jovem esperto é jovem vivo

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Jovem esperto é jovem vivo O que é a violência Violência criminal Bullying Homofobia Todos pela paz Combate à violência

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Cartilha sobre a violência entre os jovens

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Page 1: Jovem Esperto é Jovem Vivo

Jovem esperto é jovem vivo

O que é a violênciaViolência criminal

BullyingHomofobia

Todos pela pazCombate à violência

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O envolvimento de jovens brasileiros com a violên-cia está cada vez mais alarmante e crítico. As soluções para solucionar este crescente problema não são simples, muito pelo contrário, elas são difíceis e o caminho deve ser construído com muita paciência e perseverança. o meio mais simples de tirar os jovens dessa enrascada é a orientação.

O jovem esperto é o jovem vivo faz parte de um projeto acadêmico institucional da Universidade Católi-ca de Santos - UniSantos -, do curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Publicas, da disci-plina Produção Gráfica I. O tema abordado nessa cartilha é a violência na juventude, seja ela em forma de bullying, criminal, virtual, entre outros.

Esta cartilha reúne conhecimentos teóricos, defini-ções, ações e dicas de como evitar e afastar os jovens da violência incentivando e estimulando de alguma forma, atitudes mais coerentes relativo ao convívio social e ati-tudes éticas e positivistas, que seja uma gota no oceano, mas que faça a diferença favoravelmente

ApresentaçãoSumário

ExpedienteEsta cartilha é um projeto piloto realizado na disciplina de Produção Gráfica do curso de Comuni-cação Social, habilitação Relações Públicas da Universidade Católica de Santos. Redação: Aline Tiburcio, Isabella Zattoni e Luanna Marcondes. Produção Gráfica: Aline Tibucio. Maio/2013.

APRESENTAÇÃO........................................................3

O QUE É VIOLÊNCIA?...............................................4

QUAIS SÃO AS CAUSAS DA VIOLÊNCIA?............5

VIOLÊNCIA CRIMINAL............................................7

JOVENS DELIQUENTES...........................................9

BULLYING................................................................10

VIOLÊNCIA CONTRA HOMOSSEXUAIS.............12

AS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA.......................14

O JOVEM E O ÁLCOOL..........................................15

TODOS PELA PAZ...................................................16

A FAMILIA NO COMBATE A VIOLÊNCIA..........18

PATROCÍNIO APOIO

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ViolênciaA violência é hoje a principal causa das mortes de pessoas com idades entre 15 e 44 anos

Aline Tiburcio

É tudo aquilo que fere, destrói, agride ou machuca as pessoas, ações que não preservam a vida ou prejudicam o bem estar tanto individual quanto coletivo.

Embora a forma mais evidente de violência seja a física, existem diversas formas de violência como a psicológica, sexual, negli-gência, económica e verbal .

A violência física é o uso da força com o objeti-vo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São co-muns, murros, estalos e agressões com diversos objetos. A violência física pode ser agravada quando o agressor está sob o efeito do álcool, ou quando possui uma Em-briagues Patológica ou um Transtorno Explosivo. A vio-lência psicológica ou agressão emocional, tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. É uma violência que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente provo-

ca cicatrizes para toda a vida. Existem várias formas de violência psicológica, como a mobilização emocional da vítima para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância, ou como a agressão dissimulada, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta infe-rior, dependente e culpada. A violência verbal não é uma forma de violência psicológica. A violência verbal nor-malmente é utilizada para oportunar e incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utili-zados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.

A maioria das mortes acontece entre quatro paredes

autor da foto

Quais são as causas da violência?

a) Psicológicas

Privações de afeto e perdas. Segundo vários estu-diosos, tais privações podem obstruir os processos de socialização, problemas durante o desenvolvimento e na formação das estruturas de personalidade, humilha-ções e frustrações, severas ou não dependendo da pes-soa, busca da autoridade (alguém ou algo que coloque limites), excesso de rigor e autoritarismo, restrição das possibilidades de diálogo e negociação, enfraquecimen-to do processo de identificação, que faz com que você enxergue o outro como igual, com os mesmos direitos e necessidades e enfraquecimento da alteridade, que faz com que você enxergue o outro como diferente de você e com necessidades diferentes das suas. Dar exemplos e sempre que possível relacionar com a realidade escolar.

b) Sociológicas

Preconceitos de gênero, raça, crença, crenças fun-damentalista, desigualdade social e má distribuição de renda, exclusão social, processos de opressão das mas-sas, falta de coesão social (Para Durkheim, os indicado-res do índice de coesão social são o suicídio, o crime e as toxicomanias. Para ele, é bom que os atos que ofendem as regras de convívio social não sejam tolerados, pois

esses atos afrouxam o elo social.), processos culturais que intensificam o individualismo, a crise moral (moral aqui não tem a ver com certo ou errado mas com coesão social) e de autoridade das instituições responsáveis pelo controle social: escola, tribunais, prisões, etc., impunida-de, discriminação, corrupção, tratamento discriminatório da população mais pobres, interesses políticos e econô-micos (ex: guerra dos EUA x Iraque), entre outros.

A violência pode ter várias causas, vamos nos ater aqui a algumas causas psicológicas e sociológicas.

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Violência criminalAtualmente o Brasil esta sofrendo um grave problema social, que esta atingindo proporções alarmantes

Isabella Zattoni

Todos os dias, o país assiste nas telas a multiplicação de episódios dramáticos de violência no campo, nas favelas e nas periferias urbanas

O envolvimento de crianças e jovens em si-tuações de violência vem crescendo, umas das grandes causas para isso acontecer, são os problemas que os jovens possuem

em casa, orientações erradas, ensinamentos de péssima qualidade.

Podem não acreditar, mas atitudes tomadas em casa influenciam sim na formação de pessoas que convivem no mesmo ambiente. Crianças e jovens absorvem tudo que presenciam, desse modo, causando desajustes psi-cológicos e acaba levando, em muitos casos o jovem para o caminho da delinquência.

Hoje podemos perceber que não são apenas as clas-ses sociais baixas que sofrem com esse tipo de proble-ma, cada vez mais, a mídia vem divulgando casos onde os maiores culpados são jovens de classe média e a alta.

Apesar de muitas vezes o jovem menos favorecido, acha-rem que não tem alternativa, a não ser o crime, por causa de sua classe social e ambiente em que vive, os jovens de classes mais altas acham que podem fazer o que quise-rem, que nunca acontecerá absolutamente nada com eles e sempre conseguirão o apoio dos pais.

Com essas atitudes, não podemos culpar apenas os jovens, mais sim os adultos responsáveis, que passam a educação errada e sempre arranjam uma desculpa, para que o que seus filhos fazem e muitas vezes alegando que são apenas jovens e que não sabiam o que estavam fa-zendo.

Sendo assim, temos que nos conscientizar que a principal educação para os nossos jovens vem de dentro de casa e que às vezes, uma coisa insignificante, como um conselho bobo, no futuro pode se tornar uma decisão tomada pelos jovens que serão o futuro do nosso país.

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Jovens delinquentes No começo deste ano uma adolescente mataturista na frente da esposa em Praia Grande

Aline Tiburcio

Segundo a polícia, garota confessou participação no assassinato.

Um turista de São Paulo morreu depois de ser baleado por uma menina durante um assalto em janeiro deste ano em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O em-

presário estava em um carro com a esposa, a enteada de oito anos e uma prima. Segundo a polícia, a garota que atirou contra o rapaz tem 14 anos.

Rafael Abbatipietro Nunes Rosa, de 29 anos, estava parado no trânsito na Avenida Marginal da Via Expres-sa Sul quando pediu informação para um homem sobre como chegar a via principal. De acordo com o boletim de ocorrência, o mesmo homem teria voltado minutos depois, acompanhado da jovem que, segundo testemu-nhas, teria anunciado o assalto. Inicialmente a polícia divulgou que a jovem teria 15 anos.

De acordo com as vítimas, a assaltante queria a cor-rente de ouro e o relógio do turista, que segurou a mão

dela e pediu que não levasse nada. A jovem acabou se irritando e deu um tiro no peito do turista. A criminosa não conseguiu levar nenhum pertence da vítima.

A vítima ainda conseguiu sair do carro e correu atrás da menina, mas não aguentou e caiu na avenida. A esposa do turista levou o empresário baleado até o pronto-socor-ro Central, onde o turista chegou ainda com vida, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

A menor deliquente foi localizada em Franco da Ro-cha, na grande São Paulo, e encaminhada para o Juizado de Menores da cidade do litoral de São Paulo. Ela foi internada na Fundação Casa.

Menina foi apreendida na cidade de Franco da Rocha

Nina Barbosa/TV Tribuna

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BullyingAline Tiburcio

O bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho.

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou fí-sicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.

O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denomi-nação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”, afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Além de um possível isolamento ou queda do ren-

dimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas po-desm apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de al-gum tipo de trauma que influencie traços da personalida-de. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Esse tipo de violência tem sido cada vez mais noticiado e precisa de educadores atentos para evitarem consequências desastrosas

autor da foto

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Luanna Marcondes

O número de homossexuais assassinados no Brasil tem aumenta-do nos últimos anos

autor da foto

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Violência contra homossexuaisOs atos contra homossexuais estão se tornando mais constantes

“A cada dois dias um homossexual é assassinado no Brasil e precisamos dar um basta nesta situação”, afirmou Marcelo Cerqueira, presidente do GGB

A violência se manifesta por meio da opressão, da tirania e de abuso da força. Ocorre do constrangimento exercido so-bre alguma pessoa para obrigá-la a fazer

ou deixar de fazer algum ato por meio da agressividade. É um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa.

A violência contra homossexual se encaixa em quaisquer definições do sentido dado ao termo “violên-cia”. Já se tornou comum assistir aos noticiários e depa-rar-se com notícias de agressões causadas por homofo-bia, nas quais geralmente os agressores são jovens.

Este tipo de violência gratuita se manifesta não só

fisicamente, mas também psicologicamente. Apelidos de baixo calão, assim como nomes usados para classificas os negros afrodescendentes, são também usados contra os homossexuais. O tipo de comportamento ainda con-siderado antinatural é criticado por indivíduos comuns, autoridades e religiosos, tornando-se uma ilha cercada pela ignorância e ódio.

A sexualidade não admite opções, simplesmente é. A homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto à heterossexualidade. Associar o GLS ao amor deveria ser tão comum quanto associar a homossexualidade à vulga-ridade. Aceitar não é essencial, mas respeitar é.

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O jovem e o álcoolEstar alcoolizado aumenta a chance de violência sexual, seja para o agressor, seja para a vítima

Aline Tiburcio

O jovem está suscetível a cometer loucuras enquanto está alcoolizado, ele geralmente perde a noção do perigo e acaba se envolvendo em confusões que podem resultar em morte.

Durante a intoxicação, há maior envolvi-mento em atividades sexuais sem prote-ção, exposição a doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez. Devido à

gravidade das consequências sociais do uso abusivo de álcool, políticas públicas visando reduzir seu consumo vêm sendo adotadas em nosso país, algumas delas com bastante sucesso. A mesma linha de raciocínio pode ser desenvolvida com respeito à prevenção de violência por meio da adoção de políticas públicas direcionadas à re-dução do consumo de álcool.

Esse consumo está relacionado a fatores como bai-xo custo das bebidas alcoólicas e propaganda. A aguar-dente de cana, ou “cachaça”, e a cerveja são exemplos de bebidas extremamente baratas em nosso país. Esse baixo custo resulta em maior acesso da população e por

isso maior consumo. Estudos demonstram que a taxação de bebidas alcoólicas pelo Estado é uma estratégia sim-ples e eficaz na redução da venda de bebidas alcoólicas, mas sua implantação enfrenta enormes resistências por parte da indústria do álcool. Já a publicidade influencia o consumo de bebidas alcoólicas de acordo com fatores como exposição, lembrança e apreciação de propagandas por parte do público. Ou seja, quanto mais o indivíduo lembra e gosta da propaganda, maior será a chance de consumir álcool no futuro.

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autor da foto

As drogas na adolescência

O uso de drogas é um fenômeno bastante an-tigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no

futuro dos jovens e de toda a sociedade.

A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo. Nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo. É um momento de di-ferenciação em que “naturalmente” afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver ex-perimentalmente usando drogas, o pressiona a usar tam-bém. Ao entrar em contato com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos. O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais freqüente do que se pensa e, por sua com-

plexidade, difícil de ser abordado. Os atos de agressões causados como consequência do uso deste, é caracteriza-do como qualquer forma de conduta direcionada visando prejudicar ou ferir outra pessoa, mesmo que o usuário esteja consciente ou já tenha perdido o senso do limite.

A maior parte dos jovens busca como liberdade, di-versão ou lazer o uso de substâncias químicas. O consu-mo de drogas causa dependência e faz com que os jovens fiquem mais violentos, agressivos e volúveis a qualquer tipo de agressão, seja ela física ou verbal.

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Todos pela pazEstar alcoolizado aumenta a chance de violência sexual, seja para o agressor, seja para a vítima

A paz é geralmente definida como um esta-do de tranquilidade, calma, uma ausência de perturbações, violências e sentimentos negativos. Ela deve ser desejada por cada

pessoa para si próprio, e assim, para os outros, devendo ser uma saudação e um princípio e objetivo de vida. A paz é mundialmente representada pelo pombo branco e pela bandeira branca.

Pequenos gestos e atitudes podem incentivar a tranquilidade e a paz entre os indivíduos. Princípios como o caráter, educação e respeito são características essenciais para que a violência, seja ela verbal ou física, não aconteça.

Sorrir, ajudar e colaborar sempre que possível, ser solidário, respeitar o próximo, contribuir para a harmoni-zação e organização do ambiente, pedir autorização, não ser influenciável, ser amável, preocupar-se com o próxi-mo e principalmente ser educado, são práticas nas quais deveríamos adotar no nosso dia a dia.

No texto “É urgente educar os jovens para a paz, diz o Papa”, encontrado no site Uol, o Papa argumenta:

“Jovens tende a coragem de vos fazer perguntas sinceras sobre o sentido da vida!; Formai-vos para ser retos e cla-ros no pensamento, na ação, no respeito e diálogo com os demais. Mantende em primeiro lugar uma relação ver-dadeira com Deus, que requer uma conversão pessoal e uma abertura a seu mistério.”

Assim, a busca pela paz deve ser uma procura diá-ria e consequência de um mundo melhor. A Jornada pela Paz, com seus diferentes temas escolhidos pelo Papa, proporciona o encontro de todos os cidadãos que pos-suem essa vontade de busca, de manifestação e realiza-ção, ao encontro da paz.

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O papel da família no combate a violência

O jovem espero é o jovem vivo - De que forma a violência tem influenciado a vida das pessoas?

Ana Carlota Teixeira - Ela tem assustado muito as pessoas por estar de forma generalizada na sociedade. A agressividade é uma força natural, é algo inerente ao ser humano. E essa agressividade como força é importante, em função de que todos nós precisamos dessa força para viver, lutar, crescer e batalhar pelas coisas. Então, é uma força natural que deve ser elaborada, mas quando é no sentido exagerado e não elaborado, ela sai em forma de violência. Essa violência acaba, portanto, destruindo o outro e impedindo essa convivência em sociedade. Isso acaba assustando tanto pela preocupação de cada um ter que elaborar a sua agressividade como pelo fato de ficar exposto à agressividade do outro. Isso faz com que fi-quem mais assustados e desacreditados na própria vida, gerando uma certa insegurança, até em viver, sair na rua, cuidar da própria casa ou dos filhos. Isso já é uma des-crença em nosso sistema, de certa forma.

O jovem esperto é o jovem vivo - Quais fatores seriam as causas das pessoas se tornam violentas?

Ana Carlota Teixeira - A violência é conseqüência da falta de uma educação afetiva em algum momento na infância, ausência de representantes adequados da lei, da moral. A agressividade natural vai sendo elaborada durante o desenvolvimento da pessoa a partir da relação com os pais, que são as autoridades da infância, além dos avós, da escola, da sociedade e da Igreja e, na medida em que essa sociedade não assume o papel de autorida-de, contribui para que essa agressividade se transforme de modo inadequado e torna impossível a vivência em comunidade.

O jovem esperto é o jovem vivo - Fale um pouco de como as pessoas se tornam doentes devido à violência.

Ana Carlota Teixeira - Da mesma maneira que essa agressividade é inerente ao ser humano, existe medo também em cada um de nós. Outros sentimentos não tão positivos existem dentro de nós, como a inveja e o ciú-

Em entrevista, a psicóloga Ana Carlota Pinto Teixeira defende que para combater a violência é necessário o resgate da família.

me, contudo a partir do nosso amadurecimento, a expec-tativa é que consigamos lidar com eles de maneira mais elaborada. O que significa isso? Por exemplo, eu posso sentir raiva de alguém, mas não chegarei ao ponto de matá-la. Eu não preciso concretizar essa minha agressi-vidade, contudo posso lidar com esse sentimento de um outro jeito e ser capaz de perdoar, de reparar. Também sentimos medos de não nos sentirmos capazes de cuidar da nossa agressividade. Assim, a violência faz com que fiquemos assustados e inseguros como se também não fôssemos dar conta. Por exemplo: uma criança sente rai-va, porém ela precisa de garantias que os pais não vão deixá-la matar ninguém e não vai deixar concretizá-la. Ela precisa também ter a confiança de que os pais estão ajudando a cuidar dos seus sentimentos. E parece que, nós adultos, ficamos como que crianças, assustados com o que podemos fazer, porque não tem ninguém para nos impedir. Além do medo de não dar conta de nos impedir. E estamos num momento social em que as pessoas não podem contar com essa rede de autoridades, porque as nossas fontes de autoridade são perversas também e não estão dando conta de pôr limites claros, adequados e jus-tos. Então, isso gera muita insegurança e contribui para que as pessoas fiquem doentes mesmo, isoladas e não saibam muito bem como lidar com isso. Ficam a mercê do medo e a mercê do medo, da violência de outro.

O jovem esperto é o jovem vivo - Quais seriam as formas de se conter a violência na sociedade de hoje?

Ana Carlota Teixeira - Acredito que cada um pode fazer um pouco e que a família é muito importante nes-se sentido. É preciso que os pais saibam respeitar o de-

senvolvimento infantil, ou seja, em cada fase, a criança demonstra um nível de agressividade próprio e normal e que é saudável. Às vezes, os pais confundem e con-sideram que a criança seja violenta, naquele momento. Por exemplo, para uma criança de 2 anos é normal ser agressiva, brigona, egoísta. E se os pais conseguem com-preender isso, serão capazes de respeitar, educar e ajudar a criança a conter e lidar com os seus sentimentos. Em diversos casos, os pais são mais assustados que os filhos e acabam sendo mais agressivos, querendo educar an-tes da hora. A família é muito importante no sentido de dar limites à criança sobre o que é dela ou do outro. E esse é um processo difícil mesmo, pois envolve afetos e emoção o tempo todo e, às vezes, os pais também es-tão assustados com as próprias emoções, mas eu sempre acredito na prevenção, na educação da família. A escola e a mídia também exercem um papel muito importante. É preciso educar porque a agressividade é natural, mas para não ser transformada em violência, a criança precisa ser educada com afeto e com limites.

Ana Carlota Pinto Teixeira

Psicóloga

Page 11: Jovem Esperto é Jovem Vivo

Esta cartilha reúne conhecimentos teóricos, definições, ações e dicas de como evitar e afastar os jovens da violência incentivando e estimulando de alguma forma, atitudes mais coerentes relativo ao convívio social e atitudes éticas e positivistas, que seja uma gota no

oceano, mas que faça a diferença favoravelmente

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