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A Mui Nobre Compilação dos Êxitos de quem um dia tentou epicamente ser um verdadeiro Estudante de Medicina Veterinária. Ana Filipa Monteiro 2009 A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009 UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA - A Mui Nobre Compilação dos Êxitos de quem um dia tentou epicamente ser um verdadeiro Estudante de Medicina Veterinária - A Anatomia II e a Saga no Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos Ana Filipa Monteiro 2009

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A Mui Nobre Compilação dos Êxitos de quem um dia tentou epicamente ser um verdadeiro Estudante de Medicina Veterinária. Ana Filipa Monteiro

2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

- A Mui Nobre Compilação dos Êxitos de quem um dia

tentou epicamente ser um verdadeiro Estudante de

Medicina Veterinária -

A Anatomia II e a Saga no Mirabolástico Mundo da

Esplancnologia dos Animais Domésticos

Ana Filipa Monteiro

2009

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A Mui Nobre Compilação dos Êxitos de quem um dia tentou epicamente ser um verdadeiro Estudante de Medicina Veterinária. Ana Filipa Monteiro

2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

PREFÁCIO

Como o próprio nome indica, esta é uma mui nobre compilação de êxitos de quem, um dia, tentou

epicamente ser um verdadeiro estudante de Medicina Veterinária. É uma compilação dos êxitos de quem se

manteve fiel à promessa de comparecer a (quase) todas as aulas teóricas de Anatomia II, ainda que fosse uma

seca levantar às 6h às quartas-feiras. É uma compilação dos êxitos de quem nunca desistiu de acompanhar

sempre a matéria por escrito, ainda que hieroglificamente e sem compreensão possível após uma semana de

pousio, enfrentando horas e horas de massacre anatómico, de anfiteatros com iluminação inadequada, de

programas informáticos inacessíveis com fundos e letras minúsculas de cores pindéricas e muito pouco a condizer,

de passagem de slides a uma velocidade astronómica ao som do clique nervosamente frenético do professor

Afonso, de slides de que nem sequer se pôde constatar a existência devido ao motivo anteriormente descrito, de

piadas características que só o professor Afonso entende a graça, de silêncios manifestadores de ignorância pelo

assunto falado e de questões absurdamente tolas colocadas mais por quebrar o tal silêncio do que por outra

coisa.

Contudo, estes êxitos não seriam possíveis se não fosse a preciosa ajuda e companhia dos meus colegas e

amigos, que passo a agradecer:

- Marta Monteiro Pais Tavares, por ser a minha companheira assídua destas sagas, por me ter

compensado na matéria quando eu assim não fui, e que contribuiu de maneira exímia para a concepção desta mui

nobre compilação.

- Catarina Isabel Gomes Arranja, por me ter dado umas dicas nas aulas práticas de Anatomia II, por tudo o

que já fez por mim em outras cadeiras e, apesar de uma vez me ter feito um gesto feio com o dedo numa aula

teórica de anatomia por eu estar a passar compulsivamente toda a matéria dos slides quando havia uma sebenta

do professor Brilhante pela qual eu me podia guiar (que, mais tarde, se veio a descobrir ser discordante da

matéria dada pelo professor Afonso), estar neste momento desesperada e comicamente à rasca e em pulgas para

que eu lhe envie esta mui nobre compilação.

- Maria Rita Felício Nunes, por também me ter dado umas dicas nas aulas práticas de Anatomia II, pelo

tanto que já fez por mim em outras cadeiras e pelas horas e horas (matinais) de insistência na pré-disposição de

prestação de auxílio, por me ter obrigado a aliviar-me de trabalho nas últimas semanas de aulas (que eu vou

cobrar-lhe da mesma maneira no próximo semestre, claro) e pelo contributo que deu para a concepção desta mui

nobre compilação ao avivar-me a memória de pormenores que só mesmo ela é capaz de fixar.

- Tiago Alexandre Leandro Gomes, pela fantástica descrição mímica dos músculos hioideus numa aula

prática de anatomia (que pouco me valeu no fim das contas, dado que nasci débil de memória e terei de

comparecer a exame prático final de Anatomia II, mas valeu a graça da situação e a ajuda), pelos diversos

polémicos e humoristicamente enriquecedores debates sobre touradas e ilusões de vir a contactar com animais

no voluntariado do Jardim Zoológico e pelos demais assuntos e companhias das viagens entre Setúbal e Lisboa.

Deixo ainda um agradecimento ao professor João Afonso, que até se demonstrou uma pessoa simpática e

sensata e que conseguiu não se tornar um elemento desmotivador do meu empenho na cadeira de Anatomia II e,

paralelamente, na concepção desta mui nobre compilação.

Por fim, concluo este prefácio com algumas advertências e considerações. Esta compilação não é

integralmente fiável, pois pode conter erros de interpretação ou de leitura, pode apresentar-se incompleta ou a

matéria nela referida pode não estar de acordo com futuras alterações de conteúdos programáticos.

Vale sempre a pena comparecer nas aulas teóricas de Anatomia II, nem que seja para, daqui por diante,

criar edições contemporâneas desta mui nobre compilação.

Ana Filipa Monteiro.

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2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

ÍNDICE

ESPLANCNOLOGIA DOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS

1. Aparelho Digestivo e Glândulas Anexas 1.1. Boca

1.2. Glândulas Salivares

1.3. Palato Mole

1.4. Faringe

1.5. Esófago

1.6. Estômago

1.7. Estômago dos Ruminantes

1.8. Intestino Delgado

1.9. Intestino Grosso

1.10. Glândulas anexas ao Aparelho Digestivo

1.10.1. Pâncreas

1.10.2. Fígado

2. Baço

3. Aparelho Respiratório

3.1. Nariz

3.2. Rostro ou focinho

3.3. Narinas

3.4. Esqueleto do nariz e das narinas

3.5. Cavidade nasal

3.6. Laringe

3.7. Traqueia

3.8. Pulmões

4. Cavidade Torácica

4.1. Fáscia endotorácica

4.2. Pleura

5. Aparelho Urinário

5.1. Rins

5.2. Ureteres

5.3. Bexiga

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2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

ÍNDICE

6. Aparelho Genital Masculino

6.1. Testículos

6.2. Epidídimo

6.3. Ducto deferente

6.4. Ducto ejaculatório

6.5. Funículo espermático

6.6. Túnica vaginal do funículo espermático e do testículo

6.7. Glândulas genitais acessórias

6.8. Partes genitais externas

6.9. Escroto

6.10. Músculos anexos

7. Aparelho Genital Feminino

7.1. Ovários

7.2. Tubas uterinas

7.3. Útero

7.4. Vagina

7.5. Pudendo feminino

7.6. Clítoris e prepúcio

8. Aparelho Mamário.

8.1. Corpo da mama

8.2. Sulco intermamário

8.3. Aparelho suspensor da mama

8.4. Úbere

8.5. Diferenças entre espécies

9. Peritoneu.

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2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

ÍNDICE

ESPLANCNOLOGIA DO GALO

1. Aparelho Digestivo e Glândulas Anexas 1.1. Rima bucal

1.2. Palato

1.3. Língua

1.4. Glândulas salivares

1.5. Faringe

1.6. Esófago

1.7. Proventrículo

1.8. Moela

1.9. Intestino Delgado

1.10. Cecos

1.11. Cólon

1.12. Cloaca

1.13. Fígado

1.14. Pâncreas

2. Baço

3. Aparelho Respiratório

3.1. Narinas

3.2. Cavidades nasais

3.3. Laringe

3.4. Traqueia

3.5. Siringe

3.6. Brônquios primários

3.7. Pulmões

3.8. Sacos aéreos

4. Toráx e abdómen

5. Aparelho Urinário

5.1. Rins

5.2. Ureteres

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2009

A Anatomia II e o Mirabolástico Mundo da Esplancnologia dos Animais Domésticos 2009

ÍNDICE

6. Aparelho Genital Masculino 6.1. Testículos

6.2. Epidídimo

6.3. Ducto deferente

6.4. Sistema copulatório masculino

7. Aparelho Genital Feminino

7.1. Ovário

7.2. Oviducto

8. Anatomia do Ovo.

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E é estudar

anatomia…

… PERDIDAMENTE!

Eu sou uma

Vaca dos

Açores.

Môeu.

Chamem-me

SENHOR

PORCOOO!

A SAGA DELIRANTE

PELA

ESPLANCNOLOGIA

DOS MAMÍFEROS

DOMÉSTICOS

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1. APARELHO DIGESTIVO E GLÂNDULAS ANEXAS

1.1. BOCA.

- Entrada: rima bucal (corresponde a uma fenda).

1.1.1. Cavidade:

- Limites:

· Palato duro (dorsal).

· Corpo da mandíbula e músculos milo-hioideu e génio-hioideu (ventral).

· Bochechas (laterais).

· Palato mole (caudal).

- Trata-se de uma cavidade virtual (quando fechada, é quase totalmente preenchida pelas estruturas que

contém).

- Orofaringe: trata-se de uma cavidade real, sendo um pequeno espaço da cavidade bucal entre a raiz da

língua, o palato duro e a epiglote.

- Divisão, pelos dentes e processos alveolares, em duas partes:

· Vestíbulo da boca: espaço situado entre o conjunto dos dentes e dos processos alveolares e o

conjunto das bochechas e dos lábios.

· Boca propriamente dita: espaço limitado pelos dentes e pelos processos alveolares.

a) Comunicações:

- Vestíbulo da boca: quando os dentes se encontram em contacto, há comunicação através dos espaços

interdentários (diastema) e pelos intervalos existentes atrás dos últimos dentes molares.

- Faringe: comunicação caudal, através do ádito da faringe.

b) RUMINANTES:

- O vestíbulo da boca é espaçoso.

- O vestíbulo labial é pequeno, devido ao pequeno tamanho da rima bucal.

- O facto de a metade rostral da cavidade oral apresentar maior número de projecções cornificadas e

pontiagudas direccionadas caudalmente (no sentido do fundo da boca), papilas cónicas nas bochechas e

na língua e bordos livres e serrilhados no rafe palatino evita a perda de alimentos grosseiros.

- OVINOS e CAPRINOS: o palato não é tão áspero.

1.1.2. Lábios: circundam a rima bucal:

a) Ângulos de união: próximos do 1.º dente molar.

b) Constituição:

- Superfície externa: coberta pela pele, com longos pêlos tácteis para além de pêlos normais, com:

· Filtro: sulco mediano raso no lábio superior.

· Mento: proeminência arredondada no lábio inferior.

- Superfície interna: mucosa ± pigmentada, que apresenta pequenas papilas cujas extremidades

expõem as aberturas dos ductos das glândulas labiais, que formam uma massa compacta nos

ângulos.

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· Frénulo: estabelece a ligação entre o lábio e a gengiva.

- Bordo livre.

- Bordo fixo.

c) RUMINANTES:

- Os lábios são grossos e, comparativamente aos outros mamíferos domésticos, imóveis (menos

acentuado em PEQUENOS RUMINANTES).

- Plano nasolabial (GRANDES RUMINANTES): área que abrange o ponto médio do lábio maxilar e a

superfície entre as narinas.

- Plano nasal (PEQUENOS RUMINANTES): área existente entre as narinas.

- O bordo livre e a parte adjacente da túnica mucosa labial apresentam papilas curtas, obtusas e

córneas.

- Encontra-se desprovido de pêlos, e apresenta pequenas áreas poligonais delimitadas por sulcos:

ósteos de saída de secreções nasolabiais.

- São lisos, frios e húmidos, graças à secreção das glândulas nasolabiais.

- O lábio maxilar possui um filtro evidente em PEQUENOS RUMINANTES.

1.1.3. Bochechas: paredes laterais da boca que se continuam cranialmente com os lábios.

a) Inserções: bordos alveolares dos maxilares e da mandíbula.

b) Estrutura:

- Pele (delgada e flexível).

- Camada muscular

· Músculo bucinador.

· Músculo malar.

- Camada glandular:

· Três séries (RUMINANTES): dorsais, intermédias e ventrais.

· Verifica-se a abertura dos ductos em duas séries de papilas na membrana mucosa, na superfície

externa do músculo bucinador.

- Membrana mucosa (reflecte-se em cima e em baixo sobre as gengivas, e continua caudalmente com

a membrana mucosa do palato mole).

c) RUMINANTES:

- Papilas cónicas grandes e pontiagudas, em número superior às das outras espécies.

- Glândulas bucais bem desenvolvidas.

1.1.4. Gengivas:

- Compostas por tecido fibroso denso intimamente unido ao periósteo dos processos alveolares.

- Membrana mucosa lisa de revestimento, pouco sensível, destituída de glândulas.

1.1.5. Palato duro:

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a) Constituição:

- Limites:

· Processos alveolares (cranial e lateralmente).

· Palato mole (caudalmente).

- Base óssea:

· Processos palatinos dos ossos incisivos e das maxilas.

· Lâmina horizontal do osso palatino.

- Membrana mucosa desprovida de glândulas (excepto em PEQUENOS RUMINANTES e CARNÍVOROS,

que apresentam glândulas palatinas).

- Rafe central ou rafe palatina: zona de união ao nível do plano médio, que divide longitudinalmente

o palato duro em duas partes.

- Rugas palatinas transversas: apresentam concavidade e bordos livres dirigidos caudalmente, e

encontram-se cranialmente mais distanciadas e pronunciadas.

- Papila incisiva: proeminência central, caudal ao primeiro par de dentes incisivos (ATENÇÃO: os

RUMINANTES não possuem dentes incisivos).

- Ducto incisivo: pequeno tubo (cego nos EQUINOS) de membrana mucosa situado entre a cavidade

nasal e a cavidade bucal, que se estende obliquamente através da fissura palatina e que recebe o

ducto vomeronasal; abertura:

· Cavidade nasal, mais especificamente na parte rostral do meato nasal ventral, formando uma

fenda.

· Cavidade bucal, em ambos os lados da papila incisiva.

b) RUMINANTES:

- Largo e pigmentado (+ estreito em PEQUENOS RUMINANTES);

- Pulvino dentário: espessa camada de tecido conjuntivo com uma grossa cobertura epitelial

cornificada no corpo do osso incisivo, que substitui os dentes incisivos maxilares.

- Rugas palatinas transversas:

· Bovinos: quase rectas, com bordo serrilhado.

· Pequenos Ruminantes: são irregulares, alternam-se na rafe, apresentam bordos livres lisos,

orifícios das glândulas palatinas no terço caudal e a papila incisiva encontra-se situada entre o

pulvino dentário e a 1.ª ruga palatina.

1.1.6. Pavimento da boca:

a) Divisões:

- Parte rostral livre (corresponde ao corpo da mandíbula).

- Parte restante ocupada peça porção livre da língua.

b) Apresenta, caudalmente aos dentes incisivos médios:

- Ductos dos órgãos orobasais.

- Ductos epiteliais rudimentares na lamina propria.

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- Pregas sublinguais: pregas de membrana mucosa, nos lados esquerdo e direito, localizadas

lateralmente ao frénulo da língua e com terminação na carúncula sublingual; possuem várias papilas

(correspondentes aos ductos da glândula sublingual que lhes é subjacente).

- Carúnculas sublinguais: projecções achatadgas rostro-lateralmente ao frénulo da língua, que

apresentam a abertura do ducto sublingual maior (excepto em EQUINOS) e do ducto da glândula

mandibular.

- Prega pterigomandibular: prega vertical da membrana mucosa, situada entre a arcada maxilar e a

mandíbula, caudalmente ao último dente molar, que contém o ligamento pterigomandibular.

c) RUMINANTES:

- Apresentam frénulo da língua.

- Carúncula sublingual: apresenta um bordo serrilhado.

- Orifícios dos ductos mandibular e sublingual maiores: presentes na fissura lateral à carúncula.

- Órgão orobasal: conjunto de orifícios de ductos cegos rudimentares.

1.1.7. Língua:

a) Localização: pavimento da boca, entre os ramos da mandíbula, apoiando-se principalmente nos

músculos génio-hioideu e milo-hioideu.

b) Divisões:

- Raíz: parte caudal, inserida do processo lingual ou no basi-hial do osso hióide, no palato mole ou na

faringe.

- Corpo (lado direito):

· Parte média com três superfícies livres: uma dorsal e duas laterais.

· Inserção ventral nos músculos génio-hioideu e milo-hioideu.

- Ápice: extremidade livre com duas faces (dorsal e ventral) e um bordo.

- Quatro faces: dorsal, ventral e duas laterais.

c) Dorso da língua: abrange toda a superfície dorsal da língua, é livre e contacta com o palato duro

quando a boca se encontra fechada (excepto na orofaringe).

d) Frénulo da língua: prega mediana da membrana mucosa, inserida na superfície ventral da língua.

e) Arcos palatoglossos (do palato mole): pregas espessas e curtas, que unem lateralmente o palato mole

ao bordo lateral da língua, de cada lado do seu dorso.

f) Prega glosso-epiglótica: prega central, que estabelece a ligação entre a raiz da língua e a base da

epiglote.

g) Membrana mucosa:

- Espessa e densa no dorso, com uma densa corda fibrosa por baixo.

- Fina e lisa, lateral e ventralmente.

- Possui numerosas papilas, de diversos tipos:

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· Papilas filiformes (papilas mecânicas): projecções finas como linhas, de aspecto piloso,

presentes no dorso e nas faces laterais da língua.

· Papilas cónicas (papilas mecânicas): presentes no dorso e nas faces laterais da língua.

· Papilas lenticulares (papilas mecânicas): possuem a forma de uma lente, e encontram-se

presentes na parte caudal do dorso da língua.

· Papilas fungiformes: são maiores que as papilas filiformes; apresentam corpúsculos gustativos;

são arredondadas no ápice, suportadas por um colo e cobertas por papilas secundárias;

encontram-se presentes no dorso e principalmente nas faces laterais da língua.

· Papilas valadas: são arredondadas, apresentam papilas secundárias microscópicas na sua

superfície livre e corpúsculos gustativos; encontram-se numa depressão circundada por uma

parede anular.

· Papilas folhadas: constituem eminências arredondadas com fissuras transversais, situadas

rostralmente aos arcos palatoglossos do palato mole, que formam pregas paralelas à túnica

mucosa e suportam papilas secundárias microscópicas, bem como corpúsculos gustativos.

h) Glândulas linguais: pequenas glândulas salivares.

i) Folículos linguais: pregas e elevações arredondadas marcadas por criptas na túnica mucosa da raiz da

língua, constituindo essencialmente uma massa de tecido linfóide; por vezes, são consideradas como

um conjunto, formando a tonsila lingual.

j) Músculos da língua:

- Extrínsecos: génio-glosso, hio-glosso e estilo-glosso.

- Intrínsecos: lingual próprio (sistema de fibras que correm longitudinal, vertical e transversalmente).

k) Diferenças entre espécies.

- RUMINANTES:

· Toro: proeminência dorsal na parte caudal do corpo da língua (menos pronunciado nos

PEQUENOS RUMINANTES).

· Fossa: depressão transversal, rostral ao toro (menos pronunciada nos PEQUENOS

RUMINANTES).

· Frénulo da língua: extenso (menos pronunciado nos PEQUENOS RUMINANTES).

· Papilas mecânicas: ausência de corpúsculos gustativos.

· Papilas filiformes (papilas mecânicas): cornificadas e afiliadas, especialmente no ápice, sendo

por isso responsáveis pela aspereza da língua e pela eficiência da apreensão da pastagem (em

PEQUENOS RUMINANTES são macias, a língua é lisa e não age como órgão apreensor de

alimentos).

· Papilas cónicas (papilas mecânicas): na parte dorsal e rostral ao, dirigem-se rostralmente, e na

parte lateral ao toro dirigem-se lateral e caudolateralmente.

· Papilas lenticulares (papilas mecânicas): situam-se no toro, e são redondas e césseis.

· Papilas fungiformes: presentes na parte rostral do toro (orientadas rostralmente) e na parte

lateral da língua (orientadas lateral e caudolateralmente); entre as papilas filiformes, comportam

corpúsculos gustativos; são mais numerosas em PEQUENOS RUMINANTES.

· Papilas valadas: formam uma fileira irregular, de cada lado da parte caudal do dorso da língua.

· Papilas folhadas: ausentes.

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· Glândulas linguais: são mais numerosas na raiz da língua, mas também se encontram nas faces

laterais da língua.

· Tonsila lingual: em PEQUENOS RUMINANTES, este tecido linfóide é difuso.

- SUÍNOS:

· Apresentam papilas folhadas.

· O frénulo da língua é duplo.

- CÃO:

· Apresenta papilas valadas e folhadas.

· Apresenta um sulco mediano no dorso.

· Lissa: cordão fusiforme de tecido fibroso, tecido muscular e gordura existente na parte ventral

da ponta da língua.

- GATO:

· Papilas filiformes: apresentam natureza córnea.

· Lissa e sulco mediano: ausentes.

- COELHO:

· Possui toro, mas sem fossa.

· Apresenta sulco mediano.

· Apresenta papilas valadas e folhadas.

1.1.8. DENTES:

a) Crescimento vs. Erupção:

- Crescimento do dente: formação no interior do alvéolo.

- Erupção do dente.

b) Classificação dos dentes:

- ƒ{crescimento}:

· de crescimento limitado (curto período da vida do animal).

· de crescimento permanente ( durante toda a vida do animal).

- ƒ{comprimento da coroa dentária}:

· Hipsodontes (dentes de coroa muito alta).

· Braquiodontes (dentes de coroa baixa).

- ƒ{erupção}:

· Dentes de erupção limitada (apenas durante um curto período da vida do animal) - crescimento

limitado e tipo braquiodonte (ex: dentes dos carnívoros e incisivos e molares do Porco).

· Dentes de erupção prolongada (durante a maior parte da vida do animal) – crescimento

limitado e tipo hipsodonde (ex: incisivos e molares dos Equinos e molares dos Ruminantes).

· Dentes de erupção permanente (durante toda a vida do animal) – crescimento permanente (ex:

caninos do Porco macho e dentes do Coelho).

c) Classificação dos animais, quanto ao tipo de relevos da mesa dentária dos molares:

- Selenodontes: massa dentária dos molares com cristas de forma semilunar, em disposição

transversal (Equídeos e Ruminantes).

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- Lofodontes: mesa dentária dos molares com cristas de forma rectilínea, em disposição transversal

(Coelho).

- Bunodontes: mesa dentária dos molares com relevos em forma de coluna (Porco).

- Secodontes: mesa dentária dos molares aguda, cortante e com relevos alinhados longitudinalmente,

em forma de dentes de serra (Carnívoros).

1.2. GLÂNDULAS SALIVARES.

1.2.1. Glândula parótida:

- Possui um aspecto rosado.

- Localização: junto do ouvido.

- Ducto excretor:

· Passa por fora da mandíbula.

· É lateral ao músculo masséter em CARNÍVOROS e OVINOS, e ventral ao músculo masséter em

BOVINOS, SUÍNOS, EQUINOS e CAPRINOS.

· Termina na papila parótida.

1.2.2. Glândula mandibular:

- Possui um aspecto pálido, esbranquiçado.

- Localização: zona entre os ramos da mandíbula.

- Ducto excretor abre-se na carúncula sublingual.

1.2.3. Glândula sublingual monostomática:

- Ducto excretor abre-se entre ou muito próximo do ducto da glândula mandibular.

- Encontra-se ausente em EQUINOS e no COELHO.

1.2.4. Glândula sublingual polistomática:

- Encontra-se encostada à glândula sublingual monostomática.

- O número de ductos é variável consoante a espécie, sendo que a sua abertura faz-se na prega

sublingual.

NOTA! Embora encostadas, as glândulas salivares polistomática e monostomática possuem inervação,

irrigação e envolvimento capsular diferentes e separados.

1.2.5. Pequenas glândulas salivares:

- Glândulas labiais (superior e inferior).

- Glândula lingual.

- Glândulas palatinas.

- Glândula paracaruncular.

- Glândulas molares (superior e inferior).

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- Glândulas bucais dorsais, intermédias (RUMINANTES) e ventrais.

1.3. PALATO MOLE: cortina musculomembranosa que separa a faringe da boca, excepto durante a deglutição, que

se insere no bordo caudal do palato duro, inclinando-se posteriormente caudal e ventralmente.

a) Constituição:

- Face oral: encontra-se orientada ventral e um tanto rostralmente, sendo coberta por uma membrana

mucosa que é contínua com a do palato duro; apresenta uma crista mediana com uma prega sagital de

cada lado; é provida de numerosos ductos das glândulas palatinas.

· Arcos palatoglossos do palato mole: pregas espessas e curtas que unem lateralmente o palato mole

ao bordo lateral da língua, de cada lado do seu dorso.

- Face faríngea: encontra-se orientada dorsal e um tanto caudalmente; a sua membrana mucosa é

contínua com a da cavidade nasal.

- Bordo livre: é côncavo e fino, e contacta com a epiglote (excepto durante a deglutição).

· Arcos palatofaríngeos do palato mole: pregas laterais de mucosa que passam ao longo da parte

inferior da parede lateral da faringe, e que se unem por cima do óstio esofágico.

- Úvula palatina (SUÍNOS): prolongamento mediano de palato mole.

- Fossa tonsilar: é um espaço ocupado pela tonsila, localizado numa depressão entre os arcos palatoglosso

e palatofaríngeo divergentes.

b) Músculos próprios do palato mole:

- Músculo palatino:

· Acção: encurta o palato mole.

· Inserção: no osso palatino, por intermédio da aponevrose palatina, e no bordo livre do palato mole.

- Músculo elevador do palato mole:

· Acção: levanta o palato mole e fecha as coanas durante a deglutição.

· Inserção: no processo muscular da porção petrosa do osso temporal, na lâmina lateral da tuba

auditiva e na face faríngea do palato mole.

- Músculo tensor do palato mole:

· Acção: produz a tensão do palato mole (estica-o e estende-o).

· Inserção: no processo muscular da porção petrosa do osso temporal, na lâmina lateral da tuba

auditiva, no osso pterigoideu e na aponevrose do palato mole.

- Músculo palatofaríngeo:

· Acção: encurta a faringe, puxando-a rostralmente juntamente com o esófago, no sentido da raiz da

língua, durante a deglutição.

· Inserção: na aponevrose do palato mole dos ossos palatino e pterigoideu, na parte larga e rostral da

tuba auditiva, no bordo dorsal da cartilagem tireoide da laringe e no rafe fibroso mediano da

aponevrose faríngea.

NOTA! As funções dos músculos palatino e tensor do palato mole e os músculos elevador do palato mole e

tensor do palato mole são antagónicas, portanto, estes pares de músculos são antagónicos entre si.

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c) EQUINOS: o palato mole é muito desenvolvido, sendo que o seu contacto com a epiglote e respectivo

comprimento explicam o facto de, em condições normais, a respiração não ocorrer pela boca e a matéria

rejeitada pelo vómito ser expulsa pela cavidade nasal; a epiglote pode estar quer no lado oral, quer no

lado faríngeo do palato mole.

1.4. Faringe: saco musculomembranoso comum aos tractos digestivo e respiratório.

a) Relações:

- Base do crânio (bolsas guturais - EQUINOS): dorsal.

- Laringe: ventral.

- Esófago: caudal.

- Cavidades bucal e nasal: rostral.

- Músculo pterigoideu medial, osso estilo-hial, artéria carótida externa e tronco linguofacial, nervos

hipoglosso, glossofaríngeo e laríngeo rostral, glândula mandibular, nódulos linfáticos retro-faríngeos:

laterais.

b) Óstios faríngeos:

- Coanas (cavidade nasal).

- Istmo das fauces (abertura oral).

- Óstios faríngeos da tuba auditiva.

- Óstio laríngeo.

- Óstio esofágico.

c) Músculos da faringe:

- Músculos constritores rostrais:

· Músculo pterigofaríngeo.

· Músculo estilofaríngeo rostral (RUMINANTES).

· Músculo estilofaríngeo caudal (RUMINANTES).

· Músculo hiofaríngeo

· Músculo palatofaríngeo (descrito com os músculos do palato mole).

- Músculos constritores caudais:

- Músculo tireofaríngeo;

- Músculo cricofaríngeo.

d) Constituição:

- Aponevrose faríngea: inserida na base no crânio, forma uma rafe mediana.

- Recesso faríngeo: fundo de saco caudal aos ossos auditivos.

- Istmo faríngeo: comunicação entre a parte dorsal (epitélio ciliado) e a parte ventral da cavidade faríngea

(epitélio pavimentoso estratificado).

- Recesso piriforme: depressão estreita e profunda, de cada lado do óstio faríngeo.

Músculo queratofaríngeo (EQUINOS e CÃO)

Músculo condrofaríngeo (EQUINOS e CÃO)

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1.5. ESÓFAGO.

a) Definição: tubo musculomembranoso que une a faringe ao esófago.

b) Constituição:

- Parte cervical.

- Parte torácica.

- Parte abdominal.

c) Túnica muscular: é constituída por um músculo estriado e, uma vez iniciada a sua contracção na faringe,

só termina no estômago.

- EQUINOS, GATO E PORCO: existe um pequeno segmento terminal de músculo liso.

d) Estruturas extrínsecas de fixação:

- Tendão cricoesofágeo - inserções:

· Cartilagens laríngeas - origem: cricóide e aritnóides.

· Parte inicial do esófago - terminação.

- Músculo esofágeo longitudinal dorsal (muito curto em RUMINANTES e EQUINOS):

· Inserções: parte inicial do esófago – origem - e faringe - terminação.

- Músculo esofágeo longitudinal lateral (muito curto) – inserções:

· Parte inicial do esófago – origem.

· Laringe (RUMINANTES e CARNÍVOROS) ou faringe (EQUINOS e PORCO) – terminação.

- Músculo esofágeo longitudinal ventral (muito curto) - inserções:

· Parte inicial do esófago – origem - e tendão cricoesofágeo - terminação.

- Músculo broncoesofágeo: presente em todos os mamíferos domésticos.

- Músculo pleuroesofágeo (CÃO).

1.6. ESTÔMAGO

a) Constituição:

- Face parietal: convexa, dirige-se craniodorsalmente no sentido esquerdo, e encontra-se relacionada

com o diafragma e com o fígado.

- Face visceral: convexa, dirige-se caudoventralmente no sentido direito, e encontra-se relacionada com

o cólon maior (parte terminal), com o cólon menor, com o pâncreas, com o intestino delgado e com o

omento maior.

- Curvatura menor (ou bordo dorsal): é muito curta, e estende-se da terminação do esófago até à junção

com o intestino delgado; in situ o óstio cardíaco e o óstio pilórico encontram-se próximos.

- Curvatura maior (ou bordo ventral): é muito extensa, e dirige-se inicialmente para cima, curvando-se na

extremidade esquerda e dirigindo-se então para a direita, de modo a cruzar o plano mediano, descendo

posteriormente até à extremidade direita, onde volta a curvar-se para cima.

- Extremidade esquerda (designada por «saco cego» em EQUINOS, por possuir a forma de fundo de

saco):

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· Óstio cardíaco (cárdia): orifício esofágico fechado pelo esfíncter cardíaco e por numerosas pregas da

túnica mucosa.

- Extremidade direita: é menor que a extremidade esquerda, e é contínua com o duodeno.

· Piloro: abertura no intestino, cuja posição é indicada externamente por uma acentuada constrição.

· Esfíncter pilórico: anel de tecido muscular que, formando uma crista circular, encerra o piloro.

· Valva pilórica: prega circular da túnica mucosa que cobre o esfíncter pilórico.

· Antro pilórico: porção da parte pilórica próxima do piloro, separada da parte restante da

extremidade direita por uma constrição.

· Toro pilórico (RUMINANTES e PORCO): proeminência localizada no piloro, que se projecta da parede

da curvatura menor (por vezes apresenta-se como um ressalto sulcado); exerce um papel tanto

activo como passivo no encerramento completo do óstio pilórico, ao encaixar-se entre as

extremidades livres do músculo semilunar do esfíncter pilórico, actuando assim como uma tampa.

1.7. ESTÔMAGO DOS RUMINANTES:

a) Estrutura:

- Átrio do estômago: saco cranial do rúmen e do retículo, correspondente à zona de terminação do

esófago.

- Rúmen.

- Retículo.

- Omaso.

- Abomaso.

- Sulco gástrico: sulco central a partir do qual se desenvolvem os quatro compartimentos do estômago

dos RUMINANTES:

· Sulco rúmino-reticular (ou sulco reticular): localiza-se entre o óstio cardíaco e o óstio retículo-

omásico.

· Sulco do omaso: localiza-se entre o óstio retículo-omásico e o óstio omaso-abomásico; forma um

canal, em conjunto com os bordos livres das lâminas do omaso.

· Sulco do abomaso: localiza-se entre o óstio omaso-abomásico e o óstio pilórico.

b) Rúmen: é o primeiro e o maior dos quatro compartimentos gástricos dos RUMINANTES.

- Face parietal (esquerda):

· Relações: diafragma, baço e parte esquerda do abdómen.

· Sulcos: cranial, longitudinal esquerdo, acessório esquerdo, coronário dorsal (muito curtos ou

ausentes em PEQUENOS RUMINANTES), coronário ventral e caudal.

- Face visceral:

· Relações: omaso, abomaso, intestino, fígado, pâncreas, rim esquerdo, glândula supra-renal

esquerda, aorta e veia cava caudal.

· Sulcos: cranial, longitudinal direito, acessório direito, coronário dorsal (muito curtos ou ausentes em

PEQUENOS RUMINANTES), coronário ventral e caudal.

- Curvatura dorsal: é convexa.

- Curvatura ventral: é convexa, e acompanha o compartimento do rúmen.

- Extremidade cranial: dividida ventralmente, pelo sulco cranial, em:

· Saco cranial (ou átrio do rúmen).

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· Extremidade cranial do saco ventral; interiormente, existe o óstio rumino-reticular, limitado

ventralmente pela prega rúmino-reticular (correspondente ao sulco rúmino-reticular).

- Extremidade caudal: dividida em dois sacos cegos:

· Saco caudodorsal.

· Saco caudoventral.

- Pilares do rúmen: pregas da parede reforçadas por fibras musculares:

· Pilar cranial: limita caudoventralmente o átrio do rúmen; corresponde ao sulco cranial; as suas

extremidades, esquerda e direita, estendem-se caudalmente como pilares longitudinais.

· Pilar longitudinal esquerdo: emite o pilar acessório esquerdo e não atinge o pilar caudal.

· Pilar acessório esquerdo: ramo dorsal do pilar longitudinal esquerdo.

· Pilar longitudinal direito (ventral): estende-se até ao pilar ventral.

· Pilar acessório direito (dorsal): une-se em ambas as extremidades ao pilar longitudinal direito, e

delimita com ele a ínsula do rúmen.

· Pilar caudal (possui duas extremidades, esquerda e direita, divididas em três e dois ramos,

respectivamente):

· Pilar coronário direito.

· Pilar coronário esquerdo.

- Membrana mucosa: apresenta papilas que variam muito em tamanho e em forma, sendo que as

maiores e em maior número encontram-se no átrio e nos sacos cegos (a parede dorsal do saco dorsal e a

zona junto aos principais pilares são desprovidas de papilas).

c) Retículo: é o mais cranial dos quatro compartimentos gástricos; em BOVINOS, é o menor dos mesmos.

- Face diafragmática: é convexa, e situa-se contra o diafragma e o fígado.

- Face visceral: une-se ao rúmen dorsalmente, através do óstio rúmino-reticular.

- Curvatura menor: une-se ao omaso dorsalmente.

- Curvatura maior: situa-se contra o diafragma.

- Fundo do retículo: é um fundo-de-saco arredondado.

- Interiormente, a mucosa apresenta pregas (ou cristas) que limitam pequenas células que podem ser

subdivididas em pregas menores, e são revestidas por papilas queratinizadas e pontiagudas e

desaparecem junto ao sulco reticular e próximo do bordo da prega rumino-reticular.

- Óstio retículo-omásico.

d) Omaso: corresponde ao pré-estômago ou proventrículo (mucosa não glandular); possui uma zona de

mucosa glandular apenas representante de um local de passagem.

- Face parietal: contacta com o diafragma, o fígado e a parte ventral da parede lateral do abdómen.

- Face visceral: encontra-se escondida; contacta com o rúmen, o retículo e o abomaso.

- Curvatura dorsal: tem uma disposição dorsocaudal e direita.

Extremidade

direita

Pilar coronário dorsal (ausente em OVINOS)

Ramo que se une ao pilar longitudinal direito

Pilar coronário ventral

Extremidade

esquerda

Pilar coronário dorsal (ausente em OVINOS)

Pilar coronário ventral

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- Base: muito curta; tem uma disposição cranioventral e esquerda.

- Colo do omaso: estreito e curto; representa a ligação entre a base (na sua parte superior) e o retículo.

- Pilar do omaso: projecção interior, grossa e muscular, de uma depressão que cruza o omaso abaixo do

colo.

- Óstio omaso-abomásico.

- Interiormente, encontram-se:

· Mucosa revestida por lâminas: pregas longitudinais de 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª ordem (conforme o seu

comprimento), que partem da curvatura dorsal e dos lados; as maiores (1.ª ordem) aproximam-se do

sulco do omaso sem o atingir.

· Recessos interlaminares: são os espaços existentes entre as lâminas.

· Sulco do omaso: é a segunda parte do sulco gástrico.

e) Abomaso: saco alongado localizado no pavimento abdominal, representante da parte glandular do

estômago dos RUMINANTES.

- Face parietal: contacta com o pavimento abdominal.

- Face visceral: contacta com o rúmen e o omaso.

- Curvatura menor.

- Curvatura maior.

- Fundo do abomaso: dilatação cranial, encontrada à esquerda do óstio omaso-abomásico, que se

relaciona com o retículo, o átrio do rúmen e com o saco ventral do rúmen.

- Parte pilórica: é uma porção caudal ao omaso unida ao duodeno através do piloro.

- Interiormente:

· Sulco do abomaso: estabelece a ligação entre o óstio omaso-abomásico e o óstio pilórico.

· Pregas: estendem-se dos lados do sulco no sentido da curvatura maior e da parte pilórica.

· Toro pilórico: protuberância redonda no piloro, na extremidade da curvatura menor; possui um

papel tanto activo como passivo no encerramento completo do óstio pilórico, através do encaixe

entre a extremidade livre do músculo semilunar do esfíncter pilórico (presente no piloro de

RUMINANTES e de SUÍNOS).

1.8. Intestino delgado.

a) Duodeno:

- Ampola hepatopancreática (EQUINOS e GATO - carácter anatomognomónico): estrutura existente na

parte cranial do duodeno, na qual se abrem conjuntamente os ductos colédoco e pancreático na papila

duodenal maior.

- Mesoduodeno: prega peritoneal que fixa o duodeno.

b) Jejuno e Íleo:

- Não existe uma demarcação evidente entre estas partes.

- Apresentam numerosas ansas.

- Óstio ileal: união entre a parede da parte terminal do íleo e a curvatura menor da base do ceco; no

caso dos EQUINOS, designa-se por óstio ileocecal.

- Ampola ileal (COELHO): volumoso órgão linfóide existente na parede da parte terminal do íleo.

- Papila ileal: projecção da túnica mucosa dentro do ceco.

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- Esfíncter ileal: espessa camada muscular circular no interior da papila ileal.

- Mesentério: larga prega em forma de leque, constituída por duas lâminas de peritoneu, que liga a parte

mesentérica à parede abdominal dorsal (no sentido restrito – mesojejuno e mesoíleo).

- RUMINANTES: o íleo penetra na junção do ceco e do cólon.

- Óstio ileocólico (CÃO): abertura directa do íleo no cólon, como que a formar um divertículo do mesmo;

no caso desta espécie, não se fala em esfíncter ileocecal.

1.9. Intestino grosso:

- Entende-se desde a terminação do íleo até ao ânus, dividindo-se em ceco, cólon e recto.

- Difere do intestino delgado em tamanho, por ter uma posição mais fixa e por apresentar:

· Ténias: faixas longitudinais formadas por espessamentos da túnica mucosa.

· Pregas semilunares: pregas que se projectam na cavidade intestinal.

· Haustros: saculações definidas pelas pregas semilunares e pelas ténias.

- RUMINANTES: não possuem ténias nem haustros; na sua maior parte, o diâmetro não supera em

comprimento o do intestino delgado.

- SUÍNOS: na sua maior parte é mais grosso do que o intestino delgado.

- CARNÍVOROS: não possui ténias nem haustros.

1.9.1. Ceco: é um fundo-de-saco existente entre o intestino delgado e o cólon.

- Óstio cecocólico: abertura livre no cólon (ausente em EQUINOS).

a) Divisões:

- Base (apenas em EQUINOS): é uma dilatação dorsal com:

· Óstio ileal, com o esfíncter ileal.

· Óstio cecocólico, com o esfíncter do ceco, que se encontra muito próximo do óstio ileal.

- Corpo:

- Ápice: situado no pavimento do abdómen, caudalmente à cartilagem xifóide.

b) EQUINOS: o ceco é muito desenvolvido, e possui:

- Duas extremidades cegas.

- Quatro ténias, nas faces dorsal, ventral, lateral e medial.

- Quatro fiadas de haustros, separados por sulcos que se projectam na cavidade intestinal como

grandes pregas semilunares.

c) RUMINANTES: o ceco é contínuo cranialmente com o cólon.

d) SUÍNOS: é contínuo, directamente, com o cólon (a linha de demarcação é indicada pela terminação

do íleo – óstio ileal); possui:

- Três ténias longitudinais.

- Três fiadas de haustros.

e) CARNÍVOROS: o ceco abre-se na origem do cólon como um divertículo do mesmo.

1.9.2. Cólon: parte do intestino grosso localizada entre o ceco e o recto.

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a) Cólon ascendente (EQUINOS): tem início no ceco (óstio cecocólico nos EQUINOS) e termina no cólon

transverso.

- Encontra-se dividido em quatro partes, separadas por flexuras:

· 1.ª parte: contém duas ténias.

· 2.ª parte: contém duas ténias.

· 3.ª parte: contém uma ténia inicialmente, e duas ténias posteriormente.

· 4.ª parte: contém três ténias.

NOTA! Apenas o cólon ventral (direito e esquerdo) apresenta haustros e pregas semilunares.

b) Cólon transverso: é curto, estreito, e em forma de funil.

c) Cólon descendente: tem início no cólon transverso e termina no recto; apresenta:

- Duas ténias.

- Duas fiadas de haustros.

NOTA: a designação de «cólon maior» e «cólon menor» para «cólon ascendente» e «cólon descendente»,

respectivamente, aplica-se apenas no caso dos EQUINOS.

d) RUMINANTES:

- Cólon ascendente.

- Cólon descendente.

- Cólon transverso.

- Cólon sigmóide.

e) SUÍNOS:

- Inicialmente, possui o mesmo calibre do ceco.

- Cólon ascendente (2 ténias, 2 fileiras de haustros).

- Cólon transverso.

- Cólon descendente.

f) CARNÍVOROS: o cólon apresenta um diâmetro ± uniforme.

1.9.3. Recto: parte pélvica do intestino grosso.

- Parte peritoneal do recto: cólon menor.

- Parte rectroperitoneal: ampola do recto (dilatação em forma de frasco).

1.9.4. Ânus: parte terminal do canal alimentar, situada ventralmente à raiz da cauda.

- Canal anal: corresponde ao lúmen do ânus, e é fechado pelo esfíncter do ânus; divisões:

· Esfíncter interno do ânus: engrossamento terminal da camada muscular do intestino.

· Esfíncter externo do ânus: anel de fibras musculares estriadas que envolve o esfíncter interno.

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1.10. Glândulas Anexas ao Aparelho Digestivo.

1.10.1. Pâncreas:

a) EQUINOS:

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ductos pancreático e pancreático acessório.

- Anel pancreático: anel do pâncreas em torno da veia porta.

b) BOVINOS:

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ducto pancreático acessório (afastado do ducto colédoco, proveniente do fígado).

c) SUÍNOS:

- Tem uma forma triangular.

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ducto pancreático acessório (afastado do ducto colédoco).

- Anel pancreático: anel do pâncreas em torno da veia porta.

d) PEQUENOS RUMINANTES:

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ducto pancreático.

e) CÃO:

- Apresenta uma forma em V, possuindo dois lobos longos e estreitos.

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ducto pancreático (isolado, numa posição caudal ao ducto colédoco).

- Pode apresentar o ducto pancreático acessório (quando encontrado, situa-se junto ao ducto

colédoco).

f) GATO:

- Incisura pancreática: divide o pâncreas num lobo esquerdo e num lobo direito.

- Ducto pancreático (localizado a jusante do ducto colédoco).

- Pode apresentar o ducto pancreático acessório.

g) COELHO:

- Os lobos tendem a dissociar-se como os bagos de um cacho.

- Ducto pancreático acessório: agrupamento único dos canalículos excretores, aberto no duodeno,

afastado do ducto colédoco e a jusante do mesmo.

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1.10.2. Fígado:

a) EQUINOS:

- Possui quatro incisuras ou fissuras interlobares

- Possui cinco lobos:

· Lobo caudado (pode encontrar-se dividido em duas partes por dois processos: processo

caudado e processo papilar).

· Lobo lateral esquerdo.

· Lobo medial esquerdo.

· Lobo quadrado ou central.

· Lobo direito.

- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

NOTA! Ver “ampola hepatopancreática” na secção 1.8.

b) BOVINOS:

- É alobado (do ponto de vista prático).

- Possui dois processos:

· Processo papilar.

· Processo caudado.

- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

c) PEQUENOS RUMINANTES:

- Possui quatro lobos e dois processos:

· Lobo caudado.

· Lobo direito (é rudimentar).

· Lobo quadrado ou central.

· Lobo esquerdo (é rudimentar).

· Processo caudado.

· Processo papilar.

Ducto hepático esquerdo

Ducto hepático comum

Ampola hepatopancreática

Ducto hepático direito

Ducto hepático esquerdo

Ducto hepático comum

+

Ducto cístico

Ducto colédoco

Ducto hepático direito

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- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

d) SUÍNOS:

- É muito menos friável em relação às outras espécies, devido à existência de uma grande quantidade

de tecido conjuntivo interlobular.

- Possui quatro incisuras ou fissuras interlobares.

- Possui seis lobos e um processo:

· Lobo caudado (apenas possuindo o processo caudado).

· Lobo lateral esquerdo.

· Lobo medial esquerdo.

· Lobo lateral direito.

. Lobo medial direito.

· Lobo quadrado ou central.

- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

e) CARNÍVOROS (C ÃO):

- Possui incisuras ou fissuras interlobares muito profundas.

- Possui seis lobos e dois processos:

· Lobo caudado (com os processos papilar e caudado).

· Lobo lateral esquerdo.

· Lobo medial esquerdo.

· Lobo quadrado ou central.

. Lobo medial direito.

· Lobo lateral direito.

- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

Ducto hepático esquerdo

Ducto hepático comum

+

Ducto cístico

Ducto colédoco

Ducto hepático direito

Ductos hepáticos esquerdos

Ducto hepático comum

+

Ducto cístico

Ducto colédoco

Ducto hepático direito

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f) COELHO:

- Possui quatro lobos e dois processos:

· Lobo caudado (com os processos papilar e caudado).

· Lobo esquerdo.

· Lobo quadrado ou central.

· Lobo direito.

- Os seus ductos encontram-se organizados da seguinte forma:

NOTA! Uma distinção entre a face visceral e a face diafragmática do fígado faz-se através da localização

da origem da vesícula biliar, que se encontra inserida na face visceral do órgão (este método não é

aplicável ao caso dos Equinos, por não possuírem vesícula biliar).

Ducto hepático

esquerdo

Ducto hepático

direito medial

Ducto colédoco

Ducto hepático

direito lateral

Ducto hepático

esquerdo Ducto cístico

Ducto colédoco

Ducto hepático

direito

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2. BAÇO:

a) Definição e constituição geral:

- Encontra-se no lado esquerdo do corpo.

- Não é essencial à vida, no entanto, uma fractura neste órgão pode ser fatal pois é altamente irrigado.

- Encontra-se interposto no curso da corrente sanguínea.

- Não é friável.

- Não possui ducto excretor.

- Apresenta tamanho variável, tanto em função da espécie, como em função do tamanho dos indivíduos e

da quantidade de sangue que possuem, dentro da mesma espécie.

b) CAVALO: é falciforme, e dirigido obliquamente, de cima para baixo e de trás para diante.

c) GRANDES RUMINANTES: tem uma forma elíptica.

d) PEQUENOS RUMINANTES: tem uma forma triangular, com ângulos arredondados.

e) SUÍNOS: é curvo, comprido e achatado; possui uma espécie de processo no bordo do lobo caudal;

apresenta uma fissura que atravessa o órgão de alto a baixo na face visceral do órgão.

f) CÃO: é algo falciforme, longo e estreito, mas mais largo ventralmente.

g) GATO: é curvo, achatado e alongado.

h) COELHO: é curvo, alongado e estreito.

NOTA! Fala-se em hilo – zona de entrada (geralmente é o local de inserção) e saída de estruturas aferentes e

eferentes – nas espécies Cão, Porco e Cavalo.

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3. APARELHO RESPIRATÓRIO.

3.1. NARIZ:

- Encontra-se incorporado no esqueleto da face, sendo limitado pelos ossos incisivos e pela maxila.

- Divisões:

· Raíz - ao nível transversal dos olhos;

· Dorso - parte dorsal, intermédia;

· Ápice (ou extremidade rostral) - situado rostralmente, sustenta as narinas.

- Rostralmente, o esqueleto da parede lateral é incompleto, devido à estreiteza das cartilagens nasais laterais

(dorsais e ventrais), sendo isto marcado pela incisura nasoincisiva;

3.2. ROSTRO OU FOCINHO:

- É formado pelo ápice do nariz e pelo lábio superior.

- EQUÍDEOS e COELHO: nunca se refere a sua existência.

- Planos ou rinários: zonas geralmente desprovidas de pêlos e glândulas que, conforme as espécies, possuem

diferenças no tipo de planos conotados com o rostro:

· BOVINOS: plano nasolabial;

· PEQUENOS RUMINANTES: plano nasal (entre as narinas e ao longo do bordo livre das asas do nariz);

· EQUÍDEOS e COELHO: não se refere à existência de qualquer plano;

· SUÍNOS: plano rostral;

· CARNÍVOROS: plano nasal.

3.3. NARINAS:

- Quando não dilatadas: formam uma fenda alongada, como que uma vírgula (excepto no caso dos SUÍNOS,

nos quais possuem sempre um contorno circular).

- Quando dilatadas, possuem um contorno circular; no pavimento do vestíbulo (parte rostral da cavidade

nasal) é possível observar, próximo da comissura inferior, o óstio nasolacrimal (abertura externa do ducto

nasolacrimal).

- São delimitadas por duas asas, que se reúnem dorsal e medialmente, formando as comissuras ou ângulos

das narinas:

· Asa lateral (ou ventrolateral) - é fina e côncava, e constituída por pele que circunda tecido muscular e

fibroso;

· Asa medial (ou dorsomedial) - é convexa dorsalmente e côncava ventralmente, e possui uma base

cartilaginosa.

- EQUINOS: a falta de apoio cartilagíneo na asa lateral da narina permite uma larga dilatação da mesma, de

modo a fechar o divertículo durante o exercício; pode-se ainda considerar a existência de:

· Uma narina verdadeira - parte da narina ventral à prega alar, que conduz à cavidade nasal;

· Uma narina falsa – saco cego cutâneo, dorsal à prega alar, que conduz ao divertículo nasal (apenas

existente nos EQUÍDEOS).

3.4. ESQUELETO DO NARIZ E DAS NARINAS:

- Cartilagem nasal lateral dorsal: expansão lateral do bordo dorsal do septo nasal; é pouco desenvolvida em

EQUINOS.

- Cartilagem nasal acessória lateral:

· CARNÍVOROS: ligada à cartilagem nasal lateral ventral.

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· SUÍNOS: ligada ao osso rostral.

· RUMINANTES: ligada à cartilagem nasal lateral dorsal.

· EQUINOS: ausente.

- Cartilagem nasal lateral ventral: expansão lateral do bordo ventral do septo nasal; ausente em EQUINOS.

- Cartilagens alares: são duas estruturas em forma de vírgula, unidas entre si e à extremidade rostral do

septo nasal por tecido fibroso, existentes apenas em EQUINOS; constituição:

· Lâmina – parte dorsal, achatada e larga, que forma a proeminência da parte dorsal da asa medial e

constitui uma base resistente para a asa medial da narina.

· Corno – parte ventral e estreita, que termina na comissura inferior ou ângulo ventral da narina.

· Prega alar – prega da túnica mucosa que estabelece a ligação entre a parte dorsal da asa medial e a

extremidade rostral da concha nasal ventral; é sustentada pela cartilagem nasal acessória ventral, e

divide a narina em narina verdadeira e narina falsa.

- Cartilagem nasal acessória medial: encontra-se fixa na extremidade rostral da concha nasal ventral.

3.5. CAVIDADE NASAL:

- Septo nasal mediano: divide a cavidade nasal em duas fossas nasais, com uma parte óssea e uma parte

cartilagínea (podemos considerar uma parte membranosa em algumas espécies):

· Cartilagens nasais laterais dorsais: estruturas estreitas, formadas pela expansão, para ambos os lados, do

bordo dorsal do septo cartilagíneo.

· Cartilagens nasais laterais ventrais: são formadas pela expansão lateral, na região dos ossos incisivos, do

bordo ventral do septo cartilagíneo (este assenta no osso vómer na maior parte do seu comprimento).

- Vestíbulo nasal: parte rostral da cavidade nasal.

- Óstio nasolacrimal: abertura externa do ducto nasolacrimal, situada do assoalho do vestíbulo.

- Órgão prenarial do COELHO: órgão sensorial composto por uma série de cristas com eminências em botão,

localizado no bordo ântero-ventral das narinas.

- Órgão vomeronasal: estrutura constituída por um par de divertículos mucomembranosos, tubulares e cegos

que se abrem nos respectivos ductos incisivos, e localizado no assoalho da cavidade nasal, de cada lado do

septo nasal; pensa-se que está envolvido na determinação do sabor dos alimentos na boca, através do

olfacto, na função de deglutição rápida no caso dos CARNÍVOROS e que representa um órgão olfactivo

acessório no caso dos RUMINANTES.

3.6. Laringe:

a) Definição e estrutura geral:

- Fixação: ossos basi-hial e tiro-hial.

- Relações: faringe e porção proximal do esófago.

- Esqueleto: consiste numa estrutura constituída por várias cartilagens unidas por articulações e

ligamentos.

b) Cartilagens da laringe:

Ímpares

Cricóide

Tireóide

Epiglote

Interaritenoideia (SUÍNOS e CÃO)

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- Cricóide: é a cartilagem mais caudal, e encontra-se ligada à traqueia; possui a forma de um anel, com:

· Um arco (ventral).

· Uma lâmina (dorsal), que possui uma crista mediana e faces articulares tireoideias e aritenoideias.

- Tireóide: é a maior das cartilagens da laringe; encontra-se numa posição rostral (ou rostrolateral,

dependendo dos casos) em relação à cartilagem cricóide; possui um corpo (mediano) e lâminas laterais

detentoras de:

· Uma linha oblíqua.

· Cornos rostrais, com faces articulares hioideias.

· Cornos caudais, com faces articulares cricoideias.

· Uma incisura tireoideia caudal.

- Epiglote: é a cartilagem mais rostral; possui:

· Uma base, com um pecíolo.

· Um ápice.

· Uma face lingual (côncava dorsoventralmente e convexa transversalmente) e uma face laríngea

(convexa dorsoventralmente e côncava transversalmente).

· Bordos laterais.

· Tubérculos ou processos cuneiformes (EQUINOS): projecções, no sentido caudodorsal, de qualquer

um dos lados da base.

- Interaritenoideias (SUÍNOS e CÃO): encontram-se numa posição rostral à cartilagem cricóide.

- Aritenóides (pares): constituem uma alavanca piramidal que abre e encerra a glote; possuem, cada

uma:

· Base, com uma face articular cricoideia.

· Ápice.

· Tubérculo muscular.

· Tubérculo vocal: estabelece a conexão do ligamento vocal.

· Tubérculo corniculado (ausente em FELINOS).

· CÃO: contêm os tubérculos cuneiformes nos seus ápices.

- Sesamóides (CARNÍVOROS): encontram-se numa posição caudal aos tubérculos corniculados das

cartilagens aritenóides.

c) Articulações da laringe.

- Articulação tiro-hioideia: estabelece a ligação entre o osso tiro-hial e o corno rostral da lâmina da

tiróide.

· Possui uma cápsula articular reforçada por um ligamento tiro-hioideu.

· Exerce uma rotação segundo o eixo transverso que une as duas articulações.

- Articulação crico-tireoideia: estabelece a ligação entre a face articular tireoideia da cartilagem cricóide

e o corno caudal da lâmina da tiróide.

· Possui uma cápsula articular fina mas reforçada dorsal, lateral e medialmente por faixas acessórias.

· Exerce uma rotação segundo o eixo horizontal da articulação.

Pares Aritenóides

Sesamóides (CARNÍVOROS)

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- Articulações crico-aritenoideias: estabelecem a ligação entre a face articular aritenoideia da cartilagem

cricóide e a face articular cricoideia das cartilagens aritenóides.

· Possuem uma cápsula articular frouxa e muito fina, reforçada dorsal e medialmente.

· A rotação da cartilagem aritenóide é exercida segundo um eixo perpendicular, provocando a

abdução e a adução do tubérculo vocal.

d) Ligamentos articulares da laringe.

- Ligamento cricotireoideu: liga o bordo rostral do arco da cartilagem cricóide ao bordo caudal da lâmina

da cartilagem tireóide.

- Ligamento crico-aritenoideu: liga o bordo rostral e a face interna da lâmina da cartilagem cricóide à face

medial da cartilagem aritenóide, que é ventral à articulação.

- Ligamento cricotraqueal: liga o bordo caudal da cartilagem cricóide ao bordo cranial do 1.º anel

traqueal.

- Ligamento aritenoideu transverso: encontra-se entre os ângulos dorsomediais das duas cartilagens

aritenóides.

- Ligamento aricorniculado: liga o ápice da cartilagem aritenóide à base do tubérculo corniculado.

- Ligamento tireo-epiglótico: liga a base da epiglote à face interna das lâminas da cartilagem tireóide.

- Ligamento hio-epiglótico: liga a parte basal da face lingual da epiglote ao osso basi-hial e ao processo

lingual do osso hióide.

- Membrana tireo-hioideia: liga os bordos rostrais do corpo e das lâminas da cartilagem tireóide aos

bordos caudais dos ossos bashi-hial e tiro-hial.

- Ligamento vestibular: liga a parte basal do bordo lateral e o tubérculo cuneiforme da epiglote ao bordo

ventral da face lateral da cartilagem aritenóide.

- Ligamento vocal: liga o tubérculo vocal da cartilagem aritenóide ao bordo caudal do corpo da

cartilagem tireóide.

e) Músculos da laringe:

- Extrínsecos:

· Músculo tireo-hioideu (inserções: face lateral da lâmina da cartilagem tireóide; bordo caudal do

osso tiro-hial).

· Músculo esterno-tireoideu (inserções: cartilagem do manúbrio; proeminência do bordo caudal da

lâmina da cartilagem tireóide).

· Músculo hio-epiglótico (inserções: parte basal da face lingual da epiglote; bordo caudal do osso

basi-hial).

- Intrínsecos:

· Músculo crico-tireoideu (inserções: sulco lateral e bordo caudal da cartilagem cricóide; face lateral e

bordo caudal da lâmina da cartilagem tireóide).

· Músculo crico-aritenoideu dorsal (inserções: metade da lâmina da cartilagem cricóide, incluindo a

crista mediana; tubérculo muscular da cartilagem aritenóide).

· Músculo crico-aritenoideu lateral (inserções: bordo rostral da parte lateral do arco da cartilagem

cricóide; tubérculo muscular da cartilagem aritenóide).

· Músculo aritenoideu transverso – ímpar (inserções: tubérculo e crista muscular das cartilagens

aritenóides; rafe fibrosa mediana).

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· Músculo tireo-aritenoideu (inserções: parte basal do bordo lateral da epiglote; parte ventral da face

medial da lâmina da cartilagem tireóide; ligamento cricotireoideu; superfície lateral dos tubérculos

muscular e vocal da cartilagem aritenóide).

- EQUÍDEOS:

· Músculo tireo-aritenoideu acessório (inserções: tubérculo muscular e parte rostral do bordo lateral

da cartilagem aritenóide; face medial da lâmina da cartilagem tireóide, entre os cornos rostral e

caudal).

· Músculo tensor do ventrículo lateral (inserções: extremidade caudal do tubérculo cuneiforme da

epiglote; face lateral do ventrículo laríngeo).

f) Túnica mucosa da laringe.

- EQUINOS e CÃO:

· Pregas ariepiglóticas: em rigor (na prática), são pregas mucomembranosas que contêm e são

sustentadas pelos tubérculos cuneiformes da epiglote (EQUINOS) ou da cartilagem aritenóide (CÃO),

e que se estendem caudodorsalmente a partir do bordo lateral da epiglote, cobrindo o ápice da

cartilagem aritenóide e o seu processo corniculado.

- RUMINANTES e SUÍNO (espécies em que a epiglote é relativamente grande):

· Prega epiglótica lateral: prega mucomembranosa que, partindo caudalmente do bordo lateral da

epiglote, une-se à do lado oposto, dorsalmente às cartilagens aritenóide e cricóide.

- GATO:

· Prega crico-epiglótica: prega que, devido à ausência dos processos corniculados da cartilagem

aritenóide, passa da epiglote para a cartilagem cricóide.

- Prega vocal (corresponde à corda vocal verdadeira): relevo da túnica mucosa, existente em cada um

dos lados da parede laríngea, que cobre o ligamento vocal e o músculo tireo-aritenoideu.

· EQUINOS e CÃO: apenas se considera a sua parte caudal ou então, no lugar desta prega, considera-

se o músculo vocal.

- Prega vestibular (corresponde à corda vocal falsa): relevo da túnica mucosa, existente em cada um dos

lados da parede laríngea.

· EQUINOS: cobre o ligamento vestibular, o músculo vestibular (correspondente à porção rostral do

músculo tireo-aritenoideu) e o tubérculo cuneiforme da epiglote.

· CÃO: cobre o ligamento vestibular e os tubérculos cuneiformes das cartilagens aritenóides.

- Ventrículos laríngeos (EQUINOS, CÃO e PORCO):

· EQUINOS e CÃO: depressões profundas localizadas, uma de cada lado, entre as pregas vocal e

vestibular.

· PORCO: depressões profundas localizadas, uma de cada lado, entre as duas partes da prega vocal.

- Recesso mediano: pequena depressão localizada no pavimento da laringe, junto à base da epiglote.

g) Cavidade da laringe.

- Ádito da laringe: corresponde à entrada da laringe, limitada rostroventralmente pela epiglote,

lateralmente pelos tubérculos cuneiformes e pelas pregas ariepiglóticas, e dorsalmente pelos tubérculos

corniculados e pela prega mucomembranosa que os une.

· Incisura interaritenoideia: ângulo agudo formado pelos ápices dos tubérculos corniculados.

- Rima da glote: corresponde à parte média, mais estreita, da cavidade da laringe, limitada

ventrolateralmente pelas pregas vocais (parte intermembranosa da rima), e dorsolateralmente pelos

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processos vocais e pelas áreas adjacentes das faces mediais das cartilagens aritenóides (parte

intercartilagínea da rima).

· Músculo crico-tireoideu: tem como função o aumento do diâmentro no sentido dorsoventral.

· Músculo crico-aritenoideu dorsal: tem como função a abertura da glote.

· Músculo crico-aritenoideu lateral: tem como função o encerramento da glote.

- Vestíbulo da laringe: parte da cavidade laríngea compreendida entre o ádito e a rima da glote.

· Rima do vestíbulo (EQUINOS e CÃO): fenda localizada entre as pregas vestibulares.

- Cavidade infraglótica: compartimento caudal que se estende desde a rima da glote até à saída da

laringe.

- Glote: aparelho vocal da laringe, constituídp pelas pregas vocais, pelas cartilagens aritenóides e pela

rima da glote.

3.7. Traqueia:

a) Descrição: encontra-se dividida numa parte cervical e numa parte torácica, de acordo com a região que

atravessa; o seu comprimento e o número de placas cartilagíneas variam conforme a espécie e conforme

os indivíduos da mesma espécie.

b) A parede da traqueia é constituída por quatro lâminas (considerando de dentro para fora):

- Lâmina mucosa.

- Lâmina submucosa.

- Lâmina musculocartilagínea, composta por:

· Placas cartilagíneas – o seu formato varia conforme a espécie e conforme os indivíduos dentro da

mesma espécie, e com a forma dos limites da traqueia; nos Mamíferos Domésticos formam anéis

incompletos, tendo a sua abertura uma posição dorsal e um preenchimento por tecido conjuntivo e

pelo músculo traqueal (esta área é designada por parte membranosa da traqueia); na maioria das

espécies, encontram-se sobrepostas (sendo excepção o caso dos Carnívoros e do Coelho, em que

estas não se sobrepõem); geralmente encontram-se isoladas, podendo, no entanto, ocorrer fusão de

placas adjacentes; pode ocorrer calcificação e/ou ossificação, em animais idosos.

· Tecido fibroelástico.

· Músculo traqueal - consiste num conjunto bandas transversais de fibras de músculo liso dispostas

nos extremos dorsais das placas cartilagíneas, na face interna, na generalidade das espécies, ou na

face externa, no caso dos CARNÍVOROS.

- Lâmina adventícia.

c) Ligamentos anulares da traqueia: tecido fibroelástico inserido nos bordos craniais e caudais das placas,

que as mantêm unidas.

d) Ligamento cricotraqueal: une o bordo cranial do 1.º anel traqueal ao bordo caudal da cartilagem cricóide

da laringe.

e) Bifurcação da traqueia: ocorre nos brônquios principais (direito e esquerdo) ao nível da 5.ª costela ou do

5.º espaço intercostal.

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f) Carina da traqueia: projecção em forma de crista côncava e vertical, no lúmen da traqueia, que se estende

dorsoventralmente entre as paredes da traqueia e que separa as extremidades dos brônquios principais

(direito e esquerdo); geralmente, é sustentada pela cartilagem da carina da traqueia.

g) Brônquio traqueal (RUMINANTES e SUÍNOS - Artiodáctilos): brônquio emitido do lado direito da traqueia,

ao nível do 3.º espaço intercostal.

h) Brônquios:

- Árvore bronquial: termo usado pela aparência arborescente da ramificação dos brônquios e bronquíolos;

- Organização:

- Estrutura: a parede dos brônquios varia com o tamanho do próprio brônquio; é constituída por quatro

lâminas (lâminas da traqueia); é possível reconhecer três tipos estruturais:

· Brônquios grandes (ex: brônquios principais e lobares);

· Brônquios médios (ex: brônquios segmentares, apicais, médios);

· Brônquios pequenos (ex: restantes).

- Lâmina musculocartilagínea:

· Brônquios grandes: as placas cartilagíneas são iguais às da traqueia; o músculo encontra-se

presente apenas entre as extremidades;

· Brônquios médios: as placas cartilagíneas são menores e de forma irregular; o músculo forma uma

camada circular completamente fechada dentro da placa cartilagínea;

· Brônquios pequenos: as placas são ainda menores e menos numerosas; o músculo consiste em

feixes delgados e dispostos em dobras helicoidais cruzadas.

- A transição de brônquio para bronquíolo verifica-se quando as placas cartilagíneas desaparecem;

- Nos pontos de divisão dos brônquios, existe uma carina divisória sustentada por uma cartilagem de

estrutura igual à cartilagem da traqueia.

3.8. Pulmões:

Brônquios principais, direito e esquerdo

Brônquios lobares (relativamente grandes) – lobos pulmonares

Brônquios segmentares – segmentos broncopulmonares

Bronquíolo (sofre três a quatro divisões bronquiolares)

Bronquíolo terminal (sofre uma divisão dicotómica)

Dois bronquíolos respiratórios (subdividem-se conforme a espécie)

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- A sua moldagem é feita segundo a forma da cavidade torácica e dos demais conteúdos torácicos, razão pela

qual apresenta impressões e demarcações estruturais adjacentes (ex: impressões cardíacas, costais,

esofágicas, vasculares e nervosas).

- Geralmente, o pulmão direito é o maior e o mais pesado, embora estes factores variem conforme a espécie.

a) Estrutura:

- Base: corresponde à face diafragmática do pulmão, é côncava (mais acentuadamente no pulmão

direito), e encontra-se relacionada com o diafragma.

- Ápice: encontra-se numa posição cranial, e corresponde à cúpula da pleura.

- Face costal: encontra-se relacionada com as costelas, com as cartilagens costais e, por vezes, com o

esterno; contacta dirfectamente com a pleura costal.

- Face medial: é menos extensa, e encontra-se dividida numa parte vertebral (relacionada com os corpos

das vértebras torácicas) e numa parte mediastinal (relacionada com o mediastino e com as estruturas

nele contidas); apresenta:

· Impressão cardíaca (mais profunda no pulmão direito);

· Impressão aórtica;

· Impressão esofágica;

· Hilo: no caso dos pulmões, é praticamente uma zona plana de entrada e saída de estruturas

aferentes e eferentes que se encontra numa posição dorsal ou caudodorsal à área do pulmão não

coberta pela pleura; contém o brônquio, os vasos (sanguíneos e linfáticos) e os nervos que penetram

ou abandonam o pulmão, estruturas esta que, no seu conjunto, constituem a chamada raiz ou

pedículo do pulmão.

- Ligamento pulmonar: área da pleura que não cobre o pulmão (continuidade da pleura mediastinal e

pulmonar caudal com a raiz do pulmão), que inclui as suas linhas de reflexão e os seus dois folhetos.

- Bordo ventral: é pontiagudo e irregular; forma, ao nível do coração, a incisura cardíaca, cuja

profundidade é variável em função da espécie.

- Bordo dorsal: é espesso e arredondado.

- Bordo basal: separa a face diafragmática (base) das faces costal e medial.

b) Lobos pulmonares:

- EQUÍDEOS:

· Pulmão direito (2): um lobo apical e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (2): um lobo apical e um lobo diafragmático.

- BOVINOS:

· Pulmão direito (4): dois lobos apicais, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

- OVINOS:

· Pulmão direito (4): dois lobos apicais, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

- CAPRINOS:

· Pulmão direito (4): dois lobos apicais, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (2): um lobo apical e um lobo diafragmático.

- SUÍNOS:

· Pulmão direito (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

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- CANÍDEOS:

· Pulmão direito (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

- FELÍDEOS (menos evidentes):

· Pulmão direito (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

- COELHO:

Pulmão direito (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

· Pulmão esquerdo (3): um lobo apical, um lobo cardíaco e um lobo diafragmático.

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4. Cavidade Torácica

4.1. Fáscia endotorácica: camada de tecido conjuntivo fibroelástico que reveste a cavidade torácica no plano

mediano ou próximo deste, e que se reflecte dorsal e ventralmente; forma uma lâmina de tecido conjuntivo

mais ou menos sagital, que divide a cavidade torácica em dois compartimentos, um direito e um esquerdo,

em que cada um é revestido pela pleura; há, assim, a formação de dois sacos pleurais, um direito e um

esquerdo.

4.2. Pleura: delgada túnica serosa, brilhante e escorregadia, que reveste praticamente toda a superfície do

pulmão.

a) Possui dois folhetos:

- Folheto parietal (parede da cavidade/fáscia endotorácica).

- Folheto visceral (cobre os órgãos da cavidade torácica).

b) Em função da região da cavidade torácica com que se relaciona:

- Pleura pulmonar.

- Pleura costal.

- Pleura mediastínica.

- Pleura pericárdica.

- Pleura diafragmática.

c) Cavidade pleural: espaço existente entre os dois folhetos pleurais (parietal e visceral); contém uma

película de fluído seroso de espessura capilar que facilita o deslize dos dois folhetos, um contra o outro,

durante a respiração.

d) Recessos pleurais: partes da cavidade pleural que correspondem às reflexões pleurais:

- Costomediastinal (entre as pleuras costal e mediastinal).

- Mediastinal.

- Costodiafragmática.

- Lombodiafragmática.

- Mediastinodiafragmática.

e) Mediastino: intervalo entre os dois sacos pleurais, que representa a ligação entre a entrada da cavidade

torácica e o diafragma.

- Limites:

· Coluna vertebral (dorsal).

· Sacos pleurais (laterais).

· Esterno (ventral).

- Em função da localização do coração, tem-se:

· Mediastino cranial: encontra-se numa posição cranial ao coração.

· Mediastino médio: contém o coração.

· Mediastino caudal: encontra-se numa posição caudal ao coração.

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· Mediastino dorsal: encontra-se entre o pericárdio e as vértebras.

· Mediastino ventral – encontra-se entre o pericárdio e o esterno.

f) Estruturas:

- Contidas no mediastino:

· Esófago.

· Traqueia.

· Pericárdio (coração).

· Grandes vasos.

· Gânglios linfáticos.

· Tecido conjuntivo (lâmina resultante da reflexão da fáscia endotorácica).

- Não contidas no mediastino:

· Pulmões.

· Veia cava caudal.

· Nervo frénico direito.

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5. Aparelho Urinário

5.1. Rins: estrutura par, em que um dos órgãos se encontra numa posição mais caudal em relação ao outro, e um

encontra-se numa posição mais dorsal em relação ao outro.

a) Fixação: fáscia renal (que apresenta um desenvolvimento especial do tecido subperitoneal, subdividido em

duas camadas para circundar o rim) e pressão dos órgãos adjacentes.

b) Constituição:

- Cápsula adiposa: gordura perirrenal, variável em função da nutrição do indivíduo.

- Cápsula fibrosa: é uma estrutura fina, mas forte, inserida no seio renal, que cobre a superfície do rim.

- Bordos:

· Medial.

· Lateral.

- Seio renal: cavidade do rim, ao nível do hilo, que contém gordura e tecido conectivo e que rodeia a pelve

renal.

-Pelve renal: origem dilatada do ureter, em forma de funil achatado dorsoventralmente.

- Ureter: ducto excretor que termina na bexiga.

- Hilo: zona do bordo medial onde os vasos e nervos atingem o rim.

c) Estrutura:

- Córtex: encontra-se numa posição mais externa; possui uma coloração vermelho-acastanhado.

· Corpúsculos do rim: atribuem a aparência granulosa ao córtex renal.

- Medula: interna; apresenta uma marcada estriação radial; parte central pálida.

d) Diferenças entre espécies:

- EQUINOS:

· Rim direito: tem a forma de um triângulo equilátero, com ângulos arredondados; localiza-se

ventralmente às duas ou três últimas costelas ao 1.º processo transverso lombar; contém impressões

das duas últimas costelas.

· Rim esquerdo: possui a forma de um feijão; é mais longo e estreito do que o rim direito.

· Recessos terminais: zonas de terminação dos túbulos renais das extremidades do rim (em vez da

pelve renal directamente), de forma tubular, que se estendem no sentido dos pólos.

- BOVINOS:

· Rim direito: encontra-se dividido superficialmente em lobos (carácter anatomognomónico); o hilo

corresponde ao conjunto do hilo e seios renais de EQUINOS; a pelve renal encontra-se ausente,

sendo substituída por dois cálices renais maiores (dois tubos largos de paredes finas, que emitem

diversos ramos), que se subdividem em dois cálices renais menores (ramos dos cálices renais

maiores).

· Rim esquerdo: difere do direito na sua forma.

· Papilas renais: ápices rombudos de cada pirâmide renal que se projectam no interior dos cálices

renais menores.

- PEQUENOS RUMINANTES:

· Rim direito: é liso e possui a forma de um feijão; verifica-se a existência de pelve renal e de uma

crista renal (resultante da fusão das papilas, sendo que não existem papilas independentes).

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· Rim esquerdo.

- PORCO:

· Rim direito: é liso e possui a forma de um feijão; verifica-se a existência de pelve renal, dois cálices

renais maiores, cálices renais menores, papilas renais (portanto, sem crista renal) – uma única

pirâmide por papila ou duas ou mais pirâmides renais fundidas).

· Rim esquerdo.

- CÃO:

· Rim direito: liso, em forma de feijão e de coloração castanho escura, vermelha ou azul-

avermelhado; verifica-se a existência de hilo, seio renal, crista renal com cristas curvas (sugerindo

uma falsa presença de cálices renais), dorsal e ventralmente.

· Rim esquerdo.

- GATO:

· Rim direito: apresenta uma forma globosa, coloração vermelha viva ou amarela avermelhada (a cor

vai amarelecendo com o aumento da idade); verifica-se a convergência de um leque de veias

subcapsulares para o hilo (carácter anatomognomónico).

· Rim esquerdo.

- COLEHO:

· Rim direito: apresentam uma forma globosa, e uma coloração vermelha acastanhada.

· Rim esquerdo.

5.2. Ureteres: ductos excretores que estabelecem a ligação entre a pelve renal e a bexiga; encontram-se divididos

numa parte abdominal e numa parte pélvica.

5.3. Bexiga.

a) Localização: parede ventral da cavidade pélvica.

b) Estruturas:

- Ápice ou vértice: extremidade larga, arredondada e cranial.

- Corpo: parte média, arredondada.

- Colo: extremidade estreita e caudal, que se une à uretra; as fibras estruturais, com uma disposição circular, formam o esfíncter da vesícula. - Trígono da bexiga: área triangular próxima do colo, cujos ângulos correspondem aos orifícios dos dois

ureteres (óstios uretrais) e da uretra (óstio uretral interno).

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6. Aparelho Genital Masculino

6.1. Testículos: encontram-se contidos no escroto; o testículo esquerdo é geralmente maior do que o direito.

a) Localização:

- EQUINOS e RUMINANTES: região inguinal.

- CARNÍVOROS e PORCO: região perineal.

- COELHO: geralmente, encontram-se recolhidos no abdómen, exteriorizando-se (região inguinal) no

período reprodutivo (isto deve-se ao facto de a espermatogénse requerer um tempo maior).

b) Constituição (nomenclatura baseada na posição em relação ao epidídimo):

- Estremidade capitata – dorsal em RUMINANTES (relacionada com a cabeça do epidídimo).

- Extremidade caudata – ventral em RUMINANTES (relacionada com a cauda do epidídimo).

- Bordo epididimal: inserção do epidídimo; encontra-se suspenso no escroto pelo funículo espermático.

- Bordo livre.

c) Estrutura:

- Túnica albugínea: cápsula forte, constituída por tecido fibroso branco e denso e fibras musculares lisas,

que reveste o testículo.

- Parênquima glandular: séptulas do testículo, que o dividem em lóbulos.

- Túbulos seminíferos: sustentados por tecido conjuntivo frouxo intralobular; túbulos seminíferos

contorcidos (inicialmente muito tortuosos).

- Tubos seminíferos rectos: estruturas maiores, rectas, resultantes da união de túbulos seminíferos

contorcidos, sendo que os adjacentes unem-se entre si e formam mais de doze ductos eferentes, que vão

perfurar a túnica albugínea, penetrando na cabeça do epidídimo.

- Mediastino testicular (ausente em EQUINOS): faixa axial de tecido conjuntivo resultante da condensação

das séptulas.

- Rede testicular ou rete testis (ausente em EQUINOS): formação derivada da anastomose dos túbulos

seminíferos no mediastino.

6.2. Epidídimo: encontra-se coberto pela túnica vaginal e por uma delgada túnica albugínea, e é aderente ao

bordo epididimal do testículo.

a) Constituição:

- Cabeça: extremidade cranial, aumentada.

- Corpo: encontra-se intimamente ligado ao testículo por:

· Ductos eferentes do testículo.

· Tecido conjuntivo.

· Túnica serosa.

· Túbulos ondulados agrupados em:

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- Cauda.

6.3. Ductos deferentes: estabelecem a ligação entre a cauda do epidídimo e a parte pélvica da uretra.

a) Constituição:

- Ampola do ducto deferente (ausente em PORCO e GATO): alargamento da parte terminal do ducto

deferente, que apresenta numerosas glândulas tubulares ramificadas (aumento da espessura da parede

sem aumento do lúmen).

- Túnica do ducto deferente ou mesoducto deferente: prega especial da túnica vaginal que suporta o ducto

deferente.

6.4. Ducto ejaculatório: é uma estrutura inconstante nos animais domésticos, resultante da união do ducto

deferente e do ducto excretor da glândula vesicular.

- Óstio ejaculatório: abertura no colículo seminal.

a) Não havendo ducto ejaculatório, verifica-se a existência de aberturas separadas dos ductos deferente e

excretor da glândula vesicular, de cada lado.

b) Diferenças entre espécies:

- EQUINOS e RUMINANTES: os ductos deferente e excretor apresentam-se confluentes.

- PORCO e CARNÍVOROS: não possuem ducto ejaculatório.

· PORCO: aberturas separadas dos ductos deferente e excretor.

· CARNÍVOROS: não possuem glândulas vesiculares.

- COELHO: o ducto deferente apresenta-se afluente do ducto excretor.

6.5. Funículo espermático

a) Trajecto:

Lóbulos

4 – 5 túbulos (um lóbulo)

FUSÃO

1 tubo

FUSÃO DE VÁRIOS LÓBULOS

Ducto epididimário (forma o corpo e a cauda do epidídimo, e termina no ducto deferente)

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- Inicia-se no ânulo inguinal profundo, limitado pelo músculo oblíquo interno do abdómen e pelo

ligamento inguinal (parte caudal, mais espessa, da aponevrose do músculo oblíquo externo do abdómen),

e representa a abertura interna do canal inguinal.

- Passa pelo canal inguinal e pelo ânulo inguinal superficial.

- Termina no bordo epididimal do testículo.

b) Constituição:

- Lâmina visceral da túnica vaginal.

- Feixes musculares lisos.

- Ducto deferente.

- Plexo de nervos simpáticos e parassimpáticos.

- Vasos testiculares (artérias, veias e vasos linfáticos).

6.6. Túnica vaginal do fúniculo espermático e do testículo.

a) Fáscia espermática externa: derivada do ânulo inguinal superficial, isto é, do músculo oblíquo externo do

abdómen.

b) Músculo cremáster: parte destacada do músculo oblíquo interno do abdómen que se insere na lamina

parietal da túnica vaginal.

c) Fáscia cremastérica: derivada do músculo oblíquo interno do abdómen.

d) Fáscia espermática interna: derivada da fáscia transversal; está fundida com a lâmina parietal da túnica

vaginal.

e) Túnica vaginal (propriamente dita): evaginação do peritoneu abdominal que forma uma bolsa serosa;

representa a ligação entre o ânulo inguinal profundo e o fundo do escroto, passando pelo canal inguinal; é

constituída por duas lâminas e pelo canal visceral:

f) Cavidade vaginal ou cavidade da túnica vaginal: divertículo da cavidade peritoneal geral.

g) Ânulo vaginal: anel peritoneal onde o peritoneu parietal é evaginado para formar a lâmina visceral da

túnica vaginal; estabelece a comunicação entre a cavidade da túnica vaginal e a cavidade peritoneal geral.

h) Canal vaginal: porção tubular estreita da lâmina parietal correspondente ao canal inguinal.

i) Mesórquio: prega da lâmina parietal da túnica vaginal que contém os vasos.

Túnica vaginal

Lâmina visceral (envolve o testículo, o epidídimo e as estruturas

constituintes do funículo espermático)

Canal visceral

Lâmina parietal (forra o escroto)

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6.7. Glândulas genitais acessórias: glândulas tubulares ramificadas da parede da ampola (espessamento da parede

do ducto deferente).

a) Glândulas vesiculares: dois sacos alongados, um de cada lado da parte caudal da superfície dorsal da

bexiga urinária.

- RUMINANTES, PORCO e COELHO: glândulas vesiculares propriamente ditas.

- EQUINOS: vesículas seminais.

- CARNÍVOROS: ausentes.

- Cada glândula apresenta:

· Fundo: extremidade cega.

· Corpo: parte média, mais estreita.

· Colo ou ducto: parte caudal.

b) Próstata: localizada no início da uretra; existem dois tipos, nos mamíferos domésticos:

- Tipo disseminado: observa-se uma estrutura tubular ramificada; abertura dos ductos prostáticos em

fileiras no interior da uretra pélvica; verifica-se em:

· PEQUENOS RUMINANTES: uma colecção difusa de glândulas uretrais que não penetra no músculo

uretral voluntário que circunda a parte pélvica da uretra e funciona durante a micção e a ejaculação

- Tipo lobado: envolvida por uma cápsula de tecido fibroso e fibras musculares lisas; o parênquima

glandular é dividido em lóbulos, atravessados por um ducto axial, por trabéculas de músculo liso; o ducto

axial emite ramos tubulares que se ramificam secundariamente e apresentam divertículos saculares,

constituindo assim uma estrutura tubuloalveolar ramificada; existência de dúctulos prostáticos em número

variável, de cada lado, que perfuram a uretra e se abrem em pequenas papilas no colículo seminal,

lateralmente aos óstios ejaculatórios; verifica-se em:

· EQUINOS e CARNÍVOROS: dois tubos laterais ligados por um istmo

· COELHO: dois tubos laterais e um mediano

- TOURO e VERRASCO: a próstata apresenta-se com características de ambos os tipos.

c) Glândulas bulbo-uretrais: duas (esquerda e direita); localizadas de cada lado da parte pélvica da uretra;

ausentes no CÃO; ductos bulbo-uretrais:

- EQUINOS: cinco a oito ductos por glândula.

- RUMINANTES, GATO, SUÍNOS E COELHO: apenas um ducto por glândula.

6.8. Partes genitais externas.

a) Uretra masculina: estende-se desde a bexiga urinária (óstio uretral interno) até à glande do pénis.

- Istmo da uretra: segmento da uretra que contorna o arco isquiático.

- Parte pélvica: dirige-se caudalmente sobre o pavimento da cavidade pélvica até ao istmo da uretra entre

as glândulas bulbo-uretrais; rodeada pelo músculo uretral (excepto na origem).

- Parte peniana ou extrapélvica: ao atingir o arco isquiático encurva-se acentuadamente entre os dois

pilares, passando a fazer parte do pénis; rodeada pelo corpo esponjoso e pelo músculo bulboesponjoso;

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estende-se ao longo do sulco na face ventral do corpo cavernoso e termina no processo uretral (óstio

uretral externo).

b) Útero masculino:

- Remanescente letal, homólogo do útero e da vagina.

- Tubo mediano de tamanho e formato variável.

- Óstio do útero masculino (eventualmente).

- Mais constante em equinos (local de abertura variável).

- RUMINANTES e SUÍNOS: geralmente ausente.

- CARNÍVOROS e COELHO: não referido.

c) Pénis: é o órgão masculino da cópula, composto essencialmente por tecido eréctil, que inclui a parte

esponjosa ou extrapélvica da uretra, localiza-sena zona compreendida entre o arco isquiático e a região

umbilical e é suportado pela fáscia superficial e profunda do pénis e por pele.

- Raiz: inserção nas partes laterais do arco isquiático por dois pilares (extremidade próxima de cada corpo

cavernoso inserido no arco isquiático); incorporação da uretra no pénis.

- Corpo: início na junção dos pilares; maior parte do órgão; inserção na sínfise isquiática por ligamentos

suspensores do pénis; possui quatro faces:

· Dorsal (ou dorso do pénis).

· Face ventral (ou uretral).

· Duas faces laterais.

- Glande: extremidade livre e aumentada do pénis; apresenta:

· Coroa da glande: margem denticulada proeminente que rodeia a glande.

· Fossa da glande: profunda depressão circular que envolve a uretra, a partir da qual o processo

uretral se projecta cranialmente.

· Processo uretral: projecção cranial da uretra.

· Seio uretral: divertículo bilocular no qual se abre, dorsalmente, a fossa da glande.

· Colo da glande: constrição caudal à coroa da glande.

· Processo dorsal da glande: extensão caudal da glande sobre o corpo cavernoso.

- Parte livre do pénis: parte do pénis distal à inserção do prepúcio.

- Corpo cavernoso (corpo eréctil): forma maior parte do pénis (excepto glande); os corpos cavernosos

direito e esquerdo estão fundidos no corpo do pénis:

· Túnica albugínea: cápsula de tecido fibroso; rodeia o corpo cavernoso.

· Trabéculas: partem da túnica, constituindo a sua estrutura interior.

· Tecido eréctil: filamentos de músculo liso com espaços cavernosos entre eles (capilares

aumentados), cuja distensão, com sangue, produz a erecção.

· Septo do pénis: septo mediano; divide o corpo cavernoso.

- Corpo esponjoso (corpo eréctil): bulbo do pénis (ampola na raiz do pénis); septo da glande (septo parcial

formado pelas trabéculas.

- Particularidades de diferentes espécies

· Flexura sigmóide: RUMINANTES (caudal ao escroto) e PORCO (pré-escrotal); curva em forma de ‘S’;

distende-se durante a erecção.

· Rafe do pénis: RUMINANTES e PORCO; localiza-se entre o frénulo do prepúcio e a glande.

· Osso peniano: CARNÍVOROS; na parte cranial do pénis; resulta da ossificação parcial do corpo

cavernoso.

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· Pénis torcido em espiral: PORCO.

· Pénis curto e dirigido para trás: GATO e COELHO; dirige-se para a frente na erecção.

· Pénis habitualmente recolhido no abdómen: COELHO.

d) Prepúcio: contém e cobre a porção livre do pénis, quando este não se encontra erecto.

- Lâmina interna do prepúpico: forra a cavidade prepucial.

- Lâmina externa do prepúcio: reflecte-se caudalmente; é dorsalmente contínua com o tegumento da

parede abdominal.

· Rafe mediano: encontra-se numa posição ventral; é contínuo com a rafe do escroto.

- Óstio prepucial: orifício através do qual ocorre a exteriorização normal do pénis.

- RUMINANTES e GATO:

· Frénulo do prepúcio: prega rudimentar de pele entre as rafes do pénis e do prepúcio.

- EQUINOS:

· Invaginação tubular secundária ou prega prepucial: corresponde ao verdadeiro prepúcio; envolve a

parte cranial do pénis.

· Ânulo prepucial: margem espessa na reflexão distal da invaginação tubular secundária ou prega

prepucial.

- PORCO:

· Divertículo prepucial: saco dorsal ligado à extremidade cranial da cavidade prepucial.

- Músculos prepuciais:

· Músculos cutâneos (ausentes em EQUINOS).

· Músculos craniais (ou protractores).

· Músculos caudais (ou retractores; rudimentares em CÃO e PORCO).

6.9. Escroto.

a) Definição: divertículo do abodómen, forrado pela lâmina parietal da túnica vaginal, que aloja os testículos

e as partes adjacentes dos funículos espermático; é, geralmente, assimétrico.

b) Constituição (de fora para dentro):

- Pele, com uma rafe longitudinal que estabelece a ligação entre o prepúcio e o períneo.

- Túnica Dartos: estrutura constituída por tecido fibroelástico e músculo liso, que se encontra intimamente

aderente à pele, excepto dorsalmente ao nível da rafe, onde se forma o septo do escroto, que o divide em

duas bolsas (dorsalmente divide-se em duas camadas que divergem, indo unir-se à túnica abdominal).

· Ligamento escrotal: fibras que, no fundo do escroto, ligam a túnica dartes à túnica vaginal.

- Fáscia do escroto: aparentemente, é uma estrutura derivada dos músculos oblíquos do abdómen.

· Fáscia espermática externa: derivada do músculo oblíquo externo do abdómen.

· Fáscia cresmastérica: derivada do músculo oblíquo interno do abdómen.

· Fáscia espermática interna: derivada da fáscia transversa; está fundida com a lâmina parietal da

túnica vaginal.

6.10. Músculos anexos.

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- Músculo uretral: rodeia a parte pélvica da uretra, excepto na sua origem; cobre as glândulas bulbo-uretrais;

papel importante na ejaculação do fluído seminal e na evacuação da ultima quantidade de urina na micção.

- Músculo ísquio-uretral: estabelece a ligação entre a área isquiática e pilares do pénis e a camada ventral do

músculo uretral; auxilia na erecção.

- Músculo bulbo-esponjoso: é contínuo com o músculo uretral na parte esponjosa da uretra; estende-se do

arco isquiático até à glande; esvazia a parte esponjosa da uretra.

- Músculo ísquiocavernoso: tuberosidade isquiática e ligamento sacro sacrotuberal largo – pilar e corpo do

pénis; eleva o pénis contra a pelve, comprime as veias dorsais e, consequentemente, produz e mantém a

erecção.

- Músculo retractor do pénis: estabelece a ligação entre a superfície ventral da 1.ª e 2.ª vértebras caudais e a

túnica albugínea da glande.

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7. Aparelho Genital Feminino

7.1. Ovários.

a) Apresentam tamanho variável; estão providos de:

- Bordo livre, com a fossa ovárica na ÉGUA (local onde se processa a ovulação, e onde se inserem fímbrias

ováricas), que possui uma extremidade tubária (encontrada numa posição cranial, e relacionada com a

extremidade fimbriada da tuba uterina) e uma extremidade uterina (encontrada numa posição caudal, e

ligada ao corno do útero, pelo ligamento próprio do ovário - fáscia de músculo liso incluída entre as

camadas do ligamento largo).

- Bordo mesovárico (ou inserido): é convexo, e rodeado pelo mesovário - parte do ligamento largo do

útero ligada ao ovário que, juntamente com a mesoalpinge, forma a bolsa ovárica (cavidade delimitada

pelo mesovário, pela mesoalpinge e pelo próprio ovário).

· Mesoalpinge: prega lateral do mesovário que circunda cada uma das tubas uterinas e forma a

parede lateral da bolsa ovárica; circunda completamente o ovário em CARNÍVOROS e PORCO.

- Hilo: encontra-se no bordo mesovárico, e não possui uma cobertura peritoneal nem uma depressão na

zona de penetração dos vasos e nervos no ovário.

b) Estrutura:

- Zona parenquimatosa: localiza-se perifericamente (equivale ao córtex), excepto na ÉGUA ADULTA.

- Zona vascular: localiza-se centralmente (equivale à medula), excepto na ÉGUA ADULTA.

NOTAS! É mais correcto aplicar os termos «zona parenquimatosa» e «zona vascular» quando se fala de

«córtex» e «medula», respectivamente. No caso da ÉGUA ADULTA, a zona vascular encontra-se numa posição

mais periférica e a zona parenquimatosa numa posição mais central.

7.2. Tubas uterinas.

a) Funcionalmente, representam os ductos excretores dos ovários, mas não possuem uma continuidade

directa com os mesmos; caracterizam-se por dois tubos flexuosos localizados entre as extremidades dos

cornos uterinos e os ovários, constituídos por quatro partes:

- Parte uterina: extremidade uterina que possui o óstio uterino da tuba (pequeno orifício de comunicação

com o corno do útero).

- Infundíbulo: extremudade ovárica alargada e em forma de funil.

· Fímbrias: processos irregulares localizados na margem do infundíbulo.

· Óstio abdominal da tuba uterina: pequena abertura no meio do infundíbulo que estabelece a

comunicação com a cavidade peritoneal.

- Ampola da tuba uterina: parte alargada, imediatamente a seguir ao infundíbulo.

- Istmo da tuba uterina: parte intermédia ± flexuosa.

7.3. Útero

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a) A sua maior parte localiza-se na cavidade abdominal, e uma pequena parte na cavidade pélvica; é

constituído por:

- Dois cornos, localizados inteiramente na cavidade abdominal; geralmente, são assimétricos, quer em

comprimento, quer em diâmetro.

· Extremidade cranial: é larga e romba; recebe a tuba uterina.

· Extremidade caudal: alarga-se e converge com a do outro corno; une-se ao corpo.

- Corpo: encontra-se localizado, em parte, na cavidade abdominal e, em parte, na cavidade pélvica.

- Colo (cérvix uterino): localiza-se inteiramente na cavidade pélvica; a parte caudal é estreita e use-se à

vagina.

· Canal cervical: representa a cavidade do colo; estabelece a ligação entre o corpo uterino (a partir do

óstio uterino interno) e a vagina (no óstio uterino externo).

- Fundo do útero (ÉGUA): extremidade alargada do corpo uterino.

- Carúnculas (RUMINANTES): proeminências ovais na túnica mucosa do corpo e nos cornos do útero; cada

uma aumenta de tamanho durante a gestação, sendo invadida pelas vilosidades de um cotilédone, para

formar um placentoma.

- Pregas circulares: pregas em crescente da mucosa cervical que se projectam no interior do canal cervical.

- PORCA:

· O canal cervical não possui óstio uterino externo.

· Pulvinos cervicais: algumas proeminências arredondadas existentes no colo uterino e na vagina que

se encaixam, fechando o canal cervical.

- Ampolas dos cornos uterinos (PORCA e CADELA – espécies multíparas): dilatações separadas por

constrições, existentes durante a gravidez.

· PORCA: cornos longos e sinuosos.

· CADELA: cornos longos e rectos.

- COELHA: possui um útero duplo e dois colos independentes, cada um com um óstio uterino externo.

NOTA! Espécies multíparas – espécies que geram vários fetos.

7.4. Vagina.

a) Estabelece a ligação entre o colo do útero e o pudendo feminino.

b) Relações:

- Dorsalmente: recto.

- Ventralmente: bexiga e uretra.

- Lateralmente: parede pélvica.

c) Estruturas:

- Fórnix: recesso anular a que se reduz a extremidade cranial (ocupada pela parte intravaginal do colo

uterino).

- Vestíbulo da vagina: parte terminal do tracto genital, localizado entre a prega transversal (estrutura que

cobre o óstio uretral – ou meato urinário – que, nas espécies jovens, é contínua de ambos os lados,

formando o Hímen, que estreita a entrada da vagina – óstio vaginal) e a rima do pudendo.

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- Túnica mucosa:

· Ventralmente, apresenta pequenas papilas que correspondem às aberturas dos ductos das

glândulas vestibulares menores (micro).

· Dorsalmente, apresenta proeminências maiores, que correspondem às aberturas dos ductos das

glândulas vestibulares maiores (macro).

· BOVINOS, OVINOS E FELINOS: cranialmente ao períneo, existe uma abertura do ducto longitudinal

do epoóforo, na parede lateral do vestíbulo.

- Divertículo suburetral (RUMINANTES E PORCA): bolsa cega localizada sob o óstio uretral externo.

- Tubérculo uretral (CADELA): elevação que apresenta o óstio uretral externo.

7.5. Pudendo feminino.

- Rima do pudendo (ou fenda vulvar): orifício externo em forma de fenda vertical.

- Lábios do pudendo (esquerdo e direito): arredondados e proeminentes; ladeiam a rima do pudendo.

- Comissuras:

· Labial dorsal: formada pela reunião dorsal dos lábios do pudendo num ângulo agudo.

· Labial ventral: formada pela reunião ventral dos lábios do pudendo, caudo-ventralmente ao arco

isquiático; o ângulo é redondo, pois é onde se localiza o clitóris.

- Fossa do clítoris: formada pela separação dos lábios do pudendo, na cavidade da comissura labial ventral;

fossa onde se localiza a glande do clítoris.

- Frénulo do clítoris: fina prega no tecto da fossa que se sobrepõe à glande e está inserida centralmente a

ele.

- Óstio uretral externo: situado na extremidade cranial da parede ventral da vulva.

7.6. Clítoris e prepúcio.

a) Clitóris: homólogo do pénis nos indivíduos do sexo masculino.

- Osso clitoriano (GATO).

- Tecido eréctil, semelhante ao corpo cavernoso do pénis.

- Partes semelhantes às do pénis (excepto uretra e músculo uretral):

· Raíz.

· Corpo: consiste na fusão de dois corpos cavernosos, e encontra-se inserido no arco isquiático por

dois pilares.

· Glande: extremidade livre arredondada e aumentada do órgão; ocupa a fossa do clitóris na

comissura ventral da vulva.

b) Prepúcio: tegumento fino e pigmentado, que cobre o clitóris e é contínuo com o tegumento que forra a

fossa; composto por tecido eréctil semelhante ao corpo cavernoso do pénis.

c) Músculo ísquiocavernoso: homólogo do músculo com o mesmo nome, no macho.

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8. Aparelho Mamário

8.1. Corpo da mama.

- Constituição: pele, tecido glandular e tecido conjuntivo.

- Base: encontra-se relacionada com a parede abdominal.

- Ápice: apresenta uma projecção da mama, através da qual o leite sai:

· Papila (CARNÍVOROS E SUÍNOS): são mais desenvolvidas durante a lactação (daí se diferenciar papila e

teta conforme as espécies).

· Teta (EQUINOS E RUMINANTES).

- Trabéculas: têm origem numa cápsula fibroelástica; dividem o parênquima glandular em vários lobos.

- Ductos excretores:

· Ductos secretores (um por lóbulo).

· Ducto lactífero (um por lobo).

· Seio lactífero: parte distal dilatada do sistema de ductos localizada na base da papila, que é formada

pela confluência dos ductos lactíferos.

· Ductos papilares: localizados entre a papila e a porção papilar do seio lactífero.

· Óstios papilares: abertura, no ápice da papila, dos ductos lactíferos.

8.2. Sulco intermamário: encontra-se numa posição longitudinal ou transversa (no caso das espécies que possuem

mais do que duas mamas), entre a base das mamas.

8.3. Aparelho suspensor da mama.

- Lâminas (destacadas da túnica abdominal)

· Laterais.

· Mediais (ligamento suspensor do úbere).

- Lamelas suspensoras: originam-se nas lâminas laterais e mediais; entram na mama a diferentes níveis; são

especialmente desenvolvidas na VACA.

8.4. Úbere.

- ÉGUAS e RUMINANTES: abrangem todas as glândulas mamárias.

8.5. Diferenças entre espécies.

- ÉGUA:

· Duas mamas inguinais.

· Dois ductos papilares.

- VACA:

· Duas mamas abdominais e duas mamas inguinais.

· Quatro quartos sem comunicação entre si.

· Apenas um ducto papilar.

· Cisterna do leite: amplo seio lactífero.

- OVELHA e CABRA:

· Duas mamas inguinais.

· Apenas um ducto papilar.

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- PORCA:

· Cinco a oito pares de mamas peitorais, abdominais e inguinais.

· Dois ductos papilares.

- CADELA:

· Quatro a cinco pares de mamas (raramente seis pares) peitorais, abdominais e inguinais.

· Oito a doze ductos papilares (até vinte e dois ductos).

- GATA:

· Três a quatro pares de mamas (um ou dois pares peitorais e um ou dois pares abdominais).

· Quatro a oito ductos papilares.

- COELHA:

· Quatro a cinco pares de mamas (dois ou três pares peitorais e dois ou três pares abdominais;

possivelmente, pode apresentar quatro mamas de um lado e cinco do outro).

· Oito a dez ductos papilares.

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9. PERITONEU:

a) Possui dois folhetos simples:

- Folheto parietal.

- Folheto visceral.

b) Possui mesos ou ligamentos, que representam folhetos duplos:

- Da parede ao órgão: mesocólon.

- De órgão a órgão: meso-hepato-gástrico.

c) Possui dois mesos especiais, que são fenestrados, contêm linhas de gordura e são geralmente excessivos em

tamanho:

- Omento maior.

- Omento menor.

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A SAGA DELIRANTE

PELA

ESPLANCNOLOGIA

DO GALO

… no fundo, eu sou

um galo. Só que

ninguém sabe disso.

Piu.

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1. APARELHO DIGESTIVO E GLÂNDULAS ANEXAS

1.1. Rima bucal.

- Limitada por duas valvas (superior e inferior) do bico. - Bico: formação de natureza córnea, cujo crescimento permanente compensa o seu gastamento constante pelo uso; no galo (e muitas outras espécies) é pontiagudo.

1.2. Palato: estrutura estreita, cuja extremidade anterior se apresenta em ponta.

- Rostralmente, possui uma crista média (relevo mediano). - Caudalmente, apresenta uma fenda que estabelece comunicação entre a cavidade bucal e as cavidades nasais; possui duas cristas laterais (porção faríngea frequentemente homóloga às coanas dos mamíferos) – uma esquerda e uma direita - e cinco linhas transversais de papilas córneas dirigidas no sentido rostro-caudal.

1.3. Língua: é estreita, rígida e relativamente pouco móvel, e a sua porção rostral apresenta-se em ponta.

1.4. Glândulas salivares.

- Glândulas dos ângulos da boca: situam-se nas bochechas; para alguns autores, são homólogas às glândulas parótidas nos mamíferos. - Glândulas maxilares: situam-se na linha média do palato. - Glândula palatina: situa-se à esquerda e à direita da linha média do palato. - Glândulas submandibulares rostrais: situam-se na submucosa do pavimento da boca. - Glândulas submandibulares caudais: situam-se na submucosa do pavimento da boca e paredes laterais da faringe. - Glândulas esfenopterigoideias: situam-se na submucosa da abóbada da faringe. - Glândulas linguais rostral, direita, esquerda e caudal: situam-se na língua. - Glândulas faríngeas: situam-se caudolateralmente, na proeminência laríngea.

1.5. Faringe.

- Abertura das tubas auditivas: é uma fenda comum mediana no tecto da faringe (nos mamíferos existem

dois óstios laterais independentes).

- Comunicação faringo-laríngea: é uma fenda longitudinal no pavimento faríngeo, que possui dois lábios (esquerdo e direito) e dois ângulos (rostral e caudal). - Proeminência laríngea: projecção do assoalho da faringe, dorsalmente à laringe, para a cavidade faríngea; o conjunto dos movimentos rostrocaudais rápidos da eminência laríngea e da língua, da grande quantidade de saliva, das papilas orientadas caudalmente e da fenda mediana comunicante com as cavidades nasais e entrada da laringe fechada dá origem ao processo de deglutição. - Linhas transversais de papilas córneas: marcam o início do esófago; existem duas no pavimento, caudalmente à comunicação faringo-laríngea, e uma no tecto, caudalmente à abertura das tubas auditivas.

1.6. Esófago: é um ducto muscular extremamente dilatável, que se estende desde a laringe até ao proventrículo;

inicialmente, apresenta-se rostral à traqueia, inclinando-se posteriormente para a direita.

- Papo: enorme divertículo para armazenamento de alimentos antes de admissão no proventrículo, localizado à direita, junto à entrada do tórax.

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1.7. Proventrículo: é o primeiro compartimento gástrico; é um órgão fusiforme, pouco dilatável (pelo que os

alimentos não se acumulam no seu lume), contíguo ao esófago e anterior à moela, que apresenta numerosas

glândulas e dois óstios (um para recepção do esófago e um para comunicação com a moela).

- Túnica muscular: conjunto de um espesso plano interior de fibras circulares e de um plano exterior de fibras longitudinais.

1.8. Moela: apresenta um aspecto de disco muito espesso com faces muito convexas, e dois óstios, muito

próximos um do outro, ambos no sector antero-dorsal do perímetro da moela.

- Constituição: · Duas calotes musculares extremamente desenvolvidas. · Quatro músculos lisos (lateral dorsal, lateral ventral, intermédio crânio -dorsal e intermédio caudo-ventral), com força para entortar uma moeda ou outros pequenos objectos de metal. · Dois divertículos: um caudal e um cranial.

- Mucosa: apresenta glândulas relativamente desenvolvidas; é revestida por uma camada córnea muito espessa e rugosa, e é incrustada de pequenas pedras ingeridas instintivamente pelas aves.

1.9. Intestino delgado.

- Divisões (convencionalmente): · Duodeno: possui duas ansas paralelas entre si, graças a uma flexura de mais ou menos 180º. · Jejuno e íleo: relativamente simples (ao contrário de outras aves), com espirais curtas; o íleo termina ao nível da abertura dos dois cecos.

1.10. Cecos: estrutura par (ceco direito e ceco esquerdo), extremamente desenvolvida no galo (o comprimento é

igual a mais ou menos 18 cm e o diâmetro é aproximado ao do íleo; o intestino delgado parece triplo;

apresenta tecido linfóide muito desenvolvido; a sua função ainda é insuficientemente explorada; podem ser

muito reduzidos noutras aves), situados paralelamente ao íleo.

1.11. Cólon: é uma estrutua muito curta, em linha recta até ao copródeo da cloaca, por vezes denominada de

«recto», que se inicia ao nível da abertura dos dois cecos, abrindo-se no óstio cloacal do intestino.

1.12. Cloaca: é uma câmara que recebe simultaneamente os ductos intestinal, urinários e genitais (nas aves não se

opera a septação que separa as terminações do aparelho digestivo, urinário e genital).

- Dividida por pregas separatórias em três partes (em sentido craniocaudal): · Copródeo: local onde se abre o intestino. · Uródeo: recebe os ureteres e os ductos deferentes no macho e oviducto nas fêmeas. · Proctódeo: comunica com o exterior; na linha média dorsal, possui a abertura da bolsa cloacal (bolsa de Fabricius).

- Bolsa cloacal: estrutura exclusiva das aves, que possui uma origem embrionária como expansão dorsal da cloaca e que apresenta involução com aparecimento da maturidade sexual.

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1.13. Fígado: é o único órgão abdominal não coberto ventralmente pelo tabique pós-hepático, que se situa

ventralmente na cavidade somática geral.

- Apresenta lobação: três lobos ou dois lobos em função do autor (lobo direito e um lobo esquerdo com duas porções). - Vesícula biliar: bastante dimensionada, apresenta um perfil fusiforme e localiza-se na face visceral do lobo direito. - Ducto biliar hepatocístico: localiza-se entre o lobo direito e a vesícula biliar. - Ducto cístico-entérico: localiza-se entre a vesícula biliar e o duodeno. - Ducto hepato-entérico: localiza-se entre o lobo esquerdo e o duodeno.

1.14. Pâncreas: é um órgão alongado e relativamente estreito.

- Lobação: dois lobos (dorsal e ventral) ou três, segundo alguns autores.

- Apresenta dois ductos excretores com abertura no duodeno (pode ocorrer um terceiro ducto excretor).

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2. BAÇO: estrutura que apresenta uma forma esferóide, cor vermelha muito escura e diâmetro de

aproximadamente 2 cm, localizada dorsalmente à direita da união proventrículo-moela.

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APARELHO RESPIRATÓRIO.

3.1. Narinas: apresentam forma oval e estreita e são escovadas na valva superior do bico. - Opérculo: prega de pele que forma o bordo superior.

3.2. Cavidades nasais: são cónicas, muito curtas e estreitas; apresentam um vértice dirigido anteriormente.

- As cavidades nasais esquerda e direita encontram-se separadas por um septo osteocartilagineo. - Cada cavidade possui três partes:

· Região vestibular: possui a concha rudimentar nasal rostral ou ventral. · Região respiratória: possui a concha rudimentar nasal média. · Região olfatória: possui a concha rudimentar nasal caudal.

- Crista nasal:separa regiões vestibular e média. - A comunicação com a boca e a faringe é feita através de uma larga e extensa fenda. - Ducto nasolacrimal: abertura da extremidade nasal, em forma de fenda, localizada na porção ventral da parede lateral da cavidade nasal, sob a concha nasal média; resulta da confluência de dois ductos lacrimais (o dorsal é muito mais desenvolvido que o ventral).

3.3. Laringe: a comunicação com a faringe é feita através de uma fenda longitudinal no pavimento faríngeo.

- Apresenta quatro cartilagens laríngeas: · Cricóide: possui a forma de um anel, um corpo, uma crista ventral e duas asas. · Procricóide: é a mais caudal e a mais pequena; possui um corpo e uma cauda. · Aritenóides: é uma estrutura par, em que cada uma possui um corpo, um processo rostral e um processo caudal.

- Articulações laríngeas: são articulações sinoviais: · Crico-procricoideia. · Pró-cricoaritenoideias.

- Músculos da laringe: · Músculo constritor da laringe. · Músculo dilatador da laringe.

3.4. Traqueia: é um longo tubo de anéis cartilagíneos completos, engrenados entre si (a parte larga de cada anel cobre a parte estreita de anéis adjacentes), que liga a laringe à siringe; apresenta 108 a 126 cartilagens traqueais, que tendem a ossificar.

- Músculos traqueais: · Esterno-hióideu. · Esternotraqueal. · Cleidotraqueal. · Traqueal lateral.

3.5. Siringe: é o órgãoi vocal das aves, localizado na extremidade terminal da traqueia e porções iniciais dos dois brônquios primários.

- Possui quatro elementos cartilaginosos: · Cartilagens craniais: possuem três anéis na fêmea e quatro anéis no macho; pensa-se que terão origem traqueal. · Cartilagens intermédias: possuem quatro de cada lado; apresentam a forma de C; a extremidade ventral encontra-se fixa ao péssulo e a extremidade dorsal é livre.

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· Péssulo: é uma cartilagem em forma de cunha dorsoventralmente, que divide o lúmen da traqueia nos dois brônquios principais. · Cartilagens caudais: apresentam-se três de cada lado; possuem a forma de C; pensa-se que terão origem bronquial.

- Membranas vibratórias: correspondem a dois pares de membranas finas responsáveis pela fonação.

3.6. Brônquios primários: apresentam-se em número par (por bifurcação da traqueia), um para cada pulmão (direito e esquerdo), terminando na entrada dos sacos aéreos abdominais direito e esquerdo. 3.7. Pulmões: são estruturas relativamente pequenas e praticamente imóveis, localizadas na porção dorsal da cavidade somática geral; parcialmente incrustados nos alvéolos do notarium.

a) Estrutura: é completamente diferente da estrutura dos pulmões de um mamífero.

- Cada brônquio primário atravessa completamente o pulmão, e termina no saco aéreo abdominal correspondente. - Deste surgem numerosos brônquios secundários, agrupados em 4 categorias:

· Medioventrais.

· Mediodorsais.

· Lateroventrais.

· Laterodorsais. - Todos estes brônquios estão interligados por brônquios terciários - parabrônquios, - formando-se uma densa rede brônquica tridimensional muito favorável à hematose.

3.8. Sacos Aéreos. - Apresentam-se em número de nove:

· Saco pneumático cervical: possui uma câmara principal e divertículos vertebrais, intermusculares subcutâneos; é par.

· Saco pneumático clavicular: é o único ímpar; possui uma parte medial, uma parte lateral e divertículos intratorácicos e extratorácicos.

· Saco pneumático torácico cranial: verifica-se a ausência de divertículos; é simples e par.

· Saco pneumático torácico caudal: verifica-se a ausência de divertículos; simples e par.

· Saco pneumático abdominal: apresenta divertículos perirrenais e femorais; é par. - Funções: diversas (algumas provavelmente não conhecidas), tais como a dilatação dos sacos aéreos pelos músculos esqueléticos circundantes para a aspiração do ar.

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4. Tórax e abdómen.

- Verifica-se a ausência de diafragma. - A cavidade peritoneal principal encontra-se limitada craniodorsalmente pelo tabique oblíquo (parte do peritoneu parietal que forma o limite craniodorsal da cavidade peritoneal), e subdividida em cinco câmaras por cinco lâminas peritoneais duplas:

· Mesentério ventral: lâmina vertical sagital que se estende desde o soalho até ao fígado e à moela, continuando-se com mesentério dorsal.

· Tabique pós-hepático (comissuras esquerda e direita): divide a cavidade peritoneal em cavidades peritoneais hepáticas e intestinais; por vezes encontra-se cheia de gordura, constituindo o principal depósito de gordura do peritoneu.

· Ligamentos hepático esquerdo e direito: dividem a cavidade peritoneal hepática em cavidades peritoneais hepáticas dorsais esquerda e direita (pequenas) e ventrais esquerda e direita (amplas).

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5. Aparelho Urinário 5.1. Rins: são órgãos muito compridos (aproximadamente 7cm, desde o pulmão até à extremidade caudal do sinsacro), muito friáveis (sendo impossível extraí-los intactos dos alvéolos do sinsacro), de cor situada entre o rosa e o castanho, em função do sangue contido, que se encontram parcialmente incrustados em alvéolos do sinsacro.

- Apresenam três divisões, delimitadas por sulcos vasculares transversais superficiais: cranial, média e caudal (antigos lobos).

5.2. Ureteres: originam-se da porção cranial da superfície ventral dos rins, estendendo-se até à abertura na cloaca no uródeo, onde se abrem num óstio medial às papilas dos ductos deferentes no macho ou ao óstio cloacal do oviducto na fêmea.

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6. Aparelho Genital Masculino 6.1. Testículos: são estruturas que possuem a forma de um feijão e cor branca amarelada (por vezes, totalmente branca), localizadas sob as divisões anteriores dos rins, e que se encontram envolvidas por uma túnica albugínea; apresentam:

- Duas faces: uma lateral e uma medial. - Dois pólos: um cranial e um caudal. - Dois bordos: um livre e um epididimário.

6.2. Epidídimo: é alongado e fusiforme, e insere-se ao longo do bordo epidimário; não se distingue cabeça, corpo e cauda.

- Ducto epididimário: apresenta-se muito curto e pouco espiralado. 6.3. Ducto deferente: apresenta-se sinuoso.

- Receptáculo do ducto deferente: dilatação escavada na parede da cloaca, que termina no uródeo. - Papila do ducto deferente: delicado cone apontado caudalmente, que se abre no uródeo, caudomedialmente, ao mesmo nível dos ureteres.

6.4. Sistema copulatório masculino: encontra-se situado na crista do lábio ventral da abertura cloacal externa, e orientado para o interior da cloaca quando não aberto; apresenta:

- Duas papilas dos ductos deferentes (esquerdo e direito). - Dois corpos vasculares (acompanham as papilas dos ductos deferentes). - Falo: é ímpar e não protudente. - Duas pregas linfáticas.

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7. Aparelho Genital Feminino 7.1. Ovário.

- Ovário direito: apresenta involução precoce. - Ovário esquerdo: encontra-se localizado na porção dorsal da cavidade abdominal (atinge a penúltima costela).

· Faces: dorsal (com hilo) e ventral.

· Pólos: cranial e caudal.

· Bordos: lateral e medial.

· Possui uma espessa túnica albugínea.

· Estigma: banda branca desprovida de vasos, por onde a parede do folículo se rompe (durante a ovulação) para libertar o ovócito.

- Embora raramente, pode existir um ovário direito funcional, enquanto o esquerdo involui. 7.2. Oviducto.

- Apenas permanece o oviducto esquerdo. - Infundíbulo: é a primeira parte do oviducto, composta por:

· Fímbrias infundibulares, que rodeiam o óstio infundibular.

· Óstio infundibular, em forma de fenda.

· Tubo infundibular - Magno: vasta e complexa secção do oviducto, existente após o infundíbulo e constituída por vários divertículos. - Istmo – forma tubular; estende-se desde o magno até ao útero. - Útero: cavidade aparentemente não homóloga do útero dos mamíferos, que aloja o ovo durante a formação da casca (frequentemente, é designado por glândula da casca). - Vagina: é parte mais estreita, após o útero, que se abre no uródeo por uma fenda dilatável - o óstio cloacal do oviducto.

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8. Anatomia do Ovo

a) Apresenta dois pólos - um obtuso e um agudo; as extremidades localizam-se nos extremos do seu eixo maior, ao longo do qual se encontram as estruturas suspensórias do vitelo.

b) Vitelo ou gema:

- Membrana vitelina:

· Lâmina extravitelina.

· Lâmina contínua.

· Lâmina perivitelina.

· Citolema oocitário. - Vitelo branco ou alvo (menos denso) - Vitelo amarelo ou áureo (mais denso)

- Látebra: é constituída por vitelo branco; divide-se em:

· Disco da látebra: cone de gema branca sob o disco germinativo.

· Colo da látebra.

· Centro da látebra.

NOTA! O facto do disco e do colo serem constituídos por vitelo menos denso conduz a que a gema esteja sempre colocada com o disco da látebra e o disco germinal voltados para cima.

- Albúmen ou Clara: possui vários estratos ou camadas: · Albúmen polar do pólo obtuso e albúmen polar do pólo agudo. · Estrato fluído externo (parte menos densa). · Estrato denso. · Estrato fluído interno. · Calaza do pólo obtuso e calaza do pólo agudo: suportam o vitelo ou gema; encontram-se torcidas pelos movimentos giratórios do vitelo; quando completamente torcidas, possuem maior estabilidade, mantendo a gema junto ao ovo. · Ligamento do albúmen: prende o albúmen à casca; ocupa uma área do pólo agudo. · Estrato calazífero.

- Envoltórios (de fora para dentro):

· Cutícula. · Casca. · Membrana externa · Membrana interna

com até seis estratos brancos e seis estratos amarelos concêntricos alternados

no pólo obtuso existe a cela aérea (ou câmara de ar) entre estas membranas

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