48. fiscalizaÇÃo contÁbil financeira e orÇamentÁria2[1]

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  • 8/6/2019 48. FISCALIZAO CONTBIL FINANCEIRA E ORAMENTRIA2[1]

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    Andr Alencar DIREITO CONSTITUCIONAL 1

    FISCALIZAO CONTBIL, FINANCEIRA E ORAMENTRIA

    CAPTULO I - DA FISCALIZAO CONTBIL,

    FINANCEIRA E ORAMENTRIA

    1. INTRODUO

    As principais normas sobre o controle externo so as normasConstitucionais (principalmente do art. 70 a 75 mas tambm os arts. 31,332, 49 IX e X, 51 II, 52 III b, 84 XV e XXIV, 102 I d e q, 105 I a e161), Porm, cabe ressaltar que as normas da LOTCU (8.443/92), as normassobre Crimes Fiscais (10.028/00), a LRF (LC 101/00), a Lei de Licitaes (Lei

    8.666/93) e a Lei sobre Oramentos Pblicos (Lei 4.320/64) tambm devemser objeto de complementao do estudo.

    2. FICALIZAO CONTBIL, FINANCEIRA E ORAMENTRIANA CONSTITUIO

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional epatrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia dereceitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo

    sistema de controle interno de cada Poder.

    2.1. CONTROLE EXTERNOControle envolve as tarefas de fiscalizar, avaliar e corrigir.

    O controle considerado externo quando efetivado por um podersobre o outro. O controle entre poderes (controles recprocos) um controlepoltico. Tal controle pode se dar em vrias vertentes, conforme o princpioda separao das funes do Estado. Lembre-se que as funes do Estadoso exercidas pelos rgos da soberania (Legislativo, Executivo e Judicirio),

    porm, cada qual exerce suas atuaes tpicas e tambm exerce atuaesatpicas. A harmonia entre os poderes do Estado pressupe um sistema decontroles recprocos (ou interferncias legtimas). Esta a clssica lio deMontesquieu ao estabelecer um sistema de freios e contrapesos entre osrgos da soberania.

    O controle externo exercido pelo Congresso Nacional, enquantorepresentantes do povo, pode ser entendido como uma fiscalizao popularindireta dos atos de governo.

    Porm, modernamente se verificou que as contas so complexas eseria necessrio que os Parlamentares fossem auxiliados por tcnicos em

    contas pblicas, assim nasce a ideia de um Tribunal de Contas como rgo

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    tcnico, de natureza administrativa que auxilia o Congresso Nacional natarefa de controle das contas pblicas do Estado.

    2.1.1. Classificao do controle quanto ao momento

    Controle prvio, realizado antes de o ato ser efetivado.

    Controle concomitante que realizado em conjunto com a prtica doato.

    Controle posterior, realizado aps a prtica do ato.

    2.2. CONTROLE EXTERNO FINANCEIROO objetivo do controle externo exercido pelo Congresso com o auxlio

    do TCU estabelecer um controle financeiro sobre os outros poderes(controle poltico-financeiro). Tal controle analisa a legalidade e o mrito

    (economicidade e legitimidade). Vejamos de forma mais detalhada nosprximos tpicos.

    2.3. PRESTAO DE CONTAS ORDINRIADeve ser feita a cada ano com a de documentao relativa gesto

    financeira, oramentria, operacional e patrimonial do rgo ou entidade querecebeu recursos pblicos.

    2.4. TOMADA DE CONTAS ESPECIALQuando h fiscalizao pelo fato de haver sido causado dano ao

    errio.

    2.5. MINISTRIO PBLICO E TRIBUNAIS DE CONTASTanto os Tribunais de Contas quanto o Ministrio Pblico atuam em

    funo fiscalizadora, porm, o Ministrio Pblico responsvel pela defesada ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais eindividuais indisponveis.

    Quando a Constituio atribui ao Ministrio Pblico (art. 129 VII)exercer o controle externo da atividade policial isto no quer dizer que haveruma confuso de funes e rgos exercendo o mesmo papel, na verdade oMinistrio Pblico vai fiscalizar a polcia na sua atividade de rgoinvestigador e no na sua atuao de ordenador de despesas que papeldo TCU.

    2.6. CONTROLE EXTERNO E CONTROLE INTERNOO controle externo no pode ser confundido com o controle interno,

    considera-se interno o controle efetivado por rgo pertencente mesma

    estrutura de poder que se vai controlar. Veja deciso do STF sobre o tema:

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    "Conflito de atribuio inexistente: Ministro de Estado dos Transportes eTribunal de Contas da Unio: reas de atuao diversas e inconfundveis. A atuaodo Tribunal de Contas da Unio no exerccio da fiscalizao contbil, financeira,oramentria, operacional e patrimonial das entidades administrativas no seconfunde com aquela atividade fiscalizatria realizada pelo prprio rgoadministrativo, uma vez que esta atribuio decorre da de controle interno nsito

    a cada Poder e aquela, do controle externo a cargo do Congresso Nacional (CF,art. 70). O poder outorgado pelo legislador ao TCU, de declarar, verificada a ocorrnciade fraude comprovada licitao, a inidoneidade do licitante fraudador para participar,por at cinco anos, de licitao na Administrao Pblica Federal (art. 46 da L.8.443/92), no se confunde com o dispositivo da Lei das Licitaes (art. 87), que dirigido apenas aos altos cargos do Poder Executivo dos entes federativos ( 3) restrito ao controle interno da Administrao Pblica e de aplicao mais abrangente.No se exime, sob essa perspectiva, a autoridade administrativa sujeita ao controleexterno de cumprir as determinaes do Tribunal de Contas, sob pena de submeter-ses sanes cabveis." (Pet 3.606- AgR, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em21-9-06, DJ de 27-10-06)

    3. CONTROLE INTERNO

    A Constituio determinou que os Poderes (Legislativo, Executivo eJudicirio) possuam sistemas de controle interno, como j ressaltado, ocontrole interno quando exercido por rgo do prprio poder que se estcontrolando. Normalmente em cada unidade administrativa h rgo decontrole interno e, nos poderes Executivo e Judicirio h rgos centrais decontrole interno.

    O controle interno muito parecido com o controle externo, em geralas atuaes se equivalem, porm, deve-se entender o controle interno como

    forma de auxlio ao controle externo (conforme o inciso IV abaixo).Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma integrada,sistema de controle interno com a finalidade de:

    I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dosprogramas de governo e dos oramentos da Unio;

    II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia, dagesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades da administraofederal, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado;

    III - exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dosdireitos e haveres da Unio;

    IV - apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional.

    3.1.1. Controle interno no Executivo

    No Poder Executivo a Secretaria Federal de Controle Interno (SCI),cujo rgo centra a CGU (Controladoria Geral da Unio) faz o papel decontrole interno desse Poder.

    3.1.2. Controle interno no Judicirio

    No Judicirio h o CJF (Conselho da Justia Federal art. 105) e oCSJT (Conselho Superior da Justia do Trabalho art. 111-A) que exercem o

    controle interno nas respectivas justias (Federal e do Trabalho,respectivamente), porm, a EC 45/2004 criou o CNJ (Conselho Nacional de

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    Justia art. 103-B) para que este exera o papel de controle interno, veja acompetncia do CNJ no art. 103-B 4, II:

    3.2. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA

    A responsabilidade solidria diz respeito possibilidade de eventualdbito vir a ser cobrado tanto do administrador que causou quanto doresponsvel pelo controle interno que no comunicou. A Constituiodetermina a responsabilidade solidria no art. 74 1:

    Os responsveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquerirregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas da Unio, sobpena de responsabilidade solidria.

    3.3. DENNCIA POPULAR AO TCU (FUNO DE OUVIDORIA)

    Nas denncias ao TCU no pode ser admitida como prova a dennciaannima j que a CF (art. 5, IV) veda o anonimato. Dispe a CF que:

    74 2 Qualquer cidado, partido poltico, associao ou sindicato parte legtimapara, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal deContas da Unio.

    II - zelar pela observncia do art. 37 e apreciar, de ofcio ou medianteprovocao, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou rgosdo Poder Judicirio, podendo desconstitu-los, rev-los ou fixar prazo para que seadotem as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, sem prejuzo dacompetncia do Tribunal de Contas da Unio;

    4. TIPOS DE CONTROLE COFOP (CONTBIL,ORAMENTRIO, FINANCEIRO, OPERACIONAL EPATRIMONIAL)

    4.1. CONTBILVerificar se o balano contbil est adequado ao patrimnio e

    oramento destinado ao rgo ou entidade que est sendo controlada.

    4.2. ORAMENTRIO (art. 75 da Lei 4320/64)Verificar se os gastos e arrecadaes foram de acordo com a LOA

    Lei Oramentria Anual.

    4.3. FINANCEIROControle de receitas e despesas (entradas e sadas de recursos

    pblicos).

    4.4. OPERACIONAL

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    Verificao de metas e resultados (desempenho). Procura verificar seas formas de atuao esto compatveis com as formais mais modernas,econmicas, teis e aptas a atingir os fins do Estado.

    4.5. PATRIMONIALVerificao dos ativos e passivos do poder pblico.

    5. ASPECTOS DO CONTROLE LALER (LEGALIDADE,APLICAO DE SUBVENES, LEGITIMIDADE,ECONOMICIDADE E RENNCIA DE RECEITAS)

    5.1. LEGALIDADE

    Verificar se as atuaes pblicas esto de acordo com a LeiOramentria Anual, com a Lei 4320/64, com a Lei 8666/93, com a LC101/2001, com a CF e outras normas.

    5.2. APLICAO DAS SUBVENESSubvenes (Lei 4320/64, art. 12 3) so transferncias destinadas a

    cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas (podem ser sociais oueconmicas).

    5.3. LEGITIMIDADEVerificar a legitimidade verificar o mrito do ato, ou seja, verificar a

    moralidade e a adequao quanto aos fins do Estado. Os desviosencontrados so considerados desvios de finalidade.

    Seria exemplo de ato legal, mas ilegtimo, aquele em que um rgo deparcos recursos para sua atividade fim adquire (conforme as normaspertinentes) uma obra de arte valiosa como adorno suntuoso para a sala dodiretor.

    5.4. ECONOMICIDADETambm verifica o mrito porque verifica o custo-benefcio de

    determinada despesa. Relaciona-se com a anlise da eficincia, o gastopblico deve ser bem planejado, com sensatez para evitar desperdcios.

    Seria exemplo de ato legal, mas antieconmico, aquele em que umrgo pequeno, com dezenas de servidores, adquire (conforme as normaspertinentes) equipamento de informtica (servidor de dados) para atendergrande volume de dados (atender a milhares de solicitaes ao mesmotempo) ficando subutilizado e, portanto, gerando despesa desnecessria.

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    5.5. RENNCIA DE RECEITASAnlise das polticas de isenes e outros estmulos ou incentivos

    fiscais (anistias, remisses, subsdios, crditos presumidos, isenesespecficas, diminuio de alquotas) concedidos pelo poder pblico.

    6. OBRIGAO DE PRESTAR CONTAS (ART. 70 PARGRAFONICO)

    Art. 70. Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ouprivada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valorespblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes denatureza pecuniria. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    A anlise do TCU sobre contas depende da origem do dinheiro quese est gastando (guardando ou arrecadando), quando o dinheiro de

    origem federal cabe ao TCU fazer o controle.Porm, o STF decidiu que o controle exercido pelo Congresso com o

    auxlio do TCU no pode ferir o pacto federativo. Em um caso especfico,determinou o STF (MS 24.423) que no competiria ao TCU fiscalizar aTERRACAP (Empresa Pblica1 que possui a forma de Sociedade Annimaem que o DF possui 51% do capital e a Unio 49%) pois tal fiscalizao seriauma medida invasiva da Unio sobre rgos, entidades ou sociedadescontroladas pelo Poder Pblico estadual, distrital ou municipal.

    Tambm compete ao TCU fazer controle sobre valores pblicosquando a Unio responda. Esta questo relaciona-se aos casos em que a

    Unio funciona como avalista de emprstimos (como os emprstimos que osEstados-membros fazem em rgos ou bancos Internacionais).

    Outro ponto j muito debatido nas decises do STF sobre aobrigao do advogado pblico em relao aos seus pareceres. Segundo oSTF:

    "Controle externo. Auditoria pelo TCU. Responsabilidade de procurador deautarquia por emisso de parecer tcnico-jurdico de natureza opinativa. Seguranadeferida. Repercusses da natureza jurdico-administrativa do parecer jurdico: (i)quando a consulta facultativa, a autoridade no se vincula ao parecer proferido,sendo que seu poder de deciso no se altera pela manifestao do rgoconsultivo; (ii) quando a consulta obrigatria, a autoridade administrativa se

    vincula a emitir o ato tal como submetido consultoria, com parecer favorvel oucontrrio, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada consultoria, dever submet-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece aobrigao de decidir luz de parecer vinculante, essa manifestao de teorjurdico deixa de ser meramente opinativa e o administrador no poder decidirseno nos termos da concluso do parecer ou, ento, no decidir.No caso de quecuidam os autos, o parecer emitido pelo impetrante no tinha carter vinculante. Suaaprovao pelo superior hierrquico no desvirtua sua natureza opinativa, nem o tornaparte de ato administrativo posterior do qual possa eventualmente decorrer dano aoerrio, mas apenas incorpora sua fundamentao ao ato. Controle externo: lcitoconcluir que abusiva a responsabilizao do parecerista luz de uma alargada

    1

    Embora se saiba que seja Empresa Pblica interessante dizer que no julgado do STF sefala que tal Empresa uma Sociedade de Economia Mista. Claro que neste caso o julgado oSTF no tem o condo de mudar a forma jurdica da estatal, continua sendo Empresa Pblica.

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    relao de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultadodano ao errio. Salvo demonstrao de culpa ou erro grosseiro, submetida sinstncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais prprias, no cabe aresponsabilizao do advogado pblico pelo contedo de seu parecer denatureza meramente opinativa." (MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamentoem 9- 8-07, DJ de 1-2-08)

    Ainda temos que esclarecer que a obrigao de prestar contas seestende a toda a administrao indireta (inclusive as Sociedades deEconomia Mista conforme MS 25.092 do STF), aos fundos constitucionais,s Organizaes Sociais (OSs) e Organizaes Sociais de Interesse Pblico(OSCIPs), aos Conselhos de regulamentao profissional (por deciso doSTF e do TCU excetua-se a OAB), aos Servios Sociais Autnomos (SistemaS, SESI, SEBRAE, SENAI, SENAC, SESC, SEST, SENAT, SENAR...) aosbeneficirios de bolsas de estudo do CNPQ ou pela CAPES.

    7. COMPETNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TCUCabe esclarecer que nem todas as competncias do TCU so de base

    Constitucional (art. 71, 721, 741 e 2, 161 pargrafo nico e 332), naLOTCU tambm foram atribudas diversas competncias a este rgo. Seroanalisadas, neste ponto, as competncias constitucionais do art. 71.

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido como auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

    Algumas competncias so privativas do TCU e outras so exercidasem conjunto com o Congresso Nacional conforme analisamos abaixo.

    7.1. PARECER NAS CONTAS DO PRESIDENTE (FUNOCONSULTIVA 71, 1)

    I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repblica,mediante parecer prvio que dever ser elaborado em sessenta dias a contar de seurecebimento;

    O TCU apenas d parecer (normas conexas: 84, XXIV, 51, II e 71,I)que pode ser pela aprovao da contas, com ou sem ressalvas erecomendaes, ou pela sua rejeio. O parecer do TCU uma anlisetcnica e no necessariamente prevalecer em face da anlise poltica

    efetuada pelo Congresso Nacional.Aps o parecer do TCU, que deve ser dado em 60 dias aps o

    recebimento, as contas so enviadas para a CMPOF (art. 166, 1, I) quetambm emite parecer e cria um Projeto de Decreto Legislativo, ao final, cabeao Congresso Nacional (49, IX) julgar as contas por meio de DecretoLegislativo.

    Veja como se d a prestao de contas do Presidente da Repblicanesta visualizao esquemtica:

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    As contas do Presidente so analisadas apenas quanto a aspectosgerais da gesto pblica, o TCU no analisa cada uma das despesasefetivadas ou seno ficaria inviabilizada a competncia para julgar demaiscontas dos administradores do Poder Executivo. Nas competncias do art.71, II que cada conta analisada no aspecto micro, inclusive as contas daPresidncia da Repblica sero analisada no aspecto micro no art. 71, II.

    7.2. CONTAS DAS DEMAIS AUTORIDADES (FUNOJUDICANTE 71, II)

    II - julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros,bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes esociedades institudas e mantidas pelo Poder Pblico federal, e as contas daqueles quederem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao erriopblico;

    Conforme o RITCU (art. 207) Julgar proferir deciso sobre aexatido dos demonstrativos contbeis, a legalidade, a legitimidade e aeconomicidade dos atos de gesto do responsvel.

    Do julgamento pode resultar: contas regulares, contas regulares comressalvas (falhas formais que no tenha causado dano ao errio) ou contasirregulares (irregularidade grave).

    O julgamento efetuado pelo TCU faz coisa julgada administrativa e passvel de controle jurisdicional (art. 5 XXXV e art. 102, I, d), porm, nocaso desta competncia (diferentemente do parecer sobre contas doPresidente) a deciso do TCU no fica condicionada apreciao doCongresso Nacional.

    As autoridades que devem prestar contas so todas aquelas do art.70 pargrafo nico. O TCU julga as contas e no as autoridades, emborapossa fixar a estas autoridades uma sano.

    Presidente envia as contas aoCN em at 60 dias aps aabertura da sesso legislativa(84, XXIV)

    Caso no envieespontneamente, a CDfar a tomada de contas(51, II)

    O CN recebe as contas eenvia ao TCU, o TCUrecebe as contas eelabora parecer prvio -conforme art. 71, I

    A CMPOF (art. 166, 1, I)tambm recebe tais contasaps o parecer do TCU etambm faz um parecer

    prvio.

    O CN julgaas contas doPresidentede acordo

    com o art.49, IX e apso parecer daCMPOF.

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    Todos os administradores e demais responsveis (ordenadores dedespesas, diretores, conselheiros da administrao...) so obrigados aprestar contas (inclusive as casas legislativas do Congresso), perceba ento,que embora o TCU julgue contas e no pessoas, as contas no so dosrgos e sim dos agentes. O TCU, por isso, pode aplicar sanes aos

    agentes responsveis.O STF entendeu, cautelarmente, que a LC 101/2000 ao excluir da

    competncia do TCU o julgamento de contas de autoridades (contas degovernos) que no a do Presidente da Repblica estaria contrariando aConstituio:

    "Medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade. LeiComplementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).Medida provisria n. 1.980-22/2000. (...) Lei Complementar n. 101/2000. Vciosmateriais. Cautelar deferida. (...) Art. 56, caput: norma que contraria o inciso II do art.71 da Carta Magna, tendo em vista que apenas as contas do Presidente daRepblica devero ser apreciadas pelo Congresso Nacional. Art. 57: a referncia

    a contas de Poder, no 2 do art. 57, evidencia a abrangncia, no termo contasconstante do caput do artigo, daqueles clculos decorrentes da atividade financeirados administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos,que somente podero ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente(inciso II do art. 71 da Constituio)." (ADI 2.238-MC, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Britto,julgamento em 9- 8-07, DJE de 12-9-08)

    Cabe ressaltar que tambm so julgadas pelo TCU as contas dasparaestatais do sistema S (SESI, SENAI...), as Organizaes Sociais (OSs),os Conselhos profissionais (natureza de autarquia), conforme j vimos notpico referente ao dever de prestar contas, veja a deciso do STF:

    "Natureza autrquica do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de

    Odontologia. Obrigatoriedade de prestar contas ao Tribunal de Contas da Unio."(MS 21.797, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 9-3-00, DJ de 18-5-01). Nomesmo sentido: MS 22.643, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 6-8-98, DJ de 4-12-98.

    Por fim, o STF (alterando posicionamento anterior) entendeu que associedades de economia mista e as empresas pblicas sujeitam-se fiscalizao do TCU:

    "Ao Tribunal de Contas da Unio compete julgar as contas dosadministradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos daadministrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas emantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio (CF, art. 71, II; Lei8.443, de 1992, art. 1, I). As empresas pblicas e as sociedades de economia mista,integrantes da administrao indireta, esto sujeitas fiscalizao do Tribunal deContas, no obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista." (MS25.092, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-11-05, 2 Turma, DJ de 17-3-06).

    Importante destacar que o TCU no tem competncia para fazerquebra de sigilo bancrio em relao aos processos que julga (STF: MS22.801).

    possvel separar tal competncia em duas partes:

    7.2.1. Contas ordinrias

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    Os atos de admisso de pessoal (ainda que sejam mediantecontratao temporria Lei 8.745/93) e os atos de concesso deaposentadorias, reformas e penses (civis ou militares, celetistas ou no)necessitam da homologao do TCU. O STF j entendeu que so atoscomplexos4 em que somente aps a anlise do TCU haver a concluso e

    aperfeioamento do ato."O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo,

    aperfeioando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas.Submetido condio resolutiva, no se operam os efeitos da decadncia antes davontade final da Administrao." (MS 24.997, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-05, DJ de 1-4-05). No mesmo sentido: RE 195.861, Rel. Min. Marco Aurlio,julgamento em 26-8-97, DJ de 17-10-97.

    A ressalva quanto s melhorias posteriores que no alterem ofundamento legal da concesso de aposentadoria reforma ou penso sonormatizadas na IN 44/2002 do TCU:

    Constituem alterao do fundamento legal do ato concessrio as melhorias posteriores

    decorrentes de acrscimos aos proventos de novas parcelas, gratificaes ouvantagens de qualquer natureza, bem como a introduo de novos critrios ou basesde clculos dos componentes do benefcio, quando tais melhorias se caracterizaremcomo vantagem pessoal do servidor pblico civil ou militar e no houverem sidoprevistas no ato concessrio originalmente submetido apreciao do Tribunal ou poreste j apreciado e registrado.

    O TCU, ao verificar alguma ilegalidade ou irregularidade nos atossujeitos apreciao s pode negar registro, no pode determinar que orgo venha a excluir uma parcela da aposentadoria que tinha sido fixada.

    "No exerccio da sua funo constitucional de controle, o Tribunal de Contasda Unio procede, dentre outras atribuies, a verificao da legalidade da

    aposentadoria, e determina; tal seja a situao jurdica emergente do respectivo atoconcessivo; a efetivao, ou no, de seu registro. O Tribunal de Contas da Unio,no desempenho dessa especfica atribuio, no dispe de competncia paraproceder a qualquer inovao no ttulo jurdico de aposentao submetido aseu exame. Constatada a ocorrncia de vcio de legalidade no ato concessivode aposentadoria, torna-se lcito ao Tribunal de Contas da Unio, especialmenteante a ampliao do espao institucional de sua atuao fiscalizadora,recomendar ao rgo ou entidade competente que adote as medidasnecessrias ao exato cumprimento da lei, evitando, desse modo, a medidaradical da recusa de registro. Se o rgo de que proveio o ato juridicamenteviciado, agindo nos limites de sua esfera de atribuies, recusar-se a dar execuo adiligncia recomendada pelo Tribunal de Contas da Unio, reafirmando, assim, o seuentendimento quanto a plena legalidade da concesso da aposentadoria, caber a

    Corte de Contas, ento, pronunciar-se, definitivamente, sobre a efetivao doregistro." (MS 21.466, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-5-93, DJ de 6-5-94)

    O contraditrio e a ampla defesa, que em geral devem estarpresentes nos julgamentos perante o TCU, ficam excepcionados quando oTCU analisa apenas a legalidade destes atos. A ideia que est por trs daexcluso do contraditrio e da ampla defesa porque o TCU, nestes casos,

    4 A doutrina, em sua grande maioria, diverge do STF entendendo que o ato composto e no

    complexo porque j produz efeitos antes da homologao do TCU. Portanto, cuidado para aprova de concurso se a banca est perguntando a posio da maioria da doutrina ou a posiodo STF.

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    no est julgado, apenas verificando a legalidade junto ao rgo queconcede a admisso ou aposentao.

    Nestes casos, podemos entender que a relao entre o TCU e orgo e caber ao rgo dar contraditrio e ampla defesa ao interessadoquando o TCU negar o registro e apontar a falha. Veja a Smula vinculante n3 do STF:

    Nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram -se ocontraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ourevogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada aapreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reformae penso. (Smula Vinculante 3)

    Inclusive, com base no mesmo entendimento, o STF entende que oTCU no fica sujeito ao prazo decadencial da Lei 9.784/99 de cinco anos:

    "O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo,aperfeioando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido condio resolutiva, no se operam os efeitos da decadncia antes da vontadefinal da Administrao." (MS 24.997, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-05, DJde 1-4-05). No mesmo sentido: RE 195.861, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em26-8-97, DJ de 17-10-97.

    Porm, em se tratando de prazo demasiadamente longo5 entre aconcesso dada pelo rgo e a negativa de registro pelo TCU, caber aoTCU, para prevalecer a segurana jurdica e o princpio da confiana,conceder ao interessado contraditrio e ampla defesa, veja deciso do STFque excepciona a smula vinculante 3:

    "Servidor pblico. Funcionrio. Aposentadoria. Cumulao de gratificaes.Anulao pelo Tribunal de Contas da Unio - TCU. Inadmissibilidade. Ato julgado

    legal pelo TCU h mais de cinco (5) anos. Anulao do julgamento.Inadmissibilidade. Decadncia administrativa. Consumao reconhecida. Ofensa adireito lquido e certo. Respeito ao princpio da confiana e segurana jurdica.Cassao do acrdo. Segurana concedida para esse fim. Aplicao do art. 5, inc.LV, da CF, e art. 54 da Lei federal n. 9.784/99." (MS 25.963, Rel. Min. Cezar Peluso,julgamento em 23-10-08, DJE de 21-11-08).

    7.4. REALIZAR AUDITORIAS E INSPEES (FUNOFISCALIZADORA 71, IV)

    IV - realizar, por iniciativa prpria, da Cmara dos Deputados, do SenadoFederal, de Comisso tcnica ou de inqurito, inspees e auditorias de natureza

    contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidadesadministrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e demais entidadesreferidas no inciso II;

    No subordinado ao Congresso porque tem poder de realizar, poriniciativa prpria, inspeo e auditorias na Cmara ou Senado (71, IV). Mas,como auxiliar do Congresso coerente que este (Cmara, Senado ouComisses tcnica ou de inqurito) possa requerer ao TCU que faa asinspees ou auditorias.

    O RITCU em seus arts. 238 a 243 prev os levantamentos,auditorias, inspees, acompanhamentos e monitoramentos.

    5 Superior aos cinco anos da Lei 9.784/99.

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    Importante salientar que no h autorizao para que um Parlamentar,isoladamente, requeira ao TCU que faa tais auditorias, o poder dado aosrgos colegiados do Legislativo (ainda que fracionrios de ordem tcnica oufiscalizadora).

    7.5. FISCALIZAR CONTAS NACIONAIS DAS EMPRESASSUPRANACIONAIS (FUNO FISCALIZADORA 71, V)

    V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capitalsocial a Unio participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

    So supranacionais as empresas que tenham capital social de mais deum pas no correto confundir supranacionais com as multinacionais queso empresas privadas que atuam em mais de um pas.

    O principal exemplo ITAIPU, mas tambm pode ser citado o BancoBrasil-Iraquiano e a Companhia de Promoo Agrcola (CPA Brasil e

    Japo). Claro que o TCU s analisar as contas dos recursos/participaonacionais.

    7.6. FISCALIZAO DE RECURSOS REPASSADOS (FUNOFISCALIZADORA 71, VI)

    VI - fiscalizar a aplicao de quaisquer recursos repassados pela Uniomediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, a Estado, aoDistrito Federal ou a Municpio;

    Os recursos que devem ser fiscalizados pelo TCU so apenas aqueles

    que originariamente eram federais.No caso de explorao de recursos hdricos, petrleo, gs natural ou

    outros recursos minerais que o art. 20 1 da CF determinar caber parte daexplorao ao Estado, DF e Municpio, embora sendo repassados pela Uniotais recursos, estes no se inserem originariamente dentro do tipo de dinheirofederal, ou seja, so recursos originrios do Estado, DF e Municpio e,portanto, foge ao TCU fiscalizar a aplicao destes recursos (a fiscalizaodeve ser feita pelo TC competente no nvel da entidade federativa).

    Quando a Unio, voluntariamente celebra convnio com ente pblicoh uma ajuste em que as duas vontades so no mesmo sentido, ou seja, no

    um contrato porque no contrato as vontades se entende opostas e aqui huma correlao de vontades.

    Importante destacar que se um Prefeito pratica crime por desvio deverba sujeita prestao de contas junto ao TCU a competncia para julg-lo da Justia Federal (smula 208 do STJ) por meio do TRF e no da justiacomum estadual por meio do TJ como menciona a CF (de forma geral) no art.29, X.

    7.7. PRESTAR INFORMAES (FUNO INFORMATIVA 71,

    VII)

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    VII - prestar as informaes solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquerde suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comisses, sobre a fiscalizaocontbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial e sobre resultados deauditorias e inspees realizadas;

    Novamente a lgica a de que o titular do controle externo o

    Congresso, por isso cabe a este ser informado sobre tal exerccio.Mas, ressalve-se novamente que no podem ser solicitadas as

    informaes por um Parlamentar individualmente, uma solicitao quedepende de uma Comisso ou da prpria Casa.

    Cabe tambm observar que aqui a CF no fez a ressalva de que aComisso seja tcnica ou de inqurito, portanto, qualquer comisso aqui capaz de fazer tal pedido ao TCU.

    7.8. APLICAR SANES (FUNO SANCIONADORA 71, VIII)

    VIII - aplicar aos responsveis, em caso de ilegalidade de despesa ouirregularidade de contas, as sanes previstas em lei, que estabelecer, entre outrascominaes, multa proporcional ao dano causado ao errio;

    As sanes podem ser aplicadas em razo de ilegalidade ou deirregularidade na prestao de contas. Mas, toda sano depende depreviso legal reserva legal, a LOTCU prev vrios tipos de sanes,tambm prev a Lei 8.666/93 e a Lei 10.028/00.

    O STF entende que obrigatrio o contraditrio e a ampla defesa paraa aplicao de sano, conforme a CF no art. 5 LV.

    7.9. ASSINALAR PRAZO PARA QUE SE CUMPRA A LEI(FUNO CORRETIVA 71, IX)

    IX - assinar prazo para que o rgo ou entidade adote as providnciasnecessrias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

    Tais recomendaes do TCU no so obrigatrias para o rgo,porm, ligada a esta funo est a seguinte (sustar o ato impugnado).

    7.10. SUSTAR ATO IMPUGNADO (FUNO CORRETIVA 71,

    X) X - sustar, se no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando adeciso Cmara dos Deputados e ao Senado Federal;

    Sustar significa tirar os efeitos, fazer com que sua eficcia deixe deproduzir efeitos, portanto o ato existente mas no pode produzir efeitos.Cabe esclarecer que o TCU no revoga ou anula os atos, apenas lhes retiraos efeitos.

    Caso o Tribunal no seja atendido ao determinar que se corrija umairregularidade porque tal competncia deve ser interpretada de acordo coma competncia do IX, pode determinar a sustao do ato impugnado. H a

    necessidade de comunicar Cmara e ao Senado a deciso tomada.

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    Como exemplos de atos a serem sustados citam-se as diversas fasesde uma licitao. Enquanto a licitao no concluda e o contrato no forcelebrado, ainda so atos administrativos e podem ser sustados diretamentepelo TCU.

    7.11. REPRESENTAR CONTRA IRREGULARIDADES (FUNOINFORMATIVA 71, XI)

    XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusosapurados.

    Tais representaes so uma espcie do direito de denncia, porm,neste caso, est dentro da prpria administrao pblica.

    As representaes sero feitas pelos servidores do TCU quando emauditorias ou inspees.

    7.12. SUSTAO DE CONTRATOS (FUNO CORRETIVA711 e 2)

    1 - No caso de contrato, o ato de sustao ser adotado diretamente peloCongresso Nacional, que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidascabveis.

    2 - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventadias, no efetivar as medidas previstas no pargrafo anterior, o Tribunal decidir arespeito.

    Ordinariamente no cabe ao TCU sustar contratos, um dos motivos

    que se alega a segurana jurdica do ato jurdico que deve ser preservado,ento, normalmente a competncia de sustar contratos cabe ao Congresso.

    Porm, abre-se uma hiptese excepcional para o TCU. Tal hiptese sed depois de avisado ao Congresso sobre a necessidade de sustao de umcontrato e este permanece inerte pelo prazo de 90 dias.

    Decorridos os 90 dias sem que o Congresso ou Poder Executivo (ouPoder Judicirio)6 tome providncia, caber ao TCU decidir a respeito dasustao de um contrato.

    Pode-se dizer ento que tal competncia a de sustar contratos conjunta do Congresso e do TCU, sendo que inicialmente cabe aoCongresso.

    7.13. NATUREZA DAS DECISES QUE IMPUTEM DBITOS(713)

    3 - As decises do Tribunal de que resulte imputao de dbito ou multatero eficcia de ttulo executivo.

    6 Embora a Constituio tenha dito expressamente Executivo cabvel que o contrato a ser

    sustado seja feito entre rgo do Judicirio e particular, nesta situao o Congresso comunicaao Poder Judicirio e este deve tomar as providncia sob pena de, ultrapassados os 90 dias, oTCU sustar o contrato ou antes deste prazo o Congresso faz-lo.

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    A Constituio determina (71 3) que sejam consideradas como ttuloexecutivo e, portanto, esto aptas a serem cobradas em juzo (por meio daAdvocacia Geral da Unio).

    A tipologia dos ttulos executivos no Cdigo de Processo Civil obedece classificao entre ttulos judiciais e extrajudiciais. No caso das decises doTCU que so de natureza administrativa segundo o art. 585 do CPC, asdecises sero ttulos executivos extrajudiciais.

    As decises do TCU no precisam ser inscritas em dvida ativa paraque sejam cobradas pela Advocacia pblica.

    7.14. FISCALIZAO DO TCU (714) 4 - O Tribunal encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,

    relatrio de suas atividades.

    O TCU se remete ao Congresso Nacional e, alm de ter suas contasjulgadas por essa casa, tambm deve enviar relatrios trimestrais sobre suasatividades.

    Cabe CMPOF emitir parecer sobre os relatrios encaminhados peloTCU.

    7.15. FUNES PRPRIAS DOS TRIBUNAIS JUDICIRIOSART. 73 E 96

    Art. 73. O Tribunal de Contas da Unio, integrado por nove Ministros, tem sedeno Distrito Federal, quadro prprio de pessoal e jurisdio em todo o territrio nacional,

    exercendo, no que couber, as atribuies previstas no art. 96. .

    Art. 96. Compete privativamente:I - aos tribunais:a) eleger seus rgos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com

    observncia das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondosobre a competncia e o funcionamento dos respectivos rgos jurisdicionais eadministrativos;

    b) organizar suas secretarias e servios auxiliares e os dos juzos que lhesforem vinculados, velando pelo exerccio da atividade correicional respectiva;

    c) prover, na forma prevista nesta Constituio, os cargos de juiz de carreira darespectiva jurisdio;

    d) propor a criao de novas varas judicirias;

    e) prover, por concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, obedecido odisposto no art. 169, pargrafo nico, os cargos necessrios administrao daJustia, exceto os de confiana assim definidos em lei;

    f) conceder licena, frias e outros afastamentos a seus membros e aos juzese servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

    II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais deJustia propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

    a) a alterao do nmero de membros dos tribunais inferiores;b) a criao e a extino de cargos e a remunerao dos seus servios

    auxiliares e dos juzos que lhes forem vinculados, bem como a fixao do subsdio deseus membros e dos juzes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redaodada pela Emenda Constitucional n 41, 19.12.2003)

    c) a criao ou extino dos tribunais inferiores;

    d) a alterao da organizao e da diviso judicirias;

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    III - aos Tribunais de Justia julgar os juzes estaduais e do Distrito Federal eTerritrios, bem como os membros do Ministrio Pblico, nos crimes comuns e deresponsabilidade, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral.

    Como a Constituio determina que cabe ao TCU exercer, no quecouber, as competncias do art. 96, cabe ao intrprete determinar quais

    competncias so cabveis de ser exercidas pelo TCU, vejamos:Art. 96. Compete privativamente:I - aos tribunais:a) eleger seus rgos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com

    observncia das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondosobre a competncia e o funcionamento dos respectivos rgos jurisdicionais eadministrativos;

    Tal competncia que tpica da autonomia ou do autogoverno dorgo estendida ao TCU.

    b) organizar suas secretarias e servios auxiliares e os dos juzos que lhesforem vinculados, velando pelo exerccio da atividade correicional respectiva;

    Tal competncia tambm estendida ao TCU muito embora no hjuzos vinculados ao TCU (alm dos Ministros do TCU).

    c) prover, na forma prevista nesta Constituio, os cargos de juiz de carreira darespectiva jurisdio;

    Tal competncia no h de ser estendida ao TCU, muito embora caibaao Presidente do TCU dar posse aos novos Ministros e aos Auditores eMembros do MPjTCU.

    d) propor a criao de novas varas judicirias;

    O TCU no se desconcentra em varas judicirias, embora existamrgos estaduais representativos do TCU em Estados-membros da

    federao, mas neste caso veremos a competncia do inciso II deste artigo.e) prover, por concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, obedecido o

    disposto no art. 169, pargrafo nico, os cargos necessrios administrao daJustia, exceto os de confiana assim definidos em lei;

    Tal competncia tambm estendida ao TCU.

    f) conceder licena, frias e outros afastamentos a seus membros e aos juzese servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

    Tal competncia tambm estendida ao TCU, com a ressalva que noh, propriamente, juzes vinculados ao TCU (h membros do TCU).

    Art. 96. Compete privativamente:

    II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais deJustia propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:a) a alterao do nmero de membros dos tribunais inferiores;

    Tal competncia no h de ser estendida ao TCU porque no hpossibilidade, por lei, de aumentar seu nmero de membros e tambm noh tribunais inferiores vinculados ao TCU.

    b) a criao e a extino de cargos e a remunerao dos seus serviosauxiliares e dos juzos que lhes forem vinculados, bem como a fixao do subsdio deseus membros e dos juzes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redaodada pela Emenda Constitucional n 41, 19.12.2003)

    Tal competncia estendida ao TCU, com a ressalva que no h,

    propriamente, juzos vinculados ao TCU (h membros do TCU) e nemtribunais inferiores vinculados ao TCU.

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    c) a criao ou extino dos tribunais inferiores;

    Tal competncia no h de ser estendida ao TCU porque no htribunais inferiores vinculados ao TCU.

    d) a alterao da organizao e da diviso judicirias;

    Tal competncia no h de ser estendida ao TCU porque no hpossibilidade, por lei, de alterar a organizao e a diviso judicirias do TCU,o TCU tem jurisdio (no sentido administrativo de competncia) em todo oterritrio nacional, conforme o art. 73.

    8. ATUAO DA CMPOF COMISSO MISTA DE PLANOSORAMENTOS PBLICOS E FINANAS (ART. 72)

    Verifica-se que a CMPOF deve agir junto com o TCU no controle decontas e, cabe CMPOF, especialmente, tomar providncias quando

    detectadas despesas sem previso oramentria (art. 167, I e II).Caso a CMPOF detecte tal irregularidade o TCU dar parecer a

    respeito do tema e o Congresso ter o poder de decidir sobre o caso.

    Art. 72. A Comisso mista permanente a que se refere o art. 166, 1, diante deindcios de despesas no autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos noprogramados ou de subsdios no aprovados, poder solicitar autoridadegovernamental responsvel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentosnecessrios.

    1 - No prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, aComisso solicitar ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matria, no prazode trinta dias.

    2 - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comisso, se julgar que ogasto possa causar dano irreparvel ou grave leso economia pblica, propor aoCongresso Nacional sua sustao.

    9. COMPOSIO E ORGANIZAO DO TCU (ART. 73)

    Art. 73. O Tribunal de Contas da Unio, integrado por nove Ministros, tem sedeno Distrito Federal, quadro prprio de pessoal e jurisdio em todo o territrio nacional,exercendo, no que couber, as atribuies previstas no art. 96. .

    O TCU sediado no Distrito Federal e possui secretarias em todas as

    capitais dos Estados-membros.Internamente dividido em Plenrio, 1 Cmara (quatro Ministros e

    dois Auditores), 2 Cmara (quatro Ministros e dois Auditores), Comisses ePresidente do TCU (mandato de um ano civil).

    1 - Os Ministros do Tribunal de Contas da Unio sero nomeados dentrebrasileiros que satisfaam os seguintes requisitos:

    I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

    II - idoneidade moral e reputao ilibada;

    III - notrios conhecimentos jurdicos, contbeis, econmicos e financeiros oude administrao pblica;

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    IV - mais de dez anos de exerccio de funo ou de efetiva atividadeprofissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

    2 - Os Ministros do Tribunal de Contas da Unio sero escolhidos:

    I - um tero pelo Presidente da Repblica, com aprovao do Senado Federal,sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministrio Pblico junto ao

    Tribunal, indicados em lista trplice pelo Tribunal, segundo os critrios de antigidade emerecimento;

    II - dois teros pelo Congresso Nacional.

    Segundo o STF os requisitos de notrios conhecimentos jurdicos,contbeis, econmicos e financeiros no precisam ser comprovadosmediante formao profissional na rea (o que, venhamos, seria muito difcil),na verdade o notrio saber deve ser analisado pelo Chefe do Executivo e,posteriormente, pelo Senado Federal.

    Tribunal de Contas Estadual. Conselheiros. Nomeao. Qualificaoprofissional formal. Notrio saber. A qualificao profissional formal no requisito nomeao de Conselheiro de Tribunal de Contas Estadual. O requisito notrio saber pressuposto subjetivo a ser analisado pelo Governador do Estado, a seu juzodiscricionrio. (AO 476, Rel. p/ o ac. Min. Nelson Jobim, julgamento em 16-10-97, DJde 5-11-99)

    Veja o esquema visual da composio do TCU:

    9.1. EQUIPARAO A MINISTRO DO STJ (733) 3 Os Ministros do Tribunal de Contas da Unio tero as mesmas garantias,

    prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do SuperiorTribunal de Justia, aplicando-se-lhes, quanto aposentadoria e penso, as normasconstantes do art. 40. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    Entre as principais normas que regem os Ministros do STJ destacamoso art. 95 da CF, veja:

    Art. 95. Os juzes gozam das seguintes garantias:

    I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, s ser adquirida aps dois anos deexerccio, dependendo a perda do cargo, nesse perodo, de deliberao do tribunal a

    que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentena judicial transitada emjulgado;

    9 MINISTROS

    Brasileiros, 35 e < 65, idoneidade moral e reputao ilibada, notrios conhecimentos jurdicos, contbeis,econmicos e financeiros ou de administrao pblica e ter mais de 10 anos de exerccio em atividade que exija

    os conhecimentos mencionados.Todos nomeados pelo PRESIDENTE DA REPBLICA e a posse pelo PRESIDENTE DO TCU.

    6 ESCOLHIDOS PELOCONGRESSO (no

    passam por sabatinamas os nomes passampor aprovao interna

    nas Casas - 49 XII) -Nomeados peloPresidente da

    Repblica.

    3 ESCOLHIDOS PELO PRESIDENTE (73 2, I e 84, XIX) e passam por sabatina(maioria simples) no Senado Federal (52, III, b - votao secreta e arguio

    pblica). Nomeados pelo Presidente. A escolha do Presidente deve ser entre:

    1 ENTRE AUDITORES -Lista trplice pelo TCU

    1 ENTREPROCURADORES DO MPQUE ATUAM NO TCU -Lista trplice pelo TCU

    1 ESCOLHA LIVRE PELOPRESIDENTE

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    II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pblico, na forma do art. 93,VIII;

    III - irredutibilidade de subsdio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de1998)

    Pargrafo nico. Aos juzes vedado:I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou funo, salvo uma de

    magistrio;

    II - receber, a qualquer ttulo ou pretexto, custas ou participao em processo;

    III - dedicar-se atividade poltico-partidria.

    IV receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoasfsicas, entidades pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei;(Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    V exercer a advocacia no juzo ou tribunal do qual se afastou, antes dedecorridos trs anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao.(Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    9.2. OS AUDITORES (734) 4 - O auditor, quando em substituio a Ministro, ter as mesmas garantias e

    impedimentos do titular e, quando no exerccio das demais atribuies da judicatura, asde juiz de Tribunal Regional Federal.

    Existem quatro Auditores nos quadros do TCU. O Auditor do TCUno pode ser confundido com o Analista de Controle Externo. cargo prprioe diferente dos demais servidores da Corte de Contas. Os auditores tmfuno de relatar processos e substituir os Ministros. Porm, h duas

    diferenas importantes entre um Auditor e um Ministro, o Auditor prestaconcurso e, ordinariamente, no vota nos processos da Corte.

    AUDITOR

    SUBSTITUINDOMINISTRO DO TCU

    EQUIPARADO AOMINISTRO DO TCU, OUSEJA, EQUIPARADO A

    MINISTRO DO STJ.

    NO EXERCCIO DAJUDICATURA (FUNES

    DE AUDITOR)

    EQUIPARADO AO JUIZ(DESEMBARGADOR)

    DE TRF.

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    FISCALIZAO CONTBIL, FINANCEIRA E ORAMENTRIA

    10. MINISTRIO PBLICO JUNTO AO TCU

    H sete cargos de Procuradores do Ministrio Pblico junto ao Tribunalde Contas e so divididos em trs subprocuradores e quatro procuradores.Um destes sete procuradores ser escolhido pelo Presidente da Repblica

    livremente como Procurador-Geral (chefe do MP/TCU mandato de doisanos e admitida a reconduo). A escolha do Procurador-Geral discricionria do Presidente da Repblica (entre os procuradores do quadro,sejam procuradores ou sub-procuradores gerais).

    Os membros do Ministrio Pblico Comum no podem substituir osProcuradores junto ao TC.

    Segundo o STF competncia do TCU dispor sobre a organizao efuncionamento inclusive com o poder de encaminhar projetos de leis sobretal assunto do Ministrio Pblico junto ao Tribunal. Veja a deciso do STF:

    "Ministrio Pblico junto ao TCU Instituio que no integra o Ministrio Pblico

    da Unio Taxatividade do rol inscrito no art. 128, I, da Constituio Vinculaoadministrativa Corte de Contas Competncia do TCU para fazer instaurar o processolegislativo concernente estruturao orgnica do Ministrio Pblico que perante ele atua(CF, art. 73, caput, in fine) Matria sujeita ao domnio normativo da legislao ordinria(...). O Ministrio Pblico que atua perante o TCU qualifica-se como rgo de extraoconstitucional, eis que a sua existncia jurdica resulta de expressa previso normativaconstante da Carta Poltica (art. 73, 2, I, e art. 130), sendo indiferente, para efeito de suaconfigurao juridico-institucional, a circunstncia de no constar do rol taxativo inscrito noart. 128, I, da Constituio, que define a estrutura orgnica do Ministrio Publico da Unio.O Ministrio Pblico junto ao TCU no dispe de fisionomia institucional prpria e, noobstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradorespela prpria Constituio (art. 130), encontra-se consolidado na 'intimidade estrutural'dessa Corte de Contas, que se acha investida at mesmo em funo do poder deautogoverno que lhe confere a Carta Poltica (art. 73, caput, in fine) da prerrogativa defazer instaurar o processo legislativo concernente a sua organizao, a sua estruturaointerna, a definio do seu quadro de pessoal e a criao dos cargos respectivos." (ADI789, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-5-94, DJ de 19-12-94)

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    11. COMPOSIO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS ESTADUAIS -TCES (ART. 75)

    Art. 75. As normas estabelecidas nesta seo aplicam-se, no que couber, organizao, composio e fiscalizao dos Tribunais de Contas dos Estados e do

    Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municpios.Pargrafo nico. As Constituies estaduais disporo sobre os Tribunais de

    Contas respectivos, que sero integrados por sete Conselheiros.

    Veja a smula do STF que determina a simetria na escolha dosConselheiros no mbito do TC do Estado:

    No Tribunal de Contas estadual, composto por sete Conselheiros, quatrodevem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e trs pelo Chefe do PoderExecutivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentremembros do Ministrio Pblico, e um terceiro sua livre escolha. (SM. 653 do STF)

    Veja, graficamente, como ser a composio dos TC estaduais:

    7 CONSELHEIROS

    4 PELAASSEMBLIALEGISLATIVAESTADUAL

    Nomeadospelo

    Governador.

    3 PELO GOVERNADOR - passam por sabatina(maioria simples) na Assemblia Legislativa

    1 ENTREAUDITORES DO TCE

    1 ENTREPROCURADORES

    DO MP QUEATUAM NO TCE

    1 ESCOLHA LIVREPELO

    GOVERNADOR