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próxima ediçãoespíritos de crianças

sumário

26 com todas as letrasnão é o paciente quem opera

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 chicolevar ao ridículo

Sejamos sempre vigilantes

6 ensinamentobem-aventurados os que são brandos

e pacíficos

A moral de Jesus

14 capamais que alimentoos tesouros da terra e os do céu

12 mediunidadediretrizes de segurança

Questões sobre mediunidade

22 reflexãoàs almas enfraquecidas

A busca do Espiritismo pela dor

10 estudoa bíblia e a ciência

Uma busca de conciliação

24 esclarecimentoo homem novo

A verdadeira reforma íntima

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centro de estudos espíritas “nosso lar”rua luís silvério, 120 – vila marieta 13042-010 campinas/spcnpJ: 01.990.042/0001-80 inscr. estadual: 244.933.991.112

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edição centro de estudos espíritas “nosso lar” – depto. editorial

Jornalista responsável renata levantesi (mtb 28.765)

projeto Gráfico fernanda berquó spina

revisão zilda nascimento

administração e comércio elizabeth cristina s. silva

apoio cultural braga produtos adesivos

impressão citygráfica

o centro de estudos espíritas “nosso lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

editorial

a “maldição” da mediunidade

Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência(...). LM – Introdução.

Muitas pessoas afirmam sofrer uma espécie de “maldição” por não “desenvolverem” a mediunidade. Alguns chegam ao absurdo de mandar “amarrar” o guia a fim de que a pessoa se liberte desse “fardo”.

Lamentamos a falta de entendimento!A mediunidade é uma faculdade concedida por Deus aos

homens a fim de auxiliar o progresso.Ninguém foi castigado ou exaltado por Deus pelo fato de

ser médium. Mediunidade é uma faculdade humana com raízes no corpo biológico.

Geralmente o que acontece é uma inabilidade do ser na aplicação desse sublime recurso.

O médium é uma estrutura sensitiva, preparada para perceber o mundo invisível que nos cerca. Em espírito poderá transcender (afastar-se) do corpo e entrar em contato com o mundo espiritual.

A questão, portanto, não é de maldição e sim de educação. Muitos não aceitam essa capacidade, negam-se a estudá-la e, por isso, terão eventuais problemas. O diabético, por exemplo, que não se preocupa com o açúcar terá naturais dificuldades pela falta de educação alimentar.

A faculdade mediúnica, obviamente, não é doença, é um convite das leis divinas a uma existência de trabalho em bene-fício de si mesmo e dos seres humanos.

Mas, quando o médium nega-se, veementemente, ao serviço mediúnico os bons espíritos, seus amigos, respeitam seu livre-arbítrio e, naturalmente, afastam-se. Mas o médium continua com suas capacidades sensitivas e poderá perceber ambientes, desagradáveis, espíritos menos felizes que dele poderão se aproximar.

Como não se dedicou ao estudo dessa sensibilidade, não saberá identificar os “sintomas” de presenças espirituais ou ambientes perturbadores, confundindo-os com doenças físicas, sentindo-se atormentado. Com isso, provavelmente, ficará irritado, terá dificuldade de manter o equilíbrio na vida de relacionamento, poderá ter alterações do humor e perturbar-se familiar e profissionalmente; os resultados poderão ser muito difíceis.

É nesse momento que muitos dizem sofrer a maldição da mediunidade, uma espécie de castigo pela negativa de trabalhar suas sensibilidades espirituais. Não se trata disso! A mediunidade é uma faculdade neutra, orgânica e indissociável do ser. Você não sofre porque é médium; perturba-se porque não sabe conduzir esses recursos psíquicos. Como alguém que podendo enxergar perfeitamente, negue-se a abrir os olhos e tropeça no caminho. A queda não foi culpa dos olhos e sim da teimosia do seu portador.

Cultivemos a mediunidade ostensiva que, por ventura, possuirmos com alegria e devotamento. Médiuns equilibrados costumam colaborar em reuniões mediúnicas bem estrutu-radas, em média, uma vez por semana. Você descobrirá, no Espiritismo, um universo de sabedoria, um mundo novo em que Jesus é o grande sol da verdade, e que a maldição da mediunidade é mero mito dos desinformados.

O Editor

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fidelidadespírita | Janeiro 2009chico

levar ao ridículopor suely caldas schubert

“Estamos cercados por forças que pretendem levar-nos ao ridículo e ao desânimo, neste plano e no outro.”

12-11-1955

“(...) Compreendo perfeitamente o que me dizes acerca do livro editado pelo............, que somente ante-ontem fiquei conhecendo. Quando li a dedi-catória repeti, em voz alta, apesar de estar a sós: — “Valha-nos Deus!”

Tenho a tua opinião. Estamos cercados por forças que pretendem levar-nos ao ridículo e ao desânimo, neste plano e no outro. (...) Vou fazer uma releitura do livro “A Gênese”, de Allan Kardec, para conhecer melhor as páginas a que te referes. Aliás, são dois livros do Codificador que desejo estudar atentamente — esse e “Obras Póstumas”. Vou lê-los cuidadosamen-te.

Essas mensagens de............... são mais um problema esquisito para os nossos círculos de trabalho e de luta. É uma pena observarmos o nosso............... tão entusiasmado. Ainda agora, (...) Ignácio Bittencourt (...) advertiu-nos sobre a ausência de estudo, que oferece margem à aceita-ção de tolices e disparates em nosso campo doutrinário. (...)“

Chico Xavier recebe um livro com dedicatória, que o assusta.

Comenta então com Wantuil de Freitas: “Estamos cercados por forças que pretendem levar-nos ao ridículo e ao desânimo, neste plano e no outro.”

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita chico

Esses enfoques errados descaracterizam a Doutrina Espírita, oferecendo argumentos para os que a queiram combater

fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 338 - 340. Feb. 1998.

Essa advertência permanece. É atual.

Levar ao ridículo é uma estra-tégia hábil. Pode acontecer em qualquer momento.

Um médium invigilante e que pouco se preocupa com o estudo pode deixar-se fascinar por entidade mistificadora e psicografar mensa-gens, páginas e mais páginas, livros, totalmente incoerentes, recheados de erros doutrinários, confundindo o neófito e dando uma visão distor-cida do Espiritismo. Esses enfoques errados descaracterizam a Doutrina Espírita, oferecendo argumentos para os que a queiram combater.

Levar ao ridículo: a mediunida-de, por exemplo.

É um fato real, não incomum.

Desde que o médium não revista a prática da mediunidade com a se-riedade e os cuidados que ela requer, dentro da metodologia aconselhada por Kardec; desde que o médium vise apenas a satisfação pessoal de ter o seu nome como autor de um livro; desde que o médium queira servir-se da Doutrina para adquirir projeção, não se preocupando com o que esteja divulgando, o resultado é esse que estamos vendo: safras de livros novos quase todos os dias, mediúnicos, principalmente, divulgando tolices, trazendo erros históricos, fazendo concessões aos modismos, vulgarizando e barate-

ando a mediunidade, a tal ponto que os faltos de conhecimentos a respeito encontrarão aí farto mate-rial para chacotas.

Levar ao ridículo: a crença na

reencarnação, por exemplo.

Os que se interessam avidamen-te pelas reencarnações passadas e que cultivam a idéia de que foram vultos históricos. Em geral, inva-riavelmente famosos e cultos. Isto já extrapolou o nosso movimento e é objeto de comentários e zom-barias.

Essas forças querem levar-nos ao ridículo e ao desânimo. São

Espíritos interessados em obstar o progresso, em impedir o avanço da Doutrina. São absolutamente reais e constantes.

A simples constatação desse fato pode gerar o desânimo. Faz-nos supor que não há meios de nos libertarmos dessas influências perturbadoras.

Mas temos aprendido, com o próprio exemplo que Chico Xavier nos proporciona, quais os meios de resistência e superação.

E, sobretudo, temos recebido, através dos conhecimentos que a Doutrina Espírita propicia, os recur-sos essenciais para avançarmos, sem tropeços, em nossa trajetória.

Perseverar no bem. Trabalhar e estudar. E não desanimar. Prosse-guir lutando, porque vale a pena.

Ao final do texto da carta, Chico declara que as mensagens de certo Espírito trazem confusão e lamenta que recebam o apoio entusiástico de ilustre confrade. Aduz, pela palavra de Ignácio Bittencourt, que a falta de estudo é que enseja a aceitação de muitas tolices e dis-parates no campo doutrinário do Espiritismo.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009ensinamento

bem-aventurados os que são brandos e pacíficospor allan Kardec

inJúrias e violências

1. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 5.)

2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (ID., v. 9.)

3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão me-recerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá con-denado ao fogo do inferno. (ID., vv. 21 e 22.)

4. Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os

hebreus, era um termo desdenhoso que significava – homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples pa-lavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve pre-sidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade; é que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

5. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventura-dos os que são brandos, porque pos-

suirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a con-dição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

inJúrias e violências. - instruções dos espíritos: a afabilidade e a doçura.– a paciência. - obediência e resignação. - a cólera.

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita

Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade

instruções dos espíritos

a afabilidade e a doçura

6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a freqüentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dis-simula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peço-nhento, quando estão por detrás.

A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem

desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temi-dos daqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: “Aqui mando e sou obedeci-do”, sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: “E sou detestado.”

Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo

algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana. - Lázaro. (Paris, 1861.)

a paciência

7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, ben-dizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Com-põe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais nu-merosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada

ensinamento

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fidelidadespírita | Janeiro 2009ensinamento

A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração

tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. – Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

obediência e resignação

8. A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes com-panheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do senti-mento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resigna-ção é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedien-tes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade

deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.

Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que

vimos dar aos vossos espíritos; obe-decei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe apli-caremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda re-sistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos. - Lázaro. (Paris, 1863.)

a cólera

9. O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportar-des uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao con-trário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? - Entregais-vos à cólera.

Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita ensinamento

O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito

assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pes-quisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais pon-derados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se origi-nam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.

Em seu frenesi, o homem coléri-co a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esfor-çar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.

Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretu-do, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!

Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por

outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. - Um Espírito protetor. (Bor-déus, 1863.)

10. Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esfor-ços para se corrigir dos defeitos em

que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. E assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se des-culpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. É ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições.

Indubitavelmente, temperamen-tos há que se prestam mais que ou-

tros a atos violentos, como há mús-culos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acre-diteis, porém, que aí resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter, a cólera se tornará concentrada, enquanto no outro caso será expansiva.

O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são ine-rentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsa-bilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque Espí-rito nenhum parte tem nisso; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o po-der da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Com-penetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão por-que quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. - Hahnemann. (Paris, 1863.)

fonte:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiri-

tismo. Págs. 167 – 173. Feb. 1981.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009estudo

a bíblia e a ciênciapor eliseu f. da mota Júnior

Uma brilhante proposta buscando conciliar o texto da Gênese bíblica

com a teoria cosmogônica do Big Bang partiu do teólogo e físico Gerald L. Schroeder, do famoso MIT (Massachusetts Institute of Technology), o qual começa lem-brando que “Dois tipos muito dife-

rentes de pesquisadores se esforçam para compreender a nossa história cósmica. Um investiga os segredos do Universo através da física e da cosmologia. O outro recorre a inter-pretações da Bíblia. A despeito da meta comum, ambos usam fontes de informação tão diferentes que muitas vezes parece haver um anta-

gonismo recíproco. Eu acredito fir-memente que o antagonismo entre esses dois grupos é desnecessário. Ou melhor, que é resultado de um certo paroquialismo profissional, de uma visão míope do conhecimento. Um entendimento da física e da tra-dição bíblica mostra que, em lugar de se contradizerem, os capítulos

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita estudo

fonte:

MOTA JÚNIOR. Eliseu F. Que é Deus? Págs.

76 – 79. Casa Editora O Clarim. 1998.

iniciais do livro do Gênesis e as des-cobertas da cosmologia moderna corroboram- se mutuamente”.

Depois de uma longa exposição de princípios científicos complexos como entropia, leis da termodinâ-mica, as teorias da relatividade de Einstein e das principais pesquisas astrofísicas da atualidade, tudo isso entrelaçado e pacientemente costu-rado com resistentes comentários bíblicos que, segundo consta, são aceitos por judeus e cristãos, o autor pretende demonstrar que os seis dias da criação referidos no Gênesis bíblico são exatamente iguais aos 15 bilhões de anos sugeridos pela teoria do Big Bang para a evolução do Universo desde a singularidade até hoje.

No que concerne especificamen-te à escala evolutiva do homem, Schroeder escora-se em Namânides (Moisés ben Maimon, 1194-1270, na Espanha e Israel, também co-nhecido como Ramban), o qual, “comentando Gênesis 2:7, observa que o desenvolvimento da Hu-manidade deu-se em três estágios distintos. O material do corpo de Adão encontrava-se inicialmente sob a forma de matéria inerte (o pó do solo de Gênesis 2:7).

No primeiro estágio, houve uma força que produziu cresci-mento, ‘como o de uma planta’. Em seguida, com nova intervenção divina, o homem tornou-se capaz de se mover, primeiro como peixe e depois como os animais terrestres. Nesse ponto, Namânides, ainda comentando Gênesis 2:7, refere-se a Gênesis 1:20 e 1:24. Esses dois ver-sículos descrevem seqüencialmente o aparecimento da vida aquática e da vida animal terrestre. Antes de

adquirir o atributo distintivo da Hu-manidade, prossegue Namânides, o animal que se tornaria homem pos-suía a estrutura física e o poder de percepção de um humano. Somente quando isso já havia sido consu-mado é que o espírito de Deus, o neshmah, foi insuflado nele.”

Mais adiante ele diz que o “ho-mem de fato apresenta uma seme-lhança de Deus. Mas a semelhança não é física. É a projeção dos atos de Deus conforme aparecem neste mundo. É como se fosse a ‘sombra’

de Deus. Nós somos forçados a imitar Deus conforme percebemos as interações de Deus projetadas no nosso mundo.”

E conclui assim o capítulo que trata da criação da alma e do corpo do homem:

“Com base no significado literal de Gênesis 2:7 e 2:19, o homem, os animais terrestres e as aves foram formados — e formados da mesma substância: argila ou terra. Há entre os dois versículos uma importante diferença no modo como o verbo

formar é escrito. Embora nos dois versículos o tempo e a pessoa do verbo sejam idênticos, e a própria estrutura dos versículos seja idên-tica, quando é descrita a formação da Humanidade, uma letra hebraica gramaticalmente supérflua, yôd, é acrescentada ao verbo. Yôd é a primeira letra do nome hebraico de Deus, e é também usada como uma abreviação do nome de Deus. O acréscimo desse yôd extra está dizendo que na formação da Huma-nidade Deus tocou o ser humano de uma maneira única e singular.

“E é por isso que a descrição do progresso da civilização, conforme é registrado na Bíblia, começa com Adão. O eterno e o terreno torna-ram-se intimamente ligados no ser humano.

De Adão em diante, os referen-ciais de espaço e tempo de Deus e da Terra passam a ser os mesmos.”2

Desse modo, nota-se que a pro-posta de Schroeder trabalha apenas com o aspecto material da criação, muito embora tenha afirmado, ainda na página 21 da introdução do seu interessante livro, que “... es-tamos finalmente nos dando conta de que dentro de nós há um aspecto espiritual além do material. Nin-guém é exceção. Se o ser humano pretende viver como uma unidade harmônica, se quiser alcançar a tão buscada tranqüilidade, tanto o espírito quanto o corpo precisam ser alimentados.”

Yôd é a primeira letra do nome hebraico de Deus, e é também usada como uma abreviação do nome de Deus

2. idem, p. 180.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009mediunidade

diretrizes de segurança

por divaldo franco e raul teixeira

51. não basta que o Jovem espírita tenha conhecimento teórico da doutrina?

divaldo - tudo aquilo que fica reduzido a pa-lavras carece de fundamentos de atos. se ele tem conhecimento teórico da doutrina, necessita pôr à prova esses conhecimentos através da boa prática do espiritismo.

52. Que pensar dos médiuns psicofônicos que recebem espíritos durante a sessão, um atrás do outro? será indício de grande mediunidade?

raul - a mediunidade amadurecida não é identi-ficada pelo número de desencarnados que se comu-niquem por um único médium, numa mesma sessão, mas será identificada pelo teor das comunicações pela qualidade do fenômeno, que demonstrará a maior ou menor afinação do médium com as res-ponsabilidades da tarefa.

cada médium, quando devidamente esclarecido e maduro para o desempenho dos seus compromis-sos, saberá que o número avultado de comunicações por sessão poderá indicar descontrole do instrumen-to encarnado e não a sua pujança mediúnica. há mé-diuns que prosseguem dando passividade a entidades durante a prece de encerramento, sem qualquer disciplina, quando não justificam que tais entidades estavam programadas, como se os emissários do além, responsáveis por lides tão graves, tivessem menor bom senso do que nós, os encarnados.

um número de até duas comunicações, e, em caso de grande necessidade e carência de outros médiuns, até três, parece bastante coerente.

todos os médiuns, assim, terão chance de aten-der aos irmãos desencarnados, sem desnecessários desgastes.

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita mediunidade

fonte:

FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J.

Diretrizes de Segurança. Frater, 2002.

53. Quais as causas do sono de que muitos companheiros se queixam quando participam de uma reunião mediúnica? como evitá-lo?

raul - as causas podem ser várias. desde o can-saço físico, quando o indivíduo que vem de atividades muito intensas e que, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor da sonolência. também, pode ser causado pela indiferença, pelo des-ligamento, quando alguém está num lugar, fisicamente, entretanto, pensando em outro, desejando não estar onde se acha. compelido por uma circunstância qual-quer, a pessoa se desloca mentalmente.

o sono pode, ainda, ser provocado por entidades espirituais que nos espreitam e que não têm nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilí-brio e crescimento.

muitas vezes, os companheiros questionam. “mas nós estamos no centro espírita, estamos num campo protegido e como o sono nos perturba?” temos que entender que tais entidades hipnotizadoras podem não penetrar o circuito de forças vibratórias da instituição ficam do lado de fora. mas, a pessoa que entrou no centro, na reunião não sintonizou-se com o ambiente, continua vinculada aos que se conservam fora, e através dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tomada, as entidades que ficaram lá de fora lançam seus tentáculos mentais, formando uma ponte. então, estabelecida a ligação atuam na intimidade dos

centros neuroniais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar: “eu não estava dormindo... ape-nas desdobrei, eu ouvi tudo... “eles viram e ouviram tudo o que não fazia parte da reunião. foram fazer a viagem com as entidades que os narcotizaram.

deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o indivíduo está fagueiro, ótimo e sem sono e vai assistir à televisão até altas horas, depois de se haver submetido aos fluidos enfermiços. por isso recomendamos àqueles que estão cansados fisicamente, que façam um ligeiro repouso antes da reunião ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fiquem mais atentos durante o trabalho doutrinário, levantar-se, borrifar o rosto com água fria, colocar-se em uma posição discreta, sempre que possível ao fundo do salão, em pé, sem encostar-se, a fim de lutar contra o sono.

apelar para a prece, porque sempre que esta-mos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaboração dos espíritos bondosos. faze a tua parte que o céu te ajudará.

temos, então, o sono como esse terrível adversá-rio de nossa participação, de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. não permitamos que ele se apodere de nós. lutemos o quanto conseguir-mos, e deveremos conseguir sempre, para combatê-lo, para termos bons frutos no bom aprendizado.

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ca

pa

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita

mais que o alimento- os tesouros da terra e os do céu

por therezinha oliveira

i tesouros (mt 6)

Não ajunteis tesouros na terra Os tesouros na terra são os valores deste mundo,

bens, riquezas materiais, como o ouro e as pedras preciosas, objetos valiosos, terras, fazendas, casas, apartamentos, dinheiro, poupanças, ações bem cotadas, carros, motos, iates, cavalos de raça...

Dão poder, prestígio, oportunidade de gozos! Sem eles, a vida fica medíocre e nos deixa em de-pendência de outros, gerando insegurança.

Por que não ajuntá-los, Jesus?

Onde a traça rói, a ferrugem corrompe e os ladrões minam e roubam.

Pela instabilidade deles! Podem ser corroídos, roubados, destruídos.

Não só pela traça, a ferrugem e os ladrões, tam-bém por calamidades, como o fogo, as enchentes, os tufões e terremotos, as guerras, as alterações sociais, os crimes, os seqüestros.

Tanto trabalho para os juntar e se pode perder tudo, de uma hora para outra. E, quando a morte vier, fatalmente seremos obrigados a tudo deixar.

Não ajunteis tesouros na terra...

Mas ajuntai tesouros no céu O Céu é certamente o plano espiritual superior,

reino ideal do bem. Lá também há tesouros, riquezas? Sim, os

espirituais. Valores e bens como fé, sabedoria, amor, paz. Conferem poder e prestígio espirituais e proporcionam gozos superiores aos da matéria. Assim sentem e vivem os anjos, os espíritos já evoluídos.

Como ajuntar tesouros espirituais? Desenvol-vendo e empregando nossas faculdades de pensa-mento, sentimento e ação, para produzir o que Deus nos permite na vida universal, onde, quando, como e com quem estivermos.

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fidelidadespírita |Janeiro 2009

... a que estamos dando valor, nos apegando: a tesouros da terra? ou a tesouros do céu? Não pode ser aos dois?

ii. onde estÁ o nosso tesouro? Ajuntai tesouros no céu... onde

a traça não rói, a ferrugem não cor-rompe e os ladrões não minam nem roubam. Mensagem muito bonita, comovente!... Isto se acreditarmos em espírito, em vida futura, e que nossos valores individuais, patrimô-nio da alma, perdurarão no Além.

Nada tem significado ou impor-tância, a menos que percebamos seu valor, o apreciemos e utilizemos.

Mas, se cremos em algo e lhe damos valor, fixamos nisso o pen-samento, nosso sentimento fica gravitando ao seu redor, estrutura-mos nessa base toda a nossa vida e atividade.

Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração.

Acreditamos em espírito? Mais que isso: somos cristãos? Se espí-ritas, devemos estar ainda mais esclarecidos e convictos, pelas infor-mações espirituais e comprovação dos fatos, a que estamos dando valor, nos apegando: a tesouros da

terra? ou a tesouros do céu? Não pode ser aos dois?

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Toda edificação requer esforço completo, perseverante e numa úni-ca direção. Temos de fazer opção.

Serviremos a Mamom? Esta palavra grega vem do aramaico “ma-

mom/mamona” e é a personificação das riquezas materiais, o dinheiro.

Daremos preferência aos te-souros na terra? Serviremos ao dinheiro?

Ou serviremos a Deus cultivan-do valores espirituais, procurando cumprir seus sábios e santos desíg-nios?

Os que cremos em Deus, sabe-mos da realidade da vida espiritual e temos o necessário à sobrevivência física, estaremos ajuntando bens materiais? Por quê?

Não é pela ambição de ter mui-to, nem por avareza a fim de reter, nem por sede de prazeres a gozar, mas para atendimento de neces-sidades, segurança ante eventuais imprevistos.

Humanamente compreensível... Mas não que andemos aflitos, in-quietos, cheios de cuidados. Dessa ansiedade inútil é que Jesus quer nos tirar.

Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem

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uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/sp 17assine: (19) 3233-5596 uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/sp

Janeiro 2009 | fidelidadespírita

quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir.

iii. a vida, mais que o alimento Não é a vida mais que o alimento? Sem dúvida, a vida é o mais

precioso dos bens! Que diferença quando ela está presente e quando ausente! Basta observar suas mani-festações.

E não a podemos dar a nós mes-mos. Deus é que a criou e a deu a cada um de nós, a todos nós.

Nem sabemos ao certo o que ela é, mas com que naturalidade a usu-fruímos, cada dia, todos os dias!

Em relação à vida, o alimento, embora necessário, é secundário.

Deus criou e nos deu o essencial: a vida. Não teria providenciado o seu complemento: o alimento, que a sustenta, que a mantém?

E o corpo (não é) mais do que o vestido?

Certamente! Em relação ao corpo, a veste, embora necessária, é menos importante.

O corpo, Deus já nos deu, não nos dará meios para o vestir? Até já o vestiu: com a pele. Que elasticida-de ela tem! E durabilidade! Resiste a tantos elementos, substâncias e situações! E que capacidade de se auto-recompor! Fun-ciona, ainda, como órgão em que se opera a sensação tátil e é regulador da temperatura corporal.

Haverá veste, por mais rica e suntuosa, que substi-tua a pele que nos reveste o corpo?

iv. a providência divina

Olhai os lírios do campo, como eles crescem; não tecem nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória se vestiu como um deles.

Salomão, rei de Israel, tinha ves-tes feitas de púrpura, bordadas com ouro e recamadas de pedras precio-sas. Mas a beleza do lírio é superior, não somente pela sua aparência

inigualável ante qualquer tecido feito por mãos humanas e, sim, por se tratar de substância viva!

Olhai as aves do céu, que nem

semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta.

Deus prevê e provê as necessidades até mesmo dos menores seres da Cria-ção. Alimenta as aves...

Não tendes vós muito mais valor do que elas?

Veste os lírios...

Se Deus assim enfeita a erva do cam-po, que hoje existe e amanhã é Lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?

A espécie humana coroa a escala dos seres orgânicos, acima do reino vegetal e dos animais inferiores. Receberemos cuidados pelo menos iguais, provavelmente maiores, por-que somos seres mais complexos, necessitados de maiores recursos.

Seriam essas palavras de Jesus um estímulo à ociosidade, à indo-lência?

Certamente, não, porque: As aves não podem semear, se-

gar, ajuntar em celeiros. Deus provê o que elas não sabem e não podem fazer, que haja ao redor o alimento de que precisam. Mas para sobre-viver terão de fazer o que sabem e podem, usando o que possuem: visão, asas, bico, garras, tanto para

se alimentar, procriar, como para se defender.

Os lírios não podem tecer nem fiar. Deus provê o solo apropriado, água, sais mi-nerais, luz, clorofila e dota os lírios de estrutura com raízes, caule e folhas. Com esses recursos ao seu alcance, compete aos lírios: sugar do solo a água e sais minerais (seiva bruta) que, dissolvidos,

Olhai os lírios do campo, como eles crescem; não tecem nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória se vestiu como um deles

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fidelidadespírita |Janeiro 2009

Que seria da vida em nosso planeta, se acaso o Sol desaparecesse? Ou se nunca se ocultasse?

sobem pelos vasos lenhosos até as folhas, onde se dá a transpiração (a água se evapora) e, pela fotossíntese, o carbono se fixa. Fazendo o que sa-bem e podem, os lírios sobrevivem e florescem.

Ao ser humano também não lhe faltarão ambiente propício, recursos apropriados. Bastará usá-los, traba-lhar com eles.

Mas não será por muito juntar que o ser humano terá do que viver e, sim, porque Deus provê. Como poderia o homem juntar se Deus não lhe concedesse o que recolher? Se ele recolhe é porque a providên-cia divina distribui com fartura e por todo o universo, aquilo de que os seres precisam.

Sem os elementos básicos com que Deus sustenta a vida, o ser humano não sobreviveria. Mas a providência divina em tudo pensa e tudo dispõe da melhor maneira.

Pensemos no Sol, essa fonte constante de toda energia, química, elétrica ou luminosa, aquecendo de-sigualmente a atmosfera, influi no

regime dos ventos. Pela evaporação das águas, produz as chuvas. E todas as mudanças de estado dos corpos dependem de seu calor. Que seria da vida em nosso planeta, se acaso o Sol desaparecesse? Ou se nunca se ocultasse?

A água, que Francisco de Assis chamou de útil, humilde, preciosa e casta, constitui 3/5 partes da su-

perfície terrestre, e compõe 95% do nosso organismo; é indispensável à vegetação e a todos os seres vivos. Vemos o resultado da falta da água em regiões de seca, sem vegetação e sem vida. E se a chuva não mais descesse à terra? Ou se o mar rom-pesse a orla das praias?

O ar, esse fluido gasoso que en-volve a Terra, em que predominam o oxigênio (21%), o nitrogênio (qua-se 79%) e o gás carbônico (menos de 1%), é indispensável à respiração e à combustão. Que aconteceria co-nosco se sua composição se alterasse ou mesmo deixasse de existir?

O solo, onde firmamos nossos pés, assentamos nossos edifícios, Que seria de nós, se não tivesse estabilidade? Dele tiramos o nosso alimento. E se não mais produzisse? Se os vegetais não mais germinas-sem, ou se crescessem em excesso? Se os animais não mais procriassem, ou se o fizessem ilimitadamente?

Multidões invisíveis nos susten-tam, diz Rutherford Platt, falando sobre a flora e a fauna microscópica (“Seleções”, abril/65):

“As multidões invisíveis são a roda hidráulica da vida.

Digerindo elementos brutos, os elevam a um nível superior de energia, de modo a poderem ser uti-lizados como vitaminas e enzimas por formas superiores de vida.

Comendo plantas e animais mortos, produzem “deterioração”, que liberam elementos até então trancados.

Desta forma, elas mantêm o flu-xo dos 3 grandes ciclos da vida: o do carbono, para a energia alimentar; o do nitrogênio, para a proteína; o dos minerais, que servem de vela de ignição à vida.

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita

Nossa ansiedade nada resolve, é inútil; e absolutamente não se justifica, ante a realidade generosa da providência divina

Elas vivem conosco - e em nós, Todo o nosso mundo de plantas e animais visíveis evoluiu a partir delas e delas ainda depende.

Nossos ancestrais submicroscó-picos podem viver sem nós, mas nós não poderíamos existir sem eles.”

v. a inútil ansiedade Quão rica a vida universal!

Como é generosa a providência divina!

Entretanto, o ser humano, cego, surdo, tardo de entendimento, transforma o esforço natural pela sobrevivência em motivo de enor-mes aflições.

Lutar pelo necessário ao consu-mo e uso diário, não seria de todo absorvente nem demasiado difícil. Mas o ser humano quer se assegurar de bem mais.

Pensa que sua segurança está em guardar muito, entesourar. Para entesourar precisa produzir mais do que o necessário cada dia.

E como bens terrenos são cor-ruptíveis, instáveis, há o problema de conservar o que se entesourou. Quanto guardar? Quanto signifi-cará segurança? De quanto se vai precisar? Quanto se pode perder? Maior o medo, maior a quantidade que se quer ajuntar.

Produzir muito, guardar muito, sem nada perder, para ter sempre muito e, assim, ser sempre muito feliz. Eis aí a raiz da aflição, da ansiedade em muitos corações humanos.

E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

O côvado corresponde a cerca de 40cm. Moderna técnica de cirurgia

ortopédica consegue que “cresça-mos” alguns centímetros apenas.

Nossa ansiedade nada resolve, é inútil; e absolutamente não se justifica, ante a realidade generosa da providência divina.

Não andeis, pois, inquietos,

dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos ves-tiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas elas.

Para os israelitas, que se con-sideravam o povo eleito de Jeová, os gentios eram os outros povos, os estrangeiros. Quem poderiam os gentios simbolizar, hoje? Talvez os materialistas e ateus, os que não crêem em Deus, na providência divina, e pensam que só existe a matéria e que estão entregues a si mesmos no universo.

Procuram eles todas estas coisas,

querem assegurar sua existência materialmente, de modo egoísta e imediatista e acabam vitimas da in-quietude, da ansiedade. Aquele que não crer, será condenado (Mc 16:16), O que não crê já está julgado (Jo 3:18).

Quem crê em Deus e no espíri-to, na finalidade transcendente e superior da vida, também luta pela sobrevivência mas sem as inúteis ansiedades.

Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Acumular problemas de hoje com os de amanhã é aumentar a carga sobre nossos ombros. Os psi-cólogos recomendam à mulher não pensar em todos os pratos que irá lavar ao longo de seus dias e que não queiramos “atravessar a ponte” antes de chegar a ela, preocupando-nos excessiva e improdutivamente com o que ainda pode ou não acontecer.

Hoje não tememos a vida, quais-quer sejam os problemas que nos apresente. Por que temê-la em re-lação ao dia de amanhã? Cada dia traz uma carga de problemas e lutas, mas traz também outros recursos e soluções novas.

vi. o acréscimo Buscai, pois, em primeiro lugar o

reino de Deus e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Será verdade? Sim, porque, as leis espirituais englobam, abarcam as leis materiais, não as anulam mas as transcendem. Buscando o reino de Deus o atendimento das leis espirituais da vida, além de alcançarmos o objetivo espiritual, obteremos também, por acréscimo, a sobrevivência material.

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fidelidadespírita |Janeiro 2009

Quem pode nos dizer se viver assim dá certo ou não? Se a orienta-ção do Cristo é realmente exeqüível na vida da Terra? Somente quem já se atreveu a viver assim: os bons, os santos, os idealistas e benfeitores da humanidade.

Apelemos, então, para o testemu-nho deles.

Sócrates, escultor e pobre, foi fi-lósofo que influiu na vida ateniense. Precursor das idéias cristãs, como cita Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, e marcou o pensamento universal. Viveu mais para o espírito e alcançou os 70 anos de idade.

Paulo, doutor da lei entre os israelitas, vaso escolhido por Jesus, renunciou, pelo ideal cristão, à sua posição social, passou a viver como tecelão de tendas, mas se tornou o apóstolo dos gentios e chegou aos 65 anos.

Dante Alighieri, órfão de mãe aos cinco anos e de pai, aos doze, dedicou-se à poesia criadora. Viver de poesia, até hoje parece muito di-fícil, contudo, o Poeta de Florença se imortalizou com a Divina Comédia e viveu 56 anos.

Pestalozzi (João Henrique), peda-gogo suíço, criador da escola popu-lar; alcançou reputação internacio-nal pelo imenso esforço, dedicação e sacrifício pessoal para melhorar a instrução e educação das crianças pobres e a situação econômica das classes populares. Sobreviveu por 81 anos.

Zamenhof (Lázaro Luís), médi-co e filólogo polonês (1859/1917) sem fortuna, poder nem qualquer facilidade, por vezes superando a fome, viveu produtivos 58 anos, criando o Esperanto, o idioma in-ternacional.

sócrates

paulo

dante alighieri

Johann heinrich pestalozzi

luiz lÁzaro zamenhof

marie curie

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita

fonte:

OLIVEIRA, Therezinha. Quando o Evangelho

Fala. Págs. 79 – 93. Editora Allan Kardec.

2007.

Mme. Curie, duas vezes Prêmio Nobel (de Física, em 1903, e de Química, em 1911), era tão pobre que, ao se inscrever para estudos universitários, desmaiou de fome, e pobre foi durante toda a sua vida. Entretanto, viveu 67 anos, durante os quais realizou prolongados estudos, dispendiosas experiências, descobrin-do um novo elemento, o “radium”, resultando de seu trabalho grandes benefícios para a humanidade.

Nenhum deles possuía bens materiais e, contudo, todos viveram longa vida sobre a Terra. Não lega-ram fortuna ou bens terrenos aos seus descendentes, mas deixaram obras que ajudaram multidões.

Como se pode servir tanto com tão pouco? Qual o segredo deles: serão uma espécie diferente? Não, os espíritos fomos todos criados iguais.

Teriam recebido privilégios, concessões especiais de Deus? O Criador é equânime na distribuição de valores e oportunidades a todos os seus filhos.

Foi pelo seu modo de entender e sentir, por sua filosofia de vida e seu modo de ação.

Contentando-se com o indispensável para sobreviver. Não aumentaram a necessidade natural, não se desgas-taram nem ocuparam seu tempo na busca de luxos ou prazeres supérfluos.

Mantendo-se ativamente benéficos na comunidade. Quem é útil sempre é necessário, requisitado. Quase não há condições físicas ou intelec-tuais que nos impeçam de sermos úteis. Haja vista os “pintores sem mãos” que, apesar de suas defici-ências, utilizando a boca ou os pés, produzem obras de arte.

Dando prioridade ao espírito. Ti-rando em cada dia uma parte para a conquista do pão, deram tudo o mais para o objetivo principal da vida, seu ideal filosófico, religioso, científico, artístico ou educacio-nal.

Assim, ao longo da existência, sempre tiveram tempo e recursos para as coisas do espírito.

Amando ao próximo. Esse amor sempre atraiu alguém próximo para com eles cooperar, a fim de que a atividade ideal prosseguisse. Nós, porém, não usamos a força do amor, não acreditamos nela.

Eles não escaparam à luta e à dor, pois fazem parte do clima natural em nosso plano de vida, neste mundo de provas e expiações. Nenhum ser vivo se isenta da dor e da luta, por mais tesouros acumule sobre a terra.

Mas buscaram o reino de Deus, dedicaram-se aos ideais superiores, espirituais, e sobreviveram! Busca-ram o reino de Deus e a sua justiça, pois foram trabalhadores, virtuosos, fraternos, e sobreviveram!

Enriqueceram-se a si mesmos com tesouros no céu, fizeram um patrimônio espiritual, o das virtu-des e capacidades que lhes exornam o eu, valores que não se deterioram e ninguém lhes pode tirar, e ainda enriqueceram o mundo que, depois deles, ficou diferente para melhor.

Assim fizeram, também a Irmã Dulce, na Bahia, Madre Teresa de Calcutá, na Índia, Chico Xavier e Jerônimo Mendonça, em Minas Gerais.

É o que continuam a fazer todos os abnegados idealistas em suas obras culturais, religiosas, assistenciais.

Não nos deixemos assoberbar pela vida material. Vivamos para o labor do espírito, para o ideal.

Se não o fizermos nós que cre-mos em Deus e na imortalidade, quem mais se disporá a viver o ideal?

Vivamos agindo sem cessar para o bem. Amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Muitos ainda não sabem e não podem produzir assim. Para eles, sejamos o sal da terra e a luz do mundo, elementos que purificam e conservam o meio social, evitando a degeneração geral, que iluminam e sustentam espiritualmente.

Fomos colocados pela providên-cia divina no solo da humanidade. Floresçamos nele como faz o lírio, sobrepondo-se ao lodo.

Confiemos na providência sábia e bondosa daquele que nos deu a vida por bênção de Pai e nos traçou, como estrada, o aperfeiçoamento constante no sem-limites da eter-nidade.

Enriqueçamo-nos com os tesou-ros celestes da fé e da sabedoria, do amor e da paz.

Somente nesses valores é que se edifica, reside e permanece, inalie-nável, incorruptível, indestrutível, única, verdadeira e duradoura, a felicidade espiritual.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009

Essas almas não puderam penetrar o espírito da doutrina, vogando apenas entre as águas das superficialidades.

reflexão

Minhas palavras de hoje são dirigidas aos que ingressam nos estudos espiritistas,

tangidos pelos azorragues impiedosos do sofrimento; no auge das suas dores, recor-reram ao amparo moral que lhes oferecia a doutrina e sentiram que as tempestades amainavam... Seus corações reconhecidos voltaram-se então para as coisas espirituais; todavia, os tormentos não desapareceram. Passada uma trégua ligeira, houve recru-descência de prantos amargos.

Experimentando as mesmas torturas, sentem-se vacilantes na fé e baldos do en-tusiasmo das primeiras horas e é comum ouvirem-se as suas exclamações: — “Já não tenho mais fé, já não tenho mais esperan-ças...“ Invencível abatimento invade-lhes os corações tíbios e enfraquecidos na luta, desamparados na sua vontade titubeante e na sua inércia espiritual.

Essas almas não puderam penetrar o espírito da doutrina, vogando apenas entre as águas das superficialidades.

o que é o moderno espiritualismo

O moderno Espiritualismo não vem re-vogar as leis diretoras da evolução coletiva. As suas concepções avançadas represen-tam um surto evolutivo da Humanidade, uma época de mais compreensão dos problemas da vida, sem oferecer talismãs ou artes mágicas, com a pretensão de derrogar os estatutos da Natureza. Des-venda ao homem um fragmento dos véus que encobrem o destino do ser imortal e ensina-lhe que a luta é o veículo do seu progresso e da sua redenção.

Traz consigo o nobre objetivo de enri-quecer, com as suas benditas claridades, os homens que as aceitam, longe da vaidade de prometer-lhes fortunas e gozos terres-tres, bens temporais que apenas servem para fortificar as raízes do egoísmo em seus corações, agrilhoando-os ao potro das gerações dolorosas.

às almas enfraquecidaspor emmanuel / chico Xavier

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita reflexão

fonte:

XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel. Págs.

21 – 24. Feb. 1991.

necessidade do esforço próprio

Pergunta-se, às vezes, por que razão não obstam os Espíritos esclarecidos, que em to-dos os tempos acompanham carinhosamente a marcha dos acontecimentos do orbe, as guerras que dizimam milhões de existências e empobrecem as coletividades, influenciando os diretores de movimentos subversivos nos seus planos de gabinete; inquire-se o porquê das existências amarguradas e aflitas de muitos dos que se dedicam ao Espiritismo, dando-lhes o melhor de suas forças e sempre torturados pelas provas mais amargas e pelos mais acerbos desgostos. Daqui, contemplamos melancolicamente essas almas desesperadas e desiludidas, que nada sabem encontrar além das puerilidades da vida.

Em desencarnando, não entra o Espírito na posse de poderes absolutos. A morte signifi-ca apenas uma nova modalidade de existência, que continua, sem milagres e sem saltos.

É necessário encarar-se a situação dos de-sencarnados com a precisa naturalidade. Não há forças miraculosas para os seres humanos, como não existem igualmente para nós. O livre-arbítrio relativo nunca é ab-rogado em todos nós; em conjunto, somos obrigados, em qualquer plano da vida, a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento.

a prece

Faz-se preciso que o homem reconheça a necessidade da luta como a do pão cotidia-no.

A crença deve ser a bússola, o farol nas obscuridades que o rodeiem na existência passageira e a prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições da lei divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza nas

lutas ásperas, porém necessárias. A alma, em se voltando para Deus, não

deve ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior.

aos enfraquecidos na luta

Almas enfraquecidas, que tendes, muitas vezes, sentido sobre a fronte o sopro frio da adversidade, que tendes vertido muitos prantos nas jornadas difíceis, em estradas de sofrimentos rudes, buscai na fé os vossos imperecíveis tesouros!

Bem sei a intensidade da vossa angústia e sei de vossa resistência ao desespero. Ânimo e coragem! No fim de todas as dores, abre-se uma aurora de ventura imortal; dos amar-gores experimentados, das lições recebidas, dos ensinamentos conquistados à custa de insano esforço e de penoso labor, tece a alma sua auréola de eternidade gloriosa; eis que os túmulos se quebram e da paz cheia de cinzas e sombras, dos jazigos, emergem as vozes comovedoras dos mortos. Escutai-as!... elas vos dizem da felicidade do dever cumprido, dos tormentos da consciência nos desvios das obrigações necessárias.

Orai, trabalhai e esperai. Palmilhai todos os caminhos da prova com destemor e sereni-dade. As lágrimas que dilaceram, as mágoas que pungem, as desilusões que fustigam o coração, constituem elementos atenuantes da vossa imperfeição, no tribunal augusto, onde pontifica o mais justo, magnânimo e íntegro dos juízes. Sofrei e confiai, que o si-lêncio da morte é o ingresso para uma outra vida, onde todas as ações estão contadas e gravadas as menores expressões dos nossos pensamentos.

Amai muito, embora com amargos sacri-fícios, porque o amor é a única moeda que assegura a paz e a felicidade no Universo.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009esclarecimento

o homem novopor richard simonetti

O homem comum, em to-dos os tempos, quando procura as atividades

religiosas, tem estado atento apenas aos aspectos exteriores — presença física, ritos e rezas — acalentando a pretensão de que esse tipo de parti-cipação, aliado à crença superficial nos poderes espirituais que gover-nam o Mundo, seja suficiente para garantir-lhe paz na terra e felicidade no Céu.

Não obstante os esforços respei-táveis de líderes religiosos mais lúci-dos, que divulgam incansavelmente a necessidade de uma vivência autêntica do Evangelho, as igrejas permanecem repletas dos cristãos de hora certa — aqueles que aceitam o Cristo, que falam do Cristo, que procuram o Cristo, apenas quando comparecem ao culto, movidos muito mais pelo condicionamento social do que pelo propósito de

buscar inspiração para um com-portamento mais nobre e puro, o que significaria estar com Jesus em todos os momentos.

Essa presença nas igrejas, marca-da pela ausência do esforço íntimo de comunhão com o Cristo, tem mantido considerável parcela das co-munidades religiosas muito próximo da intemperança dos gentios, que se empolgam exclusivamente por inte-resses e prazeres imediatistas.

“Digo-vos, portanto, e peço-vos, em nome do Senhor, que não tomeis a proceder com a futilidade dos gentios, eles que estão alheios à vida de Deus, por causa da ignorância em que se encontram e do endurecimento de seus corações. Perdido todo senso de honestidade, entregaram-se à desenfreada busca de prazeres, lançando-se com ardor a toda sorte de impurezas.

Vós, porém, foi bem outra coisa que aprendeste com Cristo, se é que de fato O tendes ouvido e nEle vos instru-ístes. Aprendestes a trabalhar pela própria renovação, despojando-vos do homem velho, que se corrompe ao sabor das paixões enganadoras, para serdes o homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e retidão procedentes da Verdade”. (Efésios, 4: 17-24)

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Janeiro 2009 | fidelidadespírita esclarecimento

É preciso considerar, entretanto, que fomos os cristãos distraídos de ontem

Sendo a Doutrina Espírita a mensagem nova que revive o Cris-tianismo com a linguagem da razão, alertando-nos quanto à extensão de nossas responsabilidades diante da Vida, seria de esperar-se dos espíri-tas um comportamento diferente. É preciso considerar, entretanto, que fomos os cristãos distraídos de ontem e, lembrando André Luiz, contra a pálida réstia de luz que há em nós hoje, representada pelo co-nhecimento da Terceira Revelação, há montanhas de trevas acumuladas no passado inconseqüente.

Por isso, revivem os Centros Espíritas os mesmos dramas do Cristianismo de sempre, com a participação de velhos cristãos de hora certa, que fazem das reuniões doutrinárias e mediúnicas um novo culto exterior, marcado pela pro-cura de favores da Espiritualidade, totalmente desligados de qualquer propósito mais edificante.

Semelhantes males atingem até mesmo os que participam ativa-mente das instituições espíritas, os quais, não obstante dispostos ao trabalho, andam distraídos de suas responsabilidades, criando variados problemas com um comportamen-to distanciado da ética espírita, que prevê para o servidor o cumprimen-to das virtudes evangélicas como roteiro indispensável, a fim de que valorize o serviço e desempenhe com proveito suas tarefas.

E quando chamados à razão, convocados à reformulação de suas atitudes, estes companheiros usam o velho e surrado argumento: “Não esperem muito de mim! Estou ape-nas tentando ser espírita! Ainda sou fraco e pecador!”

Assim o colaborador da obra

assistencial explica a agressividade com que fere os beneficiários de seu trabalho e complica o relaciona-mento com os companheiros...

Assim o expositor doutrinário justifica vícios e mazelas que invali-dam sua mensagem...

Assim o diretor de instituição es-pírita desculpa seus deslizes morais e falhas de comportamento, que o situam no lamentável farisaísmo religioso.

Talvez estes companheiros amem a Doutrina Espírita, o Consolador prometido por Jesus, a luz bendita que explica a Vida e lhe empresta objetivo e significado, mas, no fun-

do, amam muito mais a si mesmos. Assim, comprometem-se e compro-metem as tarefas a que foram cha-mados, invertendo a recomendação evangélica: ao invés de renunciar a si mesmos para seguir o Cristo, renunciam ao Cristo para seguir a si mesmos.

Somente superaremos semelhan-tes males na medida em que nos conscientizarmos de que a jornada na Terra tem objetivos inadiáveis, que poderiam ser resumidos numa única palavra: RENOVAÇAO.

É para vencer milenárias ten-dências inferiores, impulsos pri-mitivos de animalidade que se manifestam na forma de agressi-vidade e violência, sensualidade e vício, inconseqüência e desatino, que estamos na carne, lutando e sofrendo, enfrentando, em regime de pagamento compulsório, velhas dívidas; reencontrando velhos desa-fetos para ensaiar perdão; revivendo velhas situações que marcaram nossas quedas no pretérito, a se apresentarem como testes de nossas aquisições morais.

O roteiro de nossa vitória é exatamente esse empenho de refor-mulação, a derrubada do homem velho, eivado de imperfeições, para o nascimento do homem novo a que se refere Paulo, “criado à ima-gem de Deus, em justiça e retidão procedentes da Verdade”.

Se não buscarmos essa reno-vação, pouco produziremos, por melhores que sejam nossas inten-ções, porquanto faltará amor e integridade em nós. A nossa vida será uma mentira, a nossa virtude recenderá a mistificação, a nossa procura redundará em decepção, a nossa palavra soará sem eco, sem que jamais consigamos edificar os corações e, o que é pior, sem que jamais nos sintamos realizados e felizes.

fonte:

SIMONETTI, Richard. Em Busca do Homem

Novo. Págs. 69 – 71. Gráfica e Editora do

Lar. 1986.

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fidelidadespírita | Janeiro 2009

fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág.

123. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

por eduardo martins

com todas as letras

não é o paciente quem opera

Qualquer intervenção cirúrgica que ocupe o noticiário dos jornais, revistas e emis-soras de rádio e televisão serve como

importante alerta para o uso inadequado de certas palavras e expressões.

Você com certeza leu ou ouviu (mais de uma vez até) frases como: Presidente opera o coração. /Papa retira o apêndice. /Artista faz operação plástica. /Jogador opera o joelho.

Alguma delas lhe causa estranheza? Repare que todas elas apresentam um grave erro de sentido: não é o presidente quem opera nem o papa quem retira o apêndice.

O artista também não faz operação plástica nem o jogador opera o joelho. Todas essas são tarefas do cirurgião.

Claro, são formas populares de exprimir esse tipo de situação. Você pode até usá-las em conversas com os amigos. Mas, na linguagem formal, escrita, elas devem ser evitadas. Assim, diga, por exemplo, que o papa foi operado de apendicite ou que o presidente sofreu uma operação no coração. Ou ainda que o artista se submeteu a uma operação plástica.

Para continuar no mesmo campo, veja o que acha destas orações: O doente está tão mal que a família já espera a sua morte. / O governo espera que haja grande número de falências até o fim do ano. /A empresa espera uma queda nas vendas por causa da situação econômica do País.

Todas elas aparecem com muita freqüência nos meios de comunicação. Mas, em todas, o verbo esperar está muito mal empregado, porque indica desejo, esperança, expectativa favorável. Por isso, a família pode prever, mas não deve esperar a morte do doente. Da mesma forma, o governo prevê ou teme grande número de falências, enquanto a empresa tam-bém receia ou prevê queda das vendas. Nem o governo nem a empresa, porém, desejam esses fatos.

ninguém ganha uma multa

Quantas vezes você já ouviu um repórter ou locutor esportivo afirmar que o jogador acaba de “ganhar” cartão amarelo? Perdeu a conta? Pois esse é apenas um dos usos indevidos do verbo ganhar. Como ele só tem sentido positivo, de modo diferente do que se lê ou ouve muitas vezes, ninguém “ganha” uma punição, uma multa, uma adver-tência, uma repreensão, uma descompostura, um ferimento, um tiro ou uma cicatriz no rosto. O que a pessoa pode é receber ou sofrer — mas jamais “ganhar” — qualquer coisa dessas.

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Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

“Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados e descaiais da

vossa firmeza.” — Pedro (II Pedro, 3:17.)

Vós, portanto...

o esclarecimento íntimo é inalienável tesouro dos discípulos sinceros do cristo.

o mundo está cheio de enganos dos homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os espíritos menos avisados; contam-se por milhões as almas com eles arrebatadas às surpresas da morte e absolutamente dese-quilibradas nos círculos da vida espiritual. do cume falso de suas noções individu-alistas precipitam-se em despenhadeiros apavorantes, onde perdem a firmeza e a luz.

grande número dos imprevidentes encontram socorro justo, porquanto desconheciam a verdadeira situação. não se achavam devidamente informados. os homens abomináveis ocultavam-lhes o sentido real da vida.

semelhante benemerência, contudo,

não poderá atingir os aprendizes que co-nhecem, de antemão, a verdade.

o aluno do evangelho somente se ali-mentará de equívocos deploráveis, se quiser. rodopiará, por isso mesmo, no torvelinho das sombras se nele cair voluntariamente, no capítulo da preferência individual.

o ignorante alcançará justificativa. a vítima será libertada. o doente desprotegido receberá enfer-

magem e remédio. mas o discípulo de Jesus, bafejado pelos

benefícios do céu todos os dias, que se ro-deia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vi-gilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob a responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos pla-nos inferiores.

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1º ano: curso de iniciaçãoao espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. duração1 ano com uma aula por semana. sábado 14h00 - 15h00 14/02/2009

1º ano: curso de iniciaçãoao espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. duração1 ano com uma aula por semana. domingo 10h00 - 11h00 15/02/2009

2º ano 3ª feira 20h00 - 22h00 03/02/2009 restrito

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2º ano domingo 09h00 – 11h00 01/02/2009 restrito

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evangelização da infância sábado 16h00 – 18h00 fev / nov aberto ao público

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assistência espiritual: passes 4ª feira 14h00 - 14h40 ininterrupto aberto ao público

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assistência espiritual: passes domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto aberto ao público

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