5º emflor | caderno de resumos · wagner dos reis marques araújo (ufrgs) ii - mulheres na...

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5º Emflor | Caderno de Resumos 3

REALIZAÇÃO

Universidade Federal do Amazonas – UFAM

Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero,

Política e Poder – GEPOS

LOCAL

Av. Gen. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200. Campus

Universitário. Bairro Coroado I

Manaus – AM

Reitor

Prof. Dr. Sylvio Mário Puga Ferreira

Editora dos Anais

Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres

Logomarca

Tiago Diniz Severiano

Digitalização e Formatação dos Originais

Letícia Paulliny Araújo do Nascimento

Coordenadora geral do Evento

Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres

Comissão Organizadora

Iraildes Caldas Torres

Aline dos Santos Pedraça

Andréa Costa de Andrade

Denison Silvan

Eveline Maria Damasceno do Nascimento

Ivone Marli de Andrade Amorim

Jéssica Lopes de Freitas

Karla Patrícia Palmeira Frota

Keliene Ferreira dos Santos

Leticia Paulliny Araújo do Nascimento

Luiza de Marilac Miléo Moreira

Mara Tereza Oliveira de Assis

Maria Sandrelle Gonçalves de Oliveira

Marcos Antônio Braga de Freitas

Mérilin Gomes Cavalcanti

Michelle Rabelo de Souza

Milton Melo dos Reis Filho

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva

Lauschner

Nicole Maria Fernandes de Sousa

Rooney Augusto Vasconcelos Barros

Solange Pereira do Nascimento

Viviane de Oliveira Rocha

Comissão Científica

Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres (UFAM)

Profa. Dra. Artemis de Araújo

Soares (UFAM)

Profa. Dra. Rosa Ester Rossini (USP)

Profa. Dra. Tereza Almeida Cruz (UFAC)

Comissão Julgadora dos Pôsteres

Profa. Dra. Artemis de Araújo

Soares (UFAM)

Profa. Dra. Tereza Almeida Cruz (UFAC)

Prof. Dr. Henrique Nardi (UFRGS)

Comissão Julgadora de Mostra de

Fotografia

Profª Drª Ivania Vieira (UFAM)

Jornalista Denison Silvan

Secretaria do Evento

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva

Lauschner

Andréa Costa de Andrade

Michelle Rabelo de Souza

Jessica Lopes de Freitas

Keliene Ferreira dos Santos

Mérilin Gomes Cavalcanti

Mara Tereza Assis de Oliveira

Viviane de Oliveira Rocha

Comissão de Organização dos Resumos

Iraildes Caldas Torres

Andréa Costa de Andrade

Solange Pereira do Nascimento

Viviane de Oliveira Rocha

Comissão de Comunicação e Divulgação

Denison Silvan

Comissão de Infraestrutura e Transporte

Raimunda Rosineide Souza do Nascimento

Milton Melo dos Reis Filho

Comissão de Monitoria

Karla Patrícia Palmeira Frota

Eveline Maria Damasceno do Nascimento

Comissão de Arte, Cultura e Cerimonial

Ivone Marli de Andrade Amorim

Nicole Maria Fernandes de Sousa

Maria Sandrelle Gonçalves Cardoso

Mérilin Gomes Cavalcanti

Jéssica Lopes de Freitas

5º Emflor | Caderno de Resumos 5

Comissão de Captação de Recursos

Iraildes Caldas Torres

Andréa Costa de Andrade

Aline dos Santos Pedraça

Comissão de Apoio

Alice Alves Menezes Ponce de Leão

Deilson do Carmo Trindade

Diogo Gonzaga Torres Neto

Jeanne Chaves de Abreu

João Aluízio Piranha Dias

Marinete Lourenço Mota

Marinilde Verçosa Ferreira

Naia Maria Guerreiro Dias

Rosimay Corrêa

Tainá Abecassis Teixeira

Yomarley Lopes Holanda

Wagner dos Reis Marques Araújo

Comissão de Exposição de

Empreendimentos de Mulheres da

Economia Solidária

Luiza de Marilac Miléo Moreira

5º Emflor | Caderno de Resumos 6

FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pelo Bibliotecário Bernardo Farias do Santos

CRB-11/459

E56c Encontro Nacional de Estudos sobre Mulheres da Floresta (5.: 2017:

Manaus).

Caderno de Resumos do 5º Encontro Nacional de Estudos sobre

Mulheres da Floresta: novos feminismos e o pós-moderno na América

Latina / Org. Iraildes Caldas Torres – Manaus: 2017.

377p.: il. color; 31 cm.

ISSN 2316-8684

1. Emflor 2. Mulheres da Floresta 3. Feminismos 4. Estudos de Gênero I.

Universidade Federal do Amazonas II. Título.

CDU 305-055.2

Editora da Universidade Federal do

Amazonas

Av. Gen. Rodrigo Octávio Jordão Ramos,

1200. Campus Universitário. Universidade

Federal do Amazonas. Setor Sul.

CEP. 69077-000. Manaus/AM

Fone: (92)3231-1139 e 99128-5327

e-mail: [email protected] /

[email protected]

Gepos - Grupo de Estudo, Pesquisa e

Observatório Social: Gênero, Política e

Poder.

Programa de Pós-graduação Sociedade e

Cultura na Amazônia – PPGSCA

Programa de Pós-graduação em Serviço

Social e Sustentabilidade na Amazônia –

PPGSS

Realização

5º Emflor | Caderno de Resumos 7

AGRADECIMENTOS

O Emflor – Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta assume, nesta quinta edição, o nível nacional, em função do grande salto que tomou ao longo de sua história. O sucesso deste evento científico de troca de conhecimento e divulgação de pesquisas na temática de gênero, é creditado ao esforço de pesquisadoras e pesquisadores membros do Gepos – Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder, vinculado ao CNPq/UFAM. No âmbito interno da Universidade Federal do Amazonas, o Emflor é vinculado a dois programas de Pós-graduação, a saber: 1) Ppgsca – Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia; 2) Ppgss - Programa de pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia.

Nossos agradecimentos iniciais são devidos à CAPES que através do Edital PAEP disponibilizou recursos ao evento, embora limitados, mas sem os quais seria difícil realizá-lo.

Agradecimentos primordiais são dirigidos à Universidade Federal do Amazonas que, por intermédio da Administração Superior, concedeu quantias expressivas de passagens às palestrantes, expositoras em mesas-redondas, ministradoras de minicursos e coordenadoras de grupos de trabalhos. O apoio institucional ao Emflor tem sido fundamental para o fortalecimento da difusão do conhecimento e divulgação das pesquisas sobre gênero e práticas sociais das mulheres da floresta.

Agradecimentos de gratidão são dirigidos à Organização Não- Governamental Católicas pelo Direito de Decidir, que contribuiu para a aquisição das bolsas oferecidas aos congressistas. Do mesmo modo, agradecemos os apoiadores Engelectrus, Engeletrics, o Sindicato dos Contabilistas e o Movimento de Mulheres por Moradia Orquídeas, que contribuíram com o nosso evento. Obrigada pelo reconhecimento e apoio

5º Emflor | Caderno de Resumos 8

à causa feminista e divulgação das pesquisas sobre a temática de gênero em nosso país.

Agradecemos todas as nossas convidadas e convidados que atenderam o nosso convite para proferir palestras, participar de mesas-redondas, ministrar minicursos e coordenar grupos de trabalhos.

Agradecemos, por fim, aos membros do Gepos pelo empenho e compromisso engajado na organização do 5º Emflor. Equipe coesa, dinâmica e aplicada no alcance dos melhores resultados do evento. Nossos agradecimentos são extensivos ao Ppgsca – Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia; e Ppgss – Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, que abrigam o 5º Emflor no âmbito da Universidade Federal do Amazonas.

O Emflor é um congresso científico que cresce a cada edição, passando ao status de evento nacional, neste ano de 2017, fato que nos orgulha e nos impulsiona a seguir em frente com a sua realização.

Iraildes Caldas Torres Professora da Universidade Federal do Amazonas

Coordenadora do 5ºEMFLOR

5º Emflor | Caderno de Resumos 9

APRESENTAÇÃO

O Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta – Emflor, é uma iniciativa do Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder - Gepos, que desenvolve estudos na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) dentro da temática de gênero, feminismo, política e relações de poder. Trata-se de um evento bianual que reúne pesquisadoras/es, estudantes de graduação e pós-graduação, militantes e ativistas da sociedade civil no segmento de mulheres.

O 5º Emflor, que conta com o apoio da CAPES, traz ao debate o tema Novos feminismos e o pós-moderno na américa latina, em sua primeira edição de caráter nacional. Os novos feminismos assumem diversas expressões de materialização da luta das feministas no mundo inteiro sob vários matizes. São feminismos encarnados em ações concretas que transcendem o simbolismo da segunda onda, carregados de transgressão e enfrentamento à moral burguesa.

O tempo contemporâneo é propulsor de variados tipos de feminismos, os quais nascem espontaneamente nas sociedades ocidentais, levantando a bandeira do respeito às diferenças e do direito de ir e vir das mulheres.

Um olhar demorado e mais exigente deve reconhecer que as relações de gênero, enquanto heurística explicativa das relações sociais envolvendo homens e mulheres, suas materialidades e simbologias, compõe um universo de significados múltiplos e complexos que escapa, mormente, do academicismo e da canonicidade cartesiana.

Os temas de pesquisa que se apresentam no tempo contemporâneo se furtam a uma interpretação estritamente cartesiana, matriz epistemológica da ciência moderna. Exige uma outra racionalização que flexibilize o olhar, permitindo identificar abismos profundos de uma sociologia das ausências (SANTOS, 2000), para ver a luz (AGAMBEN, 2009). Aos temas dos

5º Emflor | Caderno de Resumos 10

mitos, das tradições e práticas sociais das mulheres, deve ser lançado um olhar multidimensional, estabelecendo uma rede de conversação com os mais diferentes saberes.

Este é o debate posto na pauta do 5º Emflor, que conta com uma programação distribuída em conferência magna, mesas-redondas, minicursos, apresentação de trabalhos orais e em forma de pôsteres, além de exposição de mostra de fotografias.

O 5º Emflor busca instigar e promover reflexões que possam responder aos desafios postos à produção cientifica atual sobre gênero e novos feminismos, bem como sua inserção na agenda das políticas públicas, buscando incentivar novas pesquisas, a fim de que possamos avançar nos estudos de gênero no Brasil.

Convido todas e todos ao debate, trocas e cooperação científica, com

o intuito de contribuirmos para o desenvolvimento social das mulheres,

sobretudo neste atual momento brasileiro de retirada de direitos e

criminalização das minorias sociais.

Iraildes Caldas Torres Professora da Universidade Federal do Amazonas

Coordenadora do 5ºEMFLOR

5º Emflor | Caderno de Resumos 11

Programação do Evento

Dia 21 de novembro de 2017 09h -12h: Credenciamento (Sala 2 do Bl. Administrativo da

FES/UFAM)

14h -18 h: Minicursos (salas próximas ao Auditório Rio

Amazonas/FES-UFAM)

19h – Conferência de Abertura: Feminismo Pós-Colonial

Expositor: Dr. Henrique Nardi (UFRGS)

Coquetel com o Grupo Kabanos

Cerimônia de Abertura

Ritual Indígena Macuxi (acolhida aos congressistas)

Exibição do filme Demarcação Já

Mesa de Autoridades (Reitor da UFAM, diretora do IFCHS,

representante da Redor, representante de movimento feminista e

outras).

Dia 22 de novembro de 2017

08h: Flash Mobi: Dança com Claudia Menezes

09h: Mesa Redonda: Novos Feminismos e Pós-

modernidade

Expositora: Drª Carolina Ortiz (San Marco-Peru)

Debatedora: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)

Mediadora: Drª Maria Mary Ferreira (UFMA)

10h20: Coffee Break

10h30: Debates

10h45: Comunicação de Pesquisa: Feminino Indígena

Expositora: Drª Solange Pereira do Nascimento

(UEA)

Mediador: Dr Marcos Antônio Braga de Freitas

5º Emflor | Caderno de Resumos 12

(UFRR)

12h: Intervalo para Almoço

14h: Apresentação de Trabalhos nos GTs

17h: Exposição de Banners

18h: Animação com Maracatu Pedra Pintada

Dia 23 de novembro de 2017

08h: Animação teatral com Ana Oliveira - Mundo de

Sophia

09h: Oficina: Ecoteologia Feminista e Direitos

Reprodutivos

Expositora: Agamedilza Sales (Movimento de

Mulheres Maria Sem Vergonha)

Animadora: Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)

10h20: Coffee Break

10h30: Debates

10h45:Mesa Redonda: Psicanálise e Emancipação das

Mulheres

Expositora: Drª Nádia Loureiro (UFAL)

Mediadora: Drª Márcia Regina Calderipe (UFAM)

11h45: Debates

12h: Intervalo para Almoço

14h: Apresentação de Trabalhos nos GTs

17h: Exposição de Banners

17h: Mostra de Fotografias

18h: Animação com o grupo Maracatu Baque Mulher

Manaus

5º Emflor | Caderno de Resumos 13

Dia 24 de novembro de 2017

08h - Sarau de Poesia com Regina Melo

09h - Mesa Redonda - Mulheres Ameríndias e o Bem Viver

Expositora: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)

Debatedora: Drª. Tereza Cruz (UFAC)

Mediadora: Dr. Ricardo Gonçalves Castro (PUC -RJ)

11h – Premiações

11 h 30 – Mesa de Encerramento

12h - Coffee Break

5º Emflor | Caderno de Resumos 14

Minicursos

I - Feminismo e Trincheira na América Latina Ministrantes: Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)

Wagner dos Reis Marques Araújo (UFRGS)

II - Mulheres na Política: Indicadores de Gênero Ministrantes: Drª Mary Ferreira (UFMA)

Michelle Rabelo de Souza (GEPOS/UFAM)

III - Movimentos Sociais de Mulheres na Amazônia Ministrantes: Dr Marcos Antônio de Freitas Braga (UFRR)

Alessandra do Amaral Sales (UNIP)

IV- Mulheres da Floresta e das Águas: Perspectivas da

Agroecologia Ministrantes: Dr André de Oliveira Melo (UEA)

Graça Passos (IFAM/Manaus)

V - As Masculinidades na Amazônia Ministrante: Dr Ricardo Gonçalves Castro (PUC-RJ)

VI - Gênero, Corpo e Sexualidade Ministrantes: Drª Artemis de Araújo Soares (UFAM)

Jeanne Chaves de Abreu (UEA)

VII - O Feminino Indígena Ministrante: Drª Solange Pereira do Nascimento (UEA)

VIII - Gênero, Erotismo e Subjetividade Ministrante: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)

Rooney Augusto Vasconcelos Barros (GEPOS/UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 15

IX - Ecoteologia Feminista e Direitos Reprodutivos

Ministrante: Agamedilza Sales (Movimento de Mulheres Maria

Sem Vergonha)

Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)

X - Interfaces da Violência Estrutural Contra Mulheres Ministrantes: Dr Milton Melo dos Reis Filho (GEPOS/UFAM)

Tainá Abecassis Teixeira (GEPOS/UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 16

SUMÁRIO

GT 1 – GÊNERO, FEMINISMOS, POLÍTICA E VIOLÊNCIA ......... 35

1 LINGUAGEM E GÊNERO: AS INTERAÇÕES

COTIDIANAS DA MULHER COMO PRODUTO DAS RELAÇÕES

DE PODER ....................................................................................... 36

2 DA AMAZÔNIA PARA O SENADO FEDERAL

BRASILEIRO: A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE EUNICE

MICHILES, A PRIMEIRA SENADORA DO BRASIL .................. 38

3 AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA CONTRA A

MULHER NA CONTEMPORANEIDADE ..................................... 40

4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS E A REDE DE

ENFRENTAMENTO A ESSA PROBLEMÁTICA SOCIAL: UM

RECORTE DAS CAMADAS SOCIAIS AFORTUNADAS ........... 42

5 INTERFERÊNCIAS DO USO DO ÁLCOOL NA PRÁTICA

DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM PARINTINS/AM:

UM DEBATE NECESSÁRIO .......................................................... 44

6 MULHERES DE CLASSES MÉDIA E ALTA ATINGIDA

PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS: OS IMPACTOS

SOBRE A SAÚDE DAS VÍTIMAS ................................................. 46

7 POR TRÁS DAS GRADES: O PERFIL DAS INTERNAS DO

REGIME FECHADO DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO ANÍSIO

JOBIM - COMPAJ ........................................................................... 48

8 A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM

PARINTINS/AM: PERSPECTIVAS PARA O DEBATE NO

CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA .............................................. 50

5º Emflor | Caderno de Resumos 17

9 VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CONTEXTO MANAUARA:

UM ESTUDO A CERCA DOS RELATOS DAS MULHERES

ATENDIDAS NO SAPEM EM MANAUS ...................................... 52

10 AS INTERNAS DA CADEIA PÚBLICA FEMININA DE

MANAUS: PERFIL, REINCIDÊNCIAS E POLÍTICAS

PÚBLICAS ....................................................................................... 54

11 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A LUTA DAS

BENEFICIÁRIAS DO AUXILIO ALUGUEL EM MANAUS PELA

MUDANÇA ...................................................................................... 56

12 AS POLÍTICAS PÚBLICAS COMO INSTRUMENTO NO

ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

EM MANAUS - AM. ........................................................................ 58

13 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER: UMA

LUTA CONSTANTE PARA COMBATER ESSA PRATICA NO

AMAZONAS .................................................................................... 60

14 ASSÉDIO SEXUAL NOS ESPAÇOS PÚBLICOS:

MULHER, A CULPA NÃO É SUA. ................................................ 62

15 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO AMBIENTE

UNIVERSITÁRIO: O SILÊNCIO QUE ECOA ............................... 64

16 DO LAR PARA O CRIME: UM ESTUDO ACERCA DO

AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA

CRIMINALIDADE EM MANAUS ................................................. 66

17 VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: CONSEQUÊNCIAS

SOCIAIS DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NO SEU ÂMBITO

FAMILIAR NA CIDADE DE MANAUS - AM .............................. 68

18 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM ESTUDO

SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA DOS CASOS DE

5º Emflor | Caderno de Resumos 18

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM

DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM MANAUS – AM . 70

19 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE

GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE MANAUS

- AM 72

20 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMETIDA PELO

COMPANHEIRO NA RELAÇÃO MARITAL: UM OLHAR PARA

AS MULHERES ATENDIDAS NO PRIMEIRO JUIZADO MARIA

DA PENHA ...................................................................................... 74

21 E QUANDO O “NÃO” DA MULHER VIRA ESTATÍSTICA?

76

22 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA

NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS MULHERES QUE

VIVENCIAM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS

RETORNEM AO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E

JURÍDICO ........................................................................................ 78

GT 2 – GÊNERO, MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICAS

PÚBLICAS ........................................................................................... 80

23 GÊNERO E ESTADO: DESAFIOS À IMPLEMENTAÇÃO

DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHERES NA CENA

CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA .............................................. 81

24 O TERRITÓRIO DAS VARREDORAS DE TEFÉ E COARI

– AMAZONAS ................................................................................. 83

25 FEMINISMOS E FEMINISTAS E O PIONEIRISMO DAS

“MULHERES DA ILHA” NO MARANHÃO ................................. 85

5º Emflor | Caderno de Resumos 19

26 O EMPODERAMENTO DAS MULHERES DE MANAUS

ATRAVÉS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA .......................... 87

27 PROTAGONISMOS FEMININOS NO MOVIMENTO

QUILOMBOLA DO RIO ANDIRÁ, FRONTEIRA

AMAZONAS/PARÁ (2005-2016). .................................................. 89

28 UM ESTUDO SOBRE AS MULHERES LÍDERES NOS

MOVIMENTOS SOCIAIS NA CIDADE DE MANAUS ................ 91

29 MULHERES PESCADORAS NO AMAZONAS:

RETRATOS DE UMA LUTA POR IGUALDADE DE GÊNERO . 93

30 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL: CONCEITO,

MOTIVAÇÕES E AS SOLUÇÕES PARA PREVENÇÃO E

COMBATE ....................................................................................... 95

31 MULHERES NO MOVIMENTO DE MORADIA: A

EXPERIÊNCIA DO MOVIMENTO ORQUÍDEAS EM

MANAUS ......................................................................................... 97

32 AVANÇOS E DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE

ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A

MULHER .......................................................................................... 99

33 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS IMPACTOS NA

SAÚDE DA MULHER ................................................................... 101

34 AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR MULHERES

IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA: UM ESTUDO

NO CENTRO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO –

CECI, MANAUS, AM. ................................................................... 103

35 AS OCUPAÇÕES IRREGULARES EM MANAUS E O

TRABALHO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM CALAMIDADE

PÚBLICA E EMERGÊNCIAS: OS AVANÇOS NA

5º Emflor | Caderno de Resumos 20

INTERLOCUÇÃO COM A POLÍTICA PÚBLICA DE

HABITAÇÃO. ................................................................................ 105

36 DAS OCUPAÇÕES DE MORADIA A POLÍTICA DE

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: O MOVIMENTO DE

MULHERES AMAZONAS SEMPRE VIVO EM PROL A

MORADIA DIGNA EM MANAUS/AM. ...................................... 107

37 MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA DO AUXÍLIO

ALUGUEL EM MANAUS: A ATUAÇÃO DO SERVIÇO DE

PROTEÇÃO À CALAMIDADE PÚBLICA E EMERGÊNCIAS NA

LUTA PELA INTERSETORIALIDADE COM AS POLÍTICAS

PÚBLICAS. .................................................................................... 109

38 A REALIDADE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE

RUA NO CENTRO POP DE MANAUS: AVANÇOS E DESAFIOS

DAS POLÍTICAS SOCIAIS ........................................................... 111

GT 3 – GÊNERO, AMAZÔNIA, MULHERES DA

FLORESTA/INDÍGENAS ................................................................. 113

39 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, INFANTICÍDIO NAS

COMUNIDADES INDÍGINAS E OS MARCOS DA

LEGISLAÇÃO ............................................................................... 114

40 “SABER E SABER FAZER” NA AMAZÔNIA:

PLURIATIVIDADE NO TRABALHO DAS MULHERES EM

COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE CAAPIRANGA ............... 116

41 A ROÇA E A CASA DE FARINHA COMO

ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA CULTURAL DAS MULHERES

SATERÉ-MAWÉ NA COMUNIDADE DE SIMÃO,

BARREIRINHA/AM ...................................................................... 118

5º Emflor | Caderno de Resumos 21

42 TRAJETÓRIA DE LUTA, SUOR E SOFRIMENTO DA

JUTEIRA CONCEIÇÃO VASCONCELOS .................................. 120

43 FORÇA MATRIARCAL DAS MULHERES DO

QUILOMBO DO MATUPIRI/ANDIRÁ-AM. ............................... 122

44 MITOPOÉTICA DAS MULHERES SATERÉ-MAWÉ .... 124

45 APRENDIZADO E DIFUSÃO DOS CONHECIMENTOS

TRADICIONAIS: O PROTAGONISMO DAS MULHERES

RIBEIRINHAS NA COMUNIDADE SÃO LÁZARO/AM ........... 126

46 O PESO DA MATERNIDADE SOBRE AS MULHERES:

NEGAÇÃO X AFIRMAÇÃO DO PATRIARCADO .................... 128

47 RELAÇÕES DE GÊNERO E O PODER DE MULHERES DA

COMUNIDADE DO QUEBRÃO .................................................. 130

48 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA

COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO

MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM. ......................... 132

49 FEITIÇO DO BOTO E GRAVIDEZ DE MOÇAS NA

AMAZÔNIA ................................................................................... 134

50 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA PELA

VISIBILIDADE .............................................................................. 136

51 MULHERES INDÍGENAS EM BOA VISTA/ RR:

DIÁLOGOS COM OS ESTUDOS DE GÊNERO NA

AMAZÔNIA ................................................................................... 138

52 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE

RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO, SONHOS E

LUTAS (1990-2016) ....................................................................... 140

5º Emflor | Caderno de Resumos 22

53 O PROTAGONISMO DAS MULHERES INDÍGENAS DE

RORAIMA: RESISTÊNCIA E LUTA PELOS DIREITOS ........... 142

GT 4 – GÊNERO, DIREITOS HUMANOS E LUTAS FEMINISTAS

............................................................................................................ 144

54 OS IMPACTOS EMOCIONAIS VIVIDOS POR

MULHERES DURANTE A VISITAÇÃO NO REGIME FECHADO

DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO ANÍSIO JOBIM (COMPAJ

FECHADO), MANAUS. ................................................................ 145

55 TRAVESTILIDADE EM MANAUS: PERIGOS, ESTIGMAS

E A NEGAÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE DE GÊNERO

DAS VÍTIMAS DE TRANSFOBIA. ............................................. 147

56 A LEI MARIA DA PENHA ENTRE A VIABILIDADE E

NÃO APLICABILIDADE: IMPASSES E PERSPECTIVA, UM

ESTUDO NO SERVIÇO DE APOIO EMERGENCIAL À MULHER

(SAPEM). ....................................................................................... 149

57 VIOLÊNCIA CONJUGAL CONTRA A MULHER:

QUANDO A INTIMIDADE SEXUAL PASSA SER UM ATO DE

VIOLÊNCIA. .................................................................................. 151

58 O FEMINISMO E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS:

ANÁLISE SOBRE AS POLÍTICAS DE SAÚDE VOLTADAS PARA

MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS .................................... 153

59 OS NOVOS MEIOS DE DENÚNCIA DA VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CASOS

COMPARTILHADOS NAS REDES SOCIAIS............................. 155

60 O SILENCIAMENTO DA VIOLÊNCIA: SUBJETIVIDADE

E BAIXA AUTOESTIMA DAS MULHERES. ............................. 157

5º Emflor | Caderno de Resumos 23

61 A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: MAPEAMENTO DA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COTRA MULHER NA CIDADE DE

MANAUS ....................................................................................... 159

62 VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A VIOLÊNCIA CONTRA

MULHERES E SEUS IMPACTOS NO CONTEXTO

FAMILIAR ..................................................................................... 161

63 MEANDROS ENTRE RESILIÊNCIA E LUTAS

FEMINISTAS ................................................................................. 163

64 AS CONQUISTAS DAS MULHERES INDO POR ÁGUAS

ABAIXO: UMA CRÍTICA A PERCA DE DIREITOS DAS

MULHERES NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA ...................... 165

65 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO FEMINISMO DO

MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS DO ACRE ..... 168

66 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA DE

MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À IDENTIDADE

E À VERDADE HISTÓRICA ARGENTINA ................................ 170

67 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE

GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE MANAUS

- AM 172

68 FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO

SUPORTE FAMILIAR COMO FATORES DE RISCO E

PROTEÇÃO NAS SITUAÇÕES DE GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA. ......................................................................... 174

69 UMA REFLEXÃO TEÓRICA ACERCA DA ATUAÇÃO

PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AO

PROCESSO TRANSEXUALIZADOR .......................................... 176

5º Emflor | Caderno de Resumos 24

70 A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE: DO NOME

SOCIAL PARA A RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL ........ 178

71 MULHER CHEFE DE FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS NO

MERCADO DE TRABALHO ....................................................... 180

72 MULHER E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: UMA

BUSCA CONSTANTE DAS ASSISTENTES SOCIAIS EM

MANAUS AMAZONAS................................................................ 182

GT 05 – GÊNERO, EDUCAÇÃO, CULTURA E ARTE .................. 185

73 A EDUCAÇÃO COMO DIREITO SOCIAL E ESPAÇO

SÓCIO-OCUPACIONAL DO TRABALHO NA TRAJETÓRIA DAS

MULHERES NO BRASIL ............................................................. 186

74 IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE DAS PROFESSORAS-

ALUNAS DO PARFOR EM TEFÉ (AM) ..................................... 188

75 O PROTAGONISMO FEMININO NA CULTURA

POPULAR: A TRAJETÓRIA DE DONA CREUZA LISBOA EM

FONTE BOA (AM) ........................................................................ 190

76 OS DISCURSOS SOBRE A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”:

ENTRE A HETERONORMATIVIDADE E A VIOLÊNCIA. ...... 192

77 OS CAMINHOS DA PESQUISA E A ARTE DE TECER

JUNTO PELAS VIAS DO UNIVERSO SATERÉ-MAWÉ .......... 194

78 CULTURA DE GÊNERO EM REPRESENTAÇÕES

CINEMATOGRÁFICAS E AUDIOVISUAIS: UMA REFLEXÃO A

PARTIR DO FILME TOMBOY .................................................... 196

79 “SERVINDO EM SILÊNCIO”: ANÁLISE FÍLMICA DAS

RELAÇÕES DE PODER SIMBÓLICO DA SOCIEDADE

5º Emflor | Caderno de Resumos 25

PATRIARCAL NAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS SOBRE OS PAPEIS

DE GÊNERO E SEXUAL. ............................................................. 198

80 GÊNERO E TRABALHO: A PRODUÇÃO CERAMISTA NO

MOCAMBO DO ARARI................................................................ 200

81 O IMPACTO SOCIAL DA INCLUSÃO DA MULHER

IDOSA NAS ATIVIDADES DO PROJETO SOCIAL FELIZIDADE

NO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO AREAL, EM MANAUS ... 202

82 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA,

POLÍTICAS PÚBLICAS NA PAN-AMAZÔNIA: CONDIÇÕES DE

VIDA E EDUCAÇÃO DAS MULHERES DA FLORESTA NO

IFAM, CAMPUS TABATINGA. ................................................... 204

83 MULHERES DA FLORESTA EM SINTONIA COM AS

MULHERES DA REVOLUÇÃO RUSSA ..................................... 206

84 GRAÇA PASSOS: UMA HISTÓRIA DE VIDA NA

EDUCAÇÃO DO CAMPO NO AMAZONAS .............................. 208

85 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO NO

JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014) ................................ 210

GT 06: GÊNERO, SEXUALIDADE, CORPOREIDADE E AFETOS

............................................................................................................. 212

86 VIOLÊNCIA VELADA: UM ESTUDO SOBRE A

INCIDÊNCIA DE CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

CONTRA MULHERES EM MANAUS ......................................... 213

87 DOIS PRA LÁ... DOIS PRA CÁ! O BAILADO NO RITUAL

DAIMISTA ..................................................................................... 215

5º Emflor | Caderno de Resumos 26

88 PARA ALÉM DO FALO: A CRÍTICA FEMINISTA DE

SIMONE DE BEAUVOIR E PSICANALÍTICA DE HELENE

DEUTSCH AO FALOCENTRISMO ............................................. 217

89 OS BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA

IDOSOS DO PARQUE MUNICIPAL DO IDOSO NA CIDADE DE

MANAUS/AM ................................................................................ 219

90 UM ESTUDO SOBRE A GINÁSTICA LABORAL

SENTADA E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DA PESSOA

IDOSA ............................................................................................ 221

91 UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE MULHERES E

HOMENS IDOSOS ACERCA DE SUA SEXUALIDADE ........... 223

92 UMA ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA DE REDUÇÃO DE

DANOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA NA

PREVENÇÃO DE HIV/AIDS PARA HOMENS IDOSOS, EM

MANAUS/AM ................................................................................ 225

93 TRAJETÓRIAS E VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE POR

MULHERES VELHAS EM PARINTINS: CONTRASTES DA

DOMINAÇÃO MASCULINA AO LONGO DO TEMPO ............ 227

94 HOMOSSEXUALIDADE E RELIGIÕES DE MATRIZES

AFRICANAS: ABRINDO OS ARQUIVOS OCULTOS .............. 229

95 UM ESTUDO SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA

IDOSA ............................................................................................ 231

96 SEXUALIDADES PROIBIDAS E TRANSGRESSORAS:

UM ESTUDO SOBRE A INFIDELIDADE FEMININA NO

ÂMBITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS .. 233

5º Emflor | Caderno de Resumos 27

97 ASSÉDIO SEXUAL DE ADOLESCENTES NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE AS VÍTIMAS E

OS AGRESSORES ......................................................................... 235

98 CLOSE NA CAPA: A EXPLORAÇÃO IMAGÉTICA DE

CORPOS FEMININOS PELO JORNAL “DEZ MINUTOS” DE

MANAUS/AM ................................................................................ 237

99 OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA

PROPORCIONA ÀS MULHERES IDOSAS NA CIDADE DE

MANAUS ....................................................................................... 239

100 ENTRE AS LINHAS ÀS ENTRELINHAS: SEXUALIDADE,

AFETOS E TRAIÇÃO NA LITERATURA DO SÉCULO XIX ... 241

GT 7 – GÊNERO, CULTURA E DIVERSIDADE ............................ 243

101 DE MULHER A PAJÉ: O PROCESSO DE

TRANSFORMAÇÃO DAS MULHERES PAJÉS YAWANAWA 244

102 AMAZÔNIA: MORADA SUTIL DOS MISTÉRIOS DA FÉ

DAS GUARDIÃS DA ENCANTARIA, DA CRENÇA E DA

CURA 246

103 O PROTAGONISMO FEMININO NO ÇAIRÉ: A

ATUAÇÃO DA MULHER NOS DIFERENTES RITUAIS

EXPRESSOS NESSA MANIFESTAÇÃO SOCIOCULTURAL .. 248

104 OS MARIANOS E APOSTOLADO DA ORAÇÃO DA

PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM PARINTINS,

AMAZONAS .................................................................................. 250

105 MEU CORPO FALA: RELATOS DE PESCADORAS DE

CAMARÃO EM UMA COMUNIDADE AMAZÔNICA ............ 252

5º Emflor | Caderno de Resumos 28

106 CIBERATIVISMO E RECONHECIMENTO: A VIVÊNCIA

COMO ESTRATÉGIA DE LUTA POLÍTICA NA AMAZÔNIA 254

107 CAPITÃO OU RAINHA, QUEM MANDA NO ANDIRÁ?

INTERSECÇÕES DE GÊNERO NA FESTA DOS MARUJOS DA

FREGUESIA DO ANDIRÁ, BARREIRINHA-AM ...................... 256

108 TRABALHO E CULTURA: PARTICIPAÇÃO DA MULHER

INDÍGENA NO CENTRO DE MEDICINA INDÍGENA

BARSERIKOWI EM MANAUS/AM ............................................ 258

109 TRABALHO E CULTURA: SABER-FAZER DE

MULHERES INDÍGENAS EM UM CENTRO DE PRÁTICAS

CURATIVAS. ................................................................................. 260

110 LAS MUJERES WAYÚU HILANDERAS DEL ALMA

TEJIDAS A LA FRONTERA COLOMBO-VENEZOLANA ....... 262

111 SOU FILHA DA VALÉRIA: HISTÓRIA, TRABALHO

ARTESANAL E RELAÇÕES DE GÊNERO NA AMAZÔNIA ... 264

112 MULHERES EVANGÉLICAS: DIFERENÇAS DE GÊNERO

EM UMA IGREJA EVANGÉLICA DE MANAUS-AM .............. 266

113 CHÁ AYAHUASCA: A MAGIA VEGETAL DO CIPÓ

BANISTERIOPSIS CAAPI E FOLHAS DE PSICHOTRIA VIRIDIS

NA PRATICA RELIGIOSA DOS DAIMISTAS ........................... 268

114 SINCRETISMO RELIGIOSO NA FLORESTA - A

DOUTRINA SANTO DAIME NA TEORIA ELIASIANA ........... 270

115 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO

COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE ... 272

GT 8 – GÊNERO, TRABALHO E LUTAS SOCIAIS ...................... 274

5º Emflor | Caderno de Resumos 29

116 FRAGMENTOS E RETALHOS DA VIDA OPERÁRIA:

DESAFIOS DAS MULHERES TRABALHADORAS DO POLO

INDUSTRIAL DE MANAUS ........................................................ 275

117 A FEIRA COMO LUGAR DE TRABALHO:

MULHERES PRODUTORAS E VENDEDORAS DA “FEIRA

DO PRODUTOR” EM PARINTINS ......................................... 277

118 MICROEMPREENDIMENTO COLETIVO DE MULHERES

RURAIS DA AMAZÔNIA E AGROECOLOGIA......................... 279

119 GÊNERO E TRABALHO EM SÃO SEBASTIÃO DA NOVA

BRASÍLIA PARINTINS/AM ......................................................... 281

120 GÊNERO E MEIO RURAL: AS MULHERES COMO

SUJEITOS CENTRAIS DA ATIVIDADE PRODUTIVA NO

MUNICÍPIO DE MANAUS ........................................................... 282

121 A GERAÇÃO DE RENDA NA ZONA RURAL: UMA

ANÁLISE DO TRABALHO DAS MULHERES

TRABALHADORAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO ÁGUA

BRANCA ........................................................................................ 285

122 TRABALHO SEXUAL, FEMINISMO ABOLICIONISTA E

AS LUTAS DO “PUTAFEMINISMO” .......................................... 287

123 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE

SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

BRASILEIRO. ................................................................................ 289

124 O DESAFIO DAS MULHERES INDUSTRIÁRIAS EM

MANTER-SE EMPREGADAS: A PRECARIZAÇÃO DO

TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS-AM ............................ 291

5º Emflor | Caderno de Resumos 30

125 SÉTIMO OBJETIVO DO MILÊNIO:

SUSTENTABILIDADE NO BAIRRO DA UNIÃO/ PARINTINS-

AM. 293

126 TRABALHO SEXUAL E AUTONOMIA EM ESPAÇOS DE

SOCIABILIDADES MASCULINAS DE PORTO VELHO/RO ... 295

127 A INCLUSÃO DA MULHER NO SETOR ELÉTRICO E

INSERÇÃO NAS ÁREAS TECNOLOGICAS E PROFISSIONAIS:

UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA ENGELETRUS........... 297

128 MULHER, MÃE E TRABALHADORAS USUÁRIAS DA

CRECHE MUNICIPAL.................................................................. 299

129 MULHER E TRABALHO NO CONTEXTO DA

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: DOS SENTIDOS DO

TRABALHO À SOCIABILIDADE ............................................... 301

130 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE

SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

BRASILEIRO ................................................................................. 303

131 O TRABALHO PRECÁRIO DAS ASSISTENTES SOCIAIS

BOLSISTAS DO PROGRAMA EDUCAÇÕES EM MANAUS

AMAZONAS .................................................................................. 305

132 O DESAFIO DAS MULHERES DO CURSO OPERADORA

DE CAIXA DO CETAM QUE ESTÃO EM BUSCA DE INSERÇÃO

NO MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS

AMAZONAS .................................................................................. 307

PÔSTERES ......................................................................................... 309

P1 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA

NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS MULHERES QUE

VIVENCIAM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS

5º Emflor | Caderno de Resumos 31

RETORNEM AO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E

JURÍDICO....................................................................................... 310

P2 COBRA GRANDE OU CANOA DA TRANSFORMAÇÃO?

UMA VIAGEM MÍTICA DOS TARIANO PELO UNIVERSO DA

SERPENTE ..................................................................................... 312

P3 NO IR E VIR DA BR 307 - UM OLHAR SOBRE A

COMUNIDADE INDÍGENA DO KM 07 MARCADA PELA

PRESENÇA DO LIXÃO EM SÃO GABRIEL DA

CACHOEIRA/AM. ......................................................................... 314

P4 O UNIVERSO FEMININO PIRATAPUIA E SUAS

MANIFESTAÇÕES SIMBÓLICAS ............................................... 316

P5 ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DAS

MULHERES DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

NO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E

SABORES DO TARUMÃ .............................................................. 318

P6 VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: UM ESTUDO

SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL MEDIANTE UMA

QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA ............................................... 320

P7 O ESPAÇO DA MULHER NAS ATIVIDADES

AGRÍCOLAS E EM FEIRAS LIVRES: DA COMUNIDADE

FRANCISCA MENDES, MUNICÍPIO DE RIO PRETO DA EVA -

2017 322

P8 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA DE

MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À IDENTIDADE

E À VERDADE HISTÓRICA ARGENTINA ................................ 324

5º Emflor | Caderno de Resumos 32

P9 MULHERES DE FIBRA EM TEMPOS DE JUTA: A

JUTICULTURA NA DECADA DE 70 NO MUNICIPIO DE

URUCARÁ-AM ............................................................................. 326

P10 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA

COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO

MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM ......................... 327

P11 UMA VISÃO DA REALIDADE DAS APENADAS

AMAZONENSES: PRECARIZAÇÃO DA CONDIÇÃO

HUMANA ...................................................................................... 329

P12 GÊNERO, MEMÓRIA E POLÍTICA EM PARINTINS (1964-

2004) 331

P13 A EXPERIÊNCIA DA MULHER COMO PRESIDENTE NA

COLÔNIA DE PESCADORES EM AUTAZES – Z7 ................... 333

P14 UM GRITO UM BASTA: UM ESTUDO SOBRE

MULHERES ATENDIDAS NUM JUIZADO MARIA DA PENHA

EM MANAUS-AM ........................................................................ 335

P15 DUAS DÉCADAS DE MARIA SEM VERGONHA: DAS

PIONEIRAS A NOVA GERAÇÃO ............................................... 337

P16 PROJETO MARIA ACOLHE: ORIENTAÇÃO E ESCUTA

DE AGRESSORES E VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA ................................................................................. 339

P017 AS MULHERES ESQUECIDAS PELO FEMINISMO? UM

ESTUDO COM MULHERES EM CÁRCERE .............................. 341

P018 O ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E

ADOLESCENTE ATENDIDOS NO CREAS DA ZONA CENTRO-

SUL DE MANAUS ........................................................................ 343

5º Emflor | Caderno de Resumos 33

P019 O FEMINISMO NO TEATRO: UMA VISÃO DE MULHERES

ENCARCERADAS POR MEIO TEATRAIS ................................ 345

P020 RELATOS FEMINISTAS ENTRE PROFESSORAS DO

ENSINO INTEGRAL EM IRANDUBA/AM ................................. 348

P021 O SAGRADO ODIADO: UM ESTUDO SOBRE OS

MOVIMENTOS FREE CHILD ...................................................... 350

P022 ONDE ANDA E QUEM É O L DO LGBT: UM ESTUDO

SOBRE O COTIDIANO DE JOVENS LÉSBICAS ....................... 352

P023 AS DIFERENÇAS E O EXISTIR: UM ESTUDO SOBRE

(IN)VISIBILIDADE DE MULHERES COM DEFICIÊNCIA ...... 354

P024 UMA DISCUSSÃO ACERCA DA NECESSIDADE DE

AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO DEBATE DE

GÊNERO E SEXUALIDADE NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO ... 356

P025 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: O TRABALHO DO

ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO A MULHER VITÍMA

DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO IML DE MANAUS ............. 358

P026 A IDEAÇÃO SUICIDA NA TENTATIVA DE SUICÍDIO EM

JOVENS EM UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO ...................... 360

P027 LUTAS FEMINISTAS: SEM OS DIREITOS DAS

MULHERES NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS........................... 362

P028 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM ESTUDO

SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA DOS CASOS DE

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM

DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM MANAUS – AM 365

5º Emflor | Caderno de Resumos 34

P029 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA PELA

VISIBILIDADE .............................................................................. 367

P030 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE

RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO, SONHOS E

LUTAS (1990-2016) ....................................................................... 369

P031 CÁRCERE FEMININO: RESTRIÇÃO ÀS VISITAS ÍNTIMAS

E O ENCARCERAMENTO DE FILHOS DE MÃES PRESAS NO

BRASIL .......................................................................................... 371

P032 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO NO

JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014) ................................ 373

P033 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO

COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE ... 375

5º Emflor | Caderno de Resumos 35

GT 1 – GÊNERO, FEMINISMOS, POLÍTICA E

VIOLÊNCIA

Coordenadoras:

Profa. Dra. Mary Ferreira (UFMA)

Profa. Dra. Marinilde Verçosa Ferreira (UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 36

1 LINGUAGEM E GÊNERO: AS INTERAÇÕES

COTIDIANAS DA MULHER COMO PRODUTO DAS

RELAÇÕES DE PODER

Luana Pantoja Medeiros1

Alexsandro Melo Medeiros2

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo ressaltar que as interações verbais

que as mulheres realizam em seu cotidiano são produtos das

relações de poder que se estabelecem entre os gêneros. Os estudos

feministas, com a refutação do sexismo biológico, revelam como

as construções sociais de uma sociedade patriarcal são

determinantes, definem e estabelecem as marcas no discurso entre

opressor e oprimido, homem e mulher. Entende-se as relações de

poder como relações hierárquicas que não são forças abstratas e

que operam nas pessoas, como uma realização humana, situado na

interação diária. Tanto as forças estruturais quanto as atividades

interacionais são vitais para manutenção e construção da realidade

1 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas-

CESP/Parintins. Bolsista de Iniciação Científica UEA/FAPEAM. Contato:

[email protected] 2 Mestre em Filosofia pela UFPE. Doutorando do PPGSCA/UFAM. Bolsista e

Pesquisador FAPEAM. Professor da UFAM, campus de Parintins. Contato:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 37

social. Ressalta-se ainda que esta pesquisa é de cunho bibliográfico

e, diante do problema exposto, será objeto de análise os atos de

interação que as mulheres realizam diante de uma realidade em que

predominam as relações de poder, onde o sexo masculino se

sobressai, e isso incide significativas marcas em suas interações

comunicativas. Os resultados preliminares obtidos mostram que

homens e mulheres não falam da mesma maneira. As mulheres

tendem, em seus atos de interação, maiores preferências pelas

variantes linguísticas prestigiadas socialmente. Desta forma,

espera-se contribuir com o debate sobre a questão de gênero na

atualidade revelando as relações de poder que existem nas

interações verbais que servem de base aos atos de fala cotidianos

entre homens e mulheres.

Palavras-chave: Linguagem, Gênero, Poder, Interação,

Feminismo

5º Emflor | Caderno de Resumos 38

2 DA AMAZÔNIA PARA O SENADO FEDERAL

BRASILEIRO: A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE

EUNICE MICHILES, A PRIMEIRA SENADORA DO

BRASIL

Michelle Rabelo de Souza1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo apresentar a trajetória política

de Eunice Michiles, a primeira mulher a chegar ao Senado Federal

brasileiro, num momento político pouco favorável à sua

candidatura nos anos 70. Eunice enfrentou o preconceito, o

machismo e o conservadorismo presente nos partidos políticos e de

forma surpreendente chegou onde nenhuma mulher tinha chegado

até aquele momento. Numa década historicamente conhecida pelos

momentos tensos decorrente da ditadura militar, a chegada de

Eunice Michiles ao Senado Federal brasileiro também possibilitou

a outras mulheres do Brasil, inclusive do Amazonas, uma nova

oportunidade de ampliação da participação feminina na política.

Com o intuito de descrever a história da primeira mulher a chegar

1 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação

Sociedade e Cultura na Amazônia /UFAM. 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 39

ao Senado Federal brasileiro, o presente estudo assume o aporte

teórico-metodológico das abordagens qualitativas. Para a obtenção

das informações realizamos a técnica de entrevista profunda junto

à ex-senadora, com o intuito de levantarmos dados sobre sua

trajetória política. Hoje, ao completar 38 anos de sua chegada ao

Senado, Eunice Michiles ainda é lembrada pelo título que a

consagrou primeira senadora do Brasil. As mulheres na Amazônia,

ao contrário do que se imagina, constroem sua própria história de

protagonismo político mesmo estando na maioria das vezes em

condição de inferioridade em relação ao seu companheiro.

Palavras-chaves: Eunice Michiles, Amazônia, Participação

política das mulheres, Senado Federal.

5º Emflor | Caderno de Resumos 40

3 AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA CONTRA A

MULHER NA CONTEMPORANEIDADE

Thaís Souza da Silva 1

Maria Alcione Pereira Teles2

Fabianne Cristina Rodrigues Sampaio3

RESUMO

O presente artigo tem por finalidade apresentar de maneira pontual

uma breve abordagem sobre a violência contra a mulher no seu

aspecto de demonstração de poder compreendida como violência

de gênero. Sabe-se que esse tema tem notadamente destaque na luta

dos movimentos sociais e feministas ao longo da história, usado

para definir desde as formas mais cruéis de tortura até as formas

mais sutis, que permeiam o cotidiano da vida social na família e em

outras instâncias da vida em sociedade. Ademais, tem-se que a

violência doméstica ou familiar contra a mulher é o tipo mais

recorrente deste fato social no Estado brasileiro, o que levou à

criação da Lei Nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. A violência é um

termo de muitos significados, onde se envolve o silêncio, drama e

tristezas para as vítimas dessa violência e covardia. O estudo,

1 Estudante. 2 Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas -

UFAM 3 Assistente Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 41

procura entender as circunstâncias do sofrimento produzido no

âmbito das violências contra a mulher e as suas diversas faces,

sobretudo, a violência doméstica. Abordaremos conceitos de

violência, com ênfase na contextualização da violência doméstica,

suas principais causas e consequências. Assim, entendemos que a

violência doméstica é considerada como uma violência de gênero,

sendo consequência da sociedade patriarcal e uma afronta direta

aos direitos humanos da mulher agredida.

Palavras-chaves: violência, gênero, sociedade patriarcal.

5º Emflor | Caderno de Resumos 42

4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS E A REDE

DE ENFRENTAMENTO A ESSA PROBLEMÁTICA

SOCIAL: UM RECORTE DAS CAMADAS SOCIAIS

AFORTUNADAS

Mérilin Gomes Cavalcanti1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Nesta comunicação apresentamos a pesquisa realizada no Serviço

de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), órgão público

responsável pela acolhida emergencial à mulher que sofre violência

doméstica na cidade de Manaus, a partir de um recorte das

mulheres de classe média e alta. A discussão dessa temática se

depara com elementos novos para explicação do fenômeno da

violência doméstica, que trará significativas contribuições às ações

do ativismo feminista e fundamenta estratégias de elaboração de

políticas públicas da rede de enfrentamento a esta problemática

social. A sociedade brasileira enfrenta vários desafios no seu

caminho rumo à democracia e à concretização das ideias

republicanas nesta segunda década do século XXI. Um deles é a

conquista da tolerância para com as mulheres e outras minorias

1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –

UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 43

sociais. Embora as mulheres tenham conquistado importantes

espaços na esfera pública em mais de um século de luta, as barreiras

da intolerância muitas vezes, esbarra no limite da barbárie.

Destaca-se que há um contingente incontrolável de mulheres em

situação de violência doméstica, sendo um dos principais fatores

de interferência na saúde da mulher.

Palavras-Chave: Relações de Gênero, Violência do Doméstica,

Classes Média e Alta, Serviço de Apoio Emergencial à Mulher,

Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 44

5 INTERFERÊNCIAS DO USO DO ÁLCOOL NA

PRÁTICA DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

EM PARINTINS/AM: UM DEBATE NECESSÁRIO

Silvia Oliveira da Silva1

Tainá Abecassis Teixeira2

RESUMO

Este estudo busca trazer uma compreensão acerca da relação entre

o uso do álcool e a violência contra a mulher na cidade de Parintins,

Amazonas. A pesquisa realizada na Delegacia Especializada em

Crimes Contra a Mulher demonstrou o alto índice de violência

contra as mulheres e objetivou compreender os mecanismos sociais

e culturais que associam o uso do álcool com a violência praticada

contra a mulher. O trabalho de campo assumiu a perspectiva da

abordagem qualitativa sem exclusão dos aspectos quantitativos,

pautando-se na análise documental de boletins de ocorrência e

realização de entrevistas semiestruturadas com 05 mulheres em

situação de violência e 05 agressores (companheiros, esposos,

namorados) que, sob o efeito do álcool, praticam a violência.

Evidenciou-se que, entre os vários fatores que influenciam na

prática da violência contra a mulher, o uso do álcool é um deles.

1 Bacharel em Serviço Social pela UFAM Parintins, Amazonas. E-mail:

[email protected] 2 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS, Universidade Federal do Amazonas –

UFAM, Manaus, Amazonas. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 45

Portanto, em vez de considerá-lo um problema com um fim em si

mesmo, partimos do entendimento de que se trata de um fenômeno

social que impulsiona a prática da violência contra a mulher em um

contexto complexo permeado por questões econômicas e

socioculturais. Os resultados apontam que, embora o álcool seja

apenas um dos fatores que influenciam a prática da violência, os

sujeitos da pesquisa o situam, muitas vezes, como fator

determinante.

Palavras-chave: Gênero, Violência contra a mulher, Uso do

álcool.

5º Emflor | Caderno de Resumos 46

6 MULHERES DE CLASSES MÉDIA E ALTA

ATINGIDA PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM

MANAUS: OS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE DAS

VÍTIMAS

Mérilin Gomes Cavalcanti1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

O presente trabalho assume o propósito de perceber em que sentido

a violência doméstica aparece como um dos fatores de interferência

na saúde da mulher violentada, dando especial relevo às mulheres

de camadas médias e altas que procuram o Serviço de Apoio

Emergencial à Mulher (SAPEM), mesmo em face de seu status

social. A pesquisa de campo foi realizada sob o aporte

metodológico das abordagens qualitativas e quantitativas, tendo

como parâmetro conceptual a categoria das relações de gênero

ancorada em autoras (es) como Bourdieu (2009), Scott (1991),

Saffioti (1994), Stearns (2007), Torres (2002, 2005), Sarti (2011),

Luckács (1989), Bobbio (1998), dentre outros. As informações

foram obtidas junto ao Serviço de Apoio Emergencial à Mulher

1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –

UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada da

Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 47

(SAPEM). No percurso da pesquisa ouvimos 07 mulheres

originariamente pensadas no projeto, pertencentes à camada média

e alta, vítimas de violência doméstica e 02 profissionais da equipe

multiprofissional sob a técnica de entrevista do tipo

semiestruturado. Constatou-se a partir das entrevistas realizadas

que existem fatores subjetivos (emocionais e psicológicos) que

silenciam o ciclo de violência no espaço doméstico. A violência

simbólica é preocupante porque interfere no quadro de saúde das

vítimas, ocasionando doenças que surgem sem motivo aparente

e/ou trazem fatores de agravo, como as dores de cabeça, síndrome

do pânico, dores pélvicas, depressão dentre outras. Dessa forma,

torna-se pertinente discutir e dar contorno compreensível aos

desafios que envolvem o referido tema.

Palavras Chave: Gênero, Violência do Doméstica, Classes Média

e Alta, Saúde da Mulher

5º Emflor | Caderno de Resumos 48

7 POR TRÁS DAS GRADES: O PERFIL DAS

INTERNAS DO REGIME FECHADO DO COMPLEXO

PENITENCIÁRIO ANÍSIO JOBIM - COMPAJ

Ana Cláudia dos Santos Lacerda1

Jayme Benchaya Marinho2

Amon Silva Costa3

RESUMO

A referida produção científica analisa a perfil das internas do

Complexo Penitenciário Anísio Jobim (COMPAJ), buscando

descrever as peculiaridades e as características da mulher que

cumpre pena, principalmente enfocando a temática da

criminalidade no Brasil e qual a participação da mulher nesses

índices. De acordo com relatórios emitidos pelo Conselho Nacional

de Justiça (CNJ), há uma ascensão da criminalidade e da detenção

feminina, sendo algo preocupante para a sociedade em geral.

Diante de toda essa realidade, chega-se a seguinte problemática:

Quais os fatores que influenciaram para a mulher entrar para o

1Aluna Especial do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na

Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas/UFAM. Discente do curso

de Direito – Universidade Nilton Lins. E-mail:

[email protected] 2Coordenador do Núcleo de Advocacia Voluntária do Amazonas; Advogado

especialista. E-mail: [email protected] 3 Pós-graduando em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário –

Estácio; Advogado. [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 49

crime no Estado do Amazonas? Qual o crime que mais contribuiu

para o encarceramento feminino no Amazonas? Para tanto, a

metodologia adotada para a construção deste artigo foi de caráter

bibliográfico e documental. Através da análise dos dados

disponibilizados pela Secretaria de Administração Penitenciária

(SEAP), conclui-se o que já vem sendo discutido por vários

especialistas na área é que um dos principais motivos para o

crescimento carcerário feminino está relacionado ao tráfico de

drogas.

Palavras-chave: Perfil Detentas, Mulheres encarceradas,

Complexo Penitenciário Anísio Jobim.

5º Emflor | Caderno de Resumos 50

8 A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM

PARINTINS/AM: PERSPECTIVAS PARA O DEBATE

NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA

Tainá Abecassis Teixeira1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este trabalho assume o propósito de discutir a inserção do tema da

violência contra as mulheres no contexto da saúde pública em

Parintins/AM. Para tanto, foi realizada pesquisa

metodologicamente pautada em uma abordagem qualitativa,

caracterizada pela efetivação de entrevista semiestruturada com

duas profissionais de saúde referente à interface das violências nos

serviços públicos de saúde. Os dados apontam que a violência é

percebida como um problema que afeta a saúde das mulheres, mas

que, por ser considerada da ordem do complexo, nem sempre é

reconhecida como questão a receber intervenções dos profissionais

1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS, da Universidade Federal do Amazonas

- UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada da

Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 51

de saúde para além da cura das sequelas por ela ocasionadas. Os

resultados sugerem a necessidade de ampliação da atenção às

mulheres em situação de violência em Parintins, o que também é

evidenciado em estudos feitos em outras regiões do país. A

inserção deste debate na saúde tem como base a compreensão da

violência como violação dos direitos humanos das mulheres. Tal

entendimento emerge da reivindicação dos movimentos de

mulheres e feministas sobre a necessidade de tornar a violência um

problema social a ser considerado no âmbito das políticas públicas,

entre elas a de saúde. Nesta área, os princípios de integralidade e

promoção da saúde, aludidos no SUS, além da noção de

transversalidade de gênero, referida na Política Nacional de

Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), referendam esta

discussão.

Palavras-chave: Gênero, Violência contra as mulheres, Saúde

Pública.

5º Emflor | Caderno de Resumos 52

9 VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CONTEXTO

MANAUARA: UM ESTUDO A CERCA DOS

RELATOS DAS MULHERES ATENDIDAS NO

SAPEM EM MANAUS

Aline dos Santos Pedraça1

Ana Cláudia dos Santos Lacerda2

Célia Maria Nascimento de Oliveira3

Danny Sousa do Nascimento4

RESUMO

O presente trabalho é resultado de pesquisa bibliográfica,

documental e entrevista feita com mulheres vítimas de violência

pelos seus companheiros que foram atendidas no Serviço de Apoio

Emergencial à Mulher na cidade de Manaus, localizado no anexo

da Delegacia Especializada em crime contra à Mulher, as quais

1 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:

[email protected]. 2 Aluna Especial do Mestrado pelo Programa de Pós-graduação Sociedade e

Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:

[email protected]. 3 Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected]. 4 Especialista em Direito e Proteção Social-FACIBRA (Educanorte). Bacharel

em Serviço Social pela ESBAM. E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 53

relatam várias agressões sofridas em seu ambiente familiar,

situação ainda preocupante é um acontecimento recente e está

presente desde ao longo da história da humanidade em todas as

classes sociais e atinge mulheres para toda a sociedade e gestores

dos órgãos, assim como também as entidades que trabalham para

coibir e proteger a mulher das inúmeras violências que sofrem de

seus agressores. Com a crescente atuação desse fenômeno

violência de gênero se faz necessário relatar a Lei Maria da Penha

e os vários tipos de violências existentes, destacando o contexto

Manauara que tem a caracterização das Relações de Gênero um

cenário preocupante com o ato da violência contra à mulher. A

violência contra à mulher acarreta extensas repercussões em todas

as sociedades, as quais afetam situações psicossociais, econômicas

e políticas. E em Manaus esta situação não é diferente. O Serviço

de Apoio Emergencial à Mulher – SAPEM é um órgão que presta

atendimento psicológico, jurídico e social as mulheres vítimas de

agressão e a seus filhos menores de 18 anos. A metodologia

utilizada foi a pesquisa de cunho bibliográfico e qualitativo. A

partir do processo de entrevista semiestruturada verificou-se que as

violências mais frequentes que as mulheres sofrem, partem de seus

agressores, por motivos torpes, como por exemplo, trabalhar fora

de casa.

Palavras-chave: Relação de Gênero; Violência Contra a Mulher;

Lei Maria da Penha.

5º Emflor | Caderno de Resumos 54

10 AS INTERNAS DA CADEIA PÚBLICA FEMININA DE

MANAUS: PERFIL, REINCIDÊNCIAS E POLÍTICAS

PÚBLICAS

Michelle Juliana Thomaz Silva1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Ana Cláudia dos Santos Lacerda3

RESUMO

Este estudo analisa o perfil das internas reincidentes na Cadeia

Pública Feminina de Manaus, apresentando possíveis fatores que

as influencia e tratando as políticas públicas de ressocialização.

Trata-se de uma abordagem qualitativa sem exclusão dos aspectos

quantitativos, utilizando pesquisa de campo aliada às técnicas de

entrevista e observação com uma amostra total de 11 pessoas sendo

10 internas e 01 Assistente Social. Apresenta a história do sistema

prisional brasileiro e as leis que as compõem. A pesquisa revela

diversos fatores internos e externos que contribuem para o ingresso

1 Pós-graduanda em Docência Universitária pela Faculdade Salesiana Dom

Bosco. Graduada em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas; Professora do curso de Serviço Social da Universidade

Nilton Lins. 3 Pós-Graduanda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – UFAM –E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 55

e as várias reincidências, onde 40% disseram ter entrado no crime

de posse de drogas por intermédio de seus companheiros (número

maior entre outros fatores). A maioria 60% possui baixa

escolaridade, evidenciando a ineficiência do Estado em cumprir os

princípios da Lei de Execução Penal quanto aos deveres de

ressocialização e individualização da pena. A falta dessa entre

outras políticas públicas para a falta de conscientização de seus atos

delituosos, deixando-as à mercê das armadilhas ilusórias do crime.

Argumentos como a falta de recursos financeiros e de estrutura

física acentuam o preconceito social e familiar, além da

discriminação mesmo após a pena. Portanto, a sociedade, a família

e a própria instituição refletem o descompromisso do Estado a sua

ineficiência transgredindo a dignidade dessas internas,

conduzindo-as à perpetuação da vida prisional e do avanço

contínuo do crime.

Palavras-Chaves: Mulher, Sistema Penitenciário, Políticas

Públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 56

11 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A LUTA DAS

BENEFICIÁRIAS DO AUXILIO ALUGUEL EM

MANAUS PELA MUDANÇA

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1

Jakeline Cruz da Silva2

Irvana Góes dos Santos3

RESUMO

É a partir do advento da Zona Franca que a estrutura da cidade se

modifica consideravelmente e o espaço urbano adquire outra forma

com o crescimento populacional, decorrente do processo

migratório. Ocorre, então, um novo e dramático processo: as

cidades passaram a reproduzir as injustiças e desigualdades não só

no âmbito da precariedade da moradia, mas também em relação a

outros serviços sociais, assim como a violência. A Pesquisa

Nacional por Domicílio (2009) apresenta que 48% das mulheres

agredidas declaram que a violência aconteceu em sua própria

residência. Desta forma o presente artigo se propõe a analisar os

1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de

Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do

Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.

[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências

– SPCPE. Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Paulista - UNIP.

5º Emflor | Caderno de Resumos 57

tipos de violência sofrida pelas mulheres beneficiárias do Auxílio

Aluguel em Manaus e a Política Pública como mecanismo de

enfrentamento da violência. O referido estudo tem como base a

pesquisa de campo relacionada com as interpretações

bibliográficas através da perspectiva qualitativa sem excluir os

aspectos quantitativos, tendo como amostra 30 mulheres assistidas

pelo benefício social do Auxílio Aluguel da Prefeitura Municipal

de Manaus, oriundas de área de risco e que sofreram algum tipo de

violência. Como resultado desta pesquisa identificamos que 45%

das entrevistadas relatam ter sofrido violência doméstica, e que a

falta de moradia as leva se sujeitarem a seus agressores. Ainda

como resultado obtivemos que 60% são oriundas de área de risco

na zona leste de Manaus.

Palavras Chave: Política de Habitação, Violência contra Mulher,

Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 58

12 AS POLÍTICAS PÚBLICAS COMO INSTRUMENTO

NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA

AS MULHERES EM MANAUS - AM.

Gilmara Bragança Braga1

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2

RESUMO

O número de crimes contra as mulheres toma proporções

assustadoras, e se evidencia nos grandes centros urbanos, mas não

menos frequentes em outras partes do mundo, o que torna os

indivíduos passíveis de vitimizações geradas pelas mais diversas

motivações, ainda que sejam por motivos torpes. Contudo percebe-

se que o estado não conseguiu ainda combater as várias formas de

violência, mas mostra-se preocupado com estas vítimas, e através

de políticas públicas compensatórias busca amenizar o seu

sofrimento. Verifica-se que não é qualquer crime cometido contra

a mulher que é considerada como violência doméstica, pois alguns

requisitos devem ser atendidos, tendo em vista que a legislação

1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas.

Coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social –

CREAS, da Prefeitura de Manaus. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social do Centro de Referência dos Direitos

da Mulher da Prefeitura de Manaus – CRDM. Pesquisadora do GEPOS.

5º Emflor | Caderno de Resumos 59

acerca do assunto possui um limitado campo de abrangência. Para

que esta violência seja caracterizada os atos devem ser cometidos

no âmbito doméstico, familiar ou nas relações íntimas de afeto.

Assim, O objetivo desse trabalho é analisar as políticas públicas em

Manaus – AM no enfrentamento da violência doméstica contra as

mulheres. Quanto à natureza da pesquisa, a metodologia do estudo

constitui-se em uma pesquisa com ênfase teórica, de caráter

exploratório e descritivo, tendo sido adotado o método dedutivo na

pesquisa, baseado em fatos e dados extraídos de obras que abordam

violência doméstica contra a mulher. Como resultado parcial da

pesquisa percebemos que o acesso à justiça e as políticas públicas

significam para as vítimas de violência doméstica o

restabelecimento da ordem social individual e familiar, onde passa

a ter o controle da violência, o exercício da cidadania e o resgate

dos direitos humanos, contudo um número expressivo de mulheres

vítimas de violência não possui seus direitos resguardados, assim

como as políticas públicas garantidas.

Palavras Chave: Violência Contra Mulher, Lutas Sociais,

Manaus, Políticas Públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 60

13 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER:

UMA LUTA CONSTANTE PARA COMBATER ESSA

PRATICA NO AMAZONAS

Nayara Feitosa dos Santos 1

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2

RESUMO

A violência doméstica contra a mulher é amplamente discutida no

Brasil, principalmente pelos avanços e lutas do movimento

feminista, uma das maiores conquistas foi a lei Maria da Penha nº

11.340, de 07/08/2006 que visa assegurar proteção a mulher.

Percebe-se que ocorreram mudanças no que tange a proteção contra

as mulheres vítimas de violência doméstica a partir da referida Lei,

contudo muito ainda deve ser feito, pois, o índice de mulheres que

sofrem violência é alarmante. As constantes ações de violência no

cotidiano da mulher são indicativas da complexa problemática que

envolve a organização da vida social atual, especialmente nas

grandes cidades, entre elas, Manaus. De acordo com dados da

Delegacia Especializada em Crime Contra a Mulher em Manaus,

1 Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social do Centro de Referência dos Direitos

da Mulher da Prefeitura de Manaus – CRDM. Pesquisadora do GEPOS.

5º Emflor | Caderno de Resumos 61

de janeiro a março 2017 já foram registrados 2,7 mil casos de

violência doméstica. O objetivo desse trabalho é analisar o

aumento nos índices de violência contra mulher em Manaus a partir

de dados divulgados em jornais de grande circulação na cidade.

Assim, a pesquisa apresenta-se como bibliográfica e

qualiquantitativa, pois através dos números expostos podemos

concluir ainda que parcialmente que os casos de violência contra

as mulheres em Manaus vêm aumentado, significativamente e que

as políticas públicas de enfrentamento a essa questão precisam de

maior eficácia e amplitude como uma forma de coibir essas

violências.

Palavras Chave: Violência Contra Mulher; Lutas Sociais;

Manaus; Políticas Públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 62

14 ASSÉDIO SEXUAL NOS ESPAÇOS PÚBLICOS:

MULHER, A CULPA NÃO É SUA.

Keth Raianny Braz Prestes1

RESUMO

O assédio sexual contra a mulher nos espaços públicos se estrutura

a partir de uma cultura patriarcal de dominação masculina que

restringe o acesso da vítima ao direito fundamental de liberdade e

mobilidade. Pode ocorrer na rua, na praia, na praça, parque ou

mesmo em uma ciclovia, com presença de testemunhas ou não.

Variam desde linda, gostosa, ê peitão, beijos roubados, passar as

mãos nas nádegas (apalpadela), propostas amorosas indecorosas

delicia, oh lá em casa, até assovios, buzinas de carros, olhares

invasivos, comentários agressivos e/ou ameaçadores. Neste

sentido, o estudo se propõe analisar assédio sexual dos homens ás

mulheres nos espaços públicos. Trata-se de um estudo qualitativo

de natureza exploratória, através do método de pesquisa literária,

realizado em fontes de dados eletrônicos, revistas, livros e acervo

da biblioteca local. Os resultados obtidos retrataram que o 99,6%

1 Assistente social de base da Comissão de Ética e Direitos Humanos do

Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 15º região. Graduada em

Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte-UNINORTE e pós-graduada

em Políticas Públicas de Enfrentamento a Violência Intrafamiliar pela Faculdade

Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. Manaus AM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 63

das mulheres ouvidas na a campanha "Chega de Fiu, Fiu",

afirmaram que já sofreram assédio sexual e 83% não achavam

legal. Das cantadas que já receberam nas ruas, “linda” e “gostosa”

abrigam 84%. Quanto o local, 98% sofreram assédio sexual na rua,

e 80% em praças e parques. O assédio sexual contra mulher nos

espaços públicos restringe a sexualidade feminina mesmo que os

assovios, olhares e comentários não denotam ato sexual.

Configuram-se como uma maneira do homem exercer o poder e

virilidade moral sobre as vítimas.

Palavras-chave: Assédio, Assédio sexual contra a Mulher,

Assédio nos Espaços Públicos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 64

15 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO AMBIENTE

UNIVERSITÁRIO: O SILÊNCIO QUE ECOA

Keth Raianny Braz Prestes1

RESUMO

Desde 1990 o fenômeno da violência contra a mulher foi

reconhecida pela Organização Mundial de Saúde OMS como um

grave problema de saúde pública que afeta as mulheres em todo o

mundo. As violências que ocorrem dentro das instituições de nível

superior têm se multiplicado não existem estatísticas sobre o tema,

porém os casos se refletem em agressões cometidas pelos próprios

estudantes, professores e por pessoas de fora da instituição que

adentram por falta de segurança. As vítimas são acadêmicas,

servidoras docentes, servidoras técnico-administrativas e

trabalhadoras terceirizadas. Neste sentido, o estudo se propõe

analisar a violência contra a mulher no ambiente universitário.

Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória, através

do método de pesquisa literária, realizado em fontes de dados

eletrônicos, revistas, livros e acervo da biblioteca local. Os

1 Assistente social de base da Comissão de Ética e Direitos Humanos do

Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 15º região. Graduada em

Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte-UNINORTE e pós-graduada

em Políticas Públicas de Enfrentamento a Violência Intrafamiliar pela Faculdade

Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. Manaus AM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 65

resultados obtidos retrataram que o 42% das mulheres já sentiram

medo de sofrer violência no ambiente universitário, 36% já

deixaram de fazer alguma atividade na universidade por medo de

sofrer violência, 10% relatam espontaneamente ter sofrido

violência de um homem na universidade ou em festas acadêmicas.

A violência contra o gênero feminino ultrapassa os muros das

universidades o lócus do conhecimento científico, reflete a cultura

machista e patriarcal que as instituições estão enraizadas, derruba

o mito que a violência contra a mulher ocorre apenas nas periferias,

feita por pessoas mais pobres com menor nível de escolaridade.

Palavras-chave: Violência, Violência contra a mulher, Violência

no ambiente universitário.

5º Emflor | Caderno de Resumos 66

16 DO LAR PARA O CRIME: UM ESTUDO ACERCA DO

AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA

CRIMINALIDADE EM MANAUS

Aline Ribeiro Lima1

Luciana Vieira dos Santos2

Márcia Helena Nascimento Braga3

Susy Ellen Pacheco da Silva4

RESUMO

Ao longo da história a mulher quase sempre foi vista como frágil,

delicada e sem direitos, relegada ao espaço de seu lar, devendo

servir seu marido e cuidar de seus filhos, ou seja, uma existência

de servidão e submissão à figura masculina. Até metade do século

passado, os crimes cometidos pelas mulheres se resumiam no

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM

5º Emflor | Caderno de Resumos 67

aborto, infanticídio e homicídios passionais. Entretanto, segundo

dados do Departamento Penitenciário Nacional (2014), atualmente

as mulheres cometem crimes muito mais graves como tráfico,

homicídio, latrocínio, dentre outros. A pesquisa de cunho

qualiquantitativo revelou também que 54% das mulheres no

Amazonas cumprem pena pelo crime de tráfico de entorpecentes, e

em sua maioria estas são jovens, com filhos, de baixa escolaridade

e que vivem em situação de vulnerabilidade social. De acordo com

dados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, o

aumento da participação feminina na criminalidade se deve ao fato

de muitas acabarem assumindo o lugar de seus maridos e

companheiros na ação criminosa, se tornando figuras ativas no

mundo do crime. Como se explica os casos de mulheres que

adentram ao mundo do crime? Toda essa discussão sobre essa

visibilidade/invisibilidade da mulher criminosa no Estado iniciou-

se a partir de tal indagação gerando a busca por respostas para tal

questionamento. Desse modo, espera-se que este estudo contribua

no aprofundamento do conhecimento acerca da participação

feminina nos altos índices de criminalidade no Estado, e

principalmente na cidade de Manaus.

Palavras-Chave: Mulher. Criminalidade. Violência.

5º Emflor | Caderno de Resumos 68

17 VIOLÊNCIA CONTRA MULHER:

CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DA VIOLÊNCIA

CONTRA MULHER NO SEU ÂMBITO FAMILIAR

NA CIDADE DE MANAUS - AM

Arianny Batista de Araújo1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

Eveline M. D. do Nascimento4

RESUMO

O estudo é uma tentativa de reconstruir a violência contra a mulher

e tem como objetivo analisar as consequências sociais que a mulher

sofre após ser vítima em seu âmbito familiar, identificando as

principais Políticas Públicas para a ampliação e o fortalecimento

do atendimento e acompanhamento social, psicológico e jurídico.

1 Graduada em Serviço social pela Universidade Nilton Lins, Manaus, AM. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia E-mail:

[email protected] 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-

Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA/UFAM. Professora da

Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Manaus e da Secretaria de Estado

da Educação e Qualidade do Ensino – SEDUC-AM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 69

Para as discussões foram utilizados como principais referências

bibliográficas o Presser (2014), Brasil (1988), Castillo et al (2005),

Dias (2007) que apresentam uma reflexão e ação emergencial sobre

a temática. Sabe-se que por muito tempo dentro de um contexto

histórico a figura da Mulher é marcada por desprezo dentro da

sociedade, sendo expostas a maus-tratos e sem interferência de leis

e programas que combatesse tal violência. Na contemporaneidade

ampliam-se os debates e estudos sobre violência contra a mulher,

entre as diferentes tipificações desta, propomos abordar sobre a

violência doméstica, que se manifestam através de agressões

físicas, psicológicas e sociais, como se sabe, tal violência provoca

consequências com impactos na saúde física e emocional da

mulher. Para Saffioti (2004) as mulheres se submetem à violência

não porque permitam ser violentadas, mas, porque muitas vezes são

forçadas a fazê-lo. É preciso, enfim, compartilhar

responsabilidades com a sociedade para diminuir as agressões

contra a mulher e garantir a integridade dessas vítimas, e diante da

Lei Maria da Penha e outros órgãos do governo atribuir

contribuições para solucionar os problemas tendo como um dever

de todos, zelar pela proteção e contribuir para minimizar esses

índices de violência.

Palavras-Chave: violência, gênero, mulher

5º Emflor | Caderno de Resumos 70

18 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM

ESTUDO SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA

AUTORA DOS CASOS DE VIOLÊNCIA

INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM

DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM

MANAUS – AM

Patrícia Canto Furtado Gonçalves1

Michelle Rabelo de Souza2

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo fazer uma discussão acerca dos

casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes

atendidos pelo Serviço Social do Fórum Desembargador Mário

Verçosa, do qual a mulher tem sido considerada suposta autora da

violência com 44% com relação aos casos atendidos em 2015. Os

sujeitos vivenciam com todo tipo de problema como: intolerância,

desemprego, falta de moradia, pobreza, dentre outros, o que pode

1Acadêmica do 8º período do curso de Serviço Social da Universidade Federal

do Amazonas- UFAM. 2Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas - UFAM, assistente social e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e

Observatório Social: Gênero, Política e Poder – GEPOS, professora substituta

do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 71

produzir condições extremas de violência, cabendo ao judiciário

intervir nesses casos que priva os direitos da criança e do

adolescente vitimizados pela violência doméstica e familiar. Na

contemporaneidade, a violência mostra-se tão aprofundada no

cotidiano das pessoas que refletir e agir em função dessa questão

deixou de ser uma ação situacional ou isolada. Através do

levantamento dos dados e informações colhidas junto ao Fórum,

observou-se que as mulheres estão como principais agressoras e

sendo o pai o autor das denúncias nos despertou o interesse de

aprofundar nossas análises sobre a prática de uma possível

alienação parental, o que tem se tornado muito comum entre as

famílias após processo de divórcio. A pesquisa realizou-se no

Fórum Desembargador Mário Verçosa através do levantamento de

informações adquiridas junto aos relatórios de atendimentos

realizados pelo Serviço Social do Fórum durante o ano de 2016.

Buscamos assim com o presente estudo compreender as causas do

alto índice de mulheres como suposta agressora de seus filhos (as).

Palavras-chaves: Mulher, Alienação Parental, Violência

Intrafamiliar.

5º Emflor | Caderno de Resumos 72

19 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE

GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE

MANAUS - AM

Maria Raquel Cruz da Silva1

Márcia Perales Mendes da Silva2

RESUMO

Violência obstétrica é o termo utilizado para descrever as várias

formas de violências ocorridas na assistência à saúde, durante a

gravidez, parto, pós-parto e aborto. Este estudo justifica-se na

expectativa de avançar na edificação de conhecimentos teóricos

sobre este tema discutido nacional, internacionalmente e com

crescentes denúncias na cidade de Manaus. Objetivou-se analisar a

violência obstétrica a partir da perspectiva de gênero e saúde. Para

tanto, objetivou-se conhecer as informações disponíveis na

literatura sobre a conceituação e tipificação de violência obstétrica

perpetrada contra as mulheres, bem como relacionar essa temática

com a questão de gênero e saúde, apontando aspectos fundamentais

e legais inerente ao entendimento da problemática. Trata-se de

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

– PUC/SP.

5º Emflor | Caderno de Resumos 73

uma revisão bibliográfica, cuja metodologia teve abordagem

qualitativa e quantitativa, na base de dados em livros, revistas

científicas, artigos do Scielo, Lilacs e dados oriundos de notícias,

audiências e debates. Constatou-se que a violência obstétrica é uma

das expressões da violência de gênero, percebida através das

denúncias e mobilizações contra essa violência ocorrida nos

serviços de saúde e nas maternidades em nosso país e cidade. Para

o seu enfrentamento é necessário o Estado avançar na discussão

junto com as organizações e movimentos que debatem este tema

em nível nacional e local, afim da melhoria na efetivação das

políticas direcionadas à saúde da mulher.

Palavras-Chaves: Gênero, Saúde, Violência Obstétrica, Direitos

Humanos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 74

20 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMETIDA PELO

COMPANHEIRO NA RELAÇÃO MARITAL: UM

OLHAR PARA AS MULHERES ATENDIDAS NO

PRIMEIRO JUIZADO MARIA DA PENHA

Rayane de Oliveira Viana1

RESUMO

Este trabalho realizou uma abordagem sobre a violência doméstica

contra a mulher, a qual se encontra intrinsecamente relacionada às

relações de gênero e de poder na sociedade patriarcal. Verificou-se

em que sentido ocorrem os maus tratos de mulheres no âmbito da

violência doméstica, especialmente na relação marital, remetendo

para a verificação deste problema social no Primeiro Juizado Maria

da Penha em Manaus. A origem da violência contra a mulher está

diretamente relacionada ao patriarcado e ao sistema capitalista que

reforça a inferioridade feminina em termos de atuação no mercado

de trabalho, sem desvinculá-la da esfera privada e das atividades

domésticas, historicamente construídas com base na desigualdade

de gênero. Embora tenha ocorrido avanços na legislação brasileira

e nas conquistas das mulheres, a violência doméstica continua com

índices elevados na sociedade brasileira. Esta pesquisa realizada no

Primeiro Juizado Especializado no Combate à Violência

1 Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas

5º Emflor | Caderno de Resumos 75

Doméstica contra a Mulher assume as orientações das abordagens

qualitativas sem excluir os aspectos quantitativos. Dentre os

múltiplos resultados obtidos ficou claro que a violência doméstica

se estabelece tanto no âmbito da relação conjugal quanto na

situação de separação do casal, em que o homem ainda se vê como

“dono” da mulher, exercendo uma dominação sobre ela. Pode-se

dizer, por fim, que as mulheres continuam em situação de violência

após a separação conjugal, o que acarreta prejuízo à sua saúde e à

sua psique.

Palavras-chave: Violência Doméstica, Relação de Gênero,

Patriarcado.

5º Emflor | Caderno de Resumos 76

21 E QUANDO O “NÃO” DA MULHER VIRA

ESTATÍSTICA?

Sharlenny Alencar1

RESUMO

Diariamente vemos casos de violência contra a mulher, motivada

pelo sentimento de posse, fruto da misoginia institucionalizada em

nossa sociedade. Mulheres que tiveram seu direito inalienável, de

pertença ao seu próprio corpo, violado, ao encerrarem um

relacionamento. Esse artigo aborda os tipos de violências que

mulheres sofreram ao terminarem um relacionamento abusivo, se

propondo a avaliar as matérias veiculadas em jornais digitais e os

respectivos comentários de seus leitores. Fundamentando-se no

método de análise da etnografia digital. Como objetivos específicos

no propomos a discutir a dinâmica dos relacionamentos abusivos e

os sinais vermelhos dados no início da relação, analisar matérias

veiculadas em jornais digitais a respeito da violência sofrida por

mulheres ao encerrarem um relacionamento e discutir misoginia,

feminicídio patriarcado e violência masculina. Estamos avançando

no debate sobre violência contra a mulher, feminismo, machismo,

1 Assistente Social, Especialista no Enfrentamento da Violência Intrafamiliar –

PGPPEVI pela Faculdade Salesiana Dom Bosco.

5º Emflor | Caderno de Resumos 77

mas ainda temos longos passos pela frente, porque, diariamente,

casos de agressão, feminicídio, são noticiados na mídia. Séculos de

submissão, da mulher tratada como propriedade privada, não são

superados de um dia para o outro. A violência contra a mulher

ultrapassa gerações e o debate profissional, social, acadêmico, é

uma forma de trazer à tona os limites e as possibilidades diante da

discussão dos relacionamentos abusivos. E falar desse tipo de

relacionamento é cutucar uma ferida ainda aberta em nossa

sociedade: A misoginia.

Palavras-chave: Misoginia, Dominação masculina, Violência,

Feminicídio.

5º Emflor | Caderno de Resumos 78

22 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO

PÚBLICA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS

MULHERES QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO DE

VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS RETORNEM AO

ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E JURÍDICO

Frankandrey Batista Ferreira1

Sandro Breval Santiago2

RESUMO

Este artigo tem o objetivo demonstrar os resultados dos estudos no

Centro Estadual de Referência de Apoio a Mulher – CREAM na

capital de Manaus/AM. Para entendermos a questão do não retorno

das mulheres em situação de violência. Analisamos como a

Qualidade da Gestão influencia no atendimento das mulheres em

situação de violência. Destacando a importância do atendimento

oferecido pelo CREAM a essas mulheres, para que o serviço seja

entregue com eficiência e eficácia e principalmente efetivos para

que as mesmas se sintam seguras para procurar o auxílio. Por meio

de dados coletados nos relatórios do primeiro trimestre de ano

1 Graduando do Curso Superior de Administração da Universidade Federal do

Amazonas - UFAM - Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amazonas –

UFAM – Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 79

corrente, identificando a situação da organização quanto ao uso de

ferramentas ou sistemas de informação que auxiliam na Gestão da

Informação para que contribuam no retorno das assistidas;

mapeamento das Zonas onde as assistidas residem para auxiliar a

organização a compreender se o fator distância é um fator

primordial para o não retorno das assistidas. Verificou-se um

espaço de acolhimento, atenção psicológica, social, orientação e

encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.

Fornecendo o apoio necessário à superação da situação de violência

ocorrida e contribuindo para o fortalecimento da mulher no

momento de sua fragilidade imposta pela situação de violência em

que se encontra. Os atendimentos visam o término da situação de

violência e a prevenção de futuros atos de agressão.

Palavras-chave: Administração Pública; Gestão de qualidade;

Violência contra a mulher.

5º Emflor | Caderno de Resumos 80

GT 2 – GÊNERO, MOVIMENTOS SOCIAIS E

POLÍTICAS PÚBLICAS

Coordenadores:

Profa. Dra. Márcia Maria de Oliveira (UNIR)

Prof. Dr. Ricardo Gonçalves Castro (URFJ)

5º Emflor | Caderno de Resumos 81

23 GÊNERO E ESTADO: DESAFIOS À

IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

PARA MULHERES NA CENA CONTEMPORÂNEA

BRASILEIRA

Denise Bentes Soares1

Daniela Glória Canto2

Elizabeth Cardoso Batista Neta3

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar os desafios à

implementação de políticas públicas para mulheres no Brasil

contemporâneo, com ênfase na relação gênero e Estado. O contexto

de crise econômica, política e social, pela qual o país tem passado,

geraram impactos diretos na vida das mulheres, em particular

relacionadas às políticas públicas, a exemplo da Secretaria de

Políticas para Mulheres - SPM que o ano de 2015 perdeu seu status

1 Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Pós-

graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior do Norte

– EDUCANORTE. E-mail: [email protected] 2 Pós-graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior

do Norte – EDUCANORTE. Graduada em Serviço Social, pela Universidade

Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: [email protected] 3 Pós-graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior

do Norte – EDUCANORTE. Graduada em Serviço Social, pela Universidade

Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 82

de Ministério. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com base em

uma revisão de literatura fundamentada em pesquisas secundárias,

bem como análise documental de arquivos disponíveis no site

eletrônico da Secretaria de Políticas para Mulheres-SPM. O estudo

aponta os desafios na construção e implementação de políticas para

mulheres, retrocessos no campo dos direitos políticos e sociais, e

ações incipientes para atender as demandas das mulheres, devido à

escassez de recursos e incentivo por parte do Estado, o qual se

configura como reprodutor de desigualdades relacionadas às

questões de gênero. Destarte, as políticas públicas precisam ser

ampliadas e fortalecidas, a partir de ações conjuntas e articuladas

entre todos os setores da sociedade, no sentido de enfrentar as

desigualdades vivenciadas pelas mulheres.

Palavras-chave: Gênero, Estado, Políticas Públicas, Mulheres

5º Emflor | Caderno de Resumos 83

24 O TERRITÓRIO DAS VARREDORAS DE TEFÉ E

COARI – AMAZONAS

Nágila dos Santos Situba1

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo analisar o serviço de limpeza

urbana de Tefé e Coari - Amazonas, de modo a compreender o

território das varredoras. Trata-se de um estudo de gênero de cunho

bibliográfico e pesquisa de campo, realizado em 2015 e 2016.

Neste sentido, a limpeza urbana passa a compor à problemática que

lida desde as condições daqueles que trabalham com o lixo até as

condições de vida daqueles que transitam nos espaços públicos.

Segundo IBGE (2008) a limpeza urbana é de responsabilidade da

municipalidade e cabe a esta legislar e executar de acordo com a

realidade. Neste contexto, o método utilizado nesta pesquisa é o

comparativo, partindo de observações, conversas e aplicação de

formulários. Buscou-se a partir disto, compreender o cotidiano

dessas mulheres e as relações de trabalho que se estabelecem no

interior das relações capitalistas. Os resultados obtidos apontam a

precarização e exploração da força de trabalho feminino, além das

1 Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Atua como

pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Cidades na Amazônia Brasileira -

NEPECAB.

5º Emflor | Caderno de Resumos 84

desigualdades que se estabelecem entre homens e mulheres.

Durante a execução da atividade as varredoras de ruas são expostas

a poeira, realizam movimentos repetitivos com a vassoura e

dividem os espaços e logradouros públicos com os veículos. Esta

poeira causa desconforto, pode prejudicar o pulmão e gerar

incomodo nasal durante a atividade, principalmente quando há

ausência de máscaras para o rosto. Portanto, este é um trabalho

precário na medida que traz desconforto para as trabalhadoras e põe

a vida em risco.

Palavras Chave: Cidades, varredoras, trabalho.

5º Emflor | Caderno de Resumos 85

25 FEMINISMOS E FEMINISTAS E O PIONEIRISMO

DAS “MULHERES DA ILHA” NO MARANHÃO

Maria Mary Ferreira1

RESUMO

Os movimentos feministas no Brasil surgem na década de setenta

no contexto da luta contra a ditadura e se expande pelo Nordeste

brasileiro a partir de organizações que trazem em diferentes formas

de expressão o descontentamento de um silêncio milenar sobre a

subalternidade das mulheres que ecoou em diversos cantos deste

País. A luta e resistência, que marcam as múltiplas formas de ação

e de enfrentamentos desse movimento contra o Estado e setores

conservadores da sociedade, deram ao movimento feminista

reconhecimento e contribuíram para que repercutisse na sociedade

em virtude das ações radicais que visibilizaram suas

reinvindicações frente ao modelo liberal em vigor no Estado

brasileiro. Autores como Castells (1999), Alvarez (2000), Santos

(2003), Guiddens (2012), concebem os movimentos feministas

como responsáveis pela construção de um novo paradigma de

igualdade em escala mundial. São protagonistas de uma “revolução

silenciosa” que alterou substancialmente a vida das mulheres. As

1 Professora Associada do Departamento de Biblioteconomia e do Programa de

Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão,

doutora em Sociologia UNESP/FCLAr - [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 86

ações resultaram na formulação e implementação de políticas

públicas, em mudanças nas estruturas legais, na criação de

instrumentos de proteção e ampliação dos direitos das mulheres, a

exemplo das delegacias da mulher, dos pactos de combate à

violência contra a mulher, entre outras políticas que se traduziram

como resposta do Estado as reinvindicações dos movimentos

feministas. A proposta desta comunicação é apresentar elementos

para compreender a riqueza e singularidades do que representou e

representa o Movimento Feminista no Maranhão. Trata-se de um

estudo qualitativo com perspectiva dialética por compreender que

a ação política do movimento feminista traz um conjunto de

nuanças que seria difícil de quantificar. Nos estudos dialéticos

leva-se em consideração a complexidade da sociedade em que as

mulheres embora maioria, são consideradas como minoria. Os

desafios, porém, permanecem, um dos quais a violência de gênero

que muitas vezes resulta em feminicídios e a sub-representação nos

espaços de poder que invizibiliza a presença e ação das mulheres

em projetos de mudanças e em ações e intervenções políticas nas

instâncias decisórias.

Palavras Chave: Movimento Feminista; Protagonismo feminino;

Grupo de Mulheres da Ilha; Maranhão

5º Emflor | Caderno de Resumos 87

26 O EMPODERAMENTO DAS MULHERES DE

MANAUS ATRAVÉS DO PROGRAMA BOLSA

FAMÍLIA

Juliane Almeida Batista Leite1

Yoshiko Sassaki2

RESUMO

A presente pesquisa de Mestrado que está em andamento, tem

como objetivo avaliar se o Programa Bolsa Família está

contribuindo para o processo de empoderamento das mulheres

beneficiárias da Cidade de Manaus. O Programa Bolsa Família

(PBF) tem como objetivo contribuir para a superação da pobreza

de famílias extremamente pobres e pobres. O repasse do benefício

é feito preferencialmente para a mulher e essa titularidade feminina

vem sendo pauta de intensos debates sobre as contribuições do PBF

para o processo de empoderamento das mulheres beneficiárias e

1 Bacharela em Serviço Social pela Faculdade Estácio do Amazonas. Mestranda

do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de

Mesquita Filho e professora associada da Universidade Federal do Amazonas.

E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 88

para a diminuição das desigualdades de gênero, devido a dados que

demonstram que o ato de ser titular do benefício e de administrá-lo

tem fortalecido o seu papel na família e na comunidade, melhora a

autoestima, redução da dependência no que se refere ao parceiro e

diminuição dos conflitos domésticos.

Palavras-chave: empoderamento; titularidade feminina; Bolsa

Família.

5º Emflor | Caderno de Resumos 89

27 PROTAGONISMOS FEMININOS NO MOVIMENTO

QUILOMBOLA DO RIO ANDIRÁ, FRONTEIRA

AMAZONAS/PARÁ (2005-2016).

João Marinho da Rocha1

Marilene Corrêa da Silva Freitas2

RESUMO

Esta comunicação traz uma reflexão acerca do protagonismo de

mulheres negras e quilombolas no pós-abolição Amazonas. Há

cerca de vinte anos vem ocorrendo no Estado do Amazonas

movimentos de lutas por direitos étnicos, territoriais e inclusão

social. Ocorreu o reconhecimento por parte do Estado Brasileiro,

de inúmeras comunidades como remanescentes de quilombo, a

saber: Tambor dos pretos, no Município de Novo Airão;

Quilombolas do Andirá, no município de Barreirinha; Quilombo

urbano do Barranco da praça 14 de Janeiro, na cidade de Manaus e

recentemente, quilombo do Lago Serpa, no município de

Itacoatiara. Isto levanta muitas questões que desafiam os propósitos

tradicionais das ciências humanas e sociais, acostumados a lidar

1 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia – PPGSCA/UFAM. [email protected] 2 Pós-Doutoramento na Université de CAEN e na UNESCO (2001-2002). Atualmente

Professora Associado III da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 90

com a propalada “ausência de negros” no Estado, dada a elevada

demografia indígena e as comprovações estatísticas das poucas

entradas de negros escravizados, e ou libertos, em tempos coloniais

e imperiais e no Pós-abolição. A partir da metodologia da História

Oral, nossas reflexões têm como suporte as memórias orais de três

mulheres acerca do movimento quilombola do Rio Andirá, entre

2005-2016. Enfatizamos as trajetórias de tais mulheres e suas

Ações políticas nos processos de diferenciação étnico-racial. O

fazemos apontando seus protagonismos históricos, a partir das

relações entre História das mulheres e Gênero e das interfaces com

o campo da História Social e dos estudos do Pós-Abolição no

Brasil.

Palavras-chave: Memória e História, Protagonismo Feminino,

Quilombolas do Rio Andirá.

5º Emflor | Caderno de Resumos 91

28 UM ESTUDO SOBRE AS MULHERES LÍDERES NOS

MOVIMENTOS SOCIAIS NA CIDADE DE MANAUS

Vannessa Gomes da Silva1

Ângela Emília Gama da Silva2

RESUMO

Com base no contexto histórico dos movimentos sociais e sua

magnitude no desenvolvimento do país, bem como para a capital

do Estado do Amazonas, é notória a participação da liderança

feminina no processo de lutas em busca de melhores condições

para a grande massa populacional que sempre teve anseio por

igualdade, alcançando conquistas sociais ao mesmo passo que

confrontava a resistência de grandes embates no sentido de

interesses opostos. No intuito de desmitificar o conceito errôneo da

população em relação, não apenas, aos movimentos, mais para com

a própria liderança surge as indagações: o que levou as mulheres a

militância nos movimentos sociais? Que tipo de capacitação dispõe

essas líderes? De que forma isso pode contribuir para o bom

resultado de sua militância? Por diversas vezes as líderes têm sua

1 Graduando de Serviço Social da Universidade Nilton Lins. E-mail:

[email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/ UFAM. Docente

da Universidade Nilton Lins. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 92

atuação e capacitação postas em dúvida, sofrendo difamação e até

mesmo desmoralização da credibilidade social, quer seja pelos

meios de comunicação manipulados, pelos grupos ou indivíduos

que de alguma forma sentem-se ofendidos ou incomodados pela

atuação destas frente a segmentos populacionais que buscam em

sua maioria a efetivação de direitos. O objetivo deste artigo é

desvelar a importância e a real condição profissional das mulheres

líderes de movimentos sociais na cidade de Manaus. A

metodologia utilizada foi a pesquisa de campo realizada com cinco

mulheres líderes de movimentos sociais na cidade de Manaus,

através de entrevista semiestruturada. A pesquisa de caráter

descritivo, não pretende de maneira alguma, velar as condutas

embusteiras que não se pode negar que exista dentro do universo

dos movimentos sociais. Contudo, buscou-se evidenciar as boas

práticas que se destacam nos movimentos sociais, além de salientar

o próprio empoderamento feminino e a capacidade das líderes em

buscar o bem comum, por meio de recursos apropriados.

Palavras-chave: Movimentos sociais, liderança feminina,

capacitação.

5º Emflor | Caderno de Resumos 93

29 MULHERES PESCADORAS NO AMAZONAS:

RETRATOS DE UMA LUTA POR IGUALDADE DE

GÊNERO

Jéssica Daiane de Lemos Rodrigues1

Thaynara Reis do Nascimento Cruz2

Isaac Guidão Toscano3

Viviane de Oliveira Rocha4

RESUMO

Mediante estudos e pesquisas realizadas pode-se afirmar que a

problemática da desigualdade de gênero entre pescadores e

pescadoras no Amazonas é reflexo de uma lógica muito mais

abrangente, haja vista que, no Brasil a busca pela igualdade entre

homens e mulheres ainda segue enquanto um desafio. Desta forma,

o presente artigo tem como objetivo central analisar o processo de

1 Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade

na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:

[email protected] 2 Mestranda do curso de Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, pela

Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:

[email protected] 3 Mestrando do curso de Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, pela

Universidade Federal do Amazonas – UFAM; e-mail:

[email protected] 4 Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade

na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 94

lutas das pescadoras artesanais, via movimentos sociais, pela

igualdade de gênero entre homens e mulheres no desenvolvimento

de suas atividades. No que tange à metodologia do trabalho

realizado, o mesmo consiste em uma pesquisa bibliográfica e

documental, de natureza dialética com abordagem crítico-

reflexiva. O estudo aqui apresentado é importante no intento de se

evidenciar a luta diária das mulheres pescadoras pelo

reconhecimento legítimo da pesca enquanto espaço de trabalho,

tendo em vista que no âmbito da pesca, assim como em diversos

outros segmentos sociais, a mulher continua sendo desvalorizada e

sofrendo com a discriminação em virtude de ocupação profissional.

Neste contexto, explicitaremos como se constitui a luta destas

mulheres a partir do Movimento de Pescadores e Pescadoras

Artesanais (MPP), o qual tem como bandeira de luta a igualdade de

gênero entre homens e mulheres, bem como a efetivação de

políticas públicas inclusivas que visem a atenuação desta

problemática.

Palavras-Chave: Mulheres Pescadoras Igualdade de Gênero

Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)

5º Emflor | Caderno de Resumos 95

30 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL:

CONCEITO, MOTIVAÇÕES E AS SOLUÇÕES PARA

PREVENÇÃO E COMBATE

Anne Luise Pontes Cordovil1

Dorinethe dos Santos Bentes2

RESUMO

O tema violência obstétrica vem ganhado visibilidade no século

XXI e se caracteriza como sendo os maus tratos na assistência à

gravidez, no parto, no pós-parto e no abortamento. Segundo a

Portaria 569/2000, criadora do Programa de Humanização do Pré-

natal e Nascimento (PHPN), “toda gestante tem direito ao acesso a

atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e

puerpério”. Por isso a assistência realizada de maneira

inapropriada, pode ser caracterizada crime contra a integridade

física, como está disposto no art.129 do Código Penal. Sendo

assim, a humanização é a primeira atitude necessária dentro do

ambiente hospitalar, proporcionando um atendimento que observe

a singularidade de cada paciente. Porém, além da humanização, é

1Acadêmica de Direito da Universidade Federal do Amazonas- UFAM. E-mail:

[email protected] 2 Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 96

necessário que medidas imediatas sejam tomadas, e é nessa área

que o direito deve atuar, fazendo que os profissionais da saúde se

atentem para as diretrizes que são apontadas pelo Ministério da

Saúde e pela OMS, para que haja um melhor atendimento, e

punindo quando tal diretrizes não são observadas.

Palavras-Chaves: Violência obstétrica, Atendimento digno,

Humanização.

5º Emflor | Caderno de Resumos 97

31 MULHERES NO MOVIMENTO DE MORADIA: A

EXPERIÊNCIA DO MOVIMENTO ORQUÍDEAS EM

MANAUS

Alessandra do Amaral Sales1

Mariza Souza Cavalcante2

RESUMO

A inserção das mulheres nas questões do mundo público tem sido

um dos grandes pontos de discussão e debate no mundo moderno,

pois coloca em xeque a posição de subalternidade e inferioridade

das mulheres em relação aos homens. Neste sentido, este estudo

apresenta algumas considerações extraídas da pesquisa realizada

para a construção da dissertação de mestrado intitulada

“Movimento Orquídeas: as mulheres como sujeitos coletivos na

luta por moradia em Manaus” e tem o intuito de aprofundar os

estudos sobre a forma como a mulher apresenta-se na organização

do movimento social e na gestão das políticas públicas,

especificamente a da habitação, a partir da atuação do Movimento

de Mulheres por Moradia Orquídeas – MMMO. Ao analisarmos a

atuação do Movimento de Mulheres por Moradia Orquídea –

MMMO na cidade de Manaus, possibilita-se a discussão acerca do

papel da mulher enquanto sujeito político, partindo da análise de

1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Assistente

social da SEMED – Manaus. [email protected] 2 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia/UFAM.

[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 98

sua representação enquanto gestora de programa de habitação do

governo federal e sua atuação junto à organização dos movimentos

de luta por moradia. Ao nos determos sobre a atuação política do

Movimento de Mulheres por Moradia Orquídea – MMMO junto ao

Estado e ao processo organizativo surgem questões que delineiam

o sentido desta pesquisa, pois apresenta o papel feminino que

extrapola a pura necessidade humana imediata (habitação) e

perpassa por um papel de liderança, respeitabilidade e confiança na

luta por direitos, papel este anteriormente conferido ao homem.

Palavras-chave: Gênero. Movimento de Mulheres. Habitação.

5º Emflor | Caderno de Resumos 99

32 AVANÇOS E DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

CONTRA A MULHER

Leodiney Viana de Carvalho Penha1

Laura Shelly da Rocha2

Marilia Carvalho da Silva3

RESUMO

O presente estudo se propõe a refletir sobre a violência doméstica

contra a mulher, contemplando o autor de tal violação dos direitos

humanos. Tem como objetivo realizar uma abordagem sobre as

políticas de enfrentamento a violência contra a mulher com um

olhar para os programas de atendimento aos homens autores de

violência. Assim, neste quadro apontam-se as políticas públicas

sociais como uma ferramenta capaz de oferecer possibilidades

interventivas nessa questão, essas políticas públicas têm por

1 Graduanda em Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Centro de Estudos

Teológicos Brasileiro-Ceteo. Manaus, 2017. E-mail: [email protected] 2 Pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidade pela

Faculdade Unyleya.Manaus,2017.

E-mail: [email protected] 3 Pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidade pela

Faculdade Unyleya.Manaus,2017.

E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 100

finalidade a elaboração de ações que visem à redução das

manifestações de tal questão social. E difundir a questão do

trabalho em rede como uma ferramenta importante para o

desenvolvimento das ações de enfrentamento da mesma. Este

artigo foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica e para

uma compreensão crítica adotou-se o método histórico dialético.

Sabe-se que ocorreram muitos avanços, no entanto, os grandes

desafios estão postos diante dos profissionais que atuam nessa área,

bem como diante da sociedade. Os resultados apontam a

necessidade de uma intervenção mais eficaz do poder público, pois

os casos continuam ocorrendo de forma bastante ampla, logo

entende-se que a forma que os mecanismos estão sendo

desenvolvidos podem ser repensadas para aplicar outra

metodologia de trabalho tanto com a vítima quanto com o agressor.

Palavras-chave: Relações de gênero, violência contra a mulher,

políticas públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 101

33 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS IMPACTOS NA

SAÚDE DA MULHER

Débora Laís da Silva Ferreira1

Rafaella Teixeira Pismel2

Michelle Rabelo de Souza3

RESUMO

Na sociedade, as causas e consequências da violência doméstica

correspondem às suas interações, ou seja, o homem e a mulher a

partir da construção histórica da qual vem traçando processos de

relação, construindo novos perfis e ainda enfrentando desafios por

igualdade. Porém, embora a mulher através de sua movimentação

histórica tenha demarcado o seu empoderamento, ainda é notório a

sua subjugação quando se trata dos mesmos direitos com relação

ao homem. A mulher não somente atribui influência dentro do lar,

mas também no espaço social e esta é uma questão muito tratada e

exaltada pelos diversos pesquisadores da área. A trajetória

feminina foi árdua até aqui, no entanto, a sua luta é contínua e cheia

1 Assistente Social 2 Assistente Social 3Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas

5º Emflor | Caderno de Resumos 102

de obstáculos e um dos maiores deles ainda está no enfrentamento

a violência doméstica que a cada dia faz uma vítima fatal. Com o

intuito de atingir os objetivos propostos, realizamos e analisamos

questionários às mulheres no setor de mamografia de um Hospital

Público da cidade de Manaus para detectar os casos de violência

doméstica sofrida pelas pacientes. Nos atendimentos, muitas

mulheres de maneira espontânea relatavam ter sofrido algum tipo

de violência, observou-se que isso tem lhes trazido consequências

drásticas no que concerne à saúde da mulher. Apesar da existência

da Lei 11.340/06, temos visto que o número de feminicídio tem

aumentado na cidade de Manaus e aquelas mulheres que

conseguem sobreviver diante das práticas de violência cometida

por seus companheiros carregam consigo a dor não só física, mas

também emocional.

Palavras-chave: Empoderamento feminino, Violência doméstica,

Saúde da Mulher.

5º Emflor | Caderno de Resumos 103

34 AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR MULHERES

IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA: UM

ESTUDO NO CENTRO ESTADUAL DE

CONVIVÊNCIA DO IDOSO – CECI, MANAUS, AM.

Ângela Maria Moreira Teixeira 1

Ângela Emília Gama da Silva2

Ana Cláudia dos Santos Lacerda3

Luiza de Marilac Miléo Moreira4

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo das estratégias utilizadas por

idosas praticantes de hidroginástica para envelhecer com qualidade

de vida. Optou-se pela pesquisa com abordagem qualitativa,

descritiva e de campo. O universo da pesquisa são 100 idosas

matriculadas na hidroginástica, foram selecionadas as que possuem

idade superior a 60 anos. Para a amostra foram selecionados 10

1Pós-graduanda de Gerontologia Social na Faculdade Salesiana Dom Bosco. E-

mail: [email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia –UFAM,

Orientadora e docente da Pós-Graduação da Faculdade Salesiana Dom Bosco.

E-mail: [email protected] 3 Aluna especial Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS –E-mail:

[email protected] 4 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM.

Professora do curso de Serviço Social na Universidade Nilton Lins.

5º Emflor | Caderno de Resumos 104

(dez) idosas que frequentam o Centro de Convivência do Idoso –

CECI em Manaus, sendo que a participação das idosas na pesquisa

obedeceu ao critério da disposição voluntária das mesmas. A

amostra da pesquisa foi de 40% da população (25 idosas). Percebe-

se que 50% das idosas preferem estar no centro do idoso e desfrutar

das atividades ali propostas; 40% dentre os que participam de

hidroginástica, disseram que gostam dos exercícios feitos na

piscina, porém, dão preferência a estar com os familiares, mas sem

atrapalhar seu tempo no CECI e em especial nos dias da atividade.

Outro fator importante e que não deve ser descartado são os 10%

que se dividiam em várias outras opiniões do que para eles deveria

significar uma boa qualidade de vida. Visando confirmar a hipótese

de que as idosas adotam estratégias próprias. Verificou-se que a

assiduidade ao CECI se dá pela incompatibilidade das famílias em

lidar com os problemas da terceira idade e isso foi confirmado pelas

observações dos geriatras. Ao entrar na hidroginástica, as idosas

entram num jogo de acertos com o próprio corpo e isso resultou em

mais qualidade de vida para todas.

Palavras-chave: Envelhecimento, Qualidade de Vida, Mulheres

Idosas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 105

35 AS OCUPAÇÕES IRREGULARES EM MANAUS E O

TRABALHO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM

CALAMIDADE PÚBLICA E EMERGÊNCIAS: OS

AVANÇOS NA INTERLOCUÇÃO COM A POLÍTICA

PÚBLICA DE HABITAÇÃO.

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1

Jakeline Cruz da Silva2

Irvana Góes dos Santos3

RESUMO

A estrutura da cidade de Manaus – AM modificou-se com o

processo de urbanização e desenvolvimento econômico, desta

forma percebemos que o espaço urbano adquiriu outra visibilidade

com o crescimento populacional decorrente dos deslocamentos

migratórios ocorridos ao longo dos anos. Essa urbanização

vertiginosa não é privilégio apenas da região amazônica, ela ocorre

praticamente em todo território nacional. É no processo de

1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de

Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do

Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.

[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências

– SPCPE. Docente da Universidade Paulista.

5º Emflor | Caderno de Resumos 106

urbanização e industrialização ocorrido nos anos 70 que o espaço

urbano em Manaus se modifica bruscamente com a implantação do

Polo Industrial de Manaus – PIM. Assim, o estudo visa analisar os

avanços na atuação do Serviço de Proteção à Calamidade Pública

e Emergências na busca pela garantia da Política Pública de

Habitação em Manaus – AM as mulheres residentes nas áreas de

risco. O trabalho de campo atendeu a uma amostra de 03 assistentes

sociais, 01 gerente, 01 administrativo do SPCPE, através de

formulários contendo perguntas abertas e fechadas, relacionada

com as interpretações bibliográficas e das legislações vigentes

acerca do SPCPE e da Política Pública de habitação. Como

resultado desta pesquisa identificamos que 65% dos entrevistados

afirmam ter conseguido avançar na interlocução com a política de

habitação e que 30% relatam que o processo de interlocução

demorou para acontecer havendo ainda necessidade de ampliar o

acesso.

Palavras-Chave: Política Pública, Habitação, Manaus,

Calamidade Pública, Ocupações.

5º Emflor | Caderno de Resumos 107

36 DAS OCUPAÇÕES DE MORADIA A POLÍTICA DE

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: O

MOVIMENTO DE MULHERES AMAZONAS

SEMPRE VIVO EM PROL A MORADIA DIGNA EM

MANAUS/AM.

Tatiane Nascimento Franco1

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2

RESUMO

A cidade de Manaus em sua maior parte foi e está sendo constituída

por inúmeras ocupações, fenômeno este atribuído como

consequência dos processos de urbanização e industrialização.

Deste modo conferimos que o desenvolvimento do espaço urbano

em Manaus intensificou-se a partir da instalação do Polo Industrial

de Manaus (PIM), ocasionando os deslocamentos e crescimento

populacional que trouxe consigo a formação de inúmeros bairros

originados de ocupações em áreas irregulares, promovendo a

segregação social e a falta dos equipamentos sociais. Com as

precárias condições de habitabilidade, a sociedade civil como o

1 Assistente Social do CRAS de Tonantins - AM.

[email protected] 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de

Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 108

Movimento de Mulheres Amazonas Sempre Vivo – ASV mobiliza-

se em prol a moradia digna através da Política de Habitação de

Interesse Social. Assim, o estudo visa analisar a organização e

mobilização do ASV na luta pela moradia digna para as mulheres

chefes de família associadas ao referido movimento, em Manaus-

AM. O estudo tem como base a pesquisa de campo relacionada

com as interpretações bibliográficas através da perspectiva

qualitativa sem excluir os aspectos quantitativos, tendo como

amostra 15 mulheres chefes de família associadas ao Movimento

de Mulheres Amazonas Sempre Vivo – ASV e inscritas no

Programa Minha Casa Minha Vida Entidades – PMCMV/E. Como

resultado desta pesquisa identificamos que 75% das entrevistadas

afirmam ser esse o primeiro movimento social em que estão

realmente engajadas e que 60% acreditam ser por meio da luta e

organização que elas conseguirão ter sua casa própria digna.

Palavras-Chave: Ocupações, Desenvolvimento urbano, Moradia

digna Movimento de Mulheres, Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 109

37 MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA DO AUXÍLIO

ALUGUEL EM MANAUS: A ATUAÇÃO DO

SERVIÇO DE PROTEÇÃO À CALAMIDADE

PÚBLICA E EMERGÊNCIAS NA LUTA PELA

INTERSETORIALIDADE COM AS POLÍTICAS

PÚBLICAS.

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1

Jakeline Cruz da Silva2

Irvana Góes dos Santos3

RESUMO

Com a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Cidade o

direito à moradia foi constituindo-se, como forma de garantir o

acesso à moradia digna como fator social fundamental para

dignidade humana, levando em 2005 a regulamentação da Política

Nacional de Habitação. A problemática habitacional no Brasil é

antiga e representa um dos principais problemas vivenciados pelas

1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de

Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do

Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.

[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências

– SPCPE. Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Paulista - UNIP.

5º Emflor | Caderno de Resumos 110

camadas populares da sociedade brasileira, atualmente o Brasil

possuí um déficit habitacional de mais de 90.000 mil unidades. As

mulheres são as que mais sofrem com a falta de moradia no Brasil

e em Manaus está realidade não é diferente. Desta forma o presente

artigo se propõe a analisar a atuação dos profissionais no Serviço

de Proteção à Calamidade Pública e Emergências na luta pela

intersetorialidade com as Políticas Públicas como garantia de

direitos O trabalho de campo atendeu a uma amostra de 03

assistentes sociais, 01 gerente, 01 administrativo do SPCPE e 15

mulheres oriundas de área de risco assistidas pelo benefício social

do Auxílio Aluguel da Prefeitura Municipal de Manaus, através de

formulários contendo perguntas abertas e fechadas, relacionada

com as interpretações bibliográficas e das legislações vigentes.

Como resultado desta pesquisa identificamos que 75% das

entrevistadas são mulheres oriundas de área de risco e que 60% são

oriundas de zona leste de Manaus, bem como que 65% das

entrevistadas relatam não terem esperança de saírem da condição

em que vivem, pois não acreditam na garantia de seus direitos.

Palavras Chave: Política de Habitação, Mulher, Auxílio Aluguel,

Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 111

38 A REALIDADE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE

RUA NO CENTRO POP DE MANAUS: AVANÇOS E

DESAFIOS DAS POLÍTICAS SOCIAIS

Marília Cristina Gomes de Souza1

Welton Joh Oliveira de Souza2

Simone Moraes Lisbôa3

RESUMO

O artigo tem o objetivo de refletir a realidade da população em

situação de rua no Centro POP de Manaus problematizando este

fenômeno que sofre com o preconceito e discriminação da

sociedade e tem pouca visibilidade apesar do número ser bastante

expressivo. Através das conquistas do Movimento Nacional da

População de Rua para instituir uma política específica, estes

sujeitos ainda são vistos como “vagabundos”. Buscamos enfatizar

o olhar crítico do Serviço Social à condição humana e social

imbricados em seu Código de Ética e o Projeto Ético-Político. O

1 Acadêmico do Curso de Serviço Social da Faculdade Metropolitana de

Manaus- FAMETRO. 2 Acadêmico do Curso de Serviço Social da Faculdade Metropolitana de

Manaus- FAMETRO. 3 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (UFAM).

Especialista em Gerontologia (PUC/SP).

5º Emflor | Caderno de Resumos 112

estudo foi realizado com a população de rua masculina maiores de

18 anos no Centro POP da cidade, tendo como amostra 11

moradores de rua e 01 Assistente Social, com critério de exclusão

a população em situação de rua com transtornos mentais e com

idade abaixo de 18 anos. A pesquisa realizou-se durante o segundo

semestre de 2016 (agosto a novembro). A metodologia utilizada

pautou-se na corrente filosófica do materialismo histórico

dialético, com abordagem qualiquantitativa, os tipos de pesquisa

utilizada foram bibliográfica, exploratória e de campo, tendo como

instrumentais o formulário e entrevista com perguntas abertas e

fechadas à população em situação de rua e Assistente Social. Na

primeira seção traçou-se um breve histórico da população em

situação de rua desde a Idade Média até os dias atuais, na segunda

seção uma breve contextualização da Política Nacional para a

Inclusão Social da População em Situação de Rua e na terceira

seção um breve histórico da população em situação de rua na

cidade de Manaus. Com base nos resultados da pesquisa e o

referencial teórico contatou-se que apesar de conquistas de direitos

para este seguimento a nível nacional, na cidade de Manaus a

referente política não foi regulamentada, consequentemente

ocorrem uma série de deficiências no que se refere trabalhar a

autonomia dos sujeitos e seu desenvolvimento social e econômico

mais além de serviços insuficientes e paliativos.

Palavras chave: População em situação de rua, Política Social e

Assistência Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 113

GT 3 – GÊNERO, AMAZÔNIA, MULHERES DA

FLORESTA/INDÍGENAS

Coordenadores:

Profa. Dra. Rosa Ester Rossini (USP)

Prof. Dr. Marcos Antônio Braga de Freitas

(UFRR)

5º Emflor | Caderno de Resumos 114

39 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, INFANTICÍDIO

NAS COMUNIDADES INDÍGINAS E OS MARCOS

DA LEGISLAÇÃO

Tássia Patricia Silva do Nascimento1

Nelson Matos de Noronha2

RESUMO

A pesquisa em questão tem como objetivo fazer uma reflexão em

torno da Pessoa com Deficiência a partir da legislação brasileira,

tendo como foco o infanticídio das crianças indígenas que nascem

com deficiência. Dessa forma, a presença feminina da mãe,

também é velada sobre o ponto de vista ético das comunidades, em

relação à tomada de decisões e as configurações de poder. Procura-

se entender esse comportamento omisso, muitas vezes maquiado

de respeito às diferenças culturais, vindo muitas vezes da própria

comunidade indígena como também da nossa sociedade. A

pesquisa precisou situar temporalmente marcos significativos, os

quais serviram de pressupostos para a legitimidade deste indivíduo

enquanto sujeito pleno de direitos; procurou também dar

1 Mestranda do Programa de Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA -

UFAM), Bolsista FAPEAM.Graduada em Produção Publicitária (IFAM). 2 Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP,

2000). Professor Associado IV do Departamento de Filosofia da Universidade

Federal do Amazonas (UFAM).

5º Emflor | Caderno de Resumos 115

visibilidade ao processo evolutivo das leis da Pessoa com

deficiência, amparada por tabelas e considerações. A pesquisa, sob

essa perspectiva, é um estudo exploratório preliminar cuja

intencionalidade é contribuir substancialmente para a discussão

sobre a inclusão e acessibilidade na esfera do direito social, o que

casou uma luta exaurida com um único foco: a busca pelo seu

reconhecimento ao exercer seus plenos direitos, conforme a lei

permite.

Palavras-chave: Infanticídio; Pessoa com Deficiência;

Legislação, Presença Feminina.

5º Emflor | Caderno de Resumos 116

40 “SABER E SABER FAZER” NA AMAZÔNIA:

PLURIATIVIDADE NO TRABALHO DAS

MULHERES EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE

CAAPIRANGA

Débora Cristina Bandeira Rodrigues1

Denise Bentes Soares 2

Evelyn Barroso Pedrosa3

RESUMO

As formas de trabalho das mulheres ribeirinhas na Amazônia

trazem para a discussão uma diversidade de elementos e práticas

socioculturais singulares, dentre elas a pluriatividade identificadas

no “saber e saber fazer” destas, através de projetos de pesquisa e

extensão, do Grupo Inter-Ação, com o

PCTIs/PROTEC/UFAM/CNPq e FAPEAM, realizados nas

comunidades de São Lázaro e Santa Luzia - Caapiranga/AM. A

metodologia fundamenta-se na pesquisa-ação, que busca a

resolução de problemas, objetivando transformação, com

1 Doutora na área de Gestão da Inovação em Biotecnologia. Professora adjunta

do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. E-

mail: [email protected]. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS/UFAM. E-mail: denise_bs-

[email protected]. 3Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 117

abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando instrumentais

como formulário, entrevista, caderno de campo, observação

sistemática e assistemática, e técnicas de abordagem de grupo. Os

resultados apontam que existe uma divisão social e de papéis nas

atividades desempenhadas por homens e mulheres, que não se

constitui de forma rígida na organização do trabalho, pois é

estabelecida culturalmente por meio de códigos de condutas e

normas entre os comunitários. Dentre as principais atividades

desenvolvidas pelas mulheres, destacam-se: roçado; cuidar da

comunidade; serviços de casa; carregar banana e mandioca;

costurar; cuidar das abelhas e aves; tirar goma; tecer vassoura e

paneiro com cipó; cuidar da horta; pescar; professora; agente de

saúde; fazer remédios caseiros. Importante ressaltar o trabalho

realizado pelas mulheres, o qual é desenvolvido fundamentando-se

no “saber e saber-fazer”, centrado e associado numa ética de

conservação de uso e manejo dos recursos naturais.

Palavras-chaves: Amazônia, Trabalho, Mulher Ribeirinha

5º Emflor | Caderno de Resumos 118

41 A ROÇA E A CASA DE FARINHA COMO

ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA CULTURAL DAS

MULHERES SATERÉ-MAWÉ NA COMUNIDADE DE

SIMÃO, BARREIRINHA/AM

Luiza de Marilac Miléo Moreira1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Esta é uma análise da organização comunitária e resistência

cultural das mulheres Sateré- Mawé, a partir da roça e da casa de

farinha, na comunidade de Simão, município de Barreirinha, região

do rio Andirá, Amazonas. Trata-se de uma pesquisa de campo

realizada pelo Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social:

Gênero, Política e Poder (GEPOS/UFAM), com apoio da Fundação

de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) em uma

abordagem qualitativa, sem exclusão dos aspectos quantitativos.

Autores como Arendt (1981), Geertz (1989), Oliveira (2012), Torres

(2012), dentre outros, constituem o nosso aporte teórico-

metodológico. Foram ouvidas 40 mulheres, sendo que a maior

porcentagem na faixa etária foi de 14 a 27 anos, em que a maioria

1 Possui Mestrado em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela

Universidade Federal do Amazonas; é integrante do Grupo de Estudo, Pesquisa

e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (GEPOS). 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 119

se declarou casada, e outras declararam que nasceram na

comunidade. Para elas, plantar a mandioca, envolve um segredo

que é revelado somente da mais velha para a mais nova, no

momento adequado. A casa de farinha, por sua vez, é o local de

encontro e de articulação comunitária. Isso se dá de forma natural

e cultural, articulando a organicidade interna da comunidade. A

pesquisa revelou que as mulheres Sateré têm mais que um cuidado

no plantio, elas têm um segredo. Esse processo coletivo é

aprendido e passado de geração a geração, construindo e

preservando sistemas complexos de crenças e cultos da religião,

sendo a roça e a casa de farinha lugares sagrados e de resistência

para perpetuar seu povo, sua vida.

Palavras-chave: Roça; Casa de Farinha; Mulheres Sateré-Mawé;

Resistência Cultural.

5º Emflor | Caderno de Resumos 120

42 TRAJETÓRIA DE LUTA, SUOR E SOFRIMENTO DA

JUTEIRA CONCEIÇÃO VASCONCELOS

Denison Silvan1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

O objetivo deste artigo é a reconstituição de eventos que se deram

no âmbito da cadeia produtiva da juta, por intermédio do relato oral

da juteira e operária Conceição Vasconcelos. Recorremos à história

oral, que privilegia o ponto de vista das pessoas consideradas de

“baixo status social”, como método de pesquisa para o resgate de

aspectos históricos, antropológicos e sociológicos desses eventos.

O foco recai sobre a dinâmica laboral do cultivo da juta nas várzeas

de Parintins, reconstituída, em parte, a partir do relato oral de

Conceição Vasconcelos, no qual ela, também, se reporta ao

contexto social e econômico, resgatando de um passado

1 Jornalista e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e

Cultura na Amazônia - UFAM É bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (Capes). 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 121

relativamente recente fatos essenciais para se ampliar o

conhecimento sobre uma realidade pretérita de lutas, sofrimento e

dedicação ao trabalho. Com aportes teóricos e metodológicos da

história oral delineada a partir das ideias do historiador inglês Paul

Thompson, este artigo foi elaborado no âmbito de nossas pesquisas

doutorais sobre a atuação dos trabalhadores da juta na Amazônia,

que abrange o período de 1937 a 1987 e está centrada na

perspectiva da história vista de baixo do historiador inglês Edward

Palmer Thompson.

Palavras-chave: História oral, Juta, Juteira, Parintins, Paul

Thompson

5º Emflor | Caderno de Resumos 122

43 FORÇA MATRIARCAL DAS MULHERES DO

QUILOMBO DO MATUPIRI/ANDIRÁ-AM.

Georgio Ítalo Oliveira1

RESUMO

O presente trabalho intitulado “Força Matriarcal das Mulheres do

Quilombo do Matupiri/Andirá-AM”, é um contínuo, pois trata-se

de um desdobramento de um trabalho ainda em fazimento

acadêmico. Oportunizar às mulheres falarem a respeito de suas

histórias de vida, sobre seus próprios prismas, não como mulheres

subalternizadas, que apenas ajudam em casa, que são silenciadas e

afeitas a trabalhos leves e sem importância. Nos utilizamos das

técnicas e método da História Oral, que nos ofereceu instrumental

para a recolha e posterior tratamento para os elementos de campo,

cuja proposta não é dar voz aos silenciados, mas sim ouvi-los. O

contato com os moradores do Quilombo de Santa Tereza do

Matupiri no decorrer da pesquisa, nos fez perceber que as mulheres

da comunidade são atuantes, articuladas empoderadas. Ao longo

1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia – UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 123

desta pequena contribuição acadêmica, buscou-se valorizar as

vozes múltiplas das mulheres que habitam os Quilombo de Santa

Tereza do Matupiri, ilustrando fazeres e suas relevâncias quer seja,

do ponto vista de atuação política no que tange a demarcação,

reconhecimento e titulação de terras de terras e laborais. Essas

mulheres são a sublimação da coisificação feminina e a

representação da força matriarcal das mulheres negras da floresta.

Palavras – Chave: Matriarcalismo, Trabalho, Oralidade,

Memória, Empoderamento.

5º Emflor | Caderno de Resumos 124

44 MITOPOÉTICA DAS MULHERES SATERÉ-MAWÉ

Iraildes Caldas Torres1

RESUMO

Este estudo de Pós-Doutorado concentrou-se no tema da mulher

indígena, estabelecendo um recorte nas mulheres da etnia Sateré-

Mawé, com intuito de verificar a maneira pela qual o gênero

feminino é engendrado por dentro da cultura deste povo de forma

valoral e significativa. A busca investigativa deu-se em torno da

evidência de que há um princípio feminino que deu origem a etnia

Mawé, sua nascente geradora, enquanto povo e seres constitutivos

da humanidade. O trabalho de campo assumiu a perspectiva das

abordagens qualitativas, num processo dialógico de conversação

com o pensamento complexo, e foi realizado na Comunidade

indígena Simão, Terra indígena Sateré-Mawé, localizada no

município de Barreirinha, no Amazonas. Dentre nos múltiplos

resultados constatados ficou claro o fato de que as mulheres Mawé

possuem uma potência ordenadora da vida social da etnia em cujo

poder assenta-se a feitura da bebida mítica do Sakpó realizado

1 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 125

somente por elas, sem a qual inexiste êxito nas relações políticas

do grupo étnico. O que ressoa na potência atribuída às mulheres

não é de matriz biológica, é de ordem de uma força ontológica que

originariamente vem dela, converge nela e volta para ela. Significa

dizer, à guisa de conclusão, que a aura ancestral e mítica da mulher

Sateré-Mawé, tece o caminho da política e da sociabilidade na

comunidade étnica.

Palavras-Chave: Mulheres Sateré-Mawé, Sakpó, Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 126

45 APRENDIZADO E DIFUSÃO DOS

CONHECIMENTOS TRADICIONAIS: O

PROTAGONISMO DAS MULHERES RIBEIRINHAS

NA COMUNIDADE SÃO LÁZARO/AM

Débora Cristina Rodrigues Bandeira1

Natália Andrade Teixeira2

Karla Caroline Vitor Gama3

Fabiana da Costa Guimaraes4

RESUMO

Estudos desenvolvidos em comunidades ribeirinhas na Amazônia

têm visibilizado o papel das mulheres em diversos aspectos. Neste

sentido, o artigo traz para discussão o resultado de um estudo de

caso sobre o processo de aprendizado e difusão de conhecimentos

1 Doutora na área de Gestão da Inovação em Biotecnologia. Professora adjunto

do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. E-

mail: [email protected] 2 Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. E-mail:

[email protected] 3Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

E-mail: [email protected]. 4 Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 127

tradicionais no uso de plantas e ervas medicinais em comunidades

ribeirinhas na Amazônia. O objetivo da pesquisa consistiu em

analisar a forma como ocorre o aprendizado e a difusão de

conhecimentos tradicionais no uso e manejo de plantas medicinais

entre os comunitários de São Lázaro, em Caapiranga/AM,

localizada no Grande Lago de Manacapuru. A metodologia tomou

como parâmetro a abordagem qualitativa, observação participante

e técnicas de abordagem grupal, para a montagem da paisagem do

conhecimento sobre plantas medicinais. Dentre os principais

resultados da pesquisa, destaca-se o fato de que as mulheres

ribeirinhas da comunidade São Lázaro são detentoras de

conhecimentos sobre ervas e plantas com propriedades medicinais,

as quais atuam na prevenção e no tratamento de doenças no

contexto local. Na comunidade, as mulheres são as principais

responsáveis pelo aprendizado e transmissão do conhecimento

através da tradição oral. Desta forma, o saber-fazer das mulheres

contribui, de forma significativa, na proteção desse conhecimento

entre as gerações, podendo indicar mecanismos locais de proteção

pautado na cultura amazônica.

Palavras-chave: Mulheres ribeirinhas, Conhecimento tradicional,

Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 128

46 O PESO DA MATERNIDADE SOBRE AS

MULHERES: NEGAÇÃO X AFIRMAÇÃO DO

PATRIARCADO

Rosemere Barbosa Guimarães1

RESUMO

Este estudo é fruto de leituras, discussões e reflexões sobre o

patriarcado, gênero, trabalho e o processo de constituição do Ser

Mulher na história da humanidade durante a disciplina Gênero,

Trabalho e Lutas Sociais no Programa de Pós-Graduação em

Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Tem por objetivo

mostrar o peso da maternidade e as implicações na saúde e no

trabalho de mulheres da comunidade do Quebrão na Vila

Amazônia/Parintins- AM. Refletir o patriarcado e o

desencadeamento da violência simbólica. Abalizar como o trabalho

e a saúde se entrelaçam nas relações sociais e influenciam nas

relações de gênero causando reação nas mulheres. Para tanto,

utilizamos a História Oral como metodologia de abordagem que

1 Estudante de Pós-Graduação do Programa de Serviço Social e Sustentabilidade

na Amazônia - UFAM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 129

nos permite ouvir as narrativas de 02 mulheres trabalhadoras rurais.

De posse dos dados constatamos que às sequenciadas gestações

trouxeram implicações à saúde dessas mulheres. Que o patriarcado

configura as relações de gênero em que a violência simbólica é sua

expressão. Não obstante, observa-se, que, essas mulheres ao

mesmo tempo que são vitimadas precipitam atitudes que vão

reconstruir suas histórias. Constituem-se sujeitos de sua história,

revelando autonomia, determinação e posicionamento contra

quaisquer tipos de violência. Se auto afirmam como mulheres

guerreiras, corajosas e donas de si.

Palavras-chave: Maternidade, Mulher, Saúde, Trabalho,

Patriarcado.

5º Emflor | Caderno de Resumos 130

47 RELAÇÕES DE GÊNERO E O PODER DE

MULHERES DA COMUNIDADE DO QUEBRÃO

Rosemere Barbosa Guimarães1

RESUMO

A cultura androcêntrica levou ao ocultamento a história das

mulheres por séculos. Ao questionar a história pelo aspecto de

gênero, a história das mulheres põe em cena um conjunto de

problemas em que se incluem categorias importantes para

pesquisadores e pesquisadoras: o trabalho, o sofrimento, a

violência, o amor, a sedução, o poder, as representações sociais,

políticas, econômicas e simbólicas. Este artigo discute as relações

de gênero e o poder das mulheres da Comunidade do Quebrão Vila

Amazônia – Parintins/AM. Essas mulheres possuem faixa etária

entre 32 a 54 anos de idade. A metodologia utilizada foi a História

Oral que considera as narrativas das entrevistadas para além do

caso particular e nos possibilita compreender a realidade em que

vivem. Por mais que os depoimentos sejam individuais, eles

refletem uma experiência e uma história coletiva. Os dados

revelam que as trabalhadoras geram renda e participam do sustento

da família. Que a divisão sexual do trabalho impõe uma tripla

1Pós-graduanda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia – UFAM. E-

mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 131

jornada de trabalho às mulheres. A precarização do trabalho as

expõe em condições de inferioridade desde a produção ao

escoamento de seus produtos. Constatamos independência

econômica, autonomia e poder nos espaços públicos e privados

afirmando que têm o sentido das situações vividas e a capacidade

de formulá-las. Por fim, o auto reconhecimento como sujeitos

configura um novo momento para as mulheres trabalhadoras do

campo.

Palavras-Chave: Comunidade Quebrão, história oral,

androcentrismo.

5º Emflor | Caderno de Resumos 132

48 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA

COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO

MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM.

Alcione Soares do Carmo1

Anny Margareth Santos Angiolis2

RESUMO

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância do

trabalho tradicional da parteira na Comunidade República de São

Benedito no município de Boa Vista do Ramos, localizado no

Baixo Amazonas/AM. A metodologia utilizada consistiu em duas

etapas: 1ª ocorreu com pesquisa bibliográfica, 2ª pesquisa in lócus,

natureza qualitativa. Constitui - se como parte da pesquisa a

entrevista com uma parteira moradora da Comunidade República

de São Benedito, por meio da sua história de vida como parteira foi

possível debruçar-se neste estudo. Evidenciou - se que o

conhecimento tradicional da parteira é permeado pela relação de

crença, vínculo de confiança com as gestantes e suas famílias,

oferecendo acolhida, encorajamento e tranquilidade no momento

de dor. A parteira ao identificar possíveis riscos a gestante

encaminha e/ou acompanha ao hospital para garantir a saúde da

1 Assistente Social. 2 Possui graduação em Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte (2013).

5º Emflor | Caderno de Resumos 133

mãe e o nascimento saudável da criança. Conclui - se que o trabalho

da parteira é imprescindível para as gestantes, salientando que a

sabedoria popular precisa ser valorizada não como única forma de

recurso disponível, mas como uma das formas de se buscar apoio

e proteção no momento do parto.

Palavras-chave: Parteira tradicional, mulher, sabedoria popular.

5º Emflor | Caderno de Resumos 134

49 FEITIÇO DO BOTO E GRAVIDEZ DE MOÇAS NA

AMAZÔNIA

Rooney Augusto Vasconcelos Barros1 Iraildes Caldas Torres2

Ártemis de Araújo Soares3

RESUMO

A Amazônia brasileira é um compósito sociodiverso de culturas em

cujo universo todos os turibulários dobram os joelhos. Seu acervo

mitológico é incalculável de onde advém os significados imateriais

desta região, considerada por Lévi-Strauss como uma planície de

mitos. Este estudo de doutorado versa sobre o erotismo e a

virilidade do boto, mito popular da Amazônia, a quem é atribuído

certas paternidades neste espaço regionalizado. A narrativa dá

conta de que em noite de lua cheia o boto realiza a sua ritualística

1Doutorando do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Brasil. E-mail:

[email protected] 2Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2, na França (2015). E-mail:

[email protected]. Doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, Brasil (2003). Professora Associado I da

Universidade Federal do Amazonas. Brasil. 3Pós-Doutorado realizado na Université Paris-Descartes Paris. E-mail:

[email protected]. Doutorado em Ciências do Desporto pela

Universidade do Porto (1999). Professora associado I da Universidade Federal

do Amazonas, Brasil.

5º Emflor | Caderno de Resumos 135

nas comunidades tradicionais da Amazônia profunda, procurando

moças incautas com quem possa namorar seguido de cópula sexual.

O animal cetáceo que habita as águas conhecido como boto

transforma-se num rapaz bonito e garboso, vestido de branco e com

um chapéu na cabeça, à procura de fêmea ou moça nova para

realizar suas pulsões, em cuja virilidade assenta-se sua condição

patriarcal. A nossa pesquisa assenta-se numa metodologia do

trágico, a partir de uma conversação dialógica com autores do

pensamento complexo, tendo por base a Comunidade Limão,

Localizada no Município de Parintins no Amazonas, Brasil. Dentre

os múltiplos resultados constatados verificou-se que as deserções

de paternidade em comunidades tradicionais do Amazonas, são

atribuídas ao boto que enfeitiça a moça e engravida, fazendo dela

uma mãe solteira. À guisa de conclusão, pode-se dizer, que ao mito

é conferida a paternidade, quando na verdade os filhos de mulheres

solteiras são de homens casados, pais biológicos que abusam da

própria filha, sacerdotes católicos dentre outros que não podem

assumir o filho por questões morais.

Palavras-chave: Boto, Mulheres, Sexualidade, Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 136

50 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA

PELA VISIBILIDADE

Maria Isabel de Araújo1

Silas Garcia Aquino de Sousa2

Rosemara Staub de Barros3

Evandro de Moraes Ramos4

RESUMO

As mulheres agricultoras em geral aparecem como coadjuvantes

dos homens nas atividades produtivas do campo, constituindo-se

como um trabalho invisível, embora realizem o labor no roçado, no

quintal agroflorestal e na comercialização da produção

agropecuária. Compreendem os processos da natureza e

reconhecem os aspectos simbólicos dos recursos da floresta. O

presente trabalho reflete a relação de gênero do labor da mulher

agricultora no espaço de produção e comercialização da agricultura

familiar ofertada na feira da APOAM - Associação dos Produtores

1Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Mestranda do PPGSCA/UFAM.

[email protected] 2Embrapa Amazônia Ocidental. Doutor em Engenharia Florestal/Conservação

da Natureza. [email protected] 3Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutora em Comunicação e

Semiótica, [email protected], 4Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutor em Tecnologias

Educativas [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 137

Orgânicos do Amazonas. A metodologia adotada foi à pesquisa-

ação etnográfica, a partir do lócus de vida de quatro mulheres

agricultoras, que trabalham junto com os maridos e filhos na

produção de alimentos orgânicos. Nesta perspectiva, observou-se

que as mulheres, como sujeito de pertencimento do lugar, praticam

a troca de saberes e vivências do campo, executam o cultivo de

plantas e a criação de animais no quintal agroflorestal, o labor

coletivo denominado de ajuri e a comercialização da produção.

Contudo, este trabalho laborioso das mulheres é tutelado pelo

modelo patriarcal, inclusive no contexto da APOAM, cuja

organização social é fundamentada nos princípios da agroecologia.

Neste sentido, o labor das mulheres, de possibilidades econômicas,

sociais e ambientais continua invisível e pouco valorizado.

Portanto, faz-se necessário refletir sobre a valorização da mulher

agricultora em busca de visibilidade e equidade de gênero.

Palavras-chave: Gênero, Ajuri, Agroflorestal, Agroecologia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 138

51 MULHERES INDÍGENAS EM BOA VISTA/ RR:

DIÁLOGOS COM OS ESTUDOS DE GÊNERO NA

AMAZÔNIA

Mávera T. Santos1

Maxim Repetto2

RESUMO

Este artigo tem como objetivo refletir sobre os estudos de gênero

na Amazônia, com ênfase nas mulheres indígenas em Boa Vista-

Roraima. Esta pesquisa foi realizada entre 2015- 2016 com as

mulheres indígenas Wapichana, levantamentos bibliográficos,

leituras, entrevistas e a observação participante contribuíram para

reflexão e realização desta pesquisa com mulheres em contexto

urbano, visando contribuir com os estudos sobre mulheres

indígenas em Roraima. Discutiremos a condição indígena e a

sobrevivência desses povos na Amazônia, no que se refere à

1 Graduada em História pela Universidade Federal de Roraima (UFRR);

Mestranda do Programa em Pós-Graduação Sociedade e Fronteiras- PPGSOF-

UFRR 2 Doutor em Antropologia Social. Professor da Universidade Federal de

Roraima.

5º Emflor | Caderno de Resumos 139

perspectiva e às circunstâncias em se encontram as mulheres

indígenas em âmbito urbano. O diálogo com os estudos de gênero

na perspectiva latina americana, baseada nas relações sociais na

Amazônia, contribuiu e nos permitiram a compreensão histórica

das mulheres que vieram da comunidade para a cidade, e se

estabeleceram nos bairros em Boa Vista, nos favorecendo a análise

da condição feminina na cidade, tento em foco a condição social e

econômica. Finalmente analisaremos esta experiência a luz dos

debates sobre o exercício de direitos e das lutas contemporâneas

dos povos indígenas.

Palavras-chave: Gênero, Mulheres indígenas, Povos indígenas em

contexto Urbano.

5º Emflor | Caderno de Resumos 140

52 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE

RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO,

SONHOS E LUTAS (1990-2016)

Luana A. de Moura1

Raimunda G. da Silva2

RESUMO

Esta pesquisa teve por finalidade compreender como se deu o

processo de construção da Organização das Mulheres Indígenas de

Roraima- OMIR, investigar sobre a atuação da OMIR desde sua

fundação aos dias atuais, suas conquistas, desafios e possibilidades

das mulheres indígenas, bem como analisar as mudanças na vida e

na representação enquanto liderança na comunidade. As mulheres

indígenas, após a implementação do Projeto de corte e costura nas

comunidades na década de 80, começaram a questionar o seu lugar,

por meio de troca de experiências e reflexões nesses espaços, a

partir daí, estavam a um passo para requerer direitos igualitários

em relação aos homens. Para tanto, toma como principal fonte as

atas, cartas, ofícios, estatuto e relatórios de assembleias da OMIR,

1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de

Roraima-UERR; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e

Fronteiras-PPGSOF/UFRR; E-mail: [email protected] 2 Doutora em História Social/PUC-SP, Professora do Departamento de

História/UERR; E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 141

além destes, utiliza-se jornais e o levantamento bibliográfico

fundamental para discutir as questões de gênero, pois a mulher

indígena na sua singularidade de luta passa por desafios dentro da

própria comunidade requerendo a construção de espaços e

organizações que lhes representasse nas suas especificidades e não

de forma genérica. Dentre suas preocupações específicas, estavam

o combate à bebida alcóolica, à violência contra a mulher, busca

pela auto sustentação, etc. Tais problemáticas não recebiam a

devida atenção do movimento geral. Esse processo, anos mais tarde

em 1999, resultaria na criação da Organização das Mulheres

Indígenas de Roraima (OMIR).

Palavras-chave: Gênero, Mulheres Indígenas, Lutas, Direitos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 142

53 O PROTAGONISMO DAS MULHERES INDÍGENAS

DE RORAIMA: RESISTÊNCIA E LUTA PELOS

DIREITOS

Marcos Antônio Braga de Freitas1

Andréa Freitas de Vasconcelos2

RESUMO

O objetivo desta comunicação é analisar o movimento de mulheres

indígenas de Roraima na luta pelos direitos, destacando a sua

mobilização nas etnorregiões políticas e culturais do lavrado

roraimense. As mulheres indígenas são visibilizadas nos afazeres

domésticos, sobretudo, no preparo da dieta alimentar em suas

comunidades, mas nunca como lideranças políticas, ficando na

maioria das vezes nos “bastidores” dos movimentos indígenas ao

longo dos processos históricos. Em Roraima, o movimento

indígena tem visibilidade nos anos de 1970 com a assembleia dos

1Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas (UFAM). Colaborador do Programa de Pós-graduação

Desenvolvimento Regional da Amazônia e Professor do Curso de Licenciatura

Intercultural do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena da

Universidade Federal de Roraima (UFRR), Boa Vista, Roraima, Brasil. E-mail:

[email protected] 2 Mestra em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação Sociologia da

Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Professora do Curso de

Licenciatura Intercultural do Insikiran da UFRR. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 143

tuxauas, materializando o Conselho Indígena de Roraima em

meados dos anos de 1990, tendo na sua estrutura o Departamento

de Mulheres Indígenas que assume a Secretaria Geral. Com vistas

ao seu empoderamento as mulheres criam a Organização das

Mulheres Indígenas de Roraima – OMIRR para articulação das

questões feministas, levantando a bandeira do combate ao

“alcoolismo” nas comunidades indígenas. Segundo a OMIRR é por

meio da bebida alcoólica que a violência entra nas comunidades

indígenas. Portanto, o combate ao alcoolismo, sendo uma das ações

mais fortes e presentes no movimento de mulheres. O referencial

teórico-metodológico está embasado nos estudos etnográficos

como Strathern (2006) e, também com as questões do feminismo

contemporâneo nas leituras de Torres (2011, 2015). Esperamos

com esta comunicação trazer à tona as relações de gênero no

contexto da realidade sociocultural indígena, e tem-se modificado

com a organização do protagonismo das mulheres.

Palavras-chave: Mulheres Indígenas, Movimento Indígena,

Direitos, Feminismo

5º Emflor | Caderno de Resumos 144

GT 4 – GÊNERO, DIREITOS HUMANOS E LUTAS

FEMINISTAS

Coordenadoras:

Profa. Dra. Márcia Regina Calderipe Rufino

(UFAM)

Profa. Dra. Tereza Cruz (UFAC)

5º Emflor | Caderno de Resumos 145

54 OS IMPACTOS EMOCIONAIS VIVIDOS POR

MULHERES DURANTE A VISITAÇÃO NO REGIME

FECHADO DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO

ANÍSIO JOBIM (COMPAJ FECHADO), MANAUS.

Elizia Pereira de Lima1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

Ana Cláudia dos Santos Lacerda4

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo estudar alguns impactos

emocionais vivenciados por mulheres durante as visitas aos

internos do Regime Fechado do Complexo Penitenciário Anísio

Jobim (Compaj Fechado) em Manaus. Para as discussões foram

utilizados como principais referências bibliográficas Oliveira

(1984), Foucault (1973, 1975), Lemgruber (1999) e Vicente (2000)

que apresentam analises sobre a temática. Foram ouvidas 10

1 Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins e é pós-

graduanda em Psicopedagogia da Educação Inclusiva pela Faculdade

Metropolitana (FAMETRO).

2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório

Social, Gênero, Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo de

Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder

(GEPOS/UFAM). 4 Bibliotecária Coordenadora – Universidade Nilton Lins.

5º Emflor | Caderno de Resumos 146

mulheres e uma funcionária assistente social. As agentes

penitenciárias não quiseram se manifestar. Sabe-se que o

encarceramento rompe ou fragiliza a convivência familiar, a qual

só se sustenta por meio das visitas. No caso das penitenciárias

masculinas, as mulheres são as que realmente se preocupam em

visita-los, seja para manter vínculos afetivos ou financeiros. Porém,

a pesquisa revelou constrangimentos e violência na hora das visitas

por receberem revistas ofensivas e invasivas no período de 2013 a

2014. Em Manaus, desde 2014, através portaria nº 007/14 essa

revista deve ser realizada por meio eletrônico de detectores de

metais, aparelhos de raio x ou similares, contudo, ainda assim, a

revista continua um atentado à dignidade das mulheres, haja vista

a falta de respeito e trato como se elas fossem cúmplices dos

apenados. A mulher possui um papel de força na sociedade

intramuros, pois, ainda que seja por uma entrega passiva à “via

sacra” carcerária, elas revelaram que a força maior está na alegria

em poder estar alguns momentos com seus familiares.

Palavras chaves: Mulheres, Visita Carcerária, Penitenciárias

Masculinas

5º Emflor | Caderno de Resumos 147

55 TRAVESTILIDADE EM MANAUS: PERIGOS,

ESTIGMAS E A NEGAÇÃO DISCURSIVA DA

IDENTIDADE DE GÊNERO DAS VÍTIMAS DE

TRANSFOBIA.

Isaac Guidão Toscano1

Jeffeson Willian Pereira2

Jessica Daiane de Lemos Rodrigues3

Thaynara Reis do Nascimento Cruz4

RESUMO

Este artigo visa refletir sobre os discursos dos homicídios de

travestis ocorridos na cidade de Manaus entre 2010 a 2012, com

suspeita de transfobia. Além disso, problematiza a maior incidência

de vítimas profissionais do sexo, bem como, evidencia os estigmas

associados a travestilidade. E por fim, analisa alguns marcadores

1 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected] 2Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected] 3 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-

[email protected] 4 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-

mail:[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 148

discursivos do não reconhecimento da identidade de gênero dessas

vítimas. Esse trabalho é fruto de uma pesquisa documental de

cunho quantiqualitativo, concluída em 2014, o qual foi financiada

pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas - FAPEAM. A

reflexão teórica posta tem por base a análise do discurso e as

relações de saber e poder na perspectiva foucaultiana e nos estudos

de gênero. Em síntese, os resultados evidenciam como se

constituem as produções discursivas de regimes de verdades sobre

as sexualidades não heteronormativas, caracterizadas pela

uniformidade de sexo/gênero, e como se articulam por meio de atos

físicos e simbólicos os estigmas e a discriminação nos discursos

jornalísticos.

Palavras-chave: Travestilidade, Identidade de gênero, Estigma,

Transfobia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 149

56 A LEI MARIA DA PENHA ENTRE A VIABILIDADE E

NÃO APLICABILIDADE: IMPASSES E

PERSPECTIVA, UM ESTUDO NO SERVIÇO DE

APOIO EMERGENCIAL À MULHER (SAPEM).

Fernanda Alynne Bandeira Brito1

Aline dos Santos Pedraça2

RESUMO

O estudo compreende e analisa a violência doméstica, os

empecilhos e perspectiva que há dentro da Lei Maria da Penha

compreendida dentro do referido setor que atendem as mulheres

vítimas de agressão doméstica, dando, ênfase, a total importância

para mulheres que estão à procura desta Lei para obter um

acolhimento e uma segurança, e também, que buscam o apoio desta

Lei no Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM). O

presente artigo pautou-se em uma pesquisa bibliográfica e de

campo o qual foi realizado junto a uma amostra de 10 prontuários

de mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pelo

SAPEM, relativos aos anos de 2016 e 2017 com uma abordagem

qualitativa, tendo como lócus se deu no SAPEM situado na cidade

de Manaus - AM. De acordo com os resultados, os profissionais

1 2 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade

na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 150

afirmaram que, o SAPEM, faz acolhida, acompanhamento

psicológico, social e orientação jurídica às mulheres em situação

de violência, incluindo os vários tipos de violência: sexual,

patrimonial, moral, física, psicológica; tráfico de mulheres, assédio

sexual; assédio moral. O SAPEM integra a Rede de Atenção em

Defesa dos Direitos da Mulher, em conjunto com a Casa Abrigo

“Antônia Nascimento Priante”, o Centro Estadual de Referência de

Apoio à Mulher (CREAM), a Delegacia Especializada em Crimes

contra a Mulher, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher

(Cedim), e a Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a

Mulher. Verificou-se que é grande o número de mulheres que

buscam o Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), ou

seja, é grande os índices de mulheres que são vítimas de violência

doméstica no estado do Amazonas. Verificou-se que é grande o

número de mulheres que buscam o Serviço de Apoio Emergencial

à Mulher (SAPEM), ou seja, é grande os índices de mulheres que

são vítimas de violência doméstica no estado do Amazonas.

Palavra-chave: Lei Maria da Penha, Violência doméstica,

SAPEM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 151

57 VIOLÊNCIA CONJUGAL CONTRA A MULHER:

QUANDO A INTIMIDADE SEXUAL PASSA SER UM

ATO DE VIOLÊNCIA.

Sharlenny Santos Alencar 1

Fernanda Mendes Ferrugem 2

RESUMO

Esse artigo buscou analisar a violência conjugal contra a mulher,

uma grave violação de Direitos Humanos, que afeta todos os

aspectos da vida da mulher, colocando-a em situação de risco. Essa

violência tem raiz no machismo estrutural, perpassando gerações,

classes sociais e etnias. Como objetivos específicos nos propomos

a discutir a relação dos fatores sociais/culturais com a violência

conjugal contra a mulher, compreender as causas dessa violência e

identificar as consequências da violência conjugal na vida social,

sexual, profissional, afetiva, da mulher vitimizada, dando ênfase à

violência sexual praticada pelo parceiro íntimo. O presente artigo

se caracteriza como bibliográfico, visando contribuir com o debate

1Assistente Social, Especialista no Enfrentamento da Violência Intrafamiliar –

PGPPEVI pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2Assistente Social, Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação

em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia – PPGSS da Universidade

Federal do Amazonas – UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 152

em torno do estupro conjugal. Sendo essa violência bastante

relativizada, numa sociedade machista, conservadora, religiosa,

que tem uma educação que castra mulheres em sua sexualidade,

ainda meninas, contribuindo com a perpetuação dos vários tipos de

violência que mulheres são vítimas por seu parceiro íntimo. O

debate profissional, social, acadêmico, é uma forma de trazer à tona

os limites e as possibilidades diante dessa grave violação de

Direitos Humanos, buscando, dessa forma, debater e articular

formas de enfrentamento e prevenção. Nesse sentido, a violência

sexual contra a mulher, é uma das manifestações de gênero mais

cruel e persistente, por estar inserida numa cultura do estupro que

naturaliza atos degradantes contra o corpo da mulher.

Palavras chaves: Violência contra a mulher; Sexualidade; Estupro

Conjugal.

5º Emflor | Caderno de Resumos 153

58 O FEMINISMO E A LUTA POR DIREITOS

HUMANOS: ANÁLISE SOBRE AS POLÍTICAS DE

SAÚDE VOLTADAS PARA MULHERES LÉSBICAS E

BISSEXUAIS

Thaynara Reis do Nascimento Cruz1

Jéssica Daiane de Lemos Rodrigues2

Isaac Guidão Toscano3

Viviane de Oliveira Rocha4

RESUMO

O presente estudo propõe reflexões sobre as políticas de saúde

voltadas para as mulheres lésbicas e bissexuais em âmbito

nacional, de modo a contextualizar seus avanços e desafios na

efetivação do direito à saúde, tendo em vista ser um direito social

previsto constitucionalmente. Dessa forma, o trabalho assume uma

1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected] 2 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected] 3 Assistente Social, Mestrando em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected] 4 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 154

abordagem qualitativa, sem excluir os aspectos quantitativos.

Utilizamos revisão bibliográfica, com base na perspectiva

dialética, a qual mais se afina com a proposta de investigação.

Historicamente, os direitos voltados para esses segmentos são

frutos de várias lutas e manifestações sociais. É notório que mesmo

com a regulamentação da Política de Saúde LBGT, ainda existem

preconceitos institucionais que influenciam a não procura de

mulheres lésbicas e bissexuais aos serviços de saúde, tais como

exames preventivos e testes rápidos e isso dificulta o tratamento e

prevenção de doenças. O forte conservadorismo que impera na

sociedade resulta em atendimentos discriminatórios e

heteronormativos, o que se torna um dos grandes desafios do

acesso à saúde. Diante do exposto, pretendemos também abordar a

relação da luta feminista na efetivação de direitos humanos e

sociais, em especial o direito à saúde, voltados para mulheres

lésbicas e bissexuais.

Palavras-chave: Mulheres, Feminismo, LBGT, Direitos, Saúde

5º Emflor | Caderno de Resumos 155

59 OS NOVOS MEIOS DE DENÚNCIA DA VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CASOS

COMPARTILHADOS NAS REDES SOCIAIS.

Aline dos Santos Pedraça1

Viviane de Oliveira Rocha2

RESUMO

A proposta deste artigo é trazer discursões vinculadas pelas mídias

a violência doméstica, através das redes sociais disponíveis em

nossa sociedade, nos revelando que há um alto índices de denúncias

através deste mecanismo de comunicação. A violência tem

abreviado a vidas das mulheres, atingindo toda a sociedade

ocasionando sequelas irreversíveis. É perceptível que a violência

tem atingido mulheres tanto na esfera pública quanto na esfera

privada no que tange a violência. Apesar do contexto histórico da

violência doméstica, na contemporaneidade a violência tem

ganhado maiores visibilidades, mostrado pelas postagens,

compartilhamento de audiovisual não só das vítimas, que na

1 Assistente Social, Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected]. 2 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 156

maioria dos casos não são elas que fazem os registros, tais

denúncias partem de parentes próximos que presenciam o ato da

violência, amigos e até mesmo, a sociedade tem se indignado com

tais atos de violência contra as mulheres. O presente estudo

caracterizado por uma pesquisa bibliográfica e analítica, com

analises audiovisuais das redes sociais sendo eles facebook,

WhatsApp, Instagram e twitter, sendo, pois, uma pesquisa

qualitativa. Mediante os resultados foi possível identificar que a

mídia tem contribuído para maiores visibilidades dos casos de

violência contra as mulheres.

Palavras-chave: Violência doméstica, Rede social, Mídia

5º Emflor | Caderno de Resumos 157

60 O SILENCIAMENTO DA VIOLÊNCIA:

SUBJETIVIDADE E BAIXA AUTOESTIMA DAS

MULHERES.

Aline dos Santos Pedraça1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este estudo averigua de que forma a violência doméstica atinge a

subjetividade das mulheres, apontando as diferentes consequências

psicológicas e posições que as mulheres assumem diante das

violências sofridas. A violência tem se manifestado de diversas

maneiras, física, psicológica, sexual, verbal entre outras e é

considerado crime inafiançável, contudo nem isso tem sido o

suficiente para inibir sua presença no seio da sociedade. A

problemática da violência contra mulher é um assunto bastante

discutido através dos mais diversos segmentos científicos e

profissionais: psicológicos, assistentes sociais, sociológicos e

jurídicos, os quais tecem reflexões importantes sobre a referida

situação. Há uma intensidade de riqueza de materiais produzidos

sobre a questão, e há sempre algo a ser investigado com vistas a

contribuir com o fortalecimento da lei 11.340/06; as políticas

1 Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). 2 Doutora em Antropologia Social pela PUC-SP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia-PPGS- Universidade Federal do Amazonas-UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 158

públicas existentes e ações do Estado de caráter principalmente

preventivo. Ressalte-se que o assunto do silencio da violência

contra a mulher não deve ser entendido independentemente da

conjuntura econômica e sócio histórica. Mesmo que resultados de

pesquisas apontem fatores determinantes da violência contra

mulher, apontando estratégias de prevenção, ainda assim, é

crescente o número de violência doméstica. A relevância deste

estudo é o meio de discussão da subjetividade das mulheres vítimas

de violência doméstica e suas manifestações na psique, na saúde e

até mesmo no seu comportamento social, dando subsidio para o

pesquisador encontrar respostas para a sociedade manauense. Este

estudo tem caráter bibliográfico com pesquisa de campo, sendo

qualiquantitativo, tendo como o universo de 60 mulheres vítimas

da violência doméstica com uma amostra de 10 mulheres

entrevistadas. O lócus da pesquisa se deu em um órgão de poder

público que presta atendimento e apoio às mulheres vítimas da

violência doméstica. As razões de algumas mulheres

permanecerem numa relação conjugal violenta dentro do ciclo

vicioso da violência doméstica, estão intrinsecamente ligadas às

questões de dependência financeira, bem como a dependência

emocional.

Palavras-chave: violência doméstica; subjetividade; subjetividade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 159

61 A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: MAPEAMENTO

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COTRA MULHER NA

CIDADE DE MANAUS

Aline dos Santos Pedraça1

Viviane de Oliveira Rocha2

RESUMO

Na atualidade, a violência contra mulher é uma fase da realidade

social considerada um fenômeno antigo, mas que só recentemente,

devido ao crescimento absurdo de violência que vem

atingindo muitos lares brasileiros, tornou-se um problema social.

O presente estudo visa tratar acerca da violência doméstica contra

mulher na cidade de Manaus, entende-se a problemática como fator

sociocultural. As diversas leituras apontam a violência contra

mulher como fruto da desigualdade de gênero masculino e

feminino, de uma construção social, produzida e reproduzida pela

sociedade e manifestada nos mais diversos Países. O principal

enfoque desta pesquisa está na violência contra mulher:

mapeamento da violência doméstica contra mulher na cidade de

Manaus. Estabeleceu-se como objetivo geral deste trabalho

1 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade

na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected]. 2 Assistente Social, Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia/UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 160

analisar o mapeamento da violência doméstica contra mulher na

cidade de Manaus a partir do Serviço de Apoio Emergencial a

mulher-SAPEM, bem como, identificar as zonas com maiores

índices de violência doméstica contra a mulher, traçar o perfil das

mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pelo SAPEM,

apontar os principais serviços oferecidos pelo SAPEM as vítimas

da violência doméstica. Este estudo foi realizado por meio de

pesquisa bibliográfica e de campo tendo uma abordagem

qualitativa e quantitativa. O lócus desta pesquisa se deu no Serviço

de Apoio Emergencial a mulher-SAPEM, que funciona 24hs. Neste

local são prestados atendimentos psicológicos, jurídicos e sociais

as mulheres vitimizadas. O resultado deste estudo subsidia o

fortalecimento das ações preventivas realizadas pelo Estado.

Palavras-chave: Violência conta mulher, mapeamento da

violência doméstica, SAPEM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 161

62 VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A VIOLÊNCIA CONTRA

MULHERES E SEUS IMPACTOS NO CONTEXTO

FAMILIAR

Ana Rafaela Fróes Marinho1

Isaac Guidão Toscano2

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre os impactos da

violência de gênero na vida dos filhos das vítimas, os quais

presenciaram o crime. Sabe-se que a violência contra as mulheres

é um problema de social, de saúde e segurança e, sobretudo, um

problema político-cultural que se sustenta nas opiniões e crenças a

respeito de homens e mulheres e como devem relacionar-se entre

si. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e

qualitativa, realizada a partir dos dados coletados nas fichas de

acolhimento das vítimas e supostos agressores pela Equipe

Multidisciplinar do I Juizado de Violência Doméstica de Manaus,

no ano de 2014. Por fim, este trabalho busca apontar algumas

questões que desencadeiam a violência de homens contra mulheres,

1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. E-

mail:[email protected] 2 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 162

tais como a desigualdade de gênero e como isso reflete na vida dos

filhos dessas vítimas.

Palavras-chave: desigualdade de gênero violência doméstica,

família, filhos

5º Emflor | Caderno de Resumos 163

63 MEANDROS ENTRE RESILIÊNCIA E LUTAS

FEMINISTAS

Ana Beatriz de Souza Cyrino1

Elenise Faria Scherer2

RESUMO

Neste artigo propõe-se realizar a partir de revisão de literatura, uma

breve reflexão acerca da resiliência e a experiência e vivência no

campo das lutas feministas. É recorrente na literatura vigente que a

resiliência é um conceito oriundo na Física, onde um “corpo” ao

ser fortemente tencionado (daí o uso da metáfora do elástico)

consegue mesmo assim manter as suas propriedades originais

quando cessa a tensão que causa o estresse. Nas ciências humanas,

a resiliência tem uma gama de definições, portanto é um conceito

em construção, mesmo assim também é recorrente que a resiliência

é revestida de um processo no qual o “ser humano” ao ser

submetido que agrega a noção de adversidade

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia na

Universidade Federal do Amazonas- PPGSCA/UFAM 2 Doutorado em Política Social - Universidad Autonoma de Barcelona (1995) e doutorado

em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). É pós-

doutora pelo Intitut des Hautes Etudes de l'Amerique Latine - Université Paris III - Sorbonne

Nouvelle (2008). Atualmente é Professora Associada IV da Universidade Federal do

Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 164

(tensionamento/pressão), entretanto, quando cessa a adversidade

em vez de voltar ao estado original é possível que ocorra uma

adaptação positiva ou até mesmo a superação da adversidade.

Trata-se de um debate relevante carregado de possibilidades que é

potencializado pelo caráter interdisciplinar que a resiliência contém

o que amplia sobremaneira as possibilidades conceituais e

operativas dessa categoria analítica. Na primeira seção será

contextualizado o desenvolvimento da construção histórico social

da resiliência em uma perspectiva crítica. Na segunda sessão serão

apresentadas experiências e vivências das lutas feministas nos

meandros da resiliência e na terceira seção será realizada uma

primeira aproximação da conexão entre o individual, o singular e o

coletivo abordados nas seções anteriores.

Palavras-chave: Lutas Feministas, Resiliência, Gênero, Direitos

Humanos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 165

64 AS CONQUISTAS DAS MULHERES INDO POR

ÁGUAS ABAIXO: UMA CRÍTICA A PERCA DE

DIREITOS DAS MULHERES NA REFORMA DA

PREVIDÊNCIA

Viviane de Oliveira Rocha1

Michele Rabelo de Souza2

Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner3

Célia Maria Nascimento de Oliveira4

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo demostrar a luta e conquista

da mulher no campo político, social e cultural, de forma sucinta

abordará a trajetória da mulher em busca de seus diretos. Esta

pesquisa se fundamenta em leituras e análises de Torres (2013)

(2010), Tedeschi (2014), Paulilo (2016), Priore (2012) entre outros.

Com base em tais leituras, afirma-se que ao longo da história as

1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-graduação Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia 2 Assistente Social, Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia 3 Assistente Social, Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia 4 Assistente Social, Aluna especial de Mestrado em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia

5º Emflor | Caderno de Resumos 166

mulheres proporcionaram aberturas de lutas por novos objetivos,

sobretudo afirmando-se como cidadã e sujeito de direito. Enquanto

sujeitos de direitos o nosso estudo está em uma análise crítica da

perca de direitos que as reformas trarão para as mulheres. Tais

questões se faz necessário debate com a sociedade, para aclarar

pontos como as mudanças na regra para as mulheres entre outros

ramos profissionais. Em nenhum momento houve a preocupação

de equiparar a idade de aposentadoria dos homens com a das

mulheres, a proposta é que as mulheres se equiparem aos homens

estabelecendo uma proposta de idade mínima de 65 anos para

homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de

contribuição de 25 anos. Com as novas regras os homens com mais

de 50 anos e as mulheres acima de 45 anos entrarão em uma regra

de transição, com a aplicação de um pedágio de 50% do tempo que,

na data de promulgação da Emenda, faltaria para atingir o número

de meses de contribuição exigido. A regra de transição só vale para

o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do benefício valerá a

nova regra. Sobrecarregando ainda mais mulheres que possuem

dupla e a ate tripla jornada de trabalho, pois para conseguir

aposentaria integral são necessários 49 anos de contribuição.

5º Emflor | Caderno de Resumos 167

Segundo a nova proposta, a idade para se aposentar será igualada

entre homens e mulheres. As mulheres por ineficiência das

políticas iniciam suas atividades mais nova e falece antes, pois nos

estudos de saúde mulheres, há uma evidente e clara que as

mulheres se cuidam mais apenas em exames de mamografia e as

demais checagens não são feitas, assim diminuído suas

possibilidades de usufruir de serviços que contribuiu se tornando

alguém que tem só obrigações e não direitos.

Palavras-Chave: Gênero, Previdência Social, Direito Humanos

5º Emflor | Caderno de Resumos 168

65 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO FEMINISMO

DO MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS

DO ACRE

Teresa Almeida Cruz1

RESUMO

Este trabalho objetiva discutir o processo de construção do

feminismo do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) do

Acre. Ao longo da história da humanidade, as mulheres sempre

reagiram ao domínio masculino de diversas formas, seja de

maneira individual ou coletiva. Elas não foram passivas, mas

também foram rebeldes e criaram resistências invisíveis. O

feminismo deve ser pensado no plural historicizado, pois existem

muitos tipos de feminismos. O MMC do Acre está construindo o

feminismo camponês e popular, como é definido a nível nacional,

nas lutas concretas do cotidiano por direitos, no desenvolvimento

de uma agricultura camponesa agroecológica, produzindo

alimentos saudáveis; na revitalização da medicina da mata,

prevenindo doenças e melhorando a saúde das famílias das

1 Doutorado em Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa

Catarina (2012) e Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em

Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora

adjunta da Universidade Federal do Acre.

5º Emflor | Caderno de Resumos 169

mulheres camponesas; no combate e enfrentamento à violência

contra as mulheres, enfim, nas lutas pela libertação das mulheres

camponesas de todas as formas de opressão, buscando construir

uma sociedade baseada em novas relações entre mulheres e homens

e destes com a natureza.

Palavras-chave: Feminismo, Movimento de Mulheres

Camponesas, Acre

5º Emflor | Caderno de Resumos 170

66 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA

DE MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À

IDENTIDADE E À VERDADE HISTÓRICA

ARGENTINA

Luana Gonçalves Salignac1

Dorinethe dos Santos Bentes2

RESUMO

Em 22 de outubro de 1977, período de ditadura argentina, 12 mães

reuniram-se pela primeira vez na Praça de Maio, em Buenos Aires,

alegando que suas filhas haviam sido raptadas ainda grávidas ou

com bebês recém-nascidos. Com o tempo, outras mulheres que

passavam por semelhante situação aderiram ao grupo, até se

firmarem como uma organização não-governamental, proativa e

com objetivos delimitados: as “Abuelas de Plaza de Mayo”. Suas

investigações constataram que, dentre as mais de 30.000 pessoas

desaparecidas durante o regime militar, 500 eram crianças que

foram usadas como “espólios de guerra”. Elas foram apropriadas

por simpatizantes da ditadura ou pelos próprios militares atuantes

1Acadêmica do primeiro período da Faculdade de Direito da Universidade

Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: [email protected] 2Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Especialista em Direito Ambiental e Urbanístico e em História Social e da

Amazônia. Professora de carreira da UFAM – atualmente chefe do

Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 171

nos centros de repressão, tendo sua verdadeira identidade usurpada,

assim como seu direito à verdade acerca do ocorrido. Diante disso,

as “Avós” não se limitaram a encontrar seus filhos, vítimas da

ditadura, mas reconheceram em sua instituição a possibilidade de

reaver o passado de um povo, ao conceder-lhe a verdade histórica;

de garantir a justiça às vítimas e aos familiares; de restituir a

identidade de seus netos; e de reprimir a reincidência dos crimes

contra a dignidade humana no futuro. O conjunto desses objetivos

tornam as “Avós da Praça de Maio” um instrumento de

significativa relevância social da Justiça de Transição na

Argentina, já que unem mecanismos para superar um momento de

grandes conflitos e violações sistemáticas aos direitos humanos.

Para a história, as investigações preenchem lacunas ou retificam

acontecimentos mal contados, deixando um legado indelével. Para

as vítimas da ditadura e para seus familiares, as “Avós” oferecem

a justiça, a visibilidade de suas contestações sociopolíticas e um

ativismo em respeito à dignidade humana. Para os militares

responsáveis pelas violações aos direitos humanos, garantem-se as

justas punições pelas atrocidades cometidas durante a ditadura.

Palavras-chave: Justiça de Transição, direito à identidade, direito

à verdade, Avós da Praça de Maio, ditadura militar argentina.

5º Emflor | Caderno de Resumos 172

67 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE

GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE

MANAUS - AM

Maria Raquel Cruz da Silva1

Márcia Perales Mendes da Silva2

RESUMO

Violência obstétrica é o termo utilizado para descrever as várias

formas de violências ocorridas na assistência à saúde, durante a

gravidez, parto, pós-parto e aborto. Este estudo justifica-se na

expectativa de avançar na edificação de conhecimentos teóricos

sobre este tema discutido nacional, internacionalmente e com

crescentes denúncias na cidade de Manaus. Objetivou-se analisar a

violência obstétrica a partir da perspectiva de gênero e saúde. Para

tanto, objetivou-se conhecer as informações disponíveis na

literatura sobre a conceituação e tipificação de violência obstétrica

perpetrada contra as mulheres, bem como relacionar essa temática

com a questão de gênero e saúde, apontando aspectos fundamentais

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

– PUC/SP.

5º Emflor | Caderno de Resumos 173

e legais inerente ao entendimento da problemática. Trata-se de

uma revisão bibliográfica, cuja metodologia teve abordagem

qualitativa e quantitativa, na base de dados em livros, revistas

científicas, artigos do Scielo, Lilacs e dados oriundos de notícias,

audiências e debates. Constatou-se que a violência obstétrica é uma

das expressões da violência de gênero, percebida através das

denúncias e mobilizações contra essa violência ocorrida nos

serviços de saúde e nas maternidades em nosso país e cidade. Para

o seu enfrentamento é necessário o Estado avançar na discussão

junto com as organizações e movimentos que debatem este tema

em nível nacional e local, afim da melhoria na efetivação das

políticas direcionadas à saúde da mulher.

Palavras-Chave: Gênero, Saúde, Violência Obstétrica, Direitos

Humanos

5º Emflor | Caderno de Resumos 174

68 FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO

SUPORTE FAMILIAR COMO FATORES DE RISCO

E PROTEÇÃO NAS SITUAÇÕES DE GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA.

Camila Ribeiro dos Santos1

Angela Emília Gama da Silva2

RESUMO

A família tem passado por inúmeras transformações nas últimas

décadas, sendo, portanto, passível de vários tipos de arranjos na

atualidade. Entretanto, as funções básicas desempenhadas pela

instituição familiar no decorrer do processo de desenvolvimento

psicológico de seus membros permanecem as mesmas. Frente a

esta realidade, a adolescência e as relações familiares nesta etapa

do ciclo vital tem sido foco de numerosos estudos. Esta

investigação objetivou apresentar uma sistematização dos

resultados obtidos através da pesquisa bibliográfica envolvendo os

descritores: família, adolescência, gravidez, vulnerabilidade, risco

e proteção, no período de 2000 a 2010. Para análise do material,

utilizou-se uma análise temática de conteúdo. De acordo com as

1 Pós-Graduanda em Políticas Públicas de Atenção em Famílias/FSDB 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, orientadora e

docente/FSDB.

5º Emflor | Caderno de Resumos 175

pesquisas dentre os fatores de risco estão: falta ou inadequação do

diálogo sobre sexo, dificuldade no relacionamento familiar e

situações de violência. Já entre os fatores de proteção encontra-se:

relacionamento familiar satisfatório e apoio recebido da família.

Esses resultados são discutidos a partir da concepção processual

de risco/proteção.

Palavras chave: Família, adolescência, Gravidez,

vulnerabilidade, risco e proteção.

5º Emflor | Caderno de Resumos 176

69 UMA REFLEXÃO TEÓRICA ACERCA DA

ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE

SOCIAL FRENTE AO PROCESSO

TRANSEXUALIZADOR

Liandra Aguiar Borges 1

Keliene Ferreira dos Santos2

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo uma reflexão teórica acerca do

prisma do processo transexualizador, partindo do princípio que o

homem e a mulher não podem ser tratados apenas como seres

unicamente biológicos, mas que se constroem frente ao contexto

cultural. Apesar da ampliação do debate em torno dessa temática e

as novas pesquisas disponibilizadas nas mais diversas áreas, como

saúde, educação, política social, direito entre outras, ainda pairam

dúvidas entorno das expressões transexualidade, gênero, sexo,

sexualidade e identidade de gênero, cada uma delas possui

significado que complementa a complexidade da construção social

1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (2002), Pós

em especialização em Saúde Pública pelo IBPEX, docente do Centro

Universitário Estácio da Amazônia. [email protected]. Boa

Vista/Roraima – Brasil. 2 Mestranda da Universidade Federal do Amazonas - UFAM no Programa

de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Bolsista

CAPES.

5º Emflor | Caderno de Resumos 177

e histórica do/a Transexual. No contexto do Processo

Transexualizador a responsabilidade pelos cuidados com os/as

usuários/as é estabelecido à estrutura de atendimento de Atenção

Básica e Atenção Especializada. Diante do processo de

redesignação sexual, o papel do Serviço Social tange ao

acompanhamento social do/a usuário/a, bem como a efetivação dos

direitos e da cidadania. A inserção do Serviço Social no Processo

Transexualizador se deu pela necessidade de construir caminhos

interventivos buscando ampliar os debates acerca da

transexualidade, bem como a efetivação dos direitos desta

população. Presumindo compreender o seu exercício profissional

em amplitude, os subsídios que compõe seu processo de trabalho

nas políticas públicas, mas em especial na política de saúde e as

contradições desse processo; propondo uma reflexão acerca da

importância de problematizar os processos limitadores do acesso

aos serviços públicos de saúde produzidos pelo Processo

Transexualizador no Sistema Único de Saúde à população Trans.

Palavras-chave: Serviço Social; Identidade de gênero;

Transexualidade

5º Emflor | Caderno de Resumos 178

70 A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE: DO NOME

SOCIAL PARA A RETIFICAÇÃO DO REGISTRO

CIVIL

Keliene Ferreira dos Santos1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Não existem dados estáticos e informações precisa referente à

população trans no Brasil, a invisibilidade de transexuais e travestis

é tamanha que não existem censos do IBGE ou estudos do IPEA

que possibilitem mapear esses segmentos no país. O último censo

(IBGE, 2012) conseguiu mapear apenas a existência de coabitação

de parceiros do mesmo sexo, somando um quantitativo de 60.002

brasileiros/as. A legislação brasileira, diferentemente da legislação

de outro país como a Argentina, não reconhece o direito para

retificar documentos de nome e sexo antes de se submeter a um

processo judicial, isto possibilita que travestis e transexuais passem

a viver de uma forma dupla com aparência física em um gênero e

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social pela

Universidade Federal do Amazonas. Bolsista Capes. Bacharela em Serviço

Social pela UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutora pela Universitè Lyon 2 – France. Professora Associada I da

Universidade Federal do Amazonas. E-Mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 179

os documentos civis em outro, favorecendo ainda mais o

preconceito e a discriminação.Com o aumento do número de

transexuais no Brasil, torna-se necessário efetivar uma política de

Identidade de Gênero, porém, a visão conservadora nos moldes do

patriarcado não permite que o Projeto de Lei de Identidade de

Gênero-PL5002/2013 seja efetivado. A pesquisa enquanto prática

intelectual é entendida como uma atividade de descoberta e

indagação da realidade, uma prática teórica de constante busca que

define um processo intrinsecamente em construção. A entrevista

profunda (BOURDIEU, 2008) foi aplicada junto a uma amostra de

um sujeito transexual e uma travesti com o intuito de

compreendermos a busca e as reivindicações para utilização do

nome social, um intelectual com o propósito de estabelecer o

diálogo.

Palavras-chaves: identidade de gênero, transexualidade, direitos

sociais

5º Emflor | Caderno de Resumos 180

71 MULHER CHEFE DE FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS

NO MERCADO DE TRABALHO

Célia Maria Nascimento de Oliveira1

Lidiany de Lima Cavalcante2

Maria Kedima de Castro Simões3

RESUMO

A fundamentação da temática, à mulher chefe de família e seus

desafios no mercado de trabalho, têm como objetivo principal

destacar a realidade vivida pelas mulheres diante das dificuldades

que elas enfrentam nos seus locais de trabalho, o qual ainda

encontra-se entraveis em sua inserção e permanecia, por estarmos

saindo do sistema patriarcal que ainda é muito presente no contexto

atual, porém com à contemporaneidade essa conjuntura está

rompendo com os paradigmas dos desafios enfrentados pelas

mulheres em muitos espaços de trabalho no mercado atual,

entendendo de vez esse comportamento diante desse cenário de

1Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:

[email protected] 2 Doutora e Professora no Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM.

E-mail: [email protected] 3Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Sociedade e

Cultura na Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 181

mudança que nos encontramos, em especial por se ter muitas

mulheres com chefe de família, provedora e responsável pelo seu

lar. Contextualizar família é de suma importância para fundamentar

os avanços das conquistas das mulheres em todos os sentidos ao

longo dos anos. Relatar as buscas das mulheres por inserção no

mercado de trabalho, as lutas constantes por reconhecimento

profissional e os desafios que as elas enfrentam no contexto atual,

pois são buscas de grande relevância, uma vez que se sabe que esse

contexto ainda é considerado situações de impasse com seu

momento de autonomia, passando as mulheres a estarem provedora

do seu lar. O mercado do mundo de trabalho, ainda continua

escasso na conjuntura atual, levando a mulher sofrer retaliações em

alguns espaços de trabalhos, porém, não as impede de ir a busca de

seus objetivos em vencer os obstáculos encontrados. A

metodologia utilizada trata-se do estudo feito por meio de

pesquisas bibliográficas qualitativa, com coletas dos dados de três

mulheres que informaram através de formulários com perguntas

abertas e fechadas sobre sua situação enquanto chefe de família e

sua posição no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Mulher Família Mercado de Trabalho.

5º Emflor | Caderno de Resumos 182

72 MULHER E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: UMA

BUSCA CONSTANTE DAS ASSISTENTES SOCIAIS

EM MANAUS AMAZONAS

Célia Maria Nascimento de Oliveira1

RESUMO

No contexto brasileiro em que nos encontramos, a busca por

oportunidade de trabalho é constante e intensa, pois o mercado

atual está limitando suas contratações laborais e os concursos nesse

senário estão diminuindo, sobretudo em Manaus Amazonas, a

situação fica mais agravante com as exigências de experiência

profissional, condições essa que dificulta a contratação de muitas

profissionais em especial o Assistente Social que ainda estão em

buscas dessa oportunidade de inserção no mercado de trabalho para

que possam adquirir experiência. A mulher com a

contemporaneidade passou a buscar com intensidade seus ideais, a

conquistar seu espaço no mercado de trabalho, saindo de certa

forma do anonimato em que vivia, assim, a mulher passa a buscar

experiência profissional, situação difícil em que se encontram. As

Assistente Sociais fazem parte do inchaço profissional que há em

nossa sociedade, acompanhando de certa forma o mercado

globalização o qual generaliza o mundo contemporâneo, deixando

1Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 183

essas mulheres sem oportunidade de adquiri experiência para

poderem ser contratadas. Sendo assim, o presente trabalho tem

como objetivo relata as buscas das Assistente Sociais por

oportunidade de inserção no mercado de trabalho, para poder obter

experiência profissional, situação que o empregador tanto exige,

pois, o mesmo não visa somente o conhecimento que essas

profissionais adquiriram com a formação acadêmica e sim

experiência. Procedimento metodológico foi um estudo trabalhado

em dois momentos, o primeiro houve a pesquisa exploratória com

o processo de levantamento de dados bibliográficos e pesquisa de

campo com a aplicação de entrevistas através de formulário

semiestruturado com as perguntas abertas e fechadas feitas as

Assistentes Sociais que estão em busca de trabalho, visando fazer

investigação dos dados adquiridos quanto as buscas constantes por

oportunidade de trabalho, e no segundo é relatado as informações

fornecida pelas assistentes sociais que declaram sua busca por

oportunidade para obterem experiência em Manaus Amazonas.

Com esse trabalho buscou-se destacar a intensa busca das

assistentes sociais por oportunidade de trabalho para poder

adquirirem experiência, pois os empregadores estão fazendo tal

exigência, situação que as deixam fora do mercado e

reconhecimento profissional, sendo necessário a utilização das

discussões de mulher, trabalho, assistente social e experiência

profissional, tendo em vista que somente em Manaus Amazonas

nos dias atuais somente inscrita no Conselho Regional de Serviço

5º Emflor | Caderno de Resumos 184

Social-CRESS/AM/RR, somam mais de oito mil profissionais

registradas.

Palavras-chave: Mulher, Trabalho, Assistente Social, Experiência

Profissional.

5º Emflor | Caderno de Resumos 185

GT 05 – GÊNERO, EDUCAÇÃO, CULTURA E

ARTE

Coordenadores:

Profa. Dra. Solange Pereira do Nascimento (UEA)

Prof. Dr. André de Oliveira Melo (UEA)

5º Emflor | Caderno de Resumos 186

73 A EDUCAÇÃO COMO DIREITO SOCIAL E ESPAÇO

SÓCIO-OCUPACIONAL DO TRABALHO NA

TRAJETÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL

Derlana Viana Souza1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

Eveline Maria Damasceno do Nascimento4

RESUMO

O presente estudo é uma tentativa de reconstruir a problemática da

educação escolar como direito social ao mesmo tempo, que é um

dos maiores espaços sócio ocupacionais de trabalho para as

mulheres. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Nossa

intenção consiste em reconstituir a escola pública que além de ser

uma importante área para atuação do Estado, é um processo social

com destacada atuação de diferentes sujeitos sociais. O período da

colonização, séc. XVI e XVII, primeiro momento de escolarização

1 Estudante de pós-graduação – Faculdade Metropolitana de

Manaus/FAMETRO. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia. E-mail:

[email protected] 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-

Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia - UFAM. Professora da Secretaria

Municipal de Educação – SEMED/Manaus e da Secretaria de Estado da

Educação e Qualidade do Ensino – SEDUC-AM. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 187

no Brasil, as mulheres foram completamente excluídas, somente

homens, brancos podiam estudar nos colégios da Europa. A

educação pública teve sempre uma importância secundária.

Enquanto na Europa havia faculdades desde 1538, no Brasil só foi

fundada a primeira Universidade, a Federal do Amazonas, em

1909. Somente no século XX é que as mulheres entraram de fato

na escola como alunas ou professoras. Este recorte histórico

/temporal significa resgatar a história da educação como direito

social na trajetória das mulheres no Brasil. A posição da mulher

está estruturada em um conjunto de papéis hierarquicamente

organizado, restando a elas o papel de reprodutora, com a educação

restrita socialmente ao cuidado, aos afazeres domésticos, não

podendo participar da esfera pública. Nos últimos anos, vem

ocorrendo uma intensa discussão sobre a relação da mulher com o

trabalho e o desenvolvimento de políticas públicas para conceber

que a mulher contemple um patamar de inserção em todos os

âmbitos da sociedade especialmente neste século.

Palavras chaves: Escola Pública, Espaço Sócio Ocupacional,

Mulheres.

5º Emflor | Caderno de Resumos 188

74 IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE DAS

PROFESSORAS-ALUNAS DO PARFOR EM TEFÉ

(AM)

Cecília Creuza Melo Lisboa1

Yomarley Lopes Holanda2

RESUMO

O presente trabalho se propõe a discutir sobre as trajetórias de vida

e a construção identitária das professoras em formação pelo Parfor.

O campo da pesquisa é a cidade de Tefé (AM), bem como o

Programa de Formação e valorização de Professores da Educação

Básica ali em funcionamento. O arcabouço teórico está ancorado

nos estudos de Moscovici (2011), Freire (1998), Bauman (2005),

dentre outros. A metodologia consiste numa abordagem

qualitativa, sem preterir os dados mais objetivos ordenados em

tabelas e dados, foi articulada a partir de três momentos que se

coadunam: pesquisa bibliográfica que se referiu à construção do

estado da arte da temática em foco; pesquisa documental que

constou de levantamento e análise dos registros (questionários

socioeconômicos) dos professores-alunos em formação junto à

secretaria do Parfor em Tefé; e pesquisa de campo onde realizamos

1 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM. Professora

Assistente da Universidade do Estado do Amazonas. 2 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM. Professor

Assistente da Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 189

observações do contexto de formação, assim como as entrevistas

com as professoras em formação, a fim de compreender mais

densamente as relações tecidas entre os sujeitos epistêmicos em seu

espaço de vida e formação profissional. Constatou-se uma

transformação na construção identitária no contexto de formação,

bem como tal processo engendra ainda mudanças significativas na

concepção que os sujeitos têm de si e de seu trabalho docente.

Palavras-chave: Construção identitária, Formação de professores,

Parfor.

5º Emflor | Caderno de Resumos 190

75 O PROTAGONISMO FEMININO NA CULTURA

POPULAR: A TRAJETÓRIA DE DONA CREUZA

LISBOA EM FONTE BOA (AM)

Yomarley Lopes Holanda1

Cecília Creuza Melo Lisboa2

RESUMO

O presente texto busca refletir sobre a ocupação dos espaços e o

protagonismo da mulher no âmbito da cultura popular, tomando

como referência a trajetória de vida e trabalho de dona Creuza

Ferreira Lisboa, mestra da cultura popular na cidade de Fonte Boa

(AM). O trabalho, parte importante de pesquisa mais ampla,

objetivou desenhar, em linhas nem sempre visíveis, as relações

tecidas, bem como as implicações da participação feminina na

brincadeira do boi-bumbá, espaço anteriormente marcado pela

presença somente de homens. O arcabouço teórico é constituído a

partir dos estudos de Peter Burke (1989), Bakhtin (1993) e Rita

Amaral (1998), sobre a cultura popular, além da investigação de

Lady Selma Albernaz (2012) acerca das relações de gênero que

atravessam a cultura popular brasileira. A pesquisa de campo foi

1 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia. Professor Assistente da

Universidade do Estado do Amazonas. 2 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia. Professora Assistente da

Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 191

realizada na cidade de Fonte Boa, no período de preparação e

realização da festa de boi-bumbá, abrangendo a observação

participante, a realização de entrevistas semiestruturadas e o

registro fotográfico. Constatou-se que no passado era proibida a

participação feminina no folguedo do boi-bumbá, mas hoje tem

assumido um evidente protagonismo, seja na organização da

brincadeira ou mesmo na participação efetiva das mulheres como

personagens importantes no contexto da festa.

Palavras-chave: Protagonismo feminino, cultura popular, boi-

bumbá.

5º Emflor | Caderno de Resumos 192

76 OS DISCURSOS SOBRE A “IDEOLOGIA DE

GÊNERO”: ENTRE A HETERONORMATIVIDADE E

A VIOLÊNCIA.

Isaac Guidão Toscano1

Lucilene Ferreira de Melo2

Maísa Amaral de Mendonça3

Viviane de Oliveira Rocha4

RESUMO

O presente artigo busca refletir as estratégias de saber-poder na

produção discursiva sobre a chamada “ideologia de gênero” e quais

os riscos da proliferação desses discursos no reforço do padrão

heteronormativo e na produção e reprodução da violência

institucional, simbólica e letal. Trata-se de um estudo bibliográfico

e documental de cunho qualitativo e tem por perspectiva teórico-

metodológica à análise do discurso em Foucault, bem como, as

relações de saber-poder e os estudos de gênero. Por fim, esse estudo

1 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]. 2 Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]. 3 Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]. 4 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

5º Emflor | Caderno de Resumos 193

procurar trazer à baila uma importante discussão no que tange a

garantia dos direitos fundamentais à dignidade humana e as

condições de existência sem violência em nossa sociedade,

dignidade que se estende à homens e mulheres independe de

orientação sexual ou identidade de gênero.

Palavras chaves: Discurso, Ideologia de gênero,

heterormatividade, Violência.

5º Emflor | Caderno de Resumos 194

77 OS CAMINHOS DA PESQUISA E A ARTE DE TECER

JUNTO PELAS VIAS DO UNIVERSO SATERÉ-

MAWÉ

Solange Pereira do Nascimento1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este estudo tem como objetivo apresentar o universo Sateré-Mawé

a partir das teias que o constitui como lugar de aprendizado

constante num discurso aberto e poético com o campo da pesquisa

estabelecendo um recorte de diálogo com estudiosos da etnia a

partir de investigações científicas realizadas ao longo dos anos em

relação a este grupo étnico, fazendo um passeio científico pôr suas

múltiplas faces relacionais seja pela cultura, política, sociedade,

arte e mitologia como expressões de sua vivência no mundo. O

estudo atende a uma perspectiva metodológica e teórica de cunho

investigativo tendo por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin,

que nos permitiu tecer uma rede de conversa com outros saberes.

O lócus da pesquisa foi a Comunidade Simão na Terra Indígena

1 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas. 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 195

Andirá/Marau, Barreirinha/AM. Numa dinâmica de entrevista

profunda sob a ótica de Bourdieu (2007), ouvimos homens e

mulheres da etnia e pelos estudos etnográficos de Geertz (1989)

fizemos uma densa etnografia do campo de pesquisa a partir de

seus elementos visíveis e invisíveis presentes na mitologia de

origem, sustentáculo do ser do mundo Mawé. Dentre os múltiplos

resultados constatados verificou-se a importância da multiplicidade

de olhares sobre um mesmo objeto a partir de várias perspectivas

metodológicas diferentes trazidas pelos autores citados no texto e

a importância desses estudos para a academia que transpassa a

verticalização do conhecimento abrindo novas dimensões de saber

a partir do campo que é um aberto constante de possibilidades no

mundo da ciência em especial na Amazônia, lugar de muitas

temporariedades para o pensamento.

Palavras-Chave: Rio Andirá, Pesquisa, Sateré-Mawé, Ciência

5º Emflor | Caderno de Resumos 196

78 CULTURA DE GÊNERO EM REPRESENTAÇÕES

CINEMATOGRÁFICAS E AUDIOVISUAIS: UMA

REFLEXÃO A PARTIR DO FILME TOMBOY

Jeanne Araújo e Silva1

RESUMO

O objetivo deste trabalho é fomentar uma reflexão acerca da

contradição entre a identidade de gênero e a identidade biológica

ainda na infância através do filme Tomboy. Produções artísticas e

cinematográficas, bem como quaisquer outras obras que evoquem

o tabu da sexualidade infantil como algo não profano e a noção de

que uma identidade de gênero em desacordo com determinismo

biológico esteja consolidada tão precocemente na espécie humana

são sempre provocativas por oferecerem oportunidades de

desconstruções de estereótipos supostamente fundados na biologia

e na religião. O texto possui pesquisa bibliográfica e documental,

está composto por introdução na qual buscou-se discorrer sobre

fatos reais de vivências transgressoras de gênero no espaço escolar

e suas classificações identitárias com base em estudiosos de

gênero, cultura e identidade. O enredo do filme em questão se

apresenta de maneira detalhada e dialogada na segunda parte deste

1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências

Humanas - PPGICH.

5º Emflor | Caderno de Resumos 197

artigo e visa, em diversas cenas, discutir as ações comportamentais

de seus protagonistas, envoltas ou não, em estereótipos da lógica

binária. As considerações finais trazem um questionamento sobre

as cenas que dariam continuidade à trama, além de relacionarem a

questão de gênero a diversas outras obras artísticas e culturais.

Palavras chave: identidade, lógica binária, infância.

5º Emflor | Caderno de Resumos 198

79 “SERVINDO EM SILÊNCIO”: ANÁLISE FÍLMICA

DAS RELAÇÕES DE PODER SIMBÓLICO DA

SOCIEDADE PATRIARCAL NAS INSTITUIÇÕES

SOCIAIS SOBRE OS PAPEIS DE GÊNERO E

SEXUAL.

Renata Oliveira Braga Reis 1

André Luiz Machado Neves2

Luiza de Marilac Moreira3

RESUMO

A análise fílmica tem como objetivo demonstrar que a

cinematografia de forma lúdica, visual, que pode retratar as teorias

existentes sobre diversos temas, que serve de entretenimento, mas

também de perpetuação de determinados conceitos. Para

fundamentar nossa análise efetuamos pesquisas bibliográficas e

utilizamos referências como BEAUVOIR (1980) e SCOTT (1990),

as quais apontam questões da sociedade patriarcal e machista.

Através da narrativa do filme “Servindo em Silêncio” que retrata a

1 Discente do curso de Pós-Graduação em Gênero, Sexualidade e Direitos

Humanos da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail:

[email protected]

147 Professor orientador da disciplina Orientação Sexual, Identidades Sexuais e

Identidade de Gênero. E-mail: [email protected]

148 Professora do curso de Serviço Social na Universidade Nilton Lins. É

integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório Social, Gênero,

Política e Poder (GEPOS) vinculado ao Programa de Pós-Graduação Sociedade

e Cultura na Amazônia/Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 199

história verídica Margarathe Cammermeyer, que em 1989 sofre

uma violência institucional pelo exército Americano ao se declarar

lésbica. A partir daí as Forças Armadas Americanas começam um

processo para dispensá-la, visto que as normas internas não aceitam

homossexuais. Pretendemos analisar e demonstrar como a

sociedade patriarcal exerce o poder de dominação e exploração,

principalmente com as mulheres e homossexuais, retratados como

vítimas da exclusão e violência institucional. O modo como filme

retrata vários tipos de violências baseadas em gênero e orientação

sexual o torna um instrumento pedagógico que auxilia no

estranhamento das pessoas sobre essencialismos e naturalização de

dominação e exploração que a sociedade patriarcal defende e

protagoniza o gênero masculino, em detrimento de outros gêneros,

para que a partir daí possamos provocar e pensar estratégias de

intervenção para desconstruir essa realidade.

Palavras-chaves: filme, gênero, violência, patriarcal.

5º Emflor | Caderno de Resumos 200

80 GÊNERO E TRABALHO: A PRODUÇÃO

CERAMISTA NO MOCAMBO DO ARARI

Jéssica Dayse Matos Gomes1

RESUMO

O modo de fazer demonstra as características de determinada

cultura. Na Amazônia, a tradição ceramista resiste através das mãos

de mulheres que confeccionam peças com diferentes formas e

significados. O presente trabalho trata sobre a produção ceramista

feita por mulheres do Mocambo do Arari, lócus da minha pesquisa

de mestrado, onde também se constatou a existência de artefatos

arqueológicos e produção ceramista constantemente realizada por

mulheres tanto da Agrovila de São João como na comunidade São

Tomé do Mocambo do Arari. Utilizou-se pesquisa bibliográfica,

entrevistas e observação participante segundo o método

etnográfico para melhor estudo da do lócus da pesquisa que

pertence ao município de Parintins, Estado do Amazonas. Através

de observação participante e entrevista com mulheres do Mocambo

do Arari, de acordo com a metodologia Etnográfica, pode-se

conhecer algumas características da produção ceramista

mocambense, sua trajetória entre as mulheres das comunidades e

suas possíveis dificuldades de produção. Entende-se que a

1 Pós-graduada em História e Geografia pela Faculdade Integrada do Brasil e Turismo e

Desenvolvimento Local pela Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 201

produção ceramista realizada pelas mulheres no Mocambo do Arari

é de suma importância para a cultura e identidade do lócus

pesquisado, assim como para o município de Parintins, a qual o

distrito do Mocambo pertence.

Palavras-chave: mulheres, barro, arte, cultura.

5º Emflor | Caderno de Resumos 202

81 O IMPACTO SOCIAL DA INCLUSÃO DA MULHER

IDOSA NAS ATIVIDADES DO PROJETO SOCIAL

FELIZIDADE NO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO

AREAL, EM MANAUS

Euzira Taveira Barbosa1

Angela Emilia Gama da Silva2

Ana Cláudia dos Santos Lacerda3

Luiza de Marilac Miléo Moreira4

RESUMO

Este é um estudo sobre o impacto social através da inclusão da

mulher idosa no Projeto Social Felizidade no bairro de Santo

Antônio Areal em Manaus. Trata-se de uma pesquisa de campo

realizada com 10 idosas participantes do Projeto Social

FELIZIDADE através de um formulário com perguntas abertas e

fechadas. Diante deste contexto, a amostra inclui participantes do

1 Assistente social, pós-graduanda em Gerontologia Social pela Faculdade

Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM. E-mail:

[email protected]. 3 Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGSSA –E-mail:

[email protected] 4 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 203

gênero feminino, com idade superior aos 60 anos, que ainda

participam ou já participaram até recentemente do projeto. Todas

as participantes concluíram apenas o ensino fundamental, têm

filhos, e atualmente não trabalham. Em relação à profissão, 60%

afirmaram serem costureiras, enquanto 40% se declararam donas

de casa. A maioria (80%) é aposentada e tem renda familiar entre

1 e 5 salários mínimos (80%). Quanto aos efeitos da prática de

atividades física por meio do projeto na vida das idosas

entrevistadas, todas citaram a melhoria da saúde como aspecto

positivo. Outro ponto unânime foi a possibilidade de “criar novas

amizades”. Também foram mencionados, em menor grau, o “bem-

estar”, a “sensação de participação e inclusão” e o “aumento da

disposição física”. O envelhecimento pode ser compreendido

como um fenômeno do processo da vida, marcado por mudanças

biopsicossociais associadas à passagem do tempo, que varia para

cada indivíduo e pode ser determinado geneticamente ou ser

influenciado pelo estilo de vida, características do meio ambiente e

da situação nutricional de cada uma.

Palavras-Chave: Mulher idosa, envelhecimento ativo, saúde.

5º Emflor | Caderno de Resumos 204

82 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA,

POLÍTICAS PÚBLICAS NA PAN-AMAZÔNIA:

CONDIÇÕES DE VIDA E EDUCAÇÃO DAS

MULHERES DA FLORESTA NO IFAM, CAMPUS

TABATINGA.

Marlene de Deus Lima1

RESUMO

Este estudo propõe-se refletir sobre as políticas públicas na

Educação Profissional, apresentando o perfil das discentes no

Instituto Federal de Educação do Amazonas, Campus Tabatinga,

zona fronteiriça da Pan-Amazônia, residente no município de

Benjamim Constant, e seu impacto na permanência e êxito destas

alunas no curso. Foi centrado na abordagem crítica, de natureza

qualitativa/quantitativa. Apontou que as alunas fazem um esforço

sobre-humano para ter acesso à educação profissional. Gastam em

torno de cinco horas somente com o translado residência-campus-

residência, chegando a utilizar cotidianamente até cinco meios de

transporte diferente neste percurso. O baixo nível socioeconômico

das discentes interfere diretamente no processo ensino

1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia junto ao Pós-

Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Universidade

Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 205

aprendizagem, pois, precisam custearem transporte, alimentação e

material didático técnico específico. Neste contexto, é

imprescindível a implementação de um conjunto de políticas

públicas que garantam não somente o direito a educação, mas

também a permanência e o êxito destas discentes. Assim,

importante papel tem a equipe multiprofissional dentro do campus,

enquanto profissionais qualificados para intervir nesta

problemática, assim uma maior intersetorialidade das políticas

públicas que garantam, pelo menos, o mínimo necessário de

condições digna de vida a elas, onde o poder federal, estadual e

municipal central possuem atribuições intrínsecas e

inquestionáveis na concretização desses direitos de cidadania.

Palavras-Chave: Educação Profissional Tecnológica, Políticas

Públicas, Pan-Amazônia, Mulheres da Florestas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 206

83 MULHERES DA FLORESTA EM SINTONIA COM AS

MULHERES DA REVOLUÇÃO RUSSA

Márcia Maria de Oliveira1 Willas Dias da Costa2

RESUMO

Neste breve ensaio apresentamos alguns recortes e provocações da

obra de revolucionária bolchevique Alexandra Mikhaylovna

Kollontai (1872-1952) referente aos processos que antecedem a

Revolução Russa, seus resultados e impactos na sociedade a partir

de 1917. Tendo por referência seu romance ‘Um grande Amor’

identificamos seu propósito de colocar em curso outras revoluções

tão importantes e necessárias à sociedade quanto a Revolução

Russa. Temas como a emancipação da mulher e o amor-

camaradagem são algumas das questões problematizadas pela

autora em “Um grande Amor’ que parece ter sido uma forma de

homenagear Lenin e Krupskaia, figuras centrais da Revolução

Russa e protótipos de outras importantes revoluções colocadas em

1 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA/UFAM), com Pós-Doutorado

em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF/UFRR). Professora da Universidade Federal de

Rondônia. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas

(PPGAS/UFAM) (2017). Pesquisador Vinculado ao Núcleo de Políticas Territoriais da

Amazônia (NEPTA/UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 207

curso na sociedade comunista e que ainda hoje continuam

desafiando todas as sociedades.

Palavras-chave: ‘Um Grande Amor’. Revolução Russa.

Mulheres.

5º Emflor | Caderno de Resumos 208

84 GRAÇA PASSOS: UMA HISTÓRIA DE VIDA NA

EDUCAÇÃO DO CAMPO NO AMAZONAS

André de Oliveira Melo1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

O presente trabalho tem em sua finalidade discutir o capital

simbólico construído pela Pedagogia da Alternância no Amazonas,

dando principal relevo à trajetória de uma das precursoras da Casa

Familiar Rural nesta Região, Graça Passos. Trata-se de uma

pesquisa qualitativa de estudos interpretativos, analisando as

intersecções entre a vida individual, profissional e o contexto social

de Maria das Graças Serudo Passos, tendo como fio condutor, para

essa análise, o pensamento complexo. A pesquisa constatou, que

Graça Passos, precursora da Casa Familiar Rural de Boa Vista do

Ramos, é uma mulher visionária para além do seu tempo. Dedicou

parte de sua vida à educação popular e à educação do campo, numa

relação de pertença com os povos tradicionais da Comunidade Boa

1 Professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Doutor em

Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA/UFAM).

2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada I da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 209

União, onde se encontra instalada a primeira Casa Familiar Rural

do Amazonas, em de Boa Vista do Ramos. Ficou claro também que

a vida desta mulher pioneira da pedagogia da alternância no

Amazonas é tributária das suas origens “ribeirinhas”, em cujos

territórios de várzea e terra firme viveu a sua família, sendo uma

andarilha das águas, como ela mesma se denomina na vida

cotidiana, na profissional e em poesia.

Palavras Chaves: Amazônia – história de Vida – Pedagogia da

Alternância – Casa Familiar Rural.

5º Emflor | Caderno de Resumos 210

85 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO

NO JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014)

Mariza da Silva Freitas1

Mônica Xavier de Medeiros2

RESUMO

O enfraquecimento do comércio da juta na década de 80 em

Parintins reconfigurou a zona urbana do município, que sofreu com

a falta de opções econômicas e oferta de emprego para seus

moradores. Na década de 90, o Festival Folclórico de Parintins

passa a ser incentivado pelo governo do estado do Amazonas, que

financiou a construção do bumbódromo e propagandas em veículos

de comunicação de circulação nacional. O jornal NH começa a

circular de maneira impressa semanalmente às sextas feiras a partir

de 1994. Em suas páginas, percebe-se como a Diocese interpretou

esse momento histórico da cidade, constituindo visões sobre as

1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado

do Amazonas (UEA) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

do Amazonas (FAPEAM). E-mail: [email protected] 2 Orientadora professora dra. adjunta do Curso de Licenciatura em História da

Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Meai:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 211

oportunidades econômicas abertas pelo Festival, mas condenando

o que passa a considerar o “abandono” de valores morais ensinados

na Igreja Católica. Nesse sentido, pode-se vislumbrar, o lugar que

as mulheres deveriam ocupar neste processo. Durante sua

circulação, o jornal divulgou interpretações sobre o gênero

feminino relativas tanto ao âmbito privado (família), quanto às

políticas públicas como saúde da mulher. Para perscrutar as noções

sobre o gênero feminino engendradas pelo jornal, é preciso

articular suas matérias e artigos ao debate sobre as mulheres feito

pela Igreja Católica nas últimas décadas do século XX e início

XXI. Assim, percebemos o jornal NH como uma forma da Igreja

Católica disputar projetos na sociedade e fomentar a constituição

de uma memória hegemônica, que determina o lugar das mulheres

parintinenses no “desenvolvimento” da cidade.

Palavras-chave: Parintins, Mulheres, Imprensa.

5º Emflor | Caderno de Resumos 212

GT 06: GÊNERO, SEXUALIDADE,

CORPOREIDADE E AFETOS

Coordenadoras:

Profa. Dra. Artemis de Araújo Soares (UFAM)

Profa. Dra. Marinete Lourenço Mota (UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 213

86 VIOLÊNCIA VELADA: UM ESTUDO SOBRE A

INCIDÊNCIA DE CRIMES DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA CONTRA MULHERES EM MANAUS

Aline Ribeiro de Lima1

Luciana Vieira dos Santos2

Márcia Helena Nascimento Braga3

Susy Ellen Pacheco da Silva4

RESUMO

O presente estudo trata da discussão em torno de uma problemática

que ainda hoje é quase invisível aos olhos da sociedade, a violência

doméstica. Essa prática é hoje a forma mais frequente de violência

sofrida pelas mulheres, sendo esta constituída por atos como

agressões físicas ou ameaça maus tratos psicológicos, abusos ou

assédios sexuais e desrespeito aos seus direitos reprodutivos ou de

cidadania cometidas por um membro da família ou por pessoa com

quem mantém laços afetivos. Apesar da criação da Lei Maria da

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 214

Penha em 2006, ainda hoje mais de 700 mil mulheres no país

sofrem com a violência doméstica segundo dados do Data senado

2013. Os dados são tão preocupantes que a pesquisa ainda afirma

que uma em cada cinco mulheres no Brasil confirma já ter sofrido

violência doméstica algum momento da vida. Em Manaus, o índice

de violência doméstica contra a mulher vem aumentando

anualmente e somente de janeiro a março de 2017, a Delegacia

Especializada em Crimes Contra a Mulher, afirma já ter registrado

2,7 mil casos de violência doméstica. Ressalta-se então, que a

prática dessa violência sempre foi um problema ligado ao poder de

gênero, aos privilégios e ao controle masculino exercido sobre as

mulheres, atingindo estas independente de sua idade, cor, etnia,

religião, nacionalidade, opção sexual ou condição social, e seu

efeito é, sobretudo social, pois afeta o bem-estar, a segurança, as

possibilidades de educação e desenvolvimento pessoal e

autoestima das mulheres.

Palavras-Chave: Gênero, Violência, Mulher.

5º Emflor | Caderno de Resumos 215

87 DOIS PRA LÁ... DOIS PRA CÁ! O BAILADO NO

RITUAL DAIMISTA

Delta Paula Melo1

Maria Isabel de Araújo1

Rosemara Staub de Barros1

RESUMO

Desde os primórdios da humanidade, o homem procura expressar

seus sentimentos de dor, tristeza, alegria, euforia, encantamento e,

sua visão do mundo de alguma forma, o primitivo festejava em

volta da fogueira, tribos indígenas dançavam e entoavam gritos de

guerra para intimidar inimigos, para chamar a chuva ou para adorar

seus deuses. Segundo a mitologia grega o universo surgiu através

de movimentos rítmicos, o Deus Shiva e sua dança cósmica

simbolizaram o ritmo da vida e da morte na visão da mitologia

indiana hindu. Este artigo se propõe a refletir a corporalidade, o

1 Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM,

[email protected]; [email protected];

[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 216

bailado, e a dança, inseridos no ritual da doutrina Santo Daime, na

igreja Sol do Céu Nascente em Manaus/AM, fundada pelo

seringueiro Raimundo Irineu, nos anos 30 no Estado do Acre, no

escopo da compreensão do simbolismo corporal, do sagrado e do

profano, no ritual Daimista. Esta pesquisa utilizou o método

pesquisa-ação etnográfica, trazendo um diálogo com o corpo como

instrumento e materializador dessa expressão religiosa, cujo berço

é a Amazônia. Os resultados apontam que no ritual Daimista, o

corpo se movimenta, articula, exterioriza sua fé na cura dos males

da vida terrena através dos bailados, mas padece quando é invadido

pela beberagem do chá ayahuasca (decocção das plantas

Banesteriopsis Caapi e Psichotry viridis), mas reforça a doutrina,

a fé e a comunhão entre eles, os hinos e os bailados são sequencias

padronizadas de palavras cantadas e de ações performativas.

Palavras-chave: Bailado; Corpo; Daimista; Fé.

5º Emflor | Caderno de Resumos 217

88 PARA ALÉM DO FALO: A CRÍTICA FEMINISTA DE

SIMONE DE BEAUVOIR E PSICANALÍTICA DE

HELENE DEUTSCH AO FALOCENTRISMO

Alexsandro Melo Medeiros1

Luana Pantoja Medeiros2

RESUMO

Simone de Beauvoir é uma filósofa existencialista conhecida

mundialmente pela publicação da obra O Segundo Sexo, onde

procura desconstruir o mito do eterno feminino, criado pela

sociedade patriarcal, da inferioridade da mulher, da sua vocação

natural para o casamento e para a maternidade. Dentre suas críticas

merece destaque o segundo capítulo da obra O Segundo Sexo, onde

a autora trata do ponto de vista psicanalítico que reforça os valores

da sociedade patriarcal ao tomar o falo como ponto de referência e

pensa a mulher – este ser castrado –, sempre em relação com o

órgão sexual masculino. Esta comunicação, que tem como base

1 Mestre em Filosofia pela UFPE. Doutorando do PPGSCA/UFAM. Bolsista e

Pesquisador FAPEAM. Professor da UFAM, campus de Parintins. Contato:

[email protected] 2 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas-

CESP/Parintins. Bolsista de Iniciação Científica UEA/FAPEAM. Contato:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 218

uma pesquisa bibliográfica, pretende, portanto, abordar a crítica

feminista de Beauvoir à concepção falocêntrica da psicanálise

freudiana e acrescenta a esta crítica as ideias de Helene Deutsch:

uma das primeiras mulheres a integrar a Sociedade Psicanalítica de

Viena. Essa análise não é sem fundamento pois Helene Deutsch é

citada diversas vezes por Beauvoir, sobretudo a partir da obra

Psicologia da Mulher, o que revela que as críticas da filósofa

existencialista se fundamentam, de certo modo, nas ideias de

Deutsch. Desta forma, espera-se poder contribuir com o debate

sobre a questão de gênero na atualidade, levando em consideração

a questão da influência da sexualidade no desenvolvimento

feminino e, assim, lançar luzes sobre a questão posta pela filósofa

existencialista: que é ser mulher?

Palavras-chave: Falocentrismo, Exisntecialismo, Psicanálise.

5º Emflor | Caderno de Resumos 219

89 OS BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA

IDOSOS DO PARQUE MUNICIPAL DO IDOSO NA

CIDADE DE MANAUS/AM

Ivan Alexandro dos Santos Moreira 1

Angela Emília Gama da Silva 2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo verificar os benefícios das

atividades físicas realizadas por idosos que buscam, através dessas

atividades, uma melhor qualidade de vida. O estudo dos resultados

das práticas físicas e suas contribuições para a saúde física,

psicológica e social das pessoas da terceira idade se faz necessário,

uma vez que os idosos têm alcançado, com o avanço da tecnologia

e da ciência, uma maior longevidade, o que faz com que os

profissionais que trabalham com esse público tenham o desafio de

desenvolver novas práticas para atender aos anseios e as

necessidades dessa parcela da população que cresce a cada dia. O

caminho metodológico seguido é de cunho etnográfico, com

pesquisa de campo realizada no Parque Municipal do Idoso,

1 Pós-graduando em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 220

situado no Bairro de Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul

de Manaus, com 24 idosos, por meio de entrevistas. A pesquisa

revelou que os idosos que praticaram atividades físicas de modo

regular tiveram uma melhora na disposição, bem como na

realização de atividades domésticas cotidianas e, com isso,

obtiveram um índice mais elevado em sua autoestima, em sua

convivência social e em sua qualidade de vida.

Palavras-Chave: Idosos, Atividades Físicas, Benefícios.

5º Emflor | Caderno de Resumos 221

90 UM ESTUDO SOBRE A GINÁSTICA LABORAL

SENTADA E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DA

PESSOA IDOSA

Marivaldo dos Santos Serzedelo1

Ângela Emília Gama da Silva2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

RESUMO

Neste trabalho tomamos como objeto de análise a ginástica laboral

sentada e seus benefícios para a saúde e a qualidade de vida da

pessoa idosa. A realização desta pesquisa visa identificar e

apresentar como é desenvolvida a ginástica laboral sentada,

conhecer seus benefícios e identificar os materiais usados para a

sua execução. Também intenciona fazer uma reflexão sobre a

concepção de velhice e de envelhecimento e as mudanças

biopsicossociais que ocorrem durante este processo. Os

procedimentos metodológicos norteadores do estudo em questão

basearam-se em uma pesquisa de cunho bibliográfico sobre a

pessoa idosa, sua qualidade de vida e a ginástica laboral. Tomamos

por base para a composição do presente estudo as obras de

estudiosos como Silva (1999), Shepard (2003), Spirduso (2005),

1 Pós-graduando em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 222

Faleiros (2007), Porto (2008), Saba (2008), entre outros. Tais obras

servem ao propósito de desvelar como a prática da ginástica afeta

a vida de idosos e de idosas e apontar os benefícios que surgem na

qualidade de vida dessas pessoas, a fim de auxiliar na construção

de um olhar mais crítico e aprofundado sobre o tema.

Palavras-Chave: Pessoa Idosa, Ginástica Laboral, Qualidade de

Vida.

5º Emflor | Caderno de Resumos 223

91 UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE

MULHERES E HOMENS IDOSOS ACERCA DE SUA

SEXUALIDADE

Zenaide S. de Barros Vieira 1

Ângela Emília Gama da Silva 2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo desvelar como os idosos têm

vivido sua sexualidade, pois o número de idosos no Brasil e no

mundo vem crescendo e, com isso, diversos fatores aparecem em

seu processo de envelhecimento. Para alcançar uma melhor

resposta no que tange esta temática, foi utilizada uma metodologia

voltada para uma pesquisa de cunho bibliográfico, com abordagem

qualitativa através da consulta e da leitura de livros e artigos

científicos, encontrados nas bases de dados Scielo, Medline e

Lilacs. Assim, identificou-se que os idosos, mulheres e homens

possuem uma vida sexualmente ativa, porém com dificuldades

adquiridas por meio de limitações como consequência do processo

de envelhecimento. Com isso, entre os idosos existe uma melhor

compreensão de sua vida sexual ativa, com mais entendimento,

companheirismo e diálogo. Em contrapartida, há diversos fatores

1 Pós-graduanda em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 224

que contribuem para a redução da vida sexual na velhice. Entre

eles, podemos destacar os biológicos, psicológicos e socioculturais

que influenciam de modo geral na sexualidade da pessoa idosa.

Palavras-Chave: Pessoa Idosa, Envelhecimento, Sexualidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 225

92 UMA ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA DE REDUÇÃO

DE DANOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE

PÚBLICA NA PREVENÇÃO DE HIV/AIDS PARA

HOMENS IDOSOS, EM MANAUS/AM

Suely Ferreira de Almeida 1

Ângela Emília Gama da Silva 2

Luiza de Marilac Miléo Moreira 3

Karla Patrícia Palmeira Frota4

RESUMO

Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de incidência de

contaminação de HIV̸AIDS relacionada a práticas de

comportamentos de risco vem aumentando dentre a população

idosa em todo o país. Assim, o presente artigo visa analisar a

Política de Redução de Danos adotada pelo Ministério da Saúde

como estratégia de saúde pública, na prevenção e na minimização

de novos casos de HIV̸AIDS, entre os homens idosos, propondo

uma reflexão acerca dos fatores que influenciam na mudança de

postura de comportamentos de risco destes e desvelando essa

1 Pós-graduanda em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom

Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia /UFAM 3 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 226

política e sua eficácia através de suas ações. A metodologia

utilizada é de cunho bibliográfico, com abordagem qualitativa.

Para tanto, deu-se uma pesquisa na base de dados Scielo e

publicações do Ministério da Saúde, entre outros. No decorrer da

pesquisa, constatou-se que em Manaus, a Política de Redução de

Danos não é desenvolvida em nenhum programa da Secretaria

Municipal de Saúde do Amazonas (SEMSA), direta ou

indiretamente, voltada para a população idosa. Tal prática é um

indicativo que sugere que os idosos não são percebidos por parte

dos profissionais de saúde no que diz respeito a infeção do vírus

por HIV̸AIDS.

Palavras-Chave: Idoso, HIV/AIDS, Política de Saúde.

5º Emflor | Caderno de Resumos 227

93 TRAJETÓRIAS E VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE

POR MULHERES VELHAS EM PARINTINS:

CONTRASTES DA DOMINAÇÃO MASCULINA AO

LONGO DO TEMPO

Alice Alves Menezes Ponce de Leão Nonato1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Com a chegada da velhice, as velhas conquistaram maior liberdade

de gênero, mas são marginalizadas em sua condição geracional. As

mulheres velhas foram socializadas em um contexto em que os

casamentos eram arranjados pela família. Nem sempre tiveram a

realização de uma sexualidade plena ao longo da vida porque não

amaram os seus companheiros ou porque ficaram viúvas

precocemente. A sexualidade ao longo de suas trajetórias de vida

tinha como fim a reprodução e era vigiada pelo marido nos moldes

do patriarcado para evitar a infidelidade e garantir a certeza de que

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e

Professora do Curso de Serviço Social da UFAM. 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumière Lyon 2, França.

Coordenadora e Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e

Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas

(UFAM).

5º Emflor | Caderno de Resumos 228

os filhos fossem dele. Na velhice, elas conquistaram liberdade

porque já estão desprendidas dos compromissos que lhes

demandavam dedicação. O desejo de um novo parceiro é

idealizado para o companheirismo e na prestação de cuidados. Mas,

os velhos, enquanto apresentam virilidade, procuram se relacionar

com mulheres mais jovens. Ao apresentarem disfunção sexual,

procuram a mulher mais velha porque tomam consciência da

velhice e da necessidade de cuidados que podem precisar. Este

trabalho objetiva desvendar como a dominação masculina se

configura ao longo do tempo no âmbito da sexualidade de duas

mulheres velhas em Parintins. A metodologia compreendeu a

abordagem qualitativa orientada pelo método fenomenológico,

pesquisa bibliográfica e de campo com um casal de velhos e uma

mulher viúva e solteira. Conclui-se que a liberdade de gênero da

mulher, alcançada na velhice, é negociada em troca da manutenção

da sexualidade.

Palavras-chave: Velhice, Gênero, Sexualidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 229

94 HOMOSSEXUALIDADE E RELIGIÕES DE

MATRIZES AFRICANAS: ABRINDO OS ARQUIVOS

OCULTOS

Lidiany de Lima Cavalcante1

Tayana dos Santos Barros2

RESUMO

A diversidade sexual tornou-se uma temática emergente no âmbito

das Ciências Sociais. Discussões em torno dos significados de

sexo, gênero, orientação sexual e identidade de gênero, permeiam

a compreensão de indagações históricas. Discutir não significa

romper a saga do conservadorismo social nas suas diversas faces,

pois ainda se vive em uma sociedade repleta de paradigmas e

cânones voltados às faces da heterormatividade como “modelo”

social. A orientação sexual se estreita mais quando se refere às

expressões da religiosidade, visto que o sujeito homossexual já se

encontra em um universo restrito quanto ao reconhecimento da

condição humana pela orientação sexual, a qual sinaliza um duplo

preconceito quando a crença se faz pelas faces das religiões de

matrizes africanas, tais como a umbanda e o candomblé em suas

diversas manifestações. O estudo objetiva refletir sobre o processo

1 Doutora em Sociedade e Cultura da Amazônia (UFAM). É professora no Departamento

de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. 2 Acadêmica de Serviço Social – (UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 230

de visibilidade e preconceito que caracterizam o lugar dos

homossexuais nas religiões de matrizes africanas. Por meio de

entrevistas e observações junto às lideranças religiosas e adeptos,

ponderou-se o lugar e o não lugar dos indivíduos nas referidas

religiões. Refletiu-se sobre os desafios quanto ao preconceito e a

discriminação vivenciados no cotidiano. Ressalta-se que apesar dos

embates, os homossexuais buscam afirmações identitárias na

religiosidade e no protagonismo social pela expressão da condição

humana.

Palavras-chave: Homossexualidade; Preconceito; Religião

5º Emflor | Caderno de Resumos 231

95 UM ESTUDO SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA

IDOSA

Zenaide S. de Barros Vieira1

Ângela Emília Gama da Silva2

RESUMO

O presente artigo teve como objetivo desvelar como a pessoa idosa

tem vivido sua sexualidade, pois o número de idosos no Brasil e no

mundo vem crescendo e com isso diversos fatores aparecem com o

processo de envelhecimento. Para alcançar uma melhor resposta no

que tange esta temática, foi utilizado a metodologia voltada para

uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa através de

consulta em livros; artigos científicos publicados, encontrados nas

bases de dados Scielo, Medline e Lilacs. Assim, percebeu-se que a

pessoa idosa possui uma vida ativa sexualmente, porém tem

dificuldades adquiridas com as limitações como consequência do

processo de envelhecimento. Entretanto, a pessoa idosa vive a sua

vida sexual de forma ativa, com mais compreensão, entendimento,

companheirismo e diálogo. Diversos fatores também contribuem

1Pós-graduada em Gerontologia Social pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. E-

mail: [email protected]. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Orientadora

de TCC da FSDB. E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 232

para a redução da vida sexual na velhice, entre eles podemos citar:

os fatores biológicos, psicológicos e socioculturais que influenciam

de modo geral na sexualidade, principalmente, na vida sexual dos

idosos.

Palavras-Chave: Pessoa Idosa, sexualidade, sexo.

5º Emflor | Caderno de Resumos 233

96 SEXUALIDADES PROIBIDAS E

TRANSGRESSORAS: UM ESTUDO SOBRE A

INFIDELIDADE FEMININA NO ÂMBITO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Jessica Lopes de Freitas1

Mérilin Gomes Cavalcanti2

Iraildes Caldas Torres3

RESUMO

Este estudo assume o propósito de discutir a infidelidade feminina,

sua expressão transgressora no tempo contemporâneo, buscando

verificar em que sentido esse fenômeno tem se constituído num

fator de violência doméstica por parte dos companheiros das

mulheres pesquisadas. Elege como categoria de análise as relações

de gênero, estabelecendo intersecção com os conceitos de

sexualidade e infidelidade. O trabalho de campo realiza-se nos

domínios da Universidade Federal do Amazonas, campus de

1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –

UFAM. E-mail: [email protected] 2 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –

UFAM. E-mail:

[email protected] 3Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada I da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 234

Manaus, o qual assume os cânones das abordagens qualitativas.

Constata-se que as sexualidades proibidas, aquelas maritalmente

estabelecidas no âmbito do casamento e/ou da união estável,

algumas delas se tornam transgressoras por pelo menos três razões.

A primeira é associada à liberdade da mulher que sexualmente não

se vê satisfeita só com um homem. A segunda é o fato de a

infidelidade feminina servir como um dispositivo de vingança

frente à infidelidade contumaz do companheiro. A terceira razão é

o fato de o companheiro não corresponder às necessidades de sexo

com sua companheira, em face de sucessivas viagens e distâncias

físicas, deixando a mulher sozinha em casa. Portanto, esta pesquisa

se justifica em razão da grande riqueza que comporta para a

temática de gênero no Amazonas, sobretudo nos domínios da

sexualidade que se depara com o dispositivo do tabu e do

moralismo, sendo, por isso, pouco estudada nos tempos atuais.

Palavras Chave: Gênero, Sexualidade, Infidelidade, Violência

Conjugal

5º Emflor | Caderno de Resumos 235

97 ASSÉDIO SEXUAL DE ADOLESCENTES NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE AS

VÍTIMAS E OS AGRESSORES

Marlene de Deus Lima1

RESUMO

Este estudo propõe-se refletir sobre a problemática do assédio

sexual aos adolescentes na instituição escolar, enquanto um tipo de

violência que marca profundamente não somente a vítima, mas

afeta toda a família. As discussões partem dos casos de assédio

sexual a adolescentes apurados junto aos Campi do Instituto

Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas- IFAM.

Possui abordagem crítica, de natureza qualitativa/quantitativa. O

crime de assédio sexual de acordo com o artigo 216-A do código

Penal é definido como o fato de constranger alguém com o intuito

de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o

agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência

inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. No campo das

Ciências Sociais está associado aos comportamentos, aos valores

éticos, as relações de poder, às representações socioculturais

relacionadas a questões de gênero, aos estereótipos. Constatou-se

que a maioria das vítimas se sente culpadas pela situação pelo qual

1 Mestra em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 236

passaram, sofre vítima e família, pois passam por intenso processo

de sofrimento, seja, físico e/ou psíquicos, tais como: nojo de si e de

seu corpo, depressão, crises de choro, irritabilidade, isolamento,

perda de confiança e autoestima, náuseas, insônia, sudorese,

tremores, crise de pânico, discriminação pelos outros, e muitas

vezes pela própria família, autoridades policiais. Quanto ao

agressor, este, sempre se coloca como vítima.

Palavras-Chave: Assédio sexual, Instituição Escolar,

Adolescência

5º Emflor | Caderno de Resumos 237

98 CLOSE NA CAPA: A EXPLORAÇÃO IMAGÉTICA

DE CORPOS FEMININOS PELO JORNAL “DEZ

MINUTOS” DE MANAUS/AM

Rafael de Figueiredo Lopes1

RESUMO

O artigo apresenta apontamentos sobre a exploração imagética de

corpos femininos pelo jornal “Dez Minutos”, de Manaus/AM. O

estudo de caso concentra-se na análise de capas do referido

periódico jornalístico, caracterizadas pela publicação de imagens

fotográficas de mulheres em poses com forte apelo sensual. O

objetivo é refletir sobre a manutenção deste recurso editorial,

tipificado pelo chamado “jornalismo sensacionalista”, que expõe

as mulheres como objetos sexuais para vender mais exemplares. A

estratégia teórico-metodológica embasa-se na Teoria Corpomídia

(KATZ; GREINER, 2005) e em aportes semióticos

(SANTAELLA, 2001; COUTINHO, 2008) para a leitura, análise e

interpretação de imagens observadas em dez edições consecutivas

do jornal. Como resultados preliminares, percebe-se que que além

da publicação estimular a busca por um padrão de beleza “fitness”

1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia (UFAM), Bolsista da Capes. E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 238

e alimentar fantasias sexuais, também difunde valores culturais

consumistas, ao propagar determinados estilos de vida e ideais de

sucesso e felicidade, em decorrência da dinâmica mercadológica

que está engendrada na imposição subliminar pela conquista do

corpo padrão. Assim, uma espécie de fetichismo se configura em

aspirações idealizadas, tanto no sentido de tornar-se a modelo da

capa ou tê-la para o seu bel-prazer.

Palavras-chave: jornalismo, corpomídia, corpos femininos, jornal

Dez Minutos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 239

99 OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA

PROPORCIONA ÀS MULHERES IDOSAS NA

CIDADE DE MANAUS

Nailson da Silva Viana1

Ângela Emília Gama da Silva2

Ana Cláudia dos Santos Lacerda3

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de analisar os benefícios que a

atividade física proporciona às mulheres idosas na cidade de

Manaus. Trata-se de um estudo descritivo e bibliográfico a partir

de leitura de livros e consulta de artigos científicos. Estudiosos

como Guimarães (2005), Rodrigues (2002), Souza (2003) e

Andeotti (1999), afirmam que a prática de atividade física durante

1 Educador Físico, Pós-Graduando Latu Sensu em Gerontologia Social da

Faculdade Salesiana Dom Bosco – Manaus/AM – E-mail:

[email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia –UFAM,

Orientadora e docente da Pós-Graduação da Faculdade Salesiana Dom Bosco.

E-mail: [email protected] 3 Bibliotecária Coordenadora – Universidade Nilton Lins; aluna especial

Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia

– PPGSS –E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 240

todas as fases da vida é de fundamental importância para que na

velhice, a mulher idosa não perca sua autonomia, disposição e

independência, conforme descrito pelos autores estudados. Vários

autores afirmam que a prática de atividade física é de fundamental

importância em todas as fases da vida, e na velhice essa prática faz

com que o idoso tenha qualidade de vida e independência. Durante

toda a vida o ser humano deve buscar qualidade de vida, pois se a

prática de atividade física for realizada ao longo da vida trará

benefícios à saúde e consequentemente qualidade de vida na

velhice. A falta de atividade física na velhice pode trazer grandes

problemas para saúde da idosa, como consequência a perda de

autonomia, limitações e diminuição de sua independência. Durante

toda vida a mulher deve sempre procurar hábitos saudáveis e uma

vida ativa. As atividades físicas são por exemplo, uma das formas

de chegar à velhice com autonomia e independência.

Palavras-chave: Idosa, atividade física, bem-estar.

5º Emflor | Caderno de Resumos 241

100 ENTRE AS LINHAS ÀS ENTRELINHAS:

SEXUALIDADE, AFETOS E TRAIÇÃO NA

LITERATURA DO SÉCULO XIX

Andréa Costa de Andrade1

Nelson Matos de Noronha2

Iraildes Caldas Torres3

RESUMO

Os romances prestam-se a muitas leituras, e é interessante ver como

a recepção desses modificam com o passar do tempo. As narrativas

sobre as situações de adultério, seja do ponto de vista do homem

ou da mulher traídos, relativizam questões sobre os direitos da

mulher, seus afetos e sexualidade. A proposta metodológica é

discorrer sobre as possibilidades interpretativas do ciúme doentio

que cega o narrador e o faz conceber situações imaginárias de

traição na literatura brasileira do século XIX. Machado de Assis,

com sua sutileza, penetra de forma aguda em questões sociais que

1 Doutoranda e mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia do PPGSCA

(IFCHS/UFAM). Psicóloga da Universidade Federal do Amazonas. 2 Doutor em Filosofia (UNICAMP-SP). Professor associado da Universidade

Federal do Amazonas. 3 Pós-doutora da Université Lumière Lyon 2. Doutora em Ciências Sociais e

Antropologia (PUC-SP). Professora associada da Universidade Federal do

Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 242

testam o leitor. Em Dom Casmurro, uma discussão alimenta os

gênios ardentes de Capitu que traiu ou não, e seu marido Bento

Santiago, o Bentinho. A história trata de um homem de posses que

ama e se casa com uma moça pobre e esperta. Nesse sentido, Capitu

representa duas categorias sociais marginalizadas no Brasil do

século XIX: os pobres e as mulheres. Por isso, o peso do possível

adultério em suas costas, não se se trata apenas de uma questão

conjugal, mas de uma condenação de classe. Bentinho utiliza o

arbítrio da palavra para culpar sua esposa. Não se sabe até que

ponto os fatos relatados correspondem a verdade, ou se são apenas

uma interpretação do personagem, que confessa não ter boa

memória. Enfim, a questão central do livro não é o adultério,

sobressaem outras, a problemática classista e, ainda, de forma

inovadora, a questão da sobre os afetos.

Palavras-chave: Literatura, gênero, afetos, relações sociais.

5º Emflor | Caderno de Resumos 243

GT 7 – GÊNERO, CULTURA E DIVERSIDADE

Coordenadores:

Profa. Dra. Lucilene Ferreira de Melo (UFAM)

Professora Keliene dos Santos Ferreira (Estácio

de Sá/ RR)

5º Emflor | Caderno de Resumos 244

101 DE MULHER A PAJÉ: O PROCESSO DE

TRANSFORMAÇÃO DAS MULHERES PAJÉS

YAWANAWA

Cynthia Carrillo Sáenz1

RESUMO

O exercício da prática da pajelança entre os Yawanawa, foi,

tradicionalmente, uma atividade exclusivamente relacionada ao

âmbito masculino, onde os processos de iniciação e aprendizagem

abrangem aspectos muito amplos, desde relações sociais a partir da

cosmovisão Yawanawa, à aquisição de capacidades específicas no

corpo e transformação corporal através de dietas, restrições e

consumo de substâncias específicas que dizem a respeito de um vir

a ser numa pessoa habilitada para desempenhar uma função

específica dentro da sociedade, a saber, o pajé. Neste trabalho,

baseado em pesquisa de campo junto ao povo Yawanawa, o

processo de aprendizagem ritual é abordado como uma

transformação, onde a corporalidade tem um papel fundamental.

Com a inserção, há pouco menos de duas décadas, de Hushahu e

Putanny, duas mulheres a serem as primeiras iniciadas nos estudos

1 Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais.

5º Emflor | Caderno de Resumos 245

da pajelança Yawanawa, foi aberto o caminho da prática da

pajelança feminina, onde as especificidades do corpo feminino e

seus significados culturais dão lugar a novas relações, significados

e especificidades no exercício da pajelança feminina Yawanawa,

tais como o fortalecimento da cultura através do canto feminino nos

rituais, das pinturas corporais e produção de artesanatos.

Palavras-chave: Mulheres pajés Yawanawa, transformação,

pajelança feminina

5º Emflor | Caderno de Resumos 246

102 AMAZÔNIA: MORADA SUTIL DOS MISTÉRIOS DA

FÉ DAS GUARDIÃS DA ENCANTARIA, DA CRENÇA

E DA CURA

Antônio Carlos Batista de Souza1

Artemis de Araújo Soares2

Naia Maria G. Dias3

RESUMO

Através da história oral e de uma análise bibliográfica este estudo

debruça um olhar sobre o papel das benzedeiras da Amazônia.

Mulheres possuidoras de um “dom divino” que mesmo com o

avanço da ciência, da tecnologia e da informação atrelada à

medicina resistiram ao tempo no ofício de curar doenças através da

benzeção e da reza, afugentando os espíritos, afastando quebrantos,

prevendo a sorte e, na ausência de um médico, muitas vezes agindo

como parteiras de recém-nascidos. Herdeiras de uma prática antiga

passada de geração a geração, as mulheres benzedeiras parecem

simbolizar a mais singela das figuras típicas regionais, dos tipos

humanos da região amazônica. Velhas senhoras, que mesmo com

1Instituto Federal do Amazonas - IFAM. [email protected] 2 Pós-Doutorado realizado na Université Paris-Descartes Paris. E-mail:

[email protected]. Doutorado em Ciências do Desporto pela

Universidade do Porto (1999). Professora associado I da Universidade Federal

do Amazonas, Brasil. 3 Universidade Federal do Amazonas - UFAM. [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 247

a universalização da saúde, da urbanização, do crescimento das

religiões evangélicas nas tradicionais comunidades católicas, do

preconceito e da crítica daqueles que às acusam de curandeirismo,

de praticantes de rituais não condizentes com a Bíblia,

sobreviveram aos “tempos modernos”. Essas guardiãs dos

mistérios da fé reportam-nos a reflexões quanto à continuidade

dessa tradição corporal e oral, pois ao envelhecerem precisam

repassar esses ensinamentos às novas gerações aparentemente

desinteressadas. Em questão neste estudo, partindo da benzeção,

compreender este conjunto de crenças ancestrais transformados em

cultura imaterial.

Palavras-Chave: Benzedeiras, Práticas Religiosas, Cultura

Imaterial.

5º Emflor | Caderno de Resumos 248

103 O PROTAGONISMO FEMININO NO ÇAIRÉ: A

ATUAÇÃO DA MULHER NOS DIFERENTES

RITUAIS EXPRESSOS NESSA MANIFESTAÇÃO

SOCIOCULTURAL

João Aluízio Piranha Dias1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este texto é resultado de leituras, debates e discussões que

ocorreram na disciplina eletiva Gênero, Ciência e

Desenvolvimento, ministrada pela professora Iraildes Caldas

Torres no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na

Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas –

PPGSCA/UFAM, em maio de 2017, no Campus de Parintins/AM,

em torno da episteme das relações de gênero e o desenvolvimento

social das mulheres na Amazônia, e a relação desta temática com o

1 Doutorando do Programa Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA da

Universidade Federal do Amazonas/UFAM. 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumiere Lyon 2, França.

Professora da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 249

meu objeto de estudo do curso de doutoramento, a Festa do Çairé,

em Alter do Chão/PA, em que apresento o protagonismo feminino

nessa manifestação sociocultural, expresso na atuação da mulher

nos diferentes rituais que compõem esse evento. O trabalho é de

cunho qualitativo e tem aporte teórico nas fontes e referenciais que

abordam sobre a constituição histórica do Çairé e as bibliografias

que situam os trabalhos e as práticas sociais das mulheres na

sociedade amazônica contemporânea, de forma geral, em

específico, aquelas do Baixo Amazonas paraense.

Palavras-chave: Protagonismo feminino, manifestação

sociocultural, Festa do Çairé; Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 250

104 OS MARIANOS E APOSTOLADO DA ORAÇÃO DA

PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM

PARINTINS, AMAZONAS

Rosimay Corrêa1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

A chegada dos padres do PIME- Pontifício Instituto das Missões

Exteriores- ao município de Parintins na década de 1950 trouxe

profundas mudanças no campo religioso, econômico e social desta

população. A maior parte das comunidades rurais de Parintins

foram organizadas a partir das viagens do bispo e de grupos de

homens pertencentes à Congregação Mariana. As mulheres

estavam agregadas no grupo do Apostolado da Oração e exerciam

funções pouco reconhecidas e, por isso não mencionadas nas fontes

históricas desta cidade. Este artigo pretende discutir as relações de

gênero a partir dos grupos da Congregação Mariana e Apostolado

1 Doutoranda do Programa Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA da

Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumiere Lyon 2, França.

Professora da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 251

da Oração pertencentes à Paróquia de Nossa Senhora do Carmo no

município de Parintins, destacando a origem, a espiritualidade, as

mudanças e a importância dessas associações na construção de tais

relações. As teorias sobre catolicismo de Riolando Azzi, Pedro A.

de Oliveira Ribeiro e Manuel do Carmo Campos, e,

principalmente, Peter N. Stearns, Andrea Nye e Scott embasam

teoricamente este artigo acerca da categoria gênero. Consideramos

que a separação de homens e mulheres nos grupos Marianos e

Apostolado da Oração, respectivamente, expressam a mentalidade

patriarcal fortemente predominante na época, mas que, em dias

atuais, vem sofrendo mudanças consideráveis alterando algumas

concepções e características destes grupos no município de

Parintins.

Palavras-chave: Catolicismo, gênero, Marianos, Apostolado,

Parintins.

5º Emflor | Caderno de Resumos 252

105 MEU CORPO FALA: RELATOS DE PESCADORAS

DE CAMARÃO EM UMA COMUNIDADE

AMAZÔNICA

Christiane Pereira Rodrigues1

Elenise Faria Scherer2

RESUMO

Na Amazônia os direitos sociais já previstos na Constituição

Brasileira estão longe de atingir grande parte da população.O

direito à saúde, poderia ser repensado com maior urgência, pois as

mulheres das populações rurais são as que mais sofrem em nosso

país devido a precariedade do sistema de saúde pública .Os fatores

de risco à saúde estão relacionados às condições ambientais e de

trabalho por estarem expostas a zonas insalubres, sem segurança,

proteção, colocando-as em situações de vulnerabilidade. Este

estudo configura-se em torno das condições de saúde e as práticas

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e

Sustentabilidade na Amazônia – PPGCASA da Universidade Federal do

Amazonas – UFAM - Bolsista FAPEAM-RH/interiorização. Parintins,

Amazonas/Brasil. 2 Doutorado em Política Social - Universidad Autonoma de Barcelona (1995) e doutorado

em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). É pós-

doutora pelo Intitut des Hautes Etudes de l'Amerique Latine - Université Paris III - Sorbonne

Nouvelle (2008). Atualmente é Professora Associada IV da Universidade Federal do

Amazonas

5º Emflor | Caderno de Resumos 253

de cura em que se encontram mulheres pescadoras artesanais de

camarão Macrobrachium amazonicum em uma comunidade

amazônica com ecossistema de várzea no estado do Pará. As

narrativas das pescadoras expressam as dores e o sofrimento

ocasionado pelas repetitivas horas de trabalho diário, as marcas

deixadas em seus corpos, e os múltiplos significados do trabalho

de pesca. A pesquisa ainda está é andamento e faz parte do Projeto

Vozes Ocultadas e Vozes Insurgentes: as mulheres pescadoras na

Amazônia, coordenado pela professora Dra. Elenise Scherer, com

apoio do CNPq-Edital Ciências Humanas, FAPEAM, 2015-2018.

A abordagem utilizada é a qualitativa, considerando-se seus

aspectos através de aportes teóricos e metodológicos da pesquisa

bibliográfica e exploratória, utilizando levantamento de dados por

meio de observações e entrevistas realizadas com mulheres

pescadoras de camarão em uma comunidade amazônica.

Palavras chave: Mulheres, pesca, saúde, trabalho.

5º Emflor | Caderno de Resumos 254

106 CIBERATIVISMO E RECONHECIMENTO: A

VIVÊNCIA COMO ESTRATÉGIA DE LUTA

POLÍTICA NA AMAZÔNIA

Israel Pinheiro1

RESUMO

Compreendendo os pressupostos da teoria do reconhecimento de

Axel Honneth (2008), apresentados em seu livro Luta pelo

Reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais, a

presente comunicação pretende construir uma interlocução entre o

conceito de solidariedade, como terceiro movimento para o

reconhecimento do Ser em um mundo dominado por uma razão

instrumental e o conceito de vivência na construção dos processos

de lutas políticas, abordando seus aspectos fenomenológicos e a

sua potência para ações comunicativas dentro do movimento de

mulheres negras na Amazônia. Tendo no ciberespaço uma das

esferas de disputa constante para o desenvolvimento de identidades

e construção de ethos políticos no século XXI, procura-se analisar

de que maneira essas relações tomam a vivência como instrumento

epistêmico de construção de pautas políticos no seio das redes

1 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia, PPGSCA – UFAM.

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 255

virtuais no movimento de mulheres negras, proporcionando assim

a elaboração de gramáticas sociais de lutas políticas diferenciadas.

Para tanto, busca-se manter uma interlocução a experiência de lutas

empreendidas por militantes feministas negras na Amazônia, que

atuam dentro das redes virtuais.

Palavras-chave: reconhecimento, ciberativismo, feminismo,

vivência

5º Emflor | Caderno de Resumos 256

107 CAPITÃO OU RAINHA, QUEM MANDA NO

ANDIRÁ? INTERSECÇÕES DE GÊNERO NA FESTA

DOS MARUJOS DA FREGUESIA DO ANDIRÁ,

BARREIRINHA-AM

Pablina Gomes dos Santos1

RESUMO

Esta pesquisa aborda um novo enfoque sobre as relações de

gêneros na Festa dos Marujos do Distrito da Freguesia do Andirá/-

AM. A história da comunidade e conseguinte a origem da festa dos

marujos, suas transformações e continuidades são os fios que nos

conduziram a análise dos diferentes papéis que cada participante

tanto homens quanto mulheres assumem dentro da festa, desde seu

início até nos dias atuais. Discutindo as influências que a

colonização teve no processo das transformações de alguns

costumes dentro da festa, com o projeto de cristianização dos

moradores e depois a romanização. Mostrando através das

memórias tanto de homens quanto de mulheres, os significados das

representações simbólicas e práticas ritualizadas que acontecem

dentro dessa cultura festeira. Nesta pesquisa utilizamos a

metodologia da história oral intercruzando com fontes documentais

1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade do Estado do

Amazonas. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 257

para o desenvolvimento da pesquisa. Para isso fazemos uma

abordagem cultural para olharmos essas relações sociais de gênero

que ocorrem em todas as organizações da festa dos marujos tanto

na parte religiosa como social, cultural e política. São as memórias

desses sujeitos de várias gerações que trazem em seus relatos as

rememorações das vivências do seu passado, ressignificados no

tempo presente que são fundamentais para definir e preservar a

identidade individual e coletiva da comunidade.

Palavras-Chave: “Festa dos Marujos”, relações de gênero,

Freguesia do Andirá.

5º Emflor | Caderno de Resumos 258

108 TRABALHO E CULTURA: PARTICIPAÇÃO DA

MULHER INDÍGENA NO CENTRO DE MEDICINA

INDÍGENA BARSERIKOWI EM MANAUS/AM

Rúbia Farias1

RESUMO

O presente trabalho é oriundo de pesquisa de campo realizada no

Centro de Medicina Indígena Barserikowi, localizado na cidade de

Manaus; espaço em que se desenvolve a prática curativa do

benzimento, realizado pelo especialista “Grande Kumu”, pajé da

etnia Tuyuka. O centro atende indígenas e não indígenas. O

tratamento das enfermidades é realizado por meio do uso de plantas

medicinais e do conhecimento Bahsese, que na língua Tukano

significa benzimento. O objetivo deste trabalho foi analisar a

participação de quatro mulheres indígenas das etnias Ticuna,

Dessana, Baniwa e Tukano, nas atividades realizadas pelo Centro

de Medicina Indígena, procurando conhecer seu cotidiano e o papel

social da mulher indígena, por meio das atividades que

desenvolvem nesse espaço de medidas curativas. Os dados foram

coletados por meio das técnicas de observação direta, anotações, e

1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 259

do uso de entrevista semiestruturada, a fim de contextualizar e

compreender os significados das informações obtidas. Os

procedimentos metodológicos foram norteados pela pesquisa

bibliográfica e de campo. Esta investigação traz alguns

questionamentos importantes: Qual a participação da mulher no

Centro de Medicina Indígena na cidade de Manaus? Como as

mulheres veem o valor feminino e social no mundo dito como pós-

moderno? Foi partir desse contexto que conseguimos observar uma

intensa participação das mulheres em atividades diversas realizadas

no centro de medicina indígena como interprete/auxiliar do pajé,

artesã, recepcionista, cozinheira, vendedora de alimentos da

gastronomia indígena. Essa participação, segundo narrativa das

mulheres, é vista como forma de valorização de suas culturas,

assim como da convivência intercultural; por assim entenderem

que o trabalho relacionado à cultura gera empoderamento, diferente

de quando desenvolvem atividades em espaços sob o domínio da

sociedade envolvente.

Palavras-chave: mulheres indígenas, trabalho, cultura.

5º Emflor | Caderno de Resumos 260

109 TRABALHO E CULTURA: SABER-FAZER DE

MULHERES INDÍGENAS EM UM CENTRO DE

PRÁTICAS CURATIVAS.

Rúbia Maria Farias Cavalcante1

Mário Bentes Cavalcante2

Mírian de Araújo Mafra Castro3

RESUMO

O presente trabalho é oriundo de pesquisa de campo realizada em

um Centro de Práticas Curativas. O objetivo deste trabalho foi

analisar o saber-fazer de mulheres de diferentes povos indígenas –

Dessana, Baniwa e Tukano – quanto suas percepções sobre os

trabalhos que realizam em um Centro de Práticas Curativas. Neste

sentido, procuramos conhecer seus cotidianos no ambiente de

trabalho e o papel social dessas mulheres indígena desse contexto.

Entender como percebem a importância de seus trabalhos nesse

1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected] 2 Mestrando no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected] 3 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 261

espaço onde as medidas curativas em si são práticas

operacionalizadas por indígenas do sexo masculino. Os

procedimentos metodológicos foram norteados pela pesquisa

bibliográfica e de campo, com ênfase na abordagem qualitativa e

no método de História Oral. Os dados foram coletados por meio

das técnicas de observação direta, anotações, e uso de entrevista

semiestruturada, a fim de contextualizar e compreender os

significados das informações obtidas. Esta investigação traz alguns

questionamentos importantes: Qual a participação da mulher no

Centro de Práticas Curativas? Como as mulheres veem o valor

feminino e social no mundo dito como pós-moderno? A partir desse

contexto que conseguimos observar a participação das mulheres e

seus trabalhos realizados no centro de Práticas Curativas, elas

trabalham como artesã, recepcionista, cozinheira, vendedora de

alimentos da gastronomia indígena. Essa participação, segundo

narrativa das mulheres, é vista como forma de valorização de suas

culturas, assim como oportunidade de convivência entre culturas

indígenas diferentes em ambientes da cidade.

Palavras-chave: Mulheres indígenas, Trabalho, Cultura.

5º Emflor | Caderno de Resumos 262

110 LAS MUJERES WAYÚU HILANDERAS DEL

ALMA TEJIDAS A LA FRONTERA COLOMBO-

VENEZOLANA

Elizabeth Zamora Cardozo1

RESUMEN

Esta ponencia tiene como objetivo describir algunos aspectos del

mundo de la vida de los wayúu, etnia que habita en la frontera

colombo-venezolana. Me detengo en la manera en que se han visto

involucrados en el conflicto armado de Colombia, en la explotación

minera y en las redes del paramilitarismo y narcotráfico, situación

puesta en evidencia luego de la masacre de Bahía Portete, ocurrida

el 18 de abril de 2004 en la Guajira colombiana, tras la cual toda la

comunidad debió desplazarse hacia Venezuela y hacia otros

lugares de Colombia. Menciono algunos aspectos de su

cosmogonía, con la intención de que nos sirvan de referencia para

comprender lo que les ha significado vivir una masacre como la

1 Universidad Central de Venezuela.

5º Emflor | Caderno de Resumos 263

ocurrida, que además de su crueldad objetiva, arrastra consigo

elementos que involucran sus concepciones de mundo. Me refiero

a los asesinatos de mujeres y niños - intocables, aún en situaciones

de guerra- y a la violación de lugares sagrados como los

cementerios. Conscientes de su condición de artesanas de lo

cultural, han luchado por mantener sus costumbres y por la

recuperación de su territorio. Asociaciones como MUJERES

TEJIENDO PAZ, y FUERZA DE MUJERES WAYÚU dan cuenta

de ello. Asimismo destacamos la manera como en medio de esta

lucha, las mujeres wayúu denuncian la presencia del “Patriarcado

Originario”, haciendo énfasis, en que preservar la cultura, no puede

significar la sumisión de la mujer.

5º Emflor | Caderno de Resumos 264

111 SOU FILHA DA VALÉRIA: HISTÓRIA,

TRABALHO ARTESANAL E RELAÇÕES DE

GÊNERO NA AMAZÔNIA

Naia Maria Guerreiro Dias1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este artigo apresenta um recorte histórico da Comunidade

Tradicional São Paulo de Valéria, zona rural de

Parintins/Amazonas. Destacando aspectos referentes ao modo de

vida local, às práticas sociais das mulheres, o trabalho artesanal e

relações de gênero nesse contexto amazônico. O trabalho artesanal

tem se destacado como uma alternativa de renda paralela à pesca,

agricultura de subsistência ou atividade agropecuária. Nessa

atividade trabalham mulheres e homens cada um seguindo as

especificidades de artesanatos, correspondente a divisão sexual do

trabalho. As reflexões sobre as práticas sociais e protagonismo das

mulheres locais em meio a um universo de caris androcêntrico,

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia

da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Pesquisadora da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas-FAPEAM. E-mail:

[email protected] 2 Pós Doutora em Antropologia Social pela Université Lumiére Lyaon 2, França,

Professora da Universidade Federal do Amazonas- UFAM; Coordenadora do

Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade

Federal do Amazonas-UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 265

foram analisados a partir dos pressupostos teóricos do estudo das

relações de gênero e trabalho na Amazônia.

Palavras-chave: Relações de gênero, Trabalho, Artesanato,

Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 266

112 MULHERES EVANGÉLICAS: DIFERENÇAS DE

GÊNERO EM UMA IGREJA EVANGÉLICA DE

MANAUS-AM

Maria Sandrelle Gonçalves Cardoso1

RESUMO

Este trabalho é resultado da disciplina Antropologia das Relações

de Gênero do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura

na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas e de um

recorte de resultados de pesquisa exploratória sobre práticas

religiosas de igrejas evangélicas na Amazônia Contemporânea. A

partir da bibliografia utilizada na disciplina mencionada

anteriormente e entrevista semiestruturada com dez mulheres

evangélicas e observação de algumas práticas religiosas, o presente

trabalho tem por objetivo discutir origens sociais e culturais das

identidades subjetivas de homens e mulheres em contraposição às

justificações de determinação natural dos comportamentos

subjetivos dos gêneros masculino e feminino; Identificar perfil

socioeconômico das mulheres adeptas de uma igreja evangélica em

1Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 267

Manaus-AM e os principais desafios enfrentados pelas informantes

no cotidiano de suas vidas; e Analisar as práticas religiosas da

igreja verificando o papel das mulheres nas referidas práticas e o

respectivo reconhecimento ou não de suas atividades. Constatou-

se que compreensões equivocadas sobre gênero ainda alimentam

preconceito, discriminação e violência na sociedade

contemporânea; e evidenciou-se que existe grande dificuldade no

espaço religioso estudado para se pensar a relação de igualdade

entre homens e mulheres.

Palavras-chave: Gênero; Mulheres Protestantes; Práticas

Religiosas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 268

113 CHÁ AYAHUASCA: A MAGIA VEGETAL DO CIPÓ

BANISTERIOPSIS CAAPI E FOLHAS DE

PSICHOTRIA VIRIDIS NA PRATICA RELIGIOSA

DOS DAIMISTAS

Maria Isabel de Araújo1

Delta Paula Melo2

Evandro de Morais Ramos3

RESUMO

O presente relato não se constitui prova de verdade, nesse debate,

o corpus central baseia-se na complexidade da doutrina Santo

Daime, sustentada no sincretismo religioso com dimensões

interculturais, que remonta à formação histórica da religião no

contexto social e cultural, preservadas ao longo de gerações os

saberes religiosos que provém da magia vegetal das plantas. A

complexidade do saber ecológico e religioso do Santo Daime

emerge da relação entre o real e o simbólico, dimanada de um

conjunto de saberes das diversas tradições religiosas e seres da

natureza amazônica que se unem na ingestão da bebida ayahuasca,

1 Mestranda da Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM E-mail:

[email protected]; 2 Mestrando da Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM. E-mail:

[email protected]. 3 Doutor em Tecnologias Educativas da Universidade Federal do Amazonas –

PPGSCA/UFAM. E-Mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 269

obtida por meio da fervura/decocção do cipó Banisteriopsis caapi

e do arbusto Psychotria viridis, com poderes alucinógenos. A

singularidade da pratica religiosa incorpora elementos simbólicos

praticados nas cerimonias/trabalhos resultando em uma ampla teia

de significados que se constrói e reconstrói na vida dos daimistas

ao utilizar a bebida como instrumento de revelação para o

autoconhecimento e o despertar espiritual. A metodologia apoia-se

no método pesquisa-ação etnográfica na Igreja Céu do Sol

Nascente, bairro Tarumã, Manaus/AM. Os resultados apontam que

o sincretismo religioso e cultural se constitui uma característica dos

ayahusqueiros, presentes na relação floresta, religião e cultura

como saber compartilhado, cuja complexidade se constrói através

de um processo dialógico de saberes entre daimistas de diferentes

realidades socioculturais.

Palavras-chave: Complexidade, Religião, Santo Daime.

5º Emflor | Caderno de Resumos 270

114 SINCRETISMO RELIGIOSO NA FLORESTA - A

DOUTRINA SANTO DAIME NA TEORIA

ELIASIANA

Delta Paula Melo1

Maria Isabel de Araújo1

RESUMO

Um dos aspectos relevantes na doutrina do Santo Daime está

relacionado ao bailado e as performances, presente no ritual

daimista, cercado de simbolismos representados pelo estilo de

dança, denominado bailados, realizadas durante o culto religioso,

que tem nessas manifestações a busca pela conexão com seres

divinos e outros cosmos. Assim, esse artigo tem como objetivo

geral: correlacionar os bailados e performances a partir dos rituais

do Santo Daime com o controle das emoções sob a perspectiva da

visão Eliasiana, no contexto da inter-relação indivíduo e sociedade,

em que se permitem agrupar - igreja, escola, família, clubes sociais,

entre outras, na obra A sociedade dos indivíduos (1994). Mais

especificamente busca-se descrever a importância dos bailados e

performances no contexto sócio religioso, identificando como o

controle das emoções interfere no exercício da religiosidade, e por

1 Universidade Federal do Amazonas – UFAM, mestrandas do

PPGSCA/UFAM. [email protected]; [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 271

fim estabelecer um elo entre as manifestações religiosas e os

ensinamentos de Norbert Elias. Adotou-se a pesquisa qualitativa de

natureza exploratória e descritiva a partir das observações dos

rituais na Igreja Céu do Sol Nascente, bairro Tarumã, Manaus/AM.

Conclui-se que os bailados representam uma forma na qual seu

fundador, Mestre Irineu, estabeleceu um nexo com seu local de

origem, o interior do Maranhão e da forte influência afro recebida

na infância e adolescência, relacionando a cultura amazônica

refletida nos rituais xamâmicos, à tradição do curandeirismo e a

religiosidade do mundo amazônico busca uma compreensão do

simbolismo corporal, do sagrado e do profano, tem como pano de

fundo o tema religião com ênfase no ritual Daimista presentes nas

bases socioculturais de seus adeptos.

Palavras-chave: Santo Daime, Bailados, Controle das Emoções.

5º Emflor | Caderno de Resumos 272

115 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO

COMBATE A HOMOFOBIA NA

CONTEMPORANEIDADE

Patricia Araújo Brito1

Laurisana Camargo2

RESUMO

O estudo procura compreender as necessidades especificas dessa

demanda destacando a atuação do Assistente Social, na busca pela

efetivação dos direitos e no combate de todas as formas de

discriminação sofridas por esses sujeitos tendo como orientação o

Projeto Ético-Político. No intuito de resgatar estas informações,

desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa,

sendo fundamental, primeiro entender que os conceitos que

afirmam a condição homoafetiva e sua complexidade devem ser

estudado desde as expressões que envolvem a sexualidade,

esclarecendo os termos orientação sexual, gênero e identidade de

gênero abordando a perspectiva de que cada categoria tem um

conceito que está longe de ser mínimo, o que resulta na

compreensão de que a complexidade dos grupos que envolvem a

comunidade LGBT também vão além de uma abordagem limitada.

1 Acadêmica graduanda em Serviço Social da Faculdade Metropolitana de

Manaus – Fametro. 2 Professora mestra em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 273

Observa-se que preconceito sofrido por esses sujeitos são

consequências dos paradigmas criados pela sociedade que prega a

visão de que apenas o heterossexualíssimo pode ser classificado

como uma condição superior e natural transformando essa divisão

de gêneros sexuais em uma reprodução de hierarquização social

por conta de sua condição homoafetiva. Nesse contexto foi possível

identificar a relação do projeto ético político, como instrumento

que materializa a luta contra a intolerância e a negação de direitos

garantidos pela Constituição Federal.

Palavras-Chave: homoafetividade, direitos humanos, serviço

social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 274

GT 8 – GÊNERO, TRABALHO E LUTAS SOCIAIS

Coordenadores: Profa. Dr. Milton Melo dos Reis Filho

(GEPOS/UFAM)

Profª Dra. Eveline Maria Damasceno do

Nascimento (GEPOS/UFAM)

5º Emflor | Caderno de Resumos 275

116 FRAGMENTOS E RETALHOS DA VIDA OPERÁRIA:

DESAFIOS DAS MULHERES TRABALHADORAS DO

POLO INDUSTRIAL DE MANAUS

Milton Melo dos Reis Filho1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

Este artigo propõe trazer ao debate os fragmentos e retalhos da vida

operária, dando destaque aos desafios das mulheres trabalhadoras

do Polo Industrial de Manaus a partir de três ângulos: o primeiro

está relacionado ao processo de reestruturação produtiva que exigiu

de cada trabalhador um novo perfil para o trabalho. O segundo

refere-se a entrada em vigor, no final dos anos 1980, do

reordenamento do capital sob novos parâmetros de racionalização

para fazer frente à crise do trabalho que, neste período, atingia

fortemente os países em desenvolvimento. O terceiro ângulo

consiste no descompasso da luta sindical na compreensão de uma

classe que vive do trabalho. Estes diferentes ângulos promovem

não somente a desintegração da identidade operária como também,

1 Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas. Professor da Secretaria Municipal de Educação de Manaus. E-mail:

[email protected] 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora

Associada I da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:

[email protected]).

5º Emflor | Caderno de Resumos 276

a falência de empresas que não souberam compreender as

alterações que estavam sendo processadas no mundo do trabalho.

Os caminhos metodológicos buscam traduzir as várias faces das

mulheres trabalhadoras que se colocaram na extensão da luta

enfrentando grandes desafios, revelando, inclusive, a sujeição

dessas mulheres às agressões físicas do homem. Algumas ainda

guardam em seu corpo as marcas dessa relação. Sobretudo, as

dificuldades em retornar ao Parque Industrial de Manaus. Fatores

como idade e qualificação, nesse caso, a pouca escolaridade,

situação não só das mulheres, contribuíram significativamente para

não ascenderem em sua carreira operária, impediram a sua

reinserção no mercado de trabalho.

Palavras-Chave: Mulher, Trabalho, Luta de Classe, Desafios.

5º Emflor | Caderno de Resumos 277

117 A FEIRA COMO LUGAR DE TRABALHO:

MULHERES PRODUTORAS E VENDEDORAS DA

“FEIRA DO PRODUTOR” EM PARINTINS

Lucineli de Souza Menezes1

RESUMO

Esta pesquisa tem como finalidade contribuir para a descrição e

análise da realidade social, cultural e econômica de algumas

mulheres que fazem da Feira do produtor, na cidade de Parintins o

seu espaço de labor, a partir de narrativas onde expressam suas

próprias impressões sobre as atividades por elas desenvolvidas.

É comum se considerar que entre os povos da Amazônia os

diferentes trabalhos encontram-se pré-estabelecidos e divididos

tacitamente de forma que algumas atividades são peculiares dos

homens e outras estão somente no campo de ação feminino, ideia

que se construiu historicamente e foi legitimada social e

culturalmente.

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (PPGSCA/UFAM).

5º Emflor | Caderno de Resumos 278

Esse pensamento de ordem social e simbólica é comum a muitos

povos e reafirma a dominação masculina sobre a feminina

corroborando a distribuição sexual do trabalho estabelecendo para

a mulher que seu lugar está estritamente ligado a casa e seus

arredores, enquanto ao homem cabem às atividades no espaço

externo, de maior sociabilidade, como o mercado e as assembleias

(BOURDIEU, 2011).

Palavras-chave: Feira; Trabalho; Mulheres

5º Emflor | Caderno de Resumos 279

118 MICROEMPREENDIMENTO COLETIVO DE

MULHERES RURAIS DA AMAZÔNIA E

AGROECOLOGIA

Denyse Mello1

RESUMO

Microempreendimento coletivo pode ser considerado como

instrumentos de redução da desigualdade de gênero através do

empoderamento econômico, e da valorização dos recursos naturais

nas regiões tropicais. O foco desse estudo foi o efeito de

microempreendimento no empoderamento econômico de 65

mulheres rurais da Amazônia. O estudo baseou-se na metodologia

de Chen (1997) e Kaur et al. (2005), que consideram os efeitos do

empoderamento econômico da mulher na dimensão material

(renda, bens), e na dimensão não-material (cognitivo, perceptual e

relacional). As análises quantitativa e qualitativa, apontaram que

microempreendimentos são segundo mais importante fonte de

renda da família, especialmente para famílias de baixa renda; estão

promovendo às mulheres como agentes econômico, servindo

essencialmente para empoderá-las na dimensão não-material; e

1 University of Florida, E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 280

microempreendimentos coletivos com princípio agroecológico

pode promover desenvolvimento de baixa emissão de Carbono

para reflorestamento de áreas.

Palavras-chave: Empoderamento econômico, Mulheres rurais,

Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 281

119 GÊNERO E TRABALHO EM SÃO SEBASTIÃO DA

NOVA BRASÍLIA PARINTINS/AM

Júlio Claudio da Silva1

RESUMO

Na Comunidade de São Sebastião da Nova Brasília identificamos

o protagonismo feminino na atividade pesqueira do camarão. Ao

que parece, nesta comunidade o trabalho feminino não se

caracteriza por ser uma atividade acessória ou auxiliar as

desempenhadas por maridos, pais ou irmão. Mas assume uma

centralidade estratégica, no âmbito da aquisição de recursos

financeiros, mormente no que se refere ao escoamento e venda dos

produtos pescados. Nossa comunicação pretende discutir em que

medida a pesca do camarão expressa a divisão sexual do trabalho e

demarca a relação de gênero na Comunidade de Nova Brasília,

zona rural do município de Parintins. Para a realização da pesquisa,

originária, desta comunicação, adotamos a Metodologia da

História Oral. Além do registro de memórias e experiências trata-

se de uma metodologia de pesquisa, condutora do pesquisador a

seara da operação dos trabalhos interdisciplinares.

Palavras-Chave: história oral, pesca, gênero. Amazônia.

1 Pós-Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na

Amazônia - UFAM

5º Emflor | Caderno de Resumos 282

120 GÊNERO E MEIO RURAL: AS MULHERES COMO

SUJEITOS CENTRAIS DA ATIVIDADE PRODUTIVA

NO MUNICÍPIO DE MANAUS

Viviane de Oliveira Rocha1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

O presente artigo apresenta, de forma sucinta as questões de gênero

no âmbito rural e as diversas atividades desenvolvidas por

mulheres trabalhadoras rurais. O âmbito rural apresenta-se como

um universo heterogêneo, cujas múltiplas dimensões exigem

perspectivas de análise diferenciadas. Dentre elas, destacam-se as

possibilidades de diversificação das atividades produtivas

assumidas por grupos de mulheres, como aquelas que são

atribuídas ou reivindicadas como alternativas à participação das

mulheres. A agricultura familiar possui características próprias na

Amazônia, o agricultor familiar amazônico utiliza os recursos

naturais para a produção do auto sustento familiar, utiliza técnicas

passadas de geração a geração, atrelados a orientações técnicas,

1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Professora da Universidade Federal do Amazonas. Doutora em Antropologia

Social pela PUC/SP.

5º Emflor | Caderno de Resumos 283

dispõe de produtos para a sua sobrevivência, produz e conserva os

recursos naturais e atende à função de segurança alimentas. As

mulheres trabalhadoras rurais do assentamento água branca na

contemporaneidade ocupam espaços sociais diversos, pois

dedicam-se em vários ramos de trabalho, por exemplo o cultivo de

frutas e verduras, na criação de animais de pequeno porte, no

artesanato, na comunidade exercem cargos diretivos e nos espaços

urbano comercializam seus produtos na venda direta para o

consumidor.

Palavras-chave: Gênero, Meio Rural, Produção

5º Emflor | Caderno de Resumos 284

5º Emflor | Caderno de Resumos 285

121 A GERAÇÃO DE RENDA NA ZONA RURAL: UMA

ANÁLISE DO TRABALHO DAS MULHERES

TRABALHADORAS DO PROJETO DE

ASSENTAMENTO ÁGUA BRANCA

Viviane de Oliveira Rocha1

Isaac Guidão Toscano2

Jessica Daiane de Lemos Rodrigues3

Thaynara Reis do Nascimento Cruz4

RESUMO

As mulheres do Projeto de Assentamento Água Branca do Ramal

do Brasileirinho em Manaus-AM, têm sua renda baseada na

agricultura familiar, suas atividades derivadas do cultivo de

1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 3 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 4 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 286

hortaliças e animais de pequeno porte garantem a renda para a

manutenção da família. Destarte a visibilidade social dessas

mulheres tem tomado uma grande proporção no que tange as

condições de trabalho e renda essas mulheres têm conquistado cada

vez mais papeis de destaque no assentamento. A atividade

desenvolvida pelas mulheres ainda se defronta com diversas

problemáticas, pois a acessibilidade, a aquisição de matéria prima

para desenvolver de suas atividades ainda é escassa. Visto sob essa

perspectiva as mulheres do assentamento conseguem desenvolver

a agricultura para a garantia do auto sustento de sua família,

possibilitando o escoamento do excedente produzido. Vale

ressaltar que as mulheres buscam através da terra e da floresta

meios para estarem inseridas em diversas atividades, seja na

participação política que tem ganhado força junto a diversas

instituições. Apesar de ainda está intrínseco m suas culturas que o

homem é o provedor da família, as mulheres do referido

assentamento no bojo de sua história, o avanço na qualidade de

seus produtos, mesmo que sua produção ainda seja insuficiente

para atender a demanda do município. Essas mulheres são vistas

como seres sociais que integram um sistema de poder (Presidência

da comunidade), redes de dominação e laços de vizinhança.

Destarte os espaços sociais ligados a essas mulheres estão

intimamente ligados ao consumo e a distribuição de renda.

Palavras-chave: Renda, Trabalho, Mulheres

5º Emflor | Caderno de Resumos 287

122 TRABALHO SEXUAL, FEMINISMO

ABOLICIONISTA E AS LUTAS DO

“PUTAFEMINISMO”

Wagner dos Reis Marques Araújo1

RESUMO

Nesta discussão, situamos o cenário do debate sobre a

regulamentação do trabalho sexual no Brasil, pontuando as

implicações das discussões na garantia dos direitos reivindicados

pelas trabalhadoras sexuais organizadas em coletivos. Entretanto,

as correntes de pensamento feminista têm se posicionado de forma

antagônica em relação à prostituição feminina. Por um lado, as

prostitutas não percebidas como vítimas, por outro, enquanto

trabalhadoras com direitos e deveres. No segundo memento,

apontamos as pautas de reivindicação do ativismo da prostituição

que se formou com a emergência de um movimento denominado

“putafeminismo”. Esse movimento foi iniciado nos anos 1980 com

Gabriela Leite, uma prostituta militante fundadora da Rede

Brasileira de Prostitutas. O putafeminismo é formado atualmente

por organizações de trabalhadoras sexuais, prostitutas ativistas e

1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia/ UFRGS, Mestre

em Sociedade e Cultura da Amazônia /UFAM

5º Emflor | Caderno de Resumos 288

pesquisadores feministas que defendem como pauta principal o

combate à estima e a defesa dos direitos das/os trabalhadoras

sexuais.

Palavras-chave: Trabalho sexual, feminismo abolicionista,

feminismo liberal, putafeminismo.

5º Emflor | Caderno de Resumos 289

123 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE

SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE

TRABALHO BRASILEIRO.

Maria Gracileide Alberto Lopes1

Nathanne Andreane Rosa Costa2

RESUMO

O artigo tem como objetivo versar sobre a divisão sexual do

trabalho na contemporaneidade decorrente das relações sociais de

sexo, a partir da diferença salarial entre homens e mulheres

inseridos no mercado de trabalho brasileiro. Em termos teóricos o

artigo se reporta nos estudos históricos do século XIX, os quais

revelam que a relação entre o papel do homem e da mulher na

sociedade sucede de um processo de divisão das tarefas onde o

homem é inserido no âmbito público, ou seja, predominantemente

provedor da família e a mulher é vista como cuidadora em

contrapartida ao sustento financeiro do marido. Segundo os

1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected] 2Assistente Social, Pós-Graduanda em Políticas Sociais Integradas do Centro

Universitário Estácio da Amazônia. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 290

principais autores (as) que discutem a temática; Torres (2002);

Cisne (2015); Sousa e Guedes (2016); Guiraldelli (2012); Mello

(2004) asseveram que à chamada divisão sexual do trabalho,

consiste em homens provedores e mulheres cuidadoras, este

processo vinculou por um período as atribuições sociais apenas as

mulheres, limitando-as apenas aos trabalhos domésticos e

garantindo ao homem seu lugar ‘’natural’’ ao espaço público. A

revisão de literatura do presente artigo revela que é após o século

XX, que as revoluções culturais, ideológicas e de relações sociais

ganham visibilidade mediante a força dos movimentos feministas,

que fragilizou a dicotomia entre o papel de homens e mulheres na

sociedade. A partir desta fragilidade a inserção da mulher dentro

dos espaços públicos se torna possível, porém não exime a mulher

do seu papel de cuidadora e nem insere o homem no processo de

trabalho doméstico, ou seja, mesmo com a reconfiguração, não há

mudanças significativas ou estruturais, pois, as atribuições

agregadas à mulher permanecem no campo doméstico onde

compete a ela a reprodução social.

Palavras-Chave: trabalho, feminismos, divisão sexual do

trabalho.

5º Emflor | Caderno de Resumos 291

124 O DESAFIO DAS MULHERES INDUSTRIÁRIAS EM

MANTER-SE EMPREGADAS: A PRECARIZAÇÃO

DO TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS-AM

Zenaide Silva Sousa1

Aline dos Santos Pedraça 2

Célia Maria Nascimento de Oliveira3

RESUMO

Ao analisarmos a equidade de gêneros no contexto brasileiro, é

possível verificar a concretização do reconhecimento importante da

ação do papel da mulher nas famílias, mercado de trabalho e

sociedade. A globalização como fenômeno generalizado no mundo

contemporâneo, está acompanhada por características que podem

ser citadas como um fator negativo para o aumento do desemprego,

na qual a mulher se encontra em desvantagem. O presente trabalho

tem como objetivo um estudo sobre o desafio das mulheres

industriarias em manter-se empregadas e a precarização do

1 Assistente Social, Bacharel em Serviço Social pela UNINORTE 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM,

[email protected] 3 Assistente Social, Pesquisadora Autônoma, Aluna especial do Programa de

Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia da

Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 292

trabalho na cidade de Manaus e traz no seu bojo a possibilidade de

adquirir conhecimento visando contribuir para a formação

acadêmica. Além disso, com aprendizado teórico-metodológico e

um preparo para futuras pesquisas para o acompanhamento e

abordagens no que diz respeito ao trabalho. O estudo da pesquisa

foi trabalhado em dois procedimentos, no qual no primeiro

momento foi à pesquisa de campo realizado a partir do método

dialético, de forma exploratória onde o processo surgiu com o

levantamento de dados bibliográficos e pesquisa de campo com

aplicação de entrevistas, visando fazer uma investigação dos dados

adquiridos da precarização do trabalho no distrito industrial e no

segundo é abordado o resultado da pesquisa de campo, que foi

realizado em Manaus.

Palavras-chave: Mulher, Precarização do Trabalho, setor

industriário.

5º Emflor | Caderno de Resumos 293

125 SÉTIMO OBJETIVO DO MILÊNIO:

SUSTENTABILIDADE NO BAIRRO DA UNIÃO/

PARINTINS-AM.

Andrecélia da Silva Barreto1

Sandra Helena da Silva2

RESUMO

No século XX inicia-se as primeiras discussões acerca do tema

sustentabilidade, tendo seu ápice em 1990. Encontros

internacionais debatem e buscam soluções para se criar sociedades

sustentáveis, mesmo diante de uma lógica de mercado capitalista.

A Agenda 21 foi um dos principais resultados da Rio-92, onde

foram definidos os objetivos do Milênio, buscando ampliar a

qualidade de vida da sociedade como um todo. Em meio aos

objetivos da agenda 21, a sustentabilidade ambiental, trazendo em

seu bojo o saneamento básico como política ambiental para os

municípios e com prazos a serem cumpridos é um dos maiores

desafios para o Brasil. O saneamento se apresenta como uma

categoria necessária para o bem-estar social, por este motivo se

discutiu a sustentabilidade como fator primordial na busca a

1 Graduada em Serviço social na Universidade Federal do Amazonas-Instituto

de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia. 2 Professora Social na Universidade Federal do Amazonas-Instituto de Ciências

Sociais, Educação e Zootecnia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 294

qualidade de vida. Foi necessário evidenciar o conceito e

historicidade do saneamento básico no Brasil, no Amazonas e em

Parintins, evidenciando a atual conjuntura. É neste contexto que o

presente trabalho se desenvolve tendo como objetivo analisar o

saneamento básico no bairro da União e sua interferência junto à

saúde pública. Os resultados indicaram Parintins como um

município com poucas e precárias ações para a execução do

saneamento básico conforme prescreve os objetivos do milénio, a

lei 11.445 referente ao saneamento básico, promovendo um estado

de abandono em especial em bairros recém-formados, como

resultados de ocupação, como a ocorrida no Bairro da União.

Sustentabilidade tem sido um tema discutido nas diversas esferas

acadêmicas, sociais e econômicas. Tema este diretamente

relacionado com a degradação ambiental, com a finitude dos

recursos naturais e com os reflexos das desigualdades sociais por

todo planeta. É preciso pensar numa nova lógica societária onde se

privilegie o ambiental, não em detrimento do econômico, mas que

estes possam encontrar um “equilíbrio” onde toda a sociedade

tenha ganhos na atual e futuras gerações.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Objetivo do Desenvolvimento

do Milênio, Saneamento básico, Parintins.

5º Emflor | Caderno de Resumos 295

126 TRABALHO SEXUAL E AUTONOMIA EM ESPAÇOS

DE SOCIABILIDADES MASCULINAS DE PORTO

VELHO/RO

Wagner dos Reis Marques Araújo1

RESUMO

A discussão sobre trabalho sexual e tráfico de pessoas tem

adquirido destaque na pauta dos debates feministas, tornando um

verdadeiro divisor de águas entre as suas diferentes correntes de

pensamento. Em relação à prostituição, os debates estão

polarizados em dois grupos: as feministas radicais, denominadas

como abolicionistas e o segundo, formado pelas feministas liberais,

aliadas do ativismo da prostituição. Por um lado, a prostituição é

entendida como a expressão máxima da dominação masculina, por

outro, é defendida enquanto uma escolha voluntária. O ponto de

tensão desses dois grupos diz respeito à autonomia prostituta.

Considerando tal ponto, buscamos discutir algumas questões

acerca da autopercepção do trabalho sexual que é exercido por

mulheres em bares de prostituição de Porto Velho, capital do

Estado de Rondônia. Nesses locais, são estabelecidas relações

1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia/ UFRGS, Mestre

em Sociedade e Cultura da Amazônia /UFAM. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 296

afetivo-sexuais permeados por laços de afinidades e sociabilidades

que escapam à lógica dos estudos sobre prostituição. Trazemos

conclusões parciais que apontam para uma relativa autonomia

assim como para modalidades de resistência às questões negativas

que permeiam as suas práticas cotidianas.

Palavras-chave: Prostituição feminina, autonomia, relações de

gênero, Amazônia brasileira.

5º Emflor | Caderno de Resumos 297

127 A INCLUSÃO DA MULHER NO SETOR ELÉTRICO

E INSERÇÃO NAS ÁREAS TECNOLOGICAS E

PROFISSIONAIS: UM ESTUDO DE CASO NA

EMPRESA ENGELETRUS

Aline dos Santos Pedraça1

Maria Raquel Cruz da Silva2

Érika Lins de Amorim dos Santos3

Célia Maria Nascimento de Oliveira4

RESUMO

O mercado de trabalho vem apresentando um crescimento da mão

de obra feminina, através do impulso do avanço de novas

tecnologias e o desenvolvimento das forças produtivas, a fim de

suprir as necessidades da sociedade em geral. O referido artigo

apresenta um estudo sobre a inclusão da mulher no setor elétrico e

inserção nas áreas tecnológicas e profissionais: um estudo de caso

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM,

[email protected]; 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e

Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM,

[email protected]; 3 Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior pela FAMETRO; 4 Assistente Social, Pesquisadora Autônoma, Aluna especial do Programa de

Pós-Graduação em Serviço Social Sustentabilidade na Amazônia da

Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 298

na empresa Engeletrus Ltda. Para tanto, buscou-se analisar a

inclusão da mulher no mercado de trabalho no setor elétrico, bem

como nos cursos técnicos e profissionais, no qual se identificou o

perfil socioeconômico das mulheres inseridas no campo do referido

setor, e a relação do mercado de trabalho na qual a mulher vem

ocupando nas áreas masculinas e verificou-se o desempenho

profissional feminino neste setor, avaliou-se o nível de

escolaridade das entrevistadas. De acordo com os dados coletados

mediante a pesquisa, foi possível aferir-se que a inclusão da mulher

em atividade no setor elétrico, tecnológico e profissional propiciou

uma nova visão para a referida empresa, trazendo como

consequência o reconhecimento da mesma como uma instituição

inovadora que incentiva o crescimento profissional de todos,

independentemente do gênero sexual.

Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Inclusão da mulher, Setor

elétrico e tecnológico

5º Emflor | Caderno de Resumos 299

128 MULHER, MÃE E TRABALHADORAS USUÁRIAS

DA CRECHE MUNICIPAL

Keila Neves da Mota1

Maria Nelciane de Alencar Silva2

Mara Tereza O. Assis3

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar o perfil

socioeconômico das mães usuárias da Creche Municipal Prof.ª

Eliana de Freitas Moraes da cidade de Manaus a partir da análise

documental da ficha de inscrição preenchidas pelas mulheres em

busca de uma vaga na Creche e sua relação com o mercado de

trabalho. Nesse sentido, é necessário compreender o processo de

inserção da mulher no mercado de trabalho na cidade de Manaus

desde a criação da Zona Franca, além das questões de gênero

perpetuadas pelo capitalismo patriarcal que perpassam seu

caminho, utilizando as políticas publica desenvolvidas para atender

as mulheres neste processo. Para a construção do artigo realizamos

o levantamento de dados a partir de observação documental, cujos

resultados foram corroborados por meio da documentação

bibliográfica que embasa esse trabalho.

1 Pós-graduada em Gestão e Psicopedagogia, Gestora da Creche Mul. Profa.

Eliana de Freitas Moraes – SEMED. 2 2 Pós-graduada em Gestão e Psicopedagogia, Pedagoga da Creche Mul.

Profa. Eliana de Freitas Moraes – SEMED. 3 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade

Federal do Amazonas - UFAM, Assistente Social da Creche Mul. Profa. Eliana

de Freitas Moraes – SEMED.

5º Emflor | Caderno de Resumos 300

Palavras-chave: Mulher, Perfil socioeconômico, mercado de

trabalho

5º Emflor | Caderno de Resumos 301

129 MULHER E TRABALHO NO CONTEXTO DA

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: DOS SENTIDOS

DO TRABALHO À SOCIABILIDADE

Célia Maria Nascimento de Oliveira1

Rosemere Barbosa Guimarães2

RESUMO

O universo das feiras não é apenas espaço de geração de renda, mas

é também favorável à sociabilidade entre todos os produtores de

diversas localidades com vários conhecimentos que são

socializados entre elas. No mesmo espaço onde acontece essa

manifestação socioeconômica homens, mulheres, jovens e

crianças, provenientes da zona rural, também se mobilizam para

revisitar familiares e amigos, efetuar atividades de venda, compra

e troca de inúmeros produtos na própria Universidade Federal do

Amazonas, local onde a feira é realizada e os trabalhos

potencializado pelas relações estabelecidas entre as/os feirantes e

entre as/os feirantes e clientes que se fazem presente. O texto

1Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected] 2Pós-graduanda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela

Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:

r_bguimarã[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 302

examina o trabalho de mulheres que vendem seus produtos na feira

Agro UFAM na cidade de Manaus/AM, buscando compreender os

sentidos do trabalho e da feira como espaço em que se tecem

relações econômicas, sociais e culturais. A metodologia utilizada

para a coleta de dados foi a observação sistemática e a entrevista

semiestruturada com 04 mulheres de diferentes comunidades. Nos

dados foi possível conhecer a comunidade onde vivem, seus

anseios e dificuldades, representações simbólicas e o sentido do

trabalho para estas. Que em meio às tramas da reestruturação

produtiva, essas mulheres exprimem seu potencial político, social

e econômico. O trabalho constitui-se a razão de ser e a feira como

espaço de sociabilidade e oportunidade de gerar renda, onde

agregam valores materiais e simbólico. De tal modo, revelam que,

o espaço privado (a casa) não é lugar por excelência de mulheres

com isso desconstruindo a ideia de submissão, passividade e do lar.

Palavras-chave: Mulher, Trabalho, Feira, Sociabilidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 303

130 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE

SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE

TRABALHO BRASILEIRO

Maria Gracileide Alberto Lopes1

Nathanne Andreane Rosa Costa2

RESUMO

O artigo tem como objetivo versar sobre a divisão sexual do

trabalho na contemporaneidade decorrente das relações sociais de

sexo, a partir da diferença salarial entre homens e mulheres

inseridos no mercado de trabalho brasileiro. Em termos teóricos o

artigo se reporta nos estudos históricos do século XIX, os quais

revelam que a relação entre o papel do homem e da mulher na

sociedade sucede de um processo de divisão das tarefas onde o

homem é inserido no âmbito público, ou seja, predominantemente

provedor da família e a mulher é vista como cuidadora em

contrapartida ao sustento financeiro do marido. Segundo os

principais autores (as) que discutem a temática; Torres (2002);

1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected] 2 Assistente Social, Pós-Graduanda em Políticas Sociais Integradas do Centro

Universitário Estácio da Amazônia. E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 304

Cisne (2015); Sousa e Guedes (2016); Guiraldelli (2012); Mello

(2004) asseveram que à chamada divisão sexual do trabalho,

consiste em homens provedores e mulheres cuidadoras, este

processo vinculou por um período as atribuições sociais apenas as

mulheres, limitando-as apenas aos trabalhos domésticos e

garantindo ao homem seu lugar ‘’natural’’ ao espaço público. A

revisão de literatura do presente artigo revela que é após o século

XX, que as revoluções culturais, ideológicas e de relações sociais

ganham visibilidade mediante a força dos movimentos feministas,

que fragilizou a dicotomia entre o papel de homens e mulheres na

sociedade. A partir desta fragilidade a inserção da mulher dentro

dos espaços públicos se torna possível, porém não exime a mulher

do seu papel de cuidadora e nem insere o homem no processo de

trabalho doméstico, ou seja, mesmo com a reconfiguração, não há

mudanças significativas ou estruturais, pois, as atribuições

agregadas à mulher permanecem no campo doméstico onde

compete a ela a reprodução social.

Palavras Chave: Gênero; Divisão Sexual; Condição Salarial;

Lutas Feministas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 305

131 O TRABALHO PRECÁRIO DAS ASSISTENTES

SOCIAIS BOLSISTAS DO PROGRAMA

EDUCAÇÕES EM MANAUS AMAZONAS

Aline dos Santos Pedraça1

Célia Maria Nascimento de Oliveira2

Maria Raimunda Nascimento de Oliveira3

Viviane de Oliveira Rocha4

RESUMO

A precarização do trabalho no contexto atual é um drama constante

na vida laboral dos trabalhadores Brasileiros, situação que fragiliza

ainda mais o trabalho das Assistentes Sociais bolsistas do programa

Bolsa Educações em Manaus Amazonas, situação essa que vem

crescendo com o processo de modernização no mundo globalizado,

aumentado à trajetória da precarização do trabalho seja formal ou

informal das profissionais atuantes de serviço social em Manaus,

pois quanto mais essas profissionais se qualificando, mas

crescendo as formas de trabalho precário da categoria. São

1Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na

Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. 2Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia Universidade Federal do Amazonas/UFAM. 3Assistente Social do CRASS, comissionada pela Prefeitura do Município de

Manicoré – Amazonas – Brasil. E-mail: [email protected].

993013454.

4 Assistente Social, Mestranda no Programa de Pós-graduação em Serviço

Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 306

mulheres bolsistas que estão se pós-graduandos com uma bolsa de

estudo parcial do programa bolsa educações em uma das

instituições parceiras do programa. Essas profissionais são todas

assistentes sociais e estão inseridas nos diversos espaços de

trabalho existentes em Manaus, porém estão tendo suas atividades

laborais precarizadas por seus empregadores. Relatar como se dá o

trabalho precário dessas bolsistas é de suma importância para a

contextualizar a temática abordada, pois o mundo acadêmico e a

sociedade precisam saber a real situação laboral dessas

profissionais. Destacar a educação é uma condição obrigatória

nessa contextualização, pois ela dá subsidio que perpetua o

profissionalismo dessas profissionais, uma vez que a educação faz

parte do dia a dia do ser humano e é um aprendizado continuo para

as pessoas. A trajetória do serviço social se faz necessário parte

destacar a importância do assistente social nas relações sociais do

trabalho e está inserida entre as profissões que trabalha a questão

social dentro da sociedade, assim como a regulamentação da

profissão. A metodologia que embasou o presente trabalho foi uma

pesquisa teórica metodológica com buscas bibliográfica, e a

aplicação de formulário com perguntas abertas e fechadas a qual

possibilitou as bolsistas do programa bolsa educações a

responderem as perguntas e manifestarem suas insatisfações diante

do trabalho que as mesmas estão exercendo em Manaus.

Palavras Chave: Educação, Trabalho Precário, Serviço Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 307

132 O DESAFIO DAS MULHERES DO CURSO

OPERADORA DE CAIXA DO CETAM QUE ESTÃO

EM BUSCA DE INSERÇÃO NO MERCADO DE

TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS AMAZONAS

Célia Maria Nascimento de Oliveira1

Iraildes Caldas Torres2

RESUMO

As mulheres da contemporaneidade nos dias atuais ainda

enfrentam grandes desafios em todos os contextos, sobretudo no

contexto brasileiro, sendo possível relatar a concretização de suas

conquistas e seu papel na sociedade, na família e principalmente no

mercado de trabalho. Pois é visto que com a chegada da

globalização o fenômeno desemprego tem deixado a sociedade em

dificuldade, sobretudo a mulher que em muitas famílias é a

principal responsável e provedora do seu lar, situação essa já

percebida como fator positivo no contexto atual, porém

preocupante, pois muitas dessas mulheres estão perdendo seu posto

de trabalho com o aumento da crise em todo o Brasil, sobretudo em

Manaus, o que está contribuindo em grande escala para o do índice

de desemprego na capital do Amazonas, situação que a mulher se

1Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social

e Sustentabilidade na Amazônia Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-

mail: [email protected]. 2 Pós-Doutora pela Université de Lyon 2 – France. Professora Associada I da

Universidade Federal do Amazonas. E-mail: iraildes. [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 308

encontra em desvantagem, mas enfrentando grande desafio para

superar essas dificuldades.

A categoria família se faz necessário para nortear o percurso desse

trabalho que se tem a mulher como provedora e responsável por

sua família, sobretudo financeira, pois são elas que conduzem todo

o sustento de sua família. As mulheres nos dias atuais estão aos

poucos conquistando seu espaço, lutando por reconhecimento em

todos os campos de inserção, e se falando de trabalho, estão aos

poucos conseguindo sua autonomia e inserção no mercado de

trabalho formal, sendo assim, as mulheres destaca-se as mulheres

que concluíram o curso profissionalizante de operadora de caixa

pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas-CETAM, na

Escola Estadual Professor Reinaldo, pois as mesmas buscam outra

forma de oportunidade de trabalho com a conclusão do curso e

assim poder manter sua família. O procedimento

teórico/metodológico foi a pesquisa bibliográfica a partir da

entrevista semiestruturada com aplicação de entrevista abertas e

fechadas com seis mulheres chefe de família, três delas são mães

solteiras, as quais todas já se encontram inseridas no mercado de

trabalho, as mulheres que finalizaram o curso de operadora de caixa

por estarem desempregas, visando fazer melhor investigação dos

dados adquiridos para compreender e relatar os desafios que essas

mulheres enfrentem para se inserirem novamente no campo laboral

em Manaus.

Palavras-chave: Família, Mulher, Trabalho.

5º Emflor | Caderno de Resumos 309

PÔSTERES

5º Emflor | Caderno de Resumos 310

P1 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO

PÚBLICA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS

MULHERES QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO DE

VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS RETORNEM AO

ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E JURÍDICO

Frankandrey Batista Ferreira1

Sandro Breval Santiago2

RESUMO

Este artigo tem o objetivo de mostrar os resultados dos estudos

realizados na Rede Mulher por intermédio do Centro Estadual de

Referência de Apoio a Mulher – CREAM na capital de

Manaus/AM. Com a coleta dados e informações através da

visualização documental dos primeiros atendimentos para entender

a questão do não retorno das mulheres em situação de violência e,

demonstrar o índice de mulheres que não retornam depois do

primeiro atendimento. Para que esta fragilidade do vínculo entre o

CREAM e as mulheres em situação de violência seja quebrada,

possibilitando assim o retorno para o acompanhamento

psicossocial e jurídico. Analisamos como a Qualidade da Gestão

influencia no atendimento das mulheres em situação de violência.

1 Graduando do Curso Superior de Administração da Universidade Federal do

Amazonas - UFAM - Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amazonas –

UFAM – Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 311

Destacando a importância da multidisciplinaridade no atendimento

oferecido pelo CREAM a essas mulheres, para que o serviço seja

efetivo e com a proposta que todas as necessidades dessas mulheres

sejam atendidas eficiência e eficácia e principalmente efetivos para

que as mesmas se sintam seguras para procurar o auxílio.

Palavras-chave: CREAM, Gestão de qualidade, Violência contra

a mulher

5º Emflor | Caderno de Resumos 312

P2 COBRA GRANDE OU CANOA DA

TRANSFORMAÇÃO? UMA VIAGEM MÍTICA DOS

TARIANO PELO UNIVERSO DA SERPENTE

Joelmir Moreira Penha1

Solange Pereira do Nascimento2

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo desvelar o universo da grande

serpente mítica do Rio Negro e/ou canoa da transformação como

fala Maia e Maia (2005) através da narrativa do povo Tariano que

habita o Alto Rio Negro na região de São Gabriel/AM. Seguir os

caminhos da grande serpente é também compreender como se deu

a partir do imaginário mítico do povo Tariano o mito de criação a

partir das teias mitológicas que o constitui e que está diretamente

relacionado também com a criação da cidade de São Gabriel –

capital do mundo indígena considerando o maior número de etnias

no Brasil numa mesma região geográfica. O estudo atende a uma

perspectiva metodológica e teórica de cunho investigativo tendo

por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin, que nos permitiu

tecer uma rede de conversa com outros saberes. O lócus da

pesquisa envolve sujeitos da etnia que moram em São Gabriel da

Cachoeira/AM. Numa dinâmica de entrevista profunda sob a ótica

1 Graduação em Ciências Biológicas, UEA. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 313

de Bourdieu (2007), ouvimos homens e mulheres da etnia falar de

suas histórias por dentro de sua mitologia. Dentre os múltiplos

resultados constatados verificou-se a importância da explicação

mítica sobre a grande serpente e sua relação direta com o meio

natural e físico que dá vida a cidade de São Gabriel. As serras, as

ilhas, as rochas, o rio, os peixes, são todos elementos advindos da

grande serpente que a torna viva e atuante não só no imaginário,

mas na realidade constituída. Esse grande elemento criador é a

expressão mais viva e pujante da grande canoa que cria e se recria

a todo instante. Eis a beleza do mito que não morre e está para além

do tempo. Estes estudos são de suma importância para a academia

porque retumbam o novo ainda obscuro para a ciência.

Palavras-Chave: Rio Negro – Tariano – Cobra Grande – Canoa

da Transformação

5º Emflor | Caderno de Resumos 314

P3 NO IR E VIR DA BR 307 - UM OLHAR SOBRE A

COMUNIDADE INDÍGENA DO KM 07 MARCADA

PELA PRESENÇA DO LIXÃO EM SÃO GABRIEL

DA CACHOEIRA/AM.

Lucivânia Nogueira de Lima1

Solange Pereira do Nascimento2

RESUMO

A presente pesquisa nos apresenta a Comunidade Boa Esperança

no KM 7 da BR 307 em São Gabriel da Cachoeira/AM. Esta

comunidade é formada por diversas etnias indígenas que hoje são

obrigadas a conviver em frente ao lixão da cidade que já mudou de

lugar três vezes. A comunidade que antes tinha uma vida normal

retirando seu sustento da roça, hoje, percebe no lixão uma nova

possibilidade de sobreviver com aquilo que é catado no lixo,

mudando seus hábitos originais. Metodologicamente resolvemos

percorrer o caminho da BR 307 fazendo uma etnografia de todo

seu percurso até chegar ao Km7. Na perspectiva do olhar como

descreve Chauí (In: Novaes 1988) e dos estudos etnográficos

1 Graduanda do 5° Período do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas da Universidade do Estado do Amazonas - Centro de Estudos

Superiores de São Gabriel da Cachoeira/AM. BOLSISTA PAIC -

FAPEAM/AM. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 315

(GEERTEZ, 1989) percebemos que as mesmas vias das andanças

feitas por homens e mulheres indígenas que transitam todos os dias

pela BR 307 trazendo os frutos da roça e labuta diária como

sustento para suas vidas é a mesma BR que traz produtos

industrializados através do Porto de Camanaus e que depois de

utilizados e não mais servíveis são lançados de forma descartável

no lixão da cidade degradando o ambiente e enfeando a paisagem

natural rica em vida animal e vegetal que torna o caminho

agradável para quem caminha, corre e passeia. A comunidade Boa

Esperança tem sido a depositária do descaso da vida da cidade sem

ao menos poder questionar sobre sua vizinhança. Na dinâmica do

olhar vimos mulheres, crianças e homens sobrevivendo do lixão

mudando a dinâmica de suas vidas que antes se constituía somente

da roça e dos frutos da terra. Em baixo das árvores ao invés de

vermos crianças pulando e pegando frutos, vimos centenas de

latinhas ensacadas para serem vendidas novamente. São vidas

marcadas pelos novos tempos que reconfiguram a paisagem de um

lugar privilegiado em belezas naturais. Novas vivências, novas

perspectivas, novos embates para o pensamento que não se cansa

de perguntar sobre o porquê que este novo século tem dado às

costas para o próprio homem levando famílias inteiras a

sobreviverem dos restos da sociedade de consumo, num

desrespeito étnico e cultural como este que marca sensivelmente a

Comunidade Boa Esperança em São Gabriel.

Palavras-Chave: São Gabriel da Cachoeira/AM, Meio Ambiente,

Lixão, Comunidade Indígena.

5º Emflor | Caderno de Resumos 316

P4 O UNIVERSO FEMININO PIRATAPUIA E SUAS

MANIFESTAÇÕES SIMBÓLICAS

Solange Almeida Cardoso1

Solange Pereira do Nascimento2

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo apresentar o universo

feminino Piratapuia no Alto Rio Negro a partir das teias

mitológicas que envolve essa dimensão peculiar do mundo das

mulheres num discurso aberto com o campo da pesquisa

estabelecendo um recorte de diálogo com mulheres indígenas

Piratapuia fazendo um passeio científico pela cultura, arte e

mitologia como expressões de sua vivência no mundo. O estudo

atende a uma perspectiva metodológica e teórica de cunho

investigativo tendo por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin,

que nos permitiu tecer uma rede de conversa com outros saberes.

O lócus da pesquisa envolve sujeitos da etnia que moram em São

Gabriel da Cachoeira/AM. Numa dinâmica de entrevista profunda

1 Graduanda do 3° Período do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas - Centro de Estudos

Superiores de São Gabriel da Cachoeira/AM. BOLSISTA PAIC -

FAPEAM/AM. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 317

sob a ótica de Bourdieu (2007), ouvimos homens e mulheres da

etnia falar de suas histórias por dentro de sua mitologia. Dentre os

múltiplos resultados constatados verificou-se a importância da

mulher Piratapuia e a manutenção de sua presença para o

desenvolvimento e crescimento da etnia, não só no aspecto de

geração de vida, mas enquanto guardiãs de conhecimento que só a

elas pertence; outro dado importante relaciona a mulher com o

próprio espaço físico, enquanto ela mesma é a representação da

grande maloca. Acreditamos que estes estudos se tornam

importantes para a academia porque nos trazem novos dados ainda

obscuros para a ciência e para os estudos de gênero ainda que estes

não sejam suficientes para responder a esta nova perspectiva que

passa não pelo feminismo, mas pelo feminino indígena das

mulheres no Alto Rio Negro/Amazonas.

Palavras-Chave: Rio Negro, Piratapuia, Feminino, Maloca

5º Emflor | Caderno de Resumos 318

P5 ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DAS

MULHERES DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA

DE FÁTIMA NO PROJETO DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E

SABORES DO TARUMÃ

Daniele Serrão1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

RESUMO

Este trabalho analisa a experiência das mulheres no projeto de

desenvolvimento socioambiental sustentável Sabores do Tarumã,

na Área de Proteção Ambiental (APA), comunidade Nossa Senhora

de Fátima, entorno de Manaus, e tem como objetivo analisar a

compreensão das mulheres envolvidas quanto ao papel delas no

processo de produção e comercialização comunitária. Sendo assim,

este trabalho mostra-se relevante pela necessidade de buscar o

olhar das mulheres sobre si mesmas no processo de trabalho. Trata-

1 Discente do curso de Engenharia ambiental pela universidade Nilton Lins.

Militante do Movimento de Economia Solidária. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade

Federal do Amazonas. Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e

Observatório Social, Gênero, Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo

de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder

(GEPOS/UFAM).

5º Emflor | Caderno de Resumos 319

se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa. Autores

como Arruda (1998), Gaigger (1999), Yunnus (2002) e Torres

(2012) entre outros, fazem parte do nosso aporte teórico

metodológico. A pesquisa revelou dificuldades, tais como a falta

de certificação dos produtos alimentícios e a falta de logística para

o escoamento. Inicialmente, o projeto teve patrocínio da

Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Tarumã-Mirim -

Agrofrutas Tarumã, apoio do Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA) e do Instituto CONSULado da Mulher. Os dados

revelaram que as mulheres se sentem fortalecidas por terem agora

uma maior compreensão de si mesmas e da sua importância nesse

processo de trabalho, reconhecimento dado antes somente aos

homens. Destacaram a participação de todas na Feira Nacional da

Agricultura Familiar, no Rio de Janeiro e nas feiras locais. Essa

compreensão é um salto positivo para que as mulheres possam

avançar cada vez mais em seu empoderamento econômico

solidário.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável; Economia

Solidária; Mulheres Empreendedoras e Solidárias.

5º Emflor | Caderno de Resumos 320

P6 VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: UM

ESTUDO SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO

SOCIAL MEDIANTE UMA QUESTÃO DE SAÚDE

PÚBLICA

Juliene Lima de Souza1

Simone Moraes Lisbôa2

RESUMO

Este artigo tem como tema a ser discutido a violência sexual contra

a mulher como uma questão de saúde e mediante isso mostrar

atuação do Serviço Social diante a essa problemática, pois a

violência sexual é percebida como um processo histórico e cultural

no qual a sociedade rotula como devem acontecer diversos

comportamentos humanos em específicos o do sexo feminino, no

qual causa a desigualdade de gênero principal fator para a

violência, a mesma é se torna uma questão de saúde pública em

âmbito global que precisam de efetivação de políticas públicas afim

de prevenção e atendimento adequado. O estudo recorre a uma

1 Graduanda em Serviço Social. 2 Graduada em Serviço Social pela UFAM. Especialista em Gerontologia pela

PUC-SP e Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade pela PUC –SP.

Professora da FAMETRO e ESBAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 321

metodologia qualitativa, aos procedimentos técnicos foram

classificados por meio da tipologia bibliográfica e consulta

documental de domínio público, o trabalho segue a corrente

materialista histórica e dialética, com perspectivas da interpretação

dinâmica e totalizante da realidade, no qual mostra o árduo trabalho

do Serviço Social na busca de prevenir e combater a violência

sexual contra as mulheres essa é uma tarefa das mais complexas e

exige como política pública a articulação de diferentes serviços em

uma rede integrada de atenção à mulher em situação de violência.

PALAVRAS CHAVE: Gênero, Violência Sexual, Saúde e

Serviço Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 322

P7 O ESPAÇO DA MULHER NAS ATIVIDADES

AGRÍCOLAS E EM FEIRAS LIVRES: DA

COMUNIDADE FRANCISCA MENDES,

MUNICÍPIO DE RIO PRETO DA EVA - 2017

Márcia do Carmo das Chagas de Castro Guimarães1

Marluce de Amorim Filipe2

RESUMO

O estudo aborda sobre a presença feminina na agricultura, dentre

os espaços como: produção e vendas de produtos agrícolas em

feiras livres do comércio informal. Com objetivo de analisar o

espaço ocupado por mulheres nas atividades agrícolas da

Comunidade Francisca Mendes do Município de Rio Preto da Eva

– 2017. Identificando o perfil sócio econômico das mulheres,

descrevendo as atividades de trabalho desenvolvido na zona rural,

a fim de compreender o contexto histórico das mulheres e

apontando os desafios e perspectivas encontrados tanto no contexto

¹ Bacharel em Serviço Social pela UNIORTE. Pós-Graduada em Políticas e

Gestão em Serviço Social pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. 2 Mestrado em Educação pela Universidad de los Pueblos da Europa.

Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior/FEM e Gestão

Pública Municipal/UFAM. Graduada em Pedagogia/ UNIRG. Professora

formadora da UEA e da SEMED.

5º Emflor | Caderno de Resumos 323

social, econômico e familiar. A metodologia adotada foi de campo,

a partir de entrevistas, por meio da coleta de dados. Como resultado

da pesquisa constatou-se a importância da mulher na agricultura,

num discursão por meio dos espaços de conquista e da participação

ativa na agricultura familiar e no desenvolvimento sustentável; na

ideia do debate sobre as políticas públicas como garantia dos

direitos.

Palavras-chave: mulheres agricultoras, desafios, perspectivas,

políticas públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 324

P8 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA

DE MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO

À IDENTIDADE E À VERDADE HISTÓRICA

ARGENTINA

Luana Gonçalves Salignac1

Dorinethe dos Santos Bentes2

RESUMO

O artigo pretende comprovar a eminente contribuição das “Avós

da Praça de Maio” para a Justiça de Transição e,

consequentemente, para a sociedade argentina, tendo em vista os

seus trabalhos dedicados à descoberta da verdade, com destaque à

histórica e à biológica, as quais possibilitam a restituição do direito

à identidade das crianças sequestradas pelo Estado durante a

ditadura militar argentina (1976-1983). Para tanto, utiliza-se o

método dialógico, abordando o tema em conjunto com diversas

áreas do conhecimento além do direito, como com a antropologia,

com a biologia, com a história e com a sociologia. Combatendo o

crime de apropriação, as “Avós da Praça de Maio” são respaldadas

1 Graduanda em Direito pela UFAM. 2 Professora da Universidade Federal do Amazonas, lotada na Faculdade de

Direito - Departamento de Direito Público. Graduada em História /UFAM e

Direito/UNIP. Especialista em História Social da Amazônia/UFAM e Direito

Ambiental Urbanístico/ Anhanguera. Mestre em História/ UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 325

jurídica e cientificamente para realizarem investigações, coleta de

dados, pesquisas, exames de DNA e reparação psicológica

daqueles que tiveram a identidade restituída, o que consagra sua

organização como modelo internacional de um ativismo

restaurador da memória e garantidor da justa transição à

democracia.

Palavras-chave: Justiça de Transição, direito à identidade, direito

à verdade, Avós da Praça de Maio, ditadura militar argentina.

5º Emflor | Caderno de Resumos 326

P9 MULHERES DE FIBRA EM TEMPOS DE JUTA: A

JUTICULTURA NA DECADA DE 70 NO

MUNICIPIO DE URUCARÁ-AM

Geize Vieira de Almeida1

RESUMO

Nossa comunicação versará sobre as memórias das mulheres que

trabalharam no cultivo da juta no Município de Urucará. A

pesquisa que deu origem a esta comunicação ancora-se na

metodologia da História Oral. Esta metodologia de pesquisa

possibilita o registro das memórias sobre fatos históricos ou

experiências transcorridas, dando vez e voz aos seus agentes

históricos. Nossa pesquisa busca desenvolver uma análise histórica

do trabalho das mulheres no cultivo da juta a luz das categorias de

gênero e trabalho. O plantio da juta foi uma cultura que se expandiu

pelo Baixo e Médio Amazonas durante as décadas de 30 a 80 e se

tornou a principal atividade econômica da região, fazendo surgir

novos modos de relação comercial e de produção peculiares a esta

atividade.

Palavras-chave: Mulheres; Juticultura; História Oral

1 Graduada em História/UEA.

5º Emflor | Caderno de Resumos 327

P10 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA

COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO

NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM

Alcione Soares do Carmo1

Anny Margareth Santos Angiolis2

RESUMO

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância do

trabalho tradicional da parteira na Comunidade República de São

Benedito no município de Boa Vista do Ramos, localizado no

Baixo Amazonas/AM. A metodologia utilizada consistiu em duas

etapas: 1ª ocorreu com pesquisa bibliográfica, 2ª pesquisa in lócus,

natureza qualitativa. Constitui - se como parte da pesquisa a

entrevista com uma parteira moradora da Comunidade República

de São Benedito, por meio da sua história de vida como parteira foi

possível debruçar-se neste estudo. Evidenciou - se que o

conhecimento tradicional da parteira é permeado pela relação de

crença, vínculo de confiança com as gestantes e suas famílias,

oferecendo acolhida, encorajamento e tranquilidade no momento

de dor. A parteira ao identificar possíveis riscos a gestante

¹ Graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas (2012),

especialização em políticas públicas, gestão e serviços sociais pela Universidade

Candido Mendes (2016). 2 Graduação em Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte (2013).

5º Emflor | Caderno de Resumos 328

encaminha e/ou acompanha ao hospital para garantir a saúde da

mãe e o nascimento saudável da criança. Conclui - se que o trabalho

da parteira é imprescindível para as gestantes, salientando que a

sabedoria popular precisa ser valorizada não como única forma de

recurso disponível, mas como uma das formas de se buscar apoio

e proteção no momento do parto.

Palavras-chave: Parteira tradicional, mulher, sabedoria popular.

5º Emflor | Caderno de Resumos 329

P11 UMA VISÃO DA REALIDADE DAS APENADAS

AMAZONENSES: PRECARIZAÇÃO DA

CONDIÇÃO HUMANA

Bruna Maria Carrijo Maia1

Célia Regina Parente Abreu2

Silvana Compton Barroso3

RESUMO

Este trabalho é fruto de experiência enquanto Estagiária

Supervisionada de Serviço Social na Vara de Execução Penal. O

estudo objetiva compreender a realidade das mulheres

amazonenses que estão na condição de apenadas ou que têm

maridos nesta mesma condição. A metodologia se divide em três

partes: estudo bibliográfico sobre os autores que trabalham direitos

humanos, lutas feministas, gênero e Constituição Federal. A

segunda parte esteve relacionada com contato e diálogo com as

apenadas e esposas de apenados e visita às Unidades Prisionais a

fim de observarmos e analisarmos a realidade dessas mulheres. A

terceira parte foi a análise quanti-qualitativa dos resultados obtidos

1 Graduação em Serviço Social/UFAM. 2 Graduação em Serviço Social/UFAM. 3 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pelo Programa de

Pós-Graduação em Serviço Social da UFAM (2010). Graduação em Serviço

Social pela UFAM (2005).

5º Emflor | Caderno de Resumos 330

através dessa experiência. Dentre os resultados parciais, percebeu-

se que as mulheres que estão apenadas têm seus direitos

negligenciados, tais como: à saúde, jurídico, educacional, social,

pois, estes direitos não são oferecidos com total êxito, uma vez que

nem sempre o Estado oferece condições favoráveis para garantir a

ressocialização de forma efetiva. Para além disso, algumas dessas

mulheres são mães solteiras, o que dificulta ainda mais pleno

desenvolvimento físico, moral, psicológico das crianças e

adolescentes, pela falta de acompanhamento materno e de uma

política social que garanta o acolhimento desta criança, pois as

mesmas vivenciam, direta ou indiretamente, o processo de

exclusão social, em decorrência do processo de reclusão de suas

mães.

Palavras-Chave: Direitos Humanos, Gênero, Sistema Prisional,

Condição Humana

5º Emflor | Caderno de Resumos 331

P12 GÊNERO, MEMÓRIA E POLÍTICA EM

PARINTINS (1964-2004)

Roger Kenned Repolho de Oliveira1

RESUMO

O patriarcado, há séculos, tem colocado as mulheres em um lugar

de submissão, em relação aos homens. Na História o protagonismo

masculino foi, na maioria das vezes, iluminado. Entretanto a

historiografia do século XX trouxe novos objetos, abordagens e

problemas, que nos deu a possibilidade de refletir as

transformações ocorridas na arena política. Assim a “Revolução

historiográfica” deu vez e voz a novos atores sociais os quais as

mulheres assim então poderão ter seu protagonismo visto na

história. Nosso pôster versará sobre aspectos do protagonismo

feminino no cenário político de Parintins, entre as décadas de 1960

e 2004. A partir da Metodologia da História Oral pretendemos

analisar as trajetórias das educadoras e vereadoras Geminiana

Bulcão Bringel, Valdete Prestes Pimentel e Clotilde Cruz Valente,

no Município de Parintins, no Baixo Amazonas. Há em comum,

nas memórias sobre as três mulheres, experiências de lutas políticas

1 Acadêmico do 6º Período do curso de Licenciatura em História da Universidade

do Estado do Amazonas - Centro de Ensino Superior de Parintins. E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 332

travadas dentro e fora da Câmara Municipal de Parintins. As

narrativas sobre as três trajetórias, revelam transformações e

conquistas, muitas vezes motivadas ou atravessadas pelas

desigualdades de gênero.

Palavras-chave: história oral, memória, gênero.

5º Emflor | Caderno de Resumos 333

P13 A EXPERIÊNCIA DA MULHER COMO

PRESIDENTE NA COLÔNIA DE PESCADORES

EM AUTAZES – Z7

Cristiene Ramos da Silva1

Liliane Lacerda Fleuri2

Sandra Cristina da Costa Dirane3

Suzana Ferreira Lima4

RESUMO

Este artigo caracteriza a experiência da mulher como presidente

na colônia de pescadores em Autazes Z7/AM, a educação

formal como elemento para o fortalecimento da organização

política, a qual se configura como objeto capaz de unificar as

forças políticas da colônia de pescadores em Autazes. Para tal,

o estudo realizou-se por meio de pesquisas bibliográfica,

documental, exploratória de campo. A organização política dos

1 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do

Norte no semestre 2017/2º. 2 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do

Norte no semestre 2017/2º. 3 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do

Norte no semestre 2017/2º. 4 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do

Norte no semestre 2017/2º.

5º Emflor | Caderno de Resumos 334

pescadores frente a liderança feminina tem buscado o acesso a

serviços públicos, coletivos na condição de direitos

universalizados concernente ao exercício da atividade

pesqueira, tendo como um dos elementos o fato da liderança ser

mulher. Dessa forma, destaca-se que a história de luta das

mulheres é marcada pela luta dos direitos ao posicionamento e

reconhecimento de gênero. Ressalta-se que a Colônia de

Pescadores no município de Autazes tem tido dificuldade de

acesso aos direitos sociais, pois a oposição frente a liderança

feminina tem posto empecilhos a respostas das demandas

apresentadas pela presidente que em contrapartida apresenta-se

como forte representante segundo os pescadores, assim ao

tempo que há representação por parte dos pescadores, na relação

com o poder público identifica-se ainda desafios no rompimento

com a visão preconceituosa da mulher como líder. Contudo, a

pesquisa apontou que a educação formal se apresenta como

empoderamento da mulher frente a organização política,

fortalecendo assim os movimentos sociais dos pescadores.

Palavras-chave: Gênero, Movimentos Sociais, Políticas

Públicas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 335

P14 UM GRITO UM BASTA: UM ESTUDO SOBRE

MULHERES ATENDIDAS NUM JUIZADO

MARIA DA PENHA EM MANAUS-AM

João Lucas da Silva Ramos1

RESUMO

A lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), trouxe novos atores para

entender o fenômeno da violência doméstica e familiar contra a

mulher. Durante muito tempo, os crimes de honra ocorriam e não

havia punição. Nesta nova legislação, encontramos a necessidade

de acolhimento das partes em dispositivos específicos, como os

Juizados “Maria da Penha”, onde as denúncias tramitam, são

julgadas e onde as vítimas podem ser escutadas por uma Equipe

Multidisciplinar, formada prioritariamente por Psicólogos e

Assistentes Social e seus respectivos estagiários. Neste estudo,

venho a apresentar recortes de histórias de mulheres que foram

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de

Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),

[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 336

atendidas em um Juizado Especializado no Combate a Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher, localizado na cidade de

Manaus, na zona sul. Neste juizado foram acolhidas mulheres que

durante o atendimento apresentaram suas histórias que envolvem

violência desde a infância ao relacionamento conflituoso e como

elas têm se sentido na atualidade. Este estudo vem apresentar a

história de 10 mulheres entre 20 e 60 anos, moradoras da cidade de

Manaus que foram atendidas no primeiro semestre de 2017. Os

nomes serão alterados e apenas recortes das suas narrativas serão

utilizados, preservando a privacidade e o sigilo dos atendimentos.

Todos as mulheres participantes dessa amostra ao longo do

atendimento demonstraram-se interessadas em extinguir o

processo vigente, mas reafirmaram que de forma alguma irão se

permitir viver em uma relação violenta novamente.

Palavras-chave: Lei Maria da Penha, Mulher, Violência

Doméstica e Familiar, Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 337

P15 DUAS DÉCADAS DE MARIA SEM VERGONHA:

DAS PIONEIRAS A NOVA GERAÇÃO

João Lucas da Silva Ramos1

RESUMO

O movimento feminista no Brasil surge muito inspirado nas

diversas experiências femininas e feministas principalmente dos

países latino-americanos e europeus. O feminismo brasileiro não

deve ser pensado de maneira singular, partindo das inúmeras

manifestações políticas e sociais que norteiam essa prática. Pensar

o feminismo na Amazônia, um ambiente com especificidades e

características exclusivas da região, se faz necessário conhecer

quem são e como atuam os movimentos feministas nesta região.

Este estudo tem como objetivo inicial apresentar o movimento

Maria sem vergonha como um movimento feminista que existe na

cidade de Manaus/AM desde 1995, tendo como componentes não

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de Int

ervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM), jlu

[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 338

só mulheres e homens adultos, mas também jovens tanto do gênero

feminino quanto do masculino entre 16 e 29 anos, configurando-o

não como um movimento exclusivamente adulto nem jovem. Para

a construção deste estudo, utilizaremos relatos de entrevista e para

análise o método narrativo em 3 participantes adultos e de 3

participantes jovens, sem distinção de gênero, mas buscando uma

amostragem equilibrada para elucidar sobre o pioneirismo

necessário no início e sobre como estes percebem e interpretam a

participação dos jovens no movimento e dos novos membros,

tratados aqui como nova geração, percebem aqueles que fundaram

e levam o movimento a tanto tempo e como estes se percebem

dentro deste espaço que estuda o feminismo com os moradores de

Manaus e tantos anos.

Palavras-chave: Movimento Social, Feminismo, Juventudes,

Manaus.

5º Emflor | Caderno de Resumos 339

P16 PROJETO MARIA ACOLHE: ORIENTAÇÃO E

ESCUTA DE AGRESSORES E VÍTIMAS DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Ricardo Pereira da Silva Oliveira1

Harumi Fernandes Oka

RESUMO

O artigo 29 da Lei 11.340/06 prevê que os Juizados de Combate à

Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher contém com

equipe de profissionais especializados nas áreas de psicologia,

serviço social, com o escopo de prestar atendimento integral e

humanizado à vítima de violência doméstica, bem como a todas as

figuras familiares inseridas neste cenário. Este trabalho tem o

objetivo de relatar a experiência dos estagiários de psicologia que

atuam na Equipe Multidisciplinar do 1º Juizado de Combate à

Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Tribunal de

justiça do Amazonas no desenvolvimento do projeto “Maria

Acolhe”. O projeto realiza seis atendimentos em grupo por mês,

seguidos de atendimentos individuais com vítimas e agressores que

tem processo em andamento neste Juizado e fornecendo

orientações processuais e psicossociais abordando temas como

1 Acadêmico de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 340

desigualdade de gênero, estatísticas da violência contra mulher no

Brasil e no Amazonas, Lei Maria da Penha, Medidas Protetivas de

urgência, tipos de violência, consequências da violência e

orientações para lidar com situações de conflito intrafamiliar. O

projeto “Maria Acolhe” demonstra proporcionar para os

participantes um espaço de escuta de suas demandas, diálogo com

a Justiça, troca de experiências, aquisição de conhecimento e

quebra de paradigmas relacionados às questões de gênero e de

relacionamento intrafamiliar e conjugal.

Palavras-chave: Lei Maria da Penha, Violência Doméstica,

Orientação, Escuta.

5º Emflor | Caderno de Resumos 341

P017 AS MULHERES ESQUECIDAS PELO FEMINISMO?

UM ESTUDO COM MULHERES EM CÁRCERE

Kamille Nivea Dantas Lira1

João Lucas da Silva Ramos2

RESUMO

O Sistema Penal Brasileiro, bem como o utilizado em diversos

países, bem como o antigo sistema de cuidados em saúde mental

nos hospitais psiquiátricos tem como característica comum, a

supervalorização do desligamento total ou parcial do sujeito de sua

comunidade, e ao devolver este sujeito ao lar, o retorno se dá com

uma marca que ele irá carregar ao longo de toda sua vida. As

mulheres que estão imersas nesse contexto em muitas das vezes só

tem umas às outras, pois todos aqueles de quem ela foi tirada, com

o passar do tempo irão a “esquecendo”, favorecendo o processo de

perda da identidade e individualidade que elas possuem. Este

estudo tem como objetivo coletar narrativas de mulheres que estão

1 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), estagiária em Psicologia na

Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP/AM),

[email protected]. 2 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), estagiário em Psicologia no

Tribunal de Justiça (TJAM), [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 342

em situação de cárcere em uma unidade prisional feminina na

cidade de Manaus/AM em busca de entender como era sua vida

antes do cárcere, durante o cárcere e quais as perspectivas para o

futuro, além de coletar ainda, como ocorre o apoio entre elas e se

percebem algum apoio feminino vindo de fora para elas.

Encontramos nestes relatos, mulheres com muitas semelhanças,

tanto físicas quando dos lugares, reais e sociais de onde elas vêm

que encontram apoio apenas entre elas, vendo pouco ou quase

nenhum apoio de quem está do lado de fora, nos levando a refletir

a quem o feminismo reconhece quando a palavra sororidade é dita.

Palavras-chave: Feminismo; Mulheres em situação de Cárcere;

Manaus; Sororidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 343

P018 O ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E

ADOLESCENTE ATENDIDOS NO CREAS DA ZONA

CENTRO-SUL DE MANAUS

Ágatha Caroliny Flexa Mota1

Joelma Rodrigues Guerreiro2

Joyciele Vital Farias da Silva3

Raquel Braga da Souza4

RESUMO

Este trabalho apresenta uma análise de como se configura o

atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de

Serviço Social no Centro de Referência Especializado de

Assistência Social – CREAS da Zona Centro-Sul, localizado na

cidade de Manaus. A pesquisa de caráter qualitativo foi conduzida

através de referencial teórico-metodológico e visita institucional ao

espaço referenciado, objetivando compreender as formas e as

nuances que perpassam o abuso sexual contra criança e

1 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário

do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 2 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário

do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 3 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário

do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 4 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário

do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities.

5º Emflor | Caderno de Resumos 344

adolescente; identificando as políticas públicas de atenção às

vítimas, a fim de compreender como se processam os serviços de

atendimento na referida instituição. Nesse sentido, ao discutir as

ações de atendimento voltadas à criança e adolescente vítimas de

abuso, observa-se a necessidade de um olhar crítico e cuidadoso

por parte dos profissionais que trabalham na recepção e

atendimento dessa demanda, visto que o abuso escamoteia um

conjunto extenso de atitudes e comportamentos concernentes à sua

prática. O que exige profissionais com habilidades e competências

que permitam a identificação e a elaboração de respostas que

propicie uma intervenção efetiva mediante as diversas situações de

vulnerabilidade e risco social em que se encontram as vítimas.

Nesse contexto, a pesquisa em questão aponta para identificação

do abuso sexual como uma expressão da questão social ocorre,

sobretudo no âmbito familiar, mas também quanto extrafamiliar,

observando-se o desafio de articulação da rede de atendimento

dessa demanda.

Palavras-chave: Abuso sexual; Crianças; adolescentes; CREAS.

5º Emflor | Caderno de Resumos 345

P019 O FEMINISMO NO TEATRO: UMA VISÃO DE

MULHERES ENCARCERADAS POR MEIO TEATRAIS

Kamille Nivea Dantas Lira1

João Lucas da Silva Ramos2

Gabriel Ponce de Leão Lima Almeida3

RESUMO

O feminismo pode ser manifestado de várias formas, uma delas está

a interpretação teatral. Um público qual não tem muito acesso a

militância feminista, por conta da privação de liberdade e a

restrição de informações, são as mulheres do sistema prisional.

Esse estudo consiste em relatos pessoais sobre a vivência nos

ensaios e apresentações das internas do Centro de Detenção

Provisória Feminina (CDPF) localizado no município de

1 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/

Estagiária do Departamento de Reintegração Social da Secretaria de Estado de

Administração Penitenciária (SEAP). 2 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/

Estagiário do Tribunal de Justiça do Amazonas. 3 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/

Estagiária do Departamento de Reintegração Social da Secretaria de Estado de

Administração Penitenciária (SEAP).

5º Emflor | Caderno de Resumos 346

Manaus/AM. O objetivo entender o feminismo por meio da

transferência teatral das internas do sistema prisional de

Manaus/AM, identificando por meio de suas vivências a

transferência, a saber quais conteúdos do feminismo ainda faltam

alcançar na ideologia das internas e quais já foram alcançados. O

texto lido pelas internas foi “A infanticida Marie Farrar” de Bertolt

Brecht (1898-1956) que tem como enredo a história de uma menina

vulnerável socialmente e que engravida indesejadamente, não

conseguindo abortar, e escondendo a gravidez para não ser julgava,

quando deu à luz ao seu filho se viu em desespero, matando-o a

socos. Na interpretação realizada, com base nesse texto,

detectamos as premissas do psicodrama, que alcança não somente

os aspectos da subjetividade, mas também, o aspecto social daquele

grupo, atingindo, o individual e o social, de tal maneira que se

fazem inseparáveis. O texto “A infanticida Marie Farrar” transmite

um conteúdo imensamente importante, refletindo questões

trabalhadas pela causa feminista. Temáticas como: o abuso,

gravidez indesejada, práticas de aborto, estão presentes ao longo da

leitura do poema de Brecht. Porém uma temática de maior

5º Emflor | Caderno de Resumos 347

amplitude é o ponto chave do texto, que é a sororidade que é

presente em cada parágrafo.

Palavras-chave: Teatro; Feminismo; Encarceramento;

Subjetividade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 348

P020 RELATOS FEMINISTAS ENTRE PROFESSORAS DO

ENSINO INTEGRAL EM IRANDUBA/AM

João Lucas da Silva Ramos1

Rosangela Porfirio Bastos2

RESUMO

O ensino integral foi como ficou denominada uma das primeiras

incursões ao modelo de educação para jovens e adultos que

possuímos atualmente, que surge do Movimento Brasileiro pela

Alfabetização (MOBRAL), por volta dos anos 70, e que nos

interiores do Amazonas, em especial a até então área rural do ainda

por vir município de Iranduba, ficaram como responsáveis

Professoras, mulheres vindas de algumas outras cidades, e que após

receberem formação em nível de magistério, ainda como recém-

formadas, tiveram a missão de atuar neste sentido em escolas das

comunidades. Ainda que reconheçamos que o papel da mulher na

educação teve um início muito vinculado com ideias oriundas do

patriarcado, a possibilidade dada a essas mulheres de conseguir se

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de

Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),

[email protected]. 2 Psicóloga, Mestranda em Psicologia (PPGPSI/UFAM), colaboradora no

Laboratório de Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário

(LABINS/FAPSI/UFAM), [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 349

estabelecer uma cidade ao qual não eram lhe dando inclusive a

possibilidade de serem as “chefes de família” dão um novo sabor

ao lugar de ser professoras. Neste estudo, a partir de narrativas

coletadas com professoras aposentadas, iremos levantar recortes

nas histórias de mulheres que a partir do seu trabalho conquistaram

seu lugar e voz em suas casas, ainda no início da redemocratização

do estado. Encontramos nestes recortes, histórias de mulheres que

decidiram levar os filhos para outro lugar contrariando o sistema

patriarcal, ali representado por seus maridos, tendo independência

financeira representada pela aquisição de produtos e serviços a

partir de seus lugares como professoras, o que para elas antes não

era entendido como Feminismo.

Palavras-chave: Ensino Integral; Professoras; Iranduba;

Feminismo.

5º Emflor | Caderno de Resumos 350

P021 O SAGRADO ODIADO: UM ESTUDO SOBRE OS

MOVIMENTOS FREE CHILD

João Lucas da Silva Ramos1

Letícia Cardoso dos Santos2

RESUMO

Ao longo dos últimos anos, tem crescido nas grandes cidades,

diversos movimentos que buscam impedir a presença de crianças e

principalmente de mães e seus filhos, a estarem presentes em

restaurantes e outros espaços que antes seriam de livre acesso,

trazendo à tona uma espécie de aversão que esses jovens, principais

“militantes” deste movimento, têm pelo público infantil, o

crescente "movimento" têm se firmado através das redes sociais

com discursos sobre os principais motivos pelo qual preferem não

estar na companhia de uma criança, esse ‘movimento’ é conhecido

atualmente como free child que em tradução livre seria um lugar

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de

Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),

[email protected]. 2 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 351

‘livre de crianças’ o que denota uma desconsideração à

possibilidade de permanecer em um mesmo ambiente que uma

criança. Este estudo tem como objetivos, esclarecer o que este

movimento tem causado a mães e pais nas grandes cidades, por

meio de seus relatos nas redes sociais, elucidar sobre o que o

movimento free child tem demandado e como os espaços têm

aderido a essa iniciativa. Encontramos diversos pontos de vista e

falas feministas que colaboram e que são contrárias a esse

movimento, mas muitos ainda não se manifestam por não o

conhecer.

Palavras-chave: Maternidade; Feminismo; Free child; Redes

Sociais.

5º Emflor | Caderno de Resumos 352

P022 ONDE ANDA E QUEM É O L DO LGBT: UM ESTUDO

SOBRE O COTIDIANO DE JOVENS LÉSBICAS

João Lucas da Silva Ramos1

Letícia Cardoso dos Santos2

RESUMO

As questões de gênero se tornam necessárias para se pensar por

diferentes prismas, não só pela mão de teóricos do assunto, mas

também como os sujeitos que convivem de maneira direta com os

fenômenos envolvidos têm lidado com a sua realidade dentro das

próprias comunidades. Neste sentido, este estudo vem a gerar

visibilidade e buscar compreender a dinâmica cotidiana de jovens

mulheres que se reconhecem como lésbicas. Este estudo parte de

narrativas do cotidiano, coletada a partir de conversa com jovens

entre 18 e 24 anos, estudantes de cursos superiores da Universidade

Federal do Amazonas, entre os elementos levantados, encontramos

dados sobre como lidam com a própria sexualidade e os estigmas

que ela traz consigo. Ao longo deste estudo, encontramos

diferentes maneiras de manifestar a sua sexualidade, sejam pela

maneira de se vestir, as formas do cabelo e as visões de sociedade

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de

Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),

[email protected]. 2 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 353

que essas jovens possuem, porém tudo isso ainda envolvido em

similaridades como o preconceito, a sensação de invisibilidade e

em alguns casos a violência real e simbólica que elas enfrentam,

tornando-se necessário que existam espaços para maior cuidado

entre elas, onde uma escuta afetiva seja desenvolvida.

Palavras-chave: LGBT; Identidade Lésbica; UFAM; Juventude.

5º Emflor | Caderno de Resumos 354

P023 AS DIFERENÇAS E O EXISTIR: UM ESTUDO SOBRE

(IN)VISIBILIDADE DE MULHERES COM DEFICIÊNCIA

João Lucas da Silva Ramos1

Ana Lídia Ferreira2

RESUMO

A sociedade atual, criou entre as inúmeras barreiras sociais para

impedir que uma evolução comunitária seja alcançada, um

conjunto de normas que regulam a vida e o existir de todos os seres

que compõem a sociedade, entre elas, a necessidade da mulher ter

de se submeter a ditadura da beleza, buscando uma suposta

perfeição em um padrão físico e fenotípico que é presente em

apenas uma pequena parcela da população, negando as diversas

formas de expressão sociocultural além de pregar que o corpo da

mulher não deve ter “imperfeições” que nada mais seriam essas,

diferenças e suas características únicas. Neste estudo, buscaremos

compreender a luz da vivência de 8 mulheres com deficiências,

1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de

Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),

[email protected]. 2 Secretaria de Estado de Cultura- AM.

5º Emflor | Caderno de Resumos 355

como se percebem dentro das suas comunidades (trabalho,

formação, família, bairro), quais as reais dificuldades e quais as

dificuldades impostas a elas pelos outros e como o empoderamento

sobre o próprio corpo se torna chave para superar os desafios. Em

seus relatos, as participantes trazem à tona, como (não) afetam o

cotidiano dos que as rodeiam e como são afetadas por eles,

percebemos que por suas características, essas mulheres são vistas

como incapazes de realizar ações como dirigir automóveis, fazer

atividades manuais, ter uma vida ativa como qualquer mulher

gostaria de ter. Entendemos então que essas mulheres estão sendo

invisibilizadas pelo desconhecimento de suas potencialidades, e

que devemos abrir mais espaços para que elas tenham voz e vez.

Palavras-chave: Mulheres com Deficiência; Visibilidade

Feminina; Invisibilização; Feminismo; Empoderamento;

5º Emflor | Caderno de Resumos 356

P024 UMA DISCUSSÃO ACERCA DA NECESSIDADE DE

AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO DEBATE DE

GÊNERO E SEXUALIDADE NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO

Karen Rhavena Holanda1

RESUMO

A sociedade brasileira vive profundas transformações que não

podem ser ignoradas por nenhuma instituição democrática. Cresce

no país a percepção da importância da educação como instrumento

necessário ao combate do preconceito e da discriminação, para que

assim seja oportunizada a participação de todos nos diferentes

espaços sociais. Nessa perspectiva, a escola brasileira vem sendo

chamada a contribuir, de maneira mais eficaz, no enfrentamento do

que impede ou dificulta a participação social e política por parte da

população desfavorecida, e que contribui ao mesmo tempo para a

reprodução de lógicas perversas de opressão e incremento das

1 [email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 357

desigualdades. Quando se reivindica, então, a noção de “igualdade

de gênero” na educação, a demanda é por um sistema escolar

inclusivo, que crie ações específicas de combate às discriminações

e que não contribua para a reprodução das desigualdades que

persistem em nossa sociedade. Falar em uma educação que

promova a igualdade de gênero, entretanto, não significa anular as

diferenças percebidas entre as pessoas (o que tem sido amplamente

distorcido no debate público), mas garantir um espaço democrático

onde tais diferenças não se desdobrem em desigualdades. Exigimos

que o direito à educação seja garantido a qualquer cidadã ou

cidadão brasileira/o e, para isso, políticas de combate às

desigualdades de gênero precisam ser implementadas.

Palavras-chave: Educação; Gênero; Sexualidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 358

P025 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: O TRABALHO

DO ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO A

MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO IML

DE MANAUS

Gleyce da Costa Brandão1

Magda de Oliveira Moreira2

Maria Laurisana Branco Camargo3

RESUMO

O presente artigo traz uma abordagem sobre a violência doméstica

contra a mulher na cidade de Manaus, cujo objetivo geral é

conhecer o trabalho do Assistente Social dentro do IML de Manaus

no atendimento à mulher vítima de violência doméstica,

destacando a importância da articulação entre os profissionais

envolvidos no âmbito da coibição da violência relacionada ao

gênero. A pesquisa se deu a partir de adentrarmos no campo de

estágio onde observou um grande índice de mulheres atendidas

vítimas de violência doméstica, em busca de fazer o exame de

1 Acadêmica do 8º período noturno do curso de Serviço Social/ FAMETRO

2017/2 2 Acadêmica do 8º período noturno do curso de Serviço Social/ FAMETRO

2017/2 3 Orientadora Professora do curso de Serviço Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 359

corpo de delito, onde o principal agressor advém do ex-marido ou

companheiro. A metodologia utilizada foi bibliográfica e

documental de natureza quanti-qualitativa, tendo a visão

materialista histórica dialética, da totalidade e historicidade do

sujeito pesquisado, na utilização do instrumental da observação

indireta. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram uma Assistente

Social do IML, que nos deu suporte para realização da estatística

de mulheres atendidas vítimas de violência doméstica, para assim

responder os objetivos do fenômeno estudado. O trabalho está

estruturado em quatro tópicos que se subdividem em dois sub

tópicos cada. Os resultados obtidos apontam a importância da

intervenção do Assistente Social, e sua articulação com outros

profissionais envolvidos na rede de atendimento, obtendo assim a

intervenção dos direitos humano violados. E como a base no

atendimento emergencial conhecer os tramites desses

instrumentais como se dar esse acolhimento, encaminhamentos

desse profissional. Mostrando a condição socioeconômica das

mulheres onde sua maioria é de baixa renda e que dependem

financeiramente dos seus agressores.

Palavras-chave: Violência Doméstica. Mulher. Assistente Social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 360

P026 A IDEAÇÃO SUICIDA NA TENTATIVA DE SUICÍDIO

EM JOVENS EM UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO

Gabriel Ponce de Leão Lima Almeida1

Denise Machado Duran Gutierrez2

RESUMO

O suicídio sempre esteve presente em nossa sociedade e, mesmo

com tantos anos de existência e tantas mortes, sua prevenção e

origem ainda são pouco estudados e debatidos tanto no âmbito

acadêmico quanto no social. Visando essa problemática, a seguinte

proposta de pesquisa científica busca abordar as ideias e motivos

que levam as pessoas a tentar o ato do suicídio e as diferenças

dessas ideias tanto para o homem quanto para a mulher. Com base

em dados expressivos da OMS, justifica-se a necessidade de estudo

mais profundo sobre o tema como um fato que pode ser

interrompido se melhor compreendido, bem como uma visão mais

1 Acadêmico de Psicologia; Estagiário de Psicologia na Ciapa/SEAP; Bolsista

pelo CNPq. 2 Prof.ª Drª em Psicologia da UFAM; Coordenadora de Tecnologia Social

COTS/COEX do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA.

5º Emflor | Caderno de Resumos 361

ampliada do mundo e dos problemas vivenciados por estes jovens.

O público alvo deste estudo são jovens entre 15 e 30 anos que já

tentaram o suicídio pelo menos uma vez, de qualquer forma, tendo

números igualmente divididos entre homens e mulheres para uma

melhor observação da importância do gênero, sendo estes

encontrados no Centro Social de Psicologia Aplicada (CSPS) e

Centro de Atenção Psicossocial Sul (CAPS-Sul). A pesquisa é

qualitativa, visando a escuta e compreensão das experiências e

ideias dos participantes quanto ao suicídio. Foram encontradas

demandas em relação ao acolhimento familiar, interpessoal

envolvendo amigos, relacionamentos amorosos e a inabilidade de

profissionais quanto ao atendimento e acolhimento destes.

Também se confirmaram alguns dados presentes na literatura,

como o fato de mulheres tentarem mais vezes o suicídio com

métodos menos mortais como a ingestão de medicamentos e/ou

veneno, enquanto que os homens tentam menos vezes com

métodos mais mortais, como o enforcamento ou cortes.

Palavras-chave: Suicídio; Ideação suicida; Jovens; Prevenção.

5º Emflor | Caderno de Resumos 362

P027 LUTAS FEMINISTAS: SEM OS DIREITOS DAS

MULHERES NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS

Tarciane Rodrigues dos Santos1

Luiza de Marilac Miléo Moreira2

Karla Patrícia Palmeira Frota3

Eveline M. D. do Nascimento4

RESUMO

Este estudo se debruça sobre a trajetória das lutas feministas pelos

Direitos Humanos das mulheres dentro de um processo construído

através de luta e por longos anos, estendendo-se até os dias atuais.

Trata-se de uma revisão literária e análise das estatísticas oficiais.

Nas sociedades regidas pela figura masculina, o papel das mulheres

1 Graduação em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins, Manaus,

Amazonas. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM.

Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório Social, Gênero,

Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo de

Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder

(GEPOS/UFAM). E-mail: [email protected] 4 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-Graduação

Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA/UFAM. E-mail:

[email protected].

5º Emflor | Caderno de Resumos 363

configura-se em obedecer, mas obediência e submissão não são

palavras no vocabulário das feministas, onde elas se organizam em

movimentos sociais especialmente nas sociedades ocidentais.

Examinar a história dessas mulheres significa compreender sua

participação nas decisões políticas e no exercício da sua cidadania.

Umas de suas maiores preocupações é a violência e morte de

mulheres, discriminação que as ameaça independentemente da cor,

religião ou classe social. A partir de 1975 surge a “década da

Mulher” sendo organizadas as Conferências Mundiais das Nações

Unidas. A grande questão que preside este trabalho é a busca

pertinaz para o processo de mudança legislativa e social,

denunciando desigualdades, propondo políticas públicas, atuando

junto ao poder legislativo. E essa luta continua viva e necessária,

haja vista o Brasil ser o quinto país que mais mata mulheres

(ONU/2013) e o Amazonas o primeiro entre os estados

(IPEA/2016). Para Tedeschi e Collings (2014, p.46), “A

desigualdade entre os sexos é historicamente construída e sua face

mais cruel é a violência praticada contra a mulher. A violência

contra a mulher é o atestado desrespeito às Direitos Humanos

invocados por todas declarações”. As lutas feministas continuam

5º Emflor | Caderno de Resumos 364

vivas e necessárias. Sem os direitos das mulheres, não há direitos

humanos.

Palavras-chave: Luta feminina; Direitos Humanos; Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 365

P028 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM

ESTUDO SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA

DOS CASOS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO

FÓRUM DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM

MANAUS – AM

Patrícia Canto Furtado Gonçalves1

Michelle Rabelo de Souza2

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo fazer uma discussão acerca dos

casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes

atendidos pelo Serviço Social do Fórum Desembargador Mário

Verçosa, do qual a mulher tem sido considerada suposta autora da

violência com 44% com relação aos casos atendidos em 2015. Os

sujeitos vivenciam com todo tipo de problema como: intolerância,

desemprego, falta de moradia, pobreza, dentre outros, o que pode

produzir condições extremas de violência, cabendo ao judiciário

1Acadêmica do 8º período do curso de Serviço Social da Universidade Federal

do Amazonas- UFAM. 2Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do

Amazonas - UFAM, assistente social e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e

Observatório Social: Gênero, Política e Poder – GEPOS, professora substituta

do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas.

5º Emflor | Caderno de Resumos 366

intervir nesses casos que priva os direitos da criança e do

adolescente vitimizados pela violência doméstica e familiar. Na

contemporaneidade, a violência mostra-se tão aprofundada no

cotidiano das pessoas que refletir e agir em função dessa questão

deixou de ser uma ação situacional ou isolada. Através do

levantamento dos dados e informações colhidas junto ao Fórum,

observou-se que as mulheres estão como principais agressoras e

sendo o pai o autor das denúncias nos despertou o interesse de

aprofundar nossas análises sobre a prática de uma possível

alienação parental, o que tem se tornado muito comum entre as

famílias após processo de divórcio. A pesquisa realizou-se no

Fórum Desembargador Mário Verçosa através do levantamento de

informações adquiridas junto aos relatórios de atendimentos

realizados pelo Serviço Social do Fórum durante o ano de 2016.

Buscamos assim com o presente estudo compreender as causas do

alto índice de mulheres como supostas agressoras de seus filhos

(as).

Palavras-chave: Mulher, Alienação Parental, Violência

Intrafamiliar.

5º Emflor | Caderno de Resumos 367

P029 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA

PELA VISIBILIDADE

Maria Isabel de Araújo1

Silas Garcia Aquino de Sousa2

Rosemara Staub de Barros3

Evandro de Moraes Ramos4

RESUMO

As mulheres agricultoras em geral aparecem como coadjuvantes

dos homens nas atividades produtivas do campo, constituindo-se

como um trabalho invisível, embora realizem o labor no roçado, no

quintal agroflorestal e na comercialização da produção

agropecuária. Compreendem os processos da natureza e

reconhecem os aspectos simbólicos dos recursos da floresta. O

presente trabalho reflete a relação de gênero do labor da mulher

1Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Mestranda do PPGSCA/UFAM.

[email protected] 2Embrapa Amazônia Ocidental. Doutor em Engenharia Florestal/Conservação

da Natureza. [email protected] 3Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutora em Comunicação e

Semiótica, [email protected], 4Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutor em Tecnologias

Educativas [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 368

agricultora no espaço de produção e comercialização da agricultura

familiar ofertada na feira da APOAM - Associação dos Produtores

Orgânicos do Amazonas. A metodologia adotada foi à pesquisa-

ação etnográfica, a partir do lócus de vida de quatro mulheres

agricultoras, que trabalham junto com os maridos e filhos na

produção de alimentos orgânicos. Nesta perspectiva, observou-se

que as mulheres, como sujeito de pertencimento do lugar, praticam

a troca de saberes e vivências do campo, executam o cultivo de

plantas e a criação de animais no quintal agroflorestal, o labor

coletivo denominado de ajuri e a comercialização da produção.

Contudo, este trabalho laborioso das mulheres é tutelado pelo

modelo patriarcal, inclusive no contexto da APOAM, cuja

organização social é fundamentada nos princípios da agroecologia.

Neste sentido, o labor das mulheres, de possibilidades econômicas,

sociais e ambientais continua invisível e pouco valorizado.

Portanto, faz-se necessário refletir sobre a valorização da mulher

agricultora em busca de visibilidade e equidade de gênero.

Palavras-chave: Gênero, Ajuri, Agroflorestal, Agroecologia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 369

P030 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE

RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO,

SONHOS E LUTAS (1990-2016)

Luana A. de Moura1

Raimunda G. da Silva2

RESUMO

Esta pesquisa teve por finalidade compreender como se deu o

processo de construção da Organização das Mulheres Indígenas de

Roraima- OMIR, investigar sobre a atuação da OMIR desde sua

fundação aos dias atuais, suas conquistas, desafios e possibilidades

das mulheres indígenas, bem como analisar as mudanças na vida e

na representação enquanto liderança na comunidade. As mulheres

indígenas, após a implementação do Projeto de corte e costura nas

comunidades na década de 80, começaram a questionar o seu lugar,

por meio de troca de experiências e reflexões nesses espaços, a

partir daí, estavam a um passo para requerer direitos igualitários

em relação aos homens. Para tanto, toma como principal fonte as

atas, cartas, ofícios, estatuto e relatórios de assembleias da OMIR,

1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de

Roraima-UERR; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e

Fronteiras-PPGSOF/UFRR; E-mail: [email protected] 2 Doutora em História Social/PUC-SP, Professora do Departamento de

História/UERR; E-mail: [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 370

além destes, utiliza-se jornais e o levantamento bibliográfico

fundamental para discutir as questões de gênero, pois a mulher

indígena na sua singularidade de luta passa por desafios dentro da

própria comunidade requerendo a construção de espaços e

organizações que lhes representasse nas suas especificidades e não

de forma genérica. Dentre suas preocupações específicas, estavam

o combate à bebida alcóolica, à violência contra a mulher, busca

pela auto sustentação, etc. Tais problemáticas não recebiam a

devida atenção do movimento geral. Esse processo, anos mais tarde

em 1999, resultaria na criação da Organização das Mulheres

Indígenas de Roraima (OMIR).

Palavras-chave: Gênero, Mulheres Indígenas, Lutas, Direitos.

5º Emflor | Caderno de Resumos 371

P031 CÁRCERE FEMININO: RESTRIÇÃO ÀS VISITAS

ÍNTIMAS E O ENCARCERAMENTO DE FILHOS DE

MÃES PRESAS NO BRASIL

Maria Eduarda Lima Oka 1

Dorinethe dos Santos Bentes 2

RESUMO

De acordo com o relatório do World Female Imprisonment List

existem mais de 700 mil mulheres presas no mundo. Sendo que o

Brasil ocupa a quinta posição do ranking de países com a maior

população carcerária feminina no mundo, contabilizando 37.780

presas. Segundo Nelson Mandela (1994), uma nação não pode ser

avaliada pela maneira como trata seus cidadãos mais ilustres e sim

pelo tratamento dado aos mais marginalizados: seus presos.

Portanto, nota-se a relevância social do artigo ao retratar

particularidades do sistema carcerário feminino, pontuando como

objetivo dissertar sobre a relação entre a restrição às visitas íntimas

1Acadêmica do 2° período do curso de Direito da Universidade Federal do

Amazonas (UFAM).

[email protected] 2 Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Especialista em Direito Ambiental e Urbanístico. Especialista em História Social

da Amazônia. Professora de carreira da Universidade Federal do Amazonas

(UFAM)-atualmente chefe do Departamento de Direito Público da Faculdade de

Direito. [email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 372

nas penitenciárias femininas e o encarceramento dos filhos de mães

presas. Tendo em vista a abordagem das dificuldades da

maternidade no cárcere e a da permanência das crianças nas

penitenciárias, e a limitação dos direitos reprodutivos e sexuais das

detentas como forma de evitar gastos extras representados por uma

gravidez.

Palavras-chave: Cárcere Feminino; Visitas Íntimas; Maternidade.

5º Emflor | Caderno de Resumos 373

P032 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO

NO JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014)

Mariza da Silva Freitas1

Mônica Xavier de Medeiros2

RESUMO

O enfraquecimento do comércio da juta na década de 80 em

Parintins reconfigurou a zona urbana do município, que sofreu com

a falta de opções econômicas e oferta de emprego para seus

moradores. Na década de 90, o Festival Folclórico de Parintins

passa a ser incentivado pelo governo do estado do Amazonas, que

financiou a construção do bumbódromo e propagandas em veículos

de comunicação de circulação nacional. O jornal NH começa a

circular de maneira impressa semanalmente às sextas feiras a partir

de 1994. Em suas páginas, percebe-se como a Diocese interpretou

esse momento histórico da cidade, constituindo visões sobre as

1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado

do Amazonas (UEA) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

do Amazonas (FAPEAM). E-mail: [email protected] 2 Orientadora Professora Doutora Adjunta do Curso de Licenciatura em História

da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). E-mail:

[email protected]

5º Emflor | Caderno de Resumos 374

oportunidades econômicas abertas pelo Festival, mas condenando

o que passa a considerar o “abandono” de valores morais ensinados

na Igreja Católica. Nesse sentido, pode-se vislumbrar, o lugar que

as mulheres deveriam ocupar neste processo. Durante sua

circulação, o jornal divulgou interpretações sobre o gênero

feminino relativas tanto ao âmbito privado (família), quanto às

políticas públicas como saúde da mulher. Para perscrutar as noções

sobre o gênero feminino engendradas pelo jornal, é preciso

articular suas matérias e artigos ao debate sobre as mulheres feito

pela Igreja Católica nas últimas décadas do século XX e início

XXI. Assim, percebemos o jornal NH como uma forma da Igreja

Católica disputar projetos na sociedade e fomentar a constituição

de uma memória hegemônica, que determina o lugar das mulheres

parintinenses no “desenvolvimento” da cidade.

Palavras-chave: Parintins, Mulheres, Imprensa.

5º Emflor | Caderno de Resumos 375

P033 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO

COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE

Patrícia Araújo Brito1

Laurisana Camargo2

RESUMO

O estudo procura compreender as necessidades especificas dessa

demanda destacando a atuação do Assistente Social, na busca pela

efetivação dos direitos e no combate de todas as formas de

discriminação sofridas por esses sujeitos tendo como orientação o

Projeto Ético-Político. No intuito de resgatar estas informações,

desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa,

sendo fundamental, primeiro entender que os conceitos que

afirmam a condição homoafetiva e sua complexidade devem ser

estudado desde as expressões que envolvem a sexualidade,

esclarecendo os termos orientação sexual, gênero e identidade de

gênero abordando a perspectiva de que cada categoria tem um

conceito que está longe de ser mínimo, o que resulta na

compreensão de que a complexidade dos grupos que envolvem a

comunidade LGBT também vão além de uma abordagem limitada.

Observa-se que preconceito sofrido por esses sujeitos são

1 Acadêmica graduanda em Serviço Social da Faculdade Metropolitana de

Manaus – Fametro. 2 Professora mestra em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia.

5º Emflor | Caderno de Resumos 376

consequências dos paradigmas criados pela sociedade que prega a

visão de que apenas o heterossexualíssimo pode ser classificado

como uma condição superior e natural transformando essa divisão

de gêneros sexuais em uma reprodução de hierarquização social

por conta de sua condição homoafetiva. Nesse contexto foi possível

identificar a relação do projeto ético político, como instrumento

que materializa a luta contra a intolerância e a negação de direitos

garantidos pela Constituição Federal.

Palavras-Chave: homoafetividade, direitos humanos, serviço

social.

5º Emflor | Caderno de Resumos 377

1. Gênero, Feminismos, Política e Violência

2. Gênero Movimentos Sociais e Políticas

Públicas

3. Gênero, Trabalho e Práticas Sociais

4. Gênero, Amazônia e Mulheres da Floresta/

Indígenas

5. Gênero, Direitos Humanos e Lutas Feministas

6. Gênero, Educação, Cultura e Arte

7. Gênero, Sexualidade, Corporeidade e Afetos

8. Gênero, Cultura e Diversidade

GRUPOS DE TRABALHOS