banquete dos excluídos

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Neste livro, Márcio Retamero, fala da vida sem anestesiar o leitor da dor da realidade de nossa existência. Ele denuncia os elementos mais escondidos nos recôndidos da consciência individual e coletiva, nos convoca não só ao pensamento e à reflexão, mas à tomada de atitude frente à Graça Divina. Sua leitura é para todos que acreditam que a religião pode agenciar a vida como morada de Deus em nós.Adquira já o seu...www.metanoiaeditora.com

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Page 1: Banquete dos Excluídos
Page 2: Banquete dos Excluídos
Page 3: Banquete dos Excluídos
Page 4: Banquete dos Excluídos

Copyright © 2009, Márcio Retamero

Editora

Léa Carvalho

Projeto gráfi coMaLu Santos

CapaLeo Rosseti e MaLu Santos

Revisão ortográfi caJanice Mansur

Retamero, Márcio

R437b Banquete dos excluídos / Márcio Retamero – Rio de Janeiro: Metanoia, 2009. 128p.

Série: (Mensagens de Inclusão, n.1)

1. Sermões. 2. Comunidade Betel do Rio de Janeiro. I. Retamero, Márcio. II. Título.

ISBN 978-85-910-197-00 CDD: 230.4

Catalogação elaborada por Fádia Pacheco CRB 5864 e Barbara Ribeiro CRB 59/7

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da Editora poderá ser reduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecâni-cos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.

www.metanoiaeditora.com

Page 5: Banquete dos Excluídos

In Memorian: para Manoel da C. Pereira Filho (1963 – 2003), meu querido companheiro por quase dez anos. Carrego em mim as marcas do nosso amor e se hoje sou um homem melhor, é porque você me ensinou a sê-lo. Agradeço ao Senhor o nosso encontro e aguardo o reencontro. Obrigado por tudo!

Page 6: Banquete dos Excluídos
Page 7: Banquete dos Excluídos

Ao Senhor meu Deus, que me amou antes que eu fosse e me

atraiu em Cristo para Seu amor e misericórdia. Seu chamado é um

desafio cotidiano e Seu trabalho em mim tem revolucionado meu

caminhar.

À minha mãe querida Rosemary Retamero que me dedicou

ao Senhor desde o primeiro dia de sua gravidez. Seu pulso firme,

sua dedicação de mãe, seu amor e sua fé me formaram desde o

primeiro dia de minha existência. Obrigado, mamãe!

Ao Marcell, por me proporcionar o carinho, a dedicação e

o amor de que preciso para continuar a peregrinação enquanto

exerço o ministério para o qual fui chamado; você é um presente

de Deus.

Às queridas amigas, mais chegadas que irmãs, Léa & Maria

Luíza e aos amigos, mais chegados que irmãos, Roberval & Jessé,

que tornaram realidade a Editora Metanoia, sonho antigo, hoje,

realizado.

Aos pastores que durante esses 35 anos me pastorearam com

dedicação e amor e que me ensinaram a ser pastor: carrego em

mim profundas marcas desses grandes homens de Deus.

Por fim, mas não menos importante, à Comunidade Betel,

meu povo, minha gente, meu projeto de vida, razão do ministério

que o Senhor me confiou: obrigado!

Agr

adec

imen

tos

Page 8: Banquete dos Excluídos
Page 9: Banquete dos Excluídos

Convidarei Proust e Guevara, Maiakóvski e Pound, Rilke e Rim-baud, materialistas e teólogos (corja de loucos, graças a Deus!) para tomarem comigo um porre de justiça. (...) E no fogo de nossas taças brindaremos o amor subversivo de Cristo. Entrem logo, bar-dos meus, para o banquete dos excluídos. As basílicas do mundo estão falidas. Deus está no húmus, não precisa de nascer. (...) É Natal. Ninguém avisou a polícia que Cristo está nas ruas. (Gabriel Nascente. O grande banquete)

A religião é o assunto em pauta no cenário mundial. A dúvida é se isso corresponde à fome e sede que a humanidade tem de Deus, possibilidade descrita poeticamente na Bíblia, ou se ela resulta do marketing, produtor de desejos, agente da ideologia do poder do-minante e excludente do mundo que, também, aparece – de modo profético – nas Sagradas Escrituras.

No primeiro caso, a sociedade responde ao anseio divino interrompido no fluxo do ser, pela magia do pecado, essa força de atração que o homem sofre para fora de si num convite tentador para o ser além do humano, sofisticado e espiritualizado, fruto do enga-noso coração. Sensíveis, os poetas de Deus evocam e anunciam a misericórdia do Pai e a oferecem como “o lugar comum” aos filhos de Deus – o aprisco, a casa do Pai, as asas da galinha, o reino, a mesa – símbolo do jeito de viver segundo o amor de Deus, ou seja, em comunidade, numa relação baseada na ética do amor evangélico, amor materno-paternal que a todos tem por semelhantes.

No segundo caso, o Deus da misericórdia passa a ser o Deus do poder. O Deus da vida abundante e plena, passa a ser o deus da prosperidade. Palavra usada para descrever a felicidade sem Ética; a felicidade em detrimento do sofrimento dos que estão de fora, dos que não escolheram o mesmo deus, dos dife-rentes – comportamento que justifica a exclusão e a intolerância. Deus, cujos profetas se levantam contra, denunciam sua afiliação com as estruturas e os sistemas econômicos, políticos e religiosos que matam, roubam e destroem (João 10,10). O deus Produto à venda para os que podem pagar com a liberdade e com a cons-ciência e para aqueles que se vendem, não é o Deus de Jesus. O Deus de Jesus está para aqueles que só podem se entregar, se doar. O primeiro, neste caso, nega a vida, induz à corrupção, ao medo, à competição, ao ter e ao acumular resíduos e trapos de “verdades-sem-humanidade”. O segundo, o Emanuel, acolhe a todos e todas que desejam viver plenamente o seu tempo – aqui e agora – que esperam um espaço, lugar de justiça, de comunhão,

Pref

ácio

Page 10: Banquete dos Excluídos

de partilha, onde cada um é Sua criação em Seu amor. Aquele Deus é

apresentado pela religião como objeto da vida ou da morte, publicado

nos outdoors das vias públicas, nos canais de rádio e televisão, na

internet, no noticiário sobre os conflitos entre países, no Parlamento,

nas passeatas, nos antigos cinemas e teatros, nos templos religiosos.

Um Deus, instrumento da religião, usado como afirmação do aparelho

ideológico na disseminação da “des-graça” de homens e mulheres

que só querem o pão de cada dia. Deus, cujo nome é evocado na

construção de catecismos, bulas e leis excludentes – fundamentos de

uma sociedade cada vez mais restrita aos seus “escolhidos”.

Poucos poetas e profetas estão comprometidos com o anúncio

da Vida e com a denúncia da religião que mata os pequeninos de Deus

(o Deus de justiça), que rouba seus direitos, os oprime, os empo-

brece... os exclui. Dentre estes, o reverendo Márcio Retamero que,

corajosamente, empresta sua voz a esse Deus. Este profeta/poeta que

me permite o privilégio de me sentar ao seu sarau a fim de alimentar

meu ser e me reanimar para a vida, agora, apresenta: Banquete dos

Excluídos, na qual ele organiza dezessete dos seus sermões profe-

ridos para inspiração de BETEL, sua comunidade de fé.

Neste livro, Retamero, fala da vida sem anestesiar o leitor/ouvinte

da dor da realidade de nossa existência. Ele denuncia os elementos

mais escondidos nos recôndidos da consciência individual e coletiva

querendo, como Jesus, exorcizar os demônios disfarçados de porcos,

atormentadores da paz humana, que saltitam livres sobre as covas abertas

da sociedade (Mateus 8,28-34). Em seus sermões, escolhidos para as

festas litúrgicas, ele nos convoca não só ao pensamento e à reflexão,

mas à tomada de atitude frente à Graça Divina. Este toma o seu corpo

emprestado para arrebatar homens e mulheres dos poços da alienação e

da marginalidade. Ouvir os seus sermões ou ler este livro alivia a saudade

de um protestantismo engajado na vanguarda de Deus.

Não Deus anunciado como aquele que vai à frente do seu povo,

matando a nostalgia de um cristianismo cujo centro é o homem de

Nazaré. Sua leitura é para todos que acreditam que a religião pode

agenciar a vida como morada de Deus em nós. Recomendo este

livro emocionado, com a responsabilidade e temor de quem acredita

na justiça e no amor de Deus, Pai e Mãe de todos e todas. Com isso

também, reconheço que Ele, o Dono da seara, não desistiu de levantar

poetas/profetas para o seu povo.

Boa leitura, João Valença, rev.

Page 11: Banquete dos Excluídos

Jesus estava na casa de um fariseu, jantando, quando percebeu

que alguns convidados escolhiam os primeiros lugares (Lc 14.7-

14). Ele usou esta situação para ensinar uma importante lição aos

seus discípulos de ontem e de todo tempo: a humildade, que é um

dos mais caros valores do Reino de Deus.

Também ensinou outra importante lição ao fariseu e a nós:

quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos...

Nesta lição, Jesus, mais que ensinar aos seus seguidores

que não devemos buscar recompensas pela nossa atuação aqui,

declara sua missão e revela quem são os convidados do seu Reino:

os excluídos.

Os Evangelhos revelam que Jesus, enquanto entre nós

esteve, andou com os excluídos e fez deles o alvo do seu amor e

missão. Os religiosos, os fariseus e os saduceus do Novo Testa-

mento, jamais aceitaram isso, pois se achavam os únicos “eleitos” e

servos de Deus. A religião “cristã”, em vez de se manter nos passos

Daquele que ela diz seguir, preferiu andar nos passos dos fariseus

e dos saduceus pervertendo a mensagem de Jesus.

No entanto, homens e mulheres excluídos da religião por

trazerem em si mesmos as marcas dos cegos, dos coxos, dos

pobres e aleijados; postos para fora do banquete servido somente

aos “exclusivos”, abandonaram de vez esta mesa de “bons e

santarrões” para viverem em suas vidas os ideais e os valores do

Reino, ensinado por Jesus. Inclusivos, tal como o Senhor Jesus, tais

homens e mulheres entenderam que cristianismo não é religião,

Intr

odu

ção

Page 12: Banquete dos Excluídos

mas caminho, vida “vivida”, que vai além – e muito além – de um

encontro semanal dentro das quatro paredes de um templo.

Os textos reunidos neste livro são frutos das reflexões que

tenho ministrado na Comunidade Betel no Rio de Janeiro a partir dos

textos bíblicos. A Comunidade Betel tem sido o local de encontro de

gente que foi excluída dos banquetes exclusivos da religião: lésbicas,

gays, bissexuais, transexuais, heterossexuais que não se enquadram

nos moldes e nas máscaras que a religião impõe: Deus tem servido

ali, dominicalmente, um banquete para tais excluídos pela religião.

Nossa missão e nossa razão de ser é a mesma de Jesus. Nosso

Caminho: reconhecer nos que vivem à margem de uma sociedade

excludente, os alvos do amor e da ternura de Deus, que é “Todo

Amor”. Desejo que tais mensagens, verdadeiro banquete que Deus

tem nos servido, alimentem sua alma e coração como tem nos alimen-

tado e que você compreenda como já o fizemos que Jesus não é uma

religião – isso é pervertê-lo – mas o Caminho, a Verdade e a Vida!

Márcio RetameroAutor

Page 13: Banquete dos Excluídos

1 – Ascenção de Jesus: responsabilidade da Igreja, 3

2 – Pentecostes, 9

3 – Haja Luz, 15

4 – A Santa Trindade e a vida trinitária dos cristãos, 21

5 – Não chores! Levanta-te!, 27

6 – Jesus, Simão Fariseu e a pecadora: o encontro da Lei e da Graça, 33

7 – A Missão Profética da Igreja e do cristão, 39

8 – Não olhe para trás, segure fi rme o teu arado!, 47

9 – A Genuína alegria cristã, 55

10 – Ser o próximo, o caráter do cristão, 61

11 – Quais escolhas você tem feito?, 69

12 – Senhor, ensina-nos a orar, 77

13 – A coragem de Ser, 85

14 – Onde está teu tesouro?, 91

15 – Discernindo os tempos, 99

16 – A religião ou a graça de Cristo: o que você decide?, 105

17 – Humildade: um valor do Reino e o Banquete dos Excluídos, 111

Sum

ário