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3 Proposta Curricular da disciplina de Ciências 3.1 Apresentação da disciplina 3.1.1 História da disciplina ciência: A disciplina de Ciências apresenta um estudo da atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas. O estudo de Ciências nos remete a uma reflexão considerando esta disciplina curricular como uma construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado contexto histórico, sócio – econômico, tecnológico, cultural, religioso, ético e político num contexto das realizações humanas, que também são historicamente determinadas. O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p. 162 in DCE de Ciências p. 49). O ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos de referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam os campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins sociais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 84), de modo a possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da Natureza, em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e político. Neste contexto a disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida. A Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da disciplina de Ciências.

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3 Proposta Curricular da disciplina de Ciências

3.1 Apresentação da disciplina

3.1.1 História da disciplina ciência:

A disciplina de Ciências apresenta um estudo da atividade humana complexa,

histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de questões

sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas.

O estudo de Ciências nos remete a uma reflexão considerando esta disciplina

curricular como uma construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e

instituições num determinado contexto histórico, sócio – econômico, tecnológico, cultural,

religioso, ético e político num contexto das realizações humanas, que também são

historicamente determinadas.

O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se

estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à

educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e

recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas

sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO,

2005, p. 162 in DCE de Ciências p. 49).

O ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos

de referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre

outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam

os campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins

sociais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 84), de modo a possibilitar ao educando a

compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da Natureza,

em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e político.

Neste contexto a disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o

conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista

científico, entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o

universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os

fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos

fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida. A

Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da disciplina de

Ciências.

Desta forma se entende por conteúdos científicos escolares os conhecimentos

científicos originados na pesquisa científica mediados para a escola através da

transposição didática realizada pelos docentes no ensino de Ciências, sendo assim, a

cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do

conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza, de

compreendê-la e se apropriar dos seus recursos.

3.2 Objetivo da disciplina:

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico

que resulta da investigação da natureza, entendendo esta como o conjunto de elementos

integradores que constitui o universo em toda sua complexidade. Ao homem cabe

interpretar seus fenômenos, resultantes das relações entre tempo, espaço, matéria,

movimento, força, campo, energia e vida, racionalmente. Assim propõe-se:

- Conhecer a história da ciência, associando os conhecimentos científicos com os

contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que originaram sua construção.

- Conhecer os métodos científicos empregados na produção dos conhecimentos, para

que as estratégias de ensino propiciem a construção de conhecimentos significativos

pelos estudantes.

- Conhecer as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais associadas à

produção de conhecimentos, para superar a ideia reducionista da ciência como

transmissão de conceitos, porque essa perspectiva desconsidera os aspectos históricos,

culturais, éticos, políticos, sociais, tecnológicos, entre outros, que marcam o

desenvolvimento científico.

- Conhecer os desenvolvimentos científicos recentes, por meio dos instrumentos de

divulgação científica.

- Selecionar conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, considerando o nível

de desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o aprofundamento conceitual necessário.

3.3 Conteúdos Estruturantes:

Atualmente o estudo de Ciências é colocado nas Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná em cinco conteúdos estruturantes, a saber: Astronomia, Matéria,

Sistemas Biológicos, Energia e Biodiversidade.

No conteúdo estruturante astronomia, se discute a origem e a evolução do

Universo. Entre outros conteúdos sugere-se o estudo do universo, sistema solar,

movimento celeste e terrestre, astros, origem e evolução do universo e gravitação

universal.

No conteúdo estruturante matéria, propõe-se o estudo da constituição dos

corpos, ou seja, constituição e propriedades, da matéria.

Nos sistemas biológicos envolve níveis de organização dos seres vivos, o

estudo de célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos e mecanismos de herança

genética.

O conteúdo estruturante energia, propõe a discussão do conceito de energia a

partir de um modelo explicativo fundamentado nas ideias do calórico, propondo substituir

o calor à mesma, obtendo a lei de conservação de energia. Contempla também as várias

manifestações de energia, como por exemplo, mecânica, térmica, elétrica, luminosa e

nuclear. Os conteúdos básicos são formas, conservação e transmissão de energia.

No conteúdo estruturante biodiversidade, visa à compreensão do seu conceito

e demais conceitos intra-relacionados. Assim, sugere-se o estudo da organização dos

seres vivos, sistemática, ecossistemas, interações ecológicas, origem da vida e evolução

dos seres vivos.

Conteúdos que devem ser trabalhados nas séries específicas:

6º ano

Conteúdo

estruturante

Conteúdo

básico

Conteúdo

específico

Critérios de avaliação

Astronomia universo Origem O conhecimento da história da

ciência, a respeito das teorias

geocêntricas e heliocêntricas.

O conhecimento das ocorrências

astronômicas como fenômenos da

natureza.

Sistema solar Componentes e

características dos

planetas.

Conhecimento dos diferentes

planetas que compõem o sistema

solar.

Movimentos Movimento de A compreensão dos movimentos

terrestres rotação e

translação da terra,

suas causas e

consequências.

Noite e dia

Fases da Lua

Eclipses

de rotação e translação dos

planetas constituintes do sistema

solar.

Movimentos

celestes

Movimentos dos

astros.

Movimento

aparente do Sol

Conhecer os diferentes

movimentos que os astros

executam.

Astros Conceito dos

diferentes astros

que fazem parte do

sistema solar.

O reconhecimento das

características básicas de

diferenciação entre estrelas,

planetas, planetas anões, satélites

naturais, cometas, asteroides,

meteoros e meteoritos.

Matéria Constituição da

matéria.

Água, ar e solo.

Constituição e

propriedades da

matéria

Compreensão da constituição da

água.

Compreensão do processo de

formação do solo, sua composição

e cuidados para preservação do

mesmo.

Sistemas

biológicos

Níveis de

organização.

Características

gerais dos seres

vivos.

O reconhecimento das

características gerais dos seres

vivos.

O conhecimento dos níveis de

organização celular.

Energia Formas de

energia

Fotossíntese,

cadeia alimentar e

teia alimentar.

O conhecimento a respeito da

conservação de energia .

A interpretação do conceito de

transmissão de energia.

Biodiversidad

e

Organização

dos seres

vivos.

Ecossistema.

Evolução dos seres

vivos.

O conhecimento da diversidade as

espécies e sua classificação.

A distinção entre ecossistema ,

comunidade e população.

O conhecimento a respeito da

extinção de espécies.

7º ano

Conteúdo

estruturan

te

Conteúdo

básico

Conteúdo específico Critérios de avaliação

Astronomia Astros Definição dos diferentes

astros.

Compreensão dos conceitos

dos diferentes astros.

Movimentos

terrestres

Movimento de rotação e

translação da Terra,

estações do ano, eclipse

solar e lunar

A comparação dos movimentos

aparentes do céu, noites, dias,

eclipses do sol e da lua com

base no referencial Terra.

Movimentos

celestes

Constelações. A compreensão dos

movimentos celestes a partir do

referencial do planeta Terra.

Matéria Constituição

da matéria

Constituição físico química

do sol. A energia solar. A

Terra primitiva e a

constituição da sua

atmosfera.

O entendimento da composição

físico – química, produção de

energia e sua importância para

a vida no planeta Terra.

O entendimento da constituição

da atmosfera terrestre

primitiva, comparada com a

atual

Sistemas

biológicos

Célula Estrutura química da célula. O conhecimento dos

fundamentos da estrutura

química da célula.

O conhecimento dos

mecanismos de constituição da

célula e as diferenças entre os

tipos celulares.

Morfologia e

fisiologia

dos seres

Níveis de organização dos

seres vivos – organização

celular.

As relações entre os órgãos e

sistemas animais e vegetais a

partir do entendimento dos

vivos. mecanismos celulares.

Energia Formas de

energia

Fotossíntese. A compreensão do fenômeno

fotossíntese e dos processos

de conversão de energia na

célula.

Transmissã

o de energia

A energia luminosa solar e

sua importância para os

seres vivos;

Fundamentos para entender:

luz, cor, radiação ultra violeta

e infravermelha. Calor e

energia térmica.

O entendimento do conceito de

energia luminosa.

O entendimento da relação

entre energia luminosa solar e

sua importância para os seres

vivos.

A identificação dos

fundamentos da luz, as cores, e

a radiação ultravioleta e

infravermelho.

Biodiversi

dade

Origem da

vida

Conceito de biodiversidade.

Teoria sobre a origem da

vida: Oparin- Haldane,

Panspermia Cósmica,

Geração espontânea.

O entendimento do conceito de

biodiversidade e sua amplitude

de relações com os sistemas

endodérmicos e ectodérmicos.

Organizaçã

o dos seres

vivos

Classificação e a

nomenclatura dos seres

vivos.

-Reino Fungi:

características,

importância econômica,

doenças e a descoberta

de medicamentos.

- Reino Protista:

características gerais e

doenças;Reino Monera:

características, formas,

importância econômica e as

doenças.

O conhecimento a respeito da

classificação dos seres vivos,

de categorias taxonômicas,

filogenia.

Reconhecimento das principais

características e representante

dos reinos: Fungi, Protista e

Monera.

Conhecimento e classificação

- Reino Animal: morfologia,

fisiologia, alimentação,

respiração, circulação,

excreção, locomoção, e

coordenação filos.

- Reino Planta: classificação,

adaptação, morfologia e

fisiologia .

- Os vírus: características

gerais e doenças causadas

por vírus.

-Relações ecológicas;

do reino animal: vertebrados e

invertebrados.

Compreensão e classificação

do reino vegetal

Conhecimento das

características dos vírus.

O entendimento das interações

e sucessões ecológicas, cadeia

alimentar e seres autótrofos e

heterótrofos.

8º ano

Conteúdo

estruturante

Conteúdo básico Conteúdo

específico

Critérios de

avaliação

Astronomia Origem e evolução

do universo.

Teorias sobre origem

e evolução do

universo.

Classificação

cosmológica

( galáxias,

aglomerados,

nebulosas, buracos

negros, Lei de

Hubble, idade e

escala do universo).

Reflexão sobre os

modelos científicos

que abordam a

origem e evolução

do universo.

Conhecimento dos

fundamentos da

classificação

cosmológica.

Matéria Constituição da

matéria

Conceito e

constituição da

matéria com base

nos modelos

Conhecimento sobre

a matéria e sua

constituição com

base nos modelos

atômicos.

Conceito de átomo,

íons, elemento

químico,

substancias, ligações

químicas e reações

química.

Leis da conservação

da massa.

Compostos

orgânicos e suas

relação com a

constituição dos

seres vivos.

atômicos.

Compreensão dos

conceitos de

átomos, íons,

elementos químicos,

substancias,

ligações e reações

químicas.

Conhecimento das

Leis da conservação

da massa.

Entendimento dos

compostos

orgânicos com a

constituição dos

organismos vivos.

Sistemas biológicos Célula

Tecidos

Mecanismos

celulares e sua

estrutura.

Estrutura e

funcionamento dos

tecidos

Entendimento dos

mecanismos

celulares e sua

estruturas.

Conhecimento da

estrutura e

funcionamento dos

tecidos,.,

Morfologia e

fisiologia dos seres

vivos.

Sistema digestório,

cardiovascular,

respiratório, excretor

e urinário.

Entendimento dos

conceitos que

fundamentam os

sistemas: digestório,

cardiovascular,

respiratório, excretor

e urinário.

Energia Formas de energia Energia química,

mecânica e nuclear ,

fontes transmissão e

Compreensão da

energia química,

mecânica e nuclear

armazenamento.

Relação da energia

química com a

celula.

fontes, transmissão

e armazenamento.

Biodiversidade Evolução dos seres

vivos.

Teorias evolutivas Entendimento das

teorias evolutivas.

9º ano

Conteúdo

estruturante

Conteúdo básico Conteúdo

específico

Critérios de

avaliação

Astronomia Astros

Gravitação universal

Leis de Kepler, de

Newton, fenômenos

das mares.

Entendimento das

Leis de Kepler para

as órbitas dos

planetas.

Entendimento das

Leis de Newton no

tocante a gravitação

universal.

Interpretação de

fenômenos

terrestres

relacionados à

gravidade como as

marés.

Matéria Propriedades da

matéria.

Massa, volume,

densidade,

compressibilidade,

elasticidade,

divisibilidade,

indestrutibilidade,

impenetrabildade,

maleabilidade,

ductibilidade,

flexibilidade,

Compreensão das

propriedades da

matéria.

permeabilidade,

dureza, tenacidade,

cor, brilho e sabor.

Sistemas biológicos Morfologia e

fisiologia dos seres

vivos.

Mecanismos de

herança genética.

Sistema nervoso,

sensorial, reprodutor

e endócrino.

Mecanismos de

herança genética,

cromossomos,

genes, mitose e

miose.

Compreensão dos

sistemas nervoso,

sensorial, reprodutor

e endócrino.

Entendimento dos

mecanismos de

herança genética,

cromossomos,

genes, processos de

mitose e meiose.

Energia Formas de energia.

Conservação de

energia

Sistemas

conversores, fontes e

relação com a Lei de

conservação de

energia.

Compreensão dos

sistemas

conversores de

energia, fontes e

relação com a Lei da

conservação de

energia.

Entendimento dos

conceitos de

movimento,

deslocamento,

velocidade,

aceleração, trabalho

e potência.

Entendimento do

conceito de energia

elétrica e sua

relação com o

magnetismo.

Biodiversidade Interações

ecológicas.

Ciclos

biogeoquímicos e

suas relações

interespecíficas e

intraespecíficas.

Entendimento dos

fundamentos

teóricos que

descrevem os ciclos

biogeoquímicos e

suas relações

interespecíficas e

intraespecíficas.

3.4 Fundamentos teórico-metodológico

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Ciências propõem uma prática

pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo

metodológico.

Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o

professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o tempo

disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político

pedagógico da escola; os interesses da realidade local e regional onde a escola está

inserida; a análise crítica dos livros didáticos e paradidáticos da área de Ciências; e

informações atualizadas sobre os avanços da produção científica.

O ensino de Ciências, alguns aspectos são considerados essenciais tanto para

a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Estes aspectos envolvem a

história da ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais.

Considera-se que a história da ciência contribui para a melhoria do ensino de

Ciências porque propicia melhor integração dos conceitos científicos escolares,

prioritariamente sob duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como

fonte de estudo que permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos,

assim, enriquecendo suas estratégias de ensino (BASTOS, 1998 in DCE Ciências p. 69).

Frente a uma metodologia de divulgação científica busca-se suprir a

defasagem entre o conhecimento científico e o conhecimento científico escolar,

permitindo a veiculação em linguagem acessível do conhecimento que é produzido pela

ciência e dos métodos empregados nessa produção.

As atividades experimentais podem contribuir para a superação de obstáculos

na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações,

discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza

investigativa.

Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo

inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de

recursos como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais

alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua

realização.

As estratégias para o ensino de ciências devem ser selecionadas considerando

o desenvolvimento cognitivo dos estudantes.

O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o uso de:

• recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro

didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos, música, quadro

de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros), globo, modelo didático

(torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio,

lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor, entre outros;

• de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de relações,

diagramas, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros;

• de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, museus (quando

possível seja on-line ou outro), laboratórios, exposições de ciência, seminários e debate.

Desta forma propõem-se alguns elementos da prática pedagógica a serem

valorizados no ensino de Ciências, tais como: a abordagem problematizadora, a relação

contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo,

a observação, a atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico, entre outros.

Propõe-se frente aos conteúdos curriculares da disciplina de Ciências discutir

os Desafios Contemporâneos na escola pública, com a clareza de que a intencionalidade

é a de compreensão dos condicionantes sociais, políticos e econômicos de na

contradição do capital (inclusão, sustentabilidade, cidadania, meio ambiente, etc).

Assim, a escola deve contextualizar seu conteúdo compreendendo que a

sociedade é excludente, e portanto precisa se colocar a frente do processo de

apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Neste

sentido, a discussão dos desafios educacionais contemporâneos na escola deve partir da

compreensão do conteúdo em sua totalidade e a partir do necessário movimento dialético,

que as questões apontadas como “demandas” podem e devem ser discutidas (Educação

Ambiental. Educação Fiscal, Cidadania e Direitos Humanos, Enfrentamento a Violência na

Escola, Educação para as Relações Etnicorraciais, Prevenção ao Uso Indevido de

Drogas, Educação Escolar Indígena, Gênero e Diversidade Sexual, Diversidade

Educacional – inclusão educacional, Cultura Afro-brasileira e Africana, Educação

Indígena, Educação do Campo - e História do Paraná) . Para tal, a primeira reflexão ou

suporte necessário, seria pensar em que medida estas demandas podem ou não passar

pelo currículo e, neste sentido, convergem com a intencionalidade da escola, permitindo

ou não a formação crítica dos sujeitos.

Desta forma faz-se a defesa de que a consciência dos sujeitos se dá pela

práxis, a qual não pode ser entendida como soma de partes fragmentadas, dadas pela

teoria e pela prática, mas como condição, numa perspectiva de totalidade. É necessário

pontuar ainda que alguns dos Desafios Educacionais Contemporâneos inseridos na

escola e nas políticas educacionais, hoje são marcos legais, que têm seus princípios e

história determinados pela cobrança da sociedade civil organizada e, mais pontualmente,

dos movimento sociais – entre outros. Sendo assim, tais leis e lutas históricas e coletivas

da humanidade não serão negadas pela escola, mas são chamadas ao currículo quando

fazem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo parte do

recorte do conteúdo e como necessidade para explicação de fatos sociais.

3.5 Avaliação

Sendo a avaliação considerada uma atividade essencial do processo ensino-

aprendizagem dos conteúdos científicos e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases

nacionais Nº. 9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do

estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Para valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo é importante

considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em oposição a

um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir-verificar-

registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática

realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de

reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno

buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as”

(HOFFMANN, 1991, p. 67 in DCE Ciências p. 77).

A ação avaliativa no processo ensino-aprendizagem, propicia um momento de

interação e construção de significados no qual o educando aprende. Para que tal ação

torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a

serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória

e excludente.

Será preciso respeitar o educando como um ser humano inserido no contexto

das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse

modo, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante,

construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes

estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental

que se valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão

do aluno por meio de diversos instrumentos de ensino e de avaliação, proporcionando

também ao professor rever e articular o processo de ensino, em busca de sua superação

(BARROS FILHO e SILVA, 2000 in DCE Ciências p. 78).

Para o professor fazer uma investigação se houve a aprendizagem significativa

de seus alunos ele deverá observar se os conceitos científicos são aplicados pelos

mesmos em situações diferenciadas, como problemas novos, não familiares buscando

solucioná-los. Desta forma, a prova pode ser um excelente instrumento de diagnóstico

dos conceitos científicos escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o

quanto o nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b

in DCE Ciências p. 78).

Para isso, as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar

outras relações além daquelas trabalhadas em sala de aula.

Neste sentido, o diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão

sendo compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária

retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos e

estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem:

• origem e evolução do universo;

• constituição e propriedades da matéria;

• sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;

• conservação e transformação de energia;

• diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem, bem

como os processos evolutivos envolvidos.

Para maior especificidade nos critérios de avaliação deverá ser levado em

consideração o quadro de conteúdos (DCE Ciências p. 84 ss) em que consta

detalhadamente os critérios de avaliação para os conteúdos de cada série dos anos finais

do Ensino Fundamental, da mesma forma levar-se-á em consideração o programa de

recuperação de estudos presentes no Projeto Político Pedagógico da escola.

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo

ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma

aprendizagem realmente significativa para sua vida.

A recuperação de estudos terá por objetivo proporcionar aos alunos

oportunidade de melhor se firmarem na aprendizagem dos conteúdos em defasagem,

visando à elevação de seu padrão de desempenho. O processo de recuperação paralela

se efetivará observando atividades diversificadas que estimulem a compreensão e

desperte o interesse do educando, através de seminários, jogos, estudo do meio,

ilustrações, experimentação e problematização, mapas conceituais, revisão de conteúdos

por meio de leituras e pesquisas, produção e criação, diálogo, questionamentos,

fragmentos de filmes, sínteses, resumos, resenhas, trabalhos em grupos, visitas culturais

e científicas.

3.6 Referências

BARROS, Carlos e PAULINO, Wilson. Ciências 7ª série. Manual do Professor. São Paulo.

Ática, 2007.

BECKER, Fernando. A Origem do Conhecimento e a Aprendizagem Escolar. Porto

Alegre. Artemed, 2003.

BIZZO, Nélio. Ciência: Fácil ou Difícil. São Paulo. Ática, 2000.

HAZEN, Robert M TREFIL, James. Saber Ciência do Big Bang à engenharia Genética as

Bases para Entender o Mundo Atual e o Que Virá Depois.Tradução Cecília Prada. São

Paulo. Editora de Cultura, 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, Departamento de

Educação Básica, Curitiba, 2008.

VALLE, Cecília. Coleção Ciências Ser Humano e Saúde. Curitiba. Editora Nova Didática,

2004.

4 Proposta Curricular da disciplina de Educação Física

4.1 Apresentação da disciplina

Para pensar a disciplina de Educação Física inicialmente deve-se entender a

escola como o espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os

conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes sócio-históricas do

conhecimento em sua complexidade.

Se defende um currículo baseado nas dimensões científica, artística e filosófica

do conhecimento. A produção científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico

da humanidade, como dimensões para as diversas disciplinas do currículo, o que

possibilitam um trabalho pedagógico que aponta na direção da totalidade do

conhecimento e sua relação com o cotidiano.

Além disso, as ciências humanas desenvolveram a análise da formação,

consolidação e superação das estruturas objetivas do humano na sua subjetividade e nas

relações sociais. Essas transformações, que se deram devido à expansão da vida urbana,

à consolidação do padrão de vida burguesa e à formação de uma classe trabalhadora

consciente de si, exigem investigações sobre a constituição do sujeito e do processo

social. São as dimensões filosófica e humana do conhecimento que possibilitam aos

cientistas perguntarem sobre as implicações de suas produções científicas. Assim,

pensamento científico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não se

confundem, mas não se devem separar.

As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais

recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa. Sob a égide de

conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então denominada ginástica,

surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a

formação moral dos cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em

prescrições de exercícios visando o aprimoramento de capacidades e habilidades físicas

como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter,

da autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento

patriótico.

No contexto referido acima, a educação física1 ganha espaço na escola, uma

vez que o físico disciplinado era exigência da nova ordem em formação. A educação do

físico confundia-se com a prática da ginástica, pois incluía exercícios físicos baseados

nos moldes médico-higiênicos.

No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de

Educação Física tornou-se obrigatória nas instituições de ensino para crianças a partir de

6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um anteprojeto publicado pelo então

Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo Passos.

Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos esportivos

do rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e a

racionalização de meios e técnicas. Trata-se não mais do esporte da escola, mas sim do

esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de

reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica

desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide

esportiva (BRACHT, 1992, p. 22).

A perspectiva esportiva da Educação Física escolar recebeu uma forte crítica

da corrente da psicomotricidade cujos fundamentos se contrapunham às perspectivas

teórico-metodológicas baseadas no modelo didático da esportivização. Tais fundamentos

valorizavam a formação integral da criança, acreditando que esta se dá no

desenvolvimento interdependente de aspectos cognitivos, afetivos e motores.

Entretanto, a psicomotricidade não estabeleceu um novo arcabouço de

conhecimento para o ensino da Educação Física, e as práticas corporais, entre elas o

esporte, continuaram a ser tratadas, tão-somente, como meios para a educação e

disciplina dos corpos, e não como conhecimentos a serem sistematizados e transmitidos

no ambiente escolar.

Além disso, a Educação Física ficou, em alguns casos, subordinada a outras

disciplinas escolares, tornando-se um elemento colaborador para o aprendizado de

conteúdos diversos àqueles próprios da disciplina6 (SOARES, 1996, p. 09).

Com o movimento de abertura política e o início de um processo de

redemocratização social, que culminou com o fim da Ditadura Militar em meados dos anos

de 1980, o sistema educacional brasileiro passou por um processo de reformulação.

4.2 Objetivos da disciplina (Justificativa)

- Reconhecer a gênese da cultura corporal, que reside na atividade humana para garantir

a existência da espécie. Destacam-se daí os elementos lúdicos e agonísticos que,

sistematizados, estão presentes na escola como conteúdos de ensino.

- Compreender a Educação Física composta por interações que se estabelecem nas

relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos.

- Refletir, analisar e perceber a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da

Educação Física, evidenciando a relação entre a formação histórica do ser humano por

meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes.

- Estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representações do mundo que o ser

humano tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras,

danças, lutas, ginásticas e esportes.

4. Conteúdos estruturantes

Recorte histórico delimitando tempos e espaços.Analise da possível relação entre o Esporte de rendimento X qualidade de vida.Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico.Estudo as regras oficiais e sistemas táticos.Organização de campeonatos, torneios, elaboração de Súmulas e montagem de tabelas, de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples, dupla, entre outros).Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.Reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o fenômeno Esporte.Discutir e analisar o Esporte nos seus diferenciados aspectos:- enquanto meio de Lazer.- sua função social.- sua relação com a mídia.- relação com a ciência.- doping e recursos ergogênicos e esporte alto rendimento.- nutrição, saúde e prática esportiva.- esporte adaptado.Analisar a apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.

CONTEUDO ESTRUTURANTE JOGOS E BRINCADEIRAS

1. Analisar a apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural.

2. Organização de eventos.

3. Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e

tempos de lazer.

4. Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

CONTEUDO ESTRUTURANTE DANÇA

− Possibilitar o estudo sobre a Dança relacionado à expressão corporal, seu contexto

histórico, suas representações e diversidade de culturas.

− Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus

diferenciados ritmos.

− Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão

corporal.

− Estimular a interpretação e criação coreográfica.

− Provocar a reflexão acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural.

− Entender os benefícios gerais possibilitados pela dança.

− Organização de Festival de Dança.

CONTEUDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA

- Analisar a função social da ginástica.

- Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica.

- Pesquisar a interferência da Ginástica no mundo do trabalho (ginástica laboral).

- Estudar a relação entre a Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida.

- Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica

com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos de

força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,

composição corporal, desvios posturais, LER, DORT, compreensão cultural acerca do

corpo, entre outros.

- Apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural.

- Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a

sistematização e planejamento de treinos.

- Organização de festival de ginástica.

- A Ginástica geral como possibilidade.

CONTEUDO ESTRUTURANTE LUTAS

Pesquisar, debater e vivenciar diferentes elementos das lutas.

Reconhecer pressupostos históricos, filosóficos e as características das diferentes artes

marciais,

Identificar técnicas táticas/ e estratégias, das lutas em diferentes contextos;

Discutir sobre apropriação da Luta pela Indústria Cultural,

Compreender os benefícios possibilitados pelas lutas e artes marciais.

Analisar e discutir a diferença entre Lutas x Artes Marciais X esporte.

Reconhecer historicamente a capoeira, suas diferenças de classificação e estilos;

Perceber a capoeira enquanto jogo/luta/dança, sua musicalização e ritmo, ginga,

confecção de instrumentos, movimentação, roda etc.

Conteúdos Básicos: 5ª a 8ª Séries.

− Coletivos e individuais.

− Jogos radicais.

− Jogos e brincadeiras populares.

− Brincadeiras e cantigas de rodas.

− Jogos de tabuleiros.

− Jogos cooperativos.

− Jogos dramáticos.

− Danças folclóricas.

− Danças de rua.

− Danças criativas.

− Danças circulares.

− Ginástica rítmica.

− Ginástica circense.

− Ginástica geral.

− Lutas de aproximação, capoeira.

Conteúdos Básicos: Ensino Médio

1ª Série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdo

Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/Espera-se que o aluno:

Esporte Coletivos Futebol, Voleibol, Basquete, Handebol

-Identifique os diferentes tipos de

esportes coletivos.

- Relacione os esportes coletivos com os elementos articuladores.- Questione criticamente os conceitos e práticas trabalhadas.- Reconheça os gestos e técnicas dos esportes para que possa experimentar e reconhecer os gestos motores característicos do esporte.- Reconheça as diferentes regras dos esportes trabalhados.- Organize e vivencie atividades esportivas, trabalhando a elaboração, confecção de tabelas, arbitragens, súmulas e as diferentes noções de preenchimento das mesmas.- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Jogos e

brincadeiras

Jogos de tabuleiro

Xadrez, dama, trilha

- Reconheça e se aproprie dos jogos de xadrez , dama e trilha.- Organize atividades lúdicas com diferentes tipos de jogos. - Relacione os jogos de tabuleiro com os elementos articuladores.- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Dança Danças Folclóricas

Fandango, cirandas, quadrilhas,

- Reconheça os diferentes passos,

posturas, conduções, formas de

deslocamento, entre outros

- Reconheça as diferentes formas

de ritmos e expressões culturais,

do fandango, das cirandas e das

quadrilhas.

- Conheça a origem histórica das

danças e seu contexto.

- Argumente criticamente sobre

apropriação das danças pela

indústria cultural.

- Crie e apresente coreografias das

danças trabalhadas.

- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Ginástica Ginástica artística

Ginástica de solo (rolamentos, saltos, giros, deslocamentos)

-Organize um evento de ginástica

artística,

- Apresente diferentes criações

coreográficas ou seqüência de mo-

vimentos ginásticos de solo.

-Compreenda questões biológicas,

ergonômicas e fisiológicas que

envolvem a ginástica de solo.

- Estabeleça um diálogo com os

capítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.Lutas Lutas com

aproximaçãojudojiu-jitsu; sumo.

- Conheça os aspectos históricos,

filosóficos e as características das

diferentes manifestações das lutas.

− Reconheça os movimentos ca-

racterísticos de cada luta;

− Identifique os benefícios possi-

bilitados pela prática das lutas.

− Estabeleça um diálogo com os

capítulos do LDP que tratam

deste conteúdo estruturante.

2ª Série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdo

Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/ Espera-se que o aluno:

Esporte Individual Atletismo, tênis de campo, badminton

− Se aproprie criticamente acerca das

diferenças entre o esporte da escola

e o esporte de rendimento.

− Reconheça a relação entre esporte e

lazer.

- Compreenda a função social do

esporte.

- Se aproprie de conhecimentos

específicos sobre os esportes

estudados e vivenciados, como sua

história, seus fundamentos, regras,

entre outros.

- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Jogos e

brincadeiras

Jogos

dramáticos

Dramatização mímica, improvisação .

- Reconheça as diferentes

possibilidades de um trabalho com a

mímica e a dramatização.

- Seja capaz de utilizar os recursos da

improvisação na releitura de poemas e

textos literários, expressando-se

corporalmente.

- Crie pequenas peças de teatro

utilizando os conhecimentos

trabalhados na aula.

- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Dança

Dança de

rua

break; funk

-Crie interprete coreografias.

- Refllita acerca da apropriação da

Dança pela Indústria Cultural.

- Organize uma apresentação de break.

- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Ginástica Ginástica de

academia

Ginástica aeróbica, anaeróbica, alongamento flexibilidade.

- Compreenda a função social da

ginástica.

- Discuta sobre a influência da mídia, da

ciência e da indústria cultural na

ginástica de academia.

- Conhecimento acerca do sistema

energético, produção de energia,

diferenças entre atividades aeróbias e

anaeróbias.

- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.

Lutas Lutas que

mantêm a

distancia

karatê,boxe, taekewondo

- Compreenda a diferença entre lutas e

artes marciais, assim como a

apropriação das lutas pela indústria

cultural.

- Conheça os diferentes ritmos, golpes,

posturas, conduções, formas de

deslocamento do karatê, boxe,

taekewondo.

- Organize um festival de demonstração,

no qual os alunos apresentem os

diferentes tipos de golpes.

- Estabeleça um diálogo com os

capítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.

3ª Série

Conteúdo

Estruturante

Conteúdo

Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/

Espera-se que o aluno:

Esporte Radicaisecoletivos

skate; rappel; rafting; treking

Punhobolbeisebol/softbolrugby

Esporte Adaptados

- Reconheça a influência da mídia, da

ciência e da indústria cultural no

esporte.

- Compreenda questões relacionadas

ao doping nos esportes.

- Reconheça os recursos ergogênicos

utilizados nos esportes radicais.

− Identifique questões relacionadas

a nutrição e os esportes radicais.

− Reconheça a dinâmica de

organização dos esportes

adaptados.

− Identifique os esportes veiculados

em diferentes países.

− Estabeleça um diálogo com os ca-

pítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.Jogos e

brincadeiras

Jogos

cooperativo

s

futpar; voleinçol; eco-nome; tato contato; olhos de águia; cadeira livre; dança das cadeiras cooperativas; salve-se com um abraço, etc.

- Identifique os apelos da indústria

cultural na veiculação de

brinquedos e brincadeiras

tradicionais como produtos de

consumo.

− Perceba a diferença entre

competir e cooperar.

− Recrie atividades de jogos e

brincadeiras.

− Estabeleça um diálogo com os ca-

pítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.Dança Dança de

salão

Forró, xote, bolero.

− Interprete e crie coreografia das

danças trabalhadas.

− Reflita acerca da apropriação da

dança pela indústria cultural.

− Organize uma apresentação de

danças de salão.

− Estabeleça um diálogo com os

capítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.

Lutas Lutas com instrumento mediador Capoeira

Esgrima, Capoeira regional e Capoeira de angola.

- Se aproprie dos conhecimentos

acerca da capoeira como:

diferenciação da mesma enquanto

jogo/dança/luta, seus instrumentos

musicais e movimentos básicos.

- Organize uma roda de capoeira

onde os alunos vivenciem os

diferentes movimentos da capoeira.

− Organize jogos recreativos

envolvendo a esgrima.

− Reconheça a esgrima em seu

aspecto histórico, contexto político

social, sua esportivização,

significados e simbologias,

− Estabeleça um diálogo com os

capítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.

Ginástica Ginástica Geral

Jogos gímnicos, Movimentos gímnicos.

− Organize eventos de ginástica, na

qual sejam apresentadas as

diferentes criações coreográficas

ou seqüências de movimentos

ginásticos elaborados pelos

alunos.

− Aprofunde e compreenda as

questões biológicas, ergonômicas

e fisiológicas que envolvem a

ginástica.

− Compreenda a função social da

ginástica.

− Discuta sobre a influência da

mídia, da ciência e da indústria

cultural na ginástica.

− Compreenda e aprofunde a

relação entre a ginástica e

trabalho.

− Estabeleça um diálogo com os ca-

pítulos do LDP que tratam deste

conteúdo estruturante.

4.4 Fundamentos teórico-metodológicos

A metodologia a ser adotada no Ensino Médio por blocos de disciplinas é a mesma

proposta para toda a Educação Básica nas DCE dessa disciplina. Pressupõe uma postura

inovadora frente aos conhecimentos que serão trabalhados, rejeitando a prática

pedagógica pautada exclusivamente na lógica de desportivização, comumente organizada

em diferentes modalidades esportivas.

É fundamental repensar a relevância dos conhecimentos que compõem a

Educação Física na escola para a formação do aluno. Tais conhecimentos são

provenientes de diferentes campos da ciência e se constituíram historicamente. Atrelados

a eles, os encaminhamentos metodológicos devem propiciar que os conteúdos

trabalhados em aula partam de uma prática social, passando pelos momentos de

problematização, instrumentalização e catarse para que no final de um conjunto de aulas

seja possível o retorno à prática social, numa perspectiva transformadora.

Ao propor o trabalho com os diferentes conteúdos básicos é imprescindível que o

professor leve em consideração a Abordagem Teórico Metodológica presente nas

Diretrizes Curriculares, conforme segue:

Primeira leitura da realidade (Prática social inicial, Problematização)− Traçar objetivamente o que se pretende alcançar com o conteúdo trabalhado.

− Identificar aquilo que os alunos já conhecem sobre o tema.

− Estabelecer relação entre o Conteúdo Estruturante e as problemáticas da vida social,

cultural, econômica.

− Lançar questões ou desafios que suscitem a reflexão por parte dos alunos.

Apropriação do conhecimento (Instrumentalização, Catarse)

− Possibilitar ao aluno o contato com o conhecimento sistematizado, historicamente

construído.

− Oportunizar condições de assimilação e recriação do conhecimento.

− Realizar intervenções pedagógicas necessárias para apreensão do conhecimento.

Avaliação do processo ensino-aprendizagem (Retorno a Prática Social)− Solicitar a criação de outras variações da temática trabalhada.

− Oportunizar o diálogo que permita ao aluno avaliar o processo de ensino-

aprendizagem.

4.1 CONTEUDO ESTRUTURANTE ESPORTE

Recorte histórico delimitando tempos e espaços.

Analise da possível relação entre o Esporte de rendimento X qualidade de vida.

Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico.

Estudo as regras oficiais e sistemas táticos.

Organização de campeonatos, torneios, elaboração de Súmulas e montagem de

tabelas, de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples,

dupla, entre outros).

Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.

Reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o

fenômeno Esporte.

Discutir e analisar o Esporte nos seus diferenciados aspectos:

- enquanto meio de Lazer.- sua função social.- sua relação com a mídia.- relação com a ciência.- doping e recursos ergogênicos e esporte alto rendimento.- nutrição, saúde e prática esportiva.- esporte adaptado.

• Analisar a apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.

4.2 CONTEUDO ESTRUTURANTE JOGOS E BRINCADEIRAS

5. Analisar a apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural.

6. Organização de eventos.

7. Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e

tempos de lazer.

8. Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

4.3 CONTEUDO ESTRUTURANTE DANÇA

− Possibilitar o estudo sobre a Dança relacionado à expressão corporal, seu contexto

histórico, suas representações e diversidade de culturas.

− Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus

diferenciados ritmos.

− Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão

corporal.

− Estimular a interpretação e criação coreográfica.

− Provocar a reflexão acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural.

− Entender os benefícios gerais possibilitados pela dança.

− Organização de Festival de Dança.

4.4 CONTEUDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA

13.Analisar a função social da ginástica.

14.Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica.

15.Pesquisar a interferência da Ginástica no mundo do trabalho (ginástica laboral).

16.Estudar a relação entre a Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida.

17.Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica

com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos

de força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,

composição corporal, desvios posturais, LER, DORT, compreensão cultural acerca do

corpo, entre outros.

18.Apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural.

13.Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a

sistematização e planejamento de treinos.

14.Organização de festival de ginástica.

15.A Ginástica geral como possibilidade.

4.5 CONTEUDO ESTRUTURANTE LUTAS

Pesquisar, debater e vivenciar diferentes elementos das lutas.

Reconhecer pressupostos históricos, filosóficos e as características das diferentes

artes marciais,

Identificar técnicas táticas/ e estratégias, das lutas em diferentes contextos;

Discutir sobre apropriação da Luta pela Indústria Cultural,

Compreender os benefícios possibilitados pelas lutas e artes marciais.

Analisar e discutir a diferença entre Lutas x Artes Marciais X esporte.

Reconhecer historicamente a capoeira, suas diferenças de classificação e estilos;

Perceber a capoeira enquanto jogo/luta/dança, sua musicalização e ritmo, ginga,

confecção de instrumentos, movimentação, roda etc.

Estes representam alguns dos pressupostos possíveis de um trabalho com os

conteúdos estruturantes, embora não se esgotem em si mesmos. Caberá ao professor a

proposição de outras possibilidades de trabalho, dentro desta perspectiva. Destaca-se,

ainda, a utilização do Livro Didático Público como uma importante ferramenta de apoio

didático-pedagógico, bem como dos livros disponíveis na Biblioteca do Professor, para o

aporte teórico necessário.

Pensar nas ações pedagógicas para a Educação Básica significa reorganizar e reconstruir

o entendimento do tempo escolar. O trabalho coma a disciplina de Educação Física

implica numa mudança no planejamento do trabalho docente.

Espera-se do professor o uso de diferentes estratégicas de ensino que,

articuladas entre si propiciam a compreensão de como se constitui o objeto de

conhecimento em estudo. Acredita-se que a reorganização do espaço-tempo escolar

permitirá ao professor acompanhar, analisar e reestruturar a aprendizagem dos seus

alunos obtendo mais informações sobre o desenvolvimento dos processos cognitivos.

Desta forma serão instrumentos importantes para o trabalho docente o Livro

Didático Público Educação Física, TV Multimídia, vídeos, textos, bolas, arcos, cordas,

entre outros.

O compromisso está em um planejamento minucioso, com uma distribuição

equilibrada dos conteúdos pelo número de aulas no semestre para o Ensino Médio

organizado por blocos de disciplinas e anual para as séries finais do Ensino Fundamental.

4.5 Avaliação

Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer o espaço de

relação corpo e movimento.

As provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para avaliação das

aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente para hierarquizar e

classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e reprovados; mas que sirva,

também, como referência para redimensionar a ação pedagógica docente.

Os professores precisam ter clareza de que a avaliação não deve ser pensada

à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve, sim, avançar dialogando

com as discussões sobre as estratégias didático-metodológicas, compreendendo esse

processo como algo contínuo, permanente e cumulativo.

Como instrumentos de avaliação serão utilizados instrumentos diversos entre

estes atividades em grupos em que os educandos terão a possibilidade de construirem

jogos adaptando-os à realidade e desta forma, construindo regras, com vivências destas

atividades na práticas com a turma. A pesquisa e construção de painel com temas,

modalidades, informações relevantes à comunidade escolar sobre a Educação Física

para o corpo e o movimento como forma de expor informações pesquisadas. O encontro

com filmes, de curta ou longa metragem, poderão resultar num trabalho de construção de

relatórios, com análises e reflexões para os estudantes dos conteúdos abordados,

retratando a aprendizagem do esporte, da dança, das lutas, da ginástica, dos jogos e

brincadeiras, fazendo referência aos desafios contemporâneos para o processo de

inclusão social.

4.6 Referências

CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: história que não se conta. ed. Campinas: Papirus, 1994.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

CORDEIRO Jr., Orozimbo. Proposta teórico-metodológica do ensino do judô escolar a partir dos princípios da pedagogia crítico-superadora: uma construção possível. Goiás: UFG, 1999. Memórias de Licenciatura.

Educação Física / vários autores. - Curitiba: SEED – PR, 2007. - 248p. ISBN: 85-85380-32-2 (FOLHAS).

FIAMONCINI, Luciana.; SARAIVA, Maria do Carmo. Dança na escola a criação e a co-educação em pauta. In: KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física 1. 3. ed. Ijuí: Unijuí,

2003. p. 95-120.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1995.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2009.

Práticas Corporais: Gênese de um Movimento Investigativo em Educação Física. ed., v. 03, Florianópolis: Nauemblu Ciência & Arte, 2005, p. 114-133.

SARAIVA, Maria do Carmo et. al. Dança e seus elementos constituintes: uma experiência contemporânea In: Ana Márcia Silva; Iara Regina Damiani. (Org.).