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5º Emflor | Caderno de Resumos 3
REALIZAÇÃO
Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero,
Política e Poder – GEPOS
LOCAL
Av. Gen. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200. Campus
Universitário. Bairro Coroado I
Manaus – AM
Reitor
Prof. Dr. Sylvio Mário Puga Ferreira
Editora dos Anais
Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres
Logomarca
Tiago Diniz Severiano
Digitalização e Formatação dos Originais
Letícia Paulliny Araújo do Nascimento
Coordenadora geral do Evento
Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres
Comissão Organizadora
Iraildes Caldas Torres
Aline dos Santos Pedraça
Andréa Costa de Andrade
Denison Silvan
Eveline Maria Damasceno do Nascimento
Ivone Marli de Andrade Amorim
Jéssica Lopes de Freitas
Karla Patrícia Palmeira Frota
Keliene Ferreira dos Santos
Leticia Paulliny Araújo do Nascimento
Luiza de Marilac Miléo Moreira
Mara Tereza Oliveira de Assis
Maria Sandrelle Gonçalves de Oliveira
Marcos Antônio Braga de Freitas
Mérilin Gomes Cavalcanti
Michelle Rabelo de Souza
Milton Melo dos Reis Filho
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva
Lauschner
Nicole Maria Fernandes de Sousa
Rooney Augusto Vasconcelos Barros
Solange Pereira do Nascimento
Viviane de Oliveira Rocha
Comissão Científica
Profa. Dra. Iraildes Caldas Torres (UFAM)
Profa. Dra. Artemis de Araújo
Soares (UFAM)
Profa. Dra. Rosa Ester Rossini (USP)
Profa. Dra. Tereza Almeida Cruz (UFAC)
Comissão Julgadora dos Pôsteres
Profa. Dra. Artemis de Araújo
Soares (UFAM)
Profa. Dra. Tereza Almeida Cruz (UFAC)
Prof. Dr. Henrique Nardi (UFRGS)
Comissão Julgadora de Mostra de
Fotografia
Profª Drª Ivania Vieira (UFAM)
Jornalista Denison Silvan
Secretaria do Evento
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva
Lauschner
Andréa Costa de Andrade
Michelle Rabelo de Souza
Jessica Lopes de Freitas
Keliene Ferreira dos Santos
Mérilin Gomes Cavalcanti
Mara Tereza Assis de Oliveira
Viviane de Oliveira Rocha
Comissão de Organização dos Resumos
Iraildes Caldas Torres
Andréa Costa de Andrade
Solange Pereira do Nascimento
Viviane de Oliveira Rocha
Comissão de Comunicação e Divulgação
Denison Silvan
Comissão de Infraestrutura e Transporte
Raimunda Rosineide Souza do Nascimento
Milton Melo dos Reis Filho
Comissão de Monitoria
Karla Patrícia Palmeira Frota
Eveline Maria Damasceno do Nascimento
Comissão de Arte, Cultura e Cerimonial
Ivone Marli de Andrade Amorim
Nicole Maria Fernandes de Sousa
Maria Sandrelle Gonçalves Cardoso
Mérilin Gomes Cavalcanti
Jéssica Lopes de Freitas
5º Emflor | Caderno de Resumos 5
Comissão de Captação de Recursos
Iraildes Caldas Torres
Andréa Costa de Andrade
Aline dos Santos Pedraça
Comissão de Apoio
Alice Alves Menezes Ponce de Leão
Deilson do Carmo Trindade
Diogo Gonzaga Torres Neto
Jeanne Chaves de Abreu
João Aluízio Piranha Dias
Marinete Lourenço Mota
Marinilde Verçosa Ferreira
Naia Maria Guerreiro Dias
Rosimay Corrêa
Tainá Abecassis Teixeira
Yomarley Lopes Holanda
Wagner dos Reis Marques Araújo
Comissão de Exposição de
Empreendimentos de Mulheres da
Economia Solidária
Luiza de Marilac Miléo Moreira
5º Emflor | Caderno de Resumos 6
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Bibliotecário Bernardo Farias do Santos
CRB-11/459
E56c Encontro Nacional de Estudos sobre Mulheres da Floresta (5.: 2017:
Manaus).
Caderno de Resumos do 5º Encontro Nacional de Estudos sobre
Mulheres da Floresta: novos feminismos e o pós-moderno na América
Latina / Org. Iraildes Caldas Torres – Manaus: 2017.
377p.: il. color; 31 cm.
ISSN 2316-8684
1. Emflor 2. Mulheres da Floresta 3. Feminismos 4. Estudos de Gênero I.
Universidade Federal do Amazonas II. Título.
CDU 305-055.2
Editora da Universidade Federal do
Amazonas
Av. Gen. Rodrigo Octávio Jordão Ramos,
1200. Campus Universitário. Universidade
Federal do Amazonas. Setor Sul.
CEP. 69077-000. Manaus/AM
Fone: (92)3231-1139 e 99128-5327
e-mail: [email protected] /
Gepos - Grupo de Estudo, Pesquisa e
Observatório Social: Gênero, Política e
Poder.
Programa de Pós-graduação Sociedade e
Cultura na Amazônia – PPGSCA
Programa de Pós-graduação em Serviço
Social e Sustentabilidade na Amazônia –
PPGSS
Realização
5º Emflor | Caderno de Resumos 7
AGRADECIMENTOS
O Emflor – Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta assume, nesta quinta edição, o nível nacional, em função do grande salto que tomou ao longo de sua história. O sucesso deste evento científico de troca de conhecimento e divulgação de pesquisas na temática de gênero, é creditado ao esforço de pesquisadoras e pesquisadores membros do Gepos – Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder, vinculado ao CNPq/UFAM. No âmbito interno da Universidade Federal do Amazonas, o Emflor é vinculado a dois programas de Pós-graduação, a saber: 1) Ppgsca – Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia; 2) Ppgss - Programa de pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia.
Nossos agradecimentos iniciais são devidos à CAPES que através do Edital PAEP disponibilizou recursos ao evento, embora limitados, mas sem os quais seria difícil realizá-lo.
Agradecimentos primordiais são dirigidos à Universidade Federal do Amazonas que, por intermédio da Administração Superior, concedeu quantias expressivas de passagens às palestrantes, expositoras em mesas-redondas, ministradoras de minicursos e coordenadoras de grupos de trabalhos. O apoio institucional ao Emflor tem sido fundamental para o fortalecimento da difusão do conhecimento e divulgação das pesquisas sobre gênero e práticas sociais das mulheres da floresta.
Agradecimentos de gratidão são dirigidos à Organização Não- Governamental Católicas pelo Direito de Decidir, que contribuiu para a aquisição das bolsas oferecidas aos congressistas. Do mesmo modo, agradecemos os apoiadores Engelectrus, Engeletrics, o Sindicato dos Contabilistas e o Movimento de Mulheres por Moradia Orquídeas, que contribuíram com o nosso evento. Obrigada pelo reconhecimento e apoio
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à causa feminista e divulgação das pesquisas sobre a temática de gênero em nosso país.
Agradecemos todas as nossas convidadas e convidados que atenderam o nosso convite para proferir palestras, participar de mesas-redondas, ministrar minicursos e coordenar grupos de trabalhos.
Agradecemos, por fim, aos membros do Gepos pelo empenho e compromisso engajado na organização do 5º Emflor. Equipe coesa, dinâmica e aplicada no alcance dos melhores resultados do evento. Nossos agradecimentos são extensivos ao Ppgsca – Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia; e Ppgss – Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, que abrigam o 5º Emflor no âmbito da Universidade Federal do Amazonas.
O Emflor é um congresso científico que cresce a cada edição, passando ao status de evento nacional, neste ano de 2017, fato que nos orgulha e nos impulsiona a seguir em frente com a sua realização.
Iraildes Caldas Torres Professora da Universidade Federal do Amazonas
Coordenadora do 5ºEMFLOR
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APRESENTAÇÃO
O Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta – Emflor, é uma iniciativa do Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder - Gepos, que desenvolve estudos na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) dentro da temática de gênero, feminismo, política e relações de poder. Trata-se de um evento bianual que reúne pesquisadoras/es, estudantes de graduação e pós-graduação, militantes e ativistas da sociedade civil no segmento de mulheres.
O 5º Emflor, que conta com o apoio da CAPES, traz ao debate o tema Novos feminismos e o pós-moderno na américa latina, em sua primeira edição de caráter nacional. Os novos feminismos assumem diversas expressões de materialização da luta das feministas no mundo inteiro sob vários matizes. São feminismos encarnados em ações concretas que transcendem o simbolismo da segunda onda, carregados de transgressão e enfrentamento à moral burguesa.
O tempo contemporâneo é propulsor de variados tipos de feminismos, os quais nascem espontaneamente nas sociedades ocidentais, levantando a bandeira do respeito às diferenças e do direito de ir e vir das mulheres.
Um olhar demorado e mais exigente deve reconhecer que as relações de gênero, enquanto heurística explicativa das relações sociais envolvendo homens e mulheres, suas materialidades e simbologias, compõe um universo de significados múltiplos e complexos que escapa, mormente, do academicismo e da canonicidade cartesiana.
Os temas de pesquisa que se apresentam no tempo contemporâneo se furtam a uma interpretação estritamente cartesiana, matriz epistemológica da ciência moderna. Exige uma outra racionalização que flexibilize o olhar, permitindo identificar abismos profundos de uma sociologia das ausências (SANTOS, 2000), para ver a luz (AGAMBEN, 2009). Aos temas dos
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mitos, das tradições e práticas sociais das mulheres, deve ser lançado um olhar multidimensional, estabelecendo uma rede de conversação com os mais diferentes saberes.
Este é o debate posto na pauta do 5º Emflor, que conta com uma programação distribuída em conferência magna, mesas-redondas, minicursos, apresentação de trabalhos orais e em forma de pôsteres, além de exposição de mostra de fotografias.
O 5º Emflor busca instigar e promover reflexões que possam responder aos desafios postos à produção cientifica atual sobre gênero e novos feminismos, bem como sua inserção na agenda das políticas públicas, buscando incentivar novas pesquisas, a fim de que possamos avançar nos estudos de gênero no Brasil.
Convido todas e todos ao debate, trocas e cooperação científica, com
o intuito de contribuirmos para o desenvolvimento social das mulheres,
sobretudo neste atual momento brasileiro de retirada de direitos e
criminalização das minorias sociais.
Iraildes Caldas Torres Professora da Universidade Federal do Amazonas
Coordenadora do 5ºEMFLOR
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Programação do Evento
Dia 21 de novembro de 2017 09h -12h: Credenciamento (Sala 2 do Bl. Administrativo da
FES/UFAM)
14h -18 h: Minicursos (salas próximas ao Auditório Rio
Amazonas/FES-UFAM)
19h – Conferência de Abertura: Feminismo Pós-Colonial
Expositor: Dr. Henrique Nardi (UFRGS)
Coquetel com o Grupo Kabanos
Cerimônia de Abertura
Ritual Indígena Macuxi (acolhida aos congressistas)
Exibição do filme Demarcação Já
Mesa de Autoridades (Reitor da UFAM, diretora do IFCHS,
representante da Redor, representante de movimento feminista e
outras).
Dia 22 de novembro de 2017
08h: Flash Mobi: Dança com Claudia Menezes
09h: Mesa Redonda: Novos Feminismos e Pós-
modernidade
Expositora: Drª Carolina Ortiz (San Marco-Peru)
Debatedora: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)
Mediadora: Drª Maria Mary Ferreira (UFMA)
10h20: Coffee Break
10h30: Debates
10h45: Comunicação de Pesquisa: Feminino Indígena
Expositora: Drª Solange Pereira do Nascimento
(UEA)
Mediador: Dr Marcos Antônio Braga de Freitas
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(UFRR)
12h: Intervalo para Almoço
14h: Apresentação de Trabalhos nos GTs
17h: Exposição de Banners
18h: Animação com Maracatu Pedra Pintada
Dia 23 de novembro de 2017
08h: Animação teatral com Ana Oliveira - Mundo de
Sophia
09h: Oficina: Ecoteologia Feminista e Direitos
Reprodutivos
Expositora: Agamedilza Sales (Movimento de
Mulheres Maria Sem Vergonha)
Animadora: Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)
10h20: Coffee Break
10h30: Debates
10h45:Mesa Redonda: Psicanálise e Emancipação das
Mulheres
Expositora: Drª Nádia Loureiro (UFAL)
Mediadora: Drª Márcia Regina Calderipe (UFAM)
11h45: Debates
12h: Intervalo para Almoço
14h: Apresentação de Trabalhos nos GTs
17h: Exposição de Banners
17h: Mostra de Fotografias
18h: Animação com o grupo Maracatu Baque Mulher
Manaus
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Dia 24 de novembro de 2017
08h - Sarau de Poesia com Regina Melo
09h - Mesa Redonda - Mulheres Ameríndias e o Bem Viver
Expositora: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)
Debatedora: Drª. Tereza Cruz (UFAC)
Mediadora: Dr. Ricardo Gonçalves Castro (PUC -RJ)
11h – Premiações
11 h 30 – Mesa de Encerramento
12h - Coffee Break
5º Emflor | Caderno de Resumos 14
Minicursos
I - Feminismo e Trincheira na América Latina Ministrantes: Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)
Wagner dos Reis Marques Araújo (UFRGS)
II - Mulheres na Política: Indicadores de Gênero Ministrantes: Drª Mary Ferreira (UFMA)
Michelle Rabelo de Souza (GEPOS/UFAM)
III - Movimentos Sociais de Mulheres na Amazônia Ministrantes: Dr Marcos Antônio de Freitas Braga (UFRR)
Alessandra do Amaral Sales (UNIP)
IV- Mulheres da Floresta e das Águas: Perspectivas da
Agroecologia Ministrantes: Dr André de Oliveira Melo (UEA)
Graça Passos (IFAM/Manaus)
V - As Masculinidades na Amazônia Ministrante: Dr Ricardo Gonçalves Castro (PUC-RJ)
VI - Gênero, Corpo e Sexualidade Ministrantes: Drª Artemis de Araújo Soares (UFAM)
Jeanne Chaves de Abreu (UEA)
VII - O Feminino Indígena Ministrante: Drª Solange Pereira do Nascimento (UEA)
VIII - Gênero, Erotismo e Subjetividade Ministrante: Drª Iraildes Caldas Torres (UFAM)
Rooney Augusto Vasconcelos Barros (GEPOS/UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 15
IX - Ecoteologia Feminista e Direitos Reprodutivos
Ministrante: Agamedilza Sales (Movimento de Mulheres Maria
Sem Vergonha)
Drª Márcia Maria de Oliveira (UNIR)
X - Interfaces da Violência Estrutural Contra Mulheres Ministrantes: Dr Milton Melo dos Reis Filho (GEPOS/UFAM)
Tainá Abecassis Teixeira (GEPOS/UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 16
SUMÁRIO
GT 1 – GÊNERO, FEMINISMOS, POLÍTICA E VIOLÊNCIA ......... 35
1 LINGUAGEM E GÊNERO: AS INTERAÇÕES
COTIDIANAS DA MULHER COMO PRODUTO DAS RELAÇÕES
DE PODER ....................................................................................... 36
2 DA AMAZÔNIA PARA O SENADO FEDERAL
BRASILEIRO: A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE EUNICE
MICHILES, A PRIMEIRA SENADORA DO BRASIL .................. 38
3 AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER NA CONTEMPORANEIDADE ..................................... 40
4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS E A REDE DE
ENFRENTAMENTO A ESSA PROBLEMÁTICA SOCIAL: UM
RECORTE DAS CAMADAS SOCIAIS AFORTUNADAS ........... 42
5 INTERFERÊNCIAS DO USO DO ÁLCOOL NA PRÁTICA
DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM PARINTINS/AM:
UM DEBATE NECESSÁRIO .......................................................... 44
6 MULHERES DE CLASSES MÉDIA E ALTA ATINGIDA
PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS: OS IMPACTOS
SOBRE A SAÚDE DAS VÍTIMAS ................................................. 46
7 POR TRÁS DAS GRADES: O PERFIL DAS INTERNAS DO
REGIME FECHADO DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO ANÍSIO
JOBIM - COMPAJ ........................................................................... 48
8 A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM
PARINTINS/AM: PERSPECTIVAS PARA O DEBATE NO
CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA .............................................. 50
5º Emflor | Caderno de Resumos 17
9 VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CONTEXTO MANAUARA:
UM ESTUDO A CERCA DOS RELATOS DAS MULHERES
ATENDIDAS NO SAPEM EM MANAUS ...................................... 52
10 AS INTERNAS DA CADEIA PÚBLICA FEMININA DE
MANAUS: PERFIL, REINCIDÊNCIAS E POLÍTICAS
PÚBLICAS ....................................................................................... 54
11 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A LUTA DAS
BENEFICIÁRIAS DO AUXILIO ALUGUEL EM MANAUS PELA
MUDANÇA ...................................................................................... 56
12 AS POLÍTICAS PÚBLICAS COMO INSTRUMENTO NO
ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
EM MANAUS - AM. ........................................................................ 58
13 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER: UMA
LUTA CONSTANTE PARA COMBATER ESSA PRATICA NO
AMAZONAS .................................................................................... 60
14 ASSÉDIO SEXUAL NOS ESPAÇOS PÚBLICOS:
MULHER, A CULPA NÃO É SUA. ................................................ 62
15 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO AMBIENTE
UNIVERSITÁRIO: O SILÊNCIO QUE ECOA ............................... 64
16 DO LAR PARA O CRIME: UM ESTUDO ACERCA DO
AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA
CRIMINALIDADE EM MANAUS ................................................. 66
17 VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: CONSEQUÊNCIAS
SOCIAIS DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NO SEU ÂMBITO
FAMILIAR NA CIDADE DE MANAUS - AM .............................. 68
18 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM ESTUDO
SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA DOS CASOS DE
5º Emflor | Caderno de Resumos 18
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM
DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM MANAUS – AM . 70
19 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE
GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE MANAUS
- AM 72
20 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMETIDA PELO
COMPANHEIRO NA RELAÇÃO MARITAL: UM OLHAR PARA
AS MULHERES ATENDIDAS NO PRIMEIRO JUIZADO MARIA
DA PENHA ...................................................................................... 74
21 E QUANDO O “NÃO” DA MULHER VIRA ESTATÍSTICA?
76
22 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA
NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS MULHERES QUE
VIVENCIAM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS
RETORNEM AO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E
JURÍDICO ........................................................................................ 78
GT 2 – GÊNERO, MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICAS
PÚBLICAS ........................................................................................... 80
23 GÊNERO E ESTADO: DESAFIOS À IMPLEMENTAÇÃO
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHERES NA CENA
CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA .............................................. 81
24 O TERRITÓRIO DAS VARREDORAS DE TEFÉ E COARI
– AMAZONAS ................................................................................. 83
25 FEMINISMOS E FEMINISTAS E O PIONEIRISMO DAS
“MULHERES DA ILHA” NO MARANHÃO ................................. 85
5º Emflor | Caderno de Resumos 19
26 O EMPODERAMENTO DAS MULHERES DE MANAUS
ATRAVÉS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA .......................... 87
27 PROTAGONISMOS FEMININOS NO MOVIMENTO
QUILOMBOLA DO RIO ANDIRÁ, FRONTEIRA
AMAZONAS/PARÁ (2005-2016). .................................................. 89
28 UM ESTUDO SOBRE AS MULHERES LÍDERES NOS
MOVIMENTOS SOCIAIS NA CIDADE DE MANAUS ................ 91
29 MULHERES PESCADORAS NO AMAZONAS:
RETRATOS DE UMA LUTA POR IGUALDADE DE GÊNERO . 93
30 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL: CONCEITO,
MOTIVAÇÕES E AS SOLUÇÕES PARA PREVENÇÃO E
COMBATE ....................................................................................... 95
31 MULHERES NO MOVIMENTO DE MORADIA: A
EXPERIÊNCIA DO MOVIMENTO ORQUÍDEAS EM
MANAUS ......................................................................................... 97
32 AVANÇOS E DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE
ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A
MULHER .......................................................................................... 99
33 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS IMPACTOS NA
SAÚDE DA MULHER ................................................................... 101
34 AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR MULHERES
IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA: UM ESTUDO
NO CENTRO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO –
CECI, MANAUS, AM. ................................................................... 103
35 AS OCUPAÇÕES IRREGULARES EM MANAUS E O
TRABALHO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM CALAMIDADE
PÚBLICA E EMERGÊNCIAS: OS AVANÇOS NA
5º Emflor | Caderno de Resumos 20
INTERLOCUÇÃO COM A POLÍTICA PÚBLICA DE
HABITAÇÃO. ................................................................................ 105
36 DAS OCUPAÇÕES DE MORADIA A POLÍTICA DE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: O MOVIMENTO DE
MULHERES AMAZONAS SEMPRE VIVO EM PROL A
MORADIA DIGNA EM MANAUS/AM. ...................................... 107
37 MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA DO AUXÍLIO
ALUGUEL EM MANAUS: A ATUAÇÃO DO SERVIÇO DE
PROTEÇÃO À CALAMIDADE PÚBLICA E EMERGÊNCIAS NA
LUTA PELA INTERSETORIALIDADE COM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS. .................................................................................... 109
38 A REALIDADE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA NO CENTRO POP DE MANAUS: AVANÇOS E DESAFIOS
DAS POLÍTICAS SOCIAIS ........................................................... 111
GT 3 – GÊNERO, AMAZÔNIA, MULHERES DA
FLORESTA/INDÍGENAS ................................................................. 113
39 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, INFANTICÍDIO NAS
COMUNIDADES INDÍGINAS E OS MARCOS DA
LEGISLAÇÃO ............................................................................... 114
40 “SABER E SABER FAZER” NA AMAZÔNIA:
PLURIATIVIDADE NO TRABALHO DAS MULHERES EM
COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE CAAPIRANGA ............... 116
41 A ROÇA E A CASA DE FARINHA COMO
ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA CULTURAL DAS MULHERES
SATERÉ-MAWÉ NA COMUNIDADE DE SIMÃO,
BARREIRINHA/AM ...................................................................... 118
5º Emflor | Caderno de Resumos 21
42 TRAJETÓRIA DE LUTA, SUOR E SOFRIMENTO DA
JUTEIRA CONCEIÇÃO VASCONCELOS .................................. 120
43 FORÇA MATRIARCAL DAS MULHERES DO
QUILOMBO DO MATUPIRI/ANDIRÁ-AM. ............................... 122
44 MITOPOÉTICA DAS MULHERES SATERÉ-MAWÉ .... 124
45 APRENDIZADO E DIFUSÃO DOS CONHECIMENTOS
TRADICIONAIS: O PROTAGONISMO DAS MULHERES
RIBEIRINHAS NA COMUNIDADE SÃO LÁZARO/AM ........... 126
46 O PESO DA MATERNIDADE SOBRE AS MULHERES:
NEGAÇÃO X AFIRMAÇÃO DO PATRIARCADO .................... 128
47 RELAÇÕES DE GÊNERO E O PODER DE MULHERES DA
COMUNIDADE DO QUEBRÃO .................................................. 130
48 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA
COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO
MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM. ......................... 132
49 FEITIÇO DO BOTO E GRAVIDEZ DE MOÇAS NA
AMAZÔNIA ................................................................................... 134
50 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA PELA
VISIBILIDADE .............................................................................. 136
51 MULHERES INDÍGENAS EM BOA VISTA/ RR:
DIÁLOGOS COM OS ESTUDOS DE GÊNERO NA
AMAZÔNIA ................................................................................... 138
52 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE
RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO, SONHOS E
LUTAS (1990-2016) ....................................................................... 140
5º Emflor | Caderno de Resumos 22
53 O PROTAGONISMO DAS MULHERES INDÍGENAS DE
RORAIMA: RESISTÊNCIA E LUTA PELOS DIREITOS ........... 142
GT 4 – GÊNERO, DIREITOS HUMANOS E LUTAS FEMINISTAS
............................................................................................................ 144
54 OS IMPACTOS EMOCIONAIS VIVIDOS POR
MULHERES DURANTE A VISITAÇÃO NO REGIME FECHADO
DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO ANÍSIO JOBIM (COMPAJ
FECHADO), MANAUS. ................................................................ 145
55 TRAVESTILIDADE EM MANAUS: PERIGOS, ESTIGMAS
E A NEGAÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE DE GÊNERO
DAS VÍTIMAS DE TRANSFOBIA. ............................................. 147
56 A LEI MARIA DA PENHA ENTRE A VIABILIDADE E
NÃO APLICABILIDADE: IMPASSES E PERSPECTIVA, UM
ESTUDO NO SERVIÇO DE APOIO EMERGENCIAL À MULHER
(SAPEM). ....................................................................................... 149
57 VIOLÊNCIA CONJUGAL CONTRA A MULHER:
QUANDO A INTIMIDADE SEXUAL PASSA SER UM ATO DE
VIOLÊNCIA. .................................................................................. 151
58 O FEMINISMO E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS:
ANÁLISE SOBRE AS POLÍTICAS DE SAÚDE VOLTADAS PARA
MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS .................................... 153
59 OS NOVOS MEIOS DE DENÚNCIA DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CASOS
COMPARTILHADOS NAS REDES SOCIAIS............................. 155
60 O SILENCIAMENTO DA VIOLÊNCIA: SUBJETIVIDADE
E BAIXA AUTOESTIMA DAS MULHERES. ............................. 157
5º Emflor | Caderno de Resumos 23
61 A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: MAPEAMENTO DA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COTRA MULHER NA CIDADE DE
MANAUS ....................................................................................... 159
62 VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A VIOLÊNCIA CONTRA
MULHERES E SEUS IMPACTOS NO CONTEXTO
FAMILIAR ..................................................................................... 161
63 MEANDROS ENTRE RESILIÊNCIA E LUTAS
FEMINISTAS ................................................................................. 163
64 AS CONQUISTAS DAS MULHERES INDO POR ÁGUAS
ABAIXO: UMA CRÍTICA A PERCA DE DIREITOS DAS
MULHERES NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA ...................... 165
65 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO FEMINISMO DO
MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS DO ACRE ..... 168
66 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA DE
MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À IDENTIDADE
E À VERDADE HISTÓRICA ARGENTINA ................................ 170
67 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE
GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE MANAUS
- AM 172
68 FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO
SUPORTE FAMILIAR COMO FATORES DE RISCO E
PROTEÇÃO NAS SITUAÇÕES DE GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA. ......................................................................... 174
69 UMA REFLEXÃO TEÓRICA ACERCA DA ATUAÇÃO
PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AO
PROCESSO TRANSEXUALIZADOR .......................................... 176
5º Emflor | Caderno de Resumos 24
70 A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE: DO NOME
SOCIAL PARA A RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL ........ 178
71 MULHER CHEFE DE FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS NO
MERCADO DE TRABALHO ....................................................... 180
72 MULHER E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: UMA
BUSCA CONSTANTE DAS ASSISTENTES SOCIAIS EM
MANAUS AMAZONAS................................................................ 182
GT 05 – GÊNERO, EDUCAÇÃO, CULTURA E ARTE .................. 185
73 A EDUCAÇÃO COMO DIREITO SOCIAL E ESPAÇO
SÓCIO-OCUPACIONAL DO TRABALHO NA TRAJETÓRIA DAS
MULHERES NO BRASIL ............................................................. 186
74 IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE DAS PROFESSORAS-
ALUNAS DO PARFOR EM TEFÉ (AM) ..................................... 188
75 O PROTAGONISMO FEMININO NA CULTURA
POPULAR: A TRAJETÓRIA DE DONA CREUZA LISBOA EM
FONTE BOA (AM) ........................................................................ 190
76 OS DISCURSOS SOBRE A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”:
ENTRE A HETERONORMATIVIDADE E A VIOLÊNCIA. ...... 192
77 OS CAMINHOS DA PESQUISA E A ARTE DE TECER
JUNTO PELAS VIAS DO UNIVERSO SATERÉ-MAWÉ .......... 194
78 CULTURA DE GÊNERO EM REPRESENTAÇÕES
CINEMATOGRÁFICAS E AUDIOVISUAIS: UMA REFLEXÃO A
PARTIR DO FILME TOMBOY .................................................... 196
79 “SERVINDO EM SILÊNCIO”: ANÁLISE FÍLMICA DAS
RELAÇÕES DE PODER SIMBÓLICO DA SOCIEDADE
5º Emflor | Caderno de Resumos 25
PATRIARCAL NAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS SOBRE OS PAPEIS
DE GÊNERO E SEXUAL. ............................................................. 198
80 GÊNERO E TRABALHO: A PRODUÇÃO CERAMISTA NO
MOCAMBO DO ARARI................................................................ 200
81 O IMPACTO SOCIAL DA INCLUSÃO DA MULHER
IDOSA NAS ATIVIDADES DO PROJETO SOCIAL FELIZIDADE
NO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO AREAL, EM MANAUS ... 202
82 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA,
POLÍTICAS PÚBLICAS NA PAN-AMAZÔNIA: CONDIÇÕES DE
VIDA E EDUCAÇÃO DAS MULHERES DA FLORESTA NO
IFAM, CAMPUS TABATINGA. ................................................... 204
83 MULHERES DA FLORESTA EM SINTONIA COM AS
MULHERES DA REVOLUÇÃO RUSSA ..................................... 206
84 GRAÇA PASSOS: UMA HISTÓRIA DE VIDA NA
EDUCAÇÃO DO CAMPO NO AMAZONAS .............................. 208
85 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO NO
JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014) ................................ 210
GT 06: GÊNERO, SEXUALIDADE, CORPOREIDADE E AFETOS
............................................................................................................. 212
86 VIOLÊNCIA VELADA: UM ESTUDO SOBRE A
INCIDÊNCIA DE CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONTRA MULHERES EM MANAUS ......................................... 213
87 DOIS PRA LÁ... DOIS PRA CÁ! O BAILADO NO RITUAL
DAIMISTA ..................................................................................... 215
5º Emflor | Caderno de Resumos 26
88 PARA ALÉM DO FALO: A CRÍTICA FEMINISTA DE
SIMONE DE BEAUVOIR E PSICANALÍTICA DE HELENE
DEUTSCH AO FALOCENTRISMO ............................................. 217
89 OS BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA
IDOSOS DO PARQUE MUNICIPAL DO IDOSO NA CIDADE DE
MANAUS/AM ................................................................................ 219
90 UM ESTUDO SOBRE A GINÁSTICA LABORAL
SENTADA E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DA PESSOA
IDOSA ............................................................................................ 221
91 UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE MULHERES E
HOMENS IDOSOS ACERCA DE SUA SEXUALIDADE ........... 223
92 UMA ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA DE REDUÇÃO DE
DANOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA NA
PREVENÇÃO DE HIV/AIDS PARA HOMENS IDOSOS, EM
MANAUS/AM ................................................................................ 225
93 TRAJETÓRIAS E VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE POR
MULHERES VELHAS EM PARINTINS: CONTRASTES DA
DOMINAÇÃO MASCULINA AO LONGO DO TEMPO ............ 227
94 HOMOSSEXUALIDADE E RELIGIÕES DE MATRIZES
AFRICANAS: ABRINDO OS ARQUIVOS OCULTOS .............. 229
95 UM ESTUDO SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA
IDOSA ............................................................................................ 231
96 SEXUALIDADES PROIBIDAS E TRANSGRESSORAS:
UM ESTUDO SOBRE A INFIDELIDADE FEMININA NO
ÂMBITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS .. 233
5º Emflor | Caderno de Resumos 27
97 ASSÉDIO SEXUAL DE ADOLESCENTES NA
INSTITUIÇÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE AS VÍTIMAS E
OS AGRESSORES ......................................................................... 235
98 CLOSE NA CAPA: A EXPLORAÇÃO IMAGÉTICA DE
CORPOS FEMININOS PELO JORNAL “DEZ MINUTOS” DE
MANAUS/AM ................................................................................ 237
99 OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA
PROPORCIONA ÀS MULHERES IDOSAS NA CIDADE DE
MANAUS ....................................................................................... 239
100 ENTRE AS LINHAS ÀS ENTRELINHAS: SEXUALIDADE,
AFETOS E TRAIÇÃO NA LITERATURA DO SÉCULO XIX ... 241
GT 7 – GÊNERO, CULTURA E DIVERSIDADE ............................ 243
101 DE MULHER A PAJÉ: O PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO DAS MULHERES PAJÉS YAWANAWA 244
102 AMAZÔNIA: MORADA SUTIL DOS MISTÉRIOS DA FÉ
DAS GUARDIÃS DA ENCANTARIA, DA CRENÇA E DA
CURA 246
103 O PROTAGONISMO FEMININO NO ÇAIRÉ: A
ATUAÇÃO DA MULHER NOS DIFERENTES RITUAIS
EXPRESSOS NESSA MANIFESTAÇÃO SOCIOCULTURAL .. 248
104 OS MARIANOS E APOSTOLADO DA ORAÇÃO DA
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM PARINTINS,
AMAZONAS .................................................................................. 250
105 MEU CORPO FALA: RELATOS DE PESCADORAS DE
CAMARÃO EM UMA COMUNIDADE AMAZÔNICA ............ 252
5º Emflor | Caderno de Resumos 28
106 CIBERATIVISMO E RECONHECIMENTO: A VIVÊNCIA
COMO ESTRATÉGIA DE LUTA POLÍTICA NA AMAZÔNIA 254
107 CAPITÃO OU RAINHA, QUEM MANDA NO ANDIRÁ?
INTERSECÇÕES DE GÊNERO NA FESTA DOS MARUJOS DA
FREGUESIA DO ANDIRÁ, BARREIRINHA-AM ...................... 256
108 TRABALHO E CULTURA: PARTICIPAÇÃO DA MULHER
INDÍGENA NO CENTRO DE MEDICINA INDÍGENA
BARSERIKOWI EM MANAUS/AM ............................................ 258
109 TRABALHO E CULTURA: SABER-FAZER DE
MULHERES INDÍGENAS EM UM CENTRO DE PRÁTICAS
CURATIVAS. ................................................................................. 260
110 LAS MUJERES WAYÚU HILANDERAS DEL ALMA
TEJIDAS A LA FRONTERA COLOMBO-VENEZOLANA ....... 262
111 SOU FILHA DA VALÉRIA: HISTÓRIA, TRABALHO
ARTESANAL E RELAÇÕES DE GÊNERO NA AMAZÔNIA ... 264
112 MULHERES EVANGÉLICAS: DIFERENÇAS DE GÊNERO
EM UMA IGREJA EVANGÉLICA DE MANAUS-AM .............. 266
113 CHÁ AYAHUASCA: A MAGIA VEGETAL DO CIPÓ
BANISTERIOPSIS CAAPI E FOLHAS DE PSICHOTRIA VIRIDIS
NA PRATICA RELIGIOSA DOS DAIMISTAS ........................... 268
114 SINCRETISMO RELIGIOSO NA FLORESTA - A
DOUTRINA SANTO DAIME NA TEORIA ELIASIANA ........... 270
115 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO
COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE ... 272
GT 8 – GÊNERO, TRABALHO E LUTAS SOCIAIS ...................... 274
5º Emflor | Caderno de Resumos 29
116 FRAGMENTOS E RETALHOS DA VIDA OPERÁRIA:
DESAFIOS DAS MULHERES TRABALHADORAS DO POLO
INDUSTRIAL DE MANAUS ........................................................ 275
117 A FEIRA COMO LUGAR DE TRABALHO:
MULHERES PRODUTORAS E VENDEDORAS DA “FEIRA
DO PRODUTOR” EM PARINTINS ......................................... 277
118 MICROEMPREENDIMENTO COLETIVO DE MULHERES
RURAIS DA AMAZÔNIA E AGROECOLOGIA......................... 279
119 GÊNERO E TRABALHO EM SÃO SEBASTIÃO DA NOVA
BRASÍLIA PARINTINS/AM ......................................................... 281
120 GÊNERO E MEIO RURAL: AS MULHERES COMO
SUJEITOS CENTRAIS DA ATIVIDADE PRODUTIVA NO
MUNICÍPIO DE MANAUS ........................................................... 282
121 A GERAÇÃO DE RENDA NA ZONA RURAL: UMA
ANÁLISE DO TRABALHO DAS MULHERES
TRABALHADORAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO ÁGUA
BRANCA ........................................................................................ 285
122 TRABALHO SEXUAL, FEMINISMO ABOLICIONISTA E
AS LUTAS DO “PUTAFEMINISMO” .......................................... 287
123 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE
SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO
BRASILEIRO. ................................................................................ 289
124 O DESAFIO DAS MULHERES INDUSTRIÁRIAS EM
MANTER-SE EMPREGADAS: A PRECARIZAÇÃO DO
TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS-AM ............................ 291
5º Emflor | Caderno de Resumos 30
125 SÉTIMO OBJETIVO DO MILÊNIO:
SUSTENTABILIDADE NO BAIRRO DA UNIÃO/ PARINTINS-
AM. 293
126 TRABALHO SEXUAL E AUTONOMIA EM ESPAÇOS DE
SOCIABILIDADES MASCULINAS DE PORTO VELHO/RO ... 295
127 A INCLUSÃO DA MULHER NO SETOR ELÉTRICO E
INSERÇÃO NAS ÁREAS TECNOLOGICAS E PROFISSIONAIS:
UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA ENGELETRUS........... 297
128 MULHER, MÃE E TRABALHADORAS USUÁRIAS DA
CRECHE MUNICIPAL.................................................................. 299
129 MULHER E TRABALHO NO CONTEXTO DA
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: DOS SENTIDOS DO
TRABALHO À SOCIABILIDADE ............................................... 301
130 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE
SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO
BRASILEIRO ................................................................................. 303
131 O TRABALHO PRECÁRIO DAS ASSISTENTES SOCIAIS
BOLSISTAS DO PROGRAMA EDUCAÇÕES EM MANAUS
AMAZONAS .................................................................................. 305
132 O DESAFIO DAS MULHERES DO CURSO OPERADORA
DE CAIXA DO CETAM QUE ESTÃO EM BUSCA DE INSERÇÃO
NO MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS
AMAZONAS .................................................................................. 307
PÔSTERES ......................................................................................... 309
P1 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA
NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS MULHERES QUE
VIVENCIAM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS
5º Emflor | Caderno de Resumos 31
RETORNEM AO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E
JURÍDICO....................................................................................... 310
P2 COBRA GRANDE OU CANOA DA TRANSFORMAÇÃO?
UMA VIAGEM MÍTICA DOS TARIANO PELO UNIVERSO DA
SERPENTE ..................................................................................... 312
P3 NO IR E VIR DA BR 307 - UM OLHAR SOBRE A
COMUNIDADE INDÍGENA DO KM 07 MARCADA PELA
PRESENÇA DO LIXÃO EM SÃO GABRIEL DA
CACHOEIRA/AM. ......................................................................... 314
P4 O UNIVERSO FEMININO PIRATAPUIA E SUAS
MANIFESTAÇÕES SIMBÓLICAS ............................................... 316
P5 ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DAS
MULHERES DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
NO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E
SABORES DO TARUMÃ .............................................................. 318
P6 VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: UM ESTUDO
SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL MEDIANTE UMA
QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA ............................................... 320
P7 O ESPAÇO DA MULHER NAS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS E EM FEIRAS LIVRES: DA COMUNIDADE
FRANCISCA MENDES, MUNICÍPIO DE RIO PRETO DA EVA -
2017 322
P8 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA DE
MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À IDENTIDADE
E À VERDADE HISTÓRICA ARGENTINA ................................ 324
5º Emflor | Caderno de Resumos 32
P9 MULHERES DE FIBRA EM TEMPOS DE JUTA: A
JUTICULTURA NA DECADA DE 70 NO MUNICIPIO DE
URUCARÁ-AM ............................................................................. 326
P10 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA
COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO
MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM ......................... 327
P11 UMA VISÃO DA REALIDADE DAS APENADAS
AMAZONENSES: PRECARIZAÇÃO DA CONDIÇÃO
HUMANA ...................................................................................... 329
P12 GÊNERO, MEMÓRIA E POLÍTICA EM PARINTINS (1964-
2004) 331
P13 A EXPERIÊNCIA DA MULHER COMO PRESIDENTE NA
COLÔNIA DE PESCADORES EM AUTAZES – Z7 ................... 333
P14 UM GRITO UM BASTA: UM ESTUDO SOBRE
MULHERES ATENDIDAS NUM JUIZADO MARIA DA PENHA
EM MANAUS-AM ........................................................................ 335
P15 DUAS DÉCADAS DE MARIA SEM VERGONHA: DAS
PIONEIRAS A NOVA GERAÇÃO ............................................... 337
P16 PROJETO MARIA ACOLHE: ORIENTAÇÃO E ESCUTA
DE AGRESSORES E VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA ................................................................................. 339
P017 AS MULHERES ESQUECIDAS PELO FEMINISMO? UM
ESTUDO COM MULHERES EM CÁRCERE .............................. 341
P018 O ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E
ADOLESCENTE ATENDIDOS NO CREAS DA ZONA CENTRO-
SUL DE MANAUS ........................................................................ 343
5º Emflor | Caderno de Resumos 33
P019 O FEMINISMO NO TEATRO: UMA VISÃO DE MULHERES
ENCARCERADAS POR MEIO TEATRAIS ................................ 345
P020 RELATOS FEMINISTAS ENTRE PROFESSORAS DO
ENSINO INTEGRAL EM IRANDUBA/AM ................................. 348
P021 O SAGRADO ODIADO: UM ESTUDO SOBRE OS
MOVIMENTOS FREE CHILD ...................................................... 350
P022 ONDE ANDA E QUEM É O L DO LGBT: UM ESTUDO
SOBRE O COTIDIANO DE JOVENS LÉSBICAS ....................... 352
P023 AS DIFERENÇAS E O EXISTIR: UM ESTUDO SOBRE
(IN)VISIBILIDADE DE MULHERES COM DEFICIÊNCIA ...... 354
P024 UMA DISCUSSÃO ACERCA DA NECESSIDADE DE
AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO DEBATE DE
GÊNERO E SEXUALIDADE NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO ... 356
P025 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: O TRABALHO DO
ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO A MULHER VITÍMA
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO IML DE MANAUS ............. 358
P026 A IDEAÇÃO SUICIDA NA TENTATIVA DE SUICÍDIO EM
JOVENS EM UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO ...................... 360
P027 LUTAS FEMINISTAS: SEM OS DIREITOS DAS
MULHERES NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS........................... 362
P028 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM ESTUDO
SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA DOS CASOS DE
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM
DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM MANAUS – AM 365
5º Emflor | Caderno de Resumos 34
P029 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA PELA
VISIBILIDADE .............................................................................. 367
P030 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE
RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO, SONHOS E
LUTAS (1990-2016) ....................................................................... 369
P031 CÁRCERE FEMININO: RESTRIÇÃO ÀS VISITAS ÍNTIMAS
E O ENCARCERAMENTO DE FILHOS DE MÃES PRESAS NO
BRASIL .......................................................................................... 371
P032 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO NO
JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014) ................................ 373
P033 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO
COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE ... 375
5º Emflor | Caderno de Resumos 35
GT 1 – GÊNERO, FEMINISMOS, POLÍTICA E
VIOLÊNCIA
Coordenadoras:
Profa. Dra. Mary Ferreira (UFMA)
Profa. Dra. Marinilde Verçosa Ferreira (UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 36
1 LINGUAGEM E GÊNERO: AS INTERAÇÕES
COTIDIANAS DA MULHER COMO PRODUTO DAS
RELAÇÕES DE PODER
Luana Pantoja Medeiros1
Alexsandro Melo Medeiros2
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo ressaltar que as interações verbais
que as mulheres realizam em seu cotidiano são produtos das
relações de poder que se estabelecem entre os gêneros. Os estudos
feministas, com a refutação do sexismo biológico, revelam como
as construções sociais de uma sociedade patriarcal são
determinantes, definem e estabelecem as marcas no discurso entre
opressor e oprimido, homem e mulher. Entende-se as relações de
poder como relações hierárquicas que não são forças abstratas e
que operam nas pessoas, como uma realização humana, situado na
interação diária. Tanto as forças estruturais quanto as atividades
interacionais são vitais para manutenção e construção da realidade
1 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas-
CESP/Parintins. Bolsista de Iniciação Científica UEA/FAPEAM. Contato:
[email protected] 2 Mestre em Filosofia pela UFPE. Doutorando do PPGSCA/UFAM. Bolsista e
Pesquisador FAPEAM. Professor da UFAM, campus de Parintins. Contato:
5º Emflor | Caderno de Resumos 37
social. Ressalta-se ainda que esta pesquisa é de cunho bibliográfico
e, diante do problema exposto, será objeto de análise os atos de
interação que as mulheres realizam diante de uma realidade em que
predominam as relações de poder, onde o sexo masculino se
sobressai, e isso incide significativas marcas em suas interações
comunicativas. Os resultados preliminares obtidos mostram que
homens e mulheres não falam da mesma maneira. As mulheres
tendem, em seus atos de interação, maiores preferências pelas
variantes linguísticas prestigiadas socialmente. Desta forma,
espera-se contribuir com o debate sobre a questão de gênero na
atualidade revelando as relações de poder que existem nas
interações verbais que servem de base aos atos de fala cotidianos
entre homens e mulheres.
Palavras-chave: Linguagem, Gênero, Poder, Interação,
Feminismo
5º Emflor | Caderno de Resumos 38
2 DA AMAZÔNIA PARA O SENADO FEDERAL
BRASILEIRO: A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE
EUNICE MICHILES, A PRIMEIRA SENADORA DO
BRASIL
Michelle Rabelo de Souza1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo apresentar a trajetória política
de Eunice Michiles, a primeira mulher a chegar ao Senado Federal
brasileiro, num momento político pouco favorável à sua
candidatura nos anos 70. Eunice enfrentou o preconceito, o
machismo e o conservadorismo presente nos partidos políticos e de
forma surpreendente chegou onde nenhuma mulher tinha chegado
até aquele momento. Numa década historicamente conhecida pelos
momentos tensos decorrente da ditadura militar, a chegada de
Eunice Michiles ao Senado Federal brasileiro também possibilitou
a outras mulheres do Brasil, inclusive do Amazonas, uma nova
oportunidade de ampliação da participação feminina na política.
Com o intuito de descrever a história da primeira mulher a chegar
1 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação
Sociedade e Cultura na Amazônia /UFAM. 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 39
ao Senado Federal brasileiro, o presente estudo assume o aporte
teórico-metodológico das abordagens qualitativas. Para a obtenção
das informações realizamos a técnica de entrevista profunda junto
à ex-senadora, com o intuito de levantarmos dados sobre sua
trajetória política. Hoje, ao completar 38 anos de sua chegada ao
Senado, Eunice Michiles ainda é lembrada pelo título que a
consagrou primeira senadora do Brasil. As mulheres na Amazônia,
ao contrário do que se imagina, constroem sua própria história de
protagonismo político mesmo estando na maioria das vezes em
condição de inferioridade em relação ao seu companheiro.
Palavras-chaves: Eunice Michiles, Amazônia, Participação
política das mulheres, Senado Federal.
5º Emflor | Caderno de Resumos 40
3 AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
Thaís Souza da Silva 1
Maria Alcione Pereira Teles2
Fabianne Cristina Rodrigues Sampaio3
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade apresentar de maneira pontual
uma breve abordagem sobre a violência contra a mulher no seu
aspecto de demonstração de poder compreendida como violência
de gênero. Sabe-se que esse tema tem notadamente destaque na luta
dos movimentos sociais e feministas ao longo da história, usado
para definir desde as formas mais cruéis de tortura até as formas
mais sutis, que permeiam o cotidiano da vida social na família e em
outras instâncias da vida em sociedade. Ademais, tem-se que a
violência doméstica ou familiar contra a mulher é o tipo mais
recorrente deste fato social no Estado brasileiro, o que levou à
criação da Lei Nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. A violência é um
termo de muitos significados, onde se envolve o silêncio, drama e
tristezas para as vítimas dessa violência e covardia. O estudo,
1 Estudante. 2 Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas -
UFAM 3 Assistente Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 41
procura entender as circunstâncias do sofrimento produzido no
âmbito das violências contra a mulher e as suas diversas faces,
sobretudo, a violência doméstica. Abordaremos conceitos de
violência, com ênfase na contextualização da violência doméstica,
suas principais causas e consequências. Assim, entendemos que a
violência doméstica é considerada como uma violência de gênero,
sendo consequência da sociedade patriarcal e uma afronta direta
aos direitos humanos da mulher agredida.
Palavras-chaves: violência, gênero, sociedade patriarcal.
5º Emflor | Caderno de Resumos 42
4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS E A REDE
DE ENFRENTAMENTO A ESSA PROBLEMÁTICA
SOCIAL: UM RECORTE DAS CAMADAS SOCIAIS
AFORTUNADAS
Mérilin Gomes Cavalcanti1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Nesta comunicação apresentamos a pesquisa realizada no Serviço
de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), órgão público
responsável pela acolhida emergencial à mulher que sofre violência
doméstica na cidade de Manaus, a partir de um recorte das
mulheres de classe média e alta. A discussão dessa temática se
depara com elementos novos para explicação do fenômeno da
violência doméstica, que trará significativas contribuições às ações
do ativismo feminista e fundamenta estratégias de elaboração de
políticas públicas da rede de enfrentamento a esta problemática
social. A sociedade brasileira enfrenta vários desafios no seu
caminho rumo à democracia e à concretização das ideias
republicanas nesta segunda década do século XXI. Um deles é a
conquista da tolerância para com as mulheres e outras minorias
1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –
UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 43
sociais. Embora as mulheres tenham conquistado importantes
espaços na esfera pública em mais de um século de luta, as barreiras
da intolerância muitas vezes, esbarra no limite da barbárie.
Destaca-se que há um contingente incontrolável de mulheres em
situação de violência doméstica, sendo um dos principais fatores
de interferência na saúde da mulher.
Palavras-Chave: Relações de Gênero, Violência do Doméstica,
Classes Média e Alta, Serviço de Apoio Emergencial à Mulher,
Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 44
5 INTERFERÊNCIAS DO USO DO ÁLCOOL NA
PRÁTICA DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
EM PARINTINS/AM: UM DEBATE NECESSÁRIO
Silvia Oliveira da Silva1
Tainá Abecassis Teixeira2
RESUMO
Este estudo busca trazer uma compreensão acerca da relação entre
o uso do álcool e a violência contra a mulher na cidade de Parintins,
Amazonas. A pesquisa realizada na Delegacia Especializada em
Crimes Contra a Mulher demonstrou o alto índice de violência
contra as mulheres e objetivou compreender os mecanismos sociais
e culturais que associam o uso do álcool com a violência praticada
contra a mulher. O trabalho de campo assumiu a perspectiva da
abordagem qualitativa sem exclusão dos aspectos quantitativos,
pautando-se na análise documental de boletins de ocorrência e
realização de entrevistas semiestruturadas com 05 mulheres em
situação de violência e 05 agressores (companheiros, esposos,
namorados) que, sob o efeito do álcool, praticam a violência.
Evidenciou-se que, entre os vários fatores que influenciam na
prática da violência contra a mulher, o uso do álcool é um deles.
1 Bacharel em Serviço Social pela UFAM Parintins, Amazonas. E-mail:
[email protected] 2 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS, Universidade Federal do Amazonas –
UFAM, Manaus, Amazonas. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 45
Portanto, em vez de considerá-lo um problema com um fim em si
mesmo, partimos do entendimento de que se trata de um fenômeno
social que impulsiona a prática da violência contra a mulher em um
contexto complexo permeado por questões econômicas e
socioculturais. Os resultados apontam que, embora o álcool seja
apenas um dos fatores que influenciam a prática da violência, os
sujeitos da pesquisa o situam, muitas vezes, como fator
determinante.
Palavras-chave: Gênero, Violência contra a mulher, Uso do
álcool.
5º Emflor | Caderno de Resumos 46
6 MULHERES DE CLASSES MÉDIA E ALTA
ATINGIDA PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM
MANAUS: OS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE DAS
VÍTIMAS
Mérilin Gomes Cavalcanti1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
O presente trabalho assume o propósito de perceber em que sentido
a violência doméstica aparece como um dos fatores de interferência
na saúde da mulher violentada, dando especial relevo às mulheres
de camadas médias e altas que procuram o Serviço de Apoio
Emergencial à Mulher (SAPEM), mesmo em face de seu status
social. A pesquisa de campo foi realizada sob o aporte
metodológico das abordagens qualitativas e quantitativas, tendo
como parâmetro conceptual a categoria das relações de gênero
ancorada em autoras (es) como Bourdieu (2009), Scott (1991),
Saffioti (1994), Stearns (2007), Torres (2002, 2005), Sarti (2011),
Luckács (1989), Bobbio (1998), dentre outros. As informações
foram obtidas junto ao Serviço de Apoio Emergencial à Mulher
1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –
UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada da
Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 47
(SAPEM). No percurso da pesquisa ouvimos 07 mulheres
originariamente pensadas no projeto, pertencentes à camada média
e alta, vítimas de violência doméstica e 02 profissionais da equipe
multiprofissional sob a técnica de entrevista do tipo
semiestruturado. Constatou-se a partir das entrevistas realizadas
que existem fatores subjetivos (emocionais e psicológicos) que
silenciam o ciclo de violência no espaço doméstico. A violência
simbólica é preocupante porque interfere no quadro de saúde das
vítimas, ocasionando doenças que surgem sem motivo aparente
e/ou trazem fatores de agravo, como as dores de cabeça, síndrome
do pânico, dores pélvicas, depressão dentre outras. Dessa forma,
torna-se pertinente discutir e dar contorno compreensível aos
desafios que envolvem o referido tema.
Palavras Chave: Gênero, Violência do Doméstica, Classes Média
e Alta, Saúde da Mulher
5º Emflor | Caderno de Resumos 48
7 POR TRÁS DAS GRADES: O PERFIL DAS
INTERNAS DO REGIME FECHADO DO COMPLEXO
PENITENCIÁRIO ANÍSIO JOBIM - COMPAJ
Ana Cláudia dos Santos Lacerda1
Jayme Benchaya Marinho2
Amon Silva Costa3
RESUMO
A referida produção científica analisa a perfil das internas do
Complexo Penitenciário Anísio Jobim (COMPAJ), buscando
descrever as peculiaridades e as características da mulher que
cumpre pena, principalmente enfocando a temática da
criminalidade no Brasil e qual a participação da mulher nesses
índices. De acordo com relatórios emitidos pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), há uma ascensão da criminalidade e da detenção
feminina, sendo algo preocupante para a sociedade em geral.
Diante de toda essa realidade, chega-se a seguinte problemática:
Quais os fatores que influenciaram para a mulher entrar para o
1Aluna Especial do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na
Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas/UFAM. Discente do curso
de Direito – Universidade Nilton Lins. E-mail:
[email protected] 2Coordenador do Núcleo de Advocacia Voluntária do Amazonas; Advogado
especialista. E-mail: [email protected] 3 Pós-graduando em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário –
Estácio; Advogado. [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 49
crime no Estado do Amazonas? Qual o crime que mais contribuiu
para o encarceramento feminino no Amazonas? Para tanto, a
metodologia adotada para a construção deste artigo foi de caráter
bibliográfico e documental. Através da análise dos dados
disponibilizados pela Secretaria de Administração Penitenciária
(SEAP), conclui-se o que já vem sendo discutido por vários
especialistas na área é que um dos principais motivos para o
crescimento carcerário feminino está relacionado ao tráfico de
drogas.
Palavras-chave: Perfil Detentas, Mulheres encarceradas,
Complexo Penitenciário Anísio Jobim.
5º Emflor | Caderno de Resumos 50
8 A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM
PARINTINS/AM: PERSPECTIVAS PARA O DEBATE
NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA
Tainá Abecassis Teixeira1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este trabalho assume o propósito de discutir a inserção do tema da
violência contra as mulheres no contexto da saúde pública em
Parintins/AM. Para tanto, foi realizada pesquisa
metodologicamente pautada em uma abordagem qualitativa,
caracterizada pela efetivação de entrevista semiestruturada com
duas profissionais de saúde referente à interface das violências nos
serviços públicos de saúde. Os dados apontam que a violência é
percebida como um problema que afeta a saúde das mulheres, mas
que, por ser considerada da ordem do complexo, nem sempre é
reconhecida como questão a receber intervenções dos profissionais
1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS, da Universidade Federal do Amazonas
- UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada da
Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 51
de saúde para além da cura das sequelas por ela ocasionadas. Os
resultados sugerem a necessidade de ampliação da atenção às
mulheres em situação de violência em Parintins, o que também é
evidenciado em estudos feitos em outras regiões do país. A
inserção deste debate na saúde tem como base a compreensão da
violência como violação dos direitos humanos das mulheres. Tal
entendimento emerge da reivindicação dos movimentos de
mulheres e feministas sobre a necessidade de tornar a violência um
problema social a ser considerado no âmbito das políticas públicas,
entre elas a de saúde. Nesta área, os princípios de integralidade e
promoção da saúde, aludidos no SUS, além da noção de
transversalidade de gênero, referida na Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), referendam esta
discussão.
Palavras-chave: Gênero, Violência contra as mulheres, Saúde
Pública.
5º Emflor | Caderno de Resumos 52
9 VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO CONTEXTO
MANAUARA: UM ESTUDO A CERCA DOS
RELATOS DAS MULHERES ATENDIDAS NO
SAPEM EM MANAUS
Aline dos Santos Pedraça1
Ana Cláudia dos Santos Lacerda2
Célia Maria Nascimento de Oliveira3
Danny Sousa do Nascimento4
RESUMO
O presente trabalho é resultado de pesquisa bibliográfica,
documental e entrevista feita com mulheres vítimas de violência
pelos seus companheiros que foram atendidas no Serviço de Apoio
Emergencial à Mulher na cidade de Manaus, localizado no anexo
da Delegacia Especializada em crime contra à Mulher, as quais
1 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:
[email protected]. 2 Aluna Especial do Mestrado pelo Programa de Pós-graduação Sociedade e
Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:
[email protected]. 3 Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected]. 4 Especialista em Direito e Proteção Social-FACIBRA (Educanorte). Bacharel
em Serviço Social pela ESBAM. E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 53
relatam várias agressões sofridas em seu ambiente familiar,
situação ainda preocupante é um acontecimento recente e está
presente desde ao longo da história da humanidade em todas as
classes sociais e atinge mulheres para toda a sociedade e gestores
dos órgãos, assim como também as entidades que trabalham para
coibir e proteger a mulher das inúmeras violências que sofrem de
seus agressores. Com a crescente atuação desse fenômeno
violência de gênero se faz necessário relatar a Lei Maria da Penha
e os vários tipos de violências existentes, destacando o contexto
Manauara que tem a caracterização das Relações de Gênero um
cenário preocupante com o ato da violência contra à mulher. A
violência contra à mulher acarreta extensas repercussões em todas
as sociedades, as quais afetam situações psicossociais, econômicas
e políticas. E em Manaus esta situação não é diferente. O Serviço
de Apoio Emergencial à Mulher – SAPEM é um órgão que presta
atendimento psicológico, jurídico e social as mulheres vítimas de
agressão e a seus filhos menores de 18 anos. A metodologia
utilizada foi a pesquisa de cunho bibliográfico e qualitativo. A
partir do processo de entrevista semiestruturada verificou-se que as
violências mais frequentes que as mulheres sofrem, partem de seus
agressores, por motivos torpes, como por exemplo, trabalhar fora
de casa.
Palavras-chave: Relação de Gênero; Violência Contra a Mulher;
Lei Maria da Penha.
5º Emflor | Caderno de Resumos 54
10 AS INTERNAS DA CADEIA PÚBLICA FEMININA DE
MANAUS: PERFIL, REINCIDÊNCIAS E POLÍTICAS
PÚBLICAS
Michelle Juliana Thomaz Silva1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Ana Cláudia dos Santos Lacerda3
RESUMO
Este estudo analisa o perfil das internas reincidentes na Cadeia
Pública Feminina de Manaus, apresentando possíveis fatores que
as influencia e tratando as políticas públicas de ressocialização.
Trata-se de uma abordagem qualitativa sem exclusão dos aspectos
quantitativos, utilizando pesquisa de campo aliada às técnicas de
entrevista e observação com uma amostra total de 11 pessoas sendo
10 internas e 01 Assistente Social. Apresenta a história do sistema
prisional brasileiro e as leis que as compõem. A pesquisa revela
diversos fatores internos e externos que contribuem para o ingresso
1 Pós-graduanda em Docência Universitária pela Faculdade Salesiana Dom
Bosco. Graduada em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas; Professora do curso de Serviço Social da Universidade
Nilton Lins. 3 Pós-Graduanda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – UFAM –E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 55
e as várias reincidências, onde 40% disseram ter entrado no crime
de posse de drogas por intermédio de seus companheiros (número
maior entre outros fatores). A maioria 60% possui baixa
escolaridade, evidenciando a ineficiência do Estado em cumprir os
princípios da Lei de Execução Penal quanto aos deveres de
ressocialização e individualização da pena. A falta dessa entre
outras políticas públicas para a falta de conscientização de seus atos
delituosos, deixando-as à mercê das armadilhas ilusórias do crime.
Argumentos como a falta de recursos financeiros e de estrutura
física acentuam o preconceito social e familiar, além da
discriminação mesmo após a pena. Portanto, a sociedade, a família
e a própria instituição refletem o descompromisso do Estado a sua
ineficiência transgredindo a dignidade dessas internas,
conduzindo-as à perpetuação da vida prisional e do avanço
contínuo do crime.
Palavras-Chaves: Mulher, Sistema Penitenciário, Políticas
Públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 56
11 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A LUTA DAS
BENEFICIÁRIAS DO AUXILIO ALUGUEL EM
MANAUS PELA MUDANÇA
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1
Jakeline Cruz da Silva2
Irvana Góes dos Santos3
RESUMO
É a partir do advento da Zona Franca que a estrutura da cidade se
modifica consideravelmente e o espaço urbano adquire outra forma
com o crescimento populacional, decorrente do processo
migratório. Ocorre, então, um novo e dramático processo: as
cidades passaram a reproduzir as injustiças e desigualdades não só
no âmbito da precariedade da moradia, mas também em relação a
outros serviços sociais, assim como a violência. A Pesquisa
Nacional por Domicílio (2009) apresenta que 48% das mulheres
agredidas declaram que a violência aconteceu em sua própria
residência. Desta forma o presente artigo se propõe a analisar os
1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de
Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do
Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.
[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências
– SPCPE. Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Paulista - UNIP.
5º Emflor | Caderno de Resumos 57
tipos de violência sofrida pelas mulheres beneficiárias do Auxílio
Aluguel em Manaus e a Política Pública como mecanismo de
enfrentamento da violência. O referido estudo tem como base a
pesquisa de campo relacionada com as interpretações
bibliográficas através da perspectiva qualitativa sem excluir os
aspectos quantitativos, tendo como amostra 30 mulheres assistidas
pelo benefício social do Auxílio Aluguel da Prefeitura Municipal
de Manaus, oriundas de área de risco e que sofreram algum tipo de
violência. Como resultado desta pesquisa identificamos que 45%
das entrevistadas relatam ter sofrido violência doméstica, e que a
falta de moradia as leva se sujeitarem a seus agressores. Ainda
como resultado obtivemos que 60% são oriundas de área de risco
na zona leste de Manaus.
Palavras Chave: Política de Habitação, Violência contra Mulher,
Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 58
12 AS POLÍTICAS PÚBLICAS COMO INSTRUMENTO
NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES EM MANAUS - AM.
Gilmara Bragança Braga1
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2
RESUMO
O número de crimes contra as mulheres toma proporções
assustadoras, e se evidencia nos grandes centros urbanos, mas não
menos frequentes em outras partes do mundo, o que torna os
indivíduos passíveis de vitimizações geradas pelas mais diversas
motivações, ainda que sejam por motivos torpes. Contudo percebe-
se que o estado não conseguiu ainda combater as várias formas de
violência, mas mostra-se preocupado com estas vítimas, e através
de políticas públicas compensatórias busca amenizar o seu
sofrimento. Verifica-se que não é qualquer crime cometido contra
a mulher que é considerada como violência doméstica, pois alguns
requisitos devem ser atendidos, tendo em vista que a legislação
1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas.
Coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social –
CREAS, da Prefeitura de Manaus. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social do Centro de Referência dos Direitos
da Mulher da Prefeitura de Manaus – CRDM. Pesquisadora do GEPOS.
5º Emflor | Caderno de Resumos 59
acerca do assunto possui um limitado campo de abrangência. Para
que esta violência seja caracterizada os atos devem ser cometidos
no âmbito doméstico, familiar ou nas relações íntimas de afeto.
Assim, O objetivo desse trabalho é analisar as políticas públicas em
Manaus – AM no enfrentamento da violência doméstica contra as
mulheres. Quanto à natureza da pesquisa, a metodologia do estudo
constitui-se em uma pesquisa com ênfase teórica, de caráter
exploratório e descritivo, tendo sido adotado o método dedutivo na
pesquisa, baseado em fatos e dados extraídos de obras que abordam
violência doméstica contra a mulher. Como resultado parcial da
pesquisa percebemos que o acesso à justiça e as políticas públicas
significam para as vítimas de violência doméstica o
restabelecimento da ordem social individual e familiar, onde passa
a ter o controle da violência, o exercício da cidadania e o resgate
dos direitos humanos, contudo um número expressivo de mulheres
vítimas de violência não possui seus direitos resguardados, assim
como as políticas públicas garantidas.
Palavras Chave: Violência Contra Mulher, Lutas Sociais,
Manaus, Políticas Públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 60
13 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER:
UMA LUTA CONSTANTE PARA COMBATER ESSA
PRATICA NO AMAZONAS
Nayara Feitosa dos Santos 1
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2
RESUMO
A violência doméstica contra a mulher é amplamente discutida no
Brasil, principalmente pelos avanços e lutas do movimento
feminista, uma das maiores conquistas foi a lei Maria da Penha nº
11.340, de 07/08/2006 que visa assegurar proteção a mulher.
Percebe-se que ocorreram mudanças no que tange a proteção contra
as mulheres vítimas de violência doméstica a partir da referida Lei,
contudo muito ainda deve ser feito, pois, o índice de mulheres que
sofrem violência é alarmante. As constantes ações de violência no
cotidiano da mulher são indicativas da complexa problemática que
envolve a organização da vida social atual, especialmente nas
grandes cidades, entre elas, Manaus. De acordo com dados da
Delegacia Especializada em Crime Contra a Mulher em Manaus,
1 Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social do Centro de Referência dos Direitos
da Mulher da Prefeitura de Manaus – CRDM. Pesquisadora do GEPOS.
5º Emflor | Caderno de Resumos 61
de janeiro a março 2017 já foram registrados 2,7 mil casos de
violência doméstica. O objetivo desse trabalho é analisar o
aumento nos índices de violência contra mulher em Manaus a partir
de dados divulgados em jornais de grande circulação na cidade.
Assim, a pesquisa apresenta-se como bibliográfica e
qualiquantitativa, pois através dos números expostos podemos
concluir ainda que parcialmente que os casos de violência contra
as mulheres em Manaus vêm aumentado, significativamente e que
as políticas públicas de enfrentamento a essa questão precisam de
maior eficácia e amplitude como uma forma de coibir essas
violências.
Palavras Chave: Violência Contra Mulher; Lutas Sociais;
Manaus; Políticas Públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 62
14 ASSÉDIO SEXUAL NOS ESPAÇOS PÚBLICOS:
MULHER, A CULPA NÃO É SUA.
Keth Raianny Braz Prestes1
RESUMO
O assédio sexual contra a mulher nos espaços públicos se estrutura
a partir de uma cultura patriarcal de dominação masculina que
restringe o acesso da vítima ao direito fundamental de liberdade e
mobilidade. Pode ocorrer na rua, na praia, na praça, parque ou
mesmo em uma ciclovia, com presença de testemunhas ou não.
Variam desde linda, gostosa, ê peitão, beijos roubados, passar as
mãos nas nádegas (apalpadela), propostas amorosas indecorosas
delicia, oh lá em casa, até assovios, buzinas de carros, olhares
invasivos, comentários agressivos e/ou ameaçadores. Neste
sentido, o estudo se propõe analisar assédio sexual dos homens ás
mulheres nos espaços públicos. Trata-se de um estudo qualitativo
de natureza exploratória, através do método de pesquisa literária,
realizado em fontes de dados eletrônicos, revistas, livros e acervo
da biblioteca local. Os resultados obtidos retrataram que o 99,6%
1 Assistente social de base da Comissão de Ética e Direitos Humanos do
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 15º região. Graduada em
Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte-UNINORTE e pós-graduada
em Políticas Públicas de Enfrentamento a Violência Intrafamiliar pela Faculdade
Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. Manaus AM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 63
das mulheres ouvidas na a campanha "Chega de Fiu, Fiu",
afirmaram que já sofreram assédio sexual e 83% não achavam
legal. Das cantadas que já receberam nas ruas, “linda” e “gostosa”
abrigam 84%. Quanto o local, 98% sofreram assédio sexual na rua,
e 80% em praças e parques. O assédio sexual contra mulher nos
espaços públicos restringe a sexualidade feminina mesmo que os
assovios, olhares e comentários não denotam ato sexual.
Configuram-se como uma maneira do homem exercer o poder e
virilidade moral sobre as vítimas.
Palavras-chave: Assédio, Assédio sexual contra a Mulher,
Assédio nos Espaços Públicos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 64
15 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO AMBIENTE
UNIVERSITÁRIO: O SILÊNCIO QUE ECOA
Keth Raianny Braz Prestes1
RESUMO
Desde 1990 o fenômeno da violência contra a mulher foi
reconhecida pela Organização Mundial de Saúde OMS como um
grave problema de saúde pública que afeta as mulheres em todo o
mundo. As violências que ocorrem dentro das instituições de nível
superior têm se multiplicado não existem estatísticas sobre o tema,
porém os casos se refletem em agressões cometidas pelos próprios
estudantes, professores e por pessoas de fora da instituição que
adentram por falta de segurança. As vítimas são acadêmicas,
servidoras docentes, servidoras técnico-administrativas e
trabalhadoras terceirizadas. Neste sentido, o estudo se propõe
analisar a violência contra a mulher no ambiente universitário.
Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória, através
do método de pesquisa literária, realizado em fontes de dados
eletrônicos, revistas, livros e acervo da biblioteca local. Os
1 Assistente social de base da Comissão de Ética e Direitos Humanos do
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 15º região. Graduada em
Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte-UNINORTE e pós-graduada
em Políticas Públicas de Enfrentamento a Violência Intrafamiliar pela Faculdade
Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. Manaus AM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 65
resultados obtidos retrataram que o 42% das mulheres já sentiram
medo de sofrer violência no ambiente universitário, 36% já
deixaram de fazer alguma atividade na universidade por medo de
sofrer violência, 10% relatam espontaneamente ter sofrido
violência de um homem na universidade ou em festas acadêmicas.
A violência contra o gênero feminino ultrapassa os muros das
universidades o lócus do conhecimento científico, reflete a cultura
machista e patriarcal que as instituições estão enraizadas, derruba
o mito que a violência contra a mulher ocorre apenas nas periferias,
feita por pessoas mais pobres com menor nível de escolaridade.
Palavras-chave: Violência, Violência contra a mulher, Violência
no ambiente universitário.
5º Emflor | Caderno de Resumos 66
16 DO LAR PARA O CRIME: UM ESTUDO ACERCA DO
AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA
CRIMINALIDADE EM MANAUS
Aline Ribeiro Lima1
Luciana Vieira dos Santos2
Márcia Helena Nascimento Braga3
Susy Ellen Pacheco da Silva4
RESUMO
Ao longo da história a mulher quase sempre foi vista como frágil,
delicada e sem direitos, relegada ao espaço de seu lar, devendo
servir seu marido e cuidar de seus filhos, ou seja, uma existência
de servidão e submissão à figura masculina. Até metade do século
passado, os crimes cometidos pelas mulheres se resumiam no
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Serviço Social Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM
5º Emflor | Caderno de Resumos 67
aborto, infanticídio e homicídios passionais. Entretanto, segundo
dados do Departamento Penitenciário Nacional (2014), atualmente
as mulheres cometem crimes muito mais graves como tráfico,
homicídio, latrocínio, dentre outros. A pesquisa de cunho
qualiquantitativo revelou também que 54% das mulheres no
Amazonas cumprem pena pelo crime de tráfico de entorpecentes, e
em sua maioria estas são jovens, com filhos, de baixa escolaridade
e que vivem em situação de vulnerabilidade social. De acordo com
dados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, o
aumento da participação feminina na criminalidade se deve ao fato
de muitas acabarem assumindo o lugar de seus maridos e
companheiros na ação criminosa, se tornando figuras ativas no
mundo do crime. Como se explica os casos de mulheres que
adentram ao mundo do crime? Toda essa discussão sobre essa
visibilidade/invisibilidade da mulher criminosa no Estado iniciou-
se a partir de tal indagação gerando a busca por respostas para tal
questionamento. Desse modo, espera-se que este estudo contribua
no aprofundamento do conhecimento acerca da participação
feminina nos altos índices de criminalidade no Estado, e
principalmente na cidade de Manaus.
Palavras-Chave: Mulher. Criminalidade. Violência.
5º Emflor | Caderno de Resumos 68
17 VIOLÊNCIA CONTRA MULHER:
CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DA VIOLÊNCIA
CONTRA MULHER NO SEU ÂMBITO FAMILIAR
NA CIDADE DE MANAUS - AM
Arianny Batista de Araújo1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
Eveline M. D. do Nascimento4
RESUMO
O estudo é uma tentativa de reconstruir a violência contra a mulher
e tem como objetivo analisar as consequências sociais que a mulher
sofre após ser vítima em seu âmbito familiar, identificando as
principais Políticas Públicas para a ampliação e o fortalecimento
do atendimento e acompanhamento social, psicológico e jurídico.
1 Graduada em Serviço social pela Universidade Nilton Lins, Manaus, AM. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia E-mail:
[email protected] 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-
Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA/UFAM. Professora da
Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Manaus e da Secretaria de Estado
da Educação e Qualidade do Ensino – SEDUC-AM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 69
Para as discussões foram utilizados como principais referências
bibliográficas o Presser (2014), Brasil (1988), Castillo et al (2005),
Dias (2007) que apresentam uma reflexão e ação emergencial sobre
a temática. Sabe-se que por muito tempo dentro de um contexto
histórico a figura da Mulher é marcada por desprezo dentro da
sociedade, sendo expostas a maus-tratos e sem interferência de leis
e programas que combatesse tal violência. Na contemporaneidade
ampliam-se os debates e estudos sobre violência contra a mulher,
entre as diferentes tipificações desta, propomos abordar sobre a
violência doméstica, que se manifestam através de agressões
físicas, psicológicas e sociais, como se sabe, tal violência provoca
consequências com impactos na saúde física e emocional da
mulher. Para Saffioti (2004) as mulheres se submetem à violência
não porque permitam ser violentadas, mas, porque muitas vezes são
forçadas a fazê-lo. É preciso, enfim, compartilhar
responsabilidades com a sociedade para diminuir as agressões
contra a mulher e garantir a integridade dessas vítimas, e diante da
Lei Maria da Penha e outros órgãos do governo atribuir
contribuições para solucionar os problemas tendo como um dever
de todos, zelar pela proteção e contribuir para minimizar esses
índices de violência.
Palavras-Chave: violência, gênero, mulher
5º Emflor | Caderno de Resumos 70
18 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM
ESTUDO SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA
AUTORA DOS CASOS DE VIOLÊNCIA
INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO FÓRUM
DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM
MANAUS – AM
Patrícia Canto Furtado Gonçalves1
Michelle Rabelo de Souza2
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo fazer uma discussão acerca dos
casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes
atendidos pelo Serviço Social do Fórum Desembargador Mário
Verçosa, do qual a mulher tem sido considerada suposta autora da
violência com 44% com relação aos casos atendidos em 2015. Os
sujeitos vivenciam com todo tipo de problema como: intolerância,
desemprego, falta de moradia, pobreza, dentre outros, o que pode
1Acadêmica do 8º período do curso de Serviço Social da Universidade Federal
do Amazonas- UFAM. 2Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas - UFAM, assistente social e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e
Observatório Social: Gênero, Política e Poder – GEPOS, professora substituta
do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 71
produzir condições extremas de violência, cabendo ao judiciário
intervir nesses casos que priva os direitos da criança e do
adolescente vitimizados pela violência doméstica e familiar. Na
contemporaneidade, a violência mostra-se tão aprofundada no
cotidiano das pessoas que refletir e agir em função dessa questão
deixou de ser uma ação situacional ou isolada. Através do
levantamento dos dados e informações colhidas junto ao Fórum,
observou-se que as mulheres estão como principais agressoras e
sendo o pai o autor das denúncias nos despertou o interesse de
aprofundar nossas análises sobre a prática de uma possível
alienação parental, o que tem se tornado muito comum entre as
famílias após processo de divórcio. A pesquisa realizou-se no
Fórum Desembargador Mário Verçosa através do levantamento de
informações adquiridas junto aos relatórios de atendimentos
realizados pelo Serviço Social do Fórum durante o ano de 2016.
Buscamos assim com o presente estudo compreender as causas do
alto índice de mulheres como suposta agressora de seus filhos (as).
Palavras-chaves: Mulher, Alienação Parental, Violência
Intrafamiliar.
5º Emflor | Caderno de Resumos 72
19 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE
GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE
MANAUS - AM
Maria Raquel Cruz da Silva1
Márcia Perales Mendes da Silva2
RESUMO
Violência obstétrica é o termo utilizado para descrever as várias
formas de violências ocorridas na assistência à saúde, durante a
gravidez, parto, pós-parto e aborto. Este estudo justifica-se na
expectativa de avançar na edificação de conhecimentos teóricos
sobre este tema discutido nacional, internacionalmente e com
crescentes denúncias na cidade de Manaus. Objetivou-se analisar a
violência obstétrica a partir da perspectiva de gênero e saúde. Para
tanto, objetivou-se conhecer as informações disponíveis na
literatura sobre a conceituação e tipificação de violência obstétrica
perpetrada contra as mulheres, bem como relacionar essa temática
com a questão de gênero e saúde, apontando aspectos fundamentais
e legais inerente ao entendimento da problemática. Trata-se de
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
– PUC/SP.
5º Emflor | Caderno de Resumos 73
uma revisão bibliográfica, cuja metodologia teve abordagem
qualitativa e quantitativa, na base de dados em livros, revistas
científicas, artigos do Scielo, Lilacs e dados oriundos de notícias,
audiências e debates. Constatou-se que a violência obstétrica é uma
das expressões da violência de gênero, percebida através das
denúncias e mobilizações contra essa violência ocorrida nos
serviços de saúde e nas maternidades em nosso país e cidade. Para
o seu enfrentamento é necessário o Estado avançar na discussão
junto com as organizações e movimentos que debatem este tema
em nível nacional e local, afim da melhoria na efetivação das
políticas direcionadas à saúde da mulher.
Palavras-Chaves: Gênero, Saúde, Violência Obstétrica, Direitos
Humanos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 74
20 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMETIDA PELO
COMPANHEIRO NA RELAÇÃO MARITAL: UM
OLHAR PARA AS MULHERES ATENDIDAS NO
PRIMEIRO JUIZADO MARIA DA PENHA
Rayane de Oliveira Viana1
RESUMO
Este trabalho realizou uma abordagem sobre a violência doméstica
contra a mulher, a qual se encontra intrinsecamente relacionada às
relações de gênero e de poder na sociedade patriarcal. Verificou-se
em que sentido ocorrem os maus tratos de mulheres no âmbito da
violência doméstica, especialmente na relação marital, remetendo
para a verificação deste problema social no Primeiro Juizado Maria
da Penha em Manaus. A origem da violência contra a mulher está
diretamente relacionada ao patriarcado e ao sistema capitalista que
reforça a inferioridade feminina em termos de atuação no mercado
de trabalho, sem desvinculá-la da esfera privada e das atividades
domésticas, historicamente construídas com base na desigualdade
de gênero. Embora tenha ocorrido avanços na legislação brasileira
e nas conquistas das mulheres, a violência doméstica continua com
índices elevados na sociedade brasileira. Esta pesquisa realizada no
Primeiro Juizado Especializado no Combate à Violência
1 Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas
5º Emflor | Caderno de Resumos 75
Doméstica contra a Mulher assume as orientações das abordagens
qualitativas sem excluir os aspectos quantitativos. Dentre os
múltiplos resultados obtidos ficou claro que a violência doméstica
se estabelece tanto no âmbito da relação conjugal quanto na
situação de separação do casal, em que o homem ainda se vê como
“dono” da mulher, exercendo uma dominação sobre ela. Pode-se
dizer, por fim, que as mulheres continuam em situação de violência
após a separação conjugal, o que acarreta prejuízo à sua saúde e à
sua psique.
Palavras-chave: Violência Doméstica, Relação de Gênero,
Patriarcado.
5º Emflor | Caderno de Resumos 76
21 E QUANDO O “NÃO” DA MULHER VIRA
ESTATÍSTICA?
Sharlenny Alencar1
RESUMO
Diariamente vemos casos de violência contra a mulher, motivada
pelo sentimento de posse, fruto da misoginia institucionalizada em
nossa sociedade. Mulheres que tiveram seu direito inalienável, de
pertença ao seu próprio corpo, violado, ao encerrarem um
relacionamento. Esse artigo aborda os tipos de violências que
mulheres sofreram ao terminarem um relacionamento abusivo, se
propondo a avaliar as matérias veiculadas em jornais digitais e os
respectivos comentários de seus leitores. Fundamentando-se no
método de análise da etnografia digital. Como objetivos específicos
no propomos a discutir a dinâmica dos relacionamentos abusivos e
os sinais vermelhos dados no início da relação, analisar matérias
veiculadas em jornais digitais a respeito da violência sofrida por
mulheres ao encerrarem um relacionamento e discutir misoginia,
feminicídio patriarcado e violência masculina. Estamos avançando
no debate sobre violência contra a mulher, feminismo, machismo,
1 Assistente Social, Especialista no Enfrentamento da Violência Intrafamiliar –
PGPPEVI pela Faculdade Salesiana Dom Bosco.
5º Emflor | Caderno de Resumos 77
mas ainda temos longos passos pela frente, porque, diariamente,
casos de agressão, feminicídio, são noticiados na mídia. Séculos de
submissão, da mulher tratada como propriedade privada, não são
superados de um dia para o outro. A violência contra a mulher
ultrapassa gerações e o debate profissional, social, acadêmico, é
uma forma de trazer à tona os limites e as possibilidades diante da
discussão dos relacionamentos abusivos. E falar desse tipo de
relacionamento é cutucar uma ferida ainda aberta em nossa
sociedade: A misoginia.
Palavras-chave: Misoginia, Dominação masculina, Violência,
Feminicídio.
5º Emflor | Caderno de Resumos 78
22 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO
PÚBLICA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS
MULHERES QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS RETORNEM AO
ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E JURÍDICO
Frankandrey Batista Ferreira1
Sandro Breval Santiago2
RESUMO
Este artigo tem o objetivo demonstrar os resultados dos estudos no
Centro Estadual de Referência de Apoio a Mulher – CREAM na
capital de Manaus/AM. Para entendermos a questão do não retorno
das mulheres em situação de violência. Analisamos como a
Qualidade da Gestão influencia no atendimento das mulheres em
situação de violência. Destacando a importância do atendimento
oferecido pelo CREAM a essas mulheres, para que o serviço seja
entregue com eficiência e eficácia e principalmente efetivos para
que as mesmas se sintam seguras para procurar o auxílio. Por meio
de dados coletados nos relatórios do primeiro trimestre de ano
1 Graduando do Curso Superior de Administração da Universidade Federal do
Amazonas - UFAM - Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amazonas –
UFAM – Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 79
corrente, identificando a situação da organização quanto ao uso de
ferramentas ou sistemas de informação que auxiliam na Gestão da
Informação para que contribuam no retorno das assistidas;
mapeamento das Zonas onde as assistidas residem para auxiliar a
organização a compreender se o fator distância é um fator
primordial para o não retorno das assistidas. Verificou-se um
espaço de acolhimento, atenção psicológica, social, orientação e
encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.
Fornecendo o apoio necessário à superação da situação de violência
ocorrida e contribuindo para o fortalecimento da mulher no
momento de sua fragilidade imposta pela situação de violência em
que se encontra. Os atendimentos visam o término da situação de
violência e a prevenção de futuros atos de agressão.
Palavras-chave: Administração Pública; Gestão de qualidade;
Violência contra a mulher.
5º Emflor | Caderno de Resumos 80
GT 2 – GÊNERO, MOVIMENTOS SOCIAIS E
POLÍTICAS PÚBLICAS
Coordenadores:
Profa. Dra. Márcia Maria de Oliveira (UNIR)
Prof. Dr. Ricardo Gonçalves Castro (URFJ)
5º Emflor | Caderno de Resumos 81
23 GÊNERO E ESTADO: DESAFIOS À
IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA MULHERES NA CENA CONTEMPORÂNEA
BRASILEIRA
Denise Bentes Soares1
Daniela Glória Canto2
Elizabeth Cardoso Batista Neta3
RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar os desafios à
implementação de políticas públicas para mulheres no Brasil
contemporâneo, com ênfase na relação gênero e Estado. O contexto
de crise econômica, política e social, pela qual o país tem passado,
geraram impactos diretos na vida das mulheres, em particular
relacionadas às políticas públicas, a exemplo da Secretaria de
Políticas para Mulheres - SPM que o ano de 2015 perdeu seu status
1 Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Pós-
graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior do Norte
– EDUCANORTE. E-mail: [email protected] 2 Pós-graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior
do Norte – EDUCANORTE. Graduada em Serviço Social, pela Universidade
Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: [email protected] 3 Pós-graduada em Direito e Proteção Social, pelo Instituto de Apoio Superior
do Norte – EDUCANORTE. Graduada em Serviço Social, pela Universidade
Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 82
de Ministério. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com base em
uma revisão de literatura fundamentada em pesquisas secundárias,
bem como análise documental de arquivos disponíveis no site
eletrônico da Secretaria de Políticas para Mulheres-SPM. O estudo
aponta os desafios na construção e implementação de políticas para
mulheres, retrocessos no campo dos direitos políticos e sociais, e
ações incipientes para atender as demandas das mulheres, devido à
escassez de recursos e incentivo por parte do Estado, o qual se
configura como reprodutor de desigualdades relacionadas às
questões de gênero. Destarte, as políticas públicas precisam ser
ampliadas e fortalecidas, a partir de ações conjuntas e articuladas
entre todos os setores da sociedade, no sentido de enfrentar as
desigualdades vivenciadas pelas mulheres.
Palavras-chave: Gênero, Estado, Políticas Públicas, Mulheres
5º Emflor | Caderno de Resumos 83
24 O TERRITÓRIO DAS VARREDORAS DE TEFÉ E
COARI – AMAZONAS
Nágila dos Santos Situba1
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o serviço de limpeza
urbana de Tefé e Coari - Amazonas, de modo a compreender o
território das varredoras. Trata-se de um estudo de gênero de cunho
bibliográfico e pesquisa de campo, realizado em 2015 e 2016.
Neste sentido, a limpeza urbana passa a compor à problemática que
lida desde as condições daqueles que trabalham com o lixo até as
condições de vida daqueles que transitam nos espaços públicos.
Segundo IBGE (2008) a limpeza urbana é de responsabilidade da
municipalidade e cabe a esta legislar e executar de acordo com a
realidade. Neste contexto, o método utilizado nesta pesquisa é o
comparativo, partindo de observações, conversas e aplicação de
formulários. Buscou-se a partir disto, compreender o cotidiano
dessas mulheres e as relações de trabalho que se estabelecem no
interior das relações capitalistas. Os resultados obtidos apontam a
precarização e exploração da força de trabalho feminino, além das
1 Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Atua como
pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Cidades na Amazônia Brasileira -
NEPECAB.
5º Emflor | Caderno de Resumos 84
desigualdades que se estabelecem entre homens e mulheres.
Durante a execução da atividade as varredoras de ruas são expostas
a poeira, realizam movimentos repetitivos com a vassoura e
dividem os espaços e logradouros públicos com os veículos. Esta
poeira causa desconforto, pode prejudicar o pulmão e gerar
incomodo nasal durante a atividade, principalmente quando há
ausência de máscaras para o rosto. Portanto, este é um trabalho
precário na medida que traz desconforto para as trabalhadoras e põe
a vida em risco.
Palavras Chave: Cidades, varredoras, trabalho.
5º Emflor | Caderno de Resumos 85
25 FEMINISMOS E FEMINISTAS E O PIONEIRISMO
DAS “MULHERES DA ILHA” NO MARANHÃO
Maria Mary Ferreira1
RESUMO
Os movimentos feministas no Brasil surgem na década de setenta
no contexto da luta contra a ditadura e se expande pelo Nordeste
brasileiro a partir de organizações que trazem em diferentes formas
de expressão o descontentamento de um silêncio milenar sobre a
subalternidade das mulheres que ecoou em diversos cantos deste
País. A luta e resistência, que marcam as múltiplas formas de ação
e de enfrentamentos desse movimento contra o Estado e setores
conservadores da sociedade, deram ao movimento feminista
reconhecimento e contribuíram para que repercutisse na sociedade
em virtude das ações radicais que visibilizaram suas
reinvindicações frente ao modelo liberal em vigor no Estado
brasileiro. Autores como Castells (1999), Alvarez (2000), Santos
(2003), Guiddens (2012), concebem os movimentos feministas
como responsáveis pela construção de um novo paradigma de
igualdade em escala mundial. São protagonistas de uma “revolução
silenciosa” que alterou substancialmente a vida das mulheres. As
1 Professora Associada do Departamento de Biblioteconomia e do Programa de
Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão,
doutora em Sociologia UNESP/FCLAr - [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 86
ações resultaram na formulação e implementação de políticas
públicas, em mudanças nas estruturas legais, na criação de
instrumentos de proteção e ampliação dos direitos das mulheres, a
exemplo das delegacias da mulher, dos pactos de combate à
violência contra a mulher, entre outras políticas que se traduziram
como resposta do Estado as reinvindicações dos movimentos
feministas. A proposta desta comunicação é apresentar elementos
para compreender a riqueza e singularidades do que representou e
representa o Movimento Feminista no Maranhão. Trata-se de um
estudo qualitativo com perspectiva dialética por compreender que
a ação política do movimento feminista traz um conjunto de
nuanças que seria difícil de quantificar. Nos estudos dialéticos
leva-se em consideração a complexidade da sociedade em que as
mulheres embora maioria, são consideradas como minoria. Os
desafios, porém, permanecem, um dos quais a violência de gênero
que muitas vezes resulta em feminicídios e a sub-representação nos
espaços de poder que invizibiliza a presença e ação das mulheres
em projetos de mudanças e em ações e intervenções políticas nas
instâncias decisórias.
Palavras Chave: Movimento Feminista; Protagonismo feminino;
Grupo de Mulheres da Ilha; Maranhão
5º Emflor | Caderno de Resumos 87
26 O EMPODERAMENTO DAS MULHERES DE
MANAUS ATRAVÉS DO PROGRAMA BOLSA
FAMÍLIA
Juliane Almeida Batista Leite1
Yoshiko Sassaki2
RESUMO
A presente pesquisa de Mestrado que está em andamento, tem
como objetivo avaliar se o Programa Bolsa Família está
contribuindo para o processo de empoderamento das mulheres
beneficiárias da Cidade de Manaus. O Programa Bolsa Família
(PBF) tem como objetivo contribuir para a superação da pobreza
de famílias extremamente pobres e pobres. O repasse do benefício
é feito preferencialmente para a mulher e essa titularidade feminina
vem sendo pauta de intensos debates sobre as contribuições do PBF
para o processo de empoderamento das mulheres beneficiárias e
1 Bacharela em Serviço Social pela Faculdade Estácio do Amazonas. Mestranda
do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho e professora associada da Universidade Federal do Amazonas.
E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 88
para a diminuição das desigualdades de gênero, devido a dados que
demonstram que o ato de ser titular do benefício e de administrá-lo
tem fortalecido o seu papel na família e na comunidade, melhora a
autoestima, redução da dependência no que se refere ao parceiro e
diminuição dos conflitos domésticos.
Palavras-chave: empoderamento; titularidade feminina; Bolsa
Família.
5º Emflor | Caderno de Resumos 89
27 PROTAGONISMOS FEMININOS NO MOVIMENTO
QUILOMBOLA DO RIO ANDIRÁ, FRONTEIRA
AMAZONAS/PARÁ (2005-2016).
João Marinho da Rocha1
Marilene Corrêa da Silva Freitas2
RESUMO
Esta comunicação traz uma reflexão acerca do protagonismo de
mulheres negras e quilombolas no pós-abolição Amazonas. Há
cerca de vinte anos vem ocorrendo no Estado do Amazonas
movimentos de lutas por direitos étnicos, territoriais e inclusão
social. Ocorreu o reconhecimento por parte do Estado Brasileiro,
de inúmeras comunidades como remanescentes de quilombo, a
saber: Tambor dos pretos, no Município de Novo Airão;
Quilombolas do Andirá, no município de Barreirinha; Quilombo
urbano do Barranco da praça 14 de Janeiro, na cidade de Manaus e
recentemente, quilombo do Lago Serpa, no município de
Itacoatiara. Isto levanta muitas questões que desafiam os propósitos
tradicionais das ciências humanas e sociais, acostumados a lidar
1 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia – PPGSCA/UFAM. [email protected] 2 Pós-Doutoramento na Université de CAEN e na UNESCO (2001-2002). Atualmente
Professora Associado III da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 90
com a propalada “ausência de negros” no Estado, dada a elevada
demografia indígena e as comprovações estatísticas das poucas
entradas de negros escravizados, e ou libertos, em tempos coloniais
e imperiais e no Pós-abolição. A partir da metodologia da História
Oral, nossas reflexões têm como suporte as memórias orais de três
mulheres acerca do movimento quilombola do Rio Andirá, entre
2005-2016. Enfatizamos as trajetórias de tais mulheres e suas
Ações políticas nos processos de diferenciação étnico-racial. O
fazemos apontando seus protagonismos históricos, a partir das
relações entre História das mulheres e Gênero e das interfaces com
o campo da História Social e dos estudos do Pós-Abolição no
Brasil.
Palavras-chave: Memória e História, Protagonismo Feminino,
Quilombolas do Rio Andirá.
5º Emflor | Caderno de Resumos 91
28 UM ESTUDO SOBRE AS MULHERES LÍDERES NOS
MOVIMENTOS SOCIAIS NA CIDADE DE MANAUS
Vannessa Gomes da Silva1
Ângela Emília Gama da Silva2
RESUMO
Com base no contexto histórico dos movimentos sociais e sua
magnitude no desenvolvimento do país, bem como para a capital
do Estado do Amazonas, é notória a participação da liderança
feminina no processo de lutas em busca de melhores condições
para a grande massa populacional que sempre teve anseio por
igualdade, alcançando conquistas sociais ao mesmo passo que
confrontava a resistência de grandes embates no sentido de
interesses opostos. No intuito de desmitificar o conceito errôneo da
população em relação, não apenas, aos movimentos, mais para com
a própria liderança surge as indagações: o que levou as mulheres a
militância nos movimentos sociais? Que tipo de capacitação dispõe
essas líderes? De que forma isso pode contribuir para o bom
resultado de sua militância? Por diversas vezes as líderes têm sua
1 Graduando de Serviço Social da Universidade Nilton Lins. E-mail:
[email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/ UFAM. Docente
da Universidade Nilton Lins. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 92
atuação e capacitação postas em dúvida, sofrendo difamação e até
mesmo desmoralização da credibilidade social, quer seja pelos
meios de comunicação manipulados, pelos grupos ou indivíduos
que de alguma forma sentem-se ofendidos ou incomodados pela
atuação destas frente a segmentos populacionais que buscam em
sua maioria a efetivação de direitos. O objetivo deste artigo é
desvelar a importância e a real condição profissional das mulheres
líderes de movimentos sociais na cidade de Manaus. A
metodologia utilizada foi a pesquisa de campo realizada com cinco
mulheres líderes de movimentos sociais na cidade de Manaus,
através de entrevista semiestruturada. A pesquisa de caráter
descritivo, não pretende de maneira alguma, velar as condutas
embusteiras que não se pode negar que exista dentro do universo
dos movimentos sociais. Contudo, buscou-se evidenciar as boas
práticas que se destacam nos movimentos sociais, além de salientar
o próprio empoderamento feminino e a capacidade das líderes em
buscar o bem comum, por meio de recursos apropriados.
Palavras-chave: Movimentos sociais, liderança feminina,
capacitação.
5º Emflor | Caderno de Resumos 93
29 MULHERES PESCADORAS NO AMAZONAS:
RETRATOS DE UMA LUTA POR IGUALDADE DE
GÊNERO
Jéssica Daiane de Lemos Rodrigues1
Thaynara Reis do Nascimento Cruz2
Isaac Guidão Toscano3
Viviane de Oliveira Rocha4
RESUMO
Mediante estudos e pesquisas realizadas pode-se afirmar que a
problemática da desigualdade de gênero entre pescadores e
pescadoras no Amazonas é reflexo de uma lógica muito mais
abrangente, haja vista que, no Brasil a busca pela igualdade entre
homens e mulheres ainda segue enquanto um desafio. Desta forma,
o presente artigo tem como objetivo central analisar o processo de
1 Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade
na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:
[email protected] 2 Mestranda do curso de Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, pela
Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:
[email protected] 3 Mestrando do curso de Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, pela
Universidade Federal do Amazonas – UFAM; e-mail:
[email protected] 4 Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade
na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM; E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 94
lutas das pescadoras artesanais, via movimentos sociais, pela
igualdade de gênero entre homens e mulheres no desenvolvimento
de suas atividades. No que tange à metodologia do trabalho
realizado, o mesmo consiste em uma pesquisa bibliográfica e
documental, de natureza dialética com abordagem crítico-
reflexiva. O estudo aqui apresentado é importante no intento de se
evidenciar a luta diária das mulheres pescadoras pelo
reconhecimento legítimo da pesca enquanto espaço de trabalho,
tendo em vista que no âmbito da pesca, assim como em diversos
outros segmentos sociais, a mulher continua sendo desvalorizada e
sofrendo com a discriminação em virtude de ocupação profissional.
Neste contexto, explicitaremos como se constitui a luta destas
mulheres a partir do Movimento de Pescadores e Pescadoras
Artesanais (MPP), o qual tem como bandeira de luta a igualdade de
gênero entre homens e mulheres, bem como a efetivação de
políticas públicas inclusivas que visem a atenuação desta
problemática.
Palavras-Chave: Mulheres Pescadoras Igualdade de Gênero
Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)
5º Emflor | Caderno de Resumos 95
30 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL:
CONCEITO, MOTIVAÇÕES E AS SOLUÇÕES PARA
PREVENÇÃO E COMBATE
Anne Luise Pontes Cordovil1
Dorinethe dos Santos Bentes2
RESUMO
O tema violência obstétrica vem ganhado visibilidade no século
XXI e se caracteriza como sendo os maus tratos na assistência à
gravidez, no parto, no pós-parto e no abortamento. Segundo a
Portaria 569/2000, criadora do Programa de Humanização do Pré-
natal e Nascimento (PHPN), “toda gestante tem direito ao acesso a
atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e
puerpério”. Por isso a assistência realizada de maneira
inapropriada, pode ser caracterizada crime contra a integridade
física, como está disposto no art.129 do Código Penal. Sendo
assim, a humanização é a primeira atitude necessária dentro do
ambiente hospitalar, proporcionando um atendimento que observe
a singularidade de cada paciente. Porém, além da humanização, é
1Acadêmica de Direito da Universidade Federal do Amazonas- UFAM. E-mail:
[email protected] 2 Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 96
necessário que medidas imediatas sejam tomadas, e é nessa área
que o direito deve atuar, fazendo que os profissionais da saúde se
atentem para as diretrizes que são apontadas pelo Ministério da
Saúde e pela OMS, para que haja um melhor atendimento, e
punindo quando tal diretrizes não são observadas.
Palavras-Chaves: Violência obstétrica, Atendimento digno,
Humanização.
5º Emflor | Caderno de Resumos 97
31 MULHERES NO MOVIMENTO DE MORADIA: A
EXPERIÊNCIA DO MOVIMENTO ORQUÍDEAS EM
MANAUS
Alessandra do Amaral Sales1
Mariza Souza Cavalcante2
RESUMO
A inserção das mulheres nas questões do mundo público tem sido
um dos grandes pontos de discussão e debate no mundo moderno,
pois coloca em xeque a posição de subalternidade e inferioridade
das mulheres em relação aos homens. Neste sentido, este estudo
apresenta algumas considerações extraídas da pesquisa realizada
para a construção da dissertação de mestrado intitulada
“Movimento Orquídeas: as mulheres como sujeitos coletivos na
luta por moradia em Manaus” e tem o intuito de aprofundar os
estudos sobre a forma como a mulher apresenta-se na organização
do movimento social e na gestão das políticas públicas,
especificamente a da habitação, a partir da atuação do Movimento
de Mulheres por Moradia Orquídeas – MMMO. Ao analisarmos a
atuação do Movimento de Mulheres por Moradia Orquídea –
MMMO na cidade de Manaus, possibilita-se a discussão acerca do
papel da mulher enquanto sujeito político, partindo da análise de
1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Assistente
social da SEMED – Manaus. [email protected] 2 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia/UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 98
sua representação enquanto gestora de programa de habitação do
governo federal e sua atuação junto à organização dos movimentos
de luta por moradia. Ao nos determos sobre a atuação política do
Movimento de Mulheres por Moradia Orquídea – MMMO junto ao
Estado e ao processo organizativo surgem questões que delineiam
o sentido desta pesquisa, pois apresenta o papel feminino que
extrapola a pura necessidade humana imediata (habitação) e
perpassa por um papel de liderança, respeitabilidade e confiança na
luta por direitos, papel este anteriormente conferido ao homem.
Palavras-chave: Gênero. Movimento de Mulheres. Habitação.
5º Emflor | Caderno de Resumos 99
32 AVANÇOS E DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONTRA A MULHER
Leodiney Viana de Carvalho Penha1
Laura Shelly da Rocha2
Marilia Carvalho da Silva3
RESUMO
O presente estudo se propõe a refletir sobre a violência doméstica
contra a mulher, contemplando o autor de tal violação dos direitos
humanos. Tem como objetivo realizar uma abordagem sobre as
políticas de enfrentamento a violência contra a mulher com um
olhar para os programas de atendimento aos homens autores de
violência. Assim, neste quadro apontam-se as políticas públicas
sociais como uma ferramenta capaz de oferecer possibilidades
interventivas nessa questão, essas políticas públicas têm por
1 Graduanda em Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Centro de Estudos
Teológicos Brasileiro-Ceteo. Manaus, 2017. E-mail: [email protected] 2 Pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidade pela
Faculdade Unyleya.Manaus,2017.
E-mail: [email protected] 3 Pós-graduanda em Trabalho Social com Famílias e Comunidade pela
Faculdade Unyleya.Manaus,2017.
E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 100
finalidade a elaboração de ações que visem à redução das
manifestações de tal questão social. E difundir a questão do
trabalho em rede como uma ferramenta importante para o
desenvolvimento das ações de enfrentamento da mesma. Este
artigo foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica e para
uma compreensão crítica adotou-se o método histórico dialético.
Sabe-se que ocorreram muitos avanços, no entanto, os grandes
desafios estão postos diante dos profissionais que atuam nessa área,
bem como diante da sociedade. Os resultados apontam a
necessidade de uma intervenção mais eficaz do poder público, pois
os casos continuam ocorrendo de forma bastante ampla, logo
entende-se que a forma que os mecanismos estão sendo
desenvolvidos podem ser repensadas para aplicar outra
metodologia de trabalho tanto com a vítima quanto com o agressor.
Palavras-chave: Relações de gênero, violência contra a mulher,
políticas públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 101
33 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS IMPACTOS NA
SAÚDE DA MULHER
Débora Laís da Silva Ferreira1
Rafaella Teixeira Pismel2
Michelle Rabelo de Souza3
RESUMO
Na sociedade, as causas e consequências da violência doméstica
correspondem às suas interações, ou seja, o homem e a mulher a
partir da construção histórica da qual vem traçando processos de
relação, construindo novos perfis e ainda enfrentando desafios por
igualdade. Porém, embora a mulher através de sua movimentação
histórica tenha demarcado o seu empoderamento, ainda é notório a
sua subjugação quando se trata dos mesmos direitos com relação
ao homem. A mulher não somente atribui influência dentro do lar,
mas também no espaço social e esta é uma questão muito tratada e
exaltada pelos diversos pesquisadores da área. A trajetória
feminina foi árdua até aqui, no entanto, a sua luta é contínua e cheia
1 Assistente Social 2 Assistente Social 3Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas
5º Emflor | Caderno de Resumos 102
de obstáculos e um dos maiores deles ainda está no enfrentamento
a violência doméstica que a cada dia faz uma vítima fatal. Com o
intuito de atingir os objetivos propostos, realizamos e analisamos
questionários às mulheres no setor de mamografia de um Hospital
Público da cidade de Manaus para detectar os casos de violência
doméstica sofrida pelas pacientes. Nos atendimentos, muitas
mulheres de maneira espontânea relatavam ter sofrido algum tipo
de violência, observou-se que isso tem lhes trazido consequências
drásticas no que concerne à saúde da mulher. Apesar da existência
da Lei 11.340/06, temos visto que o número de feminicídio tem
aumentado na cidade de Manaus e aquelas mulheres que
conseguem sobreviver diante das práticas de violência cometida
por seus companheiros carregam consigo a dor não só física, mas
também emocional.
Palavras-chave: Empoderamento feminino, Violência doméstica,
Saúde da Mulher.
5º Emflor | Caderno de Resumos 103
34 AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR MULHERES
IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA: UM
ESTUDO NO CENTRO ESTADUAL DE
CONVIVÊNCIA DO IDOSO – CECI, MANAUS, AM.
Ângela Maria Moreira Teixeira 1
Ângela Emília Gama da Silva2
Ana Cláudia dos Santos Lacerda3
Luiza de Marilac Miléo Moreira4
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo das estratégias utilizadas por
idosas praticantes de hidroginástica para envelhecer com qualidade
de vida. Optou-se pela pesquisa com abordagem qualitativa,
descritiva e de campo. O universo da pesquisa são 100 idosas
matriculadas na hidroginástica, foram selecionadas as que possuem
idade superior a 60 anos. Para a amostra foram selecionados 10
1Pós-graduanda de Gerontologia Social na Faculdade Salesiana Dom Bosco. E-
mail: [email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia –UFAM,
Orientadora e docente da Pós-Graduação da Faculdade Salesiana Dom Bosco.
E-mail: [email protected] 3 Aluna especial Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS –E-mail:
[email protected] 4 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM.
Professora do curso de Serviço Social na Universidade Nilton Lins.
5º Emflor | Caderno de Resumos 104
(dez) idosas que frequentam o Centro de Convivência do Idoso –
CECI em Manaus, sendo que a participação das idosas na pesquisa
obedeceu ao critério da disposição voluntária das mesmas. A
amostra da pesquisa foi de 40% da população (25 idosas). Percebe-
se que 50% das idosas preferem estar no centro do idoso e desfrutar
das atividades ali propostas; 40% dentre os que participam de
hidroginástica, disseram que gostam dos exercícios feitos na
piscina, porém, dão preferência a estar com os familiares, mas sem
atrapalhar seu tempo no CECI e em especial nos dias da atividade.
Outro fator importante e que não deve ser descartado são os 10%
que se dividiam em várias outras opiniões do que para eles deveria
significar uma boa qualidade de vida. Visando confirmar a hipótese
de que as idosas adotam estratégias próprias. Verificou-se que a
assiduidade ao CECI se dá pela incompatibilidade das famílias em
lidar com os problemas da terceira idade e isso foi confirmado pelas
observações dos geriatras. Ao entrar na hidroginástica, as idosas
entram num jogo de acertos com o próprio corpo e isso resultou em
mais qualidade de vida para todas.
Palavras-chave: Envelhecimento, Qualidade de Vida, Mulheres
Idosas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 105
35 AS OCUPAÇÕES IRREGULARES EM MANAUS E O
TRABALHO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM
CALAMIDADE PÚBLICA E EMERGÊNCIAS: OS
AVANÇOS NA INTERLOCUÇÃO COM A POLÍTICA
PÚBLICA DE HABITAÇÃO.
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1
Jakeline Cruz da Silva2
Irvana Góes dos Santos3
RESUMO
A estrutura da cidade de Manaus – AM modificou-se com o
processo de urbanização e desenvolvimento econômico, desta
forma percebemos que o espaço urbano adquiriu outra visibilidade
com o crescimento populacional decorrente dos deslocamentos
migratórios ocorridos ao longo dos anos. Essa urbanização
vertiginosa não é privilégio apenas da região amazônica, ela ocorre
praticamente em todo território nacional. É no processo de
1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de
Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do
Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.
[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências
– SPCPE. Docente da Universidade Paulista.
5º Emflor | Caderno de Resumos 106
urbanização e industrialização ocorrido nos anos 70 que o espaço
urbano em Manaus se modifica bruscamente com a implantação do
Polo Industrial de Manaus – PIM. Assim, o estudo visa analisar os
avanços na atuação do Serviço de Proteção à Calamidade Pública
e Emergências na busca pela garantia da Política Pública de
Habitação em Manaus – AM as mulheres residentes nas áreas de
risco. O trabalho de campo atendeu a uma amostra de 03 assistentes
sociais, 01 gerente, 01 administrativo do SPCPE, através de
formulários contendo perguntas abertas e fechadas, relacionada
com as interpretações bibliográficas e das legislações vigentes
acerca do SPCPE e da Política Pública de habitação. Como
resultado desta pesquisa identificamos que 65% dos entrevistados
afirmam ter conseguido avançar na interlocução com a política de
habitação e que 30% relatam que o processo de interlocução
demorou para acontecer havendo ainda necessidade de ampliar o
acesso.
Palavras-Chave: Política Pública, Habitação, Manaus,
Calamidade Pública, Ocupações.
5º Emflor | Caderno de Resumos 107
36 DAS OCUPAÇÕES DE MORADIA A POLÍTICA DE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: O
MOVIMENTO DE MULHERES AMAZONAS
SEMPRE VIVO EM PROL A MORADIA DIGNA EM
MANAUS/AM.
Tatiane Nascimento Franco1
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner2
RESUMO
A cidade de Manaus em sua maior parte foi e está sendo constituída
por inúmeras ocupações, fenômeno este atribuído como
consequência dos processos de urbanização e industrialização.
Deste modo conferimos que o desenvolvimento do espaço urbano
em Manaus intensificou-se a partir da instalação do Polo Industrial
de Manaus (PIM), ocasionando os deslocamentos e crescimento
populacional que trouxe consigo a formação de inúmeros bairros
originados de ocupações em áreas irregulares, promovendo a
segregação social e a falta dos equipamentos sociais. Com as
precárias condições de habitabilidade, a sociedade civil como o
1 Assistente Social do CRAS de Tonantins - AM.
[email protected] 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de
Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 108
Movimento de Mulheres Amazonas Sempre Vivo – ASV mobiliza-
se em prol a moradia digna através da Política de Habitação de
Interesse Social. Assim, o estudo visa analisar a organização e
mobilização do ASV na luta pela moradia digna para as mulheres
chefes de família associadas ao referido movimento, em Manaus-
AM. O estudo tem como base a pesquisa de campo relacionada
com as interpretações bibliográficas através da perspectiva
qualitativa sem excluir os aspectos quantitativos, tendo como
amostra 15 mulheres chefes de família associadas ao Movimento
de Mulheres Amazonas Sempre Vivo – ASV e inscritas no
Programa Minha Casa Minha Vida Entidades – PMCMV/E. Como
resultado desta pesquisa identificamos que 75% das entrevistadas
afirmam ser esse o primeiro movimento social em que estão
realmente engajadas e que 60% acreditam ser por meio da luta e
organização que elas conseguirão ter sua casa própria digna.
Palavras-Chave: Ocupações, Desenvolvimento urbano, Moradia
digna Movimento de Mulheres, Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 109
37 MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA DO AUXÍLIO
ALUGUEL EM MANAUS: A ATUAÇÃO DO
SERVIÇO DE PROTEÇÃO À CALAMIDADE
PÚBLICA E EMERGÊNCIAS NA LUTA PELA
INTERSETORIALIDADE COM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS.
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner1
Jakeline Cruz da Silva2
Irvana Góes dos Santos3
RESUMO
Com a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Cidade o
direito à moradia foi constituindo-se, como forma de garantir o
acesso à moradia digna como fator social fundamental para
dignidade humana, levando em 2005 a regulamentação da Política
Nacional de Habitação. A problemática habitacional no Brasil é
antiga e representa um dos principais problemas vivenciados pelas
1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Assistente Social. Assistente Social do Centro de
Referência dos Direitos da Mulher – CRDM. [email protected] 2 Especialista em Gerontologia Social e Saúde do Idoso. Assistente Social do
Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências – SPCPE.
[email protected] 3 Assistente Social do Serviço de Proteção à Calamidade Pública e Emergências
– SPCPE. Docente do Curso de Serviço Social da Universidade Paulista - UNIP.
5º Emflor | Caderno de Resumos 110
camadas populares da sociedade brasileira, atualmente o Brasil
possuí um déficit habitacional de mais de 90.000 mil unidades. As
mulheres são as que mais sofrem com a falta de moradia no Brasil
e em Manaus está realidade não é diferente. Desta forma o presente
artigo se propõe a analisar a atuação dos profissionais no Serviço
de Proteção à Calamidade Pública e Emergências na luta pela
intersetorialidade com as Políticas Públicas como garantia de
direitos O trabalho de campo atendeu a uma amostra de 03
assistentes sociais, 01 gerente, 01 administrativo do SPCPE e 15
mulheres oriundas de área de risco assistidas pelo benefício social
do Auxílio Aluguel da Prefeitura Municipal de Manaus, através de
formulários contendo perguntas abertas e fechadas, relacionada
com as interpretações bibliográficas e das legislações vigentes.
Como resultado desta pesquisa identificamos que 75% das
entrevistadas são mulheres oriundas de área de risco e que 60% são
oriundas de zona leste de Manaus, bem como que 65% das
entrevistadas relatam não terem esperança de saírem da condição
em que vivem, pois não acreditam na garantia de seus direitos.
Palavras Chave: Política de Habitação, Mulher, Auxílio Aluguel,
Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 111
38 A REALIDADE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA NO CENTRO POP DE MANAUS: AVANÇOS E
DESAFIOS DAS POLÍTICAS SOCIAIS
Marília Cristina Gomes de Souza1
Welton Joh Oliveira de Souza2
Simone Moraes Lisbôa3
RESUMO
O artigo tem o objetivo de refletir a realidade da população em
situação de rua no Centro POP de Manaus problematizando este
fenômeno que sofre com o preconceito e discriminação da
sociedade e tem pouca visibilidade apesar do número ser bastante
expressivo. Através das conquistas do Movimento Nacional da
População de Rua para instituir uma política específica, estes
sujeitos ainda são vistos como “vagabundos”. Buscamos enfatizar
o olhar crítico do Serviço Social à condição humana e social
imbricados em seu Código de Ética e o Projeto Ético-Político. O
1 Acadêmico do Curso de Serviço Social da Faculdade Metropolitana de
Manaus- FAMETRO. 2 Acadêmico do Curso de Serviço Social da Faculdade Metropolitana de
Manaus- FAMETRO. 3 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (UFAM).
Especialista em Gerontologia (PUC/SP).
5º Emflor | Caderno de Resumos 112
estudo foi realizado com a população de rua masculina maiores de
18 anos no Centro POP da cidade, tendo como amostra 11
moradores de rua e 01 Assistente Social, com critério de exclusão
a população em situação de rua com transtornos mentais e com
idade abaixo de 18 anos. A pesquisa realizou-se durante o segundo
semestre de 2016 (agosto a novembro). A metodologia utilizada
pautou-se na corrente filosófica do materialismo histórico
dialético, com abordagem qualiquantitativa, os tipos de pesquisa
utilizada foram bibliográfica, exploratória e de campo, tendo como
instrumentais o formulário e entrevista com perguntas abertas e
fechadas à população em situação de rua e Assistente Social. Na
primeira seção traçou-se um breve histórico da população em
situação de rua desde a Idade Média até os dias atuais, na segunda
seção uma breve contextualização da Política Nacional para a
Inclusão Social da População em Situação de Rua e na terceira
seção um breve histórico da população em situação de rua na
cidade de Manaus. Com base nos resultados da pesquisa e o
referencial teórico contatou-se que apesar de conquistas de direitos
para este seguimento a nível nacional, na cidade de Manaus a
referente política não foi regulamentada, consequentemente
ocorrem uma série de deficiências no que se refere trabalhar a
autonomia dos sujeitos e seu desenvolvimento social e econômico
mais além de serviços insuficientes e paliativos.
Palavras chave: População em situação de rua, Política Social e
Assistência Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 113
GT 3 – GÊNERO, AMAZÔNIA, MULHERES DA
FLORESTA/INDÍGENAS
Coordenadores:
Profa. Dra. Rosa Ester Rossini (USP)
Prof. Dr. Marcos Antônio Braga de Freitas
(UFRR)
5º Emflor | Caderno de Resumos 114
39 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, INFANTICÍDIO
NAS COMUNIDADES INDÍGINAS E OS MARCOS
DA LEGISLAÇÃO
Tássia Patricia Silva do Nascimento1
Nelson Matos de Noronha2
RESUMO
A pesquisa em questão tem como objetivo fazer uma reflexão em
torno da Pessoa com Deficiência a partir da legislação brasileira,
tendo como foco o infanticídio das crianças indígenas que nascem
com deficiência. Dessa forma, a presença feminina da mãe,
também é velada sobre o ponto de vista ético das comunidades, em
relação à tomada de decisões e as configurações de poder. Procura-
se entender esse comportamento omisso, muitas vezes maquiado
de respeito às diferenças culturais, vindo muitas vezes da própria
comunidade indígena como também da nossa sociedade. A
pesquisa precisou situar temporalmente marcos significativos, os
quais serviram de pressupostos para a legitimidade deste indivíduo
enquanto sujeito pleno de direitos; procurou também dar
1 Mestranda do Programa de Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA -
UFAM), Bolsista FAPEAM.Graduada em Produção Publicitária (IFAM). 2 Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP,
2000). Professor Associado IV do Departamento de Filosofia da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM).
5º Emflor | Caderno de Resumos 115
visibilidade ao processo evolutivo das leis da Pessoa com
deficiência, amparada por tabelas e considerações. A pesquisa, sob
essa perspectiva, é um estudo exploratório preliminar cuja
intencionalidade é contribuir substancialmente para a discussão
sobre a inclusão e acessibilidade na esfera do direito social, o que
casou uma luta exaurida com um único foco: a busca pelo seu
reconhecimento ao exercer seus plenos direitos, conforme a lei
permite.
Palavras-chave: Infanticídio; Pessoa com Deficiência;
Legislação, Presença Feminina.
5º Emflor | Caderno de Resumos 116
40 “SABER E SABER FAZER” NA AMAZÔNIA:
PLURIATIVIDADE NO TRABALHO DAS
MULHERES EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE
CAAPIRANGA
Débora Cristina Bandeira Rodrigues1
Denise Bentes Soares 2
Evelyn Barroso Pedrosa3
RESUMO
As formas de trabalho das mulheres ribeirinhas na Amazônia
trazem para a discussão uma diversidade de elementos e práticas
socioculturais singulares, dentre elas a pluriatividade identificadas
no “saber e saber fazer” destas, através de projetos de pesquisa e
extensão, do Grupo Inter-Ação, com o
PCTIs/PROTEC/UFAM/CNPq e FAPEAM, realizados nas
comunidades de São Lázaro e Santa Luzia - Caapiranga/AM. A
metodologia fundamenta-se na pesquisa-ação, que busca a
resolução de problemas, objetivando transformação, com
1 Doutora na área de Gestão da Inovação em Biotecnologia. Professora adjunta
do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. E-
mail: [email protected]. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS/UFAM. E-mail: denise_bs-
[email protected]. 3Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 117
abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando instrumentais
como formulário, entrevista, caderno de campo, observação
sistemática e assistemática, e técnicas de abordagem de grupo. Os
resultados apontam que existe uma divisão social e de papéis nas
atividades desempenhadas por homens e mulheres, que não se
constitui de forma rígida na organização do trabalho, pois é
estabelecida culturalmente por meio de códigos de condutas e
normas entre os comunitários. Dentre as principais atividades
desenvolvidas pelas mulheres, destacam-se: roçado; cuidar da
comunidade; serviços de casa; carregar banana e mandioca;
costurar; cuidar das abelhas e aves; tirar goma; tecer vassoura e
paneiro com cipó; cuidar da horta; pescar; professora; agente de
saúde; fazer remédios caseiros. Importante ressaltar o trabalho
realizado pelas mulheres, o qual é desenvolvido fundamentando-se
no “saber e saber-fazer”, centrado e associado numa ética de
conservação de uso e manejo dos recursos naturais.
Palavras-chaves: Amazônia, Trabalho, Mulher Ribeirinha
5º Emflor | Caderno de Resumos 118
41 A ROÇA E A CASA DE FARINHA COMO
ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA CULTURAL DAS
MULHERES SATERÉ-MAWÉ NA COMUNIDADE DE
SIMÃO, BARREIRINHA/AM
Luiza de Marilac Miléo Moreira1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Esta é uma análise da organização comunitária e resistência
cultural das mulheres Sateré- Mawé, a partir da roça e da casa de
farinha, na comunidade de Simão, município de Barreirinha, região
do rio Andirá, Amazonas. Trata-se de uma pesquisa de campo
realizada pelo Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social:
Gênero, Política e Poder (GEPOS/UFAM), com apoio da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) em uma
abordagem qualitativa, sem exclusão dos aspectos quantitativos.
Autores como Arendt (1981), Geertz (1989), Oliveira (2012), Torres
(2012), dentre outros, constituem o nosso aporte teórico-
metodológico. Foram ouvidas 40 mulheres, sendo que a maior
porcentagem na faixa etária foi de 14 a 27 anos, em que a maioria
1 Possui Mestrado em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela
Universidade Federal do Amazonas; é integrante do Grupo de Estudo, Pesquisa
e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (GEPOS). 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 119
se declarou casada, e outras declararam que nasceram na
comunidade. Para elas, plantar a mandioca, envolve um segredo
que é revelado somente da mais velha para a mais nova, no
momento adequado. A casa de farinha, por sua vez, é o local de
encontro e de articulação comunitária. Isso se dá de forma natural
e cultural, articulando a organicidade interna da comunidade. A
pesquisa revelou que as mulheres Sateré têm mais que um cuidado
no plantio, elas têm um segredo. Esse processo coletivo é
aprendido e passado de geração a geração, construindo e
preservando sistemas complexos de crenças e cultos da religião,
sendo a roça e a casa de farinha lugares sagrados e de resistência
para perpetuar seu povo, sua vida.
Palavras-chave: Roça; Casa de Farinha; Mulheres Sateré-Mawé;
Resistência Cultural.
5º Emflor | Caderno de Resumos 120
42 TRAJETÓRIA DE LUTA, SUOR E SOFRIMENTO DA
JUTEIRA CONCEIÇÃO VASCONCELOS
Denison Silvan1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
O objetivo deste artigo é a reconstituição de eventos que se deram
no âmbito da cadeia produtiva da juta, por intermédio do relato oral
da juteira e operária Conceição Vasconcelos. Recorremos à história
oral, que privilegia o ponto de vista das pessoas consideradas de
“baixo status social”, como método de pesquisa para o resgate de
aspectos históricos, antropológicos e sociológicos desses eventos.
O foco recai sobre a dinâmica laboral do cultivo da juta nas várzeas
de Parintins, reconstituída, em parte, a partir do relato oral de
Conceição Vasconcelos, no qual ela, também, se reporta ao
contexto social e econômico, resgatando de um passado
1 Jornalista e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e
Cultura na Amazônia - UFAM É bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes). 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 121
relativamente recente fatos essenciais para se ampliar o
conhecimento sobre uma realidade pretérita de lutas, sofrimento e
dedicação ao trabalho. Com aportes teóricos e metodológicos da
história oral delineada a partir das ideias do historiador inglês Paul
Thompson, este artigo foi elaborado no âmbito de nossas pesquisas
doutorais sobre a atuação dos trabalhadores da juta na Amazônia,
que abrange o período de 1937 a 1987 e está centrada na
perspectiva da história vista de baixo do historiador inglês Edward
Palmer Thompson.
Palavras-chave: História oral, Juta, Juteira, Parintins, Paul
Thompson
5º Emflor | Caderno de Resumos 122
43 FORÇA MATRIARCAL DAS MULHERES DO
QUILOMBO DO MATUPIRI/ANDIRÁ-AM.
Georgio Ítalo Oliveira1
RESUMO
O presente trabalho intitulado “Força Matriarcal das Mulheres do
Quilombo do Matupiri/Andirá-AM”, é um contínuo, pois trata-se
de um desdobramento de um trabalho ainda em fazimento
acadêmico. Oportunizar às mulheres falarem a respeito de suas
histórias de vida, sobre seus próprios prismas, não como mulheres
subalternizadas, que apenas ajudam em casa, que são silenciadas e
afeitas a trabalhos leves e sem importância. Nos utilizamos das
técnicas e método da História Oral, que nos ofereceu instrumental
para a recolha e posterior tratamento para os elementos de campo,
cuja proposta não é dar voz aos silenciados, mas sim ouvi-los. O
contato com os moradores do Quilombo de Santa Tereza do
Matupiri no decorrer da pesquisa, nos fez perceber que as mulheres
da comunidade são atuantes, articuladas empoderadas. Ao longo
1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 123
desta pequena contribuição acadêmica, buscou-se valorizar as
vozes múltiplas das mulheres que habitam os Quilombo de Santa
Tereza do Matupiri, ilustrando fazeres e suas relevâncias quer seja,
do ponto vista de atuação política no que tange a demarcação,
reconhecimento e titulação de terras de terras e laborais. Essas
mulheres são a sublimação da coisificação feminina e a
representação da força matriarcal das mulheres negras da floresta.
Palavras – Chave: Matriarcalismo, Trabalho, Oralidade,
Memória, Empoderamento.
5º Emflor | Caderno de Resumos 124
44 MITOPOÉTICA DAS MULHERES SATERÉ-MAWÉ
Iraildes Caldas Torres1
RESUMO
Este estudo de Pós-Doutorado concentrou-se no tema da mulher
indígena, estabelecendo um recorte nas mulheres da etnia Sateré-
Mawé, com intuito de verificar a maneira pela qual o gênero
feminino é engendrado por dentro da cultura deste povo de forma
valoral e significativa. A busca investigativa deu-se em torno da
evidência de que há um princípio feminino que deu origem a etnia
Mawé, sua nascente geradora, enquanto povo e seres constitutivos
da humanidade. O trabalho de campo assumiu a perspectiva das
abordagens qualitativas, num processo dialógico de conversação
com o pensamento complexo, e foi realizado na Comunidade
indígena Simão, Terra indígena Sateré-Mawé, localizada no
município de Barreirinha, no Amazonas. Dentre nos múltiplos
resultados constatados ficou claro o fato de que as mulheres Mawé
possuem uma potência ordenadora da vida social da etnia em cujo
poder assenta-se a feitura da bebida mítica do Sakpó realizado
1 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 125
somente por elas, sem a qual inexiste êxito nas relações políticas
do grupo étnico. O que ressoa na potência atribuída às mulheres
não é de matriz biológica, é de ordem de uma força ontológica que
originariamente vem dela, converge nela e volta para ela. Significa
dizer, à guisa de conclusão, que a aura ancestral e mítica da mulher
Sateré-Mawé, tece o caminho da política e da sociabilidade na
comunidade étnica.
Palavras-Chave: Mulheres Sateré-Mawé, Sakpó, Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 126
45 APRENDIZADO E DIFUSÃO DOS
CONHECIMENTOS TRADICIONAIS: O
PROTAGONISMO DAS MULHERES RIBEIRINHAS
NA COMUNIDADE SÃO LÁZARO/AM
Débora Cristina Rodrigues Bandeira1
Natália Andrade Teixeira2
Karla Caroline Vitor Gama3
Fabiana da Costa Guimaraes4
RESUMO
Estudos desenvolvidos em comunidades ribeirinhas na Amazônia
têm visibilizado o papel das mulheres em diversos aspectos. Neste
sentido, o artigo traz para discussão o resultado de um estudo de
caso sobre o processo de aprendizado e difusão de conhecimentos
1 Doutora na área de Gestão da Inovação em Biotecnologia. Professora adjunto
do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. E-
mail: [email protected] 2 Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. E-mail:
[email protected] 3Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
E-mail: [email protected]. 4 Acadêmica de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 127
tradicionais no uso de plantas e ervas medicinais em comunidades
ribeirinhas na Amazônia. O objetivo da pesquisa consistiu em
analisar a forma como ocorre o aprendizado e a difusão de
conhecimentos tradicionais no uso e manejo de plantas medicinais
entre os comunitários de São Lázaro, em Caapiranga/AM,
localizada no Grande Lago de Manacapuru. A metodologia tomou
como parâmetro a abordagem qualitativa, observação participante
e técnicas de abordagem grupal, para a montagem da paisagem do
conhecimento sobre plantas medicinais. Dentre os principais
resultados da pesquisa, destaca-se o fato de que as mulheres
ribeirinhas da comunidade São Lázaro são detentoras de
conhecimentos sobre ervas e plantas com propriedades medicinais,
as quais atuam na prevenção e no tratamento de doenças no
contexto local. Na comunidade, as mulheres são as principais
responsáveis pelo aprendizado e transmissão do conhecimento
através da tradição oral. Desta forma, o saber-fazer das mulheres
contribui, de forma significativa, na proteção desse conhecimento
entre as gerações, podendo indicar mecanismos locais de proteção
pautado na cultura amazônica.
Palavras-chave: Mulheres ribeirinhas, Conhecimento tradicional,
Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 128
46 O PESO DA MATERNIDADE SOBRE AS
MULHERES: NEGAÇÃO X AFIRMAÇÃO DO
PATRIARCADO
Rosemere Barbosa Guimarães1
RESUMO
Este estudo é fruto de leituras, discussões e reflexões sobre o
patriarcado, gênero, trabalho e o processo de constituição do Ser
Mulher na história da humanidade durante a disciplina Gênero,
Trabalho e Lutas Sociais no Programa de Pós-Graduação em
Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Tem por objetivo
mostrar o peso da maternidade e as implicações na saúde e no
trabalho de mulheres da comunidade do Quebrão na Vila
Amazônia/Parintins- AM. Refletir o patriarcado e o
desencadeamento da violência simbólica. Abalizar como o trabalho
e a saúde se entrelaçam nas relações sociais e influenciam nas
relações de gênero causando reação nas mulheres. Para tanto,
utilizamos a História Oral como metodologia de abordagem que
1 Estudante de Pós-Graduação do Programa de Serviço Social e Sustentabilidade
na Amazônia - UFAM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 129
nos permite ouvir as narrativas de 02 mulheres trabalhadoras rurais.
De posse dos dados constatamos que às sequenciadas gestações
trouxeram implicações à saúde dessas mulheres. Que o patriarcado
configura as relações de gênero em que a violência simbólica é sua
expressão. Não obstante, observa-se, que, essas mulheres ao
mesmo tempo que são vitimadas precipitam atitudes que vão
reconstruir suas histórias. Constituem-se sujeitos de sua história,
revelando autonomia, determinação e posicionamento contra
quaisquer tipos de violência. Se auto afirmam como mulheres
guerreiras, corajosas e donas de si.
Palavras-chave: Maternidade, Mulher, Saúde, Trabalho,
Patriarcado.
5º Emflor | Caderno de Resumos 130
47 RELAÇÕES DE GÊNERO E O PODER DE
MULHERES DA COMUNIDADE DO QUEBRÃO
Rosemere Barbosa Guimarães1
RESUMO
A cultura androcêntrica levou ao ocultamento a história das
mulheres por séculos. Ao questionar a história pelo aspecto de
gênero, a história das mulheres põe em cena um conjunto de
problemas em que se incluem categorias importantes para
pesquisadores e pesquisadoras: o trabalho, o sofrimento, a
violência, o amor, a sedução, o poder, as representações sociais,
políticas, econômicas e simbólicas. Este artigo discute as relações
de gênero e o poder das mulheres da Comunidade do Quebrão Vila
Amazônia – Parintins/AM. Essas mulheres possuem faixa etária
entre 32 a 54 anos de idade. A metodologia utilizada foi a História
Oral que considera as narrativas das entrevistadas para além do
caso particular e nos possibilita compreender a realidade em que
vivem. Por mais que os depoimentos sejam individuais, eles
refletem uma experiência e uma história coletiva. Os dados
revelam que as trabalhadoras geram renda e participam do sustento
da família. Que a divisão sexual do trabalho impõe uma tripla
1Pós-graduanda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia – UFAM. E-
mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 131
jornada de trabalho às mulheres. A precarização do trabalho as
expõe em condições de inferioridade desde a produção ao
escoamento de seus produtos. Constatamos independência
econômica, autonomia e poder nos espaços públicos e privados
afirmando que têm o sentido das situações vividas e a capacidade
de formulá-las. Por fim, o auto reconhecimento como sujeitos
configura um novo momento para as mulheres trabalhadoras do
campo.
Palavras-Chave: Comunidade Quebrão, história oral,
androcentrismo.
5º Emflor | Caderno de Resumos 132
48 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA
COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO NO
MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM.
Alcione Soares do Carmo1
Anny Margareth Santos Angiolis2
RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância do
trabalho tradicional da parteira na Comunidade República de São
Benedito no município de Boa Vista do Ramos, localizado no
Baixo Amazonas/AM. A metodologia utilizada consistiu em duas
etapas: 1ª ocorreu com pesquisa bibliográfica, 2ª pesquisa in lócus,
natureza qualitativa. Constitui - se como parte da pesquisa a
entrevista com uma parteira moradora da Comunidade República
de São Benedito, por meio da sua história de vida como parteira foi
possível debruçar-se neste estudo. Evidenciou - se que o
conhecimento tradicional da parteira é permeado pela relação de
crença, vínculo de confiança com as gestantes e suas famílias,
oferecendo acolhida, encorajamento e tranquilidade no momento
de dor. A parteira ao identificar possíveis riscos a gestante
encaminha e/ou acompanha ao hospital para garantir a saúde da
1 Assistente Social. 2 Possui graduação em Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte (2013).
5º Emflor | Caderno de Resumos 133
mãe e o nascimento saudável da criança. Conclui - se que o trabalho
da parteira é imprescindível para as gestantes, salientando que a
sabedoria popular precisa ser valorizada não como única forma de
recurso disponível, mas como uma das formas de se buscar apoio
e proteção no momento do parto.
Palavras-chave: Parteira tradicional, mulher, sabedoria popular.
5º Emflor | Caderno de Resumos 134
49 FEITIÇO DO BOTO E GRAVIDEZ DE MOÇAS NA
AMAZÔNIA
Rooney Augusto Vasconcelos Barros1 Iraildes Caldas Torres2
Ártemis de Araújo Soares3
RESUMO
A Amazônia brasileira é um compósito sociodiverso de culturas em
cujo universo todos os turibulários dobram os joelhos. Seu acervo
mitológico é incalculável de onde advém os significados imateriais
desta região, considerada por Lévi-Strauss como uma planície de
mitos. Este estudo de doutorado versa sobre o erotismo e a
virilidade do boto, mito popular da Amazônia, a quem é atribuído
certas paternidades neste espaço regionalizado. A narrativa dá
conta de que em noite de lua cheia o boto realiza a sua ritualística
1Doutorando do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Brasil. E-mail:
[email protected] 2Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2, na França (2015). E-mail:
[email protected]. Doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, Brasil (2003). Professora Associado I da
Universidade Federal do Amazonas. Brasil. 3Pós-Doutorado realizado na Université Paris-Descartes Paris. E-mail:
[email protected]. Doutorado em Ciências do Desporto pela
Universidade do Porto (1999). Professora associado I da Universidade Federal
do Amazonas, Brasil.
5º Emflor | Caderno de Resumos 135
nas comunidades tradicionais da Amazônia profunda, procurando
moças incautas com quem possa namorar seguido de cópula sexual.
O animal cetáceo que habita as águas conhecido como boto
transforma-se num rapaz bonito e garboso, vestido de branco e com
um chapéu na cabeça, à procura de fêmea ou moça nova para
realizar suas pulsões, em cuja virilidade assenta-se sua condição
patriarcal. A nossa pesquisa assenta-se numa metodologia do
trágico, a partir de uma conversação dialógica com autores do
pensamento complexo, tendo por base a Comunidade Limão,
Localizada no Município de Parintins no Amazonas, Brasil. Dentre
os múltiplos resultados constatados verificou-se que as deserções
de paternidade em comunidades tradicionais do Amazonas, são
atribuídas ao boto que enfeitiça a moça e engravida, fazendo dela
uma mãe solteira. À guisa de conclusão, pode-se dizer, que ao mito
é conferida a paternidade, quando na verdade os filhos de mulheres
solteiras são de homens casados, pais biológicos que abusam da
própria filha, sacerdotes católicos dentre outros que não podem
assumir o filho por questões morais.
Palavras-chave: Boto, Mulheres, Sexualidade, Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 136
50 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA
PELA VISIBILIDADE
Maria Isabel de Araújo1
Silas Garcia Aquino de Sousa2
Rosemara Staub de Barros3
Evandro de Moraes Ramos4
RESUMO
As mulheres agricultoras em geral aparecem como coadjuvantes
dos homens nas atividades produtivas do campo, constituindo-se
como um trabalho invisível, embora realizem o labor no roçado, no
quintal agroflorestal e na comercialização da produção
agropecuária. Compreendem os processos da natureza e
reconhecem os aspectos simbólicos dos recursos da floresta. O
presente trabalho reflete a relação de gênero do labor da mulher
agricultora no espaço de produção e comercialização da agricultura
familiar ofertada na feira da APOAM - Associação dos Produtores
1Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Mestranda do PPGSCA/UFAM.
[email protected] 2Embrapa Amazônia Ocidental. Doutor em Engenharia Florestal/Conservação
da Natureza. [email protected] 3Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutora em Comunicação e
Semiótica, [email protected], 4Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutor em Tecnologias
Educativas [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 137
Orgânicos do Amazonas. A metodologia adotada foi à pesquisa-
ação etnográfica, a partir do lócus de vida de quatro mulheres
agricultoras, que trabalham junto com os maridos e filhos na
produção de alimentos orgânicos. Nesta perspectiva, observou-se
que as mulheres, como sujeito de pertencimento do lugar, praticam
a troca de saberes e vivências do campo, executam o cultivo de
plantas e a criação de animais no quintal agroflorestal, o labor
coletivo denominado de ajuri e a comercialização da produção.
Contudo, este trabalho laborioso das mulheres é tutelado pelo
modelo patriarcal, inclusive no contexto da APOAM, cuja
organização social é fundamentada nos princípios da agroecologia.
Neste sentido, o labor das mulheres, de possibilidades econômicas,
sociais e ambientais continua invisível e pouco valorizado.
Portanto, faz-se necessário refletir sobre a valorização da mulher
agricultora em busca de visibilidade e equidade de gênero.
Palavras-chave: Gênero, Ajuri, Agroflorestal, Agroecologia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 138
51 MULHERES INDÍGENAS EM BOA VISTA/ RR:
DIÁLOGOS COM OS ESTUDOS DE GÊNERO NA
AMAZÔNIA
Mávera T. Santos1
Maxim Repetto2
RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre os estudos de gênero
na Amazônia, com ênfase nas mulheres indígenas em Boa Vista-
Roraima. Esta pesquisa foi realizada entre 2015- 2016 com as
mulheres indígenas Wapichana, levantamentos bibliográficos,
leituras, entrevistas e a observação participante contribuíram para
reflexão e realização desta pesquisa com mulheres em contexto
urbano, visando contribuir com os estudos sobre mulheres
indígenas em Roraima. Discutiremos a condição indígena e a
sobrevivência desses povos na Amazônia, no que se refere à
1 Graduada em História pela Universidade Federal de Roraima (UFRR);
Mestranda do Programa em Pós-Graduação Sociedade e Fronteiras- PPGSOF-
UFRR 2 Doutor em Antropologia Social. Professor da Universidade Federal de
Roraima.
5º Emflor | Caderno de Resumos 139
perspectiva e às circunstâncias em se encontram as mulheres
indígenas em âmbito urbano. O diálogo com os estudos de gênero
na perspectiva latina americana, baseada nas relações sociais na
Amazônia, contribuiu e nos permitiram a compreensão histórica
das mulheres que vieram da comunidade para a cidade, e se
estabeleceram nos bairros em Boa Vista, nos favorecendo a análise
da condição feminina na cidade, tento em foco a condição social e
econômica. Finalmente analisaremos esta experiência a luz dos
debates sobre o exercício de direitos e das lutas contemporâneas
dos povos indígenas.
Palavras-chave: Gênero, Mulheres indígenas, Povos indígenas em
contexto Urbano.
5º Emflor | Caderno de Resumos 140
52 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE
RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO,
SONHOS E LUTAS (1990-2016)
Luana A. de Moura1
Raimunda G. da Silva2
RESUMO
Esta pesquisa teve por finalidade compreender como se deu o
processo de construção da Organização das Mulheres Indígenas de
Roraima- OMIR, investigar sobre a atuação da OMIR desde sua
fundação aos dias atuais, suas conquistas, desafios e possibilidades
das mulheres indígenas, bem como analisar as mudanças na vida e
na representação enquanto liderança na comunidade. As mulheres
indígenas, após a implementação do Projeto de corte e costura nas
comunidades na década de 80, começaram a questionar o seu lugar,
por meio de troca de experiências e reflexões nesses espaços, a
partir daí, estavam a um passo para requerer direitos igualitários
em relação aos homens. Para tanto, toma como principal fonte as
atas, cartas, ofícios, estatuto e relatórios de assembleias da OMIR,
1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de
Roraima-UERR; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e
Fronteiras-PPGSOF/UFRR; E-mail: [email protected] 2 Doutora em História Social/PUC-SP, Professora do Departamento de
História/UERR; E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 141
além destes, utiliza-se jornais e o levantamento bibliográfico
fundamental para discutir as questões de gênero, pois a mulher
indígena na sua singularidade de luta passa por desafios dentro da
própria comunidade requerendo a construção de espaços e
organizações que lhes representasse nas suas especificidades e não
de forma genérica. Dentre suas preocupações específicas, estavam
o combate à bebida alcóolica, à violência contra a mulher, busca
pela auto sustentação, etc. Tais problemáticas não recebiam a
devida atenção do movimento geral. Esse processo, anos mais tarde
em 1999, resultaria na criação da Organização das Mulheres
Indígenas de Roraima (OMIR).
Palavras-chave: Gênero, Mulheres Indígenas, Lutas, Direitos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 142
53 O PROTAGONISMO DAS MULHERES INDÍGENAS
DE RORAIMA: RESISTÊNCIA E LUTA PELOS
DIREITOS
Marcos Antônio Braga de Freitas1
Andréa Freitas de Vasconcelos2
RESUMO
O objetivo desta comunicação é analisar o movimento de mulheres
indígenas de Roraima na luta pelos direitos, destacando a sua
mobilização nas etnorregiões políticas e culturais do lavrado
roraimense. As mulheres indígenas são visibilizadas nos afazeres
domésticos, sobretudo, no preparo da dieta alimentar em suas
comunidades, mas nunca como lideranças políticas, ficando na
maioria das vezes nos “bastidores” dos movimentos indígenas ao
longo dos processos históricos. Em Roraima, o movimento
indígena tem visibilidade nos anos de 1970 com a assembleia dos
1Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas (UFAM). Colaborador do Programa de Pós-graduação
Desenvolvimento Regional da Amazônia e Professor do Curso de Licenciatura
Intercultural do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena da
Universidade Federal de Roraima (UFRR), Boa Vista, Roraima, Brasil. E-mail:
[email protected] 2 Mestra em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação Sociologia da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Professora do Curso de
Licenciatura Intercultural do Insikiran da UFRR. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 143
tuxauas, materializando o Conselho Indígena de Roraima em
meados dos anos de 1990, tendo na sua estrutura o Departamento
de Mulheres Indígenas que assume a Secretaria Geral. Com vistas
ao seu empoderamento as mulheres criam a Organização das
Mulheres Indígenas de Roraima – OMIRR para articulação das
questões feministas, levantando a bandeira do combate ao
“alcoolismo” nas comunidades indígenas. Segundo a OMIRR é por
meio da bebida alcoólica que a violência entra nas comunidades
indígenas. Portanto, o combate ao alcoolismo, sendo uma das ações
mais fortes e presentes no movimento de mulheres. O referencial
teórico-metodológico está embasado nos estudos etnográficos
como Strathern (2006) e, também com as questões do feminismo
contemporâneo nas leituras de Torres (2011, 2015). Esperamos
com esta comunicação trazer à tona as relações de gênero no
contexto da realidade sociocultural indígena, e tem-se modificado
com a organização do protagonismo das mulheres.
Palavras-chave: Mulheres Indígenas, Movimento Indígena,
Direitos, Feminismo
5º Emflor | Caderno de Resumos 144
GT 4 – GÊNERO, DIREITOS HUMANOS E LUTAS
FEMINISTAS
Coordenadoras:
Profa. Dra. Márcia Regina Calderipe Rufino
(UFAM)
Profa. Dra. Tereza Cruz (UFAC)
5º Emflor | Caderno de Resumos 145
54 OS IMPACTOS EMOCIONAIS VIVIDOS POR
MULHERES DURANTE A VISITAÇÃO NO REGIME
FECHADO DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO
ANÍSIO JOBIM (COMPAJ FECHADO), MANAUS.
Elizia Pereira de Lima1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
Ana Cláudia dos Santos Lacerda4
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo estudar alguns impactos
emocionais vivenciados por mulheres durante as visitas aos
internos do Regime Fechado do Complexo Penitenciário Anísio
Jobim (Compaj Fechado) em Manaus. Para as discussões foram
utilizados como principais referências bibliográficas Oliveira
(1984), Foucault (1973, 1975), Lemgruber (1999) e Vicente (2000)
que apresentam analises sobre a temática. Foram ouvidas 10
1 Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins e é pós-
graduanda em Psicopedagogia da Educação Inclusiva pela Faculdade
Metropolitana (FAMETRO).
2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório
Social, Gênero, Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo de
Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder
(GEPOS/UFAM). 4 Bibliotecária Coordenadora – Universidade Nilton Lins.
5º Emflor | Caderno de Resumos 146
mulheres e uma funcionária assistente social. As agentes
penitenciárias não quiseram se manifestar. Sabe-se que o
encarceramento rompe ou fragiliza a convivência familiar, a qual
só se sustenta por meio das visitas. No caso das penitenciárias
masculinas, as mulheres são as que realmente se preocupam em
visita-los, seja para manter vínculos afetivos ou financeiros. Porém,
a pesquisa revelou constrangimentos e violência na hora das visitas
por receberem revistas ofensivas e invasivas no período de 2013 a
2014. Em Manaus, desde 2014, através portaria nº 007/14 essa
revista deve ser realizada por meio eletrônico de detectores de
metais, aparelhos de raio x ou similares, contudo, ainda assim, a
revista continua um atentado à dignidade das mulheres, haja vista
a falta de respeito e trato como se elas fossem cúmplices dos
apenados. A mulher possui um papel de força na sociedade
intramuros, pois, ainda que seja por uma entrega passiva à “via
sacra” carcerária, elas revelaram que a força maior está na alegria
em poder estar alguns momentos com seus familiares.
Palavras chaves: Mulheres, Visita Carcerária, Penitenciárias
Masculinas
5º Emflor | Caderno de Resumos 147
55 TRAVESTILIDADE EM MANAUS: PERIGOS,
ESTIGMAS E A NEGAÇÃO DISCURSIVA DA
IDENTIDADE DE GÊNERO DAS VÍTIMAS DE
TRANSFOBIA.
Isaac Guidão Toscano1
Jeffeson Willian Pereira2
Jessica Daiane de Lemos Rodrigues3
Thaynara Reis do Nascimento Cruz4
RESUMO
Este artigo visa refletir sobre os discursos dos homicídios de
travestis ocorridos na cidade de Manaus entre 2010 a 2012, com
suspeita de transfobia. Além disso, problematiza a maior incidência
de vítimas profissionais do sexo, bem como, evidencia os estigmas
associados a travestilidade. E por fim, analisa alguns marcadores
1 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
[email protected] 2Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
[email protected] 3 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-
[email protected] 4 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-
mail:[email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 148
discursivos do não reconhecimento da identidade de gênero dessas
vítimas. Esse trabalho é fruto de uma pesquisa documental de
cunho quantiqualitativo, concluída em 2014, o qual foi financiada
pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas - FAPEAM. A
reflexão teórica posta tem por base a análise do discurso e as
relações de saber e poder na perspectiva foucaultiana e nos estudos
de gênero. Em síntese, os resultados evidenciam como se
constituem as produções discursivas de regimes de verdades sobre
as sexualidades não heteronormativas, caracterizadas pela
uniformidade de sexo/gênero, e como se articulam por meio de atos
físicos e simbólicos os estigmas e a discriminação nos discursos
jornalísticos.
Palavras-chave: Travestilidade, Identidade de gênero, Estigma,
Transfobia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 149
56 A LEI MARIA DA PENHA ENTRE A VIABILIDADE E
NÃO APLICABILIDADE: IMPASSES E
PERSPECTIVA, UM ESTUDO NO SERVIÇO DE
APOIO EMERGENCIAL À MULHER (SAPEM).
Fernanda Alynne Bandeira Brito1
Aline dos Santos Pedraça2
RESUMO
O estudo compreende e analisa a violência doméstica, os
empecilhos e perspectiva que há dentro da Lei Maria da Penha
compreendida dentro do referido setor que atendem as mulheres
vítimas de agressão doméstica, dando, ênfase, a total importância
para mulheres que estão à procura desta Lei para obter um
acolhimento e uma segurança, e também, que buscam o apoio desta
Lei no Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM). O
presente artigo pautou-se em uma pesquisa bibliográfica e de
campo o qual foi realizado junto a uma amostra de 10 prontuários
de mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pelo
SAPEM, relativos aos anos de 2016 e 2017 com uma abordagem
qualitativa, tendo como lócus se deu no SAPEM situado na cidade
de Manaus - AM. De acordo com os resultados, os profissionais
1 2 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade
na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 150
afirmaram que, o SAPEM, faz acolhida, acompanhamento
psicológico, social e orientação jurídica às mulheres em situação
de violência, incluindo os vários tipos de violência: sexual,
patrimonial, moral, física, psicológica; tráfico de mulheres, assédio
sexual; assédio moral. O SAPEM integra a Rede de Atenção em
Defesa dos Direitos da Mulher, em conjunto com a Casa Abrigo
“Antônia Nascimento Priante”, o Centro Estadual de Referência de
Apoio à Mulher (CREAM), a Delegacia Especializada em Crimes
contra a Mulher, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
(Cedim), e a Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher. Verificou-se que é grande o número de mulheres que
buscam o Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), ou
seja, é grande os índices de mulheres que são vítimas de violência
doméstica no estado do Amazonas. Verificou-se que é grande o
número de mulheres que buscam o Serviço de Apoio Emergencial
à Mulher (SAPEM), ou seja, é grande os índices de mulheres que
são vítimas de violência doméstica no estado do Amazonas.
Palavra-chave: Lei Maria da Penha, Violência doméstica,
SAPEM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 151
57 VIOLÊNCIA CONJUGAL CONTRA A MULHER:
QUANDO A INTIMIDADE SEXUAL PASSA SER UM
ATO DE VIOLÊNCIA.
Sharlenny Santos Alencar 1
Fernanda Mendes Ferrugem 2
RESUMO
Esse artigo buscou analisar a violência conjugal contra a mulher,
uma grave violação de Direitos Humanos, que afeta todos os
aspectos da vida da mulher, colocando-a em situação de risco. Essa
violência tem raiz no machismo estrutural, perpassando gerações,
classes sociais e etnias. Como objetivos específicos nos propomos
a discutir a relação dos fatores sociais/culturais com a violência
conjugal contra a mulher, compreender as causas dessa violência e
identificar as consequências da violência conjugal na vida social,
sexual, profissional, afetiva, da mulher vitimizada, dando ênfase à
violência sexual praticada pelo parceiro íntimo. O presente artigo
se caracteriza como bibliográfico, visando contribuir com o debate
1Assistente Social, Especialista no Enfrentamento da Violência Intrafamiliar –
PGPPEVI pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2Assistente Social, Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação
em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia – PPGSS da Universidade
Federal do Amazonas – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 152
em torno do estupro conjugal. Sendo essa violência bastante
relativizada, numa sociedade machista, conservadora, religiosa,
que tem uma educação que castra mulheres em sua sexualidade,
ainda meninas, contribuindo com a perpetuação dos vários tipos de
violência que mulheres são vítimas por seu parceiro íntimo. O
debate profissional, social, acadêmico, é uma forma de trazer à tona
os limites e as possibilidades diante dessa grave violação de
Direitos Humanos, buscando, dessa forma, debater e articular
formas de enfrentamento e prevenção. Nesse sentido, a violência
sexual contra a mulher, é uma das manifestações de gênero mais
cruel e persistente, por estar inserida numa cultura do estupro que
naturaliza atos degradantes contra o corpo da mulher.
Palavras chaves: Violência contra a mulher; Sexualidade; Estupro
Conjugal.
5º Emflor | Caderno de Resumos 153
58 O FEMINISMO E A LUTA POR DIREITOS
HUMANOS: ANÁLISE SOBRE AS POLÍTICAS DE
SAÚDE VOLTADAS PARA MULHERES LÉSBICAS E
BISSEXUAIS
Thaynara Reis do Nascimento Cruz1
Jéssica Daiane de Lemos Rodrigues2
Isaac Guidão Toscano3
Viviane de Oliveira Rocha4
RESUMO
O presente estudo propõe reflexões sobre as políticas de saúde
voltadas para as mulheres lésbicas e bissexuais em âmbito
nacional, de modo a contextualizar seus avanços e desafios na
efetivação do direito à saúde, tendo em vista ser um direito social
previsto constitucionalmente. Dessa forma, o trabalho assume uma
1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected] 2 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected] 3 Assistente Social, Mestrando em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected] 4 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 154
abordagem qualitativa, sem excluir os aspectos quantitativos.
Utilizamos revisão bibliográfica, com base na perspectiva
dialética, a qual mais se afina com a proposta de investigação.
Historicamente, os direitos voltados para esses segmentos são
frutos de várias lutas e manifestações sociais. É notório que mesmo
com a regulamentação da Política de Saúde LBGT, ainda existem
preconceitos institucionais que influenciam a não procura de
mulheres lésbicas e bissexuais aos serviços de saúde, tais como
exames preventivos e testes rápidos e isso dificulta o tratamento e
prevenção de doenças. O forte conservadorismo que impera na
sociedade resulta em atendimentos discriminatórios e
heteronormativos, o que se torna um dos grandes desafios do
acesso à saúde. Diante do exposto, pretendemos também abordar a
relação da luta feminista na efetivação de direitos humanos e
sociais, em especial o direito à saúde, voltados para mulheres
lésbicas e bissexuais.
Palavras-chave: Mulheres, Feminismo, LBGT, Direitos, Saúde
5º Emflor | Caderno de Resumos 155
59 OS NOVOS MEIOS DE DENÚNCIA DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CASOS
COMPARTILHADOS NAS REDES SOCIAIS.
Aline dos Santos Pedraça1
Viviane de Oliveira Rocha2
RESUMO
A proposta deste artigo é trazer discursões vinculadas pelas mídias
a violência doméstica, através das redes sociais disponíveis em
nossa sociedade, nos revelando que há um alto índices de denúncias
através deste mecanismo de comunicação. A violência tem
abreviado a vidas das mulheres, atingindo toda a sociedade
ocasionando sequelas irreversíveis. É perceptível que a violência
tem atingido mulheres tanto na esfera pública quanto na esfera
privada no que tange a violência. Apesar do contexto histórico da
violência doméstica, na contemporaneidade a violência tem
ganhado maiores visibilidades, mostrado pelas postagens,
compartilhamento de audiovisual não só das vítimas, que na
1 Assistente Social, Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected]. 2 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/ UFAM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 156
maioria dos casos não são elas que fazem os registros, tais
denúncias partem de parentes próximos que presenciam o ato da
violência, amigos e até mesmo, a sociedade tem se indignado com
tais atos de violência contra as mulheres. O presente estudo
caracterizado por uma pesquisa bibliográfica e analítica, com
analises audiovisuais das redes sociais sendo eles facebook,
WhatsApp, Instagram e twitter, sendo, pois, uma pesquisa
qualitativa. Mediante os resultados foi possível identificar que a
mídia tem contribuído para maiores visibilidades dos casos de
violência contra as mulheres.
Palavras-chave: Violência doméstica, Rede social, Mídia
5º Emflor | Caderno de Resumos 157
60 O SILENCIAMENTO DA VIOLÊNCIA:
SUBJETIVIDADE E BAIXA AUTOESTIMA DAS
MULHERES.
Aline dos Santos Pedraça1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este estudo averigua de que forma a violência doméstica atinge a
subjetividade das mulheres, apontando as diferentes consequências
psicológicas e posições que as mulheres assumem diante das
violências sofridas. A violência tem se manifestado de diversas
maneiras, física, psicológica, sexual, verbal entre outras e é
considerado crime inafiançável, contudo nem isso tem sido o
suficiente para inibir sua presença no seio da sociedade. A
problemática da violência contra mulher é um assunto bastante
discutido através dos mais diversos segmentos científicos e
profissionais: psicológicos, assistentes sociais, sociológicos e
jurídicos, os quais tecem reflexões importantes sobre a referida
situação. Há uma intensidade de riqueza de materiais produzidos
sobre a questão, e há sempre algo a ser investigado com vistas a
contribuir com o fortalecimento da lei 11.340/06; as políticas
1 Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). 2 Doutora em Antropologia Social pela PUC-SP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia-PPGS- Universidade Federal do Amazonas-UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 158
públicas existentes e ações do Estado de caráter principalmente
preventivo. Ressalte-se que o assunto do silencio da violência
contra a mulher não deve ser entendido independentemente da
conjuntura econômica e sócio histórica. Mesmo que resultados de
pesquisas apontem fatores determinantes da violência contra
mulher, apontando estratégias de prevenção, ainda assim, é
crescente o número de violência doméstica. A relevância deste
estudo é o meio de discussão da subjetividade das mulheres vítimas
de violência doméstica e suas manifestações na psique, na saúde e
até mesmo no seu comportamento social, dando subsidio para o
pesquisador encontrar respostas para a sociedade manauense. Este
estudo tem caráter bibliográfico com pesquisa de campo, sendo
qualiquantitativo, tendo como o universo de 60 mulheres vítimas
da violência doméstica com uma amostra de 10 mulheres
entrevistadas. O lócus da pesquisa se deu em um órgão de poder
público que presta atendimento e apoio às mulheres vítimas da
violência doméstica. As razões de algumas mulheres
permanecerem numa relação conjugal violenta dentro do ciclo
vicioso da violência doméstica, estão intrinsecamente ligadas às
questões de dependência financeira, bem como a dependência
emocional.
Palavras-chave: violência doméstica; subjetividade; subjetividade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 159
61 A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: MAPEAMENTO
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COTRA MULHER NA
CIDADE DE MANAUS
Aline dos Santos Pedraça1
Viviane de Oliveira Rocha2
RESUMO
Na atualidade, a violência contra mulher é uma fase da realidade
social considerada um fenômeno antigo, mas que só recentemente,
devido ao crescimento absurdo de violência que vem
atingindo muitos lares brasileiros, tornou-se um problema social.
O presente estudo visa tratar acerca da violência doméstica contra
mulher na cidade de Manaus, entende-se a problemática como fator
sociocultural. As diversas leituras apontam a violência contra
mulher como fruto da desigualdade de gênero masculino e
feminino, de uma construção social, produzida e reproduzida pela
sociedade e manifestada nos mais diversos Países. O principal
enfoque desta pesquisa está na violência contra mulher:
mapeamento da violência doméstica contra mulher na cidade de
Manaus. Estabeleceu-se como objetivo geral deste trabalho
1 Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade
na Amazônia/UFAM. E-mail: [email protected]. 2 Assistente Social, Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia/UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 160
analisar o mapeamento da violência doméstica contra mulher na
cidade de Manaus a partir do Serviço de Apoio Emergencial a
mulher-SAPEM, bem como, identificar as zonas com maiores
índices de violência doméstica contra a mulher, traçar o perfil das
mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pelo SAPEM,
apontar os principais serviços oferecidos pelo SAPEM as vítimas
da violência doméstica. Este estudo foi realizado por meio de
pesquisa bibliográfica e de campo tendo uma abordagem
qualitativa e quantitativa. O lócus desta pesquisa se deu no Serviço
de Apoio Emergencial a mulher-SAPEM, que funciona 24hs. Neste
local são prestados atendimentos psicológicos, jurídicos e sociais
as mulheres vitimizadas. O resultado deste estudo subsidia o
fortalecimento das ações preventivas realizadas pelo Estado.
Palavras-chave: Violência conta mulher, mapeamento da
violência doméstica, SAPEM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 161
62 VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A VIOLÊNCIA CONTRA
MULHERES E SEUS IMPACTOS NO CONTEXTO
FAMILIAR
Ana Rafaela Fróes Marinho1
Isaac Guidão Toscano2
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre os impactos da
violência de gênero na vida dos filhos das vítimas, os quais
presenciaram o crime. Sabe-se que a violência contra as mulheres
é um problema de social, de saúde e segurança e, sobretudo, um
problema político-cultural que se sustenta nas opiniões e crenças a
respeito de homens e mulheres e como devem relacionar-se entre
si. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e
qualitativa, realizada a partir dos dados coletados nas fichas de
acolhimento das vítimas e supostos agressores pela Equipe
Multidisciplinar do I Juizado de Violência Doméstica de Manaus,
no ano de 2014. Por fim, este trabalho busca apontar algumas
questões que desencadeiam a violência de homens contra mulheres,
1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. E-
mail:[email protected] 2 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 162
tais como a desigualdade de gênero e como isso reflete na vida dos
filhos dessas vítimas.
Palavras-chave: desigualdade de gênero violência doméstica,
família, filhos
5º Emflor | Caderno de Resumos 163
63 MEANDROS ENTRE RESILIÊNCIA E LUTAS
FEMINISTAS
Ana Beatriz de Souza Cyrino1
Elenise Faria Scherer2
RESUMO
Neste artigo propõe-se realizar a partir de revisão de literatura, uma
breve reflexão acerca da resiliência e a experiência e vivência no
campo das lutas feministas. É recorrente na literatura vigente que a
resiliência é um conceito oriundo na Física, onde um “corpo” ao
ser fortemente tencionado (daí o uso da metáfora do elástico)
consegue mesmo assim manter as suas propriedades originais
quando cessa a tensão que causa o estresse. Nas ciências humanas,
a resiliência tem uma gama de definições, portanto é um conceito
em construção, mesmo assim também é recorrente que a resiliência
é revestida de um processo no qual o “ser humano” ao ser
submetido que agrega a noção de adversidade
1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia na
Universidade Federal do Amazonas- PPGSCA/UFAM 2 Doutorado em Política Social - Universidad Autonoma de Barcelona (1995) e doutorado
em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). É pós-
doutora pelo Intitut des Hautes Etudes de l'Amerique Latine - Université Paris III - Sorbonne
Nouvelle (2008). Atualmente é Professora Associada IV da Universidade Federal do
Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 164
(tensionamento/pressão), entretanto, quando cessa a adversidade
em vez de voltar ao estado original é possível que ocorra uma
adaptação positiva ou até mesmo a superação da adversidade.
Trata-se de um debate relevante carregado de possibilidades que é
potencializado pelo caráter interdisciplinar que a resiliência contém
o que amplia sobremaneira as possibilidades conceituais e
operativas dessa categoria analítica. Na primeira seção será
contextualizado o desenvolvimento da construção histórico social
da resiliência em uma perspectiva crítica. Na segunda sessão serão
apresentadas experiências e vivências das lutas feministas nos
meandros da resiliência e na terceira seção será realizada uma
primeira aproximação da conexão entre o individual, o singular e o
coletivo abordados nas seções anteriores.
Palavras-chave: Lutas Feministas, Resiliência, Gênero, Direitos
Humanos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 165
64 AS CONQUISTAS DAS MULHERES INDO POR
ÁGUAS ABAIXO: UMA CRÍTICA A PERCA DE
DIREITOS DAS MULHERES NA REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
Viviane de Oliveira Rocha1
Michele Rabelo de Souza2
Mirella Cristina Xavier Gomes da Silva Lauschner3
Célia Maria Nascimento de Oliveira4
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo demostrar a luta e conquista
da mulher no campo político, social e cultural, de forma sucinta
abordará a trajetória da mulher em busca de seus diretos. Esta
pesquisa se fundamenta em leituras e análises de Torres (2013)
(2010), Tedeschi (2014), Paulilo (2016), Priore (2012) entre outros.
Com base em tais leituras, afirma-se que ao longo da história as
1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-graduação Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia 2 Assistente Social, Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia 3 Assistente Social, Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia 4 Assistente Social, Aluna especial de Mestrado em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia
5º Emflor | Caderno de Resumos 166
mulheres proporcionaram aberturas de lutas por novos objetivos,
sobretudo afirmando-se como cidadã e sujeito de direito. Enquanto
sujeitos de direitos o nosso estudo está em uma análise crítica da
perca de direitos que as reformas trarão para as mulheres. Tais
questões se faz necessário debate com a sociedade, para aclarar
pontos como as mudanças na regra para as mulheres entre outros
ramos profissionais. Em nenhum momento houve a preocupação
de equiparar a idade de aposentadoria dos homens com a das
mulheres, a proposta é que as mulheres se equiparem aos homens
estabelecendo uma proposta de idade mínima de 65 anos para
homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de
contribuição de 25 anos. Com as novas regras os homens com mais
de 50 anos e as mulheres acima de 45 anos entrarão em uma regra
de transição, com a aplicação de um pedágio de 50% do tempo que,
na data de promulgação da Emenda, faltaria para atingir o número
de meses de contribuição exigido. A regra de transição só vale para
o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do benefício valerá a
nova regra. Sobrecarregando ainda mais mulheres que possuem
dupla e a ate tripla jornada de trabalho, pois para conseguir
aposentaria integral são necessários 49 anos de contribuição.
5º Emflor | Caderno de Resumos 167
Segundo a nova proposta, a idade para se aposentar será igualada
entre homens e mulheres. As mulheres por ineficiência das
políticas iniciam suas atividades mais nova e falece antes, pois nos
estudos de saúde mulheres, há uma evidente e clara que as
mulheres se cuidam mais apenas em exames de mamografia e as
demais checagens não são feitas, assim diminuído suas
possibilidades de usufruir de serviços que contribuiu se tornando
alguém que tem só obrigações e não direitos.
Palavras-Chave: Gênero, Previdência Social, Direito Humanos
5º Emflor | Caderno de Resumos 168
65 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO FEMINISMO
DO MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS
DO ACRE
Teresa Almeida Cruz1
RESUMO
Este trabalho objetiva discutir o processo de construção do
feminismo do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) do
Acre. Ao longo da história da humanidade, as mulheres sempre
reagiram ao domínio masculino de diversas formas, seja de
maneira individual ou coletiva. Elas não foram passivas, mas
também foram rebeldes e criaram resistências invisíveis. O
feminismo deve ser pensado no plural historicizado, pois existem
muitos tipos de feminismos. O MMC do Acre está construindo o
feminismo camponês e popular, como é definido a nível nacional,
nas lutas concretas do cotidiano por direitos, no desenvolvimento
de uma agricultura camponesa agroecológica, produzindo
alimentos saudáveis; na revitalização da medicina da mata,
prevenindo doenças e melhorando a saúde das famílias das
1 Doutorado em Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa
Catarina (2012) e Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora
adjunta da Universidade Federal do Acre.
5º Emflor | Caderno de Resumos 169
mulheres camponesas; no combate e enfrentamento à violência
contra as mulheres, enfim, nas lutas pela libertação das mulheres
camponesas de todas as formas de opressão, buscando construir
uma sociedade baseada em novas relações entre mulheres e homens
e destes com a natureza.
Palavras-chave: Feminismo, Movimento de Mulheres
Camponesas, Acre
5º Emflor | Caderno de Resumos 170
66 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA
DE MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO À
IDENTIDADE E À VERDADE HISTÓRICA
ARGENTINA
Luana Gonçalves Salignac1
Dorinethe dos Santos Bentes2
RESUMO
Em 22 de outubro de 1977, período de ditadura argentina, 12 mães
reuniram-se pela primeira vez na Praça de Maio, em Buenos Aires,
alegando que suas filhas haviam sido raptadas ainda grávidas ou
com bebês recém-nascidos. Com o tempo, outras mulheres que
passavam por semelhante situação aderiram ao grupo, até se
firmarem como uma organização não-governamental, proativa e
com objetivos delimitados: as “Abuelas de Plaza de Mayo”. Suas
investigações constataram que, dentre as mais de 30.000 pessoas
desaparecidas durante o regime militar, 500 eram crianças que
foram usadas como “espólios de guerra”. Elas foram apropriadas
por simpatizantes da ditadura ou pelos próprios militares atuantes
1Acadêmica do primeiro período da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: [email protected] 2Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Especialista em Direito Ambiental e Urbanístico e em História Social e da
Amazônia. Professora de carreira da UFAM – atualmente chefe do
Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 171
nos centros de repressão, tendo sua verdadeira identidade usurpada,
assim como seu direito à verdade acerca do ocorrido. Diante disso,
as “Avós” não se limitaram a encontrar seus filhos, vítimas da
ditadura, mas reconheceram em sua instituição a possibilidade de
reaver o passado de um povo, ao conceder-lhe a verdade histórica;
de garantir a justiça às vítimas e aos familiares; de restituir a
identidade de seus netos; e de reprimir a reincidência dos crimes
contra a dignidade humana no futuro. O conjunto desses objetivos
tornam as “Avós da Praça de Maio” um instrumento de
significativa relevância social da Justiça de Transição na
Argentina, já que unem mecanismos para superar um momento de
grandes conflitos e violações sistemáticas aos direitos humanos.
Para a história, as investigações preenchem lacunas ou retificam
acontecimentos mal contados, deixando um legado indelével. Para
as vítimas da ditadura e para seus familiares, as “Avós” oferecem
a justiça, a visibilidade de suas contestações sociopolíticas e um
ativismo em respeito à dignidade humana. Para os militares
responsáveis pelas violações aos direitos humanos, garantem-se as
justas punições pelas atrocidades cometidas durante a ditadura.
Palavras-chave: Justiça de Transição, direito à identidade, direito
à verdade, Avós da Praça de Maio, ditadura militar argentina.
5º Emflor | Caderno de Resumos 172
67 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA QUESTÃO DE
GÊNERO E SAÚDE EM DISCUSSÃO NA CIDADE DE
MANAUS - AM
Maria Raquel Cruz da Silva1
Márcia Perales Mendes da Silva2
RESUMO
Violência obstétrica é o termo utilizado para descrever as várias
formas de violências ocorridas na assistência à saúde, durante a
gravidez, parto, pós-parto e aborto. Este estudo justifica-se na
expectativa de avançar na edificação de conhecimentos teóricos
sobre este tema discutido nacional, internacionalmente e com
crescentes denúncias na cidade de Manaus. Objetivou-se analisar a
violência obstétrica a partir da perspectiva de gênero e saúde. Para
tanto, objetivou-se conhecer as informações disponíveis na
literatura sobre a conceituação e tipificação de violência obstétrica
perpetrada contra as mulheres, bem como relacionar essa temática
com a questão de gênero e saúde, apontando aspectos fundamentais
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
– PUC/SP.
5º Emflor | Caderno de Resumos 173
e legais inerente ao entendimento da problemática. Trata-se de
uma revisão bibliográfica, cuja metodologia teve abordagem
qualitativa e quantitativa, na base de dados em livros, revistas
científicas, artigos do Scielo, Lilacs e dados oriundos de notícias,
audiências e debates. Constatou-se que a violência obstétrica é uma
das expressões da violência de gênero, percebida através das
denúncias e mobilizações contra essa violência ocorrida nos
serviços de saúde e nas maternidades em nosso país e cidade. Para
o seu enfrentamento é necessário o Estado avançar na discussão
junto com as organizações e movimentos que debatem este tema
em nível nacional e local, afim da melhoria na efetivação das
políticas direcionadas à saúde da mulher.
Palavras-Chave: Gênero, Saúde, Violência Obstétrica, Direitos
Humanos
5º Emflor | Caderno de Resumos 174
68 FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO
SUPORTE FAMILIAR COMO FATORES DE RISCO
E PROTEÇÃO NAS SITUAÇÕES DE GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA.
Camila Ribeiro dos Santos1
Angela Emília Gama da Silva2
RESUMO
A família tem passado por inúmeras transformações nas últimas
décadas, sendo, portanto, passível de vários tipos de arranjos na
atualidade. Entretanto, as funções básicas desempenhadas pela
instituição familiar no decorrer do processo de desenvolvimento
psicológico de seus membros permanecem as mesmas. Frente a
esta realidade, a adolescência e as relações familiares nesta etapa
do ciclo vital tem sido foco de numerosos estudos. Esta
investigação objetivou apresentar uma sistematização dos
resultados obtidos através da pesquisa bibliográfica envolvendo os
descritores: família, adolescência, gravidez, vulnerabilidade, risco
e proteção, no período de 2000 a 2010. Para análise do material,
utilizou-se uma análise temática de conteúdo. De acordo com as
1 Pós-Graduanda em Políticas Públicas de Atenção em Famílias/FSDB 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia, orientadora e
docente/FSDB.
5º Emflor | Caderno de Resumos 175
pesquisas dentre os fatores de risco estão: falta ou inadequação do
diálogo sobre sexo, dificuldade no relacionamento familiar e
situações de violência. Já entre os fatores de proteção encontra-se:
relacionamento familiar satisfatório e apoio recebido da família.
Esses resultados são discutidos a partir da concepção processual
de risco/proteção.
Palavras chave: Família, adolescência, Gravidez,
vulnerabilidade, risco e proteção.
5º Emflor | Caderno de Resumos 176
69 UMA REFLEXÃO TEÓRICA ACERCA DA
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE
SOCIAL FRENTE AO PROCESSO
TRANSEXUALIZADOR
Liandra Aguiar Borges 1
Keliene Ferreira dos Santos2
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo uma reflexão teórica acerca do
prisma do processo transexualizador, partindo do princípio que o
homem e a mulher não podem ser tratados apenas como seres
unicamente biológicos, mas que se constroem frente ao contexto
cultural. Apesar da ampliação do debate em torno dessa temática e
as novas pesquisas disponibilizadas nas mais diversas áreas, como
saúde, educação, política social, direito entre outras, ainda pairam
dúvidas entorno das expressões transexualidade, gênero, sexo,
sexualidade e identidade de gênero, cada uma delas possui
significado que complementa a complexidade da construção social
1 Bacharel em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (2002), Pós
em especialização em Saúde Pública pelo IBPEX, docente do Centro
Universitário Estácio da Amazônia. [email protected]. Boa
Vista/Roraima – Brasil. 2 Mestranda da Universidade Federal do Amazonas - UFAM no Programa
de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Bolsista
CAPES.
5º Emflor | Caderno de Resumos 177
e histórica do/a Transexual. No contexto do Processo
Transexualizador a responsabilidade pelos cuidados com os/as
usuários/as é estabelecido à estrutura de atendimento de Atenção
Básica e Atenção Especializada. Diante do processo de
redesignação sexual, o papel do Serviço Social tange ao
acompanhamento social do/a usuário/a, bem como a efetivação dos
direitos e da cidadania. A inserção do Serviço Social no Processo
Transexualizador se deu pela necessidade de construir caminhos
interventivos buscando ampliar os debates acerca da
transexualidade, bem como a efetivação dos direitos desta
população. Presumindo compreender o seu exercício profissional
em amplitude, os subsídios que compõe seu processo de trabalho
nas políticas públicas, mas em especial na política de saúde e as
contradições desse processo; propondo uma reflexão acerca da
importância de problematizar os processos limitadores do acesso
aos serviços públicos de saúde produzidos pelo Processo
Transexualizador no Sistema Único de Saúde à população Trans.
Palavras-chave: Serviço Social; Identidade de gênero;
Transexualidade
5º Emflor | Caderno de Resumos 178
70 A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE: DO NOME
SOCIAL PARA A RETIFICAÇÃO DO REGISTRO
CIVIL
Keliene Ferreira dos Santos1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Não existem dados estáticos e informações precisa referente à
população trans no Brasil, a invisibilidade de transexuais e travestis
é tamanha que não existem censos do IBGE ou estudos do IPEA
que possibilitem mapear esses segmentos no país. O último censo
(IBGE, 2012) conseguiu mapear apenas a existência de coabitação
de parceiros do mesmo sexo, somando um quantitativo de 60.002
brasileiros/as. A legislação brasileira, diferentemente da legislação
de outro país como a Argentina, não reconhece o direito para
retificar documentos de nome e sexo antes de se submeter a um
processo judicial, isto possibilita que travestis e transexuais passem
a viver de uma forma dupla com aparência física em um gênero e
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social pela
Universidade Federal do Amazonas. Bolsista Capes. Bacharela em Serviço
Social pela UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-Doutora pela Universitè Lyon 2 – France. Professora Associada I da
Universidade Federal do Amazonas. E-Mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 179
os documentos civis em outro, favorecendo ainda mais o
preconceito e a discriminação.Com o aumento do número de
transexuais no Brasil, torna-se necessário efetivar uma política de
Identidade de Gênero, porém, a visão conservadora nos moldes do
patriarcado não permite que o Projeto de Lei de Identidade de
Gênero-PL5002/2013 seja efetivado. A pesquisa enquanto prática
intelectual é entendida como uma atividade de descoberta e
indagação da realidade, uma prática teórica de constante busca que
define um processo intrinsecamente em construção. A entrevista
profunda (BOURDIEU, 2008) foi aplicada junto a uma amostra de
um sujeito transexual e uma travesti com o intuito de
compreendermos a busca e as reivindicações para utilização do
nome social, um intelectual com o propósito de estabelecer o
diálogo.
Palavras-chaves: identidade de gênero, transexualidade, direitos
sociais
5º Emflor | Caderno de Resumos 180
71 MULHER CHEFE DE FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS
NO MERCADO DE TRABALHO
Célia Maria Nascimento de Oliveira1
Lidiany de Lima Cavalcante2
Maria Kedima de Castro Simões3
RESUMO
A fundamentação da temática, à mulher chefe de família e seus
desafios no mercado de trabalho, têm como objetivo principal
destacar a realidade vivida pelas mulheres diante das dificuldades
que elas enfrentam nos seus locais de trabalho, o qual ainda
encontra-se entraveis em sua inserção e permanecia, por estarmos
saindo do sistema patriarcal que ainda é muito presente no contexto
atual, porém com à contemporaneidade essa conjuntura está
rompendo com os paradigmas dos desafios enfrentados pelas
mulheres em muitos espaços de trabalho no mercado atual,
entendendo de vez esse comportamento diante desse cenário de
1Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:
[email protected] 2 Doutora e Professora no Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM.
E-mail: [email protected] 3Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Sociedade e
Cultura na Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 181
mudança que nos encontramos, em especial por se ter muitas
mulheres com chefe de família, provedora e responsável pelo seu
lar. Contextualizar família é de suma importância para fundamentar
os avanços das conquistas das mulheres em todos os sentidos ao
longo dos anos. Relatar as buscas das mulheres por inserção no
mercado de trabalho, as lutas constantes por reconhecimento
profissional e os desafios que as elas enfrentam no contexto atual,
pois são buscas de grande relevância, uma vez que se sabe que esse
contexto ainda é considerado situações de impasse com seu
momento de autonomia, passando as mulheres a estarem provedora
do seu lar. O mercado do mundo de trabalho, ainda continua
escasso na conjuntura atual, levando a mulher sofrer retaliações em
alguns espaços de trabalhos, porém, não as impede de ir a busca de
seus objetivos em vencer os obstáculos encontrados. A
metodologia utilizada trata-se do estudo feito por meio de
pesquisas bibliográficas qualitativa, com coletas dos dados de três
mulheres que informaram através de formulários com perguntas
abertas e fechadas sobre sua situação enquanto chefe de família e
sua posição no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Mulher Família Mercado de Trabalho.
5º Emflor | Caderno de Resumos 182
72 MULHER E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: UMA
BUSCA CONSTANTE DAS ASSISTENTES SOCIAIS
EM MANAUS AMAZONAS
Célia Maria Nascimento de Oliveira1
RESUMO
No contexto brasileiro em que nos encontramos, a busca por
oportunidade de trabalho é constante e intensa, pois o mercado
atual está limitando suas contratações laborais e os concursos nesse
senário estão diminuindo, sobretudo em Manaus Amazonas, a
situação fica mais agravante com as exigências de experiência
profissional, condições essa que dificulta a contratação de muitas
profissionais em especial o Assistente Social que ainda estão em
buscas dessa oportunidade de inserção no mercado de trabalho para
que possam adquirir experiência. A mulher com a
contemporaneidade passou a buscar com intensidade seus ideais, a
conquistar seu espaço no mercado de trabalho, saindo de certa
forma do anonimato em que vivia, assim, a mulher passa a buscar
experiência profissional, situação difícil em que se encontram. As
Assistente Sociais fazem parte do inchaço profissional que há em
nossa sociedade, acompanhando de certa forma o mercado
globalização o qual generaliza o mundo contemporâneo, deixando
1Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 183
essas mulheres sem oportunidade de adquiri experiência para
poderem ser contratadas. Sendo assim, o presente trabalho tem
como objetivo relata as buscas das Assistente Sociais por
oportunidade de inserção no mercado de trabalho, para poder obter
experiência profissional, situação que o empregador tanto exige,
pois, o mesmo não visa somente o conhecimento que essas
profissionais adquiriram com a formação acadêmica e sim
experiência. Procedimento metodológico foi um estudo trabalhado
em dois momentos, o primeiro houve a pesquisa exploratória com
o processo de levantamento de dados bibliográficos e pesquisa de
campo com a aplicação de entrevistas através de formulário
semiestruturado com as perguntas abertas e fechadas feitas as
Assistentes Sociais que estão em busca de trabalho, visando fazer
investigação dos dados adquiridos quanto as buscas constantes por
oportunidade de trabalho, e no segundo é relatado as informações
fornecida pelas assistentes sociais que declaram sua busca por
oportunidade para obterem experiência em Manaus Amazonas.
Com esse trabalho buscou-se destacar a intensa busca das
assistentes sociais por oportunidade de trabalho para poder
adquirirem experiência, pois os empregadores estão fazendo tal
exigência, situação que as deixam fora do mercado e
reconhecimento profissional, sendo necessário a utilização das
discussões de mulher, trabalho, assistente social e experiência
profissional, tendo em vista que somente em Manaus Amazonas
nos dias atuais somente inscrita no Conselho Regional de Serviço
5º Emflor | Caderno de Resumos 184
Social-CRESS/AM/RR, somam mais de oito mil profissionais
registradas.
Palavras-chave: Mulher, Trabalho, Assistente Social, Experiência
Profissional.
5º Emflor | Caderno de Resumos 185
GT 05 – GÊNERO, EDUCAÇÃO, CULTURA E
ARTE
Coordenadores:
Profa. Dra. Solange Pereira do Nascimento (UEA)
Prof. Dr. André de Oliveira Melo (UEA)
5º Emflor | Caderno de Resumos 186
73 A EDUCAÇÃO COMO DIREITO SOCIAL E ESPAÇO
SÓCIO-OCUPACIONAL DO TRABALHO NA
TRAJETÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL
Derlana Viana Souza1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
Eveline Maria Damasceno do Nascimento4
RESUMO
O presente estudo é uma tentativa de reconstruir a problemática da
educação escolar como direito social ao mesmo tempo, que é um
dos maiores espaços sócio ocupacionais de trabalho para as
mulheres. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Nossa
intenção consiste em reconstituir a escola pública que além de ser
uma importante área para atuação do Estado, é um processo social
com destacada atuação de diferentes sujeitos sociais. O período da
colonização, séc. XVI e XVII, primeiro momento de escolarização
1 Estudante de pós-graduação – Faculdade Metropolitana de
Manaus/FAMETRO. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia. E-mail:
[email protected] 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-
Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia - UFAM. Professora da Secretaria
Municipal de Educação – SEMED/Manaus e da Secretaria de Estado da
Educação e Qualidade do Ensino – SEDUC-AM. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 187
no Brasil, as mulheres foram completamente excluídas, somente
homens, brancos podiam estudar nos colégios da Europa. A
educação pública teve sempre uma importância secundária.
Enquanto na Europa havia faculdades desde 1538, no Brasil só foi
fundada a primeira Universidade, a Federal do Amazonas, em
1909. Somente no século XX é que as mulheres entraram de fato
na escola como alunas ou professoras. Este recorte histórico
/temporal significa resgatar a história da educação como direito
social na trajetória das mulheres no Brasil. A posição da mulher
está estruturada em um conjunto de papéis hierarquicamente
organizado, restando a elas o papel de reprodutora, com a educação
restrita socialmente ao cuidado, aos afazeres domésticos, não
podendo participar da esfera pública. Nos últimos anos, vem
ocorrendo uma intensa discussão sobre a relação da mulher com o
trabalho e o desenvolvimento de políticas públicas para conceber
que a mulher contemple um patamar de inserção em todos os
âmbitos da sociedade especialmente neste século.
Palavras chaves: Escola Pública, Espaço Sócio Ocupacional,
Mulheres.
5º Emflor | Caderno de Resumos 188
74 IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE DAS
PROFESSORAS-ALUNAS DO PARFOR EM TEFÉ
(AM)
Cecília Creuza Melo Lisboa1
Yomarley Lopes Holanda2
RESUMO
O presente trabalho se propõe a discutir sobre as trajetórias de vida
e a construção identitária das professoras em formação pelo Parfor.
O campo da pesquisa é a cidade de Tefé (AM), bem como o
Programa de Formação e valorização de Professores da Educação
Básica ali em funcionamento. O arcabouço teórico está ancorado
nos estudos de Moscovici (2011), Freire (1998), Bauman (2005),
dentre outros. A metodologia consiste numa abordagem
qualitativa, sem preterir os dados mais objetivos ordenados em
tabelas e dados, foi articulada a partir de três momentos que se
coadunam: pesquisa bibliográfica que se referiu à construção do
estado da arte da temática em foco; pesquisa documental que
constou de levantamento e análise dos registros (questionários
socioeconômicos) dos professores-alunos em formação junto à
secretaria do Parfor em Tefé; e pesquisa de campo onde realizamos
1 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM. Professora
Assistente da Universidade do Estado do Amazonas. 2 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM. Professor
Assistente da Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 189
observações do contexto de formação, assim como as entrevistas
com as professoras em formação, a fim de compreender mais
densamente as relações tecidas entre os sujeitos epistêmicos em seu
espaço de vida e formação profissional. Constatou-se uma
transformação na construção identitária no contexto de formação,
bem como tal processo engendra ainda mudanças significativas na
concepção que os sujeitos têm de si e de seu trabalho docente.
Palavras-chave: Construção identitária, Formação de professores,
Parfor.
5º Emflor | Caderno de Resumos 190
75 O PROTAGONISMO FEMININO NA CULTURA
POPULAR: A TRAJETÓRIA DE DONA CREUZA
LISBOA EM FONTE BOA (AM)
Yomarley Lopes Holanda1
Cecília Creuza Melo Lisboa2
RESUMO
O presente texto busca refletir sobre a ocupação dos espaços e o
protagonismo da mulher no âmbito da cultura popular, tomando
como referência a trajetória de vida e trabalho de dona Creuza
Ferreira Lisboa, mestra da cultura popular na cidade de Fonte Boa
(AM). O trabalho, parte importante de pesquisa mais ampla,
objetivou desenhar, em linhas nem sempre visíveis, as relações
tecidas, bem como as implicações da participação feminina na
brincadeira do boi-bumbá, espaço anteriormente marcado pela
presença somente de homens. O arcabouço teórico é constituído a
partir dos estudos de Peter Burke (1989), Bakhtin (1993) e Rita
Amaral (1998), sobre a cultura popular, além da investigação de
Lady Selma Albernaz (2012) acerca das relações de gênero que
atravessam a cultura popular brasileira. A pesquisa de campo foi
1 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia. Professor Assistente da
Universidade do Estado do Amazonas. 2 Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia. Professora Assistente da
Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 191
realizada na cidade de Fonte Boa, no período de preparação e
realização da festa de boi-bumbá, abrangendo a observação
participante, a realização de entrevistas semiestruturadas e o
registro fotográfico. Constatou-se que no passado era proibida a
participação feminina no folguedo do boi-bumbá, mas hoje tem
assumido um evidente protagonismo, seja na organização da
brincadeira ou mesmo na participação efetiva das mulheres como
personagens importantes no contexto da festa.
Palavras-chave: Protagonismo feminino, cultura popular, boi-
bumbá.
5º Emflor | Caderno de Resumos 192
76 OS DISCURSOS SOBRE A “IDEOLOGIA DE
GÊNERO”: ENTRE A HETERONORMATIVIDADE E
A VIOLÊNCIA.
Isaac Guidão Toscano1
Lucilene Ferreira de Melo2
Maísa Amaral de Mendonça3
Viviane de Oliveira Rocha4
RESUMO
O presente artigo busca refletir as estratégias de saber-poder na
produção discursiva sobre a chamada “ideologia de gênero” e quais
os riscos da proliferação desses discursos no reforço do padrão
heteronormativo e na produção e reprodução da violência
institucional, simbólica e letal. Trata-se de um estudo bibliográfico
e documental de cunho qualitativo e tem por perspectiva teórico-
metodológica à análise do discurso em Foucault, bem como, as
relações de saber-poder e os estudos de gênero. Por fim, esse estudo
1 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
[email protected]. 2 Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
[email protected]. 3 Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
[email protected]. 4 Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 193
procurar trazer à baila uma importante discussão no que tange a
garantia dos direitos fundamentais à dignidade humana e as
condições de existência sem violência em nossa sociedade,
dignidade que se estende à homens e mulheres independe de
orientação sexual ou identidade de gênero.
Palavras chaves: Discurso, Ideologia de gênero,
heterormatividade, Violência.
5º Emflor | Caderno de Resumos 194
77 OS CAMINHOS DA PESQUISA E A ARTE DE TECER
JUNTO PELAS VIAS DO UNIVERSO SATERÉ-
MAWÉ
Solange Pereira do Nascimento1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este estudo tem como objetivo apresentar o universo Sateré-Mawé
a partir das teias que o constitui como lugar de aprendizado
constante num discurso aberto e poético com o campo da pesquisa
estabelecendo um recorte de diálogo com estudiosos da etnia a
partir de investigações científicas realizadas ao longo dos anos em
relação a este grupo étnico, fazendo um passeio científico pôr suas
múltiplas faces relacionais seja pela cultura, política, sociedade,
arte e mitologia como expressões de sua vivência no mundo. O
estudo atende a uma perspectiva metodológica e teórica de cunho
investigativo tendo por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin,
que nos permitiu tecer uma rede de conversa com outros saberes.
O lócus da pesquisa foi a Comunidade Simão na Terra Indígena
1 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas. 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 195
Andirá/Marau, Barreirinha/AM. Numa dinâmica de entrevista
profunda sob a ótica de Bourdieu (2007), ouvimos homens e
mulheres da etnia e pelos estudos etnográficos de Geertz (1989)
fizemos uma densa etnografia do campo de pesquisa a partir de
seus elementos visíveis e invisíveis presentes na mitologia de
origem, sustentáculo do ser do mundo Mawé. Dentre os múltiplos
resultados constatados verificou-se a importância da multiplicidade
de olhares sobre um mesmo objeto a partir de várias perspectivas
metodológicas diferentes trazidas pelos autores citados no texto e
a importância desses estudos para a academia que transpassa a
verticalização do conhecimento abrindo novas dimensões de saber
a partir do campo que é um aberto constante de possibilidades no
mundo da ciência em especial na Amazônia, lugar de muitas
temporariedades para o pensamento.
Palavras-Chave: Rio Andirá, Pesquisa, Sateré-Mawé, Ciência
5º Emflor | Caderno de Resumos 196
78 CULTURA DE GÊNERO EM REPRESENTAÇÕES
CINEMATOGRÁFICAS E AUDIOVISUAIS: UMA
REFLEXÃO A PARTIR DO FILME TOMBOY
Jeanne Araújo e Silva1
RESUMO
O objetivo deste trabalho é fomentar uma reflexão acerca da
contradição entre a identidade de gênero e a identidade biológica
ainda na infância através do filme Tomboy. Produções artísticas e
cinematográficas, bem como quaisquer outras obras que evoquem
o tabu da sexualidade infantil como algo não profano e a noção de
que uma identidade de gênero em desacordo com determinismo
biológico esteja consolidada tão precocemente na espécie humana
são sempre provocativas por oferecerem oportunidades de
desconstruções de estereótipos supostamente fundados na biologia
e na religião. O texto possui pesquisa bibliográfica e documental,
está composto por introdução na qual buscou-se discorrer sobre
fatos reais de vivências transgressoras de gênero no espaço escolar
e suas classificações identitárias com base em estudiosos de
gênero, cultura e identidade. O enredo do filme em questão se
apresenta de maneira detalhada e dialogada na segunda parte deste
1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências
Humanas - PPGICH.
5º Emflor | Caderno de Resumos 197
artigo e visa, em diversas cenas, discutir as ações comportamentais
de seus protagonistas, envoltas ou não, em estereótipos da lógica
binária. As considerações finais trazem um questionamento sobre
as cenas que dariam continuidade à trama, além de relacionarem a
questão de gênero a diversas outras obras artísticas e culturais.
Palavras chave: identidade, lógica binária, infância.
5º Emflor | Caderno de Resumos 198
79 “SERVINDO EM SILÊNCIO”: ANÁLISE FÍLMICA
DAS RELAÇÕES DE PODER SIMBÓLICO DA
SOCIEDADE PATRIARCAL NAS INSTITUIÇÕES
SOCIAIS SOBRE OS PAPEIS DE GÊNERO E
SEXUAL.
Renata Oliveira Braga Reis 1
André Luiz Machado Neves2
Luiza de Marilac Moreira3
RESUMO
A análise fílmica tem como objetivo demonstrar que a
cinematografia de forma lúdica, visual, que pode retratar as teorias
existentes sobre diversos temas, que serve de entretenimento, mas
também de perpetuação de determinados conceitos. Para
fundamentar nossa análise efetuamos pesquisas bibliográficas e
utilizamos referências como BEAUVOIR (1980) e SCOTT (1990),
as quais apontam questões da sociedade patriarcal e machista.
Através da narrativa do filme “Servindo em Silêncio” que retrata a
1 Discente do curso de Pós-Graduação em Gênero, Sexualidade e Direitos
Humanos da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail:
147 Professor orientador da disciplina Orientação Sexual, Identidades Sexuais e
Identidade de Gênero. E-mail: [email protected]
148 Professora do curso de Serviço Social na Universidade Nilton Lins. É
integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório Social, Gênero,
Política e Poder (GEPOS) vinculado ao Programa de Pós-Graduação Sociedade
e Cultura na Amazônia/Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 199
história verídica Margarathe Cammermeyer, que em 1989 sofre
uma violência institucional pelo exército Americano ao se declarar
lésbica. A partir daí as Forças Armadas Americanas começam um
processo para dispensá-la, visto que as normas internas não aceitam
homossexuais. Pretendemos analisar e demonstrar como a
sociedade patriarcal exerce o poder de dominação e exploração,
principalmente com as mulheres e homossexuais, retratados como
vítimas da exclusão e violência institucional. O modo como filme
retrata vários tipos de violências baseadas em gênero e orientação
sexual o torna um instrumento pedagógico que auxilia no
estranhamento das pessoas sobre essencialismos e naturalização de
dominação e exploração que a sociedade patriarcal defende e
protagoniza o gênero masculino, em detrimento de outros gêneros,
para que a partir daí possamos provocar e pensar estratégias de
intervenção para desconstruir essa realidade.
Palavras-chaves: filme, gênero, violência, patriarcal.
5º Emflor | Caderno de Resumos 200
80 GÊNERO E TRABALHO: A PRODUÇÃO
CERAMISTA NO MOCAMBO DO ARARI
Jéssica Dayse Matos Gomes1
RESUMO
O modo de fazer demonstra as características de determinada
cultura. Na Amazônia, a tradição ceramista resiste através das mãos
de mulheres que confeccionam peças com diferentes formas e
significados. O presente trabalho trata sobre a produção ceramista
feita por mulheres do Mocambo do Arari, lócus da minha pesquisa
de mestrado, onde também se constatou a existência de artefatos
arqueológicos e produção ceramista constantemente realizada por
mulheres tanto da Agrovila de São João como na comunidade São
Tomé do Mocambo do Arari. Utilizou-se pesquisa bibliográfica,
entrevistas e observação participante segundo o método
etnográfico para melhor estudo da do lócus da pesquisa que
pertence ao município de Parintins, Estado do Amazonas. Através
de observação participante e entrevista com mulheres do Mocambo
do Arari, de acordo com a metodologia Etnográfica, pode-se
conhecer algumas características da produção ceramista
mocambense, sua trajetória entre as mulheres das comunidades e
suas possíveis dificuldades de produção. Entende-se que a
1 Pós-graduada em História e Geografia pela Faculdade Integrada do Brasil e Turismo e
Desenvolvimento Local pela Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 201
produção ceramista realizada pelas mulheres no Mocambo do Arari
é de suma importância para a cultura e identidade do lócus
pesquisado, assim como para o município de Parintins, a qual o
distrito do Mocambo pertence.
Palavras-chave: mulheres, barro, arte, cultura.
5º Emflor | Caderno de Resumos 202
81 O IMPACTO SOCIAL DA INCLUSÃO DA MULHER
IDOSA NAS ATIVIDADES DO PROJETO SOCIAL
FELIZIDADE NO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO
AREAL, EM MANAUS
Euzira Taveira Barbosa1
Angela Emilia Gama da Silva2
Ana Cláudia dos Santos Lacerda3
Luiza de Marilac Miléo Moreira4
RESUMO
Este é um estudo sobre o impacto social através da inclusão da
mulher idosa no Projeto Social Felizidade no bairro de Santo
Antônio Areal em Manaus. Trata-se de uma pesquisa de campo
realizada com 10 idosas participantes do Projeto Social
FELIZIDADE através de um formulário com perguntas abertas e
fechadas. Diante deste contexto, a amostra inclui participantes do
1 Assistente social, pós-graduanda em Gerontologia Social pela Faculdade
Salesiana Dom Bosco. E-mail: [email protected]. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM. E-mail:
[email protected]. 3 Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGSSA –E-mail:
[email protected] 4 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 203
gênero feminino, com idade superior aos 60 anos, que ainda
participam ou já participaram até recentemente do projeto. Todas
as participantes concluíram apenas o ensino fundamental, têm
filhos, e atualmente não trabalham. Em relação à profissão, 60%
afirmaram serem costureiras, enquanto 40% se declararam donas
de casa. A maioria (80%) é aposentada e tem renda familiar entre
1 e 5 salários mínimos (80%). Quanto aos efeitos da prática de
atividades física por meio do projeto na vida das idosas
entrevistadas, todas citaram a melhoria da saúde como aspecto
positivo. Outro ponto unânime foi a possibilidade de “criar novas
amizades”. Também foram mencionados, em menor grau, o “bem-
estar”, a “sensação de participação e inclusão” e o “aumento da
disposição física”. O envelhecimento pode ser compreendido
como um fenômeno do processo da vida, marcado por mudanças
biopsicossociais associadas à passagem do tempo, que varia para
cada indivíduo e pode ser determinado geneticamente ou ser
influenciado pelo estilo de vida, características do meio ambiente e
da situação nutricional de cada uma.
Palavras-Chave: Mulher idosa, envelhecimento ativo, saúde.
5º Emflor | Caderno de Resumos 204
82 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA,
POLÍTICAS PÚBLICAS NA PAN-AMAZÔNIA:
CONDIÇÕES DE VIDA E EDUCAÇÃO DAS
MULHERES DA FLORESTA NO IFAM, CAMPUS
TABATINGA.
Marlene de Deus Lima1
RESUMO
Este estudo propõe-se refletir sobre as políticas públicas na
Educação Profissional, apresentando o perfil das discentes no
Instituto Federal de Educação do Amazonas, Campus Tabatinga,
zona fronteiriça da Pan-Amazônia, residente no município de
Benjamim Constant, e seu impacto na permanência e êxito destas
alunas no curso. Foi centrado na abordagem crítica, de natureza
qualitativa/quantitativa. Apontou que as alunas fazem um esforço
sobre-humano para ter acesso à educação profissional. Gastam em
torno de cinco horas somente com o translado residência-campus-
residência, chegando a utilizar cotidianamente até cinco meios de
transporte diferente neste percurso. O baixo nível socioeconômico
das discentes interfere diretamente no processo ensino
1 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia junto ao Pós-
Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia. Universidade
Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 205
aprendizagem, pois, precisam custearem transporte, alimentação e
material didático técnico específico. Neste contexto, é
imprescindível a implementação de um conjunto de políticas
públicas que garantam não somente o direito a educação, mas
também a permanência e o êxito destas discentes. Assim,
importante papel tem a equipe multiprofissional dentro do campus,
enquanto profissionais qualificados para intervir nesta
problemática, assim uma maior intersetorialidade das políticas
públicas que garantam, pelo menos, o mínimo necessário de
condições digna de vida a elas, onde o poder federal, estadual e
municipal central possuem atribuições intrínsecas e
inquestionáveis na concretização desses direitos de cidadania.
Palavras-Chave: Educação Profissional Tecnológica, Políticas
Públicas, Pan-Amazônia, Mulheres da Florestas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 206
83 MULHERES DA FLORESTA EM SINTONIA COM AS
MULHERES DA REVOLUÇÃO RUSSA
Márcia Maria de Oliveira1 Willas Dias da Costa2
RESUMO
Neste breve ensaio apresentamos alguns recortes e provocações da
obra de revolucionária bolchevique Alexandra Mikhaylovna
Kollontai (1872-1952) referente aos processos que antecedem a
Revolução Russa, seus resultados e impactos na sociedade a partir
de 1917. Tendo por referência seu romance ‘Um grande Amor’
identificamos seu propósito de colocar em curso outras revoluções
tão importantes e necessárias à sociedade quanto a Revolução
Russa. Temas como a emancipação da mulher e o amor-
camaradagem são algumas das questões problematizadas pela
autora em “Um grande Amor’ que parece ter sido uma forma de
homenagear Lenin e Krupskaia, figuras centrais da Revolução
Russa e protótipos de outras importantes revoluções colocadas em
1 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA/UFAM), com Pós-Doutorado
em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF/UFRR). Professora da Universidade Federal de
Rondônia. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas
(PPGAS/UFAM) (2017). Pesquisador Vinculado ao Núcleo de Políticas Territoriais da
Amazônia (NEPTA/UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 207
curso na sociedade comunista e que ainda hoje continuam
desafiando todas as sociedades.
Palavras-chave: ‘Um Grande Amor’. Revolução Russa.
Mulheres.
5º Emflor | Caderno de Resumos 208
84 GRAÇA PASSOS: UMA HISTÓRIA DE VIDA NA
EDUCAÇÃO DO CAMPO NO AMAZONAS
André de Oliveira Melo1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
O presente trabalho tem em sua finalidade discutir o capital
simbólico construído pela Pedagogia da Alternância no Amazonas,
dando principal relevo à trajetória de uma das precursoras da Casa
Familiar Rural nesta Região, Graça Passos. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa de estudos interpretativos, analisando as
intersecções entre a vida individual, profissional e o contexto social
de Maria das Graças Serudo Passos, tendo como fio condutor, para
essa análise, o pensamento complexo. A pesquisa constatou, que
Graça Passos, precursora da Casa Familiar Rural de Boa Vista do
Ramos, é uma mulher visionária para além do seu tempo. Dedicou
parte de sua vida à educação popular e à educação do campo, numa
relação de pertença com os povos tradicionais da Comunidade Boa
1 Professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Doutor em
Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA/UFAM).
2 Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada I da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 209
União, onde se encontra instalada a primeira Casa Familiar Rural
do Amazonas, em de Boa Vista do Ramos. Ficou claro também que
a vida desta mulher pioneira da pedagogia da alternância no
Amazonas é tributária das suas origens “ribeirinhas”, em cujos
territórios de várzea e terra firme viveu a sua família, sendo uma
andarilha das águas, como ela mesma se denomina na vida
cotidiana, na profissional e em poesia.
Palavras Chaves: Amazônia – história de Vida – Pedagogia da
Alternância – Casa Familiar Rural.
5º Emflor | Caderno de Resumos 210
85 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO
NO JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014)
Mariza da Silva Freitas1
Mônica Xavier de Medeiros2
RESUMO
O enfraquecimento do comércio da juta na década de 80 em
Parintins reconfigurou a zona urbana do município, que sofreu com
a falta de opções econômicas e oferta de emprego para seus
moradores. Na década de 90, o Festival Folclórico de Parintins
passa a ser incentivado pelo governo do estado do Amazonas, que
financiou a construção do bumbódromo e propagandas em veículos
de comunicação de circulação nacional. O jornal NH começa a
circular de maneira impressa semanalmente às sextas feiras a partir
de 1994. Em suas páginas, percebe-se como a Diocese interpretou
esse momento histórico da cidade, constituindo visões sobre as
1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado
do Amazonas (UEA) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Amazonas (FAPEAM). E-mail: [email protected] 2 Orientadora professora dra. adjunta do Curso de Licenciatura em História da
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Meai:
5º Emflor | Caderno de Resumos 211
oportunidades econômicas abertas pelo Festival, mas condenando
o que passa a considerar o “abandono” de valores morais ensinados
na Igreja Católica. Nesse sentido, pode-se vislumbrar, o lugar que
as mulheres deveriam ocupar neste processo. Durante sua
circulação, o jornal divulgou interpretações sobre o gênero
feminino relativas tanto ao âmbito privado (família), quanto às
políticas públicas como saúde da mulher. Para perscrutar as noções
sobre o gênero feminino engendradas pelo jornal, é preciso
articular suas matérias e artigos ao debate sobre as mulheres feito
pela Igreja Católica nas últimas décadas do século XX e início
XXI. Assim, percebemos o jornal NH como uma forma da Igreja
Católica disputar projetos na sociedade e fomentar a constituição
de uma memória hegemônica, que determina o lugar das mulheres
parintinenses no “desenvolvimento” da cidade.
Palavras-chave: Parintins, Mulheres, Imprensa.
5º Emflor | Caderno de Resumos 212
GT 06: GÊNERO, SEXUALIDADE,
CORPOREIDADE E AFETOS
Coordenadoras:
Profa. Dra. Artemis de Araújo Soares (UFAM)
Profa. Dra. Marinete Lourenço Mota (UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 213
86 VIOLÊNCIA VELADA: UM ESTUDO SOBRE A
INCIDÊNCIA DE CRIMES DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA CONTRA MULHERES EM MANAUS
Aline Ribeiro de Lima1
Luciana Vieira dos Santos2
Márcia Helena Nascimento Braga3
Susy Ellen Pacheco da Silva4
RESUMO
O presente estudo trata da discussão em torno de uma problemática
que ainda hoje é quase invisível aos olhos da sociedade, a violência
doméstica. Essa prática é hoje a forma mais frequente de violência
sofrida pelas mulheres, sendo esta constituída por atos como
agressões físicas ou ameaça maus tratos psicológicos, abusos ou
assédios sexuais e desrespeito aos seus direitos reprodutivos ou de
cidadania cometidas por um membro da família ou por pessoa com
quem mantém laços afetivos. Apesar da criação da Lei Maria da
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 214
Penha em 2006, ainda hoje mais de 700 mil mulheres no país
sofrem com a violência doméstica segundo dados do Data senado
2013. Os dados são tão preocupantes que a pesquisa ainda afirma
que uma em cada cinco mulheres no Brasil confirma já ter sofrido
violência doméstica algum momento da vida. Em Manaus, o índice
de violência doméstica contra a mulher vem aumentando
anualmente e somente de janeiro a março de 2017, a Delegacia
Especializada em Crimes Contra a Mulher, afirma já ter registrado
2,7 mil casos de violência doméstica. Ressalta-se então, que a
prática dessa violência sempre foi um problema ligado ao poder de
gênero, aos privilégios e ao controle masculino exercido sobre as
mulheres, atingindo estas independente de sua idade, cor, etnia,
religião, nacionalidade, opção sexual ou condição social, e seu
efeito é, sobretudo social, pois afeta o bem-estar, a segurança, as
possibilidades de educação e desenvolvimento pessoal e
autoestima das mulheres.
Palavras-Chave: Gênero, Violência, Mulher.
5º Emflor | Caderno de Resumos 215
87 DOIS PRA LÁ... DOIS PRA CÁ! O BAILADO NO
RITUAL DAIMISTA
Delta Paula Melo1
Maria Isabel de Araújo1
Rosemara Staub de Barros1
RESUMO
Desde os primórdios da humanidade, o homem procura expressar
seus sentimentos de dor, tristeza, alegria, euforia, encantamento e,
sua visão do mundo de alguma forma, o primitivo festejava em
volta da fogueira, tribos indígenas dançavam e entoavam gritos de
guerra para intimidar inimigos, para chamar a chuva ou para adorar
seus deuses. Segundo a mitologia grega o universo surgiu através
de movimentos rítmicos, o Deus Shiva e sua dança cósmica
simbolizaram o ritmo da vida e da morte na visão da mitologia
indiana hindu. Este artigo se propõe a refletir a corporalidade, o
1 Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM,
5º Emflor | Caderno de Resumos 216
bailado, e a dança, inseridos no ritual da doutrina Santo Daime, na
igreja Sol do Céu Nascente em Manaus/AM, fundada pelo
seringueiro Raimundo Irineu, nos anos 30 no Estado do Acre, no
escopo da compreensão do simbolismo corporal, do sagrado e do
profano, no ritual Daimista. Esta pesquisa utilizou o método
pesquisa-ação etnográfica, trazendo um diálogo com o corpo como
instrumento e materializador dessa expressão religiosa, cujo berço
é a Amazônia. Os resultados apontam que no ritual Daimista, o
corpo se movimenta, articula, exterioriza sua fé na cura dos males
da vida terrena através dos bailados, mas padece quando é invadido
pela beberagem do chá ayahuasca (decocção das plantas
Banesteriopsis Caapi e Psichotry viridis), mas reforça a doutrina,
a fé e a comunhão entre eles, os hinos e os bailados são sequencias
padronizadas de palavras cantadas e de ações performativas.
Palavras-chave: Bailado; Corpo; Daimista; Fé.
5º Emflor | Caderno de Resumos 217
88 PARA ALÉM DO FALO: A CRÍTICA FEMINISTA DE
SIMONE DE BEAUVOIR E PSICANALÍTICA DE
HELENE DEUTSCH AO FALOCENTRISMO
Alexsandro Melo Medeiros1
Luana Pantoja Medeiros2
RESUMO
Simone de Beauvoir é uma filósofa existencialista conhecida
mundialmente pela publicação da obra O Segundo Sexo, onde
procura desconstruir o mito do eterno feminino, criado pela
sociedade patriarcal, da inferioridade da mulher, da sua vocação
natural para o casamento e para a maternidade. Dentre suas críticas
merece destaque o segundo capítulo da obra O Segundo Sexo, onde
a autora trata do ponto de vista psicanalítico que reforça os valores
da sociedade patriarcal ao tomar o falo como ponto de referência e
pensa a mulher – este ser castrado –, sempre em relação com o
órgão sexual masculino. Esta comunicação, que tem como base
1 Mestre em Filosofia pela UFPE. Doutorando do PPGSCA/UFAM. Bolsista e
Pesquisador FAPEAM. Professor da UFAM, campus de Parintins. Contato:
[email protected] 2 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas-
CESP/Parintins. Bolsista de Iniciação Científica UEA/FAPEAM. Contato:
5º Emflor | Caderno de Resumos 218
uma pesquisa bibliográfica, pretende, portanto, abordar a crítica
feminista de Beauvoir à concepção falocêntrica da psicanálise
freudiana e acrescenta a esta crítica as ideias de Helene Deutsch:
uma das primeiras mulheres a integrar a Sociedade Psicanalítica de
Viena. Essa análise não é sem fundamento pois Helene Deutsch é
citada diversas vezes por Beauvoir, sobretudo a partir da obra
Psicologia da Mulher, o que revela que as críticas da filósofa
existencialista se fundamentam, de certo modo, nas ideias de
Deutsch. Desta forma, espera-se poder contribuir com o debate
sobre a questão de gênero na atualidade, levando em consideração
a questão da influência da sexualidade no desenvolvimento
feminino e, assim, lançar luzes sobre a questão posta pela filósofa
existencialista: que é ser mulher?
Palavras-chave: Falocentrismo, Exisntecialismo, Psicanálise.
5º Emflor | Caderno de Resumos 219
89 OS BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA
IDOSOS DO PARQUE MUNICIPAL DO IDOSO NA
CIDADE DE MANAUS/AM
Ivan Alexandro dos Santos Moreira 1
Angela Emília Gama da Silva 2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo verificar os benefícios das
atividades físicas realizadas por idosos que buscam, através dessas
atividades, uma melhor qualidade de vida. O estudo dos resultados
das práticas físicas e suas contribuições para a saúde física,
psicológica e social das pessoas da terceira idade se faz necessário,
uma vez que os idosos têm alcançado, com o avanço da tecnologia
e da ciência, uma maior longevidade, o que faz com que os
profissionais que trabalham com esse público tenham o desafio de
desenvolver novas práticas para atender aos anseios e as
necessidades dessa parcela da população que cresce a cada dia. O
caminho metodológico seguido é de cunho etnográfico, com
pesquisa de campo realizada no Parque Municipal do Idoso,
1 Pós-graduando em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 220
situado no Bairro de Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul
de Manaus, com 24 idosos, por meio de entrevistas. A pesquisa
revelou que os idosos que praticaram atividades físicas de modo
regular tiveram uma melhora na disposição, bem como na
realização de atividades domésticas cotidianas e, com isso,
obtiveram um índice mais elevado em sua autoestima, em sua
convivência social e em sua qualidade de vida.
Palavras-Chave: Idosos, Atividades Físicas, Benefícios.
5º Emflor | Caderno de Resumos 221
90 UM ESTUDO SOBRE A GINÁSTICA LABORAL
SENTADA E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DA
PESSOA IDOSA
Marivaldo dos Santos Serzedelo1
Ângela Emília Gama da Silva2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
RESUMO
Neste trabalho tomamos como objeto de análise a ginástica laboral
sentada e seus benefícios para a saúde e a qualidade de vida da
pessoa idosa. A realização desta pesquisa visa identificar e
apresentar como é desenvolvida a ginástica laboral sentada,
conhecer seus benefícios e identificar os materiais usados para a
sua execução. Também intenciona fazer uma reflexão sobre a
concepção de velhice e de envelhecimento e as mudanças
biopsicossociais que ocorrem durante este processo. Os
procedimentos metodológicos norteadores do estudo em questão
basearam-se em uma pesquisa de cunho bibliográfico sobre a
pessoa idosa, sua qualidade de vida e a ginástica laboral. Tomamos
por base para a composição do presente estudo as obras de
estudiosos como Silva (1999), Shepard (2003), Spirduso (2005),
1 Pós-graduando em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 222
Faleiros (2007), Porto (2008), Saba (2008), entre outros. Tais obras
servem ao propósito de desvelar como a prática da ginástica afeta
a vida de idosos e de idosas e apontar os benefícios que surgem na
qualidade de vida dessas pessoas, a fim de auxiliar na construção
de um olhar mais crítico e aprofundado sobre o tema.
Palavras-Chave: Pessoa Idosa, Ginástica Laboral, Qualidade de
Vida.
5º Emflor | Caderno de Resumos 223
91 UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE
MULHERES E HOMENS IDOSOS ACERCA DE SUA
SEXUALIDADE
Zenaide S. de Barros Vieira 1
Ângela Emília Gama da Silva 2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo desvelar como os idosos têm
vivido sua sexualidade, pois o número de idosos no Brasil e no
mundo vem crescendo e, com isso, diversos fatores aparecem em
seu processo de envelhecimento. Para alcançar uma melhor
resposta no que tange esta temática, foi utilizada uma metodologia
voltada para uma pesquisa de cunho bibliográfico, com abordagem
qualitativa através da consulta e da leitura de livros e artigos
científicos, encontrados nas bases de dados Scielo, Medline e
Lilacs. Assim, identificou-se que os idosos, mulheres e homens
possuem uma vida sexualmente ativa, porém com dificuldades
adquiridas por meio de limitações como consequência do processo
de envelhecimento. Com isso, entre os idosos existe uma melhor
compreensão de sua vida sexual ativa, com mais entendimento,
companheirismo e diálogo. Em contrapartida, há diversos fatores
1 Pós-graduanda em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 224
que contribuem para a redução da vida sexual na velhice. Entre
eles, podemos destacar os biológicos, psicológicos e socioculturais
que influenciam de modo geral na sexualidade da pessoa idosa.
Palavras-Chave: Pessoa Idosa, Envelhecimento, Sexualidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 225
92 UMA ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA DE REDUÇÃO
DE DANOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE
PÚBLICA NA PREVENÇÃO DE HIV/AIDS PARA
HOMENS IDOSOS, EM MANAUS/AM
Suely Ferreira de Almeida 1
Ângela Emília Gama da Silva 2
Luiza de Marilac Miléo Moreira 3
Karla Patrícia Palmeira Frota4
RESUMO
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de incidência de
contaminação de HIV̸AIDS relacionada a práticas de
comportamentos de risco vem aumentando dentre a população
idosa em todo o país. Assim, o presente artigo visa analisar a
Política de Redução de Danos adotada pelo Ministério da Saúde
como estratégia de saúde pública, na prevenção e na minimização
de novos casos de HIV̸AIDS, entre os homens idosos, propondo
uma reflexão acerca dos fatores que influenciam na mudança de
postura de comportamentos de risco destes e desvelando essa
1 Pós-graduanda em Gerontologia Social, pela Faculdade Salesiana Dom
Bosco. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia /UFAM 3 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. 4 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia/ UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 226
política e sua eficácia através de suas ações. A metodologia
utilizada é de cunho bibliográfico, com abordagem qualitativa.
Para tanto, deu-se uma pesquisa na base de dados Scielo e
publicações do Ministério da Saúde, entre outros. No decorrer da
pesquisa, constatou-se que em Manaus, a Política de Redução de
Danos não é desenvolvida em nenhum programa da Secretaria
Municipal de Saúde do Amazonas (SEMSA), direta ou
indiretamente, voltada para a população idosa. Tal prática é um
indicativo que sugere que os idosos não são percebidos por parte
dos profissionais de saúde no que diz respeito a infeção do vírus
por HIV̸AIDS.
Palavras-Chave: Idoso, HIV/AIDS, Política de Saúde.
5º Emflor | Caderno de Resumos 227
93 TRAJETÓRIAS E VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE
POR MULHERES VELHAS EM PARINTINS:
CONTRASTES DA DOMINAÇÃO MASCULINA AO
LONGO DO TEMPO
Alice Alves Menezes Ponce de Leão Nonato1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Com a chegada da velhice, as velhas conquistaram maior liberdade
de gênero, mas são marginalizadas em sua condição geracional. As
mulheres velhas foram socializadas em um contexto em que os
casamentos eram arranjados pela família. Nem sempre tiveram a
realização de uma sexualidade plena ao longo da vida porque não
amaram os seus companheiros ou porque ficaram viúvas
precocemente. A sexualidade ao longo de suas trajetórias de vida
tinha como fim a reprodução e era vigiada pelo marido nos moldes
do patriarcado para evitar a infidelidade e garantir a certeza de que
1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e
Professora do Curso de Serviço Social da UFAM. 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumière Lyon 2, França.
Coordenadora e Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e
Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM).
5º Emflor | Caderno de Resumos 228
os filhos fossem dele. Na velhice, elas conquistaram liberdade
porque já estão desprendidas dos compromissos que lhes
demandavam dedicação. O desejo de um novo parceiro é
idealizado para o companheirismo e na prestação de cuidados. Mas,
os velhos, enquanto apresentam virilidade, procuram se relacionar
com mulheres mais jovens. Ao apresentarem disfunção sexual,
procuram a mulher mais velha porque tomam consciência da
velhice e da necessidade de cuidados que podem precisar. Este
trabalho objetiva desvendar como a dominação masculina se
configura ao longo do tempo no âmbito da sexualidade de duas
mulheres velhas em Parintins. A metodologia compreendeu a
abordagem qualitativa orientada pelo método fenomenológico,
pesquisa bibliográfica e de campo com um casal de velhos e uma
mulher viúva e solteira. Conclui-se que a liberdade de gênero da
mulher, alcançada na velhice, é negociada em troca da manutenção
da sexualidade.
Palavras-chave: Velhice, Gênero, Sexualidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 229
94 HOMOSSEXUALIDADE E RELIGIÕES DE
MATRIZES AFRICANAS: ABRINDO OS ARQUIVOS
OCULTOS
Lidiany de Lima Cavalcante1
Tayana dos Santos Barros2
RESUMO
A diversidade sexual tornou-se uma temática emergente no âmbito
das Ciências Sociais. Discussões em torno dos significados de
sexo, gênero, orientação sexual e identidade de gênero, permeiam
a compreensão de indagações históricas. Discutir não significa
romper a saga do conservadorismo social nas suas diversas faces,
pois ainda se vive em uma sociedade repleta de paradigmas e
cânones voltados às faces da heterormatividade como “modelo”
social. A orientação sexual se estreita mais quando se refere às
expressões da religiosidade, visto que o sujeito homossexual já se
encontra em um universo restrito quanto ao reconhecimento da
condição humana pela orientação sexual, a qual sinaliza um duplo
preconceito quando a crença se faz pelas faces das religiões de
matrizes africanas, tais como a umbanda e o candomblé em suas
diversas manifestações. O estudo objetiva refletir sobre o processo
1 Doutora em Sociedade e Cultura da Amazônia (UFAM). É professora no Departamento
de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. 2 Acadêmica de Serviço Social – (UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 230
de visibilidade e preconceito que caracterizam o lugar dos
homossexuais nas religiões de matrizes africanas. Por meio de
entrevistas e observações junto às lideranças religiosas e adeptos,
ponderou-se o lugar e o não lugar dos indivíduos nas referidas
religiões. Refletiu-se sobre os desafios quanto ao preconceito e a
discriminação vivenciados no cotidiano. Ressalta-se que apesar dos
embates, os homossexuais buscam afirmações identitárias na
religiosidade e no protagonismo social pela expressão da condição
humana.
Palavras-chave: Homossexualidade; Preconceito; Religião
5º Emflor | Caderno de Resumos 231
95 UM ESTUDO SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA
IDOSA
Zenaide S. de Barros Vieira1
Ângela Emília Gama da Silva2
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo desvelar como a pessoa idosa
tem vivido sua sexualidade, pois o número de idosos no Brasil e no
mundo vem crescendo e com isso diversos fatores aparecem com o
processo de envelhecimento. Para alcançar uma melhor resposta no
que tange esta temática, foi utilizado a metodologia voltada para
uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa através de
consulta em livros; artigos científicos publicados, encontrados nas
bases de dados Scielo, Medline e Lilacs. Assim, percebeu-se que a
pessoa idosa possui uma vida ativa sexualmente, porém tem
dificuldades adquiridas com as limitações como consequência do
processo de envelhecimento. Entretanto, a pessoa idosa vive a sua
vida sexual de forma ativa, com mais compreensão, entendimento,
companheirismo e diálogo. Diversos fatores também contribuem
1Pós-graduada em Gerontologia Social pela Faculdade Salesiana Dom Bosco. E-
mail: [email protected]. 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM. Orientadora
de TCC da FSDB. E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 232
para a redução da vida sexual na velhice, entre eles podemos citar:
os fatores biológicos, psicológicos e socioculturais que influenciam
de modo geral na sexualidade, principalmente, na vida sexual dos
idosos.
Palavras-Chave: Pessoa Idosa, sexualidade, sexo.
5º Emflor | Caderno de Resumos 233
96 SEXUALIDADES PROIBIDAS E
TRANSGRESSORAS: UM ESTUDO SOBRE A
INFIDELIDADE FEMININA NO ÂMBITO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Jessica Lopes de Freitas1
Mérilin Gomes Cavalcanti2
Iraildes Caldas Torres3
RESUMO
Este estudo assume o propósito de discutir a infidelidade feminina,
sua expressão transgressora no tempo contemporâneo, buscando
verificar em que sentido esse fenômeno tem se constituído num
fator de violência doméstica por parte dos companheiros das
mulheres pesquisadas. Elege como categoria de análise as relações
de gênero, estabelecendo intersecção com os conceitos de
sexualidade e infidelidade. O trabalho de campo realiza-se nos
domínios da Universidade Federal do Amazonas, campus de
1 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –
UFAM. E-mail: [email protected] 2 Graduanda do curso de Serviço Social. Universidade Federal do Amazonas –
UFAM. E-mail:
[email protected] 3Pós-Doutorado na Université Lumiére de Lyon 2. Professora Associada I da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 234
Manaus, o qual assume os cânones das abordagens qualitativas.
Constata-se que as sexualidades proibidas, aquelas maritalmente
estabelecidas no âmbito do casamento e/ou da união estável,
algumas delas se tornam transgressoras por pelo menos três razões.
A primeira é associada à liberdade da mulher que sexualmente não
se vê satisfeita só com um homem. A segunda é o fato de a
infidelidade feminina servir como um dispositivo de vingança
frente à infidelidade contumaz do companheiro. A terceira razão é
o fato de o companheiro não corresponder às necessidades de sexo
com sua companheira, em face de sucessivas viagens e distâncias
físicas, deixando a mulher sozinha em casa. Portanto, esta pesquisa
se justifica em razão da grande riqueza que comporta para a
temática de gênero no Amazonas, sobretudo nos domínios da
sexualidade que se depara com o dispositivo do tabu e do
moralismo, sendo, por isso, pouco estudada nos tempos atuais.
Palavras Chave: Gênero, Sexualidade, Infidelidade, Violência
Conjugal
5º Emflor | Caderno de Resumos 235
97 ASSÉDIO SEXUAL DE ADOLESCENTES NA
INSTITUIÇÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE AS
VÍTIMAS E OS AGRESSORES
Marlene de Deus Lima1
RESUMO
Este estudo propõe-se refletir sobre a problemática do assédio
sexual aos adolescentes na instituição escolar, enquanto um tipo de
violência que marca profundamente não somente a vítima, mas
afeta toda a família. As discussões partem dos casos de assédio
sexual a adolescentes apurados junto aos Campi do Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas- IFAM.
Possui abordagem crítica, de natureza qualitativa/quantitativa. O
crime de assédio sexual de acordo com o artigo 216-A do código
Penal é definido como o fato de constranger alguém com o intuito
de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. No campo das
Ciências Sociais está associado aos comportamentos, aos valores
éticos, as relações de poder, às representações socioculturais
relacionadas a questões de gênero, aos estereótipos. Constatou-se
que a maioria das vítimas se sente culpadas pela situação pelo qual
1 Mestra em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 236
passaram, sofre vítima e família, pois passam por intenso processo
de sofrimento, seja, físico e/ou psíquicos, tais como: nojo de si e de
seu corpo, depressão, crises de choro, irritabilidade, isolamento,
perda de confiança e autoestima, náuseas, insônia, sudorese,
tremores, crise de pânico, discriminação pelos outros, e muitas
vezes pela própria família, autoridades policiais. Quanto ao
agressor, este, sempre se coloca como vítima.
Palavras-Chave: Assédio sexual, Instituição Escolar,
Adolescência
5º Emflor | Caderno de Resumos 237
98 CLOSE NA CAPA: A EXPLORAÇÃO IMAGÉTICA
DE CORPOS FEMININOS PELO JORNAL “DEZ
MINUTOS” DE MANAUS/AM
Rafael de Figueiredo Lopes1
RESUMO
O artigo apresenta apontamentos sobre a exploração imagética de
corpos femininos pelo jornal “Dez Minutos”, de Manaus/AM. O
estudo de caso concentra-se na análise de capas do referido
periódico jornalístico, caracterizadas pela publicação de imagens
fotográficas de mulheres em poses com forte apelo sensual. O
objetivo é refletir sobre a manutenção deste recurso editorial,
tipificado pelo chamado “jornalismo sensacionalista”, que expõe
as mulheres como objetos sexuais para vender mais exemplares. A
estratégia teórico-metodológica embasa-se na Teoria Corpomídia
(KATZ; GREINER, 2005) e em aportes semióticos
(SANTAELLA, 2001; COUTINHO, 2008) para a leitura, análise e
interpretação de imagens observadas em dez edições consecutivas
do jornal. Como resultados preliminares, percebe-se que que além
da publicação estimular a busca por um padrão de beleza “fitness”
1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia (UFAM), Bolsista da Capes. E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 238
e alimentar fantasias sexuais, também difunde valores culturais
consumistas, ao propagar determinados estilos de vida e ideais de
sucesso e felicidade, em decorrência da dinâmica mercadológica
que está engendrada na imposição subliminar pela conquista do
corpo padrão. Assim, uma espécie de fetichismo se configura em
aspirações idealizadas, tanto no sentido de tornar-se a modelo da
capa ou tê-la para o seu bel-prazer.
Palavras-chave: jornalismo, corpomídia, corpos femininos, jornal
Dez Minutos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 239
99 OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA
PROPORCIONA ÀS MULHERES IDOSAS NA
CIDADE DE MANAUS
Nailson da Silva Viana1
Ângela Emília Gama da Silva2
Ana Cláudia dos Santos Lacerda3
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de analisar os benefícios que a
atividade física proporciona às mulheres idosas na cidade de
Manaus. Trata-se de um estudo descritivo e bibliográfico a partir
de leitura de livros e consulta de artigos científicos. Estudiosos
como Guimarães (2005), Rodrigues (2002), Souza (2003) e
Andeotti (1999), afirmam que a prática de atividade física durante
1 Educador Físico, Pós-Graduando Latu Sensu em Gerontologia Social da
Faculdade Salesiana Dom Bosco – Manaus/AM – E-mail:
[email protected] 2 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia –UFAM,
Orientadora e docente da Pós-Graduação da Faculdade Salesiana Dom Bosco.
E-mail: [email protected] 3 Bibliotecária Coordenadora – Universidade Nilton Lins; aluna especial
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia
– PPGSS –E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 240
todas as fases da vida é de fundamental importância para que na
velhice, a mulher idosa não perca sua autonomia, disposição e
independência, conforme descrito pelos autores estudados. Vários
autores afirmam que a prática de atividade física é de fundamental
importância em todas as fases da vida, e na velhice essa prática faz
com que o idoso tenha qualidade de vida e independência. Durante
toda a vida o ser humano deve buscar qualidade de vida, pois se a
prática de atividade física for realizada ao longo da vida trará
benefícios à saúde e consequentemente qualidade de vida na
velhice. A falta de atividade física na velhice pode trazer grandes
problemas para saúde da idosa, como consequência a perda de
autonomia, limitações e diminuição de sua independência. Durante
toda vida a mulher deve sempre procurar hábitos saudáveis e uma
vida ativa. As atividades físicas são por exemplo, uma das formas
de chegar à velhice com autonomia e independência.
Palavras-chave: Idosa, atividade física, bem-estar.
5º Emflor | Caderno de Resumos 241
100 ENTRE AS LINHAS ÀS ENTRELINHAS:
SEXUALIDADE, AFETOS E TRAIÇÃO NA
LITERATURA DO SÉCULO XIX
Andréa Costa de Andrade1
Nelson Matos de Noronha2
Iraildes Caldas Torres3
RESUMO
Os romances prestam-se a muitas leituras, e é interessante ver como
a recepção desses modificam com o passar do tempo. As narrativas
sobre as situações de adultério, seja do ponto de vista do homem
ou da mulher traídos, relativizam questões sobre os direitos da
mulher, seus afetos e sexualidade. A proposta metodológica é
discorrer sobre as possibilidades interpretativas do ciúme doentio
que cega o narrador e o faz conceber situações imaginárias de
traição na literatura brasileira do século XIX. Machado de Assis,
com sua sutileza, penetra de forma aguda em questões sociais que
1 Doutoranda e mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia do PPGSCA
(IFCHS/UFAM). Psicóloga da Universidade Federal do Amazonas. 2 Doutor em Filosofia (UNICAMP-SP). Professor associado da Universidade
Federal do Amazonas. 3 Pós-doutora da Université Lumière Lyon 2. Doutora em Ciências Sociais e
Antropologia (PUC-SP). Professora associada da Universidade Federal do
Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 242
testam o leitor. Em Dom Casmurro, uma discussão alimenta os
gênios ardentes de Capitu que traiu ou não, e seu marido Bento
Santiago, o Bentinho. A história trata de um homem de posses que
ama e se casa com uma moça pobre e esperta. Nesse sentido, Capitu
representa duas categorias sociais marginalizadas no Brasil do
século XIX: os pobres e as mulheres. Por isso, o peso do possível
adultério em suas costas, não se se trata apenas de uma questão
conjugal, mas de uma condenação de classe. Bentinho utiliza o
arbítrio da palavra para culpar sua esposa. Não se sabe até que
ponto os fatos relatados correspondem a verdade, ou se são apenas
uma interpretação do personagem, que confessa não ter boa
memória. Enfim, a questão central do livro não é o adultério,
sobressaem outras, a problemática classista e, ainda, de forma
inovadora, a questão da sobre os afetos.
Palavras-chave: Literatura, gênero, afetos, relações sociais.
5º Emflor | Caderno de Resumos 243
GT 7 – GÊNERO, CULTURA E DIVERSIDADE
Coordenadores:
Profa. Dra. Lucilene Ferreira de Melo (UFAM)
Professora Keliene dos Santos Ferreira (Estácio
de Sá/ RR)
5º Emflor | Caderno de Resumos 244
101 DE MULHER A PAJÉ: O PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO DAS MULHERES PAJÉS
YAWANAWA
Cynthia Carrillo Sáenz1
RESUMO
O exercício da prática da pajelança entre os Yawanawa, foi,
tradicionalmente, uma atividade exclusivamente relacionada ao
âmbito masculino, onde os processos de iniciação e aprendizagem
abrangem aspectos muito amplos, desde relações sociais a partir da
cosmovisão Yawanawa, à aquisição de capacidades específicas no
corpo e transformação corporal através de dietas, restrições e
consumo de substâncias específicas que dizem a respeito de um vir
a ser numa pessoa habilitada para desempenhar uma função
específica dentro da sociedade, a saber, o pajé. Neste trabalho,
baseado em pesquisa de campo junto ao povo Yawanawa, o
processo de aprendizagem ritual é abordado como uma
transformação, onde a corporalidade tem um papel fundamental.
Com a inserção, há pouco menos de duas décadas, de Hushahu e
Putanny, duas mulheres a serem as primeiras iniciadas nos estudos
1 Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais.
5º Emflor | Caderno de Resumos 245
da pajelança Yawanawa, foi aberto o caminho da prática da
pajelança feminina, onde as especificidades do corpo feminino e
seus significados culturais dão lugar a novas relações, significados
e especificidades no exercício da pajelança feminina Yawanawa,
tais como o fortalecimento da cultura através do canto feminino nos
rituais, das pinturas corporais e produção de artesanatos.
Palavras-chave: Mulheres pajés Yawanawa, transformação,
pajelança feminina
5º Emflor | Caderno de Resumos 246
102 AMAZÔNIA: MORADA SUTIL DOS MISTÉRIOS DA
FÉ DAS GUARDIÃS DA ENCANTARIA, DA CRENÇA
E DA CURA
Antônio Carlos Batista de Souza1
Artemis de Araújo Soares2
Naia Maria G. Dias3
RESUMO
Através da história oral e de uma análise bibliográfica este estudo
debruça um olhar sobre o papel das benzedeiras da Amazônia.
Mulheres possuidoras de um “dom divino” que mesmo com o
avanço da ciência, da tecnologia e da informação atrelada à
medicina resistiram ao tempo no ofício de curar doenças através da
benzeção e da reza, afugentando os espíritos, afastando quebrantos,
prevendo a sorte e, na ausência de um médico, muitas vezes agindo
como parteiras de recém-nascidos. Herdeiras de uma prática antiga
passada de geração a geração, as mulheres benzedeiras parecem
simbolizar a mais singela das figuras típicas regionais, dos tipos
humanos da região amazônica. Velhas senhoras, que mesmo com
1Instituto Federal do Amazonas - IFAM. [email protected] 2 Pós-Doutorado realizado na Université Paris-Descartes Paris. E-mail:
[email protected]. Doutorado em Ciências do Desporto pela
Universidade do Porto (1999). Professora associado I da Universidade Federal
do Amazonas, Brasil. 3 Universidade Federal do Amazonas - UFAM. [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 247
a universalização da saúde, da urbanização, do crescimento das
religiões evangélicas nas tradicionais comunidades católicas, do
preconceito e da crítica daqueles que às acusam de curandeirismo,
de praticantes de rituais não condizentes com a Bíblia,
sobreviveram aos “tempos modernos”. Essas guardiãs dos
mistérios da fé reportam-nos a reflexões quanto à continuidade
dessa tradição corporal e oral, pois ao envelhecerem precisam
repassar esses ensinamentos às novas gerações aparentemente
desinteressadas. Em questão neste estudo, partindo da benzeção,
compreender este conjunto de crenças ancestrais transformados em
cultura imaterial.
Palavras-Chave: Benzedeiras, Práticas Religiosas, Cultura
Imaterial.
5º Emflor | Caderno de Resumos 248
103 O PROTAGONISMO FEMININO NO ÇAIRÉ: A
ATUAÇÃO DA MULHER NOS DIFERENTES
RITUAIS EXPRESSOS NESSA MANIFESTAÇÃO
SOCIOCULTURAL
João Aluízio Piranha Dias1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este texto é resultado de leituras, debates e discussões que
ocorreram na disciplina eletiva Gênero, Ciência e
Desenvolvimento, ministrada pela professora Iraildes Caldas
Torres no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na
Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas –
PPGSCA/UFAM, em maio de 2017, no Campus de Parintins/AM,
em torno da episteme das relações de gênero e o desenvolvimento
social das mulheres na Amazônia, e a relação desta temática com o
1 Doutorando do Programa Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA da
Universidade Federal do Amazonas/UFAM. 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumiere Lyon 2, França.
Professora da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 249
meu objeto de estudo do curso de doutoramento, a Festa do Çairé,
em Alter do Chão/PA, em que apresento o protagonismo feminino
nessa manifestação sociocultural, expresso na atuação da mulher
nos diferentes rituais que compõem esse evento. O trabalho é de
cunho qualitativo e tem aporte teórico nas fontes e referenciais que
abordam sobre a constituição histórica do Çairé e as bibliografias
que situam os trabalhos e as práticas sociais das mulheres na
sociedade amazônica contemporânea, de forma geral, em
específico, aquelas do Baixo Amazonas paraense.
Palavras-chave: Protagonismo feminino, manifestação
sociocultural, Festa do Çairé; Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 250
104 OS MARIANOS E APOSTOLADO DA ORAÇÃO DA
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM
PARINTINS, AMAZONAS
Rosimay Corrêa1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
A chegada dos padres do PIME- Pontifício Instituto das Missões
Exteriores- ao município de Parintins na década de 1950 trouxe
profundas mudanças no campo religioso, econômico e social desta
população. A maior parte das comunidades rurais de Parintins
foram organizadas a partir das viagens do bispo e de grupos de
homens pertencentes à Congregação Mariana. As mulheres
estavam agregadas no grupo do Apostolado da Oração e exerciam
funções pouco reconhecidas e, por isso não mencionadas nas fontes
históricas desta cidade. Este artigo pretende discutir as relações de
gênero a partir dos grupos da Congregação Mariana e Apostolado
1 Doutoranda do Programa Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA da
Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected] 2 Pós-doutora em Antropologia Social pela Université Lumiere Lyon 2, França.
Professora da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 251
da Oração pertencentes à Paróquia de Nossa Senhora do Carmo no
município de Parintins, destacando a origem, a espiritualidade, as
mudanças e a importância dessas associações na construção de tais
relações. As teorias sobre catolicismo de Riolando Azzi, Pedro A.
de Oliveira Ribeiro e Manuel do Carmo Campos, e,
principalmente, Peter N. Stearns, Andrea Nye e Scott embasam
teoricamente este artigo acerca da categoria gênero. Consideramos
que a separação de homens e mulheres nos grupos Marianos e
Apostolado da Oração, respectivamente, expressam a mentalidade
patriarcal fortemente predominante na época, mas que, em dias
atuais, vem sofrendo mudanças consideráveis alterando algumas
concepções e características destes grupos no município de
Parintins.
Palavras-chave: Catolicismo, gênero, Marianos, Apostolado,
Parintins.
5º Emflor | Caderno de Resumos 252
105 MEU CORPO FALA: RELATOS DE PESCADORAS
DE CAMARÃO EM UMA COMUNIDADE
AMAZÔNICA
Christiane Pereira Rodrigues1
Elenise Faria Scherer2
RESUMO
Na Amazônia os direitos sociais já previstos na Constituição
Brasileira estão longe de atingir grande parte da população.O
direito à saúde, poderia ser repensado com maior urgência, pois as
mulheres das populações rurais são as que mais sofrem em nosso
país devido a precariedade do sistema de saúde pública .Os fatores
de risco à saúde estão relacionados às condições ambientais e de
trabalho por estarem expostas a zonas insalubres, sem segurança,
proteção, colocando-as em situações de vulnerabilidade. Este
estudo configura-se em torno das condições de saúde e as práticas
1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e
Sustentabilidade na Amazônia – PPGCASA da Universidade Federal do
Amazonas – UFAM - Bolsista FAPEAM-RH/interiorização. Parintins,
Amazonas/Brasil. 2 Doutorado em Política Social - Universidad Autonoma de Barcelona (1995) e doutorado
em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). É pós-
doutora pelo Intitut des Hautes Etudes de l'Amerique Latine - Université Paris III - Sorbonne
Nouvelle (2008). Atualmente é Professora Associada IV da Universidade Federal do
Amazonas
5º Emflor | Caderno de Resumos 253
de cura em que se encontram mulheres pescadoras artesanais de
camarão Macrobrachium amazonicum em uma comunidade
amazônica com ecossistema de várzea no estado do Pará. As
narrativas das pescadoras expressam as dores e o sofrimento
ocasionado pelas repetitivas horas de trabalho diário, as marcas
deixadas em seus corpos, e os múltiplos significados do trabalho
de pesca. A pesquisa ainda está é andamento e faz parte do Projeto
Vozes Ocultadas e Vozes Insurgentes: as mulheres pescadoras na
Amazônia, coordenado pela professora Dra. Elenise Scherer, com
apoio do CNPq-Edital Ciências Humanas, FAPEAM, 2015-2018.
A abordagem utilizada é a qualitativa, considerando-se seus
aspectos através de aportes teóricos e metodológicos da pesquisa
bibliográfica e exploratória, utilizando levantamento de dados por
meio de observações e entrevistas realizadas com mulheres
pescadoras de camarão em uma comunidade amazônica.
Palavras chave: Mulheres, pesca, saúde, trabalho.
5º Emflor | Caderno de Resumos 254
106 CIBERATIVISMO E RECONHECIMENTO: A
VIVÊNCIA COMO ESTRATÉGIA DE LUTA
POLÍTICA NA AMAZÔNIA
Israel Pinheiro1
RESUMO
Compreendendo os pressupostos da teoria do reconhecimento de
Axel Honneth (2008), apresentados em seu livro Luta pelo
Reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais, a
presente comunicação pretende construir uma interlocução entre o
conceito de solidariedade, como terceiro movimento para o
reconhecimento do Ser em um mundo dominado por uma razão
instrumental e o conceito de vivência na construção dos processos
de lutas políticas, abordando seus aspectos fenomenológicos e a
sua potência para ações comunicativas dentro do movimento de
mulheres negras na Amazônia. Tendo no ciberespaço uma das
esferas de disputa constante para o desenvolvimento de identidades
e construção de ethos políticos no século XXI, procura-se analisar
de que maneira essas relações tomam a vivência como instrumento
epistêmico de construção de pautas políticos no seio das redes
1 Doutorando em Sociedade e Cultura na Amazônia, PPGSCA – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 255
virtuais no movimento de mulheres negras, proporcionando assim
a elaboração de gramáticas sociais de lutas políticas diferenciadas.
Para tanto, busca-se manter uma interlocução a experiência de lutas
empreendidas por militantes feministas negras na Amazônia, que
atuam dentro das redes virtuais.
Palavras-chave: reconhecimento, ciberativismo, feminismo,
vivência
5º Emflor | Caderno de Resumos 256
107 CAPITÃO OU RAINHA, QUEM MANDA NO
ANDIRÁ? INTERSECÇÕES DE GÊNERO NA FESTA
DOS MARUJOS DA FREGUESIA DO ANDIRÁ,
BARREIRINHA-AM
Pablina Gomes dos Santos1
RESUMO
Esta pesquisa aborda um novo enfoque sobre as relações de
gêneros na Festa dos Marujos do Distrito da Freguesia do Andirá/-
AM. A história da comunidade e conseguinte a origem da festa dos
marujos, suas transformações e continuidades são os fios que nos
conduziram a análise dos diferentes papéis que cada participante
tanto homens quanto mulheres assumem dentro da festa, desde seu
início até nos dias atuais. Discutindo as influências que a
colonização teve no processo das transformações de alguns
costumes dentro da festa, com o projeto de cristianização dos
moradores e depois a romanização. Mostrando através das
memórias tanto de homens quanto de mulheres, os significados das
representações simbólicas e práticas ritualizadas que acontecem
dentro dessa cultura festeira. Nesta pesquisa utilizamos a
metodologia da história oral intercruzando com fontes documentais
1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade do Estado do
Amazonas. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 257
para o desenvolvimento da pesquisa. Para isso fazemos uma
abordagem cultural para olharmos essas relações sociais de gênero
que ocorrem em todas as organizações da festa dos marujos tanto
na parte religiosa como social, cultural e política. São as memórias
desses sujeitos de várias gerações que trazem em seus relatos as
rememorações das vivências do seu passado, ressignificados no
tempo presente que são fundamentais para definir e preservar a
identidade individual e coletiva da comunidade.
Palavras-Chave: “Festa dos Marujos”, relações de gênero,
Freguesia do Andirá.
5º Emflor | Caderno de Resumos 258
108 TRABALHO E CULTURA: PARTICIPAÇÃO DA
MULHER INDÍGENA NO CENTRO DE MEDICINA
INDÍGENA BARSERIKOWI EM MANAUS/AM
Rúbia Farias1
RESUMO
O presente trabalho é oriundo de pesquisa de campo realizada no
Centro de Medicina Indígena Barserikowi, localizado na cidade de
Manaus; espaço em que se desenvolve a prática curativa do
benzimento, realizado pelo especialista “Grande Kumu”, pajé da
etnia Tuyuka. O centro atende indígenas e não indígenas. O
tratamento das enfermidades é realizado por meio do uso de plantas
medicinais e do conhecimento Bahsese, que na língua Tukano
significa benzimento. O objetivo deste trabalho foi analisar a
participação de quatro mulheres indígenas das etnias Ticuna,
Dessana, Baniwa e Tukano, nas atividades realizadas pelo Centro
de Medicina Indígena, procurando conhecer seu cotidiano e o papel
social da mulher indígena, por meio das atividades que
desenvolvem nesse espaço de medidas curativas. Os dados foram
coletados por meio das técnicas de observação direta, anotações, e
1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 259
do uso de entrevista semiestruturada, a fim de contextualizar e
compreender os significados das informações obtidas. Os
procedimentos metodológicos foram norteados pela pesquisa
bibliográfica e de campo. Esta investigação traz alguns
questionamentos importantes: Qual a participação da mulher no
Centro de Medicina Indígena na cidade de Manaus? Como as
mulheres veem o valor feminino e social no mundo dito como pós-
moderno? Foi partir desse contexto que conseguimos observar uma
intensa participação das mulheres em atividades diversas realizadas
no centro de medicina indígena como interprete/auxiliar do pajé,
artesã, recepcionista, cozinheira, vendedora de alimentos da
gastronomia indígena. Essa participação, segundo narrativa das
mulheres, é vista como forma de valorização de suas culturas,
assim como da convivência intercultural; por assim entenderem
que o trabalho relacionado à cultura gera empoderamento, diferente
de quando desenvolvem atividades em espaços sob o domínio da
sociedade envolvente.
Palavras-chave: mulheres indígenas, trabalho, cultura.
5º Emflor | Caderno de Resumos 260
109 TRABALHO E CULTURA: SABER-FAZER DE
MULHERES INDÍGENAS EM UM CENTRO DE
PRÁTICAS CURATIVAS.
Rúbia Maria Farias Cavalcante1
Mário Bentes Cavalcante2
Mírian de Araújo Mafra Castro3
RESUMO
O presente trabalho é oriundo de pesquisa de campo realizada em
um Centro de Práticas Curativas. O objetivo deste trabalho foi
analisar o saber-fazer de mulheres de diferentes povos indígenas –
Dessana, Baniwa e Tukano – quanto suas percepções sobre os
trabalhos que realizam em um Centro de Práticas Curativas. Neste
sentido, procuramos conhecer seus cotidianos no ambiente de
trabalho e o papel social dessas mulheres indígena desse contexto.
Entender como percebem a importância de seus trabalhos nesse
1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
[email protected] 2 Mestrando no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
[email protected] 3 Mestranda no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
– PPGSCA da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 261
espaço onde as medidas curativas em si são práticas
operacionalizadas por indígenas do sexo masculino. Os
procedimentos metodológicos foram norteados pela pesquisa
bibliográfica e de campo, com ênfase na abordagem qualitativa e
no método de História Oral. Os dados foram coletados por meio
das técnicas de observação direta, anotações, e uso de entrevista
semiestruturada, a fim de contextualizar e compreender os
significados das informações obtidas. Esta investigação traz alguns
questionamentos importantes: Qual a participação da mulher no
Centro de Práticas Curativas? Como as mulheres veem o valor
feminino e social no mundo dito como pós-moderno? A partir desse
contexto que conseguimos observar a participação das mulheres e
seus trabalhos realizados no centro de Práticas Curativas, elas
trabalham como artesã, recepcionista, cozinheira, vendedora de
alimentos da gastronomia indígena. Essa participação, segundo
narrativa das mulheres, é vista como forma de valorização de suas
culturas, assim como oportunidade de convivência entre culturas
indígenas diferentes em ambientes da cidade.
Palavras-chave: Mulheres indígenas, Trabalho, Cultura.
5º Emflor | Caderno de Resumos 262
110 LAS MUJERES WAYÚU HILANDERAS DEL
ALMA TEJIDAS A LA FRONTERA COLOMBO-
VENEZOLANA
Elizabeth Zamora Cardozo1
RESUMEN
Esta ponencia tiene como objetivo describir algunos aspectos del
mundo de la vida de los wayúu, etnia que habita en la frontera
colombo-venezolana. Me detengo en la manera en que se han visto
involucrados en el conflicto armado de Colombia, en la explotación
minera y en las redes del paramilitarismo y narcotráfico, situación
puesta en evidencia luego de la masacre de Bahía Portete, ocurrida
el 18 de abril de 2004 en la Guajira colombiana, tras la cual toda la
comunidad debió desplazarse hacia Venezuela y hacia otros
lugares de Colombia. Menciono algunos aspectos de su
cosmogonía, con la intención de que nos sirvan de referencia para
comprender lo que les ha significado vivir una masacre como la
1 Universidad Central de Venezuela.
5º Emflor | Caderno de Resumos 263
ocurrida, que además de su crueldad objetiva, arrastra consigo
elementos que involucran sus concepciones de mundo. Me refiero
a los asesinatos de mujeres y niños - intocables, aún en situaciones
de guerra- y a la violación de lugares sagrados como los
cementerios. Conscientes de su condición de artesanas de lo
cultural, han luchado por mantener sus costumbres y por la
recuperación de su territorio. Asociaciones como MUJERES
TEJIENDO PAZ, y FUERZA DE MUJERES WAYÚU dan cuenta
de ello. Asimismo destacamos la manera como en medio de esta
lucha, las mujeres wayúu denuncian la presencia del “Patriarcado
Originario”, haciendo énfasis, en que preservar la cultura, no puede
significar la sumisión de la mujer.
5º Emflor | Caderno de Resumos 264
111 SOU FILHA DA VALÉRIA: HISTÓRIA,
TRABALHO ARTESANAL E RELAÇÕES DE
GÊNERO NA AMAZÔNIA
Naia Maria Guerreiro Dias1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este artigo apresenta um recorte histórico da Comunidade
Tradicional São Paulo de Valéria, zona rural de
Parintins/Amazonas. Destacando aspectos referentes ao modo de
vida local, às práticas sociais das mulheres, o trabalho artesanal e
relações de gênero nesse contexto amazônico. O trabalho artesanal
tem se destacado como uma alternativa de renda paralela à pesca,
agricultura de subsistência ou atividade agropecuária. Nessa
atividade trabalham mulheres e homens cada um seguindo as
especificidades de artesanatos, correspondente a divisão sexual do
trabalho. As reflexões sobre as práticas sociais e protagonismo das
mulheres locais em meio a um universo de caris androcêntrico,
1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia
da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Pesquisadora da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas-FAPEAM. E-mail:
[email protected] 2 Pós Doutora em Antropologia Social pela Université Lumiére Lyaon 2, França,
Professora da Universidade Federal do Amazonas- UFAM; Coordenadora do
Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade
Federal do Amazonas-UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 265
foram analisados a partir dos pressupostos teóricos do estudo das
relações de gênero e trabalho na Amazônia.
Palavras-chave: Relações de gênero, Trabalho, Artesanato,
Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 266
112 MULHERES EVANGÉLICAS: DIFERENÇAS DE
GÊNERO EM UMA IGREJA EVANGÉLICA DE
MANAUS-AM
Maria Sandrelle Gonçalves Cardoso1
RESUMO
Este trabalho é resultado da disciplina Antropologia das Relações
de Gênero do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura
na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas e de um
recorte de resultados de pesquisa exploratória sobre práticas
religiosas de igrejas evangélicas na Amazônia Contemporânea. A
partir da bibliografia utilizada na disciplina mencionada
anteriormente e entrevista semiestruturada com dez mulheres
evangélicas e observação de algumas práticas religiosas, o presente
trabalho tem por objetivo discutir origens sociais e culturais das
identidades subjetivas de homens e mulheres em contraposição às
justificações de determinação natural dos comportamentos
subjetivos dos gêneros masculino e feminino; Identificar perfil
socioeconômico das mulheres adeptas de uma igreja evangélica em
1Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 267
Manaus-AM e os principais desafios enfrentados pelas informantes
no cotidiano de suas vidas; e Analisar as práticas religiosas da
igreja verificando o papel das mulheres nas referidas práticas e o
respectivo reconhecimento ou não de suas atividades. Constatou-
se que compreensões equivocadas sobre gênero ainda alimentam
preconceito, discriminação e violência na sociedade
contemporânea; e evidenciou-se que existe grande dificuldade no
espaço religioso estudado para se pensar a relação de igualdade
entre homens e mulheres.
Palavras-chave: Gênero; Mulheres Protestantes; Práticas
Religiosas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 268
113 CHÁ AYAHUASCA: A MAGIA VEGETAL DO CIPÓ
BANISTERIOPSIS CAAPI E FOLHAS DE
PSICHOTRIA VIRIDIS NA PRATICA RELIGIOSA
DOS DAIMISTAS
Maria Isabel de Araújo1
Delta Paula Melo2
Evandro de Morais Ramos3
RESUMO
O presente relato não se constitui prova de verdade, nesse debate,
o corpus central baseia-se na complexidade da doutrina Santo
Daime, sustentada no sincretismo religioso com dimensões
interculturais, que remonta à formação histórica da religião no
contexto social e cultural, preservadas ao longo de gerações os
saberes religiosos que provém da magia vegetal das plantas. A
complexidade do saber ecológico e religioso do Santo Daime
emerge da relação entre o real e o simbólico, dimanada de um
conjunto de saberes das diversas tradições religiosas e seres da
natureza amazônica que se unem na ingestão da bebida ayahuasca,
1 Mestranda da Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM E-mail:
[email protected]; 2 Mestrando da Universidade Federal do Amazonas – PPGSCA/UFAM. E-mail:
[email protected]. 3 Doutor em Tecnologias Educativas da Universidade Federal do Amazonas –
PPGSCA/UFAM. E-Mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 269
obtida por meio da fervura/decocção do cipó Banisteriopsis caapi
e do arbusto Psychotria viridis, com poderes alucinógenos. A
singularidade da pratica religiosa incorpora elementos simbólicos
praticados nas cerimonias/trabalhos resultando em uma ampla teia
de significados que se constrói e reconstrói na vida dos daimistas
ao utilizar a bebida como instrumento de revelação para o
autoconhecimento e o despertar espiritual. A metodologia apoia-se
no método pesquisa-ação etnográfica na Igreja Céu do Sol
Nascente, bairro Tarumã, Manaus/AM. Os resultados apontam que
o sincretismo religioso e cultural se constitui uma característica dos
ayahusqueiros, presentes na relação floresta, religião e cultura
como saber compartilhado, cuja complexidade se constrói através
de um processo dialógico de saberes entre daimistas de diferentes
realidades socioculturais.
Palavras-chave: Complexidade, Religião, Santo Daime.
5º Emflor | Caderno de Resumos 270
114 SINCRETISMO RELIGIOSO NA FLORESTA - A
DOUTRINA SANTO DAIME NA TEORIA
ELIASIANA
Delta Paula Melo1
Maria Isabel de Araújo1
RESUMO
Um dos aspectos relevantes na doutrina do Santo Daime está
relacionado ao bailado e as performances, presente no ritual
daimista, cercado de simbolismos representados pelo estilo de
dança, denominado bailados, realizadas durante o culto religioso,
que tem nessas manifestações a busca pela conexão com seres
divinos e outros cosmos. Assim, esse artigo tem como objetivo
geral: correlacionar os bailados e performances a partir dos rituais
do Santo Daime com o controle das emoções sob a perspectiva da
visão Eliasiana, no contexto da inter-relação indivíduo e sociedade,
em que se permitem agrupar - igreja, escola, família, clubes sociais,
entre outras, na obra A sociedade dos indivíduos (1994). Mais
especificamente busca-se descrever a importância dos bailados e
performances no contexto sócio religioso, identificando como o
controle das emoções interfere no exercício da religiosidade, e por
1 Universidade Federal do Amazonas – UFAM, mestrandas do
PPGSCA/UFAM. [email protected]; [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 271
fim estabelecer um elo entre as manifestações religiosas e os
ensinamentos de Norbert Elias. Adotou-se a pesquisa qualitativa de
natureza exploratória e descritiva a partir das observações dos
rituais na Igreja Céu do Sol Nascente, bairro Tarumã, Manaus/AM.
Conclui-se que os bailados representam uma forma na qual seu
fundador, Mestre Irineu, estabeleceu um nexo com seu local de
origem, o interior do Maranhão e da forte influência afro recebida
na infância e adolescência, relacionando a cultura amazônica
refletida nos rituais xamâmicos, à tradição do curandeirismo e a
religiosidade do mundo amazônico busca uma compreensão do
simbolismo corporal, do sagrado e do profano, tem como pano de
fundo o tema religião com ênfase no ritual Daimista presentes nas
bases socioculturais de seus adeptos.
Palavras-chave: Santo Daime, Bailados, Controle das Emoções.
5º Emflor | Caderno de Resumos 272
115 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO
COMBATE A HOMOFOBIA NA
CONTEMPORANEIDADE
Patricia Araújo Brito1
Laurisana Camargo2
RESUMO
O estudo procura compreender as necessidades especificas dessa
demanda destacando a atuação do Assistente Social, na busca pela
efetivação dos direitos e no combate de todas as formas de
discriminação sofridas por esses sujeitos tendo como orientação o
Projeto Ético-Político. No intuito de resgatar estas informações,
desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa,
sendo fundamental, primeiro entender que os conceitos que
afirmam a condição homoafetiva e sua complexidade devem ser
estudado desde as expressões que envolvem a sexualidade,
esclarecendo os termos orientação sexual, gênero e identidade de
gênero abordando a perspectiva de que cada categoria tem um
conceito que está longe de ser mínimo, o que resulta na
compreensão de que a complexidade dos grupos que envolvem a
comunidade LGBT também vão além de uma abordagem limitada.
1 Acadêmica graduanda em Serviço Social da Faculdade Metropolitana de
Manaus – Fametro. 2 Professora mestra em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 273
Observa-se que preconceito sofrido por esses sujeitos são
consequências dos paradigmas criados pela sociedade que prega a
visão de que apenas o heterossexualíssimo pode ser classificado
como uma condição superior e natural transformando essa divisão
de gêneros sexuais em uma reprodução de hierarquização social
por conta de sua condição homoafetiva. Nesse contexto foi possível
identificar a relação do projeto ético político, como instrumento
que materializa a luta contra a intolerância e a negação de direitos
garantidos pela Constituição Federal.
Palavras-Chave: homoafetividade, direitos humanos, serviço
social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 274
GT 8 – GÊNERO, TRABALHO E LUTAS SOCIAIS
Coordenadores: Profa. Dr. Milton Melo dos Reis Filho
(GEPOS/UFAM)
Profª Dra. Eveline Maria Damasceno do
Nascimento (GEPOS/UFAM)
5º Emflor | Caderno de Resumos 275
116 FRAGMENTOS E RETALHOS DA VIDA OPERÁRIA:
DESAFIOS DAS MULHERES TRABALHADORAS DO
POLO INDUSTRIAL DE MANAUS
Milton Melo dos Reis Filho1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
Este artigo propõe trazer ao debate os fragmentos e retalhos da vida
operária, dando destaque aos desafios das mulheres trabalhadoras
do Polo Industrial de Manaus a partir de três ângulos: o primeiro
está relacionado ao processo de reestruturação produtiva que exigiu
de cada trabalhador um novo perfil para o trabalho. O segundo
refere-se a entrada em vigor, no final dos anos 1980, do
reordenamento do capital sob novos parâmetros de racionalização
para fazer frente à crise do trabalho que, neste período, atingia
fortemente os países em desenvolvimento. O terceiro ângulo
consiste no descompasso da luta sindical na compreensão de uma
classe que vive do trabalho. Estes diferentes ângulos promovem
não somente a desintegração da identidade operária como também,
1 Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas. Professor da Secretaria Municipal de Educação de Manaus. E-mail:
[email protected] 2 Pós-Doutorado pela Université Lumiére de Lyon 2 – France. Professora
Associada I da Universidade Federal do Amazonas. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 276
a falência de empresas que não souberam compreender as
alterações que estavam sendo processadas no mundo do trabalho.
Os caminhos metodológicos buscam traduzir as várias faces das
mulheres trabalhadoras que se colocaram na extensão da luta
enfrentando grandes desafios, revelando, inclusive, a sujeição
dessas mulheres às agressões físicas do homem. Algumas ainda
guardam em seu corpo as marcas dessa relação. Sobretudo, as
dificuldades em retornar ao Parque Industrial de Manaus. Fatores
como idade e qualificação, nesse caso, a pouca escolaridade,
situação não só das mulheres, contribuíram significativamente para
não ascenderem em sua carreira operária, impediram a sua
reinserção no mercado de trabalho.
Palavras-Chave: Mulher, Trabalho, Luta de Classe, Desafios.
5º Emflor | Caderno de Resumos 277
117 A FEIRA COMO LUGAR DE TRABALHO:
MULHERES PRODUTORAS E VENDEDORAS DA
“FEIRA DO PRODUTOR” EM PARINTINS
Lucineli de Souza Menezes1
RESUMO
Esta pesquisa tem como finalidade contribuir para a descrição e
análise da realidade social, cultural e econômica de algumas
mulheres que fazem da Feira do produtor, na cidade de Parintins o
seu espaço de labor, a partir de narrativas onde expressam suas
próprias impressões sobre as atividades por elas desenvolvidas.
É comum se considerar que entre os povos da Amazônia os
diferentes trabalhos encontram-se pré-estabelecidos e divididos
tacitamente de forma que algumas atividades são peculiares dos
homens e outras estão somente no campo de ação feminino, ideia
que se construiu historicamente e foi legitimada social e
culturalmente.
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (PPGSCA/UFAM).
5º Emflor | Caderno de Resumos 278
Esse pensamento de ordem social e simbólica é comum a muitos
povos e reafirma a dominação masculina sobre a feminina
corroborando a distribuição sexual do trabalho estabelecendo para
a mulher que seu lugar está estritamente ligado a casa e seus
arredores, enquanto ao homem cabem às atividades no espaço
externo, de maior sociabilidade, como o mercado e as assembleias
(BOURDIEU, 2011).
Palavras-chave: Feira; Trabalho; Mulheres
5º Emflor | Caderno de Resumos 279
118 MICROEMPREENDIMENTO COLETIVO DE
MULHERES RURAIS DA AMAZÔNIA E
AGROECOLOGIA
Denyse Mello1
RESUMO
Microempreendimento coletivo pode ser considerado como
instrumentos de redução da desigualdade de gênero através do
empoderamento econômico, e da valorização dos recursos naturais
nas regiões tropicais. O foco desse estudo foi o efeito de
microempreendimento no empoderamento econômico de 65
mulheres rurais da Amazônia. O estudo baseou-se na metodologia
de Chen (1997) e Kaur et al. (2005), que consideram os efeitos do
empoderamento econômico da mulher na dimensão material
(renda, bens), e na dimensão não-material (cognitivo, perceptual e
relacional). As análises quantitativa e qualitativa, apontaram que
microempreendimentos são segundo mais importante fonte de
renda da família, especialmente para famílias de baixa renda; estão
promovendo às mulheres como agentes econômico, servindo
essencialmente para empoderá-las na dimensão não-material; e
1 University of Florida, E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 280
microempreendimentos coletivos com princípio agroecológico
pode promover desenvolvimento de baixa emissão de Carbono
para reflorestamento de áreas.
Palavras-chave: Empoderamento econômico, Mulheres rurais,
Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 281
119 GÊNERO E TRABALHO EM SÃO SEBASTIÃO DA
NOVA BRASÍLIA PARINTINS/AM
Júlio Claudio da Silva1
RESUMO
Na Comunidade de São Sebastião da Nova Brasília identificamos
o protagonismo feminino na atividade pesqueira do camarão. Ao
que parece, nesta comunidade o trabalho feminino não se
caracteriza por ser uma atividade acessória ou auxiliar as
desempenhadas por maridos, pais ou irmão. Mas assume uma
centralidade estratégica, no âmbito da aquisição de recursos
financeiros, mormente no que se refere ao escoamento e venda dos
produtos pescados. Nossa comunicação pretende discutir em que
medida a pesca do camarão expressa a divisão sexual do trabalho e
demarca a relação de gênero na Comunidade de Nova Brasília,
zona rural do município de Parintins. Para a realização da pesquisa,
originária, desta comunicação, adotamos a Metodologia da
História Oral. Além do registro de memórias e experiências trata-
se de uma metodologia de pesquisa, condutora do pesquisador a
seara da operação dos trabalhos interdisciplinares.
Palavras-Chave: história oral, pesca, gênero. Amazônia.
1 Pós-Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na
Amazônia - UFAM
5º Emflor | Caderno de Resumos 282
120 GÊNERO E MEIO RURAL: AS MULHERES COMO
SUJEITOS CENTRAIS DA ATIVIDADE PRODUTIVA
NO MUNICÍPIO DE MANAUS
Viviane de Oliveira Rocha1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
O presente artigo apresenta, de forma sucinta as questões de gênero
no âmbito rural e as diversas atividades desenvolvidas por
mulheres trabalhadoras rurais. O âmbito rural apresenta-se como
um universo heterogêneo, cujas múltiplas dimensões exigem
perspectivas de análise diferenciadas. Dentre elas, destacam-se as
possibilidades de diversificação das atividades produtivas
assumidas por grupos de mulheres, como aquelas que são
atribuídas ou reivindicadas como alternativas à participação das
mulheres. A agricultura familiar possui características próprias na
Amazônia, o agricultor familiar amazônico utiliza os recursos
naturais para a produção do auto sustento familiar, utiliza técnicas
passadas de geração a geração, atrelados a orientações técnicas,
1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Professora da Universidade Federal do Amazonas. Doutora em Antropologia
Social pela PUC/SP.
5º Emflor | Caderno de Resumos 283
dispõe de produtos para a sua sobrevivência, produz e conserva os
recursos naturais e atende à função de segurança alimentas. As
mulheres trabalhadoras rurais do assentamento água branca na
contemporaneidade ocupam espaços sociais diversos, pois
dedicam-se em vários ramos de trabalho, por exemplo o cultivo de
frutas e verduras, na criação de animais de pequeno porte, no
artesanato, na comunidade exercem cargos diretivos e nos espaços
urbano comercializam seus produtos na venda direta para o
consumidor.
Palavras-chave: Gênero, Meio Rural, Produção
5º Emflor | Caderno de Resumos 285
121 A GERAÇÃO DE RENDA NA ZONA RURAL: UMA
ANÁLISE DO TRABALHO DAS MULHERES
TRABALHADORAS DO PROJETO DE
ASSENTAMENTO ÁGUA BRANCA
Viviane de Oliveira Rocha1
Isaac Guidão Toscano2
Jessica Daiane de Lemos Rodrigues3
Thaynara Reis do Nascimento Cruz4
RESUMO
As mulheres do Projeto de Assentamento Água Branca do Ramal
do Brasileirinho em Manaus-AM, têm sua renda baseada na
agricultura familiar, suas atividades derivadas do cultivo de
1 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 2 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 3 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. 4 Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 286
hortaliças e animais de pequeno porte garantem a renda para a
manutenção da família. Destarte a visibilidade social dessas
mulheres tem tomado uma grande proporção no que tange as
condições de trabalho e renda essas mulheres têm conquistado cada
vez mais papeis de destaque no assentamento. A atividade
desenvolvida pelas mulheres ainda se defronta com diversas
problemáticas, pois a acessibilidade, a aquisição de matéria prima
para desenvolver de suas atividades ainda é escassa. Visto sob essa
perspectiva as mulheres do assentamento conseguem desenvolver
a agricultura para a garantia do auto sustento de sua família,
possibilitando o escoamento do excedente produzido. Vale
ressaltar que as mulheres buscam através da terra e da floresta
meios para estarem inseridas em diversas atividades, seja na
participação política que tem ganhado força junto a diversas
instituições. Apesar de ainda está intrínseco m suas culturas que o
homem é o provedor da família, as mulheres do referido
assentamento no bojo de sua história, o avanço na qualidade de
seus produtos, mesmo que sua produção ainda seja insuficiente
para atender a demanda do município. Essas mulheres são vistas
como seres sociais que integram um sistema de poder (Presidência
da comunidade), redes de dominação e laços de vizinhança.
Destarte os espaços sociais ligados a essas mulheres estão
intimamente ligados ao consumo e a distribuição de renda.
Palavras-chave: Renda, Trabalho, Mulheres
5º Emflor | Caderno de Resumos 287
122 TRABALHO SEXUAL, FEMINISMO
ABOLICIONISTA E AS LUTAS DO
“PUTAFEMINISMO”
Wagner dos Reis Marques Araújo1
RESUMO
Nesta discussão, situamos o cenário do debate sobre a
regulamentação do trabalho sexual no Brasil, pontuando as
implicações das discussões na garantia dos direitos reivindicados
pelas trabalhadoras sexuais organizadas em coletivos. Entretanto,
as correntes de pensamento feminista têm se posicionado de forma
antagônica em relação à prostituição feminina. Por um lado, as
prostitutas não percebidas como vítimas, por outro, enquanto
trabalhadoras com direitos e deveres. No segundo memento,
apontamos as pautas de reivindicação do ativismo da prostituição
que se formou com a emergência de um movimento denominado
“putafeminismo”. Esse movimento foi iniciado nos anos 1980 com
Gabriela Leite, uma prostituta militante fundadora da Rede
Brasileira de Prostitutas. O putafeminismo é formado atualmente
por organizações de trabalhadoras sexuais, prostitutas ativistas e
1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia/ UFRGS, Mestre
em Sociedade e Cultura da Amazônia /UFAM
5º Emflor | Caderno de Resumos 288
pesquisadores feministas que defendem como pauta principal o
combate à estima e a defesa dos direitos das/os trabalhadoras
sexuais.
Palavras-chave: Trabalho sexual, feminismo abolicionista,
feminismo liberal, putafeminismo.
5º Emflor | Caderno de Resumos 289
123 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE
SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE
TRABALHO BRASILEIRO.
Maria Gracileide Alberto Lopes1
Nathanne Andreane Rosa Costa2
RESUMO
O artigo tem como objetivo versar sobre a divisão sexual do
trabalho na contemporaneidade decorrente das relações sociais de
sexo, a partir da diferença salarial entre homens e mulheres
inseridos no mercado de trabalho brasileiro. Em termos teóricos o
artigo se reporta nos estudos históricos do século XIX, os quais
revelam que a relação entre o papel do homem e da mulher na
sociedade sucede de um processo de divisão das tarefas onde o
homem é inserido no âmbito público, ou seja, predominantemente
provedor da família e a mulher é vista como cuidadora em
contrapartida ao sustento financeiro do marido. Segundo os
1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected] 2Assistente Social, Pós-Graduanda em Políticas Sociais Integradas do Centro
Universitário Estácio da Amazônia. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 290
principais autores (as) que discutem a temática; Torres (2002);
Cisne (2015); Sousa e Guedes (2016); Guiraldelli (2012); Mello
(2004) asseveram que à chamada divisão sexual do trabalho,
consiste em homens provedores e mulheres cuidadoras, este
processo vinculou por um período as atribuições sociais apenas as
mulheres, limitando-as apenas aos trabalhos domésticos e
garantindo ao homem seu lugar ‘’natural’’ ao espaço público. A
revisão de literatura do presente artigo revela que é após o século
XX, que as revoluções culturais, ideológicas e de relações sociais
ganham visibilidade mediante a força dos movimentos feministas,
que fragilizou a dicotomia entre o papel de homens e mulheres na
sociedade. A partir desta fragilidade a inserção da mulher dentro
dos espaços públicos se torna possível, porém não exime a mulher
do seu papel de cuidadora e nem insere o homem no processo de
trabalho doméstico, ou seja, mesmo com a reconfiguração, não há
mudanças significativas ou estruturais, pois, as atribuições
agregadas à mulher permanecem no campo doméstico onde
compete a ela a reprodução social.
Palavras-Chave: trabalho, feminismos, divisão sexual do
trabalho.
5º Emflor | Caderno de Resumos 291
124 O DESAFIO DAS MULHERES INDUSTRIÁRIAS EM
MANTER-SE EMPREGADAS: A PRECARIZAÇÃO
DO TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS-AM
Zenaide Silva Sousa1
Aline dos Santos Pedraça 2
Célia Maria Nascimento de Oliveira3
RESUMO
Ao analisarmos a equidade de gêneros no contexto brasileiro, é
possível verificar a concretização do reconhecimento importante da
ação do papel da mulher nas famílias, mercado de trabalho e
sociedade. A globalização como fenômeno generalizado no mundo
contemporâneo, está acompanhada por características que podem
ser citadas como um fator negativo para o aumento do desemprego,
na qual a mulher se encontra em desvantagem. O presente trabalho
tem como objetivo um estudo sobre o desafio das mulheres
industriarias em manter-se empregadas e a precarização do
1 Assistente Social, Bacharel em Serviço Social pela UNINORTE 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM,
[email protected] 3 Assistente Social, Pesquisadora Autônoma, Aluna especial do Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia da
Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 292
trabalho na cidade de Manaus e traz no seu bojo a possibilidade de
adquirir conhecimento visando contribuir para a formação
acadêmica. Além disso, com aprendizado teórico-metodológico e
um preparo para futuras pesquisas para o acompanhamento e
abordagens no que diz respeito ao trabalho. O estudo da pesquisa
foi trabalhado em dois procedimentos, no qual no primeiro
momento foi à pesquisa de campo realizado a partir do método
dialético, de forma exploratória onde o processo surgiu com o
levantamento de dados bibliográficos e pesquisa de campo com
aplicação de entrevistas, visando fazer uma investigação dos dados
adquiridos da precarização do trabalho no distrito industrial e no
segundo é abordado o resultado da pesquisa de campo, que foi
realizado em Manaus.
Palavras-chave: Mulher, Precarização do Trabalho, setor
industriário.
5º Emflor | Caderno de Resumos 293
125 SÉTIMO OBJETIVO DO MILÊNIO:
SUSTENTABILIDADE NO BAIRRO DA UNIÃO/
PARINTINS-AM.
Andrecélia da Silva Barreto1
Sandra Helena da Silva2
RESUMO
No século XX inicia-se as primeiras discussões acerca do tema
sustentabilidade, tendo seu ápice em 1990. Encontros
internacionais debatem e buscam soluções para se criar sociedades
sustentáveis, mesmo diante de uma lógica de mercado capitalista.
A Agenda 21 foi um dos principais resultados da Rio-92, onde
foram definidos os objetivos do Milênio, buscando ampliar a
qualidade de vida da sociedade como um todo. Em meio aos
objetivos da agenda 21, a sustentabilidade ambiental, trazendo em
seu bojo o saneamento básico como política ambiental para os
municípios e com prazos a serem cumpridos é um dos maiores
desafios para o Brasil. O saneamento se apresenta como uma
categoria necessária para o bem-estar social, por este motivo se
discutiu a sustentabilidade como fator primordial na busca a
1 Graduada em Serviço social na Universidade Federal do Amazonas-Instituto
de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia. 2 Professora Social na Universidade Federal do Amazonas-Instituto de Ciências
Sociais, Educação e Zootecnia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 294
qualidade de vida. Foi necessário evidenciar o conceito e
historicidade do saneamento básico no Brasil, no Amazonas e em
Parintins, evidenciando a atual conjuntura. É neste contexto que o
presente trabalho se desenvolve tendo como objetivo analisar o
saneamento básico no bairro da União e sua interferência junto à
saúde pública. Os resultados indicaram Parintins como um
município com poucas e precárias ações para a execução do
saneamento básico conforme prescreve os objetivos do milénio, a
lei 11.445 referente ao saneamento básico, promovendo um estado
de abandono em especial em bairros recém-formados, como
resultados de ocupação, como a ocorrida no Bairro da União.
Sustentabilidade tem sido um tema discutido nas diversas esferas
acadêmicas, sociais e econômicas. Tema este diretamente
relacionado com a degradação ambiental, com a finitude dos
recursos naturais e com os reflexos das desigualdades sociais por
todo planeta. É preciso pensar numa nova lógica societária onde se
privilegie o ambiental, não em detrimento do econômico, mas que
estes possam encontrar um “equilíbrio” onde toda a sociedade
tenha ganhos na atual e futuras gerações.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Objetivo do Desenvolvimento
do Milênio, Saneamento básico, Parintins.
5º Emflor | Caderno de Resumos 295
126 TRABALHO SEXUAL E AUTONOMIA EM ESPAÇOS
DE SOCIABILIDADES MASCULINAS DE PORTO
VELHO/RO
Wagner dos Reis Marques Araújo1
RESUMO
A discussão sobre trabalho sexual e tráfico de pessoas tem
adquirido destaque na pauta dos debates feministas, tornando um
verdadeiro divisor de águas entre as suas diferentes correntes de
pensamento. Em relação à prostituição, os debates estão
polarizados em dois grupos: as feministas radicais, denominadas
como abolicionistas e o segundo, formado pelas feministas liberais,
aliadas do ativismo da prostituição. Por um lado, a prostituição é
entendida como a expressão máxima da dominação masculina, por
outro, é defendida enquanto uma escolha voluntária. O ponto de
tensão desses dois grupos diz respeito à autonomia prostituta.
Considerando tal ponto, buscamos discutir algumas questões
acerca da autopercepção do trabalho sexual que é exercido por
mulheres em bares de prostituição de Porto Velho, capital do
Estado de Rondônia. Nesses locais, são estabelecidas relações
1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia/ UFRGS, Mestre
em Sociedade e Cultura da Amazônia /UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 296
afetivo-sexuais permeados por laços de afinidades e sociabilidades
que escapam à lógica dos estudos sobre prostituição. Trazemos
conclusões parciais que apontam para uma relativa autonomia
assim como para modalidades de resistência às questões negativas
que permeiam as suas práticas cotidianas.
Palavras-chave: Prostituição feminina, autonomia, relações de
gênero, Amazônia brasileira.
5º Emflor | Caderno de Resumos 297
127 A INCLUSÃO DA MULHER NO SETOR ELÉTRICO
E INSERÇÃO NAS ÁREAS TECNOLOGICAS E
PROFISSIONAIS: UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA ENGELETRUS
Aline dos Santos Pedraça1
Maria Raquel Cruz da Silva2
Érika Lins de Amorim dos Santos3
Célia Maria Nascimento de Oliveira4
RESUMO
O mercado de trabalho vem apresentando um crescimento da mão
de obra feminina, através do impulso do avanço de novas
tecnologias e o desenvolvimento das forças produtivas, a fim de
suprir as necessidades da sociedade em geral. O referido artigo
apresenta um estudo sobre a inclusão da mulher no setor elétrico e
inserção nas áreas tecnológicas e profissionais: um estudo de caso
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas - UFAM,
[email protected]; 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM,
[email protected]; 3 Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior pela FAMETRO; 4 Assistente Social, Pesquisadora Autônoma, Aluna especial do Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social Sustentabilidade na Amazônia da
Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 298
na empresa Engeletrus Ltda. Para tanto, buscou-se analisar a
inclusão da mulher no mercado de trabalho no setor elétrico, bem
como nos cursos técnicos e profissionais, no qual se identificou o
perfil socioeconômico das mulheres inseridas no campo do referido
setor, e a relação do mercado de trabalho na qual a mulher vem
ocupando nas áreas masculinas e verificou-se o desempenho
profissional feminino neste setor, avaliou-se o nível de
escolaridade das entrevistadas. De acordo com os dados coletados
mediante a pesquisa, foi possível aferir-se que a inclusão da mulher
em atividade no setor elétrico, tecnológico e profissional propiciou
uma nova visão para a referida empresa, trazendo como
consequência o reconhecimento da mesma como uma instituição
inovadora que incentiva o crescimento profissional de todos,
independentemente do gênero sexual.
Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Inclusão da mulher, Setor
elétrico e tecnológico
5º Emflor | Caderno de Resumos 299
128 MULHER, MÃE E TRABALHADORAS USUÁRIAS
DA CRECHE MUNICIPAL
Keila Neves da Mota1
Maria Nelciane de Alencar Silva2
Mara Tereza O. Assis3
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar o perfil
socioeconômico das mães usuárias da Creche Municipal Prof.ª
Eliana de Freitas Moraes da cidade de Manaus a partir da análise
documental da ficha de inscrição preenchidas pelas mulheres em
busca de uma vaga na Creche e sua relação com o mercado de
trabalho. Nesse sentido, é necessário compreender o processo de
inserção da mulher no mercado de trabalho na cidade de Manaus
desde a criação da Zona Franca, além das questões de gênero
perpetuadas pelo capitalismo patriarcal que perpassam seu
caminho, utilizando as políticas publica desenvolvidas para atender
as mulheres neste processo. Para a construção do artigo realizamos
o levantamento de dados a partir de observação documental, cujos
resultados foram corroborados por meio da documentação
bibliográfica que embasa esse trabalho.
1 Pós-graduada em Gestão e Psicopedagogia, Gestora da Creche Mul. Profa.
Eliana de Freitas Moraes – SEMED. 2 2 Pós-graduada em Gestão e Psicopedagogia, Pedagoga da Creche Mul.
Profa. Eliana de Freitas Moraes – SEMED. 3 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade
Federal do Amazonas - UFAM, Assistente Social da Creche Mul. Profa. Eliana
de Freitas Moraes – SEMED.
5º Emflor | Caderno de Resumos 300
Palavras-chave: Mulher, Perfil socioeconômico, mercado de
trabalho
5º Emflor | Caderno de Resumos 301
129 MULHER E TRABALHO NO CONTEXTO DA
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: DOS SENTIDOS
DO TRABALHO À SOCIABILIDADE
Célia Maria Nascimento de Oliveira1
Rosemere Barbosa Guimarães2
RESUMO
O universo das feiras não é apenas espaço de geração de renda, mas
é também favorável à sociabilidade entre todos os produtores de
diversas localidades com vários conhecimentos que são
socializados entre elas. No mesmo espaço onde acontece essa
manifestação socioeconômica homens, mulheres, jovens e
crianças, provenientes da zona rural, também se mobilizam para
revisitar familiares e amigos, efetuar atividades de venda, compra
e troca de inúmeros produtos na própria Universidade Federal do
Amazonas, local onde a feira é realizada e os trabalhos
potencializado pelas relações estabelecidas entre as/os feirantes e
entre as/os feirantes e clientes que se fazem presente. O texto
1Aluna Especial do Mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas/UFAM. E-mail: [email protected] 2Pós-graduanda em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela
Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail:
r_bguimarã[email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 302
examina o trabalho de mulheres que vendem seus produtos na feira
Agro UFAM na cidade de Manaus/AM, buscando compreender os
sentidos do trabalho e da feira como espaço em que se tecem
relações econômicas, sociais e culturais. A metodologia utilizada
para a coleta de dados foi a observação sistemática e a entrevista
semiestruturada com 04 mulheres de diferentes comunidades. Nos
dados foi possível conhecer a comunidade onde vivem, seus
anseios e dificuldades, representações simbólicas e o sentido do
trabalho para estas. Que em meio às tramas da reestruturação
produtiva, essas mulheres exprimem seu potencial político, social
e econômico. O trabalho constitui-se a razão de ser e a feira como
espaço de sociabilidade e oportunidade de gerar renda, onde
agregam valores materiais e simbólico. De tal modo, revelam que,
o espaço privado (a casa) não é lugar por excelência de mulheres
com isso desconstruindo a ideia de submissão, passividade e do lar.
Palavras-chave: Mulher, Trabalho, Feira, Sociabilidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 303
130 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A REALIDADE
SALARIAL DAS MULHERES NO MERCADO DE
TRABALHO BRASILEIRO
Maria Gracileide Alberto Lopes1
Nathanne Andreane Rosa Costa2
RESUMO
O artigo tem como objetivo versar sobre a divisão sexual do
trabalho na contemporaneidade decorrente das relações sociais de
sexo, a partir da diferença salarial entre homens e mulheres
inseridos no mercado de trabalho brasileiro. Em termos teóricos o
artigo se reporta nos estudos históricos do século XIX, os quais
revelam que a relação entre o papel do homem e da mulher na
sociedade sucede de um processo de divisão das tarefas onde o
homem é inserido no âmbito público, ou seja, predominantemente
provedor da família e a mulher é vista como cuidadora em
contrapartida ao sustento financeiro do marido. Segundo os
principais autores (as) que discutem a temática; Torres (2002);
1 Assistente Social, Mestranda em Serviço Social e Sustentabilidade da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: [email protected] 2 Assistente Social, Pós-Graduanda em Políticas Sociais Integradas do Centro
Universitário Estácio da Amazônia. E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 304
Cisne (2015); Sousa e Guedes (2016); Guiraldelli (2012); Mello
(2004) asseveram que à chamada divisão sexual do trabalho,
consiste em homens provedores e mulheres cuidadoras, este
processo vinculou por um período as atribuições sociais apenas as
mulheres, limitando-as apenas aos trabalhos domésticos e
garantindo ao homem seu lugar ‘’natural’’ ao espaço público. A
revisão de literatura do presente artigo revela que é após o século
XX, que as revoluções culturais, ideológicas e de relações sociais
ganham visibilidade mediante a força dos movimentos feministas,
que fragilizou a dicotomia entre o papel de homens e mulheres na
sociedade. A partir desta fragilidade a inserção da mulher dentro
dos espaços públicos se torna possível, porém não exime a mulher
do seu papel de cuidadora e nem insere o homem no processo de
trabalho doméstico, ou seja, mesmo com a reconfiguração, não há
mudanças significativas ou estruturais, pois, as atribuições
agregadas à mulher permanecem no campo doméstico onde
compete a ela a reprodução social.
Palavras Chave: Gênero; Divisão Sexual; Condição Salarial;
Lutas Feministas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 305
131 O TRABALHO PRECÁRIO DAS ASSISTENTES
SOCIAIS BOLSISTAS DO PROGRAMA
EDUCAÇÕES EM MANAUS AMAZONAS
Aline dos Santos Pedraça1
Célia Maria Nascimento de Oliveira2
Maria Raimunda Nascimento de Oliveira3
Viviane de Oliveira Rocha4
RESUMO
A precarização do trabalho no contexto atual é um drama constante
na vida laboral dos trabalhadores Brasileiros, situação que fragiliza
ainda mais o trabalho das Assistentes Sociais bolsistas do programa
Bolsa Educações em Manaus Amazonas, situação essa que vem
crescendo com o processo de modernização no mundo globalizado,
aumentado à trajetória da precarização do trabalho seja formal ou
informal das profissionais atuantes de serviço social em Manaus,
pois quanto mais essas profissionais se qualificando, mas
crescendo as formas de trabalho precário da categoria. São
1Mestranda no Curso de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na
Amazônia/UFAM, Manaus Amazonas Brasil. 2Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia Universidade Federal do Amazonas/UFAM. 3Assistente Social do CRASS, comissionada pela Prefeitura do Município de
Manicoré – Amazonas – Brasil. E-mail: [email protected].
993013454.
4 Assistente Social, Mestranda no Programa de Pós-graduação em Serviço
Social e Sustentabilidade na Amazônia/UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 306
mulheres bolsistas que estão se pós-graduandos com uma bolsa de
estudo parcial do programa bolsa educações em uma das
instituições parceiras do programa. Essas profissionais são todas
assistentes sociais e estão inseridas nos diversos espaços de
trabalho existentes em Manaus, porém estão tendo suas atividades
laborais precarizadas por seus empregadores. Relatar como se dá o
trabalho precário dessas bolsistas é de suma importância para a
contextualizar a temática abordada, pois o mundo acadêmico e a
sociedade precisam saber a real situação laboral dessas
profissionais. Destacar a educação é uma condição obrigatória
nessa contextualização, pois ela dá subsidio que perpetua o
profissionalismo dessas profissionais, uma vez que a educação faz
parte do dia a dia do ser humano e é um aprendizado continuo para
as pessoas. A trajetória do serviço social se faz necessário parte
destacar a importância do assistente social nas relações sociais do
trabalho e está inserida entre as profissões que trabalha a questão
social dentro da sociedade, assim como a regulamentação da
profissão. A metodologia que embasou o presente trabalho foi uma
pesquisa teórica metodológica com buscas bibliográfica, e a
aplicação de formulário com perguntas abertas e fechadas a qual
possibilitou as bolsistas do programa bolsa educações a
responderem as perguntas e manifestarem suas insatisfações diante
do trabalho que as mesmas estão exercendo em Manaus.
Palavras Chave: Educação, Trabalho Precário, Serviço Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 307
132 O DESAFIO DAS MULHERES DO CURSO
OPERADORA DE CAIXA DO CETAM QUE ESTÃO
EM BUSCA DE INSERÇÃO NO MERCADO DE
TRABALHO NA CIDADE DE MANAUS AMAZONAS
Célia Maria Nascimento de Oliveira1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
As mulheres da contemporaneidade nos dias atuais ainda
enfrentam grandes desafios em todos os contextos, sobretudo no
contexto brasileiro, sendo possível relatar a concretização de suas
conquistas e seu papel na sociedade, na família e principalmente no
mercado de trabalho. Pois é visto que com a chegada da
globalização o fenômeno desemprego tem deixado a sociedade em
dificuldade, sobretudo a mulher que em muitas famílias é a
principal responsável e provedora do seu lar, situação essa já
percebida como fator positivo no contexto atual, porém
preocupante, pois muitas dessas mulheres estão perdendo seu posto
de trabalho com o aumento da crise em todo o Brasil, sobretudo em
Manaus, o que está contribuindo em grande escala para o do índice
de desemprego na capital do Amazonas, situação que a mulher se
1Aluna especial do mestrado no Programa de Pós-graduação em Serviço Social
e Sustentabilidade na Amazônia Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-
mail: [email protected]. 2 Pós-Doutora pela Université de Lyon 2 – France. Professora Associada I da
Universidade Federal do Amazonas. E-mail: iraildes. [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 308
encontra em desvantagem, mas enfrentando grande desafio para
superar essas dificuldades.
A categoria família se faz necessário para nortear o percurso desse
trabalho que se tem a mulher como provedora e responsável por
sua família, sobretudo financeira, pois são elas que conduzem todo
o sustento de sua família. As mulheres nos dias atuais estão aos
poucos conquistando seu espaço, lutando por reconhecimento em
todos os campos de inserção, e se falando de trabalho, estão aos
poucos conseguindo sua autonomia e inserção no mercado de
trabalho formal, sendo assim, as mulheres destaca-se as mulheres
que concluíram o curso profissionalizante de operadora de caixa
pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas-CETAM, na
Escola Estadual Professor Reinaldo, pois as mesmas buscam outra
forma de oportunidade de trabalho com a conclusão do curso e
assim poder manter sua família. O procedimento
teórico/metodológico foi a pesquisa bibliográfica a partir da
entrevista semiestruturada com aplicação de entrevista abertas e
fechadas com seis mulheres chefe de família, três delas são mães
solteiras, as quais todas já se encontram inseridas no mercado de
trabalho, as mulheres que finalizaram o curso de operadora de caixa
por estarem desempregas, visando fazer melhor investigação dos
dados adquiridos para compreender e relatar os desafios que essas
mulheres enfrentem para se inserirem novamente no campo laboral
em Manaus.
Palavras-chave: Família, Mulher, Trabalho.
5º Emflor | Caderno de Resumos 310
P1 A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE NA GESTÃO
PÚBLICA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO AS
MULHERES QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA PARA QUE ELAS RETORNEM AO
ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL E JURÍDICO
Frankandrey Batista Ferreira1
Sandro Breval Santiago2
RESUMO
Este artigo tem o objetivo de mostrar os resultados dos estudos
realizados na Rede Mulher por intermédio do Centro Estadual de
Referência de Apoio a Mulher – CREAM na capital de
Manaus/AM. Com a coleta dados e informações através da
visualização documental dos primeiros atendimentos para entender
a questão do não retorno das mulheres em situação de violência e,
demonstrar o índice de mulheres que não retornam depois do
primeiro atendimento. Para que esta fragilidade do vínculo entre o
CREAM e as mulheres em situação de violência seja quebrada,
possibilitando assim o retorno para o acompanhamento
psicossocial e jurídico. Analisamos como a Qualidade da Gestão
influencia no atendimento das mulheres em situação de violência.
1 Graduando do Curso Superior de Administração da Universidade Federal do
Amazonas - UFAM - Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amazonas –
UFAM – Manaus/AM, Brasil. E-mail: [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 311
Destacando a importância da multidisciplinaridade no atendimento
oferecido pelo CREAM a essas mulheres, para que o serviço seja
efetivo e com a proposta que todas as necessidades dessas mulheres
sejam atendidas eficiência e eficácia e principalmente efetivos para
que as mesmas se sintam seguras para procurar o auxílio.
Palavras-chave: CREAM, Gestão de qualidade, Violência contra
a mulher
5º Emflor | Caderno de Resumos 312
P2 COBRA GRANDE OU CANOA DA
TRANSFORMAÇÃO? UMA VIAGEM MÍTICA DOS
TARIANO PELO UNIVERSO DA SERPENTE
Joelmir Moreira Penha1
Solange Pereira do Nascimento2
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo desvelar o universo da grande
serpente mítica do Rio Negro e/ou canoa da transformação como
fala Maia e Maia (2005) através da narrativa do povo Tariano que
habita o Alto Rio Negro na região de São Gabriel/AM. Seguir os
caminhos da grande serpente é também compreender como se deu
a partir do imaginário mítico do povo Tariano o mito de criação a
partir das teias mitológicas que o constitui e que está diretamente
relacionado também com a criação da cidade de São Gabriel –
capital do mundo indígena considerando o maior número de etnias
no Brasil numa mesma região geográfica. O estudo atende a uma
perspectiva metodológica e teórica de cunho investigativo tendo
por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin, que nos permitiu
tecer uma rede de conversa com outros saberes. O lócus da
pesquisa envolve sujeitos da etnia que moram em São Gabriel da
Cachoeira/AM. Numa dinâmica de entrevista profunda sob a ótica
1 Graduação em Ciências Biológicas, UEA. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 313
de Bourdieu (2007), ouvimos homens e mulheres da etnia falar de
suas histórias por dentro de sua mitologia. Dentre os múltiplos
resultados constatados verificou-se a importância da explicação
mítica sobre a grande serpente e sua relação direta com o meio
natural e físico que dá vida a cidade de São Gabriel. As serras, as
ilhas, as rochas, o rio, os peixes, são todos elementos advindos da
grande serpente que a torna viva e atuante não só no imaginário,
mas na realidade constituída. Esse grande elemento criador é a
expressão mais viva e pujante da grande canoa que cria e se recria
a todo instante. Eis a beleza do mito que não morre e está para além
do tempo. Estes estudos são de suma importância para a academia
porque retumbam o novo ainda obscuro para a ciência.
Palavras-Chave: Rio Negro – Tariano – Cobra Grande – Canoa
da Transformação
5º Emflor | Caderno de Resumos 314
P3 NO IR E VIR DA BR 307 - UM OLHAR SOBRE A
COMUNIDADE INDÍGENA DO KM 07 MARCADA
PELA PRESENÇA DO LIXÃO EM SÃO GABRIEL
DA CACHOEIRA/AM.
Lucivânia Nogueira de Lima1
Solange Pereira do Nascimento2
RESUMO
A presente pesquisa nos apresenta a Comunidade Boa Esperança
no KM 7 da BR 307 em São Gabriel da Cachoeira/AM. Esta
comunidade é formada por diversas etnias indígenas que hoje são
obrigadas a conviver em frente ao lixão da cidade que já mudou de
lugar três vezes. A comunidade que antes tinha uma vida normal
retirando seu sustento da roça, hoje, percebe no lixão uma nova
possibilidade de sobreviver com aquilo que é catado no lixo,
mudando seus hábitos originais. Metodologicamente resolvemos
percorrer o caminho da BR 307 fazendo uma etnografia de todo
seu percurso até chegar ao Km7. Na perspectiva do olhar como
descreve Chauí (In: Novaes 1988) e dos estudos etnográficos
1 Graduanda do 5° Período do Curso de Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas da Universidade do Estado do Amazonas - Centro de Estudos
Superiores de São Gabriel da Cachoeira/AM. BOLSISTA PAIC -
FAPEAM/AM. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 315
(GEERTEZ, 1989) percebemos que as mesmas vias das andanças
feitas por homens e mulheres indígenas que transitam todos os dias
pela BR 307 trazendo os frutos da roça e labuta diária como
sustento para suas vidas é a mesma BR que traz produtos
industrializados através do Porto de Camanaus e que depois de
utilizados e não mais servíveis são lançados de forma descartável
no lixão da cidade degradando o ambiente e enfeando a paisagem
natural rica em vida animal e vegetal que torna o caminho
agradável para quem caminha, corre e passeia. A comunidade Boa
Esperança tem sido a depositária do descaso da vida da cidade sem
ao menos poder questionar sobre sua vizinhança. Na dinâmica do
olhar vimos mulheres, crianças e homens sobrevivendo do lixão
mudando a dinâmica de suas vidas que antes se constituía somente
da roça e dos frutos da terra. Em baixo das árvores ao invés de
vermos crianças pulando e pegando frutos, vimos centenas de
latinhas ensacadas para serem vendidas novamente. São vidas
marcadas pelos novos tempos que reconfiguram a paisagem de um
lugar privilegiado em belezas naturais. Novas vivências, novas
perspectivas, novos embates para o pensamento que não se cansa
de perguntar sobre o porquê que este novo século tem dado às
costas para o próprio homem levando famílias inteiras a
sobreviverem dos restos da sociedade de consumo, num
desrespeito étnico e cultural como este que marca sensivelmente a
Comunidade Boa Esperança em São Gabriel.
Palavras-Chave: São Gabriel da Cachoeira/AM, Meio Ambiente,
Lixão, Comunidade Indígena.
5º Emflor | Caderno de Resumos 316
P4 O UNIVERSO FEMININO PIRATAPUIA E SUAS
MANIFESTAÇÕES SIMBÓLICAS
Solange Almeida Cardoso1
Solange Pereira do Nascimento2
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo apresentar o universo
feminino Piratapuia no Alto Rio Negro a partir das teias
mitológicas que envolve essa dimensão peculiar do mundo das
mulheres num discurso aberto com o campo da pesquisa
estabelecendo um recorte de diálogo com mulheres indígenas
Piratapuia fazendo um passeio científico pela cultura, arte e
mitologia como expressões de sua vivência no mundo. O estudo
atende a uma perspectiva metodológica e teórica de cunho
investigativo tendo por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin,
que nos permitiu tecer uma rede de conversa com outros saberes.
O lócus da pesquisa envolve sujeitos da etnia que moram em São
Gabriel da Cachoeira/AM. Numa dinâmica de entrevista profunda
1 Graduanda do 3° Período do Curso de Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas - Centro de Estudos
Superiores de São Gabriel da Cachoeira/AM. BOLSISTA PAIC -
FAPEAM/AM. 2 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 317
sob a ótica de Bourdieu (2007), ouvimos homens e mulheres da
etnia falar de suas histórias por dentro de sua mitologia. Dentre os
múltiplos resultados constatados verificou-se a importância da
mulher Piratapuia e a manutenção de sua presença para o
desenvolvimento e crescimento da etnia, não só no aspecto de
geração de vida, mas enquanto guardiãs de conhecimento que só a
elas pertence; outro dado importante relaciona a mulher com o
próprio espaço físico, enquanto ela mesma é a representação da
grande maloca. Acreditamos que estes estudos se tornam
importantes para a academia porque nos trazem novos dados ainda
obscuros para a ciência e para os estudos de gênero ainda que estes
não sejam suficientes para responder a esta nova perspectiva que
passa não pelo feminismo, mas pelo feminino indígena das
mulheres no Alto Rio Negro/Amazonas.
Palavras-Chave: Rio Negro, Piratapuia, Feminino, Maloca
5º Emflor | Caderno de Resumos 318
P5 ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DAS
MULHERES DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA
DE FÁTIMA NO PROJETO DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E
SABORES DO TARUMÃ
Daniele Serrão1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
RESUMO
Este trabalho analisa a experiência das mulheres no projeto de
desenvolvimento socioambiental sustentável Sabores do Tarumã,
na Área de Proteção Ambiental (APA), comunidade Nossa Senhora
de Fátima, entorno de Manaus, e tem como objetivo analisar a
compreensão das mulheres envolvidas quanto ao papel delas no
processo de produção e comercialização comunitária. Sendo assim,
este trabalho mostra-se relevante pela necessidade de buscar o
olhar das mulheres sobre si mesmas no processo de trabalho. Trata-
1 Discente do curso de Engenharia ambiental pela universidade Nilton Lins.
Militante do Movimento de Economia Solidária. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade
Federal do Amazonas. Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e
Observatório Social, Gênero, Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo
de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder
(GEPOS/UFAM).
5º Emflor | Caderno de Resumos 319
se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa. Autores
como Arruda (1998), Gaigger (1999), Yunnus (2002) e Torres
(2012) entre outros, fazem parte do nosso aporte teórico
metodológico. A pesquisa revelou dificuldades, tais como a falta
de certificação dos produtos alimentícios e a falta de logística para
o escoamento. Inicialmente, o projeto teve patrocínio da
Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Tarumã-Mirim -
Agrofrutas Tarumã, apoio do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) e do Instituto CONSULado da Mulher. Os dados
revelaram que as mulheres se sentem fortalecidas por terem agora
uma maior compreensão de si mesmas e da sua importância nesse
processo de trabalho, reconhecimento dado antes somente aos
homens. Destacaram a participação de todas na Feira Nacional da
Agricultura Familiar, no Rio de Janeiro e nas feiras locais. Essa
compreensão é um salto positivo para que as mulheres possam
avançar cada vez mais em seu empoderamento econômico
solidário.
Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável; Economia
Solidária; Mulheres Empreendedoras e Solidárias.
5º Emflor | Caderno de Resumos 320
P6 VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: UM
ESTUDO SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO
SOCIAL MEDIANTE UMA QUESTÃO DE SAÚDE
PÚBLICA
Juliene Lima de Souza1
Simone Moraes Lisbôa2
RESUMO
Este artigo tem como tema a ser discutido a violência sexual contra
a mulher como uma questão de saúde e mediante isso mostrar
atuação do Serviço Social diante a essa problemática, pois a
violência sexual é percebida como um processo histórico e cultural
no qual a sociedade rotula como devem acontecer diversos
comportamentos humanos em específicos o do sexo feminino, no
qual causa a desigualdade de gênero principal fator para a
violência, a mesma é se torna uma questão de saúde pública em
âmbito global que precisam de efetivação de políticas públicas afim
de prevenção e atendimento adequado. O estudo recorre a uma
1 Graduanda em Serviço Social. 2 Graduada em Serviço Social pela UFAM. Especialista em Gerontologia pela
PUC-SP e Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade pela PUC –SP.
Professora da FAMETRO e ESBAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 321
metodologia qualitativa, aos procedimentos técnicos foram
classificados por meio da tipologia bibliográfica e consulta
documental de domínio público, o trabalho segue a corrente
materialista histórica e dialética, com perspectivas da interpretação
dinâmica e totalizante da realidade, no qual mostra o árduo trabalho
do Serviço Social na busca de prevenir e combater a violência
sexual contra as mulheres essa é uma tarefa das mais complexas e
exige como política pública a articulação de diferentes serviços em
uma rede integrada de atenção à mulher em situação de violência.
PALAVRAS CHAVE: Gênero, Violência Sexual, Saúde e
Serviço Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 322
P7 O ESPAÇO DA MULHER NAS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS E EM FEIRAS LIVRES: DA
COMUNIDADE FRANCISCA MENDES,
MUNICÍPIO DE RIO PRETO DA EVA - 2017
Márcia do Carmo das Chagas de Castro Guimarães1
Marluce de Amorim Filipe2
RESUMO
O estudo aborda sobre a presença feminina na agricultura, dentre
os espaços como: produção e vendas de produtos agrícolas em
feiras livres do comércio informal. Com objetivo de analisar o
espaço ocupado por mulheres nas atividades agrícolas da
Comunidade Francisca Mendes do Município de Rio Preto da Eva
– 2017. Identificando o perfil sócio econômico das mulheres,
descrevendo as atividades de trabalho desenvolvido na zona rural,
a fim de compreender o contexto histórico das mulheres e
apontando os desafios e perspectivas encontrados tanto no contexto
¹ Bacharel em Serviço Social pela UNIORTE. Pós-Graduada em Políticas e
Gestão em Serviço Social pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. 2 Mestrado em Educação pela Universidad de los Pueblos da Europa.
Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior/FEM e Gestão
Pública Municipal/UFAM. Graduada em Pedagogia/ UNIRG. Professora
formadora da UEA e da SEMED.
5º Emflor | Caderno de Resumos 323
social, econômico e familiar. A metodologia adotada foi de campo,
a partir de entrevistas, por meio da coleta de dados. Como resultado
da pesquisa constatou-se a importância da mulher na agricultura,
num discursão por meio dos espaços de conquista e da participação
ativa na agricultura familiar e no desenvolvimento sustentável; na
ideia do debate sobre as políticas públicas como garantia dos
direitos.
Palavras-chave: mulheres agricultoras, desafios, perspectivas,
políticas públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 324
P8 JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: AS “AVÓS DA PRAÇA
DE MAIO” COMO INSTRUMENTOS DO DIREITO
À IDENTIDADE E À VERDADE HISTÓRICA
ARGENTINA
Luana Gonçalves Salignac1
Dorinethe dos Santos Bentes2
RESUMO
O artigo pretende comprovar a eminente contribuição das “Avós
da Praça de Maio” para a Justiça de Transição e,
consequentemente, para a sociedade argentina, tendo em vista os
seus trabalhos dedicados à descoberta da verdade, com destaque à
histórica e à biológica, as quais possibilitam a restituição do direito
à identidade das crianças sequestradas pelo Estado durante a
ditadura militar argentina (1976-1983). Para tanto, utiliza-se o
método dialógico, abordando o tema em conjunto com diversas
áreas do conhecimento além do direito, como com a antropologia,
com a biologia, com a história e com a sociologia. Combatendo o
crime de apropriação, as “Avós da Praça de Maio” são respaldadas
1 Graduanda em Direito pela UFAM. 2 Professora da Universidade Federal do Amazonas, lotada na Faculdade de
Direito - Departamento de Direito Público. Graduada em História /UFAM e
Direito/UNIP. Especialista em História Social da Amazônia/UFAM e Direito
Ambiental Urbanístico/ Anhanguera. Mestre em História/ UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 325
jurídica e cientificamente para realizarem investigações, coleta de
dados, pesquisas, exames de DNA e reparação psicológica
daqueles que tiveram a identidade restituída, o que consagra sua
organização como modelo internacional de um ativismo
restaurador da memória e garantidor da justa transição à
democracia.
Palavras-chave: Justiça de Transição, direito à identidade, direito
à verdade, Avós da Praça de Maio, ditadura militar argentina.
5º Emflor | Caderno de Resumos 326
P9 MULHERES DE FIBRA EM TEMPOS DE JUTA: A
JUTICULTURA NA DECADA DE 70 NO
MUNICIPIO DE URUCARÁ-AM
Geize Vieira de Almeida1
RESUMO
Nossa comunicação versará sobre as memórias das mulheres que
trabalharam no cultivo da juta no Município de Urucará. A
pesquisa que deu origem a esta comunicação ancora-se na
metodologia da História Oral. Esta metodologia de pesquisa
possibilita o registro das memórias sobre fatos históricos ou
experiências transcorridas, dando vez e voz aos seus agentes
históricos. Nossa pesquisa busca desenvolver uma análise histórica
do trabalho das mulheres no cultivo da juta a luz das categorias de
gênero e trabalho. O plantio da juta foi uma cultura que se expandiu
pelo Baixo e Médio Amazonas durante as décadas de 30 a 80 e se
tornou a principal atividade econômica da região, fazendo surgir
novos modos de relação comercial e de produção peculiares a esta
atividade.
Palavras-chave: Mulheres; Juticultura; História Oral
1 Graduada em História/UEA.
5º Emflor | Caderno de Resumos 327
P10 O TRABALHO DA PARTEIRA TRADICIONAL NA
COMUNIDADE REPÚBLICA DE SÃO BENEDITO
NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO RAMOS/AM
Alcione Soares do Carmo1
Anny Margareth Santos Angiolis2
RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância do
trabalho tradicional da parteira na Comunidade República de São
Benedito no município de Boa Vista do Ramos, localizado no
Baixo Amazonas/AM. A metodologia utilizada consistiu em duas
etapas: 1ª ocorreu com pesquisa bibliográfica, 2ª pesquisa in lócus,
natureza qualitativa. Constitui - se como parte da pesquisa a
entrevista com uma parteira moradora da Comunidade República
de São Benedito, por meio da sua história de vida como parteira foi
possível debruçar-se neste estudo. Evidenciou - se que o
conhecimento tradicional da parteira é permeado pela relação de
crença, vínculo de confiança com as gestantes e suas famílias,
oferecendo acolhida, encorajamento e tranquilidade no momento
de dor. A parteira ao identificar possíveis riscos a gestante
¹ Graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas (2012),
especialização em políticas públicas, gestão e serviços sociais pela Universidade
Candido Mendes (2016). 2 Graduação em Serviço Social pelo Centro Universitário do Norte (2013).
5º Emflor | Caderno de Resumos 328
encaminha e/ou acompanha ao hospital para garantir a saúde da
mãe e o nascimento saudável da criança. Conclui - se que o trabalho
da parteira é imprescindível para as gestantes, salientando que a
sabedoria popular precisa ser valorizada não como única forma de
recurso disponível, mas como uma das formas de se buscar apoio
e proteção no momento do parto.
Palavras-chave: Parteira tradicional, mulher, sabedoria popular.
5º Emflor | Caderno de Resumos 329
P11 UMA VISÃO DA REALIDADE DAS APENADAS
AMAZONENSES: PRECARIZAÇÃO DA
CONDIÇÃO HUMANA
Bruna Maria Carrijo Maia1
Célia Regina Parente Abreu2
Silvana Compton Barroso3
RESUMO
Este trabalho é fruto de experiência enquanto Estagiária
Supervisionada de Serviço Social na Vara de Execução Penal. O
estudo objetiva compreender a realidade das mulheres
amazonenses que estão na condição de apenadas ou que têm
maridos nesta mesma condição. A metodologia se divide em três
partes: estudo bibliográfico sobre os autores que trabalham direitos
humanos, lutas feministas, gênero e Constituição Federal. A
segunda parte esteve relacionada com contato e diálogo com as
apenadas e esposas de apenados e visita às Unidades Prisionais a
fim de observarmos e analisarmos a realidade dessas mulheres. A
terceira parte foi a análise quanti-qualitativa dos resultados obtidos
1 Graduação em Serviço Social/UFAM. 2 Graduação em Serviço Social/UFAM. 3 Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pelo Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social da UFAM (2010). Graduação em Serviço
Social pela UFAM (2005).
5º Emflor | Caderno de Resumos 330
através dessa experiência. Dentre os resultados parciais, percebeu-
se que as mulheres que estão apenadas têm seus direitos
negligenciados, tais como: à saúde, jurídico, educacional, social,
pois, estes direitos não são oferecidos com total êxito, uma vez que
nem sempre o Estado oferece condições favoráveis para garantir a
ressocialização de forma efetiva. Para além disso, algumas dessas
mulheres são mães solteiras, o que dificulta ainda mais pleno
desenvolvimento físico, moral, psicológico das crianças e
adolescentes, pela falta de acompanhamento materno e de uma
política social que garanta o acolhimento desta criança, pois as
mesmas vivenciam, direta ou indiretamente, o processo de
exclusão social, em decorrência do processo de reclusão de suas
mães.
Palavras-Chave: Direitos Humanos, Gênero, Sistema Prisional,
Condição Humana
5º Emflor | Caderno de Resumos 331
P12 GÊNERO, MEMÓRIA E POLÍTICA EM
PARINTINS (1964-2004)
Roger Kenned Repolho de Oliveira1
RESUMO
O patriarcado, há séculos, tem colocado as mulheres em um lugar
de submissão, em relação aos homens. Na História o protagonismo
masculino foi, na maioria das vezes, iluminado. Entretanto a
historiografia do século XX trouxe novos objetos, abordagens e
problemas, que nos deu a possibilidade de refletir as
transformações ocorridas na arena política. Assim a “Revolução
historiográfica” deu vez e voz a novos atores sociais os quais as
mulheres assim então poderão ter seu protagonismo visto na
história. Nosso pôster versará sobre aspectos do protagonismo
feminino no cenário político de Parintins, entre as décadas de 1960
e 2004. A partir da Metodologia da História Oral pretendemos
analisar as trajetórias das educadoras e vereadoras Geminiana
Bulcão Bringel, Valdete Prestes Pimentel e Clotilde Cruz Valente,
no Município de Parintins, no Baixo Amazonas. Há em comum,
nas memórias sobre as três mulheres, experiências de lutas políticas
1 Acadêmico do 6º Período do curso de Licenciatura em História da Universidade
do Estado do Amazonas - Centro de Ensino Superior de Parintins. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 332
travadas dentro e fora da Câmara Municipal de Parintins. As
narrativas sobre as três trajetórias, revelam transformações e
conquistas, muitas vezes motivadas ou atravessadas pelas
desigualdades de gênero.
Palavras-chave: história oral, memória, gênero.
5º Emflor | Caderno de Resumos 333
P13 A EXPERIÊNCIA DA MULHER COMO
PRESIDENTE NA COLÔNIA DE PESCADORES
EM AUTAZES – Z7
Cristiene Ramos da Silva1
Liliane Lacerda Fleuri2
Sandra Cristina da Costa Dirane3
Suzana Ferreira Lima4
RESUMO
Este artigo caracteriza a experiência da mulher como presidente
na colônia de pescadores em Autazes Z7/AM, a educação
formal como elemento para o fortalecimento da organização
política, a qual se configura como objeto capaz de unificar as
forças políticas da colônia de pescadores em Autazes. Para tal,
o estudo realizou-se por meio de pesquisas bibliográfica,
documental, exploratória de campo. A organização política dos
1 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do
Norte no semestre 2017/2º. 2 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do
Norte no semestre 2017/2º. 3 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do
Norte no semestre 2017/2º. 4 Estudante finalista do curso de Serviço Social do Centro Universitário do
Norte no semestre 2017/2º.
5º Emflor | Caderno de Resumos 334
pescadores frente a liderança feminina tem buscado o acesso a
serviços públicos, coletivos na condição de direitos
universalizados concernente ao exercício da atividade
pesqueira, tendo como um dos elementos o fato da liderança ser
mulher. Dessa forma, destaca-se que a história de luta das
mulheres é marcada pela luta dos direitos ao posicionamento e
reconhecimento de gênero. Ressalta-se que a Colônia de
Pescadores no município de Autazes tem tido dificuldade de
acesso aos direitos sociais, pois a oposição frente a liderança
feminina tem posto empecilhos a respostas das demandas
apresentadas pela presidente que em contrapartida apresenta-se
como forte representante segundo os pescadores, assim ao
tempo que há representação por parte dos pescadores, na relação
com o poder público identifica-se ainda desafios no rompimento
com a visão preconceituosa da mulher como líder. Contudo, a
pesquisa apontou que a educação formal se apresenta como
empoderamento da mulher frente a organização política,
fortalecendo assim os movimentos sociais dos pescadores.
Palavras-chave: Gênero, Movimentos Sociais, Políticas
Públicas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 335
P14 UM GRITO UM BASTA: UM ESTUDO SOBRE
MULHERES ATENDIDAS NUM JUIZADO
MARIA DA PENHA EM MANAUS-AM
João Lucas da Silva Ramos1
RESUMO
A lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), trouxe novos atores para
entender o fenômeno da violência doméstica e familiar contra a
mulher. Durante muito tempo, os crimes de honra ocorriam e não
havia punição. Nesta nova legislação, encontramos a necessidade
de acolhimento das partes em dispositivos específicos, como os
Juizados “Maria da Penha”, onde as denúncias tramitam, são
julgadas e onde as vítimas podem ser escutadas por uma Equipe
Multidisciplinar, formada prioritariamente por Psicólogos e
Assistentes Social e seus respectivos estagiários. Neste estudo,
venho a apresentar recortes de histórias de mulheres que foram
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de
Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),
5º Emflor | Caderno de Resumos 336
atendidas em um Juizado Especializado no Combate a Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher, localizado na cidade de
Manaus, na zona sul. Neste juizado foram acolhidas mulheres que
durante o atendimento apresentaram suas histórias que envolvem
violência desde a infância ao relacionamento conflituoso e como
elas têm se sentido na atualidade. Este estudo vem apresentar a
história de 10 mulheres entre 20 e 60 anos, moradoras da cidade de
Manaus que foram atendidas no primeiro semestre de 2017. Os
nomes serão alterados e apenas recortes das suas narrativas serão
utilizados, preservando a privacidade e o sigilo dos atendimentos.
Todos as mulheres participantes dessa amostra ao longo do
atendimento demonstraram-se interessadas em extinguir o
processo vigente, mas reafirmaram que de forma alguma irão se
permitir viver em uma relação violenta novamente.
Palavras-chave: Lei Maria da Penha, Mulher, Violência
Doméstica e Familiar, Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 337
P15 DUAS DÉCADAS DE MARIA SEM VERGONHA:
DAS PIONEIRAS A NOVA GERAÇÃO
João Lucas da Silva Ramos1
RESUMO
O movimento feminista no Brasil surge muito inspirado nas
diversas experiências femininas e feministas principalmente dos
países latino-americanos e europeus. O feminismo brasileiro não
deve ser pensado de maneira singular, partindo das inúmeras
manifestações políticas e sociais que norteiam essa prática. Pensar
o feminismo na Amazônia, um ambiente com especificidades e
características exclusivas da região, se faz necessário conhecer
quem são e como atuam os movimentos feministas nesta região.
Este estudo tem como objetivo inicial apresentar o movimento
Maria sem vergonha como um movimento feminista que existe na
cidade de Manaus/AM desde 1995, tendo como componentes não
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de Int
ervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM), jlu
5º Emflor | Caderno de Resumos 338
só mulheres e homens adultos, mas também jovens tanto do gênero
feminino quanto do masculino entre 16 e 29 anos, configurando-o
não como um movimento exclusivamente adulto nem jovem. Para
a construção deste estudo, utilizaremos relatos de entrevista e para
análise o método narrativo em 3 participantes adultos e de 3
participantes jovens, sem distinção de gênero, mas buscando uma
amostragem equilibrada para elucidar sobre o pioneirismo
necessário no início e sobre como estes percebem e interpretam a
participação dos jovens no movimento e dos novos membros,
tratados aqui como nova geração, percebem aqueles que fundaram
e levam o movimento a tanto tempo e como estes se percebem
dentro deste espaço que estuda o feminismo com os moradores de
Manaus e tantos anos.
Palavras-chave: Movimento Social, Feminismo, Juventudes,
Manaus.
5º Emflor | Caderno de Resumos 339
P16 PROJETO MARIA ACOLHE: ORIENTAÇÃO E
ESCUTA DE AGRESSORES E VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Ricardo Pereira da Silva Oliveira1
Harumi Fernandes Oka
RESUMO
O artigo 29 da Lei 11.340/06 prevê que os Juizados de Combate à
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher contém com
equipe de profissionais especializados nas áreas de psicologia,
serviço social, com o escopo de prestar atendimento integral e
humanizado à vítima de violência doméstica, bem como a todas as
figuras familiares inseridas neste cenário. Este trabalho tem o
objetivo de relatar a experiência dos estagiários de psicologia que
atuam na Equipe Multidisciplinar do 1º Juizado de Combate à
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Tribunal de
justiça do Amazonas no desenvolvimento do projeto “Maria
Acolhe”. O projeto realiza seis atendimentos em grupo por mês,
seguidos de atendimentos individuais com vítimas e agressores que
tem processo em andamento neste Juizado e fornecendo
orientações processuais e psicossociais abordando temas como
1 Acadêmico de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 340
desigualdade de gênero, estatísticas da violência contra mulher no
Brasil e no Amazonas, Lei Maria da Penha, Medidas Protetivas de
urgência, tipos de violência, consequências da violência e
orientações para lidar com situações de conflito intrafamiliar. O
projeto “Maria Acolhe” demonstra proporcionar para os
participantes um espaço de escuta de suas demandas, diálogo com
a Justiça, troca de experiências, aquisição de conhecimento e
quebra de paradigmas relacionados às questões de gênero e de
relacionamento intrafamiliar e conjugal.
Palavras-chave: Lei Maria da Penha, Violência Doméstica,
Orientação, Escuta.
5º Emflor | Caderno de Resumos 341
P017 AS MULHERES ESQUECIDAS PELO FEMINISMO?
UM ESTUDO COM MULHERES EM CÁRCERE
Kamille Nivea Dantas Lira1
João Lucas da Silva Ramos2
RESUMO
O Sistema Penal Brasileiro, bem como o utilizado em diversos
países, bem como o antigo sistema de cuidados em saúde mental
nos hospitais psiquiátricos tem como característica comum, a
supervalorização do desligamento total ou parcial do sujeito de sua
comunidade, e ao devolver este sujeito ao lar, o retorno se dá com
uma marca que ele irá carregar ao longo de toda sua vida. As
mulheres que estão imersas nesse contexto em muitas das vezes só
tem umas às outras, pois todos aqueles de quem ela foi tirada, com
o passar do tempo irão a “esquecendo”, favorecendo o processo de
perda da identidade e individualidade que elas possuem. Este
estudo tem como objetivo coletar narrativas de mulheres que estão
1 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), estagiária em Psicologia na
Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP/AM),
[email protected]. 2 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), estagiário em Psicologia no
Tribunal de Justiça (TJAM), [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 342
em situação de cárcere em uma unidade prisional feminina na
cidade de Manaus/AM em busca de entender como era sua vida
antes do cárcere, durante o cárcere e quais as perspectivas para o
futuro, além de coletar ainda, como ocorre o apoio entre elas e se
percebem algum apoio feminino vindo de fora para elas.
Encontramos nestes relatos, mulheres com muitas semelhanças,
tanto físicas quando dos lugares, reais e sociais de onde elas vêm
que encontram apoio apenas entre elas, vendo pouco ou quase
nenhum apoio de quem está do lado de fora, nos levando a refletir
a quem o feminismo reconhece quando a palavra sororidade é dita.
Palavras-chave: Feminismo; Mulheres em situação de Cárcere;
Manaus; Sororidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 343
P018 O ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA E
ADOLESCENTE ATENDIDOS NO CREAS DA ZONA
CENTRO-SUL DE MANAUS
Ágatha Caroliny Flexa Mota1
Joelma Rodrigues Guerreiro2
Joyciele Vital Farias da Silva3
Raquel Braga da Souza4
RESUMO
Este trabalho apresenta uma análise de como se configura o
atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de
Serviço Social no Centro de Referência Especializado de
Assistência Social – CREAS da Zona Centro-Sul, localizado na
cidade de Manaus. A pesquisa de caráter qualitativo foi conduzida
através de referencial teórico-metodológico e visita institucional ao
espaço referenciado, objetivando compreender as formas e as
nuances que perpassam o abuso sexual contra criança e
1 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário
do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 2 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário
do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 3 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário
do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities. 4 Acadêmica do 7º período do curso de Serviço Social do Centro Universitário
do Norte – UNINORTE/Laureate Internacional Universities.
5º Emflor | Caderno de Resumos 344
adolescente; identificando as políticas públicas de atenção às
vítimas, a fim de compreender como se processam os serviços de
atendimento na referida instituição. Nesse sentido, ao discutir as
ações de atendimento voltadas à criança e adolescente vítimas de
abuso, observa-se a necessidade de um olhar crítico e cuidadoso
por parte dos profissionais que trabalham na recepção e
atendimento dessa demanda, visto que o abuso escamoteia um
conjunto extenso de atitudes e comportamentos concernentes à sua
prática. O que exige profissionais com habilidades e competências
que permitam a identificação e a elaboração de respostas que
propicie uma intervenção efetiva mediante as diversas situações de
vulnerabilidade e risco social em que se encontram as vítimas.
Nesse contexto, a pesquisa em questão aponta para identificação
do abuso sexual como uma expressão da questão social ocorre,
sobretudo no âmbito familiar, mas também quanto extrafamiliar,
observando-se o desafio de articulação da rede de atendimento
dessa demanda.
Palavras-chave: Abuso sexual; Crianças; adolescentes; CREAS.
5º Emflor | Caderno de Resumos 345
P019 O FEMINISMO NO TEATRO: UMA VISÃO DE
MULHERES ENCARCERADAS POR MEIO TEATRAIS
Kamille Nivea Dantas Lira1
João Lucas da Silva Ramos2
Gabriel Ponce de Leão Lima Almeida3
RESUMO
O feminismo pode ser manifestado de várias formas, uma delas está
a interpretação teatral. Um público qual não tem muito acesso a
militância feminista, por conta da privação de liberdade e a
restrição de informações, são as mulheres do sistema prisional.
Esse estudo consiste em relatos pessoais sobre a vivência nos
ensaios e apresentações das internas do Centro de Detenção
Provisória Feminina (CDPF) localizado no município de
1 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/
Estagiária do Departamento de Reintegração Social da Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (SEAP). 2 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/
Estagiário do Tribunal de Justiça do Amazonas. 3 Estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Amazonas/
Estagiária do Departamento de Reintegração Social da Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (SEAP).
5º Emflor | Caderno de Resumos 346
Manaus/AM. O objetivo entender o feminismo por meio da
transferência teatral das internas do sistema prisional de
Manaus/AM, identificando por meio de suas vivências a
transferência, a saber quais conteúdos do feminismo ainda faltam
alcançar na ideologia das internas e quais já foram alcançados. O
texto lido pelas internas foi “A infanticida Marie Farrar” de Bertolt
Brecht (1898-1956) que tem como enredo a história de uma menina
vulnerável socialmente e que engravida indesejadamente, não
conseguindo abortar, e escondendo a gravidez para não ser julgava,
quando deu à luz ao seu filho se viu em desespero, matando-o a
socos. Na interpretação realizada, com base nesse texto,
detectamos as premissas do psicodrama, que alcança não somente
os aspectos da subjetividade, mas também, o aspecto social daquele
grupo, atingindo, o individual e o social, de tal maneira que se
fazem inseparáveis. O texto “A infanticida Marie Farrar” transmite
um conteúdo imensamente importante, refletindo questões
trabalhadas pela causa feminista. Temáticas como: o abuso,
gravidez indesejada, práticas de aborto, estão presentes ao longo da
leitura do poema de Brecht. Porém uma temática de maior
5º Emflor | Caderno de Resumos 347
amplitude é o ponto chave do texto, que é a sororidade que é
presente em cada parágrafo.
Palavras-chave: Teatro; Feminismo; Encarceramento;
Subjetividade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 348
P020 RELATOS FEMINISTAS ENTRE PROFESSORAS DO
ENSINO INTEGRAL EM IRANDUBA/AM
João Lucas da Silva Ramos1
Rosangela Porfirio Bastos2
RESUMO
O ensino integral foi como ficou denominada uma das primeiras
incursões ao modelo de educação para jovens e adultos que
possuímos atualmente, que surge do Movimento Brasileiro pela
Alfabetização (MOBRAL), por volta dos anos 70, e que nos
interiores do Amazonas, em especial a até então área rural do ainda
por vir município de Iranduba, ficaram como responsáveis
Professoras, mulheres vindas de algumas outras cidades, e que após
receberem formação em nível de magistério, ainda como recém-
formadas, tiveram a missão de atuar neste sentido em escolas das
comunidades. Ainda que reconheçamos que o papel da mulher na
educação teve um início muito vinculado com ideias oriundas do
patriarcado, a possibilidade dada a essas mulheres de conseguir se
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de
Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),
[email protected]. 2 Psicóloga, Mestranda em Psicologia (PPGPSI/UFAM), colaboradora no
Laboratório de Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário
(LABINS/FAPSI/UFAM), [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 349
estabelecer uma cidade ao qual não eram lhe dando inclusive a
possibilidade de serem as “chefes de família” dão um novo sabor
ao lugar de ser professoras. Neste estudo, a partir de narrativas
coletadas com professoras aposentadas, iremos levantar recortes
nas histórias de mulheres que a partir do seu trabalho conquistaram
seu lugar e voz em suas casas, ainda no início da redemocratização
do estado. Encontramos nestes recortes, histórias de mulheres que
decidiram levar os filhos para outro lugar contrariando o sistema
patriarcal, ali representado por seus maridos, tendo independência
financeira representada pela aquisição de produtos e serviços a
partir de seus lugares como professoras, o que para elas antes não
era entendido como Feminismo.
Palavras-chave: Ensino Integral; Professoras; Iranduba;
Feminismo.
5º Emflor | Caderno de Resumos 350
P021 O SAGRADO ODIADO: UM ESTUDO SOBRE OS
MOVIMENTOS FREE CHILD
João Lucas da Silva Ramos1
Letícia Cardoso dos Santos2
RESUMO
Ao longo dos últimos anos, tem crescido nas grandes cidades,
diversos movimentos que buscam impedir a presença de crianças e
principalmente de mães e seus filhos, a estarem presentes em
restaurantes e outros espaços que antes seriam de livre acesso,
trazendo à tona uma espécie de aversão que esses jovens, principais
“militantes” deste movimento, têm pelo público infantil, o
crescente "movimento" têm se firmado através das redes sociais
com discursos sobre os principais motivos pelo qual preferem não
estar na companhia de uma criança, esse ‘movimento’ é conhecido
atualmente como free child que em tradução livre seria um lugar
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de
Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),
[email protected]. 2 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 351
‘livre de crianças’ o que denota uma desconsideração à
possibilidade de permanecer em um mesmo ambiente que uma
criança. Este estudo tem como objetivos, esclarecer o que este
movimento tem causado a mães e pais nas grandes cidades, por
meio de seus relatos nas redes sociais, elucidar sobre o que o
movimento free child tem demandado e como os espaços têm
aderido a essa iniciativa. Encontramos diversos pontos de vista e
falas feministas que colaboram e que são contrárias a esse
movimento, mas muitos ainda não se manifestam por não o
conhecer.
Palavras-chave: Maternidade; Feminismo; Free child; Redes
Sociais.
5º Emflor | Caderno de Resumos 352
P022 ONDE ANDA E QUEM É O L DO LGBT: UM ESTUDO
SOBRE O COTIDIANO DE JOVENS LÉSBICAS
João Lucas da Silva Ramos1
Letícia Cardoso dos Santos2
RESUMO
As questões de gênero se tornam necessárias para se pensar por
diferentes prismas, não só pela mão de teóricos do assunto, mas
também como os sujeitos que convivem de maneira direta com os
fenômenos envolvidos têm lidado com a sua realidade dentro das
próprias comunidades. Neste sentido, este estudo vem a gerar
visibilidade e buscar compreender a dinâmica cotidiana de jovens
mulheres que se reconhecem como lésbicas. Este estudo parte de
narrativas do cotidiano, coletada a partir de conversa com jovens
entre 18 e 24 anos, estudantes de cursos superiores da Universidade
Federal do Amazonas, entre os elementos levantados, encontramos
dados sobre como lidam com a própria sexualidade e os estigmas
que ela traz consigo. Ao longo deste estudo, encontramos
diferentes maneiras de manifestar a sua sexualidade, sejam pela
maneira de se vestir, as formas do cabelo e as visões de sociedade
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de
Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),
[email protected]. 2 Graduanda em Psicologia (FAPSI/UFAM), [email protected].
5º Emflor | Caderno de Resumos 353
que essas jovens possuem, porém tudo isso ainda envolvido em
similaridades como o preconceito, a sensação de invisibilidade e
em alguns casos a violência real e simbólica que elas enfrentam,
tornando-se necessário que existam espaços para maior cuidado
entre elas, onde uma escuta afetiva seja desenvolvida.
Palavras-chave: LGBT; Identidade Lésbica; UFAM; Juventude.
5º Emflor | Caderno de Resumos 354
P023 AS DIFERENÇAS E O EXISTIR: UM ESTUDO SOBRE
(IN)VISIBILIDADE DE MULHERES COM DEFICIÊNCIA
João Lucas da Silva Ramos1
Ana Lídia Ferreira2
RESUMO
A sociedade atual, criou entre as inúmeras barreiras sociais para
impedir que uma evolução comunitária seja alcançada, um
conjunto de normas que regulam a vida e o existir de todos os seres
que compõem a sociedade, entre elas, a necessidade da mulher ter
de se submeter a ditadura da beleza, buscando uma suposta
perfeição em um padrão físico e fenotípico que é presente em
apenas uma pequena parcela da população, negando as diversas
formas de expressão sociocultural além de pregar que o corpo da
mulher não deve ter “imperfeições” que nada mais seriam essas,
diferenças e suas características únicas. Neste estudo, buscaremos
compreender a luz da vivência de 8 mulheres com deficiências,
1 Graduando em Psicologia (FAPSI/UFAM), colaborador no Laboratório de
Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS/FAPSI/UFAM),
[email protected]. 2 Secretaria de Estado de Cultura- AM.
5º Emflor | Caderno de Resumos 355
como se percebem dentro das suas comunidades (trabalho,
formação, família, bairro), quais as reais dificuldades e quais as
dificuldades impostas a elas pelos outros e como o empoderamento
sobre o próprio corpo se torna chave para superar os desafios. Em
seus relatos, as participantes trazem à tona, como (não) afetam o
cotidiano dos que as rodeiam e como são afetadas por eles,
percebemos que por suas características, essas mulheres são vistas
como incapazes de realizar ações como dirigir automóveis, fazer
atividades manuais, ter uma vida ativa como qualquer mulher
gostaria de ter. Entendemos então que essas mulheres estão sendo
invisibilizadas pelo desconhecimento de suas potencialidades, e
que devemos abrir mais espaços para que elas tenham voz e vez.
Palavras-chave: Mulheres com Deficiência; Visibilidade
Feminina; Invisibilização; Feminismo; Empoderamento;
5º Emflor | Caderno de Resumos 356
P024 UMA DISCUSSÃO ACERCA DA NECESSIDADE DE
AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO DEBATE DE
GÊNERO E SEXUALIDADE NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO
Karen Rhavena Holanda1
RESUMO
A sociedade brasileira vive profundas transformações que não
podem ser ignoradas por nenhuma instituição democrática. Cresce
no país a percepção da importância da educação como instrumento
necessário ao combate do preconceito e da discriminação, para que
assim seja oportunizada a participação de todos nos diferentes
espaços sociais. Nessa perspectiva, a escola brasileira vem sendo
chamada a contribuir, de maneira mais eficaz, no enfrentamento do
que impede ou dificulta a participação social e política por parte da
população desfavorecida, e que contribui ao mesmo tempo para a
reprodução de lógicas perversas de opressão e incremento das
5º Emflor | Caderno de Resumos 357
desigualdades. Quando se reivindica, então, a noção de “igualdade
de gênero” na educação, a demanda é por um sistema escolar
inclusivo, que crie ações específicas de combate às discriminações
e que não contribua para a reprodução das desigualdades que
persistem em nossa sociedade. Falar em uma educação que
promova a igualdade de gênero, entretanto, não significa anular as
diferenças percebidas entre as pessoas (o que tem sido amplamente
distorcido no debate público), mas garantir um espaço democrático
onde tais diferenças não se desdobrem em desigualdades. Exigimos
que o direito à educação seja garantido a qualquer cidadã ou
cidadão brasileira/o e, para isso, políticas de combate às
desigualdades de gênero precisam ser implementadas.
Palavras-chave: Educação; Gênero; Sexualidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 358
P025 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: O TRABALHO
DO ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO A
MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO IML
DE MANAUS
Gleyce da Costa Brandão1
Magda de Oliveira Moreira2
Maria Laurisana Branco Camargo3
RESUMO
O presente artigo traz uma abordagem sobre a violência doméstica
contra a mulher na cidade de Manaus, cujo objetivo geral é
conhecer o trabalho do Assistente Social dentro do IML de Manaus
no atendimento à mulher vítima de violência doméstica,
destacando a importância da articulação entre os profissionais
envolvidos no âmbito da coibição da violência relacionada ao
gênero. A pesquisa se deu a partir de adentrarmos no campo de
estágio onde observou um grande índice de mulheres atendidas
vítimas de violência doméstica, em busca de fazer o exame de
1 Acadêmica do 8º período noturno do curso de Serviço Social/ FAMETRO
2017/2 2 Acadêmica do 8º período noturno do curso de Serviço Social/ FAMETRO
2017/2 3 Orientadora Professora do curso de Serviço Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 359
corpo de delito, onde o principal agressor advém do ex-marido ou
companheiro. A metodologia utilizada foi bibliográfica e
documental de natureza quanti-qualitativa, tendo a visão
materialista histórica dialética, da totalidade e historicidade do
sujeito pesquisado, na utilização do instrumental da observação
indireta. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram uma Assistente
Social do IML, que nos deu suporte para realização da estatística
de mulheres atendidas vítimas de violência doméstica, para assim
responder os objetivos do fenômeno estudado. O trabalho está
estruturado em quatro tópicos que se subdividem em dois sub
tópicos cada. Os resultados obtidos apontam a importância da
intervenção do Assistente Social, e sua articulação com outros
profissionais envolvidos na rede de atendimento, obtendo assim a
intervenção dos direitos humano violados. E como a base no
atendimento emergencial conhecer os tramites desses
instrumentais como se dar esse acolhimento, encaminhamentos
desse profissional. Mostrando a condição socioeconômica das
mulheres onde sua maioria é de baixa renda e que dependem
financeiramente dos seus agressores.
Palavras-chave: Violência Doméstica. Mulher. Assistente Social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 360
P026 A IDEAÇÃO SUICIDA NA TENTATIVA DE SUICÍDIO
EM JOVENS EM UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO
Gabriel Ponce de Leão Lima Almeida1
Denise Machado Duran Gutierrez2
RESUMO
O suicídio sempre esteve presente em nossa sociedade e, mesmo
com tantos anos de existência e tantas mortes, sua prevenção e
origem ainda são pouco estudados e debatidos tanto no âmbito
acadêmico quanto no social. Visando essa problemática, a seguinte
proposta de pesquisa científica busca abordar as ideias e motivos
que levam as pessoas a tentar o ato do suicídio e as diferenças
dessas ideias tanto para o homem quanto para a mulher. Com base
em dados expressivos da OMS, justifica-se a necessidade de estudo
mais profundo sobre o tema como um fato que pode ser
interrompido se melhor compreendido, bem como uma visão mais
1 Acadêmico de Psicologia; Estagiário de Psicologia na Ciapa/SEAP; Bolsista
pelo CNPq. 2 Prof.ª Drª em Psicologia da UFAM; Coordenadora de Tecnologia Social
COTS/COEX do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA.
5º Emflor | Caderno de Resumos 361
ampliada do mundo e dos problemas vivenciados por estes jovens.
O público alvo deste estudo são jovens entre 15 e 30 anos que já
tentaram o suicídio pelo menos uma vez, de qualquer forma, tendo
números igualmente divididos entre homens e mulheres para uma
melhor observação da importância do gênero, sendo estes
encontrados no Centro Social de Psicologia Aplicada (CSPS) e
Centro de Atenção Psicossocial Sul (CAPS-Sul). A pesquisa é
qualitativa, visando a escuta e compreensão das experiências e
ideias dos participantes quanto ao suicídio. Foram encontradas
demandas em relação ao acolhimento familiar, interpessoal
envolvendo amigos, relacionamentos amorosos e a inabilidade de
profissionais quanto ao atendimento e acolhimento destes.
Também se confirmaram alguns dados presentes na literatura,
como o fato de mulheres tentarem mais vezes o suicídio com
métodos menos mortais como a ingestão de medicamentos e/ou
veneno, enquanto que os homens tentam menos vezes com
métodos mais mortais, como o enforcamento ou cortes.
Palavras-chave: Suicídio; Ideação suicida; Jovens; Prevenção.
5º Emflor | Caderno de Resumos 362
P027 LUTAS FEMINISTAS: SEM OS DIREITOS DAS
MULHERES NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS
Tarciane Rodrigues dos Santos1
Luiza de Marilac Miléo Moreira2
Karla Patrícia Palmeira Frota3
Eveline M. D. do Nascimento4
RESUMO
Este estudo se debruça sobre a trajetória das lutas feministas pelos
Direitos Humanos das mulheres dentro de um processo construído
através de luta e por longos anos, estendendo-se até os dias atuais.
Trata-se de uma revisão literária e análise das estatísticas oficiais.
Nas sociedades regidas pela figura masculina, o papel das mulheres
1 Graduação em Serviço Social pela Universidade Nilton Lins, Manaus,
Amazonas. 2 Mestra em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia pela UFAM.
Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Observatório Social, Gênero,
Política e Poder (GEPOS). 3 Doutoranda em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pesquisadora do Grupo de
Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder
(GEPOS/UFAM). E-mail: [email protected] 4 Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia do Programa de Pós-Graduação
Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA/UFAM. E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 363
configura-se em obedecer, mas obediência e submissão não são
palavras no vocabulário das feministas, onde elas se organizam em
movimentos sociais especialmente nas sociedades ocidentais.
Examinar a história dessas mulheres significa compreender sua
participação nas decisões políticas e no exercício da sua cidadania.
Umas de suas maiores preocupações é a violência e morte de
mulheres, discriminação que as ameaça independentemente da cor,
religião ou classe social. A partir de 1975 surge a “década da
Mulher” sendo organizadas as Conferências Mundiais das Nações
Unidas. A grande questão que preside este trabalho é a busca
pertinaz para o processo de mudança legislativa e social,
denunciando desigualdades, propondo políticas públicas, atuando
junto ao poder legislativo. E essa luta continua viva e necessária,
haja vista o Brasil ser o quinto país que mais mata mulheres
(ONU/2013) e o Amazonas o primeiro entre os estados
(IPEA/2016). Para Tedeschi e Collings (2014, p.46), “A
desigualdade entre os sexos é historicamente construída e sua face
mais cruel é a violência praticada contra a mulher. A violência
contra a mulher é o atestado desrespeito às Direitos Humanos
invocados por todas declarações”. As lutas feministas continuam
5º Emflor | Caderno de Resumos 364
vivas e necessárias. Sem os direitos das mulheres, não há direitos
humanos.
Palavras-chave: Luta feminina; Direitos Humanos; Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 365
P028 VIOLÊNCIA E ALIENAÇÃO PARENTAL: UM
ESTUDO SOBRE A MULHER COMO SUPOSTA AUTORA
DOS CASOS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS PELO
FÓRUM DESEMBARGADOR MÁRIO VERÇOSA EM
MANAUS – AM
Patrícia Canto Furtado Gonçalves1
Michelle Rabelo de Souza2
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo fazer uma discussão acerca dos
casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes
atendidos pelo Serviço Social do Fórum Desembargador Mário
Verçosa, do qual a mulher tem sido considerada suposta autora da
violência com 44% com relação aos casos atendidos em 2015. Os
sujeitos vivenciam com todo tipo de problema como: intolerância,
desemprego, falta de moradia, pobreza, dentre outros, o que pode
produzir condições extremas de violência, cabendo ao judiciário
1Acadêmica do 8º período do curso de Serviço Social da Universidade Federal
do Amazonas- UFAM. 2Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do
Amazonas - UFAM, assistente social e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e
Observatório Social: Gênero, Política e Poder – GEPOS, professora substituta
do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas.
5º Emflor | Caderno de Resumos 366
intervir nesses casos que priva os direitos da criança e do
adolescente vitimizados pela violência doméstica e familiar. Na
contemporaneidade, a violência mostra-se tão aprofundada no
cotidiano das pessoas que refletir e agir em função dessa questão
deixou de ser uma ação situacional ou isolada. Através do
levantamento dos dados e informações colhidas junto ao Fórum,
observou-se que as mulheres estão como principais agressoras e
sendo o pai o autor das denúncias nos despertou o interesse de
aprofundar nossas análises sobre a prática de uma possível
alienação parental, o que tem se tornado muito comum entre as
famílias após processo de divórcio. A pesquisa realizou-se no
Fórum Desembargador Mário Verçosa através do levantamento de
informações adquiridas junto aos relatórios de atendimentos
realizados pelo Serviço Social do Fórum durante o ano de 2016.
Buscamos assim com o presente estudo compreender as causas do
alto índice de mulheres como supostas agressoras de seus filhos
(as).
Palavras-chave: Mulher, Alienação Parental, Violência
Intrafamiliar.
5º Emflor | Caderno de Resumos 367
P029 O LABOR DA MULHER AGRICULTORA NA LUTA
PELA VISIBILIDADE
Maria Isabel de Araújo1
Silas Garcia Aquino de Sousa2
Rosemara Staub de Barros3
Evandro de Moraes Ramos4
RESUMO
As mulheres agricultoras em geral aparecem como coadjuvantes
dos homens nas atividades produtivas do campo, constituindo-se
como um trabalho invisível, embora realizem o labor no roçado, no
quintal agroflorestal e na comercialização da produção
agropecuária. Compreendem os processos da natureza e
reconhecem os aspectos simbólicos dos recursos da floresta. O
presente trabalho reflete a relação de gênero do labor da mulher
1Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Mestranda do PPGSCA/UFAM.
[email protected] 2Embrapa Amazônia Ocidental. Doutor em Engenharia Florestal/Conservação
da Natureza. [email protected] 3Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutora em Comunicação e
Semiótica, [email protected], 4Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Doutor em Tecnologias
Educativas [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 368
agricultora no espaço de produção e comercialização da agricultura
familiar ofertada na feira da APOAM - Associação dos Produtores
Orgânicos do Amazonas. A metodologia adotada foi à pesquisa-
ação etnográfica, a partir do lócus de vida de quatro mulheres
agricultoras, que trabalham junto com os maridos e filhos na
produção de alimentos orgânicos. Nesta perspectiva, observou-se
que as mulheres, como sujeito de pertencimento do lugar, praticam
a troca de saberes e vivências do campo, executam o cultivo de
plantas e a criação de animais no quintal agroflorestal, o labor
coletivo denominado de ajuri e a comercialização da produção.
Contudo, este trabalho laborioso das mulheres é tutelado pelo
modelo patriarcal, inclusive no contexto da APOAM, cuja
organização social é fundamentada nos princípios da agroecologia.
Neste sentido, o labor das mulheres, de possibilidades econômicas,
sociais e ambientais continua invisível e pouco valorizado.
Portanto, faz-se necessário refletir sobre a valorização da mulher
agricultora em busca de visibilidade e equidade de gênero.
Palavras-chave: Gênero, Ajuri, Agroflorestal, Agroecologia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 369
P030 ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES INDÍGENAS DE
RORAIMA (OMIR): RECONSTRUÇÃO DE GÊNERO,
SONHOS E LUTAS (1990-2016)
Luana A. de Moura1
Raimunda G. da Silva2
RESUMO
Esta pesquisa teve por finalidade compreender como se deu o
processo de construção da Organização das Mulheres Indígenas de
Roraima- OMIR, investigar sobre a atuação da OMIR desde sua
fundação aos dias atuais, suas conquistas, desafios e possibilidades
das mulheres indígenas, bem como analisar as mudanças na vida e
na representação enquanto liderança na comunidade. As mulheres
indígenas, após a implementação do Projeto de corte e costura nas
comunidades na década de 80, começaram a questionar o seu lugar,
por meio de troca de experiências e reflexões nesses espaços, a
partir daí, estavam a um passo para requerer direitos igualitários
em relação aos homens. Para tanto, toma como principal fonte as
atas, cartas, ofícios, estatuto e relatórios de assembleias da OMIR,
1 Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de
Roraima-UERR; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e
Fronteiras-PPGSOF/UFRR; E-mail: [email protected] 2 Doutora em História Social/PUC-SP, Professora do Departamento de
História/UERR; E-mail: [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 370
além destes, utiliza-se jornais e o levantamento bibliográfico
fundamental para discutir as questões de gênero, pois a mulher
indígena na sua singularidade de luta passa por desafios dentro da
própria comunidade requerendo a construção de espaços e
organizações que lhes representasse nas suas especificidades e não
de forma genérica. Dentre suas preocupações específicas, estavam
o combate à bebida alcóolica, à violência contra a mulher, busca
pela auto sustentação, etc. Tais problemáticas não recebiam a
devida atenção do movimento geral. Esse processo, anos mais tarde
em 1999, resultaria na criação da Organização das Mulheres
Indígenas de Roraima (OMIR).
Palavras-chave: Gênero, Mulheres Indígenas, Lutas, Direitos.
5º Emflor | Caderno de Resumos 371
P031 CÁRCERE FEMININO: RESTRIÇÃO ÀS VISITAS
ÍNTIMAS E O ENCARCERAMENTO DE FILHOS DE
MÃES PRESAS NO BRASIL
Maria Eduarda Lima Oka 1
Dorinethe dos Santos Bentes 2
RESUMO
De acordo com o relatório do World Female Imprisonment List
existem mais de 700 mil mulheres presas no mundo. Sendo que o
Brasil ocupa a quinta posição do ranking de países com a maior
população carcerária feminina no mundo, contabilizando 37.780
presas. Segundo Nelson Mandela (1994), uma nação não pode ser
avaliada pela maneira como trata seus cidadãos mais ilustres e sim
pelo tratamento dado aos mais marginalizados: seus presos.
Portanto, nota-se a relevância social do artigo ao retratar
particularidades do sistema carcerário feminino, pontuando como
objetivo dissertar sobre a relação entre a restrição às visitas íntimas
1Acadêmica do 2° período do curso de Direito da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM).
[email protected] 2 Mestra em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Especialista em Direito Ambiental e Urbanístico. Especialista em História Social
da Amazônia. Professora de carreira da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM)-atualmente chefe do Departamento de Direito Público da Faculdade de
Direito. [email protected]
5º Emflor | Caderno de Resumos 372
nas penitenciárias femininas e o encarceramento dos filhos de mães
presas. Tendo em vista a abordagem das dificuldades da
maternidade no cárcere e a da permanência das crianças nas
penitenciárias, e a limitação dos direitos reprodutivos e sexuais das
detentas como forma de evitar gastos extras representados por uma
gravidez.
Palavras-chave: Cárcere Feminino; Visitas Íntimas; Maternidade.
5º Emflor | Caderno de Resumos 373
P032 INTERPRETAÇÕES SOBRE O GÊNERO FEMININO
NO JORNAL NOVO HORIZONTE (1994-2014)
Mariza da Silva Freitas1
Mônica Xavier de Medeiros2
RESUMO
O enfraquecimento do comércio da juta na década de 80 em
Parintins reconfigurou a zona urbana do município, que sofreu com
a falta de opções econômicas e oferta de emprego para seus
moradores. Na década de 90, o Festival Folclórico de Parintins
passa a ser incentivado pelo governo do estado do Amazonas, que
financiou a construção do bumbódromo e propagandas em veículos
de comunicação de circulação nacional. O jornal NH começa a
circular de maneira impressa semanalmente às sextas feiras a partir
de 1994. Em suas páginas, percebe-se como a Diocese interpretou
esse momento histórico da cidade, constituindo visões sobre as
1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado
do Amazonas (UEA) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Amazonas (FAPEAM). E-mail: [email protected] 2 Orientadora Professora Doutora Adjunta do Curso de Licenciatura em História
da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). E-mail:
5º Emflor | Caderno de Resumos 374
oportunidades econômicas abertas pelo Festival, mas condenando
o que passa a considerar o “abandono” de valores morais ensinados
na Igreja Católica. Nesse sentido, pode-se vislumbrar, o lugar que
as mulheres deveriam ocupar neste processo. Durante sua
circulação, o jornal divulgou interpretações sobre o gênero
feminino relativas tanto ao âmbito privado (família), quanto às
políticas públicas como saúde da mulher. Para perscrutar as noções
sobre o gênero feminino engendradas pelo jornal, é preciso
articular suas matérias e artigos ao debate sobre as mulheres feito
pela Igreja Católica nas últimas décadas do século XX e início
XXI. Assim, percebemos o jornal NH como uma forma da Igreja
Católica disputar projetos na sociedade e fomentar a constituição
de uma memória hegemônica, que determina o lugar das mulheres
parintinenses no “desenvolvimento” da cidade.
Palavras-chave: Parintins, Mulheres, Imprensa.
5º Emflor | Caderno de Resumos 375
P033 A PARTICIPAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO
COMBATE A HOMOFOBIA NA CONTEMPORANEIDADE
Patrícia Araújo Brito1
Laurisana Camargo2
RESUMO
O estudo procura compreender as necessidades especificas dessa
demanda destacando a atuação do Assistente Social, na busca pela
efetivação dos direitos e no combate de todas as formas de
discriminação sofridas por esses sujeitos tendo como orientação o
Projeto Ético-Político. No intuito de resgatar estas informações,
desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa,
sendo fundamental, primeiro entender que os conceitos que
afirmam a condição homoafetiva e sua complexidade devem ser
estudado desde as expressões que envolvem a sexualidade,
esclarecendo os termos orientação sexual, gênero e identidade de
gênero abordando a perspectiva de que cada categoria tem um
conceito que está longe de ser mínimo, o que resulta na
compreensão de que a complexidade dos grupos que envolvem a
comunidade LGBT também vão além de uma abordagem limitada.
Observa-se que preconceito sofrido por esses sujeitos são
1 Acadêmica graduanda em Serviço Social da Faculdade Metropolitana de
Manaus – Fametro. 2 Professora mestra em Serviço Social e sustentabilidade na Amazônia.
5º Emflor | Caderno de Resumos 376
consequências dos paradigmas criados pela sociedade que prega a
visão de que apenas o heterossexualíssimo pode ser classificado
como uma condição superior e natural transformando essa divisão
de gêneros sexuais em uma reprodução de hierarquização social
por conta de sua condição homoafetiva. Nesse contexto foi possível
identificar a relação do projeto ético político, como instrumento
que materializa a luta contra a intolerância e a negação de direitos
garantidos pela Constituição Federal.
Palavras-Chave: homoafetividade, direitos humanos, serviço
social.
5º Emflor | Caderno de Resumos 377
1. Gênero, Feminismos, Política e Violência
2. Gênero Movimentos Sociais e Políticas
Públicas
3. Gênero, Trabalho e Práticas Sociais
4. Gênero, Amazônia e Mulheres da Floresta/
Indígenas
5. Gênero, Direitos Humanos e Lutas Feministas
6. Gênero, Educação, Cultura e Arte
7. Gênero, Sexualidade, Corporeidade e Afetos
8. Gênero, Cultura e Diversidade
GRUPOS DE TRABALHOS