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Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano. Mestrado em Química para o Ensino 87 5.Estudo de Campo

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Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 87

5.Estudo de Campo

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 88

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 89

5. Estudo de Campo

5.1. Instrumento de Recolha de Dados

O instrumento de recolha de dados utilizado na realização deste trabalho foi o

questionário. Este instrumento permite, quando aplicado a um grupo de alunos, detectar

lacunas, possibilitando um ensino mais individualizado. É importante reconhecer a

potencialidade dos questionários em interrogar um elevado número de pessoas num curto

espaço de tempo.

Um questionário, tal como próprio nome sugere, é um conjunto de questões, ou

seja, de itens que permitem recolher respostas junto de um grupo de pessoas (Moreira;

2004), Pode ainda ser definido como “um documento escrito usado para guiar uma ou

mais pessoas a responder a uma ou mais questões” relativamente a um determinado

assunto, mas de modo organizado.

5.1.1. Elaboração de um questionário

A construção de um questionário obriga a que se tenham em conta diversas

etapas. É importante numa, primeira abordagem, definir o problema, o tipo de informação

que se pretende obter, bem como a formulação de hipóteses teóricas como base de todo o

processo de investigação. Deve-se construir uma versão inicial do questionário, verificada

por especialistas, aplicando-se posteriormente a um grupo de indivíduos que apresentam

características semelhantes às da população-alvo. Esta aplicação prévia tem como

finalidade a detecção de erros, problemas com a construção dos itens ou até mesmo ao

nível do procedimento. Uma outra etapa é denominada de pré-teste, que difere da etapa

anterior pelo tamanho da amostra. De acordo com os resultados, nesta etapa procede-se à

elaboração da versão final do questionário. Esta versão final será aplicada a um grupo de

pessoas (amostra) cujas características permitam atingir o objectivo do estudo,

respondendo as questões colocadas (ibid, 2004).

A administração de um questionário pode ser efectuado de por diferentes vias:

Auto-resposta:

Via correio

Porta a porta

Em Grupo

Entrevista

Pessoal

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 90

Telefónica

De um modo geral a construção de um questionário pode ser resumida na tabela

5.1:

Etapa

Passos

Planear a medição

Evidenciar os objectivos do estudo.

Definir o tema da investigação no questionário.

Obter informações adicionais sobre o assunto da investigação a partir de fontes de dados secundários e pesquisa

exploratória.

Expor o que será investigado sobre o assunto.

Organizar o Questionário

Estruturar o conteúdo de cada pergunta

Organizar as questões.

Texto das Perguntas

Estruturar a organização das questões.

Avaliar cada uma das questões de acordo com a sua facilidade de compreensão e conhecimentos exigidos.

Decidir sobre Sequencia e Aparência

Ordenar as questões

Agrupar todas as questões de acordo com cada sub-tópico

Aplicar o Pré-Teste e Corrigir Problemas

Ler o questionário para verificar a coerência das questões, e se consegue atingir os objectivos pretendidos.

Verificar a existência de possíveis erros no questionário.

Fazer o pré-teste do questionário.

Corrigir o problema.

Tabela5. 1- Etapas de elaboração de um questionário

(baseado em Aaker et al. (2001),

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Mestrado em Química para o Ensino 91

5.1.2. Tipo de questões

No processo de elaboração de um questionário um dos factores mais importantes é

a elaboração das questões. As questões podem ser de dois tipos relativamente à resposta

que se visa obter: questões de resposta aberta e questões de resposta fechada.

As questões de resposta aberta apresentam na generalidade uma possibilidade de

construção de uma resposta livre, pelo inquirido. Por outro lado as questões de resposta

fechada concedem apenas algumas hipóteses, das quais apenas uma será seleccionada.

A utilização de questões fechadas reverte para uma facilidade de tratamento dos

resultados que não acontece nas questões de resposta aberta, uma vez que estas

requerem um maior esforço e dispêndio de tempo aquando do seu tratamento, sendo por

vezes preferencialmente utilizados os questionários de resposta fechada.

Existe também um outro tipo de questões tais como as questões de resposta

dicotómica, que são as que apresentam apenas duas possibilidades de resposta, tal

como: sim/não.

Existem vantagens e desvantagens na utilização destes tipos de questões.

Relativamente às questões de resposta aberta, fechadas ou dicotómicas, vantagens e

desvantagens encontram-se descritas na tabela 5.2:

Tipo de Questões

Vantagens Desvantagens

Abertas

Desenvolvem o sentido de cooperação; Apresentam probabilidade de

maior subjectividade nas respostas.

Abrangem aspectos que as questões fechadas não focam;

Influenciam menos os inquiridos/respondentes;

Elaboram-se num curto espaço de tempo, quando comparados com os de resposta fechada;

Proporcionam comentários, explicações e esclarecimentos significativos para se interpretar e analisar as perguntas com respostas fechadas;

Reduz a possibilidade de deixar de relacionar alguma alternativa significativa no rol de opções.

Possibilidade de interpretação

subjectiva das respostas; Quando feitas através de

questionários auto-preenchidos, esbarram com as dificuldades de redacção da maioria das pessoas, e mesmo com a "preguiça" de escrever.

São mais subjectivas, pois o

respondente pode divagar e até mesmo fugir do assunto;

São mais demoradas quando

sujeitas a análise os outros tipos de questões.

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Fechadas

Facilidade de aplicação; Facilidade e rapidez no acto de

responder; Apresentam pouca possibilidade de erros; Existem diversas alternativas.

Elevado tempo de preparação para que todas as hipóteses sejam focadas;

O inquirido/ respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas.

Dicotómicas

Rapidez e facilidade de aplicação, processo e análise tal como nas de resposta fechada;

Menor risco de parcialidade do entrevistador;

Menos probabilidade de ter erros;

São altamente objectivas.

Pode forçar respostas; A não existência de várias

alternativas pode conduzir a erros muitas vezes sistemáticos dependendo de como a pergunta é feita;

Tabela5. 2- Organização do tipo de respostas

(extraído de: http://telemedicina.unifesp.br/set/cursos/2007-05-07-metodos/2007-06-11-

%20O%20uso%20de%20question%C3%A1rios%20em%20trabalhos%20cient%C3%ADfic

os%20-%20Marcos%20Forte.doc)

5.1.3. Construção das questões

É um facto que se um questionário for constituído por itens mal construídos, nunca

permitirá atingir os objectivos desejados. Como tal é necessário ter em atenção diversos

factores, como sejam a construção das questões e as escalas de respostas. É importante

que o investigador saiba o que pretende do inquirido, devendo os itens ser de fácil

compreensão. É também relevante que os inquiridos tenham conhecimento do tema em

questão, por isso a regra geral de construção é a de tomar como referência as pessoas

com mais baixo nível de compreensão da leitura (Moreira; 2004). O problema das duplas

afirmações surge como uma fonte de ambiguidade, deixando claramente o inquirido numa

situação de incerteza e como tal deve evitar-se a sua utilização.

Deve ainda ter-se atenção quando se colocam duas perguntas no mesmo item,

bem como outro tipo de construção frásica de prática comum como o das duplas

negações.

Existe uma enorme dificuldade em redigir de forma clara e sem ambiguidades as

questões a responder, no entanto segundo João Moreira “é importante estar atento aos

possíveis enviesamentos, reexaminando cuidadosamente as questões alguns dias depois

de as ter redigido, em busca de ambiguidades ou imprecisões”. Um outro aspecto a

destacar é a linguagem. Esta deve ser: Clara, Simples, Neutra, com Unicidade e

Temporal. O uso excessivo de siglas e abreviaturas, bem como perguntas emocionais

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 93

deve evitar-se. Todos estes pontos mencionados anteriormente, quando respeitados,

contribuem para uma menor taxa de não-respostas, o que facilita o tratamento do

questionário e, consequentemente, os resultados obtidos.

O formato do questionário também é relevante e como tal deverá sempre

apresentar uma breve introdução ou uma explicação, quando os representantes da

amostra não foram previamente avisados dos objectivos do estudo. São importantes as

instruções de preenchimento. Deve assegurar a confidencialidade, a sequência lógica e

tempo de resposta (o mais curto possível). É importante também o facto de o questionário

apresentar um reduzido número de folhas, para que não se torne demasiado cansativo.

5.1.4. Sequência das questões

Não existem regras gerais para estabelecer a sequência das perguntas, mas de

acordo com Mattar (1994) existem recomendações que são importantes (no sentido de

facilitar a obtenção de respostas) tais como:

- a pergunta inicial poderia ser uma questão aberta e interessante, colocando o

inquirido mais a vontade;

- fechar sequencialmente o questionário, começando com temas gerais e só depois

as questões mais específicas;

- o questionário deve apresentar uma sequência lógica, evitando mudanças de

tópicos repentinas;

- sempre que se colocarem questões de ordem pessoal, estas devem ser deixadas

para o final do questionário e intercalados com outros assuntos.

5.1.5. Tipo de escalas

A aplicação dos questionários de resposta fechada e de resposta aberta

apresentam finalidades diferentes. No caso dos questionários de resposta fechada

pretende-se medir a opinião do público-alvo ou medir as atitudes. Estas medições são, na

grande maioria das vezes, efectuadas com a medição de escalas. Estas podem ser:

escalas de Likert, VAS, escala numérica e escala Guttman.

A escala de Likert apresenta cinco proposições, destas o respondente deverá

seleccionar uma. As opções podem ser:

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

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1-Concordo totalmente

2-Concordo

3-Sem opinião

4- Discordo

5- Discordo totalmente

A cotação das respostas é consecutiva, podendo ser +2, +1, 0, -1, -2 ou utilizando

as pontuações de 1 até 5. Caso a proposição seja negativa a pontuação deve ser invertida.

A escala VAS, provém da escala de Likert, cujas finalidades são as mesmas mas

com um aspecto diferente. Apresenta-se numa linha horizontal, com 10 cm de

comprimento e tem nas extremidades duas proposições:

Útil Inútil

O respondente deve assinalar na linha a proximidade ou afastamento da resposta

às duas proposições.

A escala numérica, deriva da escala anterior, com a diferença de a linha se

apresentar dividida em intervalos regulares.

A última escala a referir é a escala de Guttman, correspondendo a uma escala em

que as opções se encontram hierarquizadas, ou seja se o respondente concordar com

uma das opções, significa que concorda automaticamente com todas as opções anteriores

à escolhida. Caso aconteça que concorde com uma das opções mas não concorde

anteriores, significará que a escala se encontra mal formulada.

A cotação é atribuída desde zero, para a não escolha de uma opção, um, escolha

da primeira opção, dois para a escolha da segunda opção e assim sucessivamente.

(Moreira; 2004)

5.1.6. Aplicação do pré-teste

A realização de um pré-teste é de elevada importância, uma vez que as dúvidas e

problemas que surgem durante a aplicação do questionário não são na sua maioria

previsíveis. Estes problemas podem afectar a credibilidade do questionário. A aplicação do

pré-teste pode ser aplicada ainda na fase inicial, quando se está ainda a desenvolver o

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

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questionário (Mattar; 1994). Deve ser efectuado tantas quantas necessárias até que fique

isento de erros.

Aaker et al. (2001) sugere que o próprio investigador faça o seu questionário e o

submeta depois a uma pequena amostra. Neste ponto da investigação pretende-se

observar a dificuldade de resposta, fluxo do questionário, os padrões de não

preenchimento, interesse, construção das questões (…).

Sempre que as alterações sejam significativas e leve a uma reformulação das

questões Aaker e tal (2001) sugere que o questionário seja de novo submetido a um pré-

teste.

Para a realização deste trabalho foi escolhido como instrumento de recolha e

avaliação de dados o inquérito por questionário. Procedeu-se à aplicação do questionário

no mês de Fevereiro, no sentido de avaliar o questionário construído e, se necessário,

efectuar as correcções. Tratou-se de uma validação do instrumento. Não houve correcções

a fazer e a aplicação do questionário definitivo decorreu no mês de Junho 2007, de acordo

com a planificação feita para a abordagem do tema “Separações de componentes de

misturas” (ver anexos I e II). Para que fosse possível a aplicação dos questionários aos

pais e encarregados de educação foi pedida permissão junto dos órgãos de gestão das

escolas.

5.2. Entrevista

Um outro processo de obtenção de dados é a utilização de entrevistas, também

utilizado neste trabalho (ver anexo III). Este método possibilita a obtenção de informação

que são de carácter subjectivo e por vezes não se obtêm com outros instrumentos.

Haguette (1997) define a entrevista como: “processo de interacção social entre

duas pessoas, na qual, uma delas tem por objectivo a obtenção da informação por parte

do outro”. Actualmente utiliza-se a técnica da entrevista frequentemente durante o

processo de trabalho de campo de estudos científicos. De um modo geral a entrevista

baseia-se numa conversa entre duas pessoas.

Deve ter-se em conta a finalidade da entrevista para que esta apresente resultados

positivos. Assim, no campo da educação, este instrumento, pode adequar-se a:

“Obtenção sobre o processo ensino-aprendizagem e os seus produtos”;

“Diagnosticar progressos e dificuldades de várias ordens”;

“Fornecer pistas para ultrapassar dificuldades e identificar soluções”.

(Campos; 1994)

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Pode ainda ser específica para a avaliação de comportamentos, atitudes e

persistência na procura de soluções.

O processo de preparação da entrevista deve ser cuidadoso e ter em conta alguns

parâmetros, tais como: o objectivo que se pretende alcançar, a escolha do entrevistado, a

familiaridade com o tema em questão, disponibilidade do entrevistado para marcação da

entrevista e criação de condições que garantam ao entrevistado confidencialidade.

É ainda necessário que as questões sejam bem elaboradas, isto é, não devem ser

realizadas perguntas ambíguas, tendenciosas, arbitrárias ou absurdas. Deste modo de

acordo com o tipo de informação que se pretende obter, pode-se realizar uma entrevista

estruturada, semi-estruturada, não estruturada e aberta.

Relativamente, a uma entrevista não estruturada esta processa-se sem que exista

uma orientação rígida e questões de referência. Tem sempre presente os grandes

objectivos da entrevista mas ocorre um diálogo que se desenrola sem um formato inflexível

(Campos; 1994).

A entrevista estruturada obedece a um “plano sistemático, ou estruturado,

constituído por uma série de questões previamente escolhidas e integradas num guião”

(ibid, 1994). Este tipo de entrevista é por vezes vista como um questionário.

A técnica da entrevista aberta, apresenta um formato direccionado para uma

maior liberdade do entrevistado. O entrevistador induz um tema e o entrevistado discute

sobre o assunto. Neste campo o entrevistador não deve intervir em demasia, assumindo

fundamentalmente o papel de ouvinte. Este tipo de entrevista utiliza-se quando se

pretende obter a maior quantidade de informação sobre o tema, resultando numa abertura

e proximidade maior entre entrevistador e entrevistado.

O outro tipo de entrevista, semi-estruturada, permite a combinação entre

respostas abertas e fechadas. Neste caso o entrevistador possui um conjunto de questões

previamente formuladas mas que são aplicadas num diálogo. Quando se pretende

delimitar a quantidade de informação pretendida e se pretende ser objectivo deve utilizar-

se este tipo de instrumento.

É importante que o entrevistador tenha em atenção que no momento da entrevista

estarão envolvidos aspectos emocionais que podem condicionar todo o trabalho a

desenvolver.

Segundo Goldenberg (1997) é fundamental “criar uma atmosfera amistosa e de

confiança, não discordar das opiniões do entrevistado tentando ser neutro”. É também da

responsabilidade do entrevistador o sucesso da aplicação do instrumento devendo prestar

atenção a todos os pormenores que possam condicionar o estudo.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 97

5.3. Caracterização da Amostra

O estudo decorreu inicialmente com duas turmas do Agrupamento de Escolas de

Mogadouro. Numa primeira fase do questionário foi aplicado a alunos do 7º ano de

escolaridade e respectivos pais, para se poder efectuar a validação do questionário e das

TIPS. Após validação e verificação dos erros contidos procedeu-se na mesma escola à

interacção com uma outra turma do 7º ano de escolaridade. Esta era constituída por 18

alunos, 11 raparigas e 7 rapazes. Os questionários foram ainda aplicados a outra turma do

Colégio Universal, no Porto. A caracterização destas turmas encontra-se nas tabelas 5.3 e

5.4, são designadas ao longo do estudo por turma A e B respectivamente.

A turma na qual se efectuou a validação dos questionários não será incluída no

estudo, pois seria fundamental que todos os alunos já tivessem conhecimento dos

conteúdos abordados no mesmo questionário.

Nº Total de alunos 18

Nº de Raparigas 11 (61 %)

Nº de Rapazes 7 (39%)

Profissão do E.E como

Mãe

Profissão do E.E como

Pai

Prosseguir os estudos…

Doméstica 7 (38%) Motorista 1

(5%)

Terminar 9º ano

10(55%)

Engomadora 1 (5%) Aposentado 1

(5%)

Secretária 1 (5%) Empreiteiro 2

(11%)

Auxiliar de

acção educativa

2 (11%) Vendedor

(Comerciante)

1

(5%)

Acesso ao ensino

superior

8 (44%)

Ajudante de

cozinha

1 (5%) Carpinteiro 1

(5%)

Total 12 + 6

Idade média

dos alunos

13 anos

Tabela5. 3- Caracterização da turma (A) – Agrupamento de Escolas Mogadouro

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 98

Nº Total de alunos 21

Nº de Raparigas 13 (62 %)

Nº de Rapazes 8 (38%)

Profissão do E.E como

Mãe

Profissão do E.E como Pai Prosseguir os

estudos…

Professora 3 (14%) Médico 2 (9%)

Terminar 9º

ano

-------- Auxiliar de

educação

2 (9%) Advogado 3 (14%)

Secretária, Eng.

civil

3 (14%) Empreiteiro 2 (9%)

Advogada 1 (5%) Vendedor

(Comerciante)

1 (5%)

Acesso ao

ensino superior

21

Bancária 2 (9%) Engenheiro 2 (9%)

Total 11 + 10

Idade média dos

alunos

13 anos

Tabela5. 4- Caracterização da turma (B) do Colégio Universal

Saliente-se que são escolas localizadas em meios completamente distintos. A

primeira turma (A) pertence a um padrão sócio-cultural médio, enquanto que a segunda

turma (B) já se destaca para um nível sócio-económico ligeiramente superior.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 99

5.4 Descrição do Estudo

No sentido de motivar e despertar o interesse dos alunos para o ensino da Química

e melhorar efectivamente a aprendizagem, desenvolveu-se uma actividade que envolvesse

simultaneamente os alunos e os pais ou encarregados de educação que se designou

como TIPS e cujo objecto de estudo é a separação de componentes de uma mistura.

A elaboração deste tipo de actividades deve ter em conta que a mesma apresente

espaços destinados aos alunos e à parceria estabelecida (aluno/parceiro). Estes

instrumentos de trabalho podem constituir um passo importante na relação que se

estabelece entre os pais e os alunos.

A TIPS aplicada neste estudo foi descrita em pormenor no capítulo 3. O tema

escolhido apresenta mais valias para a aplicação da TIPS uma vez que permite que os

parceiros se possam envolver facilmente na actividade sem que os seus conhecimentos

sejam colocados em questão. Não questionar os conhecimentos do parceiro é condição

essencial para a implementação da TIPS, uma vez que nem todos possuem o mesmo

nível de conhecimentos.

O tema escolhido para a TIPS permite que esta traduza uma aplicação directa dos

conhecimentos apreendidos e para que os alunos desenvolvam e apliquem novos

conhecimentos em questões do quotidiano. Por estarmos perante um início de ciclo, o

estudo do tema e a permissão de contacto com novo material permite desenvolver nos

alunos o gosto pelas ciências.

O trabalho iniciou-se com a colaboração da professora. Na leccionação dos

conteúdos programáticos, constou a distinção entre mistura e substância, bem como todas

as técnicas de separação física.

Após a discussão na sala de aula sobre o tema propôs-se aos alunos a realização

de uma actividade, informando-os que seria uma actividade diferente e contaria com a

ajuda de um parceiro familiar. Esta actividade seria realizada em casa e com materiais de

uso comum. Ser-lhes-ia entregue um exemplar da actividade e juntamente um questionário

para eles e outro para o parceiro que realizasse a actividade com eles. Foi-lhes dito que

deveriam entregar a TIPS e os questionários à professora estipulando-se o prazo de uma

semana ou mais de acordo com as características da turma. A actividade foi lida na sala

de aula e explicada para que os alunos a percebessem melhor.

Apenas foram tidos em conta no estudo os alunos que realizaram a actividade

tendo conhecimentos para tal, ou seja, aos quais foram leccionados previamente os

conteúdos necessários. É de referir que nem todos os alunos convidados a participar na

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 100

actividade entregaram os questionários. Esse registo encontra-se na tabela 5.5 e tabela

5.6:

Tabela5. 5- Percentagem dos alunos que realizaram a actividade (Turma A)

Tabela5. 6- Percentagem de alunos que realizaram a actividade (Turma B)

O número de pais/parceiro e de alunos que realizaram a actividade é coordenado,

ou seja, todos os alunos que realizaram a actividade responderam ao inquérito tal como os

respectivos parceiros, sendo entregue o conjunto dos instrumentos distribuídos.

Juntamente com cada TIPS foram realizados dois questionários, um para ser

preenchido pelo aluno e outro pelo parceiro, que habitualmente ajuda o aluno a realizar a

actividade.

Com os questionários pretendem-se analisar parâmetros como a proximidade com o

educando na realização das actividades, detectar a importância destas actividades para a

aprendizagem dos alunos, entre outros. Os questionários apresentam-se na sua totalidade

em anexo, no entanto serão salientadas algumas das questões relativamente ao

questionário dos alunos e dos parceiros:

Alunos

É habitual realizar actividades deste tipo com os parceiros familiares?

Foi importante a realização para o estudo das Separações Físicas?

A actividade permitiu esclarecer dúvidas em relação aos conceitos abordados na

aula?

Idade

Sexo

12

13

14

Não

responderam

Responderam

Feminino 4 9

6

12 Masculino 0 4 1

Total 18 6 (33%) 12 (66%)

Idade

Sexo

12

13

14

Não

realizaram

Realizaram

Feminino 1 11 1

12

9 Masculino 2 6 1

Total 21 12(57%) 9 (43%)

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 101

Este tipo de actividades são motivadoras?

Parceiro

A actividade permitiu elevada interacção com o educando?

Aprendeu algumas coisas interessantes de química?

Considera importante a realização destas actividades?

Os dois questionários realizados continham questões de resposta fechada e questões

de resposta aberta, bem como um espaço para que o aluno e o Encarregado de Educação

deixassem a sua opinião relativamente à actividade, contribuindo para a melhorar.

5.5. Resultados

5.5.1. Tratamento quantitativo

A análise dos resultados baseia-se fundamentalmente no tratamento dos

questionários que os alunos e os parceiros preencheram. Será apresentada uma primeira

análise dos questionários dos alunos e posteriormente a análise aos questionários dos

pais, mas ambos relativamente às questões de resposta fechada.

Os questionários foram construídos utilizando a escala de Likert, a qual já foi

mencionada no ponto 5.1.5. A análise será efectuada distintamente para as duas turmas A

e B e posteriormente comparada.

Análise dos questionários respondidos pelos alunos

O tratamento destes questionários será efectuado questão a questão, de modo a

perceber-se a evolução do mesmo. É de referir que apesar de a Turma B se inserir num

Colégio particular os parceiros / encarregados de educação apresentaram menor adesão

na realização da TIPS do que na escola de ensino público -Turma A. Na turma A, em 18

alunos, 12 entregaram a TIPS e respectivos questionários, enquanto que na turma B, em

21 alunos apenas 9 entregaram a actividade completa.

A primeira questão do questionário aplicada à turma A e B permitiu avaliar o hábito

de realização destas actividades. Os resultados são apresentados graficamente:

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 102

Questão: ”É habitual realizar actividades deste tipo com os meus parceiros

familiares” (gráfico 5.1).

Questão 1

0

10

20

30

40

50

60

70

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 1-Análise gráfica da questão 1

A abordagem aos alunos com esta questão permitiu constatar que não é habitual a

realização destas actividades em ambiente fora do contexto escolar. No entanto, verifica-

se uma menor adesão na turma do colégio de ensino privado, com elevada percentagem

na escolha da opção Discordo Totalmente.

A segunda questão aborda o aluno sobre o grau de participação do seu parceiro:

“O meu parceiro ajudou-me nesta tarefa” (gráfico 5.2).

Questão 2

0

10

20

30

40

50

60

70

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 2- Análise gráfica da questão 2

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 103

Todos os parceiros familiares que participaram na actividade contribuíram para que

o aluno não se sentisse isolado na realização da TIPS, verificando-se que em ambas as

turmas existiu cooperação entre os parceiros.

Na questão número três pretendeu-se efectuar uma abordagem directa na

realização da actividade TIPS, questionando-se: “Tive dificuldade na realização da

tarefa proposta” (gráfico 5.3).

Questão 3

0

20

40

60

80

100

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 3- Análise gráfica da questão 3

Verificou-se que, apesar de existir uma grande percentagem de alunos que não

manifestou dificuldade, alguns alunos marcaram a sua posição com a escolha da terceira

opção: Sem Opinião e da primeira opção: Concordo Totalmente.

Na quarta questão: “Fiquei satisfeito(a) com a realização da actividade” (gráfico

5.4) os resultados obtidos referem que os alunos ficaram satisfeitos com a actividade,

sendo seleccionadas as opções: Concordo Totalmente e Concordo em percentagens

próximas dos 40% e 60% respectivamente.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 104

Questão 4

0

10

20

30

40

50

60

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 4- Análise gráfica da questão 4

A medida do interesse e entusiasmo também constitui um factor preocupante, uma

vez que é condição necessária para que se possam aplicar mais actividades deste género.

É importante criar no aluno uma empatia pela experiência praticada. Deste modo a quinta

questão vem demonstrar que uma grande percentagem considera que teve interesse em

realizar esta actividade. A questão aplicada para avaliar os parâmetros referidos é: “Tive

interesse em realizar esta actividade” (gráfico 5.5).

Questão 5

0

10

20

30

40

50

60

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 5- Análise gráfica da questão 5

De acordo coma análise do gráfico a maior percentagem distribui-se pelas opções

Concordo Totalmente e Concordo, assumindo valores próximos dos 50 % respectivamente

e para a turma B. A turma A apresenta, para as mesmas opções assinaladas, valores de

cerca de 30% e 50%, respectivamente.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 105

Aliado ao interesse vem a possibilidade do aluno poder expor e retirar dúvidas que

possam ter ficado aquando da leccionação dos conteúdos na sala de aula. Deste modo, é

possível que, após uma aplicação mais prática dos conhecimentos, o aluno esclareça

conceitos e seja ajudado no estudo do tema das Separações Físicas. Para tal as questões

seis e sete surgem enquadradas no que foi mencionado.

Questão: “Foi importante a realização desta tarefa para o estudo das

separações físicas” (gráfico 5.6).

Questão 6

010203040506070

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 6- Análise gráfica da questão 6

Relativamente à questão sete: “A actividade permitiu-me esclarecer dúvidas em

relação aos conceitos abordados na sala de aula” (gráfico 5.7).

Questão 7

0

10

20

30

40

50

60

70

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 7- Análise gráfica da questão 7

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 106

Os dois gráficos são compatíveis, apresentando uma maior percentagem

relativamente à opção Concordo.

A questão oito que refere: “A ficha foi bem apresentada” (gráfico 5.8), apresentou

os seguintes resultados:

Questão 8

0102030405060708090

100

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 8- Análise gráfica da questão 8

A quase totalidade dos alunos questionados não mencionou que a ficha deveria ser

alterada.

A questão nove (e última): “Este tipo de actividade é motivadora para mim”

(gráfico 5.9), testa também a coerência nas respostas dadas pelos alunos, uma vez que na

questão cinco já havia sido questionado se os alunos tinham interesse na realização da

actividade. Verifica-se que a opção preferencialmente seleccionada é: Concordo

Totalmente, com uma percentagem de respostas de 60% e 90% para as turmas A e B

respectivamente,

Questão 9

0

20

40

60

80

100

Concordo

Totalmente

Concordo Sem

Opinião

Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 9- Análise gráfica da questão 9

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 107

Análise dos questionários respondidos pelos pais

A interacção entre os parceiros que realizaram a actividade é fundamental, quer ao

nível de trabalho, quer ao nível da aproximação afectiva, convergindo para um

desenvolvimento da aprendizagem do aluno. As questões número um e oito pretendem

avaliar essa interacção:

Questão um: “A actividade permitiu uma elevada interactividade com o meu

educando” (gráfico 5.10).

Questão oito: “Com esta actividade tive a oportunidade de me aproximar

afectivamente do meu educando” (gráfico 5.11).

Questão 1

0102030405060708090

100

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 10- Análise gráfica da questão 1 – parceiro familiar

Questão 8

0

20

40

60

80

100

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 11- Análise gráfica da questão 8 – parceiro familiar

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 108

Na segunda questão: “Realizo frequentemente este tipo de actividades com o

meu educando” (gráfico 5.12) obteve-se, tal como era esperado, uma elevada

percentagem de respostas relativas à opção Discordo, apesar de existirem ainda alguns

parceiros que realizam actividades com os alunos na Turma A.

Questão 2

010203040506070

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 12- Análise gráfica da questão 2 – parceiro familiar

Na questão três verifica-se que a parceria resultou num elevado empenho na

realização da tarefa proposta.

Questão: “Eu e o meu educando empenhamo-nos na realização desta

actividade” (gráfico 5.13).

Questão 3

0

10

20

30

40

50

60

70

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 13- Análise gráfica da questão 3 – parceiro familiar

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 109

Para a questão número quatro: “Fiquei satisfeito com a realização desta

actividade” (gráfico 5.14). Mais de 50% dos participantes das duas turmas gostaram de

realizar a actividade.

Questão 4

010203040506070

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 14- Análise gráfica da questão 4 – parceiro familiar

Tentamos perceber, o nível do envolvimento do parceiro na aprendizagem do

aluno. Para tal formulou-se a questão cinco: “Esta actividade permite colmatar lacunas

do aluno na aprendizagem do tema” (gráfico 5.15). Obteve-se uma percentagem de

50% que demonstravam não ter opinião sobre o assunto abordado e uma igualdade de

respostas, para as duas turmas, na opção: Concordo.

Questão 5

010

2030

4050

6070

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 15- Análise gráfica da questão 5 – parceiro familiar

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 110

Tal como no caso dos alunos, os parceiros reconheceram facilidade na organização

da actividade. Relativamente à questão seis: “A organização da informação permitiu

realizar facilmente a actividade” (gráfico 5.16). Verificam-se os seguintes resultados:

Questão 6

0

20

40

60

80

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 16- Análise gráfica da questão 6 – parceiro familiar

No questionário desenvolvido para os parceiros familiares, pretendia-se avaliar a

possibilidade de desenvolver novos conhecimentos bem como um maior interesse pela

Química por parte dos mesmos. As questões sete e nove abordam este propósito, sendo

estas: “Este tipo de actividade permite desenvolver novos conceitos” (gráfico 5.17) e

“Aprendi coisas interessantes de química” (gráfico 5.18) respectivamente. A análise

gráfica sugere que a grande maioria dos parceiros manifesta uma posição favorável à

realização da actividade, tal como se observa nos gráficos 5.17 e 5.18.

Questão 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 17- Análise gráfica da questão 7 – parceiro familiar

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 111

Questão 9

010203040506070

Concordo

Totalmente

Concordo Sem Opinião Discordo Discordo

Totalmente

%

Turma A

Turma B

Gráfico5. 18- Análise gráfica da questão 9 – parceiro familiar

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 112

5.5.2. Resultados de natureza qualitativa

Questionários aos pais

O Inquérito que foi feito aos alunos e aos pais envolvia uma segunda parte

constituindo um inquérito de opinião. Os inquiridos responderam a um conjunto de

questões abertas, nas quais puderam dar a sua opinião livremente. No anexo V, como

exemplo, encontra-se um Inquérito respondido por um parceiro familiar.

Relativamente à questão 1 do inquérito do parceiro familiar (turma A e B):

“Considera importante a realização destas actividades? Porquê?” cerca de 90 % dos

inquiridos responderam que “sim”, que consideravam importantes. Na tabela 5.7 são

apresentadas algumas das respostas, retiradas dos questionários, e que foram

categorizadas:

Categorização

Exemplos

Amostra A Amostra B

Conhecimento

“…importantes para a nossa

aprendizagem…”

“…permitiu recordar o que aprendi e

aprender alguns assuntos de

química”.

“…permite desenvolver novos

conhecimentos”.

“…permite que apliquem em casa

o que aprenderam”.

Afectividade

“…importante porque me aproxima

do meu educando”.

“…passamos um momento

diferente.”

“divertimo-nos …”

“…sei com mais pormenor o que

ele está a aprender”.

Tabela5. 7- Categorização das respostas –questão 1

Relativamente à questão dois: “Teve alguma dificuldade em alguma (parte) da

actividade TIPS?” 93% das resposta foram favoráveis à estrutura da TIPS, respondendo

que “Não”.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 113

Exemplos

“…não, estava tudo muito bem explicado, era só seguir os passos.”

“…está bem estruturado.”

“…está dito passo a passo, é só fazer.”

“…tem boa apresentação…”

Tabela5. 8- Exemplo de Respostas – questão 2

Relativamente à questão três – “Quais as suas sugestões para melhorar a

actividade desenvolvida?” não foram dadas sugestões por nenhum dos parceiros das

duas turmas, respondendo cerca de 97 %: “está tudo bem…”, e “ não tenho sugestões a

fazer…”, ou ainda propondo a “realização de novas actividades com novas substâncias.”

Em relação à questão quatro: “Poderá no espaço seguinte fazer comentários

adicionais a esta actividade em comum com o seu educando”. 15 % respondeu que

“…não tinha comentários a fazer”. Os restantes 85% deram respostas que se encontram

na tabela 4.9:

Exemplos

“…foi divertido.”

“…foi interessante, educativo, engraçado.”

“…repetir outras experiências.”

“…haver actividades como estas em todos os capítulos.”

Tabela5. 9- Exemplo de Respostas – questão 4

Questionários dos alunos

A análise dos questionários realizados pelos alunos permitiu-nos avaliar

qualitativamente a formatação da TIPS bem como o que o aluno pensa deste tipo de

actividades. Apresenta-se no anexo VI um exemplo de um dos inquéritos respondido por

um aluno.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 114

Na primeira questão “Tiveste dificuldade em responder a questões da página

anterior? Se sim qual ou quais e porquê?” pretendia-se que o aluno sugerisse alguma

falha na formulação do questionário. Pode verificar-se que 97,3 % dos alunos

responderam que “Não”.

Na segunda questão fez-se uma avaliação da dificuldade de realização da TIPS,

questionando: “Tiveste mais dificuldades em alguma actividade da TIPS? Qual ou

quais e porquê?”. 94% dos alunos responderam que “não”, dizendo que “era só seguir os

passos e fazia-se bem” ou então: “não tinha dificuldade”, ou “não, pois tive toda a ajuda

possível do meu parceiro”. Pareceu, por parte dos alunos, que a TIPS estava clara não

despoletando dificuldade.

Na terceira questão: “O que poderia ser alterado na TIPS, na tua opinião, para

tornar esta iniciativa mais motivadora e aprendizagem?”. 98% dos alunos

responderam que nada deveria ser alterado, ou então que “estava bem assim”. Obtiveram-

se ainda respostas tais como: “deveria ser feita na escola com os colegas” e ainda

“escrever menos”.

A quarta questão: “Achas importante a realização destas actividades com o

parceiro familiar? Porquê?” demonstrou que os alunos necessitam de actividades que

fujam ao tradicional ensino teórico. As respostas encontram-se na tabela 5.10:

Exemplos

“ assim praticamos o que aprendemos e temos alguém para ajudar.”

“…ajuda-me a tirar as dúvidas que tenho nas aulas pois fazendo é mais fácil e

percebe-se melhor.”

“…acho importante para os familiares perceberem o que nós aprendemos na escola e

também aprendem com actividades destas.”

“sim porque assim o parceiro familiar sabe o que aprendemos.”

“recordamos a matéria.”

“…o nosso parceiro sabe se nós sabemos da matéria ou não.”

Tabela5. 10- Exemplos de resposta –questão 4 (questionário dos alunos)

Na última questão colocada aos alunos permitiu-se o registo livre, referindo que:

”Poderás no espaço seguinte fazer comentários adicionais a esta actividade

realizada em comum com o(s) teu(s) parceiro(s) familiar.” A grande maioria dos alunos

inquiridos respondeu que não tinham nada a acrescentar, no entanto alguns alunos

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 115

responderam ideias como: “gostei muito desta actividade, deveria realizar-se mais vezes”;

“achei estas experiências muito interessantes pois é uma maneira mais fácil de

percebermos a matéria.” e “diverti-me muito a realizar esta experiência”.

Actividades Envolvendo os pais no Ensino da Química: Uma experiência no 7º Ano.

Mestrado em Química para o Ensino 116