50 anos do golpe da ditadura militar

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50 anoS do Golpe Militar Ditadura nunca mais! Professor Mauricio da Silva

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Page 1: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

50 anoS do Golpe Militar

Ditadura nunca mais!

Professor Mauricio da Silva

Page 2: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Ditadura autocracia

fascismo militarismo censura

intolerância

Nacionalismo extremo

O fascismo talvez esteja mais

próximo de nós do que pensamos,

e de que ela possa ressurgir a

qualquer momento.

Professor Mauricio da Silva

Page 3: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Professor Mauricio da Silva

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Palavras de ordem do Comício da Central do Brasil em 1964.

• Radicalismo, defesa das reformas de base, dos direitos das classes trabalhadoras.

Professor Mauricio da Silva

Page 5: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

João Goulart sofria oposição de vários segmentos da sociedade: Forças armadas, que temiam o “avanço comunista”;

Setores da Igreja;

Empresários, latifundiários que temiam a reforma agrária, pessoas ligadas ao capital estrangeiro.

Em 1º de abril de 1964 o Golpe Militar depôs João Goulart.

Professor Mauricio da Silva

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Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967)

Atos Institucionais acabaram com as eleições para presidentes, governadores e prefeitos de capitais, partidos foram extintos, cassações.

Política externa: ligou-se fortemente aos EUA, rompeu com o bloco socialista, estabeleceu o bipartidarismo (ARENA – Aliança Renovadora Nacional e MDB – Movimento Democrático Brasileiro).

Professor Mauricio da Silva

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A Rotina do autoritarismo

Se deu por meio da edição dos atos institucionais, que foram reunidos na Constituição de 1967.

Os demais atos, posteriores a essa data, inclusive o AI-5, foram incorporados na Emenda Constitucional de 1969.

Generais Assinando o Ato Institucional (AI-1). 09 de abril de 1964.

Relação dos 100 nomes que tiveram seus

direitos

políticos suspensos AI1 [10 de abril de

1964].

Professor Mauricio da Silva

Page 8: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Professor Mauricio da Silva

Page 9: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

AI-1 (1964)

Dava poder ao presidente para alterar a Constituição, suspender direitos políticos, aposentar ou demitir compulsoriamente funcionários públicos.

AI-2 (1965)

Estabeleceu eleições indiretas para presidente.

Instituiu o bipartidarismo.

Aumentou o número de ministros do STF.

O presidente poderia decretar estado de Sítio sem consulta ao Congresso.

AI-3 (1966)

Eleições indiretas para governador e vice.

Prefeitos das capitais seriam nomeados pelos governadores.

AI-4 (1966)

Convoca o Congresso para promulgar a nova Constituição.

O Executivo legislava por decretos.

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AI-5 (1968)

Autorizou o presidente:

Decretar o recesso do Congresso e outros órgãos.

Intervir nos estados e municípios.

Cassar mandatos eletivos e suspender por 10 anos dos direitos políticos de qualquer cidadão.

Decretar o confisco de bens.

Suspender a garantia do habeas corpus

Habeas Corpus

Garantia legal, em favor do cidadão que sofre violência ou ameaça de liberdade de locomoção, por parte de autoridade legítima.

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Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Identificado como militar da Linha Dura, assumiu uma política repressiva.

“Passeata dos 100 mil”, movimentos estudantis em 1968, eram manifestações que afrontavam o governo militar.

Professor Mauricio da Silva

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1924 - Departamento de Ordem Política e Social (DOPS)

1964 - Serviço Nacional de Informação (SNI)

1969 – Operação Bandeirantes (OBAN) paramilitar.

1970 – Destacamento de Operações de Informações – Centro de Defesa Interna (DOI-CODI) órgão do exército.

“cultura do medo”

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Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)

Foi o mais violento e repressivo de toda a ditadura militar. Nesse período ocorreu o “Milagre Econômico”, período de grande desenvolvimento de nossa economia.

O PIB cria a 14%. Construção da Rodovia Transamazônica, ponte Rio-Niterói.

Professor Mauricio da Silva

Page 14: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Após o AI-5 cresceu a luta armada, principalmente movimentos

de esquerda que se propunham a fazer a revolução comunista

por meio de organizações paramilitares e guerrilhas no campo e

na cidade.

Guerrilha do Araguaia - ação armada

desencadeada pelo PC do B, entre

1972 e 1974, na região de Marabá, no

Pará.

Estima-se que pelo menos

70 dos desaparecidos

políticos no Brasil

tenham sido mortos por

militares durante as ações

de repressão no Araguaia.

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Carlos Lamarca, líder do MR-8,

é morto no interior da Bahia - 1971

MR8 é uma organização política

de ideologia socialista que participou da luta

armada contra a ditadura militar e tinha

como objetivo a instalação de

um Estado socialista no Brasil. Surgida em

1964 em Niterói.

Professor Mauricio da Silva

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Ernesto Geisel (1974-1979)

Iniciou uma abertura “lenta gradual e segura”.

Em 1975, o jornalista da TV Cultura, Wladimir Herzog, foi morto, vítima de torturas numa prisão do DOI-Codi. A partir desse fato alguns presos políticos foram libertados e a liberdade de imprensa foi ampliada.

Jornalista Wladimir Herzog, preso em São

Paulo, é encontrado morto em sua cela.

Falam em suicídio.

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Page 17: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

No terreno econômico, a euforia dos tempos do “milagre” passara. Aumento do preço do petróleo, alta dos juros internacional, aumento da inflação.

Nesse período foi instituído o Pró-álcool (Programa Nacional do Álcool)

Em 1978, fechou o Congresso Nacional, em seguida a extinção do AI-5.

Ernesto Geisel

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João Batista de Oliveira Figueiredo (1979-1985)

1979 – decretada a anistia, retorno da maioria dos exilados.

Restabeleceu-se o pluripartidarismo. A oposição vence importantes estados com a volta das eleições para governador.

Campanha “Diretas Já” para presidente da república ganha as ruas.

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1985 – a Aliança de PMDB e PFL elegeu Tancredo Neves e vice-presidente José Sarney. A vitória do civil Tancredo Neves encerrou os 21 anos de regime militar no Brasil.

João Batista de Oliveira Figueiredo

Lei da Anistia

Prescreveu a maioria dos crimes e delitos políticos cometidos entre 1964 e 1979, tanto por opositores ao governo quanto pelos agentes das forças de segurança. Os últimos presos políticos forma libertados, os exilados puderam retornar ao Brasil.

Comissão da Anistia e da

Comissão Especial de Mortos e

Desaparecidos Políticos, 457

pessoas

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Comparações com outras ditaduras

Chile – 1973-1989. Regime Militar do

general Pinochet

Os serviços secretos da ditadura de

Pinochet (1973-1990) desenvolveram armas

químicas como sarin, soman e tabun, para

usar contra países inimigos e opositores.

Entre os anos 1970 e 80 neurotoxina

botulínica, uma poderosa arma química que

provoca a morte por asfixia.

O Chile ainda investiga a extensão do uso

de tais armas na ditadura que deixou 3.200

mortos.

40 anos após a morte do Nobel de Literatura

Pablo Neruda, com a exumação dos restos

mortais e um processo judicial para

descobrir se ele foi assassinato pela

ditadura de Augusto Pinochet.

Professor Mauricio da Silva

Page 21: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Argentina – 1966-1983

Juan Carlos Onganía governou de 1966 a

1970

Entre 1976 e 1983 os militares

assassinaram ao redor de 30 mil civis,

entre eles, crianças e idosos, segundo

estimativas de ONGs argentinas e

organismos internacionais de defesa

dos Direitos Humanos.

A Ditadura teria sido

responsável pelo sequestro

de 500 bebês, filhos das

desaparecidas. Desde o final

dos anos 70 as avós da

Praça de Mayo localizaram e

recuperaram a identidade de

109* dessas crianças,

atualmente adultos.

Page 22: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

O QUE É A COMISSÃO DA VERDADE?

• A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12528/2011 e instituída

em 16 de maio de 2012. A CNV tem por finalidade apurar graves violações

de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de

outubro de 1988, principalmente por agentes do Estado ou pessoas a seu

serviço nos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados e

ocultação de cadáveres.

Page 23: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

O foco principal será apurar casos de desaparecidos políticos. De acordo com o livro-

documento Direito à Memória e à Verdade, elaborado pelo governo federal, há 150 casos

de opositores do regime militar que desapareceram após serem presos ou sequestrados

por agentes do Estado.

Secretaria de Direitos Humanos (SDH),

examinou 858 mortes e desaparecimentos

forçados ocorridos no campo e filtrou aqueles

diretamente ligados à repressão.

Professor Mauricio da Silva

Page 24: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Em janeiro de 2013, mudança do registro de óbito de Vladimir

Herzog para que a causa da morte do jornalista, em 1975,

fosse alterada de asfixia mecânica para morte em decorrência

"de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II

Exército – SP (Doi-Codi)".

Realizações da CNV

Professor Mauricio da Silva

Page 25: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

A CNV revelou que as torturas ocorridas durante a ditadura

não foram uma resposta à luta armada, como afirmaram por

anos o ex-integrantes do regime e seus apoiadores, mas

tiveram início logo após a derrubada de João Goulart.

Primeiro comandante do DOI de São Paulo,

coronel reformado do Exército Carlos

Alberto Brilhante Ustra, afirmou à CNV que

agiu sempre dentro da legalidade e sob as

ordens do Exército

Operação Bandeirante (Oban),

oficialmente ilegal, a missão do

órgão era identificar, localizar e

capturar os elementos

integrantes dos grupos

"subversivos", com a finalidade

de destruir ou pelo menos

neutralizar as organizações a

que pertenciam.

DOI-CODI prendeu pelo menos 2.541

pessoas, estourou 274 “aparelhos”

de grupos de esquerda e matou 51

indivíduos.

Professor Mauricio da Silva

Page 26: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

Doi-Codi - informações do livro Direito à Memória e à Verdade,

organizado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da

Presidência da República, mostram que esse gigantesco

aparelho repressivo chegou a atuar também fora do Brasil.

Em 1972, deixou sua marca na Bolívia após o golpe que

derrubou Juan José Torres; em 1973, no Chile e no Uruguai; e

em 1976, na Argentina.

Professor Mauricio da Silva

Page 27: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

A Lei da Anistia seria fruto de um

“acordo político” entre governo e

oposição para promover a transição

democrática. A lei foi criada para

anistiar aqueles que combatiam a

ditadura, mas foi travestida de

perdão eterno aos agentes estatais

brasileiros que violaram direitos

humanos da população brasileira.

Comissão da Verdade de São Paulo pede

revisão da Lei de Anistia

Professor Mauricio da Silva

Page 28: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO

DA VERDADE?

• A CNV importante elemento para a

abertura dos arquivos e para a

punição dos criminosos, apesar de

suas limitações e da tardia criação,

em descompasso com países

como a Argentina que já tem as

suas comissões desde a década de

80.

Professor Mauricio da Silva

Page 29: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

• Significa um compromisso real com a

defesa dos direitos humanos, da memória

das vítimas e a suas famílias. Vai ajudar a

reconciliação do Brasil com seu passado.

• O direito à verdade é um direito

estabelecido no direito internacional e tem

a estratégia abrangente de evitar

violações no futuro.

Avaliar o passado para entender o presente

“a força pode esconder a verdade, a

tirania pode impedi-la de circular

livremente, o medo pode adiá-la, mas o

tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse

tempo chegou” Galileu Galilei .

Professor Mauricio da Silva

Page 30: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

http://bnmdigital.mpf.mp.br

http://www.cnv.gov.br

O projeto Brasil: Nunca Mais – BNM foi

desenvolvido pelo Conselho Mundial de

Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo

nos anos 1980

Professor Mauricio da Silva

Page 31: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

A “PAZ” IMPOSTA PELAS

ARMAS

Professor Mauricio da Silva

Page 32: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

• Nos perguntamos: o que mudou em relação à liberdade social com a conquista

dos supostos direitos democráticos presentes na constituição de 1988? Afinal,

fazem 28 anos desde o final da ditadura, e ainda vemos grande atuação das

forças repressivas estatais e graves problemas no viver em sociedade.

Professor Mauricio da Silva

Page 33: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

• Enquanto isso, o discurso veiculado pela mídia é de que somos livres e nossos

direitos são respeitados, mas....

• ...será que esse discurso se efetiva na prática?

Professor Mauricio da Silva

Page 34: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

• Uma das consequências dos militares no comando foi a tortura contra

militantes, considerada crime contra a humanidade. Longe de estar

extinta, esta prática ainda é usada. Inclusive, “heróis” são criados pela

mídia:

Professor Mauricio da Silva

Page 35: 50 anos do Golpe da Ditadura Militar

• Na favela todos são passíveis de “suspeita” e estão sujeitos a “acidentes”.

Outros casos repressivos e violentos acontecem, como invasões de residências,

revistas vexatórias, humilhações, agressões, etc.

Professor Mauricio da Silva