503735_material de aula - direito subejtivo e a indisponibilidade do processo

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1 Para chegar mos à exata compreensão dos cont or nos e limites do Prin cíp io da Disponibilidade e da Indisponibilidade do Processo, mister se faz antes concebermos o que seja direito subjetivo, depois direitos subjetivos indisponíveis e disponíveis, para nalmente, processo disponível e indisponível! "ssim, no que pertine ao direito subjetivo, temos que para Paulo #ader, a compreensão de direito subjetivo est$ consignada na obra %Introdu&ão ao 'studo de Direito(, )*+! ed!, p$g! *, 'd! -orense, vem lan&ada da seguinte forma. Direito /ubjetivo. /endo o conceito sobre tal direito, de forma&ão recente, datando do s0culo 1I1! "presenta então o direito subjetivo, duas facetas. a da licitude e da pretensão! #o que pertine à licitude esta inscreve2se no 3mbito da liberdad e da pes soa, age re lice re, pelo qual pode movimentar2se e atuar na vida social, dentro dos limites impostos a todos pelo ordenamento  jurídico! 'ssa faceta representa a garantia ao indivíduo pela conduta livre, de agir livremente sem ser molestado ou impedido, por qualquer pessoa! " outra faceta do direito subjetivo, ou pretensão, signica a aptidão que o direito subjetivo oferece ao seu titular de recorrer à via judicial, a m de exigir do sujeito passivo a presta&ão que lhe 0 devida! ' conclui Paulo #ader. %4 direito subjetivo consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as normas de Direito atribuem a algu0m como pr5prio(! #o que se refere ao Direito 4bjetivo, o autor acima enunciado, preleciona que % ... que é o dever jurídico(! #essa mesma linha de raciocínio, vem a renomada li&ão do saudoso Prof! 'dgar 6odoi da 7ata 7achado, na obra %'lementos de 8 eoria 6eral do Direito(, 'd! 9 ega, p$g! :;<. %4 direito subjetivo 0 a prerrogativa concedida a uma pessoa pelo direito objetivo, 0 a garantia por vias de direito, de dispor como dona, de um bem que se reconhece como lhe pertencendo, enquanto seu ou enquanto lhe 0 devido(! = impo rtan te entender qu e a pr emissa. %>m bem qu e se reconhece como lhe pertencendo, enquanto seu ou enquanto lhe 0 devido( surge da exist?ncia de uma rela&ão jurídica! Para compreendermos a exata conceitua&ão do que seja rela&ão jurídica, relevante se torna, transcrever novamente a li&ão do Prof ! 'dgar 6odoi da 7ata 7achado, %ob! cit! p$g! :@!(. %4 direito, considerado do 3ngulo da pessoa que o possui e o pode exercer, direito subjetivo, supAe invariavelmente a presen&a de alguma coisa, que 0 possuída ou sobre a qual esse se exerceB ou de algu0m sobre o qual pesa a obriga&ão de não impedir a quem possui e exerce seu direito que o possua e exer&aB supAe o que se chama uma rela&ão jurídica, em cujo quadro mais nitidamente se pode vericar a presen&a do direito subjetivo(! Com efeito, para exist?ncia do direito subjetivo então, haver$ que preexistir uma rela&ão  jurídica legitimada pelo direito objetivo, autorizando o surgimento do elo de liga&ão entre o indivíduo e aquela situa&ão jurídica, evidenciando2se desse contexto! IndivíduosE e rela&ão jurídica, a manifesta&ão do direito subjetivo! 4 mes tr e 'dgar 6odoi, em sua obr a supra indicada, p$g! :;F: @, aponta que s5 tomando as considera&Aes acima apontadas, 0 que conseguiremos entender a modernidade da conceitua&ão de direito subjetivo, torna2se entender que independentemente de f5rmulas, outrora criado para denir direito subjetivo e objetivo, 0 importante lembrar %que a perten&a do direito subjetivo 0 fundada sobre o direito objetivo, quer seja obra da natureza direito à vida, por ex!E, quer da vontade humana, vontade dos particulares como contratoE ou do legislador(, surgida da rela&ão jurídica havida interindividuais eFou o indivíduo e o 'stado, a saber. %!!! /empre, por0m, o que se considera 0 uma faculdade, um poder, u ma prerrogat iva que parte da pessoa e se exerce, em virtude da exist?ncia de uma norma que o permite ou simplesme nte não o veda! Direito de fazer alguma coisa, seria, pois, o direito no seu signicado objetivoB direito a alg uma cois a seria o direito em seu signi cado subjeti vo! Desi gnava m2se, antig amente, pelo s termos norma agend i nor ma de a&ãoE , corr espo nde ao dir eito subjeti voB e facul tas agendi faculdade de agir ou de a&ãoE, ao direito subjetivo! 4 direito, considerado do 3ngulo da pessoa que o possui e o pode exercer, direito subjetivo, supAe invariavelmente a presen&a de alguma coisa, que 0 possuída ou sobre a qual esse se exerceB ou de algu0m sobre o qual pesa a obriga&ão de não impedir a quem possui e exerce seu direito que o possua e exer&aB supAe o que se chama uma rela&ão jurídica, em cujo quadro mais nitidamente se pode vericar a presen&a do direito subjetivo!( 4 Direito /ubjetivo e I#EDisponibilidade do Processo

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direito subjetivo

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Para chegarmos à exata compreensão dos contornos e limites do Princípio daDisponibilidade e da Indisponibilidade do Processo, mister se faz antes concebermos o que sejadireito subjetivo, depois direitos subjetivos indisponíveis e disponíveis, para nalmente, processodisponível e indisponível!

"ssim, no que pertine ao direito subjetivo, temos que para Paulo #ader, a compreensãode direito subjetivo est$ consignada na obra %Introdu&ão ao 'studo de Direito(, )*+! ed!, p$g! *,'d! -orense, vem lan&ada da seguinte forma.

Direito /ubjetivo. /endo o conceito sobre tal direito, de forma&ão recente, datando do s0culo 1I1!"presenta então o direito subjetivo, duas facetas. a da licitude e da pretensão! #o que pertine àlicitude esta inscreve2se no 3mbito da liberdade da pessoa, agere licere, pelo qual podemovimentar2se e atuar na vida social, dentro dos limites impostos a todos pelo ordenamento jurídico! 'ssa faceta representa a garantia ao indivíduo pela conduta livre, de agir livremente semser molestado ou impedido, por qualquer pessoa! " outra faceta do direito subjetivo, ou pretensão,signica a aptidão que o direito subjetivo oferece ao seu titular de recorrer à via judicial, a m deexigir do sujeito passivo a presta&ão que lhe 0 devida!

' conclui Paulo #ader. %4 direito subjetivo consiste, assim, na possibilidade de agir e deexigir aquilo que as normas de Direito atribuem a algu0m como pr5prio(!

#o que se refere ao Direito 4bjetivo, o autor acima enunciado, preleciona que % ... que éo dever jurídico(!

#essa mesma linha de raciocínio, vem a renomada li&ão do saudoso Prof! 'dgar 6odoida 7ata 7achado, na obra %'lementos de 8eoria 6eral do Direito(, 'd! 9ega, p$g! :;<.

%4 direito subjetivo 0 a prerrogativa concedida a uma pessoa pelo direito objetivo, 0 a garantia porvias de direito, de dispor como dona, de um bem que se reconhece como lhe pertencendo,enquanto seu ou enquanto lhe 0 devido(!

= importante entender que a premissa. %>m bem que se reconhece como lhepertencendo, enquanto seu ou enquanto lhe 0 devido( surge da exist?ncia de uma rela&ão jurídica!

Para compreendermos a exata conceitua&ão do que seja rela&ão jurídica, relevante setorna, transcrever novamente a li&ão do Prof! 'dgar 6odoi da 7ata 7achado, %ob! cit! p$g! :@!(.

%4 direito, considerado do 3ngulo da pessoa que o possui e o pode exercer, direito subjetivo, supAeinvariavelmente a presen&a de alguma coisa, que 0 possuída ou sobre a qual esse se exerceB ou dealgu0m sobre o qual pesa a obriga&ão de não impedir a quem possui e exerce seu direito que opossua e exer&aB supAe o que se chama uma rela&ão jurídica, em cujo quadro mais nitidamente sepode vericar a presen&a do direito subjetivo(!

Com efeito, para exist?ncia do direito subjetivo então, haver$ que preexistir uma rela&ão jurídica legitimada pelo direito objetivo, autorizando o surgimento do elo de liga&ão entre oindivíduo e aquela situa&ão jurídica, evidenciando2se desse contexto! IndivíduosE e rela&ão jurídica,a manifesta&ão do direito subjetivo!

4 mestre 'dgar 6odoi, em sua obra supra indicada, p$g! :;F:@, aponta que s5tomando as considera&Aes acima apontadas, 0 que conseguiremos entender a modernidade daconceitua&ão de direito subjetivo, torna2se entender que independentemente de f5rmulas, outroracriado para denir direito subjetivo e objetivo, 0 importante lembrar %que a perten&a do direitosubjetivo 0 fundada sobre o direito objetivo, quer seja obra da natureza direito à vida, por ex!E,quer da vontade humana, vontade dos particulares como contratoE ou do legislador(, surgida darela&ão jurídica havida interindividuais eFou o indivíduo e o 'stado, a saber.

%!!! /empre, por0m, o que se considera 0 uma faculdade, um poder, uma prerrogativa que parte dapessoa e se exerce, em virtude da exist?ncia de uma norma que o permite ou simplesmente não oveda! Direito de fazer alguma coisa, seria, pois, o direito no seu signicado objetivoB direito aalguma coisa seria o direito em seu signicado subjetivo! Designavam2se, antigamente, pelostermos norma agendi norma de a&ãoE, corresponde ao direito subjetivoB e facultas agendifaculdade de agir ou de a&ãoE, ao direito subjetivo!

4 direito, considerado do 3ngulo da pessoa que o possui e o pode exercer, direito subjetivo, supAeinvariavelmente a presen&a de alguma coisa, que 0 possuída ou sobre a qual esse se exerceB ou dealgu0m sobre o qual pesa a obriga&ão de não impedir a quem possui e exerce seu direito que opossua e exer&aB supAe o que se chama uma rela&ão jurídica, em cujo quadro mais nitidamente sepode vericar a presen&a do direito subjetivo!(

4 Direito /ubjetivo e I#EDisponibilidade do Processo

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"p5s apontar a moderna deni&ão para direito subjetivo, bem como sua real situa&ão nocontexto doutrin$rio, continua a li&ão sobre direito subjetivo, afastando equívocos sobre o tema, inmesma %ob! cit!(!

%4 primeiro deles vem do pr5prio termo complexo que designa essa prerrogativa do sujeito,fundada na regra! D"GI# chega a insinuar que preferível seria adotar2se a terminologia dos antigos,at0 hoje usada por moralistas e canonistas int0rpretes do Direito CanHnicoE! 4punham2se, entãodireito normativo e direito subjetivo! 4 primeiro corresponde à no&ão corrente de direito objetivoB 0a regra do direito! #o pr5prio direito subjetivo, consideram2se dois aspectos. um, precisamente oaspecto subjetivo direito subjetivo no uso corrente da expressãoE, que seria a prerrogativa vista daparte do sujeito, o poder e a compet?nciaB e um aspecto objetivo, a prerrogativa vista no seuobjeto, o interesse, o valor protegido!

  4 importante em tal classica&ão est$ em que não se tomam como conceitos distintos,relacionados com realidades diversas, o objetivo e o subjetivo no direito! Porque 2 eis um equívocoque importa evitar 2 se se toma objetivo no sentido de real, observ$vel, veric$vel, a regra dedireito, dita direito objetivo, não 0 mais objetiva que o direito de propriedade e a liberdade deexpressão do pensamento, as normas em que cont?m tais garantias não são menos objetivas, queos direitos subjetivosE, que elas geram! efere2se, ainda, o autor de Le Droit Subjectif  ao %risco( devincular2se o conceito em exame a uma interpreta&ão subjetivista digamos, como se se tratasse deum direito criado pelo sujeito, não pela normaE, ou individualista e voluntarista veremos que essaconfusão est$ na base da nega&ão do direito subjetivo por D>6>I8E!

De nossa parte, acrescentaríamos outro equívoco a evitar. o de confundir2se direito subjetivo comdireito natural! = observa&ão que temos feito, em nossos cursos de %Introdu&ão(. rara 0 a turma emque não apare&a por aí uma dezena de alunos, vítimas dessa confusão! = f$cil a um principiante

surpreender o direito no dispositivo legal, no inciso da Constitui&ão, no artigo de um C5digo, oumesmo num C5digo inteiro o C5digo Civil identicado com o Direito Civil, o C5digo Penal com oDireito Penal, etc!E! " razão est$ em que a no&ão de direito objetivo, de regra de direito 0 a queprimeiro se impAe ao observador, al0m de ser a que o professor deve, por motivo de ordemdid$tica, colocar desde logo perante a intelig?ncia do aluno! "contece, então que, ao falar2se de umconceito do direito visto do 3ngulo do sujeito ou de seu titular, isto 0 de quem o possui e est$ apto aexerc?2lo, come&a o aluno por imaginar que se trato de direito ínsito à natureza, procedendo dapessoa como pessoa, do homem enquanto homem, isto 0, pensa que est$ em foco o direito naturalveremos que um dos aspectos da crítica de J"#/ K'L/'# ao conceito de direito subjetivo funda2senessa confusãoE!

" m de evitar esse Mltimo equívoco, assinalemos que o direito subjetivo não se conceitua sem odireito objetivo, que este 0 o fundamento, a razão e ser daquele que a prerrogativa, a faculdade, opoder, reconhecidos a uma pessoa são dados pela regra de direitoB e que, embora um direitonatural,como o direito à vida, exista anteriormente a um direito subjetivo, o direito à vida porexemplo, resultante da norma que pune o assassinato, os dois conceitos não se confundemB a

fun&ão da norma, da regra de direito, do direito objetivo 0, muitas vezes, a de transformar emsubjetivo, isto 0, afetado, atribuído, imputado a um sujeito, no ordenamento jurídico positivo, umdireito natural ou um conteMdo antes apenas natural de direito! >m exemplo concreto. em face danatureza, da constitui&ão íntima da mulher, não h$, nunca deveria ter havido, em qualquer ordempositiva, restri&ão ao voto feminino, uma das expressAes do que se poderia chamar um direitonatural do membro da comunidade de participar da organiza&ão destaB mas direito pMblicosubjetivo de votar s5 0 dado à mulher, quando a norma objetiva o estatui ou, como na Constitui&ãobrasileira, a mulher não 0 incluída entre aqueles aos quais se veda o alistar2se eleitores!(

Delineado os ensinamentos acima 0 de mister relev3ncia sobre a dualidade daexpressão direito objetivo e subjetivo, a evoca&ão novamente da doutrina de Paulo #ader in%Introdu&ão ao 'studo do Direito(, p$g! *<F*;, a saber.

%!!! 'nquanto o voc$bulo direito apresenta essa dualidade sentidos em v$rias línguas, os inglesesidenticam o direito subjetivo pela palavra right e designam o direito objetivo por law que tamb0m

signica lei! #a língua alemã Recht  expressa o Direito 4bjetivo e Berechtingung, o direito subjetivo!#as línguas neolatinas, notadamente, o voc$bulo direito apresenta esse duplo aspecto e 0 pelosentido completo da frase que se distingue uma acep&ão da outra! Nuando se diz %ter direito a!!!( egeralmente quando se coloca o substantivo no plural, direitos, a refer?ncia 0 ao direito subjetivo!

Pela doutrina tradicional, enquanto o Direito objetivo era chamado por norma agendi, designando oconjunto de preceitos que organiza a sociedade, o subjetivo foi conceituado como facultas agendi,ou seja, como faculdade de agir garantida pelas regras jurídicas! 7odernamente, com a distin&ãoque se faz entre direito subjetivo e faculdade jurídica, tal coloca&ão j$ se acha superada, masconservando a virtude de indicar o Direito objeto e o subjetivo %de maneira complementar, uminsepar$vel sem o outro!(

#esse palmilhar, com seguran&a, podemos indicar que a li&ão de Paulo Dourado de6usmão, in %Introdu&ão ao 'studo do Direito(, p$g! :<O, 'd! -orense, não condiz com a modernadoutrina denidora do direito subjetivo.

%Direito subjetivo, de modo geral, pode ser entendido como a prerrogativa ou faculdade outorgada,por lei ou por contrato, a uma pessoa, para executar certo ato! 7ais precisamente. faculdade,assegurada por norma jurídica, de exigir determinada conduta a&ão ou omissãoE de algu0m, que,por lei ou por ato ou neg5cio jurídico, est$ obrigada a observ$2la! Daí ser entendido como facultasagendi!!!(!

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Desconsiderada a deni&ão de Paulo Dourado de 6usmão, t?m2se, por seu turno, porestar sonante com a boa doutrina, ap5s algumas considera&Aes, a li&ão de 7aria Jelena Diniz, in%Comp?ndio de Introdu&ão à Ci?ncia do Direito(, p$g! ::, 'd! /araiva!

"nunciada a deni&ão sobre direito subjetivo, no que pertine às teses sobre suanatureza, ou seja, como nascem eFou de que esp0cies de rela&ão jurídicas aparecem,recomendamos a leitura da obra %Comp?ndio de Introdu&ão à Ci?ncia do Direito(, 7aria JelenaDiniz, p$g! :: nal a ::@!

Compreendido as teorias sobre a natureza dos direitos subjetivos, adentramos naclassica&ão dos direitos subjetivos, fazendo a transcri&ão da divisão tradicional apontada pelo Prof!'dgar 6odoi da 7ata 7achado, in 'lementos de 8eoria 6eral do DireitoB 'd! 9ega, p$g! :@), a saber.

P$g! :@)! %4 direito de propriedade e o direito de cr0dito servem de modelo à divisão tradicional dosdireitos subjetivos em  jus in rem ou DI'I84 '"L, e  jus in personam, ou DI'I84 P'//4"L, oprimeiro exprimindo a faculdade ou prerrogativa exercida sobre uma coisa, direito sobre uma coisaBo segundo, a faculdade ou prerrogativa exercida sobre outra pessoa, direito sobre a conduta alheia!"qui camos no plano do direito privado, exatamente aquele em cujos quadros o direito subjetivotem sido estudado mais amplamente, e o foi, sobretudo por QI#D/CJ'ID, IJ'I#6 e a maioria dosque lhes acompanharam as teorias ou tentaram sua concilia&ão! 'm IJ'I#6, contudo, j$encontramos, incluído entre os direitos sobre as coisas, o direito de uso geral, correspondente àutiliza&ão a que se destinam as coisas pMblicas! PropAe ainda ela a divisão do direito em I#DI9ID>"Le C47>7. ao primeiro chama direito exclusivo, do ponto de vista do gozo, ao passo que o segundose caracteriza pela %comunidade indivisa e indivisível ao gozo( assim os direitos %que pertencem auma associa&ão que tem personalidade civil ou aos destinat$rios das funda&Aes piedosas comotais(E!

Direitos reais e direitos pessoais direitos individuais e direitos comuns, eis, pois, as divisAes, ou aclassica&ão, tradicionais!(

Dessa divisão tradicional tomada pelo Prof! 'dgar, vem a adequa&ão moderna da divisãodo direito subjetivo, tomada pelo Paulo #ader %Introdu&ão ao 'studo de Direito(, 'd! -orense, p$g!*<: e seguintes, tomando o estudo da classica&ão dos direitos subjetivos, não com um todo, maspelo seu conteMdo e ec$cia!

#esse passo, no que tange ao conteMdo do direito, subjetivo, aponta Paulo #ader sobre aexist?ncia do direito pMblico e privado.

%) 2 Direitos /ubjetivos PMblicos 2 " distin&ão entre o direito subjetivo pMblico e o privado toma porbase a pessoa do sujeito passivo da rela&ão jurídica! Nuando o obrigado for pessoa de DireitoPMblico, o direito subjetivo ser$ pMblico e, inversamente, quando na rela&ão jurídica o obrigado forpessoa de Direito Privado, o direito subjetivo ser$ privado! 'sta distin&ão não 0 antiga, de vez queat0 h$ pouco tempo, relativamente, não se admitia a exist?ncia de direito subjetivo pMblico, emface da id0ia predominante de que o 'stado, como autor e pMblico, em face da id0ia predominantede que o 'stado, como autor e respons$vel pela aplica&ão do Direito, não estaria sujeito às suasnormas! 4 direito subjetivo pMblico divide2se em direito de liberdade, de a&ão, de peti&ão e direitospolíticos!(

%: 2 Direitos /ubjetivos Privados 2 /ob o aspecto econHmico, os direitos subjetivos privados dividem2se em patrimoniais e n!o"patrimoniais. 4s primeiros possuem valor de ordem material, podendo serapreciados pecuniariamente, o que não sucede com os não2patrimoniais, de natureza apenas moral!4s patrimoniais subdividem2se em reais obrigacionais sucess#rios e intelectuais. 4s direitos reais 2 jura in re 2 são aqueles que t?m por objeto um bom m5vel ou im5vel, como o domínio, usufruto,penhor! 4s obrigacionais, tamb0m chamados de cr0dito ou pessoais, t?m por objeto uma presta&ãopessoal, como ocorre no mMtuo, contrato de trabalho etc! /ucess5rios são os direitos que surgemem decorr?ncia do falecimento de seu titular e são transmitidos aos seus herdeiros! -inalmente, osdireitos intelectuais dizem respeito aos autores e inventores, que t?m o privil0gio de explorar a suaobra, com exclusão de outras pessoas!

4s direitos subjetivos de car$ter não2patrimonial desdobram2se em personalíssimos efamiliais! 4s primeiros são os direitos da pessoa em rela&ão à sua vida, integridade corp5rea emoral, nome etc! são tamb0m denominados inatos, porque tutelam o ser humano a partir do seunascimento! R$ os direitos familiais decorrem do vínculo familiar como os existentes entre oscHnjuges e seus lhos!(

#outro passo, no que pertine a classica&ão de direito subjetivo em sua ec$cia o Prof!Paulo #ader continua.

%" segunda classica&ão dos direitos subjetivos refere2se à sua ec$cia! Dividem2se em absolutos erelativos, transmissíveis e não2transmissíveis, principais e acess5rios, renunci$veis e não2renunci$veis!

1-  Direitos absolutos e relativos 2 #os direitos absolutos a coletividade gura como sujeitopassivo da rela&ão! /ão direitos que podem ser exigidos contra todos os membros da coletividade,por isso são chamados erga omnes. 4 direito de propriedade 0 um exemplo! 4s relativos podem seropostos apenas em rela&ão a determinada pessoa ou pessoas, que participam da rela&ão jurídica!4s direitos de cr0dito, de loca&ão, os familiais são alguns exemplos de direitos que podem ser

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exigidos apenas contra determinada ou determinadas pessoas, com as quais o sujeito ativomant0m vínculo, seja decorrente de contrato, de ato ilícito ou por imposi&ão legal!

2 - Direitos transmissíveis e não transmissíveis 2 Como os nomes indicam, os primeiros sãoaqueles direitos subjetivos que podem passar de um titular para outro, o que não ocorre com osnão2transmissíveis, seja por absoluta impossibilidade de fato ou por impossibilidade legal! 4sdireitos personalíssimos são sempre direitos não2transmissíveis, enquanto os direitos reais, emprincípio, são transmissíveis!

3 - Direitos principais e acessórios 2 4s primeiros são independentes, autHnomos, enquantoque os direitos acess5rios estão na depend?ncia do principal, não possuindo exist<encia autHnoma!

#o contrato de mMtuo, o direito ao capital 0 o principal e o direito aos juros 0 acess5rio!4 - Direitos renunciáveis e não-renunciáveis 2 4s direitos renunci$veis são aqueles em que osujeito ativo, por ato de vontade, pode deixar a condi&ão de titular do direito sem a inten&ão detransferi2lo a outrem, enquanto que nos irrenunci$veis tal fato 0 impratic$vel, como se d$ com osdireitos personalíssimos!(

#o que pertine especialmente quanto à ec$cia ou produ&ão de efeitos, os direitossubjetivos, conforme acima, podem ser absolutos e relativos, transmissíveis e não2transmissíveisintransmissíveisE, principais e acess5rios, renunci$veis e não2renunci$vies irrenunci$veisE!

#esse porto, inicialmente, quanto aos efeitos ou repercussão do direito subjetivo, temosque pode haver ec$cia absoluta  e relativa! #os direitos subjetivos de efeitos absolutos $acoletividade %gura como sujeito passivo da rela&!o' , isso signica que a possibilidade de

disposi&ão dos direitos subjetivos absolutos, pelo não exercício, desist?ncia, renMncia eFoutransa&ão do direito ou de seus efeitos, embora de titularidade do sujeito, representar$ prejuízopara toda uma comunidade!

'xemplo típico de efeitos absolutos do direito subjetivo, temos a vida maior bem jurídico do sujeitoE, que embora integrante do ser que 0 o sujeito, seus efeitos repercutem einteressam aos demais membros da sociedade, porque a presen&a da outra vida, possibilita aconviv?ncia e suaviza a eterna luta di$ria, razão porque esses direitos subjetivos são tidos comoabsolutos, declarados assim pelo ordenamento como tal! Diante de tais razAes, os direitossubjetivos absolutos s!o tidos como indisponíveis os quais tornam inclusive o processoindisponível eis que nos limites da ordem jurídica n!o podem ser transacionados !

Por seu turno, o efeito ou ec$cia relativa ao direito subjetivo, est$ em que o efeito ou

conseqS?ncia do não manejo de defesa ou diante da Tagrante inatividade do titular, asconseqS?ncia ou reTexos dessa indilig?ncia do titular, não atinge a esfera passiva a coletividade,restringe2se apenas ao campo individual do sujeito titular, quando esse faz autocomposi&ão )  asubmissão, a desist?ncia ou transa&ãoE, podem ser operadas, pois os efeitos da perda do direitofere apenas as partes! Ra(!o porque s!o chamados como direitos disponíveis!

"inda quanto aos efeitos dos direitos subjetivos, esses podem ser transmissíveis  enão-transmissíveis! 4s direitos subjetivos transmissíveis são aqueles denidos inclusive porP">L4 #"D':)OO<E, como os $que podem passar de um titular para outro' , em contra partida,fazendo surgir a disponibilidade do processo! 4s direitos intransmissíveis não2transmissíveisEnão passam de um titular para outro $seja por absoluta impossibilidade de fato ou por impossibilidade legal' , transformando o processo em indisponível.

"lguns direitos intransmissíveis, podem ser objeto de autocomposi&ão, como o caso dodonat$rio que recebe um im5vel com cl$usula de intransmissibilidade inalienabilidade,incomunicabilidade e impenhorabilidadeE, e embora não possa o titular sujeitoE transmitir odomínio, pode ced?2lo a outrem, por determinado tempo, seja para pagamento de dívida ou at0 demero comodato, tudo em autocomposi&ão que pode ocorrer durante a audi?ncia de concilia&ão!LogoU #este ponto passível de autocomposi&ão, embora intransmissível a titularidade domínioE, oprocesso 0 disponível azão porque descabe em processos que tratam especicamente de taistemas, receber nomenclatura e tratamento de direito indisponível, quando são Tagrantementedisponível!

 P">L4 #"D'* )OO<E, falando sobre os direitos subjetivos principais  e acessórios,tem2se que os $...primeiros s!o independentes aut)nomos enquanto que os direitos acess#riosest!o na depend*ncia do principal n!o possuindo e+ist*ncia aut)noma. ,o contrato de m-tuo o

direito ao capital é o principal e o direito aos juros é acess#rio.' 

1 CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellerini; !INA"ARCO, C#ndido Ranel$ Teoria eral do %ro&esso, %$ 21; 'I()A, C*+ar$ Teoria Geral da aritrae-, %$ 4.;

"A/(', Carlos Alerto !a0s$ A transao no direito &iil e no %ro&esso &iil, %$., esse a0tores elaorara- ril5ante est0do sore o direito dis%on6el e a a0to&o-%osio2 NA!ER, Pa0lo$ Introd0o ao est0do do direito, %$347.$

3 NA!ER, Pa0lo$ Introd0o ao est0do do direito, %$347.$

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Nuanto aos direitos subjetivos renunciáveis e não-renunciáveis (irrenunciáveis),apura2se que os direitos subjetivos renunci$veis %!!!s!o aqueles em que o sujeito ativo por ato devontade pode dei+ar a condi&!o de titular do direito sem a inten&!o de transferi"lo a  outrem,”. Porseu turno, nos direitos subjetivos $irrenunciveis tal fato é impraticvel como se d com os direitos personalíssimos.' /.

#esse passo, novamente conclamamos o emprego da exata terminologia jurídica, paraespancarmos a celeuma surgidaB pois, indiscutivelmente, direito irrenunci$vel 0 efetivamentedireito indisponível, por conseqS?ncia processo indisponível! 'ntretanto, a arma&ão de que na

a&ão de execu&ão de alimentos, os frutos do direito subjetivo são irrenunci$veis e indisponíveis oprocesso, mas transacion$veis, data venia, não soa adequadamente correto, eis quediferentemente do direito acess5rio, os frutos objeto da a&ão de execu&ão de alimentos exigem odireito subjetivo irrenunci$vel alimentosEB todavia, os frutos  não se prendem ao direitoprincipal irrenunci$vel que o originou, e assim o sendo, por não estarem vinculados àindisponibilidade do direito principal, podem ser objeto de autocomposi&ão, por ser o processoneste ponto disponível! LogoU 4s frutos dos direitos subjetivos irrenunci$veis de alimentos sãodireitos disponíveis e, portanto, torna o processo disponível!

 "ssim, são essas as considera&Aes sobre a indisponibilidade e a disponibilidade doprocesso que queríamos ressaltar!

4 Ide-$

. 'I()A, C*sar$ !ireito Ciil8 &0rso &o-%leto, %$9:, ensinando sore a deinio de r0tos, e- direito &onsiderados, air-a <0e “...são as utilidades produzidas, periodicamente, por

uma coisa. Podem ser naturais, como os filhotes de um animal, os frutos de uma árvore, o leite de uma vaca etc.; industriais, como os laticínios em relação ao leite e ao homem,a produção de uma fábrica em relação à matériaprima e ao homem etc.; ou civis, assim entendidos os salários, !uros, lucros e alu"uéis.# $ E, GO"E=, Orlando$ Introd0o aodireito &iil, %$ 24>, ainado &o- a deinio trans&rita, le&iona indi&ando os ele-entos %ara &ara&teri+ao dos  frutos, onde “re$uer a con!unção de tr%s re$uisitos& '.(, periodicidade;).(, inalterabilidade da subst*ncia; +.(, separabilidade da coisa principal. e!a pela força e-clusiva da natureza ou com a intervenção do homem, a!udandoa, a coisa principalproduz e produz periodicamente, sem sofrer diminuição em sua mesma subst*ncia. ecessário, ainda, $ue possa ser separada, tornandose coisa independente, perdendo ovínculo de depend%ncia, dei-ando, numa palavra, de ser bem acess/rio. 0sta virtualidade permite $ue os frutos se!am ob!eto de relação !urídica distinta.# $ Assi- o sendo, osr0tos ?direitos r0tos@ so total-ente disso&iados da &oisa ?direitos s0jetios@ <0e os ero0, a+endo &o- essa a0tono-ia, s0rir direitos r0tos total-ente a0tôno-os do direito s0jetio<0e os &on&ee0, &o-o e- %rele&iona PEREIRA, Caio "aria da =ila$ Instit0ies de direito &iil, ol$ I, %$ 299, %ara <0e- os r0tos “na verdade, muito embora "erados pela# &oisao0 direito s0jetio “principal, podem vir, e comumente v%m a ad$uirir autonomia, $uando assumem a posição de coisas de e-ist%ncia sobre si mesmas.# $ $