5- alterações cárdio-respiratórias e sbv

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Alterações Cárdio- Respiratórias Rui Oliveira Outubro 2011

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Alteraes Crdio-Respiratrias

Alteraes Crdio-RespiratriasRui OliveiraOutubro 2011DOR PRECORDIALO corao s mantm a eficcia de bomba propulsora do sangue, garantindo a perfuso sangunea de todos os rgos do corpo, quando ele prprio tem garantido o fornecimento de oxignio atravs da sua rede, a rede coronria, composta por artrias e veias coronrias que irrigam o miocrdio;

Os vasos coronrios, tal como todos os outros, podem ser lesados pela aterosclerose processo de envelhecimento com deposio de placas no interior da parede dos vasos, resultando em obstruo;

Se ocorrer uma diminuio ou interrupo sbitas de sangue oxigenado no miocrdio, este pode entrar em sofrimento decorrente da isqumia;

Esta leso pode ser suficientemente extensa para comprometer as funes cardacas e, quando mantida, pode estabelecer-se o choque cardiognico.

As situaes mais comuns de alteraes crdio-vasculares so:- Angina de Peito- Enfarte Agudo do MiocrdioOutubro 2011Rui Oliveira2Angina de PeitoOcorre quando a necessidade de oxignio do miocrdio no suprida pela perfuso sangunea fornecida pelas artrias coronrias;

A obstruo parcial das coronrias, com estreitamento do seu lmen, diminui a perfuso do miocrdio e causa isqumia dos tecidos perfundidos por eles;Rui Oliveira3Outubro 2011Ocorre especialmente nas situaes que aumentem o consumo de oxignio, por haver aumento do trabalho cardaco, como o esforo, a tenso emocional ou ainda durante a digesto de refeies mais abundantes;

A forma mais frequente de manifestao desta situao o desconforto torcico, com maior incidncia na regio precordial;

Normalmente, estes doentes esto medicados com nitratos (vasodilatadores) sublinguais que, perante o incio da crise, so administrados e, em conjunto com o repouso, aliviam a situao.Rui Oliveira4Outubro 2011Enfarte Agudo do MiocrdioResulta de uma obstruo brusca e total de uma artria coronria ou das suas ramificaes;

Priva de circulao determinada zona do miocardio ocasionando morte celular (necrose);

No est directamente relacionada com o esforo ou emoo podendo mesmo surgir quando a vtima est em repouso (ex.: durante o sono);

Rui Oliveira5Outubro 2011Sinais e Sintomas

Sensao de desconforto torcico;Dor precordial, de localizao retro-esternal e de carcter opressivo, com irradiao para o pescoo e membro superior esquerdo e, menos frequentemente, para o membro superior direito, maxilar inferior e epigastro (estmago);Dor precordial sem qualquer factor de alvio ou agravamento (ex.: dor sem alvio ou agravamento quando executada uma inspirao profunda, movimento do trax ou presso sobre o trax);Angstia, ansiedade e agitao;Nuseas e vmitos;Sudorese (suores);Meteorismo abdominal (gases);Ventilao difcil;Pulso rpido, fraco e irregular;Possvel inconscincia;Rui Oliveira6Outubro 2011Primeiro SocorroPromover o transporte ao hospital pelos meios adequados;Manter um ambiente tranquilo junto da vtima;Evitar qualquer tipo de movimento;Reforar a confiana;Se consciente, colocar a vtima numa posies confortvel, sempre com o tronco ligeiramente mais elevado;No dar nada de beber;Se inconsciente, coloc-la em Posio Lateral de Segurana (PLS);Manter a temperatura corporal;Vigiar as funes vitais;Averiguar se toma medicao especfica (se necessrio, colocar um comprimido debaixo da lngua);

Rui Oliveira7Outubro 2011Por vezes difcil distinguir, apenas pela sintomatologia, ambas as situaes.

No entanto, embora os sinais e sintomas que as vtimas apresentam sejam por vezes muito semelhantes, na angina de peito o quadro clnico geralmente menos exuberante e mais limitado na localizao e durao.

Rui Oliveira8Outubro 2011

SUPORTE BSICO DE VIDAA cadeia de sobrevivnciaA interveno imediata nas situaes de paragem crdio-respiratria (PCR), mesmo antes da chegada dos profissionais de emergncia pr-hospitalar, s poder ser conseguido com a interveno activa da populao na aplicao das tcnicas de Suporte Bsico de Vida (SBV);

As tcnicas de SBV visam manter uma oxigenao e circulao adequadas, sem o uso de equipamentos que no sejam os necessrios para assegurar as medidas de proteco, como o uso de mscara para insuflao;Rui Oliveira10Outubro 2011Sendo a Fibrilhao Ventricular (FV) causa principal da PCR, caracterizada por uma contraco anrquica das clulas musculares cardacas, o corao perde a sua funo mecnica de bomba, com consequente paragem da circulao sangunea;

Nesta situao, o sucesso tanto maior, quanto mais precoce for o incio das tcnicas de SBV enquanto a FV est presente;

Os primeiros minutos so decisivos para a sobrevivncia da vtima e as aces a tomar devem ter em conta cada elo da cadeia de sobrevivncia.

Rui Oliveira11Outubro 2011Rui Oliveira12

Outubro 20111 ELO

Ao rpido reconhecimento de situaes que podem provocar uma PCR, tais como o enfarte agudo do miocrdio, a obstruo da via area e algumas situaes de inconscincia, deve seguir-se o alerta, o qual deve referir a situao de PCR, para que possa chegar junto da vtima uma equipa apoiada com um desfibrilhador.

2 ELO

O incio precoce das tcnicas de SBV, logo que determinada a situao de PCR, mantm a circulao cardaca e cerebral, permitindo um maior sucesso chegada dos tcnicos de emergncia.

Rui Oliveira13Outubro 2011Diversos estudos demonstraram que um perodo de compresses torcicas antes do incio da Desfibrilhao Automtica Externa (DAE) do msculo cardaco e do Suporte Avanado de Vida (SAV) aumenta a hiptese de sobrevivncia, particularmente quando o tempo entre o alerta e o SAV for superior a 5 minutos.

Este facto salienta a importncia do incio precoce das tcnicas de SBV, no seio da populao.

Rui Oliveira14Outubro 20113 ELO

A desfibrilhao cardaca, se aplicada nos primeiros 3 a 5 minutos aps a PCR, aumenta exponencialmente as hipteses de sobrevivncia da vtima.

4 ELO

O Suporte Avanado de Vida (SAV) eficaz aumenta as probabilidades de recuperao.Rui Oliveira15Outubro 2011O que fazer?No fazer qualquer aproximao a uma vtima sem primeiro verificar as condies de segurana;

Garantida a segurana, aproximar-se da vtima e fazer a avaliao do estado de conscincia, tocando suavemente os ombros e chamando por ela;Rui Oliveira16Outubro 2011

Rui Oliveira17Est-me a ouvir?Outubro 2011Se a vtima responder, deix-la na posio em que se encontra, fazer o exame secundrio e o alerta, reavaliando a vtima frequentemente enquanto no chegarem os tcnicos de emergncia;

Se a vtima no responder aos estmulos, gritar de imediato por ajuda;

Fazer a abertura da via area utilizando o mtodo de extenso da cabea com elevao do maxilar inferior, verificar a permeabilidade da via area e executar o VOS, para avaliar se a vtima tem uma ventilao eficaz.Rui Oliveira18Outubro 2011Rui Oliveira19

Algum me ajude?Outubro 2011TCNICA DA EXTENSO DA CABEA E ELEVAO DO MAXILAR INFERIOR Colocar uma mo na testa, libertando os dedos indicador e polegar. Estes serviro para apertar o nariz se for necessrio fazer insuflaes;

2. Inclinar a cabea ligeiramente para trs.

3. Dois dedos da outra mo so colocados sob o maxilar inferior, fazendo uma ligeira traco superior.Rui Oliveira20Outubro 2011Verificar se existem corpos estranhos dentro da boca (comida, prteses dentrias soltas, secrees);

Efectuar simultaneamente a extenso da cabea e elevao do maxilar inferior.

ATENO: Nas situaes em que exista suspeita de trauma no fazer extenso da cabea.

Rui Oliveira21

Outubro 2011Rui Oliveira22

V.O.S.

Outubro 2011Rui Oliveira23Se a vtima respira normalmente

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Outubro 2011TCNICA DE COMPRESSO TORCICA Colocar a base de uma mo na metade inferior do esterno;

2. No fazer presso sobre as costelas, na parte superior do abdmen ou sobre o apndice xifide (ponta inferior do esterno);

3. Manter os braos esticados, perpendicularmente ao trax da vtima;

4. Pressionar o trax 4 a 5 cms, 30 vezes. Aps cada compresso aliviar totalmente, sem perder o contacto com o esterno, e fazer as compresses a um ritmo de 100 por minuto. O tempo de compresso igual ao tempo de descompresso.Rui Oliveira24Outubro 2011

Rui Oliveira25Outubro 2011

Rui Oliveira26

Outubro 2011Rui Oliveira27

Outubro 2011MTODO DE INSUFLAO BOCA-A-BOCAAps 30 compresses permeabilize a via area com hiperextenso da cabea e elevao do queixo e faa 2 insuflaes;

Tapar o nariz da vtima com os dedos indicador e polegar da mo que faz a extenso da cabea;

2. Manter a boca da vtima aberta;

3. Fazer uma inspirao normal e adaptar a boca boca da vtima de forma a obter uma selagem perfeita e faa a insuflao;

4. Sopre lentamente (1 Seg.-1,5 Seg.) para o interior da boca da vtima, observando-se a expanso do trax, para ter uma respirao eficaz;

A quantidade de ar a insuflar a estritamente necessria para elevar o trax;Rui Oliveira28Outubro 2011 Afastar-se da cabea da vtima e observar a descida do trax; Fazer nova insuflao.

Aps 2 insuflaes 30 compresses

No tente fazer mais do que as duas insuflaes sem fazer compresses torcicas. Se houver mais do que um socorrista, trocar de posio aps cada dois minutos para evitar a fadiga.

Rui Oliveira29Outubro 2011 Se no conseguir ventilar (no h expanso torcica ou h resistncia excessiva insuflao):

Verificar novamente se no existem corpos estranhos visveis na boca; Confirmar a correcta permeabilizao da via area reposicionando a cabea; Tentar insuflar de novo.

Se houver mais do que 1 socorrista trocar de posies a cada 2 minutos

Rui Oliveira30Outubro 2011Rui Oliveira31

Outubro 2011Sntese32Rui OliveiraEstado de ConscinciaSeguranaRespondeNo RespondeGritar Ajuda!!!Deixar onde est!!! E Vigiar..Verificar se VentilaSimNoColocar em PLSLigar 112Iniciar RCP30 Compresses2 InsuflaesOutubro 2011At quando devo manter as manobras?Chegar algum mais qualificado e tomar conta da situao;A vtima comear a respirar de forma eficaz*;Exausto do socorrista.

*s deve interromper as manobras de SBV, para reavaliao da vitma, caso a vitma faa algum movimento que sugira a presena de circulao.

Se por alguma razo no for possvel efectuar a insuflao, deve fazer apenas as compresses torcicas a um ritmo de 100/minuto. Rui Oliveira33Outubro 2011Rui Oliveira34Fazer 5 insuflaes iniciais antes de comear as compresses torcicas;

Se estiver sozinho fazer 1 minuto de SBV e s depois dar o alerta;

Fazer razo de 2 insuflaes para 30 compresses ou 2/15 se forem 2 socorristas;

BebCabea sempre em posio neutra;Compresses com dois dedos no 1/3 inferior do esterno;Comprimir o trax aproximadamente 1/3 do seu dimetro;

Criana (< 8 anos)Compresses apenas com uma mo

Se necessrio efectuar ventilao boca-narizBeb / CrianaOutubro 2011Sntese SBV Peditricoou Afogamento35Rui OliveiraEstado de ConscinciaSeguranaRespondeNo RespondeGritar Ajuda!!!Deixar onde est!!! E Vigiar..Verificar se VentilaSimNoColocar em PLSIniciar RCP15/30 Compresses2 InsuflaesLigar 1125 InsuflaesAps 1 min.Outubro 2011PARAGEM CARDACA EM SITUAES ESPECIAIS Asma

A paragem cardaca num doente asmtico destaca-se de todas as outras situaes pela hipoxmia e aumento de resistncia da via area que lhe esto associados;

Por este facto, deve o socorrista prevenir a possvel insuflao gstrica, com consequente regurgitao e risco de aspirao.Rui Oliveira36Outubro 2011 Leso da Coluna CervicalHavendo suspeita de leso da coluna cervical (ex.: se a vtima sofreu uma queda, se bateu com a cabea ou com o pescoo ou foi recolhida aps um mergulho em guas superficiais) deve-se ter um cuidado particular na manipulao, durante as manobras de reanimao, para manter o alinhamento da cabea, pescoo e trax.

Deve-se utilizar um colar cervical, se disponvel. Se no houver um colar cervical adequado, pode ser necessrio recorrer ajuda de terceiros para manter o alinhamento pretendido, at se conseguir encontrar uma soluo.

A vtima deve ser mantida na posio horizontal durante o salvamento.

Ao libertar a via area, em vez da extenso da cabea, utilizar a tcnica de elevao da mandbula.

Uma reanimao com sucesso que termina com uma paralisia trgica; a falta de ventilao adequada, em caso de paragem ventilatria, fatal.Rui Oliveira37Outubro 2011Gravidez

Durante a gravidez so duas as pessoas a reanimar, mas a viabilidade fetal depende das tcnicas de suporte vital aplicadas me.

As causas de paragem cardaca materna so diversas e incluem: hemorragia, embolia pulmonar, embolia de lquido amnitico, descolamento prematuro da placenta e eclampsia;

Os procedimentos iniciais de reanimao so idnticos;Rui Oliveira38Outubro 2011A fim de aliviar a presso do tero grvido sobre a veia cava inferior, devem ser colocados sob o flanco direito da grvida, almofadas, sacos de areia ou cunhas apropriadas, por forma a permitir que fique com este flanco ligeiramente elevado. Assim posicionada, faz-se a compresso cardaca nos moldes tradicionais.

Electrocusso

- Envenenamento e Intoxicaes

Rui Oliveira39Outubro 2011 Afogamento

Significa paragem crdio-respiratria num fluido, geralmente, a gua;

A consequncia primria da submerso a paragem ventilatria. A paragem cardaca secundria;

A circulao cerebral pode ser preservada durante algum tempo, em particular nas crianas;

As manobras de reanimao podem ser bem sucedidas mesmo aps longos perodos de imerso, em particular se esta ocorreu em gua fria pois o afogamento associa-se muitas vezes a hipotermia. Rui Oliveira40Outubro 2011 essencial que quem socorre no corra riscos ao tentar salvar a vtima;

Sempre que houver suspeita de traumatismo craniano ou vertebral associado a desporto aqutico ou mergulho, a permeabilidade da via area deve ser assegurada pela elevao da mandbula.

A coluna, como j foi referido, deve ser mantida alinhada durante a mobilizao utilizando, logo que possvel, um colar cervical.

Se no h ventilao espontnea aps abertura da via area devem fazer-se insuflaes durante um minuto.Rui Oliveira41Outubro 2011- Tempo de deslocao at terra inferior a 5 minutos - manter as insuflaes durante a deslocao da vtima- Tempo de deslocao at terra superior a 5 minutos - fazer mais um minuto de insuflaes e trazer a vtima para terra sem novas tentativas de insuflao

Por espasmo da laringe, cerca de 10% dos casos no apresentam qualquer fluido na via area (afogado seco), no devendo ser preocupao a eliminao da gua expirada porque esta em pequena quantidade e rapidamente absorvida pela circulao sangunea. Qualquer tentativa de remover esta gua da via area por outros meios que no um aspirador de secrees desnecessria e perigosa.Rui Oliveira42Outubro 2011As compresses abdominais podem causar regurgitao gstrica, devendo ser evitadas (a no ser que apresente sinais evidentes de corpo estranho na via area).

Ter em ateno que as vtimas de afogamento tm muitas vezes hipotermia e bradicardia (frequncia cardaca abaixo do normal) sendo necessrio mais tempo que os 10 segundos para localizar e determinar a presena ou ausncia de sinais de circulao.

Os mtodos devem ser mantidos durante mais tempo porque a hipotermia e a bradicardia podem exigir manobras de RCP com maior durao.Rui Oliveira43Outubro 2011Rui Oliveira44Riscos para o socorristaRegra Bsica: O reanimador no deve expor-se a si ou a terceiros, a maior risco do que aqueles que corre a prpria vtima.

1. Ambiente fundamental assegurar:No existem riscos ambientais:Fogo;Matrias perigosas;Exploso;Electrocusso;Derrocadas;Trfego automvel ...Outubro 2011Rui Oliveira452. Situaes de Intoxicaes

3. Infeces

Risco de contaminao entre a vtima e o reanimador (hepatite B e HIV);

Se a vtima for suspeita de possuir tuberculose e o reanimador tiver efectuado ventilao boca-a-boca deve ser vigiado em contexto hospitalar.

Outubro 2011ATENOS deve iniciar manobras de ressuscitao quem se sentir vontade.Rui Oliveira46Outubro 2011