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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo [email protected]

Redação Érica BarrosAlexandre [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e Assinatura Christiane Galusni(19) 3241 9292 [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Crise, controle e recuperação

“A crise que envolveu a economia

mundial no trimestre final de 2008 foi ape-

nas um ingrediente acidental no drama

enfrentado pelo setor”. É o que afirma o

material que abre a seção ‘Estatísticas e

Preços’, que nesta edição compila os resul-

tados obtidos pelo setor no ano passado.

Já é sabido que a avicultura de corte acaba

se “contaminando” com as projeções oti-

mistas e com o crescimento verificado em

todo final de ano.

Não fosse o agravamento em virtude

da queda nas exportações de carne de

frango em decorrência da crise, as dificul-

dades enfrentadas pelo segmento neste

início de ano seriam apenas isso, dificulda-

des típicas de todo começo de ano. O pro-

blema é que já que estas dificuldades são

tão típicas, o setor poderia se organizar

melhor e passar sem sufoco por este perí-

odo de menor consumo de alimentos e

preços baixos.

Esta edição da Produção Animal-Avi-

cultura conta também com um material

cuidadosamente elaborado pela equipe da

Revista com levantamento dos números

dos principais Estados e regiões na produ-

ção e exportação avícola. Trata-se de um

material valioso que, em conjunto com os

resultados consolidados do setor avícola

em 2008, pode servir para traçar projeções

e, talvez, colaborar para que o setor se or-

ganize melhor, obtenha superação das di-

ficuldades atuais e se prepare para um ano

vindouro com uma produção mais ajusta-

da à demanda.

ProduçãoOs 10 maiores estados

da avicultura e o comportamento

regional do setor

A Carne de frango e a sua importância nas balanças estaduais e regionais

Cobb e Hendrix firmam parceria com USDA para projeto de genética avícola

BalançoOs resultados consolidados da produção avícolabrasileira em 2008

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Notícias Curtas .................................................... 06Postura em Foco ................................................. 15AviGuia ............................................................... 16Associações ......................................................... 28 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36

Alojamento de matrizes de corte ..........................................37

Produção de pintos de corte ................................................ 38

Produção de carne de frango ............................................... 39

Exportação de carne de frango............................................ 40

Disponibilidade interna de carne de frango ........................41

Alojamento de matrizes de postura .................................... 42

Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43

Desempenho do frango vivo no mês de janeiro ................. 44

Desempenho do ovo no mês de janeiro .............................. 45

Sumário

18Ciência AvícolaA Interação entre a nutrição e a imunologia em aves

Ponto FinalAperfeiçoando a

liderança

26

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

2009Fevereiro9 a 13 de fevereiroShow Rural CoopavelLocal: Centro Tecnológico da Coopavel, Cascavel, PRRealização: Coopavel Cooperativa AgroindustrialContato: (45) 3225-6885Informações: www.showrural.com.br/E-mail: [email protected]

Março4 a 5 de marçoVI Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Aves e SuínosLocal: Cascavel, PRRealização: CBNATelefone: (19) 3232-7518Informações: www.cbna.com.br E-mail: [email protected]

6 de marçoCurso de MBA em Avicultura Local: Criciúma, SCRealização: Instituto DidatusContato: (41) 3018- 8246Informações: www.didatus.com.brE-mail: [email protected]

17 a 19 de marçoVII Congresso de Produção, Comercialização e Consu-mo de OvosLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, SPRealização: APA (Associação Paulista de Avicultura)Contato: (11) 3832-1422Informações: www.congressodeovos.com.br E-mail: [email protected]

23 a 25 de marçoI Conferência Internacional OIE sobre Identificação e Rastreabilidade AnimalLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)Informações: www.oie.int/eng/traceability-2009/index.htmlE-mail: [email protected]

31 de março a 2 de abrilX Simpósio Brasil Sul de Avicultura e I Brasil Sul Poul-try FairLocal: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos VeterináriosContato: (49) 3329-1640Informações: www.nucleovet.com.br/ E-mail: [email protected]

Maio25 a 28 de maio 21º Congresso Brasileiro de Avicultura e Conferência FACTA de Ciência e Tecnologia AvícolasLocal: Pavilhão de Exposições do Centro de Eventos FIERGS, Porto AlegreRealização: UBA, ABEF e FACTAE-mail: [email protected] / [email protected] Informações: www.uba.org.br/congresso21.html /www.facta.org.br

Julho17 a 19 de julho 50ª Festa do Ovo de BastosRealização: Sindicato Rural de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPContato: (14) 3478-9800

20 a 26 de julhoEncontro Anual da Poultry Science Association (PSA)Local: Raleigh, Carolina do Norte, EUARealização: Poultry Science Association Informações: www.poultryscience.org/psa09/

Outubro6 a 9 de outubroXXI Congresso Latino-Americano de Avicultura e Avimundo 2009Local: Centro de Exposições PABEXPO, Havana, CubaRealização: ALA e Associação Cubana de Produtores Avícolas (SOCPA)Informações: www.avicultura2009.com E-mail: [email protected]

21 a 23 de outubro8º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoLocal: Balneário Camboriú, SCRealização: ACAV (Associação Catarinense de Avicultura)E-mail: [email protected]

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6 Produção Animal | Avicultura

Notícias

O texto mais lido no AviSite em 2008 foi divulgado em novembro quando, em decorrência de uma possível e não concretizada venda da Sadia para a Nestlé, as ações da em-presa subiram mais de 15%.

Rumores de venda fazem ações da Sadia dispararem

Em março, o mercado estava ansioso diante da possibilidade de compra da Da Granja e da Pena Branca pelo Marfrig, fato que foi confirmado na segunda-feira seguinte à noticia.

Pena Branca, Da Granja: afinal, foram ou não vendidas?

Alguns anos depois de ter demonstrado a intenção de atuar dire-tamente na avicultura brasileira, em setembro, a gigante Tyson Foods chegou efetivamente ao País.

Tyson Foods, finalmente, entra na avicultura brasileira

Também em março, as recentes aquisições no setor alteravam o ranking dos 15 maiores pro-dutores de frango brasileiros. Destaque para a compra da Eleva pela Perdigão, que levou a empre-sa ao primeiro lugar do ranking.

Aquisições modificam o ranking dos grandes produtores de frango

Além deste texto de fevereiro, ou-tras cinco notícias que abordavam o re-gime especial de fiscalização imposto pelo DIPOA estiveram entre as mais li-das de 2008.

DIPOA suspende comercialização de duas unidades de abate de empresa paulista

As 10 noticias mais lid

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Os produtores discutiam em fevereiro a alta produção de pin-tos de corte (!) registrada em janeiro e a necessidade de redução em pelo menos 10%.

Em outubro e a partir daí, as noticias mais lidas no AviSite abordavam a crise econômica mundial e, principalmente, a necessidade de redução da produção de pintos de corte.

Nova ordem da avicultura de corte é reduzir produção

Alerta da CIA procura chamar avicultura de corte à razão

as em 2008 no AviSite

7 Produção Animal | Avicultura

A notícia divulgada em junho evidenciava que a britânica Moy Park re-cém adquirida pela brasileira Marfrig ocupava em 2007 o nono posto entre as principais empresas produtoras de aves da União Européia.

Agora, entre as 10 maiores da Europa, uma empresa brasileira

Em outubro, discutia-se a probabilidade da Pilgrim’s Pride, entrar com pedido de falência, o que acabou acontecendo em dezembro.

Líder da avicultura norte-americana pode entrar com pedido de falência

O texto de novembro alertava para a diminuição observada nos embarques de carne de frango e a falta de crédito que já havia alcançado os exportadores brasileiros.

Avicultura de corte corre o risco de entrar em séria crise, alerta UBA

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Realizado pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), o Simpósio

sobre Manejo e Nutrição de Aves e Suí-nos, que acontece no início do mês de março no Auditório Comercial e Indus-trial de Cascavel (ACIC), no PR, chega à sua sexta edição.

A palestra de abertura será apresen-tada pelo Presidente da Coopavel Coo-perativa Agroindustrial, Dilvo Grolli, com o tema “Perspectivas do abastecimento de grãos no Brasil”.

Questões como o uso de enzimas nas dietas de frangos e suínos, impacto dos biocombustíveis na produção ani-mal, interação nutricional e imunologia nas aves fazem parte da programação do evento.

A exemplo do que ocorreu em outu-bro último em Campinas, SP, o CBNA incluiu na programação oficial do simpó-sio, o fórum “Nutrição Protéica ou Ami-noacídica em Frangos de Corte”, onde serão realizadas palestras curtas relacio-nadas ao tema e os participantes serão divididos em grupos para discuti-las. Esta atividade será ministrada por Otto Jun-queira, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Márcio Ceccantini, da Adisseo, Leandro Hackenhaar, da Evonik, e Eduar-do Nogueira, da Ajinomoto.

As inscrições antecipadas podem ser

realizadas através do e-mail [email protected] ou pelo fax (19) 3232-7518 até o dia 13 de fevereiro. Após esta data, as inscrições somente serão feitas no local (ACIC), no dia do simpósio.

Seguem abaixo alguns destaques da programação do simpósio.

Mais informações: www.cbna.com.br

Notícias

Eventos

8 Produção Animal | Avicultura

VI SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E NUTRIÇÃO DE AVES E SUÍNOS4 e 5 de março de 2009 – Cascavel/PR

04 de março (quarta-feira)

Perspectivas do abastecimento de grãos no BrasilDilvo Grolli - Coopavel, Cascavel, PR

Glicerol na alimentação animal José Fernando Menten - Esalq/USP, Piracicaba, SP

Produção de frangos de corte e suínos vs. meio ambiente Paulo Armando Oliveira – Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC

Interação nutrição e imunologia em aves Jovanir Inês Muller Fernandes - Universidade Federal do Paraná - Palotina, PR

Uso responsável de antimicrobianos José Eduardo Butolo – Evialis/Supre Mais – CBNA, Campinas, SP

05 de março (quinta-feira)

Impacto dos biocombustíveis na produção animal e de grãos: o que muda com a situ-ação econômica atual

Alfredo Navarro de Andrade – Saf do Brasil, Rio de Janeiro , RJ

Avaliando o uso de enzimas nsp e fitases visando a melhora de desempenho e custos em dietas de aves e suínos

Alex Mayorka – UFPR, Curitiba, PR

Micotoxinas: ocorrência e distribuição Eduardo Micotti da Gloria - Esalq/USP, Piracicaba, SP

Painel “Nutrição protéica ou aminoacídica de frangos de corte”Otto Mack Junqueira – FCAV/UNESP, Jaboticabal, SP

Marcio Ceccantini – Adisseo, São Paulo, SP Leandro Hackenhaar – Evonik, São Paulo, SP

Eduardo Nogueira – Ajinomoto, São Paulo, SP

CBNA promove VI Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Aves e SuínosEvento ocorre nos dias 4 e 5 de março em Cascavel, Paraná

Em 2009, a sétima edição do Con-gresso de Produção, Comercializa-

ção e Consumo de Ovos, organizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), ocorre em São Pedro, SP, no Hotel Fonte Colina Verde, nos dias 17, 18 e 19 de março.

A programação oficial do congresso conta com temas como o avanço alcan-

çado na genética de poedeiras, boas práticas de fabricação na produção de ovos, alternativas ao uso de antimicro-bianos e climatização em aviários, entre outros.

Além de oferecer espaço para apre-sentações e debates, o evento premia os melhores trabalhos científicos nas áreas de nutrição, sanidade, manejo e

outras áreas. Os autores serão avaliados pela comissão executiva do congresso e os vencedores terão 15 minutos para a exposição dos estudos premiados.

As inscrições podem ser feitas pelo site do evento (www.congressodeovos.com.br) e são abertas para estudantes, profissionais, pesquisadores e associa-dos da APA.

VII Congresso da APA ocorre em São Pedro, SPEntidade realiza em março evento direcionado à postura comercial

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O período de Festas e, sem dúvida, a crise econômica mundial mantive-

ram o assunto em segundo plano. A realidade, porém, é que 2008 foi encer-

rado com novos e preocupantes casos de Influenza Aviária. A época de recru-descimento do problema justifica o nome da doença (Influenza ou gripe aviária) e confirma tratar-se de um mal típico de inverno.

Além de reaparecer em Hong Kong (após seis anos de ausência), entre de-zembro de 2008 e janeiro deste ano o H5N1 foi detectado na Índia, China, Bangladesh, Vietnã, Nepal e Togo, além de causar vítimas humanas no Egito, Indonésia e na China.

Porém, como já ocorreu anterior-

mente, o vírus foi mais além e reapare-ceu na União Européia, em países como a Alemanha e Bélgica. Com a única diferença, nestes casos, de que a cepa

responsável pela doença não é o H5N1 mas o H5N3 ou o H5N2, ambos caracte-rizados como de baixa patogenicidade mas, ainda assim, causadores da Influen-za Aviária. O H5N2 foi detectado, tam-bém, na Coréia do Sul, o que levou o Japão a suspender as importações de aves e produtos avícolas daquele país.

China já tem cinco mortos pela gripe aviária; só em 2009

Antes mesmo de completado o primeiro mês do ano, a China já registra cinco vítimas humanas fatais em decor-rência de infecção pelo vírus da Influen-za Aviária. A quinta morte foi anunciada por Pequim dia 27 de Janeiro.

Autoridades chinesas e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) insistem em que não há qualquer evi-dência de que se trata de uma epidemia, observando-se apenas o recrudescimen-to de um problema sanitário que se agrava a cada novo inverno. De toda forma há, neste instante, uma preocupa-ção maior com a possibilidade de disse-minação mais ampla do vírus devido às comemorações do ano novo chinês, período em que o trânsito de pessoas

por todo o país se torna ainda mais intenso.

A China foi o país onde, em 2003, começou o atual surto de Influenza Aviária ocasionado pela cepa H5N1. Desde então foram registrados oficial-mente em território chinês 38 casos da doença, dos quais 26 (ou 68% do total) foram casos fatais.

O desafio da China, no momento, é estancar o problema. Porquanto, no ritmo atual (cinco mortes em menos de 30 dias), 2009 pode se transformar no ano com maior número de casos fatais, superando o total de 2006, com oito mortes em doze meses.

Novos casos de Influenza Aviária voltam a preocupar autoridades da saúde 2008 foi encerrado com novos e preocupantes casos da doença

Notícias

10 Produção Animal | Avicultura

INFLUENZA AVIÁRIATotal de casos humanos decorrentes de infecção pelo H5N1 registrados na China

ANO Nº DE CASOS

MORTES

2003 1 1

2004 0 0

2005 8 5

2006 13 8

2007 5 3

2008 4 4

2009 7 5

TOTAL 38 26

Fonte: OMS – Elaboração e análises: AVISITE As mortes estão inclusas no número de casos

Sacrifício de aves na Índia

T écnicos da defesa sanitária animal do Canadá sacrificaram na última sema-

na de janeiro cerca de 60 mil aves per-tencentes a uma granja de perus da E&H Farms localizada em Abbotsford, cidade da Colúmbia Britânica, localizada a pou-cos quilômetros da fronteira com os EUA. A decisão de abater (“humanitariamen-te”) o plantel foi tomada depois que um laboratório local confirmou a presença de um vírus da Influenza Aviária do tipo H5 nos perus da granja.

Autoridades da saúde animal obser-vam que não deve tratar-se do H5N1 e que o vírus provavel-mente é o H5N2. Primeiro, porque a cepa nunca foi detectada no país. Segun-do, porque o índice de patogenicidade da amos-tra isolada parece ser moderado, limitando-se a dificuldades respira-tórias nas aves.

Canadá detecta vírus em granja Autoridades da saúde acreditam que não deve tratar-se do H5N1

H5N1

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O Nepal, situado na encosta da cordi-lheira do Himalaia, no centro da

Ásia, registrou na primeira quinzena de janeiro o primeiro surto da Influenza Aviá-ria em seu país.

A China e a Índia, dois países que fazem fronteira com o Nepal, já detecta-ram a presença do vírus este ano.

A cepa H5N1 foi confirmada em frangos perto da cidade de Kakadbhitta, que fica a 400 km ao sul da capital do País, Kathmandu. De acordo com autori-dades sanitárias nepalesas, cerca de 23 mil aves foram abatidas para evitar a disseminação do vírus. Em 2008, o Nepal impôs um embargo aos produtos avícolas provenientes da Índia, depois de vários focos serem notificados naquele País. No entanto, como as fronteiras entre os dois Países são totalmente abertas, o contra-bando de aves na região é freqüente, o que pode ter facilitado a chegada do vírus.

Embora seja um País com pequenas dimensões territoriais, o Nepal é conheci-do por ser grande exportador de ovos, fornecendo o produto para diversos países do Oriente Médio e do Oeste da África.

A nalisando as possíveis causas da persistência e do ressurgimento do vírus da Influenza Aviária em vários países, técnicos da Organização das Nações Unidas

para Agricultura e Alimentação (FAO) detectaram pelo menos cinco fatores respon-sáveis pelo problema:

Segundo a FAO, esses fatores acabam tornando ineficientes as medidas de controle e prevenção. Assim, mesmo que se opte pela vacinação (como têm feito alguns países) ou se adote o controle do trânsito, novas normas de biosseguridade ou até sacrifício dos plantéis afetados, os efeitos esperados jamais serão atingidos.

Em conseqüência, a perpetuação da Influenza Aviária em diversos países ou regiões é praticamente inevitável e deve, por isso, merecer atenção e cuidados permanentes por parte dos países não afetados.

11 Produção Animal | Avicultura

Novo Foco

Nepal enfrenta primeiro caso de IAPaís faz fronteira com a China e a Índia

Influenza Aviária pode se perpetuar em alguns paísesRegiões não afetadas devem estar atentas e manter cuidado permanente

FAO

- Carência de pessoal técnico capacitado para detectar a presença do vírus e adotar as medidas de controle necessárias. Neste caso, o que se observa, principalmente, é uma grande deficiência dos

serviços de saúde animal;

- Ausência de empenho político na aplicação das medidas necessá-rias, bem como de uma voz central de comando;

- Fraco engajamento do setor privado (empresas, entidades, órgãos diversos) no melhoramento da saúde animal;

- Insuficiente colaboração entre os setores de saúde pública e saúde animal;

- Pré-existência de estruturas arcaicas de produção e/ou de comer-cialização, o que impede a adoção de medidas de biosseguridade

compatíveis com o desafio da infecção.

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Empresas

Crise

Arantes pede recuperação judicial

De acordo com informações do Valor Online, o grupo Arantes, dono da

Arantes Alimentos, que vinha numa agressiva estratégia de crescimento e diversificação via aquisições desde o fim

de 2007, entrou com pedido de recupe-ração judicial na comarca de Nova Mon-te Verde (MT). O valor das dívidas incluí-das na recuperação judicial é estimado em cerca de R$1,5 bilhão referente a débitos com fornecedores, títulos exter-nos, bancos e trabalhistas de dez empre-

sas do grupo Arantes, incluindo a Aran-tes Alimentos.

As justificativas para o pedido são a desvalorização cambial, as operações com derivativos, a restrição de crédito por causa da crise financeira internacio-nal e queda de pedidos de produtos. As perdas com derivativos do Arantes são estimadas entre R$200 milhões e R$250 milhões

A estratégia agressiva de expansão do grupo, que desde o fim de 2007 adquiriu a Hans, a Eder e a Frango Serta-nejo, também acabou interferindo, num momento de crédito escasso. A Arantes Alimentos, com sede em São José do Rio Preto (SP), adquiriu a Frango Sertanejo em julho de 2008, em negócio que atingiu R$ 94,8 milhões.

Segundo o Valor, dos sete frigoríficos de bovinos do grupo, quatro deverão continuar operando, assim como as duas unidades da Frango Sertanejo, no inte-rior paulista.

Minupar e Arantes suspendem fusão

A Gazeta Mercantil informou que o processo de fusão da Minupar Participa-ções S.A, controladora da Minuano Alimentos, com a Arantes Alimentos, iniciado em outubro passado, foi sus-penso pelas duas empresas. “A principal causa apontada em comunicado foi a atual conjuntura da economia mundial, mas nas entrelinhas o motivo passa pelo pedido de recuperação judicial, protoco-lado pela Arantes, que deixou de pagar em dezembro uma dívida de US$ 8 milhões de juros”, afirma a Gazeta.

A fusão das duas empresas iria resul-tar em uma nova companhia com receita bruta próxima de R$ 1,5 bilhão.

A Minupar, com sede em Lajeado (RS), controla empresas que atuam no processamento de frango e suínos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Perdas com derivativos e a restrição de crédito estão entre os motivos

Valor das dívidas incluídas na

recuperação judicial é estimado em

cerca de R$1,5 bilhão

12 Produção Animal | Avicultura

Prejuízo

Brascan projeta perda de R$1,5 bilhão para Sadia

Segundo estimativas da corretora Brascan, a Sadia deve anunciar perda de R$1,3 com

contratos de vencimento entre outubro de 2008 e setembro de deste ano, além do preju-ízo com derivativos anunciado em setembro do ano passado (R$ 653 milhões). A informa-ção foi divulgada pela Gazeta Mercantil.

As despesas financeiras poderão fazer com que a empresa divulgue um prejuízo líquido de R$1,5 bilhão no ano fiscal de 2008, já que no próximo balanço a Sadia deverá incluir tam-bém os contratos futuros de derivativos. “As perdas devem elevar o nível de endividamento da empresa e comprometer investimentos e também desempenho de vendas”, disse uma funcionária da Brascan à Gazeta.

Empresa enxuga corpo administrativo

A Companhia ainda anunciou que vai enxugar sua estrutura administrativa e demitir 350 pessoas, o que deve gerar à empresa uma economia anual de R$44 milhões em salários, informou o jornal Valor Online.

As demissões em curso atingem cargos de gerência (incluindo gerentes de fábrica), super-visores e diretores em todas as plantas, a maior parte em São Paulo e Curitiba.

Conforme o Valor, as funções das pessoas que foram demitidas estão sendo redistribuí-das ou acumuladas com a promoção de qua-dros já existentes dentro da empresa.

Corretora diz que endividamento pode comprometer investimentos

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Produção Animal | Avicultura 13

Aquisição

Compra da Wyeth pela Pfizer tem implicações na área da saúde animal

O anúncio da compra do grupo Wyeth pela rival Pfizer na última

semana de janeiro, maior laboratório farmacêutico do mundo, por US$68 bilhões, aprovada pelo conselho dos diretores das duas empresas, deve con-centrar o mercado mundial deste setor, registrando juntas faturamento da or-dem de US$ 75 bilhões.

Mas as implicações da fusão das duas gigantes farmacêuticas não se resumem à saúde humana. É que, com essa aquisição, a Pfizer carrega também uma das divisões da Wyeth, a Fort Dod-ge Animal Health (no Brasil, Fort Dodge Saúde Animal, com fábrica em Campi-

nas, SP). O conselho de diretores das duas

empresas já aprovou a combinação. A transação será financiada por meio de dinheiro, dívida e ações. Um consórcio de bancos emprestará US$ 22,5 bilhões.

Próxima de completar um século de existência (foi fundada em 1912, na cidade americana de Fort Dodge, estado de Iowa), a Fort Dodge Animal Health está colocada- conforme o site da pró-pria empresa – como o fabricante núme-ro um de vacinas veterinárias em todo o mundo, ocupando a segunda posição em vendas de vacinas veterinárias na América do Norte.

Negócio envolve US$ 68 bilhões

Estados Unidos

Tyson lança novos industrializados à base de frangoEmpresa concentra esforços nos produtos com maior valor agregado

A Tyson Foods (Springdale, Estado de Arkansas, EUA) anunciou que intro-

duziu dois novos produtos de frango em sua linha de industrializados: Wing Stin-gers (asa) e Fire Stingers (asa desossada), com dois tipos diferentes de tempero, mel e ranch (à base de cebola e alho), em formatos pré cozido e já cozido.

A asa desossada é composta por pedaços generosos de carne branca, congeladas individualmente, o que per-mite que a indústria de food servise possa preparar apenas o necessário. O frango é marinado para garantir o sabor e a consistência da carne a cada refeição.

A Tyson sugere que as novas apresen-tações da asa desossada sejam servidas como aperitivo, entrada ou ainda na salada.

No primeiro semestre de 2007 a empresa tornou pública sua estratégia de concentrar esforços nos produtos de frango com maior valor agregado.

Companhia anuncia prejuízo de US$ 112 mi no último trimestreA Tyson Foods registrou um prejuízo líquido de US$ 112 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2009. O resultado foi provocado por uma redução de 0,3% na margem bruta e uma queda de 2,7% nos volumes. No primeiro trimestre fiscal de 2008, a empresa registrou lucro líquido de US$ 34 milhões. Apesar do prejuízo no trimestre encerrado em 27 de dezembro de 2008, a receita teve aumento de 0,7% para US$ 6,52 bilhões.

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Notícias

Em 2008, vendas externas de carnes renderam US$14,5 biParticipação das aves nas exportações de carnes é de 49,96%

M esmo apresentando incremento de volume inferior a 1%, as exporta-

ções brasileiras de carnes tiveram sua receita cambial aumentada em 28,78% e faturaram em 2008 um total de US$14,545 bilhões.

O volume exportado no ano só não foi negativo graças às carnes avícolas (frango e peru), cujos embarques no ano aumentaram 8,67% e 15,18%, respecti-vamente (as demais carnes registraram aumento de 13,68%, mas o volume adicional é pouco significativo).

Juntas, as carnes responderam por 20,26% das exportações do agronegócio brasileiro, quase a metade dessa partici-pação (47,51%) vinda das carnes avícolas.

Note-se, neste caso, que a compilação da SRI/MAPA mantém a carne de frango salgada (por questão de nomenclatura)

entre as demais carnes. Isso considerado, a participação das aves nas exportações de carnes sobe para 49,96%.

14 Produção Animal | Avicultura

Balanço

CARNES Receita cambial e volume das exportações realizadas em 2008

PART.* RECEITA VOLUME

US$ MIL VAR. MIL T VAR.

Bovina 7,42% 5.325,480 20,36% 1.383,865 -14,31%

De frango 8,85% 6.353,244 37,53% 3.436,649 8,67%

Suína 2,06% 1.477,697 20,13% 528,315 -12,71%

De peru 0,78% 557,904 42,95% 204,252 15,18%

Sub-total 19,10% 13.714,324 28,60% 5.553,079 -0,13%

Demais 1,16% 831,160 31,90% 357,985 13,68%

TOTAL 20,26% 14.545,484 28,78% 5.911,064 0,62%

Fonte: SRI/MAPA – Elaboração e análises: AVISITE - * Na receita cambial total do agronegócio

Com menor produção, frango deve ter melhor preço em 2009Produto deve ser remunerado por valores que variam entre 183 e 194 centavos de dólar/kg

E m sua última previsão sobre o possí-vel comportamento dos preços dos

produtos avícolas no mercado norte-americano em 2009, o USDA, frente ao agravamento da crise econômica no país, projetou queda nos preços do ovo (em relação a 2008), mas estima remu-neração melhor para a carne de frango.

Assim, depois de registrar, em 2008, um preço médio de 127,8 centavos de dólar por dúzia, em 2009 o ovo deve alcançar, nas previsões do USDA, valores entre 118 e 127 centavos/dólar. Isso porque a produção prevista deve ser maior que a registrada em 2008.

Já em relação ao frango pode ocor-rer o inverso. Pois as dificuldades econô-micas atuais devem conduzir a uma redução da produção e propiciar, na contrapartida, melhores preços que os de 2008.

No ano passado, o frango atingiu um valor médio, no mercado norte-america-no, de 175,7 centavos de dólar por kg. Em 2009, deve ser remunerado por valores que variam entre 183 e 194 centavos de dólar/kg.

Estados Unidos

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Produção Animal | Avicultura 15

Empresas mineiras de postura respondem por 60% da produção nacional

Dados do Ministério de Desenvol-vimento, Indústria e Comércio

Exterior (MDIC), organizados pela Superintendência de Política e Eco-nomia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, apontam que o Estado confirmou no último ano a liderança nas expor-tações de ovos em casca refrigerados para consumo, regis-trando receita de US$28,4 milhões no período. Além disso, a comercialização de ovos de incubação para o exterior trouxe uma receita de US$1,2 milhão.

Pelas contas do Superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura de Minas, João Ricardo Albanez, os avicultores mineiros foram responsáveis por cerca de 62% das vendas externas do Brasil de ovos para consumo, com receita de US$28,4 milhões. De acor-do com Albanez, o Estado de MG vendeu 20 mil toneladas do produto enquanto o País somou 33,2 mil toneladas.

Empresas como Granja Manti-queira, de Itanhandu, e o Aviário Santo Antônio (ASA), de Nepomuce-no, ambas localizadas ao Sul do Estado de Minas, produzem ovos em casca para consumo que são comer-cializados no mercado externo. Lide-rando as exportações nacionais do setor, a Granja Mantiqueira teve em 2008 receita de US$ 21,6 milhões. Já

o ASA, que iniciou as vendas para o exterior há cerca de um ano e meio, somou no mesmo período US$6,8 milhões.

Segundo o MDIC, os Emirados Árabes levam a dian-teira na compra de ovos para consumo produzido em Minas Gerais com 11,8 mil toneladas adquiridas, resultando em uma receita de US$16,6 milhões. Em seguida, aparece Angola com compras no valor de US$10,6 milhões, e Omã com US$4,1 milhões. Ainda figu-

ram na lista de compradores de ovos de Minas Gerais países como Catar e o Kuwait, que juntos somam quase US$ 2 milhões.

De acordo com Albanez, o cresci-mento na receita e no volume das vendas de ovos teve início em 2006 quando o setor registrou valor próxi-mo de U$2 milhões. Há dois anos a receita aumentou para US$7 mi-lhões, e agora chega perto de US$30 milhões. “Portanto, o aumento foi da ordem de 267% no período anali-sado”, avalia o Superintendente. E explica: “A grande motivação para a expansão das exportações mineiras de ovos para consumo é o preço pago pelo produto no exterior. Os dados do MDIC mostram que a cota-ção do ovo teve aumento de 14,8%, nos dois últimos anos, com o quilo passando de US$ 1,15 em 2007 para US$ 1,43 no ano passado”.

Estado de MG comercializou no ano passado 20 mil toneladas de ovos contra 33,2

mil toneladas vendidas pelo

Brasil

Minas Gerais lidera as vendas externas de ovos em casca no País

15 Produção Animal | Avicultura

Exportação

Postura em Foco

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16 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Unidade Aves e Suínos da Bayer HealthCare amplia seu quadro

técnico com a contratação da médica veterinária Eliana Ottati Nogueira Dantas, que possui um vasto currículo acadêmico nas áreas de avicultura e suinocultura.

Eliana assume o cargo de Coorde-nadora Técnica da unidade e será responsável pelo suporte e representa-ção técnica dos produtos da linha aves e suínos e pela condução de novos

projetos, além de proporcionar agilida-de nas ações da unidade de negócio.

Uma das metas da médica veteri-nária é estabelecer a interface com as universidades e os consultores da área de aves e suínos. “Espero manter a Bayer em contato direto com a área técnica e também contribuir com idéias e sugestões para que novos produtos encontrem oportunidades no mercado mundial”, completa Eliana.

Bayer Aves e Suínos amplia quadro técnicoEliana Ottati Nogueira Dantas pretende aumentar contato com universidades

Reestruturação na rede de distribuição no Sul

Aviagen do Brasil tem novos colaboradores

C om o compromisso de melhorar ainda mais a qualidade de seus

produtos e serviços, a Aviagen do Brasil contratou dois novos colaboradores.

Élio Bettoni assumiu a gerência de produção da empresa em dezem-bro último, no lugar de Álvaro Si-queira Filho, que se aposenta, após quase 17 anos de trabalho na Agro-ceres Ross e Aviagen. Implantar ferramentas de gestão e fortalecer o processo produtivo da empresa são os principais planos de Bettoni, que exerceu por mais de 20 anos a fun-ção de Gerente de Produção e Admi-nistrativo da Perdigão.

Já para trabalhar como Consultor Técnico-Comercial para as regiões Norte e Nordeste, a Aviagen contra-

tou Edson José Alves de Carvalho que tem 18 anos de experiência na área de nutrição avícola. Pós-gradua-do em gestão empresarial, Edson

pretende fortalecer ainda mais as atividades da Aviagen nessas regiões, ampliando o relacionamento com os clientes da empresa.

Edson José Alves de Carvalho e Élio Bettoni são os novos contratados

C om o intuito de melhorar a assistência técnica e o atendi-

mento aos clientes da região Sul do País, a Bayer Aves e Suínos modifi-cou sua rede de distribuição.

A região foi dividida e passa a ser atendida da seguinte forma: A

Nativa, nova parceira da Bayer, atende a Serra Gaúcha, enquanto a Bivet, atual parceira da empresa, passa a atender todo o Estado de Santa Catarina, além do sudoeste do Paraná e noroeste do Rio Grande do Sul.

Companhia anuncia nomes para a gerência de produção e consultoria técnico-comercial

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Produção Animal | Avicultura 17

D ivisão de Produtos da

DES-FAR Labora-tórios, a DES-VET anunciou a con-tratação de Paulo César Martins, para comandar as ações comerciais, técnicas e institu-cionais da empre-sa em todo o

Brasil. Martins tem 30 anos de expe-riência no mercado nacional e Amé-rica Latina nas áreas de produção, saúde animal e genética avícola.

Willians César Turco, Diretor Geral da DES-VET, comenta: “Em 2008, nosso crescimento foi notório e agregar um profissional como o Paulo Martins em nossa estrutura, com certeza vai intensificar ainda mais nossa relações com o mercado”.

DES-VET contrata Gerente Técnico ComercialPaulo Martins é o novo membro da equipe

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Paulo César Martins, Gerente Técnico Comercial da DES-VET

C om experiência em laboratório de diagnóstico e atendimento à

matrizeiros, Cristiano Felicio de Andrades é o novo contratado do Laboratório Biovet para assumir o cargo de Assistente Técnico na área de avicultura para Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Formado em medicina veterinária pela Universi-

dade Federal do Paraná (UFPR), Cristiano cursa atualmente pós-gra-duação em avicultura no Instituto Didatus.

“É com grande satisfação e entusiasmo que encaro este novo desafio e oportunidade de cresci-mento profissional”, afirma o novo funcionário da empresa.

A Merial Limited aumentou seus negócios avícolas tornando-se a

distribuidora exclusiva e provedora de serviço técnico dos sistemas ino-vadores de injeção in ovo da AviTech, LLC. Com isso, a Merial passa a oferecer aos seus clientes do setor granjeiro de todo o mundo seu por-tfólio de vacinas avícolas em conjun-to com a mais recente tecnologia in ovo.

A Merial já apóia suas operações de vacinas com o desenvolvimento e serviço de dispositivos de administra-

ção e estas atividades agora serão complementadas pelos sistemas de injeção in ovo IntelliJect(R) e ManualJect(TM) de distribuição ex-clusiva da AviTech.

“As sinergias das soluções com a engenharia de alta qualidade da AviTech e a incrível reputação dos produtos e serviços da Merial propor-cionarão a performance de qualida-de cada vez mais necessária no cená-rio atual do mercado avícola”,completa Rafael Correa, Presidente da AviTech.

Biovet apresenta novo reforço para assistência técnica de aviculturaCristiano Felicio assume o cargo e vai responder por MG, RJ e BA

Merial e AviTech firmam parceriaEmpresa torna-se distribuidora exclusiva dos sistemas de injeção in ovo

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Nutrição Animal

Introdução

Nos últimos anos a interação entre nutrição e imuno-logia tem sido estudada e ganhado espaço com as

recentes normas de mercado que impossibilitam o uso de quimioterápicos na avicultura. A relação Nutrição-Imu-nidade é extremamente dinâmica e é também uma “estra-da de mão dupla”. Estados infecciosos devido à deficiência imunitária podem ocasionar má nutrição, além de infec-ções intestinais que alteram a absorção e a biodisponibili-dade de nutrientes, enquanto o excesso ou a deficiência de nutrientes pode influenciar a resposta imune.

Além disso, no estado febril, as necessidades energé-ticas aumentam em 7% a cada ºC e o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, o balanço eletrolítico e os níveis de micronutrientes são alterados. Infecções crônicas aumentam a glicogênese/lipogênese. Por fim, alterando-se as secreções hormonais, principalmente corticosteróides, durante as flutuações da imunidade altera-se o metabolismo de nutrientes.

Não podemos esquecer ainda que ingredientes de pouca qualidade na dieta e a presença de micotoxinas prejudicam os mecanismos de defesa tornando os ani-

mais propensos a infecções entéricas, que di-minuem a capacidade de absorção

dos nutrientes importantes para uma eficiente res-

posta imune.

Estresse imunológico e suas conseqüências

Estudos mostram que pintos alojados em ambientes livres de microorganismos crescem 15% mais rápido do que aqueles criados em situações convencionais, conti-nuamente expostos a microorganismos. O sistema imu-nológico impõe um preço ao proteger o animal do ata-que de agentes estranhos e desafios freqüentes resultam em contínua ativação do sistema imune; este estado é o chamado estresse imunológico.

Estabelecido um desafio imunológico, diversas subs-tâncias (citoquinas) são produzidas e liberadas na cor-rente sanguínea, aumentando a taxa metabólica. Inter-leucina 1 (IL-1) e fator de necrose tumoral (TNF) são as responsáveis pela diminuição do consumo para menos de 50%, além de haver redirecionamento dos nutrientes para atender à demanda energética da resposta imune, ao invés do crescimento muscular. Por outro lado, a IL-1 pode aumentar o sono, o que leva a uma “economia” de energia pelo organismo. Tais substâncias, ao agir nos teci-

o e a imunologia em aves

18 Produção Animal | Avicultura

de Agronomia, UFRGS), 1 Doutoranda no Departamento de Zootecnia da UFRGS, 2 Professora adjunta do Departamento de Zootecnia da UFRGS

Interação entre a nutriçãEstudos revelam que animais continuamente expostos a patógenos, mes

Autores: Isabel Cristina M. da Silva1 & Andréa M.L. Ribeiro2, LEZO (Laboratório de Ensino Zootécnico - Dep. de Zootecnia, Faculdade

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Produção Animal | Avicultura 19

o e a imunologia em avesmo que não apresentem sinais clínicos de doenças, produzem menosde Agronomia, UFRGS), 1 Doutoranda no Departamento de Zootecnia da UFRGS, 2 Professora adjunta do Departamento de Zootecnia da UFRGS

dos-alvos, ou influindo na secreção de insulina, gluca-gon e corticosteróides, desencadeiam as alterações meta-bólicas observadas durante o estresse imunológico.

Na defesa contra patógenos, os nutrientes (aminoá-cidos, glicose, ácidos graxos e vitaminas e minerais) são necessários à proliferação de linfócitos, ao recrutamento de novos monócitos e neutrófilos da medula óssea e à síntese de imunoglobulinas. Há ainda uma resposta in-flamatória sistêmica, com secreção de proteínas pelo fí-gado, chamada de fase aguda de resposta, onde aumenta a síntese de proteínas específicas, o turnover protéico, a gliconeogênese e a temperatura corporal. Ocorrem, si-multaneamente, catabolismo do músculo esquelético e consumo de nutrientes, prejudicnado o crescimento muscular mais do que o de outros órgãos e tecidos, como fígado, intestino e tecido adiposo. Minerais como o zin-co e o ferro são desviados para a síntese de enzimas no fígado.

Em experimentos, respostas interessantes quanto ao estímulo imunológico são observadas. A vacinação de pintos no incubatório resulta muitas vezes em redução no crescimento e na conversão alimentar dos frangos. Redução esta que só é recuperada aos 28 dias de idade. De forma semelhante, trabalhos com vacina contra coc-cidiose mostraram uma diminuição no ganho de peso de frangos na fase inicial. Da mesma forma que anterior-

mente foi dito, este efeito é revertido ao longo do cresci-mento e as aves vacinadas conseguem alcançar, aos 36 dias, desempenho semelhante ao das aves não vacina-das, quando as demais condições (nutrição, ambiência, manejo e sanidade) são atendidas.

Este é o preço que o indivíduo paga ao sistema imu-ne. Por esta razão, o conceito de modulação da imunida-de torna-se tão importante.

Como a nutrição pode ser usada para modular a resposta imune

Não conhecemos ainda o custo nutricional de uma resposta imune vigorosa para as diversas espécies, mas sabemos que o sistema imune é relativamente resistente a deficiências nutricionais, já que é prioridade para os nutrientes disponíveis. Comparadas às necessidades

para crescimento e produção, as necessidades de nu-trientes para manter o sistema imune são muito peque-nas, sendo a fase aguda de resposta a maior consumidora de nutrientes do sistema imune como um todo.

A alta prioridade que os nutrientes têm em atender o sistema imune pode ser observada no fato de que uma restrição alimentar ou protéica moderada prejudica a taxa de crescimento, mas não prejudica (freqüentemen-te melhora) os índices de imunocompetência; tanto a resposta imune celular quanto a humoral aumentam em aves sob restrição alimentar por curtos períodos de tem-po (12 a 24 horas). Os níveis da maioria dos nutrientes calculados para produção geralmente são adequados para o funcionamento do sistema imune. Cabe salientar que deficiências severas crônicas de minerais e vitami-nas debilitam mais o sistema imune do que uma defici-ência de proteína ou de energia.

A seguir, fazemos algumas considerações sobre dietas e nutrientes que têm papel específico na ação imunomoduladora.

Pintos alojados em ambientes livres de

microorganismos crescem 15% mais rápido do que aqueles criados

em situações convencionais

Deficiências severas crônicas de minerais e

vitaminas debilitam maiso sistema imune do que

uma deficiência de proteína ou de energia

Interação entre a nutriçã

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Nutrição Animal

Energia da ração Como durante o estresse imunológico há queda no

consumo de alimento, torna-se prudente manipular a densidade energética da ração via ingredientes adequa-dos para ajustar a densidade calórica da dieta. Em nosso laboratório, frangos submetidos a estresse cíclico por ca-lor, de 21 a 42 dias, recebendo uma dieta verão (4,0 % de gordura adicionada e 18,5% de proteína bruta) tiveram melhores pesos de bursa, e demonstraram menor estres-se comparados aos que receberam uma dieta padrão (2,4% de gordura adicionada e 19,5% de proteína).

Vitamina E (vE) e Vitamina C (vC)

Os efeitos metabólicos da vE vêm de suas proprieda-des antioxidantes, particularmente em relação aos radi-cais livres, produzidos no metabolismo normal de todas as células, inclusive as do sistema imune. Estes e outros metabólitos matam patógenos e células infectadas, mas também danificam células sadias. A infecção por Eimeria

m a x i m a

causa tamanha produção de óxido nítrico, que a con-centração deste último aumenta não só na área infecta-da, mas também no sangue. Presume-se que defesas lo-cais antioxidantes sejam facilitadas por quantidades adequadas de vE nas membranas e de selênio no citosol.

Estudos têm testado níveis desta vitamina para os animais. O fornecimento de 87 UI de vE aumentou al-guns tipos de células T no timo e no baço, às 7 semanas

de idade de frangos de corte, comparado a zero de vE. Já o uso de altas doses (300 UI/kg) reduziram a síntese de prostaglandinas e leucotrienos, que são potentes induto-

res de inflamação, e reduziram mortalidade de aves infectadas por E. coli.

Num experimento de campo com 1 milhão de frangos, metade foi suplementada com 50 UI

e a outra metade com 240 UI/kg de vE, até 20 dias. De 21 a 47 dias, todos os lotes recebe-

ram 50 UI vE/kg de dieta. As aves com maior nível de vE na ração inicial

tiveram um desempenho um pouco melhor do que as con-

trole, maior rendimento, menos carcaças condena-das. Lesões nas patas fo-ram 26,5% mais baixas. Os autores sugerem que o

nível de melhor retorno econômico nos países aonde

estudos populacionais foram fei-tos (Inglaterra, EUA, China) seja entre

178 e 240 UI/kg de dieta.Pesquisas têm sido conduzidas

com doses até 10 vezes maiores que as recomendadas pelo

NRC e outras tabelas nutri-cionais, mas nem sempre

Fornecimento de 87 UI devE aumentou alguns

tipos de células T no timo e no baço, às 7 semanas de idade de frangos de corte, comparado

a zero de vE

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Nutrição Animal

ocorrem as melhores respostas. Acredita-se que a incon-sistência de alguns estudos sobre o efeito da vE resulta de diferenças no grau de desafio de doenças, status de ou-tros antioxidantes na dieta, linhagens das aves e condi-ções ambientais. É interessante notar que o efeito bené-fico da suplementação de vE ocorre apenas quando há um desafio ao sistema de defesa do animal.

Em um trabalho associando 200 ppm de vitamina C (vC) à vE, observou-se que 75 UI/kg de vE aumentaram os níveis de anticorpos de frangos de corte contra Bru-cella abortus e o vírus de Newcastle.

Em nosso laboratório, três trabalhos foram conduzi-dos estudando vE. Em um deles, observamos que a su-plementação com Zn e Se orgânicos (40 e 0,3 ppm res-

pectivamen-te) e vE e vC

(100 e 300 ppm, respectivamente), em

frangos de 1 a 35 dias de idade, resultou em melhor conversão alimentar. No en-tanto, a contagem de leucócitos do sangue e a relação heterófilo:linfócito, açúcares, albumina e globulinas e peso de bursa e baço não foram afetados pela suplemen-tação. Quanto ao desempenho, tanto a suplementação mineral como a suplementação vitamínico-mineral re-sultaram semelhantes. Em outro trabalho, com esta mesma suplementação vitamínico-mineral e estresse por calor cíclico (EPC) não foram observadas alterações na produção de anticorpos contra BSA em função da suple-mentação. Já as aves submetidas a estresse cíclico por calor (25 a 32oC) tiveram maior produção de anticorpos

anti-BSA, independentemente da dieta utilizada. Um úl-timo estudo testou 30, 65 e 100 UI/kg vE/kg na dieta em frangos de 1 a 36 dias vacinados contra coccidiose. A vacinação provocou menores ganhos de peso no perío-do inicial, porém ao longo do crescimento tal efeito foi compensado. O nível de 65 UI/kg resultou em melhores ganhos de peso nas aves vacinadas e mostrou uma rea-ção celular na pele mais duradoura.

Vitamina A (vA) e Vitamina D

Trabalhos de pesquisa vêm demonstrando que o nível de vitamina A na dieta que maximiza o

crescimento e a eficiência alimentar de fran-gos pode ser insuficiente para um ótimo de-

senvolvimento do sistema imune, poden-do ser necessários para tanto, níveis 5 a 20 vezes mais altos. Por outro lado, o ní-vel fornecido pode determinar o sentido da imunomodulação. Autores observa-ram que tanto a resposta celular como a humoral podem ser moduladas pela vA

da dieta e que níveis baixos (400 UI/kg) desenvolveram uma forte resposta de pro-

dução de anticorpos, enquanto que níveis al-tos (15.000 UI/kg) produziram uma maior rea-

ção celular na pele das aves.Foram encontrados receptores para vitamina D

em um grande número de tipos celulares, desde célu-las do músculo esquelético até células envolvidas na resposta imune, como macrófagos. Os metabólitos da vitamina D podem suprimir a produção de imunoglo-bulinas e acentuar a atividade imunossupressora das cé-lulas T. Em vários trabalhos desenvolvidos na Universi-dade de Davis, Califórnia, observou-se que o metabólito da vitamina D, 25-OH-D3, pode ter ação imunomodu-ladora, em alguns casos pró-inflamatória.

Selênio (Se)

Associado à vE, o Se cumpre importante papel na qualidade da resposta imune e proteção das membra-nas, sendo importante constituinte de enzimas na ca-deia de ações do sistema imune, como a glutationa pe-roxidase, que existe em grande quantidade nos neutrófilos. Na nutrição animal, o Se tem sido estudado na forma “orgânica”, (SO) Selenometionina e já é larga-mente usado. A forma inorgânica, (SI) selenito de sódio,

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ainda é utilizada e foi até pouco tempo, a única fonte de Se para rações animais. A deficiência de Se prejudica o sistema imune aumentado o risco de infecções virais, bacterianas, certos tipos de câncer e desordens inflama-tórias como a aterosclerose. Porém, os mecanismos espe-cíficos que alteram a proliferação de linfócitos e afetam a resposta imune numa situação de deficiência de Se são pouco conhecidos.

Alguns pesquisadores já têm observado que os antí-genos utilizados podem determinar diferentes respostas imunes. Em frangos de corte, por exemplo, parece ser eficiente suplementar vE e Se para melhoria de resposta

imune à Eimeria tenella, mas o mesmo não ocorre na imunização com E. má-

xima. Pesquisas sugerem que a su-plementação de Se melhora a ação dos sais biliares, com efeito prote-tor contra danos oxidativos no pâncreas, melhorando assim a ab-sorção de vE no intestino de aves

sob estresse por calor, e como conseqüência, melhorando a digestibilidade dos nutrientes.

Em um estudo com fran-gos de corte, observou-se signifi-cativa melhora no ganho de peso e na conversão alimentar utilizando-se tanto Zn como Zn + Se, melhor resposta imune com aumento do peso de bursa e

timo, e que 1 ppm de Se foi parti-cularmente responsável por me-

lhorar a imunidade durante a expo-sição à S. typhimurium. Em nosso

laboratório, frangas Ross, em estresse cíclico por calor e vacinadas contra doença de Gumboro e contra eritrócito de ovelha, receberam SO e SI. Observou-se que SO propi-ciou maior consumo de ração e menor depleção linfoci-tária das bursas aos 42 dias de idade. No entanto, as aves com SI tiveram maior produção de anticorpos contra eri-trócito de ovelha.

Zinco (Zn) e Cobre (Cu)

O fornecimento adequado de Zn é essencial para o desenvolvimento, manutenção e função normal do sis-tema imune e células associadas, inclusive de neutrófi-los, basófilos, macrófagos e linfócitos T. Neutrófilos rea-lizam fagocitam e degradam microorganismos e são as primeiras células imunes a chegar ao local da infecção, e têm alta concentração de fosfatase alcalina (enzima da qual o Zn faz parte). Estas células também ajudam a re-gular o Zn plasmático, evitando assim que bactérias sis-têmicas façam uso do Zn. Uma resposta imune prejudi-cada tem sido ligada à deficiência de Zn, com sintomas clínicos como atrofia do timo, predisposição a infecções bacterianas, virais e por fungos, diminuição da atividade de células “natural killers” (NK), fagócitos, macrófagos e maturação e função das células T. Os efeitos do Zn são altamente específicos, e não há outro mineral que o substitua, porém doses excessivas de Zn podem inibir as células T in vitro.

O cobre atua principalmente como cofator ou com-ponente de enzimas que atuam na defesa antioxidante

do organismo. Animais deficientes em Cu são mais sus-cetíveis a infecções, produzem menos anticorpos, têm menor peso de timo, baixa atividade das células NK e

Em frangos de corte, por exemplo, parece ser

eficiente suplementar vE e Se para melhoria de resposta imune à

Eimeria tenella, mas o mesmo não ocorre na

imunização com E. máxima

Trabalho sugere que três níveis de AAS digestíveis

na dieta em frangos submetidos a um forte estímulo imunológico

baseado em um programa de vacinação não

influenciam as respostas imune

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24 Produção Animal | Avicultura

Nutrição Animal

menor fagocitose. Porém, é difícil haver uma carência que afete o sistema imune em dietas práticas.

Aminoácidos (AA)

Há dados sugerindo que a relação entre aminoácidos também se altera frente a uma resposta imune. Amino-ácidos sulfurados (AAS), mais exigidos para mantença em aves, seriam necessários em maior nível proporcio-nalmente do que lisina (Lis), que é altamente exigida na síntese protéica. Outras observações mostraram uma menor exigência de metionina (Met) e Lis para pintos desafiados com E. coli e S. aureus, em função de menor crescimento e pior conversão alimentar.

Para frangos de 10 dias alimentados com uma dieta com 23% de PB e 0,58, 0,80 e 1,02% de treonina (Tre), o desempenho no nível mais baixo de Tre foi menor, mas os anticorpos contra EC e Brucela abortus, e os pesos de bursa, timo e baço não diferiram entre dietas.

Em nosso laboratório um trabalho mostrou que três níveis de AAS digestíveis (AASdig) na dieta (0,72; 0,82 e 0,95% de 1 a 21 dias e 0,65; 0,75 e 0,85% de 22 a 42 dias) em frangos submetidos a um forte estímulo imunológi-co baseado em um programa de vacinações não influen-ciaram as respostas imune. Aves sem vacinação, no en-tanto, tiveram melhor desempenho com níveis mais altos de AAS. Isto mostra que a ativação do sistema imu-ne através das vacinações diminuiu o potencial de cres-

cimento dos frangos, diminuindo também as exigências em AAS.

Estudos recentes indicam os benefícios da arginina (Arg) no sistema imune, agindo no desenvolvimento dos órgãos linfóides. Entretanto pouco se conhece sobre as necessidades para esse desenvolvimento em mamífe-ros e aves. Em poedeiras, um trabalho com 0,53, 0,73 e 1,53% de Arg mostrou que o nível mais baixo, além de resultar em pior desempenho, diminuiu baço, timo e bursa de Fabricius. A Arg tem ação tumoricida (é precur-sora do óxido nítrico) e tem ação bactericida no intesti-no. Deficiências de Arg são raras em dietas comerciais, exceto quando se usam aminoácidos sintéticos, especial-mente Lis.

Também em nosso laboratório, um trabalho com frangos de corte utilizando 3 níveis de AAS e 2 ní-veis de Arg, não observou influência da Arg no desempe-nho ou na resposta imune das aves desafiadas através de vacinação, tuberculinização na barbela e imunização com eritrócito de ovelha. A concentração de AAS mais alta ou mais baixa do que a usada na prática também falhou em demonstrar efeito na resposta humoral, mas a melhor resposta mediada por células foi observada nos níveis usuais de AAS.

O aminoácido glutamina (Gln) também tem sido estudado e considerado um imunomodulador, pois atua na defesa dos tratos respiratório e gastrintestinal, como um “combustível” para células de defesa e para os ente-rócitos. Estudos com suínos mostraram que a suplemen-tação (1,0%) de Gln em suínos aumentou a eficiência alimentar, e também a altura das vilosidades intestinais e ainda aliviou os efeitos detrimentais de um desafio por E. coli .

Ácidos graxos polinsaturados

Os ácidos graxos polinssaturados (PUFAs) são precur-sores das prostaglandinas e leucotrienos, envolvidos na resposta imune, modulando a produção de interleuci-nas. Aumentam em quantidade de células B e T, ativam células NK, liberam as citoquinas dos monócitos e célu-las T.

Um estudo mostrou que ácidos graxos Ω-3 (linolêni-co) na dieta diminuíram significativamente a incidência de septicemia e de celulite em aves. Inversamente, a in-cidência de tumores (espontâneos ou associados à doen-ça de Marek) aumentou. Níveis ótimos de ácidos graxos Ω-3, bem como de Ω-6 (linoléico), para eficientes respos-tas imunológicas, dependem da natureza dos patógenos

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Produção Animal | Avicultura 25

aos quais as aves são expostas e da relação entre nutrien-tes. O metabolismo destes ácidos graxos é competitivo, com reações mediadas pelas mesmas enzimas. O ácido araquidônico, um produto final da rota do Ω-6, leva à produção de eicosanóides pró-inflamatórios, que são úteis, mas podem levar a perigosas reações se intensa-mente mobilizadas. O metabolismo do Ω-3 contrabalan-ça tais efeitos negativos, formando leucotrienos, menos ativos biologicamente. O ácido linolêico conjugado, o “CLA” em especial, exerce ação imunomoduladora sobre o sistema imune por estímular a síntese de imunoglobulinas.

Alternativas ao uso de antimicrobianos

O uso indiscriminado e constante de antimicrobia-nos tem levado ao aumento de resistência bacteriana, criando um problema quando realmente se necessita usá-los como terapêuticos.

As imunoglobulinas presentes na gema de ovos de galinhas (IgY) imunizadas com patógenos podem ser efi-cientes na prevenção de infecções. Em nosso laborató-rio, testou-se o fornecimento de gemas hiperimunes contra E coli enterotoxigênica em leitões recém nascidos. Os autores observaram maior concentração de imuno-globulinas no soro dos mesmos, 24 horas após o forneci-mento. O fornecimento contínuo (de 3 em 3 dias até os 12 dias) mostrou-se uma prática adequada para diminuir incidência de diarréia. Conduzimos também um experi-mento com leitões em fase inicial, onde β-glucanos mos-traram ter efeito imunomodulador, agindo como anti-inflamatório em reações agudas causadas por injeção de LPS. Este efeito se traduziu basicamente pela menor ele-vação de temperatura corporal e menor freqüência respi-ratória, sobretudo com doses de 280 g/ton de β-glucanos 70%.

Em aves, também os β-glucanos, ácidos orgânicos, e extratos de leveduras adicionados às rações têm sido es-tudados com o propósito de substituição de antimicrobianos.

Conclusão

Animais continuamente expostos a patógenos mes-mo que não apresentem sinais clínicos de doença produ-zem menos porque o seu metabolismo desvia-se dos pro-cessos produtivos para atender à demanda do sistema imune. A resposta imunológica é fundamental para a eli-

minação dos patógenos, porém afeta o desempenho pela diminuição no apetite e aumento da taxa metabólica.

Durante um estresse imunológico, as exigências nu-tricionais dos animais sofrem modificações. Uma nutri-ção adequada a esta fase pode auxiliar a resposta imune, eliminando patógenos mais rapidamente, e contribuin-do para uma menor queda de desempenho. Especial atenção deve ser dada à densidade energética da dieta, qualidade de ingredientes, relações entre aminoácidos, nível de inclusão de aminoácidos sintéticos, nível de áci-dos graxos poliinsaturados e de minerais e vitaminas da dieta. Os níveis ótimos destes nutrientes para uma me-lhor resposta imune ainda são motivo de estudo, porém sabe-se que os mesmos podem ser antígeno-dependen-tes e, portanto, variar em função do tipo de resposta a ser alcançada.

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26 Produção Animal | Avicultura

Ciência AvícolaCiência Avícola

Uma revolução pode estar começando na avicultura. Mais especificamente, na área do melhoramento

genético. A avicultura industrial evoluiu até aqui devido, ape-

nas, a uma seleção natural das espécies mais produtivas.

Agora, graças a um convênio firmado entre USDA, Co-bb-Vantress (Siloam, Arkansas, EUA) e Hendrix (Box-meer, Holanda), vai se avaliar a possibilidade de realizar esse trabalho genomicamente, isto é, a partir do DNA.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve conceder U$2,5 mi-lhões para a avaliação em larga escala da tecnologia de seleção de DNA na genética avícola. O custo total do projeto é U$10 milhões.

A seleção de linhagens através da análise de DNA a partir do ge-noma pode fornecer resultados mais rápidos e precisos, permitin-do maior aperfeiçoamento genético. Tais avanços - difí-ceis de ser percebidos com métodos tradicionais de re-produção – podem trazer grandes benefícios à indústria avícola.

Traços como densidade óssea, produtividade, bem-estar animal, eficiência alimentar, qualidade dos ovos, crescimento, robustez e resistência à doenças não são necessariamente hereditários e poderão ser seleciona-dos geneticamente.

Com início em outubro de 2008, a avaliação de campo terá a duração de quatro anos. Além da Cobb e da Hendrix, estão envolvidos no projeto universidades e institutos de vários países. A seleção genética também será adotada nas outras divisões de reprodução da Hendrix.

A Hendrix irá realizar avaliações de campo de tec-nologias para galinhas poedeiras, e a Cobb para frango

de corte. As duas empresas possuem as aves, as instala-ções e as habilidades para desenvolver um projeto em larga escala. As universidades e instituições irão apoiar o projeto através do conhecimento em genética quanti-tativa e tecnologia de DNA.

Os pesquisadores Hans Cheng, geneticista do USDA e especialista em doenças aviárias, e William Muir, Pro-fessor do Departamento de Ciências Animais da Uni-versidade de Pardue (Arkansas, EUA) e Ph.D em genética populacional, são os diretores do projeto.

Os animais com as melhores características serão se-lecionados com base em 60 mil marcadores genéticos (chamados de SNP’s ou Nucleótidos Polimorfos Indivi-duais), com auxílio das tecnologias dos chips de DNA.

Em programas de reprodução, a linhagem é selecio-nada pelo desempenho individual das aves, dos seus descendentes e de seus familiares relacionados a fatores como alimento e manejo. Os dados são avaliados e as melhores aves são escolhidas para o programa de me-lhoramento. Com a nova tecnologia de DNA, uma pe-quena gota de sangue de uma ave poderá produzir in-formações para o desempenho da prole.

Além das melhorias na qualidade e consistência do frango, o novo método irá criar um melhor entendi-

mento sobre a saúde e o bem-es-tar, importantes para a avicultu-ra mundial.

O Professor Muir lembra que devido ao tamanho e a impor-tância da indústria avícola, mes-mo pequenas melhorias na gené-tica podem significar uma grande vantagem para a competitivida-

de. “Este projeto é apenas um exemplo da promessa da biotecnologia para os produtores”, afirma.

Cobb e Hendrix firmam parceria com USDA para projeto de genética avícola

USDA vai conceder U$2,5 milhões para a avaliação em larga escala da tecnologia de seleção de DNA. O custo total

do projeto é U$10 milhões

Professor William Muir, da Universidade de Purdue, um dos diretores do projeto

Uso de nova tecnologia é uma inovação na avicultura

PARCEIROS NO PROJETOCobb-Vantress, Siloam Springs, Arkansas, EUA

Hendrix Genetics Research & Technology Centre,

Boxmeer, Holanda

USDA, East Lansing, Michigan, EUA

Purdue University, Lafayette, Indiana, EUA

Norwegian University of Life Sciences, Ås, Noruega

INRA, Toulouse, França

University of Wisconsin, Madison, EUA

University of Alberta, Edmonton, Canadá

Wageningen University, Wageningen, Holanda

DNA LandMarks Inc., Montreal, Canadá

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28 Produção Animal | Avicultura

AssociaçõesAssociações

Em reunião realizada em Porto Alegre, na sede da Associação

Gaúcha de Avicultura (ASGAV), em janeiro deste ano, representantes do setor avícola do RS discutiram os efeitos da redução na produção de frangos, conforme recomendação da entidade máxima do setor, a UBA, em 2008.

Em nota divulgada à imprensa, a ASGAV informou que os avicultores aplicaram a redução recomendada e

em alguns casos houve redução de quase 40% na produção. “A redu-ção aplicada foi necessária, mesmo trazendo riscos de mercado e opera-cional para o setor”, diz o comunicado.

De acordo com a entidade, a avicultura do RS está atenta às rea-ções do mercado e mantém máxima cautela na produção, já que a restri-ção na oferta decorrente da redução deve permanecer até a normalização

das exportações e a estabilidade na economia mundial.

José Eduardo dos Santos, Secre-tário Executivo da entidade, comen-ta: “Devemos continuar reduzindo a produção e valorizar ao máximo os produtos avícolas. As margens de preços dos supermercados podem sinalizar que temos condições de valorizar um pouco mais nosso tra-balho e os investimentos direciona-dos à produção”.

Segundo levantamento realizado pelo Sindicato das Indústrias de

Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), no último ano o estado exportou 915 milhões de toneladas de frango de corte contra 906 milhões de toneladas comercia-lizadas para o mercado externo por Santa Catarina, segundo colocado no ranking nacional. O número coloca a avicultura paranaense res-ponsável por 26,8% do volume das

vendas externas de frango do Brasil.

Em volume, as exportações paranaenses registraram crescimen-to de 7,83% em relação às 843

milhões de toneladas obtidas em 2007. Além disso, de acordo com a entidade, o setor comemora tam-bém o aumento de 29,02% no faturamento das vendas externas que corresponderam a US$ 1,622 bilhão em 2008.

O Presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, afirma que após um período de instabilidade devido à crise econômica mundial houve uma retomada no ânimo, com os preços ganhando estabilidade e com boas perspectivas para a renovação de contratos com mercados já consolidados.

A recomendação vinda da UBA e seguida pelo Sindiavipar foi a de reduzir em até 20% o alojamento de pintos de corte, uma decisão que se iniciou em outubro do ano passa-

do e que deve ser mantida até mar-ço deste ano. “Nossa expectativa é de aumentar em 10% os embarques do frango paranaense a partir de março de 2009, fruto principalmen-te da ampliação de aviários, indús-trias e estrutura de estocagem ocor-rida nos últimos anos pelo setor”, ressalta o Presidente.

Avicultura gaúcha se reúne para avaliar efeitos da crise

Paraná

Estado foi o maior produtor e exportador de frango do País em 2008, calcula Sindiavipar

Setor avícola paranaense está na expectativa de aumentar as vendas

externas após o primeiro trimestre de 2009

CARNE DE FRANGO Exportação paranaense e brasi-leira em cincos anos em volume

e receita

VOLUME (Milhões de toneladas)

Ano Paraná Brasil

2004 681, 6 2. 472, 8

2005 791, 2 2. 862, 1

2006 751, 2 2. 740, 9

2007 843, 7 3. 188, 9

2008 915, 4 3. 455, 8

RECEITA (US$ Milhões)

Ano Paraná Brasil

2004 683, 6 2.596, 1

2005 953, 8 3.512, 7

2006 867, 4 3.210, 9

2007 1.151, 4 4.633, 1

2008 1.622, 3 6.365, 4

Fonte: Sindiavipar

Rio Grande do Sul

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Produção Animal | Avicultura 29

Em parceria com uma

empresa priva-da, a Associa-ção de Avicul-tores do Oeste do Paraná (AAVIOPAR) informou que está oferecen-do descontos de até 30% sobre os valo-res praticados

no mercado para os sócios da enti-dade que fizerem o licenciamento ambiental do seu empreendimento avícola.

As licenças são exigidas para atividades ou empreendimento que utilizam recursos ambientais e/ou são capazes de causar degradação am-biental. Por ter potencial para afetar os recursos do meio ambiente a avicultura é uma atividade que re-

quer licenciamento. No PR, o órgão responsável por autorizar este proce-dimento é o Instituto Ambiental do Paraná, o IAP.

Márcio Bernartt, Secretário Exe-cutivo da AAVIOPAR, explica que o produtor que deseja fazer o licencia-mento deve se informar junto a sede da associação, através da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural (EMATER) ou pelo IAP para saber em qual porte o seu empreen-dimento se encai-xa. “Dessa forma é fornecido um rela-tório de documen-tos e projetos a serem adquiridos e elaborados pelo avicultor”, comenta.

De acordo com Bernartt, o licencia-mento para produ-tores com empre-

endimentos acima de 50 hectares pode custar, além das taxas mencio-nadas na tabela abaixo, de cem a três mil reais dependendo do tama-nho. Segundo o Secretário Executivo, para os avicultores que já possuem aviários, independente das dimen-sões, a regularização pode ficar em torno de dois mil reais (R$700 para licença ambiental e R$1.300 de outorga de água para produtores que já usam poço artesiano).

AAVIOPAR reduz custos com licenciamento ambiental

ABEF

Embora a avicultura brasileira tenha que recuar a produção da

carne de frango nos primeiros me-ses de 2009 e o cenário econômico internacional ainda apresente uma certa instabilidade, a Associação Brasileira dos Produtores e Exporta-dores de Frangos (ABEF) inicia o ano com importantes ações para acessar novos mercados e também para garantir a qualidade e a sanidade do produto que é exportado.

Visando aprimorar as atividades da entidade na União Européia, o Presidente da ABEF, Francisco Turra, esteve em Bruxelas, Bélgica, em janeiro último, com representantes da Comissão Européia e do Parla-mento Europeu e participou de uma conferência sobre Comércio Global e

Bem-Estar Animal. “Esta série de visitas faz parte da

estratégia da ABEF para reforçar a imagem do setor exportador de

carne de frango brasileira junto a União Européia, visando incrementar os negócios com este importante mercado”, comenta Turra.

Já o Diretor-Executivo da associa-ção, Christian Lohbauer, esteve na embaixada do Brasil no México. Na ocasião, o dirigente se reuniu com

diplomatas brasileiros e representan-tes dos importadores de carne de frango e também do setor avícola daquele País. “As importações mexi-canas do produto chegam a 500 mil toneladas anuais, sendo que 95% são fornecidas pelos Estados Unidos. Mas há espaço para o produto brasi-leiro, especificamente matéria-prima para a linha de embutidos”, destaca Lohbauer.

Segundo informações da asses-soria de imprensa da ABEF, ainda no primeiro mês deste ano, a comitiva comercial da entidade havia agenda-do reuniões com representantes da Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos, países que ficam ao Norte da África, para buscar novos compradores para a carne de frango do Brasil.

Em tempos de redução na produção, entidade prospecta novos mercados

Dirigentes da entidade buscam

firmar novos contratos

Paraná

Licenciamento Ambiental Valores estimados para áreas menores que 50 hectares*

Tamanho do empreendimento

Valor

Porte Micro: Até 1500 m² R$ 350,00 (Declaração de Dispensa de Licenciamento)

Porte Mínimo: De 1501 a 2500 m²

R$ 600,00 (Licença Ambiental Simplificada)

Acima de 2501 m² R$ 450,00 (Licença Ambiental Prévia) R$ 700,00 (Licença Ambiental de Instalação) R$ 450,00 (Licença Ambiental de Operação)

* Para avicultores que solicitaram créditos para construções novasFonte: AAVIOPAR

Márcio Bernartt

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Produção

ALOJAMENTO DE MATRIZES DE CORTE (MILHARES DE CABEÇAS)

UF Volume Var. % anual % do total

Paraná 11.301,021 22,92 23,27

Santa Catarina 8.611,440 6,73 17,73

São Paulo 8.027,926 12,37 16,53

Rio Grande do Sul 6.782,334 12,62 13,97

Minas Gerais 4.529,304 7,97 9,33

Goiás 3.163,384 25,43 6,51

Mato Grosso 1.855,454 24,99 3,82

Pernambuco 1.217,333 7,76 2,51

Mato Grosso do Sul 980,519 27,69 2,02

Bahia 671,205 -9,18 1,38

SUBTOTAL 47.139.920 14,23 97,07

Sul 26.694,795 14,65 54,97

Sudeste 12.748,390 10,33 26,25

Centro-Oeste 5.999,357 25,66 12,35

Nordeste 2.857,671 3,01 5,88

Norte 263,884 182,92 0,54

TOTAL NACIONAL 48.564.097 14,32 100,00

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

ALOJAMENTO DE MATRIZES DE POSTURA (MILHARES DE CABEÇAS)

UF Volume Var. % anual % do total

São Paulo 489,570 2,98 63,17

Minas Gerais 199,507 20,02 25,74

Rio Grande do Sul 67,754 51,91 8,74

Paraná 12,300 105,00 1,59

Rondônia 5,900 37,21 0,76

SUBTOTAL 775,031 11,27 100

Sudeste 689,077 7,39 88,91

Sul 80,054 58,21 10,33

Nordeste 0 0 0

Centro-Oeste 0 0 0

Norte 5.900 37,21 0,76

TOTAL NACIONAL 775.031 11,27 100,00

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

O alojamento de ma-trizes de corte em 2008 teve um incremento de 14,32%. A maior ex-pansão no alojamento foi registrada por MS, que tem uma participa-ção de 2,02% no total nacional.Chama atenção tam-bém o aumento do volume de matrizes alojadas na Região Norte (182,92%), ape-sar da participação no total nacional ser ainda menor que 1%.

30 Produção Animal | Avicultura

OBS.: Apenas os cinco estados mencionados alojaram matrizes de postura em 2008

O alojamento anual de matrizes de postura no ano que passou totali-zou 775.031 cabeças, aumentando 11,27% em relação a 2007.Apesar da menor ex-pansão no alojamento ter sido registrada por São Paulo (2,98%), este Estado continua detendo a maior par-ticipação no total na-cional.

Os 10 mais da avicultura bra regional do s

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sileira e o comportamento etor em 2008

ALOJAMENTO DE PINTOS DE CORTE (MILHARES DE CABEÇAS)

UF Volume Var. % anual % do total

Paraná 1.267,840 8,61 23,21

Santa Catarina 898,439 4,15 16,45

São Paulo 827,041 4,49 15,14

Rio Grande do Sul 820,896 9,14 15,03

Minas Gerais 401,078 8,51 7,34

Goiás 272,999 8,38 5,00

Mato Grosso do Sul 143,695 6,62 2,63

Mato Grosso 140,014 10,77 2,56

Pernambuco 134,579 5,08 2,46

Bahia 107,473 13,27 1,97

SUBTOTAL 5.014,054 7,15 91,79

Sul 2.987,175 7,37 54,68

Sudeste 1.344,712 4,6 24,62

Centro-Oeste 588,835 2,66 10,78

Nordeste 458,694 7,76 8,40

Norte 83,538 6,90 1,53

TOTAL NACIONAL 5.462,954 6,18 100

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

Produção Animal | Avicultura 31

ALOJAMENTO DE PINTAINHAS DE POSTURA (MILHARES DE CABEÇAS)

UF Volume Var. % anual % do total

São Paulo 19,036 -11,52 31,67

Minas Gerais 7,185 8,88 11,95

Rio Grande do Sul 4,940 0,92 8,22

Paraná 4,189 -5,99 6,97

Pernambuco 4,178 12,34 6,95

Espírito Santo 3,653 12,26 6,08

Ceará 2,865 12,35 4,77

Goiás 2,602 -5,04 4,33

Mato Grosso 2,163 44,68 3,60

Santa Catarina 1,497 -9,05 2,49

SUBTOTAL 52,308 -1,06 87,02

Sudeste 30,044 -4,65 49,98

Sul 10,627 -3,36 17,68

Nordeste 11,337 8,06 18,86

Centro-Oeste 5,800 11,60 9,65

Norte 2,301 14,14 3,83

TOTAL NACIONAL 60,111 -0,16 100

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

Não fosse a crise da economia, no ano pas-sado a produção e o alojamento de pintos de corte teriam alcança-do crescimento maior, já que em dezembro houve uma redução média de 6,76% no alojamento brasileiro, em relação a julho. O alojamento de pin-tos em 2008 cresceu 6,18% e fechou o ano em 5.462,954 bilhões de cabeças.

O setor de postura co-mercial encerrou 2008 registrando alojamento anual de 60,111 milhões de pintainhas de postu-ra, apenas 0,16% a me-nos que o registrado em 2007. São Paulo, cujo alojamento representa 31,67% do total nacio-nal reduziu em 11,52% o volume alojado.

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Produção

PRODUÇÃO DE PINTOS DE CORTE (MILHARES DE CABEÇAS)

UF Volume Var. % anual % do total

Paraná 1.309,923 9,25 23,95

Santa Catarina 934,467 4,24 17,09

São Paulo 927,629 5,72 16,96

Rio Grande do Sul 750,972 8,85 13,73

Minas Gerais 451,069 -1,38 8,25

Goiás 195,957 -2,76 3,58

Pernambuco 166,606 6,30 3,05

Mato Grosso 136,148 18,70 2,49

Mato Grosso do Sul 130,541 -1,40 2,39

Ceará 93,032 -2,19 1,70

SUBTOTAL 5.096,344 5,72 93,19

Sul 2.995,363 7,54 54,77

Sudeste 1.434,117 3,07 26,22

Centro-Oeste 513,898 3,73 9,40

Nordeste 445,440 7,65 8,15

Norte 79,813 20,97 1,46

TOTAL NACIONAL 5.468,631 6,15 100

Fonte: APINCO - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

EXPORTAÇÃO DE CARNE DE FRANGO (MIL TONELADAS)

UF Volume Var. % anual % do total

Paraná 978,735 16,04 26,87

Santa Catarina 975,415 9,75 26,77

Rio Grande do Sul 775,685 17,77 21,29

São Paulo 306,025 19,96 8,40

Goiás 161,387 11,23 4,43

Mato Grosso do Sul 124,251 8,06 3,41

Minas Gerais 121,408 6,43 3,33

Mato Grosso 107,559 23,70 2,95

Distrito Federal 69,132 53,32 1,90

Pernambuco 2,021 42,73 0,06

SUBTOTAL 3.621,618 16,90 99,41

Sul 2.729,836 14,18 74,93

Centro-Oeste 462,330 17,90 12,69

Sudeste 427,507 15,75 11,73

Nordeste

TOTAL NACIONAL 3.643,129 10,91 100,00

Fonte: SECEX - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

32 Produção Animal | Avicultura

Os 10 mais da avicultura brasileira e o comportamento regional do setor em 2008

A redução do ritmo produtivo no bimestre final do ano impe-diu que em 2008 a produção brasileira de pintos de corte che-gasse aos 5,5 bilhões de cabeças, como vinha sendo previsto até ou-tubro. O acumulado no ano ficou em 5,468 bilhões de cabeças, 6,15% a mais que o produzido em 2007.

O volume de carne de frango embarcada pelo Brasil no ano pas-sado (3,643 milhões de toneladas) foi re-corde apesar da queda verificada no último bimestre do ano, com expansão de 10,91% em relação a 2007. Em 2008, como in-cremento de 16,04% na exportação total, o Paraná passou a ocu-par o primeiro lugar no ranking nacional.

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Exportação

A Região Sul segue na liderança absoluta no ranking nacional (74,93% no volume e 73,71% na receita),

com 2.729,836 mil toneladas embarcadas, expansão de 14,18 sobre 2007. Os cortes foram o segundo item na pauta exportadora da região, mas é a carne de frango salgada que registrou maior expansão no volume em-barcado, 63,74%.

Já a avicultura paranaense fechou o ano de 2008 como recordista nas exportações (e também produção) de carne de frango, com uma pequena diferença em re-lação a Santa Catarina, segundo colocada no ranking

nacional. O Estado exportou 978,735 mil toneladas de carne de frango, contra 975,415 mil toneladas exporta-das por SC. Em termos de receita, no entanto, Santa Catarina continua na frente com vendas de 2.042,371 milhões de dólares, o que representa 29,40% do total nacional de 6.946,032 milhões de dólares.

A maior retração (-8,70) foi registrada no que se re-fere à exportação dos Estados desta região foi registrada nos embarques dos cortes de frango pelo Rio Grande do Sul, que neste ano embarcou 339,962 mil toneladas contra 372,366 em 2007.

A carne de frango na balança comercial dos Estados e grandes

regiões exportadoras

33 Produção Animal | Avicultura

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 2 6,56 2.751,048 28,95 1.448,904 3,40 37,01 39,77

Inteiro 5 3,81 1.597,495 51,54 961,745 12,47 23,00 26,40

Industrializado 18 1,08 451,681 27,32 142,854 6,14 6,50 3,92

Salgada 14 1,19 499,412 62,73 176,333 63,74 7,19 4,84

TOTAL 12,64 5.299,636 37,71 2.729,836 9,26 73,71 74,93

Sul

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 3 5,72 872,460 43,39 473,112 17,01 12,56 12,99

Inteiro 4 4,45 679,163 35,02 416,393 -1,72 9,78 11,43

Industrializado 39 0,45 69,348 75,69 23,782 53,93 1,00 0,65

Salgada 18 1,22 185,560 55,41 65,448 68,98 2,67 1,80

TOTAL 11,84 1.806,531 56,96 978,735 16,04 26,01 26,87

Paraná

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 8 3,33 614,770 10,6 339,962 -8,70 8,85 9,33

Inteiro 7 3,44 635,469 94,21 366,113 44,07 9,15 10,05

Industrializado 39 0,48 88,641 8,7 30,926 -3,74 1,28 0,85

Salgada 29 0,61 111,851 84,59 38,684 57,37 1,61 1,06

TOTAL 7,86 1.450,731 50,39 775,685 17,77 20,89 21,29

Rio Grande do Sul

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 1 15,31 1.263,817 30,42 635,830 1,81 18,19 17,45

Inteiro 6 3,43 282,863 26,69 179,238 1,11 4,07 4,92

Industrializado 5 3,56 293,691 25,65 88,146 1,34 4,23 2,42

Salgada 9 2,45 202,000 59,19 72,201 62,68 4,23 1,98

TOTAL 24,75 2.042,371 43,22 975,415 9,75 29,40 26,77

Santa Catarina

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34 Produção Animal | Avicultura

Exportação

A região Centro Oeste embarcou para o exterior 462,330 mil toneladas de carne de frango, regis-

trando expansão de 15,88% em relação a 2007. A recei-ta cambial alcançou 893,315 milhões de dólares, incre-mento de 51,73% sobre o ano anterior.

Goiás continua sendo o principal Estado desta re-

gião no que se refere às exportações de frango, com par-ticipação de 4,43% no total nacional. Foram 161,387 mil toneladas exportadas, com expansão de 11,23 sobre 2007. Chama atenção o incremento de 196,95% no vo-lume e de 257,03% na receita alcançados pelos embar-ques da carne salgada a partir de Goiás.

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 8 3,18 450,653 53,43 224,569 23,06 6,49 6,16

Inteiro 9 2,2 312,037 33,14 196,287 1,31 4,49 5,39

Industrializado 21 0,46 65,320 57,84 19,632 23,57 0,94 0,54

Salgada 22 0,46 65,305 238,76 21,842 219,21 0,94 0,60

TOTAL 6,3 893,315 51,73 462,330 15,88 12,86 12,69

Centro Oeste

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 10 0,83 64,542 97,71 37,888 61,07 0,93 1,04

Inteiro 7 1,00 78,382 20,02 50,514 -10,76 1,13 1,39

Industrializado 12 0,74 57,696 187,13 17,044 149,73 0,83 0,47

Salgada 30 8,20 5,500 463,16 2,112 407,69 0,08 0,06

TOTAL 10,77 206,120 74,61 107,558 23,70 2,97 2,95

Mato Grosso

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 5 8,2 171,777 33,15 75,515 3,84 2,47 2,07

Inteiro 7 3,32 69,619 30,42 36,918 -9,34 1,00 1,01

Industrializado 28 0,27 5,657 64,3 1,719 11,41 0,08 0,05

Salgada 13 1,35 28,323 198,65 10,099 211,41 0,41 0,28

TOTAL 13,14 275,376 48,18 124,251 8,06 3,96 3,41

Mato Grosso do Sul

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 2 19,76 32,768 29,06 17,133 5,41 0,47 0,47

Inteiro 1 52,23 86,599 149,27 51,999 80,33 1,25 1,43

TOTAL 71,99 119,367 98,51 69,132 53,32 1,72 1,90

Distrito Federal

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 5 4,44 181,564 70,22 94,033 34,36 2,61 2,58

Inteiro 10 1,89 77,437 -4,34 56,855 -15,89 1,11 1,56

Industrializado 54 0,05 1,967 -88,98 0,869 -88,44 0,03 0,02

Salgada 16 0,77 31,480 257,03 9,630 196,95 0,45 0,26

TOTAL 7,15 292,448 42,34 161,387 11,23 4,21 4,43

Goiás

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Produção Animal | Avicultura 35

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 30 0,57 328,006 20,35 204,041 1,51 4,72 5,60

Inteiro 52 0,30 173,829 164,25 101,984 88,56 2,50 2,80

TOTAL 0,87 501,835 48,33 306,025 19,96 7,22 8,40

São Paulo

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 36 0,32 77,35 7,56 47,769 -5,10 1,11 1,31

Inteiro 24 0,48 117,940 36,86 73,639 15,52 1,70 2,02

TOTAL 0,80 195,292 23,53 121,408 6,43 2,81 3,33

Minas Gerais

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 11 1,82 3.612,18 30,15 1.929,025 4,94 52,00 52,95

Inteiro 18 1,11 2.207,043 53,26 1.336,465 14,54 31,77 36,68

Industrializado 62 0,27 531,266 32,11 168,760 8,64 7,65 4,63

Salgada 51 0,30 595,539 67,31 208,880 67,96 8,57 5,73

TOTAL 3,50 6.946,032 39,66 3.643,129 10,91 100 100

Brasil

O crescimento de 11% sobre 2007 e o total exportado (3.643,129 bilhões de toneladas) em 2008 supera-

ram as expectativas iniciais da ABEF que, no final do ano retrasado, previa para o ano seguinte um incremen-to entre 6% e 8% sobre 2007.

Em receita, os embarques de carne de frango de 2008 ficaram próximos dos US$7 bilhões, o que significou au-mento de, praticamente, 40% sobre os US$4,973 bilhões de 2007.

Os cortes de frango permaneceram na liderança com

1,929 milhão de toneladas embarcadas (representando cerca de 53% do total) e aumento de 4,94% sobre 2007.

A carne de frango salgada, que somou 208.880 mil toneladas, registrou o maior acréscimo em 2008, 67,96%, mas seu volume representou menos de 6% do total exportado.

O frango inteiro (1,336 milhão de toneladas) e os industrializados (168.760 mil toneladas) registraram crescimento, respectivamente, de 14,54% e 8,64% sobre 2007.

Item exportado

Posição 1 Part.%1Valor Volume % do total nacional

US$ milhões Var. anual % Mil t Var. anual % Na receita No volume

Cortes 43 0,37 405,454 17,66% 251,883 0,19 5,84 6,91

Inteiro 54 0, 26 291,769 91,82 175,624 48,92 4,20 4,82

TOTAL 0,63 697,223 40,37 427,507 15,75 10,04 11,73

Sudeste

O Sudeste registrou participação no total nacional de 11,73% no volume e 10,04% na receita. Em 2008, o

frango inteiro embarcado por São Paulo registrou expan-

são de 88,56% no volume e pela primeira vez, passou a figurar entre os 100 principais produtos exportados pelo Estado, ocupando a 52ª posição na pauta exportadora.

1 - Posição e % de participação do item na pauta exportadora da região ou da UF; assim na Região Sul, os cortes foram o segundo item da pauta regional, o frango inteiro o quinto, os industrializados o décimo oitavo e a carne salgada a décima quarta

OBS.: Os números foram extraídos das informações divulgadas pela SECEX/MDIC, dujos dados sobre cada região ou UF abrangem apenas os 100 principais produtos exportados. É essa a razão pela qual as exportações de São Paulo se encontram resumidas ao frango inteiro e aos cortes: Os industrializados e a carne salgada não obtiveram colocação entre os 100 principais produtos da exportação paulista.

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Produção e mercado em resumoApesar da crise, em 2008 muitas projeções foram superadas. Mas o desafio, doravante, é ajustar a produção. Em busca do equilíbrio perdido

Um balanço de 2008 da avicul-tura de corte brasileira sob o ângulo, específico, da “pro-

dução prevista x resultados alcança-dos” revela que as “metas” projetadas foram superadas. Em novembro de 2007, por exemplo, a UBA apontava que, no ano seguinte, a produção de carne de frango iria aumentar 5%, as exportações 8% e a oferta interna 4%. Mas, na prática, a produção au-mentou mais de 7%, as exportações quase 11% e a oferta interna 5%.

Qual foi o erro, então, se – mesmo superadas as “metas” – os resultados econômicos do setor foram medíocres e, hoje, mantêm a atividade numa situ-ação crítica? O equívoco, parece, está no fato de que as previsões foram ape-nas otimistas, mas não realistas. Assim, como esperar expansão de apenas 5% na produção de carne de frango se, naquele ano (2007), o alojamento de reprodutoras de corte (base e indica-dor da futura produção de pintos de corte e de carne de frango) aumentou mais que o dobro disso (+10,63%)? Ou, ainda, como contar com novo au-mento de 4% no consumo interno se no ano anterior ele já havia aumenta-do quase 6%? Será que os brasileiros só iriam consumir frango?

Em suma, exceto pelas exporta-ções, as projeções iniciais para 2008

pecaram pelo otimismo. E todos em-barcaram nele. Dessa forma, a crise que envolveu a economia mundial no trimestre final de 2008 foi apenas um ingrediente acidental no drama en-frentado pelo setor. Ou será que al-guém (em sã consciência, claro) espe-rava que ainda em 2008 o mercado fosse capaz de absorver, em um único mês, mais de 520 milhões de pintos de corte ou cerca de 1,100 milhão de to-neladas de carne de frango?

É claro que, não fos-sem os problemas com a economia mundial, essa seria apenas mais uma das muitas crises já enfrentadas pelo setor. Ainda assim é provável que seria pior que todas as anterio-res, pois a desca-pitalização do se-tor (exceto, novamente, pelas exportações) vem desde o primeiro semestre do ano que passou.

E agora, José? Agora é trabalhar pela recuperação do equilíbrio

perdido. O que não vai ser nada fácil. Pois, independente da crise econômica mundial (ela, sempre ela), o setor con-tinua com uma capacidade de produ-ção (reprodutoras de corte alojadas em 2008) que supera enormemente todas as possibilidades de consumo. Assim, o esforço de contenção da produção precisará ser continuo. Ou durar até que o mercado comece a dar sinais de reversão.

36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

CARNE DE FRANGOProjeções iniciais e resultado final da produção, exportação e oferta interna em 2008

MILHÕES/T

20072008 RESULTADO

PREVISTO REAL PREVISTO REAL

Produção 10,305 10,820 11,033 5% 7%

Exportação 3,287 3,550 3,645 8% 11%

Oferta interna 7,018 7,299 7,387 4% 5%

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Produção Animal | Avicultura 37

Com a crise da economia e os reconhe-cidos excessos do ano, era grande a

expectativa de uma sensível redução no alojamento de matrizes de corte do últi-mo mês do ano. Mas isso não ocorreu, pois o volume do mês não foi muito dife-rente do registrado nos meses anteriores (3,998 milhões de cabeças). Assim, o ano foi encerrado com um total de 48,564 milhões de matrizes de corte,o que signi-ficou aumento de 14,32% sobre o aloja-mento de 2007.

Em relação ao que foi alojado 10 anos antes, em 1998 (25,059 milhões de matrizes de corte), o volume quase dobrou. Além disso, o índice de varia-ção registrado em 2008 foi o segundo maior registrado em uma década, ou seja, só ficou abaixo do observado em 1999, quando o total alojado aumen-tou 16,26%. E isso – não custa lembrar – desencadeou no ano seguinte (2000) uma das piores crises que a avicultura de corte brasileira já enfrentou.

Porém, mesmo se considerando que a diferença de expansão entre 1999 e 2008 é mínima (menos de dois pontos percentuais) e que, além disso, já existe

outra crise bem maior, a da economia, o incremento alcançado não precisa, ne-cessariamente, se traduzir em nova cri-se para o setor: quem faz o mercado é o volume de carne de frango produzi-

do, não as reprodutoras alojadas. As-sim, é suficiente manter adequada rela-ção entre matrizes em produção e carne de frango a produzir e o resultado será muito melhor do que se imagina.

MAtrizEs dE cortEAlojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007 2008 VAR. %

JAN 3,137 4,265 35,97%

FEV 2,962 3,852 30,06%

MAR 3,674 3,944 7,34%

ABR 3,444 3,953 14,78%

MAI 3,863 4,012 3,84%

JUN 3,358 4,037 20,22%

JUL 3,601 4,409 22,46%

AGO 3,527 4,348 23,28%

SET 3,347 3,866 15,52%

OUT 3,945 3,915 -0,77%

NOV 3,858 3,965 2,76%

DEZ 3,766 3,998 6,18%

NO ANO 42,482 48,564 14,32%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Alojamento de matrizes de corteVolume alcançado em 2008 registra o segundo maior índice de crescimento

em uma década

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38 Produção Animal | Avicultura

Fica adiada a ocasião em que a pro-dução brasileira de pintos de corte

irá alcançar ou ultrapassar, em apenas um exercício, a marca dos cinco e meio bilhões de cabeças.

Isso era previsto até outubro, quan-do a produção acumulada em doze me-ses chegou aos 5,493 bilhões de pintos de corte, volume que correspondia a uma média mensal de 458 milhões de cabeças. Mas a reversão no mercado externo forçou a redução da produção. E como em dezembro produziu-se pra-ticamente o mesmo volume real do mês anterior, o ano foi encerrado com uma produção total de pouco mais de 5,468 bilhões de pintos de corte.

Em 2008, a produção de pintos de corte poderia ter chegado a números bem superiores, pois o alojamento de matrizes de corte do ano anterior, que aumentou mais de 10%, gerou uma ca-pacidade produtiva da ordem de 5,750 bilhões de cabeças. Mas o primeiro sinal de que esse alto potencial se manteria parcialmente ocioso veio logo no início do ano quando, para neutralizar a alta produção de carne de frango do final de 2007 e princípio de 2008, a ativida-de viu-se obrigada a reduzir a produção de pintos, o que gerou maior ociosida-de no setor entre fevereiro e agosto.

O retorno à utilização plena do po-tencial instalado só ocorreria em setem-bro. Mas então veio a grande crise da economia mundial e o exercício foi en-cerrado com o maior nível de ociosida-de registrado desde 2000: em dezem-bro de 2008, utilização de apenas 85% do potencial de produção de pintos de corte instalado.

A atividade entra em 2009 com o mesmo alto nível de ociosidade regis-trado no último mês do ano anterior. Se o elevado potencial de 2008 foi decor-rência de um aumento considerado exagerado no alojamento de matrizes, o potencial de 2009 está sendo deter-minado por um incremento de 14,32%.

Produção de pintos de corteEmbora recorde, volume de 2008 não alcança os previstos 5,5 bilhões de cabeças

PiNtos dE cortEProdução brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007 2008 VAR. %

JAN 420,5 460,7 9,56%

FEV 390,8 427,9 9,48%

MAR 423,4 441,1 4,19%

ABR 414,3 429,0 3,56%

MAI 433,5 455,5 5,06%

JUN 418,8 437,0 4,34%

JUL 434,6 476,1 9,55%

AGO 444,8 484,3 8,88%

SET 424,4 485,3 14,33%

OUT 463,4 496,2 7,08%

NOV 431,5 431,7 0,04%

DEZ 451,8 443,8 -1,75%

NO ANO 5.152,0 5.468,6 6,15%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

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Produção Animal | Avicultura 39

A perspectiva de produzir-se, ainda em 2008 e em apenas um mês, vo-

lume superior a 1 milhão de toneladas de carne de frango fica postergada. Contrariando as expectativas iniciais e por força da redução na produção/alo-jamento de pintos de corte, o volume produzido no último mês do ano ficou em 975.672 toneladas, recuando 2,29% em relação a novembro. Em comparação ao mesmo mês do ano an-terior a expansão foi de 3,19%, bem mais modesta que os mais de 10% de variação anual registrados em outubro e novembro.

O resultado inferior, de toda forma, não impediu que o volume produzido no ano superasse os 11 milhões de to-neladas, como se previa. Com um adi-cional de 727.523 toneladas em com-paração ao ano anterior (10.305.236 toneladas), 2008 foi encerrado com um volume total de 11.032.759 toneladas, 7,06% a mais que a produzido em 2007.

Considerado elevado frente à dete-rioração mais recente das condições da economia, esse índice de crescimento se encontra aquém da média registrada no decênio 1998/2007, da ordem de

9% ao ano. Mesmo assim, indica ser perigosamente excessivo (independen-te, até, da crise econômica mundial), porquanto acumula, nos dois últimos anos, evolução de 18% - índice que, há de se convir, está restrito a bem poucas atividades econômicas.

Em resumo: ainda que a economia (no Brasil e no mundo) caminhasse como nos velhos tempos, a qualquer momento o setor seria forçado a refrear seu ímpeto produtivo. E agora a ade-quação deve acompanhar também o cenário macro econômico.

Produção de carne de frangocom incremento de 7% no ano, volume produzido alcança marca dos 11

milhões de toneladas

cArNE dE FrANGoProdução brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2007 2008 VAR. %

JAN 828,9 914,0 10,26%

FEV 749,8 866,3 15,53%

MAR 843,7 926,5 9,81%

ABR 835,3 880,0 5,35%

MAI 859,7 872,1 1,45%

JUN 851,6 861,8 1,20%

JUL 872,6 897,0 2,80%

AGO 871,8 923,8 5,96%

SET 866,9 926,5 6,88%

OUT 891,4 990,5 11,11%

NOV 887,9 998,6 12,46%

DEZ 945,5 975,7 3,19%

NO ANO 10.305,2 11.032,8 7,06%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

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40 Produção Animal | Avicultura

Com ligeira recuperação em relação ao mês anterior, os embarques de

carne de frango (cortes, frango inteiro, carne salgada e industrializados) soma-ram em dezembro de 2008, conforme a ABEF, 266.598 toneladas, aumentando 13,42% em relação a novembro. O mer-cado recessivo, porém, fez com que o volume do mês ficasse 11,11% abaixo do alcançado um ano antes, em dezem-bro de 2007, mês em que se exportaram 299.929 toneladas de carne de frango.

Com esse resultado e mesmo apre-sentando um fraco desempenho no bi-mestre final do ano (cerca de 140 mil toneladas a menos que no bimestre an-terior), as exportações do ano apresen-taram novo recorde: somaram 3,645 milhões de toneladas, o que representa crescimento de praticamente 11% so-bre 2007. Ou – bem mais significativo – quase 500% a mais que o exportado há apenas 10 anos (1998), ocasião em que os embarques do exercício ficaram pou-co acima das 616 mil toneladas.

Sob esse aspecto, aliás, o setor vinha embarcando, até outubro, um volume médio bimestral superior ao de todo o exercício de 1998 – perto de 630 mil to-neladas a cada dois meses, em média. Mas a crise mundial interrompeu esse ciclo virtuoso e os embarques do bimes-tre final de 2008 mal alcançaram as 500

mil toneladas.Ainda que não hajam sinais claros

quanto à retomada do mercado interna-cional, neste instante a ABEF prevê que as exportações de 2009 podem aumen-tar algo em torno dos 5%, superando ligeiramente a marca dos 3,8 milhões de

toneladas. Isso implica em embarques médios de quase 320 mil toneladas mensais que dificilmente serão alcança-dos no primeiro trimestre do ano e, por-tanto, vão solicitar volumes proporcio-nalmente maiores nos trimestres subseqüentes.

Exportação de carne de frangoVendas externas aumentaram 11% em 2008

cArNE dE FrANGoExportação brasileira em 24 meses

MILHÕES DE TONELADAS

MÊS 2007 2008 VAR. % ANUAL

JAN 209,2 274,9 31,40%

FEV 232,4 292,6 25,89%

MAR 303,6 313,2 3,18%

ABR 264,0 270,0 2,27%

MAI 275,2 361,4 31,33%

JUN 259,3 330,1 27,30%

JUL 284,0 339,4 19,49%

AGO 304,7 322,7 5,91%

SET 242,1 323,9 33,78%

OUT 313,4 315,6 0,72%

NOV 298,9 235,1 -21,36%

DEZ 299,9 266,6 -11,11%

NO ANO 3.286,7 3.645,5 10,92%%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

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Produção Animal | Avicultura 41

Para a avicultura de corte brasileira, 2008 foi encerrado com um fato

inusitado: sem considerar estoques an-teriores e embora ainda superior às 700 mil toneladas, a disponibilidade interna de carne de frango de dezem-bro (normalmente o de maior consu-mo do ano) foi inferior à do mês ante-rior, novembro. Mesmo isso, porém, não impediu que o volume total dispo-nibilizado no ano aumentasse 5,25% e chegasse aos 7,327 milhões de tonela-das, quase 75% a mais que a oferta interna registrada em 1998, da ordem de 4,241 milhões de toneladas.

Parece um incremento pequeno se observados os índices tradicionais de evolução dos vários segmentos que in-tegram a avicultura de corte brasileira. Mas essa variação corresponde a um incremento anual da oferta interna da ordem de 6% ao ano, ou seja, se en-contra muitíssimo acima do aumento vegetativo da população brasileira que, de acordo com o IBGE, vem crescendo a um ritmo inferior a 1,5% ao ano.

Isso significa que, a despeito de um incremento de quase 500% nas exportações de carne de frango desse período (pouco mais de 600 mil/t em 1998; 3,645 milhões/t em 2008), o produto ofertado internamente a cada

consumidor brasileiro não sofreu qual-quer regressão e, bem ao contrário, continuou apresentando grande ex-pansão. Grosso modo (porque há dú-vidas quanto ao real efetivo da atual população brasileira) pode-se afirmar que, entre 1998 e 2008,a disponibili-dade per capita de carne de frango teve incremento real da ordem de

50%.De 2007 para 2008 o incremento

real na disponibilidade per capita au-mentou quase 4%. O único senão é que esse aumento esteve concentrado no segundo semestre e, especialmen-te, no último trimestre do ano, o que significa altos estoques de passagem. Como no ano passado.

disponibilidade interna de carne de frangoExpansão de 5,25% no ano garante aumento real na oferta per capita

cArNE dE FrANGoDisponibilidade interna em 24 meses

MILHÕES DE TONELADAS

MÊS 2007 2008 VAR. % ANUAL

JAN 619,7 639,1 3,13%

FEV 517,5 573,8 10,88%

MAR 540,1 613,2 13,53%

ABR 571,3 610,0 6,77%

MAI 584,5 510,7 -12,62%

JUN 592,2 531,6 -10,23%

JUL 588,6 557,6 -5,27%

AGO 567,0 601,1 6,00%

SET 624,7 602,6 -3,55%

OUT 578,1 674,8 16,74%

NOV 589,0 763,5 29,63%

DEZ 645,6 709,1 9,83%

NO ANO 7.018,5 7.387,2 5,25%

Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

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42 Produção Animal | Avicultura

Mantendo, no final do exercício, o mesmo dinamismo observado na

maior parte do ano, o alojamento de matrizes de postura encerrou 2008 com uma expansão de 11,27%, índice que corresponde a um plantel total de 775.031 cabeças.

Nesse alojamento, 527.814 aves, 68,1% do total, corresponderam a ma-trizes de linhagens produtoras de ovos brancos. Elas apresentaram, no ano, ex-pansão de 9,98%. Já o incremento das matrizes de linhagens produtoras de ovos vermelhos (247.217 cabeças, 31,9% do total) foi mais expressivo, de 14,12%.

Apesar, porém, do aumento médio de 11,27% - bastante significativo e não muito diferente do aumento de 14,32% ocorrido com as matrizes de corte – a ex-pansão registrada não causa maiores preocupações na cadeia produtiva do ovo. Isso acontece porque o plantel re-produtor ainda é um dos menores da dé-cada, permanecendo inferior também, por exemplo, ao registrado dez anos atrás, em 1998, quando o alojamento do ano ficou em 851.401 matrizes de postura, quase 10% a mais que o aloja-do em 2008.

Em relação ao recorde histórico do setor – 1.006.281 matrizes de postura

em 2000 – os números do ano passado continuam sendo quase um quarto infe-riores, o que assegura ao setor de postu-ra limitada expansão na produção de po-edeiras e, com isso, maior equilíbrio no mercado de ovos, agora com indiscutí-veis possibilidades de expansão, graças ao incremento das exportações e, no ní-

vel interno, à criação da Ovos Brasil, que vem promovendo o consumo do produto.

Resta, porém, que o setor não sofra a inesperada concorrência do ovo prove-niente do setor de corte que, em 2008, causou sérios problemas econômicos a todo o setor produtivo do ovo.

Alojamento de matrizes de posturaApesar do aumento de 11% em 2008, um dos menores volumes da década

MAtrizEs dE PostUrAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS 2007 2008 VAR. %PART. OVO BRANCO

2007 2008

JAN 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45%

FEV 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95%

MAR 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29%

ABR 23,304 42,813 83,72% 56,66% 69,68%

MAI 83,167 83,202 0,04% 74,63% 81,46%

JUN 95,915 104,611 9,07% 63,49% 68,73%

JUL 53,253 58,108 9,12% 64,66% 69,68%

AGO 63,392 45,253 -28,61% 85,02% 31,33%

SET 67,212 32,233 -52,04% 43,68% 61,20%

OUT 24,339 78,722 223,44% 55,63% 69,35%

NOV 40,126 47,700 18,88% 91,92% 66,04%

DEZ 50,503 44,380 -12,12% 80,03% 71,16%

NO ANO 696,537 775,031 11,27% 68,90% 68,10%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

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Produção Animal | Avicultura 43

Tornou-se extremamente monóto-mo comentar a evolução do aloja-

mento de pintainhas de postura. Por-que, graças a um pacto firmado dentro do setor e que vem sendo mantido há mais de dois anos, desde 2007 o aloja-mento mensal permanece em torno dos cinco milhões de cabeças, o que faz com que os alojamentos anuais e os acumulados em qualquer período de 12 meses, girem em cerca de 60 mi-lhões de cabeças.

No fechamento de 2008 foi assim. O alojamento de dezembro ficou em cerca de 5,083 milhões de cabeças e o volume do ano ficou em, aproximada-mente, 60,112 milhões de pintainhas de postura, quantidade 0,16% inferior à registrada no ano anterior e, também, o menor volume dos últimos seis anos. Em relação ao maior volume histórico já alojado pelo setor (67,782 milhões de cabeças em 2005), o alojamento mais recente foi 11% inferior.

Do volume alojado em 2008, pouco mais de 44 milhões de pintainhas fo-ram de linhagens destinadas à produ-ção de ovos brancos e 16 milhões de cabeças, corresponderam a pintainhas produtoras de ovos vermelhos.

Embora se ressalte que o equilíbrio no alojamento de pintainhas de postu-ra date de pouco mais de dois anos, é

interessante observar que, comparati-vamente aos demais segmentos da avi-cultura de corte e de postura, os aloja-mentos de pintainhas comerciais de postura têm sido muito mais equilibra-dos. Assim, o total de 2008 ficou ape-nas 4% acima do volume alojado em 1998, enquanto o volume médio regis-trado entre 1998 e 2008 ficou em 60,7

milhões de cabeças.Desse equilíbrio tem resultado, na-

turalmente, maior equilibrio também na área econômica. Que ainda não atingiu os níveis previstos devido, pri-meiro, à concorrência imprevista do ovo vindo da área de corte e, agora, às dificuldades porque passa a economia mundial.

Alojamento de pintainhas de posturaQuase similar ao de 2007, volume de 2008 é o menor dos últimos seis anos

PiNtAiNHAs coMErciAis dE PostUrAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007 2008 VAR. %% OVO BRANCO

2007 2008

JAN 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11%

FEV 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17%

MAR 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51%

ABR 4,980 5,127 2,94% 73,53% 71,79%

MAI 4,960 4,788 -3,47% 74,17% 73,83%

JUN 5,142 4,955 -3,63% 74,39% 72,25%

JUL 5,078 5,237 3,14% 74,30% 72,35%

AGO 5,091 4,895 -3,85% 74,48% 73,25%

SET 5,074 5,135 1,22% 72,28% 74,34%

OUT 5,166 5,015 -2,92% 73,26% 72,88%

NOV 5,105 4,811 -5,77% 73,80% 73,22%

DEZ 5,017 5,083 1,31% 75,79% 74,79%

NO ANO 60,210 60,112 -0,16% 74,51% 73,28%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

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44 Produção Animal | Avicultura

FrANGo ViVoEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JANEIRO/2008 1,52 14,28% -7,88%

FEVEREIRO/2008 1,38 -22,90% -9,21%

MARÇO/2008 1,24 -20,00% -10,14%

ABRIL/2008 1,33 -2,20% 7,26%

MAIO/2008 1,61 34,17% 21,05%

JUNHO/2008 1,78 27,14% 10,55%

JULHO/2008 1,89 12,50% 6,18%

AGOSTO/2008 1,94 5,43% 2,64%

SETEMBRO/2008 1,85 10,12% -4,64%

OUTUBRO/2008 1,63 1,87% -11,89%

NOVEMBRO/2008 1,74 12,25% 6,75%

DEZEMBRO/2008 1,62 -1,82% -6,90%

JANEIRO/2009 1,68 10,52% 3,70%

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2005 1,35 -8,72%

2001 0,97 6,47% 2006 1,16 -14,70%

2002 1,13 16,49% 2007 1,55 33,62%

2003 1,45 28,31% 2008 1,63 5,16%

2004 1,49 2,75% 2009* 1,68 3,06%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

* Até 31 de janeiro de 2009

E nquanto, normalmente, o frango vivo experimenta, a cada novo ja-

neiro, queda de preços em relação a dezembro do ano anterior (nos últimos dez anos o preço médio correspondeu a 91,7% do valor alcançado no mês das Festas, como mostra o gráfico abaixo), em 2009 a situação foi total-mente diferente. Primeiro, porque a cotação alcançada no início do segun-do decêndio de dezembro de 2008 (isto é, antes do Natal) se manteve por toda a primeira quinzena de janeiro úl-timo; segundo, porque ao contrário do aguardado (natural queda de preços na segunda metade do mês), o merca-do reagiu mal iniciada a segunda quin-zena, fechando o mês em condições firmes e com valorização de 3,70% em relação ao mês anterior e de 10,52% em relação a janeiro de 2008.

Isso não quer dizer que a situação econômica do setor tenha melhorado, ou que o pior já tenha passado. Ao contrário. Afinal, apesar da recupera-ção, o valor médio do mês ainda ficou mais de 13% abaixo do máximo alcan-çado em 2008 (R$1,94/kg em agosto). Além disso, o corte absoluto do crédi-to (até para capital de giro) decorrente da crise econômica agravou a descapi-talização que vinha desde o começo de 2008, a ponto de colocar muitas empresas em posição insustentável.

Ainda assim rompeu-se (em plena crise da economia) o que sempre foi verdadeira “síndrome de janeiro”. E por quê? Porque – como defendem há décadas alguns segmentos da avicul-tura de corte – reduziu-se significativa-mente a produção de pintos de corte no bimestre final do ano – o que resul-ta em uma natural (e mais do que nun-ca bem-vinda) redução da oferta no bimestre inicial do ano novo, de hábito o mais recessivo de cada exercício.

Estatísticas e Preços

desempenho do frango vivo em janeiro de 2008Em 2009, o melhor de muitos janeiros

FrANGo ViVoPrEço Histórico (MédiA 1999/2008) E AtUAl (2009)

Média 1999/2008 (dezembro do ano anterior igual a 100)

Preço médio mensal em 2009 (R$/kg, granja, interior paulista)

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Produção Animal | Avicultura 45

U ma avaliação do comportamento do mercado nos últimos dez anos

mostra (gráfico abaixo) que o preço al-cançado pelo ovo em janeiro de cada ano corresponde, em média, a 87,6% do valor registrado em dezembro do ano anterior, habitualmente o melhor de cada exercício. Isso considerado, o resultado de janeiro passado foi me-lhor do que a média, visto que a cota-ção alcançada no mês, embora inferior como de hábito, ficou a 95% do preço do mês anterior.

A constatação, porém, é equivoca-da. Porque janeiro não foi melhor e, sim, dezembro é que foi muito pior (na média, os preços de dezembro são 14% superiores aos do mesmo mês do ano anterior; em 2008, registraram forte recuo e encerraram o exercicio com valor equivalente a 87% do alcan-çado um ano antes, 27 pontos percen-tuais abaixo da média) . Dessa forma, janeiro de 2009 foi, também, um mês sofrível para o ovo, que encerrou o pe-ríodo com perda, igualmente, sobre ja-neiro de 2008.

O resultado, naturalmente, é típico de todo novo exercício. Mas, desta vez, vem sendo agravado pelas incertezas da economia e, sobretudo, pela con-corrência vinda da avicultura de corte, que continua a disponibilizar no mer-cado, para industrialização, ovos fér-teis não incubados pelo setor.

Em 2008, quando a Quaresma foi uma das mais precoces de todos os tempos (início nos primeiros dias de fe-vereiro), o produto experimentou rápi-da e forte valorização entre janeiro e fevereiro, acabando por registrar no segundo mês do ano a melhor cotação do ano que passou.

Em 2009, como o Carnaval é mais tarde, a valorização maior tende a ficar para março. Mas como em fevereiro ocorre um quase total retorno do con-sumidor às atividades normais, os pre-ços também tendem a uma imediata reativação.

oVo BrANco EXtrA Evolução de preços no atacado paulista – r$/caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JANEIRO/2008 38,69 27,69% -14,59%

FEVEREIRO/2008 50,71 29,20% 31,07%

MARÇO/2008 50,30 22,14% -0,81%

ABRIL/2008 39,63 4,76% -21,21%

MAIO/2008 44,60 19,86% 12,54%

JUNHO/2008 45,82 5,19% 2,73%

JULHO/2008 47,50 12,74% 3,67%

AGOSTO/2008 45,98 6,09% -3,20%

SETEMBRO/2008 43,25 12,57% -5,93%

OUTUBRO/2008 37,92 1,69% -12,32%

NOVEMBRO/2008 39,36 5,78% 3,80%

DEZEMBRO/2008 39,69 -12,38% 0,84%

JANEIRO/2009 37,40 -3,33% -5,76%

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2005 33,48 -2,87%

2001 24,07 4,11% 2006 27,48 -17,92%

2002 27,88 15,83% 2007 39,42 43,45%

2003 39,67 42,29% 2008 43,62 10,65%

2004 34,47 -13,11% 2009* 37,40 -14,26%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

* Até 31 de janeiro de 2009

desempenho do ovo em janeiro de 2008incertezas e concorrência frearam valorização do produto

oVo EXtrA BrANcoPrEço Histórico (MédiA 1999/2008) E AtUAl (2009)

Média 1999/2008 (dezembro do ano anterior igual a 100)

Preço médio mensal em 2009 (R$/caixa, atacado paulista)

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Ponto Final

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N ão é segredo para mercado nenhum que nós, brasileiros, temos a avicultura mais eficiente do mundo. Conseguimos essa

proeza graças a uma interação entre empresas privadas, órgãos públicos e técnicos competen-tes. Tanto em questões sanitárias, quanto zoo-técnicas e comerciais, detemos um sistema ple-namente gerenciado com responsabilidade empresarial, profissional, com margens de erros extremamente restritas.

Para manter esse status torna-se necessário fortalecer os serviços oficiais e privados, objeti-vando manter o padrão de excelência que já alcançamos.

Vejam, por exemplo, nossos índices zootéc-nicos. Temos potencial genético para alcançar 2.600g/aves aos 41 dias de idade com ganho mé-dio diário de 62g e conversão alimentar de 1,5. Nossa capacidade de alojamento supera os 520 milhões de pintos por mês. Temos buscado re-duzir nossa produção em 20% por conta da cri-se. Isso, porém, só reflete nossa capacidade de organização frente às oscilações de mercado.

E vamos bem nesse sentido. Nossa produção encerrou 2008 com 10,9 milhões de toneladas, ou 6,99% a mais que em 2007. Em torno de 7,2 milhões desse total foi para o mercado interno, atingindo um consumo per capta de 38,9kg, 2,9% maior que no ano anterior.

Mesmo estando bem posicionados e sem re-gistros de doenças emergenciais, como a gripe aviária e a doença de Newcastle, temos que nos ater a acertar problemas estruturais que nos dei-xam vulneráveis.

Precisamos, por exemplo, intensificar o pro-grama de vigilância ativa, para Doença de New-castle e Influenza Aviária e também aumentar o número de laboratórios públicos e privados cre-denciados para estas enfermidades.

Deve haver mais investimento em sanidade animal nos Estados, com melhoria na infra-es-trutura (veículos, computadores, barreiras fixas e móveis) e, sobretudo, contratar e remunerar melhor os veterinários que atuam em defesa sa-nitária. Deve-se também intensificar a vigilância sanitária em fronteiras que, sob meu ponto de vista, tem um papel fundamental na manuten-ção do “status” sanitário do plantel avícola

brasileiro.Por outro lado, é muito importante que os

principais aeroportos brasileiros sejam equipa-dos com detectores de matéria orgânica e inci-neradores, prevenindo, desta forma, situações de risco que possam acontecer.

Precisamos também fortalecer os GEASES es-taduais com treinamento e simulações de focos. Os comitês estaduais de Sanidade avícola devem promover uma melhor interação entre veteriná-rios do serviço oficial e os privados, visando a sanidade avícola, como também modernizar e atualizar a legislação sanitária.

A UBA em conjunto com o MAPA, tem pro-movido grandes esforços no sentido de blindar o setor perante crises sanitárias. Um dos projetos idealizados pela entidade e que estão em estágio avançado de estruturação é a compartimentação da produção, criando eixos de monitoramento sanitário dos pólos produtivos, o que tornará mais rápido as ações de controle em momentos de crise sanitária.

Há também o Programa Nacional de Preven-ção à Influenza Aviária e Doenças de Newcastle, auditado pelo Ministério de Agricultura e com forte envolvimento da UBA. Pelo programa – que deverá estar ativo já nos próximos dias – será possível avaliar as estruturas de cada Estado segundo notas, que vão de A a E, consolidando desta forma, o programa de regionalização.

Estes são exemplos de rapidez de atitude que o país precisa seguir. Temos que ser mais efetivos em construir ou recuperar estruturas, como o Porto de Itajaí, por onde sai 45% de nossas ex-portações, ou criar uma plataforma de exporta-ção e importação de material genético melho-rando a infra-estrutura do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

Neste sentido a UBA já está trabalhando com técnicos da Infraero e do MAPA para viabilizar esta proposta.

Somos eficientes, mas não podemos nos aco-modar. O mercado é volátil, e se não seguirmos o ritmo e nos precavermos contra possíveis cri-ses, ficaremos facilmente vulneráveis. Não pode-mos por em risco nossa eficiência e nossos mer-cados, algo que demoramos tanto para conseguir.

Aperfeiçoando a liderança

Antonio Guilherme Machado de Castro

é pesquisador científico VI, Diretor do CAPTAAD do Instituto Biológico e Vice-Presidente Técnico Científico da UBA

Mesmo sem registros de doenças emergenciais temos que acertar problemas estruturais que nos deixam vulneráveis

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