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TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTO Deficiência Mental Autismo Síndrome de Rett [email protected]

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TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTO

Deficiência MentalAutismo

Síndrome de Rett

[email protected]

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TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTO

• A infância é um período de vulnerabilidade e desenvolvimento progressivo em direção à personalidade adulta;

• O estágio do desenvolvimento infantil pode influenciar a apresentação, importância e curso da doença;

• Podem ser: – Específicos– Globais

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RETARDO MENTAL• CONCEITO: INTELIGÊNCIA ABAIXO DA MÉDIA;

FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO PREJUDICADO;

INÍCIO NA INFÂNCIA(DSM-IV);• 90% SÃO IDENTIFICADOS POR VOLTA DOS 18

ANOS;• O DSM-IV-TR BASEIA-SE EM ESCORES DE QI,

PORÉM A AMR(1992) SUBCLASSIFICA EM INTENSIDADE E PADRÃO DE APOIO REQUERIDOS;

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FORMAS DE MENSURAR A INTELIGÊNCIA

• WAIS–R – Escala de Inteligência Wechsler para adultos revisada;

• WISC-III – Escala de Inteligência para crianças – 3ª. Edição(6-16 anos);

• Escala de Inteligência de Stanford-Binet (2-18 anos);

• Seções da Escala de Desenvolvimento Mental de Bayley (2meses-2.5 anos)

• Estes testes fornecem uma avaliação global clinicamente importante, a despeito das limitações.

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DESCRIÇÃO CLÍNICA

• Lentidão do desenvolvimento, mais evidente na cognição e funcionamento intelectual;

• Dificuldades em diversos aspectos: neurobiológicos, motores, sensoriais e integrativos;

• Concreção, egocentrismo, curto intervalo de atenção; distraibilidade;

• Dificuldade em expressar sentimentos e perceber afeto em si mesmo;

• Questiona-se os sintomas como construto único,as síndromes particulares têm seus próprios sintomas.

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CID – 10Critérios Diagnósticos dos Transtornos Mentais e de

Comportamento

CLASSIFICAÇÃO

F 70 - Deficiência mental leve (QI 50 à 69)

F 71- Deficiência mental moderada (QI 49 à 36)

F 72- Deficiência mental severa (QI 35 à 20)

F 73- Deficiência mental profunda (QI abaixo de 20)

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COMORBIDADES

• 2-4x mais freqüentes;• Mais comum: Transtorno de controle

dos impulsos, transtornos de ansiedade, de comunicação, autismo, TDAH, etc.

• Depressão, alcoolismo etc.

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EPIDEMIOLOGIA

• 1-3% - EUA;• 85-90% - RETARDO LEVE (QI 55-70);• Predominância masculina em RM leve;• Feminina em Retardo mental Grave;• Aumento da incidência e identificação em

idades escolares;• Mais precoce a identificação de casos mais

graves;• RM mais leve em classe socioeconômica

mais baixa

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ETIOLOGIA• Quase mil síndromes biológicas;• Retardo grave: modificações na

interrupção da neurogênese, diferenciação celular, migração neuronal; aspectos anatômicos: anormalidades dendríticas variadas etc., investigação genética atual;

• Retardo mental idiopático – geralmente leve, relaciona-se a privação sociocultural;

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ETIOLOGIA

FATORES GENÉTICOS FATORES AMBIENTAIS

Etiologias biomédicas específicas conhecidas – 60-70%

• Causas pré-natais (infecções maternas, exposição a toxinas, nicotina, álcool, cocaína, convulsões intra-uterinas etc.)

• Causas peri-natais – trauma obstétrico, asfixia ao nascimento, prematuridade, bebês PIG etc.)

• Causas pós-natais – (traumatismos, infecções, desnutrição, doenças neurológicas, ou clínicas, quedas e acidentes etc.)

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CURSO E PROGNÓSTICO• De acordo com cada quadro;• Dependem das circunstâncias sociais,

econômicas, de saúde/médicas, educacionais e de desenvolvimento;

• O prognóstico melhora à medida que intervenções terapêuticas são disponibilizadas;

• Entre 18 e 26 anos é particularmente importante, pois há a transição entre dependência e autonomia;

• Pode haver complicações psicológicas, financeiras, familiares etc.

• Morte súbita e inesperada, principalmente se há convulsões, etiologias pré-natais e QI baixo.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA• Cerca de 50% apresentam TDAH;• Bipolaridade, reações psicóticas ansiedade

etc.• Exame físico; Estudo de Raio X de ossos

longos;• Testes laboratoriais importantes: pesquisa

de chumbo, análise cromossômica, avaliação molecular para aminoácidos e mucopolissacaridases;

• Outros testes poderão ser solicitados por geneticista;

• Avaliação neurológica e testes neuropsicológicos

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TRATAMENTO

Tratamento multimodal:• Programas de habilitação a longo prazo;• Hospitalização em casos específicos;• Custódia e hospitais psiquiátricos;• Orientação parental;• Tratamento de comorbidades;• Psicoterapia individual• Farmacoterapia

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FARMACOTERAPIA• Tratam sintomas associados ao

transtorno:– Comportamento agitado ou agressivo:

Neurolépticos atípicos– Tratamentos pouco estudados:

• ATDs para depressão;• Psicoestimulantes para TDAH;• Β-adrenérgicos ou clonidina para agitação• Anticonvulsivantes nas convulsões;• Naltrexona para comportamentos auto-lesivos;• Estabilizadores do humor para bipolares.

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AUTISMO

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TRANSTONOS GLOBAIS DE DESENVOLVIMENTO

• Ocorrem déficits em muitas áreas de funcionamento;

• Interrupção invasiva, mas difusa do processo de desenvolvimento;

• Desenvolvimento atípico;• DSM-IV-TR reconhece: T. autista,

Síndrome de Rett, T. de Asperger e T. desintegrativo da infância.

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AUTISMO

• Início precoce;• Relatos iniciais apenas no séc. XIX e

descrição no séc. XX;• Prejuízos em interação social,

comunicação, atividades e interesses restritos;

• Forma clássica foi descrita por Kanner (1945) – Autismo infantil precoce.

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DESCRIÇÃO CLÍNICA

• Forma clássica: início na infância, relacionamentos sociais profundamente prejudicados (afastamento, indiferença), interrupção da comunicação, alterações motoras, afetividade atípica, múltiplas excentricidades comportamentais, prejuízos cognitivos, percepção distorcida e pensamentos bizarros.

• Nas formas leves, as anormalidades sociais, comunicativas e comportamentais são tão sutis que podem se fundir a uma variação de patologia de caráter.

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DESCRIÇÃO CLÍNICA• Interatividade social limitada, aparente

indiferença;• Pouca imitação ou partilha e o sorriso é raro

nestas crianças;• Socialmente passivas e indiferentes;• Dificuldade para entender linguagem verbal

ou não;• Ecolalia, inversão pronominal, significados

idiossincráticos, fala atrasada e incomum (alterações semânticas e pragmáticas)

• Rituais, estereotipias ou apego obsessivo a objetos ou pessoas;

• Irritação, acessos de fúria, afeto lábil, resposta do medo exagerada.

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EPIDEMIOLOGIA

• Quadros mais graves: 1/ 2.000;• Quadros menos graves: 1 / 250;• Predominância masculina: 4 – 5:1• Mulheres em geralmente têm

sintomas mais graves;• Não há associação com nível sócio-

econômico ou inteligência.

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ETIOLOGIA

• Não há déficit único ou primário;• Fatores genéticos e biológicos:

– Estudos com gêmeos;– Anormalidades no cromossomo 15, 2q; 7q,16p (?);– Números reduzidos de células de Purkinje e

circuitos cerebelares fetais (?);– Achados de neuroimagem não são conclusivos –

lobo temporal e parietal;– Prevalência aumentada de precoces problemas de

desenvolvimento, rubéola congênita e fenilcetonúria.

– Anormalidade na concentração de 5-HT, triptofano, catecolaminas etc.

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CURSO E PROGNÓSTICONormalmente, há uma primeira avaliação

médica já no primeiro ano de vida, por surdez;

Aos 2 anos de idade, cerca de 80% são reconhecidas;

Normalmente há uma melhora gradual, mas é muito imprevisível;

Adultos autistas mantém-se com marcha estereotipada, tartamudez, balanço, socialmente indiferentes e há traços de oposição;

Raramente se casam, mas podem ser independentes.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

– Avaliação diagnóstica e comportamental;– Análise de linguagem ,cognitivas, sociais e

funcionamento adaptativo;– Análise do ambiente doméstico;– Exame neurológico, triagem para

fenilcetonúria;– RM, EEG, análise cromossômica em

determinados casos;– Avaliar co-morbidades.

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL– Surdez congênita (não há isolamento);– Cegueira congênita (isolamento);– Retardo mental (não há ilhas de

capacidade especiais);– Transtornos de linguagem (há interação);– Transtorno esquizofreniforme ,

esquizofrenia e T.P. esquizotípica (sintomas positivos)

– Nas crianças autistas, pode haver sintomas positivos, transtorno de humor ou de ansiedade.

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TRATAMENTO• Tratamento multidisciplinar:

– Terapia comportamental;– Treinamento de assertividade especializado;– Educação especial, treinamento vocacional;– Orientação dos pais;– Creches e grupos especializados;

• Farmacoterapia: – Neurolépticos convencional (Haloperidol) em

baixas doses (agressividade, resposta à TCC);– Olanzapina piora sintomas obsessivos-compulsivos

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FARMACOTERAPIANeuroléptico convencional (Haloperidol) em

baixas doses (melhora a agressividade e aprendizagem, resposta à TCC, comportamentos autodestrutivos etc);

Olanzapina piora sintomas obsessivos - compulsivos;

Psicoestimulantes, neurolépticos e anticonvulsivantes – impulsividade;

Β-bloqueadores e clonidina – impulsividade;Fluoxetina – sintomas obsessivos-compulsivos;ISRS - sintomas ansiosos;

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TRANSTORNO DE RETT

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GENERALIDADES

• Perturbação do desenvolvimento neurológico progressiva;

• Uma das causas mais comuns de retardo mental em mulheres;

• Prevalência em torno de 4 a 22/100 mil;• Ocorre quase que exclusivamente em

mulheres;• Mutação dominante ligada ao X com

letalidade em homens hemizigóticos;• Mutação do gene de proteína 2 de ligação a

metil-CpG ligado ao X.

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ETIOLOGIA

• Falha pouco compreendida na epigênese de sistemas neurais;

• O declínio físico progressivo é típico neste transtorno

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QUADRO CLÍNICO• Declínio físico progressivo não aparente no

início;• Aos 6-18 meses, inicia-se deficiências

motoras, sociais, de linguagem, neurológicas e motoras;

• Pode ocorrer retardo no desenvolvimento da cabeça;

• Na fase escolar, há rápida deterioração funcional, com redução das capacidades intelectuais e comunicativas;

• Controle intencional de movimentos de mão é substituído por apraxia, torceduras e movimentos de ablução .

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QUADRO CLÍNICO• Após a rápida deterioração, as

meninas tendem a apresentar quadro semelhante ao autismo ou retardo mental.

• Ocorre um platô por meses ou anos;• Evidente retardo mental; • Convulsões, mobilidade física

diminuída, fraqueza muscular, debilidade, escoliose e distonia;

• Pode ocorrer morte súbita, geralmente têm expectativa de vida reduzida.

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ETIOLOGIAEstudos genéticos:

– Mutação de gene MECP2 localizado no cromossomo X;

– Parece que inativação do cromossomo X, desempenha papel importante na gravidade do quadro;

– Casos familiares são raros;– Outras anormalidades: redução de

substância P, anormalidades em nível de monoaminas, padrão pobre de ramificação dendrítica no córtex pré-motor.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

• Dados de SPECT: hipoperfusão bifrontal – relação com a gravidade;

• RM: atrofia difusa;• EEG:achados inespecíficos;

– ATROFIA GENERALIZADA LIGADA AO CROMOSSOMO X, COM DISFUNÇÃO GLOBAL RELACIONADA À GRAVIDADE DOS SINTOMAS.

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TRATAMENTO

Tratamento de apoio; Requerem cuidados intensivos; A Carbamazepina ou Lamotrigina

para controle das convulsões;

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CONCLUSÕES