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Ano LVIII • março • 2018 • n o 514 2º Colóquio sobre Pe. Caffarel Ano do Laicato “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14) C ARTA

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Page 1: 514 CARTA - ens.org.br · “Mistério” do Homem encontro com Deus. Correio da ERI 17 . Um Colóquio Internacional 19 . Viver em fidelidade criativa. ... se volta para o silêncio,

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2º Colóquio sobre

Pe. Caffarel

Ano do Laicato“Sal da Terra e Luz do Mundo”(Mt 5,13-14)

CARTA

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Í N D I C E

Ca r ta Mensa l no 514 • março • 2018

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: [email protected] - Respon-sável: Ivahy Barcellos - Fotos pp. 12, 13, 34, 38 Cans Stock Photo, p. 37 Pixabay - Diagramação, prepara-ção e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi e Samuel Lincon Silvério , - Tiragem desta edição: 27.500 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: [email protected] A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instru-ções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

01 Editorial

Super-Região02 Superar a Violência, uma questão de

Fraternidade!03 Diálogo Sexual04 Agradecendo06 Quaresma08 Comunicando sem parar10 Henri Caffarel, o homem e sua missão12 Colóquio sobre Padre Caffarel

(Colóquio Internacional - 8 e 9 de dezembro de 2017)

15 O Rosário, Mistério de Cristo, “Mistério” do Homem

Correio da ERI 17 Um Colóquio Internacional19 Viver em fidelidade criativa

Igreja Católica21 Ano do Laicato24 Domingo de Ramos

Vida no Movimento26 Super-Região Brasil - Missa em Celebração

aos 70 anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora

27 Província Nordeste I28 Província Nordeste II29 Província Centro-Oeste30 Província Leste31 Província Sul II32 Província Sul III

Raízes do Movimento33 A Nonagésima-Sexta Parte - Henri Caffarel

CNSE35 Que herança eu posso deixar?

Reflexão37 Quarta-feira de Cinzas39 Sexta-feira Santa: Tempo de oração e

encontro com Deus

Formação40 Formação Integral

Serviços nas ENS43 Secretaria e Tesouraria44 Viver a obediência

45 Notícias

48 Dicas de Leitura

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editorial

Tema 2018: “A MISSÃO DO AMOR”

Fernanda e MartiniCR Carta Mensal

Queridos irmãos equipistas

Iniciamos nosso primeiro editorial do ano entusiasmados com o trabalho que temos pela frente. A Carta Mensal traz novas bandeiras e colaboradores sempre buscando uma leitura agradável e formativa.

A vida do Padre Caffarel ganhou mais espaço para que o conheçamos melhor e assim possamos amá-lo mais. Em cada Carta, um capítulo da sua vida.

Também neste ano dedicado ao Laicato, juntos com a Igreja e com a colaboração do Padre Orivaldo, teremos, a cada mês, um artigo. Dentro da comunidade eclesial, os leigos são chamados a cumprir tarefas, como também os ordenados e consagrados. Cada um com sua missão, com direito de agir, testemunhar e animar a sociedade e a Igreja.

A Super-Região Brasil cuida com muita atenção dos equipistas e a partir desta edição teremos sempre um artigo para esclarecer quais são as etapas de formação que o Movimento nos proporciona continuamente, e nos dá suporte.

Nos dias 8 e 9 de dezembro passado pudemos acompanhar o Colóquio sobre o Padre Caffarel, que ocorreu em Paris com a participação de equipistas do mundo todo. O casal responsável pela canonização do Padre Caffarel no Brasil, Vicélia e Magalhães, esteve lá e nos traz seu testemunho, assim como Rémi e Françoise Gaussel, CR Comunicação Internacional. Não deixem de ler!

Temos novidades nas regras para publicação de datas comemorativas. Somos mais de 50.000 equipistas, graças a Deus, e como temos espaço limitado em nossa Carta foi preciso restringir o número de publicações. Todas as regras estão no nosso site.

Por fim, outra boa nova é que o Rosário estará nas nossas edições a fim de ajudar os equipistas a melhor rezá-lo.

Estamos vivendo um tempo especial: a Quaresma. Tempo em que nosso coração se volta para o silêncio, para a oração, para a reflexão, para a caridade e o perdão. Que sejam dias de paz e de fé e que o Senhor nos conceda uma santa e abençoada Quaresma.

Com carinho,

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super-região

Superar a Violência, uma questão de Fraternidade!

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Em 1964, em pleno desenvolvimen-to do Concílio Vaticano II, realizou-se a primeira Campanha da Fraternidade - CF, em âmbito nacional, sob os cuidados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. De lá para cá a CF foi e continua sendo uma oportunidade ím-par de, sob a luz do Evangelho, refletir sobre temas fundamentais do cotidiano eclesial ou social. A Igreja no Brasil, com isso, muito contribuiu, contribui e conti-nuará contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária.

Para o ano de 2018, foi escolhi-do o tema “FRATERNIDADE E SU-PERAÇÃO DA VIOLÊNCIA”, com o objetivo geral de construir a fraterni-dade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de su-peração da violência.

O tema da CF 2018 pretende con-siderar que a violência nunca constitui uma resposta justa. A Igreja proclama, com a convicção da sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, que a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os pro-blemas, que a violência não é digna do homem.

A busca de soluções alternativas à violência para resolver os conflitos as-sumiu, atualmente, um caráter de dra-mática urgência. É, portanto, essencial a busca das causas que originam a violên-cia, em primeiro lugar as que se ligam a situações estruturais de injustiça, de miséria, de exploração, sobre as quais

é necessário intervir com o objetivo de superá-las (Cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja).

Quanto ao lema escolhido, “VÓS SOIS TODOS IRMÃOS”, busca resgatar o sentido da Fraternidade dos povos, pois somos todos irmãos e irmãs, filhos e fi-lhas de um mesmo Pai. Por isso, ilumi-nados pelo Evangelho do Reino, somos chamados à não violência. Reconhecer a dignidade do outro, independente-mente de sua condição social, cor da pele, sexo e mesmo convicções políticas, esportivas... mantendo com ele uma justa relação de alteridade, talvez seja o sinal de fraternidade mais urgente que o nosso tempo necessita.

A Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB) convida todos os homens e mulheres de boa vontade a percorrer o caminho da superação da violência crescente em todos os níveis. Para isso é preciso olhar a realidade, iluminar a realidade com a Luz da Pa-lavra de Deus e do Ma-gistério da Igreja e, por fim, agir transformando essa realidade.

Vamos refletir e re-zar com a Campanha da Fraternidade, patrimônio da Igreja no Brasil.

Pe. Paulo Renato F. G. CamposSCE Super-Região

*texto adaptado de artigo do Pe. Luis Fernando da Silva, secretário executivo das Campanhas na CNBB.

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Vamos iniciar o ano falando de sexualidade?

Como homens e mulheres somos chamados à perfeição e à santidade. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, portanto manifestamos Deus, cada um do seu modo, mas na complementa-ridade mostramos a imagem mais completa de Deus, como se duas peças se juntassem para formar uma imagem definitiva de Deus.

Mas temos de nos aperfeiçoar, buscar a santidade através da nossa realidade humana, da qual também faz parte a sexualidade conjugal.

Em 1987, Pe. Caffarel na Con-ferência de Chantilly reconhece: “Não ajudamos suficientemente os casais a alcançar a perfeição hu-mana e cristã da sexualidade” ao reler os inquéritos que o Movimen-to fez em 1969, e dentre as con-clusões, comenta impressionado: “A harmonia sexual atinge-se raramente no início, por ve-zes é necessário esperar anos, e em alguns casais, nunca se atinge”. E adverte que “nos ca-sais, se não houver um bom entendimento sexual, dificilmente poderá se construir uma verdadei-ra espiritualidade conjugal”.

Se há 40 anos, o Pe. Caffarel via tão difícil este aspecto, como será hoje, com tantas pressões e limita-ções de tempo? Então, em 2014, a ERI fez outro inquérito, respon-dido de forma anônima por ho-mens e mulheres. O resultado é o

Diálogo Sexual

livro “Sexualidade e Espiritualida-de Conjugal”, já disponível, para ser trabalhado somente em casal, com ricas reflexões a respeito, motivando o diálogo.

Deus quer que a sexualida-de seja fonte de espiritualidade, mas se o casal tem dificuldades nas suas relações sexuais, pouco a pouco vai se distanciando, e os esforços feitos para construir a es-piritualidade conjugal vão se de-teriorando a ponto de buscarem em outra pessoa o encantamento perdido, ou caírem numa letargia, privando-se de alegria mútua, e assim podem durar anos, e cor-rem o risco da separação.

Fatores como excesso de tra-balho, rotina, estresse, filhos pe-quenos, a mídia em geral, etc. afetam a vida sexual dos casais. Mas o que mais afeta é o desco-nhecimento das diferenças entre homem e mulher, sob o aspecto psicológico e emocional.

O encontro sexual é um ato de amor, de entrega e doação à pes-soa que amamos. Mas para que isto aconteça é preciso conhecer e aceitar que o outro é diferente, e pensar mais na satisfação do outro que na própria.

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O Pe. Radcliffe disse em 2012, em Brasília: “O verdadeiro amor consiste em estar aberto àquilo que o outro necessita naquele momen-to”. Mas, se não sei o que o outro precisa! Por isto é importante ex-pressarmos abertamente nossos desejos, frustrações e divergências.

O homem por exemplo age com base em OBJETIVOS, e a mu-lher em PROCESSOS: por isso o ho-mem corrige (objetivo), e a mulher educa (processo); o homem com-pra, e a mulher vai às compras; o homem gosta de esportes, a mu-lher prefere romance; numa festa o homem vai sozinho ao banheiro, a mulher convida outras a acom-panhá-la (conversa, retoca maquia-gem, etc.); de manhã o homem veste-se, a mulher restaura-se.

Esta realidade também está presente no encontro sexual do ca-sal, porque o homem procura um OBJETIVO, e ao alcançá-lo atinge sua “meta”, ao passo que a mulher espera viver um PROCESSO, que

deve ter um antes, um durante e um depois.

Para que o encontro sexual seja um verdadeiro ato de amor, um canal de graça, unindo o casal a Cristo, é preciso pensar no bem do outro, e oferecer-se ambos a Deus, como um só corpo e um só coração, e então vão perceber que colocaram Deus em primeiro lugar nas suas vidas, contentan-do-se com o segundo lugar no coração da pessoa amada.

Que Deus ilumine todos os casais!

Bom início de ano, com muito diálogo!

Hermelinda e ArturoCR Super-Região

Enquanto caminhamos mui-tas são as maravilhas que vão sendo realizadas por gestos, palavras e atitudes ao longo do caminho. Algumas maiores, pela grandiosidade se fazem notar, outras tantas pequenas precisam que um olhar atencio-so as encontre e revele. Contu-do todas sem exceção merecem

um gesto de reconhecimento ao seu autor. Podemos logo pensar nas obras e graças con-cedidas por Deus. Será que O agradecemos em todas? Embo-ra infinitamente menores tam-bém podemos pensar nas obras daqueles que conosco convi-vem e caminham. Será que lhes somos gratos?

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Na contramão das noticias alarmantes, muitas, mas muitas são as bem-aventuranças que si-lenciosamente são semeadas a todo instante nos mais diversos terrenos. E o mais bonito é que muitos semeadores o fazem sem a exigência do frutificar. Apenas semeiam e felizes seguem cren-tes que somente a graça de Deus pode trazer os frutos.

É preciso começar o ano agradecendo para que esta vir-tude esteja presente em nossas vidas e não nos deixemos guiar pela normalidade que não reco-nhece os pequenos gestos. Deus nos dá tantos dons. São tantas as pessoas que nos ajudam em momentos difíceis. Também nós pertencentes às Equipes de Nossa Senhora temos motivos de sobra para agradecer a Deus que pelo Seu amor lembra de cada um de nós, e como é bom sentir-se ama-do. Agradecer a Santa Igreja que nutre este Movimento permitin-do que o seu Carisma fecunde a nossa Espiritualidade Conjugal. Reconhecer que é a Santa Igreja que cuida de nossa Espiritualidade Conjugal. Então, como não agra-decer? Como não perceber que sem a pertença a este Movimento nosso caminhar no Sacramento do Matrimônio seria outro? Ousa-mos dizer que talvez a caminhada sacerdotal também o fosse.

Convictos de todo bem que o Movimento faz a casais e sa-cerdotes, é necessário a cada dia sermos gratos. Sim, gratos! Gra-tos por sermos privilegiados deste

convívio que enriquece e ampara estes dois sacramentos: Ordem e Matrimônio. Quem não é ca-paz de agradecer não é capaz de amar. Contudo é preciso assu-mir o compromisso de cultivar a complementaridade destas duas vocações. Cabe a cada casal, cada equipe e cada sacerdote exercitar o auxílio mútuo verdadeiro para que cada vocação se concretize na vontade de Deus. É preciso que os casais reconheçam a fe-cundidade da vocação sacerdotal e agradeçam ao padre pelo seu gesto de sacrifício e consagração.

Como se pode compreender que o que renuncia ao amor e à paternidade seja precisamente o que tem poder para reavivar a chama do amor? Isto é um para-doxo? Não, não é um paradoxo, mas sim uma misteriosa relação entre a Ordem e o Matrimônio. (Henri Caffarel, l’Anneau d’Or, n° 14 1947, Le foyer et le prêtre, p. 6).

No Movimento muitos são os casais e sacerdotes que se co-locam a serviço, também estes precisam ser valorizados, amados e agradecidos por cada pequena obra que realizam. Não permita-mos que ninguém que caminha ao nosso lado deixe de ser com ternura agradecido pelo amor e doação com que realizam cada serviço que lhes é confiado. Cer-tamente ao receberem o nosso abraço, o nosso sorriso, o nosso reconhecimento, e ao lhes dirigir-mos nossas palavras, sentir-se-ão amados por Deus.

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Uma vez que reconhecemos todas as maravilhas que Deus faz em nossa vida e nos tornamos gratos, não podemos fugir à res-ponsabilidade da missão, que é a de nos esforçarmos para que to-das estas graças cheguem a ou-tros lares. “Vos exorto também a continuarem a fazerem-se próxi-mos às famílias feridas, que são hoje tão numerosas... É necessá-rio, portanto, que vocês possam levar o vosso testemunho e a vos-sa experiência para ajudar as co-munidades cristãs a discernir as si-tuações concretas destas pessoas, em acolhê-las com as suas feridas e em ajudá-las a caminhar na fé e na verdade, sob o olhar de Cris-to Bom Pastor, para que tomem parte em um modo apropriado na vida da Igreja. ”(Papa Francis-co, setembro de 2015, Encontro Internacional CRR).

Deus ajude a todos nós para que possamos agradecidos cum-prir bem nossa missão, mas não de qualquer jeito, que a façamos com amor descrito por São Pau-lo: o amor é paciente, é bondo-so; o amor não tem inveja, não se vangloria, não se orgulha; não é indecoroso nem egoísta; não se ir-rita; não leva em conta o mal; não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo des-culpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Cor 13,4-7).

Adriana e HudsonCR Província Sul III

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A Igreja administra, de acordo com a liturgia, o tempo que lhe é dado por Deus neste mundo. No decorrer do ano são divididos e reservados diversos “tempos litúr-gicos” onde a Igreja, por meio de uma pedagogia milenar, prepara o coração dos fiéis para celebrar a sua principal solenidade, que é a Páscoa da Ressurreição. De fato, a partir da data da Páscoa, fixada sempre no domingo depois da pri-

meira lua cheia do outono, é que se determinam todas as outras so-lenidades e festas do ano litúrgi-co. Assim, iniciamos com a sóbria e solene Celebração das Cinzas, o tempo sagrado da Quaresma, que são quarenta dias de jejum, penitência e oração intensificada que antecedem as festas pascais. Dentre esses quarenta dias, me-recem particular atenção os cinco domingos. Cada um a seu modo,

Quaresma

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traz um personagem do Evange-lho que nos ajuda a penetrar o mistério de Cristo.

O 1º domingo nos apresenta o retiro de quarenta dias feito pelo próprio Jesus no deserto. De lá Ele sai vitorioso das tentações do mal. É um convite para que o poder, o ter e o prazer não alcancem nun-ca a vitória definitiva sobre nós. É com a força de Deus e o auxílio da Palavra que vamos vencendo as seduções do mal.

O Evangelho da Transfiguração do Senhor, proclamado na liturgia do 2º Domingo, põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. Somos chamados a olhar para o céu e, ao contemplar Cristo glo-rioso, ver n’Ele o nosso destino último. Descobrimos que em nós, mesmo com limitações e fraque-zas, brilha a centelha divina, a luz de Deus que um dia triunfará em nossa vida.

“Dá-Me de beber” (Jo 4, 7). É o pedido de Jesus à Samaritana, pro-posto na liturgia do 3º domingo. Jesus mesmo é a água que, como veremos no diálogo final com aquela mulher, sacia toda a sede. Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza!

O 4º domingo, do cego de nascença, apresenta Cristo como luz do mun-do interpelando

cada um de nós: “Tu crês no Filho do Homem?”. Cristo deseja curar nossa cegueira interior. Quantas vezes somos tão rasos! A huma-nidade desse tempo parece ter perdido a profundidade e a espi-ritualidade.

No 5º domingo contemplamos a ressurreição de Lázaro, nos de-paramos com o último mistério da nossa existência que é a morte. Não é verdade que muitas vezes, como Lázaro, andamos enfaixados com as ataduras da morte? Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança. É Cristo que nos chama: “Vem para fora!”.

O percurso quaresmal encontra seu ápice no Tríduo Pascal da Pai-xão, Morte e Ressurreição do Se-nhor, particularmente na noite do Sábado Santo com a Solene Vigília Pascal. Que possamos vivenciar com espírito de recolhimento esse tempo de graça, apren-dendo na escola da liturgia o cami-nho seguro para a Páscoa eterna, para onde todos caminhamos.

Pe. Antônio JúniorSCE Província Sul III

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Amigos equipistas, um novo ano se inicia e desejamos que este seja repleto de saúde e paz a todos equipistas e suas famílias! Como todos sabem, a comunica-ção não para! Nosso site (www.ens.org.br) sempre tem novidades e atualizações. Recentemente foi inseri-do na aba do Acervo de Formação, o link da Plataforma de Vida Cristã da ERI, já apresentada na edição anterior da Carta Mensal. Basta clicar a aba, acessar a plataforma (cujo endereço é: endfc.org), fa-zer o cadastro (no caso de novos usuários) ou inserir o login e se-nha (no caso de usuários já cadas-trados) e utilizar essa excelente ferramenta disponibilizada para todos os equipistas.

O site do Movimento encerrou o ano com cerca de 85.000 acessos mensais, que a princípio pode pare-cer elevado, mas considerando que somos mais de 52.000 equipistas, vemos que na média uma pequena parcela acessa o site mais de uma vez ao mês, o que é pouco consi-derando a velocidade da infor-mação e quantidade de mate-rial ali depositado destinado à formação dos equipistas. Convidamos todos a ob-terem APP do Movimen-

to (disponível no momento apenas para sistema Android e em breve também para IOS) para facilitar o acesso ao site. A APP pode ser obtida direto no site do

Movimento.

A página oficial da Super-Região Brasil no

Facebook conta com cerca de 8.800 mem-

bros e mostra a vida das Equipes, Seto-res e Regiões em todo o Brasil, sen-do um instrumento

para reforçar a unidade em um país com tanta diversi-

dade cultural. Para publicar nesta página basta enviar uma mensa-gem com imagem e texto para o endereço [email protected]. As novidades da Super-Região Brasil também podem ser segui-das no Instagram. A página Henri Caffarel, Profeta do Nos-so Tempo, é o canal oficial da Super-Região Brasil no Facebook destinado a divulgar a vida e a obra do Pe. Henri Caffarel e con-ta com cerca de 2.800 membros. Esta tem como objetivo ser supor-te ao seu processo de canoniza-

ção, dando a conhe-cer a todos sua men-sagem sobre o amor,

o matrimônio e oração, não somente para os equipistas, mas para

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Comunicandosem parar...

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a comunidade em geral, in-clusive o clero. Convidamos

a todos a ajudarem a divulgar essas comunidades convi-

dando sua Equipe, Setor e amigos para curtir es-sas páginas.

A Super-Região Brasil aprovou na ultima reunião

de colegiado de 2017 o Manual de Identidade Visual das Equi-pes de Nossa Senhora, já dispo-nível no site do Movimento na aba do secretariado. O Manual visa uniformizar o material impresso e digital do Movimento, e inicia com a apresentação do Movimen-to (quem somos), depois aborda todas as características de nossa logomarca, padrão de cores (para impressão e projeção), dimensão, como deve ou não ser utilizada e assim por diante. Em seguida apre-senta a organização das Províncias com o padrão de cores utilizado em cada uma delas, também para impressão e projeção. Após vêm as orientações para confecção de material gráfico, papelaria, ca-misetas e brindes em geral e em seguida as orientações para blogs, sites, páginas em redes sociais e informativos. Pedimos uma espe-cial atenção nesse item já que hoje existem cerca de 200 endereços eletrônicos na internet que não atendem às orienta-ções do Manual. Por fim são elencadas as situações especiais e um glossário com as siglas do Movimen-to. A última parte

do Manual apresenta as formas de citação que devem ser utiliza-das em textos e apresentações, em especial as falas e escritos do Pe. Henri Caffarel. Lembramos que nada que o Pe. Caffarel es-creveu ou falou deve ser altera-do, adaptado ou modificado pois pode prejudicar seu processo de canonização.

No segundo semestre de 2018 haverá o Encontro Mundial das Famílias em Dublin na Irlanda onde novamente representare-mos o Movimento. Durante o en-contro serão postados nas mídias sociais do Movimento diariamen-te os principais pontos abordados e depois publicadas uma série de artigos na Carta Mensal, como em 2015.

Um grande abraço a todos, fiquem com Deus!

Feliz 2018!

Cristiane e BritoCR Comunicação

Super-Região

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Como terá Deus, que age pelos acontecimentos, preparado seu servo Henri Caffarel?

Em “Henri Caffarel. Um Homem Arrebatado por Deus”, Jean Alle-mand, autor desta biografia de Ca-ffarel, faz uma introdução em que justifica esta publicação precoce - um ano após a sua morte, infor-mando que Padre Caffarel recusava qualquer biografia, com seus riscos de deformação e erros; mas, no fi-nal de sua vida projetara publicar uma antologia de seus escritos para marcar seu lugar na Igreja do século XX, no que diz respeito ao casamen-to, à viuvez e à oração interior.

Também para os equipistas urge marcar o lugar de Padre Caffarel em nossas histórias e nos benefícios que recebemos de sua vida inspira-dora e determinante, do que somos e do que poderemos ser, através do conhecimento de sua trajetória pessoal. Para isso, aspectos da vida e missão de Padre Caffarel podem fornecer subsídios que possam be-neficiar a muitos.

O século XX está se iniciando quando nasce Henri Caffarel em 30 de julho de 1903, em Lyon, França. Os pais: Ferdinand Caffarel e Elise Voisin tiveram outro filho, Georges, em 1906; seu pai era comerciante de artigos de lã. Foi batizado em 2

de agosto de 1903, pelo tio, Pe. Lou-is Vernard, com os nomes de Henri Auguste Marie. Sua família, em um século, forneceu à Igreja quator-ze sacerdotes, o que demonstra o quanto era cristão o meio em que o menino cresceu.

Na idade escolar frequenta a Es-cola Clerical de São Francisco de Sa-les e na paróquia deste nome faz a primeira comunhão em 1911.

Quando o menino está no curso secundário, a família ainda mora em Lyon, perto da Catedral São João, e o jovem Henri frequenta o Externat Sainte-Marie, dos Irmãos Maristas. Informações relatam que lá o ensi-no era sólido, o catecismo perfeito; os dogmas expressos com nitidez e precisão, como também, a piedade; as missas exigidas às quintas-feiras e domingos, com instrução religiosa.

Durante a escola, participou, na sua Paróquia de São João, dos cír-culos de estudo da Associação da Juventude Católica. Com-pleta o bacharelato e entra na Fa-culdade de Direito; mas, após o iní-cio brilhante, ele mesmo diz que “é afligido por uma repentina inca-pacidade intelectual”, que o obriga

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Henri Caffarel,o homem e sua missão

Georges e Henry Caffarel na época de serviço militar1924

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a ficar em casa e trabalhar com o pai. Nos anos seguintes alternará períodos na universidade e em casa, conforme o cansaço.

Simultaneamente, frequenta a Casa dos Estudantes Cató-licos e sob a direção de Padre Roullet participa de “missões” na região de Lyon, para reanimar os grupos da “Ação Católica dos Jovens de França” - a ACJF. O Pa-dre Roullet era conside-rado um asceta, homem de grande valor e era de fato o capelão dos estudantes de Lyon; sob sua influência relatam que “os jovens se entusiasmavam e des-pertavam para a vida apostólica”.

Ao que se sabe, Henri Caffarel não deixou escritos íntimos e era reservado em confidências sobre si mesmo, principalmente sobre sua juventude e formação. É possível, com as recordações de familiares e alguns documentos, arrebanhar os longos anos que o predispuseram para a sua etapa criadora. Existem ainda algumas fontes de informa-ção e o processo de sua canoni-zação tem trazido à luz algo mais para se avançar no conhecimento de sua vida.

O ambiente familiar oferece oportunidades de reuniões e Henri é brincalhão e alegre animador quan-do quer; atua numa comédia teatral com uma das primas, que ainda se recorda do fato. Já é um líder, dom que como os demais, colocará a ser-viço de Cristo. É também apaixona-do por literatura e arte, e dedica-se,

para relaxar, à pintura; lembrar-se-á disso mais tarde, quando examinar com os diagramadores a apresenta-ção gráfica de suas revistas e livros.

Ainda antes de assumir o “cha-mado” irá cumprir o serviço

militar, em Autun, de maio a novembro de 1924. Sessen-ta anos mais tarde, escreve a um amigo: “Eu tinha escolhi-do servir num ‘batalhão dis-ciplinar’, de soldados conde-nados por infrações diversas,

para conhecer um ambiente diferente daquele da Faculda-

de de Direito”. Depois de dezoito meses de Serviço militar, volta para casa decidido a seguir sem demora o apelo de Deus.

Mas, no ano anterior – 1923, algo decisivo ocorrera; o que pare-cia um chamado não muito claro e a busca hesitante de um caminho de vida, cristaliza-se numa vocação definitiva...

Extraído do livro, inclusive as fo-tos (p. 197) “Henri Caffarel. Um homem arrebatado por Deus”, de Jean Allemand. Tradução de Gerard François Duchêne e Monique Du-chêne – Equipes de Nossa Senhora.

Paulo (da Yara) e Salma e Paulo Eq. N. S. da Esperança

São Jose dos Campos-SP

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Geo

rges e Henry Caf arel - 1909

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Por ocasião do 70º aniversário da Carta das Equipes de Nossa Se-nhora, a Associação dos Amigos do Pe. Caffarel em conjunto com a Equipe Responsável Internacional (ERI) organizou nos dias 8 e 9 de dezembro, no Collège des Berna-dins em Paris, um colóquio com o patrocínio do Cardeal André Ving-t-Trois, Arcebispo de Paris, tendo como tema “HENRI CAFFAREL - PROFETA PARA O NOSSO TEMPO – Apóstolo do Matrimônio e Mestre de Oração”.

O Colóquio foi concebido para ser: (a) um SERVIÇO À CAU-SA DE CANONIZAÇÃO do Pe. Henri Caffarel: uma maneira de fazê-lo conhecido e de anunciá--lo; (b) INTERNACIONAL: pessoas de diferentes nacionalidades con-tribuíram, alguns com seu conhe-

cimento, outros com seu testemu-nho – esse foi um ponto muito forte, em todas as atividades os participantes eram de diferentes regiões do mundo, mais uma pro-va da internacionalidade, diríamos mesmo catolicidade, do legado do Pe. Caffarel; (c) um colóquio CIENTÍFICO: pesquisadores e es-pecialistas apresentaram aprofun-damentos sobre aspectos da vida, da personalidade e da obra do Pe. Caffarel, fruto de suas pesquisas, reflexões e estudos, e (d) um coló-quio VIVENCIAL: casais e sacerdo-tes apresentaram como o legado do Pe. Caffarel é vivido por eles.

Os dois dias do Colóquio se-guiram a mesma dinâmica: duas Sessões, uma de manhã e outra à tarde. Cada Sessão, dedicada a um aspecto da vida e da obra

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Colóquio sobre Padre Caffarel(COLÓQUIO INTERNACIONAL – 8 e 9 de dezembro de 2017)

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do Pe. Caffarel, continha três con-ferências seguidas de uma Mesa Redonda com a participação de um dos conferencistas e de um casal – e eventualmente um sa-cerdote – trazendo o seu testemu-nho, respondendo a perguntas e comentando sobre clips vivenciais apresentados com o testemunho de pessoas de diferentes países. Assim, o Colóquio não foi um momento intelectual apenas, mas cheio de vida e de vivências. Ficou fortemente evidenciada a força da influência do Pe. Caffarel na vida dessas pessoas e como ele contri-buiu para a felicidade e a cami-nhada na fé de cada uma delas.

Mesmo fazendo um resumo do que foi o Colóquio, não vamos conseguir contar num único arti-go todos os seus momentos. Por isso vamos compartilhar com vo-cês nas próximas Cartas Mensais um pouco do seu conteúdo.

Vamos ao Colóquio:

A manhã do primeiro dia a Sessão inicial, da qual foram moderadores o casal Françoise e Rémy, membros da ERI, teve como tema: “Henri Caffarel, a Vocação de um Homem de Deus”.

O Padre Marcovits o.p., pri-meiro Postulador da Causa do Pe. Caffarel, apresentou a conferência “Um homem de fé”, salientando que o Padre Caffarel nunca dei-xou de falar daquele Deus que o “tinha cativado” [“Aos vinte anos, Jesus Cristo, de repente, tornou -se Alguém para mim”] e que seu único desejo era “entrar eu próprio mais na intimidade com Cristo e le-

var os outros a entrarem também nessa intimidade”. Forte é esta sua afirmação: “O Pe. Caffarel é um homem de fé. Uma impressão pro-funda que eu tive ao preparar esta intervenção, e que eu experimento agora ao lhes falar, é que eu lhes falo, é certo, do Padre Caffarel, mas sobretudo de Deus, o personagem principal de tudo. Quando eu leio os escritos do Padre Caffarel eu sou colocado imediatamente diante do mistério de Deus, diante de seu amor. Eu creio que aí está uma ca-racterística da sua [do Pe. Caffarel] santidade”.

“Nas fontes espirituais da sua vocação” foi o tema da colocação feita pelo Padre Jacinto, SCE da ERI. Pe. Caffarel teve uma grande atração pela vida monástica, de-sejo que não se realizará, mas terá uma grande fecundidade na sua vida e nas suas fundações. Cita uma resposta dada pelo Pe. Caffa-rel: “Quando lhe [ao Pe. Caffarel] perguntam se ocupar-se somente de Deus não implica em esquecer--se das questões importantes para a vida do homem e da mulher, ele responde: ‘Se eu me interesso por Deus me interesso por tudo, por-que tudo está em Deus... Eu pen-so precisamente que só os que se interessam por Deus podem dizer que se interessam por tudo’. ”

A terceira colocação, “lnspira-do por José e Maria”, foi feita pelo casal Véronique e Thierry, da Fran-ça. O Padre Henri Caffarel sempre teve uma forte devoção a Maria; ele colocou o movimento de ca-sais que fundou sob a proteção de Nossa Senhora – em Lourdes,

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1954, as Equipes de Nossa Senho-ra foram consagradas à Virgem Maria, afirmando que “o Movi-mento é entregue a Maria e por ela a Deus”. Eles salientaram qual seria a verdadeira devoção a Ma-ria que o Pe. Caffarel esperava dos equipistas:

“O Pe. Caffarel deseja que cada casal se entregue à poderosa ternura da Virgem e que cada casal experimente a confian-ça e a segurança que habita o coração das crianças quando a sua mãe está ali; para ele [Pe. Caffarel] os corações se manterão humildes, as equi-pes serão protegidas contra o intelectualismo e o espírito de crítica e o amor fraterno rei-nará pois é isto que acontece sempre quando a mãe está no meio de seus filhos”.

Na Mesa-Redonda que se se-guiu participaram o Pe. Marcovits e o casal Bernadette e Sylvestre, do Togo (foram responsáveis da Super-Região África Francofôni-ca). Os clips apresentados vieram da Colômbia [um SCE, “Ele nos deu Deus”], dos Estados Unidos [um casal, “A contemplação de José e Maria”] e da França [Marie--Hélène Mathieu, fundadora com Jean Vanier do Centro Cristão de Pessoas Deficientes em 1963 e do movimento Fé e Luz em 1971, muito ligada ao Pe. Caffarel].

Diante da afirmação “o Pe. Caffarel é alguém que está vivo”, termi-nando essa primeira sessão o Pe. Marcovits diz: [O Pe. Caffarel] “está vivo e é alguém que nos fala e que nos ensina. Quando nós lemos os textos do Pe. Caffarel, quando nós escutamos sua voz, somos tocados na nossa fé e na nossa relação com Deus e é por isso que ele está vivo. Nós estamos vivos e ele vem se jun-tar a nós no mais profundo de nós mesmos, na mais profunda relação que nós temos com o Senhor.

Eu acrescentarei que ele está vivo porque ele nos ensina e nos instrui. E se nós desejamos a bea-tificação e a canonização do Pe. Caffarel é por causa da [sua] men-sagem sobre o matrimônio, sobre a viuvez e sobre a oração para o povo cristão, para as pessoas, não somente para a glória do Senhor, o que é muito bom, mas de fato é para a instrução do povo cristão”.

Na próxima Carta Mensal traremos a segunda Sessão, cujo tema é “HENRI CAFFAREL, FUNDA-DOR NA IGREJA”.

Vicélia e MagalhãesSRB - CR Canonização do

Padre Caffarel

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Durante o ano de 2018, somos convidados a refletir com profundo amor sobre a oração do Rosário. A cada Carta Mensal teremos a meditação de um dos quatro mistérios que o compõem. Antes, porém, oferecemos com humildade, esta breve reflexão, como introdução ao Rosário, lembrando que: “A oração de cada um pertence a todos, unida a uma oração ainda maior: quando Jesus reza em teu coração, e apoiada por Maria que intervém em nosso favor com sua materna intercessão.

O Rosário da Virgem Maria, que ao longo dos tempos foi se formando se-gundo os desígnios de Deus, é uma ora-ção muito amada pelos santos, estimu-lada pelo magistério da Igreja, querida e rezada pelo povo de Deus. É ao mesmo tempo meditação e súplica. Com simplici-dade e profundidade produz muitos frutos de santidade.

Temos urgência de rezar a Deus pedindo ao mundo o dom da paz. O Rosário é, por natureza, uma oração orientada para a paz, precisamente porque consiste na contemplação de Cristo, príncipe da paz, porque Ele é a nossa paz (Ef 2, 14). Além disso, devido ao seu caráter me-ditativo com a serena sucessão das “Ave Marias”, exerce uma ação pacificadora sobre quem o reza, preparando-o para experimentar no mais íntimo de si mesmo e a espalhar ao seu redor a paz verdadeira.

Outrora, esta oração era particularmente amada pe-las famílias cristãs e favorecia certamente a sua união. É preciso não deixar perder esta preciosa herança. A implo-ração insistente da Mãe de Deus apoia-se na confiança de

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O ROSÁRIO,Mistério de Cristo, “Mistério” do Homem

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que a sua materna intercessão tudo pode no coração do Filho.

Ao rezarmos os mistérios do Rosário vimos que seguindo o ca-minho de Cristo, o homem refaz também o seu próprio cami-nho. Não somente refaz, mas também se redime, pois ao contemplarmos os mistérios da alegria, meditando o nascimen-to de Jesus, compreen-demos o verdadeiro valor da vida. Olhando para a fa-mília de Nazaré, nos abrimos para a san-tidade da família segundo o projeto de Deus. Acompa-nhando Jesus, na sua vida pública, através dos mistérios da luz, ilu-minamos o caminho de nos-sa peregrinação para Deus. E no mistério da dor, a grande lição de amor: Amou-nos até o fim. O amor que salva. E nos misté-rios gloriosos, acompanhando a glória de Jesus e da Virgem Ma-ria, vislumbramos o designo de Deus para cada um de nós. Pode-mos dizer que cada mistério do Rosário, bem meditado, ilumina o mistério da vida humana. Aju-dando-nos nas nossas necessida-des espirituais e temporais.

A Ave-Maria é a homenagem mais agradável que fazemos á mãe de Deus. (Sto. Afonso Maria de Ligório). Ela é a oração dos sim-ples e dos santos. Consolo para os doentes, momento de oração

privilegiado para os casais e tempo

de graças para nossas co-munidades cristãs.

O que é preciso para rezar bem o Rosário?

Para bem rezá-lo não há necessi-dade de gosto,

nem de consola-ção, nem de suspiros,

nem de lágrimas. São sufi-cientes a fé pura e a boa intenção. (São Luis de Montfort)

Com a certeza de que a oração do Rosário atrairá sobre todos, as bênçãos de Deus e a proteção de

Nossa Senhora, os guardamos em oração.

(Fontes de pesquisa: Carta Apostólica Rosarium

Virginis Mariae, Do Sumo Pontífice-

João Paulo II)

Goretti e MoacirCasal Intercessor Nacional

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Entre 8 e 9 de dezembro, realizou-se no Collège des Ber-nardins em Paris um Colóquio Internacional sobre o tema “Henri Caffarel, profeta para o nosso tempo, apóstolo do matri-mônio e mestre de oração”. Por que este segundo colóquio ape-nas alguns anos depois do ante-rior, organizado em 2010 pela As-sociação dos Amigos do Padre Ca-ffarel? A razão é simples: o Padre Palleri, o postulador em Roma da causa do Padre Caffarel desde que o dossiê foi entregue no Vaticano (dossiê do qual o Padre Marcovits passou a ser o relator pensou que seria bom para o avanço da causa salientar a universalidade do pen-samento do Padre Caffarel. O pri-meiro colóquio tinha-se centrado no homem, no seu lugar no sécu-lo e na espiritualidade conjugal, tendo sido pouco evocada a sua irradiação internacional.

A Tó e o Zé Moura Soares, Res-ponsáveis da Equipe Internacional das Equipes de Nossa Senhora (ERI), e a Associação dos Amigos do Padre Caffarel, conscientes da importância da questão, concor-daram em aceitar este desafio da internacionalidade. O resultado esteve, segundo o conjunto dos participantes, à altura do desa-fio. Todos os correspondentes da Associação no estrangeiro, bem como os responsáveis das Supra--Regiões e das Reuniões direta-mente ligadas à ERI, marcaram

presença em resposta ao convite. Os intervenientes eram de nacio-nalidades muito diversas: france-ses, portugueses, colombianos espanhóis, africanos, italianos, bri-tânicos, americanos, canadenses...

Além disso, em cada sessão foram apresentados vídeos para mostrar como cada um daque-les países se tinha apropriado do carisma fundador do nosso Mo-vimento; aos vídeos seguiram-se mesas redondas em várias línguas. A transmissão direta do conjunto das sessões, permitiu que os equi-pistas do mundo inteiro partici-passem deste acontecimento, o que contribuiu para a repercussão internacional do colóquio.

Foi muito comovente ver e sentir em todos os equipistas reunidos a grande fraternidade, a grande alegria e o grande en-tusiasmo suscitados pela estima ao Padre Caffarel. Quantas graças recebidas através dos vários teste-munhos! Quanta emoção perante a fé inquebrantável de um casal brasileiro confrontado com a pro-vação de uma doença muito inca-pacitante!

A escolha das datas de 8 e 9 de dezembro não foi ao acaso. Efeti-vamente, a 8 de dezembro de 1947 era promulgada a “Carta das Equi-pes”. Era, portanto, o 70º aniver-sário deste documento fundador das Equipes. Este aniversário foi dignamente celebrado numa missa

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Um Colóquio Internacionalcorreio da ERIcorreio da ERI

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presidida por

Mons. de Moulins-Beaufort, bispo auxiliar de Paris, na igreja Saint-Augustin, a paróquia do Padre Caffarel. A missa foi con-celebrada por conselheiros espiri-tuais do mundo inteiro. Este belo momento da Igreja terminou com um tempo de convívio e partilha organizado pela Super-Região França-Luxemburgo-Suíça.

Para o dia seguinte tinha-se proposto a todos os correspon-dentes, responsáveis e interve-nientes que o desejassem uma peregrinação a Troussures, a casa no interior que acolheu nosso fun-dador. O Padre Marcovits, redator da causa de canonização do Padre Henri Caffarel, preparou uma pe-quena celebração com leitura de textos redigidos por aquele que foi um apóstolo do matrimônio e um mestre de oração, e o que se seguiu foi uma bênção!

Apesar do frio, do vento e da chuva, o recolhimento e a emoção dos participantes foram intensos.

Depois de uma rápida visita à Casa de

Oração de Troussures, onde o Padre Caffarel passou os últimos anos da sua vida, os equipistas dirigiram-se a Massabiel, a Casa do Casal, onde Antoine e Thérèse Leclerc, responsáveis da Super-Re-gião França-Luxemburgo-Suíça, os convidaram a partilhar uma re-feição festiva antes de terminar o dia com uma Eucaristia presidida pelo Padre Jacinto Farias, Conse-lheiro Espiritual da Equipe Res-ponsável Internacional. Chegada a hora de se separarem, os “até a vista” foi uma despedida de ir-mãos em Cristo.

Resta-nos agora rezar diaria-mente em nossa casa, na nossa equipe, no nosso país a belíssima oração pela canonização do Padre Henri Caffarel.

PS: Para quem desejar seguir o colóquio na íntegra, basta acessar o site www.henri-caffarel.org

Rémi e Françoise GausselCasal Responsável

Comunicação Internacional

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Nas viagens que tenho feito a serviço do Movimento, tem

sido para mim muito confortante encontrar tantos equipistas que me reconhecem, porque o meu rosto e o meu pensamento lhes são familiares, pelas fotografias e pelas mensagens que vos tenho enviado regularmente no Correio da ERI. Esse reconhecimento é para mim muito estimulante para continuar a escrever estas men-sagens, que se inserem no meu serviço sacerdotal de animar e de confirmar os irmãos na fé. No nosso caso confirmar e animar na fé para mim é ajudar-vos a man-ter o zelo em viver em fidelidade criativa o carisma e a espirituali-dade do nosso Movimento: viver a santidade do sacramento do matrimônio. Mas este carisma e esta mística não podem ser vistos como se se tratasse de um título de propriedade ou de uma pa-tente que o nosso Movimento e a Igreja tivessem sobre este modo de viver o matrimônio. Nós não somos proprietários: somos servos deste mistério. Temos o serviço e a missão de dar testemunho da dignidade do matrimônio “natu-ral”, pois o sacramento baseia--se nas propriedades naturais do matrimônio, ou seja, pressupõe a dignidade antropológica do matri-mônio enquanto tal. Ora as pro-priedades naturais do matrimônio são a unidade e a indissolubilida-

de: todo o matrimônio entre um homem e uma mulher (unidade) é por natureza indissolúvel (indis-solubilidade), até que a morte os separe. Diz-se “natural”, porque é independente da cultura ou da religião que se professe. Tem uma dignidade antropológica tal que é a base natural do sacramento cris-tão. Na sua dignidade natural, o matrimônio está inscrito na natu-reza humana e por isso “não está ao arbítrio da vontade humana”, como ensina o Concílio Vatica-no II (GS 48). Se celebrado entre cristãos, torna-se sacramento, ou seja, sinal de Cristo e da Igre-ja: “Grande é este mistério, digo a respeito de Cristo e da Igreja” (Ef 5,32).

Viver e testemunhar este mis-tério, aqui está o nosso carisma e a nossa missão. Toda a pedago-gia do Movimento, expressa nos “pontos concretos de esforço”, constitui um método, uma “re-gra” para ajudar os casais a vive-rem o seu matrimônio na santida-de. A nossa missão consiste em ir-radiar este mistério para a Igreja e para o mundo, missão tanto mais necessária quanto vivermos num ambiente adverso. Em resposta às doutrinas professadas especial-mente por Lutero [1483-1546], o Concílio de Trento [1545-1563] declarou como dogma que o ma-trimônio é um dos sacramentos

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Viver em fidelidade criativa

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instituídos por Nosso Senhor Je-sus Cristo (DS 1601) e indicou as condições formais e materiais se-gundo as quais deve ser celebra-do, sobretudo para ir de encontro a uma verdadeira praga social naquele tempo, os «matrimônios secretos» (cf. DS 1813-1814).

Como Equipes de Nossa Se-nhora, a nossa missão consiste em proclamar que este ideal do ma-trimônio cristão, como caminho de santidade, não é propriedade exclusiva dos católicos. Nós não temos nenhum título de proprieda-de. Nós somos en-viados, como pede o Papa Francisco, a testemunhar que o modo cristão de viver o matrimô-nio corresponde ao que todos os homens anseiam no fundo do seu coração, e que, por conseguinte, é caminho de alegria e de felicidade para o homem de hoje.

Todos reconhecemos que viver a santidade do matrimônio exige dos casais “uma virtude notável” (GS 49), um elevado grau de he-roísmo. No entanto, longe de nós pretendermos apresentar-nos como heróis. Vale também para nós a exclamação dos discípulos: “Se assim é a condição do homem perante a mulher, não é conve-niente casar-se” (Mt 19,10)! Mas igualmente válida é a resposta do Senhor: “O que é impossível ao homem, não é impossível a Deus”

(Mt 19,26)! Para que a impossibili-dade se torne possível é que o nos-so Movimento nos oferece meios que nos ajudam a alcançá-la, os pontos concretos de esforço, dos quais tenho particularmente in-sistido na importância da oração conjugal e do dever de sentar-se.

Neste ano em que nos pre-paramos para Fátima, peçamos a Nossa Senhora a graça da fideli-dade ao nosso carisma e à nossa missão, e que ela interceda sempre por nós, agora e na hora da nossa morte, as duas grandes horas de-

cisivas da nossa vida. Que ela nos indique sempre o caminho cer-to a percorrer, o que havemos de fazer, como aos criados nas Bodas de Caná: “Fazei o que Ele vos disser”

(Jo 2,5)! E assim havemos de sa-borear o vinho novo da bondade e da santidade do matrimônio, como fonte de felicidade e de esperança para a Igreja e para o mundo de hoje.

Saúdo-vos cordialmente, invo-cando para todos vós e às vossas famílias as mais abundantes graças e bênçãos de Deus.

Pe. José Jacinto F. de Farias, scj

Conselheiro Espiritual da ERI

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As propriedades naturais do matrimônio são a unidade e a indissolubilidade:todo o matrimônio entre um homem e uma mulher (unidade) é por natureza indissolúvel

(indissolubilidade), até que a morte os separe.

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Ser leigo e leiga não sig-

nifica ser incapaz de realizar alguma função, mas,

ao contrário, os leigos(as) são todos os fiéis que foram incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos Povo de Deus.

Caríssimos casais equipistas em comunhão com toda a Igreja no Brasil estamos celebrando o “Ano do Laicato”, cujo início se deu no dia 26 de novembro de 2017, Sole-nidade de Cristo Rei, e se encerrará no dia 25 de novembro de 2018. O tema escolhido para animar a místi-ca do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Conforme as profundas e objetivas palavras do presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, Dom Severino Cla-sen, Bispo de Caçador (SC), “no Ano do Laicato pretende-se traba-lhar a mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo. Isto leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho, onde estiver vivendo”. Sendo assim, ao longo desse ano dedicado aos fiéis cristãos, leigos e leigas, aborda-remos em cada Carta Mensal, um aspecto fundamental sobre a missão dos leigos na Igreja e no mundo.

Partamos o nosso estudo acer-ca da etimologia da palavra leigo. Antes porém, vejamos o que em

geral as pessoas querem dizer quan-do usam a palavra leigo. Percebe--se que normalmente quando uma pessoa se sente despreparada, inca-paz de realizar alguma função, diz “ah!, eu sou leigo”. Nesta linha de raciocínio, se concluir que o leigo é alguém incapaz de desempenhar uma função determinada e, assim, traduz equivocadamente o sentido próprio e especifico do termo leigo. Logo, é de suma importância partir da etimologia da palavra leigo para uma adequada compreensão do seu significado, sobretudo em ambiente eclesial. Sabemos também que as variações conceituais no decorrer da história contribuíram significativa-mente para o processo de maturida-de e codificação do papel dos fiéis leigos e de sua identidade secular.

O termo leigo deriva da palavra grega λαϊκός, do latim laicus, referin-do-se àquele que pertence ao povo. Filologicamente, o termo λαϊκός é derivado do adjetivo substantivado λαός, que significa povo. É impor-tante notar que, no mundo greco--romano, a palavra λαός indicava o povo em oposição aos governantes. No Antigo Testamento, a palavra λαός era usada somente com refe-rência explícita ao Povo de Deus, ou seja, a parte do Povo de Deus dis-tinta dos que governavam, daque-les que exerciam função religiosa de sacerdotes, levitas ou profetas. Desse modo, era demonstrada a compreensão sobre os leigos.

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Ano do Laicatoigreja católica

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Segundo os estudos de Ignace de la Potterie, a palavra λαός1, mais o sufixo ϊκός, tem uma função clas-sificadora. A palavra leigo se aplica àquele que pertence ao λαός, indi-cando, desse modo, a condição jurí-dica dele, de uma categoria oposta a uma outra categoria no interior da comunidade, entendendo-se que a categoria jurídica da pessoa é de-terminante no exercício da própria função. Ainda sobre o uso bíblico do termo leigo, no Antigo Testa-mento, é importante considerá-lo em referência ao Povo de Israel em oposição a etné (gentes). Neste sen-tido, Potterie entende que o uso da palavra λαός provém do uso de laicus na tradição judaica cristã. O adjetivo λαϊκός não se encontra na tradução dos LXX, e, portanto, é muito significativo que os traduto-res hebreus do II século d.C., Aqui-la, Simmaco e Teodozione, perce-beram a necessidade de introduzir o termo helenístico λαϊκός. Três são os textos bíblicos do Antigo Testa-mento, nos quais se encontram a terminologia λαϊκός: 1Sm 21,5; Ez 22,26 e Ez 48,15.

Quanto ao Novo Testamento o termo λαϊκός não ocorre nenhu-ma vez, fundamentalmente são retomadas as categorias do Anti-go Testamento. Os que forem re-generados pela ação do Espírito Santo constituem a raça eleita, o sacerdócio régio e a nação santa. Aqueles “que antes não eram povo, agora são Povo de Deus” (1Pd 2,10). Em outras palavras, aqueles que antes eram o etné, agora são o

λαός. Os membros da comunida-de cristã são denominados como discípulos, irmãos, santos, eleitos.

A novidade do Povo de Deus é de ter sido convocado pelo Pai por meio de Cristo e, no batismo, ter sido incorporado pelo Espírito para formar um só corpo. Como Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, em vista da sua missão, assim o fiel cris-tão recebe a unção do Espírito que o torna Igreja, capacitando-o para o exercício de sua função e missão no mundo. A ideia central do Novo Testamento é que os fiéis cristãos formam o Povo de Deus pela ação do Espírito, que os incorporaram a Cristo, pois esta é a novidade cris-tã: a participação dos fiéis leigos por meio do batismo na ação mis-sionária da Igreja, ou seja, ser um membro do Povo de Deus implica ser um cristão, significa ser leigo.

Essa significativa valorização da novidade cristã, que faz de todos os membros uma comunidade de fiéis, não exclui, no Novo Testamento, o testemunho de uma rica variedade

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1 - Cf. I. de la Potterie, Origine e significato primitivo del termine laico, in I. de la Potterie - S. Lyonnet (curr.), La vita secondo lo Spirito condizione del cristiano, Roma 1971, p. 15-34.

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de carismas e ministérios. A unidade do Povo de Deus e a partilha de uma mesma dignidade não anulam a rica e variada articulação realizada pelo Espírito no âmbito do Corpo de Cris-to, que é a Igreja: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; di-versidade de ministérios, mas o Se-nhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que rea-liza tudo em todos” (1Cor 12, 4-6).

A concepção eclesial predomi-nante no Novo Testamento privi-legia a dimensão comunitária. Ao lado da organização hierárquica, que gradualmente se afirma, per-manece na Igreja uma grande diver-sidade de ministérios, e, de modo particular, dois fatos levam a eviden-ciar a unidade muito mais que as diferenças internas. O primeiro de-les refere-se ao fato dos cristãos se sentirem hostilizados e perseguidos; o segundo refere-se à necessidade de evidenciar, diante de os demais, a novidade cristã. Com isso, refor-ça-se a própria identidade em con-traposição ao mundo circunstante. Nesse período, embora fosse clara a consciência da diversidade de minis-térios, tudo convergia-se primordial-mente para o ponto central que é a unidade no interior da comunidade. A tensão está no exterior, na relação com o gentio e com o perseguidor, que deve ser evangelizado.

Se por um lado no mundo gre-co-romano, a palavra λαός indicava o povo em oposição aos governan-tes, por outro lado, nas Sagradas Escrituras, a condição jurídica dos fiéis leigos, de um ponto de vista terminológico e semântico, signifi-cava um membro do Povo de Deus;

distinto da hierarquia no interior da comunidade; com um posiciona-mento determinado em relação ao mundo profano.

Nos escritos eclesiásticos, o termo leigo (λαϊκός) aparece pela primeira vez por volta do ano 95, na Epístola aos Coríntios do Papa Clemente Ro-mano: “Ao sumo-sacerdote foram confiadas funções particulares, e aos sacerdotes um lugar próprio, aos le-vitas serviços determinados; o leigo está ligado pelas ordenações destina-das aos leigos”. O termo leigo é apli-cado à pessoa e não a coisas, como vinha usado na versão grega da Bí-blia e nos papiros helenísticos, que antecederam a era cristã. O termo leigo é usado neste contexto para distinguir funções e serviços, através de uma classificação de categoria de pessoas que é diversa da categoria dos sumo-sacerdotes e dos levitas. Desse modo, Clemente conserva a ordem estabelecida por Deus na Igreja, segundo a qual cada um deve cumprir uma função diversa e com-plementar no interior da Igreja. Com isso, Clemente recorre à imagem da Igreja como um corpo, que possui muitos membros, mas cada um tem uma missão específica para a edifica-ção da Igreja Corpo de Cristo.

É neste contexto, final do século I, que o Papa Clemente Romano, para indicar aqueles que pertenciam ao Povo de Israel, isto é, os leigos, clas-sificava-os como aqueles que não são nem sacerdotes, nem levitas. Portanto, os leigos são os cristãos que não recebiam a ordem sacra. Do mesmo modo Clemente Ale-xandrino qualificou a condição dos leigos como não clérigos. Na carta

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a Diogneto, é afirmado que assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo.

A palavra Christifidelis correspon-de à palavra fiel cristão, a qual deriva da palavra fidelis, que, desde as ins-crições dos primeiros séculos, o ter-mo indicava os cristãos que haviam recebido o batismo e, além disso, esse vocábulo era usado para distin-guir os batizados dos catecúmenos. Para uma exata compreensão acerca dos sujeitos no ordenamento jurídico da Igreja, torna-se imprescindível dis-tinguir o significado dos termos fiel e leigo. O primeiro é genérico e desig-na a quantos se integram ao Povo de Deus; o segundo é específico e de-signa os que competem a uma de-terminada função na vida da Igreja.

A expressão leigo ou fiel cristão indica a pessoa a quem se atribui deveres e direitos como missão ou

função. Portanto, ser leigo e leiga não significa ser incapaz de realizar alguma função. Os leigos(as) são todos os fiéis que foram incorpora-dos em Cristo pelo batismo e cons-tituídos Povo de Deus, participam a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, realizam na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a mis-são de todo o povo cristão e que não re-ceberam uma ordem sacra ou abraçaram o estado religioso aprovado pela Igreja.

Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho* SCE das Equipes 11, 16 e 20

Diocese de Araçatuba-SP [email protected]

*Mestre em Missiologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma

Mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

É o dia em que celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jeru-salém para os grandes momentos redentores da humanidade. Como nos diz a Escritura: “entrou na ci-dade montado num jumentinho” com olhar fixo sobre a cidade. O povo que conhecia os grandes feitos, milagres e ensinamentos, esperava que Ele fosse aclamado Rei e Senhor da História. Parte da multidão estendeu seus mantos ou vestes pelo caminho, outros cortavam ramos das árvores e es-

palhavam por onde Jesus devia passar. Seus cantares: “Hosana ao Filho de Davi” e “Bendito o que vem em nome do Senhor” ainda ressoam aos nossos ouvidos.

“Montado num jumentinho” nos deixa muito claro que veio em sua humildade para ser o liberta-dor do pecado que é a raiz de to-dos os males. Entrar na Jerusalém dos patriarcas e dos reis é a expres-são de sua pequenez terrena, pois é Rei do Reino eterno e universal.

Domingo de Ramos

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Os ramos significam a vitória como Filho de Davi e nos fazem lembrar que somos batizados, fi-lhos de Deus, membros de Cristo e participantes da Igreja. Os ramos bentos que levamos para casa, após a procissão e a missa, lembram que estamos unidos em Cristo pela sal-vação do mundo e libertação do pecado e de outros males.

A procissão nos lembra que somos uma Igreja peregrina e mis-sionária que caminha com Cristo

ao encontro de tantos que devem receber a Boa Nova. Juntos trilha-mos o caminho do eterno. Nós estamos de passagem neste mun-do e Jesus veio caminhar conosco para a casa do Pai.

A entrada triunfal é também anúncio de intenso sofrimento de Jesus pela recusa de seus en-sinamentos e acolhida que fazia a tantas pessoas que, no momento extremo, lhe deram as costas e o abandonaram. Os que o aclama-vam estavam iludidos, pois: “o seu Reino não é deste mundo”, mas “é um Reino eterno, univer-sal, de justiça, paz e amor”.

O Domingo de Ramos nos en-sina que a luta de Cristo, da Igreja e nossa é contra o pecado e pela dignificação de cada pessoa. En-sina que devemos despir-nos de nossos interesses e conveniências e revestir-nos do espírito de ver-dadeiros peregrinos. Nos ensina a seguir o Cristo, renunciar aos nos-sos caprichos e morrer como um grão de trigo para produzir frutos em abundância. Ensina ainda a assumir a própria cruz e a cami-nhar com Cristo.

Assim, o Domingo de Ramos é o portal de entrada da Semana Santa para caminhar com Cristo pelo caminho do sofrimento e morte para a Ressurreição.

Pe. Remi MaldanerSCER Rio Grande do Sul I

Província Sul III

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No dia 8 de dezembro passa-do, dia da Imaculada Conceição de Maria Santíssima, ocorreu em Paris, na Paróquia de Santo Agostinho (Église Saint-Augustin) a celebração dos 70 anos da Car-ta das Equipes de Nossa Senhora. Padre Caffarel, sentindo a neces-sidade de estabelecer algumas diretrizes para o Movimento que nascia e crescia rapidamente, es-creveu pessoalmente as grandes linhas das regras sob a qual deve-ríamos viver e após, com o auxílio dos casais dirigentes da época, foi transformada na Carta (La Charte des Équipes Notre Dame), ou os nossos Estatutos.

A Missa aconteceu durante a realização do 2º Colóquio Inter-nacional sobre o Padre Caffarel,

realizado nos dias 8 e 9 de de-zembro.

Esta imponente igreja católica em elementos de arquitetura gó-tica e românica foi concluída na segunda metade do século XIX e, desde 1993, é tombada como pa-trimônio mundial pela ONU.

Como é de nosso amplo co-nhecimento, Padre Caffarel foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia de Santo Agostinho em março de 1942, em plena Segun-da Guerra Mundial, e nessa missão permaneceu até 1980.

A Santa Missa foi presidida pelo Monsenhor Éric de Moulins-Beau-fort, Bispo Auxiliar da Arquidio-cese de Paris, e concelebrada por mais dois bispos eméritos, os quais conviveram com Padre Caffarel,

vida no movimento

Super-Região BrasilMissa em Celebração aos 70 anos

da Carta das Equipes de Nossa Senhora

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e mais cerca de 30 padres conse-lheiros espirituais.

A homilia foi toda centrada na figura especial do Padre Caffarel, em uma homenagem sincera e for-te ao nosso querido fundador, ho-mem visionário que, como disse o Cardeal Arcebispo de Paris à época de sua morte, “era um homem ar-rebatado por DEUS”.

A igreja, que é enorme, estava completamente lotada, pois, além dos inúmeros participantes das

diversas partes do mundo que es-tavam em Paris para participar do Colóquio, também compareceram muitos equipistas franceses e euro-peus. Do Brasil estávamos presen-tes em quatro casais e três padres.

Após a Missa, os equipistas da França ofereceram um lanche comunitário a todos os presentes, num momento muito rico de con-fraternização e convivência.

Hermelinda&ArturoCR Super-Região

PROVÍNCIA NORDESTE IEEN - Região Paraíba

Há dois anos estamos no Mo-vimento das Equipes de Nossa Se-nhora e somos membros da Equipe Nossa Senhora das Graças, do Se-tor Santa Luzia A. Após concluir-mos a primeira etapa da Pilotagem, fomos agraciados com a oportuni-dade de vivenciar o EEN, que ocor-reu nos dias 4 e 5 de novembro de 2017, no Convento Ipuarana, na cidade de Lagoa Seca-PB. Esse en-contro foi fundamental para fechar o ciclo da Pilotagem e renovarmos o sim dado ao Movimento.

Tivemos um final de semana muito além das nossas expectati-vas, em que cada momento e cada

palestra foram uma ampliação do nosso conhecimento dentro do Movimento, conhecendo-o em detalhes, amando-o e nos sentin-do cada vez mais fortalecidos na decisão tomada e na certeza do chamado de Deus para trilharmos o caminho que nos é solicitado.

Tudo estava perfeito. Desde a acolhida já era visível o prazer nos rostos daqueles que ali tra-balhavam. Os 50 casais que se fizeram presentes compartilha-vam de uma imensa alegria. O ambiente perfeito e acolhedor, tudo era providência divina, uma verdadeira bênção em nossas

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vidas. Quando iniciamos o encon-tro em si, tudo era um mistério, mas a nossa evolução a cada módulo era surpreendente. Cada melodia nos levava ainda mais a abrirmos nossos corações. Fizemos muitos amigos e isso foi imensamente grati-ficante. Fomos surpreendidos em diversos momentos e isso tor-nou ainda mais mágico esse final de semana. Mas nada foi mais emocionante do que a Celebração Eucarística onde firmamos nosso Compromisso, conscientes do que estávamos fazendo. Esses dias ja-

mais serão esquecidos, pois o EEN foi um momento ímpar em nossa caminhada e que ficará guardado para sempre em nossos corações.

“Eu amo os que me amam, e os que madrugam à minha procura logo me encontrarão” (Provérbios 8,17).

O Poderoso fez em mim mara-vilhas e santo é o seu nome!

Michelle e DênysEq. 09 A - N. S. das Graças

Santa Luzia-PB

PROVÍNCIA NORDESTE I I

Encontro Novo Fôlego

Região PE - 1Um Novo Fôlego... Um Novo Im-

pulso!Este encontro nos levou a refletir

sobre o caminho percorrido, nos fez voltar às origens, foi preciso parar e refletir.

Diante de tudo que recebemos na Formação Novo Fôlego, saímos com um propósito, um novo ânimo.

Em 1957 na sua primeira vi-sita ao Brasil, Pe. Caffarel fez um questionamento às equipes: “Onde estamos? Aonde que-

remos chegar?” Não importa o caminho a seguir, se não sabemos o que queremos. Quais frutos estou produzindo no Movimento? Este questionamento é muito pertinente para o momento que nossa equipe está vivendo.

Identificamos a necessidade de despertar a equipe para o Espírito Santo, para um novo Pentecostes!

É hora de renovar. A ordem é co-meçar uma nova etapa, um caminho novo, refletir sobre o compromisso de fé em casal e nos abrir para novas perspectivas.

Como? Através de uma re-pilota-gem, onde vamos abordar o espírito de pertença, compromisso, ajuda mú-tua, folha de resposta, auxílio também para o conselheiro espiritual. Tudo isso à luz do Espírito Santo.

Necessitamos clamar pelo Espírito Santo.

Sem Ele nada podemos fazer, mes-

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mo tendo sido formado por Jesus, precisamos do Espírito Santo para fa-zer nova todas as coisas.

Nem tudo é desânimo.Nem tudo é falta de compromisso.Por isso viemos buscar um Novo Fôlego...

“O teu amor sem exigência me di-minui, a tua exigência sem amor me revolta; O teu amor exigente me en-grandece” (Pe. Henry Caffarel).

Tânia e Amaury / Cibelle e Marcílio / Janayna e Dimas

Eq. 10 N. S. da Assunção de MariaOlinda-PB

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PROVÍNCIA CENTRO-OESTE

Formação PermanenteEncontro Novo Fôlego

A Equipe 5, com 31 anos de vida e atualmente com seis casais, pertencente ao Setor C da Região Brasília III foi con-vidada a participar do ENF nos dias 11 e 12 de novembro de 2017. Este encontro de formação permanente foi idealizado para equipes com mais de 10 anos de existência. No primeiro dia, por motivo de doença, apenas um casal não esteve presente, porém no dia seguinte, todos os casais da equipe participaram.

A Igreja sempre foi conduzida pelo Espírito Santo. Para nós, participando desse encontro, da maneira como foi con-

duzido e pelo nome “ENCONTRO NOVO FÔLEGO”, tivemos a certeza da inspiração do Espírito Santo.

O encontro teve como objetivo prin-cipal refletir sobre o caminho percorrido e projetar o caminho a percorrer.

Os momentos durante o encontro fo-ram de muita reflexão, porém, com muita leveza e descontração. As palestras moti-vadoras foram por meio de testemunhos muito ricos que nos levaram a fazer uma análise sobre a caminhada da equipe, o que nos trouxe uma nova motivação.

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Enfim, a participação no encontro foi de muita valia para a equipe, foram momentos de grande aprendizado, momento de confraternização, alegria, reencontro.

Agradecemos de coração o convite fei-to e podemos dizer que o encontro foi uma bênção de Deus para nós. Muito obrigado.

Sônia e EiytiEq. 5 Setor C Região Brasília III

ENF - REgião MiNas V - DiViNópolis

PROVÍNCIA LESTE

UMA TEMPESTADE DE BÊNÇÃOS“A vida da equipe que deve ser

repensada sem cessar, para que seja uma equipe original... se quereis que a vossa equipe seja viva e dinâmica, que ela tenha uma personalidade própria” (Pe. Caffarel).

Foram tempestuosos, o sábado e o domingo, dias 21 e 22 de outubro de 2017, em Divinópolis, Minas Ge-rais. Não que ventasse ou que choves-se “lá fora”. Ventou e choveu foi no nosso coração de equipistas. É nele que bateram o sopro e as águas, vin-dos do Espírito Santo e de Jesus, que nos encontrou doentes à margem do tanque de Betesda. O ar veio para en-cher, de novo, os nossos “pulmões” e nos dar novo alento e as águas vie-ram para nos lavar profundamente e curar-nos das nossas mazelas, do nosso comodismo e da nossa falta de compromisso. E abundou, também,

o pão, ora nas refeições partilhadas, ora nas celebrações eucarísticas, dan-do-nos forças e restabelecendo o nos-so corpo e a nossa mente para a “co-ragem”, que é o desejo de tudo fazer com o coração.

O que dizer da organização impecá-vel do encontro, do empenho dos or-ganizadores, do ambiente agradável, da acolhida? O que dizer da alegria e do entusiasmo dos casais que trou-xeram de outras Betesdas (Varginha, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Lagoa Santa), as suas contribuições, parti-lhando conosco as suas experiências? O que dizer da riqueza das celebrações eucarísticas e das pregações do con-selheiro espiritual que acompanhou com presteza o Encontro e da sua pa-lestra sobre a AMORIS LAETITIA? Tudo a dizer. Tudo de bom! Tudo para nos lembrar do que nos conclama Jesus: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”

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(Jo. 5, 2-9). A todos eles a nossa gratidão. Que Deus lhes recompense por tudo.

E terminado o encontro perma-nece o refrão: “Novo fôlego, novo fôlego/ novo fôlego Jesus vem nos dar. Impulsione, Senhor, nossas vi-das para sempre seu amor testemu-nhar”. Fica o desejo de que esse ar, essas águas e esse pão continuem sendo, para nós, individualmente e como equipe, os elementos que

iremos buscar permanentemente. É deles que devem vir o nosso respi-ro, o nosso banho curador e o nosso alimento fortificador. Agora nos sen-timos reanimados para levantar, to-mar a nossa cama e continuar a nossa caminhada rumo à santidade. As-sim seja.

Neca e MagelaRegião Minas V - Divinópolis-MG

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PROVÍNCIA SUL I IEncontro Novo Fôlego

Nos dias 11 e 12 de novembro par-ticipamos do Encontro Novo Fôlego (ENF), na cidade de São Carlos, inte-rior do estado de São Paulo. Foi de grande riqueza retomarmos a nossa vida de equipe e a partir daí, renovar-mos o nosso compromisso de amor e fidelidade ao Movimento, como casal e como equipe. O desejo de trilharmos um caminho em busca da santidade nos impulsionou para que abríssemos o coração e tomássemos um Novo Fôlego para prosseguirmos na nossa caminhada.

Durante o encontro, foram pro-porcionados momentos de reflexão em que pudemos rever assuntos importantes para a nossa formação, além de oportunidades de conhecer-

mos casais de outros setores e, atra-vés de reuniões mistas, construirmos pontes e nos enriquecermos com a troca de experiências vividas na famí-lia e no Movimento pelos casais. Es-sas experiências e vivências também foram mostradas através de paródias e dramatizações que foram apresen-tadas pelas equipes criando um clima de descontração e amizade.

Saímos do Encontro com um “Novo Fôlego”, muito agradecidos, especialmente a Deus, por nos dar o privilégio de pertencermos ao Movi-mento das Equipes de Nossa Senhora.

Eliana e Claudecir Eq. 05 A - N. S. da Saúde

Jaú-SP

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Nos dias 7 e 8 de outubro de 2017 aconteceu a Primeira For-mação Permanente na Região RS I da Província Sul III com o Encon-tro das Equipes em Movimento (EEM). A formação aconteceu na Paróquia Nossa Senhora da Salet-te em Porto Alegre com a partici-pação de 45 casais e 4 viúvas. Nes-ta formação que é voltada para a equipe, os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre os principais aspectos do amor con-jugal, da vida de oração, da fé em casal e da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora. Pelo brilho no olhar e pela humildade na parti-lhar do conhecimento, sentimos o empenho, a dedicação e a ale-gria com que a Equipe Formadora cumpriu com a missão que lhe foi

confiada. Este Encontro de Equi-pes em Movimento proporcionou ricas partilhas pelos trabalhos em Equipes Mistas, formação através das palestras e uma forte reflexão sobre a Missão e Vocação de cada um como cristão e como casal cris-tão. Pelo fortalecimento da fé e pelo reavivamento do sentimento de pertença ao Movimento perce-bemos nos participantes o desejo de seguir com entusiasmo abertos ao serviço e comprometidos com o seu testemunho no dia a dia. Pedimos a Jesus que continue ca-minhando conosco, e nos ajude a bem viver a missão na Santa Igreja sendo “Sal e Luz no Mundo”.

Marli e OrlandoEq. N. S. do Trabalho Setor A Porto Alegre

PROVÍNCIA SUL I I I

“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles...” (Jo 7,37)

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Lancemos um olhar sobre esta régua graduada. Contém 96 divisões. Representam os 96 quartos de hora de que se compõe o dia.

Comecemos agora a contar, a partir da esquerda, o núme-ro de horas reservadas ao sono, e tracemos uma linha vertical. Contemos em seguida o número de horas dedicadas ao traba-lho, seja profissional ou caseiro: um segundo traço vertical. A se-guir, assinalemos também as horas de refeições, o tempo gasto em condução, na leitura do jornal, etc... Finalmente – e agora a começar pela extremidade direita – um último traço marcando o tempo que consagramos à oração. Comparemos agora!

Podemos dizer: “Nada mais enganador do que este gêne-ro de cálculos. O senhor põe em confronto realidades que não podem ser comparadas. A oração não é questão de tempo, da mesma forma que o amor: não é pelo fato de eu passar dez horas diariamente no meu trabalho e muito pouco tempo a conversar com a minha esposa e meus filhos que eu deixo de amá-los, que eu os estimo menos do que o meu escritório. O amor não é questão de tempo!”

Cuidado! Quantas vezes o amor dos esposos, a afeição entre parentes periclita, precisamente porque descuidam em procurar mantê-los e aprofundá-los. Os nossos amores humanos exigem encontros, participação, momentos de contatos de coração para coração. É vital.

O mesmo acontece com o amor de Deus. Esmorece na alma do cristão que não reserva a cada dia alguns momentos de en-contro com o seu Senhor, momentos de convívio, de intimidade, isto é, de oração. Não é menos vital.

Ficarei pensativo, se alguém retrucar: “Mas onde quer o se-nhor que eu encontre tempo para rezar?”... Ou esta pessoa

raízes do movimento

Sono... Trabalho... Refeições... Oração

A Nonagésima Sexta Parte1Henri Caffarel

1 - Editorial do Pe. H. Caffarel na Carta Mensal nº 2 de março de 1953.

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nada compreendeu do caráter vital da oração para a manuten-ção da vida religiosa ou então trata-se de um caso que merece os cuidados do psiquiatra, exatamente como aquela senhora, mãe de uma numerosa prole e que, sofrendo de anemia grave, respondeu ao médico: “Como quer o senhor que eu encontre tempo para me alimentar, se tenho oito filhos e tudo o que isto supõe: as mamadeiras, as fraldas para lavar, os banhos dos me-nores, as versões de latim dos maiores...?”

Todo o problema está em saber se é vital o alimento, todo o problema está em saber se é vital a oração.

Afinal, talvez seja culpa nossa, a nós padres, se os cristãos não acreditam no valor da oração: será que nós os prevenimos suficientemente de que a anemia espiritual os espreita? Quando eles vêm se confessar de covardias, de orgulho, de impureza, em lugar de os compelir em fazer esforços para não recomeçar, chamamos nós a sua atenção para a própria causa: o seu esta-do de menor resistência que os torna terrivelmente vulneráveis? Será que lhes chamamos a atenção para a única coisa que lhes permitirá adquirir vitalidade espiritual, e, portanto, os tornará capazes de resistir às ameaças externas e internas: a oração?

O grande remédio não seria antes a Eucaristia? – alguém po-derá perguntar. Sem dúvida, mas a Eucaristia, na alma que não reza, é semente em terra não lavrada; não pode produzir os seus frutos. Creio poder afirmá-lo com segurança; depois de 20 anos de ministério sacerdotal, o cristão que não dedica diariamente dez minutos a um quarto de hora (a nonagésima-sexta parte do seu dia) a esta forma de oração que chamamos meditação, per-manece sempre infantil, ou melhor, definha. Conhecerá crises graves, das quais não sairá airoso, das quais talvez mesmo não sairá tão cedo.

Em vez de me deter em analisar o aspecto negativo da ques-tão, prefiro terminar pela evocação de tantos homens e tantas mulheres que conheço muito bem, não menos sobrecarregados de filhos, não menos absorvidos pelos trabalhos profissionais e caseiros do que tantos outros e cuja vida cristã se aprofunda, se expande, irradia, porque a oração é o seu alimento cotidiano. Compreenderam que é vital. E dela vivem.

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo

Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

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No recente Colóquio sobre o Pe. Caffarel, refletimos os valiosos bens deixados como sua herança, entre os quais as Equipes de Nossa Se-nhora foram a obra mais impressio-nante pela sua pujança e caráter in-ternacional. Podemos juntar outros itens a esse patrimônio de graças, como a atualidade de seus artigos, conferências e ensinamentos con-densados em livros e nos testemu-nhos daqueles que o conheceram.

Não se pode esquecer sua preo-cupação com as viúvas que perde-ram seus maridos nos combates da II Grande Guerra, ensinando--lhes que o amor é mais forte que a morte. Surgiu então, na França, a associação denominada Fraternida-de Nossa Senhora da Ressurreição, onde as viúvas se consagram intei-ramente a Deus, mantendo-se fiéis

ao amor conjugal do qual a mor-te as privou. Tais viúvas, oferecem sua oração e cotidiano para que o Reino de Deus cresça nos lares e nas famílias. Rezam e se oferecem por nós, que somos casais e famílias.

Veio, também, o Agrupamento Espiritual de Viúvas, que mais tar-de adotou o nome de Esperança e Vida, este já um movimento para as viúvas, que ali são acolhidas, mas que permanecem livres para voltar a se casar.

A todas essas viúvas, o Pe. Caffarel ofereceu o seu apoio, como um sacerdote enviado por Deus, para guiá-las em suas buscas.

Hoje muito se trabalham as es-tatísticas. Porém quase não se fala quase das estatísticas da viuvez. Mas é indisfarçável que cresce o número de pessoas viúvas. Podemos cons-tatar em nossos próprios núcleos fa-

miliares. Toda essa gente é

Que herança eu posso deixar?!

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desafiada a seguir o seu caminho, muitas vezes tão sofrido, ao desa-brigo da sorte, de amigos e até, por vezes, deixadas em segundo plano pela própria família.

Assim como na França, e em di-versos países do mundo, de dentro das Equipes de Nossa Senhora, da benevolência de Dona Nancy Caja-do Moncau, de saudosa memória, e seu incansável grupo de apoio (casais e viúvas equipistas), surgi-ram as Comunidades Nossa Senho-ra da Esperança, para dar apoio es-piritual e vivencial às pessoas que, pela morte do cônjuge, pela ruptu-ra dos vínculos conjugais, ou ainda pela opção à vida de solteira, vivem uma situação de solidão.

Esta é uma herança que as Equi-pes de Nossa Senhora deixam a esse contingente especial de pessoas, que clamam por gestos de acolhida, que as façam recuperar o sentido de sua própria identidade e manter viva a capacidade de ser úteis à Igreja e à sociedade.

Nós, casais, temos justa preocu-pação de preparar a herança que queremos deixar para a posterida-de. Disse o Papa Francisco, que a mais bela e valiosa herança que podemos transmitir àqueles que amamos é a fé no Deus que é fiel, que é Pai, e que não decepciona jamais.

De alguma maneira as Comunida-des Nossa Senhora da Esperança fo-ram adotadas como filhas queridas das Equipes de Nossa Senhora, e isso tem sido sentido pelo apoio que nos é dado nos vários aspectos de nossas necessidades. Mas seria de-

safiador se muitos de vocês, que nos leem hoje, pudessem se questionar: “que herança posso pessoalmente deixar”, ou, numa linguagem mais direta, “será que não seria possível dedicar um pouco dos meus dons para oferecer apoio e amor a essa gente provada no sofrimento da morte, da perda ou da abstenção voluntária a um cônjuge?”

Hoje as CNSE se espalham por mais de 80 cidades do Brasil, em 16 Estados da Federação. Mas e as pes-soas viúvas de outras localidades, não estariam também esperançosas de receber a sua atenção, nem que fosse por apenas um ou dois anos de oferta de um trabalho simples para permitir que os grupos forma-dos deem com segurança os seus primeiros passos?

Que, mais do que estas palavras, a Virgem da Esperança toque os seus corações e, quem sabe, os motive a deixar no altar da vida a oferta de algumas horas do tempo que lhes sobre, e com isso possam ampliar o tesouro da herança que pretendem transmitir a alguém.

Com nosso carinhoso abraço e profunda gratidão por seu apoio,

Silvia e Chico Coordenação Nacional

das CNSE

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O que significa a Quarta-feira de Cinzas:A Quarta-feira de Cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano, podendo ser designada por Dia das Cinzas e é uma data celebrada por alguns elementos da comunidade cristã.

A data é um símbolo do dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragi-lidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguin-te à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a Sexta-fei-ra (Santa) anterior ao Domingo de Páscoa.

A origem deste nome é pura-mente religiosa. Neste dia, é ce-lebrada a tradicional missa das Cinzas. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ra-mos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebran-te desta cerimônia utiliza essas cin-zas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Conver-tei-vos e crede no Evangelho”.

Na Quarta-feira de Cinzas (e na Sexta-feira Santa a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne. Esta tra-dição já existe há muitos anos e tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacri-fício de Jesus. Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacri-fício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne.

Porque a Páscoa muda de data a cada ano?

A solenidade da Páscoa não cai sempre na mesma data, e isso pro-voca mudança de data em outras ocorrências litúrgicas (Cinzas, As-censão, Pentecostes, Santis- sima. Trindade, Corpus Christi...) e civis (Carnaval). No hemisfério Norte, 21 de março é quando começa primavera (para nós é o início do outono. Na Europa, a Páscoa cai

reflexão

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

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sempre no domingo após a 1ª lua cheia da primavera. Para nós, no domingo após a 1ª lua cheia do outono. Dito de outra forma: a Páscoa é sempre no domingo se-guinte à lua cheia de março.

Quando começa e quando ter-mina a Quaresma?

Inicia-se com a Quarta-feira de Cinzas. Por causa da mobilidade da Páscoa, também o começo da Quaresma varia de ano para ano. Algumas datas da Quarta-feira de Cinzas: 2006 – 1º de março; 2007 – 21 de fevereiro; 2009 – 25 de fevereiro; 2010 – 17 de fevereiro. Como foi dito, a Quaresma termi-na às portas do Tríduo Pascal.

Em nossas famílias a Quarta--feira de Cinzas era um dia mui-to especial, marcando o início de uma longa caminhada (Quares-ma). Nossos pais vinham de fa-mílias que observavam a intensa

preparação para a Páscoa, cen-tro e ápice de todo o mistério de amor. Herdamos de nossos pais este sentimento de reflexão e de conversão, procurando durante a Quaresma nos preparar para a ressurreição de Jesus Cristo e buscando no fundo do baú de nossas recordações momentos vividos em família, onde nossos pais procuravam viver a santida-de sem nem mesmo terem esta consciência que hoje temos gra-ças ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Praticamos a caridade, a oração e o jejum como forma de penitência. Na Quarta-feira de Cinzas procura-mos vivenciar as celebrações e sermos abençoados com as cin-zas pelo padre celebrante.

Marilene e JamesEq. N. S. Aparecida

Setor Litoral CRR Rio Grande do Sul II

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Sexta-feira Santa: Tempo de oração e encontro com Deus

Quando pensamos em Sexta-fei-ra Santa nos vem a seguinte refle-xão: como vivê-la em casal? O Guia das ENS, na pág. 12, nos diz que uma das razões de ser do nosso Movimento é “procurar conhecer melhor a vontade de Deus para o homem e a mulher, a fim de poder cumpri-la”.

Porém, para bem viver a Sema-na Santa, é preciso fazer do tem-po quaresmal um tempo de graça, caminho de esperança e salvação. Cada um de nós, então, é convida-do a renunciar ao pecado e iniciar uma vida nova, pois celebrar a Se-mana Santa é celebrar a vitória de Cristo em nossa vida.

Nesses quarenta dias que an-tecedem a grande festa da Igreja precisamos dedicar mais tempo a Deus, pois somente assim podere-mos nos unir a Ele em um percurso de amor. Portanto, somos convi-dados a dizer não aos convites do mundo, cuja decisão nos levará a caminhar passo a passo ao lado de Jesus, o mesmo caminhar de Maria, rumo à ressurreição. Que esse tem-po não sirva apenas para se contar uma história ou mesmo relembrar fatos, mas viver nossa fé com vigor. Viver a oração, a penitência, o je-jum, a reconciliação, a conversão e a vida fraterna.

A Palavra Encarnada precisa nos visitar para entendermos o que

acontece no Tríduo Santo, mistério redentor, e a Sexta-feira Santa preci-sa ser para nós casais uma experiên-cia de amor concreto do Senhor.

Nenhum sofrimento físico sepa-rou Jesus da Cruz. Foi preso, amar-rado, esbofeteado, açoitado, co-roado de espinhos, arrastado, esfo-lado, esmagado sob o peso da cruz, cravado com pregos ao madeiro, torturado pela dor, pela sede, pelo esgotamento… e nada o deteve na sua entrega amorosa para resgatar--nos de nossos pecados.

Nestes dias do Tríduo Sagrado, não nos limi-

temos a celebrar a Paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nos-sos os Seus sentimentos e as Suas atitudes. Assim, a nossa Páscoa será feliz

(Papa Francisco)Assim, ao adorarmos e beijarmos

a Santa Cruz na sexta-feira, que não a beijemos por si mesma, mas que a beijemos como quem beija o próprio rosto de Jesus, por gratidão por tudo que Ele realizou por nós através da cruz, o mesmo gesto que o Padre realiza no início de cada Santa Missa ao beijar o altar.

A todos uma Santa Páscoa!Edna e Gilberto Jachstet

Eq. N. S. de LourdesSetor B Londrina

CRR Paraná-Norte

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A mudança de época que vive-mos hoje implica um novo perfil de evangelizador, em estado per-manente de missão, conforme o documento da Igreja (UAE, 42), e também bem preparados com atitudes coerentes, formação ade-quada que auxilie na síntese, no discernimento e nas escolhas pois somos desafiados a todo instante por questões sobre a fé, a ética e a esperança. Temos ao nosso dispor a Formação Integral, que o Movi-mento nos proporciona continua-

mente, e nos dá suporte para a missão que o Amor nos confiou.

É necessária a consciência que na evangelização nada substitui o contato pessoal (UAE, 59b). Dize-mos isso, porque muitos querem o material da formação para pas-sar adiante, mas a formação é um processo que se dá “in loco”, e ao longo do caminho, portanto um conjunto de fatores, e não um simples “transitar” de ppt.

Também devemos lutar contra a tendência de nos acomodarmos,

formação

Formação Integral

EEC - Encontro de Equipes em CaminhoEEN - Encontro de Equipes Novas

ENF - Encontro Novo FôlegoEEM - Encontro de Equipes em Movimento

1 2 3 4Experiência Comunitária

Info I Info II Estudo Estatuto

EEN

2º TemaReunião

de Equipe

3º Tema “Casamento,

Sacramento do dia a dia”

FORMAÇÃO INICIAL

Pilotagem 1º Tema Vem e Segue-me

ETAPAS DA FORMAÇÃO linha do tempo (em anos)

CASAIS E EQUIPES

7

65

4

2

31

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evitando novas responsabilidades ou compromissos, “devemos sair do sofá, e calçar os sapatos”, pois só anunciamos o que vivenciamos.

O ideal das Equipes de Nossa Senhora é a busca da santidade em casal. O Padre Caffarel não hesitou em dizê-lo, já na primei-ra carta escrita ao casal brasileiro Nancy e Pedro: “As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a tender para a santidade. Nem mais, nem menos”.

Para chegar à perfeição as Equi-pes de Nossa Senhora têm uma

pedagogia que aprofunda o co-nhecimento da nossa fé, e a práti-ca do discernimento.

Este discernimento se alimenta: do estudo do “tema”, do estudo dos documentos do Movimento, das Sessões de Formação, dos PCE, e do seguimento das orien-tações periodicamente propostas pelo Movimento.

Esta pedagogia ajuda-nos a permanecer no caminho em dire-ção a um ideal.

Apresentamos nosso Caminho de Formação, e esperamos que todos se animem!

5 6 10Temado Ano

Mutirão

Nível I Nível II Nível III

EEM ENFEEC

SiteCarta

MensalPlataforma

Cristãoutros meios de formação permanente

Formação em Serviços

FORMAÇÃO PERMANENTE GERAL

VIDA DE EQUIPE DE BASE

ETAPAS DA FORMAÇÃO linha do tempo (em anos)

CASAIS E EQUIPES

- Pré- EACRE- Pós

CRE

Formação em Encontros

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Encontro

Colégio

Nacional

Encontro

Provincial

EncontroColégio

Provincial

Reunião da Equipe da Super Região

EncontroNacional

EncontroInternacional

Os casais não devem considerar a sua entrada e adesão nas equipes como um fim, mas como um ponto de partida, porque esta pedagogia não esgota as possibilidades de for-mação do casal para a vida cristã, que implica uma atitude de busca contínua de aprofundamento.

Porque as Equipes não são abri-gos para adultos bem-intenciona-dos, mas sim grupos de voluntários, generosos e ativos. (Guia das ENS, p. 54)

“Hoje, a Igreja tem mais neces-sidade de leigos casados, com uma

boa formação, em que a fé e a vida se nutrem mutuamente. Os casais cristãos têm também um dever missionário e um dever de ajuda em relação aos outros casais, aos quais desejam transmitir sua expe-riência e manifestar que Cristo é a fonte de toda a vida conjugal” (São João Paulo II)

Com o ousado e único objetivo proposto pelo Pe. Caffarel:”A san-tidade, nem mais nem menos”.

Hermelinda e Arturo CR Super-Região

Formação em EncontrosFormação em Serviços

Casal Resp.Província

ConselheiroEspiritual

FormaçãoFormadores

Casal Resp.Regional

CasalInformador

Casal Piloto

CasalLigação

Casal Exp.Comunitária

Casal Resp. Setor

Casal Resp. Super-Região

CasalResp. Equipe

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Como qualquer instituição organizada, as ENS preci-sam de uma estrutura para realizar os seus trabalhos administrativos.

É a nossa Secretaria/Tesouraria

Objetivos: O principal enfoque da Secretaria/Tesouraria é oferecer condições para que a Super-Região facilite a vida dos equipistas, bem como zelar pela integridade e funcionabilidade do Movimento.

Responsabilidades: A cargo de um casal equipista, escolhido pelo Casal Responsável da Super-Região a Secretaria/Tesouraria faz parte da Equipe da Super-Região como apoio.

Para melhor exercer sua missão o Casal Responsável pela Secretaria/Tesouraria conta com os serviços, em tempo integral, de funcioná-rios na sede das ENS.

Principais atividades:

• Gerenciamento de todo o cadastro das ENS utilizando o sistema Magnificat, que se encontra num intenso processo de atualização;

• Controle estatístico dos dados do Movimento;

• Monitoramento das despesas com transporte, em especial com transporte aéreo, analisando se estão dentro das Normas Admi-nistrativas;

• Atualização das Normas Administrativas;

• Organização da parte administrativa de todos os eventos do Mo-vimento de responsabilidade da Super-Região Brasil: reserva da casa, acolhimento, distribuição dos quartos, livraria, alimenta-ção, traslados, etc.

• Controle e distribuição de livros e documentos editados pelas ENS;

• Pagamento de fornecedores e servidores encargos sociais e benefícios;

serviços nas ENS

Secretaria e Tesouraria

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• Acompanhamento e controle dos Projetos de Expansão do Movimento;

• Movimentação e conciliação bancária;

• Planejamento e acompanhamento orçamentário das Pro-víncias;

• Controle das contribuições;

• Acompanhamento do Projeto Vocacional através de doa-ções aos seminários;

• Aprovação das Demonstrações Financeiras e publicação na Carta Mensal.

Refletindo sobre as muitas oportunidades que temos no exer-cício da nossa missão como Casal Respon-sável pela Secretaria/Tesouraria, mais uma vez nos reportamos às cartas do apóstolo São Paulo para as comunidades às quais ele estava ligado. Paulo nos ensina a servir o nosso próximo a exemplo de Jesus, com

sinceridade e integridade de coração para que tenha valor diante de Deus. Ele nos ensina a obediência a Deus, cita o exemplo do próprio Jesus, fazendo a vontade do Pai.

Lemos na carta aos Filipenses, que Ele foi obediente até a morte na cruz (Fil 2). Jesus foi modelo de obediência ao Pai. Procurando seguir o exemplo por Ele deixado, nós Cidinha e Vail aprendemos como Casal Responsável pela Secretaria/Tesouraria a servir com paciência, perseverança, esforço, de-dicação e, acima de tudo, com amor! As dificuldades existem e sempre existirão, mas buscamos estar firmes no serviço do Senhor, com os dons que nos concedeu, em direção ao pró-ximo. Juntos, em casal, aproveitamos todas as oportunida-des que Ele nos dá, através do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, de praticarmos o verdadeiro amor!

Cidinha e VailCasal Responsável pela Secretaria/Tesouraria SRB

Viver a obediência

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notícias

Regras revisadas para publicação de datas comemorativas e falecimentos na Carta Mensal

BODAS DE PRATA

Helena e Carlos19/12/2017

Eq. N. S. das GraçasCanápolis-MG

Rute e Vilson26/12/2017

Eq. N. S. da Rosa MísticaPiracicaba-SP

CM 514 45

Serão publicados notícias de:Equipes: 25, 50, 60 anos ou mais.Início das ENS na cidade: 25, 50, 60 anos ou mais.Casais: Bodas de 25, 50, 60 anos ou mais.SCE/CE: Ordenações e Jubileu Sacerdotal de 25, 50, 60 anos ou mais.

Apenas de equipistas e conselheiros. Informar nome, equipe, setor, região, cônjuge e data do falecimento.

Tanto para aniversários quanto para falecimentos: Homenagens não serão publicadas.Serão publicados com no máximo 3 meses de defasagem entre a data de envio pelo equipista e a data do aniversário ou falecimento.

An

iver

sári

os

Vo

lta

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blic

ação

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

50 anosEq. N. S. da Esperança

7/1/1968 São José dos Campos-SP

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Márcia e Lafayete21/11/2017

Eq. N. S. da PazJosé Bonifácio-SP

BODAS DE OURO

Valdeni e José Carlos21/10/2017

Eq. N. S. Medianeira Itumbiara-GO

Maria Aparecida e Waldir9/10/2017

Eq. N. S. de Lourdes Guapiaçu-SP

Benedita e Iran16/12/2017

Eq. N. S. do Bom PartoGuapiaçu-SP

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BODAS DE DIAMANTE

Adir e Valdir26/12//2017

Eq. N. S. da AnunciaçãoBrasília-DF

Pe. Luís Antônio Cerqueijo Sé19/12/2017

SCE Região São Paulo Oeste IIIPederneiras-SP

JUBILEU DE PRATA

VOLTA AO PAIOsvaldo

(da Célia)Em 23/10/2017

Integrava a Eq. N. S. das Estrelas

Piracicaba-SP

Flávio Carpegiani(da Sônia)

Em 04/11/2017Integrava a

Eq. N. S. do Bom Conselho

São Paulo-SP

José Dias(da Eneida)

Em 26/08/2017Integrava a

Eq. N. S. de FátimaPiracicaba-SP

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dicas de leitura

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LANÇAMENTOSexualidade e Espiritualidade Conjugal Edição ENS116 páginas

O Padre Caffarel, durante toda a sua vida, interrogou-se perma-nentemente sobre o amor huma-no e a sexualidade do casal. Esta mesma inquietude tem permane-cido latente no Movimento atra-vés dos anos, começando por uma grande pesquisa que o mesmo Pe. Caffarel lançou no ano de 1969 a todos os casais equipistas, a par-tir da qual iniciou a preparação de um livro, que não conseguiu ver publicado. Este tema também já havia sido explorado pela mesma Equi-pe Responsável Internacional e algumas Super-Regiões, com o propósito de abordar o desafio de oferecer ferramentas, que ajudassem os casais a ver sua sexualidade como fonte de riqueza e não de fragilidade, como caminho para se alcançar o objetivo da santidade.

No Colégio Internacional de Brasilia 2012, que marcou o ponto de partida do trabalho da atual Equipe Responsável Internacional, ERI, o Colégio In-ternacional expressou a necessidade de que, com um novo propósito, reto-masse este tema, abordando-o como uma prioridade para ser estudada e discernida por todos os casais equipistas no mundo.

Parafraseando Jean Allemand, biógrafo e amigo muito próximo do Padre Caffarel, o que queremos realçar com este trabalho, que hoje colocamos a vossa disposição, é que o ser humano é um e que o amor humano comple-to coloca em jogo todas as zonas do ser. Se uma delas não toma parte do concerto, o amor não é harmonioso, é discordante, e por isso é fundamen-tal darmos à nossa sexualidade o lugar que tem em nossa integralidade.

Os diálogos conjugais, as “conversas” que suscitam os onze capítulos e os testemunhos que compõem esta edição, são fonte de graça e riqueza no caminho para a santidade.

Este livro pode ser adquirido através do site ENS (ens.org.br).

Preço: R$ 8,00 (com frete já incluso).

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MEDITANDO EM EQUIPE

Gratos ao Senhor e aos irmãosSomos convidados a iniciar o ano agradecendo a Deus, à Igreja, às ENS e a nossa Equipe o que fazem por nós.

A Palavra de Deus (2 Ts 1,3-4; 2,13-14)“Devemos dar graças a Deus a todo momento por vossa causa, irmãos, e isso é justo, porque vossa fé está em grande progresso e cresce vosso amor mútuo, a tal ponto que somos orgulhosos de vós entre as Igrejas de Deus por causa de vossa constância e de vossa fé no meio de todas as perseguições e tribulações que en-frentais. [...]

Devemos dar graças a Deus por vós a todo momento, irmãos amados do Senhor, porque Deus vos escolheu como primícias, para serdes salvos pelo Espírito santifica-dor e pela fé na verdade. Foi a isso que Ele vos chamou por nosso Evangelho, para que tomeis posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Reflexão– Somos convidados a iniciar o ano e a viver em contínuo agradecimento a Deus, à Igreja, às ENS e a nossa Equipe, o que fazem por nós e porque:

• Ajudam-nos a viver o Evangelho.• Apresentam-nos o matrimônio como caminho de santidade e realização.• Oferecem-nos um ambiente comunitário para viver a salvação.• Oferecem-nos meios práticos de santificação.• Que mais?

– Como podemos manifestar nossa gratidão?

Oração espontânea– Repasse os favores recebidos.– Manifeste sua gratidão a sua Equipe, ao Movimento, à Igreja, a Deus.

Oração Litúrgica (Salmo 103)– Pois quanto é alto o céu sobre a terra,tanto é grande seu amor aos que o temem.Quanto é distante o oriente do ocidente,tanto ele afasta de nós nossas culpas.

– Como um pai se compadece dos filhos,assim Javé se compadece dos que o temem.– Pois ele sabe de que somos feitos:ele se lembra de que somos. [...]

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssrSCE Carta Mensal

– “Minha alma, bendize a Javé,e todo o meu ser bendiga seu santo nome!Minha alma, bendize a Javé,e não esqueças nenhum de seus benefícios.

– É ele que perdoa todas as tuas culpase te cura de toda doença.É ele que salva tua vida da fossae te coroa com sua bondade e sua misericórdia.

– É ele que pela vida afora te cumula de bense renova tua juventude como a da águia.Javé age com retidão,faz justiça a todos os oprimidos. [...]

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Equipes de Nossa Senhora

• A Quaresma é tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questio-narmos-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza (Papa Francisco).

• Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expres-sões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo (Papa Bento XVI).

• A oração é a água viva que murmura dentro de nós e diz: vem para o Pai (Santo Inácio de Antioquia).

• A Quaresma proporciona a arma prática e eficaz do jejum e da esmola para lutar contra o desmedido apego ao dinheiro (São João Paulo II).

• O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejua. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica (São Pedro Crisólogo).

• A Quaresma é tempo de limpar e enfeitar a casa por dentro. Convém que vi-vamos sempre de modo sábio e santo, dirigindo a nossa vontade e as nossas ações para aquilo que sabemos agradar a Deus (São Leão Magno).

• Ora, nós sabemos que Jesus veio trazer a salvação integral. É precisamente a esta salvação integral que a Quaresma nos quer guiar, tendo em vista a vitória de Cristo sobre todo o mal que oprime o homem (Papa Bento XVI).

• A Quaresma é período de penitência, de conversão, de mudança do coração (metanoia), que se inspira em diversos motivos, mas sobretudo nasce da me-ditação da Paixão e da Morte de Jesus Cristo (São João Paulo II).

• A esmola e os gestos de caridade que somos convidados a fazer, particular-mente neste tempo penitencial, não constituem, porventura, uma resposta à gratuidade da graça divina? Se recebemos gratuitamente, é gratuitamente que devemos dar (São João Paulo II).

Fonte: www.ordem-do-carmo.pt

Tempo de Quaresma