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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DISCIPLINA DE HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA O estudo da História, sem dúvidas, é de grande importância, pois a História sequencia o que aconteceu, o que deve e não deve se repetir, além de nos contextualizar de onde surgiram todos os pensamentos e tudo o que foi criado e modificado pelo homem. Logo, a compreensão de conhecimentos históricos é fundamental a educação de uma pessoa. Por meio das Diretrizes Curriculares, o ensino de História na Educação Básica, busca suscitar reflexões a respeito de aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais, e das relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico. A História passou a existir como disciplina escolar com a criação do Colégio Pedro II, em 1837. No mesmo ano, foi criado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a História como disciplina acadêmica. As produções foram elaboradas sob influência da história metódica e do Positivismo junto com uma narrativa histórica produzida que justificaria o modelo de nação brasileira, vista como extensão da História da Europa Ocidental, onde se propunha uma nacionalidade expressa na síntese das raças branca, índia e negra, com o predomínio da ideologia do branqueamento. Este modelo de ensino de História foi mantido no início da República (1889) e o Colégio Pedro II continuava a ter o papel de referência para a organização educacional brasileira. Durante o regime militar, a partir de 1964, o ensino de História manteve seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado apenas do ponto de vista factual, objetivava assim formar indivíduos que aceitassem e valorizassem a organização da pátria. O Estado desta forma figurava como o principal sujeito histórico, responsável pelos grandes feitos da nação, exemplificado nas obras dos governantes e das elites condutoras do país. O ensino de História assim tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento dos seus deveres patrióticos e privilegiava noções e conceitos básicos para adaptá-lo à realidade. A História continuava tratada de modo linear, cronológico e harmônico, conduzida pelos heróis em busca de um ideal de progresso de nação.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DISCIPLINA DE HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O estudo da História, sem dúvidas, é de grande importância, pois a História

sequencia o que aconteceu, o que deve e não deve se repetir, além de nos contextualizar

de onde surgiram todos os pensamentos e tudo o que foi criado e modificado pelo

homem. Logo, a compreensão de conhecimentos históricos é fundamental a educação de

uma pessoa.

Por meio das Diretrizes Curriculares, o ensino de História na Educação Básica,

busca suscitar reflexões a respeito de aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais,

e das relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico. A

História passou a existir como disciplina escolar com a criação do Colégio Pedro II, em

1837. No mesmo ano, foi criado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que

instituiu a História como disciplina acadêmica. As produções foram elaboradas sob

influência da história metódica e do Positivismo junto com uma narrativa histórica

produzida que justificaria o modelo de nação brasileira, vista como extensão da História

da Europa Ocidental, onde se propunha uma nacionalidade expressa na síntese das

raças branca, índia e negra, com o predomínio da ideologia do branqueamento. Este

modelo de ensino de História foi mantido no início da República (1889) e o Colégio Pedro

II continuava a ter o papel de referência para a organização educacional brasileira.

Durante o regime militar, a partir de 1964, o ensino de História manteve seu caráter

estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado apenas do ponto de

vista factual, objetivava assim formar indivíduos que aceitassem e valorizassem a

organização da pátria. O Estado desta forma figurava como o principal sujeito histórico,

responsável pelos grandes feitos da nação, exemplificado nas obras dos governantes e

das elites condutoras do país. O ensino de História assim tinha como prioridade ajustar o

aluno ao cumprimento dos seus deveres patrióticos e privilegiava noções e conceitos

básicos para adaptá-lo à realidade. A História continuava tratada de modo linear,

cronológico e harmônico, conduzida pelos heróis em busca de um ideal de progresso de

nação.

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No Paraná, houve também uma tentativa de aproximar a produção acadêmica de

História ao ensino desta disciplina no Primeiro Grau, fundamentada na pedagogia

histórico-crítica, por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná

(1990). Essa proposta de renovação do ensino de História tinha como pressuposto a

historiografia social, pautada no materialismo histórico dialético, e indicava alguns

elementos da Nova História. Durante as reformas educacionais da década de 1990, o

Ministério da Educação divulgou, entre os anos de 1997 e 1999, os PCNs para o Ensino

Fundamental e Médio. Os PCNs para o Ensino Médio organizaram o currículo por áreas

do conhecimento e a disciplina de História fazia parte das Ciências Humanas e suas

tecnologias juntamente com as disciplinas de Geografia, Sociologia e Filosofia. No Ensino

Fundamental, os PCNs apresentaram as disciplinas como áreas do conhecimento, e a

História foi mantida em sua especificidade, integrada às demais pelos chamados Temas

Transversais. Esse conjunto de fatores marcou o currículo de História na rede pública

estadual até o ano de 2002. No ano seguinte teve início uma discussão coletiva

envolvendo professores da rede estadual, com o objetivo de elaborar novas Diretrizes

Curriculares Estaduais para o ensino de História. A análise histórica da disciplina e as

novas demandas sociais para o ensino de História se apresentam como indicativos para

estas Diretrizes Curriculares porque possibilitam reflexões a respeito dos contextos

históricos.

Com os seus princípios, a História nos dá plena consciência sociocultural. Isso

ocorre devido ao oferecimento de uma linha do tempo bem formada, por onde estudamos

a arrogância e a autoridade absoluta de ditadores, por exemplo. O produto deste estudo,

nos dá uma capacidade de refletir o que realmente acontece e comparar o tempo atual.

Por sua vez, o estudo do homem no tempo nos demonstra a importância de

sabermos sobre nossos antecedentes. Pois é crucial que todos tenham a noção do

surgimento dos objetos, dos ideais filosóficos, que mudaram a mente da população

diversas vezes. Assim, percebemos que esse estudo pode ser voltado ao aprimoramento

dos mesmos, ocorrendo um desenvolvimento totalmente necessário.

O conhecimento histórico, então, exerce notável contribuição ao processo

educacional, pois o mesmo nos leva à sabedoria e nos faz perceber que a modificação só

ocorre com uma devida pesquisa do passado. Logo, o futuro dependerá sempre do que

passou, demonstrando a verdadeira importância deste estudo.

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O ensino de História não pode se reduzir à memorização de fatos, a informação

detalhada dos eventos, ao acúmulo de dados sobre as circunstâncias nas quais

ocorreram. A História não é simplesmente um relato de fatos periféricos, não é o elogio de

figuras ilustres. Ela não é um campo neutro, é um lugar de debate, às vezes de conflitos.

É um campo de pesquisa e produção do saber que está longe de apontar para o

consenso.

No ensino de História, o principal objetivo é compreender e interpretar as várias

versões do fato, e não apenas memorizá-los. Sem que se identifique, preserve,

compreenda, sem que se indique onde se encontram outros fatos e qual o seu valor, não

pode haver continuidade consciente no tempo, mas somente a eterna mudança do mundo

e do ciclo biológico das criaturas que nele vivem. Deve ser objetivo também, o estudo dos

processos históricos relativos às ações humanas praticadas no tempo, bem como os

sentidos que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. O

conhecimento da História da civilização é importante porque nos fornece as bases para o

nosso futuro, permite o conhecimento de como aqueles que viveram antes de nós

equacionaram as grandes questões humanas.

Sob essa perspectiva, os estudos de História contribuiriam para desenvolver no

aluno a ideia de que a realidade como está foi produzida por uma determinada razão, e

mais importante, pode ser alterada ou conservada. Para isso é importante que a História

seja entendida como o resultado da ação de diferentes grupos, setores ou classes de toda

a sociedade. É importante que o aluno conheça a História da humanidade como a História

da produção de todos os homens e não como resultado da ação ou das ideias de alguns

poucos.

Nessa medida, a História seria entendida como um processo social em que todos os

homens estariam nele engajados como seres sociais. De outra parte, é fundamental que

se estabeleça a relação do passado e do presente, isto é, que os estudos não se

restrinjam apenas ao passado, mas sim que este seja entendido como chave para a

compreensão do presente, que por sua vez melhor esclarece e ajuda a entender o

passado. Aqui duas funções se evidenciam como básicas nos estudos da História:

capacitar o indivíduo a entender a sociedade do passado e a aumentar o seu domínio da

sociedade do presente.

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Sob esse enfoque, não tem sentido um ensino de História que se restrinja a fatos e

acontecimentos do passado sem estabelecer sua vinculação com a situação presente;

como não têm sentido analisar os acontecimentos atuais sem buscar sua gênese e sem

estabelecer sua relação com outros acontecimentos políticos, econômicos, sociais e

culturais ocorridos na sociedade como um todo. Não é possível, portanto, analisar fatos

isolados. Para entender seu verdadeiro sentido é imprescindível remetê-los à situação

socioeconômica, política e cultural da época em que foram produzidas, reconstituídas

suas evoluções na totalidade mais amplas do social até a situação presente.

Somente desta forma, a escola pode oferecer ao estudante um ensino que

possibilite o conhecimento e a compreensão das relações de tempo e espaço; ou seja,

pelo conhecimento da “temporalidade das relações sociais, das relações políticas, das

formas de produção econômica, das formas de produção da cultura das ideias e dos

valores.”

No conhecimento, interpretação e análise dos acontecimentos do processo histórico

serão consideradas as contribuições específicas das diferentes correntes historiográficas

e na prática aplicar-se-á a metodologia histórico-crítica, que, em sala de aula, se expressa

na metodologia dialética de construção sócio-individualizada do conhecimento.

A experiência de um educador em História leva a enfatizar a necessidade de uma

reflexão sobre a prática pedagógica para o ensino eficaz, atraente, curioso, abrangente e

capaz de instrumentalizar o aluno para a compreensão das profundas transformações

recentes, sem esquecer de que o mundo atual é o resultado de um longo e contraditório

processo histórico.

Partindo dessa perspectiva é que se considera que os conteúdos sejam trabalhados,

de forma contextualizada com o seu momento histórico e relacionados com o momento

atual.

Pretende-se que a História não seja apenas a introdução de novos temas, mas

também, a abertura para novas abordagens sobre as temáticas convencionais onde

sejam consideradas como históricas não apenas as experiências vitoriosas, mas também

as vencidas que, muitas vezes são mais ricas e reveladoras de novos sentidos. Desta

forma, será possível viabilizar a interpretação de conteúdo/forma entre as relações

estabelecidas no cotidiano escolar e o conhecimento produzindo universalmente.

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A finalidade da História é expressa no processo de produção de conhecimento

humano sob a forma de consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a interpretação

dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão da

provisoriedade deste conhecimento.

O objetivo da disciplina de História é desenvolver a autonomia intelectual através da

formação do pensamento histórico, desenvolvimento e aprimoramento da consciência

histórica para que os diferentes sujeitos produzam narrativas históricas sobre sua própria

existência e a de outro, bem como, propiciar condição básica para a compreensão e

interpretação crítica das construções humanas no passado.

2- CONTEÚDOS

5ª série /6º ano

Os diferentes sujeitos, suas culturas, suas Histórias.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• experiência humana no tempo,

• os sujeitos e suas relações com o outro na temporalidade,

• as culturas locais e a cultura comum.

Conteúdos específicos:

• SUJEITOS DA HISTÓRIA (os alunos): Identificação civil, suas fontes históricas

específicas, sua localidade, formas de pensar, diversões, vestuário ou moda,

tecnologias utilizadas, monumentos, líderes ou “heróis” ícones de identificação

social e de grupo, organizações, História do Bairro onde vive, etc.;

• HISTÓRIA LOCAL: Denominação e origem, localização, povoamento,

personalidades pioneiras, atos e datas legislativas de criação e/ou emancipação,

instituições e poderes, produção e posição econômica local e regional, índices

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educacionais e sociais, locais de memória e preservação histórica, praças de

destaque, Bairros que mereçam destaque, manifestações culturais próprias, festas,

tradições, cerimoniais e celebrações identitárias e de passagem, etc.;

• INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS: A ciência História, o Homem como

produtor da História, As diferentes Fontes ou Documentos Históricos, A Cultura,

conceito, tipos e fonte como significação da produção humana;

• O TEMPO E A HISTÓRIA: Tempo como Convenção, Referência para contar e

organizar o tempo. Por que o homem organiza o tempo, unidades de tempo,

diferentes temporalidades históricas e civis, diferentes Calendários históricos e

civis;

• AS ORIGENS DO SER HUMANO: Teorias do surgimento, Espécies do processo

evolutivo e suas características, A África como berço do surgimento da

humanidade e a riqueza histórica e cultural do continente, Conceito e divisão da

Pré-história, Períodos da Pré-história domínio da natureza, produção, propriedade

da terra, realizações técnicas e culturais do homem;

• O POVOAMENTO DA AMÉRICA: Hipóteses de povoamento, os sítios

arqueológicos como fontes históricas, Paleoíndio, Arcaico e Formativo e as

realizações técnicas, culturais do homem em cada um dos períodos da Pré-história

americana, O Brasil Pré-histórico revelado através dos Sambaquis, Concheiros e

Sítios Arqueológicos, O homem primitivo ou nativo brasileiro suas realizações

técnicas e culturais (Os indígenas do Brasil: organização, mitos e lendas,

religiosidade, relações de poder, produção de subsistência e cultural, condições

socioeconômica, empresas e proprietários invasão e massacre, legislação de

proteção e garantias do indígena, organizações governamentais e indígenas de

defesa e proteção, etc.);

• CONSTRUÇÃO DE UM PROCESSO OU POSSIBILIDADE DE “CIVILIZAÇÃO”: A

região do Crescente Fértil e seus aspectos geográficos e naturais, O surgimento da

civilização, do poder, das leis, das relações de poder político, econômico e

religioso, da desigualdade socioeconômica e do comércio;

• CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE ORIENTAL: Mesopotâmia, Egito, Fenícios,

Hebreus e Persas - Aspectos e legados próprios que possibilitaram a construção

do processo histórico e cultural vivido na atualidade no que se refere às

instituições, letramento gráfico e numérico (considerando os povos ágrafos do atual

contexto social onde não é considerado fator de desenvolvimento cultural ou social

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escrever), técnicas e legislação civil, diversidade de sujeitos, religiosidades e

manifestações culturais;

• CIVILIZAÇÕES DO EXTREMO ORIENTE: China e Índia – Características

identitárias próprias no que se refere a aspectos políticos, sociais e culturais e suas

contribuições técnicas, literárias, filosóficas, científicas, culturais e seu

enfrentamento das questões socioeconômicas na atualidade;

• CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE OCIDENTAL: Grécia Antiga - Aspectos e

legados próprios que possibilitaram a construção do processo histórico e cultural

vivido na atualidade no que se refere à Rica Mitologia, Democracia, Olimpíadas,

Filosofia, Ciência, Medicina, Teatro, Objetivo do Padrão de Beleza Grego em

contraponto com o Padrão de Beleza atual para o mercado;

• CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE OCIDENTAL: Roma Antiga - Aspectos e

legados próprios que possibilitaram a construção do processo histórico e cultural

vivido na atualidade no que se refere à origem do Senado, Organização Militar,

Imperialismo Político e Econômico (diferenças entre o praticado pelos romanos

antigos e o praticado por alguns países na atualidade) Formação da República,

Estabelecimento do Direito e suas Categorias, Lutas Sociais, A questão da Terra,

Arquitetura função política e social, Mecanismo de Divulgação, Controle e

dominação (Pão e circo) em comparativo com o atual, políticas públicas, mídia,

música, objetos de consumo e pertencimento social, etc.;

6 ª série / 7º ano

A constituição histórica do mundo rural e urbano e a formação da propriedade de

diferentes tempos e espaços.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• As relações de propriedades;

• A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;

• A relação entre o campo e a cidade;

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• Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

Conteúdos específicos:

• Desenvolvimento do Feudalismo: As características próprias dos tempos

medievos e as contribuições dos povos germânicos que colaboraram para formar

uma nova organização da produção econômica, a mão-de-obra utilizada, a

sociedade e a cultura específica desta determinada temporalidade.

• Organização de grandes reinos: Africanos, Franco ou Carolíngio, Bizantino e

Árabe ou Islâmico suas influências próprias na formação da mentalidade do

ocidente e oriente no que se refere a política, legislação, técnicas, literatura,

ciência, religiosidade e cultura.

• Transformações e crises que marcaram a constituição da modernidade:

Renascimento do comércio e das cidades, nascimento da burguesia,as

organizações de comerciantes e trabalhadores artesanais, peste negra, revoltas

camponesas, o Cisma do Ocidente, A Guerra dos Cem Anos;

• A Constituição da Modernidade: Estados Modernos como território de

desenvolvimento de um novo sistema econômico e a mentalidade predominante na

Educação, Artes, Literatura e Ciências;

• Uma nova mentalidade ligada à produção econômica: Renascimento Cultural e

Reforma Religiosa – Os sentidos da produção cultural e das manifestações

religiosas na atualidade no que se refere às aspirações do homem e os sujeitos da

História local.

• Internacionalização de um sistema de produção econômica: Estados

Nacionais, nobres, burguesia, sistema mercantilista e a expansão marítimo-

comercial portuguesa, espanhola, francesa e holandesa;

• As altas culturas americanas: Astecas, Maias e Incas, sua diversidade cultural,

produção técnica e econômica, educação, religiosidade, mitos, enfrentamento com

o conquistador domínio, massacre e drástica redução demográfica;

• Exploração dos impérios coloniais na América: Organização, administração e

órgãos de controle, atividades econômicas e mão-de-obra nos territórios de

domínio espanhol. Desinteresse inicial dos portugueses pelas terras americanas, o

Brasil pré-colonial: primeiras expedições, exploração econômica e da mão-de-obra

escrava indígena e africana, início da colonização e os órgãos da administração da

colônia portuguesa.

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• Economia e sociedade no Brasil colonial: O tripé da economia colonial

(Latifúndio, Monocultor e Escravista), a empresa açucareira colonial, exploração da

mão-de-obra e o tráfico de escravos africanos, a luta e organizações de

resistência, a formação da sociedade no entorno do engenho açucareiro colonial e

suas características específicas;

• A expansão do território do Brasil colonial: União Ibérica ou Peninsular,

bandeirantismo, missões jesuíticas, movimentos de contestação colonial: As

revoltas reivindicatórias e emancipatórias.

• Constituição do sistema de governo dos Estados Nacionais: Absolutismo,

Conceito, Teóricos, Formação do Absolutismo francês e inglês, O terceiro Estado

vida cotidiana e trabalho;

• Ocupação e colonização da América do Norte: Caso inglês, francês e holandês;

7 ª série / 8º ano

O mundo do trabalho e os movimentos de resistência.

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• História das relações da humanidade com o trabalho;

• O trabalho e a vida em sociedade;

• O trabalho e as contradições da modernidade;

• Os trabalhadores e as conquistas de direito.

Conteúdos específicos.

• Constituição do sistema de governo dos Estados Nacionais: Absolutismo,

Conceito, Teóricos, Formação do Absolutismo francês e inglês, O terceiro Estado

vida cotidiana e trabalho;

• Ocupação e colonização da América do Norte: Caso inglês, francês e holandês;

• Atividade mineradora no Brasil colonial: Descobridores das minas e locais de

mineração, Administração das minas, Mão-de-obra utilizada, Conflitos com governo

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e pela disputa das minas, sociedade organizada no entorno da mineração e as

mudanças provocadas pela atividade mineradora no Brasil colonial.

• Desenvolvimento processo de industrialização: Fatores que provocaram o

processo, tecnologias, pioneirismo inglês, fases de desenvolvimento, organizações

e lutas dos operários;

• Rompendo com a sociedade de ordens e privilégios: Iluminismo: conceito, suas

características, autores e propostas políticas, sociais e econômicas, Independência

dos Estados Unidos: Ideologia que orientou o processo, personagens, principais

acontecimentos e realizações do processo de independência, A Revolução

francesa: significado da revolução, principais acontecimentos e realizações do

processo revolucionário e o desfecho da revolução;

• Rompendo com o domínio colonial: Período Napoleônico e seus

desdobramentos e a Independência das Colônias Espanholas na América –

Antecedentes, personalidades libertárias envolvidas, o projeto de independência

para as colônias espanholas da América do Sul e seus desdobramentos;

• Luta pela independência na colônia portuguesa na América: As revoltas

emancipatórias no Brasil colônia, acontecimentos e realizações que se destacaram

no processo de independência do Brasil. Relações políticas internas e externas do

Brasil independente e os fatos que se destacaram no período do Primeiro Reinado.

• Novas ideias políticas e econômicas: As revoluções liberais e nacionalistas que

possibilitaram processos de unificação de países e a Guerra de Secessão na

América do Norte;

• Disputas políticas e opressão da população urbana e rural provocam uma

nova organização política e administrativa no Brasil do século XIX: Principais

acontecimentos e transformações políticas, sociais e econômicas do Período

Regencial e do Segundo Reinado.

8 ª série / 9º ano

Relações de dominação e resistência: a formação do Estado e das instituições

sociais.

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Page 11: PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DISCIPLINA DE … · APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ... serão consideradas as contribuições específicas das diferentes correntes ... • CIVILIZAÇÕES

Conteúdos básicos:

• A constituição das instituições sociais;

• A formação do Estado;

• Sujeitos, guerras e revoluções.

Conteúdos específicos:

• Expansão política, econômica e tecnológica das potências europeias:

Segunda Revolução Industrial, Imperialismo, Neocolonialismo e a formação dos

impérios coloniais;

• Instituição de uma nova forma de governo no Brasil: Movimento republicano,

questões republicanas, Proclamação da República, principais realizações e

acontecimentos dos governos militares e oligárquicos, revoltas urbanas,

camponesas e militares, industrialização, imigração e movimento operário.

• Guerra e Revolução: Primeira Guerra – Antecedentes e países envolvidos,

alianças militares, principais acontecimentos e realizações no período de

desenvolvimento do conflito e resultados da guerra;

• Crise, autoritarismo e guerra: Expansão econômica dos anos 1920, fatores que

provocaram a crise, seus efeitos e medidas socioeconômicas como possibilidade

de recuperação da crise;

• Governo populista e ditatorial no Brasil: Desacordo político dos governos

oligárquicos, a “Revolução de 1930”, realizações e acontecimentos das fases do

governo Vargas no Brasil;

• A geopolítica bipolar do após guerra: Desenvolvimento da Guerra Fria e seus

desdobramentos na Europa, Ásia, África (descolonização) e América Latina. Os

conflitos regionais no período de desenvolvimento da Guerra Fria;

• Brasil democracia e ditadura: Principais realizações e acontecimentos nos

períodos Democráticos (1946 a 1964), Regime Ditatorial Militar (1964 a 1985) e

Redemocratização (1985 a 2009) no Brasil;

• A geopolítica multipolar: Crise política e econômica do Socialismo Russo e seus

desdobramentos. Desenvolvimento da Globalização e seus efeitos políticos,

econômicos, militar, socioculturais e ambientais.

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1º Ano – Ensino Médio

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• Trabalho escravo, servil, assalariado e o trabalho livre;

• Urbanização e industrialização.

Conteúdos específicos:

• A ciência História e as diferentes unidades e temporalidades;

• A Pré-história Geral, Americana, Brasileira e Paranaense;

• Civilizações da Antiguidade: Mesopotâmia, Hebreus, Fenícios e Persas;

• Civilizações Africanas: Egito Antigo, Gana, Mali, Kongo, Hauças, Ndongo;

• Civilizações do Extremo Oriente: Índia e China;

• Civilizações da Antiguidade Ocidental: Grécia e Roma Antiga;

• Os Reinos da Alta Idade Média Ocidental e Oriental: Bizantino, Franco e Árabe,

Muçulmano ou Islâmico;

• O modo de produção Feudal;

• O poder e a influência da Igreja Ocidental, a Educação e a Cultura Medieval;

• As novas condições da Baixa Idade Média – Período de Transformações e Crises;

• Formação das Monarquias Nacionais, Absolutismo, Mercantilismo, Renascimento

Cultural, Reforma e Contra-Reforma Religiosa;

• Expansão Comercial e Marítima Europeia;

• Indígenas ou primitivos habitantes do Brasil e o território brasileiro Pré-colonial e

início da colonização;

• Indígenas ou primitivos habitantes do Paraná e ocupação (Encomiendas,

Reduções e as Obrages), caminhos (Peabiru, Graciosa, Itupava, Arraial, e Viamão)

povoamento, tropeirismo e as primeiras vilas paranaenses;

• O tripé da economia colonial, empresa açucareira e a Sociedade colonial Brasileira

África: aspectos próprios e a riqueza cultural do continente;

• Sexualidade (pedofilia, abuso sexual, assédio sexual);

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• O uso de novas tecnologias no setor produtivo (internet, redes sociais, automação

mecânica);

• A situação do índio e afro-descendente na atualidade brasileira;

• Drogas (lícitas e ilícitas)

• História local e regional.

2º Ano – Ensino Médio

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• O Estado e as relações de poder;

• Cultura e religiosidade.

Conteúdos específicos:

• América Colonial Espanhola e Inglesa;

• Iluminismo;

• Atividade Mineradora, sociedade mineradora colonial, revoltas reivindicatórias –

Pecuária e mineração no Paraná;

• Revolução inglesa;

• Independência das 13 colônias inglesas da América do Norte;

• Revolução Francesa;

• Independência das Colônias Espanholas, do Brasil na América do Sul e

Emancipação política do Paraná – Revolução Federalista e do Contestado;

• Revolução Industrial;

• Movimentos do século XIX: Liberalismo, Nacionalismo, Anarquismo, Socialismo e

Unificações;

• Ampliação das fronteiras, Guerra da Secessão e o Imperialismo Norte Americano

na América Latina;

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• Período Imperial brasileiro (1º Reinado, Período Regencial e 2º Reinado – Paraná

em relação da Guerra do Paraguai);

• Imperialismo e Neocolonialismo na África e Ásia;

• Transformações Socioeconômicas no Brasil Imperial do Século XIX

(Industrialização, atividades agropecuaristas e extrativistas, Imigração e Abolição);

• Economia Paranaense – Erva-Mate, Café (Norte Velho,Norte Novo, e Norte

Novíssimo) e Madeira;

• Desenvolvimento das ideias e do processo de Proclamação da República no Brasil.

• História local e regional.

• O meio-ambiente (legistação brasileira, degradação de rios, florestas e fauna);

• A questão agrária no Brasil (Lei de terras de 1850 e a estrutura fundiária brasileira);

• Movimentos de luta pela terra no Brasil (MST – antecedentes e dissidentes).

3º Ano – Ensino Médio

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho, relações de poder e relações culturais.

Conteúdos básicos:

• Os sujeitos, as revoltas e as guerras;

• Movimentos sociais, políticos, culturais; as guerras e revoluções..

Conteúdos específicos:

• Primeira Guerra Mundial;

• Período entre guerras: Revolução Russa, Crise Cíclica do Capitalismo de 1929 e

Os Estados Totalitários Europeus;

• República da Espada (1889 a 1891), República Velha, Das Oligarquias ou do Café-

com-leite (1891 a 1930) e o Movimento Paranista no Paraná;

• A Segunda Guerra Mundial. A Imigração japonesa no Paraná;

• Período Getulista no Brasil. O Paraná: Companhias de Colonização, Guerra do

Porecatu e Criação do Estado do Iguaçu;

Page 15: PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DISCIPLINA DE … · APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ... serão consideradas as contribuições específicas das diferentes correntes ... • CIVILIZAÇÕES

• Brasil democracia e ditadura: República populista democrática (1946 a 1964) –

Companhias de povoamento e Reforma Agrária no Oeste do Paraná, República da

Ditadura ou Regime Militar (1964 a 1985) e República da Redemocratização (1985

a 2009);

• A geopolítica bipolar do após guerra: Desenvolvimento da Guerra Fria e seus

desdobramentos na Europa, Ásia, África (descolonização) e América Latina. Os

conflitos regionais no período de desenvolvimento da Guerra Fria;

• A geopolítica multipolar: Crise política e econômica do Socialismo Russo e seus

desdobramentos. Desenvolvimento da Globalização e seus efeitos políticos,

econômicos, militar, socioculturais e ambientais.

• Paraná na atualidade: Disputas pela terra, movimentos sociais, movimento

quilombola paranaense, as condições socioeconômicas dos indígenas

paranaenses, Cultura, festas e manifestações artísticas paranaenses;

• História local e regional;

• Questão da cultura afro-brasileira (Paraná e Brasil);

• A mídia brasileira – a questão da regulamentação da mídia

METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA

Segundo a DCE de História, propõe-se que os conteúdos temáticos priorizem as

histórias locais e do Brasil, estabelecendo-se relações e comparações com a história

mundial. Neste estabelecimento de ensino, para o ensino fundamental e médio, será

adotada a forma integralizada e seriada.

Para os anos finais do Ensino Fundamental propõe-se que os conteúdos priorizem

as histórias locais e do Brasil, estabelecendo-se relações e comparações com a História

Mundial. Para o Ensino Médio, a proposta é um ensino de temas históricos, ou seja, os

conteúdos terão como finalidade a discussão e a busca de solução para um

tema/problema previamente proposto. Entretanto, é necessário ressaltar que a História

Temática será utilizada quando os conteúdo em desenvolvimento oportunizar a utilização

dessa prática pedagógica.

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Buscando a compreensão do conhecimento histórico, observar-se-á as

contribuições específicas das diferentes correntes historiográficas e a prática

metodológica histórico-crítica.

Através da interpretação, análise e compreensão dos diferentes processos e

acontecimentos históricos objetiva-se a formação do pensamento histórico, o

desenvolvimento da consciência histórica, capacitando o estudante para a produção de

narrativas históricas.

Contribuindo para a operacionalização cotidiana das aulas de História, dialogadas,

expositivas e interativas, considerar-se-á a problematização dos conteúdos, consulta a

diferentes fontes, contextualização dos acontecimentos históricos, observando o

significado das diferentes temporalidades e a busca de conceitos através da prática

interdisciplinar, quando este acontecimento se fizer necessário.

Instrumentalizando os estudantes na compreensão do processo histórico serão

utilizados diferentes recursos didáticos-pedagógicos tais como: leitura e análise de textos,

interpretaçãp e releitura de imagens, desenhos, ilustrações e fotografias, exibição de

documentários e fragmentos fílmicos, produção/elaboração de textos, resolução de

atividades e exercícios, confecção de cartazes, murais e painéis, realização de trabalhos

de pesquisas individuais e de grupo, realização de seminários, produção de charges,

paródias e versos rimados, encenações de acontecimentos históricos, confecção e

interpretação de mapas históricos, análise de gráficos de dados estatísticos, desenhos e

ilustrações de fatos históricos, organização de história em quadrinhos, entre outros.

Utilizar-se-á na prática pedagógica cotidiana a TV multimídia, o laboratório de

informática, como espaço de pesquisa e produção, exibições de slides por meio de

projetos multimídia, bem como outras tecnologias que contribuam com o desenvolvimento

co conhecimento científico.

No contexto do desenvolvimento dos conteúdos históricos serão oportunizados

projetos, reflexões, sensibilização, convencimento, implementação, Semana Cultural da

Consciência Negra (20/11), Semana Cultural dos Povos Tradicionais Indígenas (19/04) e

atividades para a visualização dos sujeitos históricos africanos, negros, afro-brasileiros

(Lei 10.639/03) e comunidades tradicionais indígenas (Lei 11.645/08) como

personalidades historicamente discriminados no projeto de formação e organização da

nação brasileira e suas contribuições próprias para a História e cultura do país. Será

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oportunizado, também, o conhecimento das especificidades políticas, econômicas,

históricas e socioculturais do Estado do Paraná (Lei 13.381/01) bom como sua

importância no cenário regional e nacional.

No desenvolvimento das aulas serão escolarizados os desafios contemporâneos

(sexualidade, violência, questões ambientais, drogadição, consumo, mídia, tecnologia-

internet, questão da terra, entre outros) objetivando análise, reflexão e orientação para

superação dos mesmo na comunidade em que o estabelecimento estiver inserido.

Para o estudante compreender como se dá a construção do conhecimento

histórico, o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio do trabalho com

vestígios e fontes históricas diversas, da problematização dos conteúdos, da

fundamentação historiográfica.

A abordagem metodológica dos conteúdos para o ensino fundamental parte da

História local/Brasil para o mundo; deverão ser considerados os contextos relativos às

histórias local, da América Latina, da África e da Ásia.

Os conteúdos específicos devem ser articulados aos conteúdos básicos e

estruturantes; o confronto de interpretações historiográficas e documentos históricos

permitem aos estudantes formularem ideias históricas próprias e expressá-las por meio

de narrativas históricas.

Os conteúdos básicos do ensino médio deverão ser problematizados com temas

históricos por meios da contextualização espaço-temporal; esses conteúdos pretendem

desenvolver a análise das temporalidades (mudança, permanência, simultaneidades e

recorrências) e das periodizações.

O encaminhamento metodológico propriamente dito será baseado em explosões

de ideias, exposição dialogada, análise de textos diversos, iconografias, mapas históricos

e filmes, produção individual e coletiva de textos históricos, solução de exercícios

variados, leitura, discussão e entendimento de textos; solução de questionários;

elaboração de mapas históricos; debates sobre os assuntos tratados; trabalhos em

grupos; pesquisas em livros didáticos, paradidáticos e laboratório de informática;

comparação de resultados obtidos entre os trabalhos; elaboração de conclusões que

apontem a relação entre os dados pesquisados sobre diferentes assuntos; filmes;

revistas; textos didáticos e paradidáticos.

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AVALIAÇÃO

A avaliação no ensino de História objetiva favorecer a busca de coerência entre a

concepção de História defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de

ensino e de aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das

ações pedagógicas, e não como elemento externo a esse processo.

Optamos pelo modelo de avaliação diagnóstica, logo, refutam-se as práticas

avaliativas que priorizam o caráter classificatório, autoritário, pois estes materializariam

um modelo excludente de escolorização e de sociedade, o qual a escola pública tem a

compromisso de superar com o intuito de diminuir as desigualdades sociais.

Segundo Luckesi (2002), na concepção de ensino-aprendizagem, respaldada na

diretriz curricular, compartilha-se a ideia a respeito da avaliação diagnóstica e não

classificatória. As decisões tomadas na avaliação diagnóstica deverão ser assumidas

como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra

o aluno.

Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula, essenciais

para o desenvolvimento da consciência histórica, eis alguns critérios a serem observados

na avaliação dos alunos do ensino fundamental (conforme DCE – 2008):

• se os conteúdos e conceitos históricos estão sendo apropriados;

• se o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o estudo de diferentes

dimensões e contextos históricos propostos para o nível de ensino em questão;

• se empregam conceitos históricos para analisar diferentes contextos;

• se compreendem a História como prática social, da qual participam como

sujeitos de seu tempo.

Tais critérios não esgotam o processo de avaliação pelo professor de História, são

indicativos a serem enriquecidos para orientar o planejamento das práticas avaliativas em

consonância com as diretrizes curriculares de História.

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Especificamente ao ensino médio, o aluno deverá entender que as relações de

trabalho, de poder e culturais articulam e constituem o processo histórico. É preciso que

esteja esclarecido sobre o fato de que o estudo do passado se realiza a partir de

questionamentos feitos no presente, por meio da análise de diferentes documento

históricos.

O aluno deverá compreender como se encontram as relações de trabalho no

mundo contemporâneo, como elas se configuram e como o mundo do trabalho constitui

diferentes períodos históricos, considerando os conflitos inerentes às relações de

trabalho.

No que diz respeito às relações de poder, o aluno deve compreender que elas se

apresentam em todos os espaços sociais. Também deve identificar, localizar as arenas

decisórias e os mecanismos que a constituíram.

Quanto as relações culturais, o estudante deverá reconhecer a si e aos outros com

construtores de uma cultura comum, consideradas as especificidades de cada grupo

social e as relações entre eles. O estudante deverá entender com se constituíram as

experiências culturais dos sujeitos ao longo do tempo e detectar as permanências e

mudanças nas diversas tradições e costumes sociais.

Para o ensino médio, a avaliação da disciplina de História considera três aspectos

importantes:

• a aprimoração de conceitos históricos;

• a compreensão das dimensões e relações da vida humana (conteúdos

estruturantes) e;

• o aprendizado dos conteúdos específicos.

Esses três aspectos são entendidos como complementares e indissociáveis. O

professor deve recorrer a diferentes atividades, tais como: leitura, interpretação e análise

de textos historiográficos, sistematização de conceitos históricos, apresentação de

seminários, debates, provas, entre outras.

Tanto no ensino fundamental como no ensino médio, após a avaliação diagnóstica,

o professor e seus alunos poderão revisitar as práticas desenvolvidas até então, de modo

que identifiquem lacunas no processo pedagógico. Esta ação permitirá ao professor

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planejar e propor outros encaminhamentos para a superação das dificuldades

constatadas.

Deseja-se que ao final do trabalho na disciplina de História, os alunos sejam

capazes de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as relações de poder

neles existentes, bem como que tenham recursos para intervir no meio em que vivem, de

modo a se fazerem também sujeitos da própria História (DCE : 2006).

A recuperação de estudos deve ser aplicada de forma diagnóstica e paralela,

oportunizando ao estudante melhor compreensão do conteúdo, no qual não atingiu os

objetivos nas avaliações regulares, ou não pode estar presente no dia da avaliação.

A atividade de recuperação segue os mais diversos recursos apresentados pelo

professor ao estudante, por meios de avaliações orais, escritas, trabalhos em forma de

pesquisa, debates, seminários, etc., com o intuito de fazer com que o aluno assimile o

conteúdo trabalhado.

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