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Tratado Esu

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ESU ORISAOrima o Aima. O primitivoOrúnmila disse que a luz do dia não se demora mais do acostumado que a noite não se demora mais do acostumado.Foi quando se lançou Ifá para oricha quando veio do Céu para a Terra.

Odu de ifá Babá EyiogbeA obscuridade total, isso foi Orima o Aima, o primitivo; o reino de Esu....Uma capa encima da obscuridade era o conclave que conhecia os conhecimentos de una existência subseguinte.Dentro do conclave transparente existia o núcleo de luz, ar, água, espaço e morada de Oloddumare, o reino de Oloddumare (Deus).Na plenitude dos tempos, Oloddumare ordenou a luz que brotasse, pronunciando o não yoo e dessa forma Ele iluminou a totalidade de Orima, o primitivo. Toda a obscuridade do reino de Esu foi iluminada, ele levantou a cabeça para indagar.Quem e você?Oloddumare respondeu:Eu sou Oloddumare e vi que a obscuridade que nos rodeia não proporciona a base para a plenitude da existência. Por essa razão eu criei a luz para que a vida possa florescer e embelezar.Esu respondeu:Eu possuía a imensa maioria do espaço, este era todo obscuridade exceto a parte microscópica que você ocupava. Aceito que a obscuridade não conduz ao crescimento orgânico da vida (isto explica que Esu não tem capacidades criativas), sem atrapalhar prometo mover-me livremente fora do brilho da luz, a qual Oloddumare aceitou.Continuando Oloddumare com seu trabalho, criou plantas, animais e divindades se multiplicavam e foi aquele o momento oportuno que aproveitou Esu para fazer uma de suas famosas proclamações:-Qualquer tipo de vegetação, que floresça fora do brilho da luz se converterá em meu terreno de trabalho e qualquer sêr que se crie na imensidão do espaço se converterá em meu servente e assistente.Este feito marcou o começo da competência entre o bem e o mal, a luz e a obscuridade, a franqueza e a confusão, a verdade e a falsidade, a guerra e a paz, a vida e a morte, assim como o antagonismo: Oloddumare-Esu.Depois da pronunciação feita por Esu a Oloddumare ficou mais fácil entender seu papel. Transcorridos vários milhões de anos desde a criação, o homem está tratando todavia de realizar a façanha de eliminar as forças do mal.Na verdade, vemos com clareza que o homem ainda não há estimado a importância das famosas proclamações de Esu.

Nenhum outro orixá causa tanta polêmica quanto Esú. Existe muita desinformação e falta de conhecimento a seu respeito, inclusive por parte de muitos babalorixás do Candomblé.

O sincretismo entre os orixás e santos católicos é impossível, pois essa associação ocorreu numa época em que as pessoas foram impossibilitadas de cultuar seus orixás, devido à proibição da classe dominante. Os escravos escondiam os assentamentos embaixo das imagens católicas, numa tentativa de preservar as suas tradições. Por isso, a associação de Esú com o diabo, que existe em outros cultos, é uma forma ridícula de tentar denegrir a imagem desse orixá.

Esú é um orixá muito importante e foi o terceiro elemento criado diretamente por Olorun, com a mesma matéria que seria usada, mais tarde, para a criação da Terra e das criaturas. Nasceu para ser um comunicador, fazendo a ligação entre todos os orixás e os seres criados.

Esú é sempre reverenciado em primeiro lugar, antes de qualquer outro orixá, para que todas as

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oferendas e obrigações cheguem ao seu destino. Sua função é a de intermediário, ou elemento de transição, entre o céu (orun) e a Terra (aiye). É ele quem carrega todos os ebós para os lugares designados, mas isso, ao contrário de ser uma função subalterna, é essencial para promover a limpeza de toda energia negativa. De nada adianta oferecer um banquete completo para um determinado orixá, se Esú não for devidamente reverenciado para ser o portador da mensagem que está contida na oferenda.

As funções de Esú são muitas, e todas de extrema importância para o equilíbrio do universo, como, por exemplo, estabelecer a comunicação entre nós, seres humanos, e o nosso orixá ou protetor particular. Todos nós temos um Esú, que é individualizado, com suas formas, ou qualidades, bem definidas.

Todos têm Esú, mesmo aqueles que o tratam como demônio. Sem ele, não existiria vida, evolução, movimento, crescimento, dinamismo; enfim, estaríamos completamente estagnados e sem rumo.

Esu é o guardião de todas as passagens, inclusive entre o céu e a Terra, e das porteiras que existem em nosso mundo. É muito importante que ele fique guardando a entrada, para não deixar passar influências negativas e pessoas maléficas que possam nos prejudicar. Alguns babalorixás evocam o orixá Esú para render-lhe homenagem, mas, logo em seguida, pedem que ele vá embora para não atrapalhar as cerimônias sagradas. O que se deve fazer é pedir que ele fique guardando a porta de entrada do barracão para impedir a entrada de eguns e das oxorongás.

Não apenas os seres humanos, mas todos os seres vivos do mundo, têm o seu Esú, assim como todos os orixás (com exceção de Iroko), e todos os presságios, ou Odús do jogo de Ifá, e até mesmo Esú, têm seu próprio Esú.

Esse orixá não tem nada em comum com alguns rituais em que o sacerdote usa longas capas pretas, como as do conde Drácula. A pessoa reage como se estivesse incorporada por um espírito terrível e vingativo, fazendo trejeitos e vociferando coisas hediondas.

Um outro desrespeito, ou equívoco, que se comete contra esse orixá é o fato de associá-lo aos malandros de rua, cafetões e pessoas sem caráter, vestindo ternos brancos, gravatas vermelhas, cartolas e bengalas. Existem também as mulheres que se vestem com roupas de cabaré, usando piteira e taças de champanhe. Esses tipos de roupas e atitudes não pertencem à cultura de Esú. Esú é um ser encantado que tem como características a astúcia e a perspicácia, sabendo exatamente como achar os pontos fracos dos seres humanos, e isso não tem nada a ver com malandragem.

Esú é um orixá que conhece o íntimo do ser humano porque foi criado do mesmo material que nós. Ele sabe tudo o que nós precisamos para viver, como trabalho, dinheiro, moradia, amor, sexo, etc. Ele está intimamente ligado a nós e ao nosso protetor; por isso, em determinadas situações e problemas, nós podemos recorrer diretamente a Esú, para que ele nos abra as portas e limpe nosso caminho dos obstáculos.

Toda casa de Candomblé reserva determinados dias por ano para prestar obrigações a esse orixá, tanto para o Esú de nação, como o do babalorixá e o de cada iniciado que já tiver assentado o seu. Nessas ocasiões, se deve dar corretamente as oferendas sagradas para cada uma das formas ou qualidades de Esú reinantes nesses terreiros, ou seja, não realizar uma única oferenda para todos os Esús coletivamente, como fazem muitos babalorixás. Cada um tem sua preferência, ou, como dizemos no Candomblé, cada Esú come de uma determinada maneira. Portanto, não se pode dar uma comida comunitária para essas qualidade do mesmo orixá. Isso causa muita "quizila" nas casas que agem desta forma, desencadeando um processo inevitável de desagregação do axé (força, poder), além de uma crescente desunião entre os participantes, devido à falta de comunicação e

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harmonia. É preciso ter muito conhecimento sobre esse orixá para alcançar suas graças e não desrespeitá-lo a todo momento.

Esú é muito importante no oráculo de Ifá, revelando os mistérios de cada Odú e de todos os orixás. Orunmilá, que recebeu dele o oráculo divinatório, é um orixá fun-fun, e a ele está intimamente ligado, com muita harmonia. Portanto, não existe "quizila" (espécie de incompatibilidade) entre os orixás fun-fun (branco) e Esú, ou com os orixás que carregam o vermelho ou o preto. O que existe é um respeito com as interdições de cada um.

Uma característica marcante de Esú é ser o detentor e o transmissor da fertilidade e da fecundação. Esse orixá cuida da parte sexual dos seres vivos e de seus órgãos de reprodução. Nas diversas formas de representar esse orixá, como estátuas e ferramentas, vemos em destaque a genitália masculina e feminina. Algumas esculturas de Esú exibem uma forma fálica (pênis) no alto de sua cabeça. isso, longe de ser obsceno, é uma forma de exibir a extrema fertilidade de Esú.

Na concepção africana, a fertilidade é importantíssima, não só para a procriação, mas em todos os planos da existência, como na agricultura, por exemplo. A fertilidade existente no ser humano possibilita o seu desenvolvimento físico e mental, aguçando a sua criatividade e poder realizador.

Um outro aspecto de Esú é a expansão constante e infinita, que se traduz na própria evolução dos seres vivos, do planeta e do universo. Por esse motivo, a espiral é sua melhor representação.

A abertura dos caminhos também é de sua responsabilidade, sendo, por isso, constantemente evocado. Ogun, que também é o dono dos caminhos, é muitas vezes comparado a Esú, por suas particularidades. A diferença está na criação desses orixás. Esú foi o terceiro elemento criado diretamente por Olorun, e Ogun nasceu de outros dois orixás, sendo um eborá (orixá filho).

Esú, segundo a mitologia, adora inverter a ordem estabelecida, como, por exemplo, a mulher trabalhar fora de casa e o homem gerar as crianças e cuidar de todas as atividades do lar. Isso serve para incentivar mudanças e desenvolvimento. Além disso, ele é muito irreverente, adorando resolver e propor enigmas. Caminha no tempo e espaço com tranqüilidade, buscando coisas no passado, presente e futuro; por isso, é o detentor do oráculo divinatório, juntamente com Orunmilá.As diferenças físicas que existem entre todos os seres, principalmente os humanos, é um atributo de Esú; caso contrário, seríamos exatamente iguais. A impossibilidade de comunicação entre os povos num mesmo idioma também se deve a Esú.

As dezesseis formas mais conhecidas desse orixá são: Yangí, Âgbâ, Igbá Ketá, Odarâ, Osijê, Oba Babá, Enú Gbarijó, Elégbará, Bará, Okôtô, Elérù, Odusô, L'onan, Ol'Obé, El'Ebó e Alafia.

Esú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.Então, eles pediram a Esú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.Assim foi feito, e Esú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Esú que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.

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Esú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Esú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.

Esú é cultuado tanto como lésè-égún, como lésè-orixá, e apenas por seu intermédio é possível cultuar os orixás e as Iyá-mi (mãe ancestre). Não é apenas Òjisé-ebo, mas principalmente Òjisé, o mensageiro, fazendo a comunicação entre tudo que é oposto.

Com efeito a relação entre Esú e Ifá, é indiscutível, e Esú está representado em um dos principais emblemas característicos do culto à Ifá , o òpón, onde Esú tem sua representação em forma de rosto, de triângulos e losangos.É no seu papel de princípio dinâmico, de princípio de vida individual e de Òjise ou elemento de comunicação, que Esú Bará está indissoluvelmente ligado à evolução e ao destino de cada indivíduo.

Como tal ele também é senhor dos caminhos Esú Olònà, e ele pode abri-los ou fechá-los.Esú fica à esquerda dos caminhos.

Esú foi o primeiro a usar ekódide (pena de uma espécie de papagaio) na cabeça, e foi isto que o tornou decano de todos os orixás. Alguém que coloca ekódide na cabeça sem necessidade provoca a cólera de Esú.Como personagem histórica, Esú teria sido um dos companheiros de Odùduà, quando da sua chegada a Ifé, e chamava-se Esú Obasin. Tornou-se mais tarde, um dos assistentes de Orúnmilá, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá.É Esú que supervisiona as atividades do rei em cada cidade: o de Oyó é chamado Esú Akesan.

Como orixá, diz-se que veio ao mundo com um porrete, chamado, ogó, que teria a propriedade de transportá-lo, a centenas de quilômetros e de atrair, por um poder magnético, objetos situados a distâncias igualmente grandes."Esu é o mais complexo ORIXÁS no panteão Yoruba. Conhecida a ter vinte e um diferentes aspectos, Eshu é conhecido como o Trickster. Ele é o detentor da Força (ASE). Ele é o mensageiro divino, transportando orações, petições, alimentos e sacrifícios aos ORIXÁS. Ele é o policial da ORIXÁS, que aborda a punição, quando é devido."

A manifestação mais abstrata de ESU é o que vem a ser constituído no Odu Ose’Tura.Esta é a representação simbólica da energia padrão que encarna UDE. Este Odu é utilizado como um imã para invocar o poder do DIVINO MENSAGEIRO. Em Ifá Criação Mito, o Eterno é chamado Rock de Criação OYGIYIGI.