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CICLOS DE FORMAÇÃO 4º ENCONTRO DEZEMBRO/2014

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CICLOS DE FORMAÇÃO

4º ENCONTRO

DEZEMBRO/2014

Coordenadoras

• Andreia de Fátima Caldas

• Beatriz de Oliveira

• Elis Regina da Silva Otto

• Helen Tiller Winter

• Jimmy Schletz Fernandes

• Josiane Gonçalves Barbosa

• Mirian Cristina da Silva Barbosa

• Simone do Rocio Baptista Salgueiro

• Tatiana do Rocio Moreira

Apresentação do vídeo: AvaliaçãoVitor Henrique Paro

Roteiro para o vídeo:

Anotar questões importantes do vídeo que abordem:

1.Processo avaliativo/Gestão democrática.

2.Gestão democrática/Planejamento.

3. Processo avaliativo/Concepções pedagógicas.

4. Concepções pedagógicas/Planejamento.

5. Heterogeneidade /Avaliação(Em grupos)

Leitura do texto : Ciclos, Progressão Continuada, Promoção Automática

Vitor Henrique Paro

1- AVALIAÇÃO COMO PROCESSO( CONTROLE DA EFICIÊNCIA DO TRABALHO)

• Avaliação não é fenômeno exclusivo do meio educacional, mas condição da realização da vida humana.

• HOMEM SER HISTÓRICO SER DE VONTADE

CRIA VALORES ESTABELECE OBJETIVOS A SEREM REALIZADOS

PRODUZ A PRÓPRIA EXISTÊNCIA

(não dispostos pela natureza)

• AVALIAÇÃO consiste permanentemente na averiguação do processo e se este está de acordo com os objetivos que se pretende atingir.

AVALIAÇÃOprocedimentos explícitos procedimentos implícitos

• Quando se deixa para avaliar apenas ao final de determinado processo,corre-se o risco de, em não se alcançando os resultados desejados,perderem-se os recursos e desperdiçar-se o tempo despendido para a ação.

• Prevendo - se avaliações mais freqüentes, têm-se a oportunidade de corrigiros rumos e aperfeiçoar os procedimentos com um custo de tempo e de recursoscada vez menor.

•Avaliação se faz continuamente, alimentando permanentemente as decisõese ações orientadas para a correção de rumos e superação dos problemasdetectados.

2- ENSINO\APRENDIZADO COMO PROCESSO DE TRABALHO

• A educação se dá por meio da ação pedagógicaque, como atividade adequada a um fim, constituitrabalho especificamente humano, passível deavaliação como todo trabalho humano.

• Não há ensino, se não se deu o aprendizado. Daí oabsurdo em se afirmar que determinada aula(processo de ensino) é boa ou que o ensino dedeterminada escola é de qualidade, mas osalunos não aprendem. (Charge Cebolinha)

• Objetivo da avaliação=constituição do sujeito

• Basear a avaliação apenas na aquisição deconhecimentos é supor uma concepçãoreducionista dos objetivos da educação escolar.

• A Avaliação é algo inerente à própria práticahumana, na atividade educativa ela ganharelevância especial, porque é aí que seconsubstanciam as potencialidades deatualização histórico-cultural do ser humano,pela qual se forjam as personalidades dosindivíduos, dando condição para sua atuaçãocada vez mais efetiva como sujeitos.

3- AVALIAÇÃO EDUCATIVA COMO PROCESSO CONTÍNUO

Para refletir...

Podes dizer-me, por favor, quecaminho devo seguir para sair

daqui?Isso depende muito de para ondequeres ir - respondeu o gato.Preocupa-me pouco aonde ir -disse Alice.Nesse caso, pouco importa ocaminho que sigas - replicou ogato.

Lewis Carroll – Alice no país das Maravilhas

• A utilidade da avaliação éfornecer subsídiosimediatos para a correçãodo processo em direção aoobjetivo, na escola, aavaliação educativa devesignificar precisamente ocuidado com a qualidade doensino. Isso tem implicaçõestanto no caráter daavaliação quanto nafrequência com que ela érealizada

Cipriano Luckesi (1995, p 81)

A avaliação é um instrumento de

compreensão do estágio de

aprendizagem em que se encontra o aluno

Possibilita ao educador

condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra

Orienta o docente na tomada de decisão para

que o aluno saia do estágio de defasagem em que se encontra e possa avançar em termos dos

conhecimentos necessários

Sendo assim:

• A avaliação não seria tão somente uminstrumento para aprovação ou reprovaçãodos alunos, mas sim um instrumento dediagnóstico de sua situação, tendo em vista adefinição de encaminhamentos adequadospara a sua aprendizagem. Se o aluno estádefasado não há que, pura e simplesmente,reprová-lo e mantê-lo nesta situação.

• Para ser coerente com a natureza dinâmica doprocesso pedagógico e para tirar todo o proveitoque o processo de avaliação pode oferecer, estenão deveria ser pensado como algo destacadoartificialmente do trabalho que se realiza noensino, mas estar incluído no próprio curso daPrática Pedagógica. Assim sendo, “não devehaver horas especiais de verificação. Todomomento é ocasião de apreciar o rendimentoescolar”.

Quanto maiores forem os intervalos

em que se dão as avaliações;

Menores serão os

benefícios que esta pode

representar;

Maiores serão as chances de um processo

incorreto, ineficiente e

viciado;

Menores serão as

chances para redimensionar

a Prática Pedagógica.

Em qualquer processo produtivo dosistema econômico , seria consideradoum total absurdo esperar-se umperíodo tão longo para proceder averificação e tomar decisões quantoaos êxitos, perdas e correções derumos.

Na escola públicabrasileira estacontinua sendo aregra;

Para piorar a situação, a verificaçãoescolar, geralmente, sequer tem opropósito de corrigir os rumos daescola, mas apenas separar os quepodem e os que não podem continuarna próxima série.

Para corrigir este erro grotesco no qual persiste secularmente nossa escola,

seria preciso considerar seriamente o conceito de recuperação do processo

de ensino que implique a revisão e correção da ação educativa.

A adoção desse princípio de constante autocorreção do processo ensino –

aprendizado põe em evidência o despropósito de um sistema rígido de

seriação anual que parece ter mais relação com o movimento de

translação da Terra do que com qualquer racionalidade educativa

4- AVALIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA

• A adoção do conceito deeducação como atualizaçãohistórico-cultural de indivíduos,deve ocorrer a partir da contínuaavaliação do trabalho, bem como,a avaliação do própriodesempenho (autoavaliação).

• Educação é processo deapropriação da herança histórico-cultural pelo indivíduo, isto se dácom o fim de construir a própriapersonalidade deste, sendocrucial, para tanto,autoconsciência de seusprogressos e dificuldades.

• O desejo deautoaperfeiçoamentocultural constitui umvalor que não nascecom o indivíduo, mas éconteúdo histórico quelhe é sugerido pelopróprio meio socialonde ele cresce.

• A autoavaliação, naverdade, sintetiza oestágio dedesenvolvimento daautonomia pelo próprioindivíduo. Educar-se étornar-se autônomo,condutor do própriodestino, fazendo usodos bens culturais deque necessita paraconstituir-se comosujeito.

• Se no processo dedesenvolvimento dapersonalidade do educando,ele só pode contar com aavaliação externa (pais,professor,escola) poderápermanecer sempre um serdependente de juízo dosoutros, muito propício paraa manipulação política e apassividade social, compouca ou nenhumacontribuição efetiva para amelhoria da sociedade epara sua própria realizaçãoindividual.

• O desafio primeiro da didáticae sua principal tarefa é levar oeducando a querer aprender.

• O aluno para aprendernecessita de motivaçõesintrínsecas e extrínsecas.

• No caso da produçãoeducativa, não apenas amotivação intrínseca deveestar necessariamentepresente, porque o quereraprender compõe o próprioproduto que se deseja, mastambém a natureza depossíveis motivaçõesextrínsecas não é indiferente àqualidade do produto.

• Lembrando quemotivações extrínsecasderivadas doautoritarismo (ameaça,chantagem, engodo,coerção,competitividadeexarcebada) negam oproduto educativo,porque sãoincompatíveis com aconstituição de sujeitoshistóricos.

• A melhor forma de conceber aavaliação educativa é tê-la comoum processo contínuo e inerenteao próprio processo pedagógico.

• Mas isso não é compatível com otipo de ensino tradicional eautoritário que se pratica namaioria das escolas brasileiras.Nesse ensino, o padrão deavaliação é de exterioridade comrelação ao aluno, estandoausente qualquer tipo deprocedimento que leve oestudante ao exercício daautoavaliação e da autonomia.Se o ensino é ruim, a avaliaçãoquase sempre é traumática, poisconsiste em averiguar o fracasso.

• Renuncia a função de oferecercondições que levem o aluno aquerer aprender e ter o gosto pelosaber, tornando o aprendizadoalgo penoso. E os poucos alunosque ainda estudam, geralmente ofazem, não pelo prazer emaprender, mas para tirar boasnotas ou evitar a reprovação.Parece que o motivo maisimportante que algumas escolasconseguem oferecer para o alunoestudar é o de se ver logo livre dosestudos, evitando repetir o ano eprolongar seu martírio.

• Contando com o recurso dareprovação para isentar-se deculpa, a escola pode,comodamente, deixar de buscarsoluções para a falta de eficiência.

• Renuncia a função de oferecer condições que levem oaluno a querer aprender e ter o gosto pelo saber,tornando o aprendizado algo penoso. E os poucosalunos que ainda estudam, geralmente o fazem, nãopelo prazer em aprender, mas para tirar boas notasou evitar a reprovação. Parece que o motivo maisimportante que algumas escolas conseguem oferecerpara o aluno estudar é o de se ver logo livre dosestudos, evitando repetir o ano e prolongar seumartírio.

• Contando com o recurso da reprovação para isentar-se de culpa, a escola pode, comodamente, deixar debuscar soluções para a falta de eficiência.

• Nunca é a escola quereprova, a escola que nãoensina, a escola que falha;a ênfase é sempre no alunoque é reprovado, que nãoaprende, que fracassa. Asreprovações, assim, servemao duplo propósito deisentar a escola por suaincompetência em ensinar,e de produzirpseudocidadãos inculpadospela usurpação de seuacesso ao saber, de quemem verdade são vítimas.

Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos levaa alterar práticas habituais, criando inseguranças eangústias e este é um obstáculo que não pode sernegado, pois envolverá toda a comunidade escolar. Se asnossas metas são educação e transformação, não nosresta outra alternativa senão juntos pensarmos umanova forma de avaliação.Romper paradigmas, mudar nossa concepção, mudar aprática, é construir uma nova escola.

Ciclos, Progressão Continuada e Promoção Automática

Críticas de diferentes autores ao Sistema Atual

de Ensino trazem propostas de superação:

Organização do Sistema de ensino por Ciclos que

tem como principio a progressão continuada.

O Sistema organizado por ciclos não compreende somente à superação da reprovação, inclui também:

Uma Nova organização Curricular e didática da Escola que busca a adequação aos estágios de

desenvolvimento da pessoa que não são delimitados pelo ano civil adotado pela seriação (Sistema Atual).

Respeito ao desenvolvimento cognitivo, social, afetivo do educando.

Flexibilidade que contemple especificidades de cada aluno (heterogeneidade)

Princípios da Progressão Continuada:

Não trata-se apenas de aprovação, e sim de meios que organizem o Ensino de

modo a evitar rupturas.

Refletir e buscar superações de defasagens

durante o Processo.

Este Processo deve ser mais flexível, baseado na constante revisão e

autocorreção do processo educativo.

Um princípio mais radical de negação da

reprovação que sempre vem a tona quando falamos de Ciclos ou

Progressão continuada é o da PROMOÇÃO

AUTOMÁTICA

Tal princípio surge tentando repudiar a ideia da reprovação com a lógica que:

a escola deveria ser menos seletiva e que se torne formadora e

Educativa (Anísio Teixeira - 1957).

Traz a tona discussões que a reprovação é um dos piores métodos de motivação, é inútil, pois envolve desprestigio do

aluno. (Dante,1959)

A eliminação da reprovação como Recurso didático,

apresenta-se como exigência de qualidade: Se a escola é séria e

os processos didáticos eficientes, a promoção

automática é menos um sistema de promoção que a

conseqüência lógica da eficiência, porque, queiramos ou

não a reprovação é sempre sinal de ineficiência do Sistema

e de incapacidade do magistério... ( Lima, 1962)

Desde quando se vem abordando outra lógica de Sistema de Ensino? A idéia é ruim? É oposta/contrária a da Progressão continuada? Como foi entendida? Com qual intenção foi usada?

Atualmente quando fala-se de Promoção automática o

que surge?

Como se deu a utilização de tais propostas na

implantação destas?

Qual relação teve/tem com a redução de dados estatísticos sem relação com melhorias

no Sistema de Ensino?

Considerando historicamente como surgiram tais idéias Progressão continuada e

promoção automática, podemos dizer que são são

conceitos que se confundem? Que se complementam?

Apesar destas idéias estarem relacionadas, geralmente, são

utilizadas de forma imprópria/imprecisa.

É preciso considerar a autonomia de cada conceito

sem negar a relação existente entre estas.

A organização por Ciclo contém a progressão continuada que pode

ser pensada também fora do CICLO, mas que supõe a Promoção

automática.

Todas tem em comum a superação/negação da

reprovação.

A resistência à expressão promoção automática acaba ficando no Centro das discussõesquando se trata das políticas que visam organizar o Ensino em Ciclos ou adotar aProgressão continuada

Ao ouvimos que a Progressão Continuada e a organização em Ciclos são boas opções, masnão bastam, pois necessitam de outras séries de medidas. O que está se dizendo, naverdade, condiz com a idéia da promoção automática, pois leva as pessoas a pensarem nalógica do Sistema como um todo, refletindo sobre a qualidade do Ensino. Caso contrário,não precisaríamos estar falando sobre tais medidas para refletir que transformaçõesprecisam ocorrer para que o Ensino seja eficaz!

... Por que tudo anda bem enquanto no

final do ano se possa aprovar uns e

reprovar outros?

Serão os reprovados culpados por seu fracasso?

Por que somente quando falamos em progressão continuada/

promoção automática nos vem a tona que algo precisa mudar na

escola?

Será que tal pensamento não traz a idéia de que a culpa do fracasso escolar (reprovação)

não é somente do aluno?