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4. A ALIANÇA SINAITICA: UM BANQUETE SAGRADO EX 19-24 Aos pés do Monte Horeb temos o acontecimento central de todo o Antigo Testamento: Israel torna-se povo de Deus, em força da Aliança.

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Page 1: 4. A ALIANÇA SINAITICA: UM BANQUETE SAGRADO EX 19-24 Aos pés do Monte Horeb temos o acontecimento central de todo o Antigo Testamento: Israel torna-se

4. A ALIANÇA SINAITICA:

UM BANQUETE SAGRADO

EX 19-24Aos pés do Monte Horeb temos o acontecimento central de todo o Antigo Testamento: Israel torna-se povo de Deus, em força da Aliança.

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Ex 19: INTRODUÇÃO

* 19,1-6: Deus fala com Moisés e promete a Aliança

•19,7-8: Moisés convoca o povo e refere as palavras do Senhor.* 19,9-14; Preparação da Aliança

•* 19,16-25: Teofania (Deus chama a Moisés a subir a montanha e receber as tábuas da Lei.

Cap. 20-23: o “decálogo” e outras leis

LIVRO DO ÊXODO, CAP. 19-24

No cap. 24: o ritual da Aliança

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Ex 24: o Ritual da Aliança* Deu toma a iniciativa (vv. 1-3): Deus fala com Moisés …

* Moisés constrói o altar, os jovens oferecem sacrifícios de comunhão. A seguir Moisés asperge do altar, lê o livro da Aliança (Proclama a Palavra de Deus), o povo responde (Oração dos fieis, Credo), Moisés asperge o povo (Comunhão) (vv. 4-8);

* Aparição do Senhor e banquete sagrado (vv. 9-11);

* Moisés sobe a montanha e fica 40 dias à presença do Senhor (vv. 12-17).

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O dom dos 10 mandamentos

A Aliança ficou gravada nas pedras da Lei

e selada pelo sangue dos animais aspergido por Moisés sobre o altar e sobre o povo.

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SEREIS UM REINO DE SACERDOTES

Vós vistes o que Eu fiz ao Egipto, como vos carreguei sobre asas de águia e vos trouxe até mim. E agora, se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade particular entre todos os povos, porque é minha a terra inteira. Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. (Ex 19, 3-7)

Deus toma a iniciativa da Aliança

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DEUS quer oferecer um dom extraordinário, algo de inaudito, impensável, algo que Israel nem sequer podia imaginar: quer instaurar com Israel uma relação particular. Quer que este povo se torne seu amigo, sinal da Sua luz e santidade, um ponto de referencia visível para toda a humanidade:

«5E agora, se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade particular entre todos os povos, porque é minha a terra inteira. 6Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.» (Es 19,5-6)

Um dom que ultrapassa qualquer expectativa

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A lei do amor

Os dez mandamento não devem ser entendidos como normas jurídicas … são orientações que Deus dá inspiradas no amor que Ele tem para o povo: Se quero ser amigo de Deus, se O amo de verdade, então procuro evitar acções e atitudes que Ele não gosta, portanto, não irei roubar, não cobiçarei o que não me pertence, procurarei ser fiel a minha mulher ou marido, ajudarei os meus pais, os respeitarei e ampará-los-ei na velhice, santificarei as festas do Senhor. Mas farei tudo isso, não por obrigação, mas simplesmente por amor.

Sabemos que, ao longo da história, vindo a faltar esta dimensão amorosa, os mandamentos de transformaram progressivamente em regras frias e duras. Jesus terá que dizer: «quero misericórdia e não sacrifício, a lei mata, o Espírito dá a vida»

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O RITUAL DA ALIANÇA

A ALIANÇA DO MONTE SINAI É APRESENTADA COMO UMA LITURGIA.

Desta forma se compreende como a Aliança não é um acontecimento do passado, mas algo que se renova hoje. A celebração litúrgica actualiza o dom da Aliança. Inclui três momentos: o passado, o presente e o futuro.

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Leitura dO LIVRO DA ALIANÇA

7Tomou o Livro da Aliança e leu-o na presença do povo, que disse: «Tudo o que o Senhor disse, nós o faremos e obedeceremos.»

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Moisés voltou e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todas as normas, e todo o povo respondeu a uma só voz, e disse: «Poremos em prática todas as palavras que o Senhor pronunciou.» Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. (Ex 24,3)

UM DIÁLOGO DE AMOR

Leitura de Ex 24

1Deus disse a Moisés: «Sobe ao encontro do Senhor, tu, Aarão, Nadab, Abiú e setenta dos anciãos de Israel, e prostrar-vos-eis de longe.

2Moisés aproximar-se-á sozinho do Senhor. Eles não se aproximarão, e o povo não subirá com ele.»

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O projecto de Deus para o seus povo, não é simplesmente de o libertar da escravidão e conduzi-lo à liberdade. Deus quer, também, que se torne Seu colaborador e amigo, sua propriedade privilegiada entre todos os povos.

Esta relação de amizade não poderia realizar-se de verdade se faltasse o acolhimento e a adesão do povo. Por o povo é chamado a escolher:

88Todo o povo, unânime, respondeu, dizendo: «Tudo o que o Todo o povo, unânime, respondeu, dizendo: «Tudo o que o Senhor disse, nós o faremos.» E Moisés transmitiu ao Senhor Senhor disse, nós o faremos.» E Moisés transmitiu ao Senhor as palavras do povo.as palavras do povo.

Uma resposta de amor livre e comprometida

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Da liturgia da palavra para a liturgia da vida

O povo aderiu a Deus com uma resposta de amor: «Poremos em prática todas as palavras que o Senhor pronunciou.»

Entramos agora numa série de gestos simbólicos que significam a comunhão profunda com Deus e o compromisso que o povo assume diante de Deus.

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O SANGUE: SINAL DE COMUNHÃO

4 Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Levantou-se de manhã cedo e construiu um altar no sopé da montanha, e doze estelas pelas doze tribos de Israel. 5 E enviou os jovens dos filhos de Israel, e ofereceram holocaustos e sacrificaram ao Senhor novilhos como sacrifícios de comunhão…

6 Depois Moisés tomou metade do sangue e colocou-o em bacias, e metade do sangue espalhou-o sobre o altar (Ex 24, 4-6).

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8Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo: «Eis o sangue da aliança que o Senhor concluiu convosco, mediante todas estas palavras.»

ASPERSÃO DO POVO

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um banquete de comunhão

9Moisés, Aarão, Nadab, Abiú e os setenta dos anciãos de Israel,Moisés, Aarão, Nadab, Abiú e os setenta dos anciãos de Israel,

contemplaram o Deus de Israel. contemplaram o Deus de Israel. 10Sob os seus pés, havia como que Sob os seus pés, havia como que um pavimento de safiras, tão puro como o próprio céu.um pavimento de safiras, tão puro como o próprio céu. 11Ele não Ele não estendeu a mão contra estes eleitos dos filhos de Israel, os quais estendeu a mão contra estes eleitos dos filhos de Israel, os quais contemplaram a Deus e depois comeram e beberamcontemplaram a Deus e depois comeram e beberam.

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Uma comunicação por gestos simbólicos

O banquete de comunhão é uma forma de comunicação simbólica para dizer que Deus faz viver àqueles que estão a Sua presença, estabelecendo com Ele uma relação de confiança e amizade.

A Aliança é uma relação entre o dono A Aliança é uma relação entre o dono de casa e os amigos, por Ele de casa e os amigos, por Ele convidados.convidados.

A Montanha é como um Templo: o A Montanha é como um Templo: o lugar do banquete sagrado. Deus é o lugar do banquete sagrado. Deus é o Pai e o protector de seus filhos. Entre Pai e o protector de seus filhos. Entre eles existe uma relação de família, eles existe uma relação de família, sem regras ou condições.sem regras ou condições.

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Sangue e ligação parental

O sangue é símbolo da vida. Aspergido sobre o altar (Deus) e sobre o povo simboliza a ligação de íntima comunhão que existe entre Deus e o Povo: Entre eles circula o mesmo sangue, a mesma vida.

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Ao gesto simbólico da aspersão do sangue segue-se a leitura do rotulo da Aliança. A palavra explica e confirma o rito.

O povo responde aceitando e pondo em prática os seus mandamentos.

É um compromisso de amor.

Gestos e palavras = LITURGIA

A Lei que Deus dá é um dom que orienta a vida do povo na fidelidade à Aliança, afim de que essa “ligação de sangue” não seja quebrada.

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A Aliança de Deus com Moisés não tem a estrutura de um contracto. Realiza-se no contexto de um diálogo de amor e de gestos simbólicos.

A parte central da Aliança é constituída pela aspersão do sangue e culmina no banquete sagrado, que exprimem a relação de família, que existe entre Deus e o Povo.

Moisés é o intermediário desta celebração.

Desta forma, a experiência da libertação da escravidão egípcia e a celebração litúrgica da mesma, se unem agora neste diálogo litúrgico de comunhão.

Uma celebração litúrgica = palavras e gestos simbólicos