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tocqueville

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  • No tenho tradies, no tenho partido, no tenho causa, a no ser a da liberdade e da dignidade humanas

    Alexis de Tocqueville

    A generation ago it would have seemed absurd to see Tocqueville as the greatest political thinker of the nineteenth century. Nowadays, there is nothing unusual in this view".

    Jon ElsterIntroduo

    Tocqueville, criando uma nova Cincia Poltica1, afasta-se da tradio mais

    marcante da sociologia e de certa Cincia Poltica materialista ou positivista (uma

    tendncia analtica, fortemente influenciada pelo positivismo , por exemplo, a Cincia

    Poltica produzida pelo Circulo de Viena2). Advm, portanto, de uma tradio que no

    se insere em nenhuma das trs vagas da modernidade de Leo Strauss.

    Parece, contudo, que esta tendncia se est a atenuar. No final do sculo XX e

    neste princpio de sculo, finalmente, est a fazer-se justia sua obra e contribuio

    para a Cincia Poltica, Sociologia Poltica e Histria. Por um lado, consagrando a sua

    importncia como um intelectual que contribuiu fortemente para o desenvolvimento das

    cincias sociais e, por outro, seguindo os seus mtodos de anlise. De facto, nos anos 50

    e 60, era relativamente posto de lado o estudo das suas obras, principalmente em

    Frana.

    Por conseguinte, Tocqueville tem em conta o dever-ser, sem deixar de ter em

    ateno o ser, ou seja, os factos reais: sociais e polticos. No envereda pelo value-free

    empirical political science of our time3. No faz uma anlise puramente analtica

    nem, pelo contrrio, idealista, nem to-pouco racionalista. Preconiza uma nova forma de

    Cincia Poltica que , sobretudo, um meio eficaz para se alcanarem melhores solues

    para a poltica do futuro e para melhorar e corrigir as instituies do passado. De forma

    eloquente afirma: procurei ver, no de outra forma, mas mais alm de partidos e,

    1 Ele prprio afirma que afirma que necessria uma nova Cincia Poltica para o mundo pois todo ele novo (cf. Alexis Tocqueville, Da democracia na Amrica, p. 43 todas a notas que se seguem sem a referncia a nenhum livro so desta obra , e The Cambridge Companion to Tocqueville, Harvey C. Mansfield, jr., and Delba Winthrop, Tocquevilles New Political Science, p. 81). E estes autores afirmam tambm: Nonetheless, there is good reason to think that the new political science is in that book (ib., id.).2 Por exemplo, para Norberto Bobbio, um neo-positivista, a cincia poltica : discurso descritivo e no valorativo; saber parcelar sem primeiros princpios; saber objectivo, transmissvel e cumulativo (cf., Mendo Castro Henriques, A Filosofia Civil de Eric Voegelin, p. 321).3 The Cambridge Companion to Tocqueville, id. Neste texto existe uma analogia interessante entre a tradio aristotlica, os Federalist Papers e Tocqueville.

    1

  • enquanto que estes se ocupam do dia seguinte, o meu intuito foi reflectir sobre o

    futuro4

    A primeira constatao feita por Tocqueville, em Da Democracia na Amrica,

    a da inevitabilidade da democracia. A democracia veio para ficar e nada poder ser feito

    para a travar. Mesmo os que a contradizem esto, sem se aperceberem, a contriburem

    para o seu sucesso, pois o avano da democracia um desgnio de Deus5.

    A revoluo da igualdade tem vindo a aprofundar-se ao longo dos sculos e

    uma realidade intransponvel. Alis, uma realidade providencial. Infelizmente, pelo

    concurso de estranhas circunstncias, a democracia, ao tempo, era combatida pela

    religio na Europa. Pelo contrrio, a democracia liberal americana concilia o esprito

    religioso com o esprito da liberdade, e esse um dos elementos do seu sucesso.

    Liberdade e Igualdade

    Esta dicotomia , muito provavelmente, o tema que mais preocupa Tocqueville

    e, por isso, est patente em toda a sua obra. Com efeito, foi o que levou Franoise

    Mlonio a afirmar he examined just one question over and over again the relation

    between freedom and equality in modern societies6.

    A liberdade para Tocqueville, como a refere nas suas Memrias, deve ser

    moderada, regular, contida pelos costumes e pelas leis7. , em sua opinio, a pedra

    basilar de um governo democrtico e livre.

    Com isto, afasta-se de qualquer outra concepo de democracia que reivindique

    uma sociedade ideal, onde a liberdade pertena mais imaginao de cada um do que

    realidade social ( o que Hannah Arendt designa por liberdade interior que em seu

    entender uma iluso: nem a liberdade nem o seu contrrio so experimentados no

    dilogo entre eu e eu mesmo, de facto a raison dtre da poltica a liberdade e o seu

    campo de experincias a aco8). Mas, por outro lado, ope-se a outra concepo 4 Alexis Tocqueville, op. cit., p. 51)5 Os diversos incidentes da vida dos povos revertem, por toda a parte, em favor da democracia; todos os homens contriburam para tal com os seus esforos: aqueles que pretendiam cooperar para o seu sucesso e aqueles que no queriam de modo nenhum servi-la; os que por ela combateram e at os que se declararam seus inimigos; todos eles foram levados indiscriminadamente pelo mesmo caminho e todos trabalharam em comum, uns contra a sua prpria vontade, outros sem o saberem, instrumentos cegos nas mos de Deus (p. 42). Este o aspecto histrico a que Raymond Aron se refere. 6 Apud The Cambridge Companion to Tocqueville, Cheryl B. Welch, Tocqueville in the Twenty-First Century, p. 11.7 Apud Raymond Aron, op. cit., p. 274. Alis, as leis, hbitos e costumes so as principais causas que tornam a democracia americana liberal (mais a situao acidental) (ib., 225). 8 Hannah Arendt, Entre o Passado e o Futuro, p. 158 e p. 160.

    2

  • positiva de liberdade que toma como sinnimos (directos) igualdade e igualitarismo

    resultando numa anarquia e/ou despotismo igualitrio9.

    O desenvolvimento da igualdade de condies acarreta em si um problema: a

    paixo desmesurada pela prpria igualdade. Inscrita nos coraes dos homens, uma

    tendncia to vincada que poder levar ao despotismo igualitrio10 destruindo a

    liberdade; os povos de to obstinados por ela, preferem viver iguais mesmo na

    servido11.

    9 Em correspondncia com o seu amigo Eugne Stoffels, imediatamente aps a publicao do primeiro volume Da Democracia na Amrica, afirma: Yo quera mostrar lo que es realmente en nuestros das un pueblo democrtico; y, mediante un retrato rigurosamente preciso, producir un efecto doble en los hombres de mi tiempo. A aquellos que imaginaban una democracia ideal, un sueo brillante y fcilmente realizable, busqu mostrar que haban revestido el cuadro con colores falsos; que el gobierno republicano que pregonan, aunque puede traer beneficios substanciales a un pueblo capaz de soportarlo, carece de todos los rasgos elevados que su imaginacin les atribua y, sobre todo, que un gobierno como se no puede ser mantenido sin ciertas condiciones de inteligencia y de moralidad privada, y sin una creencia religiosa que nosotros, como nacin, no alcanzamos y que debemos buscar alcanzar antes de tomar sus resultados polticos. A aquellos para quien la palabra democracia es sinnimo de destruccin, anarqua, expoliacin y asesinato, trat de mostrar que bajo un gobierno democrtico las fortunas y los derechos de la sociedad pueden ser preservados, y la religin, honrada (apud La filosofa poltica moderna. De Hobbes a Marx., Atilio A. Boron (org.), Gabriel Cohn, "Tocqueville y la pasin bien comprendida", p. 262). Mais uma vez prope uma conciliao: siendo menos violento el impulso de un lado y la resistncia del otro, la sociedad pueda encaminarse de modo pacfico para la consecucin de su destino (apud ib., p. 263). Esta , na verdade, a preocupao constante de toda a sua vida, a conciliao: das ideias, opinies, conceitos, da liberdade com a igualdade, da aristocracia com a democracia (e.g. considera Inglaterra uma repblica/democracia aristocrtica). Tal como disse Pascal um dia: A maior fonte de todas as heresias acreditar que duas verdades opostas no possam ser compatveis. Mais, Tocqueville no nos d uma definio rigorosa do conceito de democracia, como refere Joo Carlos Espada no prefcio edio portuguesa Da Democracia na Amrica, ao invs, descreveu o fenmeno, e, em vez de se enredar pela palavra, concentrou o olhar no problema (p. 12). Este precisamente o conselho de Pascal: Que necessidade haver de definir a palavra homem? No se saber de modo suficiente que coisa se quer designar por esse termo? E que vantagem pensava dar-nos Plato, ao dizer que esse era um animal de duas pernas e sem penas? Como se a ideia que eu tenho dele naturalmente e que no sou capaz de exprimir, no fosse mais ntida e segura do que a que ele me oferece pela sua explicao intil e ridcula; porque um homem no perde a humanidade ao perder as duas pernas, e um galo no a adquire ao perder as penas (Blaise Pascal, Do Esprito Geomtrico e da Arte de Persuadir, p. 20; para um maior detalhe cf., ib., pp. 15-25). Esta questo no de somenos importncia, pois conceitos e definies fechadas podero levar ao despotismo dogmtico, seja com contornos positivistas, ou de outra tipo que se revista. Por ltimo, achamos que a anlise de Tocqueville se insere no que Pascal considerou o esprito de fineza e esprito geomtrico, isto , penetrar vivamente e profundamente as consequncias dos princpios e compreender um grande nmero de princpios sem os confundir (ib., p. 68).10 () os vcios que o despotismo origina so precisamente aqueles que a igualdade favorece. As duas coisas complementam-se e entreajudam-se de modo funesto (p. 597). . Como nos diz Isaiah Berlin, todos tm vindo a reconhecer a fatal preciso da incmoda antecipao feita por Tocqueville quanto conformidade e a monotonia do igualitarismo democrtico (Isaiah Berlin, A Apoteose da Vontade Romntica, p. 360).11 () querem a igualdade na liberdade e, se no podem alcan-la, desejam-na na servido (p. 590). Entre ns, no sculo XIX, Alexandre Herculano era um grande admirador das ideias de Tocqueville e, nesta problemtica da centralizao, partilhavam de ideias idnticas. J no sculo XX, o integralismo lusitano criticava fortemente a centralizao e, curiosamente, indicava as mesmas causas do despotismo: o ideologismo mais ou menos filosfico, o burocratismo e o igualitarismo destruidor (cf., Henrique Barrilaro Ruas, A Liberdade e o Rei, pp. 169-172)

    3

  • De facto, a questo da escolha entre a liberdade ou a igualdade radica em duas

    concepes de democracia: a democracia liberal e a democracia desptica. Por

    conseguinte, esta a grande problemtica que marcar o futuro. Com efeito, coloca-se-

    nos as questes: Qual ser o decurso da democracia? O que ter de se fazer para evitar o

    segundo percurso? Como poderemos conciliar a igualdade de condies com a

    liberdade? O futuro est em aberto.

    Com efeito, inerente democracia moderna outro problema, a saber, o

    individualismo que leva a um desprezo pela coisa pblica12. Daqui resulta um

    desprezo pela histria, pela tradio, em suma, pela conservao da memria

    imprescindvel conservao da liberdade. De facto, pode dar-se um alheamento da

    pessoa em relao aos seus antepassados e, talvez mais grave, um alheamento em

    relao sua posteridade13 o indivduo passa a viver apenas no presente, no momento,

    no instante14.

    Na Amrica precaveram-se contra estes efeitos: Os Americanos combateram

    com a liberdade o individualismo que a igualdade originava, e venceram-no. Este

    triunfo foi conseguido atravs da descentralizao, dotando toda a nao de um meio

    para se representar a si mesma15 e dando uma vida poltica prpria a cada parte do

    territrio, a fim de multiplicar infinitamente as oportunidades de os cidados poderem

    agir em conjunto e de lhes fazer sentir, todos os dias, que eles dependem uns dos

    outros16.

    No entanto, o sistema poltico dos EUA no perfeito luz do pensamento de

    Tocqueville no existem regimes perfeitos. No imune s tendncias funestas da

    concentrao de poder, designadamente no poder legislativo17, da instabilidade poltica,

    decorrente da prpria natureza do regime democrtico, da adulao ao poder18 e da

    12 Tal como Benjamin Constant j afirmara no Ateneu de Paris, em 1819, como uma consequncia da liberdade dos modernos (i. e. da liberdade civil). 13 () a democracia no s leva cada homem a esquecer-se dos seus antepassados, mas tambm lhe esconde os seus descendentes e separa-o dos seus contemporneos (p. 593). Ademais, as revolues democrticas predispem-nos a fugir uns dos outros e perpetuam, no seio da igualdade, os dios que a desigualdade produziu (p. 596). Concluindo que: Mais do que o despotismo ou a anarquia, o que importa combater a apatia, que pode criar, quase indiferentemente, qualquer um dos primeiros. (p. 857). 14 Esta ideia est muito patente nas nossas sociedades: a apologia do viver o momento e de tudo experimentar; bvio que as consequncias que daqui advm no so positivas. 15 Esta tambm uma virtude do federalismo americano (cf., Raymond Aron, op., cit., p. 226)16 p. 598.17 Cf., pp. 296e 835. 18 No entanto, como noz diz, em todos os governos, quaisquer que eles sejam, a vileza est sempre ligada fora e a adulao ao poder. E s conheo um meio para impedir que os homens se desagradem: o de no conceder a ningum, por intermdio de um poder absoluto, o poder de os aviltar (p. 308).

    4

  • omnipotncia da maioria, favorecendo o despotismo legal do legislador, a

    arbitrariedade do magistrado19 e abafando o pensamento. Citando Madison e Jefferson,

    adverte que esse o maior perigo para os EUA.

    Quase de modo proftico, sugere que, dadas as circunstncias histricas, a

    existncia de um despotismo (como nunca antes visto) torna-se possvel e iminente20.

    Numa tirania da maioria o indivduo deixa de escolher por si e, ao mesmo tempo,

    obcecado pela igualdade, considera a sua condio benfica21.

    Embora Tocqueville seja um determinista moderado (tal como Montesquieu

    era), e algumas vezes faa transparecer algum fatalismo (que talvez seja mais uma

    consequncia do seu estilo literrio), no deixa de ser um optimista realista22.

    Apercebe-se do aumento da preocupao com o bem-estar, como uma

    caracterstica inerente democracia. Entende a importncia da classe mdia e das

    paixes em jogo na vida real em democracia: do desejo da ascenso, ou do medo de

    descer at ao povo, nasce uma sociedade baseada na meritocracia e mais flexvel. Na

    Amrica esse sentimento salutar: estranho ver com que espcie de ardor febril os

    Americanos perseguem o bem-estar e como se mostram constantemente atormentados

    por um vago receio de no terem escolhido a via mais curta para chegar l23; e assim,

    atravs da doutrina do interesse24, asseguram a sua liberdade combatendo o

    individualismo, pois a doutrina do interesse bem entendido no produz grandes

    devoes, mas sugere, todos os dias, pequenos sacrifcios25.

    Concluso: os garantes da Liberdade

    Como j referimos acima, os garantes da liberdade na Amrica so as prprias

    circunstncias da sua fundao, as leis e os costumes (os costumes, para Tocqueville,

    so todo o estado moral e intelectual de um povo26).

    19 p. 302.20 No tenho dvidas de que, nos sculos de luzes e de igualdade como os nossos, os soberanos podem chegar mais facilmente a reunir todos os poderes pblicos apenas nas suas prprias mos e penetrar mais habitual e profundamente no crculo de interesses privados do que alguma vez o conseguiu algum dos da Antiguidade (p. 836). 21 Cf., p. 838. 22 Por exemplo, no considera possvel fundar de novo uma aristocracia no mundo, mas pensa que os simples cidados, associando-se, podem criar no seu seio seres muito abastados, influentes e fortes, numa palavra, personalidades aristocrticas

    p

    . (itlico nosso)23 p. 635. 24 Nas palavras de Raymond Aron o interesse o princpio da democracia, em Tocqueville.25 p. 619. 26 p. 338.

    5

  • Nesta seco, focar-nos-emos no ltimo aspecto e, em parte, no segundo.

    A religio a garantia mais poderosa da manuteno da democracia. O esprito

    religioso americano, alheio autoridade papal e a qualquer autoridade suprema (que no

    seja Deus), por natureza republicano e democrtico. Ademais, tem uma forte

    componente pblica, no exercendo uma influncia directa nas leis, mas dirigindo os

    costumes e orientando a famlia27. Deste modo, ao mesmo tempo que a lei permite ao

    povo americano tudo fazer, a religio impede-o de tudo conceber e probe-o de tudo

    ousar28.

    Outro elemento imprescindvel ao sucesso da democracia liberal a livre

    associao. Para Tocqueville, os sentimentos e as ideias s se renovam, o corao s se

    engrandece e o esprito humano s evolui pela aco recproca dos homens29. De resto,

    sem a livre associao forma-se um vazio de poder e emerge a possibilidade de ser

    preenchido por um poder desptico, encabeado por um, poucos ou por muitos

    indivduos. A livre associao , ao mesmo tempo, um garante contra o despotismo e

    um entrave ao individualismo. As associaes polticas e laborais, intelectuais e morais

    so um pilar fundamental da cidadania republicana e vm colmatar o vazio moral e

    intelectual prprio da democracia.

    Por ltimo, no podamos de deixar de referir a liberdade de imprensa. Embora

    Tocqueville no lhe tenha uma grande paixo, considera que so piores os efeitos da sua

    supresso, do que os efeitos nefastos desta liberdade. Raymond Aron, de forma

    ilustrativa, afirma: segundo uma frmula que se assemelha de Churchill a propsito

    da democracia, diz-nos Tocqueville que s h um regime pior do que a licenciosidade

    da imprensa, a supresso dessa licenciosidade30.

    27 importante referir que Tocqueville professa uma separao entre o Estado e a Igreja, como se deduz das suas palavras: Mais do que em qualquer poca, na poca da democracia que as religies se devem encarregar o menos possvel de prticas que lhe sejam exteriores (p. 511). Ademais, essa unio traria consequncias negativas para ambos os lados (cf., p. 647). 28 p. 343. 29 p. 604.30 Raymond Aron, op., cit., p. 228.

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  • Bibliografia

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    Mansfield, Cambridge University Press, New York, 2006.

    Gonalo Barrilaro Ruas

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