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1 de 14 INFORMA Abril 2016 Estojo semanal da W.O. Larsen.

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INFORMA Abril 2016

Estojo semanal da W.O. Larsen.

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Índice

ARTESÃOS

“Scorpius” de João Madaíl na Casa Havaneza e no Show de Chicago

Novo na arte – A. Nepokoychitskiy

ANTIGUIDADES

Cachimbos em argila no mensário “Le Piperron”

CONSELHOS ÚTEIS

Como fazer um freehand segundo Trever Talbert

MERCADO DE USADOS

Estojo semanal W.O. Larsen

A VISITAR

Amsterdam Pipe Museum – Os desenhos de Jean Perron

TABACO (S)

Samuel Gawith Cabbie’s Mixture

Como preparar o tabaco “em corda”

FUMADORES CÉLEBRES

Stefan Zweig

O CACHIMBO NA ARTE

William Dring

ANÚNCIOS DE OUTROS TEMPOS

“Clan”, a única fragrância do homem!

LEMOS NOS JORNAIS

Nota prévia

Apesar da Lei do Tabaco consumo baixou menos de 1% em nove anos

Aumenta o preço, cresce o contrabando

Imperial Tobacco tem 15% do mercado em Portugal

Cigarro electrónico explode no bolso

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artesãos

“Scorpius” de João Madaíl na Casa Havaneza e em Maio em Chicago

O artesão e sócio do CCP João Madaíl prossegue um caminho de afirmação no mundo dos cachimbos, com a

melhoria e diversificação do seu trabalho. Além da colocação das suas peças no mercado internacional,

directamente ou através de lojas online especializadas – já no próximo mês de Maio apresenta-se, pela primeira

vez, na grande feira de Chicago (EUA) –, em Portugal passou recentemente a ter os seus cachimbos à venda

também nas tabacarias da Casa Havaneza.

Com 58 anos e natural de Lisboa, João Madaíl recomeçou a fumar em 2010 o que o levaria a frequentar um

pequeno workshop sobre cachimbos na Tabacaria Sua Excelência (onde era cliente e que entretanto encerrou) com

alguns artesãos entre os quais João Reis.

“ Sempre gostei de trabalhar com madeira. Quando vi o João Reis pegar num pedaço de madeira e fazer um

cachimbo, achei o desafio emocionante. Cheguei a casa e tentei fazer um cachimbo a partir de um pedaço de

madeira que tinha, e não correu mal. Depois, encomendei de Itália uns blocos pré-perfurados e fiz o meu primeiro

cachimbo. Mostrei-o nos jantares do clube e foi apreciado pelos sócios, o que me incentivou a fazer mais. Nesse

ano (2010), devido à crise económica, fiquei desempregado e decidi criar a minha oficina e começar a fazer

cachimbos para vender. Criei a marca Scorpius no final do ano e em 2011 comecei a fazer cachimbos

regularmente. Até hoje.”

Sobre o seu trabalho pode ver a entrevista que concedeu à Algamares, televisão local de Galamares (Sintra)

distribuída via internet: http://alagamarestv.com/rubricas/bica-falada/ ou através do MEO KANAL 499383.

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artesãos

Modelo “Bambu Ballerina”, a interpretação do artesão Alexander Nepokoychitskiy da forma Ballerina criada por Bo Nordh.

Novo na arte – A. Nepokoychitskiy

Alexander Nepokoychitskiy nasceu em 1972 e cresceu em Moscovo. Ainda

jovem interessou-se pela modelagem de aeronaves, aprendeu a trabalhar com

madeira, metal e materiais compostos e estudou no Instituto de Tecnologia de

Aviação, na capital russa.

Alexander começou a fazer cachimbos para si mesmo, como um hobby, mas

rapidamente esta tornou-se a sua actividade favorita. Tem aprendido e evoluído

de forma independente, estudando os melhores exemplos dos artesãos russos e

dinamarqueses, sempre em busca da melhoria das qualidades de fumo dos seus

cachimbos. Utiliza urze de origem italiana e boquilhas de ebonite alemã.

Ver: www.scandpipes.com/product.asp?product=4054

e www.scandpipes.com/group.asp?group=624 de onde este texto foi adaptado.

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antiguidades

Cachimbos em argila nas páginas de “Le Piperron”

Com um naipe alargado de coleccionadores, os cachimbos produzidos há alguns séculos em argila continuam a ser

motivo de interesse e de estudo por parte de fumadores, entusiastas do cachimbo e, sobretudo, por arqueólogos e

historiadores.

Mais uma razão para lhe darmos a conhecer a última edição do excelente mensário “Le Piperron”, do Pipe-Club de

Liège “Le Perron”: http://www.fumeursdepipe.net/piperron/piperron_0116.pdf

conselhos úteis

Como fazer um freehand segundo Trever Talbert

O artesão norte-americano esmerou-se! Não foi apenas na concepção do cachimbo que aqui revelamos mas

também nas fotografias e descrição detalhada de todos os passos seguidos, desde a escolha do bloco de madeira de

urze ao aproveitamento máximo da madeira e do “olho-de-perdiz” que aquela evidenciava.

Na verdade, para Trever Talbert criar um cachimbo de formas livres é isso mesmo. Ora veja:

http://talbertpipes.blogspot.pt/2016/01/making-freehand.html e http://www.talbertpipes.pair.com/talbert-

catalog/1601t.shtml

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mercado de usados

Estojo semanal W.O. Larsen com 7 cachimbos e 7 calcadores

Esteve (já não está!) à venda por 2750 dólares e, em novo, terá tido a sua origem numa encomenda personalizada.

Admite-se que seja o único estojo semanal da marca W.O. Larsen, provavelmente concebido pelo dinamarquês

Hans Nielsen “Former” que, durante anos, foi artesão e manager na fábrica Larsen.

Aparentemente quase clássicos – estas formas neoclássicas da Larsen eram à época muito populares –, os sete

cachimbos têm por base design do artesão, também dinamarquês, Sven Knudsen, da década de 1960: fornilhos que

lembram a forma Brandy (versão dinamarquesa), canela longa, anéis de chifre que reforçam a peça e a embelezam,

e boquilhas em vulcanite feitas à mão. Quanto ao acabamento, há de tudo: liso, areado, rústico ou parcialmente

rústico. E para “rematar” em grande… outros tantos calcadores em formas e materiais variados, e uma caixa de

madeira forrada e “acolchoada” para bem acomodar todas estas belezas!

Pode ver os cachimbos com mais detalhe aqui, de onde adaptámos este texto:

http://www.finepipes.com/index.php?main_page=product_info&products_id=10243

Sítio do artesão Hans Nielsen “Former”: www.formerpipes.com

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a visitar

Os desenhos de Jean Perron

Até 7 de Maio, o Museu do Cachimbo de Amsterdão (particular) exibe um conjunto de 80 desenhos, recentemente

adquiridos na Bélgica, com as figuras/formas que, cerca de 1860, foram esculpidas em cachimbos de espuma de

mar. Um dos desenhos corresponde a uma peça que consta do espólio do museu (em cima, na foto).

Os desenhos, magníficos, são da autoria do francês Jean Perron, que esculpia em marfim e em espuma de mar,

sobretudo figuras de senhoras elegantes, com penteados e chapéus elaborados, mas também mulheres nuas em

poses sensuais.

Amsterdam Pipe Museum (2.ª a sábado, 12:00/18:00, www.pipemuseum.nl), Prinsengracht 488, Amsterdão.

Contacto: Benedict Goes, tel. (+316) 222.59.636, e-mail [email protected]

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tabaco (s)

Cabbie’s Mixture

Tabaco de tipo inglês produzido pela empresa britânica Samuel Gawith, apresenta-se em latas de 50 gramas.

Algumas das suas características, de acordo com a excelente loja online alemã, Esterval’s Pipe House

www.tecon-gmbh.de/product_info.php?products_id=9044&language=en&osCsid=7cffc38bf972f762ddacba89e0497a62

Tipo de tabaco Inglês

Força Forte

Composição do tabaco Virgínia e Perique da Louisiana

Corte Encaracolado (Curly)

Sabor Neutro

Tabaco “em corda” – como prepará-lo?

Um excelente artigo da Smoking Pipes (mais um) sobre um tipo de tabaco que não há à venda em Portugal: o

tabaco “em corda” (rope tobacco). Se tiver oportunidade de o comprar no estrangeiro, não hesite e faça a

experiência. Um tabaco com características especiais e que “obriga” a alguma preparação antes de poder fumar o

seu cachimbo. Vai ver que vale a pena. https://www.smokingpipes.com/smokingpipesblog/single.cfm/post/how-

prepare-rope-tobacco

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fumadores célebres

Stefan Zweig (28 de Novembro de 1881 – 23 de Fevereiro de 1942)

Stefan Zweig, romancista, poeta, dramaturgo, jornalista e biógrafo, era um cidadão austríaco de origem judaica

que, a partir da década de 1920 e até sua morte, foi um dos escritores mais famosos e vendidos do mundo – assinou

obras como “Amok. Histórias de Paixão”, “Carta de uma Desconhecida”, “O Mundo que Eu Vi – Memórias de

um Europeu” e “Brasil, País do Futuro”.

Nascido numa família judia rica, viveu o efervescente ambiente cultural de Viena, no início do século XX, tendo-se

formado em Filosofia na universidade da capital austríaca. O seu círculo de amizades incluía vultos proeminentes

da literatura e da ciência, como Rimbaud, Romain Rolland, Rainer Maria Rilke, Thomas Mann e Sigmund Freud,

com o qual se correspondeu entre 1908 e 1939.

Com a ascensão de Hitler na Alemanha, em 1934 Stefan Zweig mudou-se para Inglaterra onde adquiriu a

nacionalidade britânica, e depois de uma breve passagem pelos Estados Unidos fixou-se no Brasil.

Exilou-se neste país, que passou a amar e que lhe mereceu vários elogios. Morreria em Petrópolis, onde se suicidou

com a mulher, em 1942, deprimido com a barbárie nazi que grassava pela Europa.

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o cachimbo na arte

William Dring (26 de Janeiro 1904 – 29 de Setembro de 1990)

Dennis William Dring, pintor e desenhador inglês, estudou na Slade School of Fine Arts, entre 1922 e 1925, e foi

professor de desenho e pintura na Southampton School of Art até 1942.

Celebrizou-se sobretudo como retratista, quer durante a Segunda Guerra Mundial com obras sobre diversos heróis

britânicos quer, posteriormente, com os seus quadros com figuras proeminentes da realeza.

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anúncios de outros tempos

Recordando o velho “Clan”

“Clan – a única fragrância que o homem precisa.”, é o slogan que consta no anúncio supra.

Ora toma! Há mesmo publicitários que não fazem a coisa por menos e vá de puxar uma frase que é todo um

“programa”.

Ultra aromático, de corte fino, o “Clan” também em Portugal marcou uma época sendo, durante anos, dos tabacos

mais vendidos entre nós.

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lemos nos jornais

Nota prévia (a propósito de algumas das notícias sobre tabaco que se seguem…)

Nós temos opinião mas, mesmo quando não concordamos com o que lemos e que aqui por vezes reproduzimos,

não fazemos censura.

Mas também não nos queiram tomar (sempre) por parvos!

Algumas ditas autoridades na matéria querem passar como boas estatísticas sobre os hábitos dos fumadores e o

consumo de tabaco em Portugal (sempre a baixar segundo as mesmas). Apesar do crescimento das apreensões, não

entram em conta que existe muito tabaco de contrabando e tabaco contrafeito que chega ao nosso país.

Para já não falarmos das entradas legais de tabaco em Portugal, adquirido por particulares nomeadamente no país

vizinho onde a variedade de marcas é maior e os impostos são mais baixos.

Em nove anos, apesar da Lei do Tabaco, consumo baixou menos de 1% em Portugal

Lei e campanhas antitabagistas não chegaram para levar a uma diminuição acentuada do número de fumadores em

Portugal. A Direcção-Geral de Saúde (DGS) afirma que o tabaco foi responsável por 33 mortes por dia em 2013 –

artigo do “Público”, em http://www.publico.pt/sociedade/noticia/em-nove-anos-consumo-de-tabaco-baixou-menos-

de-1-em-portugal-1724946

“Em nove anos, o consumo de tabaco diminuiu ligeiramente, menos de um ponto percentual, apesar da legislação

cada vez mais restritiva, do aumento dos preços e das sucessivas campanhas contra o tabagismo.”

Entre 2005/2006 e 2014, o consumo do tabaco baixou de 20,9% para 20% da população com 15 ou mais anos,

uma diminuição que se ficou a dever sobretudo ao elevado número de pessoas que conseguiram deixar de fumar

neste período. Na prática, isto significa que há dois anos havia menos 87 mil fumadores do que em 2005/2006

(dados dos últimos dois inquéritos nacionais de saúde). Esta diferença fica a dever-se à diminuição do número de

fumadores neste período (menos cerca de 161 mil), em contraste com a tendência para o aumento entre as mulheres

(mais 74 mil fumadoras).

São dados do relatório “Portugal - Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015, do Programa Nacional

para a Prevenção e Controlo do Tabagismo da DGS, documento que foi apresentado (no dia 1 de Março) em

Lisboa. “Há ganhos, mas são poucos”, admite o Director-Geral da Saúde, Francisco George, que reconhece que o

impacto das legislações restritivas se dilui com o passar dos anos.

Pelo lado positivo, destaca-se no relatório da DGS a percentagem de ex-fumadores, que aumentou quase 6%,

passando de 16,1 para 21,7% neste período. Ou seja, quase meio milhão de pessoas conseguiu largar o tabaco em

nove anos, mas apenas 3,6% teve apoio médico ou tomou medicamentos para deixar de fumar.

No final da apresentação do relatório, o Secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, adiantou, a

propósito, que o Governo está a avaliar a possibilidade de comparticipação dos medicamentos para a cessação

tabágica (ideia que tem sido sucessivamente adiada por vários governos) e que se pretende que todos os

agrupamentos de centros de saúde tenham consultas de apoio para as pessoas que querem deixar de fumar.

Quanto aos espaços para fumadores, nomeadamente nos restaurantes, nos hotéis e discotecas, com a nova

legislação que entrou em vigor em Janeiro passado pretende-se evitar que haja novos locais a funcionar nestes

moldes, enquanto aqueles que compraram equipamentos (extractores de fumo) e dispõem de salas próprias para

fumadores vão passar a ter que respeitar “exigências, do ponto de vista técnico, cada vez maiores para proteger

quem não fuma da inalação do tabaco”, adiantou Fernando Araújo, citado pela Lusa.

Uma dessas medidas entrará em breve em vigor e obriga a que os espaços fechados onde é possível fumar (com

mais de 100 metros quadrados) sejam obrigados a ter pressão negativa. Segundo Francisco George, esta pressão

deve ser “no mínimo 5 pascais (unidade), para a propagação do fumo do tabaco encontrar um bloqueio à sua

expansão”. Ao “Público”, o Director-Geral da Saúde explicou que a legislação vai ser afinada através de uma

regulamentação específica, “uma portaria conjunta dos ministérios do Ambiente, da Saúde e da Economia”, que

será publicada dentro de alguns meses.

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Aumento da experimentação – Relativamente ao consumo de tabaco, o relatório da DGS prova que os alertas e as

restrições impostas pelas legislações antitabágicas não foram suficientes para convencer mais pessoas a,

simplesmente, nunca o experimentar (sublinhado nosso). O cigarro ainda continua a constituir um atractivo ao qual

é difícil resistir, como indica o documento, que mostra “um aumento da experimentação do consumo”. Se, em

2005/2006, de acordo com os dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS), 62,9% da população residente com 15

ou mais anos dizia nunca ter fumado, essa percentagem desceu para 58,2% em 2014.

Outro indicador preocupante é o de que o tabaco é responsável por cada vez mais mortes em Portugal, no total

mais de 12 mil pessoas em 2013 (últimos dados disponíveis). Um valor que representa um aumento, quando

comparado com o ano anterior, em que se estimava que 10.600 pessoas teriam morrido pela mesma razão.

As estimativas do ano 2013 atribuem à exposição activa e passiva ao tabaco a responsabilidade por 12.369 mortes.

Contas feitas, o relatório é claro ao concluir: “Uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os

sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo do tabaco”. Os homens foram os grandes afectados

pelo tabagismo (9.960 óbitos), com o cancro a surgir como a principal causa de morte dentro deste grupo (4.875

casos). Já a morte por exposição ao fumo ambiental “registou uma descida assinalável nos últimos anos”, revela o

relatório, no qual se estima que “cerca de 400 pessoas” terão morrido, em 2013, por este tipo de exposição.

Outro indicador pouco animador: cerca de 10% das mulheres que engravidaram admitiram ter fumado durante a

última gravidez.

Aumenta o preço do tabaco, cresce o contrabando…

Com o nível de fiscalidade sobre o tabaco que não pára de aumentar, a experiência de anos anteriores já revela que

não vai haver milagres na execução orçamental de 2016 nesta matéria. Portugal tornou-se ainda mais apetecível

para o comércio ilícito, afirma a Imperial Tobacco em artigo divulgado pelo jornal “i”.

http://ionline.pt/artigo/497991/tabaco-subida-da-carga-fiscal-vai-levar-ao-aumento-do-

contrabando?seccao=Dinheiro_i

Texto completo:

“A subida da carga fiscal sobre o tabaco vai levar ao aumento do contrabando”. A garantia foi dada ao “i” por

um porta-voz da Imperial Tobacco Portugal, uma das maiores operadoras no comércio de tabaco no país, que

lembra que os aumentos dos impostos não têm levado a uma subida da receita fiscal, pelo menos nos últimos

quatro anos.

“De 2011 a 2015 temos assistido a uma diminuição da receita na ordem dos 200 milhões de euros, uma queda de

14%. Isso revela que aumentar de forma elevada o imposto não representou, nos últimos quatro anos, um aumento

da receita fiscal”, salienta fonte da empresa.

Ao mesmo tempo tem-se assistido ao aumento do comércio ilícito de tabaco no mercado nacional. De acordo com

a mesma fonte, do ponto de vista fiscal, Portugal tornou-se apetecível para o comércio ilícito.

E os números falam por si. Em Janeiro, a Unidade de Acção Fiscal (UAF) da GNR, em coordenação com a

Autoridade Tributária e Aduaneira, fez a maior apreensão de tabaco ilegal de sempre na Europa, em que foram

apreendidas mais de 182 toneladas de tabaco e tabaco moído. “Esta apreensão constitui uma fuga ao pagamento

de impostos ao Estado num valor superior a 30 milhões de euros em imposto especial sobre o consumo”, referiu a

GNR na altura.

Esta realidade, no entender da empresa, deve agravar-se. Apesar de não existirem dados oficiais, a Imperial

Tobacco lembra que são feitas com regularidade análises de rua em que são recolhidas embalagens de tabaco

vazias para saber as que foram compradas legalmente e as que não pagaram imposto em Portugal.

Derrapagem - A empresa lembra que, em 2015, estava prevista uma receita de 1,5 mil milhões de euros; no

entanto, a colecta real ficou cerca de 260 milhões abaixo, ou seja, atingiu 82% do que era estimado. Para este ano

está previsto subir a fasquia dos 1,5 mil milhões de euros, mas a empresa acredita que, mesmo em cenários mais

optimistas, tal vai ser “impossível” de alcançar. “A receita fica acima dos mil milhões de euros, mas aquém do que

está previsto. E isso revela que quanto mais se espreme o imposto, mais encarece o produto e menos se vende”,

salienta.

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O porta-voz de uma das maiores operadoras no comércio de tabaco no país diz ainda que “o que está previsto é

mais um aumento de 20% na cobrança de impostos em relação ao ano passado. O que este Orçamento faz é

aplicar a mesma receita de agravamento fiscal e, com isso, o mercado vai continuar a diminuir e a receita fiscal

vai ficar, mais uma vez, aquém do que estava previsto”, salienta.

A Imperial Tobacco lembra que é o tabaco de enrolar que tem sido mais penalizado nos últimos anos e que vai

afectar sobretudo os fumadores com menos poder de compra. De acordo com a sua análise, nove em cada dez

consumidores deste tipo de tabaco consomem-no por uma questão de preço.

“Nos últimos três anos, o valor mínimo de imposto do tabaco de enrolar aumentou 80%, o que levou a uma

diminuição de 57% do volume do produto introduzido no mercado. Este ano vai aumentar mais 25%, o valor

mínimo de imposto. É claro que há pessoas que podem reduzir o consumo ou deixar de fumar, mas aquilo a que se

assiste é a um aumento do comércio ilícito em Portugal”, refere.

Imposto progressivo - Para a empresa, o governo, se pretende subir a carga fiscal nestes produtos, deveria fazê-lo

de forma “mais progressiva, gradual e bem distribuída por todos os produtos existentes no mercado”. Já em

relação a este ano, a Imperial Tobacco defende uma estabilização. “O executivo devia guardar para mais tarde um

novo aumento. O que se está a fazer é subir a carga fiscal a meio do ano, não faz sentido”, diz.

Além disso, considera que o governo deveria aliviar os impostos sobre o tabaco de enrolar face aos cigarros. A

explicação é simples: é um produto inacabado e o aumento poderá levar a que os fumadores consumam produtos

ilícitos. E dá como exemplo a diferença que existe em relação aos valores praticados em Espanha. “A diferença do

tabaco de enrolar entre Portugal e Espanha é de menos 110 euros por quilo só em termos de imposto. Isso é

convidativo para as piores práticas. O problema do comércio ilícito é que, depois de se enraizar, é difícil

erradicá-lo, porque as pessoas vão à procura de um produto mais barato com condições de fabrico bem piores,

porque os produtos são fabricados ilegalmente”, acrescenta.

Imperial Tobacco detém 15% do mercado em Portugal

O grupo britânico prevê vendas em Portugal no valor de 330 milhões de euros no ano corrente, o que a verificar-se

corresponderia a um crescimento superior a sete por cento face a 2015.

A Imperial Tobacco é o quarto maior grupo mundial do sector, com mais de 40 unidades de produção em todo o

mundo e vendas em mais de 160 países. Nos Açores tem também produção de tabaco através da Fábrica de

Tabacos Micaelense, que alimenta os mercados açoriano e madeirense.

Toda a história online no “Diário Económico” www.pt.cision.com/cp2013/ClippingDetails.aspx?id=0dd67109-

3c24-48c5-982c-80e4b8805178&analises=1

Cigarro electrónico explode no bolso

Um homem foi hospitalizado depois de um cigarro electrónico ter rebentado no bolso das calças. O homem estava

na caixa de uma estação de serviço, no Kentucky, Estados Unidos, quando o cigarro electrónico que tinha no bolso

das calças rebentou.

As imagens da câmara de vigilância mostram as chamas e o susto, quer do homem, quer das pessoas que se

encontravam no local. Josh Hamilton apressou-se a ir para a rua, onde se atirou para o chão e tentou tirar as calças.

Um funcionário da estação de serviço é que resolveu a situação, ao apagar o foco de incêndio com um extintor.

Este não é caso único. Já se registaram outros incidentes com cigarros electrónicos, até mais graves.

Em 2012, houve a notícia de um homem que ficou com os dentes destruídos e a cara queimada devido ao

rebentamento de um cigarro electrónico.

Em 2014, um homem morreu devido à explosão do cigarro electrónico no quarto, onde estava o seu equipamento

de oxigénio.

(Notícia divulgada pela edição online do “Diário de Notícias”).

http://www.dn.pt/mundo/interior/cigarro-eletronico-explode-no-bolso-foi-preciso-usar-um-extintor-5047796.html

CCP – Abril de 2016