, no te deixes atrair, no sejas fraco. Se te deixares atrair vais errar perdido e sofrer dor, conserva a tua mente em repouso, como aprendeste em vida com teu mestre (no estado de no pensar , de no-pegar, primordial ) e medita com amor e confiana humilde em tuas divindades e teu mestre. Lembra-te dos ensinamentos, lembra-te dos ensinamentos, isto de grande importncia, no te distraias. Com esse corpo astral o defunto pode viajar velocidade do seu pensamento, pensa aquilo e est l, pois sem corpo fisico isso se torna possivel. Como o vento, o karma est em movimento permanente e o intelecto do morto sem o corpo fisico que o ancorava desse vento, o brinquedo desse karma. Mas nova mensagem : No desejes isso, no o faas, mantm-te sereno, calmo, no te deixes entusiasmar com as magias espectaculares, conserva a tua ateno no Teu Senhor O defunto v seus parentes e amigos, que o choram e ele sente grande dor e sabe que estou morto, e agora que fao?

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  • Aqui a mensagem : No te deixes prender pela dor e aflio por estares separado dos teus prximos, foca-te no teu Mestre, no teu Guia, no Teu Anjo da Guarda, no te apegues dor da separao e no ters pesar, terror ou temor. Ou seja, est morto mas no se deve afligir por isso. O ambiente envolvente de um tom acinzentado, tipo crepsculo astral. Consoante o karma de cada um, agora surgiro mais vises (iluses prprias) que podem ser terriveis com fortes sons e expresses como : Mata, mata e ameaas semelhantes. O defunto pode sentir-se perseguido e atormentado por animais sanguinrios, por sons terriveis e exploses, por fogo turbulento, por mares bravios, por ventos furiosos. Quer fugir de todos eles e depara-se com 3 precipcios profundos e aterradores e sente que est prestes a despenhar-se neles. Estes precipcios simbolizam as 3 paixes ms e cair nelas seria entrar num ventre antes do tempo.

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  • Aqui a mensagem : No temas essas vises terriveis, nem esses precipios, eles so a Ira, a Luxria e a Estupidez, e invoca apenas a Divindade a que estiveste ligado em vida, seja ela qual for, isto de grande importncia. Quem em vida esteve sinceramente ligado a alguma religio sentir prazeres e felicidade. Quem em vida foi neutro espiritualmente no sentir nem prazer nem dor mas apenas uma incolor, indiferente estupidez. Aqui a mensagem : Abandona as afeies excessivas e anseios de felicidade e conforto. Mesmo em estado de indiferena, conserva a tua atitude de no-distraco, de no apego, sem sequer pensares que ests meditando, isto de grande importncia. Nesta fase o morto est numa instabilidade permanente, e como j se disse, seu corpo astral se move como o vento, com um mero pensamento e isso deixa-o intranquilo, aflito, quer repousar e no consegue, quer se demorar a ver os seus parentes e no consegue l ficar muito tempo. V seus prximos e amigos e, consoante seu karma, deseja ter um corpo de novo para experimentar de novo estar vivo, e ansiosamente procura por um corpo, por um ventre para renascer.

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  • Aqui a mensagem : Como no podes permanecer muito tempo em algum lugar e tens de continuar, no penses em muitas coisas, conserva teu intelecto em seu prprio estado (no modificado-original), afasta o desejo de um corpo e mantem tua mente em estado de resignao e age de modo a permaneceres assim. Quem assim proceder ser liberto e evitar o renascimento.

    O Juizo

    Nesta 3 fase do Bardo surge tambm um Juizo, semelhante ao Juizo final cristo e ao Juizo da balana dos mortos do Egipto.

    O Juiz a conscincia imparcial e recta do defunto. Os carrascos executores da sentena so os Senhores da Morte (as prprias alucinaes do defunto).

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  • A mensagem aqui : Ests aqui devido ao teu prprio karma. Caso no consigas ou no saibas como orar, te concentrar na(s) tua(s) Divindade(s) tutelares, ento vers surgir diante de ti o Bom Gnio que contigo habitou em vida e que contar as tuas boas acoes com seixos brancos e o teu Mau Gnio que tambm contigo sempre habitou em vida e que contar com seixos pretos as tuas ms aces. De nada serve mentir ou iludir as questes e a Realidade dos factos. O Senhor da Morte executar sem piedade a deciso (que a deciso da tua prpria conscincia) e o castigo pode ser cortar-te a cabea, extrair teu corao, arrancar teus intestinos, devorar teu crebro, beber teu sangue, cortar teu corpo em pedaos e ters intensa dor e tortura. Que isso no te espante ou atemorize, mas no mintas e no temas o Senhor da Morte, sabe que todas as torturas que ele te fizer no te podem afectar pois teu corpo actual astral no morre e no sofre danos mesmo decapitado ou esquartejado. Evita pois o temor e o medo. Compreende agora, e isto importante, que excepto as tuas prprias alucinaes, na realidade no existe exteriormente mais nada, nem Senhores da Morte, nem deuses, nem demnios. Reconhece que ests no Bardo, tenta meditar numa tua Divindade tutelar que tiveste em vida, se no a tiveste, ao menos analisa com ateno o que se passa agora tua volta e que te est espantando, como um observador curioso mas imparcial e vers que afinal isso nada mais que um vazio sem consistncia real, vazio esse que a verdadeira natureza da realidade. Ests agora na linha que separa os Budas dos seres sensveis, se te distraires agora, no sairs to cedo do Atoleiro do Sofrimento.

  • Aqui o defunto est num momento critico onde num instante uma grande diferena criada (entre ser Buda iluminado ou ser sensivel no-iluminado) ou uma Iluminao alcanada. Mesmo a um rude analfabeto (espiritual) dito para considerar as terriveis torturas como simbolos divinos (como parte do seu karma e portanto como provas divinas) e lembrar-se de algum nome sagrado que ouviu em vida a que se possa agarrar agora. O defunto no se deve apegar nem s alegrias nem s dores e tristezas, tipo molas para cima e para baixo do karma, deve considerar tudo isso como algo irreal que ele observa o mais impvido e sereno possivel sem medo nem temores. Este o segredo. Como o defunto deve reagir ao que ficou para trs, bens, amigos, parentes?

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  • Com desapego, com confiana e F no seu caminho, sem se prender seja a bens materiais que deixou ou a familiares ou amigos. Manter apenas um sentimento sereno e humilde de carinho/amor por eles seja l o que eles estiverem agora pensando ou fazendo em nome do defunto. Isto fundamental para se libertar e no entrar pelas portas erradas do dio, inveja, avareza. Neste momento tudo o que o defunto pensa, actua com grande poder, seja para o levar para cima ou para baixo, logo deve ter apenas afeies puras e f humilde, preciso no se esquecer deste cuidado muito importante pois ainda h esperana.

    As luzes dos 6 Lokas Quem ainda no conseguiu se libertar ver agora mais claro qual o seu futuro destino. Ver surgirem 6 cores que simbolizam 6 locais de possiveis renascimentos. A luz a que o defunto se prender ser o seu destino ( seu plano/nvel de proximo renascimento evolutivo) . Luz branca = Mundo dos Deva ( tipo Paraiso cristo) . Luz verde = Mundo dos Asura , mundo das guerras e batalhas. Luz amarela = Mundo humano Luz azul = Mundo dos brutos ( simbolo da humanidade embrutecida) Luz vermelha = Mundo dos preta ( espiritos negativos, falsos) Luz negra fumaa = Mundo infernal

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  • Aqui a mensagem : Seja qual for a luz que te surja no te ligues a nenhuma, conserva-te sereno e medita simplesmente nela como sendo o Bem, esta a grande arte que tens de usar agora. Se fores capaz medita alternadamente na tua divindade tutelar e no Bem para permitir ao teu intelecto se manter vazio e capaz de se manter despegado das luzes.

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  • O Processo de Renascimento Se a iluso se manteve devido ao mau karma e falta de compreenso da pessoa, segue-se o caminhar para o renascimento num ventre. Existem ainda duas possibilidades de isso no acontecer (o renascimento) : 1) Impedir o defunto de entrar num ventre. Aqui o defunto tem uma derradeira possibilidade de se libertar se conseguir manter a serenidade e meditar seja na sua divindade tutelar seja no Bem e desfazendo essa imagem se concentrar de seguida na Clara Luz. 2) Fechar as portas de entrada no ventre existindo 5 mtodos possiveis. Mtodo A Decidir firmemente ter um nico proposito, pensar apenas o bem, abandonar toda a inveja e conservar apenas o amor e a f. Mtodo B Perante vises cada vez mais pressionantes de casais copulando e atraindo-o, o defunto deve pensar na sua divindade tutelar, mestre, guru e solicitar deles a graa de o libertar e fechar os ventres que o solicitam. Mtodo C As vises de actos sexuais aumentam, o defunto deve evitar qualquer sentimento em relao aos seus hipotticos futuros pais, seja de dio/repulsa ou atraco. Normalmente quem nasce macho tem dio ao pai e atraco pela me e vice versa. Deve manter a mente nessa firme determinao de distanciamento emocional. A mensagem aqui : s livre agora, no queiras ser enclausurado numa forma oval num ventre e ser transformado num cachorro, s agora um ser humano, no queiras sofrer como um cachorro num canil ou um porco numa pocilga. No queiras provar a estupidez, a brutalidade, e a obscuridade intelectual miserveis e sofrer inmeros sofrimentos ligados ao nascimento no mundo.

  • Mtodo D Aqui o defunto deve pensar que tudo ilusrio e nada tem realidade. Tudo so sonhos e fantasias da sua mente. Para qu ento se prender a algo que no tem realidade ? Para qu ento ter medo de algo que no tem realidade ? Se o defunto estiver concentrado nisto, consegue imprimir esta convico na sua consciencia e ver a porta do ventre fechada. Mtodo E Aqui o defunto deve conservar a mente em atitude serena, natural (no modificada) meditando na Clara Luz ou no vazio. Nota : Pode perguntar-se para qu tantas e sucessivas confrontaes? Porque quando se est morto todas as nossas faculdades esto amplificadas (ouvimos e de imediato compreendemos e captamos), a memria nove vezes mais lcida que em vida e por a adiante relativamente s restantes faculdades . O morto j no tem suporte fisico que o impea de pensar e estar l, no tem barreiras fisicas e de compreenso, pode por isso comprender algo de imediato se lhe for dito. Por isso, h que aproveitar esse estado mais desperto do morto para lhe incutir as instrues necessrias sua libertao por meio de sucessivas confrontaes at ele perceber que, se quiser, se tiver vontade forte, pode ser livre e evitar o renascimento. Da os inmeros actos funerrios simblicos em todas as tradies e os 49 dias do Bardo para confrontar o morto sucessivas vezes.

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  • A Escolha do ventre Para quem no fechou as portas anteriores agora tem de fazer uma boa escolha do ventre para renascer. O defunto ver vrias alternativas, seja em continentes, paises , cidades, aldeias, e finalmente seus pais. A mensagem aqui : No entres em lugares escuros, desertos, decrpitos, desolados, lugares de forte atraco ou repulso, procura locais onde a religio e o espiritual prevalea. Agora que tens um pequeno poder de prescincia, podes escolher adequadamente. Se vires ameaas (de entidades, sons, vises terriveis) no te inquites e mantm a calma sem buscar refgio (num ventre) por isso. Se buscares um refgio para te esconderes-protegeres das ameaas, dificil ser de l saires (pois o ventre acolhedor) e teres errado na escolha do ventre, um renascimento em local errado e que te trar sofrimentos. Escolhe um ventre sem estares pressionadoe mantm tua mente serena.

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  • Nascimento Sobrenatural e no Ventre O defunto tem aqui duas alternativas: Num derradeiro esforo da sua conscincia pode transferi-la para outro nvel-plano existencial de Buda puro (cus, paraisos, edens, purgatrios ,etc ) sem renascer como humano impuro e escravo do destino. Para isso tem de meditar: Ai de mim, este nascer em ventre me desgosta, me horroriza, me repugna, quero nascer na Terra pura de Buda no meio da uma flor de ltus. Esta firme e sentida resoluo se for mantida pelo defunto ir libert-lo do renascimento em ventre humano. Caso contrrio, o ventre o espera e s pode de melhor escolher aquele que for o mais adequado para si, como se disse acima , sem atraco nem repulso, com a maior imparcialidade e onde o espirito mais prevalea. O defunto mais inapto nestas prticas deve pelo menos, antes de entrar num ventre, de manter a cabea erguida e meditar na Luz e no paraiso. Ao ventre e pais escolhidos, dirigir sentimentos de amor e confiana, assim como se abenoa uma catedral-igreja a inaugurar, visualiza como uma catedral celeste o ventre onde ests entrando para o purificar. O ventre ideal dar um corpo dotado e livre das 8 servides : Prazeres excessivos, guerras-conflitos continuos, escravido da brutalidade, sede e fome, frio e calor, irreligio, defeitos fisicos e cargas genticas negativas. A entrada num ventre ideal seria : Entrar nele intencionalmente, estar nele consciente e sair dele sbiamente.

    Assim se conclui o Bardo Thodol, livro da Arte de BEM viver para MELHOR morrer.

  • Em concluso, os mais adiantados no momento da morte (Chikhai Bardo) apreendem de imediato a Clara Luz e tm libertao imediata. Os menos exercitados passam ao Chonyid Bardo onde podero apreender ainda a Clara Luz em algumas das suas ramificaes secundrias e seguir caminho ascendente ou se integrar mais tarde nas Divindades pacificas e iradas e passar aos planos respectivos. Os mais fracos de espirito passam ao Sipda Bardo e tero hipteses de renascer seja em planos espirituais ou em ventres humanos para prosseguir sua evoluo krmica.

    Notas finais : A leitura do Bardo Thodol aconselhada aos vivos para se prepararem para a morte. aconselhada pessoa (se tiver ainda faculdades activas) que est a morrer, recitar e reflectir no texto para se relembrar ou fixar agora nesse momento crucial o que precisa saber para se orientar ps morte.

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  • aconselhada que seja lida pelos parentes ou religiosos que acompanham o morto, pois este est agora a ouvir melhor que em vida (e a leitura fica melhor impressa na sua mente) e assim pode despertar para uma mudana de atitude fundamental para na filosofia budista (que no acredita em alma individual ou Deuses) alcanar o Nirvana, o estado de Buda e se libertar do ciclo de renascimento como ser humano.

    Para obter esse efeito os parentes/familiares devem se abster de excessos emocionais (choros incontidos, lamrias e gemidos) que s destabilizam e intraquilizam o defunto e o podem fazer desviar do seu caminho.

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