3 sistemática
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SISTEMÁTICA
Categorias taxonómicas
Regras básicas da nomenclatura
A SISTEMÁTICA é a ciência dedicada a
inventariar e descrever a biodiversidade e
compreender as relações filogenéticas entre os
organismos.
Inclui
a taxonomia
a filogenia
Em geral, diz-se que compreende a
classificação dos diversos organismos
vivos.
Sistemática : Utiliza os dados de
diversos ramos do conhecimento para
agrupar os seres vivos de acordo com oseu grau de parentesco e a sua históriaevolutiva. O seu objectivo é procurar asrelações evolutivas entre os organismose expressar essas relações em sistemas
taxonómicos.
Taxonomia - ciência da descoberta,
descrição e classificação das espécies e
grupo de espécies, com suas normas e
princípios.
Filogenia -relações evolutivas entre os
organismos.
Taxonomia : ramo da ciência que trata daordenação (classificação) e denominação(nomenclatura) dos seres vivos, agrupando-os de acordo com o seu grau de semelhança.
Tem dois objectivos principais:
considerar organismos estruturalmenterelacionados e separá-los pelas respectivasespécies, descrevendo as características quedistinguem uma espécie da outra;
ordenar as espécies, por categorias
taxonómicas do género ao reino.
“A classificação dos seres vivos é parte da
sistemática.”
Sistemática é a ciência que estuda as
relações entre organismos, e que inclui:
a colecta, a preservação, estudo de
espécimes
a análise dos dados vindos de várias
áreas de pesquisa biológica.
O objectivo da classificação dos seres vivos, chamada
taxonomia, foi :
• inicialmente o de organizar as plantas e animais
conhecidos em categorias que pudessem ser referidas
(baseada apenas em características externas).
• Posteriormente a classificação passou a respeitar as
relações evolutivas entre organismos baseada nas
características
ecológicas,
fisiológicas,
todas as outras que estiverem disponíveis para o taxon em
questão.
(organização mais natural do que a baseada apenas em
características externas)
Nos últimos anos têm sido tentadas
classificações baseadas na semelhança
entre genomas, com grandes avanços em
algumas áreas, especialmente quando se
juntam a essas informações, aquelas
oriundas dos outros campos da Biologia.
Nomenclatura é a atribuição de nomes
(nome científico) a organismos e às
categorias nas quais são classificados.
O nome científico é aceite em todas as
línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma
espécie.
Há duas organizações internacionais que
determinam as regras de nomenclatura,
uma para zoologia e outra para botânica.
Segundo as regras, o primeiro nome
publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o
correcto, a menos que a espécie seja
reclassificada.
O Código Internacional de Nomenclatura
Zoológica preconiza que neste caso
mantém-se a referência a quem primeiro
descreveu a espécie, com o ano da
descrição, entre parênteses, e não inclui o
nome de quem reclassificou.
Taxonomia (do Grego verbo τασσεῖν ou tassein
= "para classificar" e νόμος ou nomos = lei,
ciência, administrar);
Foi uma vez, a ciência de classificar
organismos vivos (alfa taxonomia).
Mais tarde a palavra foi aplicada com
um sentido mais abrangente, podendo aplicar-
se a uma das duas:
• classificação de coisas
• ou aos princípios subjacentes da
classificação.
“Quase tudo - objectos animados, inanimados,
lugares e eventos - pode ser classificado de
acordo com algum esquema taxonómico.”
Táxon (plural taxa, em latim, ou táxons,
aportuguesado) é uma unidade taxonómica,
essencialmente associada a um sistema de
classificação.
Táxons (ou taxa) podem estar em qualquer nível
de um sistema de classificação:
• um reino é um táxon
• um género é um táxon,
• uma espécie também é um táxon
• ou qualquer outra unidade de um sistema de
classificação dos seres vivos.
Código Internacional de Nomenclatura
Zoológica
Mais conhecido como "O Código", é um documento
que regula a nomenclatura científica na zoologia.
Constitui um sistema de regras e recomendações acerca
da maneira correcta de compor e aplicar os nomes
zoológicos.
A Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica é a
entidade que mantêm e regula o Código, e também é a
responsável por promover as alterações mediante opiniões
e declarações.
O Código foi adoptado pelo XV Congresso Internacional
de Zoologia em Julho de 1958, na cidade de Londres. As
disposições do Código aplicam-se a todos os nomes e
publicações zoológicas após 1757, que afectem a
nomenclatura zoológica.
O objectivo do Código é "promover a estabilidade e a
universalidade dos nomes científicos dos animais, e
assegurar que o nome de cada táxon seja único e
distinto".
A hierarquia da classificação
científica dos seres vivos.
Categorias taxonómicas
Espécie : caracterizada por todos osindivíduos terem o mesmo fundo
genético e se poderem cruzar entre si
originando descendentes férteis(isolamento reprodutivo).
Nota: A espécie é um grupo natural visto que
está separada das outras espécies devido aoisolamento reprodutivo e aos diferentes fundosgenéticos.
Nomenclatura binomial
O sistema actual identifica cada espécie por dois nomes em latim:
o primeiro, em maiúscula, é o género,
o segundo, em minúscula, é o epíteto específico.
Os dois nomes juntos formam o nome da espécie.
Os nomes científicos podem vir :
do nome do cientista que descreveu a espécie,
de um nome popular desta,
de uma característica que apresente,
do lugar onde ocorre,
e outros.
Por convenção internacional,
o nome do género e da espécie é impresso em
itálico,
o das outras taxa não.
Subespécies têm um nome composto por três
palavras
Regras básicas de nomenclatura
A nomenclatura binomial é o método formal e
o único universalmente aceite para a
atribuição do nome científico a espécies (com
excepção dos vírus).
Como o termo "binomial" sugere, o nome
científico de uma espécie é formado pela
combinação de dois termos:
- o nome do género
- o descritor específico.
Apesar de alguns pormenores diferirem consoante o campo da
biologia em que a espécie se insere, os traços determinantes do
sistema são comuns e universalmente adoptados:
•As espécies são identificadas por um binome, isto é umnome composto por dois nomes:
um nome genérico e um descritor específico.
Nenhum outro taxon pode ter nomes compostos por maisde uma palavra.
•As subespécies (ou raça) têm um nome composto portrês nomes, ou seja um trinome, colocados pela seguinteordem:nome genérico, descritor específico e descritorsubespecífico.
• Todos os taxa hierarquicamente superioresà espécie tem nomes compostos por umaúnica palavra, ou seja um "nomeuninominal".
• Os nomes científicos devem ser sempreescritos em itálico, como em Homo sapiens.Quando manuscritos, ou quando não estejadisponível a opção de escrita em itálico,devem ser sempre sublinhados.
• O primeiro termo, o nome genérico é sempre escritocomeçando por uma maiúscula, enquanto o descritorespecífico (em zoologia, o nome específico, em botânica oepíteto específico) nunca começa por uma maiúscula, mesmoquando seja derivado de um nome próprio ou de umadesignação geográfica.
Por exemplo, Canis lupus ou Anthus hodgsoni. Note-se que estaconvenção é recente.
Carolus Linnaeus usava sempre maiúscula no descritor específico e até princípios doséculo XX era prática comum capitalizar o descritor específico se este derivasse de umnome próprio. Apesar de incorrecto pelos padrões actuais, e inaceitáveis em contextocientífico, a utilização de descritores específicos com maiúscula é relativamente comumem literatura não científica, particularmente quando reproduza fontes desactualizadas.
Espécie:nomenclatura binominal
EXEMPLOCanis familiaris (Lineu, 1758)
designação em latim, em itálico ou sublinhada (cada um dos
nomes Canis familiaris), primeiro nome (o do género) começando com maiúscula e o segundo (restritivo específico) com minúsculas, entre parêntesis nome de quem primeiro classificou a espécie e a data se for espécie ou subespécie.Subespécie:nomenclatura trinominal
EXEMPLOOryctolagus cuniculus algirus
Nota: Todos os taxa superiores à espécie têm nomenclatura
uninominal, escrita com maiúscula.
•Em textos académicos e científicos, a primeira referência a umtaxon, nomeadamente a uma espécie, é seguida do sobrenomedo cientista que primeiro validamente o publicou (na zoologia)ou da sua abreviatura padrão (botânica e micologia). Se aespécie teve a sua posição taxonómica alterada por inclusão emgénero diferente do original, o sobrenome ou a abreviaturapadrão do autor original e a data de publicação original sãofornecidos em parêntesis antes da indicação de quem publicouo novo nome.
Por exemplo, Amaranthus retroflexus L. ou Passer domesticus(Linnaeus, 1758) – o último foi originalmente descrita comouma espécie do género Fringilla, daí o parêntesis.
•Quando usado em conjunção com o nome vernáculoda espécie, o nome científico normalmente apareceimediatamente a seguir no texto, incluído emparêntesis.
Por exemplo, "A população do pardal doméstico(Passer domesticus) está a decrescer na Europa."
•O nome científico deve ser sempre usado por extenso na sua primeiraocorrência no texto e sempre que diversas espécies do mesmo géneroestiverem a ser discutidas no mesmo documento.•Nos usos subsequentes, as referências podem ser abreviadas à inicial dogénero, seguida de um ponto e do nome específico completo.
Por exemplo, após a primeira referência, Canis lupus pode ser referido comoC. lupus. Em alguns casos, em literatura não científica, a abreviatura é maisconhecida do que o nome completo da espécie: — a bactéria Escherichiacoli é frequentemente referida simplesmente por E. coli; o Tyrannosaurusrex é provavelmente mais conhecido por T. rex.
•A abreviatura "sp." (zoologia) ou "spec." (botânica) é usada quando o nome da espécie não pode ou não interessa ser explicitado.
•A abreviatura "spp." (plural) indica "várias espécies".
Por exemplo: "Canis sp." significa "uma espécie do género Canis".
•Facilmente confundíveis com a anterior são as abreviaturas "ssp." (zoologia) e "subsp." (botânica), que indicam uma subespécie não especificada (veja trinome, nome ternário).
•As abreviaturas "sspp." ou "subspp." indicam "um número não especificado de subespécies".
•A abreviatura "cf." é utilizada quando a identificaçãoda espécie requer confirmação por ser incerta ou estara ser citada através de uma referência secundária nãoverificável.
Por exemplo Corvus cf. corax indica "um pássaro similarao corvo-comum, mas não identificado com segurançacomo sendo da espécie.
•A nomenclatura binomial é também referida comoSistema de classificação binomial ou como sistemalineano.
Vantagens da nomenclatura
binomial
As principais vantagens da nomenclatura binomial
derivam essencialmente da sua economia
descritiva, do seu uso generalizado e da
estabilidade de nomes que é por ele favorecida:
Todas as espécies podem ser identificadas, sem
risco de ambiguidade, por apenas duas palavras.
O mesmo nome é de uso universal, independente
da língua de trabalho, evitando erros e problemas
de tradução.
•Apesar da estabilidade dos nomes estar longe de ser umaregra absoluta, os procedimentos estabelecidos em relaçãoà renomeação de espécies favorecem fortemente aestabilidade.• Por exemplo, quando uma espécie é transferida para umgénero diferente, o que não é incomum face aos avanços daciência, sempre que possível o descritor específico émantido.•O mesmo acontece quando uma espécie é desqualificadacomo independente e é integrada noutra pré-existente, situação em que o descritor é mantido ao nívelsubespecífico.
Apesar das regras existentes terem como objectivo garantirque cada nome é único e que não há ambiguidades nanomenclatura, na prática algumas espécies têm vários nomescientíficos em circulação na literatura, o uso de cada um delesdependendo da opinião taxonómica do autor do texto. Daí quea sinonímia biológica seja um campo de grandecomplexidade, sendo frequente o aparecimento de espéciescom longas listas de sinónimos.A mais importante fonte de instabilidade no sistema binomial éa ressurreição de nomes esquecidos, mas para os quais sepode reclamar validamente prioridade na publicação. Nestecaso, contudo, nos códigos de nomenclatura estão previstasnormas de conservação de nomes que permitem amanutenção, pelo menos em certos casos, do nome de usomais comum.
Códigos de nomenclatura
A partir de meados do século XIX passou a ser aparente a necessidade de um corpo de regras que governassem de forma inequívoca a atribuição de nomes científicos. Tais normas foram inicialmente vertidas nos actuais códigos de nomenclatura
o ICZN, governando a atribuição de nomes a animais;
o ICBN, governando a atribuição de nomes a plantas, incluindo os fungos, algas e cianobactérias;
o ICNB governando a nomenclatura de bactérias e vírus.
Apesar de um crescente esforço de convergência, estes códigos diferem em aspectos significativos:
•Por exemplo, o ICBN, o código da botânica, não permite o uso de tautónimos, isto é a utilização de um descritor específico igual ao nome do género, o que é permitido pelo ICZN, o código zoológico.
•As datas a partir das quais os códigos se aplicam (retroactivamente) variam: na botânica o ponto de partida é em geral 1753, o ano em que Carolus Linnaeus publicou a 10ª edição de Species Plantarum); em zoologia é 1758; em bacteriologia foi decidido fazer tábua rasa (quase) do passado e a data de referência inicial é 1980.
Derivação de nomes
O nome do género e do descritor específico podem derivar de qualquer palavra ou provir de qualquer fonte, tendo apenas como exigência o serem latinizados.
Em geral são palavras latinas, mas muitas delas são derivadas de palavras do grego antigo, de nomes de regiões ou lugares, do nome de pessoas (de preferência naturalistas) ou de uma palavra numa língua vernácula.
Na prática, os taxonomistas têm criado nomes a partir de uma imensa variedade de fontes de inspiração, incluindo, ao que se diz, alguns casos em que se pretendeu ser jocoso ou criar trocadilhos.
Contudo, os nomes são sempre tratados gramaticalmente como se fossem umafrase latina. Por essa razão, o nome científico da espécie é frequentementereferido como o "nome latino" da espécie, apesar da expressão não colher aaprovação de taxonomistas e de filologistas, os quais tendem a favorecer adesignação, mais neutra, de "nome científico".
O nome do género deve obrigatoriamente ser único dentro de cada reino. Osdescritores específicos são frequentemente repetidos e são, obrigatoriamente,um modificador adjectivo do nome do género, devendo com ele concordargramaticalmente.
Os nomes das famílias são frequentemente derivados de um géneroparticularmente representativo que a integre
A hierarquia da classificação
científica dos seres vivos.
A hierarquia
da
classificação
científica dos
seres vivos.
O quadro seguinte apresenta a classificação científica de cinco espécies pertencentes a estruturas taxonómicas diversas: a mosca-da-fruta(Drosophilamelanogaster), o ser humano, a ervilha, o cogumelo amanitae a bactéria Escherichia coli. Com ele pretende-se demonstrar a flexibilidade e a universalidade do sistema, incluindo numa mesma estrutura organismos tão diversos como os seleccionados.
Taxon Mosca-da-fruta Humano Ervilha Amanita E. coli
Domínio Eukaryota Eukaryota Eukaryota Eukaryota Bacteria
Reino Animalia Animalia Plantae Fungi Monera
Phylum ou
DivisãoArthropoda Chordata Magnoliophyta Basidiomycota Proteobacteria
Subphylum ou
subdivisãoHexapoda Vertebrata Magnoliophytina Hymenomycotina
Classe Insecta Mammalia Magnoliopsida Homobasidiomycetae Proteobacteria
Subclasse Pterygota Eutheria Magnoliidae HymenomycetesGammaproteobacteri
a
Ordem Diptera Primatas Fabales Agaricales Enterobacteriales
Subordem Brachycera Haplorrhini Fabineae Agaricineae
Família Drosophilidae Hominidae Fabaceae Amanitaceae Enterobacteriaceae
Subfamília Drosophilinae Homininae Faboideae Amanitoideae
Género Drosophila Homo Pisum Amanita Escherichia
Espécie D. melanogaster H. sapiens P. sativum A. muscaria E. coli