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o jovem jp maia [4] dossier [8] especial [10] Fizemos o balanço do último ano de mandato A JP Maia foi a votos para reconduzir Manuel Oliveira e a sua equipa na liderança da estrutura. Nesta edição fazemos o balanço do último ano de mandato. Quase não tínhamos espaço para tudo… O sucesso das Charter Schools Criado nos EUA, este modelo educativo, que oferece uma alternativa inovadora ao tradicional modelo de escola pública, está a ganhar cada vez mais adeptos, mas ainda continua desconhecida em Portugal. Um ano de trabalho da distrital de Lisboa Há cerca de um ano, a distrital de Lisboa estava adormecida. Luís Chiti decidiu então encabeçar um projecto que devolveu a vida ao distrito e que reafirmou a Juventude Popular por terras alfacinhas. Nº 32 | Ano XXV | Agosto de 2010 www.jpmaia.org [email protected] entrevista [12] Manuel Oliveira Após um ano excepcional, sem comparação na história da concelhia, Manuel Oliveira prepara-se para iniciar o seu segundo mandato à frente da Juventude Popular da Maia. Em tempo de balanço e construção de novas expectativas, o presidente da estrutura respondeu às perguntas d’O Jovem, e afirma o desejo de ver concelhia que lidera ser sempre a referência.

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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.org

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Page 1: 32 O JOVEM [Agosto2010]

o jovem

jp maia [4] dossier [8] especial [10]

Fizemos o balanço do último ano de mandato

A JP Maia foi a votos para reconduzir Manuel Oliveira e a sua equipa na liderança da estrutura. Nesta edição fazemos o balanço do último ano de mandato. Quase não tínhamos espaço para tudo…

O sucesso das Charter Schools

Criado nos EUA, este modelo educativo, que oferece uma alternativa inovadora ao tradicional modelo de escola pública, está a ganhar cada vez mais adeptos, mas ainda continua desconhecida em Portugal.

Um ano de trabalho da distrital de Lisboa

Há cerca de um ano, a distrital de Lisboa estava adormecida. Luís Chiti decidiu então encabeçar um projecto que devolveu a vida ao distrito e que reafirmou a Juventude Popular por terras alfacinhas.

Nº 32 | Ano XXV | Agosto de 2010

www.jpmaia .orgimprensa@jpmaia .org

entrevista [12]

Manuel Oliveira

Após um ano excepcional, sem comparação na história da

concelhia, Manuel Oliveira prepara-se para iniciar o seu segundo

mandato à frente da Juventude Popular da Maia.

Em tempo de balanço e construção de novas expectativas, o

presidente da estrutura respondeu às perguntas d’O Jovem, e afirma

o desejo de ver concelhia que lidera ser sempre a referência.

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2222 primeira páginaprimeira páginaprimeira páginaprimeira página agosto 2010 | o jovem

EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL Tiago LoureiroTiago LoureiroTiago LoureiroTiago Loureiro | Editor d’O Jovem

No reino do vácuoNo reino do vácuoNo reino do vácuoNo reino do vácuo

Há dias, aquando de uma visita à página de facebook da JP da Póvoa de Varzim, pude aproveitar mais um pedaço do bom serviço público que por lá se faz ao ser conduzido para uma reportagem em que a Câmara Municipal do Porto se insurgia contra as pinturas de cariz político nas paredes da cidade. Dizia o presidente da autarquia portuense que não se pode andar a pintar as paredes em nome da liberdade de expressão, correndo o risco de transformar esse direito numa mera forma de sujar as paredes dos outros. Em resposta, os visados referiam o facto de muitas dessas paredes estarem também sujas com cartazes de propaganda a eventos da Câmara do Porto. No mundo da propaganda política, pinturas e cartazes são muitas vezes uma arma usada. Infelizmente. É que nesta troca de acusações encontro um denominador comum que merece a minha concordância: seja através de pinturas ou da colagem de cartazes, este método de divulgação de mensagens não passa de um mau serviço com contornos de violação abusiva do que é colectivo – no caso dos espaços públicos – e do que é pertença do outro, quando se trata de propriedade privada, e que torna tudo muito mais grave. Numa altura de enorme desilusão popular com as estruturas partidárias, escolher fazer passar a mensagem através destes métodos, mais do que ser rudimentar, apresenta-se ao público como uma forma facilitista e despreocupada com que o poder político o olha. Não é à toa que o CDS veio propor há pouco tempo a proibição deste tipo de propaganda. É que, ao invés de procurar sair à rua e promover o contacto com as pessoas ou apresentar e esclarecer soluções, pinturas e cartazes apenas apresentam clichés, muitas vezes contendo até informação errada, num “toma lá e cala” que não dignifica a capacidade intelectual e política exigível aos seus responsáveis e que baixam o nível de fazer política dos seus principais defensores.

Keep it real!Keep it real!Keep it real!Keep it real!

Não me acusem de falta de modéstia porque o que se segue é a mera constatação de um facto: o jornal O Jovem

é uma referência no mundo das “jotas” em Portugal. Cada uma das suas edições vai recebendo a chegada dos olhares de novos leitores e despertam cada vez mais críticas, que me vão chegando através do e-mail respectivo que, todos os meses, exibimos na capa do jornal. Todas elas são legítimas e provocam em mim o efeito construtivo necessário para fazer desta uma publicação cada vez melhor. O único tipo de crítica que me provoca reacções diferentes, nomeadamente de riso pela sua singularidade e de pena pela sua pobreza, são as opiniões ignorantes. Por exemplo, há muito quem diga que O Jovem tem por obrigação ser imparcial e recomende ao seu editor seguir nesse mesmo diapasão. Mas, novidade das

novidades, esta publicação, quem nela escreve e quem a edita, seguem o seu mais elementar direito a uma liberdade de expressão plena. As opiniões nele expressas são, tal e qual como aparecem, um pleno direito de quem as dá. Quem é convidado a participar n’O Jovem, só me dá essa honra se bem lhe apetecer. Ou seja, quem escreve n’O

Jovem para dar a sua opinião, pode perfeitamente vincula-la a facções ou tomar partido de uma coisa qualquer. Por exemplo, na última edição, não faria sentido que o Sérgio Lopes tivesse escondido a sua vaidade pela plenitude de Braga, ou que o Micha tivesse escondido o seu orgulho pelo seu primeiro ano de mandato. Cada um puxa a brasa à sua sardinha. Tudo normal. E quem lê tem de perceber isso. Outra grande novidade: O Jovem está perfeitamente identificado com uma concelhia de uma organização política claramente definida e com um programa e um conjunto de princípios que não quer esconder. Tentar fazer d’O Jovem uma publicação imparcial é – como hei-de dizer de forma fácil para que me percebam? – vá, impossível! O compromisso d’O Jovem é com a JP e com a Maia. Se esta explicação não foi suficiente, o e-mail continua disponível para quem me quiser contactar.

Nada como escrever isto numa edição que saiu bem “caseirinha”. Na capa vem o nosso Manel e em destaque “apenas” quatro páginas que resumem o trabalho de todo um ano de mandato da JP Maia. Um mandato que fez desta concelhia a referência da JP, e que me enche de orgulho enquanto militante que já cá anda há algum tempo e que já viu de tudo. Mas nunca tinha visto um mandato tão produtivo, uma liderança tão capaz, uma equipa tão forte qualitativa e quantitativamente e um ambiente de trabalho e de amizade tão bom. Nunca tinha visto o prazer da descoberta de todas as coisas novas que conseguimos: um novo presidente, novos militantes, um novo núcleo, um novo site, uma nova imagem, um novo estilo, uma nova atitude. Nunca tinha visto uma concelhia tão agarrada às suas origens e preocupada com a sua realidade, sem ceder às ilusões dos cargos em orgãos nacionais ainda hoje ocupados por mérito próprio por militantes como o Manel, o Nuno e eu próprio. Nunca vi tanta humildade e auto-estima funcionarem tão bem juntas e em tamanho equilíbrio. Nunca tinha visto tanta e tão boa Juventude Popular na minha Maia. Há um ano iniciamos um caminho de sonho. Está na hora de continuar a mantê-lo realidade.

Nunca tinha visto um mandato tão produtivo, uma liderança tão capaz, uma equipa tão forte e um ambiente de trabalho e de amizade tão bom. Nunca tinha visto tanta JP na Maia!

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o jovem | agosto 2010 diário jpdiário jpdiário jpdiário jp 3333

Enquanto outros aproveitam o mês de Agosto para ir a banhos, a Juventude Popular não pára, nomeadamente através do seu presidente e deputado, Michael Seufert. Fica a conhecer a actualidade de Verão da JP!

Comunicado sobre a tragédia dos incêndios Perante a época de incêndios que assola o país, a

Juventude Popular lançou um comunicado onde diz ser

incompreensível que num país onde o património

florestal poderia ter um impacto muito positivo na

economia e ter um valor ambiental fortíssimo, se

continue a apostar em politicas reactivas ao invés de

politicas preventivas, como se esperaria de um governo

responsável. Neste comunicado, a JP defende, por

exemplo, uma forte aposta na manutenção de florestas

limpas, levada a cabo por titulares de RSI, reclusos,

desempregados, uma medida com carácter integrador

na sociedade.

Encerramento da Escola Móvel O presidente e deputado da Juventude Popular

questionou o Ministério da Educação sobre o

encerramento da Escola Móvel, um projecto que

servia crianças de família itinerantes sem condições

de frequentar o ensino regular. Segundo Michael

Seufert, “argumentar que estes meninos custavam

muito dinheiro ao estado e que voltar ao sistema

antigo é solução, corresponde a tirar o estado de onde

ele pode fazer a diferença: nos nichos dos nichos para

os quais não há solução de mercado”.

Solução JP para o fecho das escolas Através de um texto da militante da JP de Coimbra,

Lúcia Santos, a JP entende que “a lógica

economicista não pode sobrepor-se ao bem-estar das

crianças e das suas famílias, nem pode ignorar a

diversidade do nosso país e tem necessariamente de

assegurar que o estabelecimento de ensino de

acolhimento corresponda de facto a um novo

equipamento educativo, de garantir a razoabilidade

das deslocações diárias dos alunos e de prever os

mecanismos de financiamento que permitam apoiar

as autarquias locais a suportar os custos associados à

aplicação desta medida”.

A JP chumba a Ministra da Educação, Isabel Alçada A Juventude Popular lança a mensagem: a Ministra

da Educação, Isabel Alçada, chumbou sem prova de

recuperação que a valha. A JP exige um sistema de

educação baseado no rigor, na exigência e no

mérito. Por isso, a JP contesta o encerramento

indiscriminado de escolas, os mega-agrupamentos,

os vergonhosos “saltos do 8º para o 10º ano e o

inacreditável fim dos chumbos. Uma mensagem que

urge divulgar!

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4 4 4 4 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia agosto 2010 | o jovem

A Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou o seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês

de Julho. de Julho. de Julho. de Julho. Durante esse períodoDurante esse períodoDurante esse períodoDurante esse período, a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho incomparávelincomparávelincomparávelincomparável, , , ,

destacandodestacandodestacandodestacando----se como uma concelhia se como uma concelhia se como uma concelhia se como uma concelhia exemplaexemplaexemplaexemplarrrr no seiono seiono seiono seio da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do

início do novo mandatoinício do novo mandatoinício do novo mandatoinício do novo mandato, fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um anananano que se pauto que se pauto que se pauto que se pautou por uma ou por uma ou por uma ou por uma

qualidade sem igualqualidade sem igualqualidade sem igualqualidade sem igual na histna histna histna históóóóriariariaria da estrutura.da estrutura.da estrutura.da estrutura. PorPorPorPor Manuel OliveiraManuel OliveiraManuel OliveiraManuel Oliveira

um ano de

A aventura começou no dia 1 de Agosto

de 2009. Estávamos em ano de quentes

confrontos políticos. A máquina eleitoral

do CDS, que seguia embalada depois da

eleição de Nuno Melo e Diogo Feio para o

Parlamento Europeu, empenhava-se

agora na tarefa legislativa e autárquica.

Apenas quinze dias separavam estas duas

rondas. Muitas bandeiras, muitos

discursos e desabafos num excitante

sentimento de que o partido seria

recompensado em votos pelo trabalho

magnífico de oposição ao primeiro

mandato de José Sócrates. Pelo meio

destas batalhas, a Juventude Popular da

Maia foi a votos e, com desejos

reforçados de continuidade ainda com

mais ambição, elegeu uma nova equipa:

Manuel Oliveira assumiu a dianteira

ladeado por Carlos Pinto, Nuno Silva e

Tiago Loureiro; Tiago Oliveira encarou o

dinamismo da Secretaria-Geral; Vânia

Peres, Luís Santinhos, Liliana Santo,

Rinaldo Rodrigues e Pedro Souza-

Cardoso fechavam o leque oficial de

promessas. Durante esse ano muitos se

iriam juntar e descomprometidamente

assumir também o compromisso de

excelência e honra: Rita, Márcio,

Mariana, Igor, Zé Miguel, Júlio e tantos

outros. Por muito ou quase nada, todos

foram essenciais, todos foram

excepcionais, todos foram JP.

Page 5: 32 O JOVEM [Agosto2010]

A exigência eleitoralA exigência eleitoralA exigência eleitoralA exigência eleitoral O mandato arrancou na realidade de que,

em muitos anos, o partido ia, no concelho

da Maia, sozinho a eleições. A coligação

com o PSD local estava de lado, o

candidato, Álvaro Braga Júnior, estava

apresentado e os rostos de freguesia um

a um a serem alinhados. A Juventude

Popular da Maia desde o primeiro minuto

jurou empenho e colocou os seus

melhores quadros ao serviço das listas

candidatas. Gerindo participações entre a

pré-campanha legislativa e a autárquica,

a estrutura visitou, entre outros, a

Associação Cultural e Recreativa de

Teibas, o Aeródromo de Vilar de Luz e o

Atlético Clube de Pedrouços. Sempre ao

lado dos candidatos, sempre ao lado do

projecto CDS. Percorremos a pé e

distribuímos flyers de madrugada,

quando mais ninguém o fez, por toda a

Maia. Acordamos cedo e, ao lado da

restante JP, com bandeiras, autocolantes

e gritos de guerra, percorremos o distrito

ao lado de Ribeiro e Castro com a certeza

de que o partido faria história. Foi mais

de um mês a suar e a batalhar pelo

reforço da direita democrática sem pedir

nada em troca, sem ambicionar mais

nada que um simples agradecimento

pelo esforço e compromisso. O claro e

previsível desastre dos resultados a nível

local foi largamente recompensado pela

eleição de quatro deputados pelo distrito

do Porto, incluindo o Presidente da

Juventude Popular. Um sentimento de

orgulho e pertença tão grande que valeu

por tudo. Pairava um sentimento de

missão cumprida.

Mãos à obra!Mãos à obra!Mãos à obra!Mãos à obra! Ainda a festejar as últimas reacções ao

enorme resultado no distrito, a estrutura

conseguiu finalmente parar para começar

a pensar em si própria. O compromisso

com as batalhas eleitorais tinha ocupado

três meses do novo mandato. Era preciso

definir prioridades e retomar as

produções com marca “JP Maia”

alinhadas com o caderno de actividades

sufragado pelos militantes em Agosto. O

primeiro passo foi reforçar a presença da

primeiro passo foi reforçar a presença da

estrutura e da sua mensagem nas redes

sociais. Das primeiras concelhias da JP a

estar presente no Facebook, esta

ferramenta permitiu indiscutivelmente

aproximar militantes e simpatizantes. Foi

ainda criada uma página exclusiva de

divulgação do jornal oficial da estrutura,

O Jovem. O objectivo seria aumentar a

exposição pública e dignificar cada vez

mais um produto, único na família JP,

que mensalmente custa muito esforço e

dedicação. Ao longo do mandato O

Jovem cumpriu com as suas

responsabilidades em doze edições

carregadas de notícias da estrutura,

entrevistas importantes e textos de

opinião diversificados e pertinentes.

Hoje, e num mandato que comemorou os

25 anos da fundação deste nobre jornal,

O Jovem é mais do que uma referência,

com mais de seiscentos seguidores e um

público atento, exigente e fiel.

Em Novembro, o Conselho Nacional da

JP reúne em Mirandela naquele que viria

a ser um fim-de-semana importante para

a concelhia. Além da concelhia ter visto

um militante, o Eric Rodrigues, ser

nomeado Secretário-Geral da Comissão

Política Nacional, foram ainda

defendidas duas moções sectoriais,

provenientes do Congresso Nacional de

Guimarães, pelos militantes maiatos

Manuel Oliveira e Carlos Pinto. Ainda

nesse mês, o 25 de Novembro de 1975

não foi esquecido e mais uma vez a JP

Maia decidiu sair à rua e promover junto

das escolas aquilo que os manuais de

História parecem querer ocultar como o

dia da verdadeira Liberdade no Portugal

pós-25 de Abril. Uma campanha sempre

positiva e em nome da verdade histórica.

A época natalícia chegou depressa com

mais uma reedição da campanha de

recolha de brinquedos e roupa que a

concelhia anualmente organiza. A edição

de 2009 superou, felizmente, em muito a

do ano transacto permitindo à estrutura

entregar os resultados à IPSS maiata “A

Causa da Criança”, destinada a jovens

que provêem de meios familiares e

sociais problemáticos.

Percorremos a pé e distribuímos flyers de madrugada por toda a Maia. Acordamos

cedo e, ao lado da restante JP, com bandeiras e gritos de guerra, percorremos o distrito ao lado de Ribeiro e Castro com a certeza de que o partido faria história.

o jovem | agosto 2010 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia 5555

Page 6: 32 O JOVEM [Agosto2010]

Temas actuais em debate Temas actuais em debate Temas actuais em debate Temas actuais em debate

Inerente ao espírito de Ano Novo, a JP

Maia acelerou ainda mais a sua

motivação para iniciativas que

considerava essenciais para a discussão

política. Em Janeiro foi organizado, na

Casa do Alto em Pedrouços, um debate

sobre Regionalização que contou com

um painel de excelentes oradores:

António Garcia Pereira, dirigente do

MRPP; João de Pinho Almeida, deputado

e à altura Secretário-Geral do CDS;

António Tavares, Director do TECMAIA –

Parque Empresarial da Maia. Um

momento alto para a estrutura numa

iniciativa que será para sempre

relembrada pela sua qualidade e

pertinência.

Com um Congresso Distrital no

horizonte, a JP Maia encarou os meses de

Fevereiro e Março como aqueles em que

seria necessária uma preocupação maior

com o futuro da política JP no distrito do

Porto. O Congresso viria a acontecer em

Paredes e mais uma vez revelou uma

concelhia maiata forte e imprescindível

no universo JP. Duas moções sectoriais,

apresentadas por Manuel Oliveira e Tiago

Loureiro, quatro militantes nos novos

órgãos distritais, Carlos Pinto, Tiago

Loureiro e Eric Rodrigues na Comissão

Política Distrital e Nuno Silva na Mesa do

Congresso Distrital. Ainda em Março, a

Comissão Política Concelhia apostou

forte na área da Saúde com duas

iniciativas de destaque: visita ao Centro

de Saúde de Águas Santas e debate

sobre o tema da morte medicamente

assistida que contou com mais um leque

de oradores reconhecidos. Foi no Fórum

da Maia que a concelhia debateu com

João Moreira Pinto - médico e Secretário-

Geral do CDS Porto, Rui Nunes -

Presidente da Associação Portuguesa de

Bioética, Jorge Teixeira da Cunha -

Sacerdote e Professor da Universidade

Católica, e Laura Santos - autora do livro

“Ajudas-me a Morrer? A morte assistida

na c ul tura o c id e nta l d o

séc. XXI”, que este deve ser um tema

acima de tudo debatido por todos e

julgado por cada consciência.

Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre! Um dos objectivos do mandato passou

por uma maior presença da estrutura no

terreno, junto das escolas, das

colectividades e dos executivos de

freguesia. Era importante conhecer o

concelho e ouvir respostas da parte de

quem todos os dias o vive intensamente.

Foi assim lançada a “Volta ao Concelho”

que iniciou em Barca, passou por Vila

Nova da Telha, Pedrouços e Folgosa.

Tristemente foram estes os únicos

executivos de junta que responderam ao

desafio da JP Maia e abriram as suas

portas. Dos restantes catorze executivos

a estrutura nunca recebeu uma resposta

ou simplesmente foi ignorada e colocada

em segundo plano uma iniciativa que

acima de tudo assenta numa relação

institucional. O importante sempre foi

identificar ameaças, fraquezas, forças e

potencialidades de cada uma das

freguesias que compõem o concelho para

depois apresentar um projecto de

reforma administrativa consciente e

responsável – prevista a sua

apresentação para este novo mandato.

Nestas visitas, a JP Maia procurou

sempre incorporar a exploração das mais

valias patrimoniais de cada freguesia e

alertar para casos de aparente

despreocupação pública. Foram ainda

promovidas durante todo o mandato, e

especialmente no mês de Abril,

campanhas de divulgação e filiação de

novos militantes. A estrutura fez

campanha em todas as escolas

secundárias da Maia e aproveitou a

excelente oportunidade de ouvir os

jovens, os seus problemas e ambições.

Foram distribuídos mais de trezentos

“flyers” e recebidas muitas queixas,

muitas preocupações com o futuro dos

jovens no nosso país. Muitos associaram-

se ao espírito da JP, outros conscientes

de que afinal a política não é um bicho de

gabinete. Resultados? Quase 200 novos

militantes…

A estrutura fez campanha em todas as escolas secundárias da Maia e aproveitou a excelente oportunidade de ouvir os jovens, os seus problemas e ambições. Foram distribuídos mais de trezentos “flyers” e recebidas muitas queixas e muitas preocupações com o futuro dos jovens no nosso país.

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Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a

mesma atitudemesma atitudemesma atitudemesma atitude O mês de Maio foi o da habitual

preparação da concelhia para mais uma

Feira das Oportunidades – evento

promovido pelo Pelouro da Juventude da

Câmara Municipal da Maia e, desta vez, a

aposta foi muito alta. Uma nova imagem

da concelhia seria apresentada, um novo

logótipo, site na Internet, material de

campanha, reformulação d’ O Jovem e

aposta em novas ferramentas internas de

formação como o Manual do Novo

Militante. Basicamente foi um sucesso.

Não haverá melhor adjectivo para

caracterizar a reacção dos militantes e

simpatizantes. A concelhia tem hoje uma

imagem mais leve, moderna e apelativa.

Ainda em Junho, a estrutura decidiu

reagir ferozmente ao clima de

desorganização e guerrilha que se vivia

nas reuniões de Assembleia Municipal.

Insurgindo-se contra o que considerava

uma tremenda falta de respeito pelo

compromisso assumido com os eleitores,

a JP Maia sentiu que o seu alerta foi mais

do que compreendido pelos responsáveis

do órgão local e os seus intervenientes.

Quando todos já viam a “silly season” no

horizonte, a estrutura promoveu em

Junho um conjunto de iniciativas que

mostram mais do que um mínimo

compromisso. Preocupada com a

crescente onda de insegurança que

transpira no concelho, a concelhia

decidiu reagir em comunicado um

sentimento de solidariedade com todos

os responsáveis locais que procuram

soluções para este flagelo e ainda visitou

a Divisão da Polícia de Segurança Pública

da Maia onde encontrou respostas e

ouviu preocupações desta força de

segurança. Junho foi ainda mês do

primeiro Conselho Municipal de

Juventude de 2010, em que a concelhia

obviamente participou, e revelador de

uma notícia que para sempre ficará na

história da JP Maia: condições mínimas

para a criação de núcleos territoriais que

permitam um alcance diário e próximo

aos problemas dos jovens e do concelho.

O mês fechou com chave de ouro numa

O mês fechou com chave de ouro numa

iniciativa organizada em conjunto pelas

Comissões Políticas do CDS Maia e da JP

Maia. Numa iniciativa de nível poucas

vezes visto, o objectivo passou pela

formação interna e abordagem

generalizada do presente e futuro do

nosso país. Com as participações

especiais de José Ribeiro e Castro,

Michael Seufert, João Pinho de Almeida,

Nuno Melo e Rui Moreira, foi possível no

concelho da Maia abordar a História e

evolução política do CDS-PP, as várias

correntes que doutrinam o partido e

ainda discutir o estado actual da política

e da economia.

Foi um mandato especial, marcado por

uma ronda eleitoral inesquecível capaz

de proporcionar uma experiência

inigualável e futuramente útil. Um

mandato pautado pela exigência de uma

equipa que nunca se dá por satisfeita ou

acomodada, no que chega a ser um

quase enervante sentimento compulsivo

de fixação de metas para nos

superarmos, infelizmente, a nós próprios.

É difícil descrever tudo o que se faz, tudo

o que se pensa e tudo o que se alcança

nesta casa sem roçar um orgulho e

prepotência especiais, à special one. Mas

dizer que somos os melhores já não

chega e isso é irritante. O que se sabe é

que se a única forma de alcançar o

sucesso imediato e eterno é atingir um

nível de imprescindibilidade tal, então

isso foi e é a Juventude Popular da Maia.

Em conjunto com o CDS Maia, numa iniciativa de nível poucas vezes visto, o

objectivo passou pela formação interna e pela abordagem do presente e futuro do

país. Com as participações de figuras ímpares como José Ribeiro e Castro,

Michael Seufert, João Pinho de Almeida, Nuno Melo e Rui Moreira.

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charter schools

o sucesso das

Nos inícios dos anos 1990, os Estados Unidos viram nascer uma fórmula que permite equilibrar a liberdade de escolha dos pais, a autonomia da

gestão das escolas e a responsabilizaçççção estatal no alcance de padrões

de qualidade e equidade na educaçççção. As charter schools transformaram-se num caso de sucesso, embora a sua realidade seja ainda bastante desconhecida em Portugal. PorPorPorPor Tiago LoureiroTiago LoureiroTiago LoureiroTiago Loureiro

Page 9: 32 O JOVEM [Agosto2010]

o jovem | agosto 2010 dossierdossierdossierdossier 9999

Um novo conceito

Os rankings escolares demonstram,

ano após ano, a disparidade de

resultados entre escolas privadas e

escolas públicas. Tais resultados,

poderíamos dizer, levam a crer que a

gestão por própria conta e risco leva a

que as decisões sejam mais bem

ponderadas e os métodos testados e

comprovados para garantir o sucesso.

No entanto, nas imensas escolas

públicas, todas elas na posse de um

mesmo e único dono, a ineficiência da

sua gestão, baseada em regras e

normas universais independentemente

das diferenças que separam escolas,

comunidades e alunos, leva a um

insucesso generalizado, ao encontro,

quem sabe, da igualdade socialista,

conseguida, neste caso, por baixo.

Perante esta realidade, os pais que

queiram dispor da educação do seu

filho livremente o que fazem? Das

duas, uma: ou têm capacidades

financeiras para colocarem os seus

filhos em escolas privadas ou sujeitam-

se a deixar o estado escolher a escola

que acolherá o seu filho. Justa, esta

situação não é. Eficaz, menos ainda.

Nesse sentido, cada vez mais

especialistas vêm apontando o

surgimento de escolas mistas, ou seja,

geridas por entidades privadas sob

tutela e financiamento público, como

uma política educacional ideal para

melhorar a educação pública.

Nos Estados Unidos da América (EUA),

um modelo inovador tem tentado

combinar a liberdade de escolha dos

pais, a autonomia da gestão das

escolas e a responsabilização estatal no

alcance de padrões de qualidade e

equidade na educação. Essa

experiência, que tem chamado a

atenção de muitos estudiosos do

fenómeno educativo por todo o mundo,

é o das “charter schools”. A primeira lei

que permitiu o surgimento destas

escolas tem quase 20 anos, tendo

surgido em 1991 no estado do

Minesota, tendo este sido seguido pela

Califórnia no ano seguinte. Hoje, são já

mais de 40 os estados norte-

americanos a fazê-lo.

Com um conjunto de metas bem definidas, as “charter schools” criam um sistema onde os alunos e os pais podem escolher livremente entre escolas com projectos educativos próprios e autónomos. O estado mantém o seu papel de garante de uma educação gratuita e universal. O seu sucesso está à vista nos EUA. Como funciona?

Cada charter school é criada e gerida por

entidades privadas, nomeadamente

grupos de professores ou empresas,

sendo que os custos de frequência dos

seus alunos são suportados pelo estado

respectivo, que fica responsável pelo

acompanhamento e avaliação do seu

desempenho. Por exemplo, no Texas,

cada aluno que se transfere de uma

escola pública para uma charter school,

corresponde a uma transferência de

recursos do distrito onde estudava para a

nova escola, no mesmo montante. Ou

seja, o estado afecta de forma diferente

exactamente os mesmo recursos, dando

ao aluno uma nova liberdade de escolha e

à escola uma fonte de subsistência e

desenvolvimento.

Para que uma charter school seja criada,

os seus responsáveis têm de desenvolver

um projecto educacional (charter, de

onde deriva o nome deste tipo de

escolas) e atrair um número suficiente de

alunos para que ela seja

economicamente viável. Ao contrário das

tradicionais escolas públicas, cujo acesso

está dependente do local de residência

dos encarregados de educação, os pais

podem colocar livremente os seus filhos

numa charter school. Se houver excesso de

procura numa determinada charter school,

a colocação dos alunos é feita por sorteio,

uma vez que estas escolas se

comprometem com o princípio da

equidade.

A grande característica destas escolas

reside no facto de estarem isentas da

maioria das leis e normas que regem o

funcionamento do sistema tradicional de

escola pública, tal como a colocação dos

alunos com base no local de residência, a

alunos com base no local de residência, a

adopção de programas curriculares pré-

definidos estatalmente ou a colocação

centralizada de professores, por

exemplo. Desta forma, as charter schools

têm uma ampla liberdade e um forte

incentivo para promover um ensino de

maior qualidade e que tenha em conta

que cada aluno é um caso, cada realidade

tem problemas diferentes – logo não

merecem soluções universais. Para além

de tudo isto, os recursos públicos são

utilizados de uma forma bem mais

eficiente… para bem do contribuinte.

Onde é que eu já ouvi isto?

A Juventude Popular, ao longo dos anos,

tem vindo a desenvolver um discurso de

liberdade e autonomia na educação. Na

moção vencedora do seu último

Congresso, por exemplo, vem expresso

que “cada aluno deverá ter a liberdade de

escolher a escola que pretende

frequentar e o projecto educativo que

mais lhe interessa, com a garantia

financeira concedida pelo estado de uma

forma mais justa e livre” e que cada

escola deve ter a “possibilidade de

adoptar o seu próprio projecto educativo,

gerir autonomamente os seus serviços,

os professores com que contam e

adoptar o modelo de avaliação que

entendam como melhor”. Já para não

falar na expressão “cheque-ensino”, que

tem entrado no discurso político por

força da acção da JP.

As charter schools parecem ser um

exemplo bastante aproximado dessas

ideias, com a vantagem de

corresponderem a um exemplo prático

de grande sucesso.

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10101010 especialespecialespecialespecial agosto 2010 | o jovem

perdido mandato; havia um trabalho desgarrado e sem lógica inter-concelhia e falta de motivação e rumo. Graças à nova filosofia e modelo de gestão inserida com a nossa Distrital de Lisboa da Juventude Popular, ganhámos vários desafios neste primeiro ano de mandato e cumprimos com as metas que tínhamos definido para esta metade do mandato. A criação dos Gabinetes de Estudos, do Oeste, de Apoio ao Crescimento e de Comunicação, permitiu-nos não só alargar o leque de participação dos militantes na Distrital de Lisboa como garantir uma maior diversidade de pensamento que tem sido muito útil no nosso trabalho político. Não querendo iniciar uma análise exaustiva e porventura desinteressante para os leitores d´O Jovem, posso adiantar alguns exemplos: criámos os Gabinetes que nos propusemos; realizámos 3 Conselhos Distritais onde lançámos um tema para debate (o da Imigração); concretizámos a primeira grande

formação para novos militantes da Juventude Popular; organizámos toda a campanha Legislativa no Distrito de Lisboa; tivemos vários momentos de convívio entre os militantes; etc. Em suma, lançámos as bases que pensamos ser essenciais para que o nosso projecto cresça de forma sustentada. No entanto, consideramos que ainda muito há a fazer, mas que os objectivos, com o empenho e dedicação que temos tido por parte de todos e que eu aproveito para agradecer, serão apenas o resultado óbvio do nosso trabalho. E com esse trabalho orgulhamo-nos de, com apenas 6 meses de actividade, ganhar o Prémio Krus Abecassis que premeia todos os anos a melhor Distrital da Juventude Popular. Não que o prémio seja o nosso objectivo, mas é sem dúvida satisfatório e motivador ver esse trabalho reconhecido ainda para mais em disputa com Distritais que respeitamos e admiramos como a Distrital do Porto e a Distrital de Braga.

Cheira a

Lisboa Após ano e meio de inactividade, a Distrital de Lisboa da JP voltou a ganhar vida. Um ano depois da eleição, a estrutura lisboeta está radicalmente diferente. Organização e crescimento foram as novidades que deram forma à nova Distrital de Lisboa. O Jovem esteve à conversa com o principal responsável pela mudança, o Presidente da Distrital, Luís Chiti. De forma genérica, após cerca de um ano de mandato que balanço fazes? Fazemos um balanço muito positivo do nosso primeiro ano de mandato. Quando fomos eleitos já sabíamos o que nos esperava. O facto de termos tido um ano e meio sem distrital eleita teve repercussões a vários níveis: havia muitas concelhias que tinham

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o jovem | agosto 2010 especial especial especial especial 11111111

No início do teu mandato, em entrevista a’O Jovem, definiste a implantação e a formação política como prioridades. O que foi feito nessas áreas? É verdade, e ainda hoje, a meio do mandato, faz sentido continuar a apostar nessas áreas. Em termos de implantação, com as concelhias que iremos formar no decorrer de Setembro e Outubro, iremos atingir 14 Concelhias eleitas (num total de 16) que é a maior implantação nos últimos 10 anos no distrito de Lisboa. E tudo isto sem recurso a transferências ou concelhias fantasma que em nada ajudam ao crescimento sustentado da estrutura. Este resultado só foi possível numa articulação entre a Secretaria-Geral Distrital e os Coordenadores Concelhios nomeados para onde não existia estrutura eleita. Além disso, quanto à formação, organizamos, com cooperação da Concelhia da Amadora, a primeira grande formação para novos militantes da Juventude Popular. Um momento que pretendemos repetir, em moldes diferentes e com conteúdo mais conciso e objectivo, de modo a ajudar os nossos novos militantes a conhecer um pouco mais do que somos, como funcionamos e do que defendemos. Ainda sobre formação, o nosso Gabinete de Estudos já está a preparar o calendário de debates e sessões de esclarecimento até ao final de 2010, pelo que em Setembro irão ter novidades no nosso site e no nosso facebook. Como avalias a prestação da Juventude Popular no distrito de Lisboa e no contacto com os jovens? Penso que as Concelhias têm feito um óptimo trabalho. Exemplo disso foi a colagem de cartazes que a concelhia da Amadora fez, a acção de divulgação na Praia Grande pela concelhia de Sintra ou até mesmo a concelhia de Lisboa com as suas tertúlias. Houve também presença da Distrital em alguns debates nas faculdades e até mesmo a concelhia de Sintra esteve presente num debate na Escola Secundária de Rio de Mouro. Portanto, considero que, de um modo geral, é positivo. No entanto, pensamos que é possível fazermos mais. A Distrital tem previsto uma aposta forte em comunicação no último ano deste mandato, aliás como já estava previsto desde que nos comprometemos com este projecto. O lançamento do Facebook e do site da Distrital de Lisboa (www.jpdistritallisboa.org) foram importantes, no entanto o site ainda se encontra em fase de melhoramentos quer de funcionalidades, quer de imagem. Aliás, pretendemos que o nosso site venha a tornar-se a mais importante ferramenta de comunicação com os militantes, concelhias e jovens em geral. Mas mais do que isso, temos programado a colocação de um outdoor na Cidade Universitária e de acções de campanha focalizadas na captação de novos militantes e na divulgação da nossa mensagem.

Quais os objectivos para o que resta do mandato desta Comissão Política Distrital? Continuaremos a trabalhar na implantação, queremos atingir o pleno de concelhias eleitas. No entanto, a nossa maior aposta será sem dúvida a continuidade da formação política, com particular destaque para o debate político de temas modernos e ainda pouco discutidos. Além disso, como referi na pergunta anterior, iremos destacar a questão da comunicação, factor essencial não só para a articulação da muito diversa actividade do nosso distrito, mas também para dar a conhecer o nosso pensamento, a nossa ideologia e aquilo que fazemos. É muito importante, quer para todas as Concelhias quer para todas as Distritais, que divulguem o seu trabalho e as suas actividades. Vivemos hoje numa sociedade em que a comunicação é essencial para que exista visibilidade, e a Juventude Popular, em todos os seus níveis, deve ter a maior visibilidade possível. Também importantes serão as posições políticas que pretendemos tomar sobre matérias da actualidade. Pretendemos discuti-las em Conselho Distrital e tomar uma posição pública em consonância com os Conselheiros Distritais, de modo a legitimá-las num âmbito mais alargado assim como fazer sentir que a opinião dos militantes conta. Actualmente a Juventude Popular tem cinco distritais activas. Como avalias a importância de haver estruturas distritais eleitas para o desenvolvimento da JP? Considero que as Distritais são vitais para o crescimento e actividade da JP. Logo à partida por se tratar de estruturas intermédias de proximidade, ou seja, podem ajudar e acompanhar as concelhias, para mim as estruturas mais importantes da Juventude Popular, no desenvolvimento do seu trabalho, assim como exercer motivação muito mais presencialmente do que a estrutura nacional. Mas mais do que isso, são estruturas que, uma vez em actividade, são determinantes para a implantação e para a manutenção das estruturas existentes. Vivemos bem de perto essa realidade no nosso distrito, como expliquei logo no inicio da entrevista, após o

teceu na JP foi precisamente quando a maior parte das Distritais pura e simplesmente desapareceu. É portanto fulcral que existam Distritais e que mais existam. Aliás, aproveito a oportunidade para lançar o “debate” relativamente ao modo de eleição das Distritais na JP: fará sentido reduzir o número de Concelhias eleitas necessárias para que se possa convocar Congresso Distrital? Muito sinceramente é um tema que já falámos na nossa Comissão Política Distrital e pensamos que é um tema, entre muitos outros, que pode e deve ser abordado numa revisão estatutária lançada no último Conselho Nacional de Cascais pelo nosso Presidente e Deputado Michael Seufert para à qual, com muito orgulho, fui convidado a par da Presidente Distrital do Porto, Vera Rodrigues, e do Presidente Distrital de Braga, Sérgio Lopes. O que também denota a importância que as estruturas Distritais podem ter na estrutura nacional. Para terminar gostaria de dar os parabéns à concelhia da Maia pelo excelente trabalho que têm feito com O Jovem que já conta com 25 anos de existência e continua a ser uma referência para os seus leitores e para os jovens de direita.

término do mandato da última Distrital de Lisboa, vivemos momentos difíceis onde muitas concelhias pura e simplesmente deixaram de existir e as que existiam trabalhavam desprovidas de lógica de grupo. Este é apenas um exem- plo da necessidade e importância da existência das Distritais. Al iás, basta olhar para a estrutura da Juventude Popular, e quem já está na JP há algum tempo aperce- be-se disso facilmente, o maior declínio de estru- turas eleitas que acon-

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seja sempre a referência.

“ Quero que a JP Maia

Manuel Oliveira O presidente da JP Maia em entrevista.

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“ O que mais amo na JP é a minha concelhia e as pessoas que lá estão comigo nos momentos bons e

maus, sem jogos e sem duplo interesse. É unicamente para essas que me esforço e me preocupo em manter

o nível alto. Só quero que a JP Maia seja sempre a referência, a que faz a diferença, a que é

indiscutivelmente melhor e que não precisa de dar mais provas a ninguém do seu valor a não ser aos

nossos próprios militantes. Primeiro a Maia!

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o jovem | agosto 2010 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista 11115555

Completaste um ano à frente da JP Maia

e preparas-te para recomeçar o segundo.

Como analisas o teu primeiro mandato?

Francamente positivo. Em Agosto de 2009,

quando decidi a candidatura, sabia que era

importante fazer uma equipa equilibrada e

activa que conseguisse gerir no mesmo dia

uma campanha de rua de manhã e um

debate à noite. Penso que o resultado está

à vista de todos. Estivemos nas escolas, nas

freguesias, nas assembleias e organizamos

debates, momentos de formação. A minha

preocupação passou sempre por diversificar

ao máximo a actividade da concelhia e isso

acho que conseguimos. É verdade que

definimos no início três áreas de grande

intervenção e apenas trabalhamos a fundo

uma delas, a Saúde. Mas em contrapartida

intervimos noutras de maior relevo actual

como a Segurança, a Regionalização e a

displicência com que a maioria dos políticos

assume a responsabilidade confiada pelos

eleitores. Basicamente, e quando muitos

não estavam à espera, continuamos a ser a

JP da Maia, uma força que muitos têm

medo pela nossa irreverência e

d e s c o m p r o m e t i m e n t o c o m o

e s t a b l i s hm e n t .

Quais as principais diferenças entre a JP

Maia de hoje e aquela que te foi

“entregue” pelo teu antecessor?

Não gosto de comparar o meu trabalho

com o de ninguém assim como espero que

não o façam ao contrário. Mas obviamente

que há diferenças nem que seja pelo

simples facto do estilo de liderança ser

diferente. Uma das minhas preocupações

sempre foi trazer a concelhia mais para o

terreno, sentir o dia-a-dia do concelho, a

sua realidade, ouvir os jovens e todos

aqueles que gostam de partilhar os seus

desabafos connosco. Senti que a concelhia

precisava disso e só assim é

que podia legitimamente fazer uma política

local responsável. Hoje estamos muito mais

no terreno, somos muito mais conhecidos

nas escolas e nas freguesias e isso nota-se

pelo aumento na média de filiações por

iniciativa própria, ou seja, jovens que vão ao

nosso site, ficaram com um flyer nosso

distribuído ou algum amigo já lhes falou.

Reforçamos a presença no mundo virtual,

fizemos um refresh à imagem e produzimos

ferramentas de formação e comunicação

interna. Hoje estamos naturalmente

melhores, de outra forma eu não tinha

assumido o projecto há um ano.

No último ano, a JP Maia reforçou a

tradição de promover debates sobre

temas importantes da actualidade

nacional. Consideras esses momentos os

maiores sucessos do teu mandato?

Não os considero os maiores sucessos, até

porque todas as iniciativas têm o seu

particular valor para a construção do pleno

sucesso. No entanto, como força política é

importante a discussão, é importante

chamar a atenção e trazer para as primeiras

páginas as nossas preocupações e

ambições. Os debates da Regionalização e

da Eutanásia realizaram-se porque em

primeiro lugar eram temas que toda a

equipa queria aprofundar e trabalhar.

Partimos sempre dessa premissa.

Queremos saber mais daquele tema? Ok,

vamos criar condições para que

especialistas das mais variadas áreas da

sociedade venham, a nosso convite,

emprestar os seus conhecimentos e

partilhá-los não só connosco mas também

com todo o concelho. Só assim crescemos e

ganhamos maturidade de discurso.

No teu primeiro mandato tiveste alguns

momentos marcantes: eleições nacionais

e autárquicas e o Congresso Distrital do

Porto, por exemplo. Como classificas o

papel que a JP Maia teve nestes

momentos?

O período eleitoral não foi particularmente

fácil de gerir, mas creio que também não

serei o único a queixar-me. Foi um ano algo

atípico com eleições praticamente em cima

umas das outras, tempos de pré-campanha

em cima de tempos de campanha oficial.

Enfim, foi tudo gerido muito ao sabor do

dia. Mas são momentos que guardo com

satisfação, principalmente a campanha

para as legislativas com o Dr. Ribeiro e

Castro em que não podíamos ter tido maior

recompensa que eleger o Micha como

deputado e representante da JP no

parlamento. Já nas autárquicas as coisas

correram de forma desastrosa para o

partido, algo que no fundo todos

contávamos. Não me esquecerei nunca da

JP Maia ter andado noites a distribuir flyers

por todo o concelho quando mais ninguém

o fez, não me esquecerei nunca que

assumimos em muitos casos

responsabilidades que não eram nossas. Se

calhar o nosso mal é gostar muito da nossa

camisola e esperar sempre que algo de

melhor virá. No global só posso considerar

positiva a nossa entrega: a nível legislativo

fomos recompensados com a eleição do

“nosso” deputado, a nível autárquico

continuamos a saborear uns belos finos na

máquina de cerveja de pressão que

exigimos. São momentos que marcam e

não se esquecem. Quanto ao Congresso

Distrital do Porto, em relação aos seus

dividendos para a concelhia, foi apenas e só

a confirmação de que a JP no distrito

precisa e confia bastante no know-how,

ambição e singularidade da JP Maia.

Comparando com mandatos anteriores, a

JP Maia e o seu presidente tiveram uma

maior exposição mediática na imprensa

concelhia. Sinal de bom trabalho e uma

mais-valia para a concelhia?

É sobretudo sinal dum reconhecimento da

estrutura que tem vindo a aumentar. É para

isso que cá estou, independentemente do

cargo sou apenas mais um de muitos que

quer o nome da Maia sempre na primeira

página. Sem dúvida que o que mais amo na

JP é a minha concelhia e as pessoas que lá

estão comigo nos momentos bons e maus,

sem jogos e sem duplo interesse. É

Foi positiva a nossa entrega nas eleições: a nível legislativo fomos recompensados com a eleição do “nosso” deputado, nas autárqui-cas continuamos à espera que alguém nos facilite uma máquina de cerveja de pressão.

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“ 11116666 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista agosto 2010 | o jovem

Muitas vezes fazemos coisas simples e todos ficam admirados como se fosse preciso um grande esforço para o conseguir. Fico admirado, mas depois lembro-me que na Maia há uma coisa chata como tudo: iniciativa.

unicamente para essas que me esforço e

me preocupo em manter o nível alto. Só

quero que a JP Maia seja sempre a

referência, a que faz a diferença, a que é

indiscutivelmente melhor e que não precisa

de dar mais provas a ninguém do seu valor

a não ser aos nossos próprios militantes. É

essa a mensagem que passo: primeiro a

Maia.

Pouco depois de teres sido eleito, o CDS

da Maia elegeu também um novo

presidente. Como classificas as relações

entre a JP e o CDS maiatos desde então e

que perspectivas tens para o futuro?

Institucionalmente, a JP Maia beneficiou

muitíssimo com a chegada do José Eduardo

Azevedo à presidência do CDS da Maia.

Pessoalmente, julgo que ganhei um amigo

e alguém com quem se pode conversar

descomprometidamente. Depois do

brilharete para as autárquicas na Maia, o

CDS precisava de uma liderança

descontraída, objectiva e transparente e

penso que o conseguiu com o Zé Eduardo.

Creio ainda que o CDS da Maia conseguiu

perceber a sorte que tem em ter uma JP

como esta no concelho e seria uma burrice

se não capitalizassem com ela. Isso foi

notório na iniciativa de grande qualidade

que realizamos em conjunto e que contou

com um excelente painel de oradores.

Estou desejoso de embarcar em mais

experiências destas porque o CDS, a JP e a

Maia só ficam a ganhar. Estou convicto e

com fé num CDS que seja honesto consigo

próprio e que estabeleça sozinho metas

alcançáveis. Não temos de ter medo, se em

ano sem eleições só temos cinco pessoas na

sede para uma reunião, então são essas que

interessam porque são essas que amam

merecem o partido. merecem o partido.

e merecem o partido.

Prestes a iniciar o teu segundo mandato,

quais os objectivos e os desejos para o

próximo ano? Será um mandato mais

pautado pela continuidade ou a apostar

na mudança?

É impossível não alinhar este segundo

mandato numa perspectiva de

continuidade até porque a mudança já a

encarnamos todos os dias. Sobretudo

apostaremos num reforço da campanha de

rua, na constituição e afirmação de mais

núcleos territoriais e na exploração de áreas

como a reforma administrativa, a

economia, o urbanismo e o

empreendedorismo. Queremos apresentar

uma proposta de reforma administrativa

para o concelho e continuar com as nossas

visitas institucionais a executivos e

colectividades. Vamos estar atentos ao

plano de exploração das infra-estruturas de

desporto da Maia e queremos perceber a

verdadeira dimensão e importância do

Parque Industrial do concelho. Não

esqueceremos ainda temas como o Apoio

Social e a evolução do combate político

pelo reforço da política de Segurança.

Vamos estar atentos e reagir

espontaneamente a tudo o que for

essencial para a JP da Maia marcar a sua

posição.

Os debates sobre os grandes temas da

actualidade são já uma marca

inconfundível da dinâmica da JP Maia.

Pensas continuar o ritmo no próximo

mandato?

Sim, claramente. Não vou é, de forma

nenhuma, divulgar agora os seus temas

porque isso seria estar a incentivar um

facilitismo de acção no qual a concelhia da

facilitismo de acção no qual a concelhia da

Maia não se revê. Mas a promessa é de que

a pertinência dos temas e a qualidade dos

intervenientes será como sempre

salvaguardada.

A JP Maia refrescou a sua imagem e

reforçou a sua presença na web, com

meios próprios, de forma completamente

autónoma. Consideras esta

demonstração de grande capacidade de

iniciativa e autonomia um dos pontos

fortes da JP Maia durante o teu mandato?

A concelhia da Maia, assim como os seus

militantes, sempre aprenderam a viver das

nossas possibilidades e exigência. É

verdade que gozamos de uma autonomia

exemplar porque também fazemos por

isso. E nada, mas mesmo nada, se faz sem

vontade e sentido de responsabilidade.

Muitas vezes fazemos coisas bastante

simples e todos ficaram admirados como se

fosse preciso um grande esforço para o

conseguir. Eu próprio fico admirado com

estas reacções, mas depois lembro-me que

na Maia há uma coisa chata como tudo:

iniciativa. Tudo isto são coisas que já não

discutimos. Fazer é um verbo que sobra

imenso e que nós aproveitamos e

desgastamos bastante. Por isso, ter um

site, flyers, manuais e outras tantas coisas,

tudo produzido e pago por nós, é antes de

mais bom sinal e depois regozijo e auto-

estima interna.

Durante a tua presidência, o jornal “O

Jovem” comemorou 25 anos de

existência. Parece-te que, a par da idade,

a importância da publicação também tem

crescido?

Mais do que crescido. Já tive oportunidade

de escrever no próprio jornal que O Jovem

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o jovem | agosto 2010 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista 17171717

de escrever no próprio jornal que “O

Jovem” ocupa hoje um espaço único e

muito especial no universo da JP. Não

tenho a mais pequena dúvida que hoje ele é

lido ou apenas alvo da mera curiosidade de

todos. Temos vindo a aperfeiçoar

mensalmente “O Jovem” e todos têm

presenciado o excelente trabalho de edição

que o Tiago tem vindo a desenvolver

juntamente com a ajuda da restante

concelhia. Espero sinceramente presenciar,

seguramente do lado de fora, os próximos

25 anos do jornal. Para mim é um gozo

enorme saber que tenho uma ferramenta

tão importante na minha concelhia e sinal

de satisfação quando militantes de todo o

país me perguntam se “O Jovem” não é

mesmo o jornal oficial de toda a JP porque

não encontram mais nada parecido. Eu

digo simpaticamente que não, que ele é da

Maia e fruto do esforço e orgulho de apenas

uma concelhia.

Durante o teu mandato, a JP Maia

concretizou a criação de um núcleo. É teu

desejo que novos núcleos nasçam no

futuro?

Sim e estamos a trabalhar nisso. Queremos

chegar diariamente em força a todos os

pontos do concelho e isso só o

conseguimos se tivermos elementos

activos nesses locais. Já temos a funcionar a

todo o vapor o núcleo do Castêlo da Maia,

queremos agora mais dois ou três que

compreendam as zonas sul, oeste e este do

concelho. No entanto, queremos ir com

calma e muita ponderação. Temos a

responsabilidade de ser, pelo menos que eu

tenho conhecimento, a única concelhia

activa com núcleo territorial e por isso, mais

uma vez, estamos a desbravar sozinhos

terrenos desconhecidos. Não há pressas.

Em que medida a criação de mais núcleos

será um sinal positivo para a JP Maia?

Eu posso estar a magicar uma conspiração

que não lembra a ninguém, mas confesso

que, e pensando no problema de

implantação do CDS Maia no concelho, a

ideia dos núcleos é para um projecto muito

mais do que a simples representação da JP

Maia. Pelo menos para mim. Pensando que

um problema de representação começa

sempre de baixo para cima e que há fortes

probabilidades de continuar este ritmo de

influencia da juventude local por parte da

JP, então pode ser que daqui a dez ou

quinze anos já não tenhamos só 3%. Mas

isto pode ser uma simples maluqueira da

minha parte, ou não. No fundo, no fundo,

continuamos a trabalhar para a máquina de

cerveja de pressão…

Hoje estamos muito mais no terreno, somos muito mais conhecidos nas escolas e nas freguesias e isso nota-se pelo aumento na média de filiações por ini-ciativa própria.

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É sabido que o esforço na organização de

grandes iniciativas tem na presença do

público uma grande recompensa. Para

além do público “anónimo”, pensas que a

Juventude Popular, nomeadamente

através de outras concelhias, têm sabido

recompensar a JP Maia estando

presentes nas suas iniciativas?

Infelizmente não. Mas isso é tão subjectivo

que podíamos estar aqui a teorizar durante

horas. O que sei objectivamente é isto: é

raríssimo a concelhia da Maia falhar

actividades no Distrito, seja qual for a

concelhia, e quando o faz, nunca é só com

a representatividade de um militante.

Nunca pedimos mais nem menos e se em

algum momento organizamos debates e

campanhas, elas são sobretudo para

consumo e interesse da casa. Apenas

divulgamos porque gostamos da

presença de todos e da família JP em

particular e porque consideramos que é

no mínimo do interesse de todos os

temas que discutimos. Se depois

ninguém aparece só posso lamentar e

ficar bastante apreensivo. Senti

profundamente que a iniciativa “A Direita

Democrática em Portugal” rivalizou, pela

qualidade e pertinência, com umas

Universidades JP. No entanto, não

tivemos nem meia sala. É triste ver que as

concelhias existem e só reagem ao que

lhes interessa ou ao que simplesmente são

mandatadas. A JP no distrito do Porto tem

de melhorar muito, baixar a cabeça e

começar a trabalhar a sério, mostrar

humildade e compromisso. Mas posso estar

a exigir muito, afinal pertenço à JP da Maia.

Em termos nacionais, entramos

recentemente na segunda metade da

actual CPN. Como classificas,

globalmente, o seu trabalho? A JP está

bem entregue ao Michael Seufert?

Recordo-me que a larga maioria dos

militantes no último congresso de

Guimarães votou Micha e eu fui um deles.

Uma moção estrondosa, um rapaz

simpático, humilde e com uma bagagem

retórica grande. Acho que na altura foi isso

que convenceu a JP. Hoje vejo que a CPN,

na figura do seu Presidente e representante

no Parlamento, já alcançou coisas boas,

como a influência no novo Estatuto do

Aluno, a reacção ao fim da Escola Móvel e

os alertas para o desemprego jovem.

Todavia há sempre aspectos que falham

numa equipa e que é vital corrigir, a CPN

não é excepção. Sinto que a CPN deve

continuar a privilegiar uma mensagem de

competência e mérito porque se é isto que

doutrinamos então façamos dela prática.

Tudo o resto é fumo sem fogo, pormenores

e aspectos que só atrasam e nada ajudam a

JP. Pessoalmente quero que a CPN se

preocupe com as concelhias, não peço mais

nada. E se conseguirmos ter bases fortes,

teremos uma cabeça indestrutível.

O Presidente da JP está na Assembleia da

República. Pensas que o seu trabalho tem

honrado a JP e lhe tem trazido

benefícios?

Tal como já disse anteriormente: é

importante para a JP, independentemente

de quem a representa, ter um papel activo

dentro do parlamento. Regozijo-me pela

influência da JP no novo Estatuto do Aluno

e aguardo por mais. Lembro-me que na

noite em que o Micha saiu eleito lhe pedi,

depois das felicitações, para ele não se

esquecer que acima de tudo era JP e que

era o seu Presidente. Assim prometeu e

para já tenho todas as garantias.

Relativamente ao CDS, após os

excelentes resultados no período eleitoral

de há um ano, como te parece estar o

partido? Ainda no rumo do sucesso ou,

como muitos vaticinam, a ser esvaziado

pelo recente crescimento do PSD nas

sondagens?

Não descarto que o crescimento do PSD

possa assombrar uma vez mais o CDS.

Historicamente tem sido assim, somos

vítimas de um eleitorado flutuante que

ainda é em grande número. O mais

importante é que o CDS continue forte

nos argumentos contra a obesidade

mórbida deste estado, os criminosos e os

corruptos. Confesso que a última

campanha legislativa me encheu as

medidas e o espírito. Quero viver outra

vez esses momentos e sei que todo o

partido e a JP estão nas ruas as vezes que

forem precisas. O CDS é vital como

alternativa séria de Governo para

Portugal e os portugueses começam cada

vez mais a perceber isso. Só temos de

continuar iguais e não trair quem todos

os dias confia em nós.

Recordo-me que a larga maioria dos militantes no último congresso de Guimarães votou Micha e eu fui um deles. Uma moção estrondosa, um rapaz simpático, humilde e com uma bagagem retórica grande. Acho que foi isso que convenceu a JP.

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Perfil

Manuel Oliveira nasceu a 17 de Abril de 1986,

o que faz dele um jovem de 24 anos. É

licenciado em Recursos Humanos pela Escola

Superior de Estudos Industriais e de Gestão

(ESEIG), área na qual tem desenvolvido a sua

actividade profissional.

Filiou-se na Juventude Popular em 2005, e

desde então desempenhou vários cargos na

concelhia da Maia, até que, em Agosto de

2009, foi eleito presidente da estrutura, cargo

para o qual foi reeleito recentemente.

É reconhecidamente monárquico e sócio do

FC Porto. Para além destes, possui ainda

outros gostos que O Jovem foi descobrir.

Um país: Portugal

Uma cidade: Barcelona

Uma viagem: China

Um livro: Le Grec, de Pierre Rey

Um filme: Rear Window, de Hitchcock

Uma música: Asphalt World, dos London Suede

Um político: Winston Churchill

Uma marca: Aston Martin

Uma bebida: Maduro Tinto

Uma qualidade: Transparência

Um defeito: Transparência

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TTTTRADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADE Nuno SilvaNuno SilvaNuno SilvaNuno Silva | Vice-Presidente da CPC da Juventude Popular da Maia

Abateu-se, por estes dias, uma polémica que está para durar sobre a construção de uma mesquita em Nova Iorque, perto do Ground Zero. De maneira a dotar a polémica de veracidade, é preciso sublinhar que a mesquita e Centro Islâmico, vulgarmente conhecida como Córdoba House, a razão desta polémica, não será de facto construída no Ground Zero, mas num cinema abandonado a dois quarteirões do fatídico local que vitimou cerca de 3000 pessoas. Posto isto, a discussão pode então ser feita correctamente, e não apregoando o fantasma de que nascerá no local simbólico, mas perto dele. Tenho escrito algumas coisas recentemente sobre este assunto e gosto de começar por dizer que é um assunto onde ninguém tem razão. A politização da religião é o verdadeiro fantasma que deve ser combatido, e não a construção de uma mesquita. E os Estados Unidos da América (EUA) perdem o seu charme de bastião da liberdade exactamente quando chegamos à religião. Sabendo que os EUA são um país criado pela vontade intrínseca da fuga de opressão religiosa da Europa, e sobre um manto de protecção cívica de todos os credos e religiões, custa ver este país cair numa conversa tão alarmista como esta. Embora seja um estado laico, como várias fés nos seus cidadãos, os EUA são um país onde, pelo menos nos últimos 50 anos, um candidato presidencial vive e morre com a questão da religião. Ser mórmon ou ser não denominante, ser judeu ou ser católico apostólico romano, ser evangelista ou ser islâmico, ser budista ou ser ateu, não deveria ser um ponto de tanta pressão na vida política do candidato americano. E isto já esta demasiado envergado no discurso político e no arremesso da crítica entre candidatos, e do espírito do cidadão votante que é impossível parar. E a luz de liberdade que é a Constituição Americana e as consequentes primeiras dez emendas, vulgo” Bill of Rights”, morre mais um bocadinho às mãos do seu herdeiro, o americano comum. Depois de divagar um pouco sobre a generalidade do tema religião na vida política americana, encontro um novo bater no fundo. O tema da mesquita nova iorquina perto do Ground Zero deveria ser um assunto local. Sempre fomos habituados a ver que os EUA tem um forte valor de discutir temas locais dentro das comunidades e o pouco que é federal, a nível nacional. Com esta mesquita, perdeu-se esse valor. É aqui que aponto o dedo. O denominado movimento Tea Party é o primeiro grande culpado disto tudo e tem um objectivo: usar este tema na campanha das “midterms” de Novembro. A voz social conservadora americana hoje à frente do Partido Republicano (GOP) decidiu cortar de vez com os laços históricos de profunda liberdade e fazer ataques, muitos deles racistas e pura e simplesmente xenófobos a um segmento da população americana que tem tanto direito a praticar a sua religião como a maioria cristã. Quando o país foi fundado, os “Founding Fathers” tiveram o cuidado de defender a liberdade religiosa. Grupo de fundadores este que está praticamente na voz de todos os conservadores sociais do Tea Party como Sarah Palin ou Newt Gingrich, mas aparentemente só quando interessa. Se para o GOP é, e muito bem, argumento a segunda emenda da

Constituição garantir a liberdade de porte de arma registada, é também a primeira emenda que diz liberdade de expressão, reunião, associação e de religião. É de mau gosto ter uma mesquita tão próxima do Ground Zero? Até posso admitir que sim, mas não é motivo suficiente para suprimir um garante de liberdade religiosa confiado na Constituição a todos os Americanos, até os islâmicos. A Comunidade Islâmica não pode ser toda posta no mesmo saco, como não pode nenhuma comunidade. Aos fundamentalistas, resolve-se com aplicação da lei. Aos moderados, com a garantia de liberdade. Newt Gingrich, ex-Speaker, dizia que a culpa do 9/11 foi de todos os

islâmicos. Isto é argumento de um xenófobo. O 9/11 foi culpa de extremistas islâmicos, fundamentalistas, não de moderados. Dos 3000 que morreram, chances há de haver islâmicos nas contas. São vítimas como os outros. E devem ser respeitados. Mais que isso, se o problema é realmente o islamismo em geral, como proeminentes membros do GOP parecem querer fazer passar juntamente com o a sua frente de ataque, vulgo Fox News, então porque é que, existe dentro do Pentágono uma mesquita para os trabalhadores islâmicos do local que provavelmente terá o maior aparato de segurança a seguir à Casa Branca e juntamente com o Congresso? Lembro que o Pentágono foi também atingido no 9/11 como as Twin Towers, e aqui não há uma mesquita a ser construída a dois quarteirões. Há uma lá dentro! Segundo culpado desta situação é a

liderança democrata. Barack Obama não foi sensato ou inteligente ao comentar a situação e trouxe o problema definitivamente para o plano nacional. Vendo o erro que fez, tentou limpar o comentário com generalidades e falhou. Harry Reid, líder democrata do Senado fez o mesmo ao, publicamente, vir contra a mesquita, sublinhando no entanto que é a favor da liberdade de religião. Nancy Pelosi (a Speaker), vendo todo este aparato, não se deixou ficar e vai a jogo com os republicanos em termos nacionais ao apoiar uma investigação sobre de onde vem o financiamento ao lobby contra a mesquita. E de Agosto a Novembro vai ser isto. Todos perdem, ninguém ganha. Além de isto ser também um caso de propriedade, onde o dono do edifício pode fazer dele o que quiser, até uma mesquita, os únicos que deviam tratar disto com legitimidade é o Governo de Nova Iorque, o Mayor de Nova Iorque, e as famílias do 9/11. Se os dois primeiros são políticos, os terceiros são os visados do crime de há 9 anos. E há de facto grupos de famílias que são a favor da construção da mesquita sob um pretexto que maior parte dos conservadores americanos (e não só) não gostam: tolerância. A verdade é que, como lia há uns tempos, não podemos tomar as mesmas posições que tomas os islâmicos da Arábia Saudita ou do Iémen. A Ocidente vive a razão e devemos ser nós a mostrar porque a temos, e não lutar com a deles com as armas deles.

20202020 opiniãoopiniãoopiniãoopinião agosto 2010 | o jovem

O Partido Republicano O Partido Republicano O Partido Republicano O Partido Republicano

decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com

os laços históricos de os laços históricos de os laços históricos de os laços históricos de

profunda liberdade e profunda liberdade e profunda liberdade e profunda liberdade e

fazer ataques, muitos fazer ataques, muitos fazer ataques, muitos fazer ataques, muitos

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simplesmente xenófobos, simplesmente xenófobos, simplesmente xenófobos, simplesmente xenófobos,

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praticar a sua religião praticar a sua religião praticar a sua religião praticar a sua religião

como a maioria cristã.como a maioria cristã.como a maioria cristã.como a maioria cristã.

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UM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTE Rita Magalhães e SilvaRita Magalhães e SilvaRita Magalhães e SilvaRita Magalhães e Silva | Vogal da CPC da Juventude Popular da Maia

Este Verão terá sido um dos mais quentes nos últimos anos,

não só pela quantidade de incêndios que assolaram o nosso

país, mas também pelas reflexões emitidas pelos nossos

governantes.

José Sócrates mostra-se satisfeito com o crescimento da

economia portuguesa, apesar de se verificar

que esse crescimento tem vindo a estagnar

(passámos de um crescimento de 1,1% para

0,2%).

A taxa de desemprego regista, mais uma

vez, um aumento e desta vez com uma

particularidade bem interessante: afinal o

desemprego em Portugal aumentou não só

para os portugueses, mas também para os

estrangeiros que cá vivem. O ideal é

regressarem aos seus Estados de origem

antes que uma certa personalidade da vida

política se lembre de retirar os apoios aos

portugueses para dar a estes “estranhos

internacionais”.

O caso Freeport chega ao fim e veio

enunciar a fraqueza da justiça portuguesa

quando se afirma que não houve tempo

para ouvir José Sócrates. Pergunto-me: o

que é que os investigadores andaram a fazer durante 6 anos?

Percebo que o nosso 1º ministro tenha uma agenda bastante

ocupada, mas ao que tem feito, de certeza que teria uma horita

para colaborar com a justiça. Parece-me que há uma justiça

para os influentes e outra para o Zé Povinho. Não nos

esqueçamos que ele era um dos principais suspeitos e nem

como testemunha foi ouvido.

A indefinição orçamental continua. Não se sabe quem votará a

favor e contra, murmura-se a possibilidade de eleições

antecipadas, apesar de esta hipótese só estar em aberto até dia

9 de Setembro. Curioso é o facto da votação do Orçamento de

Estado estar marcada para Dezembro, altura em que é

inconstitucional a dissolução da Assembleia da República.

Porém há tanta falta de acção por parte do Executivo que estes

prazos são meramente referidos para

conhecimento geral, nada mais.

Instalou-se a guerra entre a DECO e o

Banco de Portugal. A entidade bancária

permitia a inclusão de cláusulas

contratuais abusivas quanto à revisão

unilateral dos juros acordados nos

contratos de habitação e a entidade de

defesa do consumidor apresentou uma

queixa contra esta que nega ter recebido

qualquer comunicado. A conclusão deste

assunto é que se autoriza que o spread

ou os juros sejam alterados sem qualquer

acordo com o cliente.

Mas nem tudo são más notícias, o nosso

ministro até é optimista em relação ao

evento mais marcante do Verão: os

incêndios. Afirma ele que está a arder

menos que em 2003 e 2005. Ora aí está

uma razão de alegria para os portugueses. Deve ser por isso que

ainda não foi expedida qualquer medida regular ou adicional,

nem elaborado nenhum balanço dos prejuízos.

o jovem | agosto 2010 opiniãoopiniãoopiniãoopinião 21212121

“ PerguntoPerguntoPerguntoPergunto----me: o que é que os me: o que é que os me: o que é que os me: o que é que os

investigadores andaram a investigadores andaram a investigadores andaram a investigadores andaram a

fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos?

Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º

ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda

bastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas ao que que que que

tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria

uma horita para colaborar uma horita para colaborar uma horita para colaborar uma horita para colaborar

com a justiça. Parececom a justiça. Parececom a justiça. Parececom a justiça. Parece----me que me que me que me que

há uma justiça para os há uma justiça para os há uma justiça para os há uma justiça para os

influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé

Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos

que ele era um dos principais que ele era um dos principais que ele era um dos principais que ele era um dos principais

suspeitos e nem como suspeitos e nem como suspeitos e nem como suspeitos e nem como

testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.

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REFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNA Júlio MarquesJúlio MarquesJúlio MarquesJúlio Marques | Presidente da Mesa do Plenário da Juventude Popular da Maia

Num mês em que a capa do nosso “O Jovem” figura o actual e recém-eleito presidente da minha concelhia, num segundo mandato consecutivo, em que me estreio a escrever para o nosso jornal na qualidade de presidente da Mesa do Plenário e ex-presidente de concelhia, é-me difícil a escolha do tema e do estilo de escrita a adoptar. O meu regresso a esta estrutura e a forma como estou habituado a escrever torna mais complexa essa escolha. Falar sobre a minha entrada para a juventude popular, onde figura o meu passado e todos os seus tempos sombrios, seria abrir uma brecha digna dos melhores comentários no facebook, mas não é o momento oportuno, nem o clima é propicio a isso. Poderia escrever sobre casamentos do “jet seven”, sobre as tias de cascais, do estado de pobreza do país, sobre a palavra hipocrisia, sobre o Zé-Povinho, mas era tão chato que provavelmente ninguém iria querer ler as minhas linhas. E por isso com o objectivo de não vos maçar muito, vou escrever um pouco sobre o estado da política de juventude no nosso país, a qual incide directamente sobre o futuro das massas no partido. Utilizando um português perceptível, o estado das juventudes partidárias no nosso país é uma calamidade, e o estado dos partidos não lhe fica nada atrás. Porque faço eu uma afirmação tão forte como esta? Com diversos amigos meus pessoais, dirigentes de concelhias em diversos partidos, outros com cargos nas máquinas da juventude que representam, numa conversa franca, honesta, e ao sabor do álcool fomos debatendo a situação da politica nacional, chegando a uma conclusão interessante, embora com ideologias bem afastadas, o único ponto onde nos aproximávamos era na forma como funciona a politica interna de cada um, seja em que partido, ou juventude. Chegamos igualmente à conclusão que a política já não é tão externa como deveria ser, os jogos de poder deixaram de se fazer em praça pública para passaram a ser feitos à porta fechada. Já não há grandes picardias entre juventudes, defesa de ideais, aparece a política interna aqui bem mais activa como sobrevivência dos militantes activos. O que definimos como política interna? Após alguma meditação chegamos a várias conclusões, a política interna actual incide directamente contra a meritocracia, vergando-a a um feudalismo moderno instalado no seio de todas as estruturas. As lutas dentro das concelhias, dentro das distritais, e bem no coração da direcção dos partidos e das juventudes partidárias são feitas a título pessoal ou em bando por cada militante com ambição e vontade essencialmente de afirmação.

As direcções das juventudes partidárias patrocinam, apoiam e incutem autenticas digladiações que muitas vezes começam com militantes acabados de chegar, é do género de política secular aplicada aos cavaleiros britânicos quando os reis lhes davam a entender qualquer coisa do género “When Lambs become Lions”. Bem, a verdade é que os Leões já se encontravam no poleiro, e no meio de tanta ovelha apenas uma ou duas sobreviviam para se vangloriarem de um cargo mais elevado. Analisando cuidadosamente, a politica interna, acaba por se traduzir num empobrecimento daquelas que devem ser as verdadeiras batalhas, que é contra outros partidos e juventudes partidárias da oposição.

Nas juventudes partidárias existe actualmente um elevado tráfico de influências, os cargos são negociações, compra e venda de votos, para aqueles que já estiveram em congressos ou eleições, sabem a algazarra digna de uma luta em que se torna o ambiente que rodeia os candidatos ao que quer que seja, em que estrutura for, em que partido ou juventude for. A política interna leva-nos a observar muitas vezes um mundo podre, que os jovens que entram, não estão certamente habituados, e por isso se perdem militantes, esses que logo ao entrarem dentro do esquema se

sentem altamente pressionados a tomar posições como se falássemos de Ganges organizados. Uns abandonam as estruturas, outros resistem, outros ainda tornam-se parte da máquina de guerra interna. Algumas pessoas são com isto travadas na sua felicidade partidária, porque algumas distritais e direcção de partidos e Juventudes normalmente activam blocos de segurança para não permitir a progressão desses jovens militantes. Isto não é ficção científica, existe, e no nosso país, é uma realidade dura e crua da politica interna, mas isto vai bem mais longe, a chamada máquina, que são as estruturas da direcção cometem muitas vezes crimes contra o próprio partido, e prol do grupo que se encontra no poder, e que tem logo de inicio o intuito de se cimentar por mais algumas épocas. Há militantes que se apagam das listas informáticas, há militantes cujas filiações são rasgadas, apenas, porque nesse ano vieram das mãos dos que se opõem a máquina. Isto é crime partidário, e acontece nos partidos e nas juventudes, mais chocante acontecer nas juventudes, porque é ai que a base do ser humano como politico é construída, formada.

22222222 ooooppppiniãoiniãoiniãoinião agosto 2010 | o jovem

Após alguma meditação Após alguma meditação Após alguma meditação Após alguma meditação

chegamos a várias chegamos a várias chegamos a várias chegamos a várias

conclusões, a política conclusões, a política conclusões, a política conclusões, a política

interna actinterna actinterna actinterna actual incide ual incide ual incide ual incide

directamente contra a directamente contra a directamente contra a directamente contra a

meritocracia, vergandomeritocracia, vergandomeritocracia, vergandomeritocracia, vergando----a a a a

a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno

instalado no seio de todas instalado no seio de todas instalado no seio de todas instalado no seio de todas

as estruturas.as estruturas.as estruturas.as estruturas.

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Todas as estruturas partidárias criam aglomerados de que se orgulham. Eu chamo-lhes células ocas, criadas para introdução de elementos móveis que são nada mais nada menos que militantes que hoje são de Braga, amanha de Guimarães e depois de amanha de Coimbra. Células ocas que são concelhias fantasma onde só figuram nomes, e não trabalho ou actividade política. E depois temos o mais incrível, nos partidos e juventudes partidárias existem concelhias boas, militantes com potencial, e activos, e na altura da luta, são esquecidos e todo o seu trabalho com dignidade banalizado. Na hora de ocupar os cargos, os escolhidos não são os que fazem politica externa, nem os que trabalham, são os que criam instabilidade interna, sãos os que fomentam as batalhas campais, são as juventudes partidárias e as suas bases polidas de negro que alimentam esta sapiência que absorve ideologias. Hoje em dia para se subir num partido ou numa juventude partidária é preciso muitas vezes destruir concelhias, minar distritais, corromper a máquina, expulsar militantes, num verdadeiro rastro de destruição. A política interna afasta os militantes que são pessoas e não máquinas, porque a credibilidade é débil e estas atitudes são apenas para os que têm mais estofo ou mesmo estômago para aguentar a pressão. A calamidade política começa com a má formação dos militantes que pretendem ser políticos, e vemos isto hoje em

dia como um senado, enquanto meia dúzia de pessoas trabalha como César e os seus exércitos para aumentar o poderio e espólio de uma nação, os ditos senhores com “S” grande digladiam-se num gigantesco senado para ver quem vai ficar com os melhores lugares, cargos e propriedades….

o jovem | agosto 2010 opiniãoopiniãoopiniãoopinião 23232323

Todas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criam

aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham. EEEEu chamou chamou chamou chamo----

lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de

elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada

menos menos menos menos que militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Braga, raga, raga, raga,

amamamamanha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de

Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias

fantasma onde sófantasma onde sófantasma onde sófantasma onde só figuram nomes, e não figuram nomes, e não figuram nomes, e não figuram nomes, e não

trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.